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Revista Apólice #203

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tar (ANS) determinar naquela semana<br />

a venda obrigatória de toda a carteira<br />

da Unimed Paulistana, que há seis anos<br />

enfrentava uma crise financeira. Histórias<br />

de segurados órfãos e o dilema que vive<br />

o segmento estamparam as conversas<br />

quando o assunto vinha à tona. O corretor<br />

de seguros Álvaro Fonseca contou que reverteu<br />

a quebra da Unimed Paulistana em<br />

novos negócios. Ele ajudou beneficiários<br />

a contratar um novo plano, aproveitando<br />

o boom de reclamações publicadas nas<br />

mídias sociais e ainda levando conforto<br />

aos que da noite para o dia se viram sem<br />

um plano de saúde. Problemas do dia a<br />

dia dos corretores de seguros não podiam<br />

faltar nas conversas durante a premiação<br />

da <strong>Apólice</strong>, criada há 20 anos com o<br />

objetivo de registrar os desafios, mas,<br />

principalmente, munir esses profissionais<br />

de informação de qualidade, servindo de<br />

instrumento para conquistas.<br />

Marcos Eduardo Ferreira, CEO de<br />

Auto, Seguros Gerais e Affinities da<br />

BB Mapfre, falou sobre o contexto macroeconômico<br />

do Brasil e avaliou que<br />

o mercado de seguros sente os reflexos,<br />

mas, diante do potencial de expansão no<br />

País, consegue ser “menos pessimista”.<br />

“Temos ilhas de oportunidades”, resumiu<br />

ele, à <strong>Apólice</strong>.<br />

Nesta mesma direção, discursou<br />

Margo Black, presidente da Swiss Re<br />

Brasil que, mesmo com o pé engessado,<br />

fez questão de comparecer ao Prêmio<br />

Melhores de Seguros. Com 38 anos de<br />

história no mercado de seguros e nascida<br />

na Escócia, a executiva, atualmente<br />

única mulher a presidir uma companhia<br />

do segmento no País, teceu elogios ao<br />

Brasil a despeito das recentes mudanças<br />

anunciadas para as resseguradoras que<br />

vão reduzir de forma gradual a reserva<br />

de mercado dos players locais nos próximos<br />

anos. Embora as medidas visem<br />

tornar o segmento mais aberto para<br />

estrangeiros, os que, anteriormente, investiram<br />

e fizeram o dever de casa para<br />

se adaptar à regulamentação do resseguro<br />

não gostaram da surpresa tocada a mãos<br />

fechadas pelo governo. Mas o dia era de<br />

festa e Margo preferiu ficar nos elogios e<br />

ressaltar a missão do mercado de seguros<br />

e resseguros, principalmente, em um<br />

cenário de crise e recessão. “O Brasil é<br />

um país maravilhoso. Há muito para fazer<br />

no seguro. Temos muitas possibilidades<br />

de preencher lacunas. Há muito trabalho<br />

pela frente”, reforçou a presidente da<br />

Swiss Re.<br />

Personalidade do ano<br />

O reconhecimento da importância do<br />

trabalho em equipe deu o tom do discurso<br />

de agradecimento do superintendente da<br />

Superintendência de Seguros Privados<br />

(Susep), Roberto Westenberger. Grande<br />

homenageado da noite, foi parabenizado,<br />

mas também ouviu necessidades do setor.<br />

Erico Melo, presidente do Sincor-SE,<br />

levou ao superintendente a demanda do<br />

mercado em torno da autorregulação.<br />

Hoje, a questão política, segundo ele,<br />

inibe o avanço da resolução. Cobrou<br />

ainda novidades em relação à emissão<br />

da carteira profissional de corretores<br />

de seguros. Mesmo em um ambiente<br />

mais descontraído, um cenário, a priori,<br />

antagônico para a maior autoridade do<br />

mercado de seguros, Westenberger fez<br />

questão de atender a todos antes e depois<br />

da premiação. Atuário por formação, o<br />

superintendente foi homenageado pela<br />

dedicação ao mercado de seguros após<br />

cerca de um ano e meio no comando do<br />

órgão regulador. Sugestão do próprio<br />

setor aprovada e ratificada pelo governo,<br />

Westenberger tem a simpatia de executivos<br />

pelo seu perfil técnico. Sua missão à<br />

frente da Susep, disse ao ser reempossado<br />

este ano no cargo, é contribuir para que o<br />

mercado de seguros seja mais “parrudo”<br />

e que a autarquia do segmento se modernize,<br />

uma queixa antiga de executivos do<br />

segmento. O entendimento do Ministério<br />

da Fazenda, pasta à qual a Susep está submetida,<br />

é de que à medida que o mercado<br />

de seguros cresça poderá também ser<br />

mais funcional para a economia brasileira,<br />

com as seguradoras dando suporte<br />

de investimento institucional para o País.<br />

Mas, Westenberger, ao ser reconhecido<br />

pela primeira vez por uma publicação<br />

especializada como a personalidade do<br />

setor, deixou suas ambições de lado.<br />

“Quero agradecer a homenagem, mas<br />

esse prêmio não é do superintendente,<br />

mas da Susep. Quero, aqui, reconhecer o<br />

trabalho em equipe que estamos fazendo<br />

na autarquia”, sintetizou ele, que também<br />

parabenizou o trabalho da <strong>Apólice</strong> nesses<br />

20 anos.<br />

Fora do palco da sexta edição do<br />

Prêmio Melhores do Seguro, executivos<br />

comentavam ainda sobre a nova diretoria<br />

da CNseg. A chapa que deve disputar as<br />

eleições no final do ano será apresentada<br />

em breve, mas fontes anteciparam<br />

os futuros nomes que vão representar o<br />

mercado de seguros no próximo mandato<br />

com exclusividade à <strong>Apólice</strong>. Além disso,<br />

como de costume, será única. De saída da<br />

Confederação, Marco Antonio Rossi, que<br />

é presidente da entidade e da Bradesco<br />

Seguros, deve ser substituído pelo colega<br />

Marcio Coriolano, hoje no comando da<br />

Fenasaúde e da Bradesco Saúde. Com<br />

isso, a expectativa do mercado é que ele<br />

passe o bastão, conforme fontes informaram<br />

à <strong>Apólice</strong>, à Solange Beatriz, da<br />

diretoria executiva da CNseg. Na FenSeg,<br />

Paulo Marracini, vice-presidente do Conselho<br />

de Administração da Allianz, deve<br />

transferir o comando para João Francisco<br />

Borges da Costa, presidente da HDI. Na<br />

FenaPrevi, as apostas dão conta de que<br />

Osvaldo Nascimento, do Itaú Unibanco,<br />

seja substituído por Edson Franco, da<br />

Zurich. A única Federação que deve ter<br />

seu presidente reeleito, de acordo com<br />

executivos do setor, é a FenaCap, com<br />

a continuidade de Marcos Barros, da<br />

Brasilcap, à frente da entidade.<br />

Mas não foram ventilados apenas os<br />

nomes da próxima diretoria da CNseg.<br />

Durante a premiação, fontes comentavam<br />

o que teria estimulado as mudanças<br />

na próxima chapa a comandar a Confederação.<br />

Em relação ao posto máximo<br />

da entidade, o entendimento é de que<br />

Rossi terá de se debruçar na integração<br />

com o HSBC e de suas seguradoras, fora<br />

o fato de ser um dos fortes candidatos<br />

a substituir Luiz Carlos Trabuco Cappi<br />

na presidência do Bradesco. Para o atual<br />

presidente da CNseg, sua missão na<br />

entidade foi cumprida, embora admita<br />

que a aquisição do banco inglês vai<br />

exigir mais do seu dia a dia. Causou<br />

surpresa, para alguns, a possibilidade<br />

de Costa, da HDI, assumir a FenSeg já<br />

que sempre foi tido como um executivo<br />

discreto, o que o mercado chama de low<br />

profile, ou seja, aquele que prefere ficar<br />

nos bastidores.<br />

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