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OUTUBRO 2017 - nº 234

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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número <strong>234</strong> | Outubro <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

1º Encontro de<br />

concertinas<br />

EDITORIAL<br />

Reformas<br />

não há<br />

SAÚDE<br />

03<br />

OMS<br />

alerta<br />

SOCIEDADE<br />

Ritalina<br />

discussão<br />

10<br />

09<br />

No passado dia 24 de Setembro, realizou-se<br />

pela primeira vez, um encontro de concertinas<br />

e cantares ao desafio, realizado e organizado<br />

pelo Centro Lusitano de Zurique.<br />

Páginas 6 + 7


2 Lusitano<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

Futebol<br />

InCentro<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />

incentro@cldz.ch<br />

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Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Edição anterior<br />

EDITORIAL<br />

Fogos<br />

terroristas<br />

CULTURA<br />

Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número 233 | Setembro <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Teatro<br />

em digressão<br />

TRADIÇÃO<br />

Conselhos<br />

do dia-a-dia<br />

03<br />

12<br />

10<br />

Solidariedade<br />

RENASCER<br />

DAS CINZAS<br />

Hélder Baptista<br />

Foi em Wetzikon no Hotel Swiss Star, cedido<br />

gratuitamente pelo seu director através de<br />

Paulo Vaz, que Paulo Barros organizou um<br />

serão em tempo recorde para angariar fundos,<br />

destinados ás famílias mais necessitadas<br />

de Pedrógão Grande e aldeias vizinhas.<br />

Páginas 6 + 7<br />

Publicidade 079 222 09 14 / alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Rancho folclórico 076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

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Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

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EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - CC <strong>nº</strong>28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - CC <strong>nº</strong>31<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves CC <strong>nº</strong>32<br />

4 Maria José Bernardo CC <strong>nº</strong>29<br />

4 Pedro Nabais CC <strong>nº</strong> 30<br />

4 Joana Araújo CC <strong>nº</strong>27<br />

4 Jorge Rodrigues CC <strong>nº</strong>33<br />

4 Jorge Macieira CC <strong>nº</strong> 66<br />

4 Maria dos Santos CC <strong>nº</strong> 65<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Ademar<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam<br />

necessariamente a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

EDITORIAL<br />

Editorial<br />

Não há<br />

“Reforma 2020“<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão C.C. <strong>nº</strong> 28 - CCPJ<br />

No passado fim de semana de 24 de Setembro, enquanto o Centro<br />

Lusitanos festejava a cultura portuguesa, na Suíça o povo<br />

helvético ia novamente a votos.<br />

Desta vez estava na mesa um tema que muito se tem debatido<br />

e que pelos vistos vai ter de continuar a ser debatido: a reforma!<br />

Na mesa estava um amplo pacote de reforma da previdência<br />

social suíço “Reforma de aposentadoria 2020“, que foi rejeitado<br />

nas urnas com 52,7% dos votos contra.<br />

A previdência social na Suíça tem sofrido com o envelhecimento<br />

acelerado da população o que leve muitos a pensar que de 20<br />

a 40 anos não existam reformas, ou estas sejam mesmo muito<br />

reduzidas.<br />

Para tentar que os sacrifícios sejam justamente compartilhados,<br />

o governo apresentou um projecto de reforma global do sistema<br />

de previdência social, que pela primeira vez atingia o primeiro e<br />

o segundo pilar. Esse pacote foi provado no parlamento ainda<br />

este ano.<br />

O objectivo desta proposta era garantir o financiamento do sistema<br />

de segurança social no futuro e propunha basicamente um<br />

aumento do imposto de circulação de mercadoria e o aumento<br />

da idade da reforma das mulheres de 64 para 65, assim como um<br />

aumento das contribuições federais para o AHV.<br />

Mais uma vez a força da direita conservadora foi mais forte e a<br />

proposta foi então rejeitada nas urnas.<br />

O governo Suíço terá de se debruçar novamente sobre o assunto<br />

e arranjar uma solução para este futuro problema, pois se há<br />

cinquenta anos a esperança de vida na Suíça era de 74 anos para<br />

mulheres e 68 para os homens, hoje é de 84 e 80 anos, respectivamente.<br />

Ao mesmo tempo, a proporção de aposentados mudou:<br />

se antes era de um aposentado para cinco pessoas activas,<br />

hoje é de um para três.<br />

3<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch


4 Lusitano<br />

DESPORTO<br />

JORGE MACIEIRA<br />

Juniores B:<br />

Cairam de pé na taça<br />

© Texto e imagens<br />

Os Juniores B receberam o FC Wettswil-<br />

-Bonstetten no Juchhof 2 com o jogo a contar<br />

para Axpo Cup Junioren B / Runde 2, depois<br />

de na primeira ronda derrotarem o FC Oberrieden<br />

em casa deles por quatro bolas a zero.<br />

A equipa do Centro, actual quatro classificado<br />

do grupo 1 da 1 Stärkeklasse viu-se derrotado<br />

em casa pelo terceiro classificado do<br />

grupo 1 da Promotion.<br />

Um jogo relativamente dominado pela equipa<br />

visitante, cumprindo-se o que já se previa<br />

antes do jogo devido à diferença de escalão<br />

das duas equipas, chegando ao intervalo com<br />

dois a zero para os visitantes.<br />

A equipa visitante chegou aumentar a vantagem<br />

para três bolas a zero, mas equipa de<br />

casa chegou a reduzir para 1-3, resultado que<br />

acabou por confirmar o afastamento da equipa<br />

treinada por Zé Ricardo.<br />

Os juniores B concentram agora o seu foco<br />

no restantes jogos do campeonato até a pausa<br />

de inverno, onde luta pela conquista do<br />

mesmo.<br />

Juniores C:<br />

eliminados numa noite cinzenta<br />

A equipa dos juniores C do Centro Lusitano de Zurique entrou em<br />

campo para enfrentar a equipa do FC Affoltern a/A a contar para<br />

a 2ª eliminatória da Axpo Cup Junioren C <strong>2017</strong>/2018.<br />

Equipa do FC Affoltern claríssima favorita à passagem devido a<br />

estar dois escalões acima em relação aos juniores do Centro Lusitano<br />

e sendo o 4° classificado do seu grupo<br />

com 3 vitórias em 4 jogos.<br />

Mas esta grande diferença não se notou<br />

dentro das 4 linhas nos primeiros 40 minutos<br />

de jogo, onde acabou com 1-3 para a equipa<br />

visitante o FC Affoltern. O resultado poderia<br />

ser bastante diferente se as oportunidades<br />

criadas pela equipa da casa logo nos primeiros<br />

minutos, com uma bola a trave e outra a passar<br />

muito rente fossem concretizadas.<br />

Com o início da segunda parte a diferença<br />

entre as equipas notou-se mais um pouco com<br />

a quebra normal do rendimento dos jogadores<br />

do Centro Lusitano devido ao cansaço e desgaste<br />

de jogar contra uma equipa de divisão<br />

superior.<br />

No decorrer do jogo os golos da equipa visitante<br />

foram aparecendo com erros e desconcentração<br />

da equipa da casa dando oportunidade<br />

ao FC Affoltern chegar aos sete golos<br />

com apenas 1 de resposta do Centro Lusitano<br />

de Zurique.


DESPORTO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

5<br />

Regresso à 3ª Liga com<br />

altos e baixos<br />

A equipa sénior do Centro Lusitano de Zurique no regresso à 3ª<br />

Liga depois de 2 anos na 4ª Liga de Zurique teve um início com<br />

muitos altos e baixos.<br />

No fim do mês de Setembro ao visitar o FC United perdeu por<br />

4-3 num jogo que a equipa visitante merecia até um resultado<br />

mais positivo.<br />

Já no mês de Setembro deu-se início à uma maratona de quatro<br />

jogos em apenas onze dias com jogos durante a semana e fim-de-<br />

-semana.<br />

O primeiro jogo em casa contra o SC YF Juventus com a vitória<br />

por duas bolas a zero. Seguidamente recebeu em casa o FC Republika<br />

Srpska com quem perdeu por uma bola a cinco.<br />

Nos dois jogos a seguir visitou o FC Altstetten onde perdeu por<br />

cinco bolas a duas, no jogo que antecedeu a recepção ao CD Espanol<br />

Ibéria onde a equipa da casa goleou por quatro bolas a uma.<br />

Já o último jogo de Setembro na casa do FC Tetova o Centro Lusitano<br />

de Zurique saiu derrotado por uma bola a zero num jogo<br />

muito dividido.<br />

O actual plantel conta com nova equipa técnica liderada por Miguel<br />

Loureiro, que em relação à época passada tem bastantes jogadores<br />

novos com o objectivo de colmatar as saídas de vários<br />

jogadores do plantel da época transacta.<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

QUAL É O BANCO QUE<br />

O LIGA A PORTUGAL?<br />

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e uma vasta experiência na oferta de soluções financeiras<br />

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6 Lusitano<br />

SOLIDARIEDADE<br />

Encontro de concertinas e<br />

cantares ao desafio encheu<br />

sala em Schlieren<br />

SANDRA FERREIRA<br />

No passado dia 24 de Setembro, realizou-se<br />

pela primeira vez, um encontro de<br />

concertinas e cantares ao desafio, realizado<br />

e organizado pelo Centro Lusitano de<br />

Zurique.<br />

O que ao início mostrou ser um mera<br />

experiência, foi na verdade um sucesso<br />

enchendo a sala em Schlieren de amigos,<br />

tocadores e apreciadores de concertina.<br />

Neste encontro estiveram em palco cerca<br />

de 40 executantes da concertina que<br />

mostraram a sua paixão pelo tradicional<br />

instrumento. As músicas, muitas delas<br />

conhecidas e tradicionais foram tocadas<br />

com bastante concentração e em sintonia.<br />

No final da actuação dos grupos foi a vez<br />

de entrarem em palco os artistas convidados,<br />

conhecidos por fazerem acompanhar<br />

o som da concertina por uma bela desgarrada.<br />

Presentes estiveram então, Pedro Cachadinha,<br />

minhoto famoso pelas suas desgarradas,<br />

Henrique de Lindoso, Lobo de Felgueiras<br />

e Irene de Gaia.<br />

A desgarrada foi animada e prolongou-se<br />

por tarde fora, onde alguns ainda aproveitaram<br />

para um pezinho de dança.<br />

No final foi tempo de agradecer os participantes<br />

com uma pequena lembrança e<br />

lançar os votos de que para o ano se dê<br />

continuidade a esta experiência que teve<br />

grandes apreciadores.


COMUNIDADE<br />

Outubro <strong>2017</strong> 7<br />

AGRADECIMENTO<br />

Pastoral da Saúde de Mafamude<br />

Paróquia de S. Cristóvão de Mafamude<br />

Largo de S. Cristóvão - 4430-224 Vila Nova de Gaia<br />

Exma Administração do<br />

CENTRO LUSITANO DE ZURICH<br />

ZURICH - SUISSE<br />

Vila Nova de Gaia, 07. Julho. <strong>2017</strong><br />

Ex.mos Senhores,<br />

Membros do Centro Lusitano de Zurich,<br />

Vimos por este meio acusar e agradecer, a recepção de<br />

€3.293.42, valor que V. Ex.as entenderem por bem doar à<br />

Pastoral da Saúde da Paróquia de S. Cristovão de Mafamude,<br />

Vila Nova de Gaia, Porto, Portugal.<br />

Este valor servirá, como já tivemos oportunidade de os informar,<br />

para as actividades que desenvolvemos com pessoas idosas,<br />

sós, doentes, por vezes acamadas.<br />

Muito sensibilizados e gratos subscrevemo-nos enviando os<br />

nossos melhores cumprimentos<br />

Pela Pastoral da Saúde Mafamude<br />

SEGUROS<br />

Doença ( krakenkasse )<br />

210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />

205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />

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CONTACTOS<br />

Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />

Junto à Estação de Wiedikon<br />

Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />

Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />

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info@andradefinance.ch


8 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

Jornadas de experiência<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

Trabalhadores compatriotas trabalham dias<br />

de (Probearbeit) para o mesmo empregador<br />

pela segunda vez e nunca foram admitidos<br />

nem pagos. Os sindicatos dizem que não existe<br />

números documentados…, a RAV (Regional<br />

Arbeitsvermittlung) sua vez diz que é um dever<br />

do assegurado em participar nestas jornadas…,<br />

e quem se lixa é o mexilhão!<br />

Já lá vão os tempos em que o primeiro emprego<br />

seria o único na carreira profissional de um indivíduo.<br />

Os tempos mudaram e a estabilidade transformou-se<br />

em flexibilidade. Estou certo ao dizer<br />

que a longevidade do operário num futuro muitos<br />

próximo deverá ser eterna. Ou melhor, dos colaboradores.<br />

Porque palavras como trabalhador,<br />

operário são palavras de outros tempos.<br />

A flexibilidade para o patronato é a única lei do<br />

código do trabalho que metem de joelho os trabalhados<br />

de hoje, mesmo que estes não estejam<br />

“debaixo do seu chicote”, como por exemplo no<br />

desemprego.<br />

Na Suíça um indivíduo desempregado (sendo em<br />

situação de procura do primeiro emprego ou sobre<br />

a cobertura do subsidio de perca de salário) é<br />

uma fonte de rendimento para um “empregador”<br />

sem escrúpulos.<br />

O mais repudiante é que tudo acontece com o<br />

consentimento dos consulentes das caixas de fundo-de-desemprego,<br />

(Regional Arbeitsvermitlung)<br />

que consentem que patrões e firmas de trabalho<br />

temporário convidem trabalhadores em regime de<br />

experiência (Probearbeit) vários dias e alternando<br />

os mesmos por varias firmas pelo período indefinido<br />

e em muitos casos não são remunerados.<br />

Estes empregadores recorrem a este tipo de mão-<br />

-de-obra consoante a necessidade de concluir empreitadas<br />

a um custo zero e os sindicatos também<br />

são espectadores!<br />

Esta é uma pratica fluente, seja para quem esteja<br />

à procura de um emprego ou beneficiário do subsidio<br />

da perca de salário. Uns e outros têm que<br />

se submeter-se a trabalhar para que não lhe seja<br />

dado um estatuto de alérgico ao trabalho, e receba<br />

sanções no pagamento da a indemnização de salário,<br />

ou más palavras de recomendação.<br />

O sistema está tão viciado que transparece tão<br />

facilmente que basta ver o historial de muitos<br />

trabalhadores compatriotas onde se pode verificar<br />

as jornadas de experiência (Probearbeit) para<br />

o mesmo empregador pela segunda vez e nunca<br />

foram admitidos nem pagos. Os sindicatos dizem<br />

que não existe números documentados…? A RAV<br />

(Regional Arbeitsvermittlung) dizem que é um dever<br />

do assegurado em participar nestas jornadas…, e<br />

quem se lixa é o mexelhão!<br />

O código do trabalho Suíço (Arbeitsrecht) e claro<br />

e distingue com clareza a diferença entre o que é<br />

um Schnuppertag e Probetag e direitos do trabalhador.<br />

Não compreendo tanta hipocrisia por parte<br />

das duas instituições acima referidas!?<br />

Enquanto estes dormem, deixo em síntese alguns<br />

pontos do dito código do trabalho suíço: Schnupertag<br />

(dia de apresentação e entrevista) o candidato<br />

não tem direito a remuneração porque neste caso<br />

existe o compromisso de um apresentar a empresa<br />

e o outro de se dar a conhecer. Importante: o<br />

candidato não tem a obrigatoriedade de trabalhar!<br />

Deve, no entanto, de ter em conta que em caso<br />

de acidente a empresa onde este ocorreu não é<br />

responsável pelos danos, mas sim o seguro da empresa<br />

onde o candidato trabalha actualmente.<br />

Por sua vez, se uma empresa convida um candidato<br />

a trabalhador para uma Probetages (dia-de-prova)<br />

esta tem de pagar o dia ao candidato.<br />

Se não foi acordado inicialmente um valor a pagar<br />

(por escrito). A empresa tem que pagar o ordenado<br />

base equivalente ao sector e região.<br />

Acontece frequentemente que a empresa contratante<br />

deseja apenas pagar as despesas de deslocação<br />

e subsidio de alimentação. Isto só é possível<br />

se comunicou antecipadamente por escrito e com o<br />

consentimento do candidato. Se assim não acontecer<br />

o candidato tem o direito ao pagamento do dia de<br />

trabalho por completo.<br />

Na eventualidade de o candidato sofrer um acidente<br />

de durante o Probetag é o seguro da empresa onde<br />

este ocorreu que cobre as despesas de tratamento e<br />

reabilitação, mesmo para aqueles que não tenham<br />

sido pagos.<br />

Não aceite convites que não possa usar como prova<br />

ou seja só por escrito e não assine nada que<br />

não entenda, porque como diz o povo, “palavras<br />

leva-as o vento”.


SOCIEDADE<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

9<br />

Sessão em Altstteten realizada em 29 de Agosto<br />

“Conversas à volta da Ritalina, da<br />

Hiperatividade e da Escola”, agora<br />

em Dübendorf e em Regensdorf<br />

Depois das sessões realizadas em Agosto em Schlieren<br />

e Altstetten, o grupo de voluntários do Projecto “UNI-<br />

DOS – Portugueses para Portugueses” organizará no<br />

final do mês de Outubro outras duas sessões destinada<br />

à Comunidade Portuguesa residente em Dübendorf e<br />

Regensdorf.<br />

Estas sessões serão moderadas pela Psicóloga Sandra<br />

Guerra, onde se pretende discutir este fenómeno cada<br />

vez mais frequente no contexto escolar, bem como possibilidades<br />

de melhoria da parceria entre a escola e os pais<br />

para benefício do rendimento escolar dos seus filhos.<br />

Nas sessões já realizadas a troca de experiências directa<br />

ou indirectamente relacionadas com a Hiperatividade e<br />

a toma da Ritalina foi bastante interessante e produtiva,<br />

bem como a apresentação de diferentes pontos de vista<br />

acerca do problema, nomeadamente a sua relação com o<br />

funcionamento escolar e familiar ou a complexidade do<br />

processo de diagnóstico.<br />

De realçar a vontade dos presentes em continuar a discutir<br />

este assunto em sessões futuras, pelo que julgamos<br />

fazer todo o sentido continuar a levá-lo a outras localidades<br />

do Cantão de Zurique. Como tal, estão a ser agendadas<br />

também mais duas sessões que decorrerão no mês<br />

de Novembro.<br />

Mas entretanto não falte às sessões em Dübendorf (21<br />

de Outubro, às 16h00 no FZ Tatzelwurm) e em Regensdorf<br />

(25 de Outubro, às 18h45 na Creche Magia do Saber)<br />

que estão a ser organizadas para SI. E traga consigo<br />

outros pais!


10 Lusitano<br />

SAÚDE<br />

A Organização Mundial da Saúde<br />

OMS alerta sobre a depressão<br />

A Organização Mundial de Saúde chama à atenção das pessoas sobre a depressão e informa que a<br />

depressão tem tratamento. O primeiro passo é o diagnóstico precoce e conversar sobre o assunto,<br />

feito isso, evitará o agravamento da doença, as suas consequências e o número de casos crónicos.<br />

ZUILA MESSMER<br />

A depressão afecta pessoas<br />

de todas as idades e de todos<br />

os estilos de vida, podendo<br />

até interferir na capacidade<br />

de se realizar tarefas simples<br />

do dia-a-dia.<br />

Segundo estatística da OMS,<br />

o número de casos no mundo<br />

aumenta continuamente.<br />

Entre 2005 e 2015 houve<br />

acréscimo de 18%, o que<br />

equivale a 4.4% da população, ou seja, mais de 300 milhões de<br />

pessoas. O agravante é o número de suicídios que chega a 800<br />

mil casos e é apontado como a segunda causa de morte entre<br />

jovens de 15 a 29 anos.<br />

Estudos afirmam que “se houver melhor compreensão sobre<br />

a doença, como prevenir e tratar, reduzirá o problema e haverá<br />

um maior número de pessoas que procurarão tratamento”.<br />

Sabe-se que, menos da metade delas recorrem à ajuda médica,<br />

isso acontece devido a falta de recursos, de profissionais,<br />

do preconceito social, dos transtornos mentais e das falhas no<br />

diagnóstico.<br />

A tristeza e a depressão possuem características comuns, mas<br />

são sentimentos diferentes.<br />

A tristeza tem momentos para chegar (motivos concretos, dia,<br />

hora, local). Sair dela é um processo natural. Já a depressão<br />

não acontece assim, e às vezes, nem mesmo tem razões para<br />

surgir. A pessoa tem um sentimento de perda, mas nem sempre<br />

sabe ou entende o que perdeu. A situação agrava-se devido à<br />

proporção com o qual se vive essa emoção. Quanto mais tempo<br />

demorar para procurar ajuda, mais complexo fica o caso,<br />

havendo comprometimento físico e emocional.<br />

Sintomas de depressão:<br />

- Baixa auto-estima, sentimento de inferioridade, pessimismo,<br />

tristeza, interpretação distorcida da realidade, falta de perspectivas<br />

e esperanças para si, os outros e o mundo. Ideias<br />

frequentes de culpa, inutilidade, ruína e fracasso.<br />

- Irritabilidade, ansiedade e angústia. Desânimo, cansaço fácil<br />

e necessidade de grande esforço para fazer as coisas. Diminuição<br />

ou incapacidade de sentir alegria e prazer em actividades<br />

antes consideradas agradáveis. Desinteresse, Indecisão, medo,<br />

insegurança, desespero, desamparo e vazio.


SAÚDE<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

11<br />

Atenção: A pessoa pode desejar morrer e planear uma<br />

forma de suicídio.<br />

- Dificuldade de concentração, raciocínio lento, esquecimento.<br />

- Diminuição da libido (pode manter actividade sexual, porém<br />

não prazerosa como o habitual).<br />

- Dores e indisposição no corpo sem justa causa - dor de<br />

barriga, má digestão, azia, diarreia, prisão de ventre, flatulência,<br />

tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça, sensação<br />

de corpo pesado e pressão no peito.<br />

– Distúrbios no sono. Insónia ou sono superficial com múltiplos<br />

despertares nocturno, ou aumento excessivo do sono<br />

- sonolência constante.<br />

– Perda ou aumento do apetite e do peso.<br />

A ciência constata que, alterações em algumas substâncias<br />

bioquímicas do organismo, como a serotonina e a noradrenalina,<br />

influenciam no aparecimento da depressão, isto porque<br />

são elementos neurotransmissores, encarregados da<br />

comunicação entre os neurónios e o lobo cerebral responsável<br />

pelas emoções, sistema chamado límbico.<br />

Segundo Sigmund Freud, o pai da psicanálise, a tristeza é<br />

uma reacção normal diante de uma perda, quer seja de um<br />

ente querido ou de alguma coisa, mas que se supera com o<br />

passar do tempo. Já a depressão é uma tristeza profunda,<br />

melancólica, com características patológica e comprometimento<br />

da auto-estima, que manifesta-se com uma auto recriminação,<br />

um sentimento de culpa, flagelo e auto punição,<br />

destacando assim a principal diferença entre as ambas.<br />

A grande prevenção da depressão está em conhecer-se e<br />

compreender-se bem, porque os problemas e frustrações<br />

afectam as emoções. Caso não se consiga administrar bem<br />

esses sentimentos, surgem mecanismos de defesa que podem<br />

transformar-se em neurose ou depressão, levando o<br />

indivíduo à sofrer calado e a recolher-se em seu mundo interior,<br />

na busca de fugir do infortúnio.<br />

O diagnóstico e tratamento da depressão têm avançado significativamente<br />

nos últimos tempos. A doença deixou de ser<br />

considerada uma fragilidade humana e passou a ser referida<br />

pelas entidades internacional como o mal do século, portanto,<br />

uma doença que deve ser tratada.<br />

O tratamento básico da depressão é psicoterapêutico e medicamentoso.<br />

O psicoterápico consiste em levar a pessoa a compreender<br />

as razões de seus problemas, tristeza e depressão e daí sair<br />

delas. Os medicamento, dosagem e o tempo de ingestão dos<br />

remédios são conforme a complexidade de cada caso.<br />

Vale informar que, o apoio dos familiares e amigos são de<br />

suma importância na recuperação do paciente, pois o ajudará<br />

a sair da crise com mais rapidez trazendo-o de volta à sua<br />

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12 Lusitano<br />

DESPORTO<br />

O meu objectivo era<br />

ganhar todos os jogos e<br />

subir de divisão<br />

Miguel Loureiro<br />

Novo treinador da equipa sénior do<br />

Centro Lusitano de Zurique, Miguel<br />

Loureiro actualmente com 28 anos<br />

natural da Figueira da Foz a viver<br />

desde de 2001 na Suíça, assumiu<br />

este cargo no regresso do Centro<br />

Lusitano de Zurique à 3ª Liga.<br />

JORGE MACIEIRA<br />

Lusitano de Zurique - Chegaste<br />

ao nosso clube esta época, queres<br />

contar-nos como surgiu o convite<br />

e o que te fez aceitar este desafio?<br />

Miguel Loureiro - O presidente do Lusitano,<br />

o Armindo Alves, fez-me o convite<br />

e depois de pensar um pouco aceitei a<br />

proposta, sempre quis treinar uma equipa<br />

sénior e um dos motivos principais e por ser<br />

um clube português e quero ajudar a chegar<br />

ao mais longe possível.<br />

LZ - Chegaste ao Centro Lusitano<br />

para substituir Hugo Barreiros que<br />

subiu esta equipa da 4ª Liga á 3ª<br />

Liga. Qual o teu primeiro impacto<br />

aquando da tua chegada ao clube?<br />

ML - Foi bastante surpreendente com a<br />

qualidade de jogadores que já havia no<br />

plantel, um pouco desiludido com a disciplina<br />

que havia na equipa, mas agora com<br />

cerca de um mês de trabalho já se nota a<br />

diferença nesse aspecto e estou contente<br />

por essa mudança e com o futuro chegará<br />

ao ponto que quero.<br />

LZ - Apesar de alguns condicionalismos<br />

onde achas que podemos<br />

melhorar?<br />

ML - Há sempre aspectos que se podem<br />

mudar, por exemplo alguns métodos de trabalho<br />

na formação, em relação à equipa sénior<br />

estou bastante satisfeito e espero que<br />

assim continue.<br />

LZ - Até onde achas que o clube<br />

pode chegar? O que podemos esperar<br />

do Centro e do seu futebol?<br />

ML - Isto depende a mentalidade dos jogadores<br />

onde eu e o meu adjunto vamos<br />

trabalhar isso, porque por mim e o meu adjunto<br />

era subir a 2ª Liga. Um bom exemplo<br />

foi a exibição na taça contra a equipa da<br />

Sérvia da 2ª Liga onde os dominamos por<br />

completo.<br />

LZ - Esta é a tua primeira<br />

experiência como treinador sénior,<br />

como te sentes?<br />

ML - Para mim sinceramente não há grande<br />

diferença, pois já treinei equipas de Juniores<br />

A com grandes exigências. A única grande<br />

diferença e que nesta equipa vou treinar homens<br />

em vez de jovens adolescentes.<br />

LZ - A tua carreira tem sido nas<br />

equipas de formação do FC United,<br />

onde vais continuar também como<br />

vai ser conciliar os dois cargos?<br />

ML - Como treinador sinto-me bastante<br />

contente por me ser permitido esta oportunidade,<br />

com ajuda dos meus treinadores<br />

adjuntos será possível e sem qualquer problema<br />

dar o máximo em cada equipa.<br />

LZ - O que achou dos jogos amigáveis<br />

e as suas exibições?<br />

ML - Os jogos amigáveis foram bastantes<br />

bons, pois eu não avalio pelo resultado mas<br />

sim pelas exibições, pois quando chegamos<br />

ao jogo da taça relativamente toda a equipa<br />

sabia o que fazer. Deu para avaliar e conhecer<br />

todo o plantel que tinhas as minhas ordens,<br />

resumindo foram bastante positivos<br />

LZ - Qual o objectivo da equipa<br />

para esta temporada?<br />

ML - O meu objectivo era ganhar todos os<br />

jogos e subir de divisão, o departamento<br />

desportivo deu-me o objectivo da manutenção<br />

mas para mim tem que ser ganhar<br />

os jogos todos. Infelizmente perdemos o<br />

primeiro jogo contra o FC United ZH injustamente<br />

onde o “homem do apito” não foi o<br />

melhor em campo.<br />

LZ - Que mensagem deixas aos leitores?<br />

ML - Aos leitores deixo uma enorme mensagem<br />

de tentar mudar a mentalidade portuguesa<br />

em relação ao futebol devido à<br />

mentalidade, virem-nos apoiar nos jogos e<br />

ajudarem a mudar o rótulo de portugueses<br />

“indisciplinados” sem criticar os jogadores,<br />

árbitros e adeptos. O Lusitano é um representante<br />

dos portugueses e como somos<br />

um grande número na Suíça devíamos ser<br />

mais unidos e nos ajudarmo-nos uns aos<br />

outros.


DESPORTO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

13<br />

CALENDÁRIO DESPORTIVO<br />

Juniores A<br />

22.10.<strong>2017</strong> 15:00H<br />

FC Regensdorf b vs Centro Lusitano Zurich<br />

JORGE MACIEIRA<br />

Seniores<br />

15.10.<strong>2017</strong> 12:00H<br />

FC Kilchberg-Rüschlikon vs Centro Lusitano<br />

Zurich<br />

22.10.<strong>2017</strong> 16:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Engstringen<br />

29.10.<strong>2017</strong> 11:00H<br />

FC Oetwil-Geroldswil vs Centro Lusitano<br />

Zurich<br />

05.11.<strong>2017</strong> 16:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Kosova<br />

12.11.<strong>2017</strong> 10:00H<br />

FC Blue Stars ZH vs Centro Lusitano Zurich<br />

Veteranos<br />

13.10.<strong>2017</strong> 20:30H<br />

FC Wädenswil vs Centro Lusitano Zurich<br />

21.10.<strong>2017</strong> 16:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs Racing Club ZH<br />

28.10.<strong>2017</strong> 16:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Red Star ZH<br />

03.11.<strong>2017</strong> 20:00H<br />

FC Horgen vs Centro Lusitano Zurich<br />

4.Liga Feminina<br />

15.10.<strong>2017</strong> 14:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Italia Zurigo<br />

22.10.<strong>2017</strong> 12:00H<br />

FC Blue Stars ZH vs Centro Lusitano Zurich<br />

29.10.<strong>2017</strong> 14:00H<br />

Centro Lusitano Zurichvs Zürisee United<br />

05.11.<strong>2017</strong> 14:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Lachen/Altendorf<br />

29.10.<strong>2017</strong> 16:00H<br />

Centro Lusitano Zurichvs FC Schwamendingen b<br />

05.11.<strong>2017</strong> 10:00H<br />

SV Seebach ZH vs Centro Lusitano Zurich<br />

Juniores B<br />

28.10.<strong>2017</strong> 14:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Adliswil<br />

04.11.<strong>2017</strong> 15:30H<br />

FC Langnau a/A vs Centro Lusitano Zurich<br />

11.11.<strong>2017</strong> 16:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs SV Seebach ZH<br />

Juniores C<br />

21.10.<strong>2017</strong> 10:00H<br />

FC Zürich Frauen C-Talents vs Centro Lusitano Zurich<br />

28.10.<strong>2017</strong> 14:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs SV Höngg b<br />

04.11.<strong>2017</strong> 12:00H<br />

FC Kosova vs Centro Lusitano Zurich<br />

Juniores D<br />

21.10.<strong>2017</strong> 11:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Srbija ZH<br />

28.10.<strong>2017</strong> 13:30H<br />

FC Wiedikon ZH vs Centro Lusitano Zurich<br />

Juniores E<br />

28.10.<strong>2017</strong> 11:00H<br />

Centro Lusitano Zurich vs FC Bosna Zürich<br />

04.11.<strong>2017</strong> 12:30H<br />

Benfica Clube de Zurique vs Centro Lusitano Zurich


14 Lusitano<br />

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RECANTOS CRÓNICA<br />

HELVÉTICOS<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

15<br />

Texto e foto:<br />

Maria dos Santos<br />

No domingo dia 24.09.<strong>2017</strong> confesso que<br />

me levantei algo ansiosa! Depois de verificar<br />

como cada manhã o tempo que iria fazer, dei<br />

comigo a pensar como resolver a ansiedade<br />

que me consumia as boas energias.<br />

Isto porque a população Suíça, iria decidir se<br />

nós mulheres teríamos que trabalhar até aos<br />

65 anos. Estava e estou contra esta lei, que<br />

finalmente acabou por ser chumbada.<br />

Respirei fundo e comecei a programar, como<br />

comemorar tal “vitória“.<br />

Escolhi então um percurso, que me iria levar<br />

até Furka. O trajecto tinha o nome de “Nostalgia”<br />

era aliciante e estava desejosa de o<br />

conhecer. Pois no fundo era o que procurava<br />

para equilibrar as emoções.<br />

Às 05:30 da manhã o comboio que me levava<br />

até Interlaken, estava repleto de gente.<br />

Uns para o trabalho, outros para a escola, e<br />

alguns com grandes malas…férias nas bagagens,<br />

ou quiçá de regresso ao País dos chocolates.<br />

Na estação de Interlaken esperava-me o último<br />

exemplar do Autocarro Postal Alpino.<br />

Existem apenas três exemplares em toda a<br />

Confederação. Senti-me algo mimada por<br />

poder entrar e viajar nele.<br />

Fomos então até Grindelwalden, onde já fui<br />

muito feliz com direcção ao Grosse Scheidegg<br />

e tudo feito por uma estrada privada estreitíssima,<br />

que de vez enquanto me davam<br />

arrepios, principalmente nas curvas. Mas a<br />

experiência dos mais de 40 anos do motorista,<br />

deixaram-me após algumas horas tranquila.<br />

Chegávamos assim a Grimsel, onde a<br />

neve nos deu a primeira saudação e os 30<br />

passageiros do autocarro antes de descerem,<br />

para admirarmos a paisagem do outro<br />

mundo, aplaudiram o chofer, que nos respondeu<br />

apenas com um sorriso.<br />

Depois de um requintado almoço e muitas fotografias<br />

nas câmaras fotográficas, partimos<br />

direcção Oberwalde, onde um comboio a vapor<br />

nos iria levar até Realp, na província de Uri.<br />

A locomotiva com mais de 100 anos, ali estava<br />

imponente, brilhava em cada angulo e<br />

os maquinistas bem trajados, ultimavam os<br />

detalhes para que nós pudéssemos desfrutar<br />

de um esplêndido passeio na subia a este<br />

Alpe Suíço. O depósito de carvão ardia e o<br />

calor era insuportável. Um enorme tubo de<br />

água enchia também o depósito, perante o<br />

olhar sorridente de centenas de pessoas.<br />

Fecharam tudo, controlaram as pressões<br />

e lá arrancamos nós, até aos 2.160 metros<br />

de altitude. Um passeio digno dos anos 50…<br />

faltou-me um traje da época para me sentir<br />

uma pessoa daqueles anos, onde o estilo de<br />

vida nada tem a ver com a nossa era. A simpatia<br />

daqueles mais curiosos em ver passar<br />

esta locomotiva e respectivos vagões utilizados<br />

há mais de 100 anos, foi de tirar o<br />

chapéu. Um adeus, um sorriso, um aplaudir<br />

um beijinho enviado através de um simples<br />

gesto foi o bastante para nos sentirmos sortudos,<br />

pois nem todos, podem usufruir de tal<br />

viagem, que no fundo e pensando bem nem<br />

é muito cara.<br />

Regresso à base, onde o nosso autocarro<br />

Postal Alpino nos esperava, com os seus 594<br />

mil quilómetros, feitos apenas e só nas estradas<br />

de montanha. Agradeço a todo o grupo<br />

que me recebeu de braços abertos e que ao<br />

longo das mais de 10 horas que juntos passamos,<br />

sorrimos, trocamos ideias, falamos<br />

das nossas raízes do projecto integração,<br />

que é tão necessário e importante para se<br />

viver aqui. Brindamos ao facto da Suíça, ter<br />

um projecto de restauração e conservação<br />

de um património cultural ancestral, digno<br />

de cada cidadão. Afinal o que é velho, pode<br />

muito bem nos fazer felizes, caso o saibamos<br />

cuidar e defender.<br />

De regresso a casa com as baterias carregadas<br />

e pronta para enfrentar mais uma<br />

semana de trabalho, deixo-me adormecer<br />

despreocupada e com a moleirinha plena de<br />

mágicos passeios na minha grande aliada,<br />

que é a natureza.


16 Lusitano<br />

Pedro Passos Coelho<br />

OPINIÃO<br />

Perdeu completamente a noção<br />

De parvoíce em parvoíce, e com a derrota certa que se adivinha<br />

nas autárquicas que se avizinham, Passos Coelho agarrou-se aos<br />

fogos florestais, prestando-se ao já célebre e absolutamente degradante<br />

papel que a história dos suicídios que não aconteceram<br />

lhe proporcionaram, fazendo novo favor a Costa. Apesar da péssima<br />

actuação do governo, durante calamidade que se abateu sobre<br />

o país durante este Verão quente, Costa escapou quase ileso, em<br />

larga medida graças ao seu desorientado adversário.<br />

Fotografia: Lusa<br />

por João Mendes<br />

Como diz a sabedoria popular, é cada tiro, cada melro. Primeiro foi<br />

a fase do Calimero e da negação da democracia representativa. O<br />

resultado foi uma fuga para a direita e o início de uma sucessão de<br />

quedas em todos os estudos de opinião, que se continua a agravar<br />

até hoje.<br />

Depois vieram as profecias da desgraça, com sanções, resgates e<br />

ritmos venezuelanos à mistura. Porém, à medida que os números<br />

o começaram a tramar, o discurso inverteu-se e afinal era tudo<br />

herança dele, apesar de ter passado meses a afirmar que a Geringonça<br />

tinha destruído a tal herança e que vinha aí a grande catástrofe.<br />

Uma anedota completa. De Calimero passa a ser alvo de<br />

chacota, para além de se transformar na melhor coisa que poderia<br />

ter acontecido a António Costa: uma oposição fraca, liderada por<br />

um líder que não passa uma semana sem meter os pés pelas mãos.<br />

Depois veio o Ventura, mais a xenofobia, a pena de morte e as castrações<br />

químicas. O CDS-PP virou-lhe costas em Loures, Passos<br />

ficou isolado com um candidato que recebe elogios do PNR, para<br />

depois ser acusado – e com alguma razão – de roubar o discurso<br />

aos nacionalistas, vozes respeitáveis do partido, como a de Feliciano<br />

Barreiras Duarte, ergueram-se para dizer “basta”, e, dizem<br />

as sondagens, a aposta de Passos no populismo primário e na demagogia<br />

barata bateu no poste.<br />

Agora virou-se para um relatório das secretas que afinal não foi<br />

feito pelas secretas e que causou um grande embaraço ao Expresso.<br />

O que virá a seguir? O fantasma de Mário Soares feito com a<br />

CIA para o assassinar? Comunistas a comer as crianças dos colégios<br />

com contrato de associação ao pequeno-almoço? As irmãs<br />

Mortágua a impingir a mudança de sexo aos convivas de Castelo<br />

de Vide? O Arménio Carlos e o Mário Nogueira a liderar o genocídio<br />

do patronato? Ninguém sabe. Mas sabemos, quem quiser<br />

ver, claro, que Pedro Passos Coelho perdeu completamente a noção.<br />

E que está a arrastar consigo o PSD, que não sairá do lamaçal<br />

tão cedo, mesmo que corram com este bizarro líder já no dia 1 de<br />

Outubro. Já teve a sua piada, mas agora tornou-se preocupante.<br />

Portugal precisa de uma oposição séria e construtiva, não de uma<br />

ane dot a na cional , se m p é s , c ab e ç a , id eias ou n o ç ã o do r idículo.<br />

- in www.aventar.pt<br />

A extrema-direita<br />

agora no coração da Europa<br />

por Nicolau Santos (*)<br />

As eleições alemãs trouxeram um cenário que parecia ter sido<br />

afastado depois das pugnas eleitorais na Áustria, Holanda e França:<br />

o regresso em força da extrema-direita ao panorama político<br />

europeu. Com efeito, a espectacular votação conseguida pela<br />

Alternativa para a Alemanha (AfD) leva, pela primeira vez no pós<br />

II Guerra Mundial, um partido xenófobo, racista e violentamente<br />

antieuropeu a sentar 94 deputados (!) no parlamento germânico.<br />

E esta não foi a única má notícia.<br />

Angela Merkel conseguiu a sua quarta vitória em eleições legislativas,<br />

o que é seguramente um feito. Mas é o seu terceiro pior<br />

resultado (32,9% e 239 deputados) e um dos piores do seu partido,<br />

a CDU, coligada com a CSU. Mais complicado, o SPD, o outro<br />

grande partido alemão, afundou-se, tendo ficado com 20,6% dos<br />

votos e 146 deputados. Por outras palavras, o centro, que tradicionalmente<br />

tem governado a Alemanha desde o fim da Guerra,<br />

está claramente em perda. E está em perda, no caso de Merkel,<br />

devido à sua política de acolhimento dos imigrantes e ao seu apoio<br />

aos resgates financeiros dos países do euro. Ou seja, dois dos principais<br />

valores em que assenta a União Europeia (direitos humanos<br />

e solidariedade) estão a deixar de ser populares na Alemanha.<br />

Ainda por cima, os liberais, candidatos a ser um dos parceiros do<br />

necessário governo de coligação, regressaram ao parlamento depois<br />

da derrota de 2013 com um discurso muito crítico das políticas<br />

de resgate e de imigração, no que foi visto como uma tentativa<br />

de roubar eleitorado AfD, mas que aproximou o discurso do FDP<br />

do da extrema-direita.<br />

Digamos, pois, que as forças críticas da construção europeia e da<br />

solidariedade com os países do sul regressaram em força nesta<br />

eleição. E o caso é bastante mais complicado porque 1) a situação<br />

se verifica no país mais importante da União Europeia 2) é provável<br />

que as linhas base do discurso do FDP e da AfD venham a obrigar<br />

Merkel a tornar-se mais distante e crítica da União Europeia.<br />

A incerteza decorrente destas eleições já se manifestou hoje nos<br />

mercados, quer na bolsa, quer através do enfraquecimento do<br />

euro. É normal que tal aconteça, porque os investidores detestam<br />

a incerteza e a imprevisibilidade. E o regresso a uma certa normalidade<br />

só ocorrerá quando o governo estiver formado e quando a<br />

chanceler alemã der sinais claros de qual vai ser, a partir de agora,<br />

o seu posicionamento em relação à União Europeia, à moeda única<br />

e aos outros Estados membros. Por outras palavras, mais que<br />

nunca, a Europa precisa de uma líder forte e coerente, que não abdique<br />

das suas ideias e que saiba resistir à pressão que o discurso<br />

da extrema-direita está a testar no seu país.<br />

- in Expresso Diário, 25/09/<strong>2017</strong>)


OPINIÃO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

17<br />

As estrelas<br />

da fama<br />

Nesta foto, o Belcanto, de<br />

José Avillez apresenta-nos<br />

um “Cozido à Portuguesa”<br />

PEDRO BARROSO<br />

O AUTISMO<br />

GASTRONÓ-<br />

MICO ASSIM,<br />

ELITISTA E<br />

CIRCULAR,<br />

SATURA E<br />

CONFUNDE.<br />

Ao recusarem as estrelas do guia<br />

Michelin, vários chef’s (Karen<br />

Keygnaert, Bernard Loiseau, Fredrick<br />

Dhooghe...) ganharam o meu<br />

profundo apreço.<br />

É um mundo falso, cínico e corporativo,<br />

onde alguns lóbis se cruzam,<br />

num trajecto melífluo e complexo<br />

de influências e benefícios. Uns<br />

mais suspeitos, outros evidentes...<br />

Ok. São belíssimos artistas, investigadores<br />

exímios e luxuosos,<br />

criativos dos sabores invulgares e<br />

das combinações mais delicadas.<br />

São pintores de pratos em arte,<br />

extravagância e delírio. Pronto.<br />

Ganharam a taça da sobranceria<br />

e do snobismo. Ganharam o campeonato<br />

da presunção e - por que<br />

não? - do palato circense. Parabéns,<br />

portanto.<br />

São espaços onde até se come, por<br />

vezes, razoavelmente bem.<br />

De vez em quando experimento,<br />

por encargo ou convite. Por casualidade<br />

ou derivada culpa. Celebração<br />

ou obséquio. Acontece.<br />

Nunca saí completamente feliz.<br />

Lamento.<br />

Tal como os detestáveis concursos,<br />

tão na moda, também aqui se imprime<br />

à gastronomia alta pressão<br />

e inusitado stress; onde deveria<br />

haver convívio e paz. Frieza; onde<br />

exijo calor. Distância; onde quereria<br />

proximidade. Altivez; onde desejava<br />

comunhão.<br />

Ide portantissimamente badamerda,<br />

eis o que devem ter decidido<br />

os saturados chef’s. Fizeram bem.<br />

Fizeram óptimo.<br />

Claro que há vantagens em termos<br />

alguma orientação de estilos<br />

e sabores, quando buscamos um<br />

jantar fora de certa extravagância<br />

e devaneio. Mas. Cozinhar deve<br />

ser prioritariamente um gosto,<br />

um divertimento, um acto de prazer.<br />

Nunca uma competição de<br />

estrelas. Ainda por cima sujeita a<br />

classificações sem vídeo árbitro,<br />

determinadas por deuses desconhecidos<br />

e arvorados de uma superior<br />

infalibilidade. Muitas vezes<br />

escondendo interesses inconfessáveis.<br />

Um dia explico.<br />

Comer é um momento de reconciliação<br />

com a vida e a sua exigência.<br />

O cansaço e a perda exigem-nos<br />

a compensação e o gosto de um<br />

breve estar entre amigos. Negociar,<br />

celebrar, admirar, encantar-<br />

-se, apaixonar-se – eis actividades<br />

complementarmente muito toleráveis<br />

para estarmos a mesa. Mas<br />

haja prioridade absoluta ao sabor;<br />

humano, étnico, cultural e ancestral.<br />

Estar ali é uma forma de estar<br />

vivo. Estamos ali para comer. Preferentemente<br />

bem. Forma e conteúdo.<br />

E supostamente, gostar.<br />

Esse prioritário entendimento não<br />

parece constar, nem na ácida e<br />

tensa elaboração, nem da tal posterior<br />

semântica na avaliação classificativa.<br />

O autismo gastronómico assim, elitista<br />

e circular, satura e confunde.<br />

O nível de ansiedade exigido impede<br />

o gosto de apurar as coisas<br />

com o temple e o tempo de dar<br />

prioridade ao lenho da história,<br />

em vez do complexo laboratório<br />

da vaidade. Ao elevarem a fasquia<br />

na estratosfera dos sabores, todos<br />

agradecemos, desvanecidos. Mas<br />

no meu caso, depois de experiências<br />

várias e difusas, sempre senti<br />

estes génios astrais completamente<br />

afastados dos gostos, dos apetites,<br />

da saciedade e do gozo pleno,<br />

do prazer absoluto e godo – talvez<br />

celta…- de estar à mesa.<br />

Ditadores exímios de conceito.<br />

Sem direito a contraditório. Cometas.<br />

Pois bem. Derramemos vinho na<br />

toalha. Ponhamos útil babete no<br />

peito. Chuchemos o osso e a cabeça.<br />

Chupemos o tutano. Porra.<br />

Dêem-me festa.<br />

Que se erga no ar, depois, o genuíno<br />

cante corso, grego, bávaro ou<br />

alentejano. Siga o gosto na panela<br />

dos avós, sff. A estrela máxima<br />

do meu neurónio palatal vai para o<br />

apuro, a amizade e a sábia sapidez<br />

das coisas simples e apuradas.<br />

Palmas sinceras e muito solidárias<br />

aos recusativos chef’s.<br />

Honra lhes seja feita. De pneus já<br />

eu estou farto.


18 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

A política fora da lei.<br />

CARLOS MATOS GOMES<br />

Coronel de Cavalaria.<br />

Condecorado com as medalhas<br />

de Cruz de Guerra<br />

de 1ª e de 2ª Classe.<br />

Pertenceu à primeira Comissão<br />

Coordenadora do<br />

Movimento dos Capitães<br />

na Guiné. Foi membro da<br />

Assembleia do MFA. É<br />

escritor.<br />

A propósito da Catalunha, a questão é relativamente<br />

simples de descrever: o presidente<br />

do governo local , a generalitat, entendeu convocar<br />

um referendo para colocar a questão da<br />

independência da Catalunha e a sua separação<br />

da Espanha, o estado de que constitucionalmente<br />

faz parte.<br />

A Espanha é um estado de direito, regido pela<br />

lei, da qual a mais importante é a Constituição.<br />

A Constituição espanhola, gostem ou não os<br />

catalães, não admite referendos que ponham<br />

em causa a unidade do estado. O Supremo Tribunal<br />

espanhol, que tem funções constitucionais,<br />

declarou o referendo ilegal. Em conformidade<br />

com esta sentença, o procurador-geral<br />

de Espanha determinou a utilização dos meios<br />

necessários do Estado espanhol para impedir a<br />

desobediência à lei. O Estado espanhol, como<br />

faz qualquer estado perante uma previsível<br />

desobediência às leis, mandou polícia e instrumentos<br />

de exercer a sua soberania. Além disso<br />

invocou a lei para prevenir o presidente da generalitat<br />

dos crimes de que o acusaria: desobediência,<br />

desvio de fundos públicos e prevaricação.<br />

Esta é a posição do governo de Espanha.<br />

O governo da Catalunha ou acata a lei ou se<br />

coloca fora da lei. Se acata a lei, não realiza o<br />

referendo, se não acata sujeita-se às penalidades<br />

previstas na lei. Existe uma terceira alternativa:<br />

a rebelião, o uso da violência para atingir<br />

os seus objectivos.<br />

O governo da Catalunha tem todo o direito de<br />

se declarar em rebelião e lutar pelo sagrado direito<br />

à libertação do seu povo, à autodeterminação,<br />

à independência, a colocar-se à frente<br />

do povo e tomar o seu destino em mãos, em<br />

libertar-se do estado opressor (no entanto um<br />

estado de direito) com sede em Madrid, mas<br />

tem o dever de, violando a lei para lutar por<br />

um novo direito, correr os riscos e os sofrer os<br />

sacrifícios que as rupturas exigem.<br />

O que o governo da Catalunha não pode querer<br />

é, ao mesmo tempo, colocar-se contra a lei<br />

para atingir um objectivo e fazer-se de vítima<br />

da violência dos que estão obrigados a fazê-la<br />

cumprir, para não ter de correr os riscos de lutar<br />

por aquilo que pretende. Chama-se a esta<br />

técnica fazer de Calimero, o pobre infeliz, choramingas<br />

e manhoso, que se queixa de sofrer<br />

as violências e as maldades sem ter nenhuma<br />

culpa. Os catalães e os seus chefes não podem,<br />

sem hipocrisia, lamentar-se por não lhes<br />

ser concedido um bem desejado, mas pelo qual<br />

não tem coragem para se bater, nem ânimo<br />

para se sujeitar aos sacrifícios que ele acarreta.<br />

Alguns comentadores têm afirmado: coitadinhos<br />

dos catalães, desobedecem, é certo, mas<br />

era escusado mandar-lhes a polícia, os tribunais,<br />

bastava deixá-los desobedecer. Não é<br />

politicamente acertado o exercício da força.<br />

Assim os catalães, além de marginais, ficam<br />

também mais acirradamente independentistas.<br />

Talvez esta ladainha seja um belo pensamento,<br />

politicamente correcto, mas é perigoso contemporizar<br />

com quem viola a lei para não se<br />

tornar ainda mais exigente. É típica chantagem<br />

do extorquidor.<br />

Mas este argumento da contemporização e<br />

do excesso de força parece também levar à<br />

conclusão de que a política, a acção política,<br />

está fora da lei. Não é, como dizem os adeptos<br />

da complacência, boa política exigir que os<br />

actos políticos estejam sujeitos à lei, nem os<br />

políticos. Em nome da política, a lei pode ser<br />

impunemente violada pelos políticos. A política,<br />

como é opinião comum, já não tem boa<br />

imagem pública, não necessita que os fazedores<br />

de opinião a atestem como uma actividade<br />

fora da lei!


OPINIÃO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

19<br />

Catalunha<br />

Não hoje, mas há séculos!<br />

PEDRO BARROSO<br />

SE HOJE SO-<br />

MOS POR-<br />

TUGUESES<br />

E FALAMOS<br />

PORTUGUÊS E<br />

SOMOS UM PAÍS<br />

LIVRE E INDE-<br />

PENDENTE, HÁ<br />

QUE REFLECTIR<br />

NESSE “DETA-<br />

LHE” HISTÓRICO<br />

No tempo em que o Filipe, o III por cá e 4º em Espanha,<br />

esteve aflito entre 2 fogos ele bem tentou<br />

por não admitir perda por aqui e relaxar fogo com<br />

o velho Portugal de séculos mas decidiu concentrar<br />

esforços maiores e mais violentos no combate<br />

à sublevação catalã.<br />

Depois de algumas duras batalhas na nossa guerra<br />

da Restauração, - Montijo, Elvas, Ameixial, Cast.<br />

Rodrigo e Montes claros...- acabou por assinar-se<br />

um tratado de paz só 28 anos depois !! - já era rei<br />

o Carlos II.<br />

Portugal tem esse ónus ou divida, se quisermos,<br />

pois provavelmente, num país dominado e desfeito<br />

60 anos por tanta predação e destruição interna, a<br />

nossa espantosa resistência e apesar da evidente<br />

desorganização e minorias em combatentes, as vitórias<br />

em todas as batalhas nesta altura, beneficiaram,<br />

de certo modo dessa conjuntura, em a opção<br />

final de vida morte foi na luta concentrar-se para<br />

derrotar da Catalunha.<br />

Haja consciência disso. Se hoje somos portugueses<br />

e falamos português e somos um país livre e<br />

independente, há que reflectir nesse "detalhe" histórico,<br />

que, tantos séculos corridos, contribuiu de<br />

forma decisiva, para ainda hoje perpetuar o domínio<br />

"castelhano" sobre a terra de Catalunha.<br />

É, eu sei, matéria incómoda para esquerdas e direitas<br />

regulamentares. A Europa pede tranquilidade,<br />

O Trump argumenta que não sei quê Espanha unida.<br />

Bem sabe ele a história dos USA quanto mais<br />

a dos outros países deste velho continente, cheio<br />

de quezílias e sensibilidades nacionalistas estabilizadas<br />

em precaríssimos equilíbrios! Veja-se no que<br />

deu a remendada Jugoslávia sonhada por Tito e a<br />

quantidade de novos países nascidos, assim que se<br />

abriu porta possível.<br />

A velha Espanha, tal como existe e se construiu,<br />

sempre tem sido uma união de facto, - por vezes<br />

muito contrariada...- de povos muito distintos com<br />

cultura e línguas próprias, amada bandeira, origens<br />

diferentes e com autonomia demasiado escassa<br />

para tanta diferença visível e residualmente Nacional.<br />

Como não sentir fundo o que está a passar-se - não<br />

hoje, mas há séculos!...- na Catalunha de forma indiferente?<br />

Tenho uma enorme costela libertária e outra ...libertadora,<br />

sempre não alinhada e temerariamente<br />

livre. Decido por mim e sempre em mim estas<br />

coisas. Tenho amizades, tenho memórias próprias,<br />

actuei em Barcelona, onde fui múltiplas vezes,<br />

atravessei a Catalunha, estive em palco por 2 vezes<br />

com o Pi de la Serra... É muita coisa que me faz<br />

estar do lado catalão. E uma Espanha feiamente<br />

invasora - tal como estamos a presenciar uma vez<br />

mais, - não me parece a via do diálogo recomendável<br />

entre povos.<br />

O referendo deveria ser totalmente autorizado. E,<br />

conforme o resultado, logo se decidiam "las cosas"<br />

à mesa do futuro.<br />

Tempo de mais, já. Acho eu; que nada sei.


20 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

A DEVASSA E OS DEVASSOS<br />

AMADEU HOMEM<br />

PROFESSOR (*)<br />

(*) Ciências Comunicacionais em<br />

Instituto Superior Miguel Torga<br />

University of Coimbra e Faculdade<br />

de Letras da Universidade de<br />

Coimbra - FLUC<br />

O Alexandre, mais o Rosário, mais o resto dos<br />

mordomos que devassam Sócrates, cumprem<br />

metodicamente o desiderato de converter<br />

este Senhor, seja ele inocente ou culpado,<br />

seja ele herói ou bandido - ou até, mais provavelmente<br />

bandido-herói - num caso típico de<br />

imortalidade jurídico-mediática.<br />

Um dia, quando correr o tempo sobre esta palhaçada<br />

mega- ridícula e híper-vergonhosa, sobretudo<br />

para quem deveria apenas julgar serenamente, as<br />

actuais crianças irão dizer aos netos que viveram<br />

no tempo do processo do Senhor Sócrates, do<br />

mesmo modo que, no passado, houve quem dissesse<br />

à descendência que tinha vivido nos tempos<br />

do Emiliano Zapata ou do Arsène Lupin. O aparelho<br />

judicial português, esmiuçando Sócrates até à<br />

molécula, converte-o em bandeira, em hino, em<br />

“pin” de lapela, em figura icónica. O último desenvolvimento<br />

do caso já assume foros de inelutável<br />

demência noticiosa : quem comprou os livros do<br />

Sócrates? É a curiosidade convertida em tique e o<br />

barulho mudado em traque. Vamos imaginar que<br />

o Imortal em causa tenha pedido ao Santos Silva, à<br />

Fava, a todos os trabalhadores do Grupo Lena, aos<br />

penitenciários de todas as cadeias portuguesas,<br />

aos antigos camaradas do PS, aos pitos aos saltos<br />

que o acham bonito, aos calmeirões de duvidosa<br />

sexualidade que não o acham feio, vamos imaginar<br />

por um breve instante que isto ocorreu e que todos<br />

receberam o mandato de adquirirem, às “palettes”,<br />

o livro do dito herói. Ocorreu? E depois? Sócrates<br />

vendeu o seu papel e, supostamente, financiou a<br />

operação. E depois ? Mas qual é a consistente relevância<br />

deste facto num processo que, segundo<br />

a má língua, já vai em mais de NOVENTA grossos<br />

tomos, QUE NENHUM JUIZ IRÁ LER LINHA POR<br />

LINHA?Este dito Imortal acabará por ser julgado E<br />

CONDENADO, porque aquilo que bizantinamente<br />

dá pelo nome de Justiça lusitana necessitará imperativamente<br />

de uma condenação “exemplar”, para<br />

que ela própria não desabe , a golpe de gargalhadas.<br />

Daqui a muitos anos, ninguém saberá quem<br />

foi Rosário, quem deu pelo nome de Alexandre e<br />

quem se disse Vidal, na chefia da banda. Mas haverá<br />

pouca gente razoavelmente informada que não<br />

saiba quem foi um tal José Sócrates Pinto de Sousa,<br />

conduzido ao Olimpo da relevância pública por<br />

uma dúzia de togas malparadas.<br />

Cartão de Cidadão<br />

tem novas regras<br />

As mudanças na renovação do Cartão de Cidadão foram<br />

publicadas e entraram em vigor na segunda-feira dia 2 de<br />

Outubro.<br />

A maior novidade reside na validade do documento que<br />

passa dos cinco anos actuais ,para 10 anos, para cidadãos<br />

com mais de 25 anos. Quem ainda não tiver completado a<br />

idade continua sujeito ao sistema de renovação de cinco<br />

em cinco anos.<br />

Outra novidade positiva, porque ninguém gosta de perder<br />

tempo em lojas do cidadão e afins, é que a partir de 4 de<br />

Dezembro, já poderá renovar o documento de identificação<br />

a partir de casa.<br />

Esta medida estará disponível para cidadãos com idades<br />

entre os 25 e os 59 anos, que podem fazer a renovação a<br />

partir do Portal do Cidadão, desde que o documento ainda<br />

tenha, pelo menos, 60 dias de validade. Nesta forma de renovação<br />

apenas é possível alterar os apelidos ou a morada.<br />

Quem optar por esta via de renovação terá um desconto de<br />

10% no valor do documento.


OPINIÃO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

21<br />

SÓ HÁ<br />

CHEFES?<br />

Já não há cozinheiros?<br />

Amílcar Malhó (*)<br />

Para o Chefe Cordeiro “os jovens<br />

olham para a TV e pensam que<br />

ser Chefe de cozinha é fácil”.<br />

O gastrónomo Virgílio Gomes<br />

acha que “…há muitos chefes que<br />

gostam da exibição, do vedetismo<br />

através da cozinha”. Já o Chefe<br />

José Vinagre afirma que “um chefe<br />

terá que ser, antes de mais, um<br />

bom cozinheiro”. Auguste Escoffier<br />

(1846-1935), para resolver<br />

a anarquia então existente nas<br />

cozinhas profissionais, desenvolveu<br />

um sistema de trabalho<br />

que consistia na definição hierárquica<br />

de responsabilidades e<br />

funções. Nasceu assim a brigada,<br />

grupo de profissionais que trabalham<br />

na cozinha de forma organizada.<br />

E muito provavelmente,<br />

assim se verificou a necessidade<br />

de existir um chefe.<br />

Por muitos considerado o «maior<br />

cozinheiro de todos os tempos»<br />

é atribuída a Escoffier a definição:<br />

“o Chef é um artista, mas<br />

também administrador. É ele<br />

quem faz as compras, planeia os<br />

menus, distribui o trabalho entre<br />

o pessoal da cozinha, supervisiona<br />

a execução dos pratos e troca<br />

ideias com o chefe de mesa”. E,<br />

muito importante, acrescenta<br />

que “ele mesmo, é capaz de executar<br />

todas as tarefas que dirige”.<br />

Mesmo após tantos anos, parece<br />

fácil perceber que, afinal, não<br />

existirão assim tantos chefes. E<br />

mesmo cozinheiros…<br />

Mas vejamos o que dizem alguns<br />

dos que «também reconhecidamente»<br />

sabem do que falam:<br />

Comecemos pelo Chefe Cordeiro,<br />

que já conquistou 2 estrelas<br />

Michellin, é conhecido do grande<br />

público através dos programas<br />

Chefs’ Academy e Cook Off –<br />

Duelo de Sabores na RTP1 e que,<br />

ao restaurante Chefe Cordeiro<br />

no Terreiro do Paço em Lisboa,<br />

acaba de juntar o Porto Sentido,<br />

na cidade Invicta.<br />

“A cozinha é uma TRIBO que trabalha<br />

diariamente para servir o<br />

cliente numa profissão dura, que<br />

requer muitas horas de trabalho<br />

e abdicar de imensas coisas, sempre<br />

a pensar no objectivo de servir<br />

muito bem os clientes.<br />

Já fiz seis programas de televisão,<br />

dos quais me orgulho imenso,<br />

mas que, reconheço, podem ter<br />

surtido alguma influência negativa<br />

nos jovens portugueses.<br />

Receio o efeito imediato de pensarem<br />

que ser Chefe é fácil e, ao<br />

olharem para a tv, sonharem sem<br />

a noção do caminho árduo que<br />

tem de percorrer.<br />

Ser Chefe de Cozinha é muito<br />

mais do que ser cozinheiro.<br />

Actualmente existe um caos instalado<br />

pois 70% dos cozinheiros<br />

não sabem cozinhar os pratos da<br />

nossa cozinha portuguesa que,<br />

para mim, é a base da cozinha e<br />

da alimentação de um povo e de<br />

um país com mais de 900 anos de<br />

tradição.<br />

Comecei na cozinha tradicional<br />

portuguesa e depois tentei ser<br />

mais criativo. Ganhei duas estrelas<br />

michelin quando em Portugal<br />

as estrelas michelin eram pneus.<br />

Para mim a cozinha é o produto.<br />

Ninguém faz milagres se o produto<br />

não for de qualidade.<br />

Virgílio Gomes, gastrónomo,<br />

investigador em História da Alimentação,<br />

autor de livros como o<br />

Tratado do Petisco e das Grandes<br />

Maravilhas da Cozinha Nacional,<br />

Doces da Nossa Vida ou Dicionário<br />

Prático da Cozinha Portuguesa<br />

e muito próximo do mundo<br />

dos grandes Chefes de cozinha<br />

COMO ESCREVO<br />

EM PORTUGUÊS<br />

É SEMPRE CHEFE,<br />

SE ESCREVO EM<br />

FRANCÊS SERÁ<br />

CHEF”<br />

portugueses.<br />

“Há muito boa gente que cozinha.<br />

Há bons chefes e há ainda muitos<br />

chefes que gostam da exibição, do<br />

vedetismo através da cozinha”.<br />

Agora são todos chefes?<br />

“Não, não são todos chefes.<br />

Acontece é que alguns chefes<br />

gostam tanto da media que lançam<br />

na obscuridade todos os<br />

outros. Acredito que alguns, que<br />

também são vedetas, também<br />

saibam cozinhar”.<br />

Afinal o que é um Chefe de<br />

Cozinha?<br />

“Um chefe de cozinha é um profissional<br />

com formação ou capacidades<br />

para cozinhar mas que<br />

também sabe ser um líder de<br />

uma equipa de cozinha. Tem que<br />

estar atualizado em permanência<br />

sobre os produtos, as novas técnicas<br />

e as novas tendências dos<br />

clientes. Tem ainda que saber<br />

gerir a sua actividade. A cozinha<br />

é uma operação que deve gerar<br />

riqueza!”<br />

Em Portugal há Chefs ou Chefes<br />

de Cozinha?<br />

“Eu não sei a diferença. Para mim<br />

chefe é chefe, como escrevo em<br />

português é sempre chefe, se escrevo<br />

em francês será chef”.<br />

Chefe José Vinagre, actualmente<br />

a «Chefiar» o Restaurante Braseirão<br />

do Minho (Hotel do Minho<br />

em Vila Nova de Cerveira), um<br />

dos grandes defensores e «renovadores»<br />

da cozinha minhota é<br />

também formador na Escola Profissional<br />

Amar Terra Verde, em<br />

Vila Verde.<br />

Já não há cozinheiros?<br />

“Cozinheiros haverá sempre. Antigamente<br />

cada cozinheiro tinha<br />

um ajudante. Quando se chegava<br />

à cozinha tínhamos que ter<br />

tudo descascado, mise-in-place,<br />

só se cozinhava. Mas penso que<br />

se dava mais valor às coisas. Para<br />

conseguir uma jaleca branca eu<br />

lutei por ela.<br />

Como em tudo, há que apostar<br />

nas bases, conhecer e respeitar<br />

os produtos da terra. Reconheço<br />

que por vezes pomos tantas<br />

coisas nos pratos que depois tiramos<br />

os sabores”.<br />

Agora são todos chefes?<br />

“Ninguém é chefe quando sai da<br />

escola. Alguns jovens pensam<br />

que já são grandes profissionais<br />

mas enganam-se pois sai-se com<br />

a semente, o fruto será colhido<br />

como for semeado”.<br />

Afinal o que é um Chefe de<br />

Cozinha?<br />

“Um chefe terá que ser, antes de<br />

mais, um bom cozinheiro. E deve<br />

ter humildade, para ganhar sabedoria,<br />

porque é fundamental<br />

saber entender os seus colaboradores,<br />

ser um bom líder, e ser<br />

capaz de gerir e controlar custos,<br />

para que as empresas possam ter<br />

lucros e manter os postos de trabalho”.<br />

Em Portugal há Chefs ou Chefes<br />

de Cozinha?<br />

“Em Portugal há bons chefes,<br />

embora a moda seja chamar-lhes<br />

chefs”.<br />

(*) Jornal dos Sabores


22 Lusitano<br />

POSTAL<br />

ilustrado<br />

Caldas das Taipas<br />

Termas das Taipas<br />

por: Pedro Pastro (*)<br />

Caldas das Taipas é uma vila situada a<br />

cerca de dez quilómetros a norte de Guimarães<br />

na estrada para Braga, na margem<br />

direita do Rio Ave. Muito cedo esta<br />

localidade foi descoberta pelas suas águas<br />

sulfurosas, contribuindo para os tratamentos<br />

de reumatismo, aparelho respiratório,<br />

intestinos, fígado, entre outros, tendo sido<br />

referenciadas algumas barracas de madeira<br />

em 1779.<br />

Com o decorrer dos tempos esta instância<br />

termal veio a ser classificado como<br />

“Banhos Velhos” e “Banhos Novos”. Os<br />

Banhos Velhos são constituídos por dois<br />

corpos de balneários, que tiveram a sua<br />

remodelação em 1939, tanto no exterior<br />

como no interior, com um passadiço na<br />

ligação deste corpos. Nestas edificações,<br />

o balneário, construído em 1875, é o mais<br />

interessante devido à sua forma dodecagonal,<br />

pois possui um poço ao centro e,<br />

partindo daqui, nove salas de banhos. Esta<br />

edificação teve como ponto de interesse o<br />

aproveitamento dos restos do que foram<br />

as termas romanas.<br />

Os Banhos Novos, tiveram no ano de 1908<br />

a inauguração ao gosto de Arte Nova, e<br />

são formados por dois corpos, um central<br />

de dois pisos, ladeados por dois corpos de<br />

um só piso que em tempos albergava os<br />

banhos para os dois sexos.<br />

Coordenadas GPS: <br />

- DD.DDDDDº: 41.48770º -8.34260º<br />

- DDº MM.MMM’: N 41º 29.262’ W<br />

008º 20.556’<br />

- DDº MM’ SS”: N 41º 29’ 15.72” W<br />

008º 20’ 33.36”<br />

(*) visitarportugal.pt


OPINIÃO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

23<br />

Palácio Dona Chica<br />

Palácio da Dona Chica está<br />

“assombrado” e ameaça ruir<br />

MANUEL ARAÚJO<br />

Mesmo “assombrado”, se o Castelo fosse um Banco, de certeza já tinha sido<br />

recuperado, nem que para isso tivessem de ir buscar um exorcista a Roma.<br />

Francisca Peixoto de Sousa, a mulher que veio do Brasil até Braga<br />

sonhava um dia viver neste palácio que mandou construir, mas<br />

apesar de todos os planos e sonhos nunca aqui chegou a viver.<br />

Conhecido pelo Castelo ou Palácio de Dona Chica, é um imóvel<br />

que foi classificado de Interesse Público em 1985. Foi desenhado<br />

por um arquitecto suíço. Em 2010 o Palácio foi comprado por um<br />

empresário de Braga que tencionava restaurá-lo e abrir ali um<br />

espaço de diversão e festas, mas até hoje isso nunca aconteceu.<br />

Diz o povo, que o Castelo “nunca” irá ser concluído, pois ele está<br />

“assombrado” pelo espírito da Dona Chica, que aparece lá “vestida<br />

de branco no cimo das escadas”.<br />

Actualmente o Palácio de Francisca Peixoto de Sousa está à venda<br />

e continua abandonado. Há lixo no chão, vidros partidos, entulho<br />

e paredes que ameaçam ruir. Parte do revestimento de uma<br />

das torres está na iminência de desabar e arrastar tudo na sua<br />

passagem. É pena... pois mesmo “assombrado”, se o Castelo fosse<br />

um Banco, de certeza já tinha sido recuperado, nem que para isso<br />

tivessem de ir buscar um exorcista a Roma.


24 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

QUANTO DO CÉREBRO<br />

CONHECEMOS?<br />

NELSON LIMA<br />

Senior Researcher<br />

(Conselho Científico)<br />

Universidade do Futuro<br />

/ UNIFUTURO<br />

REVOLUÇÃO DA<br />

CONSCIÊNCIA<br />

Poucos se deram conta que hoje em<br />

dia estamos a viver uma autêntica e<br />

formidável Revolução da Consciência!<br />

Graças aos avanços científicos, temos<br />

agora um maior conhecimento<br />

sobre nós mesmos enquanto seres<br />

vivos dotados de características<br />

únicas, interagindo com mundos diferentes<br />

e enfrentando desafios<br />

nunca pensados.<br />

É uma era de revolução em várias<br />

frentes, desde a Educação à Medicina,<br />

da Biologia à Neurociência, da<br />

Filosofia à Religião. No fim deste<br />

período conturbado, o que vai ficar?<br />

Seguramente, um mundo diferente<br />

mas já rumo a novas transformações<br />

sociais e culturais profundas.<br />

Dúvidas e segredos exigem mais<br />

investigação<br />

Os neurocientistas suspeitam que apenas desbravaram<br />

cerca de 5% dos segredos do cérebro.<br />

Não obstante, os conhecimentos já adquiridos são<br />

imensos e cobrem inúmeras disciplinas.<br />

Aparentemente, a Biologia já não consegue, sozinha,<br />

explicar totalmente como funciona o cérebro.<br />

Há muitos aspectos que lhe escapam. Um<br />

exemplo, é a doença de Alzheimer. Ela continua<br />

sem solução apesar da imensa quantidade de investigações<br />

(e das constantes pistas descobertas<br />

mas que ainda não resolveram esta doença degenerativa).<br />

Foi por isso que a União Europeia e o governo dos<br />

Estados Unidos (no tempo do Presidente Obama)<br />

decidiram investir bilhões de euros e dólares em<br />

centros de pesquisa públicos e privados para acelerarem<br />

as descobertas que se tornam urgente<br />

fazer.<br />

Para compreender aquilo a que chamamos “mente”<br />

(estados, processos, eventos e possibilidades)<br />

já há neurocientistas que afirmam precisar da ajuda<br />

de outras áreas científicas para ultrapassar os<br />

obstáculos encontrados.<br />

Mas foi isso mesmo o que disse o codiretor do<br />

Centro de Neurociências da Fundação Champalinaud<br />

(Lisboa), Rui Costa, numa recente entrevista<br />

ao semanário “Expresso” (09 Set <strong>2017</strong>):<br />

“(...) o ponto de vista da complexidade (do cérebro)<br />

é tal que tem que haver outras disciplinas como a<br />

Matemática e a Física a ajudar.<br />

Não é por acaso que foi um conhecido Físico, o<br />

prof. Michio Kaku, quem escreveu recentemente<br />

um livro cujo título é “O Futuro da Mente”.


NEUROCIÊNCIA<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

25<br />

NELSON LIMA<br />

Senior Researcher<br />

(Conselho Científico)<br />

Universidade do Futuro<br />

/ UNIFUTURO<br />

Educação<br />

QUEM TERÁ DIREITO<br />

AO FUTURO?<br />

Chegamos a um ponto em que a possibilidade individual de evoluirmos já não depende tanto da “lei<br />

do mais forte” mas das “capacidades de adaptação” às exigências ambientais e culturais a que estamos<br />

cada vez mais expostos.<br />

Mesmo no passado longínquo, aquilo que nos ajudou a transformar o corpo e os comportamentos,<br />

terá sido a pressão dos elementos externos (o clima, os alimentos disponíveis, os diversos perigos,etc.)<br />

e que nos levaram a usar a crescente capacidade de evoluirmos não apenas por seleção natural.<br />

Agora, serão os mais preparados, informados, flexíveis e adaptados aos desafios atuais aqueles que<br />

irão sobreviver e avançar na evolução. Os mais fortes serão, na prática, os melhores adaptados. E<br />

isso é cultural.<br />

Não poderemos estar sós nesta luta. Os políticos e os governos têm em suas mãos um grande parte<br />

dessa responsabilidade. Deixo-vos com o título de um livro de James Canton (futurista) que sempre<br />

me agradou: “Sabe o que vem aí?”. Pensemos no futuro dos nossos filhos.<br />

https://www.facebook.com/transportes.fernandes


26 Lusitano<br />

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PARA TER BOA SAÚDE MENTAL<br />

1º Manter-se informado;<br />

2º Aprender mais;<br />

3º Trocar ideias com outras pessoas;<br />

4º Conviver com pessoas interessantes;<br />

5º Evitar o stress crónico.<br />

PARA FICAR SENIL<br />

1º Não se informar;<br />

2ª Deixar de aprender;<br />

3º Fechar-se em si próprio;<br />

4º Manter a mente fechada;<br />

5º Viver sob tensão.<br />

PARA ESTAR AQUI:<br />

NELSON LIMA<br />

Ter uma mente aberta e entender que o Facebook é um espaço<br />

de convívio e amizade. Quem não concordar, pode sair.


CRÓNICA<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

27<br />

489 páginas –<br />

2<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />

GOSTARIA DE<br />

TER FICADO<br />

MAIS TEMPO<br />

EM MÉRTOLA,<br />

EM LAGOS, EM<br />

MANTEIGAS, NA<br />

ILHA DO CORVO,<br />

PARA OUVIR OS<br />

SEGREDOS DOS<br />

SILÊNCIOS...<br />

Aventuro-me a uma segunda crónica que pretendo regular nesta janela chamada FB. O Verão<br />

passou a correr, melhor, de carro, de avião e até de barco no oceano. Em todos os intervalos<br />

escrevia, lia (outros livros), relia o meu, corrigia, retomava a escrita. Ontem, há pouco, já as<br />

duas da manhã iam a fugir, fechei a primeira prova do meu novo livro: deu 489 páginas. Sei que<br />

vai ficar mais pequeno, é sempre assim, o censor que há em mim, aquele que persegue a sinuosa<br />

perfeição, corta, rasga, lança no lixo – com a poesia é dramático, os livros ficam fininhos<br />

e os vestígios num saco de papel a caminho do eco ponto. Por ventura este Verão correu tão<br />

depressa e foi tão cheio, que sinto saudades do que me falta, é muitas vezes assim. O frio da<br />

manhã não perdoa; o Verão acabou. Gostaria de ter ficado mais tempo em Mértola, em Lagos,<br />

em Manteigas, na ilha do Corvo, para ouvir os segredos dos silêncios, o que se ouve e diz sem<br />

palavras, os cheiros, os ruídos, a corrida do tempo e as confissões dos locais. Algumas ouvi.Interrompi<br />

a gravação do disco infantil, a antologia da minha poesia – a sorte de ter um editor<br />

amigo paciente –, fui adiando a escrita de três artigos sobre música, mas consegui acabar duas<br />

canções em estúdio para uma surpresa dos UHF aos seus fãs antes do Natal. Vou continuar<br />

em palco, ainda vamos andar a tocar por aí até ao final do ano.<br />

Disco da manhã:<br />

Steeley Span – “Now We Are Six” (1974). Em vinil e em muito bom estado, recordando-me esse<br />

mítico programa do Rádio Clube Português, “Dois Pontos”, onde se ouvia a integralidade do<br />

lado A e depois o lado B de dois LP por emissão. Há dias, em Setúbal, recordei com o meu velho<br />

amigo Jaime Fernandes, uma das melhores vozes da rádio, esses programas que permitiam<br />

aos tesos como eu, estudante e filho de meu pai, ouvir o melhor da música anglo-americana.<br />

E um livro:<br />

António Barreto – Política e Pensamento, de Maria José Bonifácio (D. Quixote, 2016), onde<br />

ficamos a conhecer melhor o pensamento e os enredos intelectuais de um português que não<br />

segue, pensa e é isso que o distingue dos que seguem. A propósito, há dias um amigo meu que<br />

se diz de esquerda, olhou para o calhamaço que me acompanha há quatro semanas e disse-me<br />

superior: andas a ler isso? Ando. Já leste?, questionei. Ora, esse gajo. O que é que ele tem?,<br />

insisti. Ora esse gajo, repetiu. Perguntei-lhe: já leste o livro? Não, desse gajo não. Então se não<br />

leste o livro estamos a falar do quê? Ora, desse gajo, rematou. Fiquei elucidado com o exame<br />

consciencioso do meu amigo, o preconceito tem muito conforto nas mentes mais conservadoras.<br />

Foto- Wahnon Francis - Pias, 27 de Agosto de 2016


28 Lusitano<br />

NEUROCIÊNCIA<br />

Faleceu<br />

D. Manuel<br />

Martins<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO (UHF)<br />

Passo os olhos pelas capas dos jornais de<br />

hoje e recordo com facilidade os versos<br />

que um dia escrevi na canção “Um Tiro na<br />

Solidão” (“Santa Loucura”, BMG, 1993):<br />

“O bom poeta/É um homem morto/Tudo<br />

lhe presta/E dói-lhe pouco”. De poeta<br />

para bispo não vejo diferença.<br />

Se o Correio da Manhã o indica como<br />

o “bispo dos pobres”, o Público a ele se<br />

refere por denunciar “a fome e o desemprego”.<br />

O I é textual, apontando-o como<br />

o “bispo vermelho”. O Jornal de Notícias<br />

coloca-o como “o bispo que deu ‘o grito’<br />

da fome”, e o Dário de Notícias não lhe<br />

atribui lugar na primeira página.<br />

Por estes títulos se revela a dicotomia<br />

conservadora como hoje ainda<br />

se define esquerda e direita, uma<br />

batalha bem sensível na campanha<br />

eleitoral que estamos a<br />

cruzar, um imobilismo de ideias<br />

feitas onde uns e outros se barricavam,<br />

embebidos por uma pureza<br />

(ou falta) ideológica duvidosa.<br />

Não sei nem me interessou alguma<br />

vez saber se o emérito bispo<br />

da Diocese de Setúbal, D. Manuel<br />

Martins, era “vermelho” ou seguia<br />

a estrita doutrina do catolicismo<br />

apostólico romano. O que dele<br />

guardo é a voz inquieta quando<br />

apontou ao país que havia densas<br />

franjas de fome, subsidiárias de<br />

um desemprego galopante porque<br />

o rumo da industrialização<br />

mudara no distrito de Setúbal –<br />

o mundo estava a mudar, contra<br />

a vontade dos que se apoiavam<br />

numa industrialização ultrapassada.<br />

D. Manuel Martins ergueu a voz para o<br />

poder político – na década de 1990, este<br />

vosso escriba viu com olhos de ver marchas<br />

da fome silenciosas com bandeiras<br />

negras erguidas, é aterrador, acreditem –,<br />

apontou o dedo ao laxismo que sempre<br />

tolhe o rumo da transformação, ao porreirismo<br />

dos compinchas no poder, afastados<br />

da realidade pelos muros altos ministeriais,<br />

longe do choro e do cheiro da fome. Foi<br />

assim no meu distrito e eu não esqueço.<br />

Felizmente, porque as dificuldades aguçam<br />

o engenho, Setúbal encontrou soluções<br />

para vencer a crise – um distrito não<br />

morre, transforma-se. Também por isso,<br />

quando a crise de 2008/09 nos submergiu<br />

(havia na altura um primeiro-ministro que<br />

clamava pela ‘robustez’ da nossa economia<br />

para enfrentar o tsunami mundial, lembram-se?),<br />

Setúbal já encontrara as suas<br />

soluções e hoje voga em prosperidade<br />

crescente. Indústria pesada, qualificada,<br />

exportação, turismo de excelência, agricultura<br />

e vinhos, cultura e beleza natural.<br />

Recordarei D. Manuel Martins, “vermelho”<br />

(seria do Benfica?) e dos “pobres”,<br />

como uma personalidade que usou o cargo<br />

eclesiástico para acordar uma sociedade<br />

amassada de indiferença, barricadas,<br />

manias e lamúrias. Direi sempre: é muito<br />

mais importante (e inteligente) o que nos<br />

une que o nos separa. Mas isso tiraria<br />

trabalho e visibilidade a uns quantos profetas<br />

de pífias profecias com desejo de<br />

varrer o pensamento livre para o oceano<br />

dos afogados.<br />

Em boa hora nos coube este homem do<br />

norte.<br />

Um livro: o novo do Ken Follett, “Uma<br />

Coluna de Fogo”, da Editorial Presença<br />

(<strong>2017</strong>). Século XVI, as guerras entre católicos<br />

e protestantes, como a Europa se<br />

definiu enquanto civilização entre o final<br />

do Império Romano e o domínio feroz do<br />

papado. Quaso 800 páginas imparáveis.


OPINIÃO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

29<br />

Os “donativos” como matéria de<br />

luta eleitoral<br />

A polémica em torno dos donativos para as vítimas do incêndio de Pedrógão não passa de<br />

uma tentativa por parte da direita, sobretudo do PSD, para manter a tragédia na agenda<br />

mediática em vésperas de eleições autárquicas.<br />

Estrela Serrano (*)<br />

É evidentemente uma atitude desonesta<br />

mas, queira-se ou não, quando não há argumentos<br />

qualquer coisa serve para atacar<br />

o adversário. E o adversário da direita<br />

é o PS e o Governo, o resto é paisagem.<br />

O PSD e o CDS sabem que lhes basta perguntarem<br />

onde estão os donativos e ouvirem<br />

algumas pessoas dos locais ardidos,<br />

naturalmente impacientes pela demora<br />

com que certamente estão a chegar os<br />

apoios, para que os media logo ampliem a<br />

desconfiança sobre os destinos do dinheiro<br />

e sobretudo os alegados “desvios” que<br />

alguns terão sofrido.<br />

É claro que o PSD e o CDS não acreditam<br />

que haja desvios, o que pretendem é lançar<br />

a desconfiança sobre o governo. Saiu-<br />

-lhes o tiro pela culatra porque António<br />

Costa veio prontamente, com documentos<br />

PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />

AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />

COBERTURA CONTA.<br />

Zurich,<br />

Generalagentur<br />

Marcel Strangis<br />

Manessestrasse 87<br />

8045 Zürich<br />

Tiago Costa<br />

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078 719 64 81<br />

tiago.costa@zurich.ch<br />

na mão, mostrar que o governo gere apenas<br />

uma pequena parte das verbas doadas<br />

e não pode responder pelas entidades que<br />

gerem as outras (Misericórdia, Cáritas,<br />

Gulbenkian), algumas das quais dirigidas<br />

por elementos do PSD.<br />

Fazendo-se de inocente, a direita veio dizer<br />

que tem o direito de saber o que é feito<br />

dos donativos, sabendo muito bem que<br />

nem é preciso mais nada além de perguntar<br />

porque esse simples facto e o modo<br />

como pergunta logo lançam a dúvida<br />

que é ampliada pelos media e<br />

transformada em acusação.<br />

Ao autarcas das regiões incendiadas<br />

são, nesta guerra suja, instrumentalizados<br />

pelos partidos que<br />

os candidatam, como prova o facto<br />

de virem para as televisões lançar<br />

suspeitas em vez de as apresentarem<br />

ao Ministério Público.<br />

SEGUROS DA ZURICH.<br />

PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />

Dir-se-ia que os períodos eleitorais<br />

são momentos em que a política<br />

se torna uma coisa sórdida<br />

em vez de serem momentos de<br />

afirmação da democracia. Explorar<br />

os donativos para as vítimas<br />

dos incêndios como matéria de<br />

contenda eleitoral é indigno e insultuoso<br />

para as vítimas e para os<br />

eleitores.<br />

(*) Exclusivo Jornal Tornado


30 Lusitano<br />

CULINÁRIA<br />

Lapardana<br />

A Lapardana é uma comida das gentes da borda d’água do Ribatejo, mais um dos muitos exemplos dos pratos dos tempos em que<br />

muitos passavam fome, e para os quais se recorria principalmente ao pão, juntando-se, neste caso, as batatas e as couves, com o azeite<br />

e o alho a dar sabor. Era feita tanto pelos camponeses que trabalhavam nas lezírias como pelos avieiros que pescavam nas valas do<br />

Tejo. Por essa razão, tinha, muitas vezes, por acompanhamento o peixe do rio, outras vezes, bacalhau, que ainda era, nessa altura, o<br />

“fiel amigo”. Mas qualquer que fosse o conduto, a sua quantidade dependia, obviamente, do orçamento familiar.<br />

Ingredientes<br />

4 batatas médias; 600 g de pão duro de trigo; 4 folhas verdes de couve; 2 dl de azeite; 12 dentes de alho; 4 postas de bacalhau demolhado;<br />

sal e pimenta q.b.<br />

Preparação<br />

Cozem-se em água e sal as batatas cortadas em rodelas e a couve em pedaços ripados<br />

à mão. Quando a batata estiver cozida, escorre-se e reserva-se a água de cozedura. A<br />

couve está, nesta altura, ainda mal cozida mas é assim mesmo. Demolha-se bem o<br />

pão na água da cozedura que ficou de reserva. Pode juntar-se também um pouco de<br />

broa de milho, se houver. Põe-se o pão num tacho e leva-se ao lume com um terço<br />

do azeite, um terço dos dentes de alho migados e um pouco de pimenta, amassando-se<br />

bem com uma colher de pau a que se dava o nome de geribalde. Juntam-se<br />

as couves e as batatas e deixam-se ‘fervinhar’ até se obter uma açorda mole.<br />

Enquanto a açorda apura, assa-se o bacalhau sobre o lume. Dispõe-se a açorda<br />

numa travessa funda, desfia-se o bacalhau em lascas grandes que se põe sobre a<br />

açorda. Rega-se tudo com o azeite bem quente e os alhos restantes.<br />

Acompanhamento<br />

Este é um prato de sabor muito forte, intensificado pelo azeite e pelo alho. Para o<br />

acompanhar, é indicado um vinho branco intenso e estruturado, cuja acidez vigorosa<br />

compense a força do prato. Procure um branco com estas características na Região Tejo.<br />

O texto e a receita aqui apresentados estão publicados no Livro «Os Sabores da Nossa Terra» pela<br />

APRODER- Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo.<br />

Publicado no Jornal dos Sabores em 02.08.2016<br />

Whisky com designação ‘Port’<br />

O Tribunal de Justiça da UE aceitou<br />

que uma destilaria do Reino Unido utilize<br />

a designação ‘port’ na marca de um<br />

uísque.<br />

Na sequência da rejeição dos argumentos<br />

apresentados pelo Instituto<br />

dos Vinhos do Douro e do Porto<br />

(IVDP), o organismo português refere<br />

em comunicado que discordando desta<br />

decisão, foi até onde era possível na<br />

defesa dos interesses da denominação<br />

de origem Porto, “uma decisão que<br />

prejudica os interesses das denominações<br />

de origem de prestígio”.<br />

O IVDP refere ainda que vai analisar<br />

“exaustivamente as implicações deste<br />

acórdão e adaptar a estratégia de defesa<br />

da denominação de origem Porto<br />

e do seu prestígio ao enquadramento<br />

jurídico actual”.<br />

No acórdão divulgado, o Tribunal de<br />

Justiça da UE assinala “que não se pode<br />

considerar que a incorporação numa<br />

marca de uma denominação protegida,<br />

como a denominação de origem ‘port’,<br />

seja susceptível de explorar a reputação<br />

dessa denominação de origem<br />

quando a referida incorporação não<br />

leve o público relevante a associar essa<br />

marca ou os produtos para os quais foi<br />

registada à denominação de origem<br />

em causa ou ao produto vitivinícola<br />

para o qual esta é protegida”.<br />

O litígio original opôs o IVDP ao Instituto<br />

da Propriedade Intelectual da<br />

União Europeia (EUIPO) por este ter<br />

registado como marca da UE o sinal<br />

distintivo ‘Port Charlotte’, da empresa<br />

britânica Bruichladdich Distillery, pedido<br />

para identificar uísque.<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó


SAÚDE<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

31<br />

TOMATE<br />

(Licopersicon esculentum)<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

PLANTAS MEDICINAIS<br />

TANACETO (Tanacetum vulgare; sin.:<br />

Tanacetum parthenium): É conhecida e<br />

utilizada desde a antiguidade, para diversas<br />

finalidades: baixar a febre, problemas<br />

menstruais, artrite, dor de cabeça, dor de<br />

dente, asma, dor de estômago e mordidas<br />

de insetos. Sua principal utilização é contra<br />

a enxaqueca, aliviando os sintomas da<br />

dor, tonturas, zumbidos no ouvido, tensão<br />

pré-menstrual (TPM) e flatulência, diminuindo<br />

náuseas e vômitos que geralmente<br />

acompanham as crises.<br />

TANCHAGEM (Plantago major): Pode<br />

agir como bactericida sobre as vias respiratórias<br />

em casos de inflamações, destruindo<br />

microorganismos e limpando secreções.<br />

Indicada também em casos de<br />

diarréias e hemorragias pós-parto. O suco<br />

das folhas pode ser usado em bochechos<br />

para acelerar a cicatrização da gengiva em<br />

casos de cirurgia e extrações de dentes. O<br />

emplasto da planta mecera ajuda a combater<br />

inflamações.<br />

TÍLIA (Tilia cordata): Árvore sagrada das<br />

antigas civilizações germânicas. Sudorífica,<br />

descongestionante e relaxante é indicada<br />

em casos de febres, resfriados, bronquite,<br />

tosse e dores estomacais. Alivia a dor de<br />

cabeça, enxaqueca e tensões nervosas.<br />

Usada em casos de nervosismo e ansiedade.<br />

A flor e a casca apresentam efeito levemente<br />

hipotensor e vasoldilatador.<br />

TOMATE (Licopersicon esculentum):<br />

Trata-se de um alimento de grande valor<br />

nutricional, além de conter substâncias capazes<br />

de auxilar no combate a problemas<br />

reumáticos e do fígado. Externamente é<br />

útil nas afecções da pele. É um ótimo revigorante<br />

para o organismo, purificador do<br />

sangue e por ser rico em licopeno, torna-se<br />

um antioxidante poderoso no combate aos<br />

radicais livres. O licopeno apresenta alto<br />

poder antioxidante, elevando a capacidade<br />

de defesa do organismo contra os danos<br />

causados pelos radicais livres (substâncias<br />

altamente reativas, produzidas normalmente<br />

no organismo que, em excesso,<br />

provocam doenças e envelhecimento precoce).<br />

TOMILHO (Thymus vulgaris): Possui<br />

propriedades anti-sépticas, antiespasmódicas,<br />

carminativas e vermífugas. É uma<br />

planta digestiva e estimulante, muito utilizada<br />

na culinária. Auxiliar em casos de<br />

falta de apetite e também nos problemas<br />

respiratórios. Popularmente é usada para<br />

combater parasitas (especialmente tenia<br />

ou solitária) e como repelente de pulgas e<br />

piolhos.<br />

TRIBULUS (Tribulus terrestris): É usada<br />

contra problemas urinários, pedras nos<br />

rins e vertigens. Além disso, credita-se a<br />

esta planta propriedades afrodisíacas e<br />

úteis em casos de impotência sexual. Popularmente<br />

ela é conhecida também como<br />

cabeça-de-gato, espinho-do-diabo e erva-<br />

-daninha-do-diabo. O uso popular relata<br />

sucesso no tratamento de infertilidade nas<br />

mulheres, impotência nos homens e aumento<br />

da libido em ambos os sexos.<br />

TRIGO (Triticum spp.): O germen de trigo<br />

representa aproximadamente 2% do<br />

grão de trigo e nesta pequena porção está<br />

concentrada uma riqueza impressionante<br />

de nutrientes, sendo considerada a maior<br />

fonte de vitamina E da natureza. O alto<br />

teor de vitamina E, excelente antioxidante,<br />

contido no óleo contribui para estabilizá-<br />

-lo, isto é, impedir a combinação do oxigênio<br />

com os ácidos graxos presentes. Por<br />

esta razão é considerado um alimento de<br />

alto valor biológico para a saúde.<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />

substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


32 Lusitano<br />

TECNOLOGIA<br />

APPLE apresentou o novo<br />

JOANA ARAÚJO (*)<br />

iPhone X<br />

Truques e<br />

dicas do<br />

Google<br />

Filtre os resultados<br />

da busca<br />

Ao pesquisar por qualquer<br />

coisa no Google,<br />

você pode acessar a opção<br />

“Ferramentas de pesquisa”<br />

para extrair o máximo<br />

do buscador. Ao clicar<br />

sobre este botão, você<br />

pode limitar os resultados<br />

a fim de torná-los mais<br />

precisos.<br />

Encontre sites<br />

idênticos<br />

Você encontrou um site<br />

que vende livros usados<br />

e quer encontrar outros<br />

que façam a mesma coisa?<br />

Então o Google pode<br />

ajudar. Para encontrar<br />

páginas semelhantes, pesquise<br />

por related: nome<br />

do site<br />

Informações sobre<br />

futebol<br />

Quando está a decorrer<br />

algum evento desportivo<br />

o Google pode ajudar.<br />

Por exemplo, escreva:<br />

“campeonato português”<br />

e aparece uma tabela com<br />

os últimos resultados e<br />

classificação.<br />

O iPhone X “é mesmo o futuro<br />

dos smartphones” - Tim Cook<br />

O iPhone X tem um ecrã OLED de 5,8 polegadas,<br />

não tem o botão “home”, tal como todos<br />

os modelos desde que o iPhone foi lançado<br />

em 2007.<br />

O iPhone X tem um ecrã que ocupa quase<br />

todo o ecrã frontal. O novo equipamento tem<br />

reconhecimento facial (FaceID), bloqueia ou<br />

desbloqueia quando o utilizador olha para ele,<br />

mesmo de noite.<br />

O faceID vai poder ser utilizado também como<br />

autenticação para compras online. O vice-presidente<br />

de marketing, Phill Schiller, garante<br />

que a tecnologia Face ID é segura, e que segundo<br />

os testes que fizeram, só não funcionou<br />

uma vez em cada milhão de tentativas.<br />

O iPhone X, está equipado com o novo sistema<br />

iOS 11 e vai passar a dispor de uma tecnologia<br />

que permite criar emoji em 3D, os Animoji.<br />

Os emoji podem ser controlados através do<br />

reconhecimento facial, passando a conter as<br />

expressões que o utilizador fizer com o seu<br />

rosto. O iPhone X tem também a função de<br />

carregamento sem fios. (AirPower)<br />

Tal como o iPhone 8, o X tem duas câmaras<br />

de 12 megapixéis e permite carregamento sem<br />

fios e a bateria dura mais duas horas que o anterior.<br />

O iPhone X está disponível para pré-encomendas<br />

a 27 de Outubro e à venda a partir de 3 de<br />

Novembro. O preço inicial do iPhone X, versão<br />

com 64 GB de armazenamento é de 999 dólares.<br />

A versão de 256 GB, tem um preço de<br />

1.149 dólares.<br />

De referir ainda que no mesmo evento além do<br />

iPhone X foi também apresentada a Apple TV<br />

que vai passar a ter resolução em 4k e HDR e o<br />

Apple Watch, relógio inteligente que funciona<br />

de forma autónoma, sem ser necessário uma<br />

ligação a um smartphone e pode mesmo realizar<br />

chamadas telefónicas.<br />

com Agências


HORÓSCOPO<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

33<br />

Carneiro<br />

Carneiro andará muito distraído e este mês todo o cuidado é<br />

pouco, já que estará susceptível a pequenos acidentes e complicações<br />

que vão gerar aborrecimentos. Tente ganhar tempo<br />

antes de tomar decisões fundamentais.<br />

No sector sentimental seja mais meigo e menos brusco ao manifestar<br />

o que quer impor na sua relação, tenha alguns cuidados,<br />

pois o seu parceiro pode não estar preparado para mudanças.<br />

No sector profissional terá muito trabalho e alguma tendência<br />

para não concluir tudo dentro do tempo previsto, tente organizar-se<br />

melhor e pedir ajuda se necessário ao longo de todo o<br />

mês. Na saúde não se coloque em situações de risco, seja prudente.<br />

Touro<br />

Touro será muito prático durante o mês de Março, tem uma conjuntura<br />

muito auspiciosa que dá força suficiente para conduzir a<br />

sua vida de acordo com o que é melhor para você. Esteja aberto<br />

a novos desafios.<br />

No sector sentimental é hora de passar da palavra à acção, Março<br />

é um mês em que deve investir nesta área da sua vida, mesmo<br />

que tenha de impor-se o seu parceiro vai estar receptivo ao que<br />

quer.<br />

Gémeos<br />

Gémeos terá um mês sereno em que poderá contar com respostas<br />

favoráveis e assim terá oportunidade de resolver alguns<br />

dos seus problemas, não desista de objectivos mais antigos, pois<br />

tudo continua a ser possível.<br />

No sector sentimental tudo acontecerá de forma harmoniosa,<br />

pode contar com bons momentos junto ao seu parceiro e deve<br />

confiar na força dos sentimentos. Se está sozinho novos conhecimentos<br />

querem surgir!<br />

Caranguejo<br />

Caranguejo terá um mês cheio de energia em que vai conseguir<br />

aproveitar tudo o que surgir para melhorar a sua vida, há que ser<br />

positivo e não temer mudanças, tudo será para melhor e força<br />

de vontade não vai faltar!<br />

No sector sentimental atravessa uma boa fase, ainda que não<br />

deva fazer planos muito sérios quanto ao futuro, aproveite, divirta-se<br />

e viva o momento. Mostre mais alegria quando está com<br />

o seu parceiro.<br />

Leão<br />

Leão terá um mês de Outubro muito positivo, muitos assuntos<br />

podem passar pela sua mão e tudo terá um desfecho favorável<br />

aos seus interesses. Os seus amigos serão importantes ao longo<br />

deste mês, portanto quando for necessário dê o seu apoio.<br />

No sector sentimental não terá problemas em dizer o que deseja,<br />

mas convém ser mais brando nas palavras para que não surjam<br />

problemas desnecessários na sua relação. Se está sozinho<br />

este pode ser um mês de aventuras!<br />

No sector profissional terá crescimento, pois conseguirá surpreender<br />

todos e até a si próprio com a capacidade imediata de<br />

resolução de problemas. Economicamente controle bem os seus<br />

gastos pessoais. Na saúde atenção à sua alimentação, não ingira<br />

alimentos muito condimentados.<br />

Virgem<br />

Virgem terá um mês calmo em que não deve tomar decisões rápidas,<br />

tudo deve ser ponderado antes de avançar, agindo assim<br />

vai conseguir alcançar o que deseja. Não se incomode muito se<br />

não conseguir o que quer à primeira, tudo chegará no tempo<br />

certo.<br />

No sector sentimental tente dedicar mais tempo à sua família e<br />

aposte mais nos momentos a dois, já que vão servir para aliviar<br />

a sua cabeça e fazê-lo sentir-se mais feliz.<br />

No sector profissional poderá ser chamado para intervenções<br />

inesperadas, mas tudo indica que vai sair-se bem e terá o reconhecimento<br />

dos seus superiores. Economicamente o mês será<br />

tranquilo mas evite excessos. Cuide da saúde.<br />

Balança<br />

Balança vai alcançar pequenas vitórias ao longo do mês de Março<br />

que o vão deixar cheio de força para enfrentar os próximos<br />

tempos. Estabeleça novas metas de acordo com o que é possível<br />

fazer, seja bastante realista.<br />

No sector sentimental poderá sentir-se surpreendido por exigências<br />

ou alterações de comportamento do seu parceiro que<br />

não correspondem à sua vontade, vá com calma e seja prudente<br />

ao falar para que tudo se resolva.<br />

No sector profissional pode contar com melhorias, tudo vai se<br />

resolver com mais facilidade do que nos meses anteriores, aproveite<br />

tudo o que surgir para inovar e melhorar o seu negócio<br />

ou forma de trabalhar. Economicamente evite gastos. Na saúde<br />

atenção aos seus ouvidos.<br />

Escorpião<br />

Escorpião pode contar com novidades positivas ao longo do<br />

mês de Março que vão dar mais força para dar o melhor de si<br />

em tudo o que se propor a fazer. Dedique algum tempo para si<br />

próprio e para organizar o seu lar.<br />

No sector sentimental passará por uma fase em terá obrigatoriamente<br />

de fazer modificações, exponha as suas preocupações<br />

e converse com o seu parceiro sobre situações que não são confortáveis<br />

para você.<br />

Sagitário<br />

Sagitário está num momento forte em vai conseguir dar o melhor<br />

de si ao longo do mês de Março, estará muito empolgado<br />

em conseguir atingir as suas metas e tudo indica que vai conseguir,<br />

já sabe que nada se fará sem esforço ou sacrifício.<br />

No sector sentimental vai tomar muitas iniciativas que visam<br />

estimular a sua relação e será isso que vai conseguir. Se está<br />

sozinho não desanime! Aproveite para sair mais e distrair-se em<br />

breve tudo muda.<br />

Capricórnio<br />

Capricórnio deve viver este mês de Março de forma calma, ponderar<br />

bem os passos a dar, pois tudo vai acontecer apenas quando<br />

tiver de ser, deve deixar andar sem provocar ansiedade.<br />

No sector sentimental mesmo sentindo necessidade de ter mais<br />

tempo apenas para si, não se afaste totalmente do seu parceiro,<br />

converse e explique os motivos que o levam a ter esse comportamento.<br />

Aquário<br />

Aquário terá um mês positivo em que vão surgir oportunidades<br />

boas para conseguir o que quer, pondere bem para não cometer<br />

erros já cometidos no passado, agindo assim terá crescimento.<br />

No sector sentimental tudo vai correr bem na sua relação, ambos<br />

estarão de acordo quanto aos desejos para a vida a dois<br />

e podem dar-se passos mais sérios. Se está sozinho tendência<br />

novos e promissores acontecimentos.<br />

RECOLHA: JOANA ARAÚJO


34 Lusitano<br />

HUMOR<br />

Quem não sabe rir, não sabe viver<br />

O QUE É O CASAMENTO?<br />

A situação em que nenhuma mulher<br />

tem o que esperava e nenhum homem<br />

espera o que tem.<br />

Porque é que no dia dos Namorados<br />

o comércio vende mais do que do<br />

dia das mães?<br />

– Porquê mãe nós só temos uma!<br />

<br />

DÚVIDA<br />

Mãe, mãe, de onde viemos??<br />

– Filho o homem é descendente de<br />

Adão e Eva.<br />

– Mas o pai disse-me que o homem<br />

descende do macaco.<br />

– Uma coisa é a família de teu pai,<br />

outra coisa é a minha.<br />

A loira vai ao médico e ele pergunta:<br />

– Eu disse-lhe para tomar o remédio<br />

às 9:00, por que você tomou às<br />

6:00?<br />

A loira responde orgulhosa:<br />

– Doutor, eu tomei às 6:00 para pegar<br />

as bactérias de surpresa!<br />

O brasileiro liga para a companhia<br />

aérea e pergunta:<br />

– Quanto tempo leva uma viagem<br />

do Brasil para Portugal?<br />

– Só um minuto…<br />

Agradece, e desliga.<br />

Por favor! O senhor viu alguém dobrando<br />

esta esquina, agora há pouco?<br />

– Não, senhor. Quando aqui cheguei, ela já<br />

estava dobrada…<br />

Porque é que os brasileiros não fecham a<br />

porta quando vão à casa de banho?<br />

– Para não olharem pelo buraco da fechadura.<br />

Um homem estava doente e foi ao médico.<br />

Este colocou o estetoscópio nas costas<br />

dele e ordenou:<br />

– Senhor António, diga três vezes 33!<br />

E o homem nada… o médico ordenou novamente:<br />

– Diga três vezes 33! O António continuava<br />

sem dizer nada.<br />

O médico já um pouco irritado e disse:<br />

– Vamos lá senhor António! Diga três vezes<br />

33!<br />

O Sr. António, fazendo um esforço enorme<br />

e olhando o tecto, respondeu:<br />

– São 99… a cabeça já não ajuda.<br />

TRIM!!! Toca o telefone na sapataria<br />

– Boa tarde! Casa de Calçados da Av. Central.<br />

– Como? Casa de Calçados?! – espantou-se<br />

o rapaz do outro lado da linha…<br />

– É sim! – confirmou o homem.<br />

– Desculpe, enganei-me no número...<br />

– Não há problema! Traga cá que eu troco!<br />

O Joãozinho chega junto do pai e diz:<br />

– Pai, deixas-me ir à rua para ver o eclipse?<br />

O pai coçou o bigode, olhou bem para o filho e,<br />

com um ar autoritário, disse:<br />

– Está bem, mas não te chegues muito perto…<br />

O empregado do escritório vai ter com o chefe<br />

e diz-lhe:<br />

– Chefe, os nossos arquivos estão abarrotados.<br />

Será que nós não poderíamos deitar fora as pastas<br />

e documentos com mais de vinte anos?<br />

– Óptima ideia! Olha, mas antes tira uma cópia<br />

de tudo.<br />

O Francisco era muito rico, tinha muitas empresas<br />

e gostava da Maria, então, fez-se a ela disse:<br />

– Ó Maria, se adivinhares o número exacto de<br />

empresas que eu tenho, eu dou-te uma, e fico<br />

com a outra!<br />

SETEMBRO<br />

Datas Comemorativas de <strong>2017</strong><br />

01 DOM Dia Mundial da Música<br />

16 SEG Dia Mundial da Alimentação<br />

01 DOM Dia Internacional do Idoso<br />

16 SEG Dia Mundial da Coluna<br />

01 DOM Dia Europeu das Fundações e Doadores 16 SEG Dia Mundial do Pão<br />

01 DOM Dia Mundial do Vegetarianismo<br />

17 TER Dia Inter.l para a Erradicação da Pobreza<br />

01 DOM Dia do Leitor de CD<br />

18 QUA Dia Mundial da Menopausa<br />

01 DOM Dia Nacional da Água<br />

19 QUI Dia Mundial de Resolução de Conflitos<br />

01 DOM Início do Ano Hidrológico<br />

20 SEX Dia Mundial da Estatística<br />

02 SEG Dia Mundial dos Animais de Quinta 20 SEX Dia Mundial da Osteoporose<br />

02 SEG Dia Mundial do Habitat<br />

20 SEX Dia Nacional da Paralisia Cerebral<br />

02 SEG Dia da Não-Violência<br />

20 SEX Dia Mundial de Combate ao Bullying<br />

04 QUA Dia Mundial do Animal<br />

21 SÁB Dia Internacional do Preguiça<br />

04 QUA Dia do Médico Veterinário<br />

22 DOM Dia Internacional da Gaguez<br />

04 QUA Dia Mundial da Paralisia Cerebral<br />

23 SEG Dia da Biblioteca Escolar<br />

05 QUI Implantação da República<br />

23 SEG Signo Escorpião<br />

05 QUI Dia Mundial do Professor<br />

24 TER Dia do Exército Português<br />

06 SEX Dia Mundial do Sorrisol<br />

24 TER Dia das Nações Unidas<br />

10 TER Dia Mundial Contra a Pena de Morte 24 TER Dia Mundial do Combate à Pólio<br />

11 QUA Dia Internacional da Rapariga<br />

27 SEX Dia Mundial da Terapia Ocupacional<br />

11 QUA Dia Mundial do Combate à Obesidade 27 SEX Dia Mundial do Património Audiovisual<br />

12 QUI Dia Mundial da Visão<br />

27 SEX Dia dos Jornalistas Pela Paz<br />

12 QUI Dia Mundial da Artrite<br />

28 SÁB Dia Mundial da Terceira Idade<br />

13 SEX Dia Mundial do Ovo<br />

28 SÁB Dia Internacional da Animação<br />

13 SEX Dia Intern. para a Redução de Castástrofes 29 DOM Dia Mundial da Psoríase<br />

14 SÁB Dia Mundial dos Cuidados Paliativos 29 DOM Dia Mundial do AVC<br />

14 SÁB Dia do Meteorologista<br />

29 DOM Horário de Inverno<br />

14 SÁB Dia Mundial do Careca<br />

30 SEG Dia Nac. de Prevenção do Cancro da Mama<br />

15 DOM Dia Mundial da Lavagem das Mãos 31 TER Dia das Bruxas - Halloween


JÚNIOR<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

35<br />

Para<br />

colorir<br />

PROPOSTA DE LEITURA<br />

Alice Oliveira, nascida e criada no Minho,<br />

num meio pobre e sem outros<br />

horizontes a não ser o casamento<br />

com algum camponês borrachão e a<br />

criação de uma enorme e desgraçada<br />

prole, ou o trabalho duro nas fábricas<br />

locais, cedo tomou as rédeas do<br />

seu destino. Nos anos cinquenta do<br />

século passado terá emigrado para o<br />

continente africano, pertencendo ao<br />

reduzido número de portugueses que<br />

permaneceu na antiga colónia belga<br />

do Congo após a independência.<br />

Conhecida nesses tempos por Madame<br />

X pelas autoridades portuguesas,<br />

para quem trabalhava como informadora,<br />

e por Kisimbi, a «mãe», pelos<br />

mercenários que combatiam em prol<br />

da secessão do Catanga, ela permanece<br />

uma figura misteriosa, que ganha<br />

contornos bem definidos neste<br />

romance, A Última Viúva de África,<br />

onde se recria o percurso de vida, os<br />

motivos, os encontros e desencontros<br />

e a rede de contactos que fizeram<br />

dela a amante frustrada do continente<br />

africano, a viúva branca de um paraíso<br />

perdido com a descolonização.<br />

O autor, nosso colaborador, Carlos<br />

Vale Ferraz, pseudónimo literário de<br />

Carlos de Matos Gomes, nasceu a 24<br />

de julho de 1946, em Vila Nova da<br />

Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo<br />

cumprido comissões em Angola,<br />

Moçambique e Guiné. O seu romance<br />

Nó Cego (1983) tornou-se de referência<br />

obrigatória na ficção portuguesa<br />

sobre a guerra colonial.<br />

Algumas das suas obras foram adaptadas<br />

ao cinema e à televisão, e colaborou<br />

com Maria de Medeiros no argumento<br />

do filme Capitães de Abril. É<br />

investigador de História Contemporânea<br />

de Portugal. Publicou, como Carlos<br />

de Matos Gomes e em coautoria<br />

com Aniceto Afonso, os livros Guerra<br />

Colonial, Os Anos da Guerra Colonial<br />

e Portugal e a Grande Guerra.<br />

No mês passado, a Porto Editora publicou<br />

o último romance de Carlos<br />

Vale Ferraz, referência na literatura<br />

sobre a guerra colonial.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


36 Lusitano<br />

LITERATURA<br />

Se esse momento chegar<br />

CARMINDO<br />

DE CARVALHO<br />

https://www.facebook.com/carmindo.<br />

carvalho<br />

Quando já tiver desistido<br />

De quase tudo<br />

Quando já tiver abdicado<br />

Do meu querer dizer sim ou dizer não<br />

Do direito à minha indignação<br />

Quando concordar<br />

Com tudo a cem por cento<br />

Quando já resignado<br />

Tiver deitado a toalha ao chão<br />

E aceitar a subjugação:<br />

Então o melhor é suicidar-me.<br />

Se esse momento chegar<br />

Já não andarei por cá a fazer nada<br />

Já terei chegado ao estado<br />

De quase abaixo de cão!<br />

Entretanto e enquanto<br />

Conseguir resistir<br />

Recusarei esse estado lastimoso<br />

Continuarei a remar<br />

Neste mar encrespado<br />

Ainda que seja contra a maré! ...<br />

É preferível ser o cão raivoso<br />

Que ladra mas fala!<br />

E esse falar é protestar<br />

É desabafar<br />

Como água que teimosamente<br />

Ora aos trambolhões ora simplesmente<br />

Fluindo teima e galga<br />

Os entulhos que atrasa<br />

O seu desaguar!<br />

Atrasa mas chega! À sua desejada foz.<br />

Setembro, <strong>2017</strong><br />

Ponto final<br />

Às vezes, fisicamente sinto-me saturado,<br />

exausto, tocado por uma maleita ou febre<br />

qualquer e amodorrado numa inércia<br />

teimosa, não me apetece fazer nada.<br />

E é tão bom sentir-me vazio de tudo ,<br />

prenhe de nada ! ... É tão bom ficar assim<br />

oco, leve, ébrio, estacionado na minha<br />

insignificância, sem horários nem compromissos,<br />

somente eu com o meu Eu,<br />

ébrio, distante de tudo.<br />

Mas, depressa, o cérebro cheio a rebentar<br />

de fervilhantes ideias, pensamentos<br />

que o desassossegam, reclama, recusa<br />

ficar quedo... os neurónios sobreaquecidos,<br />

fumegam! ...E então tenho que<br />

dar largas, soltar amarras às ânsias , às<br />

inquietações, aos sonhos.E continuar<br />

esta caminhada que me leva... Até onde<br />

não sei, nem nunca saberei. Caminhada<br />

que não tem meta, programada para ser<br />

palmilhada até que sem que me aperceba,<br />

chegue o momento: O fim, o fim de<br />

tudo, do sonho e do real, de tudo o ponto<br />

final.Final do suplício, do descanso eterno<br />

o início.<br />

Setembro, <strong>2017</strong><br />

Palavras e foto , da minha safra.


LITERATURA<br />

Outubro <strong>2017</strong><br />

37<br />

Balada de<br />

Outono<br />

EUCLIDES CAVACO<br />

WWW.EUCLIDESCAVACO.COM<br />

www.facebook.com/<br />

euclides.cavaco<br />

Impiedoso Setembro …<br />

Traz a balada de Outono<br />

Que muda na folha as cores<br />

Seduz e despe as flores<br />

Num sestro de abandono...<br />

Em toada persistente<br />

As folhas , essas coitadas<br />

Vão caindo lentamente<br />

Das árvores amarguradas<br />

Ao ficarem desnudadas<br />

De cada folha cadente...<br />

Será que uma folha sente<br />

Na despedida a tristeza?…<br />

Como dom da Natureza!…<br />

E que em secreta amargura<br />

Sofre, mas nunca se queixa<br />

Como alguém que a Pátria deixa<br />

Por destino ou desventura?!…<br />

E em cada folha caída<br />

Resta uma angústia profunda<br />

Num frágil sopro de vida<br />

A sussurrar moribunda:<br />

Não fez sentido viver<br />

Esta tão curta existência…<br />

Outono… Sem clemência<br />

Tão cedo me fez morrer!…<br />

Canto à Natureza<br />

Eu canto...<br />

No meu ode à Natureza<br />

A sua bruma e beleza<br />

Que nos seduz e extasia<br />

Eu canto...<br />

Nascentes , rios e fontes<br />

Os lagos, vales e montes<br />

Neste hino feito poesia.<br />

Eu canto...<br />

Do mundo as maravilhas<br />

Dos continentes e ilhas<br />

Todos os encantos seus<br />

Eu canto...<br />

Amena a terra e o mar<br />

A formosura sem par<br />

Que nos foi dada por Deus.<br />

Eu canto...<br />

Jardins, frutos e as flores<br />

Perfume, sabor e cores<br />

E as estações do ano<br />

Eu canto...<br />

Tudo o que na terra habita<br />

A sua força inaudita...<br />

Que deslumbra o seu humano.<br />

Eu canto...<br />

Todo o mistério da vida<br />

A que a terra deu guarida<br />

Seus recursos e grandeza<br />

Eu canto...<br />

O poder da terra emerso<br />

Exaltando aqui em verso<br />

Quanto é bela a Natureza !...


38 Lusitano<br />

POESIA<br />

CHICO BENTO<br />

Dällikon - Suiça<br />

O MENTIR NÃO É<br />

BONITO (*)<br />

O mentir não é bonito<br />

Mesmo que seja a fingir<br />

Tu pensas que eu acredito<br />

Quando me estás a mentir<br />

www.facebook.<br />

com/chico.bento.98<br />

Quando te vejo chegar<br />

Digo lá vem o maldito<br />

Prontinho para me enganar<br />

O mentir não é bonito<br />

Se estás calado, admira<br />

Ou então estás a dormir<br />

É muito feia a mentira<br />

Mesmo que seja a fingir<br />

Não são assim tão poucas<br />

As vezes que te tenho dito<br />

Nas tuas mentiras loucas<br />

Tu pensas que eu acredito<br />

Arranjas grande mistério<br />

Que até me perco a rir<br />

Pensas que te levo a sério<br />

Quando me estás a mentir.<br />

(*) CAMPANHA ELEITORAL<br />

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