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Revista Apólice #232

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A<br />

maneira de se fazer negócios<br />

mudou e chegou ao mercado<br />

de seguros através das<br />

insurtechs, assim chamadas<br />

as startups dedicadas ao setor. O investimento<br />

total nessas empresas acumula<br />

mais de US$ 9,2 bilhões desde 2010.<br />

Apenas em 2016, esse valor bateu US$<br />

2,7 bilhões. E, para 2018, a previsão é<br />

que a arrecadação alcance um patamar<br />

próximo dos US$ 3 bilhões. Estudos feitos<br />

por consultorias indicam que há 1.500<br />

insurtechs espalhadas pelo mundo – pouco<br />

mais de 50 delas no Brasil, segundo<br />

um mapeamento da Câmara Brasileira<br />

de Comércio Eletrônico (camara-e.net),<br />

ainda em andamento.<br />

“Estamos fazendo um levantamento<br />

quantitativo e qualitativo, separando<br />

todas elas por categorias e estágio, então<br />

é um pouco mais demorado para termos<br />

todas as informações”, explica Mauro<br />

Gambôa, consultor do Comitê de Insurtechs<br />

da entidade. Com o mapeamento,<br />

que a princípio deverá ser divulgado a<br />

cada dois meses, a camara-e.net busca<br />

entender como operam essas iniciativas,<br />

que tipo de tecnologia utilizam em seus<br />

serviços, que dores resolvem, quantos<br />

colaboradores têm e como atuam no<br />

mercado segurador (provendo serviços<br />

e/ou produtos para o consumidor ou<br />

serviços, produtos e tecnologia para as<br />

seguradoras). Mas, Gambôa adianta.<br />

“Este setor só tende a crescer daqui para<br />

frente. É uma mudança de paradigma no<br />

mercado mundial”.<br />

❙❙Mauro Gambôa, da câmara-e.net<br />

“Estamos em um<br />

momento de tentativa,<br />

de autodescobrimento<br />

do próprio mercado,<br />

de entender como ele<br />

vai interagir com essas<br />

startups”<br />

José Prado, da Conexão Fintech<br />

Tanto deve crescer que por aqui foi<br />

criado um evento para discutir o tema:<br />

o Insurtech Brasil, que em abril deste<br />

ano chegou em sua segunda edição e<br />

reuniu mais de 800 pessoas. Fundador<br />

da Conexão Fintech, responsável por<br />

organizar o encontro, José Prado acredita<br />

que a mudança aconteceria mesmo sem<br />

a chegada dessas startups. “Já vínhamos<br />

de um movimento de venda online e de<br />

comparação de preços. As insurtechs<br />

visam dar força aos corretores e às seguradoras<br />

e o setor tem que tirar proveito<br />

máximo do mundo digital”, afirma ele,<br />

que categoriza o momento atual como<br />

a segunda fase das insurtechs no país.<br />

“Agora, temos soluções que usam novas<br />

tecnologias nessa venda. Soluções que<br />

não trabalham com comparação de preço,<br />

mas com uma jornada, um machine<br />

learning”, explica. Quem está prestes a<br />

ir para a terceira fase já entende que as<br />

insurtechs podem ajudar na economia, na<br />

eficiência operacional e no oferecimento<br />

de uma melhor experiência ao cliente.<br />

“Elas passam a olhar para dentro e a ver<br />

que tem muito a ganhar. Quando falamos<br />

em insurtech, é importante falar não só<br />

em eficiência, mas em melhor experiência<br />

para o usuário. Pode ser um usuário interno<br />

da seguradora ou um usuário final”.<br />

Não existe um modelo certo. Cada<br />

seguradora vai descobrir o jeito que se<br />

encaixa na sua própria cultura de lidar<br />

com essas startups. Faz parte do mundo<br />

da inovação prototipar, acertar e (por que<br />

não?) errar, e elas vão achar a melhor<br />

forma de interagir nesse mundo. “Quando<br />

todos acharem o melhor modelo, vai ser<br />

copiado por outras. Estamos em um momento<br />

de tentativa, de autodescobrimento<br />

do próprio mercado, de entender como<br />

ele vai interagir com essas startups”,<br />

declara Prado.<br />

Despertando para o novo<br />

Se fora do Brasil o mercado de insurtechs<br />

vem alcançando maturidade,<br />

por aqui ainda engatinha – o que não<br />

significa que não seja promissor. “As<br />

insurtechs brasileiras são iniciativas<br />

de empreendedores próprios, não têm<br />

fluxo de dinheiro dos grandes fundos<br />

de investimento globais”, declara o<br />

sócio responsável pela área de Seguros<br />

da everis Americas, Roberto Ciccone.<br />

De acordo com o executivo, 83,8% do<br />

investimento global vão para o Vale do<br />

Silício, nos Estados Unidos; 5%; para a<br />

Ásia; 1,7% para a China; e 1,9% para<br />

a Índia, enquanto na América Latina<br />

os investimentos se concentram apenas<br />

no Chile (0,2%) e na Argentina (0,3%).<br />

“O Brasil recebe dinheiro local. Vemos<br />

❙❙Roberto Ciccone, da everis Americas<br />

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