especial auto | panorama De volta aos dois dígitos? 20
Carteira cresceu 13,5% entre janeiro e fevereiro, de acordo com dados da Susep e a expectativa do mercado é de que haja tração suficiente para sustentar tal expansão ao longo deste ano a despeito de um cenário político conturbado. Retomada econômica e do setor automotivo devem contribuir para que as perspectivas de seguradoras e corretores se confirmem 14,4 21,3 24,8 Frota segurada se mantém Manuela Almeida 15,9 16,8 17,1 17,4 17 16,6 29,4 32,4 do. Até mesmo porque embora o próprio Banco Central já tenha admitido que uma “pausa” no processo de flexibilização da política monetária seja necessária para assegurar a manutenção, no futuro, dos benefícios de um cenário de inflação e juros baixos, a Selic média em 2017 é praticamente metade da praticada no ano passado. No ano passado, o resultado financeiro das seguradoras encolheu em mais de 12,5%, totalizando menos de R$ 72 bilhões ante 2016, quando a cifra passou dos R$ 82 bilhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) compilados pela <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>. Ou seja, os ganhos das aplicações financeiras das reservas técnicas das seguradoras, que sempre serviram de estepe para compensar as perdas no segmento de seguro de automóvel, tendem a ser ainda 33,3 32,6 34,7 3,4 3,6 3,6 3,3 2,5 2,0 2,2 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Prêmios Auto (R$ bilhões) Venda de Veículos Novos (milhões) Frota Segurada (milhões)* Fonte: Susep; Fenseg; Anfavea *Estimativas Porto Seguro para a frota segurada 15/16/17 Depois de amargar a primeira queda em 2016 das últimas décadas e ensaiar uma recuperação no ano passado, o mercado de seguro automóvel, ancorado no maior fôlego da indústria automobilística, tem o desafio de retomar ao longo deste exercício os tradicionais dois dígitos de expansão no Brasil. Emplacar tal feito, porém, vai além de crescer por crescer. Com os juros básicos do País, a Selic, em seu menor patamar histórico após serem reduzidos para 6,75% ao ano em fevereiro último – e podendo cair para 6,25%, conforme projeções de especialistas - , as seguradoras terão de incrementar suas carteiras, mas, ao mesmo tempo, entregar melhora operacional uma vez que não poderão mais buscar no lado financeiro a compensação de um risco mal precifica- ❙❙ Eduardo Dal Ri, da SulAmérica mais tímidos em 2018, exigindo novas estratégias por parte das companhias para aumentar seus ganhos. Repassar para o preço, porém, também não é mais a solução diante da elevada concorrência entre as seguradoras no Brasil. Os aumentos de prêmios no segmento ocorreram e serviram, inclusive, de motor para crescer o mercado de seguro de automóvel no ano passado uma vez que a frota segurada encolheu e o risco se agravou, e devem continuar ocorrendo, de acordo com executivos do setor. No entanto, os segurados, que sempre pechincharam na hora de renovarem suas apólices, estão, agora, ainda mais exigentes e não titubeiam em trocar de seguradora por um bom desconto. “A corrida agora é cobrar o preço mais adequado de cada cliente, dependendo do seu risco”, confirma o vice-presidente da SulAmérica, Eduardo Dal Ri. Trampolim Em 2017, o mercado de seguro de automóvel se aproximou dos R$ 34 bilhões em prêmios, cifra 6,7% superior à vista em 2016, quando o segmento faturou pouco menos de R$ 32 bilhões, conforme dados da Susep, compilados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). A frota segurada, porém, encolheu. Somava 16,6 milhões de itens ao final de 2017 contra 17 milhões de veículos no ano imediatamente anterior. Apesar de o mercado de seguro de automóvel ter reduzido sua frota segurada nos últimos anos, caindo abaixo do patamar de 2013, o diretor do Porto Seguro 21