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experiência com o seguro e empodera o<br />
cliente na hora de conquistar valores mais<br />
atrativos”, pontua.<br />
Já a Bradesco Seguros aposta no aplicativo<br />
Dirija Bem. Apresentado ao mercado<br />
em outubro do ano passado, utiliza<br />
o acelerômetro e o GPS do smartphone<br />
(tanto iOS quanto Android), sem a necessidade<br />
de que seja avisado o início da<br />
viagem para fazer a captação dos dados<br />
de telemetria como velocidade, horário,<br />
distância e eventos bruscos. Baseado<br />
nessas informações, o usuário recebe<br />
uma nota de 0 a 100 em cada viagem,<br />
que estará disponível para visualização.<br />
A partir das notas recebidas por viagem, é<br />
calculado o score de condução que avalia<br />
o nível de direção do usuário.<br />
“Estamos trabalhando para trazer<br />
mais valor do aplicativo para o usuário<br />
constantemente. No momento, analisamos<br />
alternativas para engajamento<br />
do usuário”, adianta o diretor-técnico<br />
de Auto/Re, Saint’Clair Pereira Lima,<br />
que comenta ainda sobre os desafios<br />
na concepção e no desenvolvimento da<br />
ferramenta. “A dificuldade de captação<br />
dos dados foi um agravante por conta dos<br />
smartphones não terem a mesma precisão<br />
de outros dispositivos. Superamos isso<br />
com acompanhamento e melhorias contínuas<br />
no desenvolvimento do algoritmo<br />
de captação dos dados”, completa.<br />
❙❙Alcides Prates, da Pósitron<br />
Futuro certo?<br />
Alguns catalisadores ajudaram a<br />
aumentar a penetração da telemetria em<br />
mercados mundiais. Na Itália, por exemplo,<br />
essa tecnologia teve um impacto imediato<br />
no combate ao furto de automóveis<br />
e à fraude de seguros, criando benefícios<br />
para todas as partes envolvidas. No Brasil,<br />
uma parcela significativa da frota de<br />
veículos já é monitorada via rastreador e,<br />
em comparação com outros mercados desenvolvidos<br />
e emergentes, a indústria se<br />
mostra bem preparada para novos passos<br />
rumo à maior conectividade.<br />
No entanto, para soluções baseadas<br />
em hardware, existem desafios em torno<br />
dos custos dos dispositivos necessários<br />
para coleta de dados, especialmente<br />
quando comparados aos prêmios médios<br />
de seguro de automóveis. “A precificação<br />
do seguro baseado pelos dados da<br />
telemetria ainda precisa evoluir no país,<br />
por diversas questões como o valor da<br />
tecnologia, personalização por perfil de<br />
condutor e a privacidade dos usuários”,<br />
alega Alcides Prates, gerente nacional de<br />
Vendas Varejo da Pósitron.<br />
Quando o tema é a linha leve, ele<br />
reitera que a telemetria ainda é pouco<br />
utilizada, principalmente para pessoa<br />
física, visto que não há uma demanda<br />
considerável da tecnologia que consiga<br />
torná-la mais acessível ao mercado – diferente<br />
do mercado de veículos pesados,<br />
em que o seu uso alcançou alto nível de<br />
maturidade, já que o empregador avalia<br />
os benefícios e investimentos.<br />
“Esse é um tema discutido há pelo<br />
menos 15 anos no país e há alguns pontos<br />
a serem desenvolvidos, principalmente se<br />
estas informações forem para beneficiar<br />
os melhores condutores”, alega Prates,<br />
que ao mesmo tempo se mostra otimista.<br />
“O uso da telemetria para a linha leve está<br />
caminhando para ser tão eficiente quanto<br />
para gestão de frotas. Há uma tendência<br />
nas grandes empresas em adotar a telemetria<br />
para gestão de grandes frotas,<br />
e também no mercado de frota leve. É<br />
uma ferramenta valiosa que vai ajudar na<br />
agilidade logística, que precisa ser desenvolvida<br />
em conjunto com o transportador<br />
para parametrizar a aplicação assertiva<br />
ao negócio e que atenda a demanda do<br />
mercado”.<br />
Assim como acontece com grandes<br />
marcas no mundo, a telemetria também<br />
pode fazer com que as seguradoras se<br />
unam às montadoras de veículos para que,<br />
❙❙<br />
Marcos Caruso, da Stefanini<br />
juntas, compartilhem informações em<br />
uma grande base de dados, permitindo<br />
a realização de estudos sobre o comportamento<br />
dos veículos e condutores<br />
em diversas regiões do país. Os dados<br />
poderão contribuir para a melhoria dos<br />
produtos das montadoras, gerar maior<br />
sinergia com relação a manutenção, prevenção<br />
e assistência dos veículos, além de<br />
ajudar o ecossistema de fornecedores de<br />
componentes, onde estes tem comportamento<br />
diferenciado em regiões do Brasil:<br />
a temperatura e clima podem ser fatores<br />
de desgaste ou problemas de quebra que<br />
impactam as seguradoras e também as<br />
empresas do setor de automóvel.<br />
A questão é se o país está de fato se<br />
preparando para a adoção da telemetria.<br />
“Acreditamos que sim. Temos grandes<br />
seguradoras utilizando a solução e será<br />
uma questão de tempo para que este<br />
modelo se torne padrão para um melhor<br />
controle do segurador e do segurado”,<br />
aposta o líder da Indústria de Seguros da<br />
Stefanini, Marcos Caruso. “Sabemos que<br />
ainda temos grandes desafios em relação<br />
aos custos deste tipo de solução, mas a<br />
massificação do modelo e a melhoria<br />
dos serviços de conectividade, além de<br />
interoperabilidade e parceria do setor<br />
automotivo, podem ajudar a consolidar o<br />
modelo e passar a ser uma realidade no<br />
cotidiano dos usuários”, pontua.<br />
Como aconteceu para a telemetria<br />
em outros mercados, ou para qualquer<br />
outro produto inovador, as seguradoras<br />
passarão por uma longa curva de aprendizado.<br />
Mas, ao que tudo indica, o sucesso<br />
é garantido.<br />
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