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Jornal das Oficinas 149

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15<br />

“não utilizar o chavão da qualidade e<br />

formação”. Na sua opinião, “existem dois<br />

pontos de conflito com o cliente em empresas<br />

do nosso género. O primeiro, tem<br />

a ver com o facto de ele não querer pagar<br />

portes porque são encomen<strong>das</strong> pequenas.<br />

O segundo, diz respeito à questão<br />

de não querer pagar a assistência”.<br />

n FORMAÇÃO É CRUCIAL<br />

José Morgado, da Domingos & Morgado<br />

está atento à formação, quer do<br />

cliente quer do procedimento do técnico<br />

em relação ao manuseamento do<br />

equipamento. “O problema, por vezes,<br />

tem a ver com a volatilidade dos recursos<br />

humanos. Estamos a apostar na formação<br />

de cliente que, depois, escolhe outra<br />

marca ou outro player. Quanto ao pagamento<br />

da manutenção, não me queixo<br />

tanto”, garantiu. Porquê? “Um cliente<br />

bem informado e bem formado, é um<br />

excelente cliente. Mas, por vezes, pode<br />

haver rejeição de um técnico em relação<br />

a determinado equipamento, por razões<br />

que se prendem com o receio de sair da<br />

sua zona de conforto. Este tipo de casos<br />

é ultrapassado com formação. Existem<br />

clientes que conseguem extrair dos equipamentos<br />

muito mais do que aquilo que<br />

lhes ensinamos através da formação. Se<br />

os clientes tiverem mente aberta para<br />

aprender, que é outro problema, este tipo<br />

de situações não surpreende. É preciso<br />

derrubar mitos e desfazer vícios que, por<br />

vezes, estão enraizados há muitos anos”,<br />

sustentou.<br />

Pedro Santos, da Intermaco, também<br />

considera a formação é vital para<br />

a empresa. “Lembro-me que há 15 ou<br />

20 anos, quando comecei na área dos<br />

equipamentos, o desconhecimento era<br />

total. Depois, começaram a aparecer os<br />

centros de formação e as empresas tomaram<br />

consciência do tema, motiva<strong>das</strong> até<br />

pelos equipamentos e pelos automóveis<br />

que a tal obrigavam. A evolução dos automóveis<br />

acaba por ser o percursor de<br />

todo este tema”, disse.<br />

Para João Marcelino, da Bosch Portugal,<br />

“a formação é um dos pilares onde<br />

assenta a nossa filosofia. Desde há muito<br />

tempo. A forma como ela é apresentada<br />

ao mercado, é que tem diferido. É uma<br />

<strong>das</strong> responsabilidades da Bosch, uma vez<br />

que também fabrica peças. A formação é<br />

muito importante, mas tende a ser desvalorizada.<br />

O peso da palavra formação<br />

creio que está a perder força no mercado,<br />

até pela quantidade de empresas que,<br />

hoje, a ministram. A forma como, na atualidade,<br />

se está a apresentar a formação ao<br />

mercado, é preocupante. Costumo dizer<br />

que um cliente profissionalmente mal<br />

formado é pior do que um concorrente,<br />

uma vez que a primeira conclusão que<br />

ele tirará se não souber utilizar um equipamento<br />

é que a máquina não serve ou<br />

funcional mal”, disse. Além disso, “começa<br />

a haver formação gratuita e a preços que<br />

não sei como é possível serem praticados.<br />

Porquê? Porque se começa a desvalorizar<br />

a formação. Muitas vezes, as formações<br />

limitam-se a ler os manuais dos equipamentos.<br />

E, isto, não é formação. Na<br />

Bosch, tivemos dificuldade em apresentar<br />

formação ao mercado, uma vez que não<br />

estávamos presentes de forma direta na<br />

área dos equipamentos. Mas elaborámos<br />

planos de formação para os nossos distribuidores<br />

e para as redes oficinais de que<br />

dispomos. A Bosch, se vendesse apenas<br />

formação, seguramente acharia ofensivo<br />

ver empresas no mercado a oferecê-la.<br />

Não é concebível uma empresa oferecer<br />

aquilo que vende. É preciso valorizar<br />

aquilo que se vende”.<br />

Na visão de Raul Vergueiro, da Lusilectra,<br />

“o cliente não valoriza o facto de estarmos<br />

a contribuir para o seu engrandecimento<br />

e para o melhoramento do seu negócio.<br />

A formação é um valor acrescentado. Mas<br />

parte do equipamento. Caso contrário,<br />

se tirássemos a formação e a assistência<br />

técnica, passaríamos a ser empresas<br />

meramente comerciais, que comprariam<br />

ali para vender acolá. E a maioria dos<br />

operadores do mercado ‘embrulham’ o<br />

equipamento num conjunto de serviços<br />

e de valor acrescentado ao qual o cliente<br />

tem de estar sensibilizado que tem de<br />

pagar. E este ‘embrulho’ é necessário para<br />

proteger o equipamento e a capacidade<br />

de resposta do cliente”, finalizou. ✱<br />

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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2018

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