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edição de 17 de julho de 2017

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marketing & negócioS<br />

kasto80/iStock<br />

Sucesso começa com um<br />

bom briefing - Parte 1<br />

É essencial <strong>de</strong>finir e aprovar o<br />

mo<strong>de</strong>lo a ser seguido, sempre antes<br />

<strong>de</strong> dar início ao processo <strong>de</strong> reflexão<br />

Rafael Sampaio<br />

Em publicida<strong>de</strong>, o passo inicial <strong>de</strong> um<br />

processo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma peça ou campanha <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

é a elaboração do briefing a<strong>de</strong>quado para o<br />

caso. Ele po<strong>de</strong> ter algumas poucas linhas<br />

ou muitas páginas, organizadas em pontos,<br />

capítulos, anexos...<br />

Po<strong>de</strong> ser formal ou até mesmo adotar<br />

um tom mais <strong>de</strong>scontraído, usando imagens,<br />

ví<strong>de</strong>os e outros recursos midiáticos.<br />

Não precisa ser necessariamente compacto<br />

ou extenso. Ou seja, não <strong>de</strong>ve ser tão curto<br />

que seja insuficiente ou tão longo que mais<br />

atrapalhe que aju<strong>de</strong>.<br />

Só não po<strong>de</strong> ser insuficiente nas informações<br />

necessárias para se <strong>de</strong>limitar o pedido<br />

e o problema e, principalmente, não<br />

<strong>de</strong>ixar em aberto as informações fundamentais,<br />

como objetivo a ser perseguido,<br />

target, recursos disponíveis, concorrência,<br />

obrigatorieda<strong>de</strong>s legais ou do manual da<br />

marca trabalhada.<br />

No passado, o maior problema formal<br />

era o <strong>de</strong> pedidos por telefone ou “ao vivo”,<br />

sem serem <strong>de</strong>vidamente documentados.<br />

Nos últimos tempos, entraram na lista <strong>de</strong><br />

erros comuns as mensagens por email ou<br />

os recados nas mídias sociais – com ou sem<br />

a inclusão <strong>de</strong> emojis. Mas o que é realmente<br />

mais grave, do ponto <strong>de</strong> vista funcional, é o<br />

briefing que não diz a que veio. Não aponta<br />

a necessida<strong>de</strong> ou o alvo da comunicação,<br />

não indica o público-alvo, não <strong>de</strong>fine a verba,<br />

não lembra com quem se combate e não<br />

adianta as obrigações.<br />

Como as possibilida<strong>de</strong>s da publicida<strong>de</strong><br />

são imensas, em todos os sentidos, isso<br />

faz com que os profissionais da agência,<br />

se não forem orientados pelo anunciante,<br />

possam propor caminhos interessantes e<br />

atrativos, mas que não tenham a ver com<br />

o que a marca esteja necessitando naquele<br />

<strong>de</strong>terminado momento. Desse modo,<br />

po<strong>de</strong>-se, no limite, ter mensagens ou campanhas<br />

excelentes, mas ina<strong>de</strong>quadas para<br />

o estado presente da marca. E isso po<strong>de</strong><br />

representar um enorme <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong><br />

dinheiro ou ser totalmente contraproducente.<br />

Pois, como sempre dizia o professor<br />

Levitt, o teórico da miopia <strong>de</strong> marketing,<br />

“nada pior do que fazer bem feito o que<br />

não <strong>de</strong>ve ser feito”.<br />

Por outro lado, o briefing perdido ou inconsistente<br />

po<strong>de</strong> induzir a outro fantasma<br />

da publicida<strong>de</strong>, que é a mensagem estruturada<br />

em torno <strong>de</strong> lugares comuns, igual a<br />

milhares <strong>de</strong> outras, simplesmente bonitinha,<br />

mas sem personalida<strong>de</strong>, que se mostra<br />

ineficiente porque no fundo reflete um<br />

briefing tipo blá-blá-blá, que não pe<strong>de</strong> nada<br />

<strong>de</strong> concreto e induz a um caminho pouco<br />

produtivo.<br />

Por lógica e princípio, o briefing é uma<br />

tarefa que cabe aos executivos da empresa<br />

anunciante, mas a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

um bom briefing em certas circunstâncias<br />

leva ao fato <strong>de</strong> que os profissionais da agência<br />

po<strong>de</strong>m ajudar <strong>de</strong> forma incisiva nessa<br />

tarefa (na segunda parte <strong>de</strong>sta coluna entrarei<br />

mais a fundo nessa possibilida<strong>de</strong>).<br />

Mas, em qualquer caso, fazer um bom<br />

briefing começa pela seleção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quado para servir<br />

<strong>de</strong> guia <strong>de</strong>ssa tarefa. Um bom mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

briefing po<strong>de</strong> ser encontrado em meu livro<br />

Propaganda <strong>de</strong> A a Z (Elsevier, 2013), que<br />

inclusive está acessível na internet, pois<br />

foi bastante reproduzido (como em https://<br />

pt.sli<strong>de</strong>share.net/krbk/mo<strong>de</strong>lo-<strong>de</strong>-briefing-aba).<br />

Outras publicações propuseram outros<br />

mo<strong>de</strong>los, mais simples ou mais complexos,<br />

que também são bons. O importante é sempre<br />

analisar com cuidado qual é o melhor<br />

mo<strong>de</strong>lo a ser seguido em cada caso particular<br />

e nunca <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> avaliar os aspectos<br />

mais e menos a<strong>de</strong>quados a cada situação<br />

específica. E, acima <strong>de</strong> tudo, é essencial<br />

<strong>de</strong>finir e aprovar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> briefing a<br />

ser seguido, sempre antes <strong>de</strong> dar início ao<br />

processo <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong> como será a abordagem<br />

mais indicada a cada situação.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

30 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark

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