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Jornal das Oficinas 149

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94<br />

TÉCNICA&SERVIÇO<br />

Técnicas de lixamento<br />

Em busca da perfeição<br />

› As operações de lixamento têm um papel relevante no âmbito do processo<br />

total de repintura. Por isso, é importante conhecer bem os produtos,<br />

equipamentos e processos necessários para obter um bom acabamento em<br />

tempo rentável para a oficina e evitando repetições desnecessárias<br />

É<br />

fundamental que o pintor conheça<br />

e domine os processos de lixamento<br />

para, em períodos de tempo ade-<br />

-quados, obter um bom acabamento sem<br />

problemas posteriores que requeiram<br />

trabalho adicional durante o processo<br />

de repintura ou, inclusivamente, possam<br />

levar a reclamações por parte dos clientes.<br />

Para evitar problemas e concluir com êxito<br />

os processos de lixamento realizados ao<br />

longo do processo de pintura, convém<br />

ter presente uma série de considerações.<br />

n SUPERFÍCIE A LIXAR<br />

l As superfícies a lixar devem estar limpas<br />

e isentas de gordura, para evitar que<br />

a sujidade fique incrustada na superfície<br />

ao lixar.<br />

l Antes de lixar ou polir uma pintura<br />

recém-aplicada, esta deve ter atingido<br />

uma dureza suficiente. Se a secagem tiver<br />

sido acelerada (infravermelhos ou estufa),<br />

será necessário esperar que a superfície<br />

arrefeça.<br />

Mudar a lixa quando estiver saturada<br />

Marcas do lixamento<br />

n ABRASIVOS<br />

l Os abrasivos devem estar limpos. Devem<br />

ser armazenados num local limpo e seco.<br />

l O abrasivo deve ser mudado depois de<br />

detetada a perda do seu poder mordente.<br />

A durabilidade e a vida útil <strong>das</strong> lixas são<br />

afeta<strong>das</strong> por:<br />

Saturação: perda de corte devido à<br />

acumulação de restos de lixamento ou<br />

sujidade entre os grãos abrasivos.<br />

Perda de grão: os grãos abrasivos soltam-<br />

-se devido ao mau armazenamento, à má<br />

utilização ou à má qualidade do abrasivo.<br />

Desgaste: os grãos de abrasivo (óxido<br />

de alumínio) desgastam-se e perdem<br />

poder de corte.<br />

Rutura: o suporte da lixa rasga-se devido<br />

a má utilização ou à má qualidade<br />

do abrasivo.<br />

l Em cada processo de lixamento, deverá<br />

ser utilizada a granulometria de lixa ade-<br />

quada, tendo em conta que um lixamento<br />

demasiado fino impedirá a fixação correta<br />

da camada de tinta seguinte. Ao passo<br />

que um lixamento demasiado espesso,<br />

resultará no surgimento de defeitos na<br />

fase posterior, o que implicará retificar e<br />

repintar, resultando em per<strong>das</strong> de tempo<br />

e dinheiro adicionais.<br />

l De acordo com o tamanho do grão<br />

abrasivo, é possível riscar com maior<br />

ou menor profundidade um mesmo suporte.<br />

Os abrasivos são fragmentados<br />

e os diferentes tamanhos de partícula<br />

são selecionados para obter lixas mais<br />

ou menos grosseiras, mais ou menos finas.<br />

Existem várias escalas ou normalizações<br />

para nomear ou codificar os diferentes<br />

tamanhos de abrasivos. A norma FEPA<br />

(Federação Europeia de Fabricantes de<br />

Produtos Abrasivos) é uma <strong>das</strong> mais utiliza<strong>das</strong>.<br />

A sua marcação consiste num código<br />

com um número precedido da letra “P”,<br />

correspondendo os números mais baixos<br />

aos grãos maiores e vice-versa.<br />

A boa qualidade de uma lixa abrasiva é<br />

determinada não só pela granulometria<br />

marcada mas, também, pela homogenei-<br />

-dade granulométrica, ou seja, pela ausência<br />

de grãos mais grossos que provoquem<br />

sulcos indesejados.<br />

l Na repintura de peças metálicas, é recomendável<br />

não utilizar lixas mais grosseiras<br />

que P80. Nas peças de plástico flexível,<br />

é recomendável não utilizar lixas mais<br />

grosseiras que P150.<br />

n FERRAMENTAS DE LIXAMENTO<br />

l As ferramentas de lixamento podem ser<br />

manuais (tacos e lixadoras) ou, dependendo<br />

da força motriz, de acionamento elétrico<br />

(lixadoras elétricas) ou através de ar comprimido<br />

(lixadoras pneumáticas). A escolha<br />

entre elétrica ou pneumática dependerá<br />

principalmente <strong>das</strong> instalações da oficina.<br />

Caso seja necessário lixar substratos de<br />

alumínio, para evitar a acumulação de eletricidade<br />

e garantir a segurança, devem ser<br />

utiliza<strong>das</strong> lixadoras pneumáticas.<br />

l De acordo com o movimento imprimido<br />

no abrasivo flexível, as ferramentas de<br />

lixamento podem ser:<br />

Rotativas ou radiais, com rotação do<br />

prato sobre um eixo fixo, recomenda<strong>das</strong><br />

para trabalhos muito agressivos, como<br />

eliminação de óxido ou pintura velha e<br />

cordões de soldadura. Realizam um trabalho<br />

muito rápido mas aquecem e não<br />

dispõem de aspiração. Na área de pintura,<br />

são utiliza<strong>das</strong> apenas.<br />

Orbitais ou excêntricas, de base retan-<br />

-gular, com combinação de movimento<br />

longitudinal e transversal e indica<strong>das</strong> para<br />

lixamento de grandes superfícies em nível<br />

plano. A base não é flexível, pelo que se<br />

torna ideal para lixamento de massa.<br />

Roto-orbitais ou excêntrico-rotativas,<br />

com combinação de movimento giratório e<br />

excêntrico, são as mais utiliza<strong>das</strong> nos trabalhos<br />

de repintura pela sua maneabilidade,<br />

versatilidade e por gerarem pouco calor.<br />

As ferramentas de polimento atuais<br />

podem ter um movimento tipo rotativo<br />

ou roto-orbital.<br />

l No lixamento manual com lixas flexíveis,<br />

devem ser utilizados tacos ou lixadoras<br />

como suporte para repartir, de forma<br />

uniforme, a pressão sobre a superfície e<br />

não deixar marcas dos dedos.<br />

l As bases <strong>das</strong> ferramentas de lixamento,<br />

onde são apoia<strong>das</strong> as lixas, apresentam<br />

diferentes flexibilidades, pelo que se a base<br />

for rígida, não irá adaptar-se à superfície a<br />

lixar, será a base a dar forma à superfície.<br />

No entanto, se a base for flexível e se for<br />

exercida pressão sobre a mesma, esta vai<br />

adaptar-se à superfície, desbastando-a. Por<br />

conseguinte, ao lixar massa será preferível<br />

utilizar uma base rígida e ao fazer o lixamento<br />

final do aparelho e da superfície<br />

a repintar será recomendável uma base<br />

flexível. Também é possível acoplar uma<br />

interface à base da lixadora para conseguir<br />

algum amortecimento da ação do abrasivo.<br />

l Outro fator a ter em conta numa lixadora<br />

é o seu diâmetro de órbita, visto que, com<br />

um diâmetro de órbita maior, o lixamento é<br />

mais agressivo mas o acabamento é menos<br />

fino. Os diâmetros de órbita mais habituais<br />

são 5 para o lixamento de massa e 3 para<br />

o de aparelho.<br />

l Os sistemas de aspiração para eliminação<br />

do pó gerado durante os processos<br />

de lixamento são muito importantes, já<br />

que proporcionam um ambiente mais<br />

saudável para o trabalhador, mais limpo<br />

para os trabalhos de repintura e permitem<br />

que as lixas fiquem menos satura<strong>das</strong>. Esta<br />

aspiração pode ser incorporada na própria<br />

lixadora ou ser realizada com um equipamento<br />

móvel ligado à lixadora através de<br />

Abril I 2018<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com

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