Revista Apólice #225
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amos elementares<br />
olhe as reais necessidades do cliente. Às<br />
vezes, economizar 5% no valor do prêmio<br />
não traz vantagem alguma”, alerta Jarbas.<br />
Mesmo não sendo vantagem, Silveira ressalta<br />
“é certo que o preço passa a ser um<br />
fator de decisão na escolha e renovação<br />
do seguro”.<br />
A dificuldade em pagar o prêmio<br />
é recorrente, a decisão de abandonar o<br />
seguro, não.<br />
Já para quem ainda não despertou<br />
para o seguro, tudo complica. “A crise<br />
passa a ser um argumento a mais para<br />
justificar a não contratação. Isso porque<br />
essas pessoas não sabem como o segmento<br />
de seguros funciona, muito menos a<br />
função social que nossa área desempenha”,<br />
lamenta Mendonça. O exemplo,<br />
portanto, passa a ser o maior aliado da<br />
divulgação do setor. É importante que as<br />
pessoas saibam o que existe disponível<br />
no mercado, mas elas precisam ver isso<br />
sendo aplicado para terem vontade de<br />
adquirir o produto. “O agravamento da<br />
violência e a ocorrência de fenômenos da<br />
natureza, no Brasil e no exterior, acentua<br />
a percepção do risco das pessoas e pode<br />
ser um fator para impulsionar o interesse<br />
para a contratação de seguros, ainda mais<br />
se consideradas as dificuldades para se<br />
repor um bem perdido ou avariado devido<br />
a um acidente. Estamos envolvendo tanto<br />
pessoas físicas como jurídicas, pois a<br />
incerteza e/ou o medo levam as pessoas<br />
a se protegerem”, acredita Silveira.<br />
Mas o economista Lauro Faria<br />
acredita no bom desempenho atual de<br />
mercado como um catalisador de novas<br />
contratações. “O bom desempenho do<br />
mercado de seguros, recuperando-se na<br />
frente da economia e em ambiente de<br />
elevado desemprego, indica que, de fato,<br />
as pessoas estão mais cientes dos riscos<br />
que afetam seus patrimônios e suas vidas<br />
e, portanto, mais propensas a comprar<br />
seguros”, acredita.<br />
A dica para o corretor é que ele<br />
procure ir às carteiras mais carentes de<br />
profissionais especializados e se dedicar.<br />
Quanto mais complexo o risco, mais<br />
necessidade de conhecimento e maior a<br />
garantia de que o bom serviço será reconhecido.<br />
“As áreas mais carentes de corretores<br />
especializados são as de produtos<br />
complexos, que exigem inspeção prévia e,<br />
40<br />
❙❙João Carlos Mendonça, da Sompo<br />
muitas vezes, o resseguro e cuja regulação<br />
de sinistro e liquidação podem levar<br />
meses e até anos, nos chamados seguros<br />
de cauda longa”, indica Faria. Nesses<br />
casos, estão os seguros multirriscos empresariais,<br />
os de garantia de obrigações<br />
e os de responsabilidade civil, que tem<br />
grande potencial de crescimento, pois a<br />
maioria das pequenas e médias empresas<br />
não os fazem. “Hoje, podemos dizer que<br />
quem investe em um único segmento de<br />
seguro está deixando passar oportunidades<br />
bastante interessantes. Em suma,<br />
essa pessoa deixa de faturar”, resume o<br />
diretor da Sompo<br />
Apostas futuras<br />
A concentração de operações de seguros<br />
no Brasil está em três ramos: saúde,<br />
❙❙Danilo Silveira, da FenSeg<br />
previdência complementar e automóvel,<br />
com cerca de 40%, 29% e 8% dos prêmios,<br />
respectivamente. Esses seguros as<br />
pessoas não querem perder e a razão por<br />
traz disso é clara: “desistindo do seguro<br />
ou plano de saúde, a opção é o SUS;<br />
desistindo da previdência privada, o individuo<br />
terá de se contentar com o INSS<br />
que, como o SUS, vai mal; e desistindo<br />
do seguro de automóvel, o risco de perda<br />
patrimonial é elevado, especialmente<br />
lembrando as estatísticas crescentes de<br />
acidentes de trânsito e de roubos e furtos<br />
de veículos”, demonstra Farias.<br />
Para o futuro, além do seguro residencial<br />
que tem aumentado, mas ainda<br />
sói atinge 14% da população, novas carteiras<br />
devirão receber atenção especial.<br />
O seguro para Eventos, por exemplo,<br />
tem crescido bastante, já que o Brasil é<br />
um dos países que mais faz eventos no<br />
mundo; nessa carteira, cabe todo o tipo<br />
de realização: esportivas, shows, religiosas,<br />
corporativas e até mesmo de menor<br />
porte, como festas de casamento. “Esse<br />
é um bom exemplo de produto para ser<br />
oferecido e que não precisa de uma especialização<br />
complexa. É preciso conhecer<br />
bem, mas uma vez familiarizado com ele<br />
e com as pessoas que o contratam essa<br />
venda acontece tranquilamente”, aponta<br />
Jarbas Medeiros.<br />
Comparando com outros mercados,<br />
como o dos EUA, a Responsabilidade<br />
Civil é outra área que deverá encontrar<br />
mais espaço à medida que o mercado<br />
amadurecer – embora essa seja uma<br />
esperança para o médio e longo prazo.<br />
O seguro rural também aparece na<br />
lista de expectativa, embora nem todas<br />
as companhias o coloquem dentro dos<br />
Ramos Elementares; ele entra principalmente<br />
pela força que o agronegócio ainda<br />
tem no PIB brasileiro.<br />
“Devemos lembrar também das coberturas<br />
de lucros cessantes, ainda pouco<br />
utilizada pelas empresas e a necessidade<br />
de proteção para equipamentos de tecnologia<br />
de ponta, para uso pessoal e profissional”,<br />
aponta o executivo da Fenseg..<br />
O otimismo é grande. Tanto que há<br />
planos também para o seguro de obras, já<br />
que os especialistas acreditam que o setor<br />
de construções voltará a se desenvolver e<br />
garantir novas oportunidades.