eventos rativas, disputas esportivas e, principalmente, festivais de música e shows internacionais. Desde que entrou para a rota de apresentação dos ícones da música mundial, em meados da década de 1980, a lista de bandas e personalidades com passaporte brasileiro não para de ganhar nomes de peso: Foo Fighters, David Guetta, U2, The Rolling Stones e Maaron 5 são apenas alguns deles. Acompanhando esse movimento, as seguradoras viram a necessidade de ofertar um seguro de Responsabilidade Civil voltado exclusivamente a este nicho, produto que pode ser contratado tanto pelos organizadores do evento quanto pelos produtores e prestadores de serviços. “Além de cobrir os danos corporais ou materiais causados a terceiros decorrentes de instalação, montagem, desmontagem, fornecimento de alimentos e bebidas, o seguro também cobre tumultos ocorridos entre os visitantes e danos morais”, explica Camila Santos, gerente de Responsabilidade Civil da AIG Brasil. Há a possibilidade de inclusão de outras coberturas, como cancelamento e condições climáticas (podendo ser segurado o cachê do artista, os custos com a produção, entre outros). Também estão protegidas vendas de ingressos abaixo do esperado, comum até entre as grandes cantoras do pop. Lady GaGa e Madonna que o digam: quando se apresentaram em solo brasileiro, em novembro e dezembro de 2012, não lotaram os estádios. No ano seguinte foi a vez da banda Aerosmith, que dias antes de participar do festival Monsters of Rock no Brasil tocou para apenas três mil fãs em um estádio na Costa Rica. 30 Talvez pelo espaço, grande demais; ou pelo preço “salgado” dos ingressos. Normalmente, as grandes produtoras já possuem uma cultura para esse tipo de seguro e sempre contam com um planejamento de coberturas que garantem desde os artistas, o público, o local do show, os empregados e fornecedores para a realização dos eventos, equipamentos utilizados nos eventos, entre outros. Em razão da grande variedade de coberturas e limites que podem ser contratados, não é possível estimar um custo médio deste tipo de seguro. É importante lembrar que imprevistos também podem acontecer com os próprios artistas. A banda canadense Magic, por exemplo, cancelou as apresentações que faria em Belo Horizonte e Brasília nos dias 22 e 26 de janeiro deste ano, respectivamente, por conta da logística ❙❙Camila Santos, da AIG Brasil. da turnê. No Brasil, o cantor Roberto Carlos cancelou, em junho deste ano, quatro apresentações na capital paulista, além de um show que faria no início de setembro em Sorocaba, interior de São Paulo, todos por problemas de saúde. O caso mais recente foi o do cantor Zayn Malik, ex One Direction, que após uma crise de ansiedade desistiu de se apresentar em Dubai no dia 7 de outubro. Em outras situações, um festival pode ser prejudicado por completo – como a primeira edição do Lollapalooza Colômbia, que nem chegou a acontecer: foi cancelado após a cantora Rihanna, então a atração principal do evento, anunciar de última hora que não se apresentaria mais por temor ao zika vírus. Neste caso, o cancelamento do evento (conhecido como no show) não é amparado pelo Seguro de RC Eventos da AIG. “Para estar coberto com relação a cancelamento do evento, é necessária a contratação de apólice adicional, presente no Ramo 171, da Superintendência de Seguros Privados (Susep) – Riscos Diversos”, declara Camila. O fato é que não são somente os shows internacionais que atraem um público considerável por aqui. Mesmo com grandes nomes da música nacional, o País ainda carece de cultura no que diz respeito à proteção de eventos. “Temos um grande potencial com artistas nacionais que não contratam este seguro”, salienta Alexandro Sanxes, da Berkley. “As seguradoras têm a responsabilidade de capacitar os corretores de seguro e de facilitar a forma de contratação, para buscar uma cultura para o segmento”, finaliza o executivo.
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