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Revista Apólice #231

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experiência com o seguro e empodera o<br />

cliente na hora de conquistar valores mais<br />

atrativos”, pontua.<br />

Já a Bradesco Seguros aposta no aplicativo<br />

Dirija Bem. Apresentado ao mercado<br />

em outubro do ano passado, utiliza<br />

o acelerômetro e o GPS do smartphone<br />

(tanto iOS quanto Android), sem a necessidade<br />

de que seja avisado o início da<br />

viagem para fazer a captação dos dados<br />

de telemetria como velocidade, horário,<br />

distância e eventos bruscos. Baseado<br />

nessas informações, o usuário recebe<br />

uma nota de 0 a 100 em cada viagem,<br />

que estará disponível para visualização.<br />

A partir das notas recebidas por viagem, é<br />

calculado o score de condução que avalia<br />

o nível de direção do usuário.<br />

“Estamos trabalhando para trazer<br />

mais valor do aplicativo para o usuário<br />

constantemente. No momento, analisamos<br />

alternativas para engajamento<br />

do usuário”, adianta o diretor-técnico<br />

de Auto/Re, Saint’Clair Pereira Lima,<br />

que comenta ainda sobre os desafios<br />

na concepção e no desenvolvimento da<br />

ferramenta. “A dificuldade de captação<br />

dos dados foi um agravante por conta dos<br />

smartphones não terem a mesma precisão<br />

de outros dispositivos. Superamos isso<br />

com acompanhamento e melhorias contínuas<br />

no desenvolvimento do algoritmo<br />

de captação dos dados”, completa.<br />

❙❙Alcides Prates, da Pósitron<br />

Futuro certo?<br />

Alguns catalisadores ajudaram a<br />

aumentar a penetração da telemetria em<br />

mercados mundiais. Na Itália, por exemplo,<br />

essa tecnologia teve um impacto imediato<br />

no combate ao furto de automóveis<br />

e à fraude de seguros, criando benefícios<br />

para todas as partes envolvidas. No Brasil,<br />

uma parcela significativa da frota de<br />

veículos já é monitorada via rastreador e,<br />

em comparação com outros mercados desenvolvidos<br />

e emergentes, a indústria se<br />

mostra bem preparada para novos passos<br />

rumo à maior conectividade.<br />

No entanto, para soluções baseadas<br />

em hardware, existem desafios em torno<br />

dos custos dos dispositivos necessários<br />

para coleta de dados, especialmente<br />

quando comparados aos prêmios médios<br />

de seguro de automóveis. “A precificação<br />

do seguro baseado pelos dados da<br />

telemetria ainda precisa evoluir no país,<br />

por diversas questões como o valor da<br />

tecnologia, personalização por perfil de<br />

condutor e a privacidade dos usuários”,<br />

alega Alcides Prates, gerente nacional de<br />

Vendas Varejo da Pósitron.<br />

Quando o tema é a linha leve, ele<br />

reitera que a telemetria ainda é pouco<br />

utilizada, principalmente para pessoa<br />

física, visto que não há uma demanda<br />

considerável da tecnologia que consiga<br />

torná-la mais acessível ao mercado – diferente<br />

do mercado de veículos pesados,<br />

em que o seu uso alcançou alto nível de<br />

maturidade, já que o empregador avalia<br />

os benefícios e investimentos.<br />

“Esse é um tema discutido há pelo<br />

menos 15 anos no país e há alguns pontos<br />

a serem desenvolvidos, principalmente se<br />

estas informações forem para beneficiar<br />

os melhores condutores”, alega Prates,<br />

que ao mesmo tempo se mostra otimista.<br />

“O uso da telemetria para a linha leve está<br />

caminhando para ser tão eficiente quanto<br />

para gestão de frotas. Há uma tendência<br />

nas grandes empresas em adotar a telemetria<br />

para gestão de grandes frotas,<br />

e também no mercado de frota leve. É<br />

uma ferramenta valiosa que vai ajudar na<br />

agilidade logística, que precisa ser desenvolvida<br />

em conjunto com o transportador<br />

para parametrizar a aplicação assertiva<br />

ao negócio e que atenda a demanda do<br />

mercado”.<br />

Assim como acontece com grandes<br />

marcas no mundo, a telemetria também<br />

pode fazer com que as seguradoras se<br />

unam às montadoras de veículos para que,<br />

❙❙<br />

Marcos Caruso, da Stefanini<br />

juntas, compartilhem informações em<br />

uma grande base de dados, permitindo<br />

a realização de estudos sobre o comportamento<br />

dos veículos e condutores<br />

em diversas regiões do país. Os dados<br />

poderão contribuir para a melhoria dos<br />

produtos das montadoras, gerar maior<br />

sinergia com relação a manutenção, prevenção<br />

e assistência dos veículos, além de<br />

ajudar o ecossistema de fornecedores de<br />

componentes, onde estes tem comportamento<br />

diferenciado em regiões do Brasil:<br />

a temperatura e clima podem ser fatores<br />

de desgaste ou problemas de quebra que<br />

impactam as seguradoras e também as<br />

empresas do setor de automóvel.<br />

A questão é se o país está de fato se<br />

preparando para a adoção da telemetria.<br />

“Acreditamos que sim. Temos grandes<br />

seguradoras utilizando a solução e será<br />

uma questão de tempo para que este<br />

modelo se torne padrão para um melhor<br />

controle do segurador e do segurado”,<br />

aposta o líder da Indústria de Seguros da<br />

Stefanini, Marcos Caruso. “Sabemos que<br />

ainda temos grandes desafios em relação<br />

aos custos deste tipo de solução, mas a<br />

massificação do modelo e a melhoria<br />

dos serviços de conectividade, além de<br />

interoperabilidade e parceria do setor<br />

automotivo, podem ajudar a consolidar o<br />

modelo e passar a ser uma realidade no<br />

cotidiano dos usuários”, pontua.<br />

Como aconteceu para a telemetria<br />

em outros mercados, ou para qualquer<br />

outro produto inovador, as seguradoras<br />

passarão por uma longa curva de aprendizado.<br />

Mas, ao que tudo indica, o sucesso<br />

é garantido.<br />

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