06.03.2018 Views

Revista Apólice #203

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Previc, órgão regulador dos fundos de<br />

pensão.<br />

“Governo quer ouvir o<br />

mercado”<br />

Na visão de Armando Vergilio, presidente<br />

da Fenacor, o ramo de seguros tem<br />

capacidade para contribuir ainda mais<br />

nos momentos de crise e poderia auxiliar,<br />

por exemplo, na geração de poupança de<br />

longo prazo e de empregos e para o aumento<br />

da arrecadação de impostos. Mas,<br />

segundo ele, a atenção do governo dada<br />

ao segmento não é adequada.<br />

“Refiro-me a quem passou por ali<br />

nos últimos anos e suas equipes, para<br />

os quais o setor de seguros, por crescer<br />

na faixa de dois dígitos há mais de uma<br />

década, não precisa de atenção”. Vergilio<br />

acredita que, caso contrário, o rebaixamento<br />

da nota de crédito do Brasil<br />

também poderia ser evitado, uma vez<br />

que a capacidade de o País cumprir suas<br />

obrigações estaria assegurada.<br />

❙❙Rizzato Nunes<br />

O presidente da Fenacor citou duas<br />

propostas que enfrentam resistências no<br />

governo: uma do deputado Lucas Vergilio,<br />

aprovada recentemente pela Câmara<br />

e que regulamenta o VGBL Saúde; e a<br />

Lei do Desmonte.<br />

Em resposta, Westenberger – representando<br />

também o ministro da Fazenda,<br />

Joaquim Levy – declarou que o governo<br />

atual está disposto e quer ouvir o segmento,<br />

mas deseja que a área demonstre<br />

uma mudança de paradigma no que diz<br />

respeito às questões estruturais. Nomeado<br />

coordenador informal do processo<br />

de consultas ao setor após uma reunião<br />

em Brasília, o superintendente da Susep<br />

garantiu que as demandas do segmento<br />

já foram anotadas e que o seguro de<br />

garantia para grandes obras é visto com<br />

bons olhos pelo governo. “A intenção do<br />

Poder Executivo é melhorar esse tipo de<br />

cobertura, para que esteja pronto para se<br />

mostrar como solução adequada quando<br />

o país retomar o processo de crescimento<br />

econômico”, destacou.<br />

Outros pontos discutidos no encontro<br />

foram a instalação de um pólo de resseguro<br />

no Brasil, que passaria a ser um “hub”<br />

das operações desse segmento na América<br />

Latina; e a reforma na Previdência<br />

Social, incluindo a questão do seguro de<br />

acidentes de trabalho. “A Susep é contra<br />

a privatização total desse seguro. Mas<br />

podemos encontrar um meio termo”,<br />

finalizou Westenberger.<br />

Segurança jurídica<br />

O tema foi debatido por Rizatto<br />

Nunes, professor doutor da PUC, que vê<br />

a segurança jurídica como sinônimo de<br />

confiança. Ele lembrou que essa é uma<br />

das questões mais graves enfrentadas<br />

no Brasil e, para que seja resolvida, demanda<br />

trabalho conjunto entre empresas<br />

e cidadãos. “Quando a Constituição<br />

Federal completou 19 anos, já haviam<br />

sido criadas 3,6 milhões de normas jurídicas<br />

– incluindo portarias e circulares.<br />

Isto equivale a 21 normas editadas por<br />

dia”, ressaltou.<br />

Além de afetar a quantidade, o grande<br />

volume de normas acarreta em consequências<br />

na qualidade da legislação,<br />

uma vez que ainda há ausência de leis<br />

mais claras e permanentes. “No Brasil, a<br />

interpretação das leis é exagerada, ampla<br />

e vaga. As nomas precisam ser escritas<br />

para que sejam interpretadas de maneira<br />

quase unívoca, que as pessoas entendam<br />

de fato o que elas querem dizer”, alertou<br />

Nunes.<br />

Demografia e crescimento<br />

econômico<br />

“O Brasil tem a característica de não<br />

fazer grandes reformas, mas de praticar<br />

❙❙João Galhardo<br />

61

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!