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Revista VOi 152

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principal<br />

“Para mim era muito<br />

difícil ouvir as pessoas<br />

rindo de algo que<br />

causa tanta dor,<br />

tristeza e sofrimento”<br />

Fotos: Marcos Mancinni<br />

Paula Gaio<br />

Vegana - Analista de RH e coordenadora do núcleo da Sociedade Vegetariana brasileira, em Curitiba<br />

Não à<br />

intolerância<br />

Há cinco anos reduzi o consumo de bovinos. Já<br />

não comia porco e carneiro, pois os achava bonitinhos.<br />

Desde criança tive uma ligação muito forte com alguns<br />

animais e na adolescência, ajudei voluntariamente ONGs<br />

de proteção animal.<br />

Assisti vídeos na internet sobre abate de bovinos, e fiquei<br />

bastante impressionada. Um dia, fui cortar um frango<br />

e a carne estava crua, então pude ver o sangue. Daí em<br />

diante jurei nunca mais comer qualquer tipo de animal.<br />

Segui por um mês comendo ovos e tomando leite. Entrei<br />

em grupos de vegetarianismo e veganismo do facebook<br />

e participei de uma mostra de filmes da Sociedade Vegetariana.<br />

Lá vi o quanto as indústrias do ovo e do leite são tão<br />

ou mais cruéis e optei por virar vegana.<br />

Nesse tempo, senti uma necessidade muito grande<br />

de ter amigos com essa opção alimentar. Me revoltava ao<br />

perceber que as pessoas comiam muita carne e não se<br />

importavam com o sofrimento animal. Me afastei do meu<br />

círculo de amizade. Fiquei intolerante. Me senti muito triste<br />

por não ter apoio dos meus amigos. Minha família não me<br />

apoiou, mas também não criticou.<br />

Quando entrei para a Sociedade Vegetariana Brasileira<br />

mudei completamente meu comportamento agressivo.<br />

Desde então, adotando uma postura de compreensão de<br />

que essa é minha escolha, e que eu posso auxiliar quem<br />

quer informações, sem julgamentos, tive novamente todos<br />

os meus amigos comigo. Na minha casa, onde moro com<br />

minha mãe e meus irmãos, somente eu fiz essa escolha.<br />

No entanto, o consumo de frutas e legumes aumentou<br />

bastante. Hoje coordeno o núcleo da Sociedade Vegetariana<br />

Brasileira, aqui em Curitiba, por amor à causa. Organizo<br />

eventos veganos, palestras, aulas de culinária. Entendo que<br />

só conseguiremos fazer o movimento expandir com informação<br />

e acolhimento de quem se interessa pela causa.”<br />

36<br />

maio 2018<br />

revistavoi.com.br

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