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edição de 14 de maio de 2018

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digital<br />

Compartilhamento <strong>de</strong> dados na era<br />

da pós-privacida<strong>de</strong> é mais seguro<br />

Neoway reúne mercado para mostrar como o data driven business está<br />

mudando a relação das marcas e serviços com os seus consumidores<br />

Paulo Macedo<br />

Quanto menor for o nível <strong>de</strong><br />

confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>, <strong>maio</strong>r será<br />

a integrida<strong>de</strong> do tecido social.<br />

A expressão é do consultor Walter<br />

Longo, da Unimark, durante<br />

o evento Big data ou big brother,<br />

realizado na semana passada em<br />

São Paulo. Ele quer dizer que não<br />

adianta mais se escon<strong>de</strong>r dos observadores<br />

que buscam conhecimento<br />

das pessoas e consumidores<br />

por meio da tradução dos<br />

rastros <strong>de</strong>ixados pela navegação<br />

na internet. Esses algoritmos<br />

possibilitam a manipulação dos<br />

dados <strong>de</strong> forma assertiva nas estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação e planejamento<br />

<strong>de</strong> vendas.<br />

Com permissão ou sem permissão,<br />

os dados pessoais estão<br />

disponíveis para a captura. Então,<br />

segundo Longo, o i<strong>de</strong>al é<br />

se transformar em um doador<br />

<strong>de</strong> dados com o mesmo nível<br />

<strong>de</strong> resiliência <strong>de</strong> um doador <strong>de</strong><br />

órgãos. Ele <strong>de</strong>fine o momento<br />

atual como o da pós-privacida<strong>de</strong>.<br />

Ninguém está livre do que a<br />

inteligência artificial é capaz <strong>de</strong><br />

fazer. E do big data, que amplia<br />

cada vez mais seu radar com a<br />

internet das coisas, aumenta<br />

esse já gigantesco banco <strong>de</strong> informações.<br />

Em síntese: quem<br />

não <strong>de</strong>ve não teme.<br />

“Não precisa ser como no<br />

livro 1984, <strong>de</strong> George Orwell,<br />

on<strong>de</strong> todo mundo é observado<br />

e avaliado sistematicamente. O<br />

Brasil está discutindo a lei do<br />

cadastro positivo. Isso é muito<br />

bom para quem não se escon<strong>de</strong><br />

nesse mundo cada vez mais<br />

aberto. A China, que tem um<br />

credit score <strong>de</strong> dados, po<strong>de</strong> ser<br />

benchmark. As pessoas pagam<br />

pelo celular e não mais com o<br />

cartão. Além da geolocalização,<br />

o acesso às agendas pessoais<br />

fica disponível quando se paga<br />

pelo celular. Já são US$ 5,5 trilhões<br />

<strong>de</strong> transações comerciais<br />

feitas por celulares na China,<br />

mas com recompensas. Se alguém<br />

compra uma fralda recebe<br />

mais pontos do que alguém que<br />

O executivo Jaime <strong>de</strong> Paula, da Neoway, recebeu Walter Longo no evento sobre o uso a<strong>de</strong>quado da tecnologia<br />

fez uma tatuagem. Com um <strong>de</strong>terminado<br />

volume <strong>de</strong> pontos,<br />

ganha benefícios no aeroporto<br />

e ao alugar carro”, disse Longo.<br />

O ecossistema do data driven<br />

valoriza a <strong>de</strong>mocratização dos<br />

dados e não o seu controle. “A<br />

era da pós-privacida<strong>de</strong> valoriza<br />

o cidadão <strong>de</strong> bem. Quem paga<br />

impostos e contas na data certa<br />

<strong>de</strong>veria ser diferenciado do mal<br />

pagador. Os juros <strong>de</strong>veriam ser<br />

menores para bons pagadores.<br />

Muita gente <strong>de</strong>sconfia que ao<br />

a<strong>de</strong>rir à Nota Fiscal Paulista,<br />

por exemplo, po<strong>de</strong>rá sofrer<br />

perseguição do Fisco, mas não<br />

é bem assim. Vivemos uma espécie<br />

<strong>de</strong> tensão biunívoca. Com<br />

o cruzamento <strong>de</strong> dados, todos<br />

po<strong>de</strong>riam se beneficiar, mas<br />

o sistema tem <strong>de</strong> privilegiar<br />

adimplentes e não os inadimplentes”,<br />

<strong>de</strong>staca Longo, lembrando<br />

que sempre há riscos<br />

no percurso, mas que o ato <strong>de</strong><br />

compartilhar passou a ter um<br />

novo significado.<br />

“O Jaime <strong>de</strong> Paula,<br />

da NeOway,<br />

fala que<br />

fraudadOr<br />

NãO muda <strong>de</strong><br />

PrOfissãO,<br />

ele muda <strong>de</strong><br />

vítima”<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

Para as empresas, também<br />

é crucial não se fechar em copas.<br />

Compartilhar seus dados<br />

com outras companhias po<strong>de</strong><br />

ajudar na formalização <strong>de</strong> data<br />

lakes mais eficientes. “Dividir<br />

é multiplicar. Dado não é um<br />

tesouro. Ao cruzar dois universos,<br />

po<strong>de</strong>-se gerar um terceiro<br />

muito melhor. Os dados<br />

garantem segmentação, mais<br />

informação e, principalmente,<br />

a geração <strong>de</strong> insights inspiradores.<br />

Sem compartilhamento,<br />

essa montanha <strong>de</strong> dados é<br />

inútil. Com a abertura à privacida<strong>de</strong>,<br />

o retargeting terá fim. O<br />

sujeito que não bebe e comprou<br />

um vinho para dar <strong>de</strong> presente<br />

não vai ficar sendo bombar<strong>de</strong>ado<br />

com mensagens <strong>de</strong> ofertas<br />

da bebida”, <strong>de</strong>talha Longo, que<br />

enfatiza que a busca pela privacida<strong>de</strong><br />

total, na verda<strong>de</strong>, escon<strong>de</strong><br />

o joio. “O Jaime <strong>de</strong> Paula, da<br />

Neoway, fala que fraudador não<br />

muda <strong>de</strong> profissão; ele muda <strong>de</strong><br />

vítima”, ele finalizou.<br />

50 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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