Revista Apólice #225
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❙❙Reinaldo Scheibe, da Abramge<br />
de emprego formal tragam de volta os<br />
consumidores que perderam o benefício,<br />
o setor precisa resolver junto à sociedade<br />
os entraves que comprometem a sustentabilidade<br />
dos planos nos próximos anos.<br />
“Caso nada seja feito, o atendimento<br />
privado à saúde irá se tornar cada vez<br />
menos acessível”, alerta Solange Beatriz.<br />
Os beneficiários têm importante papel<br />
neste processo e muitas vezes respondem,<br />
junto com a inflação, pelo aumento<br />
das mensalidades dos planos. Reinaldo<br />
Scheibe, da Abramge, lembra que desde<br />
2008 as operadoras foram capazes de<br />
reduzir em 33% suas despesas administrativas.<br />
O próximo passo, segundo ele, é<br />
a redução dos desperdícios, e para isso é<br />
fundamental que as operadoras aperfeiçoem<br />
seus canais de comunicação com<br />
os beneficiários de modo a informá-los<br />
a respeito dos planos, boas práticas, a<br />
importância da segunda opinião médica,<br />
a adesão a programas de promoção<br />
de saúde e prevenção de doenças – os<br />
quais são fundamentais para garantir a<br />
qualidade de vida dos usuários e evitar<br />
o desenvolvimento de doenças crônicas.<br />
“É preciso ainda alertar a população para<br />
os malefícios da judicialização indevida,<br />
a qual desvia recursos de investimentos<br />
na saúde coletiva para beneficiar a poucos<br />
usuários que têm condições de arcar com<br />
os altos honorários dos advogados.”<br />
Revisando os benefícios<br />
Enquanto a economia engatinha para<br />
a recuperação e as questões estruturais<br />
seguem sem resolução definitiva, as empresas<br />
redobram esforços para manter os<br />
convênios médicos na cesta de benefícios<br />
ofertados aos colaboradores. Para a população,<br />
o plano de saúde é o terceiro produto<br />
mais desejado e o que pode contribuir com<br />
fator do crescente acesso das classes C e D<br />
ao consumo. Para as corporações, depois<br />
do salário, o benefício saúde representa<br />
o maior gasto com os funcionários e, por<br />
conta da inflação médica, esse gasto<br />
aumenta ano a ano. Assim, apesar dos<br />
progressos na contenção de custos em saúde,<br />
muitas companhias ainda enfrentam<br />
dificuldades na área. E não é por falta de<br />
esforço ou inovação.<br />
“Na verdade, há cada vez mais<br />
empresas implementando abordagens<br />
tradicionais ou inovadoras para o gerenciamento<br />
dos custos crescentes com<br />
esse benefício”, diz o Head de Health &<br />
Benefits da Willis Towers Watson, Marcello<br />
Avena. Troca de operadora, investimento<br />
em coparticipação e soluções de<br />
re-desenho mais sofisticadas que levam<br />
em conta o comportamento da população<br />
atendida estão entre essas abordagens.<br />
As empresas também estão tomando<br />
cuidados paliativos, ou seja, compartilhando<br />
com os empregados a responsabilidade<br />
por sua própria saúde. De acordo<br />
com o estudo Global Medical Trends,<br />
realizado pela própria Willis Towers<br />
Watson com 231 seguradoras em todo o<br />
mundo, quatro em cada dez respondentes<br />
(39%) oferecem algum tipo de programas<br />
de bem-estar. Nos Estados Unidos, 75%<br />
das organizações fornecem esses tipos de<br />
programas, versus 50% na Europa e 38%<br />
❙❙Marcello Avena, da Willis Towers Watson<br />
❙❙Solange Beatriz P. Mendes, da FenaSaúde<br />
na América Latina.<br />
Os programas de promoção da saúde<br />
também ganham força. “Quase dois em<br />
cada três participantes do levantamento<br />
(65%) oferecem avaliações pessoais de<br />
riscos relacionados à saúde e outros 16%<br />
planejam fazê-lo em 2018. Quase metade<br />
(48%) das operadoras oferece programas<br />
de educação para a saúde e estilo de vida<br />
e há uma expectativa de crescimento<br />
destes programas em 65% no próximo<br />
ano”, acrescenta o executivo.<br />
As alternativas para conter gastos<br />
não param aí. A Mercer Marsh Benefícios,<br />
por exemplo, realiza um trabalho de<br />
gestão de crônicos, buscando resultados<br />
efetivos no curto, médio e longo prazo. A<br />
consultoria criou um grupo de médicos e<br />
enfermeiros dedicado ao gerenciamento<br />
dos casos de cirurgias ortopédicas, bariátricas<br />
e crônicos, que representam de 60%<br />
a 70% do gasto assistencial do sinistro.<br />
Além disso, implantou prontuários eletrônicos<br />
para acompanhar as cirurgias em<br />
tempo real, monitorando se elas são de<br />
baixo ou alto custo e atuando na gestão<br />
desses casos.<br />
“As empresas de hoje precisam ter<br />
parceiros e consultorias que investem<br />
em sistemas próprios, não terceirizados<br />
e com total isenção. Quanto mais informações<br />
e inteligência de negócios, melhor<br />
as companhias conseguem aportar<br />
valor na gestão e controle de custo dos<br />
planos, com mais resultado de saúde,<br />
com previsibilidade e qualidade de vida<br />
para os colaboradores”, pontua o diretor<br />
técnico, Marcelo Borges, adiantando<br />
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