edição de 18 de junho de 2018
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ANO 54 - Nº 2700 - <strong>18</strong> <strong>de</strong> juNho <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> R$ 15,00<br />
Gearstd/iStock<br />
Mídia ganha<br />
mais relevância<br />
com era digital<br />
Com a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais e novas<br />
combinações estratégicas por meio <strong>de</strong> dados,<br />
área ganhou novo impulso, mas requer cuidados<br />
dos profissionais, que comemoram o Dia do<br />
Mídia nesta quinta-feira (21). O PROPMARK<br />
preparou edição especial para abordar<br />
as transformações do segmento. pág. 28<br />
CANNes liONs esPeRAvA ReDuçãO<br />
De iNsCRições e OlhA PARA futuRO<br />
Chairman e CEO do festival, Philip<br />
Thomas e José Papa, afirmam que a<br />
queda nas inscrições (21%) era prevista<br />
e é reflexo das mudanças. pág. 48<br />
AbeP DebAte Os DesAfiOs que<br />
setOR De PesquisA eNfReNtA<br />
Empresas querem reforçar seu papel<br />
estratégico. Entida<strong>de</strong> que representa<br />
o segmento organizou encontro<br />
semana passada, em São Paulo. pág. 6<br />
AlMAPbbDO se DestACA<br />
NO COluNistAs bRAsil<br />
Ela é a Agência do Ano na premiação<br />
pela 13ª vez. Também ficou com GP<br />
<strong>de</strong> Bran<strong>de</strong>d Content, com Nosferatu,<br />
e GP <strong>de</strong> Mídia Exterior, com Ma<strong>de</strong> of<br />
Brazilian Summer (foto). pág. 56
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
SoS seleção<br />
Temos <strong>de</strong> nos agarrar nessa boia que tantas vezes usamos, algumas<br />
até sem precisar, para levantar o ânimo <strong>de</strong> um país, cujo povo<br />
já foi consi<strong>de</strong>rado “o último feliz do planeta” pelo cineasta Pier Paolo<br />
Pasolini.<br />
Falo da nossa seleção canarinho, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do jogo <strong>de</strong> estreia<br />
na Copa da Rússia, que antes <strong>de</strong>le não chegou a empolgar a torcida<br />
do país. Muitos escreveram sobre isso, focando o problema unicamente<br />
nos jogadores, por não estarem mais entre nós no Brasil.<br />
Permito-me discordar, propondo uma <strong>de</strong>licada inversão: parece que o<br />
Brasil é que não está mais entre nós. Não aquele Brasil no qual fomos<br />
criados e apren<strong>de</strong>mos a amar como o primeiro amor. O Brasil que parece<br />
ter se afastado dos brasileiros, é o país dos apátridas morais, outro<br />
tipo <strong>de</strong> gente cujo hino é cantado em nebulosas transações, como <strong>de</strong>screveu<br />
o poeta.<br />
Essa minoria <strong>de</strong> patrícios que se juntaram para formar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma<br />
casta <strong>de</strong> privilegiados do mal é a gran<strong>de</strong> responsável pelas nossas atuais<br />
calamida<strong>de</strong>s, que entre outras consequências nefastas conseguiram<br />
anestesiar gran<strong>de</strong> parte da população.<br />
O efeito paralisante foi e ainda é tão gran<strong>de</strong> que, mesmo muito perto do<br />
início <strong>de</strong> mais uma Copa, seus efeitos foram sentidos. Tenho por mim<br />
que isso vai passar e os próximos dias respon<strong>de</strong>rão bem a esse <strong>de</strong>safio.<br />
Não há mal nenhum em sairmos <strong>de</strong>ssa crise, ainda que momentaneamente,<br />
diante da pátria vestindo novamente as chuteiras, como bem<br />
<strong>de</strong>finiu em outro contexto o saudoso Nelson Rodrigues.<br />
Esse momento <strong>de</strong> comemoração (e vamos, sim, comemorar muito) servirá<br />
<strong>de</strong> alarme para acordarmos, sem que seja preciso o beijo <strong>de</strong> um<br />
príncipe amado, como no inesquecível conto infantil.<br />
Não será sequer preciso chegar ao pódio, para que se quebre esse maldito<br />
encanto. Bastará a alegria popular, da qual tantas sauda<strong>de</strong>s sentimos,<br />
para que o país <strong>de</strong>sperte para o seu irretocável <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> gente feliz.<br />
Dizer isso agora parece insulto, diante <strong>de</strong> tantos e tamanhos <strong>de</strong>scalabros,<br />
que se suce<strong>de</strong>m não mais semana após semana, mas dia após dia.<br />
Mas a chama que voltará a ser acesa pelo brilho que nos caberá nesta<br />
Copa dará início a uma nova etapa <strong>de</strong>ste Brasil, que voltará a ser <strong>de</strong><br />
todos os brasileiros e não apenas <strong>de</strong> uma casta <strong>de</strong> aproveitadores, que<br />
usaram e abusaram da nossa cordialida<strong>de</strong>.<br />
***<br />
Um jovem repórter brasileiro, <strong>de</strong> sobrenome <strong>de</strong> origem distante, Thiago<br />
Uberreich, lançou a sua Biografia das Copas, com um subtítulo que auto<strong>de</strong>fine<br />
a obra: O maior espetáculo da terra no rádio, na TV e nos jornais.<br />
Em mais <strong>de</strong> 300 páginas fartamente ilustradas e com prefácio <strong>de</strong> Mauro<br />
Beting, o autor literalmente retrata todas as Copas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />
em 1930 até a dos “7 a 1” (como ele registra no sumário do livrão,<br />
referindo-se à <strong>de</strong> 2014).<br />
Imperdível para quem gosta muito ou gosta pouco <strong>de</strong> futebol. Para<br />
quem não gosta, não recomendo.<br />
***<br />
Outro livro que merece registro neste espaço do PROPMARK já está<br />
pronto e será lançado pela Editora Tag & Line (com impressão da Referência),<br />
sob o título <strong>de</strong> É o que parece!.<br />
Prefaciado por Roberto Duailibi, da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras, o livro<br />
contém o <strong>de</strong>poimento dos 61 membros do Grupo dos 100 Amigos,<br />
cada qual tendo selecionado um tema para dissertar.<br />
A obra acabou se constituindo em um entrelaçamento <strong>de</strong> situações<br />
da ativida<strong>de</strong> publicitária em nosso país, já que os seus autores foram<br />
e muitos ainda são militantes da mais otimista das ativida<strong>de</strong>s<br />
humanas.<br />
O lançamento será na noite do próximo dia 28, no mezanino do Conjunto<br />
Nacional, na Avenida Paulista. Veja nesta edição.<br />
***<br />
O publicitário Lucas Ama<strong>de</strong>u assumiu recentemente a área <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
do Terra, além <strong>de</strong> Vivo Ads, que ele já comandava.<br />
***<br />
João Doria Neto e Luiz Fernando Furlan organizam jantar <strong>de</strong> comemoração<br />
dos 15 anos do Li<strong>de</strong>, a se realizar no próximo dia 28, em São Paulo.<br />
***<br />
Um grupo <strong>de</strong> seis jornalistas do PROPMARK já se encontra na França<br />
para a cobertura <strong>de</strong> mais um Cannes Lions, que se <strong>de</strong>senrolará por<br />
cinco dias seguidos durante a semana <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong>sta edição do<br />
PROPMARK, porém com um número maior <strong>de</strong> categorias concorrentes<br />
em relação a 2017.<br />
O online do PROPMARK já está noticiando o que ocorre em Cannes e,<br />
na próxima edição do impresso, publicaremos uma cobertura completa<br />
dos resultados do mais famoso festival publicitário do planeta.<br />
O PROPMARK cobre o evento há mais <strong>de</strong> 40 anos, quando ainda era<br />
realizado um ano em Veneza outro em Cannes.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem a Dalton Pastore, diretor-presi<strong>de</strong>nte da<br />
ESPM, cuja gestão está completando dois anos <strong>de</strong> profícuo trabalho <strong>de</strong><br />
ampliação e transformação da tradicional escola, com unida<strong>de</strong>s em São<br />
Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Porto Alegre.<br />
***<br />
Frase: “O rei fraco faz fraca a sua gente”. (Camões)<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 3
conexões<br />
Disqus<br />
última Hora<br />
Facebook<br />
Post: Christina Larroudé, gerente<br />
<strong>de</strong> marketing da Camil, revela<br />
estratégias por trás do <strong>de</strong>sdobramento<br />
da campanha #Sou-<br />
ArrozComFeijão<br />
Genial a campanha Arroz com Feijão!<br />
Parabéns Christina Larroudé.<br />
Jecilene Rosana Costa Frutuoso<br />
Post: Filme mostra como a Heineken<br />
musicou a final da Champions<br />
League<br />
Vanessa Brandão, you rock!<br />
Carmela Borst<br />
Post: DPZ&T “cria” carro que<br />
pe<strong>de</strong> lanches do McDonald’s<br />
Deus me livre, mas quem me <strong>de</strong>ra.<br />
Giovana Oliveira<br />
Expectativa: em 20<strong>18</strong> haverão carros<br />
voadores.<br />
Thiago Henrik<br />
Post: McDia Feliz completa 30<br />
anos e amplia benefício social<br />
Excelente iniciativa.<br />
Eduardo Pan<strong>de</strong>ló<br />
Twitter<br />
Post: Cafu (@officialcafu): “A Copa<br />
é momento excelente para<br />
mostrar gente que fez história”<br />
Quem fez é importante, quem está<br />
fazendo e vai fazer, e, ainda, quem<br />
acredita em tudo isso. Nós, a torcida.<br />
Tulio Gafisa<br />
Post: A Seleção Brasileira dos<br />
Publicitários por Laura Florence<br />
Seria legal ver uma lista com os “revelações”,<br />
listados pelos nomes das<br />
duas primeiras listas.<br />
Luiz.H. Padovan<br />
Parabéns pela seleção <strong>de</strong> mulheres<br />
supermaravilhosas. Nesta seleção<br />
eu conheço Paola Colombo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua bela infância. Parabéns,<br />
Paola! Espero e aguardo que<br />
esta seleção cresça e sejamos<br />
gratificadas com presenças <strong>de</strong><br />
mulheres negras, mulatas e índias.<br />
Contudo, estou feliz com este espaço<br />
aberto às mulheres fortes e<br />
guerreiras.<br />
Ney<strong>de</strong> Anjos Figueiredo<br />
Post: Ninguém é uma ilha<br />
Texto primoroso, reflexões valiosíssimas.<br />
Obrigado, Claudia.<br />
Raul Santahelena<br />
Post: Jurados se reúnem para<br />
<strong>de</strong>finir finalistas do Profissionais<br />
do Ano<br />
Que vergonha, gente! Querem dizer<br />
que no meio <strong>de</strong> todos os talentos do<br />
mercado, nenhuma mulher ou negro<br />
tem <strong>de</strong>staque suficiente?<br />
Vanessa Silva<br />
Post: Bullet <strong>de</strong>staca Amarok V6<br />
em estan<strong>de</strong> da Volkswagen na<br />
Agrishow<br />
A Rodominas Logística Promocional<br />
teve o prazer <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong>ste<br />
job junto com a Bullet e toda sua<br />
equipe!<br />
Mayara Stinglin<br />
Post: Lew’Lara\TBWA se posiciona<br />
sobre campanha #MinhaÚltimaMúsica<br />
Quanto julgamento e pouca reflexão.<br />
A campanha foi muito inteligente<br />
e profunda, pois não é fácil<br />
sensibilizar as pessoas sobre este<br />
tema. Se nós (publicitários) utilizamos<br />
uma chamada mais formal,<br />
ninguém dá atenção, se somos<br />
irreverentes <strong>de</strong>mais, ninguém leva a<br />
sério. A Lew’Lara\TBWA conseguiu<br />
atingir o equilíbrio, e ainda por cima<br />
envolver o público.<br />
Agatha Cristina Virgílio<br />
CONCORRÊNCIA<br />
O Banco do Brasil<br />
marcou para dia 2 <strong>de</strong><br />
agosto a entrega das<br />
propostas das agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> interessadas<br />
em administrar sua verba<br />
anual, <strong>de</strong> R$ 500 milhões.<br />
Serão contratadas quatro<br />
fornecedoras para o<br />
serviço. Serão entregues<br />
três envelopes: 1) proposta<br />
técnica não i<strong>de</strong>ntificada;<br />
2) proposta técnica<br />
i<strong>de</strong>ntificada; 3) capacida<strong>de</strong>,<br />
repertório e <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong><br />
cases.<br />
CONQUISTA<br />
A Score Group assegurou<br />
a comunicação <strong>de</strong> tra<strong>de</strong><br />
marketing da Asics. O<br />
primeiro trabalho envolve<br />
a linha Fast and Furious<br />
nas vitrines e materiais<br />
para exibição nos PDVs.<br />
dorinHo<br />
DOCUMENTÁRIO<br />
A Smarty Talks, produtora<br />
especializada em<br />
micromovies, lançou<br />
documentário feito<br />
exclusivamente para o<br />
Stories do Instagram.<br />
A função permite aos<br />
usuários criarem ví<strong>de</strong>os<br />
curtos, <strong>de</strong> no máximo<br />
15 segundos cada, que<br />
<strong>de</strong>saparecem após<br />
24 horas da publicação.<br />
Com narrativa informal, o<br />
documentário foi pensado<br />
e <strong>de</strong>senvolvido para o<br />
ambiente mobile.<br />
FAMA<br />
Pesquisa CelebScore do<br />
Ibope Repucom aponta<br />
nível <strong>de</strong> conhecimento da<br />
torcida sobre os jogadores do<br />
Brasil. Os mais populares são<br />
Neymar (97,3%), Thiago Silva<br />
(76%) e Marcelo (72,5%).<br />
Instagram<br />
Post: A Equipe do PROPMARK<br />
já está na Riviera Francesa para<br />
a cobertura do Festival Cannes<br />
Lions<br />
Espero vocês no iate Shutterstock<br />
@propmark.<br />
Nelson Martinez<br />
Post: Nike não entrega chuteiras<br />
ao Irã após sanções comerciais<br />
dos EUA<br />
Culpa não é da marca, que apenas<br />
cumpre o que é externo. O que o Irã<br />
<strong>de</strong>veria fazer era cumprir os acordos<br />
para que seus jogadores não<br />
passassem por isso.<br />
Luiz Cativo<br />
4 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
mercAdo<br />
Abep <strong>de</strong>bate as transformações<br />
do setor <strong>de</strong> pesquisa em São Paulo<br />
Evento foi recheado <strong>de</strong> palestras que tentaram <strong>de</strong>svendar os caminhos<br />
para um segmento que está em constantes e profundas mudanças<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Em sua oitava edição, o Congresso<br />
Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa<br />
<strong>de</strong> Mercado, Opinião e Mídia<br />
realizou semana passada uma<br />
série <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre o setor,<br />
que vive um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>safios. Com uma quantida<strong>de</strong><br />
abundante <strong>de</strong> informação<br />
no mundo, o setor <strong>de</strong> empresas<br />
<strong>de</strong> pesquisa quer reforçar o seu<br />
papel estratégico. O evento foi<br />
organizado pela Abep (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong><br />
Pesquisa).<br />
“O olhar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é<br />
fundamental para transformar<br />
dados disponíveis em informação<br />
relevante para as empresas.<br />
O setor atravessa um momento<br />
em que uma das gran<strong>de</strong>s tendências<br />
é a <strong>de</strong>sintermediação.<br />
As empresas conseguem fazer<br />
suas pesquisas diretamente, o<br />
que reforça a importância <strong>de</strong><br />
os players do setor mostrarem<br />
o seu real valor”, afirma Felipe<br />
Men<strong>de</strong>s, chairman do Congresso<br />
Abep 20<strong>18</strong>.<br />
Outra conjectura que o mercado<br />
<strong>de</strong> pesquisas vivencia é a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precisar respon<strong>de</strong>r<br />
a perguntas com extrema<br />
velocida<strong>de</strong>, às vezes no mesmo<br />
dia, e não em três meses, como<br />
antes. A observação é <strong>de</strong> Men<strong>de</strong>s,<br />
que aponta ainda que as<br />
empresas contratantes precisam<br />
valorizar parcerias mais robustas<br />
com os players do setor<br />
<strong>de</strong> pesquisa. “Há muita relação<br />
baseada em job, e isso tira toda<br />
a velocida<strong>de</strong> dos processos. O<br />
i<strong>de</strong>al é que a marca escolha seu<br />
parceiro, dê as mãos e trabalhe<br />
junto, com rapi<strong>de</strong>z”, recomenda<br />
o profissional.<br />
Segundo Duílio Novaes, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abep, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />
do mercado é ter profissionais<br />
que façam a curadoria<br />
da informação. “Para crescer<br />
como setor, precisamos aten<strong>de</strong>r<br />
aos clientes separando o<br />
que é fake do que é uma boa informação.<br />
Não há censura nas<br />
Eduardo Tomiya: “A marca local, no atual cenário, traz respostas muito mais rápidas que as que se comportam como globais”<br />
plataformas digitais e isso leva<br />
muitos a acreditarem em coisas<br />
que são perigosas. As empresas<br />
precisam <strong>de</strong> alguém que veja as<br />
informações disponíveis, que<br />
esteja atenta a coisas falsas e<br />
procurem a fonte”, analisa.<br />
O evento da Abep foi recheado<br />
<strong>de</strong> palestras que tentam<br />
<strong>de</strong>svendar os caminhos para<br />
um setor que está em transformação.<br />
Como aponta Men<strong>de</strong>s,<br />
se antes, estudava-se 12 mercados<br />
com 1 milhão <strong>de</strong> pessoas<br />
cada, agora é o oposto. É preciso<br />
enten<strong>de</strong>r 1 milhão <strong>de</strong> mercados<br />
com uma dúzia <strong>de</strong> pessoas.<br />
“Era mais fácil antes”.<br />
Um dos seminários que trataram<br />
<strong>de</strong>ssa visão mais localizada<br />
foi <strong>de</strong> Eduardo Tomiya,<br />
do Kantar Consulting, que trouxe<br />
como gran<strong>de</strong> mensagem às<br />
marcas globais a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se comportarem como locais.<br />
“É uma vantagem competitiva,<br />
sendo você nascida no<br />
Brasil, ou uma empresa global,<br />
mas com visão e posicionamentos<br />
regionais muito fortes.<br />
Juan Jensen: “Incertezas sobre as eleições presi<strong>de</strong>nciais têm travado a economia”<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
“Para crescer como setor, Precisamos<br />
aten<strong>de</strong>r aos clientes seParando o que<br />
é fake do que é uma boa informação”<br />
6 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
A marca local, no atual cenário,<br />
traz respostas muito mais rápidas<br />
que as que se comportam<br />
como globais. Hoje, o pequeno<br />
é o novo gran<strong>de</strong>”, analisa.<br />
Além <strong>de</strong> mais próximas, as<br />
marcas <strong>de</strong>vem procurar ser<br />
mais autênticas, pois isso impacta<br />
diretamente nos resultados<br />
dos acionistas. Ele citou<br />
um case da operadora <strong>de</strong> telefonia<br />
T-Mobile, que mudou<br />
sua logomarca há alguns anos.<br />
Mas, mais que isso, acabou com<br />
as multas e contratos amarrados<br />
<strong>de</strong> um ano com os consumidores.<br />
Foi um caso em que<br />
a empresa adotou uma posição<br />
autêntica, baseada em seu<br />
comportamento como marca, e<br />
com ótimos resultados.<br />
FAmíliA e belezA<br />
Uma parte da programação<br />
foi <strong>de</strong>dicada a profissionais<br />
<strong>de</strong> pesquisas que trouxeram<br />
novos insights para temas que<br />
impactam a visão tradicional<br />
sobre temas como família, beleza<br />
ou maternida<strong>de</strong>, que são<br />
<strong>de</strong> extrema relevância para o<br />
setor. Na apresentação sobre a<br />
“nova tradicional família brasileira”,<br />
por Flavia Cruz, head<br />
<strong>de</strong> projetos da Mind Miners, e<br />
Caio Tanizaki, analista sênior<br />
<strong>de</strong> CMI na Nestlé. “Não há mais<br />
mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> família. Há<br />
uma nova geração chegando<br />
com opiniões e fazendo as mudanças<br />
serem realizadas rapidamente.<br />
O movimento LGBT<br />
muda os arranjos familiares”,<br />
analisa Flavia. Ela observa ainda<br />
a força das mulheres, donas<br />
das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> um<br />
lar, e até dos filhos, que influenciam<br />
em 40% esse processo.<br />
“Nesse novo arranjo, as marcas<br />
precisam dialogar”, resume.<br />
Para Tanizaki, da Nestlé, a importância<br />
<strong>de</strong> as marcas terem<br />
propósitos fortes vai além <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ban<strong>de</strong>iras, afetando<br />
também a forma como elas representam<br />
isso. “Precisamos<br />
falar em valores, em comunicar<br />
com as pessoas <strong>de</strong> forma genuína”,<br />
explica.<br />
Ainda nessa linha, o tema<br />
“beleza inclusiva” foi apresentado<br />
em palestra <strong>de</strong> Miriam<br />
Steinbaum, diretora da Ipsos<br />
Marketing, e Jorge Kodja, diretor<br />
<strong>de</strong> consumer & marketing<br />
insights da L’Oréal. “É preciso<br />
reescrever o conto <strong>de</strong> fadas<br />
sobre princesas e bruxas. Existem<br />
muitas manifestações por<br />
individualida<strong>de</strong> estética, com<br />
celebração <strong>de</strong> belezas plurais”,<br />
analisa Miriam. Ocorre que,<br />
mesmo com a <strong>de</strong>sconstrução<br />
Cliff Young, <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> que existe um crescimento mundial do sentimento antissistema<br />
<strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> beleza, acabam<br />
surgindo outros. Uso <strong>de</strong> cachos,<br />
por exemplo, que se tornou<br />
forte no discurso das consumidoras,<br />
só é referência se forem<br />
bem cuidados. No caso <strong>de</strong> cabelos<br />
brancos, que também se<br />
tornaram tendência, é preciso<br />
que haja cortes especiais alinhados<br />
com maquiagem, como<br />
explica a executiva. “Apesar<br />
do <strong>de</strong>slocamento, ainda há padrões<br />
importantes na cabeça da<br />
consumidora”, diz ela.<br />
Alisson Bittencourt e Debora<br />
Montibeler, ambos analistas<br />
da Market Analysis, trouxeram<br />
o tema Carreira x Maternida<strong>de</strong>.<br />
Segundo eles, ainda há um<br />
movimento <strong>de</strong> mães que precisam<br />
<strong>de</strong>ixar o mercado <strong>de</strong> trabalho<br />
porque o sistema lhes bane<br />
oportunida<strong>de</strong>s profissionais.<br />
“Há um senso <strong>de</strong> que realização<br />
profissional e o papel <strong>de</strong> mãe<br />
são coisas antagônicas, e isso<br />
prejudica a ascensão e igualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”, avalia<br />
Debora. Mesmo com tantos discursos<br />
sobre o tema, a impressão<br />
dos pesquisadores, com<br />
base em seus estudos, é <strong>de</strong> que<br />
os gestores tornam a diferença<br />
<strong>de</strong> tratamento algo persistente,<br />
prejudicando carreiras.<br />
economiA em eSPerA<br />
O congresso teve espaço ainda<br />
para análises sobre a conjuntura<br />
econômica e política do<br />
Felipe Men<strong>de</strong>s: “Olhar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é fundamental para transformar dados disponíveis”<br />
Brasil. O economista Juan Jensen,<br />
da 4EConsultoria, afirma<br />
que as incertezas sobre o resultado<br />
das eleições presi<strong>de</strong>nciais<br />
têm travado a economia e aumentado<br />
o câmbio em relação<br />
ao dólar. “Se um candidato alinhado<br />
com as reformas vencer,<br />
o câmbio volta a patamares anteriores.<br />
Se não, fica imprevisível<br />
o que po<strong>de</strong> acontecer” analisa,<br />
reforçando a importância <strong>de</strong><br />
mudanças na Previdência para<br />
evitar que o déficit siga crescendo<br />
acima da inflação. No entanto,<br />
assegura Jensen, essa alta<br />
do dólar não <strong>de</strong>ve trazer inflação<br />
e nem causar mudanças na<br />
taxa <strong>de</strong> juros, ao contrário do<br />
que se po<strong>de</strong>ria pensar. “O impacto<br />
do câmbio nos preços é<br />
pequeno no atual cenário”, afirma.<br />
A tendência é que o segundo<br />
semestre tenha mais protestos<br />
e traga mais incertezas à<br />
economia que, no final das contas,<br />
ainda po<strong>de</strong> gerar 700 mil<br />
empregos até <strong>de</strong>zembro. Outra<br />
boa notícia é que o endividamento<br />
do brasileiro diminuiu,<br />
mas o país segue na espera das<br />
eleições e do fim das incertezas<br />
políticas para que o consumo<br />
volte a patamares anteriores e,<br />
do outro lado, os investimentos<br />
da indústria em produção também<br />
ganhem fôlego.<br />
A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais protestos<br />
e <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> insatisfação<br />
da população brasileira<br />
no segundo semestre está alinhada<br />
não apenas com a conjuntura<br />
interna, mas com o contexto<br />
<strong>de</strong> fora. Há um novo ciclo<br />
político no mundo, do qual Donald<br />
Trump é o principal exemplo,<br />
que reflete um sentimento<br />
da população <strong>de</strong> que “o antigo<br />
sistema quebrou”. A análise é<br />
<strong>de</strong> Cliff Young, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Ipsos Public Affairs nos Estados<br />
Unidos, palestrante convidado<br />
do congresso. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />
existe um crescimento mundial<br />
do sentimento antissistema,<br />
com dois terços das pessoas<br />
com essa visão.<br />
Para Young, no contexto brasileiro,<br />
os eleitores estão em<br />
busca <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r forte, que não<br />
esteja em linha com o mo<strong>de</strong>lo<br />
atual e que retome as ré<strong>de</strong>as<br />
do país. “As eleições brasileiras<br />
vão trazer esse tipo <strong>de</strong> discussão.<br />
Outro tema po<strong>de</strong>roso será<br />
a questão da corrupção. Antes,<br />
eu conversava sobre isso com<br />
amigos brasileiros, o tema não<br />
era consi<strong>de</strong>rado um dos principais<br />
problemas do país pelas<br />
pessoas. Hoje, se tornou uma<br />
das priorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa<br />
discussão antissistema”, avalia.<br />
8 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
PARABÉNS, MÍDIAS!<br />
21<br />
DE JUNHO<br />
DIA DO<br />
MÍDIA<br />
Reconhecemos a importância <strong>de</strong> vocês<br />
por acompanharem todas as transformações<br />
do cenário da comunicação e planejarem<br />
em um mundo cada vez mais complexo.<br />
Estamos juntos com vocês nesse <strong>de</strong>safio!<br />
A segunda edição do Dimension já está<br />
à disposição, trazendo vários insights para<br />
te apoiar nesta sua jornada!<br />
Acessem kantarmedia.com/dimension<br />
e confiram o report completo,<br />
ví<strong>de</strong>os e muito mais.
eyond the line<br />
Quem tem medo<br />
da tecnologia?<br />
Tudo leva a crer que falaremos mais com<br />
Alexas, Siris e Watsons do que com humanos<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Estava eu preparando minha agenda para<br />
acompanhar o conteúdo do Cannes<br />
Lions – ô tarefa difícil! – e analisando <strong>de</strong>tidamente<br />
a programação, me <strong>de</strong>parei com<br />
uma realida<strong>de</strong> inquestionável: quem tem<br />
fobia às inovações tecnológicas está fora do<br />
jogo do marketing e da comunicação atual.<br />
Parece meio óbvio, mas há pouco tempo<br />
a gente se <strong>de</strong>parava com puristas levantando<br />
a voz contra esse tsunami do martech<br />
(marketing + tecnologia), a valorização excessiva<br />
dos dados e a panaceia tecnológica<br />
que vem transformando nosso mercado.<br />
Lembro-me bem do lendário John Hegarty<br />
vociferando “Fuck Mathematics! Fuck<br />
Programmatic!”, frente a tanta discussão<br />
em torno <strong>de</strong>ssa avalanche <strong>de</strong> dados e<br />
<strong>de</strong> tecnologia que tomou conta do Cannes<br />
Lions uns três anos atrás.<br />
Hegarthy e outros criativos fantásticos<br />
<strong>de</strong> outra geração resistiam a essa matemática<br />
ultravalorizada nas campanhas <strong>de</strong><br />
marketing. Cadê a criação?! Esse era o grito<br />
<strong>de</strong> protesto!<br />
Para esses puristas, a eficácia da comunicação<br />
ainda está diretamente ligada a uma<br />
pegada criativa e original pelas marcas. E<br />
acho que você, por mais jovem e tecnológico<br />
que seja, vai concordar que <strong>de</strong> nada<br />
adiantará os mais assertivos algoritmos ou<br />
cruzamentos <strong>de</strong> dados se não soubermos<br />
impactar o público-alvo com mensagens<br />
criativas e persuasivas. O tempo passou e<br />
os protestos contra o excesso <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> tecnologia,<br />
matemática e traquitanas tecnológicas<br />
diminuíram.<br />
A impressão que dá é que houve uma<br />
capitulação perante o inevitável po<strong>de</strong>r das<br />
novas ferramentas. Basta ver a programação<br />
do Cannes Lions <strong>de</strong>ste ano. Do alto dos<br />
seus 65 anos, o Cannes Lions respeita a tradição,<br />
mas recheia seus conteúdos com termos<br />
tecnológicos <strong>de</strong> toda espécie. É AI (Inteligência<br />
Artificial), VR (Realida<strong>de</strong> Virtual),<br />
AR (Realida<strong>de</strong> Aumentada), Blockchain,<br />
Iot, Data-driven creativity, Humans + Machines<br />
= co-creation, hologram...<br />
O que impressiona é o tanto <strong>de</strong> conteúdo<br />
relacionado à Inteligência Artificial do Cannes<br />
Lions <strong>de</strong>ste ano. Tudo leva a crer que<br />
falaremos mais com Alexas, Siris e Watsons<br />
do que com seres humanos num futuro<br />
breve. Outro fato assustador é o acesso<br />
crescente aos dados <strong>de</strong> pessoas e das suas<br />
jornadas. Não à toa a União Europeia gerou<br />
controles mais rigorosos para garantir privacida<strong>de</strong><br />
às pessoas. Foi assim que nasceu<br />
a GDPR.<br />
A General Data Privacy Regulation é<br />
um conjunto <strong>de</strong> regras criadas para regulamentar<br />
a maneira como empresas obtêm,<br />
guardam, gerenciam e processam<br />
dados pessoais <strong>de</strong> cidadãos dos 28 países<br />
da União Europeia. Temos visto também<br />
Mark Zukerberg se <strong>de</strong>sdobrar para tentar<br />
explicar como po<strong>de</strong> evitar o uso ina<strong>de</strong>quado<br />
<strong>de</strong> dados dos usuários do cada vez mais<br />
onipresente Facebook.<br />
Como reflexo disso tudo, você, assim como<br />
eu, <strong>de</strong>ve estar recebendo comunicados<br />
<strong>de</strong> gestores <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> relacionamento<br />
anunciando novos procedimentos<br />
<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>. E, assim como<br />
eu, talvez você não leia o documento<br />
integralmente e dê um Aceite nos novos<br />
termos, sem se preocupar com os cookies<br />
e com o rastro que <strong>de</strong>ixamos ao usar a internet.<br />
Esses são os efeitos colaterais da invasão<br />
tecnológica nas nossas vidas.<br />
Por um lado, teremos nossa vida facilitada<br />
por assistentes virtuais e objetos se comunicando<br />
para minimizar a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> intervenção humana nas tarefas do dia a<br />
dia. Como se comunicar com seres cada vez<br />
mais envolvidos com a tecnologia e com<br />
um mundo virtual?<br />
Como atrair a atenção <strong>de</strong> pessoas ligadas<br />
24 x 7 em telas ao alcance da mão? Esse é<br />
o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio. Essa nova era parece nos<br />
dizer todo o tempo: “Decifra-me ou te <strong>de</strong>voro”.<br />
E o que supostamente foi criado para<br />
facilitar nossa vida, acaba por gerar um<br />
gran<strong>de</strong> estresse, principalmente pela dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> absorver toda essa avalanche<br />
<strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s tecnológicas que nos assola<br />
diariamente.<br />
Mas não temos opção. Precisamos ficar<br />
minimamente update <strong>de</strong>sse emaranhado<br />
tecnológico. Repetindo o que ouvi em Cannes<br />
no ano passado: “Você não vai per<strong>de</strong>r<br />
seu emprego para uma máquina, mas para<br />
outro ser humano que lidará melhor com as<br />
máquinas do que você”.<br />
Mikkkelwilliam/iStock<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
10 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
HOJE TEMOS<br />
UM TARGET<br />
ESPECIAL:<br />
VOCÊ.<br />
E, se tem alguém que enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> público e sabe acompanhar as<br />
transformações como ninguém, esse alguém é você, profissional<br />
<strong>de</strong> mídia, que hoje também precisa ser um pouco <strong>de</strong> tudo: criativo,<br />
antropólogo, estatístico... do tipo que precisa se reinventar a todo<br />
momento. Parabéns, novo mídia! Você é o cara.<br />
21 <strong>de</strong> <strong>junho</strong>. Dia do Profissional <strong>de</strong> Mídia.
marCas<br />
Cafu tenta convencer Pirlo a torcer<br />
pelo Brasil em filme da Uber Eats<br />
Campanha em parceria com o McDonald’s divulga <strong>de</strong>livery em 26 países<br />
durante a Copa; futebol é uma das apostas da plataforma <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />
Danúbia Paraizo<br />
relação da Uber com futebol,<br />
sobretudo no Brasil, é<br />
A<br />
bastante próxima. A plataforma<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana chegou<br />
ao país justamente durante<br />
a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014 e, <strong>de</strong><br />
lá para cá, tem <strong>de</strong>dicado parte<br />
<strong>de</strong> sua estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />
ao esporte. É patrocinadora<br />
<strong>de</strong> 14 clubes brasileiros, entre<br />
eles, Flamengo, Atlético-MG<br />
e Ceará, mas, agora, quer elevar<br />
as conversas sobre futebol<br />
mundialmente por meio <strong>de</strong> nova<br />
parceria com o McDonald’s.<br />
Durante o mundial, a Uber<br />
Eats, operação <strong>de</strong>dicada a entrega<br />
<strong>de</strong> refeições, vai assumir<br />
o <strong>de</strong>livery da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food<br />
em 26 países. O lançamento oficial<br />
da parceria foi feito na semana<br />
passada, com campanha<br />
estrelada pelo jogador italiano<br />
Andrea Pirlo. Assinado pela<br />
agência Pitch Marketing Group,<br />
do Reino Unido, o projeto aborda<br />
com irreverência a situação<br />
do ex-jogador, que pela primeira<br />
vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002 vai assistir a<br />
Copa em casa. No Brasil, mercado<br />
estratégico para Uber Eats<br />
e McDonald’s, Cafu foi escalado<br />
para interagir com Pirlo. A i<strong>de</strong>ia<br />
é tentar convencê-lo a torcer<br />
para o Brasil na Copa. A missão<br />
foi relativamente simples, na<br />
opinião do ex-lateral direito da<br />
seleção pentacampeã. Ambos<br />
jogaram juntos no Milan, <strong>de</strong><br />
2003 a 2008. “Claro que como<br />
atleta ele queria estar <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> campo, mas, como não vai<br />
ser mesmo possível, o negócio<br />
é abraçar a torcida como espectador.<br />
Aproveitar os jogos com<br />
uma bela taça <strong>de</strong> vinho, coisa<br />
que não falta na Itália e, claro,<br />
torcer para a seleção brasileira.<br />
Foi fácil convencê-lo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
todos esses anos que jogamos<br />
juntos”, disse Cafu em entrevista<br />
exclusiva ao PROPMARK.<br />
No filme, Cafu conversa em<br />
italiano com o ex-parceiro <strong>de</strong><br />
clube e, com um pan<strong>de</strong>iro na<br />
mão, argumenta sobre as ra-<br />
Para consolar Andrea Pirlo, que estará fora da Copa este ano, a Uber Eats escalou Cafu no Brasil; ação terá outros sete jogadores<br />
zões que <strong>de</strong>vem levar Pirlo a<br />
usar ver<strong>de</strong> e amarelo na Copa.<br />
Outros sete jogadores foram<br />
escalados para filmes que promoverão<br />
a McEntrega nos 26<br />
países on<strong>de</strong> o serviço estará<br />
disponível. A ação traz o conceito<br />
#Aju<strong>de</strong>oPirlo e celebra<br />
o po<strong>de</strong>r do futebol <strong>de</strong> unir as<br />
pessoas, ainda que sejam concorrentes<br />
no esporte. “Embora<br />
estejamos todos <strong>de</strong>sapontados<br />
pela Itália não ter se qualificado<br />
neste ano, estamos contentes<br />
por po<strong>de</strong>rmos não apenas ajudar<br />
Pirlo a se divertir um pouco<br />
mais nesta Copa do Mundo com<br />
a McEntrega com o Uber Eats,<br />
mas também ajudar a escolher<br />
um time para o qual torcer”,<br />
disse Liz Meyerdirk, chefe <strong>de</strong><br />
parcerias do Uber Eats.<br />
VisiBilidadE<br />
Protagonista <strong>de</strong> campanhas<br />
para Uber Eats, Visa, Mastercard,<br />
Ambev e Nissan, para citar<br />
apenas as mais recentes, Cafu<br />
“Claro que Como<br />
atleta ele queria<br />
estar <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> Campo, mas,<br />
Como não vai ser<br />
mesmo possível, o<br />
negóCio é abraçar<br />
a torCida Como<br />
espeCtador”<br />
Divulgação<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a publicida<strong>de</strong> como<br />
ferramenta para ajudar a torcida<br />
a entrar no clima da Copa.<br />
Nesse sentido, não vê possíveis<br />
excessos na exploração da<br />
imagem dos jogadores ou da<br />
comissão técnica. “As marcas<br />
estão procurando assimilar sua<br />
imagem a questões positivas no<br />
torneio. O Neymar, por exemplo,<br />
é o cara do momento. Ele é<br />
um dos melhores do mundo, é<br />
promessa da seleção brasileira,<br />
é natural que ele apareça, não<br />
vejo como negativo”.<br />
Consi<strong>de</strong>rado o maior lateral<br />
direito do mundo pela Fifa em<br />
2005, o jogador ressalta outro<br />
papel importante da propaganda:<br />
o resgate histórico. “Algumas<br />
propagandas recentes<br />
resgataram ídolos como Pepe<br />
e Rivellino, Dunga e Gilmar. A<br />
Copa é momento excelente para<br />
mostrar gente que fez história.<br />
Fui penta em 2002, está muito<br />
recente, mas essa exposição<br />
ajuda a ficar na memória”.<br />
12 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
A<strong>de</strong>sivação <strong>de</strong> Trem - VLT<br />
Presença que conecta à rotina <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> 90 milhões <strong>de</strong> pessoas semanalmente.<br />
( ) Impacto diário em 1/3 da população da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo 1<br />
( ) Presença diária na vida <strong>de</strong> 55% da população da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro 1<br />
( ) 8 entre 10 dos entrevistados dos modais sobre trilhos,<br />
afirma lembrar das propagandas exibidas nos ativos da Eletromidia 2<br />
Conecte-se à vida <strong>de</strong> quem está sempre em movimento pelas cida<strong>de</strong>s.<br />
Conte com a Eletromidia na sua campanha.<br />
Trem<br />
Metrô<br />
VLT<br />
Shoppings<br />
Ruas e<br />
Avenidas<br />
Estabelecimentos<br />
Comerciais<br />
Aeroporto<br />
A mais completa plataforma <strong>de</strong> mídia urbana do OOH brasileiro.<br />
1<br />
Dados pon<strong>de</strong>rados: Concessionárias Eletromidia / IBGE 2017.<br />
2<br />
Fonte: Datafolha – Pesquisa <strong>de</strong> recall – Nov/2017. Usuários das linhas<br />
1, 2, 3 e 4/Amarela do Metrô e CPTM com <strong>18</strong> anos ou mais – Recall estimulado.<br />
Anuncie com a gente: eletromidia.com.br / contato@eletromidia.com.br
Natura Aquarela tem novas<br />
embalagens, fórmulas e uma<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores. E apresenta<br />
as novida<strong>de</strong>s em campanha nos<br />
canais digitais, assinada pela<br />
Tribal Worldwi<strong>de</strong>, agência pós-<br />
-digital do Grupo ABC Omnicom.<br />
O filme ressalta a criativida<strong>de</strong>,<br />
a inventivida<strong>de</strong> e o chamado borogodó<br />
brasileiro. A i<strong>de</strong>ia é propor<br />
a maquiagem Aquarela como<br />
ferramenta para o consumidor<br />
conhecer a si mesmo e colocar<br />
para fora o que é por meio da cor.<br />
Segundo a marca, é um convite<br />
para que cada pessoa expresse<br />
as cores da sua beleza, com os<br />
batons, as sombras e outros promArcAs<br />
Natura explora cores e diversida<strong>de</strong><br />
em relançamento da linha Aquarela<br />
Campanha assinada pela Tribal Worldwi<strong>de</strong> privilegia canais digitais; filme<br />
ressalta criativida<strong>de</strong> e propõe à consumidora a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> si mesma<br />
Cena da campanha <strong>de</strong> Natura Aquarela, que explora diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores<br />
Divulgação<br />
dutos. “O relançamento <strong>de</strong> Aquarela<br />
reforça o conceito <strong>de</strong> marca<br />
colorida, fashionista, que valoriza<br />
a diversida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> ajudar<br />
a construir um legado criativo <strong>de</strong><br />
brasilida<strong>de</strong> e beleza através da<br />
maquiagem.<br />
A campanha busca expor<br />
esse conceito, em um convite<br />
para que as mulheres revelem<br />
“todas as cores da sua beleza”,<br />
afirma Fernanda Rol, diretora<br />
<strong>de</strong> cosmética da Natura. Além<br />
do filme, ação também contará<br />
com tutoriais <strong>de</strong> profissionais<br />
do segmento, editoriais <strong>de</strong><br />
moda e beleza e encontros com<br />
influenciadores.<br />
EM BREVE, TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE<br />
O SETOR FINANCEIRO NO BRASIL<br />
O MAIOR RANKING DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DO BRASIL<br />
Elaborado pelo Estadão com as parcerias da Austin Rating e<br />
do Broadcast+, através <strong>de</strong> análises qualitativas e quantitativas,<br />
apresenta as empresas <strong>de</strong> melhor <strong>de</strong>sempenho por setor.<br />
Conteúdo Impresso e Digital<br />
Tendências <strong>de</strong> cada setor com análises <strong>de</strong>talhadas<br />
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Evento com premiação para os primeiros colocados por categoria<br />
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14 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
Marketing & negócios<br />
BigPappa/iStock<br />
Marcas fortes<br />
suportam mais<br />
– Parte 2<br />
Arte do branding está<br />
em reger a sinfonia com<br />
sensibilida<strong>de</strong> e sabedoria<br />
Rafael Sampaio<br />
Como <strong>de</strong>staquei semana passada, o primeiro<br />
passo é ter bem claro em mente<br />
o que é e para que serve uma marca. Em<br />
seguida, é o momento <strong>de</strong> traçar um plano<br />
<strong>de</strong> abordagem para seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e gestão, tema <strong>de</strong>sta coluna. Existem variadas<br />
técnicas e instrumentos para isso,<br />
dos mais simples aos mais sofisticados,<br />
dos mais baratos aos mais caros, dos mais<br />
intuitivos aos mais científicos. A arte do<br />
branding, da gestão <strong>de</strong> marca, está, justamente,<br />
em reger essa sinfonia com sensibilida<strong>de</strong><br />
e sabedoria.<br />
São 13 as dimensões fundamentais da<br />
marca. Todas elas ten<strong>de</strong>m a existir, <strong>de</strong> modo<br />
mais explícito ou implícito, em praticamente<br />
todas as marcas (com uma ou outra<br />
exceção, em casos muito específicos). A<br />
primeira dimensão é a essência da marca,<br />
que é aquilo que a empresa faz, o que o produto<br />
proporciona ou o serviço que é prestado<br />
aos consumidores. A segunda é o nome<br />
da marca e a terceira, a embalagem, que<br />
leva o produto ao mercado (e, até mesmo,<br />
alguns serviços).<br />
Depois, vem a quarta dimensão, o <strong>de</strong>sign,<br />
que é a expressão gráfico-visual <strong>de</strong><br />
tudo o que a marca é, do lettering e cores<br />
empregadas a outras expressões do gênero.<br />
A quinta dimensão é o conjunto da propaganda<br />
e das promoções, feitas através das<br />
diversas mídias, inclusive as digitais, e a<br />
sexta é o merchandising <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> venda,<br />
que são as mensagens e ações realizadas<br />
no momento da verda<strong>de</strong> no qual o consumidor<br />
<strong>de</strong>para-se com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
compra (ou uso) da marca; PDV que po<strong>de</strong><br />
ser tanto físico como virtual.<br />
O posicionamento da marca no mercado<br />
em que atua é a sétima dimensão, que<br />
é muito relacionada com a oitava, o preço e<br />
a distribuição do produto ou serviço. A nona<br />
dimensão é o licenciamento, a franquia<br />
<strong>de</strong> mercado que muitas marcas alugam/<br />
compram <strong>de</strong> outras (ou trocam), <strong>de</strong> modo<br />
que possam se fortalecer ou acelerar seu<br />
processo <strong>de</strong> branding. Como décima, há o<br />
que se po<strong>de</strong> chamar <strong>de</strong> conexões com consumidores,<br />
que são as diversas formas <strong>de</strong><br />
relacionamento da marca com seus compradores<br />
e/ou a população em geral. A 11ª<br />
dimensão tem crescido <strong>de</strong> importância nos<br />
últimos anos: é a responsabilida<strong>de</strong> social<br />
da marca<br />
A 12ª dimensão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como<br />
as macrotendências do mercado, que são<br />
as gran<strong>de</strong>s ondas que as marcas po<strong>de</strong>m<br />
aproveitar (ou com as quais têm <strong>de</strong> lutar).<br />
Finalmente, vem a 13ª, a reputação da marca.<br />
Paradoxalmente, po<strong>de</strong> ser a dimensão<br />
mais forte e menos controlável pela empresa<br />
proprietária da marca. Criar, fortalecer<br />
ou modificar a reputação é uma tarefa que<br />
se po<strong>de</strong> conseguir apenas através da gestão<br />
otimizada das outras 12 dimensões, inclusive<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ajustar às macrotendências<br />
do mercado.<br />
Há também sete suportes essenciais<br />
das marcas que po<strong>de</strong>m até ser confundidos,<br />
em alguns sentidos e momentos,<br />
com suas dimensões. Mas uma análise<br />
mais cuidadosa revela que, na verda<strong>de</strong>,<br />
eles têm como função sustentar uma ou<br />
mais <strong>de</strong>ssas dimensões.<br />
Eles são a pesquisa <strong>de</strong> mercado, as conexões<br />
com fornecedores e com os transformadores,<br />
o suporte legal, as certificações,<br />
todo o espectro dos suportes digitais e,<br />
por último, mas não menos relevante, o<br />
network (re<strong>de</strong>) <strong>de</strong> interesses relacionados<br />
com a marca.<br />
Quando se intercalam as 13 dimensões<br />
com os sete suportes das marcas fica mais<br />
evi<strong>de</strong>nte ainda as conexões entre esses aspectos<br />
e não resta dúvida da complexida<strong>de</strong><br />
que é pensar, planejar, gerenciar e executar<br />
a tarefa <strong>de</strong> branding no mercado da atualida<strong>de</strong>.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma imensa teia relacional<br />
<strong>de</strong> fatos, ações ativas e reativas, expressões<br />
e fenômenos que precisam ser entendidos<br />
e controlados – <strong>de</strong> um modo ou outro<br />
– pelas pessoas encarregadas <strong>de</strong> construir e<br />
manter as marcas.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
16 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
arena Do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Edwin Martinez/Flickr/Divulgação<br />
cestinha<br />
Detentora dos direitos<br />
exclusivos <strong>de</strong> transmissão<br />
das finais da NBA no Brasil,<br />
a ESPN alcançou recor<strong>de</strong><br />
histórico <strong>de</strong> audiência<br />
na temporada 2017/20<strong>18</strong>.<br />
Mesmo com menos jogos<br />
- o Gol<strong>de</strong>n State Warriors<br />
superou o Cleveland Cavaliers<br />
por 4 a 0 - o canal <strong>de</strong> TV<br />
paga teve média 23% superior<br />
às partidas das finais do<br />
ano passado, segundo o Kantar Ibope Media Brasil. A emissora segue com as transmissões<br />
no segundo semestre, com a exibição <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 170 jogos. A liga norte-americana <strong>de</strong><br />
basquete retorna no mês <strong>de</strong> outubro, com disputas até <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 2019.<br />
cultura boleira<br />
Fica aberta até o dia 14 <strong>de</strong> julho, no Largo da Batata, em São Paulo, a Nike Football Studio,<br />
espaço gratuito e aberto ao público, para promover experiências e a cultura do futebol.<br />
Sempre aos sábados, os consumidores po<strong>de</strong>rão criar a própria camisa, além <strong>de</strong> customizar<br />
os uniformes das seleções parceiras da Nike na Copa, bem como as chuteiras Just do It<br />
usadas por atletas como Neymar e Cristiano Ronaldo, entre outros craques. O espaço também<br />
oferece uma área <strong>de</strong> entretenimento com programação cultural, incluindo estações<br />
<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogame, espaço para workshops <strong>de</strong> customizações artísticas, resenha sobre gran<strong>de</strong>s<br />
temas do futebol, música, foodtruck e minicampo <strong>de</strong> grama sintética.<br />
MeMória<br />
A Copa do Mundo não movimenta apenas os negócios <strong>de</strong> gigantes como Nike e Adidas.<br />
Os microempreen<strong>de</strong>dores, colecionadores e o mercado <strong>de</strong> itens raros também estão<br />
aquecidos graças ao mundial. No próximo dia 23 <strong>de</strong> <strong>junho</strong> será realizada no Museu do<br />
Futebol, em São Paulo, a Feira Foot, que vai reunir marcas nacionais <strong>de</strong> produtos ligados<br />
à memória do esporte, tais como camisetas históricas, pôsteres, jogos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> botão,<br />
ingressos raros e chuteiras, entre outros. A Foot surge, portanto, com o papel <strong>de</strong> fortalecer<br />
e articular esse mercado <strong>de</strong> memorabilia brasileira do futebol.<br />
DiversiDaDe<br />
As diferenças <strong>de</strong> gênero no esporte voltaram<br />
ao centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate com a divulgação<br />
dos atletas mais bem pagos do mundo,<br />
segundo a Forbes. O levantamento anual<br />
com os cem recordistas não inclui sequer<br />
uma mulher. Li<strong>de</strong>rada pelo boxeador Floyd<br />
Mayweather, que arrecadou US$ 285 milhões<br />
em 2017, além dos jogadores Lionel<br />
Messi e Cristiano Ronaldo, respectivamente,<br />
o levantamento não incluiu nem mesmo<br />
a tenista Serena Williams (foto), que na<br />
edição anterior apareceu na 51ª posição.<br />
A esportista acaba <strong>de</strong> voltar <strong>de</strong> licença maternida<strong>de</strong><br />
após dar à luz a filha Olympia.<br />
Sua colega <strong>de</strong> quadras, Maria Sharapova,<br />
que esteve na posição 88 em 2016, também<br />
não apareceu. A atleta foi afastada por dois<br />
anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter falhado em um teste<br />
antidoping no Australian Open em 2016.<br />
exposição De Marca<br />
O quesito patrocínio foi um dos principais<br />
fatores para a receita dos atletas no<br />
ranking. A Forbes estima que os top 100<br />
faturaram US$ 877 milhões por contratos<br />
com marcas, aparições e merchandising.<br />
A Nike <strong>de</strong>tém o maior número <strong>de</strong> atletas<br />
patrocinados - são 54 da lista dos 100. Em<br />
2016, eram 48. A coleção Jordan Brand,<br />
para o basquete, é uma das <strong>de</strong> maior receita.<br />
A Adidas patrocina 21 atletas, enquanto<br />
a PepsiCo (EUA), com Gatora<strong>de</strong> e Mountain<br />
Dew brands, apoia 20 esportistas.<br />
endorfina criativa<br />
Ter a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
remar na USP é um<br />
privilégio que poucos<br />
lugares proporcionam. Faço isso há<br />
mais <strong>de</strong> 20 anos. O remo faz muito<br />
bem no dia a dia da agência. Fez eu<br />
enten<strong>de</strong>r a importância das pessoas<br />
como parte <strong>de</strong> um projeto maior. Se<br />
todos os remadores não estiverem<br />
em sintonia, física e mental, o barco<br />
não anda”.<br />
Carlos Barbieri, diretor do grupo <strong>de</strong><br />
atendimento da Talent Marcel<br />
<strong>18</strong> <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
Você sabia que o papel é feito <strong>de</strong> árvores plantadas exclusivamente para<br />
essa finalida<strong>de</strong>? Todos os dias no Brasil são plantados o equivalente a<br />
cerca <strong>de</strong> 500 campos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> novas florestas para a produção <strong>de</strong><br />
papel e outros produtos.<br />
O Brasil tem 7,8 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> florestas plantadas. As<br />
indústrias que usam essas árvores conservam outros 5,6 milhões <strong>de</strong><br />
hectares <strong>de</strong> matas nativas.<br />
Você gostará ainda mais <strong>de</strong> revistas e jornais impressos sabendo que o<br />
papel que vem <strong>de</strong> árvores plantadas, é reciclável e bio<strong>de</strong>gradável.<br />
Descarte corretamente. Seja um consumidor responsável.<br />
Fonte: Relatório Ibá 2017, Indústria Brasileira <strong>de</strong> Árvores<br />
Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 por membros das indústrias<br />
<strong>de</strong> celulose, papel e comunicação impressa. Two Si<strong>de</strong>s promove a produção e o uso responsável da<br />
impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização<br />
<strong>de</strong>sse recurso. O papel, por ser proveniente <strong>de</strong> florestas certificadas e gerenciadas <strong>de</strong> forma sustentável,<br />
é um meio <strong>de</strong> comunicação excepcionalmente po<strong>de</strong>roso, <strong>de</strong> fonte renovável, reciclável e bio<strong>de</strong>gradável.
mídia<br />
“Estamos sempre<br />
nos antecipando<br />
às mudanças”<br />
A<br />
TV por assinatura é a ponta <strong>de</strong> lança da<br />
evolução. A frase é <strong>de</strong> Fred Müller, diretor-<br />
-executivo comercial da Globosat, que fala<br />
que o meio é digital por essência, e está se<br />
adaptando ao cenário <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> forma<br />
muito rápida. Ele <strong>de</strong>screve a jornada <strong>de</strong> inovação<br />
da Globosat, e comenta o recém-fechado acordo<br />
<strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> com a Mirriad para uso <strong>de</strong> sua<br />
tecnologia, que permite, por exemplo, a inserção<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em programas já gravados, com<br />
total a<strong>de</strong>rência ao conteúdo. “Estaremos prontos<br />
para entregar o melhor conteúdo em qualquer<br />
plataforma”, garante o executivo. Veja a seguir<br />
os principais trechos <strong>de</strong>sta entrevista.<br />
Fred Müller: “Globosat sempre apostou em formatos diferenciados e já conta com um time <strong>de</strong>dicado a<br />
Claudia Penteado<br />
Futuro digital<br />
A TV por assinatura é a ponta<br />
<strong>de</strong> lança da evolução. O meio<br />
é digital por essência e está se<br />
adaptando ao cenário <strong>de</strong> transformação<br />
<strong>de</strong> forma muito rápida.<br />
Seja do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />
infraestrutura e tecnologia, estamos<br />
sempre nos antecipando<br />
às novas <strong>de</strong>mandas e mudanças<br />
<strong>de</strong> comportamento do consumidor.<br />
Novos tEmpos<br />
Os últimos anos têm sido <strong>de</strong><br />
muita reinvenção e mudanças<br />
<strong>de</strong> estratégia para o mercado<br />
em geral. Na medida em que<br />
o cenário exige investimentos<br />
mais criteriosos é preciso buscar<br />
alternativas para as marcas.<br />
E, nesse processo criativo, caminhamos<br />
para aprimoramento<br />
<strong>de</strong> soluções. O importante<br />
para as marcas é não <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
se comunicar com os consumidores,<br />
mesmo que revendo os<br />
seus budgets.<br />
Copa 360 graus<br />
O projeto Copa do Mundo<br />
Fifa Rússia é sempre um<br />
momento muito especial em<br />
nossa parceria com os patrocinadores.<br />
Nesta edição, foram<br />
comercializadas as seis cotas<br />
<strong>de</strong> patrocínio do SporTV para<br />
os anunciantes Ambev, Caixa,<br />
Claro, McDonald’s, Samsung<br />
e Renault. O plano <strong>de</strong> patrocínio<br />
contemplou transmissões<br />
das Eliminatórias da Copa do<br />
Mundo, amistosos <strong>de</strong> seleções,<br />
Copa do Mundo Fifa Sub-20 e<br />
Copa das Confe<strong>de</strong>rações Fifa<br />
2017, além dos jogos da Copa da<br />
Rússia. Ou seja, estamos construindo<br />
uma comunicação 360°<br />
com os parceiros ao longo <strong>de</strong> 17<br />
meses, com entrega nos mais<br />
variados formatos como pílulas<br />
especiais, chamadas e mídia <strong>de</strong><br />
apoio, presença no aplicativo<br />
<strong>de</strong>dicado ao tema, editoria exclusiva<br />
no site e conteúdo <strong>de</strong><br />
aquecimento do evento. Durante<br />
todo o período do projeto, os<br />
parceiros estarão presentes em<br />
todas as etapas da jornada da<br />
seleção brasileira e <strong>de</strong>mais classificados<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
tECNologia<br />
Esta será a Copa da tecnologia,<br />
com alto impacto na experiência<br />
do torcedor. A transmissão<br />
em 4K estará disponível<br />
no SporTV, seja em canais <strong>de</strong>dicados<br />
nas operadoras como<br />
nas TVs da Samsung, a partir<br />
<strong>de</strong> aplicativo. Investimos ainda<br />
fortemente em infraestrutura<br />
para levar toda a emoção dos<br />
jogos. Em fevereiro <strong>de</strong>ste ano,<br />
“Os últimOs anOs<br />
têm sidO <strong>de</strong> muita<br />
reinvençãO e<br />
mudanças <strong>de</strong><br />
estratégia para O<br />
mercadO em geral”<br />
CoCriação<br />
O conceito colaborativo e <strong>de</strong><br />
cocriação já faz parte do nosso<br />
mantra. As soluções são pensadas<br />
juntas e, não à toa, contamos<br />
com o Globosat Lab para<br />
cocriarmos com nossos canais,<br />
equipes comerciais, agências e<br />
anunciantes. O Globosat Lab,<br />
li<strong>de</strong>rado por Marcio Leite, está<br />
a pleno vapor e a partir <strong>de</strong> técnicas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign thinking e estuinauguramos<br />
um novo estúdio<br />
na se<strong>de</strong> da Globosat, no Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, com tecnologia <strong>de</strong><br />
ponta que traz o conceito <strong>de</strong> redação<br />
integrada ao espaço.<br />
BraNdEd CoNtENt<br />
A Globosat sempre apostou<br />
em formatos diferenciados e já<br />
conta com um time <strong>de</strong>dicado<br />
ao que chamamos <strong>de</strong> projetos<br />
especiais há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos,<br />
quando ainda pouco se falava<br />
sobre bran<strong>de</strong>d content. É uma<br />
das áreas mais inovadoras e<br />
disruptivas na construção <strong>de</strong><br />
projetos para as marcas. O núcleo<br />
tem um mindset que é<br />
multitela, multiformato e multidisciplinar.<br />
A beleza <strong>de</strong> tudo<br />
é que não há forma única que<br />
apresente melhor resultado. A<br />
partir da nossa vocação <strong>de</strong> contar<br />
boas histórias para os mais<br />
diferentes públicos, encontramos<br />
inúmeras possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> formatos e linguagens como<br />
cross entre canais, conteúdo<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, webséries,<br />
breaks diferenciados, lives no<br />
YouTube e coberturas na internet.<br />
Enfim, <strong>de</strong>finitivamente,<br />
nos tornamos multitela. Neste<br />
sentido, contar com a VIU Hub,<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo digital<br />
da Globosat, como parceiro é<br />
extremamente estratégico. O<br />
trabalho em sinergia com a VIU<br />
potencializa a inserção das marcas<br />
no ambiente digital a partir<br />
do trabalho <strong>de</strong>senvolvido pelos<br />
influenciadores. Assim surgem<br />
coberturas 360º, como o Prêmio<br />
Multishow e o Rock in Rio, e<br />
canais no YouTube, a exemplo<br />
do sucesso da Thaynara OG.<br />
20 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
o que chamamos <strong>de</strong> projetos especiais”<br />
Divulgação<br />
dos da área <strong>de</strong> pesquisa e muita<br />
troca <strong>de</strong> experiência entre os<br />
times dos projetos surgem soluções<br />
criativas e alinhadas à<br />
necessida<strong>de</strong> das marcas.<br />
multitElas<br />
Os nossos canais já estão<br />
disponíveis no Globosat Play e<br />
nos serviços <strong>de</strong> VOD das operadoras.<br />
O nosso público po<strong>de</strong><br />
assistir ao conteúdo das nossas<br />
marcas pelo celular, tablets,<br />
<strong>de</strong>sktop e TVs conectadas, além<br />
<strong>de</strong> opções premium como o<br />
Premiere Play, Combate Play,<br />
Telecine Play, Sexy Hot Play<br />
e Philos. No Globosat Play, é<br />
possível assistir aos programas<br />
que estão passando na TV ao<br />
vivo (simulcast), ou então sob<br />
<strong>de</strong>manda logo após a exibição<br />
(catch-up). Recentemente<br />
ampliamos essa oferta com o<br />
lançamento do Combate Play<br />
<strong>de</strong>sintermediado, que po<strong>de</strong> ser<br />
contratado pelos fãs <strong>de</strong> luta diretamente<br />
pela internet. E essa<br />
oferta e distribuição será cada<br />
vez maior e diferenciada.<br />
“<strong>de</strong>finitivamente,<br />
nOs tOrnamOs<br />
multitela”<br />
mirriad<br />
“A Globosat assinou um<br />
acordo <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> para<br />
utilização da tecnologia inovadora<br />
da Mirriad na TV por assinatura<br />
do Brasil. Essa parceria<br />
tem um valor estratégico muito<br />
gran<strong>de</strong> para a Globosat. Em<br />
primeiro lugar, reforça nossa<br />
posição <strong>de</strong> inovação e li<strong>de</strong>rança<br />
tecnológica. Além disso, oferece<br />
uma opção <strong>de</strong> presença das<br />
marcas no conteúdo altamente<br />
vantajosa para os anunciantes.<br />
A tecnologia <strong>de</strong>senvolvida pela<br />
Mirriad possibilita a inserção<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em programas<br />
já gravados através da solução<br />
Mirriad In-Vi<strong>de</strong>o Advertising,<br />
com total a<strong>de</strong>rência ao conteúdo.<br />
Além disso, a tecnologia<br />
traz escala para as marcas, uma<br />
vez que a plataforma entrega a<br />
publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com o<br />
perfil da campanha, totalmente<br />
contextualizada no conteúdo<br />
da Globosat. As primeiras experiências<br />
da tecnologia Mirriad<br />
In-Vi<strong>de</strong>o Advertising no<br />
Brasil estão sendo realizadas<br />
por anunciantes em marcas da<br />
Globosat como GNT, Multishow<br />
e Canal OFF, em uma ampla varieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conteúdo. Entre os<br />
programas que já receberam<br />
soluções no formato estão Superbonita,<br />
Vai Pra On<strong>de</strong> e Mundo<br />
Medina. A receptivida<strong>de</strong> do<br />
mercado à publicida<strong>de</strong> Mirriad<br />
In-Vi<strong>de</strong>o tem sido muito positiva,<br />
e alguns anunciantes, como<br />
Ford, já estão programando<br />
ações recorrentes utilizando a<br />
tecnologia.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 21
KELLY DORES<br />
Emissora que tem uma relação<br />
histórica com a música<br />
- quem não conhece o famoso<br />
programa <strong>de</strong> Silvio Santos<br />
Qual é a música? -, o SBT lançou<br />
o serviço <strong>de</strong> streaming SBT<br />
Hits. A plataforma vai oferecer<br />
playlists <strong>de</strong> artistas e programas<br />
do canal, uma estratégia<br />
para atrair os fãs dos ídolos<br />
e das atrações. A assinatura<br />
custa R$ 8,90 por mês, mas o<br />
usuário po<strong>de</strong>rá experimentar<br />
a plataforma gratuitamente<br />
por sete dias. O serviço também<br />
traz playlists <strong>de</strong> diversos<br />
temas com curadoria <strong>de</strong> especialistas<br />
e sem publicida<strong>de</strong>.<br />
O projeto está sendo lançado<br />
em parceria com Superplayer<br />
e Wavy, empresas do Grupo<br />
Movile.<br />
“É uma i<strong>de</strong>ia que já faz<br />
bastante tempo que estamos<br />
tentando viabilizar. Nossa audiência<br />
está muito ligada à música.<br />
Muita gente queria saber<br />
a playlist dos artistas. Por isso<br />
pensamos em trabalhar uma<br />
solução com o gosto musical<br />
dos nossos artistas e para os fãs.<br />
São centenas <strong>de</strong> playlists”, conta<br />
Fernando Pensado, da área<br />
<strong>de</strong> Inovação e Negócios do SBT.<br />
Uma campanha com a participação<br />
<strong>de</strong> artistas da emissora<br />
vai divulgar a novida<strong>de</strong>, sob o<br />
conceito Música pra todo mundo,<br />
a toda hora. A criação é da<br />
WMcCann, com a produtora<br />
511 e a equipe interna do SBT.<br />
Além <strong>de</strong> filme para TV, a ação<br />
também conta com peças para<br />
o digital. “A campanha traz<br />
os artistas ouvindo música. O<br />
Celso Portiolli, por exemplo,<br />
gosta muito <strong>de</strong> sertanejo. Já a<br />
Larissa Manoela curte pop. A<br />
ação mostra um pouco o lado<br />
musical <strong>de</strong> cada um. Também<br />
participam neste primeiro momento<br />
da campanha Patricia<br />
Abravel, João Guilherme e Maísa<br />
Silva”, <strong>de</strong>staca Pensado.<br />
A aposta do SBT no serviço<br />
<strong>de</strong> streaming é gran<strong>de</strong>. O exemídia<br />
SBT lança serviço <strong>de</strong> streaming<br />
com playlist <strong>de</strong> artistas da casa<br />
Plataforma também vai trazer músicas <strong>de</strong> atrações da emissora,<br />
como o Programa da Eliana e o The Noite; campanha divulga a novida<strong>de</strong><br />
Anúncios com Maísa Silva e Patricia Abravanel mostram as artistas curtindo suas músicas preferidas<br />
cutivo afirma que a expectativa<br />
é ter, pelo menos nos próximos<br />
12 meses, 100 mil assinantes.<br />
Vale lembrar que o SBT é<br />
a emissora <strong>de</strong> TV aberta com<br />
maior audiência no YouTube<br />
no mundo: são mais <strong>de</strong> 800 milhões<br />
<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oviews por mês.<br />
“Por ser um serviço digital,<br />
acreditamos que ele tenha total<br />
a<strong>de</strong>rência”, ressalta Pensado.<br />
“Nossa audiêNcia<br />
está muito ligada<br />
à música. muita<br />
geNte queria<br />
saber a playlist<br />
dos artistas”<br />
Fotos: Divulgação<br />
As primeiras atrações a terem<br />
a sua playlist no SBT<br />
Hits são o Programa da Eliana<br />
e o The Noite, <strong>de</strong> Danilo Gentili.<br />
“A tendência é que entrem<br />
diversos programas”, antecipa<br />
Pensado. O serviço po<strong>de</strong> ser<br />
acessado <strong>de</strong> qualquer dispositivo,<br />
no www.sbthits.com.<br />
br, no Google Play ou na App<br />
Store.<br />
22 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
MíDia<br />
Doria Editora traz Robb Report para<br />
o Brasil e quer ir além da revista<br />
Estratégia é explorar<br />
título também<br />
com eventos e<br />
comunicação digital<br />
partir <strong>de</strong> uma parceria com a Penske<br />
A Media Corporation (PMC), a Doria Editora<br />
trouxe ao Brasil a revista Robb Report,<br />
uma das mais influentes publicações internacionais<br />
<strong>de</strong> luxo. O negócio foi fechado<br />
pela vice-presi<strong>de</strong>nte executiva do grupo<br />
Doria, Celia Pompeia, e pela diretora-geral<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, Bia Cruz. A responsável pela<br />
área editorial é Gisele Vitória, ex-editora<br />
das revistas IstoÉ Gente e Platinum.<br />
A edição brasileira do título internacional<br />
é bimestral e traz um novo conceito<br />
mundial da marca, criado a partir da aquisição<br />
feita pelo grupo Penske, dono <strong>de</strong> títulos<br />
como Rolling Stones e Variety. Isso significa,<br />
<strong>de</strong> acordo com Celia Pompeia, que<br />
não se trata apenas <strong>de</strong> um título, mas uma<br />
plataforma que contempla a revista, eventos<br />
premium e comunicação digital. Além<br />
disso, será realizado anualmente o Car of<br />
the year, evento exclusivo com diversas experiências<br />
para o público da revista.<br />
A distribuição vai se concentrar no mailing<br />
do grupo Li<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> salas VIPs <strong>de</strong><br />
aeroportos e outros eventos especiais. Para<br />
venda, ela estará disponível nas principais<br />
bancas das gran<strong>de</strong>s capitais brasileiras. Segundo<br />
Bia Cruz, a estratégia comercial está<br />
focada em anúncios nos meios impresso e<br />
digital, além do patrocínio <strong>de</strong> eventos. “A<br />
diversificação será nos projetos diferenciados<br />
em cada edição, com a customização<br />
<strong>de</strong>ntro das três vertentes”, afirma a diretora<br />
geral <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
A capa <strong>de</strong> estreia, assinada pela <strong>de</strong>signer<br />
Julia Back e com direção <strong>de</strong> arte <strong>de</strong> Christine<br />
Engelberg, remete à brasilida<strong>de</strong>, tema<br />
<strong>de</strong>sta primeira edição. “Todas as capas serão<br />
<strong>de</strong>senhos feitos por artistas, uma maneira<br />
mais leve <strong>de</strong> tratar o luxo, sem ser exibicionista<br />
e ostensivo. Ao mesmo tempo, a<br />
arte empresta ainda mais exclusivida<strong>de</strong> à<br />
revista. É uma publicação para colecionar”,<br />
afirma a editora-chefe, Gisele Vitória.<br />
Para promover o lançamento, a Robb Report<br />
teve um sequencial (cinco anúncios <strong>de</strong><br />
páginas duplas), trazendo o novo posicionamento<br />
da marca para o Brasil. A veiculação<br />
ocorreu nas revistas The Best of Brasil<br />
e LIDE, e a agência responsável pelas peças<br />
foi a Gallery. A segunda fase da campanha<br />
está prevista para o segundo semestre e<br />
prevê anúncios em publicações para o target<br />
“triple A”.<br />
Bia Cruz: diversificação <strong>de</strong> formatos ocorrerá nos projetos diferenciados em cada edição<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 23
entreviSta<br />
Suzana apelbaum<br />
Head of creative do Google<br />
criativida<strong>de</strong> é<br />
fundamental<br />
para que a<br />
tecnologia<br />
faça Sentido<br />
AA relação <strong>de</strong> Suzana Apelbaum com a<br />
internet data praticamente a chegada da<br />
conectivida<strong>de</strong> em re<strong>de</strong> no Brasil. Uma das<br />
i<strong>de</strong>alizadoras <strong>de</strong> agências com foco no<br />
digital que ajudaram a construir o mercado, como a<br />
MediaLab (1997) e a Click (2000), a criativa <strong>de</strong>u uma<br />
guinada na carreira há quatro anos, quando <strong>de</strong>ixou<br />
a rotina <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> para encarar o<br />
que consi<strong>de</strong>ra ser o futuro, como head of creative<br />
do Google, em Nova York. Na entrevista a seguir, a<br />
criativa fala sobre as transformações do mercado,<br />
oportunida<strong>de</strong>s no setor <strong>de</strong> tecnologia e diversida<strong>de</strong>.<br />
Danúbia Paraizo<br />
Por que a criação tem sido ponto<br />
cada vez mais chave para as empresas<br />
<strong>de</strong> tecnologia como o Google?<br />
O Google levou muito tempo<br />
para trazer criativos seniores para<br />
a empresa. Nós ainda somos minoria,<br />
pouquíssimos, mas é uma<br />
área extremamente estratégica e<br />
que está crescendo. Do ponto <strong>de</strong><br />
vista <strong>de</strong> experiências, os engenheiros<br />
<strong>de</strong> dados têm um mindset<br />
que não tem a perspectiva<br />
do porquê, se aquele projeto vai<br />
conectar com o consumidor. O<br />
criativo ajuda a dar sentido para<br />
o que os engenheiros estão criando.<br />
E o criativo também informa<br />
o que precisa para que os engenheiros<br />
possam criar. O mindset<br />
do cara <strong>de</strong> tecnologia é experimentação<br />
e testes. Mas eles não<br />
conectam com o uso criativo da<br />
tecnologia. A criativida<strong>de</strong> é fundamental<br />
para que a tecnologia<br />
faça sentido, para transformá-la<br />
em uma coisa realmente útil.<br />
Ter criativos nas áreas <strong>de</strong> tecnologia<br />
também é vantajoso para trabalhar<br />
com as marcas?<br />
Nesses casos, o criativo é mais<br />
fundamental ainda porque eles<br />
sabem como transformar um insight<br />
humano em uma i<strong>de</strong>ia que<br />
usa tecnologia. Ajudamos a humanizar<br />
a tecnologia. A i<strong>de</strong>ia é a<br />
raiz <strong>de</strong> tudo. É o criativo que tem<br />
essa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conectar um<br />
insight abstrato e dar uma leitura<br />
criativa usando a linguagem da<br />
marca. Esse é meu papel lá. Ajudo<br />
as marcas a usarem, a fazerem<br />
usos mais criativos e estratégicos<br />
das tecnologias, plataformas e<br />
dados do Google para contar as<br />
histórias <strong>de</strong>las.<br />
O mercado <strong>de</strong> propaganda passa por<br />
transformações, o que tem levado<br />
criativos a consi<strong>de</strong>rarem o trabalho<br />
em empresas <strong>de</strong> tecnologia. Como<br />
avalia esse movimento?<br />
Acho que os criativos estão um<br />
pouco cansados. Há um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
criar propaganda e experiências<br />
mais úteis, relevantes, que façam<br />
parte da vida do consumidor <strong>de</strong><br />
forma mais interessante. Existe<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança, e isso é difícil<br />
no mercado brasileiro, que<br />
ainda é muito ligado em televisão,<br />
por mais que o digital tenha<br />
crescido. As empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />
estão <strong>de</strong>senhando o futuro<br />
das experiências do consumidor<br />
e você se sente como parte disso.<br />
Paralelamente a esse cenário, o<br />
trabalho em agência é muito intenso.<br />
Você trabalha <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> semana,<br />
todo dia até tar<strong>de</strong>. As pessoas<br />
querem mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida. As empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />
são mais organizadas, oferecem<br />
mais equilíbrio. Depois <strong>de</strong> certa<br />
ida<strong>de</strong> isso passa a ser ainda mais<br />
importante.<br />
Mas as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> também<br />
estão nesse caminho <strong>de</strong> ter um<br />
novo olhar nas experiências <strong>de</strong> marca,<br />
certo?<br />
Eu enxergo que as agências estão<br />
tentando criar laboratórios <strong>de</strong><br />
inovação, oferecer outros tipos<br />
<strong>de</strong> experiências, mas talvez algumas<br />
marcas não estejam prontas.<br />
É todo um sistema conectado. E<br />
acaba que as iniciativas <strong>de</strong> inovação<br />
são feitas como que para<br />
ganhar Cannes. Não é para criar<br />
impacto <strong>de</strong> forma sustentável.<br />
Não estão <strong>de</strong>ixando a inovação<br />
permear a cultura da agência.<br />
Inovação é aquela anomalia,<br />
aquele pedaço que você não sabe<br />
muito bem como remunera, nem<br />
como investe. Mas existe esforço.<br />
Acho que há clientes mais abertos<br />
a investirem porque com inovação<br />
vem risco, então você tem <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>r bancar. Há poucas marcas<br />
com coragem e grana.<br />
Qual é seu papel hoje no Google?<br />
Existem 150 clientes prioritários<br />
do Google nos Estados Unidos.<br />
O que caracteriza ser um<br />
cliente prioritário? É um acordo<br />
<strong>de</strong> negócios que <strong>de</strong>termina<br />
o valor <strong>de</strong> investimento, seja<br />
no YouTube, pesquisa, dados,<br />
workshops etc. A gente fornece<br />
informação e insights. Meu time<br />
é chamado <strong>de</strong> strategic value ad.<br />
Quando você gasta <strong>de</strong>terminado<br />
valor com as nossas plataformas<br />
você tem acesso a esse grupo <strong>de</strong><br />
criação com estrategistas, cria-<br />
tivos orientados por tecnologia,<br />
<strong>de</strong>signers e produtores. Você tem<br />
acesso a esses cérebros que enten<strong>de</strong>m<br />
tudo dos produtos Google<br />
e muito <strong>de</strong> marca, que po<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>scobrir insights inusitados para<br />
agências e clientes. Pensamos em<br />
campanhas mais impactantes<br />
usando tecnologias do Google.<br />
Enfim, tudo que é novida<strong>de</strong>, as<br />
marcas querem usar, mas não<br />
sabem como ou por quê. A gente<br />
ajuda. Essa tecnologia do Google<br />
po<strong>de</strong> ser perfeita para executar a<br />
i<strong>de</strong>ia e aqui está um cara <strong>de</strong> tecnologia<br />
que vai te dizer exatamente<br />
como produzir isso.<br />
As agências dos anunciantes também<br />
entram nessa conversa?<br />
Sim, a gente trabalha totalmente<br />
em parceria. Se o briefing<br />
vier da agência, a gente funciona<br />
como uma consultoria. Ajudamos<br />
a levar a i<strong>de</strong>ia para um outro<br />
caminho, mostramos como uma<br />
tecnologia do Google funciona,<br />
ou seja, ajudamos a inovar no digital.<br />
Às vezes, o cliente vem direto<br />
com a gente. Nesse caso, po<strong>de</strong><br />
ser que eles envolvam a agência,<br />
mas não é regra. De qualquer<br />
maneira, a gente sempre avisa as<br />
agências que se relacionam com<br />
aquele cliente que ele está nos<br />
procurando, assim, as mantemos<br />
como parceiras. Não produzimos<br />
internamente, mas temos produtoras<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o que executam os<br />
projetos para a gente.<br />
As agências não se sentem como<br />
concorrentes com o que vocês fazem<br />
na criação?<br />
O mercado brasileiro e o americano<br />
são um pouco diferentes,<br />
“AjudAmos A<br />
humAnizAr A<br />
tecnologiA.<br />
É o criAtivo<br />
que tem essA<br />
hAbilidA<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conectAr<br />
um insight”<br />
24 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
mas teve sim um momento em<br />
que as agências ficaram preocupadas<br />
<strong>de</strong> o Google ultrapassá-las<br />
ou entrar em contato direto com<br />
o cliente, mas a gente não tem o<br />
menor interesse nisso. A gente<br />
sabe que são as agências que vão<br />
influenciar na compra <strong>de</strong> mídia<br />
<strong>de</strong> qualquer maneira. O Google<br />
não vai ser uma agência <strong>de</strong> propaganda,<br />
nós queremos empo<strong>de</strong>rar<br />
as agências para que elas<br />
façam um trabalho melhor nas<br />
nossas plataformas, esse é nosso<br />
objetivo. Quanto mais as marcas<br />
fizerem um trabalho bacana na<br />
plataforma é um ganha-ganha.<br />
Falando no melhor uso dos recursos<br />
do Google, no ano passado, a David<br />
fez uma campanha para o Burger<br />
King com o Google Home que foi bastante<br />
discutida.<br />
O Google acabou não gostando,<br />
eu entendo totalmente esse<br />
ponto <strong>de</strong> vista porque você está<br />
comprometendo a experiência<br />
do usuário e, <strong>de</strong> certa forma,<br />
sendo invasivo. Mas, do ponto<br />
<strong>de</strong> vista criativo e impacto da<br />
mensagem, eu acho a i<strong>de</strong>ia brilhante,<br />
fez um uso inovador da<br />
ferramenta, mostrou um jeito<br />
bem bacana <strong>de</strong> contar uma história.<br />
Não sei dizer se os consumidores<br />
ficaram irritados, mas<br />
achei engraçado. Se fosse uma<br />
situação que acontecesse toda<br />
hora, aí não acho que seria legal.<br />
Mas foi criado para gerar impacto,<br />
uma ação <strong>de</strong> PR para ser um<br />
gimmick. Ajudou a construir a<br />
marca, mas não incentivaria esse<br />
recurso como uma forma <strong>de</strong> propaganda<br />
porque daí fica pentelho.<br />
E se ficar chato, não vai funcionar<br />
para a marca.<br />
Você é uma das pioneiras no digital<br />
com a agência Click e mesmo antes<br />
disso, com a Media Lab. Como enxerga<br />
a evolução do mercado no Brasil?<br />
A propaganda no digital está<br />
cada vez mais legal <strong>de</strong> se fazer.<br />
Está se misturando com a cultura<br />
popular, tem se provado que<br />
o consumidor só vai engajar com<br />
conteúdos que ele julgar interessante,<br />
com isso, a propaganda<br />
está caminhando naturalmente<br />
para entretenimento e utilida<strong>de</strong>.<br />
Isso expan<strong>de</strong> muito o que<br />
a gente po<strong>de</strong> entregar. Eu vejo<br />
que nos EUA isso está a anos luz.<br />
Recebemos briefing pedindo<br />
bran<strong>de</strong>d content, então, a gente<br />
nem precisa recomendar para o<br />
cliente. Essa parte avançou muito<br />
no Brasil, os clientes começaram<br />
a enten<strong>de</strong>r valor. Tenho<br />
visto clientes se movimentando,<br />
fazendo investimento mais sérios<br />
em ferramentas <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Acaba sendo mais divertido esse<br />
trabalho porque a gente não precisa<br />
evangelizar.<br />
Há algumas discussões sobre a criação<br />
voltada para o digital. Muitos<br />
acreditam que ela fica comprometida<br />
<strong>de</strong>vido a fatores como performance.<br />
Você concorda?<br />
Muito pelo contrário. Acho que<br />
o criativo <strong>de</strong>ve estar absolutamente<br />
ciente <strong>de</strong> quais são os objetivos<br />
<strong>de</strong> negócios do seu cliente e se o<br />
objetivo é performance e conversão<br />
você tem <strong>de</strong> ser criativo para<br />
entregar. Vejo dados como inspiração<br />
e guia para o meu processo<br />
criativo. Eles não são resultado<br />
final, não ditam as minhas i<strong>de</strong>ias,<br />
apenas me dão um norte mais<br />
consciente. O criativo que está<br />
pensando sem resultado <strong>de</strong> business<br />
<strong>de</strong>veria estar fazendo arte.<br />
Como é estar na li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> mercados<br />
duplamente masculinos (o <strong>de</strong><br />
criação e o <strong>de</strong> tecnologia)?<br />
É uma experiência muito intensa,<br />
<strong>de</strong>safiadora em todos os<br />
“google não<br />
vAi ser umA<br />
AgênciA, A<br />
gente quer<br />
empo<strong>de</strong>rAr<br />
As AgênciAs”<br />
níveis, profissional, pessoal,<br />
mas é maravilhoso. O Google é<br />
um lugar especial que te incentiva,<br />
te dá muito apoio, inclusive,<br />
para mulheres. Eles levam a<br />
diversida<strong>de</strong> muito a sério. Tem<br />
várias iniciativas para apoiar<br />
li<strong>de</strong>rança feminina, existe um<br />
senso <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>, um <strong>de</strong>sejo<br />
genuíno <strong>de</strong> representação<br />
não só da mulher, mas <strong>de</strong> todas<br />
as raças, formas <strong>de</strong> pensamento<br />
etc. Estou há sete anos em Nova<br />
York, mas no Google é o lugar<br />
on<strong>de</strong> me senti mais apoiada para<br />
lidar com esse <strong>de</strong>safio, que, sim,<br />
é muito pancada.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 25
QUEM PENSA EM SAÚDE<br />
ESTÁ PENSANDO NO FUTURO.<br />
MAS E O FUTURO DA SAÚDE?<br />
Gran<strong>de</strong>s nomes da medicina, li<strong>de</strong>ranças empresariais<br />
e autorida<strong>de</strong>s públicas em <strong>de</strong>bate sobre as soluções<br />
para a saú<strong>de</strong> preventiva, longevida<strong>de</strong>, novas<br />
tecnologias, tendências e legislação para um dos<br />
mais importantes setores do País.<br />
26 <strong>de</strong> <strong>junho</strong><br />
Hotel Grand Hyatt<br />
São Paulo – SP<br />
Iniciativa:<br />
www.li<strong>de</strong>global.com<br />
Mais uma iniciativa do LIDE.<br />
Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />
Realização:<br />
Patrocínio: Apoio: Participação: Colaboração:
Mídia partners:<br />
Fornecedores oficiais:
especial dia do Mídia<br />
Multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais favorece a<br />
releitura da atuação do profissional<br />
PwC, Kantar Ibope Media e Mídia Dados mostram que cenário é propício<br />
ao crescimento com as novas formas <strong>de</strong> abordagem aos consumidores<br />
Paulo Macedo<br />
Em fase <strong>de</strong> transformação,<br />
a mídia permanece como<br />
elemento essencial para a materialização<br />
dos projetos <strong>de</strong><br />
comunicação <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />
marcas, produtos e serviços.<br />
A forma <strong>de</strong> atingir os pontos<br />
<strong>de</strong> contato é que tomou uma<br />
dimensão que vai muito além<br />
do papai e mamãe. A multiplicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> canais proporcionou<br />
uma releitura <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong><br />
que envolve planejamento estratégico<br />
tanto no âmbito das<br />
agências como nos meios.<br />
Conversar com o target<br />
certo continua sendo<br />
a métrica <strong>de</strong> maior<br />
valor, mas agora<br />
Jirsak/iStock<br />
o fator <strong>de</strong>cisivo é a assertivida<strong>de</strong><br />
com tiro <strong>de</strong> sniper. Os tiros<br />
<strong>de</strong> canhão permanecem na<br />
agenda dos profissionais <strong>de</strong> mídia,<br />
mas há uma combinação<br />
estratégica para fazer uso <strong>de</strong>sse<br />
expediente que, <strong>de</strong> forma irresponsável,<br />
po<strong>de</strong> significar <strong>de</strong>sperdício<br />
<strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> quem<br />
paga a conta. Muitas vezes po<strong>de</strong><br />
ser o momento para lançar<br />
uma campanha completa, mas<br />
que <strong>de</strong>pois tem <strong>de</strong>sdobramentos<br />
naturais no digital.<br />
Os flights com base em alcance<br />
e frequência permanecem.<br />
Não por outra razão, as<br />
TVs abertas estão na li<strong>de</strong>rança<br />
como opção <strong>de</strong> mídia. Segundo<br />
o Kantar Ibope Media, cerca <strong>de</strong><br />
R$ 69 bilhões dos investimentos<br />
em publicida<strong>de</strong> no país são<br />
consolidados nas re<strong>de</strong>s abertas.<br />
A Re<strong>de</strong> Globo concentra<br />
cerca <strong>de</strong> 37,36% e as <strong>de</strong>mais<br />
cerca <strong>de</strong> 63%. Mas a entrega <strong>de</strong><br />
cada uma <strong>de</strong>ssas emissoras é<br />
multicanal. O aplicativo Globo-<br />
Play já está integrado à forma<br />
<strong>de</strong> oferecer o pacote global<br />
ao mercado, que também<br />
inclui o Globo.com e o<br />
G1. A Re<strong>de</strong>TV! utiliza<br />
com sucesso a mídia<br />
programática e a Band<br />
une as re<strong>de</strong>s sociais a programas<br />
como o Masterchef.<br />
O mercado brasileiro movimenta<br />
anualmente R$ 134 bilhões<br />
em compra <strong>de</strong> espaços<br />
<strong>de</strong> mídia sem <strong>de</strong>scontos e incentivos.<br />
O mo<strong>de</strong>lo integrado<br />
do país permite, no entanto,<br />
que agências e anunciantes estabeleçam<br />
um ponto <strong>de</strong> partida<br />
“Quem Quiser<br />
se <strong>de</strong>stacar na<br />
profissão precisa<br />
planejar sua<br />
carreira, como<br />
QualQuer outro<br />
profissional<br />
<strong>de</strong> diferentes<br />
mercados”<br />
com os canais pontuais à estratégia,<br />
sem mencionar que, do<br />
ponto <strong>de</strong> vista econômico, leva<br />
vantagem sobre outros formatos<br />
que separam a criativida<strong>de</strong><br />
da mídia.<br />
O Brasil, como <strong>de</strong>staca a 19ª<br />
edição da Pesquisa Global <strong>de</strong><br />
Entretenimento e Mídia da<br />
PwC, em 2022 vai movimentar<br />
US$ 53 bilhões. Em 2017, o mesmo<br />
estudo verificou que o investimento<br />
em mídia no Brasil<br />
foi <strong>de</strong> US$ 41 bilhões. O digital<br />
já contabiliza US$ 15 bilhões e,<br />
em quatro anos, vai chegar a<br />
US$ 22 bilhões.<br />
O fator <strong>de</strong>cisivo no novo ambiente<br />
<strong>de</strong> mídia é o ví<strong>de</strong>o, mas<br />
no mobile. O dispositivo, que<br />
cabe na palma da mão, permite<br />
que os conteúdos <strong>de</strong> entretenimento<br />
e comerciais sejam contemplados.<br />
O ponto <strong>de</strong> contato<br />
mais valioso é chamar a atenção<br />
por meio dos smartphones,<br />
que permitem aos usuários serem<br />
uma espécie <strong>de</strong> curadores<br />
das ofertas que chegam à sua<br />
tela porque po<strong>de</strong>m viralizar,<br />
criticar e <strong>de</strong>sconstruir uma estratégia<br />
com apenas um click.<br />
A vantagem é que essas informações<br />
possibilitam reação<br />
automática e a reorganização<br />
da rota. Por isso, agências montam<br />
war roons para <strong>de</strong>tectar<br />
os rumos <strong>de</strong> uma campanha e<br />
mudam o plano <strong>de</strong> acordo com<br />
a reação das audiências.<br />
“Na convergência 3.0, as dinâmicas<br />
<strong>de</strong> concorrência estão<br />
evoluindo enquanto uma gama<br />
<strong>de</strong> supercompetidores em<br />
constante expansão e players<br />
com foco específico se esforçam<br />
para construir relevância na escala<br />
a<strong>de</strong>quada. Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio<br />
estão sendo reinventados<br />
<strong>de</strong> forma a criar novos fluxos<br />
<strong>de</strong> receitas”, explica Sergio Zamora,<br />
sócio lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologia,<br />
mídia e telecom da PwC Brasil.<br />
“O digital transformou <strong>de</strong> vez<br />
todo o ecossistema do setor <strong>de</strong><br />
entretenimento e mídia. O conteúdo<br />
tornou-se mais imersivo<br />
e disponível sob <strong>de</strong>manda. As<br />
28 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
plataformas digitais proliferaram,<br />
criando uma distribuição<br />
mais direta e personalizada, levando<br />
as empresas a <strong>de</strong>senvolverem<br />
estratégias <strong>de</strong> escala e <strong>de</strong><br />
nicho ao mesmo tempo. A competição<br />
por engajamento e gastos<br />
dos usuários nunca foi tão<br />
acirrada. Já se foram os dias em<br />
que re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TV, produtoras <strong>de</strong><br />
conteúdo ou empresas <strong>de</strong> qualquer<br />
tipo po<strong>de</strong>riam prosperar<br />
em uma, duas ou até mesmo<br />
três fontes confiáveis <strong>de</strong> receita.<br />
Hoje, o crescimento lucrativo<br />
e sustentável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> cada<br />
vez mais <strong>de</strong> cinco, seis ou mais<br />
fontes e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios<br />
inovadores que vão além das<br />
fontes tradicionais <strong>de</strong> monetização.<br />
O portfólio <strong>de</strong> serviços<br />
<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar experiências<br />
conectadas e complementares<br />
que exploram o potencial comercial<br />
<strong>de</strong> seus usuários mais<br />
engajados: seus fãs”, acrescentou<br />
Carlos Giusti, sócio da PwC<br />
no mercado brasileiro.<br />
Des<strong>de</strong> 2007 à frente do Mídia Dados, Luciana Schwartz <strong>de</strong>staca a evolução do mercado <strong>de</strong> mídia e benefícios aos anunciantes<br />
Divulgação<br />
dados<br />
O Mídia Dados, organizado<br />
há 50 anos pelo Grupo <strong>de</strong> Mídia<br />
<strong>de</strong> São Paulo, mostra, na edição<br />
<strong>de</strong> 20<strong>18</strong>, que será distribuído a<br />
partir <strong>de</strong>sta quinta-feira (21),<br />
tendências e fatos já consolidados:<br />
a mídia OOH está ampliando<br />
sua penetração e pela<br />
primeira vez passa a ter dados<br />
como alcance, frequência e<br />
GRP (Gross Rating Points); o<br />
meio cinema, que comercializa<br />
mais <strong>de</strong> R$ 2,6 bilhões em tíquetes<br />
por ano, está em fase <strong>de</strong><br />
crescimento; a TV paga, apesar<br />
do ambiente econômico <strong>de</strong>sfavorável,<br />
mantém performance;<br />
a internet, apesar da oferta <strong>de</strong><br />
banda larga ainda ser precária,<br />
avança; e o rádio amplia sua<br />
penetração com a internet. Será<br />
que o rádio vai ser o meio a<br />
anunciar o fim da internet?<br />
O mercado <strong>de</strong> mídia ten<strong>de</strong><br />
a manter taxas <strong>de</strong> crescimento?<br />
Quem respon<strong>de</strong> é Paulo<br />
Sant’Anna, presi<strong>de</strong>nte do GMSP<br />
e diretor da agência mcgarrybowen:<br />
“Sim, o mercado passa por<br />
um momento <strong>de</strong> muita mudança<br />
com o surgimento <strong>de</strong> novas<br />
formas <strong>de</strong> mídia, o que é muito<br />
positivo, pois ele gera uma <strong>de</strong>manda<br />
mais técnica do profissional<br />
para efetuar as melhores<br />
escolhas para atingir os objetivos<br />
dos seus clientes. O mercado<br />
sofreu muito com a crise,<br />
porém o ano <strong>de</strong> 2017 apresentou<br />
uma pequena retomada do setor<br />
e os números <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> ten<strong>de</strong>m a<br />
ser ainda melhores do que no<br />
ano passado. Acredito em um<br />
segundo semestre melhor, mas<br />
o crescimento <strong>de</strong>ve se dar sobretudo<br />
em 2019, com a <strong>de</strong>finição<br />
das eleições, retomada da credibilida<strong>de</strong><br />
na economia”.<br />
Sant’Anna acrescenta: “O<br />
profissional <strong>de</strong> mídia hoje é<br />
um estrategista. Quem quiser<br />
se <strong>de</strong>stacar na profissão precisa<br />
planejar sua carreira, como<br />
qualquer outro profissional <strong>de</strong><br />
diferentes mercados, fazer cursos,<br />
estudar, investir na própria<br />
carreira se não será difícil ele<br />
atingir um nível mais alto. Ele<br />
precisa estar sempre antenado<br />
ao que tem surgido para po<strong>de</strong>r<br />
avaliar a viabilida<strong>de</strong> ou não das<br />
novas mídias em complemento<br />
aos já existentes. Com todas as<br />
mudanças, estar aberto ao novo<br />
é essencial”.<br />
Coor<strong>de</strong>nadora do Mídia<br />
Dados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, Luciana<br />
Schwartz, diretora <strong>de</strong> mídia<br />
omnichannel da VML, <strong>de</strong>staca<br />
que é a maior publicação com<br />
base em dados do mercado. E<br />
a palavra dados ganhou importância<br />
gigantesca nessa era<br />
em que informação está disponível<br />
através <strong>de</strong> fontes como a<br />
internet das coisas, navegação<br />
digital, meios <strong>de</strong> pagamento,<br />
cadastros e outras formas <strong>de</strong><br />
captura que abastecem os data<br />
lakes. Ela explica:<br />
“Este ano são muitas as novida<strong>de</strong>s.<br />
Entre elas, a evolução<br />
do processo <strong>de</strong> digitalização <strong>de</strong><br />
meios como a TV aberta e a por<br />
assinatura, que passaram a se<br />
colocar como empresas multiplataformas,<br />
ampliando o alcance<br />
<strong>de</strong> forma efetiva para diversas<br />
telas. Entre os cases <strong>de</strong><br />
“os canais<br />
digitais, tal<br />
Qual o mobile e<br />
as tecnologias<br />
disruptivas,<br />
também continuam<br />
crescendo, o<br />
Que impacta <strong>de</strong><br />
forma positiva<br />
os impressos”<br />
sucesso estão iniciativas como<br />
Globo Play, Fox Play, o canal<br />
do SBT no YouTube – consi<strong>de</strong>rado<br />
o maior canal <strong>de</strong> TV do<br />
mundo, nesta plataforma – e os<br />
apps e crescentes investimentos<br />
em transmissões ao vivo.<br />
A Ban<strong>de</strong>irantes também vem<br />
registrando ótimos índices<br />
com Masterchef explodindo em<br />
audiência no YouTube (representando<br />
34% da audiência, 1,5<br />
milhão <strong>de</strong> views da audiência<br />
total do programa – on e off),<br />
assim como a MTV incrementando<br />
47% da audiência vinda<br />
através do streaming. Os meios<br />
digitais, tal qual o mobile e as<br />
tecnologias disruptivas, também<br />
continuam crescendo, o<br />
que impacta <strong>de</strong> forma positiva<br />
os meios impressos, uma vez<br />
que os gran<strong>de</strong>s títulos, <strong>de</strong> uma<br />
forma geral, estão conseguindo<br />
manter suas audiências no formato<br />
físico, e aumentando suas<br />
assinaturas no digital. Entre os<br />
fenômenos mais recentes, também<br />
está a movimentação dos<br />
meios como o cinema e a mídia<br />
exterior em gerar dados técnicos<br />
e métricas que possibilitem<br />
melhores <strong>de</strong>fesas para eventuais<br />
investimentos <strong>de</strong> clientes,<br />
em suas respectivas plataformas.<br />
Neste ano, por exemplo,<br />
vamos publicar o Mapa OOH”.<br />
Luciana diz ainda que o<br />
maior feature da mídia é ser<br />
suscinta. “Em um ecossistema<br />
pautado pelo ROI, a contribuição<br />
da disciplina só <strong>de</strong>ve<br />
crescer. Cada marca/serviço<br />
ou produto tem os <strong>de</strong>safios específicos.<br />
Assim como todos<br />
os meios <strong>de</strong> mídia po<strong>de</strong>m oferecer<br />
a<strong>de</strong>rência – ou não – para<br />
um <strong>de</strong>terminado conteúdo, o<br />
i<strong>de</strong>al é que os profissionais <strong>de</strong><br />
mídia participem do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
estratégico da campanha<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, <strong>de</strong>finindo<br />
com a Criação, o Planejamento<br />
e o Atendimento as melhores<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interações<br />
para alcançar os objetivos <strong>de</strong>sejados,<br />
indo além do briefing do<br />
anunciante, buscando se aprofundar<br />
no negócio do cliente,<br />
tanto quanto as <strong>de</strong>mais áreas<br />
da agência. Parece um trabalho<br />
que <strong>de</strong>ve ser óbvio, mas não é.<br />
Hoje, em real time se tem o resultado<br />
da campanha. Seja em<br />
acessos ao site do cliente, seja<br />
em conversão ou seja nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais. E basta um milésimo<br />
<strong>de</strong> segundo para a mensagem<br />
se multiplicar”.<br />
Para comemorar o Dia do<br />
Mídia, na próxima quinta-feira<br />
(21), o PROPMARK preparou<br />
um especial que o leitor po<strong>de</strong><br />
conferir nas próximas páginas.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 29
especiAl DiA DO MíDiA<br />
Mudar a cabeça em busca <strong>de</strong> novos<br />
skills move atuação da AlmapBBDO<br />
Em tempos em que eficiência tem sido palavra-chave para anunciantes,<br />
agência se prepara com <strong>de</strong>partamento próprio para performance e data<br />
Heloísa e Mosconi, que li<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> mídia: <strong>de</strong>safio é agregar profissionais com skills criativos, além <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> métrica<br />
“O <strong>de</strong>safiO é ter um<br />
cara que entenda<br />
<strong>de</strong> métrica e<br />
atribuiçãO, mas<br />
que tenha skill<br />
criativO, que nãO<br />
pense apenas na<br />
mídia pela mídia”<br />
Fotos: Divulgação<br />
Danúbia Paraizo<br />
Mais do que simplesmente<br />
montar um plano <strong>de</strong> mídia<br />
com base nos indicadores-<br />
-chave <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos<br />
clientes, a missão do profissional<br />
<strong>de</strong> mídia passa por um<br />
ponto anterior <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r os<br />
<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> negócios do anunciante.<br />
A tarefa po<strong>de</strong> parecer<br />
simples, e até, <strong>de</strong> certa forma,<br />
óbvia, mas num cenário em<br />
que eficiência orienta os investimentos,<br />
a sofisticação das ferramentas<br />
e, sobretudo, do mindset<br />
dos profissionais se tornou<br />
mandatória. Assim pensam os<br />
executivos Heloísa Lima, head<br />
<strong>de</strong> inovação e canais, e Bruno<br />
Mosconi, VP of performance<br />
& data da AlmapBBDO. A dupla<br />
comanda o <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> mídia da agência, e contou<br />
ao PROPMARK sobre as transformações<br />
que o <strong>de</strong>partamento<br />
tem sofrido. “Mudou tudo<br />
mesmo. Competências, skills,<br />
conhecimentos e ferramentas<br />
que você precisa agregar, mas,<br />
principalmente, mudou e precisa<br />
mudar mesmo o mindset. É<br />
ter a preocupação <strong>de</strong> ir atrás <strong>de</strong><br />
conhecimento novo diariamente.<br />
O digital trouxe isso mais<br />
forte, apesar <strong>de</strong> não ser uma<br />
particularida<strong>de</strong> só <strong>de</strong>le”, avalia<br />
Heloísa.<br />
Segundo a executiva, os próprios<br />
clientes passam por um<br />
processo <strong>de</strong> sofisticação e exigências<br />
em relação à entrega <strong>de</strong><br />
mídia, impactando diretamente<br />
a composição <strong>de</strong> profissionais<br />
que atuam na agência. “O<br />
<strong>de</strong>safio é ter um cara que entenda<br />
<strong>de</strong> métrica e atribuição, mas<br />
que tenha skill criativo, que não<br />
pense apenas na mídia pela mídia,<br />
mas que traga um olhar na<br />
estratégia e na composição dos<br />
meios. O mercado está exigente<br />
para esse tipo <strong>de</strong> conversa,<br />
principalmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
budget cada vez mais certeiro”.<br />
Para Mosconi, o <strong>de</strong>bate sobre<br />
a oferta <strong>de</strong> profissionais qualificados<br />
ganha ainda mais relevância<br />
a partir do entendimento<br />
que os clientes têm níveis <strong>de</strong><br />
maturida<strong>de</strong> diferentes, o que<br />
impacta diretamente a forma<br />
como a mídia é trabalhada. Nos<br />
que estão mais avançados, cuja<br />
natureza da indústria já consome<br />
muito dado até por uma<br />
questão <strong>de</strong> sobrevivência, o<br />
acompanhamento <strong>de</strong> métricas<br />
e <strong>de</strong>sempenho precisa ser em<br />
tempo real. “Na Volkswagen,<br />
por exemplo, medimos a venda,<br />
se ela veio <strong>de</strong> internet, se<br />
estamos levando mais pessoas<br />
para uma loja. Com a internet,<br />
as visitas às concessionárias<br />
diminuíram. A visita à loja é<br />
realizada apenas no último momento,<br />
para fechar o negócio.<br />
Além da venda em si, a visita à<br />
concessionária é um indicador<br />
importante. Fazemos o mesmo<br />
acompanhamento com a Gol<br />
para a compra <strong>de</strong> passagens aéreas,<br />
com indicadores que mudam<br />
<strong>de</strong> hora em hora”, <strong>de</strong>staca<br />
o executivo.<br />
Para otimizar melhor o atendimento<br />
<strong>de</strong>sses diferentes perfis<br />
<strong>de</strong> clientes, há cerca <strong>de</strong> um<br />
ano, o <strong>de</strong>partamento passou<br />
por reestruturação. Está organizado<br />
por verticais <strong>de</strong> negócio<br />
<strong>de</strong> acordo com o consumo e<br />
compra <strong>de</strong> mídia, com área <strong>de</strong><br />
suporte comum, com dados,<br />
BI, eficiência <strong>de</strong> mídia, programático<br />
e traffic. Essas verticais<br />
<strong>de</strong> estratégia pensam não só na<br />
mídia, mas no negócio. “Esse<br />
re<strong>de</strong>senho pensa não em uma<br />
estrutura piramidal, mas horizontalizada<br />
e colaborativa.<br />
Você tem funções muito especializadas,<br />
o cara <strong>de</strong> search, <strong>de</strong><br />
Facebook, e chegamos à conclusão<br />
<strong>de</strong> que mantê-los em<br />
silos era ruim para circulação<br />
<strong>de</strong> informação. Eles tinham <strong>de</strong><br />
estar em áreas skills <strong>de</strong> próximas”,<br />
explica Mosconi.<br />
30 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
ESPECIAL DIA DO MÍDIA<br />
Cenário <strong>de</strong> transformações requer<br />
equipe curiosa e bastante criativa<br />
Momento reúne mudanças estruturais e na forma <strong>de</strong> enxergar a relação<br />
entre meios e conteúdo; sinergia com outras áreas da agência é essencial<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
atual momento para a área<br />
O <strong>de</strong> mídia é <strong>de</strong>finido como<br />
<strong>de</strong>safiador e incrível, nas palavras<br />
<strong>de</strong> Viviana Maurman,<br />
head <strong>de</strong> mídia na Publicis Brasil.<br />
Para a profissional, não é<br />
possível per<strong>de</strong>r um segundo do<br />
que tem acontecido no mundo<br />
porque tudo influencia rapidamente<br />
as mudanças – das quais<br />
os profissionais são parte ativa.<br />
Com um presente que requer<br />
tanto <strong>de</strong> quem está no dia a<br />
dia do <strong>de</strong>partamento, o futuro<br />
reserva mais mudanças. “Precisamos<br />
observar muito mais<br />
a jornada dos consumidores.<br />
Não po<strong>de</strong>mos olhar apenas as<br />
métricas, mas se jogar mais<br />
no conteúdo. Os meios são diversos<br />
e, nessa transformação,<br />
precisamos estar não só <strong>de</strong> forma<br />
técnica, mas plugados com<br />
o conteúdo, próximos do planejamento<br />
estratégico e da criação.<br />
Além disso, o profissional<br />
precisa transitar bem em todas<br />
as áreas. Não ficar reativo, mas<br />
ser mais ativo”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
As fake news po<strong>de</strong>m se comparar<br />
a materiais inflamáveis.<br />
Basta um foco para que as ‘chamas’<br />
se espalhem rapidamente.<br />
No entanto, apesar <strong>de</strong> perigosas,<br />
essas notícias refletiram<br />
em um efeito positivo para a<br />
mídia impressa, intensificando<br />
a credibilida<strong>de</strong> e dando um<br />
fôlego ao meio. Outro ponto<br />
apontado pela executiva e que<br />
<strong>de</strong>ve guiar boas discussões é<br />
que com gran<strong>de</strong>s canais <strong>de</strong> TV<br />
a<strong>de</strong>rindo ao Play, forma-se uma<br />
linha ainda mais tênue. “Isso<br />
é TV ou digital? Não interessa<br />
se você vai assistir à novela ao<br />
vivo ou on <strong>de</strong>mand <strong>de</strong>pois.”<br />
A estrutura dos <strong>de</strong>partamentos<br />
nas agências e como eles<br />
precisaram se renovar para se<br />
a<strong>de</strong>quar às novas exigências da<br />
mídia, com o crescente uso <strong>de</strong><br />
dados e tecnologia, também é<br />
um tópico a se prestar atenção.<br />
Tanto que o olhar das agências<br />
está direcionado para um<br />
Viviana Maurman: “Profissional precisa transitar muito bem em todas as áreas”<br />
“Morreu fazer a<br />
Mídia antes <strong>de</strong><br />
saber qual será o<br />
conteúdo, porque<br />
o Meio só teM<br />
função <strong>de</strong> acordo<br />
coM a MensageM<br />
a transMitir”<br />
Divulgação<br />
<strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> profissional<br />
que, além <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s<br />
técnicas, precisa <strong>de</strong> um conjunto<br />
específico <strong>de</strong> características.<br />
A Publicis está com algumas<br />
mudanças que <strong>de</strong>vem ser divulgadas<br />
em breve. O objetivo<br />
é ter o melhor <strong>de</strong> cada pessoa<br />
<strong>de</strong>stacando suas expertises.<br />
“Buscamos profissionais<br />
mais curiosos, criativos, que<br />
queiram integrar e somar com<br />
outras áreas. Eles precisam ter<br />
esse DNA <strong>de</strong> querer fazer algo<br />
novo. O futuro é um gran<strong>de</strong><br />
ponto <strong>de</strong> interrogação. Não<br />
conseguimos afirmar hoje os<br />
novos players que vão surgir. Se<br />
você não for aberto a tendência<br />
que o espaço seja reduzido”,<br />
diz Viviana.<br />
No meio <strong>de</strong> todas essas<br />
transformações, o mantra é ter<br />
o conteúdo como rei e a premissa<br />
<strong>de</strong> contar boas histórias<br />
com relevância e sentido para<br />
os consumidores. Em paralelo,<br />
muitas agências continuam <strong>de</strong><br />
olho na produtivida<strong>de</strong> e no valor<br />
da mídia espontânea, trabalho<br />
tradicionalmente do PR.<br />
Para ela, um dos principais<br />
pontos nesse cenário é estar<br />
antenado, olhar para o futuro e<br />
parar <strong>de</strong> viver “o passado”.<br />
“Comprar o que é mais barato<br />
per<strong>de</strong> cada vez mais o sentido.<br />
Só o número pelo número,<br />
pela rentabilida<strong>de</strong> que traz,<br />
também. É preciso olhar a qualida<strong>de</strong><br />
da entrega. É a mistura<br />
dos elementos que traz melhores<br />
resultados. Morreu fazer a<br />
mídia antes <strong>de</strong> saber qual será<br />
o conteúdo, porque o meio só<br />
tem função <strong>de</strong> acordo com a<br />
mensagem a transmitir”, conclui<br />
Viviana.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 31
Claudia Penteado<br />
Na WMcCann, a mídia mantém<br />
sua responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> “<strong>de</strong>finir como melhor<br />
distribuir uma verda<strong>de</strong> bem<br />
contada sobre as marcas, produtos<br />
e serviços dos clientes”.<br />
Para o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia<br />
da agência, André França,<br />
em meio a tantas transformações,<br />
o papel da mídia pouco<br />
mudou. “O que mudou foi a<br />
complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais, formatos<br />
e momentos. Hoje, as<br />
ferramentas digitais e <strong>de</strong> análises<br />
estatísticas têm trazido<br />
muito mais ciência para as<br />
nossas escolhas, assim como<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sermos mais<br />
assertivos, numa dinâmica <strong>de</strong><br />
PDCA - plan, do, check and action”,<br />
diz o executivo. A mudança<br />
essencial foi, na visão<br />
<strong>de</strong> França, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ser muito mais assertivo na escolha<br />
da audiência, a partir do<br />
aumento significativo do po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> segmentação.<br />
“Se antes a mídia buscava<br />
a construção acelerada da cobertura,<br />
hoje eventualmente<br />
procura controlar esse crescimento,<br />
para que a verda<strong>de</strong><br />
das marcas seja construída <strong>de</strong><br />
maneira mais orgânica e significativa.<br />
Inclusive criando<br />
estratégias que permitam que<br />
a campanha tome forma a partir<br />
<strong>de</strong> pequenos grupos com<br />
alta relevância sobre o assunto<br />
em pauta, crescendo conforme<br />
acessamos novos públicos<br />
e canais, até chegar à gran<strong>de</strong><br />
massa”, explica.<br />
A partir <strong>de</strong>ssa perspectiva, a<br />
mídia da WMcCann hoje busca<br />
profissionais que consigam<br />
enten<strong>de</strong>r do consumidor e <strong>de</strong><br />
sua jornada, assim como das<br />
ferramentas atuais da mídia,<br />
sejam elas digitais ou <strong>de</strong> outros<br />
meios.<br />
“Isso só é possível quando<br />
temos diversos especialistas<br />
atuando como um time. Temos<br />
profissionais com profundo<br />
conhecimento <strong>de</strong> plaespecial<br />
dia do mídia<br />
Ferramentas digitais e análises<br />
estatísticas ajudam nas escolhas<br />
WMcCann acredita em mo<strong>de</strong>lo que alia a experiência com especialistas<br />
em time <strong>de</strong> estruturas cada vez mais flexíveis e colaborativas<br />
André França: “Desafio é como construir história <strong>de</strong>ntro da jornada do consumidor”<br />
taformas específicas, mas com<br />
a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> compartilhar<br />
esse conhecimento com seus<br />
companheiros, algo muito<br />
característico dos chamados<br />
millennials”, comenta França,<br />
que diz ainda que a WMcCann<br />
acredita em aliar a experiência<br />
com especialistas num mesmo<br />
time <strong>de</strong> estruturas cada vez<br />
mais flexíveis, que colaborem<br />
entre si”, explica.<br />
França também afirma buscar,<br />
cada vez mais, para posições<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança na mídia,<br />
profissionais que tenham vivido<br />
a experiência <strong>de</strong> serem<br />
clientes - <strong>de</strong> terem sentido o<br />
que o presi<strong>de</strong>nte da agência,<br />
Hugo Rodrigues, chama <strong>de</strong><br />
“dor <strong>de</strong> dono”.<br />
Divulgação<br />
“AproveitAmos<br />
cAdA cAmpAnhA<br />
pArA trAzer<br />
resultAdos<br />
imediAtos e,<br />
AtrAvés dAs<br />
Análises,<br />
consolidAr<br />
os resultAdos<br />
futuros”<br />
Para ele, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da<br />
mídia é como construir a história<br />
<strong>de</strong>ntro da jornada <strong>de</strong> maneira<br />
relevante, qual peça utilizar<br />
quando e on<strong>de</strong>, e como se<br />
adaptar à interativida<strong>de</strong> tendo<br />
a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir novas<br />
jornadas que cruzam com a original.<br />
“É quase como a redação<br />
<strong>de</strong> uma telenovela, cuja linha<br />
mestra foi traçada antes do primeiro<br />
episódio, mas conforme<br />
a reação da audiência, o sucesso<br />
dos atores, o cenário macroeconômico,<br />
tudo muda, personagens<br />
são adicionados, falas<br />
são reescritas, novos segredos<br />
do passado são revelados, para<br />
sempre termos um gran<strong>de</strong> final”,<br />
compara. Com tantos dados<br />
disponíveis, apren<strong>de</strong>r diariamente<br />
é mandatório.<br />
“Aproveitamos cada campanha<br />
para trazer resultados<br />
imediatos e, através das análises,<br />
consolidar os resultados<br />
futuros”, afirma França, acrescentando<br />
que o papel da mídia<br />
da agência continua sendo<br />
mostrar qual o melhor mix<br />
<strong>de</strong> meios, veículos, formatos,<br />
mercados e momentos frente<br />
ao público e material criativo,<br />
tendo por objetivo entregar resultados<br />
efetivos aos clientes.<br />
“A nossa percepção é que<br />
isso exige um ecossistema, que<br />
inclui um aprofundamento em<br />
ferramentas tais como DSPs,<br />
Brand Safety Tools, Mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> Atribuição, DMPs, Mo<strong>de</strong>los<br />
Preditivos e Dashboards em<br />
Real Time, entre outros; ou<br />
seja, uma tarefa que acredito<br />
po<strong>de</strong>r ser mais bem executada<br />
numa agência full service”,<br />
<strong>de</strong>clara.<br />
Se hoje a tecnologia causa<br />
um frio na barriga frente às<br />
possibilida<strong>de</strong>s abertas do uso<br />
intenso <strong>de</strong> dados, e se muitas<br />
vezes parece que somos simplesmente<br />
guiados por algoritmos,<br />
por outro lado encurta os<br />
caminhos para o novos insights<br />
criativos. “Basta usar o que a<br />
nossa profissão sempre colocou<br />
na mesa: criativida<strong>de</strong>”, conclui.<br />
32 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
especial Dia Do míDia<br />
Digital segue avançando, mas<br />
outros meios mantêm posição<br />
Televisão continuará tendo papel fundamental; não há fórmulas para<br />
o período <strong>de</strong> transição, porém mercado <strong>de</strong>ve sair da zona <strong>de</strong> conforto<br />
Paulo Macedo<br />
Após quatro anos no Facebook,<br />
o executivo André<br />
Gramorelli <strong>de</strong>ixou a re<strong>de</strong> social<br />
para assumir o comando<br />
da divisão <strong>de</strong> mídia da Ogilvy.<br />
Ele foi i<strong>de</strong>ntificado por Fernando<br />
Musa, presi<strong>de</strong>nte do Ogilvy<br />
Group no país, para consolidar<br />
a transformação que essa área<br />
da publicida<strong>de</strong> está sendo obrigada<br />
a implementar. Ele tem<br />
passagens pela F/Nazca Saatchi<br />
& Saatchi, Havas, Leo Burnett<br />
e foi professor <strong>de</strong> planejamento<br />
no Grupo <strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São<br />
Paulo. Formado na Escola <strong>de</strong><br />
Comunicação e Artes da USP e<br />
pela Libera Università di Lingue<br />
e Comunicazione, em Milão,<br />
Gramorelli tem uma visão<br />
da mídia que se a<strong>de</strong>qua a esse<br />
momento disruptivo.<br />
“Mesmo vindo <strong>de</strong> um player<br />
como o Facebook, que é essencialmente<br />
disruptor, tenho<br />
consciência que há processos<br />
que precisam <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>,<br />
acompanhada <strong>de</strong> evolução<br />
– não vejo que simplesmente<br />
temos <strong>de</strong> ignorar tudo que foi<br />
construído até hoje e criar algo<br />
novo, isso seria inclusive um<br />
<strong>de</strong>srespeito com toda história<br />
da mídia no Brasil. Acredito, por<br />
exemplo, que o digital seguirá<br />
ganhando espaço na vida das<br />
pessoas e, por consequência,<br />
no universo da comunicação e<br />
mais amplamente dos negócios.<br />
Mas também acredito que a televisão<br />
tem – e não vai <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> ter – um papel fundamental<br />
nesse ecossistema, ainda mais<br />
em um país como o Brasil. Preocupo-me<br />
muito em não reforçar<br />
este estereótipo do digitalizador<br />
a qualquer custo, pois acho que<br />
é uma visão extremista. Por outro<br />
lado, há áreas que precisam<br />
incorporar <strong>de</strong> maneira acelerada<br />
uma visão mais arrojada, que<br />
precisam sair <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> conforto<br />
que acabam sendo limitantes<br />
– caso contrário passam<br />
a ser <strong>de</strong>tratores neste momento<br />
<strong>de</strong> transição que o mercado passa.<br />
Não há fórmulas, tenho isso<br />
muito claro: há diversas maneiras<br />
<strong>de</strong> evoluir o posicionamento<br />
das áreas <strong>de</strong> mídia e vejo diversas<br />
agências, muitas <strong>de</strong>las com<br />
diretores <strong>de</strong> mídia da minha geração,<br />
criando soluções bastante<br />
inteligentes”.<br />
Gramorelli prossegue: “Entre<br />
canais <strong>de</strong> mídia produtoras<br />
<strong>de</strong> conteúdo e plataformas <strong>de</strong><br />
mídia difusoras <strong>de</strong> conteúdo<br />
produzido por outros, temos<br />
um ecosistema extremamente<br />
complexo e fragmentado. Vivemos<br />
uma dualida<strong>de</strong>: embora<br />
tenhamos cada vez mais pontos<br />
<strong>de</strong> contato com o consumidor<br />
e canais passam a <strong>de</strong>sempenhar<br />
funções cada vez mais<br />
Divulgação<br />
Após passagem pelo Facebook, André Gramorelli assume comando da mídia da Ogilvy<br />
“PreocuPo-me<br />
muito em não<br />
reforçar este<br />
estereótiPo do<br />
digitalizador a<br />
qualquer custo”<br />
distintas entre si, vivenciamos<br />
um momento em que gran<strong>de</strong>s<br />
players emergem com soluções<br />
cada vez mais abrangentes e<br />
robustas, que teoricamente<br />
permeiam toda a jornada <strong>de</strong><br />
consumo”.<br />
O novo repertório da mídia<br />
extrapola o convencional. “Entre<br />
plataformas <strong>de</strong> mídia produtoras<br />
<strong>de</strong> conteúdo e plataformas<br />
<strong>de</strong> mídia difusoras <strong>de</strong> conteúdo<br />
produzido por outros, temos<br />
um ecossistema extremamente<br />
complexo e fragmentado. Vivemos<br />
uma dualida<strong>de</strong>: embora<br />
tenhamos cada vez mais pontos<br />
<strong>de</strong> contato com o consumidor e<br />
canais passam a <strong>de</strong>sempenhar<br />
funções cada vez mais distintas<br />
entre si, vivenciamos um momento<br />
em que gran<strong>de</strong>s players<br />
emergem com soluções cada<br />
vez mais abrangentes e robustas,<br />
que teoricamente permeiam<br />
toda a jornada <strong>de</strong> consumo”.<br />
Gramorelli acredita que o<br />
conhecimento <strong>de</strong>veria ser commodity<br />
entre os profissionais <strong>de</strong><br />
mídia, mas que ainda há passos<br />
para consolidar o caminho <strong>de</strong><br />
consultor estratégico <strong>de</strong> canais.<br />
E com olhar para o ROI. “A frase,<br />
atribuída a Henry Ford, ‘Sei<br />
que meta<strong>de</strong> da publicida<strong>de</strong> que<br />
faço é inútil. Mas não sei qual<br />
meta<strong>de</strong>’, vem se tornando cada<br />
vez menos verda<strong>de</strong>ira, e isso é<br />
ótimo. Acredito que ainda há<br />
avanços significativos a serem<br />
feitos no que diz respeito à<br />
comprovação da eficácia <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
mas se compararmos<br />
com 10, 15 anos atrás, essa barra<br />
subiu muito. Em um mundo <strong>de</strong><br />
cada vez MMMs, Brand Lifts e<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atribuições diversos,<br />
é cada vez mais raro sugerir<br />
e aprovar qualquer investimento<br />
sem um respaldo técnico e<br />
com ao menos uma estimativa<br />
embasada <strong>de</strong> ROI/ROAS. Mas<br />
isso não po<strong>de</strong> tornar a agência<br />
refém, e sim oferecer cada vez<br />
mais provas <strong>de</strong> que a agência<br />
é um parceiro estratégico com<br />
impacto real no negócio do<br />
cliente”, ele finalizou.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 33
especial dia do mídia<br />
Jornada do consumidor faz setores<br />
se unirem em torno dos processos<br />
Transformações provocadas pela tecnologia direcionam profissionais a<br />
promoverem integração e encontrar boas soluções para anunciantes<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
evolução e a expansão da<br />
A tecnologia mudaram a forma<br />
como a área <strong>de</strong> mídia trabalha<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma agência<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Consumidores<br />
possuem cada vez mais plataformas<br />
<strong>de</strong> conexão com seus<br />
pontos <strong>de</strong> interesse. E a segmentação,<br />
o redirecionamento<br />
e as atribuições avançadas<br />
tornaram mais fácil encontrar<br />
a pessoa certa, no lugar certo e<br />
no momento certo.<br />
“Estamos falando em transformação<br />
há algum tempo e a<br />
área <strong>de</strong> mídia está no centro<br />
<strong>de</strong>ssa revolução, buscando soluções<br />
cada vez mais rentáveis<br />
e criativas. Inovação, rentabilida<strong>de</strong><br />
e criativida<strong>de</strong> são palavras<br />
<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m presentes cada<br />
vez mais em nosso dia a dia. A<br />
eficácia vem do conhecimento<br />
da jornada do consumidor que,<br />
combinada com a mensagem<br />
correta, traz resultados mais<br />
efetivos para os clientes”, afirma<br />
Andrea Hirata, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong>.<br />
É um fato que, com tantas<br />
mudanças, a área <strong>de</strong> mídia<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser a última parte no<br />
processo <strong>de</strong> uma campanha,<br />
o que ocorria há alguns anos.<br />
Mas como <strong>de</strong>senvolver uma<br />
estratégia <strong>de</strong> mídia eficiente<br />
com tantos recursos? A criação<br />
e a mídia começaram a andar<br />
juntas? Segundo Andrea, não<br />
há dúvidas, pois a mídia exerce<br />
uma participação fundamental<br />
no início do processo<br />
criativo, contribuindo com um<br />
profundo conhecimento do<br />
consumidor e sua jornada <strong>de</strong><br />
compra. “Atualmente temos<br />
times na Leo Burnett Tailor<br />
Ma<strong>de</strong> em que todas as áreas<br />
sentam lado a lado e, assim,<br />
ganhamos mais sintonia e agilida<strong>de</strong>.<br />
Hoje, a criação precisa<br />
enten<strong>de</strong>r sobre as estratégias<br />
<strong>de</strong> mídia e a jornada do consumidor<br />
para entregar uma mensagem<br />
mais a<strong>de</strong>quada em cada<br />
Andrea Hirata: “Inovação, rentabilida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong> são palavras do cotidiano”<br />
etapa. Na mídia também temos<br />
a área <strong>de</strong> Inteligência, em<br />
que estamos <strong>de</strong>senvolvendo,<br />
junto com algumas startups,<br />
uma plataforma totalmente<br />
inovadora para análise <strong>de</strong> dados.<br />
Agência e clientes possuem<br />
uma quantida<strong>de</strong> enorme<br />
<strong>de</strong> dados, porém ainda per<strong>de</strong>mos<br />
mais tempo organizando-<br />
-os do que os analisando e<br />
transformando em negócios<br />
efetivos”, revela.<br />
Então, à medida em que a<br />
transformação digital coloca<br />
um po<strong>de</strong>r maior nas mãos dos<br />
Divulgação<br />
“SabemoS que<br />
o conSumo <strong>de</strong><br />
múltiplaS telaS já<br />
é uma realida<strong>de</strong><br />
no dia a dia<br />
daS peSSoaS”<br />
consumidores, as agências <strong>de</strong><br />
comunicação estão tendo <strong>de</strong><br />
passar da mídia <strong>de</strong> massa para<br />
a mídia personalizada para<br />
reter a atenção do público em<br />
um gran<strong>de</strong> universo <strong>de</strong> mídias<br />
e, assim, ter uma melhor otimização<br />
do investimento.<br />
“Sabemos que o consumo <strong>de</strong><br />
múltiplas telas já é uma realida<strong>de</strong><br />
no dia a dia das pessoas.<br />
Por isso, é fundamental pensar<br />
em estratégias e ações que<br />
consi<strong>de</strong>rem os momentos <strong>de</strong><br />
consumo e os formatos mais<br />
apropriados para cada tela.<br />
Desta forma, cada tela ganha<br />
um papel estratégico e ao final<br />
se complementam, gerando<br />
maior eficiência. O pensamento<br />
digital não exclui o mundo<br />
da mídia tradicional, mas busca<br />
a integração dos dois mundos.<br />
Este pensamento tem o<br />
consumidor como foco, suas<br />
transformações, seu estilo <strong>de</strong><br />
vida, seus hábitos, suas necessida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong>sejos”, diz Andrea.<br />
Como exemplo <strong>de</strong> uma boa<br />
estratégia <strong>de</strong> mídia, Andrea<br />
cita o trabalho realizado para<br />
o lançamento do smartphone<br />
Galaxy S9, da Samsung, cuja<br />
agência apresentou diversos<br />
features do produto, entre eles<br />
a função My Emoji, que cria<br />
emojis a partir <strong>de</strong> uma selfie<br />
feita pelo celular. Para <strong>de</strong>stacar<br />
essa função, transformaram<br />
os apresentadores do programa<br />
SportsCenter, da ESPN, em<br />
emojis.<br />
“Acabamos <strong>de</strong> ganhar o<br />
maior prêmio <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
da Leo Burnett Global, o troféu<br />
Eight Ball no GPC, reunião global<br />
da re<strong>de</strong> Leo Burnett Worldwi<strong>de</strong><br />
que reúne os criativos <strong>de</strong><br />
todos os escritórios do mundo<br />
para avaliar os trabalhos que<br />
estão sendo <strong>de</strong>senvolvidos. A<br />
bola 8 só é entregue para ações<br />
realmente notáveis, verda<strong>de</strong>iros<br />
exemplos <strong>de</strong> soluções criativas.<br />
E a i<strong>de</strong>ia foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
pela área <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong> em parceria<br />
com o veículo”, finaliza.<br />
34 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
esPecIal dIa do MídIa<br />
Mudança na área é a chance para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento, diz Paulo Ilha<br />
Head <strong>de</strong> mídia da DPZ&T reflete sobre as atuais transformações<br />
do setor que ganha cada vez mais protagonismo na comunicação<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
área <strong>de</strong> mídia será cada<br />
A vez mais importante <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> um anunciante,<br />
veículo, enfim, <strong>de</strong>ntro do<br />
contexto da indústria da comunicação.<br />
O setor vive atualmente<br />
um momento único<br />
na propaganda e as transformações<br />
trazem oportunida<strong>de</strong>s<br />
para as organizações e<br />
profissionais.<br />
Segundo Paulo Ilha, head<br />
<strong>de</strong> mídia da DPZ&T, a área<br />
ganha cada vez mais protagonismo<br />
<strong>de</strong>ntro da indústria.<br />
“A mudança hoje não nos<br />
convida. O ecossistema da<br />
comunicação nos cobra essa<br />
mudança e transformação.<br />
Ela tem <strong>de</strong> ser feita com cuidado.<br />
A transformação está aí<br />
e você precisa olhá-la como<br />
uma oportunida<strong>de</strong> para se <strong>de</strong>senvolver.<br />
Não acredito que<br />
temos <strong>de</strong> fazer o novo <strong>de</strong>struindo<br />
o antigo. Você precisa<br />
fazer as coisas novas, medir<br />
e avaliar resultados e, assim,<br />
naturalmente, as coisas vão<br />
ser substituídas se elas forem<br />
melhores. Não é uma mudança<br />
que <strong>de</strong>sconstrói as coisas,<br />
mas ela ajuda a construir novas”,<br />
revela.<br />
Toda essa transformação,<br />
que inclusive fez com que a<br />
mídia <strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> fechar a<br />
última parte do processo <strong>de</strong><br />
uma campanha, é uma gran<strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong> para as agências<br />
mostrarem valor, provocarem<br />
o mercado em como se<br />
tornar mais relevantes e aproveitarem<br />
toda essa nova tecnologia<br />
para fazer trabalhos<br />
interessantes e diferenciados.<br />
“Acredito que a mídia tem<br />
<strong>de</strong> ser um agente <strong>de</strong> transformação<br />
cultural <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />
agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Nossa<br />
visão aqui na mídia é <strong>de</strong> ter<br />
um mindset digital aplicado a<br />
toda comunicação. Utilizar a<br />
questão da eficiência e os aspectos<br />
que as mídias digitais<br />
Paulo Ilha: “Falar só <strong>de</strong> digital é tão antigo quanto mencionar só a TV aberta”<br />
trouxeram e aplicar isso no<br />
contexto da comunicação. No<br />
final, estamos fazendo a mesma<br />
coisa que fazíamos antes,<br />
ou seja, entregar a máxima<br />
eficiência <strong>de</strong> resultados para<br />
as campanhas e projetos que<br />
realizamos. Falar só <strong>de</strong> digital<br />
é tão antigo quanto mencionar<br />
só a TV aberta. O contexto<br />
Divulgação<br />
“Não acredito que<br />
temos <strong>de</strong> fazer o<br />
Novo <strong>de</strong>struiNdo<br />
o aNtigo”<br />
não é o canal e, sim, qual a estratégia<br />
para que a campanha<br />
funcione da melhor forma”,<br />
diz Ilha.<br />
Já que a conversa não po<strong>de</strong><br />
ser sobre o canal, como impactar<br />
todos os meios, medir<br />
resultados e tomar <strong>de</strong>cisões<br />
durante a campanha? Seria a<br />
mídia programática a melhor<br />
forma <strong>de</strong> fazer essa leitura?<br />
Para Ilha, a mídia programática<br />
vai assumir um papel<br />
maior <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong><br />
mídia. “Ela é assertiva, mas<br />
no Brasil, especificamente,<br />
ainda possui muitos <strong>de</strong>safios.<br />
É fácil entregar números bonitos<br />
<strong>de</strong> mídia programática,<br />
mas números concretos <strong>de</strong><br />
resultados são bem mais complexos<br />
e difíceis. Falta muita<br />
transparência nesse setor. O<br />
mercado ainda não está 100%<br />
para a análise <strong>de</strong> dados. O importante<br />
agora é saber tratar<br />
os dados <strong>de</strong> uma forma que<br />
eles sejam relevantes para<br />
uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Aqui<br />
na DPZ&T investimos muito<br />
em pesquisa para a utilização<br />
<strong>de</strong> dados”, afirma.<br />
Mas as transformações não<br />
<strong>de</strong>vem parar por aqui. A tecnologia<br />
já modificou muito as<br />
relações <strong>de</strong>ntro das agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve mudar<br />
ainda mais no futuro.<br />
“É difícil falar da agência do<br />
futuro. Ela precisa ser constantemente<br />
reinventada. Não<br />
acredito mais em áreas <strong>de</strong>limitadas<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma agência,<br />
vamos trabalhar cada vez<br />
mais em ambientes colaborativos.<br />
A tecnologia afeta primeiro<br />
o consumidor e <strong>de</strong>pois<br />
o nosso trabalho. Estamos<br />
sempre nos <strong>de</strong>safiando a ser<br />
melhor todos os dias. Vemos<br />
um futuro sem muitas regras,<br />
on<strong>de</strong> vamos ter <strong>de</strong> achar soluções<br />
cada vez mais criativas<br />
para o nosso contexto. Então,<br />
precisamos estimular as pessoas,<br />
afinal, é <strong>de</strong>las que precisamos<br />
para fazer um futuro<br />
melhor”, finaliza Ilha.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 35
esPecial dia do mídia<br />
Papel do profissional engloba<br />
gerar conhecimento e novas i<strong>de</strong>ias<br />
Head <strong>de</strong> mídia da NBS, Luisa Bernar<strong>de</strong>s acredita na variação <strong>de</strong><br />
repertório para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> escolhas mais assertivas<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Desafiadora e mais do que<br />
nunca cheia <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s,<br />
a função <strong>de</strong> mídia sempre<br />
foi estratégica e vai muito<br />
além <strong>de</strong> negociação e compra<br />
<strong>de</strong> espaços. Com todas essas<br />
mudanças que a área sofreu<br />
nos últimos anos ficou ainda<br />
mais claro que o papel dos profissionais<br />
não é apenas a viabilização<br />
<strong>de</strong> veiculações, mas<br />
engloba geração <strong>de</strong> conhecimento,<br />
novas i<strong>de</strong>ias, projetos<br />
especiais e, particularmente, a<br />
interpretação <strong>de</strong> dados. “Hoje,<br />
o que não é mais tendência e<br />
sim realida<strong>de</strong> é o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> conteúdo<br />
em parceria com planejamento<br />
e criação, com base em<br />
dados, a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />
baseadas em estudos <strong>de</strong> ROI e<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atribuição, a leitura<br />
do comportamento geográfico<br />
através do mobile e por aí vai”,<br />
reflete Luisa Bernar<strong>de</strong>s, head<br />
<strong>de</strong> mídia da NBS.<br />
E se nos últimos tempos<br />
houve uma enorme mudança<br />
na relação entre pessoas e marcas,<br />
não há nenhum indício <strong>de</strong><br />
que essas transformações <strong>de</strong>em<br />
uma estacionada. Para a profissional,<br />
essa mutação se dará<br />
principalmente com o avanço<br />
<strong>de</strong> tendências como a inteligência<br />
artificial e os assistentes<br />
virtuais. “Lançaram recentemente<br />
um assistente que faz<br />
ligações e agenda serviços no<br />
mundo offline, por exemplo, e<br />
isso muda a dinâmica <strong>de</strong> compra<br />
<strong>de</strong> produtos e contratação<br />
<strong>de</strong> serviços”, afirma. Para ela, o<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é enten<strong>de</strong>r qual<br />
será o papel da comunicação e<br />
da mídia nesse contexto e como<br />
fazer para que as marcas continuem<br />
relevantes para as pessoas<br />
neste novo universo.<br />
Em uma visão cuidadosa, a<br />
head <strong>de</strong> mídia da NBS também<br />
pon<strong>de</strong>ra que o alto nível <strong>de</strong> tecnologia<br />
empregada na propaganda<br />
não <strong>de</strong>ve canibalizar uma<br />
relação próxima e <strong>de</strong> confiança<br />
Luisa Bernar<strong>de</strong>s: “A televisão continua tendo relevância na construção das marcas”<br />
com os clientes. Neste contexto,<br />
é importante não esquecer<br />
que as leituras <strong>de</strong> dados e todas<br />
as ferramentas precisam estar a<br />
serviço <strong>de</strong> um objetivo maior,<br />
<strong>de</strong> negócio ou <strong>de</strong> marca e que,<br />
segundo Luisa, “o trabalho é e<br />
sempre será sobre pessoas, e não<br />
sobre tecnologia ou métricas”.<br />
As transformações que impactaram<br />
o segmento <strong>de</strong> fora<br />
para <strong>de</strong>ntro também mexeram<br />
com as estruturas dos <strong>de</strong>partamentos<br />
nas agências. Para a publicitária,<br />
o perfil mudou completamente<br />
e fez surgir dois<br />
movimentos importantes: a digitalização<br />
da mídia e a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> equipe por<br />
uma contingência econômica e<br />
Divulgação<br />
“Temos li<strong>de</strong>rança<br />
ToTalmenTe<br />
híbrida e capaz<br />
<strong>de</strong> pensar<br />
esTraTégias<br />
como um Todo”<br />
pela mudança nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
remuneração. “Para o caso da<br />
digitalização, temos hoje uma<br />
li<strong>de</strong>rança totalmente híbrida e<br />
capaz <strong>de</strong> pensar as estratégias<br />
como um todo – tanto offline<br />
quanto digital –, enquanto a tática<br />
ainda tem os especialistas,<br />
que são fundamentais. Para o<br />
caso da redução do time, adotamos<br />
processos muito mais<br />
ágeis e controlados, o que permite<br />
que a equipe tenha um<br />
mínimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />
nesse cenário complexo e entregue<br />
o trabalho com excelência”,<br />
explica.<br />
Sobre a aproximação da área<br />
<strong>de</strong> mídia e <strong>de</strong> criação, Luisa<br />
admite que houve um estreitamento,<br />
embora não acredite<br />
que um <strong>de</strong>va necessariamente<br />
guiar o outro em todos os casos.<br />
“A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>manda uma conversa<br />
muito mais constante entre os<br />
<strong>de</strong>partamentos. Foi consi<strong>de</strong>rando<br />
esse movimento que nós<br />
na NBS revimos nossos processos<br />
<strong>de</strong> trabalho e elaboramos<br />
uma forma muito mais integrada<br />
<strong>de</strong> colaboração”.<br />
Outra reflexão realizada por<br />
Luisa passa pela suposta migração<br />
<strong>de</strong> verba dos meios tradicionais<br />
para o digital. Para ela,<br />
o mobile passa por um processo<br />
<strong>de</strong> crescimento exponencial,<br />
mas a TV ainda tem um papel<br />
importante. “Basta ver dados<br />
<strong>de</strong> audiência e acompanhar<br />
o que tem se falado em re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Por consequência, a<br />
televisão continua tendo relevância<br />
na construção das marcas.<br />
Na minha opinião, não há<br />
um ou outro, e sim a combinação<br />
<strong>de</strong> várias coisas, <strong>de</strong> acordo<br />
com cada objetivo e com o papel<br />
que cada meio é capaz <strong>de</strong><br />
cumprir”. Como seria o mundo<br />
i<strong>de</strong>al para um profissional <strong>de</strong><br />
mídia? “Conseguir acompanhar<br />
<strong>de</strong> perto o impacto <strong>de</strong>sses<br />
movimentos nos resultados <strong>de</strong><br />
negócios e na imagem <strong>de</strong> marca,<br />
para que as <strong>de</strong>cisões sejam<br />
tomadas corretamente”.<br />
36 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
especial dia do mídia<br />
“Nos dias <strong>de</strong> hoje, ser muito técnico<br />
não é diferencial, é obrigação”<br />
Rodolpho Aguiar Eufrosino, da Dentsu Brasil, afirma que o profissional<br />
precisa ser criativo, enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong> gente para unir marcas<br />
KELLY DORES e<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Para Rodolpho Aguiar Eufrosino,<br />
diretor <strong>de</strong> mídia da<br />
Dentsu Brasil, ser mídia nos<br />
dias <strong>de</strong> hoje é um <strong>de</strong>safio, pois<br />
conseguir conectar as marcas<br />
com os consumidores é cada<br />
vez mais complexo. “O profissional<br />
precisa ser extremamente<br />
antenado, ser multifacetado,<br />
ter um repertório cultural cada<br />
vez mais vasto”, diz Eufrosino.<br />
Na opinião <strong>de</strong>le, a mídia precisa<br />
ser pautada por dados e<br />
tecnologia, e num futuro próximo,<br />
ser o ponto inicial da construção<br />
<strong>de</strong> briefings e estratégias<br />
para as marcas. “A tecnologia<br />
seguirá empurrando as barreiras<br />
da comunicação, surgirão<br />
novos players, novas formas<br />
<strong>de</strong> consumir conteúdo. Estar<br />
atualizado e principalmente<br />
pensando à frente do momento<br />
atual é imprescindível, pois<br />
quando dados e tecnologia forem<br />
commodities, ser um mídia<br />
criativo e capaz <strong>de</strong> traduzir<br />
esses assets em estratégias inovadoras<br />
será fundamental para<br />
as marcas que aten<strong>de</strong>mos”.<br />
Outro ponto importante é<br />
que um profissional <strong>de</strong> mídia<br />
tem <strong>de</strong> ser criativo. “Nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje, ser só muito técnico<br />
não é diferencial, é obrigação.<br />
Ser criativo e sair da zona <strong>de</strong><br />
conforto é outra obrigação,<br />
enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologia então,<br />
nem se fala. É preciso também<br />
enten<strong>de</strong>r muito <strong>de</strong> gente, pois a<br />
principal função ainda é saber<br />
como unir marcas/produtos e<br />
pessoas, respeitando a forma<br />
<strong>de</strong> pensar, consumir, se entreter<br />
e <strong>de</strong> compra dos consumidores”,<br />
avalia.<br />
Com experiência <strong>de</strong> 19 anos<br />
<strong>de</strong>ntro do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />
agências, Eufrosino argumenta<br />
que nem <strong>de</strong> perto é o mesmo<br />
profissional e afirma que a troca<br />
<strong>de</strong> experiências e uma equipe<br />
diversificada são essenciais.<br />
“É cada vez mais necessário ter<br />
uma equipe diversificada, com<br />
Rodolpho Aguiar Eufrosino: “A tecnologia seguirá empurrando a comunicação”<br />
talentos que se completam e<br />
cooperam entre si, criando um<br />
ambiente mais rico e colaborativo.<br />
Algumas pessoas que<br />
já trabalharam comigo conseguem<br />
atestar o quanto eu me<br />
preocupo com isso. Por que<br />
não dar um briefing <strong>de</strong> uma<br />
campanha <strong>de</strong> digital para uma<br />
pessoa do seu time que é expert<br />
em offline? Com o suporte<br />
correto, na próxima campanha<br />
seu expert <strong>de</strong> offline não será o<br />
mesmo e assim você consegue<br />
criar uma equipe equilibrada e<br />
colaborar na construção <strong>de</strong>sse<br />
novo mídia. A cada dia aprendo<br />
com as pessoas que estão<br />
à minha volta, acredito muito<br />
nisso e incentivo <strong>de</strong> fato que as<br />
Divulgação<br />
“Estar atualizado<br />
E principalmEntE<br />
pEnsando à frEntE<br />
do momEnto atual<br />
é imprEscindívEl”<br />
pessoas do time troquem experiências”,<br />
<strong>de</strong>staca ele.<br />
De acordo com o diretor <strong>de</strong><br />
mídia da Dentsu, alcançar o<br />
consumidor em vários pontos<br />
<strong>de</strong> contato é hoje a tarefa mais<br />
árdua para um profissional <strong>de</strong><br />
mídia, assim como eleger o que<br />
é prioritário <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma estratégia<br />
<strong>de</strong> negócios e como<br />
abraçar o consumidor com sua<br />
mensagem sem ser evasivo,<br />
ampliando sua eficiência. “Os<br />
consumidores já <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><br />
ser só ABC <strong>18</strong>+, eles são um<br />
conjunto <strong>de</strong> valores, crenças,<br />
hábitos e é nesse contexto que<br />
temos <strong>de</strong> criar um link entre<br />
anunciantes e consumidores”.<br />
Dentro do contexto <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> meios, Eufrosino<br />
reforça que não vê a morte <strong>de</strong><br />
nenhum meio, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este<br />
busque se a<strong>de</strong>quar ao modo<br />
que as pessoas consomem conteúdo”.<br />
Já em um cenário <strong>de</strong><br />
fake news, ele avalia que quem<br />
ganha fôlego é a fonte. “Hoje,<br />
quando as pessoas recebem<br />
algo que elas <strong>de</strong>sconfiam, buscam<br />
fontes com as quais elas já<br />
têm um relacionamento <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>”,<br />
diz o executivo.<br />
Em relação à concentração<br />
da TV, ele observa que ela segue<br />
sendo uma força, não só<br />
no nosso mercado, mas globalmente,<br />
e que a força <strong>de</strong> uma<br />
mídia está no conteúdo. “Mais<br />
do que isso, temos os produtores<br />
gigantes <strong>de</strong> conteúdo, e,<br />
sim, a força está no conteúdo. O<br />
smartphone é hoje o <strong>de</strong>vice que<br />
mais está na mão das pessoas,<br />
mas todos os gran<strong>de</strong>s produtores<br />
<strong>de</strong> conteúdo já o distribuem<br />
por diversas plataformas, VOD,<br />
digital streaming, internet e<br />
social”, completa.<br />
Sobre re<strong>de</strong>s sociais, ele ressalta<br />
que a força das re<strong>de</strong>s sociais<br />
não está mais limitada a<br />
fatores como recomendação,<br />
aval, a<strong>de</strong>quação, mas também<br />
como canais <strong>de</strong> mídia po<strong>de</strong>rosos.<br />
“Temos re<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong><br />
100 milhões <strong>de</strong> usuários e isso<br />
não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezado”.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 37
especial dia do mídia<br />
“Não adianta gerar dados se não<br />
interpretá-los da forma correta”<br />
Para Amanda Gasperini, diretora <strong>de</strong> analytics e mídia da F.biz, o principal<br />
<strong>de</strong>safio é usar a tecnologia a favor das estratégias e do negócio do cliente<br />
KELLY DORES e<br />
RENATO ROGENSKI<br />
integração das áreas <strong>de</strong>ntro<br />
A das agências é hoje mais<br />
do que uma realida<strong>de</strong> – é uma<br />
necessida<strong>de</strong>. No caso da F.biz,<br />
os trabalhos <strong>de</strong> mídia e criação<br />
andam juntos. “A mídia faz o<br />
briefing à criação juntamente<br />
com o planejamento a fim <strong>de</strong><br />
garantir que a mensagem seja<br />
propagada na plataforma certa,<br />
e no tempo e duração mais a<strong>de</strong>quados<br />
ao formato que melhor<br />
alcançará o target a ser impactado.<br />
A mídia oferece recursos<br />
para aumentar a assertivida<strong>de</strong><br />
na distribuição da mensagem,<br />
seja por um formato <strong>de</strong> alto<br />
impacto ou por segmentação,<br />
seja <strong>de</strong> horário, <strong>de</strong> contexto,<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>vice etc.”, conta Amanda<br />
Gasperini, diretora <strong>de</strong> analytics<br />
e mídia da F.biz.<br />
Amanda ressalta que na<br />
F.biz o profissional <strong>de</strong> mídia<br />
que planeja e executa a campanha<br />
também é responsável<br />
por acompanhar e analisar o<br />
resultado do seu trabalho. “Assim,<br />
a disciplina <strong>de</strong> analytics<br />
fica responsável pela análise do<br />
impacto que a ação teve para o<br />
negócio do cliente. E a equipe<br />
<strong>de</strong> performance fica totalmente<br />
focada em trazer o melhor das<br />
ferramentas para alavancar os<br />
resultados das campanhas. Já<br />
a renovação vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
como cada agência conduz o<br />
seu negócio e se vê como priorida<strong>de</strong><br />
ter uma atuação guiada a<br />
resultados, que estamos sendo<br />
cada vez mais cobrados”.<br />
Sobre o perfil <strong>de</strong> um profissional<br />
<strong>de</strong> mídia, ela fala que<br />
o mercado exige muito mais<br />
conhecimento, tanto técnico<br />
como estratégico, e uma visão<br />
holística. “O profissional precisa<br />
enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> dados e <strong>de</strong> tecnologia<br />
para <strong>de</strong>senvolver uma<br />
estratégica eficaz, a favor do<br />
negócio do cliente. E precisa<br />
enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> comportamento<br />
também. Estudar o consumo<br />
dos meios é fundamental para<br />
Amanda Gasperini: “É fundamental que o profissional conheça a jornada do consumidor”<br />
conhecer o consumidor, os seus<br />
hábitos, por quais assuntos as<br />
pessoas se interessam. A compreensão<br />
dos pontos <strong>de</strong> contato<br />
é vital para garantir que a<br />
comunicação seja aceita, que a<br />
mensagem seja associada pelo<br />
target. É fundamental também<br />
saber avaliar os resultados <strong>de</strong><br />
mídia, além das métricas das<br />
ferramentas, agilida<strong>de</strong> para otimizar<br />
o budget dos clientes durante<br />
as ações,” <strong>de</strong>staca ela.<br />
Para a executiva, finalmente<br />
o mercado parece reconhecer<br />
que os meios estão convergindo<br />
cada vez mais, sendo que a<br />
integração entre online e offline<br />
já é uma realida<strong>de</strong>. “Na F.biz,<br />
Divulgação<br />
“O pensamentO<br />
<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>ve<br />
ser fOcadO nO<br />
cOnsumidOr, nas<br />
suas ativida<strong>de</strong>s<br />
e na dinâmica<br />
pela qual ele<br />
se relaciOna<br />
cOm Os meiOs”<br />
não nos pautamos só pela mídia,<br />
mas também pelo comportamento<br />
das pessoas. A jornada<br />
<strong>de</strong> consumo mudou. São várias<br />
telas, apps, entretenimentos, e<br />
diversos canais, ou seja, temos<br />
uma nova forma <strong>de</strong> consumir<br />
conteúdo. Não importa mais se<br />
o meio é digital ou tradicional,<br />
o importante é assegurar que a<br />
mensagem respeite as peculiarida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> consumo do meio<br />
e dos momentos vividos pelas<br />
pessoas”, pontua ela.<br />
De acordo com Amanda Gasperini,<br />
o principal <strong>de</strong>safio do<br />
mercado <strong>de</strong> mídia hoje é usar<br />
a tecnologia e os dados a favor<br />
das estratégias com foco no<br />
negócio do cliente. “Na F.biz,<br />
monitoramos os KPIs e as métricas<br />
das ações a fim <strong>de</strong> corrigir<br />
rotas e aferir resultados, acumulando<br />
informações minuciosas<br />
<strong>de</strong> cada etapa do projeto.<br />
Não adianta gerar dados se não<br />
existir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretá-los<br />
da forma correta e <strong>de</strong><br />
acordo com os objetivos <strong>de</strong> negócios<br />
do cliente. Por isso, esse<br />
é um dos principais <strong>de</strong>safios<br />
para o mercado <strong>de</strong> mídia. Além<br />
disso, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se trabalhar<br />
orientado para o negócio<br />
do cliente torna imprescindível<br />
a revisão frequente dos investimentos.<br />
As agências serão mais<br />
e mais cobradas por resultado e<br />
vejo os profissionais <strong>de</strong> mídia<br />
procurarem cada vez mais por<br />
dados”, observa.<br />
Na opinião da executiva, a<br />
tecnologia ajudou a conferir um<br />
caráter estratégico à mídia. “As<br />
plataformas são um exemplo<br />
e quem souber usá-las <strong>de</strong> maneira<br />
inteligente abrirá muitas<br />
oportunida<strong>de</strong>s para as marcas.<br />
Privilegiar a entrega <strong>de</strong> conteúdo<br />
ou experiência <strong>de</strong> maneira<br />
contextualizada e integrada ao<br />
publisher também é uma das<br />
principais oportunida<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>radas<br />
hoje para valorizar a<br />
marca e mostrar a importância<br />
<strong>de</strong> se ter um pensamento integrado<br />
<strong>de</strong> mídia”, diz a diretora<br />
<strong>de</strong> analytics e mídia da F.Biz.<br />
38 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
especIal dIa do mídIa<br />
Informação bem usada diminui a<br />
margem <strong>de</strong> dúvida sobre o retorno<br />
Utilização cada vez mais completa e precisa <strong>de</strong> dados é a tendência;<br />
executivo da Isobar vê mais po<strong>de</strong>r e responsabilida<strong>de</strong> para a área<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
frase “com gran<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>res<br />
vêm gran<strong>de</strong>s responsa-<br />
A<br />
bilida<strong>de</strong>s” costuma ser familiar<br />
aos fãs <strong>de</strong> super-heróis. Dita<br />
por Ben, tio <strong>de</strong> Peter Parker, o<br />
Homem-Aranha, ela po<strong>de</strong>ria<br />
também ser aplicada ao profissional<br />
<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> hoje.<br />
Na visão <strong>de</strong> Luis Padilha, VP<br />
<strong>de</strong> mídia da Isobar, o profissional<br />
da área vive em um ambiente<br />
mais dinâmico, relevante e<br />
estratégico. Tudo isso ocorre<br />
na esteira da digitalização e da<br />
proliferação <strong>de</strong> dados, que juntos<br />
ofertam uma matemática<br />
mais precisa dos retornos. “O<br />
profissional ganhou uma responsabilida<strong>de</strong><br />
maior. Ele tinha<br />
um valor na agência e hoje tem<br />
um reconhecimento mais alto.<br />
É um momento <strong>de</strong> florescimento.<br />
Tem uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos,<br />
turbinados pela entrada<br />
dos players digitais e em constante<br />
transformação”.<br />
Enquanto a TV encontrou o<br />
seu “Santo Graal” com o break,<br />
a internet e o mobile seguem<br />
nessa pesquisa. E é importante<br />
o mídia estar bem próximo<br />
<strong>de</strong>sse movimento. Mas não sozinho.<br />
Assim como colegas no<br />
mercado, Padilha acredita na<br />
crescente proximida<strong>de</strong> da mídia<br />
com o restante da agência.<br />
“É mais dinâmico, têm coisas<br />
novas a toda hora. O criativo<br />
não consegue startar no trabalho<br />
na agência se não estiver<br />
com a mídia do lado, trocando<br />
i<strong>de</strong>ias. Sempre que possível,<br />
busco ter as equipes juntas no<br />
briefing”.<br />
Outro canal que precisa estar<br />
sempre aberto e em sintonia<br />
é o entre mídia e cliente. Com<br />
a transformação constante e<br />
veloz do trabalho, em ferramentas,<br />
formatos e contextos,<br />
o anunciante precisa ter interesse<br />
em acompanhar. Para<br />
Padilha, sem essas parcerias o<br />
negócio não teria andado até<br />
aqui e tampouco seguiria firme<br />
pelos próximos anos. “Nunca vi<br />
Luis Padilha: “Temos uma noção claríssima do retorno. E essa margem <strong>de</strong> dúvida vai diminuir mais”<br />
a área <strong>de</strong> marketing dos clientes<br />
tão ativa. Há um interesse enorme<br />
em transformação, e eles<br />
são importantíssimos ao apoiar<br />
i<strong>de</strong>ias. De forma geral, não há<br />
resistência. Os clientes estão<br />
com áreas altamente profissionalizadas,<br />
preparados para testar,<br />
querendo escutar e participar<br />
<strong>de</strong>sse momento”, diz.<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora<br />
Se da porta para fora as<br />
transformações têm sido rápidas<br />
e intensas, do lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
também. O executivo avalia<br />
que o presente é <strong>de</strong> aprendizado<br />
coletivo e <strong>de</strong> crescimento,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da ida<strong>de</strong>.<br />
Aliás, esse é um critério que<br />
ten<strong>de</strong> a per<strong>de</strong>r força. “Entre<br />
uma pessoa que tem 50 anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong> e uma <strong>de</strong> 25 há uma diferença<br />
<strong>de</strong> experiência, mas no<br />
digital é praticamente igual. As<br />
coisas estão sendo inventadas<br />
“O mídia é O gran<strong>de</strong><br />
maestrO <strong>de</strong>ssa<br />
Orquestra dOs<br />
dadOs. ele precisa<br />
ter inteligência<br />
para aplicar,<br />
tirar insumOs<br />
e atuar nas<br />
recOmendações<br />
para Os clientes”<br />
Divulgação<br />
neste momento e quem quiser<br />
apren<strong>de</strong>r vai apren<strong>de</strong>r. É um<br />
momento excitante”, comenta.<br />
Nesse ponto <strong>de</strong> equipe e <strong>de</strong> visão<br />
para o mercado, ele vê vantagens<br />
na Isobar, que nasceu digital<br />
e tem isso como vocação.<br />
“Faz parte do dia a dia. É mais<br />
ou menos como uma criança <strong>de</strong><br />
cinco anos que pega um iPad na<br />
mão. É instintivo”, completa.<br />
Ele vê três tendências - dados,<br />
dados e dados - e avalia<br />
que este movimento ganhará<br />
mais força. Por isso, quem dominar<br />
bem essa matéria terá<br />
uma oferta diferenciada no<br />
mercado. “O mídia é o gran<strong>de</strong><br />
maestro <strong>de</strong>ssa orquestra dos<br />
dados. Ele precisa ter inteligência<br />
para aplicar, tirar insumos e<br />
atuar nas recomendações para<br />
os clientes. Temos uma noção<br />
claríssima do retorno. E essa<br />
margem <strong>de</strong> dúvida vai diminuir<br />
mais”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 39
especial Dia Do MíDia<br />
Dados e pesquisa apoiam costura<br />
<strong>de</strong> um planejamento cirúrgico<br />
Diretor-geral da área na Lew’Lara\TBWA, Thiago Ferraz fala sobre os<br />
<strong>de</strong>safios, tendências, inovações e oportunida<strong>de</strong>s do mercado brasileiro<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Atualmente ser um profissional<br />
<strong>de</strong> mídia é estar na<br />
velocida<strong>de</strong> da cultura e manter<br />
o radar sempre sintonizado<br />
para antecipar o que <strong>de</strong>ve virar<br />
conversa no dia seguinte. Pelo<br />
menos essa é a <strong>de</strong>finição mais<br />
coerente sobre a ativida<strong>de</strong> na<br />
visão <strong>de</strong> Thiago Ferraz, diretor-<br />
-geral <strong>de</strong> mídia da Lew’Lara\<br />
TBWA. Ele está há poucos dias<br />
na agência, mas com 20 anos<br />
<strong>de</strong> experiência no mercado e<br />
passagens por Taterka (hoje<br />
DPZ&T), Carillo Pastore EuroRSCG<br />
(atual Havas) e Age<br />
(atual mcgarrybowen) vivenciou<br />
todo o “tsunami” que<br />
transformou o segmento nas<br />
últimas duas décadas.<br />
Para falar sobre tendências<br />
<strong>de</strong> mídia, o profissional prefere<br />
fugir dos temas mais óbvios<br />
como “compra programática”<br />
e “inteligência artificial” para<br />
ressaltar o assistente <strong>de</strong> voz<br />
como um gran<strong>de</strong> universo a<br />
ser explorado nos próximos<br />
anos. Ao mesmo tempo, enxerga<br />
que o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é<br />
enten<strong>de</strong>r os novos comportamentos<br />
do público e, <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>sse contexto, trazer relevância<br />
para as marcas.<br />
Já totalmente integrado<br />
ao dia a dia e ao espírito da<br />
Lew’Lara\TBWA, agência na<br />
qual começou a sua carreira,<br />
inclusive, Ferraz enxerga gran<strong>de</strong>s<br />
oportunida<strong>de</strong>s para área <strong>de</strong><br />
mídia, principalmente ao trabalhar<br />
com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir<br />
na mesma estratégia meios,<br />
mo<strong>de</strong>los e formatos consolidados<br />
com aqueles que prometem<br />
proporcionar um nível maior<br />
<strong>de</strong> impacto e engajamento com<br />
os consumidores. “A associação<br />
<strong>de</strong> mídia tradicional com<br />
ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, por<br />
exemplo, po<strong>de</strong> fazer com que<br />
as marcas criem relevância e<br />
se <strong>de</strong>staquem, além do volume<br />
<strong>de</strong> views, GRPS, impressões e<br />
afins”, afirma.<br />
Outro ponto interessante<br />
Divulgação<br />
Thiago Ferraz: “O que <strong>de</strong>veremos ver é uma migração <strong>de</strong> investimento por plataforma”<br />
“É preciso<br />
tomar cuidado<br />
redobrado para<br />
que sua mensagem<br />
não seja mal<br />
interpretada”<br />
levantado pelo diretor é a respeito<br />
da relevância do <strong>de</strong>partamento,<br />
que hoje muitas vezes<br />
ajuda a pautar as áreas <strong>de</strong> criação,<br />
principalmente por conta<br />
da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos<br />
existentes e as diferentes formas<br />
<strong>de</strong> abordagem <strong>de</strong> cada um<br />
<strong>de</strong>les. “A mídia, <strong>de</strong> alguma forma,<br />
sempre foi importante para<br />
orientar a criação sobre quais<br />
formatos ou peças seriam criadas.<br />
No entanto, como havia<br />
uma certa padronização e menos<br />
opções, isso se tornava um<br />
processo muito mais simples.<br />
Como temos um novo formato<br />
a cada instante, com diferentes<br />
tipos <strong>de</strong> abordagem e métricas<br />
diferentes, se mostrou necessário<br />
uma maior aproximação do<br />
time criativo para essas orientações”,<br />
explica.<br />
MíDia cirúrgica<br />
Ao mesmo tempo em que<br />
esse vasto repertório <strong>de</strong> mídias<br />
abriu infinitas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
comunicação, Ferraz também<br />
acredita que pesquisas e dados<br />
são essenciais para otimizar a<br />
comunicação em cada etapa da<br />
jornada do consumidor e evitar<br />
o <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> dinheiro.<br />
“Hoje em dia está cada vez mais<br />
raro encontrarmos clientes que<br />
possuam verba suficiente para<br />
suportar vários pontos <strong>de</strong> contato.<br />
Por isso, precisamos nos<br />
apoiar cada vez mais em pesquisas<br />
e dados para enten<strong>de</strong>rmos<br />
o comportamento do nosso<br />
consumidor e fazer a mídia<br />
cirúrgica”, acredita.<br />
A migração <strong>de</strong> verbas dos<br />
meios tradicionais para o digital<br />
também foi abordada por<br />
Ferraz. Para ele, é bem possível<br />
que a televisão continue<br />
concentrando a maior parte<br />
dos investimentos por um bom<br />
tempo, “sobretudo, porque boa<br />
parte do consumo <strong>de</strong> entretenimento<br />
do celular está em assistir<br />
conteúdos gerados pelas<br />
próprias TVs”. “O que <strong>de</strong>veremos<br />
ver, nos próximos anos, é<br />
uma migração <strong>de</strong> investimento<br />
por plataforma. Da TV para o<br />
VOD”, argumenta. Em sua visão,<br />
o rádio também continua<br />
relevante e relembra: “Existem<br />
nomes na música brasileira e<br />
global que só são sucesso porque<br />
tocam na rádio”.<br />
Por fim, o diretor-geral <strong>de</strong> mídia<br />
da Lew’Lara\TBWA lembrou<br />
também que as re<strong>de</strong>s sociais<br />
ganham cada vez mais força<br />
por conta <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r disseminador.<br />
“Sua ampla gama <strong>de</strong> formatos<br />
e segmentações permite<br />
uma mídia cirúrgica. Mas justamente<br />
por sua polarização,<br />
é preciso tomar cuidado redobrado<br />
para que sua mensagem<br />
não seja mal interpretada pelo<br />
público”, argumenta.<br />
40 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
EspEcial dia do mídia<br />
Entrega hoje vai muito além da<br />
comunicação, afirma executivo<br />
Com três escritórios, Artplan busca inovação com diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
profissionais e visão cada vez mais estratégica e integrada do setor<br />
Claudia Penteado<br />
Francisco Rosa, ou Chico<br />
Rosa como é conhecido o<br />
diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Artplan<br />
<strong>de</strong> São Paulo, costuma dizer<br />
que o mercado atual é sobre<br />
i<strong>de</strong>ias e não sobre campanhas.<br />
Nesse cenário, a mídia adquiriu<br />
um papel mais fundamental do<br />
que nunca no pensamento estratégico:<br />
do conhecimento da<br />
atual jornada do consumidor e<br />
do mapeamento <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
à produção e distribuição<br />
<strong>de</strong> conteúdo. “Nosso dia a<br />
dia é pautado por projetos e não<br />
por entregas <strong>de</strong>partamentalizadas.<br />
Estamos na mesa com<br />
diferentes áreas, pensando em<br />
entregas que vão muito além da<br />
comunicação. A mídia precisa<br />
encontrar formas revolucionárias<br />
<strong>de</strong> chegar até as pessoas levando<br />
benefícios e não apenas<br />
mensagens”, diz Chico.<br />
Os três escritórios da Artplan<br />
atualmente têm 65 pessoas na<br />
mídia, com diferentes skills<br />
- nativos digitais, <strong>de</strong> BI, performance<br />
- algo que, segundo<br />
Chico, é imprescindível. “O que<br />
orienta essa turma toda, sem<br />
dúvida, é o inconformismo,<br />
querer conhecer mais e mais<br />
sempre, fazer diferente e melhor.<br />
E nesse contexto a agência<br />
precisa estar preparada, ser<br />
um ambiente propício para que<br />
possam <strong>de</strong>senvolver suas habilida<strong>de</strong>s,<br />
sem nenhum obstáculo<br />
ou trava”, observa.<br />
O processo <strong>de</strong> trabalho na<br />
mídia vem se transformando<br />
e o contexto é cada vez menos<br />
<strong>de</strong>partamentalizado. A mídia<br />
se encaixa hoje <strong>de</strong> maneira<br />
natural no processo, e a integração<br />
ocorre não em relação<br />
a outras áreas, mas em pensamento<br />
e i<strong>de</strong>ia. “A mídia entra<br />
no princípio <strong>de</strong> tudo, junto ao<br />
planejamento e BI. Essa trinca<br />
trabalha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o entendimento<br />
do problema do cliente até a<br />
recomendação estratégica para<br />
resolvê-lo. A proximida<strong>de</strong> com<br />
a criação e o conteúdo também<br />
Chico Rosa: “Dia a dia é pautado por projetos e não por entregas <strong>de</strong>partamentalizadas”<br />
é gran<strong>de</strong> e necessária, já que<br />
não se trata apenas <strong>de</strong> botar<br />
uma campanha no ar e, sim,<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar novos formatos<br />
e novos jeitos <strong>de</strong> usar os canais<br />
disponíveis”, diz.<br />
Nas apresentações, faz tempo<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser um capítulo<br />
específico, uma vez que se<br />
insere ao longo <strong>de</strong> toda a história<br />
que está sendo contada.<br />
Segundo Chico, a mídia talvez<br />
seja o <strong>de</strong>partamento mais impactado<br />
- positivamente - pelos<br />
novos recursos tecnológicos e<br />
suas possibilida<strong>de</strong>s.<br />
“Todo dia conhecemos novos<br />
recursos e ferramentas, e<br />
avaliamos como tudo isso po<strong>de</strong><br />
nos ajudar a entregar melhores<br />
resultados para os clientes e<br />
Divulgação<br />
“A mídiA entrA<br />
no princípio <strong>de</strong><br />
tudo, junto Ao<br />
plAnejAmento e<br />
Bi. essA trincA<br />
trABAlhA <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o entendimento<br />
do proBlemA do<br />
cliente, Até A<br />
recomendAção<br />
estrAtégicA pArA<br />
resolvê-lo”<br />
para a agência. Tanto para levantamento<br />
<strong>de</strong> dados e informações,<br />
como na automação<br />
<strong>de</strong> processos, na forma como<br />
compramos mídia e como fazemos<br />
seu acompanhamento”,<br />
observa o executivo.<br />
Por sinal, nos dados sempre<br />
esteve uma das gran<strong>de</strong>s forças<br />
da mídia, mas a área teve <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r a analisá-los <strong>de</strong> maneira<br />
mais integrada, contando<br />
com pessoas <strong>de</strong> diversas áreas<br />
- tra<strong>de</strong>, BI, vendas, pós-vendas,<br />
consumo <strong>de</strong> meios etc. - um<br />
trabalho coletivo para transformá-los<br />
em estratégias baseadas<br />
em comportamentos.<br />
E por falar em comportamento,<br />
o uso do celular representa<br />
um <strong>de</strong>safio constante, uma vez<br />
que está nas mãos das pessoas,<br />
<strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s, em todos os<br />
cantos do país, em alguns casos<br />
dividindo a atenção com outras<br />
plataformas <strong>de</strong> mídia.<br />
Chico afirma que ainda há<br />
muito a apren<strong>de</strong>r para explorar<br />
melhor essa plataforma, do<br />
ponto <strong>de</strong> vista da visão do consumidor<br />
e também das marcas.<br />
No Brasil, em especial, a TV<br />
continua mexendo profundamente<br />
com a estratégia das<br />
marcas. “O Brasil é um país<br />
muito gran<strong>de</strong>, com características<br />
peculiares em cada região.<br />
A força da TV não se <strong>de</strong>ve só à<br />
questão territorial e <strong>de</strong> acesso,<br />
mas também a fatores culturais.<br />
E isso obviamente reflete<br />
diretamente na estratégia das<br />
marcas, que sempre estarão<br />
atrás dos consumidores, on<strong>de</strong><br />
eles estiverem”, observa. Para<br />
ele, o papel da mídia se manterá<br />
relevante para os clientes<br />
na medida em que for capaz <strong>de</strong><br />
otimizar verba, aumentar a visibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> marcas e produtos<br />
e promover as vendas.<br />
E <strong>de</strong>ntro da agência, a mídia<br />
<strong>de</strong>ve se tornar cada dia mais relevantes<br />
como provedora <strong>de</strong> informações<br />
sobre consumo, sobre<br />
consumidores e mapeando<br />
novas oportunida<strong>de</strong>s para falar<br />
com tantos perfis distintos.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 41
especIal dIa do mídIa<br />
Y&R quer se inserir no início dos<br />
processos para melhor <strong>de</strong>sempenho<br />
Agência busca agregar conhecimentos <strong>de</strong> consultorias e do segmento<br />
<strong>de</strong> PR para fortalecer o plano dos clientes; pulso no negócio é a chave<br />
Danúbia Paraizo<br />
Menos melindres e mais<br />
ação. Esse é o pensamento<br />
que tem orientado o <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> mídia da Y&R em<br />
meio às mudanças do mercado<br />
e o fortalecimento <strong>de</strong> novos<br />
atores, como agências <strong>de</strong> PR<br />
e consultorias. Para Glaucia<br />
Montanha, diretora-geral <strong>de</strong><br />
mídia da agência, disciplinas<br />
complementares são sempre<br />
bem-vindas, uma vez que o objetivo<br />
final é sempre o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do cliente. “Quando<br />
você olha para o negócio,<br />
você tem menos melindres<br />
com os novos atores e passa a<br />
entendê-los como parceiros. O<br />
<strong>de</strong>safio é ter um negócio agregador.<br />
Para o PR, por exemplo,<br />
é importante ter olhar <strong>de</strong> SEO.<br />
Se tiver um link certo na palavra<br />
certa vai gerar um tráfego<br />
que para mim como mídia vai<br />
ser mais otimizado. Nas consultorias,<br />
você traz mais assertivida<strong>de</strong>.<br />
Os atores contribuem<br />
para a discussão”.<br />
Responsável pelo maior volume<br />
<strong>de</strong> investimento em mídia<br />
do Brasil, a Y&R aten<strong>de</strong> a clientes<br />
<strong>de</strong> alto calibre, tais como o<br />
grupo Via Varejo, <strong>de</strong>tentor da<br />
Casas Bahia e Pontofrio. Sobretudo<br />
em um nicho como o varejista,<br />
otimização <strong>de</strong> resultados<br />
e performance são palavras <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m na mídia. Não à toa, a<br />
Y&R montou no começo <strong>de</strong>ste<br />
ano uma mesa <strong>de</strong> performance<br />
digital com olhar voltado para<br />
otimização. “Fizemos testes<br />
com alguns clientes e no segundo<br />
semestre vamos enviar<br />
o link em tempo real do que a<br />
gente está fazendo na mídia.<br />
Será um acompanhamento vivo<br />
para que a reação seja em tempo<br />
real também. O cliente vai<br />
saber o que está acontecendo,<br />
enten<strong>de</strong>r o acompanhamento<br />
<strong>de</strong> rota não apenas no digital”.<br />
Para a executiva, gestão<br />
compartilhada e aberta é um<br />
dos <strong>de</strong>safios da agência, e passa<br />
a ser um benefício oferecido<br />
para trazer mais confiança aos<br />
clientes.<br />
IntegRação<br />
Em um cenário em que o<br />
digital ganha cada vez mais<br />
relevância, não à toa, cresceu<br />
14,8% em 2017, como indicou a<br />
pesquisa Digital Ad Spend 20<strong>18</strong>,<br />
do IAB Brasil, Glaucia <strong>de</strong>staca<br />
que o olhar do mídia <strong>de</strong>ve ser<br />
cada vez mais analítico, a fim<br />
<strong>de</strong> saber equilibrar os investimentos<br />
dos clientes, fugindo<br />
<strong>de</strong> receitas prontas. Nesse sentido,<br />
o planejamento está cada<br />
vez mais plural e menos ingessado,<br />
pois abrange outros pontos<br />
<strong>de</strong> contato que não apenas<br />
venda. A construção <strong>de</strong> marca,<br />
por exemplo, é um <strong>de</strong>les. “A TV<br />
sempre será um meio relevante<br />
no nosso país, o que temos<br />
Divulgação<br />
Glaucia Montanha: “Cada meio tem um KPI que precisa ser avaliado, não só <strong>de</strong> vendas”<br />
“Evoluímos<br />
muito Em<br />
mEnsuração<br />
graças ao<br />
digital”<br />
feito é incluir os outros meios<br />
nos micromomentos do consumidor.<br />
Evoluímos muito em<br />
mensuração graças ao digital.<br />
A gente consegue saber qual<br />
é o papel <strong>de</strong> cada mídia. Po<strong>de</strong><br />
ser que em relação à venda ele<br />
não performe tão bem, mas tenha<br />
bons resultados em outro<br />
atributo. Esse aprendizado é<br />
muito vivo”.<br />
Segundo a executiva, enten<strong>de</strong>r<br />
os momentos do consumidor<br />
se torna fundamental nesse<br />
contexto. “Na rua, a pessoa está<br />
aberta a um tipo <strong>de</strong> consumo.<br />
No cinema, outra coisa, mas<br />
vai gerar impacto <strong>de</strong> qualquer<br />
maneira. Determinar métricas<br />
para cada meio é a chave, não<br />
para campanha como um todo.<br />
Cada meio tem um KPI que<br />
precisa ser avaliado, não só <strong>de</strong><br />
resultado em vendas, porque<br />
daí você abandona coisas importantes”.<br />
Como exemplo ela<br />
cita o recente problema <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabastecimento<br />
<strong>de</strong> combustível<br />
e alimentos causado pela greve<br />
dos caminhoneiros, em São<br />
Paulo. “No período, o consumo<br />
diminuiu e isso impactou diretamente<br />
as vendas. Muitas pessoas<br />
não saíram <strong>de</strong> casa. Nesse<br />
momento você tem <strong>de</strong> saber o<br />
que indicar para o cliente. Ter<br />
esse pulso e ser analítico faz<br />
parte do nosso cotidiano, é uma<br />
análise diária do momento do<br />
mercado, rentabilida<strong>de</strong> e tendências<br />
<strong>de</strong> consumo”.<br />
Pensando em traduzir esse<br />
pensamento para o dia a dia da<br />
agência, Glaucia explica que<br />
uma série <strong>de</strong> medidas foram<br />
tomadas. Uma <strong>de</strong>las foi renovar<br />
o perfil dos profissionais do<br />
<strong>de</strong>partamento, trazendo os que<br />
têm olhar em viewability, negócios<br />
e resultados. “Em 2017,<br />
mudamos mais <strong>de</strong> 70% do perfil<br />
das pessoas. Isso tem a ver<br />
com quem tinha olhar e trazer<br />
disciplinas <strong>de</strong> olhar <strong>de</strong> negócio<br />
que queríamos trazer para<br />
o cliente. Além <strong>de</strong>ssa mesa <strong>de</strong><br />
performance, criamos processos<br />
que funcionam na pratica”.<br />
42 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
AgêNciAs<br />
Dentsu Aegis Network reestrutura<br />
comando na América Latina<br />
Grupo promove dois lí<strong>de</strong>res regionais; Claudia Colaferro <strong>de</strong>ixa o cargo<br />
<strong>de</strong> CEO Latam e assume como presi<strong>de</strong>nte multicultural para Américas<br />
RENATO ROGENSKI<br />
conceito <strong>de</strong> pensar globalmente, mas agir<br />
O localmente, parece servir como um guia<br />
também para a Dentsu Aegis Network. A empresa<br />
acaba <strong>de</strong> anunciar uma série <strong>de</strong> mudanças<br />
em sua operação na América Latina. Entre<br />
elas, a promoção <strong>de</strong> dois lí<strong>de</strong>res locais, além<br />
<strong>de</strong> um novo head of media e presi<strong>de</strong>nte para<br />
a Amplifi, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra programática<br />
que ainda não atua no Brasil. O objetivo da<br />
restruturação é reforçar o comando para suportar<br />
o crescimento regional. Dentro <strong>de</strong>sse<br />
cenário <strong>de</strong> modificações, após li<strong>de</strong>rar a região<br />
por seis anos como CEO, a brasileira Claudia<br />
Colaferro foi promovida para uma posição <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rança com escopo mais amplo e assume<br />
agora o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte para Américas<br />
multicultural. A nova missão da executiva é<br />
Divulgação<br />
Claudia Colaferro: nova posição com escopo mais amplo<br />
atuar estrategicamente consi<strong>de</strong>rando e <strong>de</strong>senvolvendo<br />
as percepções regionais <strong>de</strong> cultura,<br />
comportamento e consumo <strong>de</strong> cada um<br />
dos países do continente americano.<br />
Por ser brasileira e ter trabalhado quase<br />
toda a carreira em um país <strong>de</strong> dimensões<br />
continentais, Claudia já tem expertise em lidar<br />
com discrepâncias mercadológicas locais.<br />
Também está entre as suas atribuições formalizar<br />
a agenda <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão da<br />
re<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo parte do trabalho que já<br />
exercia como li<strong>de</strong>rança feminina no Brasil. No<br />
lugar <strong>de</strong> Claudia, Julio Castellanos assume o<br />
cargo <strong>de</strong> CEO para América Latina, mantendo<br />
também suas atuais responsabilida<strong>de</strong>s como<br />
CEO da Dentsu Aegis México. Por fim, fechando<br />
essa etapa <strong>de</strong> mudanças regionais, Mauricio<br />
Sabogal é o presi<strong>de</strong>nte da DAN Media e da<br />
Amplifi para a América Latina.<br />
<br />
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jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 43
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
solta o som<br />
A indústria fonográfica acaba <strong>de</strong> ganhar um<br />
novo artista. O DJ First Aperture é diferente<br />
<strong>de</strong> tudo que existe, pois foi criado a partir<br />
do conteúdo da Getty Images. E para marcar<br />
seu nascimento, o anunciante lançou o single<br />
Take Control. O vi<strong>de</strong>oclipe, a arte do álbum<br />
e o material <strong>de</strong> merchandising foram feitos<br />
com apoio <strong>de</strong> conteúdo da Getty Images.<br />
AlmApbbdo<br />
getty images<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: First Aperture; criação: Zé Baldin, Heitor Buchalla<br />
e Rafael Kfouri; digital production company:<br />
Media Monks; produtora <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o: Vetor Zero;<br />
produtora <strong>de</strong> áudio: Evil Twin Music; aprovação<br />
do cliente: Gene Foca, Paige McCrensky, Kjelti<br />
Kellough, Elvira Cameriere e Natália Moraes.<br />
outfit<br />
Pegando carona no novo e polêmico viral<br />
que estimula os usuários a revelarem qual<br />
é o preço <strong>de</strong> suas roupas, o Burger King inverteu<br />
a lógica do Quanto custa o outfit e<br />
mostra que é possível ter estilo gastando<br />
pouco. O filme criado mostra com irreverência<br />
o preço acessível dos lanches na loja.<br />
dAvid<br />
burger king<br />
Titulo: Burger King Outfit; produto: institucional;<br />
criação: Bruno “Brunitinho” Ugo, Paulo “Bumbum”<br />
Damasceno e Thiago “Thiaguetta” Ferreira;<br />
produtora <strong>de</strong> filme: Delicatessen Filmes; produtora<br />
<strong>de</strong> áudio: Jamute; aprovação do cliente:<br />
Ariel Grunkraut, Thais Nicolau, Natalie Bursztyn e<br />
Raffaella Martellini<br />
<strong>de</strong> volta<br />
Daniel Alves está <strong>de</strong> volta para o jogo. Pelo<br />
menos na nova campanha do Itaú. O filme estilo<br />
documental traz testemunho do jogador<br />
sobre como lidou com o fato <strong>de</strong> ficar <strong>de</strong> fora<br />
da Copa <strong>de</strong>vido a uma lesão. O discurso emocional<br />
do atleta do PSG mostra como será seu<br />
papel na torcida e a importância <strong>de</strong> todos se<br />
manterem unidos e prontos para o jogo.<br />
AfricA<br />
itaú<br />
Titulo: Dentro da Seleção; produto: Institucional;<br />
criação: Everton Behenck e Jeferson Rocha; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Antfood; produtora <strong>de</strong> imagem: Saigon;<br />
aprovação do cliente: Eduardo Tracanella, Juliana<br />
Cury, Natalia Barreira, Leticia Banheti e Marcela<br />
Correia <strong>de</strong> Oliveira.<br />
44 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
RepaRação<br />
Não é só <strong>de</strong> glórias que vive o futebol e, com certeza, o 7X1<br />
contra a Alemanha, na Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, <strong>de</strong>ixou isso<br />
bem claro para a torcida. Mas há situações que apenas<br />
o suor po<strong>de</strong> apagar. Essa é a linha criativa do novo filme<br />
<strong>de</strong> Gatora<strong>de</strong>, patrocinador da seleção brasileira. A marca<br />
<strong>de</strong> isotônico aproveitou o período <strong>de</strong> treinos do time na<br />
Granja Comary para traduzir o sentimento <strong>de</strong> superar alguns<br />
tropeços. No filme, Gabriel Jesus apaga literalmente<br />
críticas <strong>de</strong> torcedores insatisfeitos com o <strong>de</strong>sempenho do<br />
Brasil nos últimos anos. As mensagens foram reproduzidas<br />
no campo, escritas com giz. A cada chute ou jogada<br />
durante o treino, aos poucos, as mensagens negativas<br />
eram apagadas.<br />
lew’lArA\TbwA<br />
ambev<br />
Título: Só o suor po<strong>de</strong> apagar; produto: Gatora<strong>de</strong> – Institucional;<br />
criação: Alexandre “Nego Lee” Popoviski, Fabio Santoro, Pedro Paes,<br />
Mauricio Chemale Cardoso e Fabio Noremberg; produtora <strong>de</strong><br />
filme: Bando Studio; pós-produção/finalização: Warriors Fvfx;<br />
produtora <strong>de</strong> áudio: Supersônica; aprovação do cliente: Taciana<br />
Ávila, Jorge Natteri, Guilherme Marangon e Rodolfo Carvalho.<br />
sai, zica<br />
Para on<strong>de</strong> mandar as TVs zicadas da última<br />
Copa? Essa foi a pergunta da Lu, brand persona<br />
do Magazine Luiza, aos consumidores,<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. Em ação promocional da<br />
varejista, os televisores usados serviam como<br />
parte do valor para um aparelho novo. O<br />
<strong>de</strong>stino escolhido não po<strong>de</strong>ria ser outro: aos<br />
hermanos argentinos. O resultado da brinca<strong>de</strong>ira<br />
po<strong>de</strong> ser conferido no filme assinado<br />
pela Ogilvy.<br />
ogilvy<br />
magazine Luiza<br />
Título: Regalos; produto: institucional; criação:<br />
Luciana Lima e Pedro Gouveia; produtora <strong>de</strong> filme:<br />
Sentimental Filmes; produtora <strong>de</strong> som: ComandoS;<br />
aprovação do cliente: Fre<strong>de</strong>rico Trajano<br />
e Ilca Sierra.<br />
atchim<br />
Não adianta tentar disfarçar, é<br />
impossível escon<strong>de</strong>r os efeitos da<br />
alergia. E para divulgar o spray nasal<br />
antialérgico Aznite, da EMS, a<br />
agência We criou propaganda em<br />
que o protagonista é um simpático<br />
bichano. Indicado para o tratamento<br />
e alívio dos sintomas da<br />
rinite, o produto é trabalhado <strong>de</strong><br />
forma irreverente nos anúncios,<br />
sob o ponto <strong>de</strong> vista do gato.<br />
we<br />
ems<br />
Título: Aznite; produto: Aznite Cats;<br />
criação: Marcelo Siqueira, Sidney Braz<br />
e Ricardo Sarno; aprovação do cliente:<br />
Marcus Sanchez e Luiz Couto.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 45
canneS<br />
“Festival ten<strong>de</strong> a<br />
virar um evento<br />
<strong>de</strong> inovação”<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
Eco Moliterno é chief creative officer da<br />
Accenture Interactive para a América Latina e<br />
representante brasileiro no júri <strong>de</strong> Innovation<br />
Lions do Festival <strong>de</strong> Cannes. A própria carreira<br />
do profissional segue a lógica da categoria, já que<br />
ele protagonizou um fato novo no mercado quando<br />
<strong>de</strong>cidiu trocar um cargo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança em agência, a<br />
Africa, por uma função nova em consultoria. Isso após<br />
uma carreira na publicida<strong>de</strong> com passagens também<br />
pela antiga Agência Click (hoje Isobar), Wun<strong>de</strong>rman<br />
e Y&R. A inovação <strong>de</strong> Moliterno também se reflete no<br />
trabalho com ilustração, que lhe ren<strong>de</strong>u até uma capa<br />
<strong>de</strong> Veja. No júri <strong>de</strong> Innovation, ele espera garimpar o<br />
melhor da mistura entre alta tecnologia, simplicida<strong>de</strong><br />
das boas i<strong>de</strong>ias, olhar ven<strong>de</strong>dor e propósito <strong>de</strong> marca.<br />
A categoria, espera, tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> representar<br />
tudo o que Cannes espera ser daqui a alguns anos.<br />
Veja a seguir os principais trechos da entrevista.<br />
Eco Moliterno: “As marcas estão buscando um propósito”<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Inovação<br />
A categoria Innovation, pelo<br />
que já <strong>de</strong>u para ver nos trabalhos<br />
<strong>de</strong> avaliação do júri, tem<br />
<strong>de</strong>monstrado diversas iniciativas<br />
amparadas em mobile, realida<strong>de</strong><br />
virtual e realida<strong>de</strong> aumentada.<br />
Mas, muitas vezes, os<br />
melhores cases têm a inovação<br />
como solução para algo mais<br />
surpreen<strong>de</strong>nte, com um viés <strong>de</strong><br />
simplicida<strong>de</strong>. Particularmente,<br />
gostei <strong>de</strong> uma ação da Colômbia<br />
em que o Google ofereceu número<br />
para um lugar on<strong>de</strong> não há<br />
internet, com uso <strong>de</strong> reconhecimento<br />
<strong>de</strong> voz, e transformação<br />
<strong>de</strong> dados em voz, e vice-versa<br />
(campanha é shortlist na categoria,<br />
se chama My line powered<br />
by Google e foi criada pela MullenLowe<br />
SSP3 <strong>de</strong> Bogotá para o<br />
Ministério das Comunicações e<br />
Tecnologia da Colômbia).<br />
SImplIcIda<strong>de</strong><br />
Esse case, por exemplo, é<br />
uma iniciativa muito inovadora,<br />
mas aplicada a um meio <strong>de</strong><br />
massificação dos mais antigos,<br />
que é o telefone. A inovação, às<br />
vezes, é um jeito novo <strong>de</strong> adaptar<br />
uma tecnologia em um meio<br />
antigo. Não precisa ser tudo<br />
inovador, mas algo que reinterprete<br />
uma <strong>de</strong>terminada mídia<br />
também po<strong>de</strong> servir muito bem<br />
aos propósitos <strong>de</strong>ssa categoria,<br />
que é fundamental para o futuro<br />
do festival.<br />
Futuro<br />
O Cannes Lions passou por<br />
gran<strong>de</strong>s mudanças já, e fica<br />
cada vez mais claro que ele precisa<br />
ser um lugar em que você<br />
vai <strong>de</strong>scobrir os próximos passos<br />
da indústria da comunicação.<br />
Ter uma premiação com<br />
foco em Innovation já é dar<br />
um novo passo nesse sentido.<br />
Arrisco dizer que, no futuro, o<br />
festival ten<strong>de</strong> a virar um evento<br />
<strong>de</strong> inovação, na linha do SXSW.<br />
Claro que celebrar o passado e<br />
as gran<strong>de</strong>s campanhas é interessante,<br />
mas a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
ir ao evento para mirar o futuro<br />
soa muito bem. Como antes<br />
não havia internet, Cannes era<br />
uma forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o que<br />
estava acontecendo no mundo.<br />
Era um pouco do papel que os<br />
anuários, como a Archive, faziam<br />
e fazem. Hoje, no entanto,<br />
“Claro que<br />
Celebrar o<br />
passado e<br />
as gran<strong>de</strong>s<br />
Campanhas é<br />
interessante, mas<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
ir ao evento para<br />
mirar o futuro<br />
soa muito bem”<br />
a internet já permite você ter<br />
essa compreensão muito antes,<br />
já que os trabalhos estão disponíveis<br />
em todos os lugares.<br />
cauSaS<br />
As marcas estão buscando<br />
um propósito, porque há uma<br />
nova geração <strong>de</strong> pessoas que<br />
querem enten<strong>de</strong>r a razão <strong>de</strong><br />
existir das marcas. O Airbnb,<br />
por exemplo, tem uma razão<br />
<strong>de</strong> existir expressa no Belong<br />
Anywhere, e isso se reflete em<br />
todo ponto <strong>de</strong> contato com os<br />
consumidores e funcionários.<br />
Na nova economia é fundamental<br />
as marcas encontrarem<br />
seu propósito. O Airbnb e várias<br />
marcas novas já nascem<br />
com esse sentido e muitas empresas<br />
mais tradicionais estão<br />
se adaptando a essa realida<strong>de</strong>.<br />
Para um criativo, é muito mais<br />
fácil fazer algo em cima <strong>de</strong> uma<br />
verda<strong>de</strong> genuína da marca, do<br />
que focar apenas no comércio.<br />
meIo-termo<br />
O perigo da publicida<strong>de</strong> é<br />
que ela seja focada apenas na<br />
venda, um tipo <strong>de</strong> comunicação<br />
que está per<strong>de</strong>ndo a relevância<br />
se estiver <strong>de</strong>sconectada <strong>de</strong> uma<br />
causa. Por outro lado, há o perigo<br />
<strong>de</strong> você comunicar apenas<br />
uma causa, o que se assemelha<br />
mais a um trabalho social, que<br />
existe e é importante <strong>de</strong> ser feito,<br />
mas que não po<strong>de</strong> ser qualificado<br />
como publicida<strong>de</strong>. As<br />
marcas e criativos precisam encontrar<br />
o meio-termo, porque<br />
quando se unem as duas coisas,<br />
o trabalho se torna imbatível. A<br />
publicida<strong>de</strong> que, sem esquecer<br />
o lado <strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> trabalhar<br />
o diferencial comercial da marca,<br />
explora algo maior relacionado<br />
ao DNA e forma <strong>de</strong> pensar<br />
daquela marca, é o que estamos<br />
buscando.<br />
46 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
cannes<br />
“Health é um terreno fértil para a<br />
criativida<strong>de</strong> e o cliente sabe disso”<br />
Bruno Abner, da McCann, estreia no júri do festival e conta que há um<br />
gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> peças brasileiras na área com chances reais este ano<br />
KELLY DORES<br />
Pela primeira vez no júri do Cannes Lions,<br />
o brasileiro Bruno Abner, diretor <strong>de</strong> criação<br />
da McCann Health e jurado no Lions<br />
Health, espera viver praticamente um “doutorado”<br />
em criativida<strong>de</strong>. Para ele, será uma<br />
experiência extremamente rica, uma honra<br />
e uma responsabilida<strong>de</strong> imensas. Segundo<br />
o criativo, a categoria é gran<strong>de</strong> e extremamente<br />
diversa, por isso é difícil apontar uma<br />
só tendência, mas ele afirma que conteúdo<br />
tem sido uma aposta cada vez mais frequente.<br />
“Health and wellness é sobre ‘life changing<br />
creativity’. Isso sempre tem <strong>de</strong> estar em<br />
mente”, pontua Abner. Sobre a importância<br />
da área, ele fala que “conforme o cliente <strong>de</strong><br />
health amadurece, passa a enten<strong>de</strong>r que a<br />
Bruno Abner: “O Brasil tem gran<strong>de</strong>s cre<strong>de</strong>nciais”<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
agência po<strong>de</strong> ter um papel muito maior no<br />
negócio, isso aumenta o escopo <strong>de</strong> entrega<br />
e consequentemente o investimento. Além<br />
disso, festivais com categorias específicas<br />
para saú<strong>de</strong>, como por exemplo Lions Health,<br />
provaram através <strong>de</strong> inúmeros cases que<br />
a categoria po<strong>de</strong> sim ser extremante criativa.<br />
Health é um terreno fértil para a criativida<strong>de</strong>,<br />
e nosso cliente tem entendido isso<br />
cada vez mais”, <strong>de</strong>staca o diretor <strong>de</strong> criação<br />
da McCann Health. Abner conta que há um<br />
gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> peças brasileiras com<br />
chances reais esse ano. “Eu realmente espero<br />
um palco bem ver<strong>de</strong> e amarelo em 20<strong>18</strong>”,<br />
reforça ele. Com 13 anos da carreira <strong>de</strong>dicados<br />
exclusivamente à comunicação no setor<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, fazer parte do júri o faz sentir que<br />
está “no lugar certo, na hora certa”.<br />
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jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 47
cannes<br />
Festival se adapta<br />
ao mercado e<br />
prepara novo<br />
salto para o futuro<br />
Inscrições diminuem 21% em 20<strong>18</strong>,<br />
mas organização inicia evento na<br />
Riviera Francesa apresentando<br />
fundamentos para os próximos anos<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
- <strong>de</strong> Cannes<br />
Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
Cannes Lions inicia sua 65ª edição<br />
O<br />
nesta segunda-feira (<strong>18</strong>) refletindo uma<br />
profunda transformação do mercado <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>. Houve uma esperada redução<br />
<strong>de</strong> peças inscritas, que diminuíram 21% em<br />
relação ao ano anterior sendo que, na prática,<br />
as 32.372 inscrições representam uma<br />
redução <strong>de</strong> 8.798 peças em relação a 2017,<br />
o que leva o festival a patamares próximos<br />
<strong>de</strong> 2012, quando 34 mil peças disputaram<br />
os Leões.<br />
Mesmo no ano passado, já houve uma<br />
queda <strong>de</strong> 4% nas inscrições,<br />
o que representou o<br />
primeiro passo para trás<br />
do festival <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009,<br />
quando os reflexos da crise<br />
financeira internacional<br />
que veio na esteira da quebra<br />
do Lehman Brothers<br />
impactaram o festival. O<br />
pico histórico <strong>de</strong> inscrições<br />
ocorreu em 2016, com<br />
43.101 trabalhos.<br />
A nova queda em 20<strong>18</strong>, no entanto, não<br />
ocorre por causa <strong>de</strong> uma crise mundial<br />
como há nove anos, mas sim como fruto <strong>de</strong><br />
um momento <strong>de</strong> mudança do mercado. A<br />
principal faceta <strong>de</strong>ssa transformação é que<br />
a criativida<strong>de</strong> ganha um sentido mais amplo.<br />
Embora as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> ainda<br />
dominem as inscrições e, provavelmente,<br />
dominarão os Leões que serão entregues<br />
nesta semana, a reestruturação do festival<br />
visa atrair mais empresas interessadas em<br />
mostrar sua qualida<strong>de</strong> criativa. E causar impactos<br />
positivos em seus negócios.<br />
Esse discurso não é novo, já que Cannes<br />
tem abraçado a presença <strong>de</strong> empresas<br />
“novas” há alguns anos, sejam players <strong>de</strong><br />
tecnologia, consultorias, startups e tantas<br />
outras. A diferença é que agora a organização<br />
do festival precisa fazer com que eles<br />
<strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> compor apenas os espaços <strong>de</strong> relacionamentos<br />
para, <strong>de</strong> fato, fazer parte da<br />
competição. A crise <strong>de</strong> relacionamento com<br />
as holdings <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> no ano passado,<br />
admitida por organizadores do festival<br />
à reportagem, e a saída <strong>de</strong> cena do Publicis<br />
Groupe, que trouxe um impacto negativo<br />
<strong>de</strong> 8% nas inscrições <strong>de</strong> 20<strong>18</strong>, segundo a<br />
organização, <strong>de</strong>ixam claro que o futuro <strong>de</strong><br />
Cannes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ampliação do sentido<br />
<strong>de</strong> se disputar um Leão. Mais empresas<br />
<strong>de</strong> outros setores, que não apenas as agências,<br />
precisam enxergar essa oportunida<strong>de</strong><br />
como a maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que po<strong>de</strong>m<br />
ser criativas e participar da<br />
criação <strong>de</strong> novos projetos e<br />
gerar negócios.<br />
Não à toa, a organização<br />
afirma que houve um aumento<br />
do engajamento dos<br />
anunciantes, com um crescimento<br />
<strong>de</strong> 84% no número<br />
<strong>de</strong> inscrições feitas diretamente<br />
por clientes. No<br />
ano passado, já havia ocorrido<br />
um salto <strong>de</strong> 65%. “As<br />
empresas estão reconhecendo mais o valor<br />
da criativida<strong>de</strong> para dirigir a performance<br />
<strong>de</strong> seu negócio. Muitos anunciantes que já<br />
foram apontados como “Marketer of the<br />
Year” em Cannes nos reportaram que absorver<br />
a criativida<strong>de</strong> é uma forma <strong>de</strong> mudar<br />
o propósito <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> suas empresas”,<br />
afirma José Papa Neto,<br />
CEO do Festival <strong>de</strong> Cannes.<br />
“Os cases mais po<strong>de</strong>rosos<br />
do evento neste ano e nos<br />
próximos serão aqueles<br />
abraçados pelos clientes e<br />
criados em parceria com<br />
suas agências. O que está<br />
mudando no mercado é<br />
“A criAtividA<strong>de</strong><br />
está indo longe,<br />
AmpliAndo A<br />
cApAcitAção <strong>de</strong><br />
novAs indústriAs”<br />
José Papa Neto e Philip Thomas, CEO e chairman do Cannes Lions: qu<br />
que a agência precisa se envolver mais em<br />
um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> projetos com seus clientes,<br />
fazendo da relação uma gran<strong>de</strong> parceria.<br />
Esses serão bem-sucedidos”, reforça o executivo,<br />
citando trabalhos promovidos em<br />
parcerias entre marcas como Burger King e<br />
agências como David. Papa Neto elogia ainda<br />
o setor <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo por sua presença<br />
criativa crescente. “Encorajamos a<br />
participação <strong>de</strong> novas indústrias que estão<br />
em transformação e precisam da criativida<strong>de</strong><br />
para sobreviver. Isso ocorre em setores<br />
como jornais, publishing, varejo e finanças.<br />
O número <strong>de</strong> Leões conquistados por empresas<br />
do setor financeiro, por exemplo,<br />
cresceu muito ano passado e <strong>de</strong>ve crescer<br />
neste ano. Todos estão querendo fazer mais<br />
parte do ecossistema criativo que Cannes<br />
representa”, avalia Philip Thomas, chairman<br />
do Cannes Lions.<br />
Outro segmento que está ampliando sua<br />
presença na disputa pelos Leões é o setor<br />
das companhias <strong>de</strong> mídia, que fizeram 59%<br />
mais inscrições do que em 2017. “Elas querem<br />
reconhecimento por trabalhos criativos<br />
e mostrar às marcas<br />
que po<strong>de</strong>m fazer gran<strong>de</strong>s<br />
parcerias nesse sentido”,<br />
diz Thomas.<br />
A tendência é que a organização<br />
continue buscando<br />
ampliar as comunida<strong>de</strong>s<br />
que participam<br />
do evento, os chamados<br />
48 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
eda <strong>de</strong> inscrições era esperada, diante da redução <strong>de</strong> Leões e da “pausa” do Publicis Groupe<br />
“newcomers”. E fazer com que eles patrocinem<br />
seminários, espaços <strong>de</strong> relacionamento<br />
e circulem pelo festival, mas<br />
também participem da competição pelos<br />
Leões. Consultorias e startups, por exemplo,<br />
<strong>de</strong>vem ampliar sua presença e a expectativa<br />
é que possam participar<br />
mais ativamente da<br />
competição. Nesta semana,<br />
por exemplo, Cannes<br />
terá um espaço apenas<br />
para startups <strong>de</strong> Israel com<br />
soluções <strong>de</strong> tecnologia<br />
para a mídia. “A criativida<strong>de</strong><br />
está indo longe, ampliando<br />
a capacitação <strong>de</strong><br />
novas indústrias. Temos<br />
<strong>de</strong> abraçar a tecnologia, trazer os <strong>de</strong>senvolvedores<br />
para Cannes e ver mais soluções <strong>de</strong><br />
inteligência artificial, realida<strong>de</strong> virtual, realida<strong>de</strong><br />
aumentada e tantas outras”, explica<br />
Papa Neto.<br />
No caso das consultorias, que ainda <strong>de</strong>spertam<br />
muita <strong>de</strong>sconfiança das agências,<br />
a presença ainda é mais institucional, em<br />
espaços <strong>de</strong> relacionamentos, exibição nos<br />
principais banners, na programação <strong>de</strong> seminários,<br />
por exemplo. Mas a tendência é<br />
que elas também disputem Leões. “Notamos<br />
um aumento no número <strong>de</strong> inscrições<br />
e fica claro que elas estão se tornando mais<br />
criativas e interessadas nos prêmios”, reflete<br />
Thomas.<br />
Para Papa Neto, Cannes é uma oportunida<strong>de</strong><br />
para as agências enten<strong>de</strong>rem o que<br />
as consultorias realmente querem fazer no<br />
mercado. “Elas <strong>de</strong>vem abraçar a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vir para Cannes e compreen<strong>de</strong>r o<br />
que está sendo realizado. Se eu fosse uma<br />
agência, e quisesse enten<strong>de</strong>r o papel das<br />
consultorias e o que significa<br />
esse novo mundo na<br />
publicida<strong>de</strong>, a melhor coisa<br />
a fazer seria vir a Cannes<br />
e ter essa consciência. Não<br />
po<strong>de</strong>m fechar os olhos,<br />
porque não po<strong>de</strong>m interromper<br />
esse movimento”,<br />
explica. “O festival fala<br />
muito sobre mudanças.<br />
Veremos novos mo<strong>de</strong>los,<br />
como clientes adotando criativida<strong>de</strong> in-<br />
-house, as empresas <strong>de</strong> mídia com suas soluções,<br />
as consultorias”, reforça Thomas.<br />
Uma das áreas para o futuro, segundo os<br />
organizadores, é a <strong>de</strong> entretenimento, que<br />
será abordada <strong>de</strong> uma forma mais ampla<br />
do que hoje, ainda muito restrita a projetos<br />
criados <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca. “Acreditamos<br />
que empresas <strong>de</strong> entretenimento no<br />
esporte ou em games, ou mesmo empresas<br />
<strong>de</strong> entretenimento para<br />
TV e filmes estarão mais<br />
Alê Oliveira<br />
“no Ano pAssAdo,<br />
nós tomAmos A<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ApertAr<br />
o botão <strong>de</strong> reset”<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Cannes”, avalia<br />
Thomas.<br />
Cannes enxerga ainda o<br />
papel relevante do Brasil.<br />
“Há um cenário <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão<br />
no país, mas persiste um gran<strong>de</strong> comprometimento<br />
e nível <strong>de</strong> engajamento das empresas<br />
não apenas com o festival, mas com o<br />
sistema global <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>”, afirma Papa<br />
Neto. “Claro que há um momento dramático<br />
em todos os níveis, seja econômico, político,<br />
estrutural e moral, que vai tornar o país melhor<br />
para as próximas gerações. Mas o que<br />
vemos <strong>de</strong> participação do Brasil em Cannes<br />
é impressionante, com todos acreditando no<br />
festival e trazendo energia”.<br />
Uma das gran<strong>de</strong>s novida<strong>de</strong>s do ano, a<br />
nova estrutura <strong>de</strong> categorias e divisão em<br />
tracks, que abraçam não apenas as premiações,<br />
mas também os seminários, é uma<br />
aposta para Cannes se adaptar ao que há <strong>de</strong><br />
mais mo<strong>de</strong>rno no marketing. “No ano passado,<br />
nós tomamos a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> apertar o<br />
botão <strong>de</strong> reset no Cannes Lions. Nós fechamos<br />
três gran<strong>de</strong>s Leões e removemos várias<br />
subcategorias. Nós sabíamos que isso significaria<br />
um menor volume <strong>de</strong> inscrições,<br />
mas era a <strong>de</strong>cisão certa no longo tempo”,<br />
<strong>de</strong>staca Thomas. A área <strong>de</strong> Cyber Lions, por<br />
exemplo, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011 estava na marca<br />
do pênalti, já que hoje o digital abraça todas<br />
as categorias, finalmente chegou ao fim.<br />
As novas categorias, como Brand Experience<br />
& Activation, Social & Influencer e<br />
Creative E-commerce, como explica Thomas,<br />
representam a fundação do que será<br />
o marketing daqui por diante. “O e-commerce,<br />
que não se imaginaria em Cannes<br />
há alguns anos, retrata toda a jornada <strong>de</strong><br />
compra do consumidor. Também olhamos<br />
para a experiência, seja física ou digital, e<br />
os influenciadores”.<br />
Aparentemente, as novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ram certo.<br />
Dois dos novos Leões - Creative eCommerce<br />
e Sustainable Development Goals<br />
– geraram juntos 1.166 inscrições. Além disso,<br />
os três Leões remo<strong>de</strong>lados – Social & Influencer<br />
(que surgiu do Cyber Lions), Industry<br />
Craft (com categorias vindas <strong>de</strong> Outdoor,<br />
Design e Print & Publishing), e Brand Experience<br />
& Activation (<strong>de</strong> Promo & Activation)<br />
– geraram 6.082 inscrições. Também foram<br />
bem-sucedidas categorias especiais, como<br />
Sustainable Development Goals Lions com<br />
899 inscrições, e Glass: The Lion for Change,<br />
em seu quarto ano, com crescimento <strong>de</strong><br />
2<strong>18</strong> inscrições. “Isso indica que a indústria<br />
tem focado em usar a criativida<strong>de</strong> em favor<br />
<strong>de</strong> causas e eu estou muito orgulhoso em<br />
dizer que nós doamos a receita com esses<br />
Leões para carida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>stacou Papa. Outra<br />
tendência é que o número <strong>de</strong> inscrições <strong>de</strong><br />
Creative Effectiveness Lion, categoria que<br />
mostra a influência dos prêmios sobre o resultado<br />
dos negócios das marcas, continua<br />
forte em 20<strong>18</strong>. As práticas <strong>de</strong> Craft também<br />
crescem, sendo que Film Craft teve um total<br />
<strong>de</strong> 2.519 inscrições, e a estreante Industry<br />
Craft Lion teve 1.720 inscrições.<br />
Mas a organização do festival ainda<br />
aguarda os resultados da nova estrutura.<br />
“Só saberemos se o novo formato <strong>de</strong>u<br />
certo quando esta semana terminar”, afirma<br />
Philip Thomas. Seja como for, tanto<br />
ele quanto Papa Neto já<br />
vislumbram um festival<br />
maior <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns<br />
anos, e com mais dias em<br />
relação aos cinco atuais –<br />
em 20<strong>18</strong>, o evento ocorre<br />
entre <strong>18</strong> e 22 <strong>de</strong> <strong>junho</strong>.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 49
jÉSSICA OLIVEIRA<br />
<strong>de</strong>legação do Young Lions<br />
A Brazil, antes <strong>de</strong> embarcar<br />
para Cannes, se reuniu na<br />
ESPM, semana passada, em<br />
São Paulo, para um encontro <strong>de</strong><br />
confraternização.<br />
Eles foram escolhidos para<br />
o projeto realizado pelo Grupo<br />
Estado, representante brasileiro<br />
do Festival Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions,<br />
e organizado por Emmanuel<br />
Publio Dias, publicitário e professor<br />
da ESPM, e pela Editora<br />
Referência.<br />
Armando Ferrentini, diretor-<br />
-presi<strong>de</strong>nte da Editora Referência,<br />
que edita o PROPMARK,<br />
<strong>de</strong>stacou a importância da iniciativa.<br />
Ele comentou o histócannes<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
Treze dos 19 youngs que compõem a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong>ste ano do projeto, que contou com o patrocínio da ABA e <strong>de</strong> diversas empresas, agências e produtoras do mercado<br />
Organização do Young Lions 20<strong>18</strong><br />
promove encontro <strong>de</strong> <strong>de</strong>legação<br />
Jovens se reuniram semana passada na ESPM, em São Paulo,<br />
para confraternização antes do embarque para a Riviera Francesa<br />
“Estamos muito<br />
satisfEitos E com<br />
cErtEza ElEs<br />
farão o mElhor<br />
na disputa”<br />
rico do projeto, que perdura há<br />
23 anos com ou sem crise no<br />
país, e <strong>de</strong>stacou o aumento no<br />
número <strong>de</strong> profissionais na <strong>de</strong>legação.<br />
“Nossa meta era levar<br />
15 pessoas, mas conseguimos<br />
enviar 19 jovens para Cannes<br />
este ano, em função da gran<strong>de</strong><br />
compreensão que o mercado<br />
tem em apoiar o projeto, que<br />
engran<strong>de</strong>ce a indústria da propaganda<br />
brasileira. Estamos<br />
muito satisfeitos e com certeza<br />
eles farão o melhor na disputa”,<br />
disse Ferrentini.<br />
Esta edição teve 337 inscritos.<br />
Os 19 profissionais<br />
escolhidos são: Andriws<br />
Vilela (Africa), Caio Melo<br />
(Wie<strong>de</strong>n+Kennedy), Felipe Paiva<br />
(Wie<strong>de</strong>n+Kennedy), Flávia<br />
Morsoleto (Johnson & Johnson),<br />
Fre<strong>de</strong>rico Teixeira (Young<br />
& Rubicam), Gisele Bambace<br />
(J. Walter Thompson), Carolina<br />
Weber (Matriz), Guilhermo Sartori<br />
(Sentimental Filme), Hélio<br />
Maffia (Young & Rubicam), João<br />
Lucas Teixeira Lima (Ambev),<br />
José Luiz Scmitz (Candy Shop),<br />
José Victor Acosta Baldin (AlmapBBDO),<br />
Juliana Magalhães<br />
Rocha (J. Walter Thompson),<br />
Laura Tieppo (DM9DDB), Luana<br />
Garcia Ferreira (J. Walter<br />
Thompson), Pedro Savoi<br />
Gabbay (Wie<strong>de</strong>n+Kennedy),<br />
Rafael Rosa (F/Nazca Saatchi<br />
& Saatchi), Renato Barreto<br />
(DM9DDB) e Rodrigo Carvalho<br />
(Filadélfia Comunicação).<br />
O Young Lions ocorre no Brasil<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995 e permite a participação<br />
<strong>de</strong> jovens <strong>de</strong> até 30<br />
anos. A edição <strong>de</strong>ste ano tem<br />
o patrocínio <strong>de</strong> ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes),<br />
ESPM, Globo, Globosat, Grupo<br />
<strong>de</strong> Planejamento, Grupo <strong>de</strong><br />
Mídia, Grupo <strong>de</strong> Atendimento,<br />
Skol, Saigon Filmes, Raw Audio<br />
e das agências AlmapBB-<br />
DO, Dentsu Aegis Network,<br />
DM9DDB, F.biz, J. Walter<br />
Thompson e Publicis Brasil.<br />
50 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
cannes<br />
“O festival só começa <strong>de</strong>pois que<br />
damos essa entrevista para vocês”<br />
O CEO do Ascential<br />
Events, Philip Thomas,<br />
falou com o PROPMARK<br />
antes da abertura<br />
Veículo especializado em propaganda e<br />
marketing que há mais tempo cobre o<br />
Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes<br />
Lions - são mais <strong>de</strong> 40 anos -, o PROP-<br />
MARK fará em 20<strong>18</strong> uma <strong>de</strong> suas maiores<br />
coberturas in loco do evento. A equipe do<br />
jornal chegou à Riviera Francesa no último<br />
dia 14 e fez a primeira entrevista (confira nas<br />
páginas 48 e 49) com o CEO José Papa Neto<br />
e o chairman Philip Thomas, antes mesmo<br />
do início do festival, que começa nesta segunda-feira<br />
(<strong>18</strong>). Na conversa, eles falaram<br />
sobre a relação do PROPMARK com Cannes.<br />
“O festival só começa <strong>de</strong>pois que damos<br />
essa entrevista para vocês”, disse Thomas,<br />
também CEO do Ascential Events, organizador<br />
do festival, que logo após a entrevista<br />
com o jornal iria se reunir com os presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> júri <strong>de</strong> Cannes. “A participação<br />
do Brasil em Cannes é impressionante, com<br />
todos acreditando no festival, como vocês<br />
trazendo energia”, completou Papa.<br />
Este ano, fazem parte da equipe do<br />
PROPMARK seis jornalistas, que vão acompanhar<br />
a premiação diária em Cannes, além<br />
<strong>de</strong> palestras e eventos paralelos que ocorrem<br />
durante a semana. São eles: a editora-chefe<br />
Kelly Dores; o editor Paulo Macedo; o editor<br />
<strong>de</strong> fotografia Alexandre Oliveira; e os repórteres<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z; Claudia Penteado e<br />
Felipe Turlão.<br />
O jornal acompanhou <strong>de</strong> perto todas as<br />
evoluções do festival, que este ano chega a<br />
sua 65ª edição e é o mais importante para<br />
a indústria da comunicação. Des<strong>de</strong> a época<br />
em que ele era realizado em Veneza, na Itália,<br />
quando era só um festival <strong>de</strong> filmes publicitários,<br />
passando pela sua mudança para<br />
Cannes, na França, e seu crescimento, como<br />
o recor<strong>de</strong> histórico <strong>de</strong> inscrições em 2016,<br />
com 43.101 trabalhos. Depois quando mudou<br />
<strong>de</strong> nome, para Festival Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions, e agora mais<br />
enxuto, com apenas cinco dias, menos inscrições<br />
(32. 372) e categorias para aten<strong>de</strong>r às<br />
<strong>de</strong>mandas do mercado.<br />
Há mais <strong>de</strong> 40 anos, o PROPMARK realiza<br />
a maior cobertura do festival, trazendo<br />
entrevistas com as principais li<strong>de</strong>ranças<br />
do mercado nacional e internacional, resultados<br />
<strong>de</strong> premiações e análises sobre<br />
<strong>de</strong>bates e inovações. Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> acompanhar<br />
o nosso conteúdo também pelo<br />
site e nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Parte da equipe em Cannes: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Paulo Macedo, Kelly Dores, Felipe Turlão e Alê Oliveira<br />
PROPMARK<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 51
STORYTELLER<br />
simonkr/iStock<br />
Sauda<strong>de</strong>s<br />
da Croisette<br />
Um dia fui convidado para ser jurado no<br />
festival. Na categoria Rádio, aquela que<br />
exige melhor conhecimento <strong>de</strong> línguas<br />
LuLa Vieira<br />
Meta<strong>de</strong> do Brasil está embarcando para<br />
Cannes. A outra meta<strong>de</strong> para a Rússia.<br />
Que sauda<strong>de</strong>s tenho da aurora <strong>de</strong> minha<br />
vida, da minha agência querida que os<br />
anos não trazem mais. Naquele tempo eu<br />
também ia a Cannes como quem vai a Praia<br />
Gran<strong>de</strong>, com a vantagem <strong>de</strong> que o camarão<br />
<strong>de</strong> Cannes é melhor.<br />
E, por incrível que pareça, hoje mais<br />
barato, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não seja na Croisette,<br />
que é uma espécie <strong>de</strong> Oscar Freire da Cote<br />
D’Azur, sem mão armada.<br />
Bem, mas o que eu quero contar é um<br />
episódio que acalanta minhas lembranças<br />
e esten<strong>de</strong> o manto da sauda<strong>de</strong> sobre meu<br />
passado. Puta frase! Não quer dizer porra<br />
nenhuma, mas faz parte do meu mídia training<br />
para quando for em cana. Dizer, sem<br />
ficar vermelho, platitu<strong>de</strong>s como “estou colaborando<br />
com as autorida<strong>de</strong>s”.<br />
Voltando à lavachefroid, um dia fui convidado<br />
para ser jurado no festival. Na categoria<br />
rádio, exatamente aquela que exige<br />
melhor conhecimento <strong>de</strong> línguas, principalmente<br />
inglês ou francês, já que a maioria<br />
das peças é enviada ao festival nessas<br />
línguas. E aí é quando l’ ecroutordlaqueue.<br />
Meu inglês é <strong>de</strong> multinacional, on<strong>de</strong> todos<br />
tentam se fazer enten<strong>de</strong>r. E meu francês<br />
é tão bom que quando tento falar todo<br />
mundo pensa que sou russo.<br />
Mas, numa expressão totalmente coloquial<br />
em francês, déjà baisée, baisée et <strong>de</strong>mi.<br />
Aceitei.<br />
O Brasil tinha cinco peças inscritas, sendo<br />
uma maravilhosa, uma jogada genial<br />
tocando algumas músicas em sequência<br />
cujas letras lembravam o momento político<br />
brasileiro.<br />
O único erro foi que a agência que inscreveu<br />
a peça resolveu fazer uma versão<br />
em inglês, o que a tornou ininteligível em<br />
qualquer língua. As outras eram boas por<br />
si, facilitando minha vida.<br />
Mas essa – do jeito que estava – nem no<br />
Brasil conseguiria ser compreendida. Na<br />
hora do julgamento, conseguimos premiar<br />
três <strong>de</strong>las e a das músicas não passou nem<br />
para a short list.<br />
Foi daí que, na repescagem, resolvi <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
a peça, que eu julgava ser merecedora<br />
<strong>de</strong> um Leão <strong>de</strong> ouro, prejudicada apenas<br />
pela falta <strong>de</strong> entendimento por parte dos<br />
jurados. E comecei a falar.<br />
Discursei em inglês como um Churchill<br />
<strong>de</strong> porre. Expliquei a situação brasileira, as<br />
sutilezas políticas, a ironia finíssima da peça,<br />
o senso crítico escondido nas filigranas.<br />
Os jurados – a maioria não nativa em<br />
inglês – tentavam me enten<strong>de</strong>r. A minoria<br />
que dominava a língua ficou em dúvida sobre<br />
qual era o idioma que eu estava usando.<br />
Mas falei.<br />
Acho que na empolgação comecei pela<br />
carta <strong>de</strong> Pero Vaz <strong>de</strong> Caminha para que os<br />
companheiros enten<strong>de</strong>ssem a alma brasileira<br />
e a nossa situação política.<br />
Para minha alegria, captaram minha<br />
mensagem. Ou, pelo menos meu entusiasmo.<br />
E retiraram a peça da lixeira e <strong>de</strong>ram-<br />
-lhe uma classificação. Justa, por sinal.<br />
O representante da Itália, quase tão monoglota<br />
como eu, durante o almoço, chegou<br />
a insinuar que eu po<strong>de</strong>ria ajudá-lo quando<br />
precisasse se enten<strong>de</strong>r com os <strong>de</strong>mais integrantes<br />
do júri. O coitado achava que eu<br />
tinha sido um verda<strong>de</strong>iro Lincoln falando<br />
em Gettysburg.<br />
Foi assim que eu <strong>de</strong>scobri uma verda<strong>de</strong><br />
que vale até hoje na política: o mais importante<br />
é como você fala, não o que você fala.<br />
A palavra entusiasmo quer dizer estado<br />
<strong>de</strong> exaltação divina. Isso é o que jamais po<strong>de</strong><br />
faltar num discurso. Tenho dito.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
52 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
imersão em outras culturas<br />
Reprodução<br />
Empreen<strong>de</strong>r, li<strong>de</strong>rar e inovar é uma equação que Greta Paz resolve com<br />
a busca <strong>de</strong> equilíbrio; a ioga é elemento cognitivo para fechar essa conta<br />
Greta Paz<br />
especial para o PrOPMarK<br />
vida <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora é cheia <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios.<br />
E eu aprendi isso muito cedo,<br />
A<br />
com 22 anos. No início, esse salto em direção<br />
ao <strong>de</strong>sconhecido me causou muita<br />
instabilida<strong>de</strong>. Deixei-me levar, até que tive<br />
uma forte crise <strong>de</strong> estresse. A partir <strong>de</strong>sse<br />
momento, entendi que precisava <strong>de</strong> alternativas<br />
para reencontrar meu ponto <strong>de</strong><br />
equilíbrio.<br />
Em busca disso, fiz uma aula experimental<br />
<strong>de</strong> Ashtanga Yoga, um método tradicional e<br />
dinâmico. A paixão pela prática veio naturalmente<br />
e, em fases mais <strong>de</strong>dicadas e outras<br />
um pouco menos, ela passou a integrar minha<br />
rotina.<br />
De lá para cá, muita coisa mudou. Além <strong>de</strong><br />
praticar um exercício e acalmar minha mente,<br />
a ioga me auxilia espiritualmente. Em <strong>de</strong>corrência<br />
<strong>de</strong>la, comecei a refletir mais sobre<br />
meu lugar no mundo e entendi que a busca<br />
por propósito <strong>de</strong>ve estar em todos os lugares:<br />
dos pequenos momentos do cotidiano aos<br />
memoráveis. Depois da ioga, conheci também<br />
o Ayurveda, um sistema <strong>de</strong> medicina<br />
baseado na filosofia védica, no qual se prioriza<br />
o alinhamento entre corpo, mente e sentidos.<br />
Na prática, o Ayurveda significa adquirir<br />
consciência do que estamos sentindo e <strong>de</strong>finir<br />
a forma como cuidamos <strong>de</strong> nós mesmos a<br />
partir disso.<br />
A ioga <strong>de</strong>spertou em mim uma gran<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> imergir em outras culturas, o que me<br />
proporcionou experiências incríveis. Decidi<br />
viajar para a Tailândia, com a família, para me<br />
conectar com as tradições e a cultura locais.<br />
Apesar <strong>de</strong> toda a beleza natural do país, repleto<br />
<strong>de</strong> praias, foram as pessoas que me impressionaram.<br />
A maioria dos habitantes locais leva<br />
sua espiritualida<strong>de</strong> a sério, e senti que isso<br />
reflete muito na maneira como tratam as pessoas<br />
ao redor. Aprendi e cresci muito durante<br />
a viagem! Meu maior aprendizado foi <strong>de</strong>scobrir<br />
que parte do meu equilíbrio está em não<br />
levar tão a sério todos os valores oci<strong>de</strong>ntais e<br />
me aproximar bastante <strong>de</strong> valores orientais.<br />
O oriental representa, para mim, um ponto<br />
<strong>de</strong> vista diferente sobre trabalho e sucesso.<br />
Isso me inspira a ser uma lí<strong>de</strong>r melhor. Mais<br />
consciente. Que não pratique violência. Que<br />
se coloque no lugar do outro.<br />
Sou diretora <strong>de</strong> uma equipe com mais <strong>de</strong> 20<br />
pessoas, e gosto <strong>de</strong> estar próxima <strong>de</strong> cada uma<br />
<strong>de</strong>las. Juntos, <strong>de</strong>senvolvemos comunicação<br />
estratégica no ambiente digital, sempre pensando<br />
em novos formatos. Além disso, preciso<br />
cuidar também das burocracias implícitas<br />
em administrar o meu negócio. Então, a equação<br />
entre li<strong>de</strong>rança + empreen<strong>de</strong>dorismo +<br />
inovação precisa estar em equilíbrio perfeito.<br />
Para não per<strong>de</strong>r o controle, respirar fundo é<br />
importante. Aliás, respirar foi uma das coisas<br />
que mais aprendi com a prática da ioga. Nos<br />
momentos em que o <strong>de</strong>sequilíbrio bate à porta,<br />
medito e foco na respiração. Apesar <strong>de</strong> não<br />
estar diretamente ligada ao ato criativo ou ao<br />
meu papel <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora, a meditação<br />
contribui muito para que eu consiga me <strong>de</strong>sligar<br />
<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas funções e me conectar com<br />
a outra sempre que o meu trabalho pe<strong>de</strong>. Com<br />
a mente livre, consigo me conectar ao presente<br />
e dar conta <strong>de</strong> tudo o que preciso cumprir<br />
no dia a dia.<br />
Vivendo em uma socieda<strong>de</strong> em que tudo<br />
ocorre muito rápido, encontrar equilíbrio<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim tem sido essencial. Às vezes,<br />
entre reuniões e compromissos, achar tempo<br />
para a ioga e a meditação não é tarefa fácil.<br />
Mas sempre que fico sem praticar, penso em<br />
tudo <strong>de</strong> bom que ela já trouxe para a minha<br />
vida e ela volta a me conquistar.<br />
Hoje, entendo melhor do que nunca que<br />
ter disciplina é ter liberda<strong>de</strong>. É controlar a si<br />
mesmo para tomar as melhores atitu<strong>de</strong>s. Para<br />
mim, para as pessoas com quem eu convivo e<br />
para o mundo.<br />
Greta Paz é executiva da Eyxo<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 53
prêmiOs<br />
AlmapBBDO é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
<strong>de</strong>sta edição do Colunistas Brasil<br />
Agência tem dois profissionais premiados - Luiz Sanches e Keka<br />
Morelle -, <strong>de</strong>z peças e fica, pela 13ª vez, com título <strong>de</strong> Agência do Ano<br />
Claudia Penteado<br />
AlmapBBDO conquistou seu 13º título<br />
A <strong>de</strong> Agência do Ano no Colunistas Brasil<br />
2017, somando <strong>de</strong>z prêmios e 94 pontos, bem<br />
à frente da segunda e da terceira colocada,<br />
que foram Ogilvy (44 pontos) e DM9DDB (40<br />
pontos). Além do Gran<strong>de</strong> Prêmio <strong>de</strong> Agência<br />
do Ano, a Almap também conquistou o GP <strong>de</strong><br />
Bran<strong>de</strong>d Content com Nosferatu, criado para<br />
a Getty Images, e o GP <strong>de</strong> Mídia Exterior com<br />
Ma<strong>de</strong> of Brazilian Summer, para Havaianas/<br />
Alpargatas, além <strong>de</strong> oito medalhas <strong>de</strong> Ouro.<br />
Já Luiz Sanches, sócio e diretor-geral <strong>de</strong><br />
criação da AlmapBBDO, foi escolhido o Publicitário<br />
do Ano da premiação nacional, enquanto<br />
a diretora <strong>de</strong> criação Keka Morelle foi<br />
a Profissional <strong>de</strong> Propaganda. Vale <strong>de</strong>stacar<br />
que o prêmio <strong>de</strong> Anunciante do Ano foi conquistado<br />
pelo tradicional cliente da agência,<br />
a Alpargatas.<br />
“Sermos reconhecidos como Agência do<br />
Ano e com dois GPs em categorias diferentes,<br />
como Mídia e Bran<strong>de</strong>d Content, <strong>de</strong>monstra a<br />
consistência do trabalho da AlmapBBDO. Somado<br />
a isso, ver um cliente e parceiro <strong>de</strong> longa<br />
data, como Alpargatas, eleito Anunciante<br />
do Ano, só aumenta o nosso orgulho. As escolhas<br />
da Keka, como Profissional do Ano, e<br />
a minha, como Publicitário do Ano, só reforçam<br />
a nossa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer mais <strong>de</strong>ntro da<br />
propaganda. Estamos muito felizes com os<br />
resultados”, comentou Sanches.<br />
Sobre Nosferatu - The Non Silent Film, um<br />
dos trabalhos mais premiados da agência,<br />
Sanches fala que o <strong>de</strong>safio anual para Getty<br />
Images permitiu que a agência transformasse<br />
o cliente em seu “gran<strong>de</strong> Lego”, em que se<br />
po<strong>de</strong> fazer o que quiser, basta usar a criativida<strong>de</strong><br />
- e ter consistência no craft para realizar,<br />
claro. “Vivemos numa época maravilhosa<br />
para se reinventar e experimentar. Existe<br />
uma oportunida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> para darmos novos<br />
passos e falarmos por diversos canais<br />
que façam a diferença no negócio do cliente<br />
e contagiem as pessoas <strong>de</strong> maneira positiva”,<br />
diz Sanches.<br />
Keka Morelle, eleita Profissional <strong>de</strong> Propaganda<br />
do Ano, completou um ano como<br />
diretora <strong>de</strong> criação da agência, ao lado <strong>de</strong><br />
Marcelo Nogueira. Ela afirma que a premiação<br />
tem um valor especial, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> viver<br />
momentos difíceis, na agência em que trabalhou<br />
anteriormente, on<strong>de</strong> sofreu assédio<br />
moral. Ao sair, recebeu o convite para voltar<br />
à direção <strong>de</strong> arte na AlmapBBDO. “Eu era<br />
diretora <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> agência<br />
e me pareceu fazer todo sentido, <strong>de</strong>pois<br />
Fotos: Divulgação<br />
Luiz Sanches: “Estamos muito felizes com os resultados”<br />
“ViVemos numa época<br />
maraVilhosa para<br />
se reinVentar e<br />
experimentar”<br />
GP <strong>de</strong> Filme ficou com todo bebê é um bebê Johnson’s, criado pela DM9DDB para J&J<br />
do que tinha passado, voltar a ser diretora<br />
<strong>de</strong> arte, simplificar a rotina, voltar a me divertir.<br />
E, sendo na Almap, foi um presente.<br />
Mas estava superinsegura. Havia se passado<br />
quatro anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última vez que encarei<br />
um new file no Photoshop. Tinha tido dois<br />
filhos nesse período. Tinha passado os últimos<br />
seis meses em um ambiente agressor.<br />
Mas trabalhar é um jeito incrível <strong>de</strong> se reencontrar.<br />
E recomecei”, relata.<br />
Nesse retorno, um dia caiu em sua mesa<br />
(e do seu dupla na época, o redator Pedro<br />
Corbett), um job inédito em seus 22 anos <strong>de</strong><br />
profissão: uma campanha global <strong>de</strong> Havaianas.<br />
Ela sabia o que tinha em mãos e trabalhou<br />
<strong>de</strong>z meses agra<strong>de</strong>cendo a oportunida<strong>de</strong>.<br />
Ela costuma contar essa história como<br />
exemplo <strong>de</strong> que recomeçar é sempre permitido.<br />
“Tudo que essa campanha ganhou<br />
e o reconhecimento do Prêmio Colunistas<br />
me fazem celebrar essa jornada. Nada do<br />
que fiz até hoje foi sozinha, então gostaria<br />
<strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer também ao Pedro Corbett, ao<br />
Felipe Antonioli e ao Daniel Oksenberg, que<br />
divi<strong>de</strong>m a ficha técnica <strong>de</strong> criação do job <strong>de</strong><br />
Havaianas comigo”, recorda.<br />
Filme<br />
O GP <strong>de</strong> Filme foi para Todo bebê é um<br />
bebê Johnson’s, criado pela DM9DDB para<br />
J&J; a Ampfy levou o GP <strong>de</strong> Digital com Audio<br />
Makeup, para Maybelline NY; o GP <strong>de</strong><br />
Promo e Live Marketing foi para a Ogilvy,<br />
com A voz da Arte, para IBM; e o GP <strong>de</strong> RP<br />
foi conquistado pela DM9DDB, com Kiss the<br />
56 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
Alê Oliveira<br />
Otavio Schiavon, Andre Pedroso, Rafael Urenha, Alexis Pagliarini, Marcio Ehrlich, Fernando Vasconcelos, Adonis Alonso e Antoninho Rossini<br />
nosferatu, um dos trabalhos mais premiados da agência<br />
“tudo que essa<br />
campanha ganhou<br />
e o reconhecimento do<br />
prêmio colunistas me faz<br />
celebrar essa jornada”<br />
Kremlin, para Ssex Bbox. O Estadão foi eleito<br />
o Veículo Impresso do Ano e a Globo News<br />
o Veículo Eletrônico, enquanto a Alpargatas,<br />
cliente da AlmapBBDO, ganhou como Anunciante<br />
do Ano.<br />
Miguel Athay<strong>de</strong>, diretor do Globonews,<br />
afirma que o canal atingiu um patamar <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s reportagens e análises em toda a gra<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> programação, e em que o público sabe<br />
que po<strong>de</strong> acompanhar notícias mais relevantes<br />
em tempo real.<br />
Vale <strong>de</strong>stacar que o Festival Globonews<br />
Prisma, <strong>de</strong> 2017, levou o GP <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Prêmio<br />
<strong>de</strong> Design Ambiental e ouro em Evento Institucional<br />
no Prêmio Colunistas Rio <strong>de</strong> 2017.<br />
“Nosso futuro é estar cada vez mais conectado<br />
e ao vivo”, disse.<br />
A premiação como veículo impresso para<br />
o Estadão é, para Flávio Pestana, diretor-comercial<br />
do Grupo Estado, um reconhecimento<br />
importante. “Enten<strong>de</strong>mos que ela reflete<br />
o trabalho, a qualida<strong>de</strong> editorial do veículo,<br />
e também as diversas iniciativas inovadoras<br />
que o Grupo Estado tem <strong>de</strong>senvolvido nos últimos<br />
anos, que buscam trazer nossos anunciantes<br />
e parceiros para nossas plataformas.<br />
Além disso, a conquista também nos mostra<br />
que estamos no caminho correto para contribuir<br />
para a renovação e o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
mercado <strong>de</strong> comunicação brasileiro”, conclui.<br />
Participaram do júri, que se reuniu no último<br />
dia 9, em São Paulo, Adonis Alonso (blog<br />
do Adonis); Antoninho Rossini (Band); Andre<br />
Pedroso (Fischer); Alexis Pagliarini (Fenapro);<br />
Rafael Urenha (DPZ&T); Otavio Schiavon<br />
(Africa); Marcio Ehrlich (Janela Publicitária)<br />
e Fernando Vasconcelos (Meio & Mídia).<br />
Keka Morelle: “Premiação tem um valor especial”<br />
A MAIOR PLATAFORMA DE GESTÃO, ARMAZENAMENTO E<br />
DISTRIBUIÇÃO DE CONTEÚDO PUBLICITÁRIO DO MUNDO.<br />
Plataforma adstream DAM<br />
Gestão <strong>de</strong> campanhas publicitárias<br />
Adbank adstream<br />
Armazenamento <strong>de</strong> conteúdo publicitário<br />
Adstream <strong>de</strong>livery<br />
Distribuição <strong>de</strong> filmes publicitários para mídias eletrônicas<br />
Confira nossos canais <strong>de</strong> atendimento:<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 57
we<br />
mkt<br />
stevecoleimages/iStock<br />
A disrupção<br />
em ca<strong>de</strong>ia<br />
“Eu era muito jovem para ter um<br />
carro, então transava com as moças<br />
no banco <strong>de</strong> trás da minha bicicleta”.<br />
Woody Allen<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
aí as pessoas começaram a reconsi<strong>de</strong>rar.<br />
Ter ou não ter carro. E aí os jovens<br />
E<br />
foram rebaixando o carro em seu shopping<br />
list. Da primeira posição <strong>de</strong> 20 anos atrás,<br />
hoje está na 11ª.<br />
E aí, Eugenio Mattar, filho do legendário<br />
Salim Mattar, que protagonizou um dos<br />
mais espetaculares “cases” do ambiente<br />
corporativo brasileiro, A Localiza, hoje CEO<br />
da empresa, observando o <strong>de</strong>sinteresse <strong>de</strong><br />
seus filhos, <strong>de</strong> 14 e 16 anos, por automóvel,<br />
<strong>de</strong>cidiu ven<strong>de</strong>r a Ferrari que tinha em sua<br />
garagem.<br />
O negócio <strong>de</strong> ter e possuir, pensou, chegou<br />
ao fim. O importante é po<strong>de</strong>r usar, claro,<br />
sempre que preciso. Enquanto isso se<br />
multiplicava os aplicativos.<br />
Disruptando, num primeiro momento,<br />
os taxistas, num segundo as fabricantes <strong>de</strong><br />
automóveis, e por tabela, e sem querer, na<br />
medida em que convocava motoristas particulares<br />
para passarem a oferecer o serviço<br />
<strong>de</strong> transporte, reinventando o negócio<br />
da locação <strong>de</strong> automóveis.<br />
carros e o transporte com aplicativos são<br />
complementares... com a crise mais gente<br />
buscou ganhar dinheiro dirigindo...”.<br />
A Localiza <strong>de</strong>tém hoje 33% <strong>de</strong> participação<br />
<strong>de</strong> mercado. Uma frota <strong>de</strong> 190 mil<br />
carros. Com a mudança <strong>de</strong> comportamento<br />
das pessoas que ven<strong>de</strong>ram seus automóveis<br />
ou passaram a <strong>de</strong>ixá-los mais dias na<br />
garagem, o faturamento da empresa registrou<br />
um salto superior a 30%.<br />
Já a Movida, resultante da fusão da Locamerica<br />
com a Unidas, com uma frota <strong>de</strong><br />
100 mil carros, dá um <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 50% no<br />
preço da locação nos aluguéis mensais para<br />
quem utilizar o carro para transporte, leia-<br />
-se Uber.<br />
É isso, amigos. Segue o barco, ou circulam<br />
os automóveis. E a cada novo dia a tal<br />
da disrupção ganhando características e<br />
aspectos diferentes.<br />
Provocando alegrias e tristezas. Desafios,<br />
oportunida<strong>de</strong>s e ameaças.<br />
Numa espécie <strong>de</strong> disrupção sem fim e<br />
que se divi<strong>de</strong> e se multiplica.<br />
Até <strong>de</strong>z anos atrás, um taxista que quisesse<br />
alugar um dos chamados carros <strong>de</strong><br />
frota, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do mo<strong>de</strong>lo, pagava, aos<br />
donos <strong>de</strong> frotas, uma diária entre R$ 200 e<br />
R$ 300.<br />
Hoje, um particular aluga um carro da<br />
Localiza, ou das outras duas principais<br />
locadoras <strong>de</strong> automóveis, por menos <strong>de</strong><br />
R$ 90. Esse mesmo carro, locado, há <strong>de</strong>z<br />
anos, custava R$ 150.<br />
Falando à Revista Dinheiro, consciente<br />
que seu negócio foi reinventado sem querer<br />
pelos aplicativos, muito especialmente<br />
pelo Uber, Eugênio Mattar diz:<br />
“Estamos percebendo que o aluguel <strong>de</strong><br />
Segundo Tom e Vinicius, na antológica<br />
e disruptiva canção A Felicida<strong>de</strong>: “tristeza<br />
não tem fim, felicida<strong>de</strong> sim...”<br />
A felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje das locadoras, por<br />
exemplo, do Uber e <strong>de</strong> todos que direta ou<br />
indiretamente se beneficiam e lucram com<br />
a disrupção vai <strong>de</strong>sembocar, inevitável e<br />
inexoravelmente, na tristeza que um dia se<br />
abaterá sobre as montadoras, já em estado<br />
quase terminal, embora ainda não se <strong>de</strong>em<br />
conta, não revelem a mínima consciência<br />
da dimensão da crise.<br />
O automóvel, tal com o conhecemos um<br />
dia, nunca mais!<br />
E não se fala mais nisso...<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
58 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
digital<br />
Código <strong>de</strong> conduta reforça ética<br />
<strong>de</strong> agências digitais nas eleições<br />
Transparência e combate às fake news orientam novo guia da Abradi;<br />
documento <strong>de</strong>bate responsabilida<strong>de</strong> dos comunicadores na internet<br />
Danúbia Paraizo<br />
Em meio aos crescentes <strong>de</strong>bates<br />
sobre a rápida disseminação<br />
das fake news, bem<br />
como seu impacto nas próximas<br />
eleições, a Associação<br />
Brasileira dos Agentes Digitais<br />
(Abradi) acaba <strong>de</strong> lançar o Código<br />
<strong>de</strong> Conduta para Agentes<br />
Digitais em Campanhas Eleitorais.<br />
A i<strong>de</strong>ia é reforçar o papel e<br />
a responsabilida<strong>de</strong> dos comunicadores<br />
que prestarão serviços<br />
na internet para partidos e<br />
candidatos.<br />
Segundo Marcelo Sousa, presi<strong>de</strong>nte<br />
da entida<strong>de</strong>, o objetivo<br />
é trazer orientações para garantir<br />
relações éticas nas eleições,<br />
diante do papel cada vez<br />
mais <strong>de</strong>terminante do digital<br />
no resultado final nas urnas.<br />
“Sabemos da força que o digital<br />
ganhou e vem ganhando nos últimos<br />
anos como influenciador<br />
do comportamento do consumidor<br />
e, por consequência, do<br />
cidadão/eleitor. Nas eleições <strong>de</strong><br />
2014 o digital foi estratégico no<br />
resultado final e este ano acreditamos<br />
que será ainda maior<br />
já que será possível comprar<br />
mídia nas plataformas globais<br />
digitais para alavancar candidatos<br />
e partidos”.<br />
Des<strong>de</strong> as eleições <strong>de</strong> 2014<br />
a Abradi vem discutindo com<br />
advogados especializados e<br />
estrategistas digitais eleitorais<br />
sobre o impacto da internet no<br />
cenário político. Em 2016, nas<br />
eleições para prefeituras, a entida<strong>de</strong><br />
lançou o primeiro código<br />
<strong>de</strong> conduta. Agora, em 20<strong>18</strong>, a<br />
entida<strong>de</strong> revisou o material <strong>de</strong><br />
acordo com as novas regras do<br />
TSE e consulta às entida<strong>de</strong>s e<br />
profissionais do setor. “O cumprimento<br />
<strong>de</strong> cada item do código<br />
vai da responsabilida<strong>de</strong><br />
empresarial <strong>de</strong> cada um, não<br />
é papel da entida<strong>de</strong> fiscalizar<br />
a conduta <strong>de</strong> cada empresa digital<br />
do país, o TSE e os outros<br />
órgãos <strong>de</strong> controle estão aí para<br />
cumprir esse papel”, ressalta<br />
Sousa.<br />
Código <strong>de</strong> conduta foi atualizado segundo as novas regras do TSE e consultas a entida<strong>de</strong>s do setor político e <strong>de</strong> digital<br />
“SabemoS da força<br />
que o digital<br />
ganhou e vem<br />
ganhando noS<br />
últimoS anoS como<br />
influenciador do<br />
comportamento<br />
do conSumidor”<br />
XtockImages/iStock<br />
ÉtiCa<br />
Criado com objetivo <strong>de</strong> elevar<br />
a responsabilida<strong>de</strong> ética das<br />
agências e seus colaboradores,<br />
bem como para <strong>de</strong>ixar claro as<br />
possíveis penalida<strong>de</strong>s jurídicas<br />
no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios e má conduta,<br />
o guia traz orientações <strong>de</strong> diversas<br />
complexida<strong>de</strong>s. Chama<br />
a atenção, por exemplo, para<br />
o sigilo <strong>de</strong> dados e privacida<strong>de</strong><br />
das informações, cuidando<br />
com a utilização <strong>de</strong> softwares<br />
e hardwares. No item sete do<br />
código, por exemplo, a entida<strong>de</strong><br />
orienta que os profissionais<br />
“mantenham os sistemas e ferramentas<br />
<strong>de</strong> segurança atualizados<br />
visando a prevenção <strong>de</strong><br />
ataques cibernéticos, invasões<br />
e roubo <strong>de</strong> dados pela internet”.<br />
E que trabalhem com ferramentas<br />
que garantam segurança<br />
dos dados armazenados.<br />
Chamando a atenção para o<br />
recente vazamento <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> usuários do Facebook,<br />
a entida<strong>de</strong> também orienta<br />
a não utilização <strong>de</strong> “recursos<br />
tecnológicos ou publicitários<br />
que possam criar artificialmente<br />
mudanças mentais e emocionais<br />
no eleitorado, similares ao<br />
ocorrido nos EUA com a consultoria<br />
Cambridge Analytica<br />
que, <strong>de</strong> forma intencional e artificial,<br />
criou ambiente propício<br />
para mudanças ou engajamento<br />
<strong>de</strong> eleitores naquele país”.<br />
As fake news também ganharam<br />
espaço relevante. Apontadas<br />
como possíveis responsáveis<br />
por contribuirem para a<br />
eleição <strong>de</strong> Donald Trump nos<br />
EUA, o temor é que as notícias<br />
falsas possam impactar negativamente<br />
o processo eleitoral no<br />
Brasil. “O congresso e os órgãos<br />
<strong>de</strong> controle norte-americano<br />
ainda estão levantando o que<br />
realmente ocorreu nas eleições,<br />
mas os indicadores parecem<br />
apontar que houve interferência<br />
e ações nas plataformas globais<br />
digitais com o objetivo <strong>de</strong><br />
alterar as intenções dos eleitores.<br />
Acreditamos que os órgãos<br />
<strong>de</strong> controle do TSE estão analisando<br />
e estudando o ocorrido<br />
com olhos <strong>de</strong> lince na tentativa<br />
<strong>de</strong> reduzir os possíveis efeitos<br />
na eleição <strong>de</strong>ste ano”.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 59
curtaS<br />
NBS conquista<br />
conta da fintech<br />
Mercado Pago<br />
A fintech Mercado Pago, empresa <strong>de</strong><br />
serviços financeiros do grupo Mercado<br />
Livre, acaba <strong>de</strong> anunciar a NBS como<br />
sua agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A empresa<br />
fica responsável por toda comunicação<br />
da marca no Brasil, e já se prepara para<br />
lançar seu primeiro trabalho nas próximas<br />
semanas. Criado em 2004, com mais<br />
<strong>de</strong> 211 milhões <strong>de</strong> usuários cadastrados<br />
em sua plataforma na América Latina, o<br />
mercado Pago oferece tecnologia para a<br />
realização <strong>de</strong> pagamentos online, máquinas<br />
<strong>de</strong> cartão, crédito para ven<strong>de</strong>dores<br />
do Mercado Livre e uma carteira digital<br />
que funciona por meio <strong>de</strong> aplicativo<br />
mobile. 20<strong>18</strong> tem sido um ano produtivo<br />
para a NBS. Ela foi eleita Agência do Ano<br />
do Prêmio Colunistas rio, título conquistado<br />
também em outras seis vezes.<br />
Cyd Alvarez, sócio e presi<strong>de</strong>nte da agência NBS, comemora chegada <strong>de</strong> novo cliente na área <strong>de</strong> serviços financeiros<br />
Divulgação<br />
JOrNalISta dE rádIO laNça lIVrO<br />
Thiago Uberreich é apresentador da Jovem Pan<br />
O esporte mais popular do planeta<br />
acaba <strong>de</strong> ganhar uma nova obra sobre a<br />
história das Copas do Mundo. O jornalista<br />
thiago uberreich, apresentador do programa<br />
Jornal da Manhã, na rádio Jovem<br />
Pan, lançou na semana passada a biografia<br />
das Copas, na Livraria Cultura, em<br />
São Paulo. O evento reuniu mais <strong>de</strong> 300<br />
pessoas, entre amigos do autor, amantes<br />
do futebol e gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s.<br />
A obra tem 20 capítulos, e cada um<br />
relata como o Brasil acompanhou<br />
o torneio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1930, por meio do<br />
rádio e jornais, e <strong>de</strong>pois, TV e digital.<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
ClubE O GlObO GaNha rEdESENhO<br />
Para marcar seus 30 anos <strong>de</strong> existência,<br />
o Clube O Globo foi renovado para seus<br />
assinantes. A plataforma <strong>de</strong> relacionamento<br />
teve seu site e aplicativos re<strong>de</strong>senhados<br />
para que os assinantes do jornal pu<strong>de</strong>ssem<br />
pesquisar facilmente os estabelecimentos<br />
parceiros - são mais <strong>de</strong> 400, com <strong>de</strong>sconto<br />
<strong>de</strong> até 50%. Alguns <strong>de</strong>les também fazem<br />
ofertas especiais no estilo compre e ganhe.<br />
O aplicativo é dividido nas categorias<br />
gastronomia, saú<strong>de</strong> e bem-estar. A Valuenet<br />
Incentive Solutions, consultoria <strong>de</strong><br />
programas <strong>de</strong> incentivo e fi<strong>de</strong>lização, foi<br />
responsável pelo projeto.<br />
NEt E ClarO atualIzam SErVIçOS<br />
A NET e a Claro anunciaram na semana<br />
passada que passam a oferecer aos canais<br />
SporTV e Fox Sports a tecnologia 4K com<br />
HDR às transmissões da Copa do Mundo.<br />
Por meio do App do Now, os clientes<br />
também po<strong>de</strong>rão assistir ao streaming ao<br />
vivo no smartphone. E para quem quiser<br />
ver o camisa 10 da seleção brasileira além<br />
dos campos, a Claro oferece o Neymar Jr.<br />
Experience, aplicativo oficial do jogador.<br />
Lançada em parceria com a Digible, a<br />
plataforma reúne treinos <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s no<br />
futebol, <strong>de</strong>safios, compartilhamento com<br />
os <strong>de</strong>mais participantes, além <strong>de</strong> promoções<br />
para conferir treinos e jogos.<br />
ClubE dOS 100 amIGOS faz 20 aNOS<br />
Com lançamento<br />
previsto para o<br />
próximo dia 28,<br />
o livro É O Que<br />
Parece chega ao<br />
mercado como<br />
resgate <strong>de</strong> fatos<br />
históricos narrados<br />
por gran<strong>de</strong>s nomes<br />
da propaganda e<br />
comunicação. As<br />
narrativas contam<br />
experiências vividas<br />
durante mais<br />
<strong>de</strong> cinco décadas,<br />
num dos períodos<br />
mais significativos da ativida<strong>de</strong> publicitária<br />
no Brasil. A obra tem iniciativa<br />
do Clube dos 100 Amigos, que este ano<br />
comemora seu 20º aniversário. O livro é<br />
prefaciado por roberto duailibi, que faz<br />
um resgate histórico <strong>de</strong> 1955 até os dias<br />
atuais, <strong>de</strong>stacando o quanto a propaganda<br />
tem contribuído para a economia <strong>de</strong><br />
livre iniciativa. Já a Carta ao Leitor é assinada<br />
pelo editor e jornalista Antoninho<br />
Rossini, que apresenta a forma peculiar<br />
como os textos em primeira pessoa. Vale<br />
ressaltar que apesar da <strong>de</strong>scontração<br />
e irreverência, as revelações feitas são<br />
verda<strong>de</strong>iras.<br />
Reprodução<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />
e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />
e Renato Rogenski<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Jéssica Oliveira (SP) e<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Lucas Boccatto<br />
e Anilton Rodrigues Marques<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
60 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Jaques Dequecker/Divulgação<br />
BELEZA<br />
O cenário escolhido para a tomada das imagens foi a<br />
paradisíaca praia <strong>de</strong> Canoé, no litoral cearense. E Cleo<br />
Pires se entregou para a produção da marca Liebe Lingerie,<br />
que explora na coleção <strong>de</strong> verão 20<strong>18</strong>/2019 o<br />
bege como cor principal. A <strong>de</strong>sinibida atriz e cantora<br />
vai estar presente nos materiais <strong>de</strong> comunicação da<br />
marca.<br />
CONCENTRAÇÃO<br />
A conta da marca Cielo fica concentrada na Wun<strong>de</strong>rman.<br />
Antes, o negócio era dividido com a Y&R.<br />
Mas a <strong>de</strong>cisão não tem relação com a conquista do<br />
Banco Santan<strong>de</strong>r pela Y&R. A concorrência da qual<br />
participou e venceu há cerca <strong>de</strong> dois meses não envolveu<br />
a Getnet, divisão <strong>de</strong> maquininhas <strong>de</strong> crédito<br />
e débito do grupo financeiro.<br />
MÍDIA<br />
Cristina Omura e Danilo Castro, diretores <strong>de</strong> mídia<br />
da FCB Brasil, participaram, no último mês <strong>de</strong><br />
maio, do tour por Tóquio promovido pelo Grupo <strong>de</strong><br />
Mídia/SP. Segundo eles, foi uma experiência enriquecedora.<br />
“Definitivamente a gran<strong>de</strong> diferença é<br />
o consumidor, obviamente, distinto ao brasileiro e<br />
à presença massiva da tecnologia, ainda distante da<br />
maioria da nossa população”, diz Cristina. “O que<br />
mais me surpreen<strong>de</strong>u é a cultura do pensamento<br />
coletivo. Lá, não se pensa primeiro no indivíduo,<br />
mas no coletivo”, completou Danilo.<br />
Divulgação<br />
A <strong>de</strong>sinibida atriz e cantora Cleo Pires empresta sua beleza para a campanha da linha <strong>de</strong> lingerie Liebe<br />
Herman Mahnke, da GM, contempla garrafa do refrigerante na campanha da WMcCann<br />
Miro/Divulgação<br />
Cristina e Castro visitaram veículos japoneses durante tour <strong>de</strong> 20<strong>18</strong><br />
INTEGRAÇÃO<br />
O executivo Hermann Mahnke, diretor <strong>de</strong> marketing<br />
da General Motors para o Mercosul, também participa<br />
da campanha Sempre tem um cliente da WMcCann na<br />
vida <strong>de</strong> um cliente da WMcCann. Ele aparece com uma<br />
garrafa <strong>de</strong> Coca-Cola na mão. Foram escalados Renata<br />
Campos, da Pizza Hut; Sarah Buchuwitz, da Mastercard;<br />
Priscila Stoliar, do SBT; e, por exemplo, Tania<br />
Fukuda, da Seara. “Era para ser apenas uma ação<br />
institucional, ou seja, para falar <strong>de</strong> nós mesmos, mas<br />
melhor do que isso é falar dos nossos clientes, que<br />
fazem a nossa história, mostrando a relevância que<br />
cada um tem não só na WMcCann, mas na vida um<br />
do outro”, afirma Hugo Rodrigues, chairman e CEO da<br />
WMcCann.<br />
AUDIÊNCIA<br />
A campanha Po<strong>de</strong> ser diferente, <strong>de</strong>senvolvida pela<br />
agência Ana Couto e veiculada nos elevadores da Elemidia,<br />
proporcionou aumento <strong>de</strong> 54% no volume <strong>de</strong><br />
lembrança da marca, segundo pesquisa <strong>de</strong> recall.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 61
última página<br />
IltonRogerio/iStock<br />
a seleção<br />
suíça do<br />
Brasil<br />
Stalimir Vieira<br />
Os 13 milhões <strong>de</strong> brasileiros <strong>de</strong>sempregados<br />
provavelmente fazem parte daquele<br />
segmento da população apaixonado por<br />
futebol. Por certo são torcedores da seleção<br />
brasileira. Cidadãos e cidadãs que moram<br />
nas periferias das nossas cida<strong>de</strong>s, em casas<br />
e prédios com acabamento precário, amargando<br />
o <strong>de</strong>sconforto e a insegurança <strong>de</strong><br />
um cotidiano sempre pouco assistido pelo<br />
po<strong>de</strong>r público. 13 milhões é um número importante<br />
para a economia.<br />
Se cada um se dispuser a<br />
beber, por baixo, 20 cervejas<br />
durante o período do evento<br />
serão, por baixo, 260 milhões<br />
<strong>de</strong> cervejas vendidas. Sabemos<br />
que mesmo no aperto<br />
quem gosta <strong>de</strong> cerveja dá um<br />
jeito <strong>de</strong> beber. Essas, por baixo,<br />
260 milhões <strong>de</strong> cervejas, mais as centenas<br />
<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> refrigerantes e os outros<br />
milhões <strong>de</strong> reais <strong>de</strong>spendidos por esses 13<br />
milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados em produtos<br />
ligados à Copa e, ainda, mais algumas <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> reais gastos por mais algumas<br />
<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> subempregados,<br />
é o que banca a exposição e o trabalho<br />
<strong>de</strong> mitificação da seleção. Ótimo.<br />
Fico curioso em saber se cada um dos<br />
atletas e se cada um dos integrantes da comissão<br />
técnica sabe disso. Melhor: se eles<br />
têm consciência do significado disso. É<br />
compreensível que se distraiam, diante <strong>de</strong><br />
tantos luxos e <strong>de</strong> tantos mimos. Suponho<br />
até que pensem que o dinheiro que sustenta<br />
as condições nababescas <strong>de</strong> transporte<br />
e acomodação, por exemplo, venham <strong>de</strong><br />
quem tem, <strong>de</strong> quem po<strong>de</strong>. É verda<strong>de</strong>. A<br />
CBF é rica, bem como são ricos os seus patrocinadores.<br />
O que talvez fosse oportuno<br />
lembrar a cada um <strong>de</strong>sses mimados é <strong>de</strong><br />
que a maior parte <strong>de</strong>ssa riqueza foi catada<br />
“A CBF é riCA,<br />
Bem Como são<br />
riCos os seus<br />
pAtroCinAdores”<br />
em troco miúdo. Por exemplo, em botecos<br />
ou em esquinas e areias escaldantes, on<strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />
com um isopor a que carregaram na cabeça<br />
por quilômetros, ou em mercadinhos que<br />
já foram assaltados inúmeras vezes e cujos<br />
donos são quase tão pobres quanto seus<br />
fregueses. É interessante a cara da riqueza.<br />
Ela é um avião adaptado para que ao<br />
longo da viagem nos possamos banhar<br />
quentes e dormir esticados. É um hotel<br />
em que somos recebidos como príncipes<br />
e acomodados como <strong>de</strong>uses. A riqueza é<br />
po<strong>de</strong>r. Po<strong>de</strong>r suficiente para<br />
fazer com que outros po<strong>de</strong>res<br />
nos bajulem. Nada mais<br />
fácil, portanto, do que nos<br />
acostumarmos com a riqueza.<br />
Mas o fato é que o futebol<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos pobres para sobreviver.<br />
A Copa <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> talvez<br />
seja a mais <strong>de</strong>safiadora para o Brasil.<br />
Vamos entrar em campo com um grupo<br />
<strong>de</strong> privilegiados, enquanto amargamos,<br />
por aqui, o governo mais impopular <strong>de</strong><br />
nossa história, nos achatamos sob uma<br />
recessão que caminha para o terceiro ano,<br />
vemos aproximar-se uma eleição absolutamente<br />
necessária, mas ameaçadoramente<br />
inútil. Enfim, uma contradição que<br />
beira o absurdo.<br />
O Brasil que vai estrear contra a Suíça é<br />
um Brasil suíço. Rico, bem nutrido, luxuoso.<br />
Esse Brasil suíço tem, portanto, obrigações<br />
acima da média. É preciso tomar<br />
cuidado quando se enche o peito para dizer<br />
que a CBF é um entida<strong>de</strong> privada. Sim, é privada,<br />
mas o dinheiro da iniciativa privada<br />
não dá em árvore. Sai do bolso do público e<br />
circula entre mãos calejadas, antes <strong>de</strong> virar<br />
verba <strong>de</strong> patrocínio. Que a seleção retribua<br />
com um pouco <strong>de</strong> ilusão para esse povo que<br />
ultimamente só recebe notícia ruim.<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
62 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
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