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edição de 14 de maio de 2018

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propmark.com.br<br />

ANO 53 - Nº 2695 - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> R$ 15,00<br />

filipefrazao/iStock<br />

Copa do Mundo<br />

movimenta<br />

mercado<br />

A um mês da abertura do<br />

torneio, em <strong>14</strong> <strong>de</strong> junho,<br />

PROPMARK mostra nesta<br />

edição os preparativos das<br />

marcas e agências para o<br />

mundial na Rússia. pág. 30<br />

AlMAPBBdO se <strong>de</strong>stACA<br />

NO the ONe shOw e NO AdC<br />

Realizados pelo One Club<br />

for Creativity, em Nova York,<br />

festivais reafirmaram o bom<br />

momento da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira. Nosferatu, da<br />

Almap, foi o case mais<br />

premiado. pág. 44<br />

COMeçA séRie <strong>de</strong> eNtRevistAs<br />

COM juRAdOs <strong>de</strong> CANNes<br />

O PROPMARK vai trazer<br />

<strong>de</strong>poimentos dos jurados brasileiros<br />

<strong>de</strong> Cannes. Nesta edição, foram<br />

ouvidos Paulo Coelho (DM9DDB),<br />

Rodolfo Sampaio (Moma) e<br />

Saulo Rodrigues (R/GA). pág. 40<br />

PAtRíCiA POetA COdiRige<br />

CAMPANhA <strong>de</strong> AvON<br />

Trabalho criado pela<br />

J. Walter Thompson<br />

promove a marca <strong>de</strong><br />

cremes antissinais Renew<br />

Infinite. Reinvenção<br />

da jornalista preten<strong>de</strong><br />

inspirar a busca pela<br />

melhor versão <strong>de</strong> cada<br />

consumidor. pág. 16


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

recuperação<br />

inda que lentamente, o mercado publicitário – seguindo igual movimento<br />

Ada economia como um todo – recupera-se do período difícil que travou o<br />

país nos últimos três anos.<br />

Se este primeiro semestre do ano já apresenta resultados até aqui melhores e<br />

sem a contabilização total dos efeitos positivos provocados pela Copa do Mundo<br />

(ver matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição), é <strong>de</strong> se esperar que o segundo semestre, sempre<br />

mais movimentado no meio, faça-nos constatar que já <strong>de</strong>ixamos para trás as<br />

agruras que nos atingiram a partir da posse <strong>de</strong> Dilma Rousseff.<br />

Sem dúvida, ainda temos muito a reparar no país vitimado por uma onda <strong>de</strong> incertezas<br />

e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões contraditórias do Po<strong>de</strong>r Público, em todas as suas esferas.<br />

Quando o comando falha, os resultados gerais ten<strong>de</strong>m a surpreen<strong>de</strong>r para pior,<br />

diminuindo esperanças e esterilizando possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sucesso, como temos<br />

visto nestes estranhos últimos tempos <strong>de</strong> um país que tem tudo para dar certo.<br />

Aos poucos, porém, a iniciativa privada sobrevivente da crise aponta o norte para<br />

os incrédulos, mostrando que mudar nossa trajetória política é um erro que não<br />

se <strong>de</strong>ve cometer. Não se diz respeito aqui a pessoas, mas a sistemas <strong>de</strong> governo<br />

que fracassaram on<strong>de</strong> foram implantados com salva <strong>de</strong> palmas e tiros <strong>de</strong> canhões.<br />

O Brasil tem vocação <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da sua história. Essa convicção<br />

emoldurou os saltos que seguidamente <strong>de</strong>mos em busca <strong>de</strong> dias melhores para<br />

todos. Cada período comemorativo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1500 <strong>de</strong>monstra a vocação para a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ação e o empreen<strong>de</strong>dorismo, inerentes à capacida<strong>de</strong> criativa do povo.<br />

Foi com surpresa, entretanto, que a <strong>maio</strong>ria eleitora da população brasileira,<br />

votando em candidatos populistas que venceram as eleições, passou a assistir<br />

à <strong>de</strong>sconstrução dos nossos princípios <strong>de</strong>mocráticos, através <strong>de</strong> movimentos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência civil apoiados pelos novos governos que sucessivamente se<br />

instalaram no país.<br />

Em meio a essa mudança da rota histórica do país, agrava-se <strong>de</strong> forma avassaladora<br />

o crime da corrupção que, po<strong>de</strong>mos admitir, sempre existiu, mas jamais<br />

nas proporções recentemente vistas.<br />

O uso não só da máquina pública, mas também e principalmente das empresas<br />

públicas (como a Petrobras) para o <strong>de</strong>svio ilícito <strong>de</strong> bilhões <strong>de</strong> reais, contaminou<br />

as instituições e causou gran<strong>de</strong> revolta na população já vítima <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>scalabros.<br />

Não po<strong>de</strong>ria ser diferente: o país se encolheu, seus números positivos diminuíram<br />

e muitos se transformaram em negativos e a economia do país estremeceu.<br />

O segmento publicitário, a exemplo dos <strong>de</strong>mais, passou a sofrer as consequências<br />

<strong>de</strong>ssa “farra do boi”, vendo encolher as verbas dos anunciantes e sendo<br />

obrigado a encolher, na mídia, nas agências, nas produtoras e fornecedores do<br />

mercado, seu pessoal contratado.<br />

Após o impeachment <strong>de</strong> Dilma Rousseff, voltamos a ter esperanças que com o<br />

passar dos dias foram se transformando em realida<strong>de</strong>. O país estava aos poucos<br />

se reconstruindo. Embora o governo atual, sucessor <strong>de</strong> Dilma Rousseff, seja<br />

também acusado <strong>de</strong> muitos pecados, a quantida<strong>de</strong> dos malfeitos, dizem alguns<br />

economistas, chega a ser irrisória diante da recente hecatombe.<br />

Em boa hora, o novo governo aprovou uma nova legislação trabalhista, colaborando<br />

para que a recuperação das pessoas jurídicas em todo o território nacional<br />

tivesse uma necessária aceleração.<br />

O quadro hoje é diverso, embora não ainda o i<strong>de</strong>al. O mercado publicitário, ajudado<br />

pela Copa do Mundo que ocorrerá em um novo momento da vida nacional,<br />

possibilitará ganhos expressivos a boa parte do tra<strong>de</strong>, com <strong>de</strong>staque para os meios.<br />

O ano fechará melhor que o anterior e se formos felizes nas eleições <strong>de</strong> outubro<br />

po<strong>de</strong>remos novamente <strong>de</strong>slanchar já a partir do início do próximo ano, em<br />

busca da recuperação do tempo perdido. Para que isso ocorra com segurança,<br />

entretanto, temos <strong>de</strong> levar mais a sério do que nunca as próximas eleições. Errar<br />

uma vez é humano, errar seguidamente é burrice.<br />

Um bom começo para contribuirmos com a volta do país à sua normalida<strong>de</strong> econômica,<br />

que prece<strong>de</strong> a todos os <strong>de</strong>mais benefícios dos quais necessitamos, é não<br />

reeleger ninguém. Gente nova (não necessariamente <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>) no po<strong>de</strong>r, sem os<br />

velhos compromissos do passado, po<strong>de</strong> ser uma boa solução, talvez a única.<br />

Acreditando nisso, temos a obrigação cívica <strong>de</strong> transmitir por todos os<br />

meios ao eleitorado brasileiro a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> mudança pelas<br />

vias <strong>de</strong>mocráticas.<br />

***<br />

Lamentável o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (o mesmo que em parceira<br />

com Renan Calheiros ignorou a Constituição quando do impeachment <strong>de</strong><br />

Dilma Rousseff, mantendo os direitos políticos da presi<strong>de</strong>nte impinchada), negar<br />

recurso do jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo contra <strong>de</strong>cisão do Tribunal <strong>de</strong> Justiça<br />

do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e dos Territórios que impediu e prossegue impedindo o centenário<br />

jornal <strong>de</strong> publicar informações da chamada Operação Boi Barrica, que<br />

envolve membro da família Sarney.<br />

Pior ainda foi sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não apreciar o mérito do processo, encaminhando<br />

o caso para a 12ª Vara Civil <strong>de</strong> Brasília, “para que julgue o mérito da ação como<br />

bem enten<strong>de</strong>r” (grifos nossos).<br />

Detalhe: o ministro Lewandowski reteve os autos do processo por cerca <strong>de</strong><br />

3.000 dias, antes <strong>de</strong> apreciá-lo e tomar essa <strong>de</strong>cisão.<br />

Usou e abusou do engavetamento.<br />

***<br />

Em gran<strong>de</strong> estilo, a Re<strong>de</strong> Globo lançou na noite da última terça-feira (8), no Circo<br />

Voador, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, sua nova novela das oito, Segundo Sol, <strong>de</strong> autoria<br />

<strong>de</strong> João Emanuel Carneiro, com direção artística e geral <strong>de</strong> Dennis Carvalho e<br />

direção-geral <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong> Médicis.<br />

No show <strong>de</strong> apresentação, o talento <strong>de</strong> Carlinhos Brown e sua banda Axé, esbanjando<br />

energia e lembrando ao público presente ser a nova novela a primeira<br />

releitura do Movimento Axé em 35 anos.<br />

***<br />

Com a aproximação <strong>de</strong> mais um Cannes Lions, torna-se imperdível nesta edição<br />

a série <strong>de</strong> entrevistas com os jurados brasileiros no mais importante festival do<br />

marketing e da propaganda <strong>de</strong> todo o planeta.<br />

Eles serão homenageados pelo Estadão, representante do Cannes Lions em nosso<br />

país, com um almoço na próxima terça (15), no Figueira Rubaiyat, para o qual<br />

foi convidada gran<strong>de</strong> parte dos jornalistas que cobrem o Cannes Lions para os<br />

diversos meios.<br />

***<br />

Aguar<strong>de</strong>m a próxima edição do PROPMARK (data <strong>de</strong> capa 21/5), comemorativa<br />

dos 53 anos <strong>de</strong> circulação ininterrupta <strong>de</strong>ste semanário, com chamada <strong>de</strong> capa<br />

para o conteúdo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate em três painéis, realizado na ESPM TECH, entre<br />

consagrados publicitários do mercado, discutindo temas relevantes do momento<br />

atual da nossa publicida<strong>de</strong>.<br />

Entre outras atrações e por se tratar <strong>de</strong> um jornal <strong>de</strong>dicado ao marketing e à<br />

propaganda, chamamos a atenção do leitor para a qualida<strong>de</strong> e a quantida<strong>de</strong> dos<br />

anúncios já programados para essa edição histórica.<br />

***<br />

Este Editorial é em homenagem a Gabriel Priolli, pelo lançamento pela Noir do<br />

seu livro A Sintonia do Sucesso, contando com riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes a história<br />

exemplar da parceira <strong>de</strong> Luiz Casali e Carlos Colesanti “no mundo do rádio e da<br />

publicida<strong>de</strong>”, conforme a capa da obra.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3


conexões<br />

Facebook<br />

Post: Ma<strong>de</strong>ro encerra operação<br />

internacional localizada em Miami,<br />

nos Estados Unidos<br />

“Carollyne Mariano, até o senhor Ma<strong>de</strong>ro<br />

<strong>de</strong>sistiu da Ocean Drive.”<br />

Bruna Guimarães Drommond<br />

“Hahahahahaha. Nunca mais.”<br />

Carollyne Mariano<br />

<strong>maio</strong>r rótulo <strong>de</strong> ketchup do mundo.<br />

A ação é da Agência Africa.<br />

“Da série ações pela qual uma pessoa<br />

é impactada!”<br />

Alexandre Rudge<br />

Post: Cofapinho está <strong>de</strong> volta em<br />

campanha sobre amortecedores<br />

“As campanhas da Cofap sempre ficavam<br />

na memória por conta do Cofapinho!<br />

Amei o retorno!”<br />

Pri Campos<br />

Instagram<br />

Post: @propmark reuniu alguns<br />

dos principais lí<strong>de</strong>res da indústria<br />

da comunicação para <strong>de</strong>bater<br />

questões que preocupam o mercado.<br />

“Demais! Muito sucesso para vocês,<br />

sempre!”<br />

@marcelo.ben<strong>de</strong>r<br />

Twitter<br />

Tweet: #RiRLisboaAMPM: @ipiranga<br />

leva youtubers e seguidores<br />

para o Rock in Rio Lisboa<br />

“Melhor a galera correr que só falta<br />

uma semana pra acabar a promoção.”<br />

@ipiranga<br />

última Hora<br />

CONVOCAÇÃO<br />

Nesta segunda-feira (<strong>14</strong>),<br />

Tite anuncia os jogadores<br />

que disputarão a Copa.<br />

Algumas marcas vão usar<br />

o tema da convocação<br />

em campanhas. A da<br />

Perdigão terá o humorista<br />

Marco Luque convocando<br />

costelinhas e linguiças<br />

para um churrasco. O<br />

Itaú vai mostrar na série<br />

Entrelinhas o ritual usado<br />

por Tite para <strong>de</strong>finir seus<br />

eleitos. As ações têm a<br />

assinatura da DM9DDB.<br />

MONITOR<br />

Após dois anos, a Philips<br />

volta a produzir na<br />

unida<strong>de</strong> fabril <strong>de</strong> Manaus<br />

os televisores com a<br />

tecnologia Ambilight, que<br />

projeta luzes com as cores<br />

da cena na pare<strong>de</strong>, com<br />

campanha da VML.<br />

dorinHo<br />

CURTA METRAGEM<br />

A plataforma Os<br />

Cabeças, do Cinemax,<br />

vai lançar nos próximos<br />

meses a campanha<br />

Behind the brands,<br />

brains, que mostrará<br />

minidocumentários dos<br />

nomes mais influentes da<br />

plataforma <strong>de</strong> networking.<br />

O primeiro já está no ar,<br />

que é <strong>de</strong> Mário D’Andrea:<br />

www.youtube.com/. O<br />

segundo será <strong>de</strong> Roberto<br />

Gnypek, VP <strong>de</strong> marketing<br />

do McDonald’s.<br />

FIAP<br />

Representante do Fiap<br />

no Brasil, a Editora<br />

Referência, que edita<br />

o PROPMARK, <strong>de</strong>ixa o<br />

projeto. O festival está sob<br />

a direção do CEO Rodrigo<br />

Figueroa, tendo Daniel<br />

Marcet como chairman.<br />

Post: Fox usa carro da pamonha<br />

para divulgar Deadpool 2<br />

“‘Brigada’, senhor”<br />

Maria Laura Barbosa Coelho<br />

Post: Jovem se veste <strong>de</strong> Fearless<br />

Girl para conseguir vaga na Mc-<br />

Cann britânica<br />

“Carlos Brito, faz o mesmo?”<br />

Rogerio Souza<br />

“Vitória, veja que sensacional!”<br />

Vinicius Scalli<br />

Post: Samsung aposta na Copa do<br />

Mundo para reforçar vendas <strong>de</strong><br />

televisores<br />

“Quem ‘guenta’ essa Bertha Fernan<strong>de</strong>s?<br />

É muito sucesso para uma cidadã<br />

só, senhor.”<br />

Gleice Rodrigues<br />

“Parabéns, Bertha, mandou muito<br />

bem!”<br />

Lucas Abaurre Alencar<br />

Post: Habib’s e Ragazzo lançam<br />

copos temáticos <strong>de</strong> Street Fighter<br />

“Fred, muito Habib’s nos próximos<br />

tempos.”<br />

Lucas Carvalho<br />

“Vamos ter <strong>de</strong> ir <strong>de</strong> novo.”<br />

Marcelo Gue<strong>de</strong>s<br />

Post: Depois <strong>de</strong> inverter o rótulo e<br />

colocar seus ingredientes na frente<br />

do produto, a Heinz Brasil cria o<br />

Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 5 a<br />

11 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>)<br />

Post: Menos telas, mais olho no<br />

olho!<br />

“Gostei muito Alexis do seu artigo! Por<br />

isso existe Two Si<strong>de</strong>s, que valoriza o<br />

contato físico com o papel, recurso<br />

não só reciclável, mas principalmente<br />

renovável. Parabéns!”<br />

Fabio Mortara<br />

Post: Aktuellmix conquista Bra<strong>de</strong>sco,<br />

Petrópolis e Suvinil<br />

“Parabéns, Celio e equipe!”<br />

José Gaspar Brandão<br />

Post: E se houvesse uma Seleção<br />

Brasileira da Publicida<strong>de</strong>?<br />

“Geralmente, quando se fala em seleção<br />

brasileira refere-se a um critério<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Qualida<strong>de</strong>, conforme<br />

consta no dicionário, não é sinônimo<br />

<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>. Da mesma forma<br />

que a seleção brasileira <strong>de</strong> futebol<br />

tem a <strong>maio</strong>ria <strong>de</strong> jogadores pardos e<br />

ninguém fica chorando.”<br />

Anton Yvan<br />

Post: Mídia programática já é realida<strong>de</strong><br />

no OOH<br />

“Louvável iniciativa. Não tenho dúvidas<br />

<strong>de</strong> que a programática vai ajudar<br />

o out of home a chegar a um novo<br />

patamar, e que o esforço <strong>de</strong> players<br />

sérios, como a Clear Channel, vai sacudir<br />

o mercado.”<br />

Heitor Estrela Gomes<br />

4 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


mídia<br />

Conhecimento do povo brasileiro<br />

será compartilhado pela Globosat<br />

Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> TV fechada lança no Festival Path a plataforma Gente, com<br />

estudos sobre esportes, cultura, gênero, gerações e comportamento<br />

Paulo Macedo<br />

Há cerca <strong>de</strong> três anos, a Globosat<br />

repensou seu posicionamento<br />

em função da<br />

forma que <strong>de</strong>finiu para se relacionar<br />

com o seu consumidor<br />

final. Com a implantação do<br />

conceito Conectados pela emoção<br />

a i<strong>de</strong>ia era <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado<br />

o formato <strong>de</strong> fábrica <strong>de</strong> canais<br />

<strong>de</strong> TV por assinatura. Agora,<br />

com o lançamento da plataforma<br />

Gente - uma conexão Globosat,<br />

ganha nova etapa com estudos<br />

sobre o comportamento<br />

do consumidor brasileiro. Os<br />

conteúdos ficarão disponíveis<br />

gratuitamente e sem logins a<br />

partir do próximo sábado (19)<br />

no site www.globosat.com.br/<br />

gente após o lançamento do<br />

projeto no Festival Path, em<br />

São Paulo. O plano é ajudar na<br />

construção <strong>de</strong> planejamentos<br />

estratégicos.<br />

Os primeiros cinco estudos<br />

contemplam esporte, comportamentos<br />

emergentes, expoentes<br />

culturais, o que está além<br />

do gênero e gerações sem ida<strong>de</strong>.<br />

Ao todo, serão <strong>de</strong>z análises<br />

completas, sempre com base<br />

na multiplicida<strong>de</strong> cultural dos<br />

brasileiros. Segundo Manuel<br />

Falcão, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

da Globosat, não se trata <strong>de</strong> um<br />

mecanismo para a venda <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

mas uma maneira <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r as pessoas e traduzir<br />

suas formas <strong>de</strong> pensar.<br />

“Saber conversar com pessoas<br />

é muito importante”, resume<br />

Falcão. “O interesse é compartilhar<br />

nosso conhecimento<br />

para gerar insights não só para<br />

o mercado, mas também para o<br />

usuário. Temos várias pesquisas<br />

e muitos dados. Estamos<br />

em processo <strong>de</strong> implantação<br />

<strong>de</strong> um data lake, que ainda não<br />

está no Gente, mas que vai reunir<br />

e cruzar as fotografias colhidas<br />

pelo Grupo Globo. Abrir os<br />

dados é essencial para o futuro<br />

e a sobrevivência <strong>de</strong> qualquer<br />

empresa”, ele acrescentou.<br />

Na era das re<strong>de</strong>s sociais,<br />

Falcão, do marketing da Globosat, está lançando uma plataforma com base em gente<br />

gente é para brilhar e para<br />

compartilhar. O conhecimento<br />

acumulado não é mais restrito.<br />

“O relacionamento B2B ou B2C<br />

mudou para B2P, <strong>de</strong> people, <strong>de</strong><br />

gente. Conhecemos bem o povo<br />

brasileiro e essa massa é a nossa<br />

primeira janela. Gente mo<strong>de</strong>la<br />

o mundo. Quando compartilhamos<br />

ajudamos a gerar melhores<br />

produtos porque realizamos<br />

pesquisas e organizamos informações<br />

<strong>de</strong> várias fontes, internas<br />

e externas. O interesse não<br />

é meramente comercial; não<br />

esperamos nada <strong>de</strong> volta. Claro<br />

que o conhecimento sobre<br />

gerações e comportamentos<br />

po<strong>de</strong> ajudar agências e anunciantes,<br />

mas o propósito real é<br />

compartilhar. Se ajudarmos na<br />

formulação <strong>de</strong> projetos, vai ser<br />

ótimo”, diz Falcão.<br />

Gente, nas palavras <strong>de</strong> Falcão,<br />

é uma curadoria <strong>de</strong> conteúdos<br />

acumulados, mas com<br />

olhar renovado. De posse <strong>de</strong>sses<br />

dados, a formulação <strong>de</strong> produtos<br />

editoriais e comerciais<br />

“relacionamento<br />

b2b ou b2c<br />

mudou para b2p,<br />

<strong>de</strong> people.<br />

conhecemos bem<br />

o povo brasileiro<br />

e essa massa é<br />

nossa primeira<br />

janela”<br />

Divulgação<br />

sob medida ficará mais fácil.<br />

“Não sabemos como será o futuro<br />

da plataforma. São vários<br />

estudos em andamento e vão<br />

ajudar os nossos parceiros. O<br />

que sabemos é que, a partir das<br />

pessoas que estão por trás dos<br />

estudos, conseguiremos compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor o mundo e o<br />

que vai moldar o futuro”, afirma<br />

Falcão.<br />

Todo conteúdo, <strong>de</strong> acordo<br />

com o diretor <strong>de</strong> marketing da<br />

Globosat, “será apresentado<br />

com soluções interativas que<br />

vão auxiliar não somente na<br />

compreensão, mas também na<br />

disseminação <strong>de</strong>le. A estética<br />

já mostra que a experiência <strong>de</strong><br />

navegação é fácil e orgânica e<br />

traz o principal: informação em<br />

artigos, ví<strong>de</strong>os, infográficos,<br />

podcasts, listas, newsletters e<br />

apresentações que po<strong>de</strong>m ser<br />

baixadas como PDF. E um dado<br />

importante: a configuração do<br />

site já entra para leitura acessível<br />

não somente para <strong>de</strong>sktops, mas<br />

também em versão mobile”.<br />

6 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


MíDia<br />

“Meu avô Tuta<br />

é a pessoa que<br />

mais me inspira”<br />

Divulgação<br />

Espontânea e inquieta, a jovem Manuela<br />

Carvalho, neta do legendário Tuta Carvalho,<br />

o mais famoso nome da rádio Jovem Pan,<br />

agita a emissora da família, que frequenta<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança. Jornalista por formação, ela já passou<br />

por várias áreas da rádio e agora encara o <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> ser uma executiva <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. “Eu estou<br />

amando o <strong>de</strong>safio, cada dia apren<strong>de</strong>ndo muito”,<br />

diz Manu. Muito ativa, a neta <strong>de</strong> Tuta - ela é filha<br />

<strong>de</strong> Marcelo Leopoldo e Silva <strong>de</strong> Carvalho, VP da<br />

rádio, e sobrinha <strong>de</strong> Tutinha, presi<strong>de</strong>nte da Pan -<br />

também é influenciadora digital. Para ela, o jeito<br />

<strong>de</strong> se comunicar está mais dinâmico e verda<strong>de</strong>iro.<br />

“Os influenciadores estão criando novas formas<br />

para o mercado”, opina. Confira a sua entrevista.<br />

Manuela Carvalho: “Acredito que estamos sempre em transformação”<br />

KELLY DORES<br />

TrajeTória<br />

Sempre gostei do meio <strong>de</strong><br />

comunicação, afinal, está nas<br />

minhas veias (nasci no ninho<br />

do meu avô Tuta Carvalho).<br />

Com 10 anos, eu adorava frequentar<br />

os estúdios da Jovem<br />

Pan. Aos 18, entrei na faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> jornalismo. Trabalhei<br />

na produção <strong>de</strong> jornalismo na<br />

Pan por três anos e <strong>de</strong>cidi entrar<br />

no mundo da moda. Eu<br />

me formei em styling no IED<br />

Londres e sempre busquei fazer<br />

cursos para me aprimorar.<br />

Sempre gostei do mundo da<br />

moda, aprendi com minha avó,<br />

Margot Carvalho, que ensinou<br />

muito do que sei. A Jovem Pan<br />

sempre foi uma rádio à frente,<br />

há mais <strong>de</strong> 10 anos investe em<br />

conteúdo na internet. Conversando<br />

com a diretora da Jovem<br />

Pan Online, Silvia Carvalho, tivemos<br />

uma i<strong>de</strong>ia: mostrar os<br />

eventos <strong>de</strong> moda <strong>de</strong> uma forma<br />

bem-humorada (bem do<br />

jeito que sou). Já conseguimos<br />

entrevistar gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s,<br />

como Gisele Bündchen,<br />

Carine Roitfeld e Izabel Goulart.<br />

E comecei a me tornar<br />

uma influenciadora do meio,<br />

hoje tenho mais <strong>de</strong> 1.200.000<br />

impressões no meu Instagram<br />

com 90.3 k seguidores.<br />

PUBLiCiDaDe<br />

Senti a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />

o universo da publicida<strong>de</strong>,<br />

pois já transitava nesse<br />

meio, e no ano passado comecei<br />

a fazer uma pós nessa área<br />

na ESPM. Estou na área comercial<br />

há seis meses e todos os<br />

dias apren<strong>de</strong>ndo muito.<br />

iNFLUÊNCia<br />

Sempre gostei do universo da<br />

televisão e do rádio. Sem contar<br />

que o meu avô Tuta é a pessoa<br />

que mais me inspira e a minha<br />

família também. Cada um<br />

tem um jeito transformador.<br />

Aos 8 anos, minha mãe me colocou<br />

no teatro porque via o<br />

quanto eu gostava <strong>de</strong> falar e me<br />

comunicar. A Jovem Pan sempre<br />

fez parte da minha vida,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequena, nas minhas<br />

férias ficava nos estúdios quietinha<br />

olhando o dinamismo<br />

que o rádio traz. Amava participar<br />

do programa Pânico, como<br />

sempre fui muito espontânea,<br />

adorava ir lá contar piadas. A<br />

parte boa <strong>de</strong> estar no dia a dia<br />

da rádio e me apaixonar é que<br />

sempre tive certeza <strong>de</strong> que a<br />

minha profissão seria aqui.<br />

iNFLUeNCiaDOra<br />

Sempre fiz questão <strong>de</strong> trazer<br />

assuntos diferentes para os<br />

meus seguidores. Sou muito<br />

“Sempre tento<br />

encontrar<br />

oportunida<strong>de</strong>S<br />

e eStudar o<br />

mercado”<br />

verda<strong>de</strong>ira, por isso, as pessoas<br />

acabaram criando uma<br />

intimida<strong>de</strong>. Gravava ví<strong>de</strong>os<br />

e fazia perguntas inusitadas,<br />

sempre fiz brinca<strong>de</strong>iras e, acima<br />

<strong>de</strong> tudo, pensava no que as<br />

pessoas queriam ver. Um dos<br />

projetos que criamos foi o Hit<br />

and Hate, que é um sucesso<br />

(com Arlindo Grund e Camila<br />

To<strong>de</strong>lo), em que falamos sobre<br />

o estilo das pessoas, tipo um<br />

fashion police.<br />

DeSaFiO<br />

Eu estou amando o <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> ser uma executiva <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

da rádio, cada dia<br />

apren<strong>de</strong>ndo muito, e ser influenciadora<br />

ajuda a entrar no<br />

meio da publicida<strong>de</strong>. Quando<br />

comecei, há seis meses, algumas<br />

pessoas me ajudaram<br />

muito a enten<strong>de</strong>r esse mercado<br />

(posso fazer um agra<strong>de</strong>cimento<br />

especial ao meu chefe,<br />

Rodolfo Negrão, e à minha gerente,<br />

Marcela Marchi, que me<br />

ajudam muito!).<br />

TeMPO<br />

Eu trabalho há 10 anos na<br />

Jovem Pan, entrei com 18. Já<br />

passei por algumas áreas, acho<br />

muito importante para enten<strong>de</strong>r<br />

o negócio.<br />

COMUNiCaÇÃO<br />

Acredito que estamos sempre<br />

em transformação, hoje<br />

gran<strong>de</strong> parte dos jornalistas faz<br />

parte <strong>de</strong> brand content, ou seja,<br />

fecha parcerias comerciais. O<br />

mercado está fazendo cada vez<br />

mais projetos personalizados<br />

com experiências. O jeito <strong>de</strong> se<br />

comunicar está mais dinâmico<br />

e verda<strong>de</strong>iro. Os influenciadores<br />

estão criando novas formas<br />

para o mercado.<br />

PrOjeTOS<br />

Estou adorando a área comercial.<br />

Sou muito ativa, hoje,<br />

além da rádio, também faço<br />

relações públicas <strong>de</strong> algumas<br />

empresas e tenho minha vida<br />

como influenciadora digital.<br />

Sempre tento encontrar oportunida<strong>de</strong>s<br />

e estudar o mercado,<br />

que está em constante<br />

transformação.<br />

8 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


AgêncIAs<br />

Africa promove profissionais a<br />

diretores-executivos <strong>de</strong> criação<br />

Matias Menen<strong>de</strong>z, Otavio Schiavon e Sophie Schönburg terão uma<br />

atuação mais estratégica nos negócios, ao lado do CCO Sergio Gordilho<br />

KELLY DORES<br />

Africa, que tem como copresi<strong>de</strong>ntes<br />

Marcio Santo-<br />

A<br />

ro e Sergio Gordilho, está com<br />

novida<strong>de</strong>s na criação. A agência<br />

promoveu Matias Menen<strong>de</strong>z,<br />

Otavio Schiavon e Sophie<br />

Schönburg a diretores-executivos<br />

<strong>de</strong> criação na equipe li<strong>de</strong>rada<br />

pelo CCO Gordilho. Até então,<br />

os profissionais ocupavam<br />

o cargo <strong>de</strong> diretores <strong>de</strong> criação<br />

na agência do Grupo ABC.<br />

“Historicamente a Africa reconhece<br />

e promove talentos.<br />

É só olhar os lí<strong>de</strong>res criativos<br />

das gran<strong>de</strong>s agências brasileiras.<br />

Boa parte <strong>de</strong>les passou por<br />

aqui. Sophie, Tavinho e Matias<br />

têm feito um trabalho brilhante<br />

e nada mais natural que reconhecer<br />

e promover. Eles terão<br />

um papel muito mais macro,<br />

me ajudando a olhar a Africa <strong>de</strong><br />

hoje e a Africa do futuro”, <strong>de</strong>staca<br />

Gordilho.<br />

De acordo com a agência, a<br />

movimentação traduz o objetivo<br />

da Africa <strong>de</strong> ampliar a atuação<br />

estratégica em criação. No<br />

novo cargo, os profissionais<br />

passam a ter uma atuação ainda<br />

mais estratégica no âmbito<br />

do negócio. A Africa foi apontada<br />

como a agência número 1<br />

em criativida<strong>de</strong> original e eficaz<br />

pelo Agency Scope.<br />

No âmbito dos negócios,<br />

a agência também vai muito<br />

bem, segundo Santoro. “O<br />

ano tem sido bastante genero-<br />

Sergio Gordilho, Sophie Schönburg, Otavio Schiavon e Matias Menen<strong>de</strong>z<br />

so com a gente. Estamos com<br />

clientes com patrocínios muito<br />

importantes, <strong>de</strong> Copa do Mundo,<br />

novela etc., o que faz com<br />

que a gente tenha uma quantida<strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho. Esse<br />

mês vai entrar muita campanha<br />

no ar, como do Itaú, Brahma e<br />

Vivo”, ressalta o copresi<strong>de</strong>nte.<br />

De acordo com dados internos,<br />

comparado ao primeiro<br />

trimestre do ano passado, a<br />

Rodrigo Pirim/Divulgação<br />

“ElEs tErão um<br />

papEl muito<br />

mais macro, mE<br />

ajudando a olhar<br />

a africa dE hojE<br />

E a africa do<br />

futuro”<br />

Africa está com 32% a mais <strong>de</strong><br />

campanhas no mesmo período<br />

<strong>de</strong>ste ano. De janeiro para cá,<br />

foram mais <strong>de</strong> 70 campanhas.<br />

“Atualmente, estamos em duas<br />

concorrências, sendo que em<br />

uma <strong>de</strong>las estamos na final”,<br />

revela Santoro. A agência está<br />

hoje na 12ª posição no último<br />

ranking do Kantar Ibope Media,<br />

<strong>de</strong> janeiro a março <strong>de</strong>ste ano,<br />

com investimento bruto <strong>de</strong> mídia<br />

<strong>de</strong> R$ 475 milhões. Segundo<br />

Santoro, 2017 foi “muito bom”<br />

para a Africa, com crescimento,<br />

e a previsão é <strong>de</strong> mais crescimento<br />

para este ano.<br />

TRAJETÓRIA<br />

Com mais <strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> profissão,<br />

Sophie Schönburg é uma<br />

das redatoras mais conhecidas<br />

do país. Antes da Africa, a profissional<br />

li<strong>de</strong>rou o <strong>de</strong>partamento<br />

criativo da mcgarrybowen e<br />

da Pereira O’Dell e, antes disso,<br />

trabalhou por 19 anos na Almap-<br />

BBDO. Já Otavio Schiavon tem<br />

mais <strong>de</strong> 17 anos <strong>de</strong> carreira,<br />

tendo atuado não somente no<br />

Brasil, mas também em países<br />

da Europa e da América Latina,<br />

em agências como Leo Burnett<br />

(São Paulo, Lisboa e Bogotá),<br />

DM9DDB, AlmapBBDO e Wie<strong>de</strong>n<br />

Kennedy São Paulo. O argentino<br />

Matias Menen<strong>de</strong>z, por<br />

sua vez, iniciou a sua carreira na<br />

agência La Comunidad, como<br />

diretor <strong>de</strong> arte. Ele passou pela<br />

Madre Buenos Aires e esteve na<br />

Mother Nova York, por três anos.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 9


mErCAdo<br />

São Paulo concentra 75% das<br />

verbas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do país<br />

Balanço do investimento bruto do Kantar Ibope mostra que a cida<strong>de</strong><br />

é responsável por mais <strong>de</strong> R$ 100 bilhões das autorizações <strong>de</strong> mídia<br />

Paulo Macedo<br />

Mercado que concentra as<br />

principais agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

do país, como a lí<strong>de</strong>r<br />

Y&R, que tem faturamento anual<br />

<strong>de</strong> R$ 3,962 bilhões, os principais<br />

anunciantes e também<br />

as bases comerciais dos canais<br />

<strong>de</strong> mídia com <strong>maio</strong>r volume <strong>de</strong><br />

autorizações <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do<br />

país, a cida<strong>de</strong> São Paulo li<strong>de</strong>rou<br />

mais uma vez em 2017 os investimentos<br />

brutos <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong> marketing, com um total<br />

<strong>de</strong> R$ 32,9 bilhões, <strong>de</strong> acordo<br />

com o ranking <strong>de</strong> praças do<br />

Kantar Ibope Media, que usa a<br />

métrica GAV (Gross Advertising<br />

Value). O share exato é <strong>de</strong><br />

24,6%, mas houve uma evolução<br />

<strong>de</strong> 1,3% em relação a 2016.<br />

Porém, quando se consi<strong>de</strong>ra a<br />

origem da autorização <strong>de</strong> mídia,<br />

São Paulo concentra 75%<br />

do dinheiro aplicado em propaganda<br />

no país, equivalente a<br />

mais <strong>de</strong> R$ 100 bilhões.<br />

O Rio <strong>de</strong> Janeiro, com participação<br />

<strong>de</strong> 9,7%, contabilizou<br />

um volume <strong>de</strong> R$ 13 bilhões.<br />

Historicamente, mesmo com<br />

as perdas <strong>de</strong> negócios, o Rio se<br />

mantém na segunda posição. A<br />

Artplan, com faturamento <strong>de</strong><br />

R$ 2,122 bilhões no ano passado<br />

e em 11º lugar no ranking,<br />

é a principal agência da capital<br />

fluminense. A NBS, que aparece<br />

em 28º, com um faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 1,173 bilhão em 2017,<br />

é outro player <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na<br />

região. As operações da WMc-<br />

Cann, com Coca-Cola e TIM, e<br />

DPZ&T, com Petrobras, mantêm<br />

escritórios robustos na cida<strong>de</strong>.<br />

Também, pela característica<br />

local, agências como Fullpack,<br />

Onzevinteum e Agência3 se sobressaem<br />

no Rio.<br />

Belo Horizonte aparece na<br />

lista do Kantar Ibope Media em<br />

3º lugar, com 3,8% <strong>de</strong> share e<br />

faturamento, sem os <strong>de</strong>scontos<br />

<strong>de</strong> praxe, <strong>de</strong> R$ 5,109 bilhões.<br />

Na 4ª posição está Porto Alegre,<br />

com R$ 4,234 bilhões; e<br />

em 5º Curitiba, com R$ 3,184<br />

A executiva Melissa Vogel promete elevar a base da pesquisa <strong>de</strong> mídia digital em <strong>2018</strong><br />

bilhões. Fortaleza, em 6º, li<strong>de</strong>ra<br />

o mercado do Nor<strong>de</strong>ste, com<br />

R$ 2,802 bilhões e participação<br />

no mercado nacional <strong>de</strong> 2,1%.<br />

Salvador aparece em 7°, com<br />

R$ 2,7 bilhões. Brasília, que<br />

concentra as autorizações do<br />

Governo Fe<strong>de</strong>ral, ocupa o 8º<br />

posto da relação, com R$ 2,620<br />

bilhões. Recife está em 9º, com<br />

um 1,9% da fatia nacional do<br />

bolo publicitário e faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 2,552 bilhões. Campinas,<br />

no interior <strong>de</strong> São Paulo,<br />

aparece em 10º, com R$ 2,397<br />

bilhões e 1,8% <strong>de</strong> share. Em seguida<br />

está Florianópolis, com<br />

Divulgação<br />

“Teremos um<br />

incremenTo em<br />

mais <strong>de</strong> 100% na<br />

quanTida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

siTes moniTorados,<br />

salTando <strong>de</strong> 124<br />

para cerca <strong>de</strong> 250<br />

veículos online”<br />

R$ 2,199 bilhões; Belém, com<br />

R$ 2,<strong>14</strong>3 bilhões; Goiânia, com<br />

R$ 1,748 bilhão; Santos, com R$<br />

1,588 bilhão; e Vitória, com R$<br />

1,517 bilhão.<br />

ANUNCIANTES<br />

Cliente da house My Agência,<br />

a Hypemarcas li<strong>de</strong>ra o ranking<br />

dos <strong>maio</strong>res anunciantes do<br />

país, com uma verba bruta <strong>de</strong><br />

mídia <strong>de</strong> R$ 3,737 bilhões. O laboratório<br />

mexicano Genoma<br />

está em segundo no ranking <strong>de</strong><br />

2017 do Kantar Ibope Media,<br />

com 3,124 bilhões. Outro anunciante<br />

do segmento farmacêntico,<br />

a Divcom Pharma Nor<strong>de</strong>ste<br />

está em 6º, com R$ 1,494 bilhão;<br />

e a Ultrafarma em 10º, com R$<br />

1,256 bilhão. O mercado <strong>de</strong> fármacos<br />

realmente ganhou consistência<br />

no ranking <strong>de</strong>vido à<br />

métrica, que utiliza os valores<br />

plenos das tabelas <strong>de</strong> preços dos<br />

veículos <strong>de</strong> comunicação e sem<br />

os <strong>de</strong>scontos negociados, que<br />

po<strong>de</strong>m chegar, em alguns casos,<br />

a 90%. Há mais veracida<strong>de</strong> sobre<br />

o real valor investido a partir<br />

da 3ª posição, ocupada pela<br />

Unilever, com R$ 1,825 bilhão. A<br />

Ambev, em 4º, tem faturamento<br />

mais próximo da realida<strong>de</strong>,<br />

com seus R$ 1,560 bilhão; assim<br />

como a P&G, em 5º, com R$<br />

1,559 bilhão; a Claro, em 7º, com<br />

R$ 1,476 bilhão; e a Caixa Econômica<br />

Fe<strong>de</strong>ral, em 8º, com R$<br />

1,443 bilhão.<br />

“No ano <strong>de</strong> 2017, as marcas intensificaram<br />

os seus investimentos<br />

em comunicação, que, somados<br />

à recuperação da economia,<br />

impulsionaram o consumo. Este<br />

ano, em nossa cobertura do digital,<br />

teremos um incremento em<br />

mais <strong>de</strong> 100% na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sites monitorados, saltando <strong>de</strong><br />

124 para cerca <strong>de</strong> 250 veículos<br />

online. Também estamos trabalhando<br />

para incluir campanhas<br />

programáticas e novas plataformas<br />

e formatos em nossa oferta<br />

para a análise <strong>de</strong> mídia digital,<br />

como mobile, ví<strong>de</strong>os e aplicativos”,<br />

<strong>de</strong>staca Melissa Vogel, CEO<br />

do Kantar Ibope Media no Brasil.<br />

10 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


MERCADO<br />

“Todos têm<br />

<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r os<br />

<strong>de</strong>veres com<br />

a privacida<strong>de</strong>”<br />

Michael Biltz, diretor-executivo da<br />

Accenture Technology & Innovation<br />

Office, fala que as empresas estão<br />

apren<strong>de</strong>ndo com o Facebook após<br />

escândalo que revelou o vazamento <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />

milhões <strong>de</strong> pessoas pela consultoria Cambridge<br />

Analytica. Para ele, ao construir tecnologias é fácil<br />

esquecer que não é só um produto ou serviço, mas<br />

mudar como as pessoas vivem. “Algoritmos mostram<br />

e não mostram coisas, criam um ponto <strong>de</strong> vista.”<br />

Veja a seguir os principais pontos da entrevista.<br />

Gustavo Rampini/Divulgação<br />

Michael Biltz esteve no Brasil para o 17º Fórum Empresarial Li<strong>de</strong> em Recife (PE)<br />

jéssica Oliveira<br />

EFEITO FACEBOOK<br />

A <strong>maio</strong>ria das empresas está<br />

percebendo que estavam usando<br />

dados para criar produtos e<br />

serviços. Mas já que estamos<br />

mudando como as coisas funcionam,<br />

todos têm <strong>de</strong> dar um<br />

passo atrás e enten<strong>de</strong>r os novos<br />

<strong>de</strong>veres com a privacida<strong>de</strong>,<br />

parceiros e informações. É um<br />

novo mundo, as empresas não<br />

estão construindo produtos ou<br />

serviços, mas sistemas. É mais<br />

trabalho e responsabilida<strong>de</strong>.<br />

APRENDIZADO<br />

Todos estão apren<strong>de</strong>ndo<br />

com o Facebook. Mas ainda<br />

não sabemos como <strong>de</strong>vemos<br />

lidar. Se um carro automático<br />

se envolve em um aci<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong><br />

quem é a culpa? Da pessoa, da<br />

estrada, dos engenheiros? Não<br />

sabemos. E são esses tipos <strong>de</strong><br />

perguntas que precisamos começar<br />

a fazer agora, repensar o<br />

que será normal e o que não.<br />

ACCENTURE<br />

A Accenture está em quase<br />

todos os países e indústrias,<br />

e tem conexão com as pessoas<br />

que já estão fazendo essas<br />

coisas. Serviços financeiros<br />

e saú<strong>de</strong> lidam com questões<br />

<strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> e informações<br />

sensíveis há muito tempo. Mas<br />

agora outras áreas que provavelmente<br />

nunca tiveram <strong>de</strong> se<br />

preocupar estão percebendo<br />

que po<strong>de</strong> ser problema <strong>de</strong>las<br />

também. Ter conexão e entendimento<br />

nos coloca em posição<br />

única <strong>de</strong> ver holisticamente.<br />

“é UM NOVO MUNDO,<br />

AS EMPRESAS<br />

NÃO ESTÃO<br />

CONSTRUINDO<br />

PRODUTOS OU<br />

SERVIÇOS, MAS<br />

SISTEMAS”<br />

DADOS REAIS<br />

Precisamos não apenas ter<br />

dados, mas ter certeza que estamos<br />

verificando eles. É mau<br />

jornalismo não checar as fontes<br />

e estamos nessa posição <strong>de</strong><br />

checar nossas fontes para tudo.<br />

O que você vai usar <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong>termina o que fazer com eles.<br />

Se sou a Netflix ou o Spotify <strong>de</strong>terminando<br />

a recomendação <strong>de</strong><br />

filme ou a próxima música, não<br />

importa. Mas se estou tomando<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cisões, por exemplo,<br />

sobre investimento, expansão<br />

etc., essas coisas são muito importantes.<br />

Não basta ter dados,<br />

mas saber que estão certos. E<br />

há tantas maneiras <strong>de</strong> dados serem<br />

falsos, as pessoas mentem,<br />

omitem, se influenciam...<br />

CONTEXTO<br />

Se quer saber quão feliz é<br />

uma população e perguntar no<br />

Natal, a resposta <strong>de</strong>ve ser ‘feliz’,<br />

mas se perguntar um dia<br />

após uma tragédia, provavelmente<br />

não será. Não são só os<br />

dados, mas o que está em torno<br />

<strong>de</strong>les. É preciso enten<strong>de</strong>r isso<br />

antes <strong>de</strong> tomar gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cisões<br />

sobre você, a companhia e<br />

o que vai fazer em seguida.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 11


MERCADO<br />

Carglass acelera<br />

crescimento com<br />

seguradoras<br />

Divulgação<br />

Por meio do pagamento <strong>de</strong> franquia<br />

customizada e com a parceria <strong>de</strong><br />

seguradoras, a Carglass transformou<br />

o mercado <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> vidros <strong>de</strong><br />

automóveis, faróis, lanternas e retrovisores.<br />

A marca agora investe no mesmo mo<strong>de</strong>lo no<br />

projeto Repare Fácil, que oferece na sua cobertura<br />

serviços <strong>de</strong> martelinho <strong>de</strong> ouro e pintura express<br />

em apenas duas horas, tanto na oficina ou na<br />

garagem do segurado. A Bra<strong>de</strong>sco Seguro Auto<br />

é a primeira associada <strong>de</strong>sse serviço inédito.<br />

Cliente da agência Panda, a marca preten<strong>de</strong><br />

dobrar o faturamento em <strong>2018</strong>. Nesta entrevista,<br />

o CEO Luiz Novaes afirma que 90% das apólices<br />

já incluem a troca <strong>de</strong> vidros.<br />

Novaes fala que, além das lojas próprias, mantém acordos com oficinas em todo o país<br />

pAULO mACEDO<br />

ESSÊNCIA<br />

Nosso DNA é inovador. Há<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos introduzimos<br />

no mercado brasileiro<br />

a cobertura <strong>de</strong> vidros e alguns<br />

anos <strong>de</strong>pois a cobertura <strong>de</strong><br />

acessórios (faróis, lanternas<br />

e retrovisores) nos seguros.<br />

Atualmente, 90% das apólices<br />

possuem estas coberturas.<br />

Somos lí<strong>de</strong>res mundiais<br />

nos serviços <strong>de</strong> reparo e troca<br />

<strong>de</strong> vidros automotivos,<br />

com presença em 36 países<br />

nos cinco continentes. A proposta<br />

da empresa é aumentar<br />

a percepção <strong>de</strong> valor do seguro<br />

para os clientes, oferecendo<br />

serviços <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong><br />

a preços muito mais atrativos<br />

que aqueles praticados pelo<br />

varejo.<br />

VIDRO<br />

A quebra é constante. Os<br />

índices <strong>de</strong> utilização variam<br />

muito <strong>de</strong> região para região.<br />

No Centro Oeste, por exemplo,<br />

on<strong>de</strong> as estradas não possuem<br />

as mesmas condições do<br />

estado <strong>de</strong> São Paulo, o índice<br />

<strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> vidros é consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

<strong>maio</strong>r. A Carglass<br />

possui mais <strong>de</strong> 35 lojas próprias<br />

em todo o país.<br />

EXPANSÃO<br />

Atualmente, estamos em<br />

forte processo <strong>de</strong> expansão<br />

com novas lojas, no conceito<br />

SuperCenter, capazes <strong>de</strong> realizar<br />

uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> serviços simultaneamente.<br />

Novas unida<strong>de</strong>s serão inauguradas<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro e em<br />

São Paulo. Porém, temos uma<br />

longeva parceria com as lojas<br />

tradicionais. On<strong>de</strong> não há<br />

uma loja própria, certificamos<br />

um prestador local para realizar<br />

os serviços naquela região.<br />

É um mo<strong>de</strong>lo vencedor, pois<br />

provemos àquele prestador<br />

um volume <strong>de</strong> serviços e em<br />

contrapartida aten<strong>de</strong>mos às<br />

seguradoras em todo o país.<br />

MARTELINHO<br />

O SuperMartelinho da Carglass<br />

é o serviço <strong>de</strong> reparo <strong>de</strong><br />

pequenos danos na lataria do<br />

veículo (até 30cm) on<strong>de</strong> não<br />

houve dano à pintura. O serviço<br />

mantém a originalida<strong>de</strong> da<br />

peça e é muito rápido, leva em<br />

média uma hora para ser feito.<br />

Para aqueles casos em que<br />

houve dano à pintura, oferecemos<br />

também o Reparo Rápido<br />

(até 50cm) com serviços <strong>de</strong><br />

funilaria e pintura <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>,<br />

consumindo em média<br />

apenas duas horas.<br />

“SomoS lí<strong>de</strong>reS<br />

noS ServiçoS<br />

<strong>de</strong> reparo e<br />

troca <strong>de</strong> vidroS<br />

automotivoS, com<br />

preSença em<br />

36 paíSeS”<br />

POTENCIAL<br />

As seguradoras perceberam<br />

o potencial <strong>de</strong>sta oferta e já<br />

começaram a trabalhar para<br />

oferecê-la aos clientes. O Bra<strong>de</strong>sco<br />

saiu na frente e lançou,<br />

em novembro do ano passado,<br />

o programa Repare Fácil, disponibilizando<br />

os serviços <strong>de</strong><br />

SuperMartelinho e Reparo Rápido<br />

no seu portfólio.<br />

COMUNICAÇÃO<br />

Atualmente a Carglass está<br />

focada na divulgação dos novos<br />

serviços para os formadores<br />

<strong>de</strong> opinião. Há iniciativas<br />

voltadas principalmente para<br />

que os corretores <strong>de</strong> seguro<br />

conheçam, entendam e experimentem<br />

os novos produtos.<br />

Entretanto, não <strong>de</strong>sviamos o<br />

olhar do cliente final, porque<br />

no fim do dia é ele quem <strong>de</strong>gusta,<br />

divulga e promove o<br />

produto. O foco são as mídias<br />

sociais e ferramentas digitais,<br />

porém, na sequência, nosso<br />

plano é retomar uma onda <strong>de</strong><br />

comunicação em veículos <strong>de</strong><br />

massa.<br />

POSICIONAMENTO<br />

A empresa possui a qualida<strong>de</strong><br />

como um mantra. A confiança<br />

estabelecida por anos com as<br />

seguradoras nos dá segurança<br />

sobre a excelência dos nossos<br />

serviços. A segurança do motorista<br />

é o gran<strong>de</strong> foco. Por isto,<br />

empregamos apenas produtos<br />

e insumos homologados que<br />

garantem a manutenção da<br />

função estrutural do vidro no<br />

carro. Nossos a<strong>de</strong>sivos são os<br />

mesmos usados nas linhas <strong>de</strong><br />

montagem dos fabricantes <strong>de</strong><br />

veículos. Isto nos diferencia no<br />

mercado.<br />

INOVAÇÃO<br />

O segmento automotivo passa,<br />

sem dúvida, por uma revolução,<br />

com a introdução <strong>de</strong><br />

novos combustíveis, veículos<br />

autônomos e inovadoras tecnologias<br />

embarcadas. A Carglass<br />

enten<strong>de</strong> que esta mudança trará<br />

efeitos significativos em toda<br />

a ca<strong>de</strong>ia e já se posiciona como<br />

uma companhia atenta aos movimentos<br />

do mercado.<br />

12 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Mercado<br />

Livro A Sintonia <strong>de</strong> Sucesso conta<br />

trajetória <strong>de</strong> profissionais do rádio<br />

Autor Gabriel Priolli classifica obra a respeito <strong>de</strong> Luiz Casali e Carlos<br />

Colesanti como autobiografia sobre dois sujeitos, escrita por um terceiro<br />

evento <strong>de</strong> lançamento do<br />

O livro A Sintonia do Sucesso<br />

- A fabulosa parceria <strong>de</strong> Luiz Casali<br />

e Carlos Colesanti no mundo<br />

do rádio e da publicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

Gabriel Priolli, publicado pela<br />

Editora Noir, reuniu representantes<br />

do mercado publicitário,<br />

no MIS (Museu da Imagem e do<br />

Som) <strong>de</strong> São Paulo, no último<br />

dia 7. Entre os presentes estavam<br />

Carlos Alberto Parente,<br />

o Calé, da Nextrend; Orlando<br />

Marques, do Kantar Ibope Media;<br />

Edney Narchi, do Conar<br />

(Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária), e<br />

Armando Ferrentini, presi<strong>de</strong>n-<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

Carlos Colesanti, Gabriel Priolli e Luiz Casali, no lançamento <strong>de</strong> A Sintonia <strong>de</strong> Sucesso<br />

te da Editora Referência.<br />

A obra, apresentada pelo autor<br />

como um livro sobre “dois<br />

sujeitos, que foi escrito por<br />

um terceiro”, conta a amiza<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Casali e Colesanti, que se<br />

conheceram aos sete anos, e<br />

como eles transformaram essa<br />

relação em um negócio, construindo<br />

juntos uma carreira no<br />

rádio. “Eles entraram com a<br />

bio, eu cui<strong>de</strong>i da grafia e o livro<br />

é o auto do processo”, escreve<br />

Priolli no início do livro.<br />

A dupla fundou, em 1969, a<br />

L&C, que chegou a representar<br />

mais <strong>de</strong> 160 estações <strong>de</strong> rádio<br />

no país.<br />

<strong>14</strong> <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


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SÓ ASSIM CONSEGUIMOS SER<br />

RELEVANTES EM UM NÍVEL MAIS PESSOAL,<br />

EM TODAS AS ETAPAS DA JORNADA.<br />

GUIANDO O CONSUMIDOR<br />

ATÉ SEUS OBJETIVOS,<br />

FACILITANDO AS INTERAÇÕES<br />

E CRIANDO EXPERIÊNCIAS MEMORÁVEIS.<br />

ENTENDENDO, ATENDENDO E, ACIMA<br />

DE TUDO, SUPERANDO EXPECTATIVAS.


mARCAs<br />

Com Patrícia Poeta, Avon <strong>de</strong>staca<br />

a reinvenção para falar <strong>de</strong> creme<br />

Campanha criada pela J. Walter Thompson para o antissinais Renew<br />

Infinite traz conceito Dirija o filme da sua vida e reinvente-se infinitamente<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Uma jornalista que, mesmo<br />

bem-sucedida, ocupando<br />

algumas das posições <strong>de</strong> <strong>maio</strong>r<br />

<strong>de</strong>staque na televisão brasileira,<br />

resolveu dar uma virada na<br />

carreira para fazer entretenimento.<br />

Na visão da Avon, ficou muito<br />

clara e legítima a escolha <strong>de</strong><br />

Patrícia Poeta para falar sobre<br />

reinvenção, o gran<strong>de</strong> mote da<br />

campanha criada pela J. Walter<br />

Thompson para promover<br />

a marca <strong>de</strong> cremes antissinais<br />

Renew Infinite.<br />

Por meio do conceito Dirija<br />

o filme da sua vida e reinvente-<br />

-se infinitamente, a campanha,<br />

<strong>de</strong>senvolvida para TV aberta<br />

e meio digital, convida as pessoas<br />

a evoluírem, assim como<br />

vem se reinventando ao longo<br />

dos anos a repórter, jornalista,<br />

apresentadora, diretora e atriz.<br />

“Essa minha reinvenção no<br />

entretenimento, no fundo, traz<br />

um sonho antigo. E po<strong>de</strong>r falar<br />

<strong>de</strong> marcas também é ótimo, sobretudo<br />

se você <strong>de</strong> fato as usa.<br />

Recebo muitos convites, mas<br />

prefiro fazer comerciais <strong>de</strong> algo<br />

que eu realmente goste e acredite”,<br />

diz Patrícia Poeta.<br />

De acordo com Marise Barroso,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing<br />

<strong>de</strong> Avon no Brasil, após<br />

uma conversa mais profunda<br />

com Patrícia Poeta, não apenas<br />

surpreen<strong>de</strong>u a maneira como<br />

as jornadas da marca e a personagem<br />

são sinérgicas, como<br />

houve também uma <strong>de</strong>scoberta<br />

prepon<strong>de</strong>rante para fazer<br />

da jornalista a codiretora da<br />

campanha: Patrícia é, <strong>de</strong> fato,<br />

diretora.<br />

Depois <strong>de</strong> atuar como jornalista<br />

<strong>de</strong> televisão no Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sul, em São Paulo e Nova<br />

York, ela <strong>de</strong>u um tempo no jornalismo<br />

e foi estudar cinema na<br />

cida<strong>de</strong> americana.<br />

No seu retorno para o Brasil,<br />

voltou para a área e apresentou<br />

o Fantástico e <strong>de</strong>pois o Jornal<br />

Nacional. Mais recentemente,<br />

Patrícia Poeta: “Reinventar-se é buscar uma melhor versão <strong>de</strong> si mesma. E posso dizer que hoje eu dirijo o filme da minha vida”<br />

migrou para a área <strong>de</strong> entretenimento<br />

da TV Globo. “Você se<br />

reinventar é buscar uma melhor<br />

versão <strong>de</strong> si mesma. E posso<br />

dizer que hoje eu dirijo minha<br />

vida mais do que nunca”,<br />

conta a jornalista.<br />

RoteiRo i<strong>de</strong>Al<br />

Na campanha, a codiretora e<br />

atriz revela o sistema <strong>de</strong> rotação<br />

<strong>de</strong> Renew Infinite, que alterna<br />

o uso das fórmulas a cada<br />

sete noites. Para Marise, em um<br />

cenário repleto <strong>de</strong> fake news,<br />

uma jornalista com a história<br />

verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>senha o roteiro<br />

i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ntro do que a marca<br />

procura.<br />

“O que buscamos em qualquer<br />

pessoa pública que trabalha<br />

com a gente é a verda<strong>de</strong>.<br />

Então não vamos construir um<br />

script com o que não tem a ver<br />

com o que aquela pessoa é. Isso<br />

não está na essência da marca.<br />

Além disso, precisamos nos<br />

“Estamos num<br />

mundo Em<br />

quE cocriar<br />

é mais EfEtivo<br />

E criativo para<br />

o trabalho”<br />

Divulgação<br />

reinventar para continuar puxando<br />

a categoria. E fomos em<br />

busca <strong>de</strong> uma mulher que represente<br />

isso”, explicou.<br />

A VP <strong>de</strong> marketing também<br />

falou sobre a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cocriar a campanha com<br />

uma profissional que tem uma<br />

visão totalmente diferente e<br />

que pela primeira vez tem contato<br />

direto com um trabalho<br />

publicitário.<br />

“Estamos num mundo em<br />

que cocriar é mais efetivo, porque<br />

você traz muito mais verda<strong>de</strong><br />

para o trabalho, e mais<br />

criativo, pois contempla novos<br />

olhares. Foi interessante colocar<br />

uma jornalista em sua essência,<br />

como a Patrícia, para<br />

trabalhar com cabeças publicitárias,<br />

e unir esses dois mundos,<br />

que durante muitos anos<br />

foram totalmente antagonistas.<br />

O resultado é uma propaganda<br />

com mais verda<strong>de</strong> e menos estereótipo”,<br />

finalizou Marise.<br />

16 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Seis meses após o lançamento<br />

do cartão Credicard Zero no<br />

Brasil, que alcançou 1,8 milhão<br />

<strong>de</strong> pedidos, chega ao mercado a<br />

versão internacional do produto<br />

para “zerar no mundo todo”.<br />

O novo cartão também não tem<br />

anuida<strong>de</strong> e oferece uma experiência<br />

essencialmente digital.<br />

Entre as características estão<br />

atendimento 24 horas por chat<br />

online, acesso às faturas digitais,<br />

acompanhamento <strong>de</strong> uso e<br />

emissão <strong>de</strong> cartão virtual, além<br />

da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar o<br />

sistema Apple Pay nas compras.<br />

Quem já tem a versão nacional<br />

po<strong>de</strong> pedir o internacional<br />

sem custo pelo app. O novo<br />

cartão também tem layout e<br />

formato diferentes. Ele mudou<br />

<strong>de</strong> orientação: passou <strong>de</strong> horizontal<br />

para vertical, seguindo o<br />

sentido <strong>de</strong> uso.<br />

A campanha é assinada pela<br />

DPZ&T e foi iniciada com um<br />

teaser a partir do mote Seu<br />

cartão é tão diferente que não<br />

podia ser igual aos outros. Três<br />

dias <strong>de</strong>pois, foi ao ar o filme<br />

Mochilão, que apresenta as<br />

aventuras <strong>de</strong> um jovem viajando<br />

pelo Peru, mostrando diversas<br />

paisagens e experiências<br />

viabilizadas pelo cartão.<br />

Silvio Amorim, diretor <strong>de</strong><br />

criação da agência, lembra o<br />

conceito Zerar o melhor da vida,<br />

apresentado em 2017, e comenta<br />

o novo comercial: “FilmarCas<br />

Credicard Zero internacional chega<br />

ao mercado em campanha da DPZ&T<br />

Fotos: Divulgação<br />

DPZ&T assina filme Mochilão, que foi gravado no Peru e mostra um jovem viajante em diversas experiências proporcionadas com a ajuda do cartão Credicard Zero internacional<br />

Cartão mantém as características <strong>de</strong> não ter anuida<strong>de</strong> e oferecer<br />

recursos essencialmente digitais; objetivo é se conectar ao público jovem<br />

mamos em locações reais, na<br />

região <strong>de</strong> Cusco, no Peru, para<br />

mostrar um dia que começa<br />

comum e vai se tornando cada<br />

vez mais surpreen<strong>de</strong>ntemente<br />

inesquecível. Tudo ao som do<br />

single novo da banda Franz Ferdinand”,<br />

diz.<br />

No anúncio, feito semana<br />

passada, a empresa apresentou<br />

ainda a Loja <strong>de</strong> Benefícios no<br />

app Credicard, que possibilita<br />

resgates <strong>de</strong> até R$ 125 em uma<br />

única compra, po<strong>de</strong>ndo chegar<br />

a mais <strong>de</strong> R$ 500. Os benefícios<br />

são válidos para produtos dos<br />

sites <strong>de</strong> parceiros, como Casas<br />

Bahia, Extra, Ponto Frio e<br />

Natura. Atualmente são <strong>de</strong>z e<br />

há mais 15 em negociação. Fabiano<br />

Dourado, diretor do Itaú<br />

Unibanco e do Credicard Zero,<br />

comentou que o produto é vivo<br />

e está em constante evolução.<br />

“Estamos trazendo novos parceiros,<br />

novos benefícios e, agora,<br />

nossos clientes po<strong>de</strong>rão usar<br />

seus cartões em qualquer lugar<br />

do mundo”, reforça. Um dos<br />

objetivos é que a Credicard seja<br />

reconhecida como uma marca<br />

que traz novida<strong>de</strong>s em <strong>de</strong>sign,<br />

experiência digital e entretenimento,<br />

para estar cada vez mais<br />

conectada com o target.<br />

Fernando Amaral, diretor <strong>de</strong><br />

marketing e negócios do Itaú<br />

Unibanco, afirma que a campanha<br />

terá <strong>de</strong>sdobramentos,<br />

seguindo a lógica baseada em<br />

comportamento, benefício e o<br />

que os clientes fazem para zerar<br />

e curtir a vida. “Vamos engajar<br />

cada vez mais nossos clientes<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais a dividir com<br />

a gente momentos que zeram<br />

a vida. Toda nossa conversa é<br />

sempre como os clientes usam<br />

os produtos em benefício da<br />

vida <strong>de</strong>les”.<br />

Nesse contexto, ele adianta<br />

que o relançamento do Credicard<br />

Hall, em abril, não foi um<br />

acaso. “O público <strong>de</strong> Credicard<br />

é muito conectado a música e<br />

shows. A volta do nome não é<br />

coincidência, faz parte do plano.<br />

Vamos fazer ações <strong>de</strong> relacionamento<br />

para clientes, para<br />

zerarem a vida com a gente”.<br />

Campanha terá <strong>de</strong>sdobramentos com lógica baseada em comportamento, benefício e o que os clientes fazem para zerar e curtir a vida<br />

18 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

animação exagerada para as i<strong>de</strong>ias<br />

A publicida<strong>de</strong> é uma ativida<strong>de</strong> que requer <strong>de</strong>dicação, mas<br />

em algum momento da vida o profissional precisa se afastar;<br />

o retorno à rotina das agências inspira Ana Castelo Branco<br />

20 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


LudmylaSupynska/iStock<br />

Ana Castelo Branco é<br />

diretora <strong>de</strong> criação<br />

da DM9DDB<br />

Divulgação<br />

AnA CAstelo BrAnCo<br />

especial para o ProPMArK<br />

inspiração? Hoje? A inspiração é estar <strong>de</strong> volta. Eu sei<br />

A que propaganda às vezes cansa. Que <strong>de</strong> vez em quando<br />

bate um sofrimento pelas madrugadas e fins <strong>de</strong> semana.<br />

Que, <strong>de</strong> tempos em tempos, dá vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer alguma<br />

coisa diferente. Aquele livro, aquele curso <strong>de</strong> cinema no exterior,<br />

aquela startup com a nossa cara que vai revolucionar<br />

o mundo.<br />

Mas, posso dizer o que realmente sinto hoje? Sinto “que<br />

<strong>de</strong>lícia”. Que <strong>de</strong>lícia ser paga para ter i<strong>de</strong>ias. Que <strong>de</strong>lícia<br />

acordar <strong>de</strong> manhã para encontrar tanta gente bacana. Des<strong>de</strong><br />

o Valdir Bianchi, dupla genial que me ensina e faz rir o dia<br />

inteiro, até o estagiário millennial cheio <strong>de</strong> não-me-toques,<br />

mas que sempre traz um jeito novo <strong>de</strong> enxergar um job.<br />

Desculpe. Eu sei que po<strong>de</strong> parecer uma animação meio<br />

exagerada. Mas é que passei quatro anos afastada da profissão.<br />

Filho com síndrome <strong>de</strong> down, outra gravi<strong>de</strong>z quatro<br />

meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terminar a primeira que, na verda<strong>de</strong>, era a<br />

segunda porque perdi o primeiro bebê. Foi muita coisa para<br />

administrar. Nesse passeio pelas dunas do Nor<strong>de</strong>ste “com<br />

emoção” que foi minha história com a maternida<strong>de</strong>, tive <strong>de</strong><br />

fazer escolhas e foi para a “Dona Propaganda” que resolvi<br />

pedir um tempo. Não era nada com ela. O problema era eu.<br />

Foram quatro anos fora da vida como eu a conhecia <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

os 18. Recebi alguns “parabéns” pela coragem. Recebi <strong>de</strong>clarações<br />

<strong>de</strong> inveja (eles que disseram) <strong>de</strong> alguns amigos.<br />

Até que, um dia, a Sophie Schönburg (que provavelmente<br />

vai me matar por citar seu nome) me chamou para um freela.<br />

E, não, Aninha, esse não dá para ser feito <strong>de</strong> casa. Então, lá<br />

fui eu. Fui reviver o que era estar em uma agência. Juro que,<br />

naquela primeira manhã, senti mesmo como se estivesse<br />

indo encontrar aquele namorado lá <strong>de</strong> antigamente que já<br />

não lembrava mais porque larguei. Queria ter ido mais arrumadinha.<br />

Mas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns anos, três gravi<strong>de</strong>zes e dois<br />

filhos, as roupas mais legais não couberam. Nem os sapatos.<br />

Sabia que o pé da gente cresce <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter filho?<br />

Era um job. Daqueles bons. Tinha a ver com parto, com<br />

maternida<strong>de</strong>. Levei poucas horas para perceber que ainda<br />

sabia pedalar. E mais: percebi que pedalava melhor levando<br />

dois bebês e uma quantida<strong>de</strong> enorme <strong>de</strong> aprendizados comigo.<br />

Carga nada leve. Boa. Mas nada leve.<br />

Lembro-me exatamente do momento em que, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> algumas horas naquela posição clássica <strong>de</strong> Chico Xavier<br />

<strong>de</strong> quem está criando, levantei o rosto e olhei em volta.<br />

Vi garotos barbudos em suas camisas xadrezes trocando<br />

i<strong>de</strong>ias com meninas lindas e tão, mas tão, cheias <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>.<br />

Lembro-me direitinho da sensação: que <strong>de</strong>lícia. Caramba,<br />

nada melhor que estar aqui, agora. Confusa entre me sentir<br />

muito velha ou jovem como há muito tempo não me sentia.<br />

Tudo ao mesmo tempo. E este trabalho <strong>de</strong>licioso e urgente<br />

para entregar? Amor, hoje você vai ter <strong>de</strong> colocar as crianças<br />

para dormir.<br />

De lá pra cá, não teve jeito. Pouco tempo <strong>de</strong>pois, o Guy<br />

Costa me chamou para outro freela. E, neste momento, eu<br />

já estava me sentindo como alguém que reencontrou o “ex-<br />

-amor-da-vida-toda”, já está dando umas “ficadas”, mas<br />

quer logo é voltar <strong>de</strong> vez. (Juro que estou falando da propaganda,<br />

Mari.) E a proposta veio: Aninha, quer voltar? Hum,<br />

preciso pensar. Mentira. Claro que quero.<br />

E assim voltamos, eu e a propaganda. Hoje, pensando<br />

bem, os primeiros dates aconteceram com a ajuda da Sophie<br />

(agora ela me mata mesmo), o namoro foi armado pelo Guy<br />

(Mari, você enten<strong>de</strong>u) e acabamos casando <strong>de</strong> novo com as<br />

bençãos da DM9, <strong>de</strong> Nizan e Paulo Coelho.<br />

Adoraria dizer aqui neste textinho que a minha inspiração<br />

vem dos clássicos da literatura ou <strong>de</strong> filmes dirigidos<br />

por caras com nomes gigantescos que não sei pronunciar.<br />

A infância no Piauí traria um elemento-raiz interessantíssimo.<br />

Eu também me sentiria bem mais interessante. Mas não<br />

seria verda<strong>de</strong>.<br />

Minha inspiração hoje vem da enorme sauda<strong>de</strong> que senti<br />

<strong>de</strong>ssa loucura que é trabalhar em criação, em agência. E da<br />

<strong>de</strong>lícia que é, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns anos, saber que essa doida<br />

po<strong>de</strong> receber <strong>de</strong> volta aquela menina apaixonada <strong>de</strong> 18 anos<br />

que, aos 38, precisou conhecer melhor a vida e hoje tem 43,<br />

mas continua amarradona.<br />

baramee2554/iStock<br />

phel<strong>de</strong>r2006/iStock<br />

Liudmila_Fadzeyeva/iStock<br />

Sauda<strong>de</strong><br />

A luz que sinaliza caminhos, as férias e a maternida<strong>de</strong><br />

(fotos acima) ocupam o tempo fora do mercado, mas<br />

a explosão <strong>de</strong> alegria com a volta ao meio ambiente<br />

dos projetos <strong>de</strong> comunicação (foto à esquerda)<br />

estabeleceu um elo <strong>de</strong>finitivo com a criativida<strong>de</strong>.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21


quem fez<br />

Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio<br />

Na primeira campanha com o novo nome, o<br />

Hospital <strong>de</strong> Amor (antes chamado Hospital<br />

do Câncer <strong>de</strong> Barretos) mostra, em um curta-<br />

-metragem <strong>de</strong> animação, a história <strong>de</strong> uma<br />

garotinha que enfrenta o câncer e o quanto o<br />

tratamento, que afeta não apenas o paciente,<br />

mas toda a família, fica menos pesado com<br />

uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio amorosa.<br />

WmccAnn<br />

hospital <strong>de</strong> amor<br />

fotos: divulgação<br />

Título: A Queda; criação: Gustavo Cavinato, Francisco<br />

Oliveira, Eiji Kozaka, Marcelo Con<strong>de</strong> e Ian Hartz;<br />

produtora do filme: Zombie Studio; diretor <strong>de</strong> cena:<br />

Paulo Garcia; produtora <strong>de</strong> som: Loud; aprovação<br />

do cliente: Henrique Duarte Prata, Henrique<br />

Moraes Prata, Karina Carreira e Patrícia Moura.<br />

alto padrão<br />

O padrão <strong>de</strong> excelência do Graacc é o tema<br />

da campanha pro bono criada pela Ogilvy<br />

Brasil para a instituição <strong>de</strong> combate ao<br />

câncer infantil. O filme mostra um médico<br />

apresentando o hospital em inglês até que<br />

ele é interrompido por um paciente. O garotinho<br />

questiona o motivo <strong>de</strong> ele falar em<br />

inglês já que estamos no Brasil.<br />

Ogilvy<br />

GraaCC<br />

Título: State of Art Hospitals; produto: institucional;<br />

criação: Guiga Giancomo, Fre<strong>de</strong>rico Gasparian,<br />

Leandro Neves e Liz Demestri; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

Trator Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Will Mazzola; produção<br />

<strong>de</strong> áudio: Shuffle Audio; aprovação do<br />

cliente: Amanda Kartanas e Mariane Rodrigues.<br />

Vantagens<br />

O app <strong>de</strong> transporte Cabify estreia na mídia<br />

com campanha nacional criada pela Ampfy.<br />

As vantagens <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r usar o serviço para se<br />

locomover pela cida<strong>de</strong> são <strong>de</strong>stacadas nas peças<br />

com o conceito global A cida<strong>de</strong> é sua e a<br />

#Vai<strong>de</strong>Cabify. A campanha tem peças para digital<br />

e mídia exterior em São Paulo, Rio, Porto<br />

Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.<br />

Ampfy<br />

Cabify<br />

Título: Vai<strong>de</strong>Cabify; produto: institucional; criação:<br />

Sidney Freitas, Gustavo Zottini, Adriana Aggio e<br />

Henry Kage; produtora <strong>de</strong> imagem: Boiler Filmes;<br />

direção <strong>de</strong> cena: Sergio Twardowski; produtora <strong>de</strong><br />

áudio: Canja; aprovação do cliente: Thais Cunha,<br />

Priscila Moherdaui e Fernando Hammes.<br />

22 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


o amor está no ar<br />

O tema da campanha para comemorar três décadas da<br />

marca Sazón é a canção É o amor, que, por ter sido usada<br />

por muito tempo na comunicação do anunciante, tem<br />

uma relação importante com o tempero pronto da Ajinomoto.<br />

A Dentsu Brasil assina a comunicação intitulada<br />

Há 30 anos espalhando o amor. Embalada pela melodia da<br />

música que ficou conhecida na interpretação <strong>de</strong> Zezé Di<br />

Camargo & Luciano, o filme faz uma viagem no tempo,<br />

mostrando que, ao longo dos anos, as famílias mudaram<br />

os costumes, mas continuam exteriorizando o amor que<br />

os familiares sentem uns pelos outros se reunindo para o<br />

momento da refeição. A campanha é composta por filme<br />

<strong>de</strong> 30 e 60 segundos veiculado em TV aberta e fechada e<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais da marca.<br />

Dentsu<br />

ajinomoto<br />

Título: 30 anos; produto: Sazón; criação: Ana Paula Esteves e Erick<br />

Moreno; produtora <strong>de</strong> filme: O2 Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Kitty<br />

Bertazzi; produtora <strong>de</strong> áudio: Lucha Libre Áudio; aprovação do<br />

cliente: Luiz Carlos Silva, Adriana Moucherek, Carolina Sanches,<br />

Anna Luiza Rocha, Thiago Campos, Jessica Delgado e Bruna Lima.<br />

caiu do céu<br />

Drones que levam cerveja para entregar em<br />

um estádio <strong>de</strong> futebol lotado e copos que<br />

acen<strong>de</strong>m com a animação e a vibração da<br />

torcida na Copa do Mundo estão na campanha<br />

global da Budweiser Light up the Fifa<br />

World Cup, assinada pela agência Anomaly<br />

Nova York. O filme tem versões locais. Por<br />

aqui, por exemplo, os drones voam sobre o<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

AnOmAly<br />

budweiser<br />

Título: Light up the Fifa World Cup; produto: institucional;<br />

produtora <strong>de</strong> filme: RSA Films; direção<br />

<strong>de</strong> cena: Jake Scott; produção <strong>de</strong> áudio: Barking<br />

Owl; aprovação do cliente: Kyle Norrington, Brian<br />

Perkins, Steve Arkley e Chris Perkins.<br />

superação<br />

Uma das alunas do projeto Escola<br />

Nota 10, apoiado pelo Instituto<br />

MRV, Maria da Glória Silvestre,<br />

torcedora do Flamengo, mostrou<br />

a importância da alfabetização em<br />

sua vida ao ler a escalação <strong>de</strong> seu<br />

time no Maracanã lotado.<br />

grey<br />

mrV<br />

Título: Escalação Nota 10; produto:<br />

institucional; criação: Tiago Pinheiro e<br />

Guilherme Pinheiro; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

Onze Onze Filmes; direção <strong>de</strong> cena:<br />

Cauê Angeli; produtora <strong>de</strong> som:<br />

Carbono Sound Lab; aprovação do<br />

cliente: Leilane Ferreira Araes<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23


STORYTELLER<br />

taviphoto/iStock<br />

A morte do galo<br />

Galo chatíssimo, estrela, consi<strong>de</strong>rava-se<br />

um Pavarotti <strong>de</strong> penas e acordava<br />

todo mundo <strong>de</strong> madrugada<br />

LuLa Vieira<br />

Todo mundo po<strong>de</strong>ria morrer naquele filme.<br />

Menos quem morreu. O galo da casa.<br />

Eu conto a história como a história foi.<br />

Paulo Thiago dirigia o filme Sagarana, o<br />

Duelo, numa fazenda do interior <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais. Além <strong>de</strong> um folclórico e até hoje não<br />

confirmado abate <strong>de</strong> um jequitibá centenário<br />

que estaria atrapalhando ‘uma tomada’,<br />

feito negado por todos da equipe, embora<br />

faça parte da memória do cinema nacional,<br />

as coisas corriam bem. Morava-se na<br />

se<strong>de</strong> da fazenda, preservada com cuidado,<br />

comia-se do bom e do melhor, nada faltava,<br />

incluindo festas agradabilíssimas nas<br />

noites <strong>de</strong> folga. Coisa raríssima num tempo<br />

em que o cinema brasileiro era verda<strong>de</strong>iramente<br />

heroico, on<strong>de</strong> faltava tudo: dinheiro,<br />

equipamento e muitas vezes até mesmo<br />

filme, insumo básico naquela época. Para<br />

esse filme não faltava nada, graças a Deus.<br />

O financiador era o próprio fazen<strong>de</strong>iro,<br />

além <strong>de</strong> prefeito da cida<strong>de</strong>, o que garantia<br />

uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho invejável. E assim,<br />

entre leitões à pururuca e linguicinhas<br />

na cachaça, as filmagens, com um elenco<br />

fenomenal que incluía Rodolfo Arena, Milton<br />

Morais, Ittala Nandi, Joel Barcellos e – é<br />

claro – Wilson Grey. É claro que tinha Wilson<br />

Grey porque praticamente não havia<br />

filme nacional sem Wilson Grey. Só para<br />

abrir um parênteses, por sua atuação nesse<br />

filme, Wilson ganhou o Coruja <strong>de</strong> Ouro<br />

daquele ano. Como todos os meus letradíssimos<br />

leitores se lembram, o conto <strong>de</strong><br />

Guimarães Rosa se baseia numa trama <strong>de</strong><br />

vingança, com uma perseguição pelo interior<br />

<strong>de</strong> Minas, quando Turíbio, que volta <strong>de</strong><br />

uma pescaria, flagra sua mulher com Cassiano,<br />

um ex-militar, e jura vingar sua honra.<br />

A trama sensacional é uma das obras-<br />

-primas <strong>de</strong> Guimarães Rosa, com todos os<br />

ingredientes para manter o interesse até o<br />

surpreen<strong>de</strong>nte momento final.<br />

Pois bem, o único problema que a equipe<br />

tinha era exatamente o galo do começo<br />

da história. Galo chatíssimo, estrela,<br />

consi<strong>de</strong>rava-se um Pavarotti <strong>de</strong> penas e<br />

acordava todo mundo <strong>de</strong> madrugada, além<br />

<strong>de</strong> ensaiar fora <strong>de</strong> hora, levando a equipe<br />

<strong>de</strong> som à loucura. Mas era o xodó da casa<br />

e a primeira-dama costumava recebê-lo<br />

no regaço ao sol poente para fazer mimos<br />

e arrufos. Ninguém mexia com o galo. Vai<br />

que um dia, numa manobra mais <strong>de</strong>sastrada,<br />

a Kombi da produção atropela o bicho!<br />

Era simplesmente o fim <strong>de</strong> tudo. Preferível<br />

morrer qualquer outro astro da produção,<br />

Deus que me livre esse pensamento, mas o<br />

galo, logo o galo!<br />

Alguém tinha <strong>de</strong> dar a notícia do passamento<br />

da ave, inclusive para provi<strong>de</strong>nciar<br />

as honras fúnebres. Paulo chegou a pensar<br />

em alterar um pouco a história e dar<br />

um fim heroico ao rei do terreiro, fazendo<br />

com que ele sucumbisse a uma bala perdida.<br />

Mas o duelo ao que se referia o título do<br />

filme é uma metáfora, não há tiroteio para<br />

que se pu<strong>de</strong>sse se registrar para sempre o<br />

passamento da figura. O remédio era dar<br />

a notícia. A madame estava na cida<strong>de</strong> e o<br />

prefeito no escritório da casa, em reunião<br />

com alguns lí<strong>de</strong>res locais e o administrador.<br />

Nesses lugares, a boataria corre solta<br />

e se a versão que chegasse ao patrão não<br />

tivesse o <strong>de</strong>vido requinte, o filme seria o<br />

problema menor a ser enfrentado.<br />

Pela fama do coronel-prefeito-fazen<strong>de</strong>iro,<br />

o elenco todo estaria em apuros. Vai<br />

daí que Paulo, lí<strong>de</strong>r da equipe, lembra-se<br />

<strong>de</strong> seus tempos <strong>de</strong> aluno marista, reza um<br />

terço, pe<strong>de</strong> bênção pro pai <strong>de</strong> santo chefe<br />

dos eletricistas, acen<strong>de</strong> uma vela para São<br />

Jorge e vai para o sacrifício. O chefão, que<br />

gostava do Paulo, oferece uma branquinha,<br />

apresenta o povo da sala, discorre um pouco<br />

sobre cinema e a importância da cultura,<br />

enquanto Paulo quase que tomava a<br />

pinga pelo gargalo para ganhar coragem.<br />

No fim, sem mais o que dizer ou comentar,<br />

inicia a história e conta, esticando o mais<br />

que podia, com medo da explosão final. Até<br />

que sem ter mais como fazer circunlóquios<br />

engole em seco e se prepara para o grand<br />

finale. O prefeito pergunta:<br />

“E a porra do galo?” Paulo titubeia: “Su-<br />

-su-cumbiu!” O velho abre os braços, dá<br />

uma sonora gargalhada e abraça Paulo:<br />

“Finalmente! Estou livre daquele galo filho<br />

da puta que me acordava todo dia, cagava a<br />

casa inteira e vinha comer no meu prato e<br />

a madame achava uma graça!” O diabo que<br />

carregue aquela merda <strong>de</strong> penas! Para encerrar,<br />

po<strong>de</strong> ser que o filme não fosse Sagarana.<br />

Mas a história aconteceu com o Paulo<br />

Thiago, isso eu sei.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

24 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


eyond the line<br />

Save the date e... reza<br />

Eventos são ativida<strong>de</strong> importante e<br />

merecem ser encarados com mais serieda<strong>de</strong><br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Quem organiza eventos no Brasil tem<br />

sempre um frio na espinha quando<br />

precisa se assegurar da presença <strong>de</strong> convidados<br />

às suas ativida<strong>de</strong>s. Principalmente<br />

quando os eventos são dirigidos a convidados<br />

especiais, sem pagamento <strong>de</strong> inscrição.<br />

Há um péssimo hábito <strong>de</strong> confirmar<br />

presença facilmente e <strong>de</strong>pois simplesmente<br />

não comparecer. Foram até importadas<br />

umas palavrinhas mais chiques<br />

para tentar sensibilizar os convidados<br />

a comparecer. É o tal do Respon<strong>de</strong>z S’il<br />

Vous Plait (RSVP), o anglicismo Save the<br />

Date e outros termos estrangeiros.<br />

Um <strong>de</strong>sses eventos é <strong>de</strong> puro business<br />

networking. Provedores <strong>de</strong> serviços pagam<br />

uma cota para estar no evento, que<br />

tem como convidados prospects, potenciais<br />

contratantes <strong>de</strong>sses serviços. O<br />

evento é num resort bacana, com tudo pago<br />

para os convidados. A única obrigação<br />

<strong>de</strong>sses felizardos convidados é cumprir<br />

uma pequena agenda <strong>de</strong> rápidas reuniões,<br />

restritas a uma parte do dia, com os provedores<br />

patrocinadores.<br />

Justo, não é? Você curte uma bela viagem,<br />

mas tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar uma pequena<br />

parte do seu tempo àqueles que pagaram<br />

suas <strong>de</strong>spesas. E não é que alguns faltavam<br />

a esses compromissos...<br />

Peshkova/iStock<br />

Tudo para garantir presença daquele<br />

convidado <strong>de</strong>sejado. Mas, não adianta,<br />

a quebra sempre existe. Com a mesma<br />

facilida<strong>de</strong> com que há a confirmação, há<br />

o “furo”. Eu trabalhei anos e continuo<br />

em organizações que coor<strong>de</strong>nam muitos<br />

eventos. E o problema recorrente é como<br />

dimensionar espaço, logística, alimentos<br />

e bebidas e logística em geral, tendo como<br />

pano <strong>de</strong> fundo esse comportamento. E se<br />

todos que confirmaram comparecerem?<br />

Com que quebra <strong>de</strong> público <strong>de</strong>vemos<br />

trabalhar? Se dimensionarmos para menos,<br />

teremos <strong>de</strong> lidar com uma possível<br />

falta <strong>de</strong> lugares, <strong>de</strong> alimentos e bebidas<br />

e <strong>de</strong> tudo mais. Se dimensionarmos para<br />

cima, temos ca<strong>de</strong>iras vazias, sobra <strong>de</strong><br />

alimentos e bebidas e aquela in<strong>de</strong>sejada<br />

sensação <strong>de</strong> que o evento não foi bem-<br />

-sucedido. Difícil!<br />

Trago esse tema para essa reflexão porque<br />

estou no meio <strong>de</strong> um roadshow pelo<br />

Brasil. O roadshow prevê eventos para<br />

convidados em número limitado. No primeiro,<br />

<strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>z, quebramos a<br />

cara. Fomos bastante rigorosos no limite<br />

<strong>de</strong> convidados e tivemos quase 40% <strong>de</strong><br />

faltantes. Isso arrasa qualquer planejamento.<br />

Nos eventos seguintes, convidamos<br />

mais gente do que a capacida<strong>de</strong> estipulada<br />

e estamos conseguindo equacionar,<br />

tendo o bom problema <strong>de</strong> lidar com<br />

um pequeno overbooking. Um organizador<br />

<strong>de</strong> uma plataforma muito bem-sucedida<br />

<strong>de</strong> eventos dividiu comigo os seus<br />

tropeços nessa gestão <strong>de</strong> convidados x<br />

presença.<br />

A alegação era a <strong>de</strong> que per<strong>de</strong>ram a hora,<br />

dormiram <strong>de</strong>mais, não estavam muito<br />

bem... E o organizador não podia dar<br />

uma bronca naqueles convidados VIPs.<br />

Para tentar corrigir esse problema, o organizador<br />

<strong>de</strong>cidiu sortear um carro entre<br />

aqueles que cumpriam integralmente sua<br />

agenda <strong>de</strong> reuniões. E ainda assim tinha<br />

gente que faltava. Sabe o que resolveu?<br />

Foi uma abordagem emocional.<br />

O organizador <strong>de</strong>cidiu dar uma bolsa <strong>de</strong><br />

estudos a menores carentes. Mas a bolsa<br />

só seria garantida se todos cumprissem a<br />

agenda <strong>de</strong> reuniões. Funcionou! Ninguém<br />

queria ser culpado pela perda <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

dos estudantes. Outro fato que me<br />

parece bem brasileiro é a <strong>de</strong>cisão em cima<br />

da hora. O organizador fica com o coração<br />

na mão até as vésperas do evento e,<br />

<strong>de</strong> repente, uma avalanche <strong>de</strong> inscrições<br />

(quando é sucesso). Haja coração! Como<br />

diria o filósofo Galvão Bueno.<br />

Ah! E tem a questão do horário. Acostumados<br />

com o hábito do atraso, o organizador<br />

marca o início meia hora antes<br />

para dar uma margem para os atrasados.<br />

E quem chega na hora é penalizado.<br />

Com raras e honrosas exceções, se você<br />

chegar pontualmente a um evento, corre<br />

o risco <strong>de</strong> presenciar os últimos ajustes da<br />

organização. Os eventos são uma ativida<strong>de</strong><br />

econômica muito importante, gerando<br />

milhares <strong>de</strong> empregos. Merecem ser encarados<br />

com mais serieda<strong>de</strong>. Então, fica a dica:<br />

quando for convidado para um evento,<br />

faça da sua confirmação uma atitu<strong>de</strong> pensada<br />

e planejada. E, se confirmar, apareça!<br />

E no horário!<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

26 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Em parceria com a TroianoBranding, uma pesquisa<br />

exclusiva que reconhece as marcas que mais<br />

estreitam relacionamentos com seus consumidores,<br />

promovendo engajamento e envolvimento<br />

emocional em 30 categorias do mercado.<br />

Consulte nossa equipe comercial


mArkeTing & negócios<br />

vgajic/iStock<br />

A TV é um meio<br />

em expansão<br />

Crescimento vertiginoso do digital<br />

pelo mundo ocorreu por toda<br />

parte, com exceção do Brasil<br />

Rafael Sampaio<br />

Paradoxalmente, no período em que as<br />

previsões eram <strong>de</strong> que o digital passaria<br />

a ser o meio globalmente mais consumido<br />

pelos anunciantes, superando a TV,<br />

o digital vem passando por um verda<strong>de</strong>iro<br />

inferno astral. Esse crescimento vertiginoso<br />

do digital pelo mundo ocorreu por toda<br />

a parte, com exceção do Brasil, on<strong>de</strong> a TV<br />

continuou dominando <strong>de</strong> longe, com cerca<br />

<strong>de</strong> 72% do total dos investimentos em publicida<strong>de</strong>,<br />

contra perto <strong>de</strong> 10% do digital.<br />

Havia previsões <strong>de</strong> fontes bem reputadas,<br />

como a Zenith Optimidia, <strong>de</strong> que os<br />

35,6% <strong>de</strong> share global da TV e os 34% do<br />

digital, calculados para 2016, seriam 32,6%<br />

para a TV e 41,8% para o digital em 2019,<br />

sendo que na virada do ano passado para<br />

este se daria o turning point.<br />

Mas a sucessão <strong>de</strong> problemas com o digital,<br />

como o elevado volume <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s<br />

na publicida<strong>de</strong> pretensamente veiculada, a<br />

explosão <strong>de</strong> perfis falsos nas mídias sociais,<br />

a veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em ambientes<br />

<strong>de</strong>sabonadores, a baixa eficácia da mídia<br />

programática e o abuso da confiança em relação<br />

aos consumidores, como explícita no<br />

recente escândalo envolvendo o Facebook,<br />

levaram à saída <strong>de</strong> muitos recursos publicitários<br />

<strong>de</strong>sse meio, à reavaliação <strong>de</strong> muitos<br />

outros e à sensação <strong>de</strong> que, o que aparentemente<br />

era um meio com características <strong>de</strong><br />

ser um elixir milagroso para qualquer situação,<br />

na verda<strong>de</strong> não passava <strong>de</strong> um meio<br />

como os <strong>de</strong>mais, com suas virtu<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>feitos,<br />

suas facilida<strong>de</strong>s e dificulda<strong>de</strong>s.<br />

O que levou a uma relevante perda <strong>de</strong><br />

confiança por parte tanto dos consumidores<br />

como dos anunciantes e a uma inflexão<br />

para baixo na curva <strong>de</strong> crescimento do<br />

meio digital, que muito provavelmente não<br />

vai superar a TV tão cedo, mesmo consi<strong>de</strong>rando<br />

o expressivo crescimento do mobile.<br />

Por outro lado, a TV vem renovando sua<br />

vitalida<strong>de</strong> em todo o mundo, com mais<br />

canais, consumo por meio <strong>de</strong> mais telas e<br />

através <strong>de</strong> mais opções <strong>de</strong> consumo – como<br />

a programação em horário diferido e on <strong>de</strong>mand.<br />

O resultado tem sido mais do que a<br />

recuperação <strong>de</strong> algum espaço perdido para<br />

o digital em termos <strong>de</strong> consumo, mas sim<br />

o início <strong>de</strong> uma tendência <strong>de</strong> aumento do<br />

consumo da TV.<br />

A Thinkbox, entida<strong>de</strong> que estuda e promove<br />

a televisão comercial no Reino Unido,<br />

constatou, através das pesquisas oficiais <strong>de</strong><br />

mídia naquele mercado, que o número médio<br />

<strong>de</strong> visualizações <strong>de</strong> TV no formato padrão,<br />

em 2017, foi <strong>de</strong> 3h e 23min por pessoa,<br />

por dia. Mas houve um volume adicional <strong>de</strong><br />

7% na forma <strong>de</strong> conteúdo diferido e da visualização<br />

em outros dispositivos (tablets<br />

e celulares, principalmente), totalizando o<br />

consumo diário <strong>de</strong> TV em 3h e 38min.<br />

Outra entida<strong>de</strong> do setor, a InTV - International<br />

Television Research Group calculou<br />

que as receitas publicitárias do meio<br />

exce<strong>de</strong>ram os US$ 212 bilhões em 2017,<br />

aumentando essa receita em US$ 1 bilhão<br />

em relação a 2016. Um estudo por eles patrocinado<br />

<strong>de</strong>staca que a TV é o meio mais<br />

confiável para 42% da população do Reino<br />

Unido; seguida pelos jornais, com 13%; e a<br />

mídia social, com apenas 5%.<br />

Uma pesquisa junto à Comunida<strong>de</strong> Europeia<br />

(ainda consi<strong>de</strong>rando o Reino Unido),<br />

que é o <strong>maio</strong>r mercado consumidor<br />

do mundo, indica que 95% dos europeus<br />

afluentes continuam a assistir TV todos<br />

os dias, sendo o tradicional aparelho <strong>de</strong> TV<br />

a opção preferida, com 54% <strong>de</strong> consumo<br />

exclusivo diário, com 41% assistindo em<br />

uma combinação <strong>de</strong> telas e menos <strong>de</strong> 5%<br />

vendo a programação <strong>de</strong> TV apenas em tablets<br />

e mobiles.<br />

Uma combinação <strong>de</strong> plataformas e formatos<br />

<strong>de</strong> mídia po<strong>de</strong>, no entanto, aumentar<br />

o impacto da publicida<strong>de</strong>, segundo a In-<br />

TV. O uso <strong>de</strong> TV e ví<strong>de</strong>os online, por exemplo,<br />

proporciona um aumento <strong>de</strong> mais 54%<br />

nos efeitos sobre os negócios, incluindo<br />

participação <strong>de</strong> mercado, fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à marca,<br />

volume <strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> lucro.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

28 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


opinião<br />

BrianAJackson/iStock<br />

Fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e resistência<br />

a novos produtos<br />

Aline CostA<br />

Não é incomum que tenhamos uma marca<br />

preferida, aquela que, se estiver em<br />

falta, voltamos ao mercado no dia seguinte<br />

ou, até mesmo, pagamos por um valor<br />

<strong>maio</strong>r. A fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à marca é mediada por<br />

diversos fatores, como costume, aceitação<br />

social e confiança. Apesar <strong>de</strong> as marcas<br />

serem fortemente associadas a grupos e<br />

à sensação <strong>de</strong> pertencimento social, este<br />

não é o único processo envolvido. Existem<br />

variáveis individuais, muitas <strong>de</strong>las implícitas,<br />

que influenciam esse comportamento<br />

e modificam como o consumidor reage ao<br />

produto e aos materiais publicitários. Uma<br />

<strong>de</strong>las, ligada ao Efeito Default, diz respeito<br />

à falta <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão pelas pessoas,<br />

ten<strong>de</strong>ndo a concordar com a escolha<br />

padrão ou opções já pré-selecionadas para<br />

elas. Estudos em neurociência sugerem<br />

que tomar <strong>de</strong>cisões arriscadas gera uma<br />

<strong>maio</strong>r ativação em áreas relacionadas ao<br />

estado <strong>de</strong> alerta, à emoção<br />

e à modulação da dor,<br />

como a ínsula. Mudar <strong>de</strong><br />

marca é sair da escolha<br />

padrão e envolve <strong>maio</strong>r<br />

risco. Portanto, a seleção<br />

padrão é preferida, literalmente,<br />

para “evitar a dor<br />

da escolha”.<br />

Esse efeito também tem ligação com o<br />

conceito do Paradoxo da Escolha, que tem<br />

origem da falsa impressão que mais opções<br />

trazem mais liberda<strong>de</strong>. Entretanto,<br />

no comportamento humano, nota-se que a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções aumenta a confusão,<br />

a frustração e a ansieda<strong>de</strong> no momento da<br />

escolha, por conta da dúvida sobre ela ser<br />

ou não a mais a<strong>de</strong>quada. O receio <strong>de</strong> escolher<br />

um produto não-i<strong>de</strong>al é <strong>de</strong>rivado também<br />

da aversão a risco - um traço <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong><br />

variável baseado no comportamento<br />

humano frente às incertezas. Assim,<br />

pessoas com <strong>maio</strong>r resistência social<br />

evitam o <strong>de</strong>sconhecido quando o assunto é<br />

comprar, diminuindo sua inclinação a testar<br />

novida<strong>de</strong>s.<br />

Estudos realizados nas universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

O receiO <strong>de</strong><br />

escOlher um<br />

prOdutO nãO-i<strong>de</strong>al<br />

é <strong>de</strong>rivadO também<br />

da aversãO a riscO<br />

Klagenfurt e Innsbruck 1 , em 2008, indicam<br />

que, quanto <strong>maio</strong>r a aversão a risco, <strong>maio</strong>r<br />

é a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a marcas quando a opinião<br />

do consumidor sobre a empresa é positiva.<br />

Ou seja, pessoas com baixa aversão a risco<br />

ten<strong>de</strong>m a ter menos fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a marca, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> terem uma opinião<br />

positiva quanto ao produto, enquanto pessoas<br />

com <strong>maio</strong>r medo permanecem fiéis -<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a imagem da empresa se mantenha<br />

favorável, <strong>de</strong> acordo com seus valores.<br />

Esses efeitos influenciam o comportamento<br />

<strong>de</strong> maneira não-consciente e são<br />

mais facilmente observados em análises<br />

envolvendo metodologias <strong>de</strong> neurociência,<br />

que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração explícita.<br />

Exemplo disso é uma pesquisa realizada<br />

pela Nielsen Consumer Neuroscience, visando<br />

explorar se a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à marca também<br />

influencia o modo que uma campanha<br />

é recebida. Utilizando as ferramentas <strong>de</strong><br />

Eletroencefalografia (EEG) e Eyetracking,<br />

ela averiguou a performance<br />

<strong>de</strong> dois anúncios, entre clientes<br />

e não-clientes <strong>de</strong> uma empresa.<br />

Resultados mostraram<br />

que as mesmas campanhas<br />

tinham performance significativamente<br />

melhor e eram<br />

muito mais engajadoras entre<br />

clientes do que entre não-<br />

-clientes. Ou seja, o simples fato <strong>de</strong> se ser<br />

consumidor <strong>de</strong> uma marca po<strong>de</strong> ser suficiente<br />

para influenciar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gerar um comportamento favorável. Portanto,<br />

apesar <strong>de</strong> a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à marca ser<br />

modulada por diversos fatores e sua predição<br />

ser complexa, enten<strong>de</strong>r o <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> comunicação entre diferentes<br />

perfis <strong>de</strong> consumidores é crucial. Nesse<br />

sentido, contar com metodologias inovadoras<br />

em pesquisa e com conhecimento específico<br />

sobre o comportamento humano<br />

é um aliado importante para as empresas<br />

navegarem nesse cenário.<br />

1 - Kurt Matzler Sonja Grabner-Kräuter Sonja<br />

Bidmon, (2008), “Risk aversion and brand loyalty:<br />

the mediating role of brand trust and brand<br />

affect”, Journal of Product & Brand Management,<br />

Vol. 17 Iss 3 pp. 154 - 162.<br />

Aline Costa é neurofisiologista da Nielsen Brasil<br />

aline.costa@nielsen.com<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29


especiAl copA do mundo<br />

Leo Patrizi/iStock<br />

Anunciantes estão prontos para o<br />

jogo a um mês do início do mundial<br />

Competição é plataforma para marcas traduzirem valores; na reta final,<br />

agências criam força-tarefa para produzir conteúdo em tempo real<br />

Danúbia Paraizo<br />

Nesta segunda-feira (<strong>14</strong>), os<br />

brasileiros conhecerão a<br />

lista <strong>de</strong> 35 jogadores pré-selecionados.<br />

Posteriormente, até<br />

o dia 4 <strong>de</strong> junho, serão divulgados<br />

os 23 nomes que <strong>de</strong> fato<br />

vão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o Brasil na Copa<br />

do Mundo, na Rússia. A data<br />

é duplamente icônica: marca<br />

exatos 30 dias para o início do<br />

torneio, cuja abertura será dia<br />

<strong>14</strong> <strong>de</strong> junho, em Moscou.<br />

Os últimos preparativos estão<br />

sendo pensados não apenas<br />

pela comissão técnica <strong>de</strong><br />

Tite, mas também pelas marcas<br />

que patrocinarão o torneio<br />

bem como suas agências. Não<br />

é mera coincidência o aumento<br />

<strong>de</strong> campanhas e ativações ligadas<br />

ao futebol a partir <strong>de</strong> agora.<br />

O Brasil está no centro da estratégia<br />

dos anunciantes diante da<br />

paixão do povo pelo futebol.<br />

Cientes da representativida<strong>de</strong><br />

do país, ao mesmo tempo, da<br />

distância geográfica do mundial<br />

em relação à última Copa, realizada<br />

no quintal brasileiro, marcas<br />

têm investido seus esforços<br />

em encurtar distâncias e promover<br />

a mesma experiência para a<br />

torcida, ainda que a milhares<br />

<strong>de</strong> quilômetros das partidas.<br />

“Na última Copa, todo mundo<br />

pô<strong>de</strong> participar ativamente, as<br />

pessoas tinham contato direto<br />

em sua cida<strong>de</strong>. Agora, na Rússia,<br />

num terreno <strong>de</strong>sconhecido,<br />

nosso papel é acabar com a<br />

Fomo (sigla para fear of missing<br />

out). Nosso papel é acabar com<br />

esse medo <strong>de</strong> não estar lá, por<br />

isso, estar per<strong>de</strong>ndo alguma<br />

coisa. Queremos <strong>de</strong>ixar o mundial<br />

mais próximo”, diz Taciana<br />

Lopes, diretora <strong>de</strong> marketing da<br />

Visa no Brasil.<br />

Patrocinadora oficial da Fifa<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, a Visa tem focado<br />

sua comunicação em trazer<br />

a Copa até os torcedores, mas<br />

também vai levá-los para o torneio.<br />

O pensamento orientou<br />

a promoção Você na Final com<br />

Visa, criada pela AlmapBBDO,<br />

que sorteará oito pacotes <strong>de</strong><br />

viagem para o mundial. Para<br />

participar, basta que o consumidor<br />

faça seus pagamentos com<br />

cartões da ban<strong>de</strong>ira Visa.<br />

Praça estratégica para a marca,<br />

Visa quer aumentar o número<br />

<strong>de</strong> transações feitas com<br />

seus cartões no Brasil. Para tanto,<br />

tem parcerias B2B com mais<br />

<strong>de</strong> 20 marcas para a exploração<br />

dos direitos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> ligados<br />

à Copa. O contrato com<br />

a Fifa permite que Visa estenda<br />

aos seus parceiros comerciais a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explorar atributos<br />

ligados ao torneio em<br />

suas campanhas.<br />

Bra<strong>de</strong>sco, Banco do Brasil,<br />

99Taxi e Pão <strong>de</strong> Açúcar são alguns<br />

dos beneficiados. No total,<br />

Visa <strong>de</strong>stinará mais <strong>de</strong> 200 pacotes<br />

<strong>de</strong> viagens em ativações<br />

com seus parceiros.<br />

Responsável pela conta do<br />

Itaú, além <strong>de</strong> McDonald’s e<br />

Vivo, a DPZ&T está literalmente<br />

“preparada” para a reta final antes<br />

do torneio. Segundo Rafael<br />

“ser patrocinador<br />

garante muito<br />

mais que reforçar<br />

atributos <strong>de</strong><br />

marca”<br />

Urenha, CCO da agência, por ser<br />

um evento <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong>, o<br />

trabalho começa muito antes<br />

dos jogos. Há pelo menos oito<br />

meses a agência tem trabalhado<br />

intensamente no planejamento<br />

e execução da comunicação das<br />

marcas. “A gente se antecipa ao<br />

evento, produzindo antes boa<br />

parte das campanhas. Durante<br />

os jogos, o acompanhamento é<br />

diário. Cada atendimento já tem<br />

30 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


uma equipe <strong>de</strong>dicada, que faz<br />

monitoramento em real time<br />

principalmente no digital”.<br />

Muito especialmente para<br />

McDonald’s, que, como patrocinador<br />

global da Copa, tem direito<br />

a alguns ativos exclusivos,<br />

a DPZ&T concentra mais esforços.<br />

Ela li<strong>de</strong>ra a comunicação<br />

da marca no Brasil, e assina o<br />

principal filmes, Prepara, que é<br />

estrelado por Neymar Jr. e Anitta,<br />

além do já tradicional ví<strong>de</strong>o<br />

com os sanduíches campeões. É<br />

também da agência a criação da<br />

promoção que levará crianças<br />

brasileiras à Rússia para entrarem<br />

em campo com os jogadores.<br />

Esse ativo <strong>de</strong> marca é<br />

exclusivo do McDonald’s.<br />

“O fato <strong>de</strong> ser patrocinador<br />

<strong>de</strong>ixa a agência<br />

muito bem posicionada<br />

em campo. Mas jogar um<br />

futebol bonito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da gente.<br />

Precisamos estar superatentos.<br />

Não adianta estar bem posicionado<br />

e não chutar para o gol.<br />

Fazer uma campanha memorável<br />

que aproveite essas proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Mesmo sendo uma campanha<br />

brasileira, a gente sempre<br />

extrapola e cria com cara global”,<br />

explica Urenha.<br />

Neymar Jr., que estará em campanhas <strong>de</strong> diversos anunciantes, como do McDonald’s e o seu já tradicional sanduíches campeões<br />

BrAnding e performAnce<br />

Ter a vantagem <strong>de</strong> explorar<br />

o torneio em sua comunicação<br />

é um dos principais fatores que<br />

levaram gran<strong>de</strong>s marcas a apostar<br />

no mundial. Inúmeros anunciantes<br />

têm interesse em usar<br />

atributos da Copa em sua comunicação,<br />

mas a CBF e a Fifa<br />

são bastante restritivos para a<br />

utilização <strong>de</strong> seus ativos.<br />

Símbolos como a taça, a logomarca,<br />

o mascote ou mesmo citar<br />

termos como “Copa do Mundo”<br />

só po<strong>de</strong>m ser utilizados por<br />

patrocinadores oficiais.<br />

Para Jan Telecki, gerente geral<br />

<strong>de</strong> marketing da Hyundai<br />

Motor Brasil, ser patrocinador<br />

garante muito mais que reforçar<br />

atributos <strong>de</strong> marca.<br />

Na fabricante são consi<strong>de</strong>rados<br />

cada vez mais os números<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. A companhia<br />

apoia o mundial <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002.<br />

Em 20<strong>14</strong>, por exemplo, a companhia<br />

informa que o nível <strong>de</strong><br />

intenção <strong>de</strong> compra da linha<br />

HB20 passou <strong>de</strong> 38% em janeiro<br />

para 62% no final da Copa.<br />

Já a participação do mercado<br />

da linha HB20 saltou <strong>de</strong> 4,5%<br />

para 6,2%. Outro termômetro<br />

“não adianta estar<br />

bem posicionado<br />

e não chutar<br />

para o gol”<br />

Fotos: Divulgação<br />

importante são as interações<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. Após o final<br />

da Copa, os perfis da marca chegaram<br />

a 3,5 milhões <strong>de</strong> fãs, com<br />

aumento <strong>de</strong> 370% nas menções<br />

a marca no torneio.<br />

Oitava <strong>maio</strong>r operação do<br />

McDonald’s no mundo, o Brasil<br />

tem interesse estratégico em<br />

participar das conversas sobre<br />

o mundial. A re<strong>de</strong> é patrocinadora<br />

global do evento e, no<br />

país, escalou Neymar Jr. e Anitta<br />

como personagens centrais<br />

para comunicar seus valores.<br />

“A Copa é superimportante<br />

porque envolve todo um semestre<br />

<strong>de</strong> resultado financeiro e <strong>de</strong><br />

vendas, mas, principalmente,<br />

engloba o objetivo <strong>de</strong> construir<br />

ainda mais lealda<strong>de</strong> <strong>de</strong> marca.<br />

Isso é algo essencial para<br />

McDonad’s, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado.<br />

Aproveitamos essa oportunida<strong>de</strong><br />

para traduzir nossos valores<br />

<strong>de</strong> forma fácil”, explica Roberto<br />

Gnypeck, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

marketing da companhia.<br />

Rafael Urenha: acompanhamento diário, com equipe que monitora em real time<br />

Taciana Lopes: “Queremos <strong>de</strong>ixar o mundial mais próximo”<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31


especiAl copA do mundo<br />

“A Copa traz excelência, é<br />

<strong>de</strong>mocrática e familiar, assim<br />

como o McDonald’s. Quando<br />

você faz essa relação e cria um<br />

vínculo emocional, você obviamente<br />

obtém um excelente<br />

resultado <strong>de</strong> vendas. E o mais<br />

importante, cria lealda<strong>de</strong> com<br />

a marca para quando tempos<br />

difíceis vierem, a gente possa<br />

usar <strong>de</strong>sse banco <strong>de</strong> lealda<strong>de</strong> a<br />

nosso favor”.<br />

BrAsilidA<strong>de</strong><br />

Patrocinadora histórica do<br />

mundial – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1950 – Coca-<br />

-Cola tem um vínculo indissociável<br />

com o torneio. No Brasil,<br />

a marca trabalha atributos emocionais,<br />

como na campanha<br />

Casa Nova Com Tudo Pronto<br />

Para Torcer.<br />

Serão sorteadas até o dia 30<br />

<strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong>z casas, além <strong>de</strong> produtos<br />

licenciados, como frigobar<br />

e vi<strong>de</strong>ogame, entre outros.<br />

Além <strong>de</strong> campanha assinada<br />

pela J. Walter Thompson, a marca<br />

traz novos rótulos estilizados<br />

nas latas <strong>de</strong> refrigerante.<br />

Guaraná Antarctica também<br />

acaba <strong>de</strong> renovar o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong><br />

suas latas para reforçar a torcida<br />

no mundial. São rótulos nas<br />

cores ver<strong>de</strong>, azul, amarelo e<br />

Gabriel Jesus, que estará ao lado <strong>de</strong> Pelé, estrela da nova campanha da Vivo<br />

“a copa traz<br />

excelência, é<br />

<strong>de</strong>mocrática e<br />

familiar, assim<br />

como mcdonald’s”<br />

Divulgação<br />

branco com ver<strong>de</strong> (versão Guaraná<br />

zero) que trazem as cinco<br />

estrelas com as conquistas no<br />

mundial.<br />

Depois <strong>de</strong> anunciar que suspen<strong>de</strong>ria<br />

a exportação do refrigerante<br />

para países rivais na<br />

Copa, a marca agora quer reforçar<br />

sua origem genuinamente<br />

brasileira.<br />

“Estamos ao lado da seleção<br />

brasileira há 15 anos e o<br />

saldo tem sido muito positivo<br />

para Guaraná Antarctica. A associação<br />

a um time campeão e<br />

mundialmente reconhecido nos<br />

ajuda a levar nossa marca e traduzir<br />

toda a brasilida<strong>de</strong> que ela<br />

representa para nossos consumidores<br />

no Brasil e outras partes<br />

do mundo. A seleção é um<br />

orgulho nacional assim como o<br />

Guaraná”, diz Jaqueline Barsi,<br />

gerente <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Guaraná<br />

Antarctica.<br />

Quem também explora sua<br />

brasilida<strong>de</strong> é a Vivo, que preparou<br />

para esta segunda-feira (<strong>14</strong>)<br />

lançamento <strong>de</strong> campanha protagonizada<br />

por Pelé e assinada<br />

pela Africa. <strong>2018</strong> marca os 60<br />

anos da estreia do ex-jogador no<br />

mundial, e a data será lembrada<br />

ao reunir o ídolo brasileiro com<br />

a nova geração.<br />

No ví<strong>de</strong>o, o atleta encontra<br />

Gabriel Jesus <strong>de</strong>ntro do estádio<br />

e Pelé reforça que nesse momento<br />

todos estão jogando junto.<br />

O filme foi gravado em preto<br />

e branco e <strong>de</strong>ve ir ao ar no mesmo<br />

momento que a seleção será<br />

convocada.<br />

Agências montam Qg para aten<strong>de</strong>r<br />

cliente comum durante torneio<br />

War room formado por três agências com o objetivo <strong>de</strong> facilitar a criação e a circulação <strong>de</strong> informações, além <strong>de</strong> monitorar insights<br />

Divulgação<br />

Não são apenas as marcas<br />

que colocam todo seu time<br />

em campo para a Copa. As<br />

agências responsáveis pela<br />

comunicação <strong>de</strong> anunciantes<br />

reforçam suas equipes para começar<br />

a produzir em tempo real,<br />

sobretudo, agora, a poucos<br />

dias do torneio.<br />

A Africa, por exemplo, que<br />

aten<strong>de</strong> Itaú, Vivo e Guaraná Antarctica,<br />

patrocinadores oficiais<br />

da seleção brasileira, montou<br />

um war room em parceria com<br />

outras três agências a fim <strong>de</strong> facilitar<br />

a criação e circulação <strong>de</strong><br />

informações, além <strong>de</strong> monitorar<br />

insights. O QG funciona <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

abril e é formado por Africa,<br />

DM9DDB, Sunset e Gauge, <strong>de</strong>dicado<br />

100% ao atendimento<br />

<strong>de</strong> Itaú. Na semana passada, o<br />

banco colocou no ar sua nova<br />

campanha Uma voz só, assinado<br />

pela Africa. A peça dá continuida<strong>de</strong><br />

ao primeiro ví<strong>de</strong>o Preleção,<br />

criado pela DM9.<br />

“Nosso papel, além <strong>de</strong> toda<br />

entrega <strong>de</strong> comunicação, é garantir<br />

unida<strong>de</strong> estratégica e<br />

criar um círculo virtuoso <strong>de</strong><br />

monitoramento, gestão e aproveitamento<br />

<strong>de</strong> dados para tomadas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão mais eficientes”,<br />

explica Beto Lima, diretor<br />

<strong>de</strong> mídia da Africa. O novo ví<strong>de</strong>o<br />

é estrelado por torcedores<br />

que dão voz a Tite em um novo<br />

discurso <strong>de</strong> superação. Personagens<br />

anônimos <strong>de</strong> diversas<br />

raças e condições físicas, além<br />

<strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s, como o cantor<br />

Thiaguinho, reproduzem as palavras<br />

do técnico.<br />

DP<br />

32 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


ESPECIAL COPA DO MUNDO<br />

Marketing esportivo precisa evoluir<br />

para jogar em alto nível no Brasil<br />

Especialistas analisam o amadurecimento do mercado nacional nos<br />

últimos quatro anos; <strong>maio</strong>r legado do mundial 20<strong>14</strong> foram as arenas<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Às vésperas da Copa do Mundo<br />

<strong>de</strong> 20<strong>14</strong> a euforia tomava<br />

conta <strong>de</strong> todo o Brasil. E se milhares<br />

<strong>de</strong> brasileiros esperavam<br />

ansiosos aquele momento em<br />

que o país sediaria o <strong>maio</strong>r evento<br />

esportivo do planeta, particularmente<br />

o mercado <strong>de</strong> marketing<br />

esportivo suava a camisa<br />

para aproveitar a competição.<br />

A expectativa era que o apito<br />

final do árbitro, na partida que<br />

confirmou a supremacia alemã<br />

na competição, representasse<br />

apenas o pontapé inicial para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e o avanço da<br />

profissionalização na gestão do<br />

esporte nacional. Como um processo<br />

natural, muitas agências<br />

especializadas nasceram naquele<br />

período.<br />

Agora, quatro anos <strong>de</strong>pois,<br />

com a aproximação da Copa do<br />

Mundo <strong>2018</strong>, <strong>de</strong>sta vez na Rússia,<br />

é hora <strong>de</strong> refletir sobre o que<br />

<strong>de</strong> fato ganhou campo nos últimos<br />

anos.<br />

A primeira pergunta que se faz<br />

necessário para enten<strong>de</strong>r o ponto<br />

<strong>de</strong> evolução do segmento no<br />

país nestes quatro anos é: soubemos<br />

aproveitar o momento para<br />

amadurecer?<br />

Para José Colagrossi, diretor<br />

do Ibope Repucom, em parte<br />

sim. Mas o executivo da empresa<br />

especializada em pesquisas <strong>de</strong><br />

marketing esportivo e retorno <strong>de</strong><br />

exposição das marcas em mídia<br />

também apontou as pisadas na<br />

bola do mercado.<br />

“A mídia brasileira <strong>de</strong>u um<br />

show <strong>de</strong> cobertura. Fomos muito<br />

bem no quesito hospitalida<strong>de</strong>,<br />

por exemplo. Também tivemos<br />

sucesso no engajamento da população,<br />

que abraçou entusiasticamente<br />

a Copa 20<strong>14</strong>, mesmo<br />

após um período complicado <strong>de</strong><br />

protestos. As marcas tiveram boa<br />

visibilida<strong>de</strong> e, em gran<strong>de</strong> parte,<br />

souberam ativar. Mas per<strong>de</strong>mos,<br />

em ambos os casos, a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a realizar gran<strong>de</strong>s<br />

eventos sem a interferência<br />

política”, acredita.<br />

Após a Copa <strong>de</strong> 20<strong>14</strong>, é hora <strong>de</strong> refletir sobre o que <strong>de</strong> fato ganhou campo nos últimos anos<br />

Para Fábio Wolff, sócio-diretor<br />

da Wolff Sports & Marketing, o<br />

mercado avançou um pouco nos<br />

últimos anos, mas ainda po<strong>de</strong><br />

ser consi<strong>de</strong>rado semiprofissional<br />

e está muito longe na comparação<br />

com os países mais <strong>de</strong>senvolvidos<br />

na área, como os Estados<br />

Unidos, por exemplo.<br />

“Aproveitamos minimamente.<br />

O que sobrou <strong>de</strong> mais proveitoso<br />

são as arenas. O torcedor<br />

agora tem mais conforto, além<br />

<strong>de</strong> opções mais VIPs, com camarotes<br />

e assentos, entre outras<br />

coisas. O que a Copa do Mundo<br />

nos <strong>de</strong>u são locais mais agradáveis,<br />

com outra receptivida<strong>de</strong>.<br />

Veja o exemplo da Arena Corinthians,<br />

que tem recebido muitos<br />

jogos e outros eventos com casa<br />

cheia. O Mineirão tem sido se<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vários acontecimentos, esportivos<br />

ou não. A Arena Pernambuco<br />

tem um trabalho interessante<br />

<strong>de</strong> abrir para a população nos<br />

fins <strong>de</strong> semana. E temos também<br />

aqui o Allianz Parque, que não<br />

sediou a Copa, mas foi a arena<br />

do mundo com <strong>maio</strong>r número <strong>de</strong><br />

megashows em 2017”, explica.<br />

Ainda na questão dos estádios,<br />

Wolff lembra que alguns<br />

locais acabaram subaproveitados,<br />

e o gran<strong>de</strong> exemplo é a Arena<br />

Brasília. O palco mais caro da<br />

Copa 20<strong>14</strong>, custou R$ 1,5 bilhão<br />

aos cofres públicos, tem capacida<strong>de</strong><br />

para 72,8 mil pessoas. No<br />

entanto, na final do campeonato<br />

local <strong>de</strong> 2017, para se ter uma<br />

i<strong>de</strong>ia, apenas 6,3 mil pessoas viram<br />

o Brasiliense bater o Ceilândia<br />

e ficar com o título, ocupando<br />

menos <strong>de</strong> 10% da sua lotação.<br />

De olho na movimentação que<br />

a Copa do Mundo traria para o<br />

mercado, diversos empresários<br />

“Já foi o tempo em<br />

que se conseguia<br />

patrocínio com<br />

meia dúzia <strong>de</strong><br />

sli<strong>de</strong>s coloridos e<br />

várias dúzias<br />

<strong>de</strong> promessas”<br />

34 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


<strong>de</strong>cidiram montar uma operação<br />

especializada em marketing esportivo.<br />

A mais famosa <strong>de</strong>las talvez<br />

tenha sido a 9ine, com aporte<br />

da WPP e a participação do<br />

ex-jogador Ronaldo Fenômeno,<br />

mas que fechou as suas portas<br />

em 2016, justamente o ano das<br />

Olimpíadas no Brasil. Enquanto<br />

algumas agências marcaram um<br />

ou outro gol e saíram <strong>de</strong> campo,<br />

outras mal conseguiram tocar na<br />

bola e fechar bons clientes antes<br />

<strong>de</strong> ir ao vestiário. Poucas <strong>de</strong>las<br />

sobreviveram.<br />

“Quando voltei ao Brasil em<br />

2013, após 23 anos nos<br />

Estados Unidos, brincava<br />

que se sacudisse<br />

qualquer árvore cairiam<br />

três agências <strong>de</strong> marketing<br />

esportivo. Houve<br />

uma irresponsabilida<strong>de</strong><br />

exuberante na criação<br />

<strong>de</strong> tantas agências que<br />

não tinham propósito,<br />

planos, vantagem<br />

competitiva ou mesmo<br />

talento. O mercado,<br />

sempre soberano, soube<br />

disciplinar isso. Talvez<br />

10% <strong>de</strong>stas agências sobreviveram<br />

e hoje li<strong>de</strong>ram<br />

a indústria”, aponta<br />

Colagrossi.<br />

South_agency/iStock<br />

RELAçõES DE PAtROCíNIO<br />

Outra questão importante<br />

para enten<strong>de</strong>r o<br />

avanço lento do marketing<br />

esportivo no país<br />

é: por que tantas relações<br />

<strong>de</strong> patrocínio entre<br />

marcas e entida<strong>de</strong>s do<br />

esporte ficam limitadas<br />

à trivial exposição<br />

<strong>de</strong> marcas? Para Wolff,<br />

existe uma falta <strong>de</strong> cultura<br />

<strong>de</strong> case e <strong>de</strong> marketing<br />

e isso acaba afetando<br />

as ativações.<br />

“Como estamos falando <strong>de</strong><br />

um mercado semiprofissional,<br />

isso muitas vezes está atrelado<br />

aos patrocinadores, que nem<br />

sempre têm estrutura para realizar<br />

essas ações, ou por falta<br />

<strong>de</strong> profissional ou recurso.<br />

Por outro lado, também falta<br />

uma condução das entida<strong>de</strong>s<br />

esportivas com relação a esse<br />

cliente. Os clubes precisam ser<br />

parceiros, ajudar as marcas a<br />

criarem. Acontece que muitos<br />

enxergam os patrocinadores<br />

apenas como financiadores do<br />

seu negócio. Na CBF eu já vejo<br />

uma evolução consi<strong>de</strong>rável com<br />

relação a isso. Hoje há profissionais<br />

lá para <strong>de</strong>senvolver ações,<br />

eventos e ativações das mais variadas”,<br />

analisa.<br />

De maneiras diferentes, tanto<br />

Fábio Wolff quanto José Colagrossi<br />

falaram também sobre o<br />

Fábio Wolff: “O que sobrou <strong>de</strong> mais proveitoso são as arenas”<br />

problema da concentração dos<br />

investimentos apenas no futebol,<br />

um fator que atrasa a evolução<br />

do marketing esportivo<br />

como um todo.<br />

“Tínhamos a expectativa <strong>de</strong><br />

que as Olimpíadas fossem um<br />

ponto <strong>de</strong> virada nesse sentido,<br />

mas ela não ocorreu <strong>de</strong> forma<br />

Fotos: Divulgação<br />

“acontece que<br />

muitos enxergam<br />

os patrocinadores<br />

apenas como<br />

financiadores<br />

do seu negócio”<br />

José Colagrossi: “As marcas tiveram boa visibilida<strong>de</strong> e, em gran<strong>de</strong> parte, souberam ativar”<br />

planejada e também não houve<br />

um legado. Como consequência,<br />

esses esportes acabaram não<br />

aproveitando suas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam<br />

trabalhar com planejamento<br />

e estratégia para crescer, como<br />

o rúgbi tem feito no Brasil”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

Wolff.<br />

Na visão <strong>de</strong> Colagrossi, os profissionais<br />

<strong>de</strong>sses outros segmentos<br />

não vão resolver as coisas reclamando<br />

que a TV não cobre o<br />

seu esporte ou culpando a mídia<br />

por ignorar suas competições.<br />

“Já foi o tempo em que se<br />

conseguia patrocínio com meia<br />

dúzia <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s coloridos e várias<br />

dúzias <strong>de</strong> promessas. Patrocinador<br />

tem <strong>de</strong> ser parceiro, por<br />

isso é necessário ter um projeto<br />

pronto, viável e com forte apelo.<br />

O que era mais difícil, ter visibilida<strong>de</strong><br />

na mídia, hoje se tornou<br />

possível via mundo digital. Crie<br />

uma comunida<strong>de</strong>, organize competições,<br />

crie um campeonato<br />

legítimo, coloque conteúdo <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> na internet e, acima<br />

<strong>de</strong> tudo, crie um propósito que<br />

alinhe os interesses <strong>de</strong> todas as<br />

partes envolvidas. Finalmente,<br />

aprenda com os bons exemplos”,<br />

argumenta.<br />

VISãO OtIMIStA<br />

Apesar dos pontos críticos, <strong>de</strong><br />

acordo com o executivo, a evolução<br />

do mercado nos últimos<br />

anos também po<strong>de</strong> ser percebida<br />

no aumento da procura por outros<br />

tipos <strong>de</strong> pesquisas do Ibope<br />

Repucom, como estudos que vão<br />

além do monitoramento.<br />

“Hoje, é imprescindível enten<strong>de</strong>r<br />

quem são e como se comportam<br />

os fãs <strong>de</strong> cada esporte.<br />

Compreen<strong>de</strong>r o torcedor é um<br />

diferencial, assim como a preocupação<br />

em enten<strong>de</strong>r a audiência<br />

e o perfil do público que<br />

acompanha eventos esportivos”.<br />

Por conta <strong>de</strong> tudo que tem vivenciado,<br />

o diretor-executivo do<br />

Ibope Repucom é otimista com<br />

relação ao cenário e acredita que<br />

o marketing esportivo no Brasil<br />

está finalmente encontrando<br />

a própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. “Em sua<br />

origem houve um choque entre<br />

o mo<strong>de</strong>lo importado do exterior<br />

e o amadorismo local, afirma<br />

ele, acrescentando: “Evi<strong>de</strong>ntemente,<br />

nenhum dos mo<strong>de</strong>los<br />

se consolidou. Os padrões <strong>de</strong><br />

marketing, promoção e ativação<br />

clonados do exterior não funcionam<br />

no mercado brasileiro tanto<br />

por questões estruturais <strong>de</strong> mercado<br />

quanto culturais. Depois <strong>de</strong><br />

um início frustrante para todos,<br />

vejo hoje o marketing esportivo<br />

brasileiro crescendo em bases<br />

mais realistas, com resultados<br />

começando a aparecer”.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35


EspEcial copa do mundo<br />

Emissoras <strong>de</strong>vem gerar 600 horas<br />

<strong>de</strong> transmissão com 400 envolvidos<br />

Estúdio na Praça Vermelha, em Moscou, será a base da TV Globo, que<br />

<strong>de</strong>tém, com SporTV e Fox Sports, os direitos <strong>de</strong> apresentar o torneio<br />

Claudia Penteado<br />

Mais uma Copa vem aí, a<br />

ser disputada entre <strong>14</strong> <strong>de</strong><br />

junho e 15 <strong>de</strong> julho em 11 cida<strong>de</strong>s<br />

diferentes na improvável<br />

Rússia, reconhecida mais pela<br />

competência em esportes <strong>de</strong><br />

inverno do que pelo futebol,<br />

cujo tempo discorre seis horas<br />

à frente dos relógios do lado <strong>de</strong><br />

cá do planeta.<br />

Re<strong>de</strong> Globo, SporTV e Fox<br />

Sports <strong>de</strong>têm, no Brasil, os direitos<br />

<strong>de</strong> transmissão, juntamente<br />

com G1 e Globoesporte<br />

na internet, e pelo menos 12<br />

rádios, mídia hoje mais digital<br />

e presente em celulares do que<br />

nos velhos aparelhos <strong>de</strong> pilha.<br />

Espera-se que, apesar dos<br />

<strong>de</strong>safios da língua, da distância<br />

entre as cida<strong>de</strong>s e também do<br />

fuso - que fará com que a <strong>maio</strong>ria<br />

dos jogos ocorra pela manhã<br />

no Brasil - a cobertura tenha<br />

um colorido diferente, recheada<br />

com as muitas curiosida<strong>de</strong>s<br />

locais.<br />

Está nos planos dos principais<br />

veículos - especialmente<br />

aqueles que não contam com<br />

o tempo real como aliado para<br />

transmitir os principais lances<br />

das partidas - aprofundar análises<br />

e contar as boas histórias<br />

que surgirão ao redor do mundial.<br />

Os principais patrocinadores<br />

do pacotaço <strong>de</strong> transmissões da<br />

Globo são Itaú, Brahma, BRF,<br />

Coca-Cola, J&J e Vivo. A Globo<br />

transmitirá os jogos, sendo<br />

que 56 <strong>de</strong>les ao vivo na TV e<br />

oito - que ocorrem em horários<br />

simultâneos - via Globoplay e<br />

em melhores momentos na TV<br />

aberta.<br />

Os telejornais serão ancorados<br />

<strong>de</strong> um estúdio montado na<br />

famosa Praça Vermelha, ao lado<br />

do Kremlin, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> outras oito<br />

emissoras do mundo também<br />

transmitirão. Em função dos jogos<br />

diurnos, haverá diversas alterações<br />

na gra<strong>de</strong> da TV aberta.<br />

A emissora também exibirá<br />

os jogos em 100 quiosques da<br />

Estúdio da Re<strong>de</strong> Globo, ao lado do Kremlin, que começa a transmitir para o Brasil a partir do dia 10 <strong>de</strong> junho<br />

Orla Carioca.<br />

A cobertura da Globo será<br />

integrada ao SporTV e ao Globoesporte.com,<br />

totalizando<br />

600 horas e 400 profissionais<br />

<strong>de</strong>dicados ao evento nas três<br />

plataformas, com 23 equipes<br />

espalhadas pela Rússia.<br />

A cobertura oficial terá início<br />

no próximo dia 21, ainda<br />

no Brasil, e a partir <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> junho<br />

direto da Praça Vermelha,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> serão transmitidos os<br />

programas Esporte Espetacular,<br />

Fantástico, Bom Dia Brasil, Globo<br />

Esporte, Jornal Hoje e até o<br />

Jornal Nacional.<br />

Da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sochi, on<strong>de</strong> ficará<br />

a nossa seleção, Glenda<br />

Kozlowski apresentará o bloco<br />

<strong>de</strong> esportes do Hora 1 e do Jornal<br />

da Globo.<br />

Desta vez, nada <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

móveis pesadas: as equipes terão<br />

equipamento leves para entradas<br />

ao vivo e contarão com<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> telefonia celular 4G.<br />

O SporTV será o único canal<br />

a transmitir ao vivo todos os 64<br />

jogos, e terá mais 600 horas <strong>de</strong><br />

conteúdo <strong>de</strong>dicadas ao evento,<br />

começando diariamente com o<br />

Planeta SporTV.<br />

Seis cotas <strong>de</strong> patrocínio foram<br />

adquiridas pela Ambev,<br />

Caixa, Claro, McDonald’s, Samsung<br />

e Renault.<br />

Já o Fox Sports terá intensa<br />

programação produzida na<br />

Rússia, exibida 24 horas, contando<br />

com tecnologias como<br />

mesa tática com a ferramenta<br />

touch, realida<strong>de</strong> aumentada e<br />

câmera 360 graus para analisar<br />

<strong>de</strong> perto os lances do torneio. A<br />

Globosat fechou projeto comercial<br />

com 17 meses <strong>de</strong> duração<br />

envolvendo diversos projetos.<br />

EspEciais<br />

O SBT enviará dois repórteres<br />

e dois editores para a Rússia,<br />

enquanto ESPN, que não<br />

<strong>de</strong>tém os direitos <strong>de</strong> exibição<br />

das partidas, preten<strong>de</strong> investir<br />

na cobertura jornalística e na<br />

Fotos: Divulgação<br />

“O campO e a bOla<br />

interessam dO<br />

pOntO <strong>de</strong> vista<br />

analíticO, para<br />

aprOfundar<br />

discussões,<br />

mOstrar<br />

bastidOres e<br />

Os caminhOs<br />

que levaram às<br />

gran<strong>de</strong>s jOgadas”<br />

36 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


exploração do conceito Game<br />

around the game, no qual todas<br />

as informações do pré e do pós<br />

serão exploradas.<br />

A Record TV também terá<br />

uma equipe na Rússia realizando<br />

reportagens.<br />

A rádio Transamérica, que<br />

<strong>de</strong>tém os direitos <strong>de</strong> transmissão<br />

do mundial, terá 12 profissionais<br />

in loco, coor<strong>de</strong>nados<br />

por E<strong>de</strong>r Luiz, responsável pelo<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> esportes.<br />

A mídia impressa permite<br />

uma abordagem mais refinada<br />

e aprofundada.<br />

No Sul, equipe do Grupo RBS<br />

com 20 profissionais fará cobertura<br />

multimidia, que inclui<br />

transmissão <strong>de</strong> jogos pela Rádio<br />

Gaúcha e diversos conteúdos<br />

editoriais.<br />

Gaúcha, Zero Hora, Gaúcha-<br />

ZH e RBS TV terão jornalistas<br />

envolvidos na cobertura, com<br />

programas especiais como Gigante<br />

da Copa, Saia na Rússia e<br />

entradas ao vivo durante a programação.<br />

Márvio dos Anjos, editor <strong>de</strong><br />

esportes dos jornais O Globo e<br />

Extra, afirma que o campo e a<br />

bola interessam do ponto <strong>de</strong><br />

vista analítico, para aprofundar<br />

discussões, mostrar bastidores<br />

e os caminhos que levaram às<br />

gran<strong>de</strong>s jogadas.<br />

Preparado para longas jornadas<br />

<strong>de</strong> trabalho, Márvio fala<br />

que a cobertura fugirá do que<br />

é commodity e uma <strong>de</strong> suas<br />

apostas é o comentarista Carlos<br />

Eduardo Mansur, que fará análise<br />

mais tática e <strong>de</strong> tendências<br />

da Copa.<br />

Haverá ca<strong>de</strong>rnos diários em<br />

ambos jornais e atrações digitais<br />

como o quiz visual Copa,<br />

cabelo e bigo<strong>de</strong>.<br />

O Estadão vai focar no digital,<br />

contando com dois sites,<br />

Estadão.com e #Fera, produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo em ví<strong>de</strong>os para a<br />

TV Estadão e re<strong>de</strong>s sociais com<br />

“lives”, programas e boletins<br />

na Rádio Eldorado, além <strong>de</strong><br />

equipes da AE subindo matérias<br />

24 horas por dia.<br />

O pacote <strong>de</strong> conteúdo é extenso,<br />

e o jornal também tem<br />

Profissionais da Globo, SporTV e Fox Sports estarão na Rússia para transmissão em várias plataformas dos jogos e análises<br />

Grupo RBS terá 20 profissionais envolvidos na cobertura multimídia da Copa, que inclui ainda a transmissão <strong>de</strong> jogos<br />

uma equipe na Rússia.<br />

Já a revista Época conta com<br />

a produção <strong>de</strong> enviados especiais<br />

e contribuições <strong>de</strong> nomes<br />

do jornalismo esportivo como<br />

João Máximo.<br />

Os colunistas José Miguel<br />

Wisnik e Alex Bellos, ambos<br />

autores <strong>de</strong> livros sobre futebol,<br />

darão perspectivas particulares<br />

“está nOs planOs<br />

dOs principais<br />

veículOs<br />

aprOfundar<br />

análises e cOntar<br />

as bOas histórias”<br />

da Copa.<br />

Segundo o Twitter, <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 2017 a <strong>maio</strong> <strong>de</strong>ste<br />

ano, foram contabilizados 18,9<br />

milhões <strong>de</strong> tweets sobre a Copa.<br />

A tendência <strong>de</strong> atenção é<br />

crescente, o que constitui uma<br />

gran<strong>de</strong> vantagem para a mídia:<br />

como poucos temas, a Copa é<br />

<strong>de</strong>mocrática e inclusiva.<br />

tititititi tititi tigtititititititi ti qtiti titititi titititititititititititi tititititi titititititititititi!<br />

Btitititititi titititititititi titititititititi titititititi ti tititititi tititititititititi tititititititititi<br />

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jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37


entrevistA<br />

Pedro AdAmy<br />

Diretor <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Brahma<br />

em Ano<br />

<strong>de</strong> CoPA, A<br />

gente tem<br />

um segundo<br />

CArnAvAl<br />

Assim como seus concorrentes, Brahma<br />

não abre números <strong>de</strong> vendas, mas é<br />

possível medir a representativida<strong>de</strong> do<br />

esperado para a Copa do Mundo com<br />

base no arrecadado no Carnaval. O período <strong>de</strong> folia<br />

sempre alcança pico <strong>de</strong> vendas, então, imagine o<br />

mundial da Rússia. A marca, que patrocina a seleção<br />

brasileira, também apoia as transmissões da TV<br />

Globo, potencializando ainda mais a mensagem<br />

<strong>de</strong> que “o número 1 voltou”. Na entrevista a seguir,<br />

Pedro Adamy, diretor <strong>de</strong> marketing da empresa, fala<br />

sobre a presença da marca ao longo das Copas.<br />

Danúbia Paraizo<br />

Brahma tem uma relação histórica<br />

com a Copa. Qual é o peso <strong>de</strong>sse patrocínio?<br />

Em ano <strong>de</strong> Copa do Mundo a<br />

gente conta com o benefício <strong>de</strong><br />

ter um segundo Carnaval. Se a<br />

gente pensar no mercado <strong>de</strong> cervejas,<br />

o período <strong>de</strong> verão, e especialmente<br />

no Carnaval, há um<br />

pico <strong>de</strong> vendas para todas as marcas.<br />

E no inverno costuma ser um<br />

período <strong>de</strong> baixa natural. Quando<br />

tem Copa essa lógica é mudada<br />

porque justamente em um período<br />

nem tão favorável, haverá<br />

um encontro <strong>de</strong> brasileiros nas<br />

ruas celebrando um momento<br />

que não existe sempre. E isso cria<br />

uma nova dinâmica <strong>de</strong> mercado.<br />

Há quanto tempo que Brahma vem<br />

pensando e <strong>de</strong>senhando esse investimento?<br />

Esse foi um projeto que começou<br />

no início do ano passado, que<br />

a gente vem planejando, discutindo<br />

alternativas. É um projeto<br />

que não para, por mais que a<br />

gente tenha <strong>de</strong>senhado boa parte,<br />

as oportunida<strong>de</strong>s surgem. Há<br />

algumas semanas, por exemplo,<br />

surgiu a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

no Mineirão, palco do 7X1, uma<br />

empena dizendo que o número<br />

1 voltou, logo após o jogo contra<br />

a Alemanha. A gente achou que<br />

aquele seria um espaço simbólico<br />

para reforçar que o número 1 estava<br />

voltando.<br />

O patrocínio <strong>de</strong> um evento esportivo<br />

proporciona inúmeras vantagens. O<br />

Brasil per<strong>de</strong>r ou ganhar pesa nessa<br />

hora?<br />

Obviamente a gente prefere<br />

que o Brasil ganhe. Brahma é uma<br />

marca brasileira, nascida aqui e a<br />

gente tem um envolvimento com<br />

o futebol que a marca quase vira<br />

parte da torcida. Todos nós somos<br />

brasileiros e a marca tem relevância<br />

cultural no Brasil, o que<br />

faz com que ela torça para que o<br />

Brasil seja campeão. Quando a<br />

gente entra com um investimento<br />

<strong>de</strong>sse porte é pensando nas<br />

melhores das hipóteses.<br />

Transportar aos consumidores todos<br />

os sentimentos envolvidos com a<br />

Copa é algo relevante para a marca?<br />

Há um ano e meio a gente vem<br />

assinando nossa comunicação<br />

com uma frase: “Como você se<br />

sente, isso pe<strong>de</strong> Brahma”. E essa<br />

frase significa que nos momentos<br />

em que as pessoas se sentirem<br />

especiais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma conquista,<br />

ainda que seja pequena, elas merecem<br />

ser celebradas. E Brahma é<br />

a cerveja feita para isso. Na Copa,<br />

esse é o momento que o brasileiro<br />

mais se sente. Ele se prepara,<br />

ele troca <strong>de</strong> televisão, pinta as<br />

ruas, coloca a ban<strong>de</strong>ira na janela,<br />

a gente esquece um pouco o que<br />

está acontecendo e concentra na<br />

seleção e na Copa. Para a gente,<br />

faz muito sentido dar sequência<br />

a esse movimento, mas com uma<br />

pequena mudança. Agora, trabalhamos<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que quando<br />

você se sente o número um isso<br />

pe<strong>de</strong> Brahma.<br />

Como está organizada a distribuição<br />

<strong>de</strong> investimento em mídia para o torneio?<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> televisão,<br />

que acaba sendo o nosso principal<br />

foco <strong>de</strong> comunicação, a primeira<br />

vez que entramos no ar foi no<br />

início <strong>de</strong> março, justamente para<br />

estabelecer nosso ponto <strong>de</strong> vista<br />

em relação à Copa e reafirmar que<br />

Brahma sempre esteve na Copa.<br />

Lançamos um ví<strong>de</strong>o relembrando<br />

os rótulos históricos, as conquistas<br />

que fizeram o brasileiro se<br />

sentir o número um. O conteúdo<br />

entrou no ar pós-Carnaval. A partir<br />

<strong>de</strong> agora, a gente entra numa<br />

curva na qual teremos ativida<strong>de</strong>s<br />

que reforçam nossas cre<strong>de</strong>nciais<br />

para, quando chegar bem próximo<br />

da Copa, retomar esse sentimento<br />

<strong>de</strong> se sentir o número um.<br />

Vamos representar isso <strong>de</strong> várias<br />

formas através da música, da cultura<br />

<strong>de</strong> forma geral.<br />

Mesmo antes da TV, Brahma estreou<br />

no digital no ano passado, não é?<br />

Exatamente, em <strong>de</strong>zembro a<br />

gente fez uma ação no sorteio das<br />

chaves, quando foram <strong>de</strong>finidos<br />

quais seriam os grupos da Copa.<br />

Fizemos três conteúdos, um para<br />

cada concorrente do Brasil em<br />

real time, no momento em que<br />

foi sorteada cada bolinha. Voltamos<br />

<strong>de</strong>pois em março, falando<br />

das nossas cre<strong>de</strong>nciais, e agora<br />

todo mês teremos um conteúdo<br />

novo até a Copa.<br />

Isso mostra a relevância que o digital<br />

tem ganhado na estratégia <strong>de</strong> mídia<br />

das marcas?<br />

O mais legal é que a gente fazia<br />

um estilo <strong>de</strong> comunicação da<br />

qual a marca falava o que queria<br />

e não havia tanta preocupação<br />

com o que ela ia ouvir. Era uma<br />

comunicação quase que impositiva.<br />

É claro que a gente acabou<br />

tendo muito sucesso, mas não<br />

era uma comunicação <strong>de</strong> mão<br />

dupla. O momento que a gente<br />

vive hoje é mais legal porque eu<br />

posso falar, mas também <strong>de</strong>vo<br />

ouvir. E quando a gente faz ações<br />

como essa do sorteio das chaves<br />

é muito bacana sentir como<br />

o brasileiro reage ali na hora. A<br />

gente está representando <strong>de</strong> certa<br />

forma o sentimento da nação,<br />

e é muito legal ver esse consumidor<br />

embarcando com a gente. As<br />

novas mídias têm o benefício <strong>de</strong><br />

trazer uma via <strong>de</strong> comunicação<br />

mais completa que vai e volta. É<br />

muito melhor po<strong>de</strong>r compreen<strong>de</strong>r<br />

a reação durante o momento<br />

que ela está no ar. E também traz<br />

um aperfeiçoamento <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Quando a gente faz alguma<br />

coisa e obtém uma reação positiva,<br />

apren<strong>de</strong> que aquela é uma<br />

trilha <strong>de</strong> muito sucesso.<br />

Essas mudanças tecnológicas impactaram<br />

também o consumidor?<br />

Houve uma mudança gran<strong>de</strong><br />

no nível <strong>de</strong> informação com<br />

a <strong>de</strong>mocratização do acesso, e<br />

a consequência é o aumento <strong>de</strong><br />

repertório. Isso é bom em todos<br />

os sentidos. Quando a gente fala<br />

<strong>de</strong>sse mercado cervejeiro, as pessoas<br />

saberem mais sobre a gente<br />

é ótimo. Brahma tem oito líquidos<br />

<strong>de</strong>ntro do portfólio, então as<br />

pessoas conhecerem mais sobre<br />

38 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


a gente é incrível. A gran<strong>de</strong> transformação<br />

que a digitalização permite<br />

é o aumento <strong>de</strong> repertório,<br />

seja <strong>de</strong> cerveja, <strong>de</strong> futebol ou o<br />

que for. As pessoas sabem mais<br />

do que está acontecendo na Copa<br />

do Mundo, mais dos jogadores.<br />

Essa é a gran<strong>de</strong> transformação<br />

que a gente vive hoje. É uma socieda<strong>de</strong><br />

mais bem informada e<br />

isso é ótimo para a gente.<br />

Ao mesmo tempo, as mídias tradicionais<br />

continuam com um gran<strong>de</strong><br />

peso, sobretudo, em gran<strong>de</strong>s eventos<br />

como a Copa.<br />

As mídias tradicionais vão<br />

continuar com seu papel. O que<br />

tem acontecido é uma a<strong>de</strong>quação.<br />

No caso <strong>de</strong> evento ao vivo<br />

como a Copa, não tem como não<br />

dar um peso gran<strong>de</strong> à TV. A gente<br />

tem um movimento emocional<br />

<strong>de</strong> trazer essa memória afetiva<br />

para o torcedor, então, a Globo<br />

ganha protagonismo por causa<br />

dos direitos <strong>de</strong> transmissão, mas<br />

também porque as pessoas falam<br />

<strong>de</strong> um evento ao vivo que tem o<br />

hábito muito focado em televisão.<br />

Elas vão comentar do narrador,<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>talhe da câmera<br />

exclusiva. É superpertinente esse<br />

tipo <strong>de</strong> mídia.<br />

Como a marca vai completar essa<br />

estratégia <strong>de</strong> comunicação?<br />

A gente vem representando<br />

um sentimento que está em<br />

todo torcedor, então, vamos estar<br />

presentes em toda a sua jornada.<br />

Se esse cara acorda <strong>de</strong> manhã<br />

e já consome <strong>de</strong>terminados<br />

meios <strong>de</strong> comunicação, é lá que<br />

estaremos. Quando a gente fala<br />

dos jogos em si, que provavelmente<br />

ele vai ver com os amigos,<br />

Brahma vai estar presente ali<br />

também. É provável que à noite<br />

ele vá ouvir rádio ou acompanhar<br />

mais notícias pelo celular, e<br />

também estaremos lá. A jornada<br />

na rua também acaba tendo um<br />

protagonismo importante por<br />

causa dos <strong>de</strong>slocamentos para<br />

ver os jogos. Nossa busca é estar<br />

no máximo <strong>de</strong> meios possíveis.<br />

Vocês não optaram por um garoto-<br />

-propaganda até agora. Por quê?<br />

A nossa busca é sempre por<br />

“nossa<br />

preocupação<br />

é <strong>de</strong>ixar<br />

claro que<br />

esse não é um<br />

investimento<br />

que chegou<br />

agora”<br />

Divulgação<br />

i<strong>de</strong>ntificação. E a gente acredita<br />

que ela ocorra <strong>de</strong> forma mais natural<br />

se o torcedor for retratado e<br />

não um jogador. O que não significa<br />

que em algum momento a<strong>de</strong>quado<br />

não possa recorrer a algum<br />

embaixador. No nosso histórico<br />

a gente sempre teve associações<br />

com vários jogadores <strong>de</strong> sucesso.<br />

Eles tiveram seu papel, e é muito<br />

provável que nessa Copa eles<br />

também tenham. A gente não<br />

tem nada fechado, mas temos<br />

envolvimento com o Cafu, por<br />

exemplo, que tem contrato com<br />

a gente. Ele volta e meia aparece<br />

em nossos comerciais. Mas po<strong>de</strong>mos<br />

ter outros. Depen<strong>de</strong>ndo do<br />

momento, po<strong>de</strong> ser útil.<br />

“no caso da<br />

copa, não<br />

tem como não<br />

dar um peso<br />

gran<strong>de</strong> À tv”<br />

Dentro da Ambev vocês têm outras<br />

marcas que são patrocinadoras da<br />

Copa e da própria seleção. Quais assets<br />

Brahma vão trabalhar para se<br />

diferenciar?<br />

Dentro <strong>de</strong> casa, temos a Budweiser,<br />

que patrocina globalmente<br />

a Copa, mas localmente é<br />

Brahma. É um direito <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong><br />

que nós temos. Nenhuma<br />

outra cervejaria no Brasil vai<br />

po<strong>de</strong>r trabalhar esse termo. Na<br />

seleção, também somos patrocinadores<br />

com Brahma. Então, a<br />

gente acaba tendo os principais<br />

ativos. Não é nem permitido que<br />

outra cervejaria faça esse tipo <strong>de</strong><br />

associação com os ativos. Temos<br />

muita tranquilida<strong>de</strong> com isso,<br />

mas nossa preocupação para as<br />

campanhas é <strong>de</strong>ixar claro que<br />

esse não é um investimento que<br />

chegou agora. A marca está presente<br />

no torneio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1958. Não<br />

que a gente já fosse patrocinador<br />

na época, mas a gente tem uma<br />

relação antiga com propaganda<br />

na competição. E esse movimento<br />

é o que nos interessa que as<br />

pessoas saibam. A forma que fizemos<br />

para levantar essa memória<br />

foi resgatar os rótulos clássicos.<br />

Assim as pessoas olham o rótulo e<br />

se lembram como estavam envolvidas<br />

com os jogos. A intenção<br />

foi reativar esse memória.<br />

E como fica a comunicação no segundo<br />

semestre?<br />

<strong>2018</strong> é um ano relevante por<br />

outro fator. Completamos 130<br />

anos. Brahma foi fundada em<br />

1838. Por isso, a gente já resgata<br />

nossa história com foco na Copa,<br />

e, no segundo semestre, daremos<br />

continuida<strong>de</strong> a isso, trazendo<br />

mais sobre nossa história até para<br />

celebrar o aniversário da marca.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39


prêmios<br />

“Quando se fala<br />

sobre Craft em<br />

Cannes, é preciso<br />

ser lindo, simples”<br />

Divulgação<br />

D<br />

esigner <strong>de</strong> formação e publicitário moldado<br />

por uma carreira sólida, com passagens por<br />

estúdios e agências no Brasil e nos Estados<br />

Unidos, Saulo Rodrigues, diretor-executivo<br />

<strong>de</strong> criação da R/GA, conquistou a honraria <strong>de</strong> integrar<br />

o júri <strong>de</strong> Digital Craft, em Cannes. Apesar <strong>de</strong> julgar<br />

campanhas pela primeira vez na Riviera Francesa,<br />

Saulo não é um jurado <strong>de</strong> primeira viagem. Já foi<br />

“Grand Jury” do Lisbon Festival, e avaliou peças em<br />

eventos como o El Ojo, Clio Awards e Andy Awards.<br />

Na entrevista a seguir, ele explica sua relação com<br />

a categoria e quanto ela é significativa e relevante<br />

para o presente e o futuro da propaganda.<br />

Saulo Rodrigues: “Sem o digital e sem o craft eu não estaria on<strong>de</strong> estou hoje”<br />

renato rogenski<br />

Categoria relevante<br />

É impossível não enten<strong>de</strong>r<br />

o valor <strong>de</strong> algo quando ele está<br />

presente no nosso dia a dia. As<br />

coisas ficam mais fáceis, divertidas<br />

ou melhores por conta<br />

disso. O mundo é conectado<br />

e as marcas nascem para viver<br />

nas mãos das pessoas. O craft<br />

sempre criou valor através da<br />

estética. Antigamente era por<br />

meio <strong>de</strong> um package ou um<br />

comercial que trazia emoção.<br />

Hoje em dia esse craft tem o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aparecer a cada instante,<br />

na mensagem que você<br />

manda, na transferência para<br />

seu amigo, na escolha do seu<br />

filme ou até mesmo na compra<br />

<strong>de</strong> um ingresso. O bom<br />

craft traz valor para a vida <strong>de</strong><br />

qualquer pessoa, seja o consumidor,<br />

o jurado, a agência ou<br />

o cliente.<br />

Digital e Craft<br />

Eu sempre fui <strong>de</strong>signer, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o começo entendi que um<br />

bom <strong>de</strong>sign também era uma<br />

excelente forma <strong>de</strong> propaganda.<br />

Comecei como programador,<br />

virei <strong>de</strong>signer e <strong>de</strong>pois<br />

experimentei a publicida<strong>de</strong>.<br />

E entendi que a coexistência<br />

entre essas ferramentas era<br />

essencial, uma <strong>de</strong>ixa a outra<br />

mais forte. Você junta <strong>de</strong>sign<br />

e co<strong>de</strong> e cria um <strong>de</strong>sign mais<br />

otimizado, inteligente, como<br />

o <strong>de</strong>sign system por exemplo.<br />

Com publicida<strong>de</strong> e co<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos<br />

ter uma mídia personalizada,<br />

única e contextual. Sem<br />

o digital e sem o craft eu não<br />

estaria on<strong>de</strong> estou hoje.<br />

“sem dúvida,<br />

é a categoria<br />

hoje mais<br />

próxima do nosso<br />

consumidor”<br />

Critérios importantes<br />

Quando se fala sobre Craft<br />

em Cannes, é preciso ser<br />

lindo, ser simples e mágico.<br />

Mágico no sentido <strong>de</strong> te <strong>de</strong>volver<br />

a única coisa que a gente<br />

não compra: o tempo. Eu acredito<br />

que beleza por beleza não<br />

<strong>de</strong>veria ser motivo <strong>de</strong> glória<br />

hoje em dia, não para o digital.<br />

Se você analisar o Facebook,<br />

ele não é e nunca foi bonito,<br />

muito menos o WhatsApp,<br />

mas eles são extremamente<br />

funcionais. É uma beleza totalmente<br />

diferente, mas não<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser belo. O craft hoje<br />

permeia várias categorias,<br />

o <strong>de</strong>sign, a simplicida<strong>de</strong>, a<br />

eficiência, a utilida<strong>de</strong>… Logo,<br />

acho fundamental avaliar toda<br />

extensão <strong>de</strong>sse craft e a sua<br />

beleza.<br />

Caminhos infinDáveis<br />

É muito difícil você olhar<br />

para o digital como uma única<br />

caixinha. Um imã <strong>de</strong> gela<strong>de</strong>ira<br />

po<strong>de</strong> facilitar o seu pedido,<br />

um OOH pe<strong>de</strong> um Uber para<br />

você quando está bêbado, ou<br />

um banco que você abre conta<br />

sentado no seu sofá. Com tantos<br />

canais, tecnologia e possibilida<strong>de</strong>s<br />

acredito que tudo<br />

po<strong>de</strong> ser feito. E, sem dúvida,<br />

é a categoria hoje mais próxima<br />

do nosso consumidor, ou<br />

pelo menos a que tem <strong>maio</strong>r<br />

valor pra ele.<br />

expeCtativas<br />

Eu espero ver a evolução e<br />

a mudança do nosso mercado.<br />

Estamos sendo <strong>de</strong>safiados dia<br />

após dia para nos reinventar,<br />

achar novas formas <strong>de</strong> usar<br />

nossa criativida<strong>de</strong>, coisas<br />

que vão além da publicida<strong>de</strong><br />

tradicional. No ano passado<br />

vimos um pouco <strong>de</strong>ssa<br />

mudança, mas acredito que<br />

neste ano isso <strong>de</strong>va ser ainda<br />

<strong>maio</strong>r, eu espero pelo menos.<br />

Premiar i<strong>de</strong>ias que realmente<br />

estão sendo feitas para os<br />

consumidores e não para nós,<br />

publicitários. I<strong>de</strong>ias com reais<br />

impactos na socieda<strong>de</strong>, que<br />

transformaram empresas e<br />

trazem resultados.<br />

Brasil e Cannes<br />

Temos <strong>de</strong>safios parecidos.<br />

O nosso mercado globalmente<br />

está sendo <strong>de</strong>safiado e Cannes<br />

sofre do mesmo questionamento.<br />

Acredito que po<strong>de</strong>mos<br />

levar a nossa criativida<strong>de</strong>, que<br />

tem nos ajudado a se reinventar.<br />

Temos a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ter um case no Brasil como o<br />

Next, on<strong>de</strong> uma agência criou<br />

um banco do zero, fazendo o<br />

branding, o coding, a comunicação,<br />

e isso é um aprendizado<br />

que po<strong>de</strong>mos compartilhar<br />

com o mundo, por exemplo.<br />

40 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Prêmios<br />

“Em Direct, a<br />

estratégia é<br />

tão importante<br />

quanto a i<strong>de</strong>ia”<br />

Divulgação<br />

Paulo Coelho, copresi<strong>de</strong>nte da agência<br />

DM9DDB, será o representante brasileiro<br />

no júri da categoria Direct, no Festival<br />

Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes<br />

Lions <strong>2018</strong>. O criativo, que já conquistou alguns<br />

Leões e participou do festival inúmeras vezes,<br />

terá a missão <strong>de</strong>, pela primeira vez, julgar os<br />

trabalhos <strong>de</strong> uma área na qual o Brasil vem<br />

conquistando, ano a ano, mais prêmios. Nesta<br />

entrevista, o executivo revela as expectativas<br />

para o evento e fala sobre as tendências e as<br />

mudanças que afetam a área, que é consi<strong>de</strong>rada<br />

uma das mais completas do festival.<br />

Paulo Coelho: “O Brasil precisa enten<strong>de</strong>r melhor a categoria para crescer”<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

PrimEira vEz<br />

Quem possui uma carreira<br />

na área criativa sempre sonha<br />

em, um dia, ser jurado no Festival<br />

<strong>de</strong> Cannes. Frequento o<br />

festival há muitos anos e, agora,<br />

ocorre a realização <strong>de</strong> um<br />

sonho. A expectativa é gran<strong>de</strong>,<br />

pois a gente se prepara a vida<br />

inteira para, um dia, ter a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> participar do júri<br />

<strong>de</strong>ste festival, que é o principal<br />

festival <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias do mundo.<br />

Para mim, é uma honra representar<br />

o nosso país como parte<br />

do júri do evento. Darei o meu<br />

melhor e vou estudar muito a<br />

categoria para fazer um trabalho<br />

bacana.<br />

rEsPonsabiliDaDE<br />

É uma gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

representar o Brasil, pois<br />

o país já possui uma tradição<br />

no evento. Nesta categoria, em<br />

especial, o Brasil vem em uma<br />

crescente. Em 2015, ganhamos<br />

três leões; em 2016, quatro; e,<br />

em 2017, foram cinco. Direct<br />

não é a principal categoria que<br />

puxa o Brasil na premiação,<br />

mas costumamos ganhar. Então,<br />

<strong>de</strong> alguma forma, é importante<br />

que o Brasil esteja bem<br />

representado.<br />

mais lEõEs<br />

Direct é uma categoria muito<br />

específica. Cheguei a julgar a<br />

área em outros festivais e o que<br />

<strong>de</strong>rrubava os trabalhos é que<br />

os jurados, ao avaliarem <strong>de</strong>terminadas<br />

i<strong>de</strong>ias, consi<strong>de</strong>ravam<br />

que muitas <strong>de</strong>las não eram nativas<br />

<strong>de</strong> Direct. O Brasil precisa<br />

enten<strong>de</strong>r melhor a categoria<br />

para crescer, assim como, por<br />

exemplo, enten<strong>de</strong>mos a categoria<br />

<strong>de</strong> Print e Outdoor.<br />

avaliação<br />

Ela é uma categoria complicada<br />

<strong>de</strong> avaliar. Não é só a<br />

i<strong>de</strong>ia que tem peso. Uma parte<br />

do julgamento é voltada para<br />

ela, mas também são avaliadas<br />

estratégia, execução, impacto<br />

e resultados. Existem outras<br />

métricas nesta categoria. Em<br />

Direct, a estratégia é tão importante<br />

quanto a i<strong>de</strong>ia.<br />

“O festival<br />

cOntinua sendO<br />

uma fOrte fOnte <strong>de</strong><br />

inspiraçãO para<br />

Os criativOs”<br />

insPiração<br />

O festival continua sendo<br />

uma forte fonte <strong>de</strong> inspiração<br />

para os criativos. É claro que,<br />

<strong>de</strong> tempos em tempos, outros<br />

festivais aparecem, como o<br />

SXSW, mas Cannes continua lá<br />

norteando a indústria. É o festival<br />

no qual mais apren<strong>de</strong>mos<br />

e realizamos os principais encontros<br />

<strong>de</strong> relacionamento.<br />

muDanças no fEstival<br />

Acredito que o Cannes Lions<br />

percebeu que estava tomando<br />

outro caminho e, com isso, reestruturou<br />

as suas categorias<br />

para retomar a seu core original.<br />

Durante um período, o festival<br />

cresceu muito e per<strong>de</strong>u o<br />

seu objetivo inicial, <strong>de</strong> ser um<br />

festival <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>. Com<br />

essa reestruturação, eles organizaram<br />

as categorias <strong>de</strong> uma<br />

forma mais inteligente e contemporânea.<br />

A partir <strong>de</strong> agora,<br />

o festival ficou mais preciso<br />

e direto para você mensurar.<br />

Com isso, faz sentido também<br />

que o festival seja menor. Acredito<br />

que hoje ele está na medida<br />

certa.<br />

tEnDência Da árEa<br />

A área <strong>de</strong> Direct influencia<br />

o comportamento do consumidor<br />

por meio <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

ação. Então, uma<br />

boa campanha <strong>de</strong> Direct, para<br />

mim, é uma ação que consiga<br />

fazer isso. Falamos <strong>de</strong> um<br />

monte <strong>de</strong> coisa, mas no final o<br />

importante é conseguir mudar<br />

e enten<strong>de</strong>r a atitu<strong>de</strong> do consumidor<br />

<strong>de</strong> alguma maneira. Vou<br />

começar a estudar todos os<br />

trabalhos agora e logo po<strong>de</strong>rei<br />

ressaltar as melhores campanhas<br />

da categoria.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41


Prêmios<br />

“Ganhar um<br />

Leão tem <strong>de</strong> ser<br />

um momento<br />

muito nobre”<br />

Divulgação<br />

Apaixonado por propaganda, o carioca<br />

Rodolfo Sampaio é CCO da Moma há<br />

nove anos e faz sua estreia neste ano<br />

como jurado em Cannes em Print &<br />

Publishing, uma das mais antigas do festival,<br />

que já foi uma das mais competitivas. Sampaio<br />

confessa certo <strong>de</strong>sencanto pelo festival, que<br />

reconhece ter sido muito importante na sua<br />

carreira, mas que sofreu com certa banalização<br />

e distribuição farta <strong>de</strong> Leões. Da mesma forma,<br />

o publicitário acha que a área que vai julgar<br />

precisa se reinventar e espera encontrar bons<br />

sinais disso no trabalho como jurado. Veja a<br />

seguir os principais trechos da entrevista.<br />

Rodolfo Sampaio: “Print & Publishing é uma categoria que precisa se reinventar”<br />

Claudia Penteado<br />

Print & PubLishinG<br />

Acho que Print & Publishing<br />

é uma categoria que precisa se<br />

reinventar. Fazer <strong>de</strong> um jeito<br />

diferente para seguir sendo relevante.<br />

Espero ver em Cannes<br />

como os principais criativos do<br />

mundo estão fazendo isso.<br />

brasiL<br />

Seguiremos fortes na categoria.<br />

A gente sabe fazer e vai<br />

continuar fazendo. A qualida<strong>de</strong><br />

será a <strong>de</strong> sempre, mas acredito<br />

que a quantida<strong>de</strong> será menor.<br />

Aliás, bem menor. O tempo em<br />

que a gente só se dava bem em<br />

print ficou para trás. Os gran<strong>de</strong>s<br />

vencedores do Brasil, nos últimos<br />

anos, foram i<strong>de</strong>ias que trafegavam<br />

por várias categorias.<br />

i<strong>de</strong>ia<br />

Não importa em que meio: o<br />

bom é bom, o ruim é ruim. Mas<br />

quando uma i<strong>de</strong>ia é boa, o digital<br />

é uma porta que não para <strong>de</strong><br />

se abrir, dando realmente novas<br />

possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Cannes<br />

Sempre gostei muito do festival.<br />

Cheguei a ir por 13 anos<br />

seguidos. Cannes foi importante<br />

na minha carreira, mas acho<br />

que se banalizou um pouco.<br />

Muitas categorias, distribuição<br />

farta <strong>de</strong> Leões. Ganhar um Leão<br />

tem <strong>de</strong> ser um momento muito<br />

nobre. Tomara que as mudanças<br />

<strong>de</strong>ste ano coloquem o festival<br />

no rumo <strong>de</strong> novo. Acho que<br />

o festival ganhou em conteúdo<br />

nos últimos anos. Palestras bacanas,<br />

muita coisa para ser vista,<br />

um mundo <strong>de</strong> inovações. A<br />

premiação, que já foi o todo, virou<br />

parte <strong>de</strong> algo muito <strong>maio</strong>r.<br />

Júri<br />

Nunca fui jurado em Cannes,<br />

mas já julguei muitos festivais<br />

no Brasil e no mundo. Participar<br />

<strong>de</strong> júris costuma ser cansativo,<br />

mas é uma experiência<br />

enriquecedora. Em Cannes,<br />

então, <strong>de</strong>ve ser memorável.<br />

Durante o julgamento, você vai<br />

<strong>de</strong>scobrindo a melhor maneira<br />

<strong>de</strong> atuar.<br />

exPeCtativa<br />

Quero ajudar a eleger o melhor<br />

trabalho do mundo e po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r trabalhos brasileiros<br />

em que eu acredite. Tenho certeza<br />

que vai ser intenso, mas<br />

espero me divertir muito.<br />

“Tomara que as<br />

mudanças <strong>de</strong>sTe<br />

ano coloquem<br />

o fesTival no<br />

rumo <strong>de</strong> novo”<br />

Leões<br />

Ter o trabalho reconhecido<br />

em Cannes faz diferença na trajetória<br />

das empresas e também<br />

nas carreiras dos profissionais<br />

da indústria da comunicação.<br />

Faz bem para o ego do profissional<br />

e para os negócios ao<br />

mesmo tempo.<br />

ChanCes<br />

O Brasil sempre esteve entre<br />

os países mais premiados do<br />

festival <strong>de</strong> Cannes. A gente não<br />

<strong>de</strong>ve nada a ninguém em criativida<strong>de</strong><br />

e acho que vai continuar<br />

assim.<br />

QuaLida<strong>de</strong><br />

Cannes sempre sobe o sarrafo<br />

das i<strong>de</strong>ias. É incrível como,<br />

ano após ano, aparecem trabalhos<br />

sensacionais no festival. O<br />

último que me vem à cabeça é<br />

Fearless Girl.<br />

Prêmios<br />

Acho que existem prêmios<br />

<strong>de</strong>mais. Hoje, as agências selecionam<br />

cada vez mais on<strong>de</strong> vão<br />

inscrever. Até porque é bem<br />

caro, mas alguns, como Cannes,<br />

são bem relevantes para o<br />

mercado como um todo.<br />

ProPaGanda<br />

Eu amo propaganda, sempre<br />

amei. O prazer <strong>de</strong> criar e encontrar<br />

soluções para os problemas<br />

dos clientes é uma alegria intacta<br />

em mim.<br />

o Começo<br />

Eu sou carioca. Estu<strong>de</strong>i na<br />

ECO, escola <strong>de</strong> comunicação<br />

da UFRJ, e meu primeiro estágio<br />

foi na Artplan, no clássico<br />

prédio da Lagoa. Foi uma gran<strong>de</strong><br />

escola para mim. Eu comecei<br />

no meio <strong>de</strong> um monte <strong>de</strong><br />

craques.<br />

simPLiCida<strong>de</strong><br />

Boa propaganda precisa ser<br />

simples. Encantar o porteiro e o<br />

cara da cobertura.<br />

Criativida<strong>de</strong><br />

É conseguir fazer aquela propaganda<br />

<strong>de</strong>scrita na resposta<br />

anterior.<br />

42 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Você sabia que o papel é feito <strong>de</strong> árvores plantadas exclusivamente para<br />

essa finalida<strong>de</strong>? Todos os dias no Brasil são plantados o equivalente a<br />

cerca <strong>de</strong> 500 campos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> novas florestas para a produção <strong>de</strong><br />

papel e outros produtos.<br />

O Brasil tem 7,8 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> florestas plantadas. As<br />

indústrias que usam essas árvores conservam outros 5,6 milhões <strong>de</strong><br />

hectares <strong>de</strong> matas nativas.<br />

Você gostará ainda mais <strong>de</strong> revistas e jornais impressos sabendo que o<br />

papel que vem <strong>de</strong> árvores plantadas, é reciclável e bio<strong>de</strong>gradável.<br />

Descarte corretamente. Seja um consumidor responsável.<br />

Fonte: Relatório Ibá 2017, Indústria Brasileira <strong>de</strong> Árvores<br />

Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 por membros das indústrias<br />

<strong>de</strong> celulose, papel e comunicação impressa. Two Si<strong>de</strong>s promove a produção e o uso responsável da<br />

impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização<br />

<strong>de</strong>sse recurso. O papel, por ser proveniente <strong>de</strong> florestas certificadas e gerenciadas <strong>de</strong> forma sustentável,<br />

é um meio <strong>de</strong> comunicação excepcionalmente po<strong>de</strong>roso, <strong>de</strong> fonte renovável, reciclável e bio<strong>de</strong>gradável.


prêmiOS<br />

AlmapBBDO é Agência Brasileira do<br />

Ano no ADC Awards e The One Show<br />

Brasil li<strong>de</strong>rou premiações na Ibero-América com Nosferatu, para Getty<br />

Images; DM9DDB, Grey, FCB e Ogilvy também conquistaram troféus<br />

DaNúbia Paraizo<br />

- <strong>de</strong> Nova York<br />

Se os gran<strong>de</strong>s festivais criativos fossem<br />

comparados aos campeonatos <strong>de</strong> futebol<br />

mundo afora, Cannes seria como levantar<br />

a taça da Copa. Mas nem por isso ganhar<br />

o The One Show e o ADC Awards, em Nova<br />

York, tem peso menos especial. Para Luiz<br />

Sanches, sócio e diretor-geral <strong>de</strong> criação da<br />

AlmapBBDO, ficar com o título <strong>de</strong> Agência<br />

Brasileira do Ano em ambas premiações é<br />

como marcar um golaço na final da Champions<br />

League ou, apenas para ficar no território<br />

norte-americano, na MLS.<br />

Realizados na semana passada pelo One<br />

Club for Creativity, em Nova York, o ADC<br />

Awards e o The One Show reafirmaram o<br />

bom momento da criativida<strong>de</strong> brasileira<br />

em festivais, e colocaram o país no topo do<br />

ranking <strong>de</strong> premiações entre países da Ibero-América.<br />

“Esse reconhecimento traz um<br />

pouco da autoestima que, <strong>de</strong> alguma forma,<br />

precisamos recuperar. Festivais como esses<br />

colocam o Brasil no patamar que ele sempre<br />

esteve, <strong>de</strong> ser um país absolutamente criativo,<br />

que sabe se reinventar, rir <strong>de</strong> si mesmo,<br />

que não precisa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s tecnologias<br />

para gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias. É bom quando o Brasil<br />

vai bem, para que nossa indústria e todo<br />

mundo sintam que fazem algo que cria valor<br />

para os clientes. Mostra que a gente sabe<br />

se reinventar”, <strong>de</strong>staca Sanches.<br />

Criado para reconhecer a excelência no<br />

craft, <strong>de</strong>sign e inovação, o ADC Awards promoveu<br />

sua 97ª edição no último dia 7 e elegeu<br />

a AmapBBDO como Agência Brasileira<br />

do Ano. A campanha Nosferatu – A non silent<br />

movie, que sonorizou o clássico do cinema<br />

mudo para a Getty Images, ren<strong>de</strong>u o<br />

<strong>maio</strong>r número <strong>de</strong> prêmios ao Brasil. A Punch<br />

Áudio foi responsável pelo sound <strong>de</strong>sign<br />

e pós-produção <strong>de</strong> som. O case conquistou<br />

um Cubo <strong>de</strong> ouro como Melhor Disciplina<br />

na categoria Interactive, dois Cubos <strong>de</strong><br />

ouro em Advertising - um em Art Direction,<br />

Poster Advertising, Campaign e o outro em<br />

Integrated, Campaign. Também levou dois<br />

Méritos em Interactive.<br />

A agência também ganhou um Cubo <strong>de</strong><br />

prata para a rádio Kiss FM, com a campanha<br />

The Book of Rock; além <strong>de</strong> um Cubo <strong>de</strong><br />

bronze para a Alpargatas, pelo case Ma<strong>de</strong> of<br />

Brazilian Summer. Mais brasileiros se <strong>de</strong>stacaram<br />

na premiação. A R/GA conquistou<br />

para a campanha <strong>de</strong> lançamento do banco<br />

digital next, do Bra<strong>de</strong>sco, um Cubo <strong>de</strong> prata,<br />

dois <strong>de</strong> bronze e um Mérito.<br />

André Gola, diretor <strong>de</strong> criação, e Renato Butori, diretor <strong>de</strong> arte, da AlmapBBDO, e Cristiano Pinheiro, da Punch Áudio<br />

Já a F/Nazca Saatchi & Saatchi, inscrita<br />

em parceria com a Vetor Zero e Lobo São<br />

Paulo, ganhou um Mérito pela campanha<br />

Everything in Black and White. No total, o<br />

Brasil fechou o ADC Awards com 15 prêmios:<br />

três Cubos <strong>de</strong> ouro; quatro <strong>de</strong> prata;<br />

três <strong>de</strong> bronze e cinco Méritos. Os Estados<br />

Unidos li<strong>de</strong>raram a disputa global, com 239<br />

prêmios. A BBDO Nova York foi eleita Agência<br />

<strong>de</strong> Propaganda do Ano; a BBDO, Re<strong>de</strong> do<br />

Ano; e a Apple, Anunciante do Ano.<br />

DOBrADinhA BrASileirA<br />

Realizado em duas noites, o The One<br />

Show reconheceu as gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias, bem<br />

como a excelência <strong>de</strong> sua execução. O Brasil<br />

novamente teve boa colocação na Ibero-América,<br />

trazendo para casa Lápis <strong>de</strong><br />

ouro vindos da AlmapBBDO, Ogilvy, R/GA,<br />

DM9DDB, Grey e FCB Brasil.<br />

As campanhas <strong>de</strong> cunho social e político<br />

<strong>de</strong>ram o tom das conquistas brasileiras. A<br />

Ogilvy levou com a campanha VR Vacina,<br />

para o laboratório Hermes Pardini, dois<br />

Lápis <strong>de</strong> ouro e dois bronzes, na categoria<br />

Health, Wellness & Pharma, além <strong>de</strong> um<br />

Mérito em print & outdoor. A agência ficou<br />

ainda com dois Lápis <strong>de</strong> prata para a cam-<br />

Fotos: Divulgação<br />

“Festivais como esses<br />

colocam o Brasil no<br />

patamar que ele sempre<br />

esteve, <strong>de</strong> ser um país<br />

aBsolutamente criativo”<br />

44 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


panha Mulheres, para Forbes<br />

Brasil, ambos em Print & Outdoor.<br />

E mais um Lápis <strong>de</strong> prata e<br />

um Mérito, para a campanha A<br />

Voz da Arte.<br />

Já a Grey levou dois Lápis <strong>de</strong><br />

ouro e dois Méritos para A Cor<br />

da Corrupção, criada para o Reclame<br />

Aqui. Para a P&G, ainda<br />

levou mais um Mérito, com a<br />

campanha Mães Olímpicas. “Estamos<br />

muito felizes com as conquistas<br />

<strong>de</strong> A Cor da Corrupção.<br />

É o capítulo final do projeto <strong>de</strong><br />

<strong>maio</strong>r prestígio da história da<br />

Grey e do Reclame Aqui. Mas,<br />

mais do que isso, estamos muito<br />

orgulhosos em ver que esta<br />

i<strong>de</strong>ia foi apenas o ponto <strong>de</strong> partida<br />

<strong>de</strong> uma plataforma <strong>de</strong> cidadania<br />

- abraçada pela marca,<br />

que em <strong>2018</strong> ganha ainda mais<br />

força com o lançamento do Detector<br />

<strong>de</strong> Corrupção. Em apenas<br />

uma semana, o aplicativo se<br />

transformou no mais baixado<br />

do Brasil e tem ambição <strong>de</strong> ser<br />

o principal aliado dos brasileiros<br />

nas eleições”, ressalta Rodrigo<br />

Jatene, que foi recentemente<br />

para a Grey nos Estados Unidos.<br />

A FCB Brasil também foi reconhecida<br />

com uma campanha<br />

<strong>de</strong> cunho social e político. O<br />

Conversor da Corrupção, para o<br />

Estadão, ficou com três Méritos,<br />

além do Lápis <strong>de</strong> ouro na primeira<br />

noite do The One Show.<br />

“É um trabalho sério, que envolveu<br />

toda parte editorial do<br />

jornal, jornalistas, tecnologia e<br />

inovação para impactar 100% das pessoas<br />

que acessam o Estadão online todos os<br />

dias. Um trabalho gigante, que influenciou<br />

os brasileiros, chamou a atenção e inspirou<br />

vários novos apps sobre o tema corrupção.<br />

Essa i<strong>de</strong>ia ser conhecida e reconhecida é<br />

emocionante! Dá uma satisfação enorme<br />

estar fazendo uma comunicação que atinge<br />

a muitos, gerando conversas em temas que<br />

melhoram o nosso país e, às vezes, até ou-<br />

Nosferatu, da AlmapBBDO para Getty Images, ganhou <strong>maio</strong>r número <strong>de</strong> prêmios<br />

Nosferatu Foi<br />

responsável por emBalar<br />

a vitória e acumulou a<br />

<strong>maio</strong>ria das premiações<br />

na iBero-américa<br />

tros, além do nosso”, <strong>de</strong>stacou Joanna<br />

Monteiro, CCO da FCB Brasil.<br />

A campanha Nosferatu também<br />

foi responsável por embalar a vitória<br />

da AlmapBBDO como Agência<br />

Brasileira do Ano no The One<br />

Show e acumulou a <strong>maio</strong>ria das<br />

premiações na Ibero-América. Foram<br />

dois Lápis <strong>de</strong> ouro, um <strong>de</strong> prata,<br />

dois <strong>de</strong> Bronze e dois Méritos.<br />

A agência obteve ainda dois Lápis<br />

<strong>de</strong> ouro e um Mérito para The Book<br />

of Rock, criado para a rádio Kiss<br />

FM. Para Havaianas, conquistou<br />

um Lápis <strong>de</strong> prata e cinco Méritos<br />

com o case Ma<strong>de</strong> of Brazilian Summer.<br />

Para finalizar, ganhou dois<br />

Méritos para Mars Pet e outros<br />

dois para MAN Latin America.<br />

DM9, R/GA, Y&R, J. Walter<br />

Thompson, GTB, F/Nazca, DPZ&T,<br />

CCZ* Wow, Wie<strong>de</strong>n+Kennedy,<br />

NBS, Le Clube e Google São Paulo<br />

também foram reconhecidas na<br />

premiação. No total, o Brasil somou<br />

74 prêmios no The One Show:<br />

13 Lápis <strong>de</strong> ouro, seis <strong>de</strong> prata, oito<br />

<strong>de</strong> Bronze e 47 Méritos.<br />

Além das categorias regulares,<br />

o prêmio Best in Show ficou<br />

com a campanha Fearless Girl, da<br />

McCann Nova York. A honraria é<br />

concedida para o trabalho mais<br />

proeminente entre os quase 20<br />

mil inscritos <strong>de</strong> 73 países. O case<br />

ganhou nove Lápis <strong>de</strong> ouro neste<br />

ano. “De Amsterdã a Auckland,<br />

Madri a Melbourne, agências e<br />

anunciantes <strong>de</strong> todo o mundo estão<br />

levando a excelência criativa<br />

a um novo patamar, e o The One<br />

Show está orgulhoso <strong>de</strong> ser o programa<br />

que i<strong>de</strong>ntifica, eleva e celebra gran<strong>de</strong>s trabalhos<br />

em escala global”, ressaltou Kevin<br />

Swanepoel, CEO do One Club For Creativity,<br />

durante a premiação.<br />

premiAçõeS glOBAiS<br />

Um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>staques do The One<br />

Show foi o Penta Pencil, dado para agências<br />

e anunciantes que juntos fizeram trabalhos<br />

Kevin Swanepoel, CEO do One Club for Creativity<br />

Case Ma<strong>de</strong> of brazilian Summer, da AlmapBBDO para Havaianas, também foi um dos <strong>de</strong>staques<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45


prêmiOS<br />

Fotos: Divulgação<br />

Ogilvy ficou com dois Lápis <strong>de</strong> ouro para Vr Vacina, para o Hermes Pardini, além <strong>de</strong> dois <strong>de</strong> bronze e um mérito<br />

<strong>de</strong> excelência nos últimos cinco anos.<br />

O reconhecimento teve dois ganhadores:<br />

as agências BBDO Nova York, AMV BBDO<br />

<strong>de</strong> Londres, Clemenger BBDO <strong>de</strong> Melbourne<br />

e Impact BBDO <strong>de</strong> Dubai, com o cliente<br />

Snickers, chocolate da Mars para América<br />

do Norte; e a David Miami, com o cliente<br />

Burger King.<br />

A David, aliás, foi a que mais ganhou<br />

Lápis <strong>de</strong> ouro globalmente nesta edição<br />

do prêmio. Foram ao todo <strong>de</strong>z, incluindo<br />

oito para a campanha Google Home of the<br />

Whopper, criada para a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food<br />

Burger King. O trabalho ficou com o Best<br />

of Discipline em Cross Platform. A agência<br />

levou ainda o Best of Discipline em Print &<br />

Outdoor, também para o Burger King, com<br />

a campanha Burning Stores.<br />

O resultado expressivo da David, no entanto,<br />

não bateu o da BBDO Nova York, que<br />

foi eleita Agência do Ano. Já a BBDO levou<br />

como a Re<strong>de</strong> do Ano, e Burger King foi o<br />

vencedor da premiação como o Anunciante<br />

do Ano.<br />

Realizada entre os dias 7 e 11 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>,<br />

em Nova York, a Semana <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> do<br />

One Club For Creativity contou com o ADC<br />

Awards e o The One Show, além <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> atrações que discutiram o novo papel<br />

das agências e como elas têm criado valor<br />

para os anunciantes.<br />

No Creativity Summit, por exemplo,<br />

executivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas, como a in-<br />

Mulheres, da Ogilvy para Forbes Brasil, foi premiada<br />

dústria <strong>de</strong> bebidas Diageo, o streaming <strong>de</strong><br />

música Spotify e o <strong>de</strong> hospedagem Airbnb<br />

<strong>de</strong>ram um panorama <strong>de</strong> como essas empresas<br />

têm usado criativida<strong>de</strong> em campanhas<br />

com mais propósito.<br />

Já o Young Ones Education Festival trouxe<br />

mentoria e apresentação <strong>de</strong> portfólio<br />

para que jovens talentos pu<strong>de</strong>ssem tirar<br />

suas dúvidas e apresentar seus trabalhos.<br />

Finalizando a semana, o Executive Creative<br />

Summit recebeu lí<strong>de</strong>res, CCOs e sócios das<br />

principais agências mundo afora para <strong>de</strong>bate<br />

a portas fechadas sobre os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />

cada mercado.<br />

46 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Prêmios<br />

Dentsu, Gad’, JWT e Tribal vencem<br />

4ª edição do Desafio Estadão Cannes<br />

Andrea Hirata, da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>, foi eleita a Mídia do Ano;<br />

ganhadores receberão o troféu Ex-Libris e uma viagem ao festival<br />

Toledo, Fortes, Massareto, Francucci, Diniz, Sanches, Cris, Cuvero e Laprega: parte dos jurados do Desafio Estadão Cannes<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

Estadão apresentou, na semana<br />

passada, os vencedo-<br />

O<br />

res da quarta edição do Prêmio<br />

Desafio Estadão Cannes, que<br />

reuniu alguns dos principais<br />

nomes do mercado publicitário<br />

no júri. “Esse evento vem crescendo<br />

a cada ano e já se tornou<br />

um dos mais importantes do<br />

Brasil, seja em número <strong>de</strong> envolvidos<br />

ou no volume financeiro<br />

oferecido a cada prêmio<br />

conquistado. Ele ajuda a ativar<br />

a relação do mercado com o festival,<br />

que tem o Estadão como<br />

representante oficial”, fala Flavio<br />

Pestana, diretor-executivo<br />

comercial do veículo.<br />

O prêmio é dividido em quatro<br />

categorias relacionadas a<br />

campanhas publicitárias: Multiplataforma,<br />

Impresso, Bran<strong>de</strong>d<br />

Content e Brief Desafio,<br />

além da área especial Mídia do<br />

Ano, que consagra o melhor<br />

profissional do setor. Neste<br />

ano, Andrea Hirata, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> mídia da Leo Burnet<br />

Tailor Ma<strong>de</strong>, foi eleita após votação<br />

conduzida pelo Estadão<br />

junto a cerca <strong>de</strong> mil profissionais<br />

da área.<br />

Entre as campanhas, a área<br />

<strong>de</strong> Bran<strong>de</strong>d Content teve como<br />

vencedora a ação Transforme<br />

sua imaginação em ação, criada<br />

pela J. Walter Thompson para<br />

anunciar o Novo Ford Ecosport.<br />

A iniciativa partiu da publicação<br />

<strong>de</strong> notas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />

que atestavam os bons resultados<br />

do mo<strong>de</strong>lo pelo Jornal do<br />

Carro, ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> automóveis<br />

do Estadão. Com esse insight,<br />

a campanha teve conteúdos especiais<br />

que foram espalhados<br />

por diversas outras partes do<br />

jornal. No ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> viagem,<br />

por exemplo, explorou-se a cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo vista a partir<br />

do teto-solar do carro. Em Casa,<br />

o foco foi no luxo do carro, <strong>de</strong>ntre<br />

outras <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> textos<br />

sem menção direta à marca.<br />

Na categoria Impresso, a vitória<br />

foi da campanha Integrando<br />

para potencializar, ação do<br />

Gad’ para comunicar a fusão da<br />

Cetip e da BM&FBovespa, que<br />

resultou na gigante da bolsa<br />

brasileira B3. A estratégia consistiu<br />

no envio <strong>de</strong> exemplares<br />

<strong>de</strong> Estadão e Folha juntos para<br />

as casas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> assinantes<br />

como forma <strong>de</strong> explicar<br />

a força da nova empresa a partir<br />

<strong>de</strong> dois concorrentes.<br />

Em Multiplataforma, o <strong>de</strong>staque<br />

foi a Dentsu, com Canon<br />

Natal, para Canon. A ação <strong>de</strong><br />

caráter emotivo, com força <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>s sociais aliada a veículos<br />

como o Estadão, mostra um Papai<br />

Noel que ficou careca para<br />

trazer sorrisos para as crianças<br />

do Itaci (Instituto <strong>de</strong> Tratamento<br />

do Câncer Infantil).<br />

Categoria realizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ano passado, o Brief Desafio,<br />

que convida as agências a criarem<br />

peças para <strong>de</strong>terminado<br />

assunto, explorou neste ano<br />

“EssE EvEnto vEm<br />

crEscEndo a<br />

cada ano E já sE<br />

tornou um dos<br />

mais importantEs<br />

do Brasil”<br />

o tema fake news. A melhor<br />

campanha foi da Tribal, com a<br />

ação Fake News, Consequências<br />

<strong>de</strong> Verda<strong>de</strong>, uma iniciativa que<br />

mostra o quanto a propagação<br />

<strong>de</strong> notícias falsas, como a <strong>de</strong><br />

que os macacos aumentavam a<br />

chance <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> febre<br />

amarela, converte-se em notícias<br />

reais, como o assassinato<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

<strong>de</strong> animais no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Os vencedores da premiação<br />

receberão, no próximo dia 22 <strong>de</strong><br />

<strong>maio</strong>, o troféu Ex-Libris, símbolo<br />

do jornal, e uma viagem ao<br />

65º Cannes Lions Festival Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong>, do<br />

qual o Estadão é o representante<br />

oficial no Brasil.<br />

O evento que comunicou<br />

os resultados contou com a<br />

presença da diretoria do Estadão<br />

e do júri composto por<br />

Alisson Laprega, da One Digital;<br />

Arício Fortes, da DM9DDB;<br />

Átila Francucci, da nova/sb;<br />

Cátia Luz, do Estadão; Cesar<br />

Toledo, da Tribal Worldwi<strong>de</strong>;<br />

Cris Duclos, da Wun<strong>de</strong>rman;<br />

Daniel Fernan<strong>de</strong>s, do Estadão;<br />

Domênico Massareto, da Publicis<br />

Brasil; Fernando Diniz, da<br />

DPZ&T; Filipe Cuvero, da Dentsu<br />

Brasil; Giovanni Rivetti; da<br />

New Content; Luiz Sanches, da<br />

AlmapBBDO; e Rafael Pitanguy,<br />

da Y&R.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47


digital<br />

Compartilhamento <strong>de</strong> dados na era<br />

da pós-privacida<strong>de</strong> é mais seguro<br />

Neoway reúne mercado para mostrar como o data driven business está<br />

mudando a relação das marcas e serviços com os seus consumidores<br />

Paulo Macedo<br />

Quanto menor for o nível <strong>de</strong><br />

confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>, <strong>maio</strong>r será<br />

a integrida<strong>de</strong> do tecido social.<br />

A expressão é do consultor Walter<br />

Longo, da Unimark, durante<br />

o evento Big data ou big brother,<br />

realizado na semana passada em<br />

São Paulo. Ele quer dizer que não<br />

adianta mais se escon<strong>de</strong>r dos observadores<br />

que buscam conhecimento<br />

das pessoas e consumidores<br />

por meio da tradução dos<br />

rastros <strong>de</strong>ixados pela navegação<br />

na internet. Esses algoritmos<br />

possibilitam a manipulação dos<br />

dados <strong>de</strong> forma assertiva nas estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação e planejamento<br />

<strong>de</strong> vendas.<br />

Com permissão ou sem permissão,<br />

os dados pessoais estão<br />

disponíveis para a captura. Então,<br />

segundo Longo, o i<strong>de</strong>al é<br />

se transformar em um doador<br />

<strong>de</strong> dados com o mesmo nível<br />

<strong>de</strong> resiliência <strong>de</strong> um doador <strong>de</strong><br />

órgãos. Ele <strong>de</strong>fine o momento<br />

atual como o da pós-privacida<strong>de</strong>.<br />

Ninguém está livre do que a<br />

inteligência artificial é capaz <strong>de</strong><br />

fazer. E do big data, que amplia<br />

cada vez mais seu radar com a<br />

internet das coisas, aumenta<br />

esse já gigantesco banco <strong>de</strong> informações.<br />

Em síntese: quem<br />

não <strong>de</strong>ve não teme.<br />

“Não precisa ser como no<br />

livro 1984, <strong>de</strong> George Orwell,<br />

on<strong>de</strong> todo mundo é observado<br />

e avaliado sistematicamente. O<br />

Brasil está discutindo a lei do<br />

cadastro positivo. Isso é muito<br />

bom para quem não se escon<strong>de</strong><br />

nesse mundo cada vez mais<br />

aberto. A China, que tem um<br />

credit score <strong>de</strong> dados, po<strong>de</strong> ser<br />

benchmark. As pessoas pagam<br />

pelo celular e não mais com o<br />

cartão. Além da geolocalização,<br />

o acesso às agendas pessoais<br />

fica disponível quando se paga<br />

pelo celular. Já são US$ 5,5 trilhões<br />

<strong>de</strong> transações comerciais<br />

feitas por celulares na China,<br />

mas com recompensas. Se alguém<br />

compra uma fralda recebe<br />

mais pontos do que alguém que<br />

O executivo Jaime <strong>de</strong> Paula, da Neoway, recebeu Walter Longo no evento sobre o uso a<strong>de</strong>quado da tecnologia<br />

fez uma tatuagem. Com um <strong>de</strong>terminado<br />

volume <strong>de</strong> pontos,<br />

ganha benefícios no aeroporto<br />

e ao alugar carro”, disse Longo.<br />

O ecossistema do data driven<br />

valoriza a <strong>de</strong>mocratização dos<br />

dados e não o seu controle. “A<br />

era da pós-privacida<strong>de</strong> valoriza<br />

o cidadão <strong>de</strong> bem. Quem paga<br />

impostos e contas na data certa<br />

<strong>de</strong>veria ser diferenciado do mal<br />

pagador. Os juros <strong>de</strong>veriam ser<br />

menores para bons pagadores.<br />

Muita gente <strong>de</strong>sconfia que ao<br />

a<strong>de</strong>rir à Nota Fiscal Paulista,<br />

por exemplo, po<strong>de</strong>rá sofrer<br />

perseguição do Fisco, mas não<br />

é bem assim. Vivemos uma espécie<br />

<strong>de</strong> tensão biunívoca. Com<br />

o cruzamento <strong>de</strong> dados, todos<br />

po<strong>de</strong>riam se beneficiar, mas<br />

o sistema tem <strong>de</strong> privilegiar<br />

adimplentes e não os inadimplentes”,<br />

<strong>de</strong>staca Longo, lembrando<br />

que sempre há riscos<br />

no percurso, mas que o ato <strong>de</strong><br />

compartilhar passou a ter um<br />

novo significado.<br />

“O Jaime <strong>de</strong> Paula,<br />

da NeOway,<br />

fala que<br />

fraudadOr<br />

NãO muda <strong>de</strong><br />

PrOfissãO,<br />

ele muda <strong>de</strong><br />

vítima”<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

Para as empresas, também<br />

é crucial não se fechar em copas.<br />

Compartilhar seus dados<br />

com outras companhias po<strong>de</strong><br />

ajudar na formalização <strong>de</strong> data<br />

lakes mais eficientes. “Dividir<br />

é multiplicar. Dado não é um<br />

tesouro. Ao cruzar dois universos,<br />

po<strong>de</strong>-se gerar um terceiro<br />

muito melhor. Os dados<br />

garantem segmentação, mais<br />

informação e, principalmente,<br />

a geração <strong>de</strong> insights inspiradores.<br />

Sem compartilhamento,<br />

essa montanha <strong>de</strong> dados é<br />

inútil. Com a abertura à privacida<strong>de</strong>,<br />

o retargeting terá fim. O<br />

sujeito que não bebe e comprou<br />

um vinho para dar <strong>de</strong> presente<br />

não vai ficar sendo bombar<strong>de</strong>ado<br />

com mensagens <strong>de</strong> ofertas<br />

da bebida”, <strong>de</strong>talha Longo, que<br />

enfatiza que a busca pela privacida<strong>de</strong><br />

total, na verda<strong>de</strong>, escon<strong>de</strong><br />

o joio. “O Jaime <strong>de</strong> Paula, da<br />

Neoway, fala que fraudador não<br />

muda <strong>de</strong> profissão; ele muda <strong>de</strong><br />

vítima”, ele finalizou.<br />

50 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


DIGITAL<br />

Clickwings inicia operação com<br />

oferta <strong>de</strong> internet grátis no país<br />

Aplicativo quer garantir acesso dos usuários <strong>de</strong> smartphones à re<strong>de</strong><br />

com venda <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> para não comprometer planos <strong>de</strong> dados<br />

Paulo Macedo<br />

Os gastos mensais <strong>de</strong> recarga<br />

nos celulares <strong>de</strong> 75% dos<br />

usuários brasileiros é <strong>de</strong> apenas<br />

R$ 10 por mês. Se exce<strong>de</strong>r<br />

o volume <strong>de</strong> dados contratado,<br />

terão <strong>de</strong> gastar recursos fora do<br />

seu orçamento para voltar a ter<br />

acesso à internet.<br />

Diante <strong>de</strong>sse cenário, a Clickwings<br />

está lançando o aplicativo<br />

Navega Grátis, que promete,<br />

inicialmente aos clientes<br />

da Vivo, Oi e Claro, equivalente<br />

a 73,3% da base brasileira, ter à<br />

disposição megabytes suficientes<br />

para sua navegação e sem<br />

custo. Quem paga a conta são<br />

Divulgação<br />

Os executivos Renato Marcon<strong>de</strong>s, Ricardo Mayrinck, Cris, Marcio Venzi e Magnus Ansek<br />

os anunciantes.<br />

“A ferramenta cria uma relação<br />

<strong>de</strong> empatia com o público<br />

por oferecer, em recompensa<br />

pela atenção <strong>de</strong>le, megabytes<br />

para conexão à internet, uma<br />

das moedas mais valiosas do<br />

mundo atual”, explica a executiva<br />

Cris Barros, lembrando que<br />

a pesquisa Mobile Report, da<br />

Mobile Marketing Association,<br />

mostra que 92% dos usuários<br />

brasileiros <strong>de</strong> dispositivos móveis<br />

aceitariam consumir produtos<br />

ou serviços <strong>de</strong> anunciantes<br />

se não gastassem seu pacote<br />

<strong>de</strong> dados, sendo que 89% assistiriam<br />

a ví<strong>de</strong>os ou interagiriam<br />

com marcas em troca <strong>de</strong> dados.<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 51


digitAl<br />

“Acredito que esse foco <strong>de</strong> agências<br />

digitais em performance <strong>de</strong>ve cair”<br />

Divulgação<br />

CEO da GhFly<br />

aposta no conceito<br />

brandformance e no<br />

viés <strong>de</strong> consultoria<br />

Gustavo Hana: “Normalmente, o problema <strong>maio</strong>r das marcas está <strong>de</strong>pois da aquisição <strong>de</strong> leads”<br />

KELLY DORES<br />

Em meio a tantas <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s<br />

na mídia digital, Gustavo Hana, CEO<br />

da GhFly, acredita que o conceito <strong>de</strong> agência<br />

<strong>de</strong> performance está mudando. “Hoje a<br />

gente trabalha o conceito <strong>de</strong> brandformance.<br />

Mas o que eu acredito é que esse foco<br />

<strong>de</strong> agências digitais em performance <strong>de</strong>ve<br />

cair”, diz ele. Segundo o executivo, a GhFly<br />

administra campanhas <strong>de</strong> performance e<br />

<strong>de</strong> branding, “que hoje é mais mensurável”.<br />

Com clientes como o varejista Novo<br />

Mundo, Ma<strong>de</strong>ro, Vodafone e Grupo Imaginarium,<br />

a agência, com se<strong>de</strong> em Curitiba,<br />

tem um pouco mais <strong>de</strong> 100 funcionários,<br />

mas, segundo Hana, <strong>de</strong>ve chegar a 160 pessoas<br />

até o fim do ano. “Temos 230 posições<br />

<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ntro da nossa estrutura e <strong>de</strong>vemos<br />

atingir esse número até 2019”.<br />

O executivo afirma que o planejamento<br />

é apoiado na mudança <strong>de</strong> mindset das empresas<br />

em investir mais no digital e também<br />

em buscar consultorias, que é um viés forte<br />

da GhFly, segundo ele. “Prestamos serviço<br />

<strong>de</strong> consultoria para vários clientes”, afirma<br />

Hana. Além disso, ele lembra que o mercado<br />

digital cresce dois dígitos ao ano, que a<br />

sua agência teve 100% <strong>de</strong> crescimento em<br />

2017 e o objetivo este ano é crescer 130%.<br />

“Estamos participando <strong>de</strong> pelo menos oito<br />

concorrências gran<strong>de</strong>s. Nosso crescimento<br />

hoje está pautado em volume <strong>de</strong> negócios.<br />

Somos a agência que tem mais contas Google<br />

na América Latina e temos uma estrutura<br />

para aten<strong>de</strong>r investidores menores”,<br />

<strong>de</strong>staca ele.<br />

Além do atendimento amplo <strong>de</strong> uma agência<br />

digital, envolvendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> e-<br />

-commerce, compra <strong>de</strong> mídia, performance a<br />

branding, Hana ressalta que o viés <strong>de</strong> consultoria<br />

da GhFly vem chamando a atenção do<br />

mercado. “Normalmente, o problema <strong>maio</strong>r<br />

das marcas está <strong>de</strong>pois da aquisição <strong>de</strong> leads.<br />

As dúvidas comuns são: ‘o que faço, ligo<br />

para eles, quanto tempo espero para entrar<br />

em contato com esses novos clientes?’. E é aí<br />

que a gente entra, estabelecendo fluxo <strong>de</strong> relacionamento<br />

com esse novo cliente, criando<br />

qualificação. A gente faz isso para clientes<br />

como a Vtex, por exemplo, plataforma <strong>de</strong> e-<br />

-commerce que foi indicada como empresa<br />

unicórnio. É uma empresa brasileira que está<br />

se globalizando”, explica ele.<br />

52 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


we<br />

mkt<br />

MichailLudwiczak/iStock<br />

Chega da re<strong>de</strong><br />

dos outros!<br />

“There ain’t no such thing as free lunch”.<br />

El Paso Herald-Post, 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1938<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Tim Wu é professor da Columbia Law<br />

School. Escreve regularmente para a revista<br />

New Yorker. E suas contribuições para<br />

a <strong>de</strong>sintoxicação do ambiente corporativo,<br />

mais que relevantes, têm merecido o reconhecimento<br />

<strong>de</strong> diferentes instituições. Seu<br />

livro The Master Switch, publicado no Brasil<br />

como Impérios da Comunicação, foi consi<strong>de</strong>rado<br />

como um dos <strong>de</strong>z melhores <strong>de</strong> 2010,<br />

pela New Yorker e Fortune. Assim, existia<br />

uma gran<strong>de</strong> expectativa sobre os seus comentários<br />

e manifestações a respeito da<br />

grave crise <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> por que passa<br />

a <strong>maio</strong>r e mais importante re<strong>de</strong> social do<br />

mundo, o Facebook. E sua manifestação<br />

veio através do artigo publicado pelo The<br />

Guardian.<br />

No original, o título do artigo é Don’t fix<br />

Facebook, replace it. Em português, como<br />

Claudia Bozzo traduziu para o Estadão:<br />

Não dê um jeito no Facebook. Substitua-o.<br />

Segundo Tim, os <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> Mark Zuckerberg<br />

perante o Congresso Americano<br />

não adiantaram nada. A essas alturas e com<br />

<strong>de</strong>scomunais rombos em seus cascos, essa<br />

pergunta é irrelevante. A pergunta que todos<br />

temos <strong>de</strong> fazer é: O que virá <strong>de</strong>pois do<br />

“Feice”? É mais que chegada a hora <strong>de</strong> uma<br />

nova geração <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais, afirma. E, a<br />

menos que se proceda uma radical revisão<br />

na li<strong>de</strong>rança do “Feice”, a <strong>maio</strong>r re<strong>de</strong> social<br />

da história está <strong>de</strong>finitiva e irreversivelmente<br />

contaminada por sua gênese e DNA.<br />

“Toda empresa tem seu DNA fundador.<br />

Uma real mudança corporativa é uma rarida<strong>de</strong>.<br />

Muito especialmente se os mesmos<br />

lí<strong>de</strong>res que forjaram o DNA permanecerem<br />

no comando. E Zuck não abre mão do comando.<br />

Por <strong>de</strong>corrência, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />

movimentação do “Feice” em busca <strong>de</strong> receitas,<br />

colocou como priorida<strong>de</strong> o crescimento<br />

acelerado maximizando o processo<br />

<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados...”. Ou seja, quanto mais<br />

dados <strong>de</strong> cada um dos integrantes da re<strong>de</strong>,<br />

<strong>maio</strong>res e melhores as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

monetização. E foi o que ocorreu com aquele<br />

que hoje é dos mais exuberantes e jovens<br />

bilionários do mundo. “A re<strong>de</strong> social em<br />

si não está <strong>de</strong>saparecendo” – afirma Tim.<br />

“Entrou em nossas vidas e veio aten<strong>de</strong>r à<br />

necessida<strong>de</strong> que todos temos <strong>de</strong> nos conectar...<br />

o concorrente ou sucessor i<strong>de</strong>al do<br />

“Feice” seria uma plataforma que elegesse<br />

como priorida<strong>de</strong> zero, como propósito essencial,<br />

aproximar pessoas e possibilitar a<br />

construção <strong>de</strong> relacionamentos... e tudo o<br />

que apren<strong>de</strong>mos e hoje se escancara com as<br />

re<strong>de</strong>s, muito especialmente com o “Feice”,<br />

é que mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e captação <strong>de</strong><br />

dados são incompatíveis com uma re<strong>de</strong> social<br />

confiável”.<br />

Isso posto, concluindo: hoje todos acreditam<br />

que mesmo <strong>de</strong>bilitado e ferido, mesmo<br />

submetendo-se a um compliance mais<br />

rigoroso, o “Feice” seguirá em frente. E, como<br />

vem fazendo <strong>de</strong> rotina, comprará todos<br />

os próximos e possíveis concorrentes que<br />

coloquem em risco sua supremacia. Diante<br />

<strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, Tim <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a constituição<br />

<strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> social universal, pública<br />

e sem fins lucrativos, e à semelhança da<br />

Wikipédia. Que se mantém com a contribuição<br />

voluntária <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

<strong>de</strong> todos os países. E on<strong>de</strong> todas as pessoas<br />

po<strong>de</strong>riam apoiar com uma pequena mensalida<strong>de</strong><br />

simbólica, mas o suficiente para<br />

preservá-la íntegra, forte, saudável e infensa<br />

a todas as tentações que impregnam <strong>de</strong><br />

toxida<strong>de</strong> o ambiente digital.<br />

De nada adianta continuarmos usando<br />

os serviços e préstimos dos <strong>de</strong>uses Facebook<br />

e Google, se continuarmos acreditando<br />

que existe “almoço grátis”. Está<br />

mais que na hora <strong>de</strong> colocarmos a mão no<br />

bolso e construirmos uma re<strong>de</strong> social, pública,<br />

universal, que resgate e reafirme os<br />

mesmos i<strong>de</strong>ais e princípios que orientaram<br />

uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cientistas a criar num<br />

abençoado dia a www, a re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong><br />

computadores.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 53


Curtas<br />

Cães cegos recebem<br />

humanos-guias em<br />

projeto da Pedigree<br />

Os cães-guias treinados para serem os<br />

olhos <strong>de</strong> humanos com <strong>de</strong>ficiência visual<br />

já são bastante conhecidos, mas a plataforma<br />

online Human Gui<strong>de</strong>s, que surgiu<br />

<strong>de</strong> uma parceria entre a AlmapBBDO e a<br />

Pedigree, inverteu os papéis entre humano<br />

e animal <strong>de</strong> estimação com o objetivo <strong>de</strong><br />

treinar pessoas para serem os olhos dos<br />

cães que ficam cegos, principalmente na<br />

velhice. Em algumas ocasiões, os donos<br />

<strong>de</strong>sses cachorros acabam os colocando em<br />

situações perigosas sem saber e, algumas<br />

vezes, até os abandonando. De acordo com<br />

a Ampara Animal, um em cada <strong>de</strong>z cães<br />

que chegam a abrigos tem alguma necessida<strong>de</strong><br />

especial. A plataforma online ensina<br />

cuidados simples para segurança dos<br />

bichinhos. O conteúdo po<strong>de</strong> ser acessado<br />

no site humangui<strong>de</strong>s.com. Na plataforma,<br />

é possível assistir a vi<strong>de</strong>oaulas ministradas<br />

pelo veterinário oftalmologista Pedro<br />

Mancini Gue<strong>de</strong>s.<br />

Filme disponível no site humangui<strong>de</strong>s.com apresenta o projeto da AlmapBBDO em parceria com a Pedigree<br />

Fotos: Divulgação<br />

BARBie viRA yOuTuBeR<br />

Barbie “ensina” meninas a fazerem cupcakes<br />

Para promover a nova linha <strong>de</strong> brinquedos<br />

Barbie Cozinhando e Criando,<br />

a Mattel transformou a boneca em uma<br />

youtuber <strong>de</strong> culinária. Para celebrar o<br />

lançamento, Barbie fez um ví<strong>de</strong>o para<br />

ensinar como fazer Cupcakes <strong>de</strong> Arco-<br />

-Íris <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira, usando as peças do<br />

kit Chef <strong>de</strong> Bolinhos, que vem com fogão,<br />

forminha <strong>de</strong> cupcakes que mudam <strong>de</strong> cor<br />

em contato com a água e miniutensílios. A<br />

campanha mostra que, com criativida<strong>de</strong> e<br />

imaginação, as meninas po<strong>de</strong>m ser e fazer<br />

tudo o que quiserem. O ví<strong>de</strong>o po<strong>de</strong> ser<br />

assistido no canal oficial do YouTube e na<br />

página do Facebook da boneca.<br />

BRAsiLeiRA esTá nO see iT Be iT<br />

Entre as 20 escolhidas para participar<br />

do programa See it Be it, <strong>de</strong> Cannes, neste<br />

ano, está a mineira Jéssica Gomes, redatora<br />

da Lápis Raro e uma das fundadoras do<br />

projeto feminista Navaranda, uma plataforma<br />

<strong>de</strong> conexão e conhecimento para<br />

mulheres. Em seu quinto ano, o See it Be<br />

it visa criar uma plataforma para mulheres<br />

que enfrentam <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

no setor e permitir que elas se tornem as<br />

impulsionadoras <strong>de</strong> mudanças em suas<br />

respectivas regiões.<br />

MARkeTing BesT seRá DiA 22<br />

A festa <strong>de</strong> entrega da 31ª edição do Prêmio<br />

Marketing Best, realizado pela Editora<br />

Referência, que publica o PROPMARK e<br />

as revistas Marketing e Propaganda, será<br />

no Tom Brasil, no próximo dia 22. Além<br />

da entrega <strong>de</strong> troféus aos 19 cases das<br />

empresas premiadas por se <strong>de</strong>stacarem no<br />

planejamento e execução das estratégias<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> produtos ou serviços,<br />

a cerimônia ainda terá a premiação do<br />

profissional <strong>de</strong> Marketing do Ano: Luiza<br />

Helena Trajano, presi<strong>de</strong>nte do conselho<br />

<strong>de</strong> administração do Magazine Luiza.<br />

LeROy MeRLin esTá nO <strong>de</strong>cora<br />

Mauricio Arruda usa produtos da Leroy Merlin<br />

Uma parceria entre a área <strong>de</strong> projetos<br />

especiais da Globosat, a Tribal Worldwi<strong>de</strong><br />

e a Leroy Merlin resultou em um bran<strong>de</strong>d<br />

content da varejista no programa Decora,<br />

do GNT. Em seis episódios <strong>de</strong>sta temporada<br />

(três no primeiro semestre e três no<br />

segundo), o apresentador Maurício Arruda<br />

encaixará os produtos da loja em seus projetos.<br />

“O projeto ressalta que o GNT é mais<br />

que um veículo. É uma marca que tem<br />

proprieda<strong>de</strong> sobre os pilares em que atua.<br />

Somos reconhecidos por nossa expertise<br />

<strong>de</strong> produção e audiovisual e na construção<br />

<strong>de</strong> conteúdo”, diz Leonardo Moura, gerente<br />

<strong>de</strong> produto do Canal GNT.<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />

e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Cristiane<br />

Marsola e Renato Rogenski<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />

Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP) e<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4<strong>14</strong>9<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

54 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

A apresentadora Eliana, que aparece pela primeira vez amamentando a filha Manuela, foi escolhida para ser embaixadora da campanha Mulheres <strong>de</strong> Peito Doam Amor, criação da Giusti Comunica<br />

LEITE MATERNO<br />

As mães exercem um papel bacana na construção do sentimento<br />

caloroso do amor que transcen<strong>de</strong> a amiza<strong>de</strong>, que os gregos <strong>de</strong>finem<br />

como amor ‘storge’. E é mais relevante ainda quando a amamentação<br />

ganha contorno social, afinal é uma alimentação que estrutura<br />

o bom condicionamento para a vida <strong>de</strong> uma criança. Através da<br />

plataforma SBT do Bem, a re<strong>de</strong> do apresentador Silvio Santos lançou<br />

neste domingo (13) a campanha Mulheres <strong>de</strong> Peito Doam Amor,<br />

que tem como embaixadora a apresentadora Eliana. Ela aparece<br />

pela primeira vez na TV amamentando sua filha Manuela. A ação<br />

tem por objetivo chamar a atenção para os estoques baixos <strong>de</strong> leite<br />

humano nos bancos especializados, conhecidos como BLH. Eliana<br />

<strong>de</strong>staca que doar o leite exce<strong>de</strong>nte é bacana. Um potinho já é<br />

suficiente para alimentar até <strong>de</strong>z recém-nascidos. Segundo o Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>, os bancos conseguem suprir 60% da <strong>de</strong>manda.<br />

A ação tem a assinatura da Giusti Comunicação com criação <strong>de</strong> Daniela<br />

Dahrouge. A aprovação foi <strong>de</strong> Priscila Stoliar e Aline Bonatti.<br />

CILADA<br />

Do portfólio <strong>de</strong> negócios do Bra<strong>de</strong>sco, o banco digital Next está<br />

com a campanha Não é cilada, é na faixa, <strong>de</strong>senvolvida pela R/<br />

GA. O cantor e compositor An<strong>de</strong>rson, do Grupo Molejo, é o protagonista<br />

da ação, que <strong>de</strong>staca o novo pacote <strong>de</strong> serviços gratuitos<br />

do anunciante. “A linguagem do Next foge do perfil tradicional do<br />

setor financeiro, sempre em busca <strong>de</strong> <strong>maio</strong>r a<strong>de</strong>rência com os millennials”,<br />

ressalta o diretor <strong>de</strong> criação da R/GA, Saulo Rodrigues.<br />

INFLUENCER<br />

Fundada em 2015 e presente no guarda-roupa <strong>de</strong> Neymar e Robinho,<br />

a grife Hundred Limit conta agora com o youtuber Whin<strong>de</strong>rsson<br />

Nunes para o lançamento <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> roupas com o<br />

seu nome. O fenômeno das re<strong>de</strong>s sociais posou para o fotógrafo<br />

Levi Cruz em um estúdio em São Paulo para o catálogo da marca.<br />

As peças da coleção <strong>de</strong> Nunes foram criadas pelo <strong>de</strong>signer Guga<br />

Veríssimo.<br />

56 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Flávio Samelo/Divulgação<br />

Gabriel Cardoso/Divulgação<br />

Há 30 anos navegando pelos sete mares, a Família Schurmann produz especial para o canal National Geographic na Patagônia<br />

AVENTURA<br />

Conhecida por navegar pelos sete mares, a Família Schurmann<br />

estreia no segundo semestre <strong>de</strong>ste ano na gra<strong>de</strong> do National<br />

Geographic com com uma edição especial do Conexão Schurmann<br />

- Patagônia. O sucesso da websérie no ano passado abriu as portas<br />

para a TV. Participam da aventura, cujas gravações serão encerradas<br />

no próximo dia 28, personalida<strong>de</strong>s como a mo<strong>de</strong>lo e apresentadora<br />

Carla Salomão e a performer Aisha Mbikila. A foto acima,<br />

com integrantes da Família Schurmann, equipe <strong>de</strong> produção e<br />

convidados, foi feita no temido Cabo Horn, local <strong>de</strong> difícil navegação.<br />

O programa reúne três gerações da Família Schurmann:<br />

Vilfredo e Heloisa, os filhos David e Wilhelm, e o neto Emmanuel,<br />

anfitriões da primeira e também da nova temporada. Tudo começou<br />

em 1984 e a primeira viagem dos Schurmann durou cerca <strong>de</strong><br />

uma década.<br />

Divulgação<br />

TWEET 1<br />

A homenagem que<br />

a franquia Star Wars<br />

recebeu no último dia 4<br />

gerou 1,5 milhão <strong>de</strong> tweets<br />

pelo mundo. O post mais<br />

viralizado foi o <strong>de</strong> Zayn<br />

Malik, ex-One Direction.<br />

TWEET 2<br />

De 22 <strong>de</strong> janeiro ao<br />

último dia 20 <strong>de</strong> abril<br />

o Big Brother Brasil<br />

contabilizou 55 milhões<br />

<strong>de</strong> tweets. Gleice, a<br />

vencedora, foi a mais<br />

comentada.<br />

CHOCOLATE<br />

Os cartões private label<br />

administrados pela<br />

DMCard registraram um<br />

volume <strong>de</strong> R$ 154 milhões<br />

no Natal <strong>de</strong> 2017 e R$ 151<br />

mi na Páscoa/<strong>2018</strong>.<br />

ção para a plataforma social SBT do Bem<br />

CARREIRA<br />

Vida que segue. Após dois anos<br />

como CCO da Ogilvy & Mather,<br />

Claudio Lima partiu para ocupar<br />

a mesma posição na unida<strong>de</strong><br />

brasileira da Cheil. Vai cuidar<br />

<strong>de</strong> contas como a Samsung.<br />

A negociação foi rápida, apenas<br />

um mês. “Sou grato pelas<br />

agências por on<strong>de</strong> passei, mas,<br />

assim como outros criativos,<br />

também senti que precisava<br />

me movimentar, experimentar<br />

outros mo<strong>de</strong>los, ter uma relação<br />

mais próxima com o cliente<br />

e trazer a tecnologia à frente da<br />

criação”, justifica Lima.<br />

Claudio Lima com Malcolm Poynton, CCO global da Cheil Worldwi<strong>de</strong><br />

SAÚDE<br />

Os casos <strong>de</strong> malária no<br />

Brasil atingiram 194 mil<br />

pessoas no ano passado.<br />

99% dos casos registrados<br />

no país ocorrem na região<br />

amazônica.<br />

HABITAÇÃO<br />

O incêndio no edifício<br />

Wilton Paes <strong>de</strong> Almeida,<br />

em São Paulo, mostra<br />

como é urgente a questão<br />

habitacional no país para<br />

a população baixa renda.<br />

BAIXA<br />

A contusão <strong>de</strong> Daniel<br />

Alves po<strong>de</strong> comprometer<br />

a estrutura da Seleção<br />

Brasileira na Copa<br />

do Mundo da Rússia.<br />

A convocação do escrete<br />

pelo técnico Tite será<br />

nesta segunda-feira (<strong>14</strong>).<br />

jornal propmark - <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57


última página<br />

valio84sl/iStock<br />

Retorno<br />

a Veneza<br />

Stalimir Vieira<br />

Volto a Veneza 38 anos <strong>de</strong>pois da minha<br />

primeira visita. Em 1980, saltei do trem<br />

por volta das 5 horas <strong>de</strong> uma madrugada <strong>de</strong><br />

outono, <strong>de</strong>sci as escadarias da estação Santa<br />

Lucia e, diante <strong>de</strong> uma lua cheia fabulosa,<br />

experimentei o ruído das águas batendo<br />

às margens do Canal Gran<strong>de</strong>. Só quando<br />

amanheceu é que tive noção do que realmente<br />

era aquilo.<br />

Passei um dia inteiro perambulando pela<br />

cida<strong>de</strong> e parti para Roma tão zonzo quanto<br />

cheguei. Em <strong>2018</strong>, <strong>de</strong>sembarco do avião no<br />

aeroporto Marco Polo e, em menos <strong>de</strong> meia<br />

hora, estou hospedado às<br />

margens do rio San Felice.<br />

Em duas semanas, esquadrinhei<br />

a cida<strong>de</strong> inteira e daqui<br />

para a frente pretendo imiscuir-me<br />

ainda mais por suas<br />

travessinhas.<br />

Aproveito para estudar e<br />

compreen<strong>de</strong>r um pouco melhor<br />

esse pedaço <strong>de</strong> mundo<br />

improvável, construído sobre o terreno pantanoso<br />

<strong>de</strong> 118 ilhotas que, <strong>de</strong> 1951 para cá, já<br />

per<strong>de</strong>u dois terços <strong>de</strong> sua população, atualmente<br />

em 55 mil habitantes.<br />

Hoje, a evasão <strong>de</strong> moradores é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

mil por ano. Mesmo período em que é visitada<br />

por 30 milhões <strong>de</strong> turistas. Ou seja, torna-se<br />

cada vez menos um habitat e cada vez mais<br />

um produto. Contribui para essa constatação<br />

a disputa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s grupos econômicos por<br />

alguns <strong>de</strong> seus edifícios mais importantes,<br />

como a antiga se<strong>de</strong> dos correios convertida<br />

em shopping, uma obra <strong>de</strong> restauração e preservação<br />

magnífica, por sinal.<br />

Há quem diga que, por conta <strong>de</strong>ssa excessiva<br />

mercantilização da cida<strong>de</strong>, se faz necessário<br />

caminhar para além da Piazza <strong>de</strong> San<br />

Marco e da Ponte do Rialto para encontrar<br />

“Hoje, a evasão <strong>de</strong><br />

moradores é da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> mil por<br />

ano. mesmo período<br />

em que é visitada<br />

por 30 milHões<br />

<strong>de</strong> turistas”<br />

a “verda<strong>de</strong>ira Veneza”. Foi o que fiz num<br />

<strong>de</strong>sses dias ensolarados e <strong>de</strong> temperatura<br />

extremamente agradável da primavera veneziana.<br />

Saí do Cannaregio e, evitando a muvuca <strong>de</strong><br />

San Marco, fui à esquerda em direção ao Castello,<br />

atravessei o Jardim Público, indo parar<br />

nas ilhas <strong>de</strong> Santa Elena e <strong>de</strong> São Pedro. No<br />

percurso, uma Veneza muito sossegada, moradores<br />

cuidando da vida, crianças saindo da<br />

escola, as mães fazendo uma paradinha no<br />

parque infantil antes do almoço.<br />

Não senti em momento algum a tal fobia<br />

aos turistas. Pelo contrário, <strong>de</strong> um modo<br />

geral esbarrei na simpatia<br />

das pessoas. Mas é fato que<br />

Veneza tem sofrido e não é<br />

pouco. Só este ano os canais<br />

já secaram e houve nevasca<br />

e inundações. Além do que<br />

o excesso <strong>de</strong> turistas obrigou<br />

as autorida<strong>de</strong>s a regularem o<br />

tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, como se<br />

faz com os automóveis nas cida<strong>de</strong>s<br />

normais, o que ocorreu<br />

no feriadão <strong>de</strong> primeiro <strong>de</strong> <strong>maio</strong>.<br />

Cheguei no dia 2 e apenas fiquei sabendo<br />

do fato. Veneza é, a princípio, uma cida<strong>de</strong> cara<br />

e faz sentido, consi<strong>de</strong>rando suas peculiarida<strong>de</strong>s.<br />

Mas para quem alugou um apartamento<br />

pelo Airbnb e faz compras no supermercado<br />

para comer em casa, torna-se bem razoável,<br />

em termos <strong>de</strong> custo/benefício. Principalmente<br />

se comparamos com São Paulo e se tratando<br />

do consumo <strong>de</strong> produtos nacionais: o azeite,<br />

a pasta, o risoto, a mozzarella, o procciutto,<br />

o vinho... Acredito que é muito mais interessante<br />

comer bem em casa do que arriscar um<br />

“menu turístico” na rua, já que comer bem na<br />

rua custa, <strong>de</strong> fato, bastante caro.<br />

Melhor <strong>de</strong>ixar as extravagâncias para uns<br />

drinques no Florian ou no Harry, o que faz<br />

muito mais sentido.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

58 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fonte: Kantar Ibope Media Target Group In<strong>de</strong>x BR TG <strong>2018</strong> I (2017 1s + 2017 2s) v1.0 - Pessoas, com projeção Brasil base IVC. Leitores impresso e lido via mídia online somados Época, Valor e O Globo sem<br />

sobreposição. Circulação IVC estimada com base na distribuição <strong>de</strong> impresso + digital janeiro/18 Época, e impresso março/18 Valor e O Globo | Mídias Sociais Época janeiro/18.

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