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edição de 14 de maio de 2018

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mArkeTing & negócios<br />

vgajic/iStock<br />

A TV é um meio<br />

em expansão<br />

Crescimento vertiginoso do digital<br />

pelo mundo ocorreu por toda<br />

parte, com exceção do Brasil<br />

Rafael Sampaio<br />

Paradoxalmente, no período em que as<br />

previsões eram <strong>de</strong> que o digital passaria<br />

a ser o meio globalmente mais consumido<br />

pelos anunciantes, superando a TV,<br />

o digital vem passando por um verda<strong>de</strong>iro<br />

inferno astral. Esse crescimento vertiginoso<br />

do digital pelo mundo ocorreu por toda<br />

a parte, com exceção do Brasil, on<strong>de</strong> a TV<br />

continuou dominando <strong>de</strong> longe, com cerca<br />

<strong>de</strong> 72% do total dos investimentos em publicida<strong>de</strong>,<br />

contra perto <strong>de</strong> 10% do digital.<br />

Havia previsões <strong>de</strong> fontes bem reputadas,<br />

como a Zenith Optimidia, <strong>de</strong> que os<br />

35,6% <strong>de</strong> share global da TV e os 34% do<br />

digital, calculados para 2016, seriam 32,6%<br />

para a TV e 41,8% para o digital em 2019,<br />

sendo que na virada do ano passado para<br />

este se daria o turning point.<br />

Mas a sucessão <strong>de</strong> problemas com o digital,<br />

como o elevado volume <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s<br />

na publicida<strong>de</strong> pretensamente veiculada, a<br />

explosão <strong>de</strong> perfis falsos nas mídias sociais,<br />

a veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em ambientes<br />

<strong>de</strong>sabonadores, a baixa eficácia da mídia<br />

programática e o abuso da confiança em relação<br />

aos consumidores, como explícita no<br />

recente escândalo envolvendo o Facebook,<br />

levaram à saída <strong>de</strong> muitos recursos publicitários<br />

<strong>de</strong>sse meio, à reavaliação <strong>de</strong> muitos<br />

outros e à sensação <strong>de</strong> que, o que aparentemente<br />

era um meio com características <strong>de</strong><br />

ser um elixir milagroso para qualquer situação,<br />

na verda<strong>de</strong> não passava <strong>de</strong> um meio<br />

como os <strong>de</strong>mais, com suas virtu<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>feitos,<br />

suas facilida<strong>de</strong>s e dificulda<strong>de</strong>s.<br />

O que levou a uma relevante perda <strong>de</strong><br />

confiança por parte tanto dos consumidores<br />

como dos anunciantes e a uma inflexão<br />

para baixo na curva <strong>de</strong> crescimento do<br />

meio digital, que muito provavelmente não<br />

vai superar a TV tão cedo, mesmo consi<strong>de</strong>rando<br />

o expressivo crescimento do mobile.<br />

Por outro lado, a TV vem renovando sua<br />

vitalida<strong>de</strong> em todo o mundo, com mais<br />

canais, consumo por meio <strong>de</strong> mais telas e<br />

através <strong>de</strong> mais opções <strong>de</strong> consumo – como<br />

a programação em horário diferido e on <strong>de</strong>mand.<br />

O resultado tem sido mais do que a<br />

recuperação <strong>de</strong> algum espaço perdido para<br />

o digital em termos <strong>de</strong> consumo, mas sim<br />

o início <strong>de</strong> uma tendência <strong>de</strong> aumento do<br />

consumo da TV.<br />

A Thinkbox, entida<strong>de</strong> que estuda e promove<br />

a televisão comercial no Reino Unido,<br />

constatou, através das pesquisas oficiais <strong>de</strong><br />

mídia naquele mercado, que o número médio<br />

<strong>de</strong> visualizações <strong>de</strong> TV no formato padrão,<br />

em 2017, foi <strong>de</strong> 3h e 23min por pessoa,<br />

por dia. Mas houve um volume adicional <strong>de</strong><br />

7% na forma <strong>de</strong> conteúdo diferido e da visualização<br />

em outros dispositivos (tablets<br />

e celulares, principalmente), totalizando o<br />

consumo diário <strong>de</strong> TV em 3h e 38min.<br />

Outra entida<strong>de</strong> do setor, a InTV - International<br />

Television Research Group calculou<br />

que as receitas publicitárias do meio<br />

exce<strong>de</strong>ram os US$ 212 bilhões em 2017,<br />

aumentando essa receita em US$ 1 bilhão<br />

em relação a 2016. Um estudo por eles patrocinado<br />

<strong>de</strong>staca que a TV é o meio mais<br />

confiável para 42% da população do Reino<br />

Unido; seguida pelos jornais, com 13%; e a<br />

mídia social, com apenas 5%.<br />

Uma pesquisa junto à Comunida<strong>de</strong> Europeia<br />

(ainda consi<strong>de</strong>rando o Reino Unido),<br />

que é o <strong>maio</strong>r mercado consumidor<br />

do mundo, indica que 95% dos europeus<br />

afluentes continuam a assistir TV todos<br />

os dias, sendo o tradicional aparelho <strong>de</strong> TV<br />

a opção preferida, com 54% <strong>de</strong> consumo<br />

exclusivo diário, com 41% assistindo em<br />

uma combinação <strong>de</strong> telas e menos <strong>de</strong> 5%<br />

vendo a programação <strong>de</strong> TV apenas em tablets<br />

e mobiles.<br />

Uma combinação <strong>de</strong> plataformas e formatos<br />

<strong>de</strong> mídia po<strong>de</strong>, no entanto, aumentar<br />

o impacto da publicida<strong>de</strong>, segundo a In-<br />

TV. O uso <strong>de</strong> TV e ví<strong>de</strong>os online, por exemplo,<br />

proporciona um aumento <strong>de</strong> mais 54%<br />

nos efeitos sobre os negócios, incluindo<br />

participação <strong>de</strong> mercado, fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à marca,<br />

volume <strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> lucro.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

28 <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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