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edição de 18 de junho de 2018

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propmark.com.br<br />

ANO 54 - Nº 2700 - <strong>18</strong> <strong>de</strong> juNho <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> R$ 15,00<br />

Gearstd/iStock<br />

Mídia ganha<br />

mais relevância<br />

com era digital<br />

Com a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais e novas<br />

combinações estratégicas por meio <strong>de</strong> dados,<br />

área ganhou novo impulso, mas requer cuidados<br />

dos profissionais, que comemoram o Dia do<br />

Mídia nesta quinta-feira (21). O PROPMARK<br />

preparou edição especial para abordar<br />

as transformações do segmento. pág. 28<br />

CANNes liONs esPeRAvA ReDuçãO<br />

De iNsCRições e OlhA PARA futuRO<br />

Chairman e CEO do festival, Philip<br />

Thomas e José Papa, afirmam que a<br />

queda nas inscrições (21%) era prevista<br />

e é reflexo das mudanças. pág. 48<br />

AbeP DebAte Os DesAfiOs que<br />

setOR De PesquisA eNfReNtA<br />

Empresas querem reforçar seu papel<br />

estratégico. Entida<strong>de</strong> que representa<br />

o segmento organizou encontro<br />

semana passada, em São Paulo. pág. 6<br />

AlMAPbbDO se DestACA<br />

NO COluNistAs bRAsil<br />

Ela é a Agência do Ano na premiação<br />

pela 13ª vez. Também ficou com GP<br />

<strong>de</strong> Bran<strong>de</strong>d Content, com Nosferatu,<br />

e GP <strong>de</strong> Mídia Exterior, com Ma<strong>de</strong> of<br />

Brazilian Summer (foto). pág. 56


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

SoS seleção<br />

Temos <strong>de</strong> nos agarrar nessa boia que tantas vezes usamos, algumas<br />

até sem precisar, para levantar o ânimo <strong>de</strong> um país, cujo povo<br />

já foi consi<strong>de</strong>rado “o último feliz do planeta” pelo cineasta Pier Paolo<br />

Pasolini.<br />

Falo da nossa seleção canarinho, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do jogo <strong>de</strong> estreia<br />

na Copa da Rússia, que antes <strong>de</strong>le não chegou a empolgar a torcida<br />

do país. Muitos escreveram sobre isso, focando o problema unicamente<br />

nos jogadores, por não estarem mais entre nós no Brasil.<br />

Permito-me discordar, propondo uma <strong>de</strong>licada inversão: parece que o<br />

Brasil é que não está mais entre nós. Não aquele Brasil no qual fomos<br />

criados e apren<strong>de</strong>mos a amar como o primeiro amor. O Brasil que parece<br />

ter se afastado dos brasileiros, é o país dos apátridas morais, outro<br />

tipo <strong>de</strong> gente cujo hino é cantado em nebulosas transações, como <strong>de</strong>screveu<br />

o poeta.<br />

Essa minoria <strong>de</strong> patrícios que se juntaram para formar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma<br />

casta <strong>de</strong> privilegiados do mal é a gran<strong>de</strong> responsável pelas nossas atuais<br />

calamida<strong>de</strong>s, que entre outras consequências nefastas conseguiram<br />

anestesiar gran<strong>de</strong> parte da população.<br />

O efeito paralisante foi e ainda é tão gran<strong>de</strong> que, mesmo muito perto do<br />

início <strong>de</strong> mais uma Copa, seus efeitos foram sentidos. Tenho por mim<br />

que isso vai passar e os próximos dias respon<strong>de</strong>rão bem a esse <strong>de</strong>safio.<br />

Não há mal nenhum em sairmos <strong>de</strong>ssa crise, ainda que momentaneamente,<br />

diante da pátria vestindo novamente as chuteiras, como bem<br />

<strong>de</strong>finiu em outro contexto o saudoso Nelson Rodrigues.<br />

Esse momento <strong>de</strong> comemoração (e vamos, sim, comemorar muito) servirá<br />

<strong>de</strong> alarme para acordarmos, sem que seja preciso o beijo <strong>de</strong> um<br />

príncipe amado, como no inesquecível conto infantil.<br />

Não será sequer preciso chegar ao pódio, para que se quebre esse maldito<br />

encanto. Bastará a alegria popular, da qual tantas sauda<strong>de</strong>s sentimos,<br />

para que o país <strong>de</strong>sperte para o seu irretocável <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> gente feliz.<br />

Dizer isso agora parece insulto, diante <strong>de</strong> tantos e tamanhos <strong>de</strong>scalabros,<br />

que se suce<strong>de</strong>m não mais semana após semana, mas dia após dia.<br />

Mas a chama que voltará a ser acesa pelo brilho que nos caberá nesta<br />

Copa dará início a uma nova etapa <strong>de</strong>ste Brasil, que voltará a ser <strong>de</strong><br />

todos os brasileiros e não apenas <strong>de</strong> uma casta <strong>de</strong> aproveitadores, que<br />

usaram e abusaram da nossa cordialida<strong>de</strong>.<br />

***<br />

Um jovem repórter brasileiro, <strong>de</strong> sobrenome <strong>de</strong> origem distante, Thiago<br />

Uberreich, lançou a sua Biografia das Copas, com um subtítulo que auto<strong>de</strong>fine<br />

a obra: O maior espetáculo da terra no rádio, na TV e nos jornais.<br />

Em mais <strong>de</strong> 300 páginas fartamente ilustradas e com prefácio <strong>de</strong> Mauro<br />

Beting, o autor literalmente retrata todas as Copas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />

em 1930 até a dos “7 a 1” (como ele registra no sumário do livrão,<br />

referindo-se à <strong>de</strong> 2014).<br />

Imperdível para quem gosta muito ou gosta pouco <strong>de</strong> futebol. Para<br />

quem não gosta, não recomendo.<br />

***<br />

Outro livro que merece registro neste espaço do PROPMARK já está<br />

pronto e será lançado pela Editora Tag & Line (com impressão da Referência),<br />

sob o título <strong>de</strong> É o que parece!.<br />

Prefaciado por Roberto Duailibi, da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras, o livro<br />

contém o <strong>de</strong>poimento dos 61 membros do Grupo dos 100 Amigos,<br />

cada qual tendo selecionado um tema para dissertar.<br />

A obra acabou se constituindo em um entrelaçamento <strong>de</strong> situações<br />

da ativida<strong>de</strong> publicitária em nosso país, já que os seus autores foram<br />

e muitos ainda são militantes da mais otimista das ativida<strong>de</strong>s<br />

humanas.<br />

O lançamento será na noite do próximo dia 28, no mezanino do Conjunto<br />

Nacional, na Avenida Paulista. Veja nesta edição.<br />

***<br />

O publicitário Lucas Ama<strong>de</strong>u assumiu recentemente a área <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

do Terra, além <strong>de</strong> Vivo Ads, que ele já comandava.<br />

***<br />

João Doria Neto e Luiz Fernando Furlan organizam jantar <strong>de</strong> comemoração<br />

dos 15 anos do Li<strong>de</strong>, a se realizar no próximo dia 28, em São Paulo.<br />

***<br />

Um grupo <strong>de</strong> seis jornalistas do PROPMARK já se encontra na França<br />

para a cobertura <strong>de</strong> mais um Cannes Lions, que se <strong>de</strong>senrolará por<br />

cinco dias seguidos durante a semana <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong>sta edição do<br />

PROPMARK, porém com um número maior <strong>de</strong> categorias concorrentes<br />

em relação a 2017.<br />

O online do PROPMARK já está noticiando o que ocorre em Cannes e,<br />

na próxima edição do impresso, publicaremos uma cobertura completa<br />

dos resultados do mais famoso festival publicitário do planeta.<br />

O PROPMARK cobre o evento há mais <strong>de</strong> 40 anos, quando ainda era<br />

realizado um ano em Veneza outro em Cannes.<br />

***<br />

Este Editorial é em homenagem a Dalton Pastore, diretor-presi<strong>de</strong>nte da<br />

ESPM, cuja gestão está completando dois anos <strong>de</strong> profícuo trabalho <strong>de</strong><br />

ampliação e transformação da tradicional escola, com unida<strong>de</strong>s em São<br />

Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Porto Alegre.<br />

***<br />

Frase: “O rei fraco faz fraca a sua gente”. (Camões)<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 3


conexões<br />

Disqus<br />

última Hora<br />

Facebook<br />

Post: Christina Larroudé, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing da Camil, revela<br />

estratégias por trás do <strong>de</strong>sdobramento<br />

da campanha #Sou-<br />

ArrozComFeijão<br />

Genial a campanha Arroz com Feijão!<br />

Parabéns Christina Larroudé.<br />

Jecilene Rosana Costa Frutuoso<br />

Post: Filme mostra como a Heineken<br />

musicou a final da Champions<br />

League<br />

Vanessa Brandão, you rock!<br />

Carmela Borst<br />

Post: DPZ&T “cria” carro que<br />

pe<strong>de</strong> lanches do McDonald’s<br />

Deus me livre, mas quem me <strong>de</strong>ra.<br />

Giovana Oliveira<br />

Expectativa: em 20<strong>18</strong> haverão carros<br />

voadores.<br />

Thiago Henrik<br />

Post: McDia Feliz completa 30<br />

anos e amplia benefício social<br />

Excelente iniciativa.<br />

Eduardo Pan<strong>de</strong>ló<br />

Twitter<br />

Post: Cafu (@officialcafu): “A Copa<br />

é momento excelente para<br />

mostrar gente que fez história”<br />

Quem fez é importante, quem está<br />

fazendo e vai fazer, e, ainda, quem<br />

acredita em tudo isso. Nós, a torcida.<br />

Tulio Gafisa<br />

Post: A Seleção Brasileira dos<br />

Publicitários por Laura Florence<br />

Seria legal ver uma lista com os “revelações”,<br />

listados pelos nomes das<br />

duas primeiras listas.<br />

Luiz.H. Padovan<br />

Parabéns pela seleção <strong>de</strong> mulheres<br />

supermaravilhosas. Nesta seleção<br />

eu conheço Paola Colombo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua bela infância. Parabéns,<br />

Paola! Espero e aguardo que<br />

esta seleção cresça e sejamos<br />

gratificadas com presenças <strong>de</strong><br />

mulheres negras, mulatas e índias.<br />

Contudo, estou feliz com este espaço<br />

aberto às mulheres fortes e<br />

guerreiras.<br />

Ney<strong>de</strong> Anjos Figueiredo<br />

Post: Ninguém é uma ilha<br />

Texto primoroso, reflexões valiosíssimas.<br />

Obrigado, Claudia.<br />

Raul Santahelena<br />

Post: Jurados se reúnem para<br />

<strong>de</strong>finir finalistas do Profissionais<br />

do Ano<br />

Que vergonha, gente! Querem dizer<br />

que no meio <strong>de</strong> todos os talentos do<br />

mercado, nenhuma mulher ou negro<br />

tem <strong>de</strong>staque suficiente?<br />

Vanessa Silva<br />

Post: Bullet <strong>de</strong>staca Amarok V6<br />

em estan<strong>de</strong> da Volkswagen na<br />

Agrishow<br />

A Rodominas Logística Promocional<br />

teve o prazer <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong>ste<br />

job junto com a Bullet e toda sua<br />

equipe!<br />

Mayara Stinglin<br />

Post: Lew’Lara\TBWA se posiciona<br />

sobre campanha #MinhaÚltimaMúsica<br />

Quanto julgamento e pouca reflexão.<br />

A campanha foi muito inteligente<br />

e profunda, pois não é fácil<br />

sensibilizar as pessoas sobre este<br />

tema. Se nós (publicitários) utilizamos<br />

uma chamada mais formal,<br />

ninguém dá atenção, se somos<br />

irreverentes <strong>de</strong>mais, ninguém leva a<br />

sério. A Lew’Lara\TBWA conseguiu<br />

atingir o equilíbrio, e ainda por cima<br />

envolver o público.<br />

Agatha Cristina Virgílio<br />

CONCORRÊNCIA<br />

O Banco do Brasil<br />

marcou para dia 2 <strong>de</strong><br />

agosto a entrega das<br />

propostas das agências <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> interessadas<br />

em administrar sua verba<br />

anual, <strong>de</strong> R$ 500 milhões.<br />

Serão contratadas quatro<br />

fornecedoras para o<br />

serviço. Serão entregues<br />

três envelopes: 1) proposta<br />

técnica não i<strong>de</strong>ntificada;<br />

2) proposta técnica<br />

i<strong>de</strong>ntificada; 3) capacida<strong>de</strong>,<br />

repertório e <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong><br />

cases.<br />

CONQUISTA<br />

A Score Group assegurou<br />

a comunicação <strong>de</strong> tra<strong>de</strong><br />

marketing da Asics. O<br />

primeiro trabalho envolve<br />

a linha Fast and Furious<br />

nas vitrines e materiais<br />

para exibição nos PDVs.<br />

dorinHo<br />

DOCUMENTÁRIO<br />

A Smarty Talks, produtora<br />

especializada em<br />

micromovies, lançou<br />

documentário feito<br />

exclusivamente para o<br />

Stories do Instagram.<br />

A função permite aos<br />

usuários criarem ví<strong>de</strong>os<br />

curtos, <strong>de</strong> no máximo<br />

15 segundos cada, que<br />

<strong>de</strong>saparecem após<br />

24 horas da publicação.<br />

Com narrativa informal, o<br />

documentário foi pensado<br />

e <strong>de</strong>senvolvido para o<br />

ambiente mobile.<br />

FAMA<br />

Pesquisa CelebScore do<br />

Ibope Repucom aponta<br />

nível <strong>de</strong> conhecimento da<br />

torcida sobre os jogadores do<br />

Brasil. Os mais populares são<br />

Neymar (97,3%), Thiago Silva<br />

(76%) e Marcelo (72,5%).<br />

Instagram<br />

Post: A Equipe do PROPMARK<br />

já está na Riviera Francesa para<br />

a cobertura do Festival Cannes<br />

Lions<br />

Espero vocês no iate Shutterstock<br />

@propmark.<br />

Nelson Martinez<br />

Post: Nike não entrega chuteiras<br />

ao Irã após sanções comerciais<br />

dos EUA<br />

Culpa não é da marca, que apenas<br />

cumpre o que é externo. O que o Irã<br />

<strong>de</strong>veria fazer era cumprir os acordos<br />

para que seus jogadores não<br />

passassem por isso.<br />

Luiz Cativo<br />

4 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


mercAdo<br />

Abep <strong>de</strong>bate as transformações<br />

do setor <strong>de</strong> pesquisa em São Paulo<br />

Evento foi recheado <strong>de</strong> palestras que tentaram <strong>de</strong>svendar os caminhos<br />

para um segmento que está em constantes e profundas mudanças<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

Em sua oitava edição, o Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa<br />

<strong>de</strong> Mercado, Opinião e Mídia<br />

realizou semana passada uma<br />

série <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre o setor,<br />

que vive um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>safios. Com uma quantida<strong>de</strong><br />

abundante <strong>de</strong> informação<br />

no mundo, o setor <strong>de</strong> empresas<br />

<strong>de</strong> pesquisa quer reforçar o seu<br />

papel estratégico. O evento foi<br />

organizado pela Abep (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong><br />

Pesquisa).<br />

“O olhar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é<br />

fundamental para transformar<br />

dados disponíveis em informação<br />

relevante para as empresas.<br />

O setor atravessa um momento<br />

em que uma das gran<strong>de</strong>s tendências<br />

é a <strong>de</strong>sintermediação.<br />

As empresas conseguem fazer<br />

suas pesquisas diretamente, o<br />

que reforça a importância <strong>de</strong><br />

os players do setor mostrarem<br />

o seu real valor”, afirma Felipe<br />

Men<strong>de</strong>s, chairman do Congresso<br />

Abep 20<strong>18</strong>.<br />

Outra conjectura que o mercado<br />

<strong>de</strong> pesquisas vivencia é a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precisar respon<strong>de</strong>r<br />

a perguntas com extrema<br />

velocida<strong>de</strong>, às vezes no mesmo<br />

dia, e não em três meses, como<br />

antes. A observação é <strong>de</strong> Men<strong>de</strong>s,<br />

que aponta ainda que as<br />

empresas contratantes precisam<br />

valorizar parcerias mais robustas<br />

com os players do setor<br />

<strong>de</strong> pesquisa. “Há muita relação<br />

baseada em job, e isso tira toda<br />

a velocida<strong>de</strong> dos processos. O<br />

i<strong>de</strong>al é que a marca escolha seu<br />

parceiro, dê as mãos e trabalhe<br />

junto, com rapi<strong>de</strong>z”, recomenda<br />

o profissional.<br />

Segundo Duílio Novaes, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Abep, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />

do mercado é ter profissionais<br />

que façam a curadoria<br />

da informação. “Para crescer<br />

como setor, precisamos aten<strong>de</strong>r<br />

aos clientes separando o<br />

que é fake do que é uma boa informação.<br />

Não há censura nas<br />

Eduardo Tomiya: “A marca local, no atual cenário, traz respostas muito mais rápidas que as que se comportam como globais”<br />

plataformas digitais e isso leva<br />

muitos a acreditarem em coisas<br />

que são perigosas. As empresas<br />

precisam <strong>de</strong> alguém que veja as<br />

informações disponíveis, que<br />

esteja atenta a coisas falsas e<br />

procurem a fonte”, analisa.<br />

O evento da Abep foi recheado<br />

<strong>de</strong> palestras que tentam<br />

<strong>de</strong>svendar os caminhos para<br />

um setor que está em transformação.<br />

Como aponta Men<strong>de</strong>s,<br />

se antes, estudava-se 12 mercados<br />

com 1 milhão <strong>de</strong> pessoas<br />

cada, agora é o oposto. É preciso<br />

enten<strong>de</strong>r 1 milhão <strong>de</strong> mercados<br />

com uma dúzia <strong>de</strong> pessoas.<br />

“Era mais fácil antes”.<br />

Um dos seminários que trataram<br />

<strong>de</strong>ssa visão mais localizada<br />

foi <strong>de</strong> Eduardo Tomiya,<br />

do Kantar Consulting, que trouxe<br />

como gran<strong>de</strong> mensagem às<br />

marcas globais a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se comportarem como locais.<br />

“É uma vantagem competitiva,<br />

sendo você nascida no<br />

Brasil, ou uma empresa global,<br />

mas com visão e posicionamentos<br />

regionais muito fortes.<br />

Juan Jensen: “Incertezas sobre as eleições presi<strong>de</strong>nciais têm travado a economia”<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

“Para crescer como setor, Precisamos<br />

aten<strong>de</strong>r aos clientes seParando o que<br />

é fake do que é uma boa informação”<br />

6 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


A marca local, no atual cenário,<br />

traz respostas muito mais rápidas<br />

que as que se comportam<br />

como globais. Hoje, o pequeno<br />

é o novo gran<strong>de</strong>”, analisa.<br />

Além <strong>de</strong> mais próximas, as<br />

marcas <strong>de</strong>vem procurar ser<br />

mais autênticas, pois isso impacta<br />

diretamente nos resultados<br />

dos acionistas. Ele citou<br />

um case da operadora <strong>de</strong> telefonia<br />

T-Mobile, que mudou<br />

sua logomarca há alguns anos.<br />

Mas, mais que isso, acabou com<br />

as multas e contratos amarrados<br />

<strong>de</strong> um ano com os consumidores.<br />

Foi um caso em que<br />

a empresa adotou uma posição<br />

autêntica, baseada em seu<br />

comportamento como marca, e<br />

com ótimos resultados.<br />

FAmíliA e belezA<br />

Uma parte da programação<br />

foi <strong>de</strong>dicada a profissionais<br />

<strong>de</strong> pesquisas que trouxeram<br />

novos insights para temas que<br />

impactam a visão tradicional<br />

sobre temas como família, beleza<br />

ou maternida<strong>de</strong>, que são<br />

<strong>de</strong> extrema relevância para o<br />

setor. Na apresentação sobre a<br />

“nova tradicional família brasileira”,<br />

por Flavia Cruz, head<br />

<strong>de</strong> projetos da Mind Miners, e<br />

Caio Tanizaki, analista sênior<br />

<strong>de</strong> CMI na Nestlé. “Não há mais<br />

mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> família. Há<br />

uma nova geração chegando<br />

com opiniões e fazendo as mudanças<br />

serem realizadas rapidamente.<br />

O movimento LGBT<br />

muda os arranjos familiares”,<br />

analisa Flavia. Ela observa ainda<br />

a força das mulheres, donas<br />

das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> um<br />

lar, e até dos filhos, que influenciam<br />

em 40% esse processo.<br />

“Nesse novo arranjo, as marcas<br />

precisam dialogar”, resume.<br />

Para Tanizaki, da Nestlé, a importância<br />

<strong>de</strong> as marcas terem<br />

propósitos fortes vai além <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ban<strong>de</strong>iras, afetando<br />

também a forma como elas representam<br />

isso. “Precisamos<br />

falar em valores, em comunicar<br />

com as pessoas <strong>de</strong> forma genuína”,<br />

explica.<br />

Ainda nessa linha, o tema<br />

“beleza inclusiva” foi apresentado<br />

em palestra <strong>de</strong> Miriam<br />

Steinbaum, diretora da Ipsos<br />

Marketing, e Jorge Kodja, diretor<br />

<strong>de</strong> consumer & marketing<br />

insights da L’Oréal. “É preciso<br />

reescrever o conto <strong>de</strong> fadas<br />

sobre princesas e bruxas. Existem<br />

muitas manifestações por<br />

individualida<strong>de</strong> estética, com<br />

celebração <strong>de</strong> belezas plurais”,<br />

analisa Miriam. Ocorre que,<br />

mesmo com a <strong>de</strong>sconstrução<br />

Cliff Young, <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> que existe um crescimento mundial do sentimento antissistema<br />

<strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> beleza, acabam<br />

surgindo outros. Uso <strong>de</strong> cachos,<br />

por exemplo, que se tornou<br />

forte no discurso das consumidoras,<br />

só é referência se forem<br />

bem cuidados. No caso <strong>de</strong> cabelos<br />

brancos, que também se<br />

tornaram tendência, é preciso<br />

que haja cortes especiais alinhados<br />

com maquiagem, como<br />

explica a executiva. “Apesar<br />

do <strong>de</strong>slocamento, ainda há padrões<br />

importantes na cabeça da<br />

consumidora”, diz ela.<br />

Alisson Bittencourt e Debora<br />

Montibeler, ambos analistas<br />

da Market Analysis, trouxeram<br />

o tema Carreira x Maternida<strong>de</strong>.<br />

Segundo eles, ainda há um<br />

movimento <strong>de</strong> mães que precisam<br />

<strong>de</strong>ixar o mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

porque o sistema lhes bane<br />

oportunida<strong>de</strong>s profissionais.<br />

“Há um senso <strong>de</strong> que realização<br />

profissional e o papel <strong>de</strong> mãe<br />

são coisas antagônicas, e isso<br />

prejudica a ascensão e igualda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”, avalia<br />

Debora. Mesmo com tantos discursos<br />

sobre o tema, a impressão<br />

dos pesquisadores, com<br />

base em seus estudos, é <strong>de</strong> que<br />

os gestores tornam a diferença<br />

<strong>de</strong> tratamento algo persistente,<br />

prejudicando carreiras.<br />

economiA em eSPerA<br />

O congresso teve espaço ainda<br />

para análises sobre a conjuntura<br />

econômica e política do<br />

Felipe Men<strong>de</strong>s: “Olhar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é fundamental para transformar dados disponíveis”<br />

Brasil. O economista Juan Jensen,<br />

da 4EConsultoria, afirma<br />

que as incertezas sobre o resultado<br />

das eleições presi<strong>de</strong>nciais<br />

têm travado a economia e aumentado<br />

o câmbio em relação<br />

ao dólar. “Se um candidato alinhado<br />

com as reformas vencer,<br />

o câmbio volta a patamares anteriores.<br />

Se não, fica imprevisível<br />

o que po<strong>de</strong> acontecer” analisa,<br />

reforçando a importância <strong>de</strong><br />

mudanças na Previdência para<br />

evitar que o déficit siga crescendo<br />

acima da inflação. No entanto,<br />

assegura Jensen, essa alta<br />

do dólar não <strong>de</strong>ve trazer inflação<br />

e nem causar mudanças na<br />

taxa <strong>de</strong> juros, ao contrário do<br />

que se po<strong>de</strong>ria pensar. “O impacto<br />

do câmbio nos preços é<br />

pequeno no atual cenário”, afirma.<br />

A tendência é que o segundo<br />

semestre tenha mais protestos<br />

e traga mais incertezas à<br />

economia que, no final das contas,<br />

ainda po<strong>de</strong> gerar 700 mil<br />

empregos até <strong>de</strong>zembro. Outra<br />

boa notícia é que o endividamento<br />

do brasileiro diminuiu,<br />

mas o país segue na espera das<br />

eleições e do fim das incertezas<br />

políticas para que o consumo<br />

volte a patamares anteriores e,<br />

do outro lado, os investimentos<br />

da indústria em produção também<br />

ganhem fôlego.<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais protestos<br />

e <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> insatisfação<br />

da população brasileira<br />

no segundo semestre está alinhada<br />

não apenas com a conjuntura<br />

interna, mas com o contexto<br />

<strong>de</strong> fora. Há um novo ciclo<br />

político no mundo, do qual Donald<br />

Trump é o principal exemplo,<br />

que reflete um sentimento<br />

da população <strong>de</strong> que “o antigo<br />

sistema quebrou”. A análise é<br />

<strong>de</strong> Cliff Young, presi<strong>de</strong>nte da<br />

Ipsos Public Affairs nos Estados<br />

Unidos, palestrante convidado<br />

do congresso. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

existe um crescimento mundial<br />

do sentimento antissistema,<br />

com dois terços das pessoas<br />

com essa visão.<br />

Para Young, no contexto brasileiro,<br />

os eleitores estão em<br />

busca <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r forte, que não<br />

esteja em linha com o mo<strong>de</strong>lo<br />

atual e que retome as ré<strong>de</strong>as<br />

do país. “As eleições brasileiras<br />

vão trazer esse tipo <strong>de</strong> discussão.<br />

Outro tema po<strong>de</strong>roso será<br />

a questão da corrupção. Antes,<br />

eu conversava sobre isso com<br />

amigos brasileiros, o tema não<br />

era consi<strong>de</strong>rado um dos principais<br />

problemas do país pelas<br />

pessoas. Hoje, se tornou uma<br />

das priorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa<br />

discussão antissistema”, avalia.<br />

8 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


PARABÉNS, MÍDIAS!<br />

21<br />

DE JUNHO<br />

DIA DO<br />

MÍDIA<br />

Reconhecemos a importância <strong>de</strong> vocês<br />

por acompanharem todas as transformações<br />

do cenário da comunicação e planejarem<br />

em um mundo cada vez mais complexo.<br />

Estamos juntos com vocês nesse <strong>de</strong>safio!<br />

A segunda edição do Dimension já está<br />

à disposição, trazendo vários insights para<br />

te apoiar nesta sua jornada!<br />

Acessem kantarmedia.com/dimension<br />

e confiram o report completo,<br />

ví<strong>de</strong>os e muito mais.


eyond the line<br />

Quem tem medo<br />

da tecnologia?<br />

Tudo leva a crer que falaremos mais com<br />

Alexas, Siris e Watsons do que com humanos<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Estava eu preparando minha agenda para<br />

acompanhar o conteúdo do Cannes<br />

Lions – ô tarefa difícil! – e analisando <strong>de</strong>tidamente<br />

a programação, me <strong>de</strong>parei com<br />

uma realida<strong>de</strong> inquestionável: quem tem<br />

fobia às inovações tecnológicas está fora do<br />

jogo do marketing e da comunicação atual.<br />

Parece meio óbvio, mas há pouco tempo<br />

a gente se <strong>de</strong>parava com puristas levantando<br />

a voz contra esse tsunami do martech<br />

(marketing + tecnologia), a valorização excessiva<br />

dos dados e a panaceia tecnológica<br />

que vem transformando nosso mercado.<br />

Lembro-me bem do lendário John Hegarty<br />

vociferando “Fuck Mathematics! Fuck<br />

Programmatic!”, frente a tanta discussão<br />

em torno <strong>de</strong>ssa avalanche <strong>de</strong> dados e<br />

<strong>de</strong> tecnologia que tomou conta do Cannes<br />

Lions uns três anos atrás.<br />

Hegarthy e outros criativos fantásticos<br />

<strong>de</strong> outra geração resistiam a essa matemática<br />

ultravalorizada nas campanhas <strong>de</strong><br />

marketing. Cadê a criação?! Esse era o grito<br />

<strong>de</strong> protesto!<br />

Para esses puristas, a eficácia da comunicação<br />

ainda está diretamente ligada a uma<br />

pegada criativa e original pelas marcas. E<br />

acho que você, por mais jovem e tecnológico<br />

que seja, vai concordar que <strong>de</strong> nada<br />

adiantará os mais assertivos algoritmos ou<br />

cruzamentos <strong>de</strong> dados se não soubermos<br />

impactar o público-alvo com mensagens<br />

criativas e persuasivas. O tempo passou e<br />

os protestos contra o excesso <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> tecnologia,<br />

matemática e traquitanas tecnológicas<br />

diminuíram.<br />

A impressão que dá é que houve uma<br />

capitulação perante o inevitável po<strong>de</strong>r das<br />

novas ferramentas. Basta ver a programação<br />

do Cannes Lions <strong>de</strong>ste ano. Do alto dos<br />

seus 65 anos, o Cannes Lions respeita a tradição,<br />

mas recheia seus conteúdos com termos<br />

tecnológicos <strong>de</strong> toda espécie. É AI (Inteligência<br />

Artificial), VR (Realida<strong>de</strong> Virtual),<br />

AR (Realida<strong>de</strong> Aumentada), Blockchain,<br />

Iot, Data-driven creativity, Humans + Machines<br />

= co-creation, hologram...<br />

O que impressiona é o tanto <strong>de</strong> conteúdo<br />

relacionado à Inteligência Artificial do Cannes<br />

Lions <strong>de</strong>ste ano. Tudo leva a crer que<br />

falaremos mais com Alexas, Siris e Watsons<br />

do que com seres humanos num futuro<br />

breve. Outro fato assustador é o acesso<br />

crescente aos dados <strong>de</strong> pessoas e das suas<br />

jornadas. Não à toa a União Europeia gerou<br />

controles mais rigorosos para garantir privacida<strong>de</strong><br />

às pessoas. Foi assim que nasceu<br />

a GDPR.<br />

A General Data Privacy Regulation é<br />

um conjunto <strong>de</strong> regras criadas para regulamentar<br />

a maneira como empresas obtêm,<br />

guardam, gerenciam e processam<br />

dados pessoais <strong>de</strong> cidadãos dos 28 países<br />

da União Europeia. Temos visto também<br />

Mark Zukerberg se <strong>de</strong>sdobrar para tentar<br />

explicar como po<strong>de</strong> evitar o uso ina<strong>de</strong>quado<br />

<strong>de</strong> dados dos usuários do cada vez mais<br />

onipresente Facebook.<br />

Como reflexo disso tudo, você, assim como<br />

eu, <strong>de</strong>ve estar recebendo comunicados<br />

<strong>de</strong> gestores <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> relacionamento<br />

anunciando novos procedimentos<br />

<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>. E, assim como<br />

eu, talvez você não leia o documento<br />

integralmente e dê um Aceite nos novos<br />

termos, sem se preocupar com os cookies<br />

e com o rastro que <strong>de</strong>ixamos ao usar a internet.<br />

Esses são os efeitos colaterais da invasão<br />

tecnológica nas nossas vidas.<br />

Por um lado, teremos nossa vida facilitada<br />

por assistentes virtuais e objetos se comunicando<br />

para minimizar a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intervenção humana nas tarefas do dia a<br />

dia. Como se comunicar com seres cada vez<br />

mais envolvidos com a tecnologia e com<br />

um mundo virtual?<br />

Como atrair a atenção <strong>de</strong> pessoas ligadas<br />

24 x 7 em telas ao alcance da mão? Esse é<br />

o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio. Essa nova era parece nos<br />

dizer todo o tempo: “Decifra-me ou te <strong>de</strong>voro”.<br />

E o que supostamente foi criado para<br />

facilitar nossa vida, acaba por gerar um<br />

gran<strong>de</strong> estresse, principalmente pela dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> absorver toda essa avalanche<br />

<strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s tecnológicas que nos assola<br />

diariamente.<br />

Mas não temos opção. Precisamos ficar<br />

minimamente update <strong>de</strong>sse emaranhado<br />

tecnológico. Repetindo o que ouvi em Cannes<br />

no ano passado: “Você não vai per<strong>de</strong>r<br />

seu emprego para uma máquina, mas para<br />

outro ser humano que lidará melhor com as<br />

máquinas do que você”.<br />

Mikkkelwilliam/iStock<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

10 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


HOJE TEMOS<br />

UM TARGET<br />

ESPECIAL:<br />

VOCÊ.<br />

E, se tem alguém que enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> público e sabe acompanhar as<br />

transformações como ninguém, esse alguém é você, profissional<br />

<strong>de</strong> mídia, que hoje também precisa ser um pouco <strong>de</strong> tudo: criativo,<br />

antropólogo, estatístico... do tipo que precisa se reinventar a todo<br />

momento. Parabéns, novo mídia! Você é o cara.<br />

21 <strong>de</strong> <strong>junho</strong>. Dia do Profissional <strong>de</strong> Mídia.


marCas<br />

Cafu tenta convencer Pirlo a torcer<br />

pelo Brasil em filme da Uber Eats<br />

Campanha em parceria com o McDonald’s divulga <strong>de</strong>livery em 26 países<br />

durante a Copa; futebol é uma das apostas da plataforma <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

Danúbia Paraizo<br />

relação da Uber com futebol,<br />

sobretudo no Brasil, é<br />

A<br />

bastante próxima. A plataforma<br />

<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana chegou<br />

ao país justamente durante<br />

a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014 e, <strong>de</strong><br />

lá para cá, tem <strong>de</strong>dicado parte<br />

<strong>de</strong> sua estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />

ao esporte. É patrocinadora<br />

<strong>de</strong> 14 clubes brasileiros, entre<br />

eles, Flamengo, Atlético-MG<br />

e Ceará, mas, agora, quer elevar<br />

as conversas sobre futebol<br />

mundialmente por meio <strong>de</strong> nova<br />

parceria com o McDonald’s.<br />

Durante o mundial, a Uber<br />

Eats, operação <strong>de</strong>dicada a entrega<br />

<strong>de</strong> refeições, vai assumir<br />

o <strong>de</strong>livery da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food<br />

em 26 países. O lançamento oficial<br />

da parceria foi feito na semana<br />

passada, com campanha<br />

estrelada pelo jogador italiano<br />

Andrea Pirlo. Assinado pela<br />

agência Pitch Marketing Group,<br />

do Reino Unido, o projeto aborda<br />

com irreverência a situação<br />

do ex-jogador, que pela primeira<br />

vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002 vai assistir a<br />

Copa em casa. No Brasil, mercado<br />

estratégico para Uber Eats<br />

e McDonald’s, Cafu foi escalado<br />

para interagir com Pirlo. A i<strong>de</strong>ia<br />

é tentar convencê-lo a torcer<br />

para o Brasil na Copa. A missão<br />

foi relativamente simples, na<br />

opinião do ex-lateral direito da<br />

seleção pentacampeã. Ambos<br />

jogaram juntos no Milan, <strong>de</strong><br />

2003 a 2008. “Claro que como<br />

atleta ele queria estar <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> campo, mas, como não vai<br />

ser mesmo possível, o negócio<br />

é abraçar a torcida como espectador.<br />

Aproveitar os jogos com<br />

uma bela taça <strong>de</strong> vinho, coisa<br />

que não falta na Itália e, claro,<br />

torcer para a seleção brasileira.<br />

Foi fácil convencê-lo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

todos esses anos que jogamos<br />

juntos”, disse Cafu em entrevista<br />

exclusiva ao PROPMARK.<br />

No filme, Cafu conversa em<br />

italiano com o ex-parceiro <strong>de</strong><br />

clube e, com um pan<strong>de</strong>iro na<br />

mão, argumenta sobre as ra-<br />

Para consolar Andrea Pirlo, que estará fora da Copa este ano, a Uber Eats escalou Cafu no Brasil; ação terá outros sete jogadores<br />

zões que <strong>de</strong>vem levar Pirlo a<br />

usar ver<strong>de</strong> e amarelo na Copa.<br />

Outros sete jogadores foram<br />

escalados para filmes que promoverão<br />

a McEntrega nos 26<br />

países on<strong>de</strong> o serviço estará<br />

disponível. A ação traz o conceito<br />

#Aju<strong>de</strong>oPirlo e celebra<br />

o po<strong>de</strong>r do futebol <strong>de</strong> unir as<br />

pessoas, ainda que sejam concorrentes<br />

no esporte. “Embora<br />

estejamos todos <strong>de</strong>sapontados<br />

pela Itália não ter se qualificado<br />

neste ano, estamos contentes<br />

por po<strong>de</strong>rmos não apenas ajudar<br />

Pirlo a se divertir um pouco<br />

mais nesta Copa do Mundo com<br />

a McEntrega com o Uber Eats,<br />

mas também ajudar a escolher<br />

um time para o qual torcer”,<br />

disse Liz Meyerdirk, chefe <strong>de</strong><br />

parcerias do Uber Eats.<br />

VisiBilidadE<br />

Protagonista <strong>de</strong> campanhas<br />

para Uber Eats, Visa, Mastercard,<br />

Ambev e Nissan, para citar<br />

apenas as mais recentes, Cafu<br />

“Claro que Como<br />

atleta ele queria<br />

estar <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> Campo, mas,<br />

Como não vai ser<br />

mesmo possível, o<br />

negóCio é abraçar<br />

a torCida Como<br />

espeCtador”<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a publicida<strong>de</strong> como<br />

ferramenta para ajudar a torcida<br />

a entrar no clima da Copa.<br />

Nesse sentido, não vê possíveis<br />

excessos na exploração da<br />

imagem dos jogadores ou da<br />

comissão técnica. “As marcas<br />

estão procurando assimilar sua<br />

imagem a questões positivas no<br />

torneio. O Neymar, por exemplo,<br />

é o cara do momento. Ele é<br />

um dos melhores do mundo, é<br />

promessa da seleção brasileira,<br />

é natural que ele apareça, não<br />

vejo como negativo”.<br />

Consi<strong>de</strong>rado o maior lateral<br />

direito do mundo pela Fifa em<br />

2005, o jogador ressalta outro<br />

papel importante da propaganda:<br />

o resgate histórico. “Algumas<br />

propagandas recentes<br />

resgataram ídolos como Pepe<br />

e Rivellino, Dunga e Gilmar. A<br />

Copa é momento excelente para<br />

mostrar gente que fez história.<br />

Fui penta em 2002, está muito<br />

recente, mas essa exposição<br />

ajuda a ficar na memória”.<br />

12 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


A<strong>de</strong>sivação <strong>de</strong> Trem - VLT<br />

Presença que conecta à rotina <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> 90 milhões <strong>de</strong> pessoas semanalmente.<br />

( ) Impacto diário em 1/3 da população da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo 1<br />

( ) Presença diária na vida <strong>de</strong> 55% da população da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro 1<br />

( ) 8 entre 10 dos entrevistados dos modais sobre trilhos,<br />

afirma lembrar das propagandas exibidas nos ativos da Eletromidia 2<br />

Conecte-se à vida <strong>de</strong> quem está sempre em movimento pelas cida<strong>de</strong>s.<br />

Conte com a Eletromidia na sua campanha.<br />

Trem<br />

Metrô<br />

VLT<br />

Shoppings<br />

Ruas e<br />

Avenidas<br />

Estabelecimentos<br />

Comerciais<br />

Aeroporto<br />

A mais completa plataforma <strong>de</strong> mídia urbana do OOH brasileiro.<br />

1<br />

Dados pon<strong>de</strong>rados: Concessionárias Eletromidia / IBGE 2017.<br />

2<br />

Fonte: Datafolha – Pesquisa <strong>de</strong> recall – Nov/2017. Usuários das linhas<br />

1, 2, 3 e 4/Amarela do Metrô e CPTM com <strong>18</strong> anos ou mais – Recall estimulado.<br />

Anuncie com a gente: eletromidia.com.br / contato@eletromidia.com.br


Natura Aquarela tem novas<br />

embalagens, fórmulas e uma<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores. E apresenta<br />

as novida<strong>de</strong>s em campanha nos<br />

canais digitais, assinada pela<br />

Tribal Worldwi<strong>de</strong>, agência pós-<br />

-digital do Grupo ABC Omnicom.<br />

O filme ressalta a criativida<strong>de</strong>,<br />

a inventivida<strong>de</strong> e o chamado borogodó<br />

brasileiro. A i<strong>de</strong>ia é propor<br />

a maquiagem Aquarela como<br />

ferramenta para o consumidor<br />

conhecer a si mesmo e colocar<br />

para fora o que é por meio da cor.<br />

Segundo a marca, é um convite<br />

para que cada pessoa expresse<br />

as cores da sua beleza, com os<br />

batons, as sombras e outros promArcAs<br />

Natura explora cores e diversida<strong>de</strong><br />

em relançamento da linha Aquarela<br />

Campanha assinada pela Tribal Worldwi<strong>de</strong> privilegia canais digitais; filme<br />

ressalta criativida<strong>de</strong> e propõe à consumidora a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> si mesma<br />

Cena da campanha <strong>de</strong> Natura Aquarela, que explora diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores<br />

Divulgação<br />

dutos. “O relançamento <strong>de</strong> Aquarela<br />

reforça o conceito <strong>de</strong> marca<br />

colorida, fashionista, que valoriza<br />

a diversida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> ajudar<br />

a construir um legado criativo <strong>de</strong><br />

brasilida<strong>de</strong> e beleza através da<br />

maquiagem.<br />

A campanha busca expor<br />

esse conceito, em um convite<br />

para que as mulheres revelem<br />

“todas as cores da sua beleza”,<br />

afirma Fernanda Rol, diretora<br />

<strong>de</strong> cosmética da Natura. Além<br />

do filme, ação também contará<br />

com tutoriais <strong>de</strong> profissionais<br />

do segmento, editoriais <strong>de</strong><br />

moda e beleza e encontros com<br />

influenciadores.<br />

EM BREVE, TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE<br />

O SETOR FINANCEIRO NO BRASIL<br />

O MAIOR RANKING DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DO BRASIL<br />

Elaborado pelo Estadão com as parcerias da Austin Rating e<br />

do Broadcast+, através <strong>de</strong> análises qualitativas e quantitativas,<br />

apresenta as empresas <strong>de</strong> melhor <strong>de</strong>sempenho por setor.<br />

Conteúdo Impresso e Digital<br />

Tendências <strong>de</strong> cada setor com análises <strong>de</strong>talhadas<br />

Rankings <strong>de</strong> 15 categorias avaliadas por <strong>de</strong>sempenho<br />

Rankings para 150 indicadores<br />

Evento com premiação para os primeiros colocados por categoria<br />

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14 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


Marketing & negócios<br />

BigPappa/iStock<br />

Marcas fortes<br />

suportam mais<br />

– Parte 2<br />

Arte do branding está<br />

em reger a sinfonia com<br />

sensibilida<strong>de</strong> e sabedoria<br />

Rafael Sampaio<br />

Como <strong>de</strong>staquei semana passada, o primeiro<br />

passo é ter bem claro em mente<br />

o que é e para que serve uma marca. Em<br />

seguida, é o momento <strong>de</strong> traçar um plano<br />

<strong>de</strong> abordagem para seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e gestão, tema <strong>de</strong>sta coluna. Existem variadas<br />

técnicas e instrumentos para isso,<br />

dos mais simples aos mais sofisticados,<br />

dos mais baratos aos mais caros, dos mais<br />

intuitivos aos mais científicos. A arte do<br />

branding, da gestão <strong>de</strong> marca, está, justamente,<br />

em reger essa sinfonia com sensibilida<strong>de</strong><br />

e sabedoria.<br />

São 13 as dimensões fundamentais da<br />

marca. Todas elas ten<strong>de</strong>m a existir, <strong>de</strong> modo<br />

mais explícito ou implícito, em praticamente<br />

todas as marcas (com uma ou outra<br />

exceção, em casos muito específicos). A<br />

primeira dimensão é a essência da marca,<br />

que é aquilo que a empresa faz, o que o produto<br />

proporciona ou o serviço que é prestado<br />

aos consumidores. A segunda é o nome<br />

da marca e a terceira, a embalagem, que<br />

leva o produto ao mercado (e, até mesmo,<br />

alguns serviços).<br />

Depois, vem a quarta dimensão, o <strong>de</strong>sign,<br />

que é a expressão gráfico-visual <strong>de</strong><br />

tudo o que a marca é, do lettering e cores<br />

empregadas a outras expressões do gênero.<br />

A quinta dimensão é o conjunto da propaganda<br />

e das promoções, feitas através das<br />

diversas mídias, inclusive as digitais, e a<br />

sexta é o merchandising <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> venda,<br />

que são as mensagens e ações realizadas<br />

no momento da verda<strong>de</strong> no qual o consumidor<br />

<strong>de</strong>para-se com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

compra (ou uso) da marca; PDV que po<strong>de</strong><br />

ser tanto físico como virtual.<br />

O posicionamento da marca no mercado<br />

em que atua é a sétima dimensão, que<br />

é muito relacionada com a oitava, o preço e<br />

a distribuição do produto ou serviço. A nona<br />

dimensão é o licenciamento, a franquia<br />

<strong>de</strong> mercado que muitas marcas alugam/<br />

compram <strong>de</strong> outras (ou trocam), <strong>de</strong> modo<br />

que possam se fortalecer ou acelerar seu<br />

processo <strong>de</strong> branding. Como décima, há o<br />

que se po<strong>de</strong> chamar <strong>de</strong> conexões com consumidores,<br />

que são as diversas formas <strong>de</strong><br />

relacionamento da marca com seus compradores<br />

e/ou a população em geral. A 11ª<br />

dimensão tem crescido <strong>de</strong> importância nos<br />

últimos anos: é a responsabilida<strong>de</strong> social<br />

da marca<br />

A 12ª dimensão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como<br />

as macrotendências do mercado, que são<br />

as gran<strong>de</strong>s ondas que as marcas po<strong>de</strong>m<br />

aproveitar (ou com as quais têm <strong>de</strong> lutar).<br />

Finalmente, vem a 13ª, a reputação da marca.<br />

Paradoxalmente, po<strong>de</strong> ser a dimensão<br />

mais forte e menos controlável pela empresa<br />

proprietária da marca. Criar, fortalecer<br />

ou modificar a reputação é uma tarefa que<br />

se po<strong>de</strong> conseguir apenas através da gestão<br />

otimizada das outras 12 dimensões, inclusive<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ajustar às macrotendências<br />

do mercado.<br />

Há também sete suportes essenciais<br />

das marcas que po<strong>de</strong>m até ser confundidos,<br />

em alguns sentidos e momentos,<br />

com suas dimensões. Mas uma análise<br />

mais cuidadosa revela que, na verda<strong>de</strong>,<br />

eles têm como função sustentar uma ou<br />

mais <strong>de</strong>ssas dimensões.<br />

Eles são a pesquisa <strong>de</strong> mercado, as conexões<br />

com fornecedores e com os transformadores,<br />

o suporte legal, as certificações,<br />

todo o espectro dos suportes digitais e,<br />

por último, mas não menos relevante, o<br />

network (re<strong>de</strong>) <strong>de</strong> interesses relacionados<br />

com a marca.<br />

Quando se intercalam as 13 dimensões<br />

com os sete suportes das marcas fica mais<br />

evi<strong>de</strong>nte ainda as conexões entre esses aspectos<br />

e não resta dúvida da complexida<strong>de</strong><br />

que é pensar, planejar, gerenciar e executar<br />

a tarefa <strong>de</strong> branding no mercado da atualida<strong>de</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma imensa teia relacional<br />

<strong>de</strong> fatos, ações ativas e reativas, expressões<br />

e fenômenos que precisam ser entendidos<br />

e controlados – <strong>de</strong> um modo ou outro<br />

– pelas pessoas encarregadas <strong>de</strong> construir e<br />

manter as marcas.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

16 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


arena Do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Edwin Martinez/Flickr/Divulgação<br />

cestinha<br />

Detentora dos direitos<br />

exclusivos <strong>de</strong> transmissão<br />

das finais da NBA no Brasil,<br />

a ESPN alcançou recor<strong>de</strong><br />

histórico <strong>de</strong> audiência<br />

na temporada 2017/20<strong>18</strong>.<br />

Mesmo com menos jogos<br />

- o Gol<strong>de</strong>n State Warriors<br />

superou o Cleveland Cavaliers<br />

por 4 a 0 - o canal <strong>de</strong> TV<br />

paga teve média 23% superior<br />

às partidas das finais do<br />

ano passado, segundo o Kantar Ibope Media Brasil. A emissora segue com as transmissões<br />

no segundo semestre, com a exibição <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 170 jogos. A liga norte-americana <strong>de</strong><br />

basquete retorna no mês <strong>de</strong> outubro, com disputas até <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 2019.<br />

cultura boleira<br />

Fica aberta até o dia 14 <strong>de</strong> julho, no Largo da Batata, em São Paulo, a Nike Football Studio,<br />

espaço gratuito e aberto ao público, para promover experiências e a cultura do futebol.<br />

Sempre aos sábados, os consumidores po<strong>de</strong>rão criar a própria camisa, além <strong>de</strong> customizar<br />

os uniformes das seleções parceiras da Nike na Copa, bem como as chuteiras Just do It<br />

usadas por atletas como Neymar e Cristiano Ronaldo, entre outros craques. O espaço também<br />

oferece uma área <strong>de</strong> entretenimento com programação cultural, incluindo estações<br />

<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogame, espaço para workshops <strong>de</strong> customizações artísticas, resenha sobre gran<strong>de</strong>s<br />

temas do futebol, música, foodtruck e minicampo <strong>de</strong> grama sintética.<br />

MeMória<br />

A Copa do Mundo não movimenta apenas os negócios <strong>de</strong> gigantes como Nike e Adidas.<br />

Os microempreen<strong>de</strong>dores, colecionadores e o mercado <strong>de</strong> itens raros também estão<br />

aquecidos graças ao mundial. No próximo dia 23 <strong>de</strong> <strong>junho</strong> será realizada no Museu do<br />

Futebol, em São Paulo, a Feira Foot, que vai reunir marcas nacionais <strong>de</strong> produtos ligados<br />

à memória do esporte, tais como camisetas históricas, pôsteres, jogos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> botão,<br />

ingressos raros e chuteiras, entre outros. A Foot surge, portanto, com o papel <strong>de</strong> fortalecer<br />

e articular esse mercado <strong>de</strong> memorabilia brasileira do futebol.<br />

DiversiDaDe<br />

As diferenças <strong>de</strong> gênero no esporte voltaram<br />

ao centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate com a divulgação<br />

dos atletas mais bem pagos do mundo,<br />

segundo a Forbes. O levantamento anual<br />

com os cem recordistas não inclui sequer<br />

uma mulher. Li<strong>de</strong>rada pelo boxeador Floyd<br />

Mayweather, que arrecadou US$ 285 milhões<br />

em 2017, além dos jogadores Lionel<br />

Messi e Cristiano Ronaldo, respectivamente,<br />

o levantamento não incluiu nem mesmo<br />

a tenista Serena Williams (foto), que na<br />

edição anterior apareceu na 51ª posição.<br />

A esportista acaba <strong>de</strong> voltar <strong>de</strong> licença maternida<strong>de</strong><br />

após dar à luz a filha Olympia.<br />

Sua colega <strong>de</strong> quadras, Maria Sharapova,<br />

que esteve na posição 88 em 2016, também<br />

não apareceu. A atleta foi afastada por dois<br />

anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter falhado em um teste<br />

antidoping no Australian Open em 2016.<br />

exposição De Marca<br />

O quesito patrocínio foi um dos principais<br />

fatores para a receita dos atletas no<br />

ranking. A Forbes estima que os top 100<br />

faturaram US$ 877 milhões por contratos<br />

com marcas, aparições e merchandising.<br />

A Nike <strong>de</strong>tém o maior número <strong>de</strong> atletas<br />

patrocinados - são 54 da lista dos 100. Em<br />

2016, eram 48. A coleção Jordan Brand,<br />

para o basquete, é uma das <strong>de</strong> maior receita.<br />

A Adidas patrocina 21 atletas, enquanto<br />

a PepsiCo (EUA), com Gatora<strong>de</strong> e Mountain<br />

Dew brands, apoia 20 esportistas.<br />

endorfina criativa<br />

Ter a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

remar na USP é um<br />

privilégio que poucos<br />

lugares proporcionam. Faço isso há<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos. O remo faz muito<br />

bem no dia a dia da agência. Fez eu<br />

enten<strong>de</strong>r a importância das pessoas<br />

como parte <strong>de</strong> um projeto maior. Se<br />

todos os remadores não estiverem<br />

em sintonia, física e mental, o barco<br />

não anda”.<br />

Carlos Barbieri, diretor do grupo <strong>de</strong><br />

atendimento da Talent Marcel<br />

<strong>18</strong> <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


Você sabia que o papel é feito <strong>de</strong> árvores plantadas exclusivamente para<br />

essa finalida<strong>de</strong>? Todos os dias no Brasil são plantados o equivalente a<br />

cerca <strong>de</strong> 500 campos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> novas florestas para a produção <strong>de</strong><br />

papel e outros produtos.<br />

O Brasil tem 7,8 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> florestas plantadas. As<br />

indústrias que usam essas árvores conservam outros 5,6 milhões <strong>de</strong><br />

hectares <strong>de</strong> matas nativas.<br />

Você gostará ainda mais <strong>de</strong> revistas e jornais impressos sabendo que o<br />

papel que vem <strong>de</strong> árvores plantadas, é reciclável e bio<strong>de</strong>gradável.<br />

Descarte corretamente. Seja um consumidor responsável.<br />

Fonte: Relatório Ibá 2017, Indústria Brasileira <strong>de</strong> Árvores<br />

Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 por membros das indústrias<br />

<strong>de</strong> celulose, papel e comunicação impressa. Two Si<strong>de</strong>s promove a produção e o uso responsável da<br />

impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização<br />

<strong>de</strong>sse recurso. O papel, por ser proveniente <strong>de</strong> florestas certificadas e gerenciadas <strong>de</strong> forma sustentável,<br />

é um meio <strong>de</strong> comunicação excepcionalmente po<strong>de</strong>roso, <strong>de</strong> fonte renovável, reciclável e bio<strong>de</strong>gradável.


mídia<br />

“Estamos sempre<br />

nos antecipando<br />

às mudanças”<br />

A<br />

TV por assinatura é a ponta <strong>de</strong> lança da<br />

evolução. A frase é <strong>de</strong> Fred Müller, diretor-<br />

-executivo comercial da Globosat, que fala<br />

que o meio é digital por essência, e está se<br />

adaptando ao cenário <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> forma<br />

muito rápida. Ele <strong>de</strong>screve a jornada <strong>de</strong> inovação<br />

da Globosat, e comenta o recém-fechado acordo<br />

<strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> com a Mirriad para uso <strong>de</strong> sua<br />

tecnologia, que permite, por exemplo, a inserção<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em programas já gravados, com<br />

total a<strong>de</strong>rência ao conteúdo. “Estaremos prontos<br />

para entregar o melhor conteúdo em qualquer<br />

plataforma”, garante o executivo. Veja a seguir<br />

os principais trechos <strong>de</strong>sta entrevista.<br />

Fred Müller: “Globosat sempre apostou em formatos diferenciados e já conta com um time <strong>de</strong>dicado a<br />

Claudia Penteado<br />

Futuro digital<br />

A TV por assinatura é a ponta<br />

<strong>de</strong> lança da evolução. O meio<br />

é digital por essência e está se<br />

adaptando ao cenário <strong>de</strong> transformação<br />

<strong>de</strong> forma muito rápida.<br />

Seja do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

infraestrutura e tecnologia, estamos<br />

sempre nos antecipando<br />

às novas <strong>de</strong>mandas e mudanças<br />

<strong>de</strong> comportamento do consumidor.<br />

Novos tEmpos<br />

Os últimos anos têm sido <strong>de</strong><br />

muita reinvenção e mudanças<br />

<strong>de</strong> estratégia para o mercado<br />

em geral. Na medida em que<br />

o cenário exige investimentos<br />

mais criteriosos é preciso buscar<br />

alternativas para as marcas.<br />

E, nesse processo criativo, caminhamos<br />

para aprimoramento<br />

<strong>de</strong> soluções. O importante<br />

para as marcas é não <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

se comunicar com os consumidores,<br />

mesmo que revendo os<br />

seus budgets.<br />

Copa 360 graus<br />

O projeto Copa do Mundo<br />

Fifa Rússia é sempre um<br />

momento muito especial em<br />

nossa parceria com os patrocinadores.<br />

Nesta edição, foram<br />

comercializadas as seis cotas<br />

<strong>de</strong> patrocínio do SporTV para<br />

os anunciantes Ambev, Caixa,<br />

Claro, McDonald’s, Samsung<br />

e Renault. O plano <strong>de</strong> patrocínio<br />

contemplou transmissões<br />

das Eliminatórias da Copa do<br />

Mundo, amistosos <strong>de</strong> seleções,<br />

Copa do Mundo Fifa Sub-20 e<br />

Copa das Confe<strong>de</strong>rações Fifa<br />

2017, além dos jogos da Copa da<br />

Rússia. Ou seja, estamos construindo<br />

uma comunicação 360°<br />

com os parceiros ao longo <strong>de</strong> 17<br />

meses, com entrega nos mais<br />

variados formatos como pílulas<br />

especiais, chamadas e mídia <strong>de</strong><br />

apoio, presença no aplicativo<br />

<strong>de</strong>dicado ao tema, editoria exclusiva<br />

no site e conteúdo <strong>de</strong><br />

aquecimento do evento. Durante<br />

todo o período do projeto, os<br />

parceiros estarão presentes em<br />

todas as etapas da jornada da<br />

seleção brasileira e <strong>de</strong>mais classificados<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

tECNologia<br />

Esta será a Copa da tecnologia,<br />

com alto impacto na experiência<br />

do torcedor. A transmissão<br />

em 4K estará disponível<br />

no SporTV, seja em canais <strong>de</strong>dicados<br />

nas operadoras como<br />

nas TVs da Samsung, a partir<br />

<strong>de</strong> aplicativo. Investimos ainda<br />

fortemente em infraestrutura<br />

para levar toda a emoção dos<br />

jogos. Em fevereiro <strong>de</strong>ste ano,<br />

“Os últimOs anOs<br />

têm sidO <strong>de</strong> muita<br />

reinvençãO e<br />

mudanças <strong>de</strong><br />

estratégia para O<br />

mercadO em geral”<br />

CoCriação<br />

O conceito colaborativo e <strong>de</strong><br />

cocriação já faz parte do nosso<br />

mantra. As soluções são pensadas<br />

juntas e, não à toa, contamos<br />

com o Globosat Lab para<br />

cocriarmos com nossos canais,<br />

equipes comerciais, agências e<br />

anunciantes. O Globosat Lab,<br />

li<strong>de</strong>rado por Marcio Leite, está<br />

a pleno vapor e a partir <strong>de</strong> técnicas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign thinking e estuinauguramos<br />

um novo estúdio<br />

na se<strong>de</strong> da Globosat, no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, com tecnologia <strong>de</strong><br />

ponta que traz o conceito <strong>de</strong> redação<br />

integrada ao espaço.<br />

BraNdEd CoNtENt<br />

A Globosat sempre apostou<br />

em formatos diferenciados e já<br />

conta com um time <strong>de</strong>dicado<br />

ao que chamamos <strong>de</strong> projetos<br />

especiais há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos,<br />

quando ainda pouco se falava<br />

sobre bran<strong>de</strong>d content. É uma<br />

das áreas mais inovadoras e<br />

disruptivas na construção <strong>de</strong><br />

projetos para as marcas. O núcleo<br />

tem um mindset que é<br />

multitela, multiformato e multidisciplinar.<br />

A beleza <strong>de</strong> tudo<br />

é que não há forma única que<br />

apresente melhor resultado. A<br />

partir da nossa vocação <strong>de</strong> contar<br />

boas histórias para os mais<br />

diferentes públicos, encontramos<br />

inúmeras possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> formatos e linguagens como<br />

cross entre canais, conteúdo<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, webséries,<br />

breaks diferenciados, lives no<br />

YouTube e coberturas na internet.<br />

Enfim, <strong>de</strong>finitivamente,<br />

nos tornamos multitela. Neste<br />

sentido, contar com a VIU Hub,<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo digital<br />

da Globosat, como parceiro é<br />

extremamente estratégico. O<br />

trabalho em sinergia com a VIU<br />

potencializa a inserção das marcas<br />

no ambiente digital a partir<br />

do trabalho <strong>de</strong>senvolvido pelos<br />

influenciadores. Assim surgem<br />

coberturas 360º, como o Prêmio<br />

Multishow e o Rock in Rio, e<br />

canais no YouTube, a exemplo<br />

do sucesso da Thaynara OG.<br />

20 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


o que chamamos <strong>de</strong> projetos especiais”<br />

Divulgação<br />

dos da área <strong>de</strong> pesquisa e muita<br />

troca <strong>de</strong> experiência entre os<br />

times dos projetos surgem soluções<br />

criativas e alinhadas à<br />

necessida<strong>de</strong> das marcas.<br />

multitElas<br />

Os nossos canais já estão<br />

disponíveis no Globosat Play e<br />

nos serviços <strong>de</strong> VOD das operadoras.<br />

O nosso público po<strong>de</strong><br />

assistir ao conteúdo das nossas<br />

marcas pelo celular, tablets,<br />

<strong>de</strong>sktop e TVs conectadas, além<br />

<strong>de</strong> opções premium como o<br />

Premiere Play, Combate Play,<br />

Telecine Play, Sexy Hot Play<br />

e Philos. No Globosat Play, é<br />

possível assistir aos programas<br />

que estão passando na TV ao<br />

vivo (simulcast), ou então sob<br />

<strong>de</strong>manda logo após a exibição<br />

(catch-up). Recentemente<br />

ampliamos essa oferta com o<br />

lançamento do Combate Play<br />

<strong>de</strong>sintermediado, que po<strong>de</strong> ser<br />

contratado pelos fãs <strong>de</strong> luta diretamente<br />

pela internet. E essa<br />

oferta e distribuição será cada<br />

vez maior e diferenciada.<br />

“<strong>de</strong>finitivamente,<br />

nOs tOrnamOs<br />

multitela”<br />

mirriad<br />

“A Globosat assinou um<br />

acordo <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> para<br />

utilização da tecnologia inovadora<br />

da Mirriad na TV por assinatura<br />

do Brasil. Essa parceria<br />

tem um valor estratégico muito<br />

gran<strong>de</strong> para a Globosat. Em<br />

primeiro lugar, reforça nossa<br />

posição <strong>de</strong> inovação e li<strong>de</strong>rança<br />

tecnológica. Além disso, oferece<br />

uma opção <strong>de</strong> presença das<br />

marcas no conteúdo altamente<br />

vantajosa para os anunciantes.<br />

A tecnologia <strong>de</strong>senvolvida pela<br />

Mirriad possibilita a inserção<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em programas<br />

já gravados através da solução<br />

Mirriad In-Vi<strong>de</strong>o Advertising,<br />

com total a<strong>de</strong>rência ao conteúdo.<br />

Além disso, a tecnologia<br />

traz escala para as marcas, uma<br />

vez que a plataforma entrega a<br />

publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com o<br />

perfil da campanha, totalmente<br />

contextualizada no conteúdo<br />

da Globosat. As primeiras experiências<br />

da tecnologia Mirriad<br />

In-Vi<strong>de</strong>o Advertising no<br />

Brasil estão sendo realizadas<br />

por anunciantes em marcas da<br />

Globosat como GNT, Multishow<br />

e Canal OFF, em uma ampla varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conteúdo. Entre os<br />

programas que já receberam<br />

soluções no formato estão Superbonita,<br />

Vai Pra On<strong>de</strong> e Mundo<br />

Medina. A receptivida<strong>de</strong> do<br />

mercado à publicida<strong>de</strong> Mirriad<br />

In-Vi<strong>de</strong>o tem sido muito positiva,<br />

e alguns anunciantes, como<br />

Ford, já estão programando<br />

ações recorrentes utilizando a<br />

tecnologia.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 21


KELLY DORES<br />

Emissora que tem uma relação<br />

histórica com a música<br />

- quem não conhece o famoso<br />

programa <strong>de</strong> Silvio Santos<br />

Qual é a música? -, o SBT lançou<br />

o serviço <strong>de</strong> streaming SBT<br />

Hits. A plataforma vai oferecer<br />

playlists <strong>de</strong> artistas e programas<br />

do canal, uma estratégia<br />

para atrair os fãs dos ídolos<br />

e das atrações. A assinatura<br />

custa R$ 8,90 por mês, mas o<br />

usuário po<strong>de</strong>rá experimentar<br />

a plataforma gratuitamente<br />

por sete dias. O serviço também<br />

traz playlists <strong>de</strong> diversos<br />

temas com curadoria <strong>de</strong> especialistas<br />

e sem publicida<strong>de</strong>.<br />

O projeto está sendo lançado<br />

em parceria com Superplayer<br />

e Wavy, empresas do Grupo<br />

Movile.<br />

“É uma i<strong>de</strong>ia que já faz<br />

bastante tempo que estamos<br />

tentando viabilizar. Nossa audiência<br />

está muito ligada à música.<br />

Muita gente queria saber<br />

a playlist dos artistas. Por isso<br />

pensamos em trabalhar uma<br />

solução com o gosto musical<br />

dos nossos artistas e para os fãs.<br />

São centenas <strong>de</strong> playlists”, conta<br />

Fernando Pensado, da área<br />

<strong>de</strong> Inovação e Negócios do SBT.<br />

Uma campanha com a participação<br />

<strong>de</strong> artistas da emissora<br />

vai divulgar a novida<strong>de</strong>, sob o<br />

conceito Música pra todo mundo,<br />

a toda hora. A criação é da<br />

WMcCann, com a produtora<br />

511 e a equipe interna do SBT.<br />

Além <strong>de</strong> filme para TV, a ação<br />

também conta com peças para<br />

o digital. “A campanha traz<br />

os artistas ouvindo música. O<br />

Celso Portiolli, por exemplo,<br />

gosta muito <strong>de</strong> sertanejo. Já a<br />

Larissa Manoela curte pop. A<br />

ação mostra um pouco o lado<br />

musical <strong>de</strong> cada um. Também<br />

participam neste primeiro momento<br />

da campanha Patricia<br />

Abravel, João Guilherme e Maísa<br />

Silva”, <strong>de</strong>staca Pensado.<br />

A aposta do SBT no serviço<br />

<strong>de</strong> streaming é gran<strong>de</strong>. O exemídia<br />

SBT lança serviço <strong>de</strong> streaming<br />

com playlist <strong>de</strong> artistas da casa<br />

Plataforma também vai trazer músicas <strong>de</strong> atrações da emissora,<br />

como o Programa da Eliana e o The Noite; campanha divulga a novida<strong>de</strong><br />

Anúncios com Maísa Silva e Patricia Abravanel mostram as artistas curtindo suas músicas preferidas<br />

cutivo afirma que a expectativa<br />

é ter, pelo menos nos próximos<br />

12 meses, 100 mil assinantes.<br />

Vale lembrar que o SBT é<br />

a emissora <strong>de</strong> TV aberta com<br />

maior audiência no YouTube<br />

no mundo: são mais <strong>de</strong> 800 milhões<br />

<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oviews por mês.<br />

“Por ser um serviço digital,<br />

acreditamos que ele tenha total<br />

a<strong>de</strong>rência”, ressalta Pensado.<br />

“Nossa audiêNcia<br />

está muito ligada<br />

à música. muita<br />

geNte queria<br />

saber a playlist<br />

dos artistas”<br />

Fotos: Divulgação<br />

As primeiras atrações a terem<br />

a sua playlist no SBT<br />

Hits são o Programa da Eliana<br />

e o The Noite, <strong>de</strong> Danilo Gentili.<br />

“A tendência é que entrem<br />

diversos programas”, antecipa<br />

Pensado. O serviço po<strong>de</strong> ser<br />

acessado <strong>de</strong> qualquer dispositivo,<br />

no www.sbthits.com.<br />

br, no Google Play ou na App<br />

Store.<br />

22 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


MíDia<br />

Doria Editora traz Robb Report para<br />

o Brasil e quer ir além da revista<br />

Estratégia é explorar<br />

título também<br />

com eventos e<br />

comunicação digital<br />

partir <strong>de</strong> uma parceria com a Penske<br />

A Media Corporation (PMC), a Doria Editora<br />

trouxe ao Brasil a revista Robb Report,<br />

uma das mais influentes publicações internacionais<br />

<strong>de</strong> luxo. O negócio foi fechado<br />

pela vice-presi<strong>de</strong>nte executiva do grupo<br />

Doria, Celia Pompeia, e pela diretora-geral<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, Bia Cruz. A responsável pela<br />

área editorial é Gisele Vitória, ex-editora<br />

das revistas IstoÉ Gente e Platinum.<br />

A edição brasileira do título internacional<br />

é bimestral e traz um novo conceito<br />

mundial da marca, criado a partir da aquisição<br />

feita pelo grupo Penske, dono <strong>de</strong> títulos<br />

como Rolling Stones e Variety. Isso significa,<br />

<strong>de</strong> acordo com Celia Pompeia, que<br />

não se trata apenas <strong>de</strong> um título, mas uma<br />

plataforma que contempla a revista, eventos<br />

premium e comunicação digital. Além<br />

disso, será realizado anualmente o Car of<br />

the year, evento exclusivo com diversas experiências<br />

para o público da revista.<br />

A distribuição vai se concentrar no mailing<br />

do grupo Li<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> salas VIPs <strong>de</strong><br />

aeroportos e outros eventos especiais. Para<br />

venda, ela estará disponível nas principais<br />

bancas das gran<strong>de</strong>s capitais brasileiras. Segundo<br />

Bia Cruz, a estratégia comercial está<br />

focada em anúncios nos meios impresso e<br />

digital, além do patrocínio <strong>de</strong> eventos. “A<br />

diversificação será nos projetos diferenciados<br />

em cada edição, com a customização<br />

<strong>de</strong>ntro das três vertentes”, afirma a diretora<br />

geral <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

A capa <strong>de</strong> estreia, assinada pela <strong>de</strong>signer<br />

Julia Back e com direção <strong>de</strong> arte <strong>de</strong> Christine<br />

Engelberg, remete à brasilida<strong>de</strong>, tema<br />

<strong>de</strong>sta primeira edição. “Todas as capas serão<br />

<strong>de</strong>senhos feitos por artistas, uma maneira<br />

mais leve <strong>de</strong> tratar o luxo, sem ser exibicionista<br />

e ostensivo. Ao mesmo tempo, a<br />

arte empresta ainda mais exclusivida<strong>de</strong> à<br />

revista. É uma publicação para colecionar”,<br />

afirma a editora-chefe, Gisele Vitória.<br />

Para promover o lançamento, a Robb Report<br />

teve um sequencial (cinco anúncios <strong>de</strong><br />

páginas duplas), trazendo o novo posicionamento<br />

da marca para o Brasil. A veiculação<br />

ocorreu nas revistas The Best of Brasil<br />

e LIDE, e a agência responsável pelas peças<br />

foi a Gallery. A segunda fase da campanha<br />

está prevista para o segundo semestre e<br />

prevê anúncios em publicações para o target<br />

“triple A”.<br />

Bia Cruz: diversificação <strong>de</strong> formatos ocorrerá nos projetos diferenciados em cada edição<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 23


entreviSta<br />

Suzana apelbaum<br />

Head of creative do Google<br />

criativida<strong>de</strong> é<br />

fundamental<br />

para que a<br />

tecnologia<br />

faça Sentido<br />

AA relação <strong>de</strong> Suzana Apelbaum com a<br />

internet data praticamente a chegada da<br />

conectivida<strong>de</strong> em re<strong>de</strong> no Brasil. Uma das<br />

i<strong>de</strong>alizadoras <strong>de</strong> agências com foco no<br />

digital que ajudaram a construir o mercado, como a<br />

MediaLab (1997) e a Click (2000), a criativa <strong>de</strong>u uma<br />

guinada na carreira há quatro anos, quando <strong>de</strong>ixou<br />

a rotina <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> para encarar o<br />

que consi<strong>de</strong>ra ser o futuro, como head of creative<br />

do Google, em Nova York. Na entrevista a seguir, a<br />

criativa fala sobre as transformações do mercado,<br />

oportunida<strong>de</strong>s no setor <strong>de</strong> tecnologia e diversida<strong>de</strong>.<br />

Danúbia Paraizo<br />

Por que a criação tem sido ponto<br />

cada vez mais chave para as empresas<br />

<strong>de</strong> tecnologia como o Google?<br />

O Google levou muito tempo<br />

para trazer criativos seniores para<br />

a empresa. Nós ainda somos minoria,<br />

pouquíssimos, mas é uma<br />

área extremamente estratégica e<br />

que está crescendo. Do ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> experiências, os engenheiros<br />

<strong>de</strong> dados têm um mindset<br />

que não tem a perspectiva<br />

do porquê, se aquele projeto vai<br />

conectar com o consumidor. O<br />

criativo ajuda a dar sentido para<br />

o que os engenheiros estão criando.<br />

E o criativo também informa<br />

o que precisa para que os engenheiros<br />

possam criar. O mindset<br />

do cara <strong>de</strong> tecnologia é experimentação<br />

e testes. Mas eles não<br />

conectam com o uso criativo da<br />

tecnologia. A criativida<strong>de</strong> é fundamental<br />

para que a tecnologia<br />

faça sentido, para transformá-la<br />

em uma coisa realmente útil.<br />

Ter criativos nas áreas <strong>de</strong> tecnologia<br />

também é vantajoso para trabalhar<br />

com as marcas?<br />

Nesses casos, o criativo é mais<br />

fundamental ainda porque eles<br />

sabem como transformar um insight<br />

humano em uma i<strong>de</strong>ia que<br />

usa tecnologia. Ajudamos a humanizar<br />

a tecnologia. A i<strong>de</strong>ia é a<br />

raiz <strong>de</strong> tudo. É o criativo que tem<br />

essa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conectar um<br />

insight abstrato e dar uma leitura<br />

criativa usando a linguagem da<br />

marca. Esse é meu papel lá. Ajudo<br />

as marcas a usarem, a fazerem<br />

usos mais criativos e estratégicos<br />

das tecnologias, plataformas e<br />

dados do Google para contar as<br />

histórias <strong>de</strong>las.<br />

O mercado <strong>de</strong> propaganda passa por<br />

transformações, o que tem levado<br />

criativos a consi<strong>de</strong>rarem o trabalho<br />

em empresas <strong>de</strong> tecnologia. Como<br />

avalia esse movimento?<br />

Acho que os criativos estão um<br />

pouco cansados. Há um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

criar propaganda e experiências<br />

mais úteis, relevantes, que façam<br />

parte da vida do consumidor <strong>de</strong><br />

forma mais interessante. Existe<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança, e isso é difícil<br />

no mercado brasileiro, que<br />

ainda é muito ligado em televisão,<br />

por mais que o digital tenha<br />

crescido. As empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

estão <strong>de</strong>senhando o futuro<br />

das experiências do consumidor<br />

e você se sente como parte disso.<br />

Paralelamente a esse cenário, o<br />

trabalho em agência é muito intenso.<br />

Você trabalha <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> semana,<br />

todo dia até tar<strong>de</strong>. As pessoas<br />

querem mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida. As empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

são mais organizadas, oferecem<br />

mais equilíbrio. Depois <strong>de</strong> certa<br />

ida<strong>de</strong> isso passa a ser ainda mais<br />

importante.<br />

Mas as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> também<br />

estão nesse caminho <strong>de</strong> ter um<br />

novo olhar nas experiências <strong>de</strong> marca,<br />

certo?<br />

Eu enxergo que as agências estão<br />

tentando criar laboratórios <strong>de</strong><br />

inovação, oferecer outros tipos<br />

<strong>de</strong> experiências, mas talvez algumas<br />

marcas não estejam prontas.<br />

É todo um sistema conectado. E<br />

acaba que as iniciativas <strong>de</strong> inovação<br />

são feitas como que para<br />

ganhar Cannes. Não é para criar<br />

impacto <strong>de</strong> forma sustentável.<br />

Não estão <strong>de</strong>ixando a inovação<br />

permear a cultura da agência.<br />

Inovação é aquela anomalia,<br />

aquele pedaço que você não sabe<br />

muito bem como remunera, nem<br />

como investe. Mas existe esforço.<br />

Acho que há clientes mais abertos<br />

a investirem porque com inovação<br />

vem risco, então você tem <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r bancar. Há poucas marcas<br />

com coragem e grana.<br />

Qual é seu papel hoje no Google?<br />

Existem 150 clientes prioritários<br />

do Google nos Estados Unidos.<br />

O que caracteriza ser um<br />

cliente prioritário? É um acordo<br />

<strong>de</strong> negócios que <strong>de</strong>termina<br />

o valor <strong>de</strong> investimento, seja<br />

no YouTube, pesquisa, dados,<br />

workshops etc. A gente fornece<br />

informação e insights. Meu time<br />

é chamado <strong>de</strong> strategic value ad.<br />

Quando você gasta <strong>de</strong>terminado<br />

valor com as nossas plataformas<br />

você tem acesso a esse grupo <strong>de</strong><br />

criação com estrategistas, cria-<br />

tivos orientados por tecnologia,<br />

<strong>de</strong>signers e produtores. Você tem<br />

acesso a esses cérebros que enten<strong>de</strong>m<br />

tudo dos produtos Google<br />

e muito <strong>de</strong> marca, que po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>scobrir insights inusitados para<br />

agências e clientes. Pensamos em<br />

campanhas mais impactantes<br />

usando tecnologias do Google.<br />

Enfim, tudo que é novida<strong>de</strong>, as<br />

marcas querem usar, mas não<br />

sabem como ou por quê. A gente<br />

ajuda. Essa tecnologia do Google<br />

po<strong>de</strong> ser perfeita para executar a<br />

i<strong>de</strong>ia e aqui está um cara <strong>de</strong> tecnologia<br />

que vai te dizer exatamente<br />

como produzir isso.<br />

As agências dos anunciantes também<br />

entram nessa conversa?<br />

Sim, a gente trabalha totalmente<br />

em parceria. Se o briefing<br />

vier da agência, a gente funciona<br />

como uma consultoria. Ajudamos<br />

a levar a i<strong>de</strong>ia para um outro<br />

caminho, mostramos como uma<br />

tecnologia do Google funciona,<br />

ou seja, ajudamos a inovar no digital.<br />

Às vezes, o cliente vem direto<br />

com a gente. Nesse caso, po<strong>de</strong><br />

ser que eles envolvam a agência,<br />

mas não é regra. De qualquer<br />

maneira, a gente sempre avisa as<br />

agências que se relacionam com<br />

aquele cliente que ele está nos<br />

procurando, assim, as mantemos<br />

como parceiras. Não produzimos<br />

internamente, mas temos produtoras<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o que executam os<br />

projetos para a gente.<br />

As agências não se sentem como<br />

concorrentes com o que vocês fazem<br />

na criação?<br />

O mercado brasileiro e o americano<br />

são um pouco diferentes,<br />

“AjudAmos A<br />

humAnizAr A<br />

tecnologiA.<br />

É o criAtivo<br />

que tem essA<br />

hAbilidA<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conectAr<br />

um insight”<br />

24 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

mas teve sim um momento em<br />

que as agências ficaram preocupadas<br />

<strong>de</strong> o Google ultrapassá-las<br />

ou entrar em contato direto com<br />

o cliente, mas a gente não tem o<br />

menor interesse nisso. A gente<br />

sabe que são as agências que vão<br />

influenciar na compra <strong>de</strong> mídia<br />

<strong>de</strong> qualquer maneira. O Google<br />

não vai ser uma agência <strong>de</strong> propaganda,<br />

nós queremos empo<strong>de</strong>rar<br />

as agências para que elas<br />

façam um trabalho melhor nas<br />

nossas plataformas, esse é nosso<br />

objetivo. Quanto mais as marcas<br />

fizerem um trabalho bacana na<br />

plataforma é um ganha-ganha.<br />

Falando no melhor uso dos recursos<br />

do Google, no ano passado, a David<br />

fez uma campanha para o Burger<br />

King com o Google Home que foi bastante<br />

discutida.<br />

O Google acabou não gostando,<br />

eu entendo totalmente esse<br />

ponto <strong>de</strong> vista porque você está<br />

comprometendo a experiência<br />

do usuário e, <strong>de</strong> certa forma,<br />

sendo invasivo. Mas, do ponto<br />

<strong>de</strong> vista criativo e impacto da<br />

mensagem, eu acho a i<strong>de</strong>ia brilhante,<br />

fez um uso inovador da<br />

ferramenta, mostrou um jeito<br />

bem bacana <strong>de</strong> contar uma história.<br />

Não sei dizer se os consumidores<br />

ficaram irritados, mas<br />

achei engraçado. Se fosse uma<br />

situação que acontecesse toda<br />

hora, aí não acho que seria legal.<br />

Mas foi criado para gerar impacto,<br />

uma ação <strong>de</strong> PR para ser um<br />

gimmick. Ajudou a construir a<br />

marca, mas não incentivaria esse<br />

recurso como uma forma <strong>de</strong> propaganda<br />

porque daí fica pentelho.<br />

E se ficar chato, não vai funcionar<br />

para a marca.<br />

Você é uma das pioneiras no digital<br />

com a agência Click e mesmo antes<br />

disso, com a Media Lab. Como enxerga<br />

a evolução do mercado no Brasil?<br />

A propaganda no digital está<br />

cada vez mais legal <strong>de</strong> se fazer.<br />

Está se misturando com a cultura<br />

popular, tem se provado que<br />

o consumidor só vai engajar com<br />

conteúdos que ele julgar interessante,<br />

com isso, a propaganda<br />

está caminhando naturalmente<br />

para entretenimento e utilida<strong>de</strong>.<br />

Isso expan<strong>de</strong> muito o que<br />

a gente po<strong>de</strong> entregar. Eu vejo<br />

que nos EUA isso está a anos luz.<br />

Recebemos briefing pedindo<br />

bran<strong>de</strong>d content, então, a gente<br />

nem precisa recomendar para o<br />

cliente. Essa parte avançou muito<br />

no Brasil, os clientes começaram<br />

a enten<strong>de</strong>r valor. Tenho<br />

visto clientes se movimentando,<br />

fazendo investimento mais sérios<br />

em ferramentas <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Acaba sendo mais divertido esse<br />

trabalho porque a gente não precisa<br />

evangelizar.<br />

Há algumas discussões sobre a criação<br />

voltada para o digital. Muitos<br />

acreditam que ela fica comprometida<br />

<strong>de</strong>vido a fatores como performance.<br />

Você concorda?<br />

Muito pelo contrário. Acho que<br />

o criativo <strong>de</strong>ve estar absolutamente<br />

ciente <strong>de</strong> quais são os objetivos<br />

<strong>de</strong> negócios do seu cliente e se o<br />

objetivo é performance e conversão<br />

você tem <strong>de</strong> ser criativo para<br />

entregar. Vejo dados como inspiração<br />

e guia para o meu processo<br />

criativo. Eles não são resultado<br />

final, não ditam as minhas i<strong>de</strong>ias,<br />

apenas me dão um norte mais<br />

consciente. O criativo que está<br />

pensando sem resultado <strong>de</strong> business<br />

<strong>de</strong>veria estar fazendo arte.<br />

Como é estar na li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> mercados<br />

duplamente masculinos (o <strong>de</strong><br />

criação e o <strong>de</strong> tecnologia)?<br />

É uma experiência muito intensa,<br />

<strong>de</strong>safiadora em todos os<br />

“google não<br />

vAi ser umA<br />

AgênciA, A<br />

gente quer<br />

empo<strong>de</strong>rAr<br />

As AgênciAs”<br />

níveis, profissional, pessoal,<br />

mas é maravilhoso. O Google é<br />

um lugar especial que te incentiva,<br />

te dá muito apoio, inclusive,<br />

para mulheres. Eles levam a<br />

diversida<strong>de</strong> muito a sério. Tem<br />

várias iniciativas para apoiar<br />

li<strong>de</strong>rança feminina, existe um<br />

senso <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>, um <strong>de</strong>sejo<br />

genuíno <strong>de</strong> representação<br />

não só da mulher, mas <strong>de</strong> todas<br />

as raças, formas <strong>de</strong> pensamento<br />

etc. Estou há sete anos em Nova<br />

York, mas no Google é o lugar<br />

on<strong>de</strong> me senti mais apoiada para<br />

lidar com esse <strong>de</strong>safio, que, sim,<br />

é muito pancada.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 25


QUEM PENSA EM SAÚDE<br />

ESTÁ PENSANDO NO FUTURO.<br />

MAS E O FUTURO DA SAÚDE?<br />

Gran<strong>de</strong>s nomes da medicina, li<strong>de</strong>ranças empresariais<br />

e autorida<strong>de</strong>s públicas em <strong>de</strong>bate sobre as soluções<br />

para a saú<strong>de</strong> preventiva, longevida<strong>de</strong>, novas<br />

tecnologias, tendências e legislação para um dos<br />

mais importantes setores do País.<br />

26 <strong>de</strong> <strong>junho</strong><br />

Hotel Grand Hyatt<br />

São Paulo – SP<br />

Iniciativa:<br />

www.li<strong>de</strong>global.com<br />

Mais uma iniciativa do LIDE.<br />

Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />

Realização:<br />

Patrocínio: Apoio: Participação: Colaboração:


Mídia partners:<br />

Fornecedores oficiais:


especial dia do Mídia<br />

Multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais favorece a<br />

releitura da atuação do profissional<br />

PwC, Kantar Ibope Media e Mídia Dados mostram que cenário é propício<br />

ao crescimento com as novas formas <strong>de</strong> abordagem aos consumidores<br />

Paulo Macedo<br />

Em fase <strong>de</strong> transformação,<br />

a mídia permanece como<br />

elemento essencial para a materialização<br />

dos projetos <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />

marcas, produtos e serviços.<br />

A forma <strong>de</strong> atingir os pontos<br />

<strong>de</strong> contato é que tomou uma<br />

dimensão que vai muito além<br />

do papai e mamãe. A multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> canais proporcionou<br />

uma releitura <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong><br />

que envolve planejamento estratégico<br />

tanto no âmbito das<br />

agências como nos meios.<br />

Conversar com o target<br />

certo continua sendo<br />

a métrica <strong>de</strong> maior<br />

valor, mas agora<br />

Jirsak/iStock<br />

o fator <strong>de</strong>cisivo é a assertivida<strong>de</strong><br />

com tiro <strong>de</strong> sniper. Os tiros<br />

<strong>de</strong> canhão permanecem na<br />

agenda dos profissionais <strong>de</strong> mídia,<br />

mas há uma combinação<br />

estratégica para fazer uso <strong>de</strong>sse<br />

expediente que, <strong>de</strong> forma irresponsável,<br />

po<strong>de</strong> significar <strong>de</strong>sperdício<br />

<strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> quem<br />

paga a conta. Muitas vezes po<strong>de</strong><br />

ser o momento para lançar<br />

uma campanha completa, mas<br />

que <strong>de</strong>pois tem <strong>de</strong>sdobramentos<br />

naturais no digital.<br />

Os flights com base em alcance<br />

e frequência permanecem.<br />

Não por outra razão, as<br />

TVs abertas estão na li<strong>de</strong>rança<br />

como opção <strong>de</strong> mídia. Segundo<br />

o Kantar Ibope Media, cerca <strong>de</strong><br />

R$ 69 bilhões dos investimentos<br />

em publicida<strong>de</strong> no país são<br />

consolidados nas re<strong>de</strong>s abertas.<br />

A Re<strong>de</strong> Globo concentra<br />

cerca <strong>de</strong> 37,36% e as <strong>de</strong>mais<br />

cerca <strong>de</strong> 63%. Mas a entrega <strong>de</strong><br />

cada uma <strong>de</strong>ssas emissoras é<br />

multicanal. O aplicativo Globo-<br />

Play já está integrado à forma<br />

<strong>de</strong> oferecer o pacote global<br />

ao mercado, que também<br />

inclui o Globo.com e o<br />

G1. A Re<strong>de</strong>TV! utiliza<br />

com sucesso a mídia<br />

programática e a Band<br />

une as re<strong>de</strong>s sociais a programas<br />

como o Masterchef.<br />

O mercado brasileiro movimenta<br />

anualmente R$ 134 bilhões<br />

em compra <strong>de</strong> espaços<br />

<strong>de</strong> mídia sem <strong>de</strong>scontos e incentivos.<br />

O mo<strong>de</strong>lo integrado<br />

do país permite, no entanto,<br />

que agências e anunciantes estabeleçam<br />

um ponto <strong>de</strong> partida<br />

“Quem Quiser<br />

se <strong>de</strong>stacar na<br />

profissão precisa<br />

planejar sua<br />

carreira, como<br />

QualQuer outro<br />

profissional<br />

<strong>de</strong> diferentes<br />

mercados”<br />

com os canais pontuais à estratégia,<br />

sem mencionar que, do<br />

ponto <strong>de</strong> vista econômico, leva<br />

vantagem sobre outros formatos<br />

que separam a criativida<strong>de</strong><br />

da mídia.<br />

O Brasil, como <strong>de</strong>staca a 19ª<br />

edição da Pesquisa Global <strong>de</strong><br />

Entretenimento e Mídia da<br />

PwC, em 2022 vai movimentar<br />

US$ 53 bilhões. Em 2017, o mesmo<br />

estudo verificou que o investimento<br />

em mídia no Brasil<br />

foi <strong>de</strong> US$ 41 bilhões. O digital<br />

já contabiliza US$ 15 bilhões e,<br />

em quatro anos, vai chegar a<br />

US$ 22 bilhões.<br />

O fator <strong>de</strong>cisivo no novo ambiente<br />

<strong>de</strong> mídia é o ví<strong>de</strong>o, mas<br />

no mobile. O dispositivo, que<br />

cabe na palma da mão, permite<br />

que os conteúdos <strong>de</strong> entretenimento<br />

e comerciais sejam contemplados.<br />

O ponto <strong>de</strong> contato<br />

mais valioso é chamar a atenção<br />

por meio dos smartphones,<br />

que permitem aos usuários serem<br />

uma espécie <strong>de</strong> curadores<br />

das ofertas que chegam à sua<br />

tela porque po<strong>de</strong>m viralizar,<br />

criticar e <strong>de</strong>sconstruir uma estratégia<br />

com apenas um click.<br />

A vantagem é que essas informações<br />

possibilitam reação<br />

automática e a reorganização<br />

da rota. Por isso, agências montam<br />

war roons para <strong>de</strong>tectar<br />

os rumos <strong>de</strong> uma campanha e<br />

mudam o plano <strong>de</strong> acordo com<br />

a reação das audiências.<br />

“Na convergência 3.0, as dinâmicas<br />

<strong>de</strong> concorrência estão<br />

evoluindo enquanto uma gama<br />

<strong>de</strong> supercompetidores em<br />

constante expansão e players<br />

com foco específico se esforçam<br />

para construir relevância na escala<br />

a<strong>de</strong>quada. Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio<br />

estão sendo reinventados<br />

<strong>de</strong> forma a criar novos fluxos<br />

<strong>de</strong> receitas”, explica Sergio Zamora,<br />

sócio lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologia,<br />

mídia e telecom da PwC Brasil.<br />

“O digital transformou <strong>de</strong> vez<br />

todo o ecossistema do setor <strong>de</strong><br />

entretenimento e mídia. O conteúdo<br />

tornou-se mais imersivo<br />

e disponível sob <strong>de</strong>manda. As<br />

28 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


plataformas digitais proliferaram,<br />

criando uma distribuição<br />

mais direta e personalizada, levando<br />

as empresas a <strong>de</strong>senvolverem<br />

estratégias <strong>de</strong> escala e <strong>de</strong><br />

nicho ao mesmo tempo. A competição<br />

por engajamento e gastos<br />

dos usuários nunca foi tão<br />

acirrada. Já se foram os dias em<br />

que re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TV, produtoras <strong>de</strong><br />

conteúdo ou empresas <strong>de</strong> qualquer<br />

tipo po<strong>de</strong>riam prosperar<br />

em uma, duas ou até mesmo<br />

três fontes confiáveis <strong>de</strong> receita.<br />

Hoje, o crescimento lucrativo<br />

e sustentável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> cada<br />

vez mais <strong>de</strong> cinco, seis ou mais<br />

fontes e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios<br />

inovadores que vão além das<br />

fontes tradicionais <strong>de</strong> monetização.<br />

O portfólio <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar experiências<br />

conectadas e complementares<br />

que exploram o potencial comercial<br />

<strong>de</strong> seus usuários mais<br />

engajados: seus fãs”, acrescentou<br />

Carlos Giusti, sócio da PwC<br />

no mercado brasileiro.<br />

Des<strong>de</strong> 2007 à frente do Mídia Dados, Luciana Schwartz <strong>de</strong>staca a evolução do mercado <strong>de</strong> mídia e benefícios aos anunciantes<br />

Divulgação<br />

dados<br />

O Mídia Dados, organizado<br />

há 50 anos pelo Grupo <strong>de</strong> Mídia<br />

<strong>de</strong> São Paulo, mostra, na edição<br />

<strong>de</strong> 20<strong>18</strong>, que será distribuído a<br />

partir <strong>de</strong>sta quinta-feira (21),<br />

tendências e fatos já consolidados:<br />

a mídia OOH está ampliando<br />

sua penetração e pela<br />

primeira vez passa a ter dados<br />

como alcance, frequência e<br />

GRP (Gross Rating Points); o<br />

meio cinema, que comercializa<br />

mais <strong>de</strong> R$ 2,6 bilhões em tíquetes<br />

por ano, está em fase <strong>de</strong><br />

crescimento; a TV paga, apesar<br />

do ambiente econômico <strong>de</strong>sfavorável,<br />

mantém performance;<br />

a internet, apesar da oferta <strong>de</strong><br />

banda larga ainda ser precária,<br />

avança; e o rádio amplia sua<br />

penetração com a internet. Será<br />

que o rádio vai ser o meio a<br />

anunciar o fim da internet?<br />

O mercado <strong>de</strong> mídia ten<strong>de</strong><br />

a manter taxas <strong>de</strong> crescimento?<br />

Quem respon<strong>de</strong> é Paulo<br />

Sant’Anna, presi<strong>de</strong>nte do GMSP<br />

e diretor da agência mcgarrybowen:<br />

“Sim, o mercado passa por<br />

um momento <strong>de</strong> muita mudança<br />

com o surgimento <strong>de</strong> novas<br />

formas <strong>de</strong> mídia, o que é muito<br />

positivo, pois ele gera uma <strong>de</strong>manda<br />

mais técnica do profissional<br />

para efetuar as melhores<br />

escolhas para atingir os objetivos<br />

dos seus clientes. O mercado<br />

sofreu muito com a crise,<br />

porém o ano <strong>de</strong> 2017 apresentou<br />

uma pequena retomada do setor<br />

e os números <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> ten<strong>de</strong>m a<br />

ser ainda melhores do que no<br />

ano passado. Acredito em um<br />

segundo semestre melhor, mas<br />

o crescimento <strong>de</strong>ve se dar sobretudo<br />

em 2019, com a <strong>de</strong>finição<br />

das eleições, retomada da credibilida<strong>de</strong><br />

na economia”.<br />

Sant’Anna acrescenta: “O<br />

profissional <strong>de</strong> mídia hoje é<br />

um estrategista. Quem quiser<br />

se <strong>de</strong>stacar na profissão precisa<br />

planejar sua carreira, como<br />

qualquer outro profissional <strong>de</strong><br />

diferentes mercados, fazer cursos,<br />

estudar, investir na própria<br />

carreira se não será difícil ele<br />

atingir um nível mais alto. Ele<br />

precisa estar sempre antenado<br />

ao que tem surgido para po<strong>de</strong>r<br />

avaliar a viabilida<strong>de</strong> ou não das<br />

novas mídias em complemento<br />

aos já existentes. Com todas as<br />

mudanças, estar aberto ao novo<br />

é essencial”.<br />

Coor<strong>de</strong>nadora do Mídia<br />

Dados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, Luciana<br />

Schwartz, diretora <strong>de</strong> mídia<br />

omnichannel da VML, <strong>de</strong>staca<br />

que é a maior publicação com<br />

base em dados do mercado. E<br />

a palavra dados ganhou importância<br />

gigantesca nessa era<br />

em que informação está disponível<br />

através <strong>de</strong> fontes como a<br />

internet das coisas, navegação<br />

digital, meios <strong>de</strong> pagamento,<br />

cadastros e outras formas <strong>de</strong><br />

captura que abastecem os data<br />

lakes. Ela explica:<br />

“Este ano são muitas as novida<strong>de</strong>s.<br />

Entre elas, a evolução<br />

do processo <strong>de</strong> digitalização <strong>de</strong><br />

meios como a TV aberta e a por<br />

assinatura, que passaram a se<br />

colocar como empresas multiplataformas,<br />

ampliando o alcance<br />

<strong>de</strong> forma efetiva para diversas<br />

telas. Entre os cases <strong>de</strong><br />

“os canais<br />

digitais, tal<br />

Qual o mobile e<br />

as tecnologias<br />

disruptivas,<br />

também continuam<br />

crescendo, o<br />

Que impacta <strong>de</strong><br />

forma positiva<br />

os impressos”<br />

sucesso estão iniciativas como<br />

Globo Play, Fox Play, o canal<br />

do SBT no YouTube – consi<strong>de</strong>rado<br />

o maior canal <strong>de</strong> TV do<br />

mundo, nesta plataforma – e os<br />

apps e crescentes investimentos<br />

em transmissões ao vivo.<br />

A Ban<strong>de</strong>irantes também vem<br />

registrando ótimos índices<br />

com Masterchef explodindo em<br />

audiência no YouTube (representando<br />

34% da audiência, 1,5<br />

milhão <strong>de</strong> views da audiência<br />

total do programa – on e off),<br />

assim como a MTV incrementando<br />

47% da audiência vinda<br />

através do streaming. Os meios<br />

digitais, tal qual o mobile e as<br />

tecnologias disruptivas, também<br />

continuam crescendo, o<br />

que impacta <strong>de</strong> forma positiva<br />

os meios impressos, uma vez<br />

que os gran<strong>de</strong>s títulos, <strong>de</strong> uma<br />

forma geral, estão conseguindo<br />

manter suas audiências no formato<br />

físico, e aumentando suas<br />

assinaturas no digital. Entre os<br />

fenômenos mais recentes, também<br />

está a movimentação dos<br />

meios como o cinema e a mídia<br />

exterior em gerar dados técnicos<br />

e métricas que possibilitem<br />

melhores <strong>de</strong>fesas para eventuais<br />

investimentos <strong>de</strong> clientes,<br />

em suas respectivas plataformas.<br />

Neste ano, por exemplo,<br />

vamos publicar o Mapa OOH”.<br />

Luciana diz ainda que o<br />

maior feature da mídia é ser<br />

suscinta. “Em um ecossistema<br />

pautado pelo ROI, a contribuição<br />

da disciplina só <strong>de</strong>ve<br />

crescer. Cada marca/serviço<br />

ou produto tem os <strong>de</strong>safios específicos.<br />

Assim como todos<br />

os meios <strong>de</strong> mídia po<strong>de</strong>m oferecer<br />

a<strong>de</strong>rência – ou não – para<br />

um <strong>de</strong>terminado conteúdo, o<br />

i<strong>de</strong>al é que os profissionais <strong>de</strong><br />

mídia participem do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

estratégico da campanha<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, <strong>de</strong>finindo<br />

com a Criação, o Planejamento<br />

e o Atendimento as melhores<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interações<br />

para alcançar os objetivos <strong>de</strong>sejados,<br />

indo além do briefing do<br />

anunciante, buscando se aprofundar<br />

no negócio do cliente,<br />

tanto quanto as <strong>de</strong>mais áreas<br />

da agência. Parece um trabalho<br />

que <strong>de</strong>ve ser óbvio, mas não é.<br />

Hoje, em real time se tem o resultado<br />

da campanha. Seja em<br />

acessos ao site do cliente, seja<br />

em conversão ou seja nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. E basta um milésimo<br />

<strong>de</strong> segundo para a mensagem<br />

se multiplicar”.<br />

Para comemorar o Dia do<br />

Mídia, na próxima quinta-feira<br />

(21), o PROPMARK preparou<br />

um especial que o leitor po<strong>de</strong><br />

conferir nas próximas páginas.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 29


especiAl DiA DO MíDiA<br />

Mudar a cabeça em busca <strong>de</strong> novos<br />

skills move atuação da AlmapBBDO<br />

Em tempos em que eficiência tem sido palavra-chave para anunciantes,<br />

agência se prepara com <strong>de</strong>partamento próprio para performance e data<br />

Heloísa e Mosconi, que li<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> mídia: <strong>de</strong>safio é agregar profissionais com skills criativos, além <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> métrica<br />

“O <strong>de</strong>safiO é ter um<br />

cara que entenda<br />

<strong>de</strong> métrica e<br />

atribuiçãO, mas<br />

que tenha skill<br />

criativO, que nãO<br />

pense apenas na<br />

mídia pela mídia”<br />

Fotos: Divulgação<br />

Danúbia Paraizo<br />

Mais do que simplesmente<br />

montar um plano <strong>de</strong> mídia<br />

com base nos indicadores-<br />

-chave <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos<br />

clientes, a missão do profissional<br />

<strong>de</strong> mídia passa por um<br />

ponto anterior <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r os<br />

<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> negócios do anunciante.<br />

A tarefa po<strong>de</strong> parecer<br />

simples, e até, <strong>de</strong> certa forma,<br />

óbvia, mas num cenário em<br />

que eficiência orienta os investimentos,<br />

a sofisticação das ferramentas<br />

e, sobretudo, do mindset<br />

dos profissionais se tornou<br />

mandatória. Assim pensam os<br />

executivos Heloísa Lima, head<br />

<strong>de</strong> inovação e canais, e Bruno<br />

Mosconi, VP of performance<br />

& data da AlmapBBDO. A dupla<br />

comanda o <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> mídia da agência, e contou<br />

ao PROPMARK sobre as transformações<br />

que o <strong>de</strong>partamento<br />

tem sofrido. “Mudou tudo<br />

mesmo. Competências, skills,<br />

conhecimentos e ferramentas<br />

que você precisa agregar, mas,<br />

principalmente, mudou e precisa<br />

mudar mesmo o mindset. É<br />

ter a preocupação <strong>de</strong> ir atrás <strong>de</strong><br />

conhecimento novo diariamente.<br />

O digital trouxe isso mais<br />

forte, apesar <strong>de</strong> não ser uma<br />

particularida<strong>de</strong> só <strong>de</strong>le”, avalia<br />

Heloísa.<br />

Segundo a executiva, os próprios<br />

clientes passam por um<br />

processo <strong>de</strong> sofisticação e exigências<br />

em relação à entrega <strong>de</strong><br />

mídia, impactando diretamente<br />

a composição <strong>de</strong> profissionais<br />

que atuam na agência. “O<br />

<strong>de</strong>safio é ter um cara que entenda<br />

<strong>de</strong> métrica e atribuição, mas<br />

que tenha skill criativo, que não<br />

pense apenas na mídia pela mídia,<br />

mas que traga um olhar na<br />

estratégia e na composição dos<br />

meios. O mercado está exigente<br />

para esse tipo <strong>de</strong> conversa,<br />

principalmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

budget cada vez mais certeiro”.<br />

Para Mosconi, o <strong>de</strong>bate sobre<br />

a oferta <strong>de</strong> profissionais qualificados<br />

ganha ainda mais relevância<br />

a partir do entendimento<br />

que os clientes têm níveis <strong>de</strong><br />

maturida<strong>de</strong> diferentes, o que<br />

impacta diretamente a forma<br />

como a mídia é trabalhada. Nos<br />

que estão mais avançados, cuja<br />

natureza da indústria já consome<br />

muito dado até por uma<br />

questão <strong>de</strong> sobrevivência, o<br />

acompanhamento <strong>de</strong> métricas<br />

e <strong>de</strong>sempenho precisa ser em<br />

tempo real. “Na Volkswagen,<br />

por exemplo, medimos a venda,<br />

se ela veio <strong>de</strong> internet, se<br />

estamos levando mais pessoas<br />

para uma loja. Com a internet,<br />

as visitas às concessionárias<br />

diminuíram. A visita à loja é<br />

realizada apenas no último momento,<br />

para fechar o negócio.<br />

Além da venda em si, a visita à<br />

concessionária é um indicador<br />

importante. Fazemos o mesmo<br />

acompanhamento com a Gol<br />

para a compra <strong>de</strong> passagens aéreas,<br />

com indicadores que mudam<br />

<strong>de</strong> hora em hora”, <strong>de</strong>staca<br />

o executivo.<br />

Para otimizar melhor o atendimento<br />

<strong>de</strong>sses diferentes perfis<br />

<strong>de</strong> clientes, há cerca <strong>de</strong> um<br />

ano, o <strong>de</strong>partamento passou<br />

por reestruturação. Está organizado<br />

por verticais <strong>de</strong> negócio<br />

<strong>de</strong> acordo com o consumo e<br />

compra <strong>de</strong> mídia, com área <strong>de</strong><br />

suporte comum, com dados,<br />

BI, eficiência <strong>de</strong> mídia, programático<br />

e traffic. Essas verticais<br />

<strong>de</strong> estratégia pensam não só na<br />

mídia, mas no negócio. “Esse<br />

re<strong>de</strong>senho pensa não em uma<br />

estrutura piramidal, mas horizontalizada<br />

e colaborativa.<br />

Você tem funções muito especializadas,<br />

o cara <strong>de</strong> search, <strong>de</strong><br />

Facebook, e chegamos à conclusão<br />

<strong>de</strong> que mantê-los em<br />

silos era ruim para circulação<br />

<strong>de</strong> informação. Eles tinham <strong>de</strong><br />

estar em áreas skills <strong>de</strong> próximas”,<br />

explica Mosconi.<br />

30 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


ESPECIAL DIA DO MÍDIA<br />

Cenário <strong>de</strong> transformações requer<br />

equipe curiosa e bastante criativa<br />

Momento reúne mudanças estruturais e na forma <strong>de</strong> enxergar a relação<br />

entre meios e conteúdo; sinergia com outras áreas da agência é essencial<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

atual momento para a área<br />

O <strong>de</strong> mídia é <strong>de</strong>finido como<br />

<strong>de</strong>safiador e incrível, nas palavras<br />

<strong>de</strong> Viviana Maurman,<br />

head <strong>de</strong> mídia na Publicis Brasil.<br />

Para a profissional, não é<br />

possível per<strong>de</strong>r um segundo do<br />

que tem acontecido no mundo<br />

porque tudo influencia rapidamente<br />

as mudanças – das quais<br />

os profissionais são parte ativa.<br />

Com um presente que requer<br />

tanto <strong>de</strong> quem está no dia a<br />

dia do <strong>de</strong>partamento, o futuro<br />

reserva mais mudanças. “Precisamos<br />

observar muito mais<br />

a jornada dos consumidores.<br />

Não po<strong>de</strong>mos olhar apenas as<br />

métricas, mas se jogar mais<br />

no conteúdo. Os meios são diversos<br />

e, nessa transformação,<br />

precisamos estar não só <strong>de</strong> forma<br />

técnica, mas plugados com<br />

o conteúdo, próximos do planejamento<br />

estratégico e da criação.<br />

Além disso, o profissional<br />

precisa transitar bem em todas<br />

as áreas. Não ficar reativo, mas<br />

ser mais ativo”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

As fake news po<strong>de</strong>m se comparar<br />

a materiais inflamáveis.<br />

Basta um foco para que as ‘chamas’<br />

se espalhem rapidamente.<br />

No entanto, apesar <strong>de</strong> perigosas,<br />

essas notícias refletiram<br />

em um efeito positivo para a<br />

mídia impressa, intensificando<br />

a credibilida<strong>de</strong> e dando um<br />

fôlego ao meio. Outro ponto<br />

apontado pela executiva e que<br />

<strong>de</strong>ve guiar boas discussões é<br />

que com gran<strong>de</strong>s canais <strong>de</strong> TV<br />

a<strong>de</strong>rindo ao Play, forma-se uma<br />

linha ainda mais tênue. “Isso<br />

é TV ou digital? Não interessa<br />

se você vai assistir à novela ao<br />

vivo ou on <strong>de</strong>mand <strong>de</strong>pois.”<br />

A estrutura dos <strong>de</strong>partamentos<br />

nas agências e como eles<br />

precisaram se renovar para se<br />

a<strong>de</strong>quar às novas exigências da<br />

mídia, com o crescente uso <strong>de</strong><br />

dados e tecnologia, também é<br />

um tópico a se prestar atenção.<br />

Tanto que o olhar das agências<br />

está direcionado para um<br />

Viviana Maurman: “Profissional precisa transitar muito bem em todas as áreas”<br />

“Morreu fazer a<br />

Mídia antes <strong>de</strong><br />

saber qual será o<br />

conteúdo, porque<br />

o Meio só teM<br />

função <strong>de</strong> acordo<br />

coM a MensageM<br />

a transMitir”<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> profissional<br />

que, além <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s<br />

técnicas, precisa <strong>de</strong> um conjunto<br />

específico <strong>de</strong> características.<br />

A Publicis está com algumas<br />

mudanças que <strong>de</strong>vem ser divulgadas<br />

em breve. O objetivo<br />

é ter o melhor <strong>de</strong> cada pessoa<br />

<strong>de</strong>stacando suas expertises.<br />

“Buscamos profissionais<br />

mais curiosos, criativos, que<br />

queiram integrar e somar com<br />

outras áreas. Eles precisam ter<br />

esse DNA <strong>de</strong> querer fazer algo<br />

novo. O futuro é um gran<strong>de</strong><br />

ponto <strong>de</strong> interrogação. Não<br />

conseguimos afirmar hoje os<br />

novos players que vão surgir. Se<br />

você não for aberto a tendência<br />

que o espaço seja reduzido”,<br />

diz Viviana.<br />

No meio <strong>de</strong> todas essas<br />

transformações, o mantra é ter<br />

o conteúdo como rei e a premissa<br />

<strong>de</strong> contar boas histórias<br />

com relevância e sentido para<br />

os consumidores. Em paralelo,<br />

muitas agências continuam <strong>de</strong><br />

olho na produtivida<strong>de</strong> e no valor<br />

da mídia espontânea, trabalho<br />

tradicionalmente do PR.<br />

Para ela, um dos principais<br />

pontos nesse cenário é estar<br />

antenado, olhar para o futuro e<br />

parar <strong>de</strong> viver “o passado”.<br />

“Comprar o que é mais barato<br />

per<strong>de</strong> cada vez mais o sentido.<br />

Só o número pelo número,<br />

pela rentabilida<strong>de</strong> que traz,<br />

também. É preciso olhar a qualida<strong>de</strong><br />

da entrega. É a mistura<br />

dos elementos que traz melhores<br />

resultados. Morreu fazer a<br />

mídia antes <strong>de</strong> saber qual será<br />

o conteúdo, porque o meio só<br />

tem função <strong>de</strong> acordo com a<br />

mensagem a transmitir”, conclui<br />

Viviana.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 31


Claudia Penteado<br />

Na WMcCann, a mídia mantém<br />

sua responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> “<strong>de</strong>finir como melhor<br />

distribuir uma verda<strong>de</strong> bem<br />

contada sobre as marcas, produtos<br />

e serviços dos clientes”.<br />

Para o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia<br />

da agência, André França,<br />

em meio a tantas transformações,<br />

o papel da mídia pouco<br />

mudou. “O que mudou foi a<br />

complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais, formatos<br />

e momentos. Hoje, as<br />

ferramentas digitais e <strong>de</strong> análises<br />

estatísticas têm trazido<br />

muito mais ciência para as<br />

nossas escolhas, assim como<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sermos mais<br />

assertivos, numa dinâmica <strong>de</strong><br />

PDCA - plan, do, check and action”,<br />

diz o executivo. A mudança<br />

essencial foi, na visão<br />

<strong>de</strong> França, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ser muito mais assertivo na escolha<br />

da audiência, a partir do<br />

aumento significativo do po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> segmentação.<br />

“Se antes a mídia buscava<br />

a construção acelerada da cobertura,<br />

hoje eventualmente<br />

procura controlar esse crescimento,<br />

para que a verda<strong>de</strong><br />

das marcas seja construída <strong>de</strong><br />

maneira mais orgânica e significativa.<br />

Inclusive criando<br />

estratégias que permitam que<br />

a campanha tome forma a partir<br />

<strong>de</strong> pequenos grupos com<br />

alta relevância sobre o assunto<br />

em pauta, crescendo conforme<br />

acessamos novos públicos<br />

e canais, até chegar à gran<strong>de</strong><br />

massa”, explica.<br />

A partir <strong>de</strong>ssa perspectiva, a<br />

mídia da WMcCann hoje busca<br />

profissionais que consigam<br />

enten<strong>de</strong>r do consumidor e <strong>de</strong><br />

sua jornada, assim como das<br />

ferramentas atuais da mídia,<br />

sejam elas digitais ou <strong>de</strong> outros<br />

meios.<br />

“Isso só é possível quando<br />

temos diversos especialistas<br />

atuando como um time. Temos<br />

profissionais com profundo<br />

conhecimento <strong>de</strong> plaespecial<br />

dia do mídia<br />

Ferramentas digitais e análises<br />

estatísticas ajudam nas escolhas<br />

WMcCann acredita em mo<strong>de</strong>lo que alia a experiência com especialistas<br />

em time <strong>de</strong> estruturas cada vez mais flexíveis e colaborativas<br />

André França: “Desafio é como construir história <strong>de</strong>ntro da jornada do consumidor”<br />

taformas específicas, mas com<br />

a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> compartilhar<br />

esse conhecimento com seus<br />

companheiros, algo muito<br />

característico dos chamados<br />

millennials”, comenta França,<br />

que diz ainda que a WMcCann<br />

acredita em aliar a experiência<br />

com especialistas num mesmo<br />

time <strong>de</strong> estruturas cada vez<br />

mais flexíveis, que colaborem<br />

entre si”, explica.<br />

França também afirma buscar,<br />

cada vez mais, para posições<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança na mídia,<br />

profissionais que tenham vivido<br />

a experiência <strong>de</strong> serem<br />

clientes - <strong>de</strong> terem sentido o<br />

que o presi<strong>de</strong>nte da agência,<br />

Hugo Rodrigues, chama <strong>de</strong><br />

“dor <strong>de</strong> dono”.<br />

Divulgação<br />

“AproveitAmos<br />

cAdA cAmpAnhA<br />

pArA trAzer<br />

resultAdos<br />

imediAtos e,<br />

AtrAvés dAs<br />

Análises,<br />

consolidAr<br />

os resultAdos<br />

futuros”<br />

Para ele, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da<br />

mídia é como construir a história<br />

<strong>de</strong>ntro da jornada <strong>de</strong> maneira<br />

relevante, qual peça utilizar<br />

quando e on<strong>de</strong>, e como se<br />

adaptar à interativida<strong>de</strong> tendo<br />

a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir novas<br />

jornadas que cruzam com a original.<br />

“É quase como a redação<br />

<strong>de</strong> uma telenovela, cuja linha<br />

mestra foi traçada antes do primeiro<br />

episódio, mas conforme<br />

a reação da audiência, o sucesso<br />

dos atores, o cenário macroeconômico,<br />

tudo muda, personagens<br />

são adicionados, falas<br />

são reescritas, novos segredos<br />

do passado são revelados, para<br />

sempre termos um gran<strong>de</strong> final”,<br />

compara. Com tantos dados<br />

disponíveis, apren<strong>de</strong>r diariamente<br />

é mandatório.<br />

“Aproveitamos cada campanha<br />

para trazer resultados<br />

imediatos e, através das análises,<br />

consolidar os resultados<br />

futuros”, afirma França, acrescentando<br />

que o papel da mídia<br />

da agência continua sendo<br />

mostrar qual o melhor mix<br />

<strong>de</strong> meios, veículos, formatos,<br />

mercados e momentos frente<br />

ao público e material criativo,<br />

tendo por objetivo entregar resultados<br />

efetivos aos clientes.<br />

“A nossa percepção é que<br />

isso exige um ecossistema, que<br />

inclui um aprofundamento em<br />

ferramentas tais como DSPs,<br />

Brand Safety Tools, Mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> Atribuição, DMPs, Mo<strong>de</strong>los<br />

Preditivos e Dashboards em<br />

Real Time, entre outros; ou<br />

seja, uma tarefa que acredito<br />

po<strong>de</strong>r ser mais bem executada<br />

numa agência full service”,<br />

<strong>de</strong>clara.<br />

Se hoje a tecnologia causa<br />

um frio na barriga frente às<br />

possibilida<strong>de</strong>s abertas do uso<br />

intenso <strong>de</strong> dados, e se muitas<br />

vezes parece que somos simplesmente<br />

guiados por algoritmos,<br />

por outro lado encurta os<br />

caminhos para o novos insights<br />

criativos. “Basta usar o que a<br />

nossa profissão sempre colocou<br />

na mesa: criativida<strong>de</strong>”, conclui.<br />

32 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


especial Dia Do míDia<br />

Digital segue avançando, mas<br />

outros meios mantêm posição<br />

Televisão continuará tendo papel fundamental; não há fórmulas para<br />

o período <strong>de</strong> transição, porém mercado <strong>de</strong>ve sair da zona <strong>de</strong> conforto<br />

Paulo Macedo<br />

Após quatro anos no Facebook,<br />

o executivo André<br />

Gramorelli <strong>de</strong>ixou a re<strong>de</strong> social<br />

para assumir o comando<br />

da divisão <strong>de</strong> mídia da Ogilvy.<br />

Ele foi i<strong>de</strong>ntificado por Fernando<br />

Musa, presi<strong>de</strong>nte do Ogilvy<br />

Group no país, para consolidar<br />

a transformação que essa área<br />

da publicida<strong>de</strong> está sendo obrigada<br />

a implementar. Ele tem<br />

passagens pela F/Nazca Saatchi<br />

& Saatchi, Havas, Leo Burnett<br />

e foi professor <strong>de</strong> planejamento<br />

no Grupo <strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Formado na Escola <strong>de</strong><br />

Comunicação e Artes da USP e<br />

pela Libera Università di Lingue<br />

e Comunicazione, em Milão,<br />

Gramorelli tem uma visão<br />

da mídia que se a<strong>de</strong>qua a esse<br />

momento disruptivo.<br />

“Mesmo vindo <strong>de</strong> um player<br />

como o Facebook, que é essencialmente<br />

disruptor, tenho<br />

consciência que há processos<br />

que precisam <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>,<br />

acompanhada <strong>de</strong> evolução<br />

– não vejo que simplesmente<br />

temos <strong>de</strong> ignorar tudo que foi<br />

construído até hoje e criar algo<br />

novo, isso seria inclusive um<br />

<strong>de</strong>srespeito com toda história<br />

da mídia no Brasil. Acredito, por<br />

exemplo, que o digital seguirá<br />

ganhando espaço na vida das<br />

pessoas e, por consequência,<br />

no universo da comunicação e<br />

mais amplamente dos negócios.<br />

Mas também acredito que a televisão<br />

tem – e não vai <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> ter – um papel fundamental<br />

nesse ecossistema, ainda mais<br />

em um país como o Brasil. Preocupo-me<br />

muito em não reforçar<br />

este estereótipo do digitalizador<br />

a qualquer custo, pois acho que<br />

é uma visão extremista. Por outro<br />

lado, há áreas que precisam<br />

incorporar <strong>de</strong> maneira acelerada<br />

uma visão mais arrojada, que<br />

precisam sair <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> conforto<br />

que acabam sendo limitantes<br />

– caso contrário passam<br />

a ser <strong>de</strong>tratores neste momento<br />

<strong>de</strong> transição que o mercado passa.<br />

Não há fórmulas, tenho isso<br />

muito claro: há diversas maneiras<br />

<strong>de</strong> evoluir o posicionamento<br />

das áreas <strong>de</strong> mídia e vejo diversas<br />

agências, muitas <strong>de</strong>las com<br />

diretores <strong>de</strong> mídia da minha geração,<br />

criando soluções bastante<br />

inteligentes”.<br />

Gramorelli prossegue: “Entre<br />

canais <strong>de</strong> mídia produtoras<br />

<strong>de</strong> conteúdo e plataformas <strong>de</strong><br />

mídia difusoras <strong>de</strong> conteúdo<br />

produzido por outros, temos<br />

um ecosistema extremamente<br />

complexo e fragmentado. Vivemos<br />

uma dualida<strong>de</strong>: embora<br />

tenhamos cada vez mais pontos<br />

<strong>de</strong> contato com o consumidor<br />

e canais passam a <strong>de</strong>sempenhar<br />

funções cada vez mais<br />

Divulgação<br />

Após passagem pelo Facebook, André Gramorelli assume comando da mídia da Ogilvy<br />

“PreocuPo-me<br />

muito em não<br />

reforçar este<br />

estereótiPo do<br />

digitalizador a<br />

qualquer custo”<br />

distintas entre si, vivenciamos<br />

um momento em que gran<strong>de</strong>s<br />

players emergem com soluções<br />

cada vez mais abrangentes e<br />

robustas, que teoricamente<br />

permeiam toda a jornada <strong>de</strong><br />

consumo”.<br />

O novo repertório da mídia<br />

extrapola o convencional. “Entre<br />

plataformas <strong>de</strong> mídia produtoras<br />

<strong>de</strong> conteúdo e plataformas<br />

<strong>de</strong> mídia difusoras <strong>de</strong> conteúdo<br />

produzido por outros, temos<br />

um ecossistema extremamente<br />

complexo e fragmentado. Vivemos<br />

uma dualida<strong>de</strong>: embora<br />

tenhamos cada vez mais pontos<br />

<strong>de</strong> contato com o consumidor e<br />

canais passam a <strong>de</strong>sempenhar<br />

funções cada vez mais distintas<br />

entre si, vivenciamos um momento<br />

em que gran<strong>de</strong>s players<br />

emergem com soluções cada<br />

vez mais abrangentes e robustas,<br />

que teoricamente permeiam<br />

toda a jornada <strong>de</strong> consumo”.<br />

Gramorelli acredita que o<br />

conhecimento <strong>de</strong>veria ser commodity<br />

entre os profissionais <strong>de</strong><br />

mídia, mas que ainda há passos<br />

para consolidar o caminho <strong>de</strong><br />

consultor estratégico <strong>de</strong> canais.<br />

E com olhar para o ROI. “A frase,<br />

atribuída a Henry Ford, ‘Sei<br />

que meta<strong>de</strong> da publicida<strong>de</strong> que<br />

faço é inútil. Mas não sei qual<br />

meta<strong>de</strong>’, vem se tornando cada<br />

vez menos verda<strong>de</strong>ira, e isso é<br />

ótimo. Acredito que ainda há<br />

avanços significativos a serem<br />

feitos no que diz respeito à<br />

comprovação da eficácia <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

mas se compararmos<br />

com 10, 15 anos atrás, essa barra<br />

subiu muito. Em um mundo <strong>de</strong><br />

cada vez MMMs, Brand Lifts e<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atribuições diversos,<br />

é cada vez mais raro sugerir<br />

e aprovar qualquer investimento<br />

sem um respaldo técnico e<br />

com ao menos uma estimativa<br />

embasada <strong>de</strong> ROI/ROAS. Mas<br />

isso não po<strong>de</strong> tornar a agência<br />

refém, e sim oferecer cada vez<br />

mais provas <strong>de</strong> que a agência<br />

é um parceiro estratégico com<br />

impacto real no negócio do<br />

cliente”, ele finalizou.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 33


especial dia do mídia<br />

Jornada do consumidor faz setores<br />

se unirem em torno dos processos<br />

Transformações provocadas pela tecnologia direcionam profissionais a<br />

promoverem integração e encontrar boas soluções para anunciantes<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

evolução e a expansão da<br />

A tecnologia mudaram a forma<br />

como a área <strong>de</strong> mídia trabalha<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma agência<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Consumidores<br />

possuem cada vez mais plataformas<br />

<strong>de</strong> conexão com seus<br />

pontos <strong>de</strong> interesse. E a segmentação,<br />

o redirecionamento<br />

e as atribuições avançadas<br />

tornaram mais fácil encontrar<br />

a pessoa certa, no lugar certo e<br />

no momento certo.<br />

“Estamos falando em transformação<br />

há algum tempo e a<br />

área <strong>de</strong> mídia está no centro<br />

<strong>de</strong>ssa revolução, buscando soluções<br />

cada vez mais rentáveis<br />

e criativas. Inovação, rentabilida<strong>de</strong><br />

e criativida<strong>de</strong> são palavras<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m presentes cada<br />

vez mais em nosso dia a dia. A<br />

eficácia vem do conhecimento<br />

da jornada do consumidor que,<br />

combinada com a mensagem<br />

correta, traz resultados mais<br />

efetivos para os clientes”, afirma<br />

Andrea Hirata, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong>.<br />

É um fato que, com tantas<br />

mudanças, a área <strong>de</strong> mídia<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser a última parte no<br />

processo <strong>de</strong> uma campanha,<br />

o que ocorria há alguns anos.<br />

Mas como <strong>de</strong>senvolver uma<br />

estratégia <strong>de</strong> mídia eficiente<br />

com tantos recursos? A criação<br />

e a mídia começaram a andar<br />

juntas? Segundo Andrea, não<br />

há dúvidas, pois a mídia exerce<br />

uma participação fundamental<br />

no início do processo<br />

criativo, contribuindo com um<br />

profundo conhecimento do<br />

consumidor e sua jornada <strong>de</strong><br />

compra. “Atualmente temos<br />

times na Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong> em que todas as áreas<br />

sentam lado a lado e, assim,<br />

ganhamos mais sintonia e agilida<strong>de</strong>.<br />

Hoje, a criação precisa<br />

enten<strong>de</strong>r sobre as estratégias<br />

<strong>de</strong> mídia e a jornada do consumidor<br />

para entregar uma mensagem<br />

mais a<strong>de</strong>quada em cada<br />

Andrea Hirata: “Inovação, rentabilida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong> são palavras do cotidiano”<br />

etapa. Na mídia também temos<br />

a área <strong>de</strong> Inteligência, em<br />

que estamos <strong>de</strong>senvolvendo,<br />

junto com algumas startups,<br />

uma plataforma totalmente<br />

inovadora para análise <strong>de</strong> dados.<br />

Agência e clientes possuem<br />

uma quantida<strong>de</strong> enorme<br />

<strong>de</strong> dados, porém ainda per<strong>de</strong>mos<br />

mais tempo organizando-<br />

-os do que os analisando e<br />

transformando em negócios<br />

efetivos”, revela.<br />

Então, à medida em que a<br />

transformação digital coloca<br />

um po<strong>de</strong>r maior nas mãos dos<br />

Divulgação<br />

“SabemoS que<br />

o conSumo <strong>de</strong><br />

múltiplaS telaS já<br />

é uma realida<strong>de</strong><br />

no dia a dia<br />

daS peSSoaS”<br />

consumidores, as agências <strong>de</strong><br />

comunicação estão tendo <strong>de</strong><br />

passar da mídia <strong>de</strong> massa para<br />

a mídia personalizada para<br />

reter a atenção do público em<br />

um gran<strong>de</strong> universo <strong>de</strong> mídias<br />

e, assim, ter uma melhor otimização<br />

do investimento.<br />

“Sabemos que o consumo <strong>de</strong><br />

múltiplas telas já é uma realida<strong>de</strong><br />

no dia a dia das pessoas.<br />

Por isso, é fundamental pensar<br />

em estratégias e ações que<br />

consi<strong>de</strong>rem os momentos <strong>de</strong><br />

consumo e os formatos mais<br />

apropriados para cada tela.<br />

Desta forma, cada tela ganha<br />

um papel estratégico e ao final<br />

se complementam, gerando<br />

maior eficiência. O pensamento<br />

digital não exclui o mundo<br />

da mídia tradicional, mas busca<br />

a integração dos dois mundos.<br />

Este pensamento tem o<br />

consumidor como foco, suas<br />

transformações, seu estilo <strong>de</strong><br />

vida, seus hábitos, suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>sejos”, diz Andrea.<br />

Como exemplo <strong>de</strong> uma boa<br />

estratégia <strong>de</strong> mídia, Andrea<br />

cita o trabalho realizado para<br />

o lançamento do smartphone<br />

Galaxy S9, da Samsung, cuja<br />

agência apresentou diversos<br />

features do produto, entre eles<br />

a função My Emoji, que cria<br />

emojis a partir <strong>de</strong> uma selfie<br />

feita pelo celular. Para <strong>de</strong>stacar<br />

essa função, transformaram<br />

os apresentadores do programa<br />

SportsCenter, da ESPN, em<br />

emojis.<br />

“Acabamos <strong>de</strong> ganhar o<br />

maior prêmio <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />

da Leo Burnett Global, o troféu<br />

Eight Ball no GPC, reunião global<br />

da re<strong>de</strong> Leo Burnett Worldwi<strong>de</strong><br />

que reúne os criativos <strong>de</strong><br />

todos os escritórios do mundo<br />

para avaliar os trabalhos que<br />

estão sendo <strong>de</strong>senvolvidos. A<br />

bola 8 só é entregue para ações<br />

realmente notáveis, verda<strong>de</strong>iros<br />

exemplos <strong>de</strong> soluções criativas.<br />

E a i<strong>de</strong>ia foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

pela área <strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong> em parceria<br />

com o veículo”, finaliza.<br />

34 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


esPecIal dIa do MídIa<br />

Mudança na área é a chance para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento, diz Paulo Ilha<br />

Head <strong>de</strong> mídia da DPZ&T reflete sobre as atuais transformações<br />

do setor que ganha cada vez mais protagonismo na comunicação<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

área <strong>de</strong> mídia será cada<br />

A vez mais importante <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> um anunciante,<br />

veículo, enfim, <strong>de</strong>ntro do<br />

contexto da indústria da comunicação.<br />

O setor vive atualmente<br />

um momento único<br />

na propaganda e as transformações<br />

trazem oportunida<strong>de</strong>s<br />

para as organizações e<br />

profissionais.<br />

Segundo Paulo Ilha, head<br />

<strong>de</strong> mídia da DPZ&T, a área<br />

ganha cada vez mais protagonismo<br />

<strong>de</strong>ntro da indústria.<br />

“A mudança hoje não nos<br />

convida. O ecossistema da<br />

comunicação nos cobra essa<br />

mudança e transformação.<br />

Ela tem <strong>de</strong> ser feita com cuidado.<br />

A transformação está aí<br />

e você precisa olhá-la como<br />

uma oportunida<strong>de</strong> para se <strong>de</strong>senvolver.<br />

Não acredito que<br />

temos <strong>de</strong> fazer o novo <strong>de</strong>struindo<br />

o antigo. Você precisa<br />

fazer as coisas novas, medir<br />

e avaliar resultados e, assim,<br />

naturalmente, as coisas vão<br />

ser substituídas se elas forem<br />

melhores. Não é uma mudança<br />

que <strong>de</strong>sconstrói as coisas,<br />

mas ela ajuda a construir novas”,<br />

revela.<br />

Toda essa transformação,<br />

que inclusive fez com que a<br />

mídia <strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> fechar a<br />

última parte do processo <strong>de</strong><br />

uma campanha, é uma gran<strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong> para as agências<br />

mostrarem valor, provocarem<br />

o mercado em como se<br />

tornar mais relevantes e aproveitarem<br />

toda essa nova tecnologia<br />

para fazer trabalhos<br />

interessantes e diferenciados.<br />

“Acredito que a mídia tem<br />

<strong>de</strong> ser um agente <strong>de</strong> transformação<br />

cultural <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Nossa<br />

visão aqui na mídia é <strong>de</strong> ter<br />

um mindset digital aplicado a<br />

toda comunicação. Utilizar a<br />

questão da eficiência e os aspectos<br />

que as mídias digitais<br />

Paulo Ilha: “Falar só <strong>de</strong> digital é tão antigo quanto mencionar só a TV aberta”<br />

trouxeram e aplicar isso no<br />

contexto da comunicação. No<br />

final, estamos fazendo a mesma<br />

coisa que fazíamos antes,<br />

ou seja, entregar a máxima<br />

eficiência <strong>de</strong> resultados para<br />

as campanhas e projetos que<br />

realizamos. Falar só <strong>de</strong> digital<br />

é tão antigo quanto mencionar<br />

só a TV aberta. O contexto<br />

Divulgação<br />

“Não acredito que<br />

temos <strong>de</strong> fazer o<br />

Novo <strong>de</strong>struiNdo<br />

o aNtigo”<br />

não é o canal e, sim, qual a estratégia<br />

para que a campanha<br />

funcione da melhor forma”,<br />

diz Ilha.<br />

Já que a conversa não po<strong>de</strong><br />

ser sobre o canal, como impactar<br />

todos os meios, medir<br />

resultados e tomar <strong>de</strong>cisões<br />

durante a campanha? Seria a<br />

mídia programática a melhor<br />

forma <strong>de</strong> fazer essa leitura?<br />

Para Ilha, a mídia programática<br />

vai assumir um papel<br />

maior <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>de</strong><br />

mídia. “Ela é assertiva, mas<br />

no Brasil, especificamente,<br />

ainda possui muitos <strong>de</strong>safios.<br />

É fácil entregar números bonitos<br />

<strong>de</strong> mídia programática,<br />

mas números concretos <strong>de</strong><br />

resultados são bem mais complexos<br />

e difíceis. Falta muita<br />

transparência nesse setor. O<br />

mercado ainda não está 100%<br />

para a análise <strong>de</strong> dados. O importante<br />

agora é saber tratar<br />

os dados <strong>de</strong> uma forma que<br />

eles sejam relevantes para<br />

uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Aqui<br />

na DPZ&T investimos muito<br />

em pesquisa para a utilização<br />

<strong>de</strong> dados”, afirma.<br />

Mas as transformações não<br />

<strong>de</strong>vem parar por aqui. A tecnologia<br />

já modificou muito as<br />

relações <strong>de</strong>ntro das agências<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve mudar<br />

ainda mais no futuro.<br />

“É difícil falar da agência do<br />

futuro. Ela precisa ser constantemente<br />

reinventada. Não<br />

acredito mais em áreas <strong>de</strong>limitadas<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma agência,<br />

vamos trabalhar cada vez<br />

mais em ambientes colaborativos.<br />

A tecnologia afeta primeiro<br />

o consumidor e <strong>de</strong>pois<br />

o nosso trabalho. Estamos<br />

sempre nos <strong>de</strong>safiando a ser<br />

melhor todos os dias. Vemos<br />

um futuro sem muitas regras,<br />

on<strong>de</strong> vamos ter <strong>de</strong> achar soluções<br />

cada vez mais criativas<br />

para o nosso contexto. Então,<br />

precisamos estimular as pessoas,<br />

afinal, é <strong>de</strong>las que precisamos<br />

para fazer um futuro<br />

melhor”, finaliza Ilha.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 35


esPecial dia do mídia<br />

Papel do profissional engloba<br />

gerar conhecimento e novas i<strong>de</strong>ias<br />

Head <strong>de</strong> mídia da NBS, Luisa Bernar<strong>de</strong>s acredita na variação <strong>de</strong><br />

repertório para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> escolhas mais assertivas<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Desafiadora e mais do que<br />

nunca cheia <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s,<br />

a função <strong>de</strong> mídia sempre<br />

foi estratégica e vai muito<br />

além <strong>de</strong> negociação e compra<br />

<strong>de</strong> espaços. Com todas essas<br />

mudanças que a área sofreu<br />

nos últimos anos ficou ainda<br />

mais claro que o papel dos profissionais<br />

não é apenas a viabilização<br />

<strong>de</strong> veiculações, mas<br />

engloba geração <strong>de</strong> conhecimento,<br />

novas i<strong>de</strong>ias, projetos<br />

especiais e, particularmente, a<br />

interpretação <strong>de</strong> dados. “Hoje,<br />

o que não é mais tendência e<br />

sim realida<strong>de</strong> é o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> conteúdo<br />

em parceria com planejamento<br />

e criação, com base em<br />

dados, a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

baseadas em estudos <strong>de</strong> ROI e<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atribuição, a leitura<br />

do comportamento geográfico<br />

através do mobile e por aí vai”,<br />

reflete Luisa Bernar<strong>de</strong>s, head<br />

<strong>de</strong> mídia da NBS.<br />

E se nos últimos tempos<br />

houve uma enorme mudança<br />

na relação entre pessoas e marcas,<br />

não há nenhum indício <strong>de</strong><br />

que essas transformações <strong>de</strong>em<br />

uma estacionada. Para a profissional,<br />

essa mutação se dará<br />

principalmente com o avanço<br />

<strong>de</strong> tendências como a inteligência<br />

artificial e os assistentes<br />

virtuais. “Lançaram recentemente<br />

um assistente que faz<br />

ligações e agenda serviços no<br />

mundo offline, por exemplo, e<br />

isso muda a dinâmica <strong>de</strong> compra<br />

<strong>de</strong> produtos e contratação<br />

<strong>de</strong> serviços”, afirma. Para ela, o<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é enten<strong>de</strong>r qual<br />

será o papel da comunicação e<br />

da mídia nesse contexto e como<br />

fazer para que as marcas continuem<br />

relevantes para as pessoas<br />

neste novo universo.<br />

Em uma visão cuidadosa, a<br />

head <strong>de</strong> mídia da NBS também<br />

pon<strong>de</strong>ra que o alto nível <strong>de</strong> tecnologia<br />

empregada na propaganda<br />

não <strong>de</strong>ve canibalizar uma<br />

relação próxima e <strong>de</strong> confiança<br />

Luisa Bernar<strong>de</strong>s: “A televisão continua tendo relevância na construção das marcas”<br />

com os clientes. Neste contexto,<br />

é importante não esquecer<br />

que as leituras <strong>de</strong> dados e todas<br />

as ferramentas precisam estar a<br />

serviço <strong>de</strong> um objetivo maior,<br />

<strong>de</strong> negócio ou <strong>de</strong> marca e que,<br />

segundo Luisa, “o trabalho é e<br />

sempre será sobre pessoas, e não<br />

sobre tecnologia ou métricas”.<br />

As transformações que impactaram<br />

o segmento <strong>de</strong> fora<br />

para <strong>de</strong>ntro também mexeram<br />

com as estruturas dos <strong>de</strong>partamentos<br />

nas agências. Para a publicitária,<br />

o perfil mudou completamente<br />

e fez surgir dois<br />

movimentos importantes: a digitalização<br />

da mídia e a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> redução <strong>de</strong> equipe por<br />

uma contingência econômica e<br />

Divulgação<br />

“Temos li<strong>de</strong>rança<br />

ToTalmenTe<br />

híbrida e capaz<br />

<strong>de</strong> pensar<br />

esTraTégias<br />

como um Todo”<br />

pela mudança nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

remuneração. “Para o caso da<br />

digitalização, temos hoje uma<br />

li<strong>de</strong>rança totalmente híbrida e<br />

capaz <strong>de</strong> pensar as estratégias<br />

como um todo – tanto offline<br />

quanto digital –, enquanto a tática<br />

ainda tem os especialistas,<br />

que são fundamentais. Para o<br />

caso da redução do time, adotamos<br />

processos muito mais<br />

ágeis e controlados, o que permite<br />

que a equipe tenha um<br />

mínimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

nesse cenário complexo e entregue<br />

o trabalho com excelência”,<br />

explica.<br />

Sobre a aproximação da área<br />

<strong>de</strong> mídia e <strong>de</strong> criação, Luisa<br />

admite que houve um estreitamento,<br />

embora não acredite<br />

que um <strong>de</strong>va necessariamente<br />

guiar o outro em todos os casos.<br />

“A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>manda uma conversa<br />

muito mais constante entre os<br />

<strong>de</strong>partamentos. Foi consi<strong>de</strong>rando<br />

esse movimento que nós<br />

na NBS revimos nossos processos<br />

<strong>de</strong> trabalho e elaboramos<br />

uma forma muito mais integrada<br />

<strong>de</strong> colaboração”.<br />

Outra reflexão realizada por<br />

Luisa passa pela suposta migração<br />

<strong>de</strong> verba dos meios tradicionais<br />

para o digital. Para ela,<br />

o mobile passa por um processo<br />

<strong>de</strong> crescimento exponencial,<br />

mas a TV ainda tem um papel<br />

importante. “Basta ver dados<br />

<strong>de</strong> audiência e acompanhar<br />

o que tem se falado em re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Por consequência, a<br />

televisão continua tendo relevância<br />

na construção das marcas.<br />

Na minha opinião, não há<br />

um ou outro, e sim a combinação<br />

<strong>de</strong> várias coisas, <strong>de</strong> acordo<br />

com cada objetivo e com o papel<br />

que cada meio é capaz <strong>de</strong><br />

cumprir”. Como seria o mundo<br />

i<strong>de</strong>al para um profissional <strong>de</strong><br />

mídia? “Conseguir acompanhar<br />

<strong>de</strong> perto o impacto <strong>de</strong>sses<br />

movimentos nos resultados <strong>de</strong><br />

negócios e na imagem <strong>de</strong> marca,<br />

para que as <strong>de</strong>cisões sejam<br />

tomadas corretamente”.<br />

36 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


especial dia do mídia<br />

“Nos dias <strong>de</strong> hoje, ser muito técnico<br />

não é diferencial, é obrigação”<br />

Rodolpho Aguiar Eufrosino, da Dentsu Brasil, afirma que o profissional<br />

precisa ser criativo, enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong> gente para unir marcas<br />

KELLY DORES e<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Para Rodolpho Aguiar Eufrosino,<br />

diretor <strong>de</strong> mídia da<br />

Dentsu Brasil, ser mídia nos<br />

dias <strong>de</strong> hoje é um <strong>de</strong>safio, pois<br />

conseguir conectar as marcas<br />

com os consumidores é cada<br />

vez mais complexo. “O profissional<br />

precisa ser extremamente<br />

antenado, ser multifacetado,<br />

ter um repertório cultural cada<br />

vez mais vasto”, diz Eufrosino.<br />

Na opinião <strong>de</strong>le, a mídia precisa<br />

ser pautada por dados e<br />

tecnologia, e num futuro próximo,<br />

ser o ponto inicial da construção<br />

<strong>de</strong> briefings e estratégias<br />

para as marcas. “A tecnologia<br />

seguirá empurrando as barreiras<br />

da comunicação, surgirão<br />

novos players, novas formas<br />

<strong>de</strong> consumir conteúdo. Estar<br />

atualizado e principalmente<br />

pensando à frente do momento<br />

atual é imprescindível, pois<br />

quando dados e tecnologia forem<br />

commodities, ser um mídia<br />

criativo e capaz <strong>de</strong> traduzir<br />

esses assets em estratégias inovadoras<br />

será fundamental para<br />

as marcas que aten<strong>de</strong>mos”.<br />

Outro ponto importante é<br />

que um profissional <strong>de</strong> mídia<br />

tem <strong>de</strong> ser criativo. “Nos dias<br />

<strong>de</strong> hoje, ser só muito técnico<br />

não é diferencial, é obrigação.<br />

Ser criativo e sair da zona <strong>de</strong><br />

conforto é outra obrigação,<br />

enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologia então,<br />

nem se fala. É preciso também<br />

enten<strong>de</strong>r muito <strong>de</strong> gente, pois a<br />

principal função ainda é saber<br />

como unir marcas/produtos e<br />

pessoas, respeitando a forma<br />

<strong>de</strong> pensar, consumir, se entreter<br />

e <strong>de</strong> compra dos consumidores”,<br />

avalia.<br />

Com experiência <strong>de</strong> 19 anos<br />

<strong>de</strong>ntro do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

agências, Eufrosino argumenta<br />

que nem <strong>de</strong> perto é o mesmo<br />

profissional e afirma que a troca<br />

<strong>de</strong> experiências e uma equipe<br />

diversificada são essenciais.<br />

“É cada vez mais necessário ter<br />

uma equipe diversificada, com<br />

Rodolpho Aguiar Eufrosino: “A tecnologia seguirá empurrando a comunicação”<br />

talentos que se completam e<br />

cooperam entre si, criando um<br />

ambiente mais rico e colaborativo.<br />

Algumas pessoas que<br />

já trabalharam comigo conseguem<br />

atestar o quanto eu me<br />

preocupo com isso. Por que<br />

não dar um briefing <strong>de</strong> uma<br />

campanha <strong>de</strong> digital para uma<br />

pessoa do seu time que é expert<br />

em offline? Com o suporte<br />

correto, na próxima campanha<br />

seu expert <strong>de</strong> offline não será o<br />

mesmo e assim você consegue<br />

criar uma equipe equilibrada e<br />

colaborar na construção <strong>de</strong>sse<br />

novo mídia. A cada dia aprendo<br />

com as pessoas que estão<br />

à minha volta, acredito muito<br />

nisso e incentivo <strong>de</strong> fato que as<br />

Divulgação<br />

“Estar atualizado<br />

E principalmEntE<br />

pEnsando à frEntE<br />

do momEnto atual<br />

é imprEscindívEl”<br />

pessoas do time troquem experiências”,<br />

<strong>de</strong>staca ele.<br />

De acordo com o diretor <strong>de</strong><br />

mídia da Dentsu, alcançar o<br />

consumidor em vários pontos<br />

<strong>de</strong> contato é hoje a tarefa mais<br />

árdua para um profissional <strong>de</strong><br />

mídia, assim como eleger o que<br />

é prioritário <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma estratégia<br />

<strong>de</strong> negócios e como<br />

abraçar o consumidor com sua<br />

mensagem sem ser evasivo,<br />

ampliando sua eficiência. “Os<br />

consumidores já <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><br />

ser só ABC <strong>18</strong>+, eles são um<br />

conjunto <strong>de</strong> valores, crenças,<br />

hábitos e é nesse contexto que<br />

temos <strong>de</strong> criar um link entre<br />

anunciantes e consumidores”.<br />

Dentro do contexto <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> meios, Eufrosino<br />

reforça que não vê a morte <strong>de</strong><br />

nenhum meio, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este<br />

busque se a<strong>de</strong>quar ao modo<br />

que as pessoas consomem conteúdo”.<br />

Já em um cenário <strong>de</strong><br />

fake news, ele avalia que quem<br />

ganha fôlego é a fonte. “Hoje,<br />

quando as pessoas recebem<br />

algo que elas <strong>de</strong>sconfiam, buscam<br />

fontes com as quais elas já<br />

têm um relacionamento <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>”,<br />

diz o executivo.<br />

Em relação à concentração<br />

da TV, ele observa que ela segue<br />

sendo uma força, não só<br />

no nosso mercado, mas globalmente,<br />

e que a força <strong>de</strong> uma<br />

mídia está no conteúdo. “Mais<br />

do que isso, temos os produtores<br />

gigantes <strong>de</strong> conteúdo, e,<br />

sim, a força está no conteúdo. O<br />

smartphone é hoje o <strong>de</strong>vice que<br />

mais está na mão das pessoas,<br />

mas todos os gran<strong>de</strong>s produtores<br />

<strong>de</strong> conteúdo já o distribuem<br />

por diversas plataformas, VOD,<br />

digital streaming, internet e<br />

social”, completa.<br />

Sobre re<strong>de</strong>s sociais, ele ressalta<br />

que a força das re<strong>de</strong>s sociais<br />

não está mais limitada a<br />

fatores como recomendação,<br />

aval, a<strong>de</strong>quação, mas também<br />

como canais <strong>de</strong> mídia po<strong>de</strong>rosos.<br />

“Temos re<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong><br />

100 milhões <strong>de</strong> usuários e isso<br />

não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezado”.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 37


especial dia do mídia<br />

“Não adianta gerar dados se não<br />

interpretá-los da forma correta”<br />

Para Amanda Gasperini, diretora <strong>de</strong> analytics e mídia da F.biz, o principal<br />

<strong>de</strong>safio é usar a tecnologia a favor das estratégias e do negócio do cliente<br />

KELLY DORES e<br />

RENATO ROGENSKI<br />

integração das áreas <strong>de</strong>ntro<br />

A das agências é hoje mais<br />

do que uma realida<strong>de</strong> – é uma<br />

necessida<strong>de</strong>. No caso da F.biz,<br />

os trabalhos <strong>de</strong> mídia e criação<br />

andam juntos. “A mídia faz o<br />

briefing à criação juntamente<br />

com o planejamento a fim <strong>de</strong><br />

garantir que a mensagem seja<br />

propagada na plataforma certa,<br />

e no tempo e duração mais a<strong>de</strong>quados<br />

ao formato que melhor<br />

alcançará o target a ser impactado.<br />

A mídia oferece recursos<br />

para aumentar a assertivida<strong>de</strong><br />

na distribuição da mensagem,<br />

seja por um formato <strong>de</strong> alto<br />

impacto ou por segmentação,<br />

seja <strong>de</strong> horário, <strong>de</strong> contexto,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>vice etc.”, conta Amanda<br />

Gasperini, diretora <strong>de</strong> analytics<br />

e mídia da F.biz.<br />

Amanda ressalta que na<br />

F.biz o profissional <strong>de</strong> mídia<br />

que planeja e executa a campanha<br />

também é responsável<br />

por acompanhar e analisar o<br />

resultado do seu trabalho. “Assim,<br />

a disciplina <strong>de</strong> analytics<br />

fica responsável pela análise do<br />

impacto que a ação teve para o<br />

negócio do cliente. E a equipe<br />

<strong>de</strong> performance fica totalmente<br />

focada em trazer o melhor das<br />

ferramentas para alavancar os<br />

resultados das campanhas. Já<br />

a renovação vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

como cada agência conduz o<br />

seu negócio e se vê como priorida<strong>de</strong><br />

ter uma atuação guiada a<br />

resultados, que estamos sendo<br />

cada vez mais cobrados”.<br />

Sobre o perfil <strong>de</strong> um profissional<br />

<strong>de</strong> mídia, ela fala que<br />

o mercado exige muito mais<br />

conhecimento, tanto técnico<br />

como estratégico, e uma visão<br />

holística. “O profissional precisa<br />

enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> dados e <strong>de</strong> tecnologia<br />

para <strong>de</strong>senvolver uma<br />

estratégica eficaz, a favor do<br />

negócio do cliente. E precisa<br />

enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> comportamento<br />

também. Estudar o consumo<br />

dos meios é fundamental para<br />

Amanda Gasperini: “É fundamental que o profissional conheça a jornada do consumidor”<br />

conhecer o consumidor, os seus<br />

hábitos, por quais assuntos as<br />

pessoas se interessam. A compreensão<br />

dos pontos <strong>de</strong> contato<br />

é vital para garantir que a<br />

comunicação seja aceita, que a<br />

mensagem seja associada pelo<br />

target. É fundamental também<br />

saber avaliar os resultados <strong>de</strong><br />

mídia, além das métricas das<br />

ferramentas, agilida<strong>de</strong> para otimizar<br />

o budget dos clientes durante<br />

as ações,” <strong>de</strong>staca ela.<br />

Para a executiva, finalmente<br />

o mercado parece reconhecer<br />

que os meios estão convergindo<br />

cada vez mais, sendo que a<br />

integração entre online e offline<br />

já é uma realida<strong>de</strong>. “Na F.biz,<br />

Divulgação<br />

“O pensamentO<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>ve<br />

ser fOcadO nO<br />

cOnsumidOr, nas<br />

suas ativida<strong>de</strong>s<br />

e na dinâmica<br />

pela qual ele<br />

se relaciOna<br />

cOm Os meiOs”<br />

não nos pautamos só pela mídia,<br />

mas também pelo comportamento<br />

das pessoas. A jornada<br />

<strong>de</strong> consumo mudou. São várias<br />

telas, apps, entretenimentos, e<br />

diversos canais, ou seja, temos<br />

uma nova forma <strong>de</strong> consumir<br />

conteúdo. Não importa mais se<br />

o meio é digital ou tradicional,<br />

o importante é assegurar que a<br />

mensagem respeite as peculiarida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> consumo do meio<br />

e dos momentos vividos pelas<br />

pessoas”, pontua ela.<br />

De acordo com Amanda Gasperini,<br />

o principal <strong>de</strong>safio do<br />

mercado <strong>de</strong> mídia hoje é usar<br />

a tecnologia e os dados a favor<br />

das estratégias com foco no<br />

negócio do cliente. “Na F.biz,<br />

monitoramos os KPIs e as métricas<br />

das ações a fim <strong>de</strong> corrigir<br />

rotas e aferir resultados, acumulando<br />

informações minuciosas<br />

<strong>de</strong> cada etapa do projeto.<br />

Não adianta gerar dados se não<br />

existir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretá-los<br />

da forma correta e <strong>de</strong><br />

acordo com os objetivos <strong>de</strong> negócios<br />

do cliente. Por isso, esse<br />

é um dos principais <strong>de</strong>safios<br />

para o mercado <strong>de</strong> mídia. Além<br />

disso, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se trabalhar<br />

orientado para o negócio<br />

do cliente torna imprescindível<br />

a revisão frequente dos investimentos.<br />

As agências serão mais<br />

e mais cobradas por resultado e<br />

vejo os profissionais <strong>de</strong> mídia<br />

procurarem cada vez mais por<br />

dados”, observa.<br />

Na opinião da executiva, a<br />

tecnologia ajudou a conferir um<br />

caráter estratégico à mídia. “As<br />

plataformas são um exemplo<br />

e quem souber usá-las <strong>de</strong> maneira<br />

inteligente abrirá muitas<br />

oportunida<strong>de</strong>s para as marcas.<br />

Privilegiar a entrega <strong>de</strong> conteúdo<br />

ou experiência <strong>de</strong> maneira<br />

contextualizada e integrada ao<br />

publisher também é uma das<br />

principais oportunida<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>radas<br />

hoje para valorizar a<br />

marca e mostrar a importância<br />

<strong>de</strong> se ter um pensamento integrado<br />

<strong>de</strong> mídia”, diz a diretora<br />

<strong>de</strong> analytics e mídia da F.Biz.<br />

38 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


especIal dIa do mídIa<br />

Informação bem usada diminui a<br />

margem <strong>de</strong> dúvida sobre o retorno<br />

Utilização cada vez mais completa e precisa <strong>de</strong> dados é a tendência;<br />

executivo da Isobar vê mais po<strong>de</strong>r e responsabilida<strong>de</strong> para a área<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

frase “com gran<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>res<br />

vêm gran<strong>de</strong>s responsa-<br />

A<br />

bilida<strong>de</strong>s” costuma ser familiar<br />

aos fãs <strong>de</strong> super-heróis. Dita<br />

por Ben, tio <strong>de</strong> Peter Parker, o<br />

Homem-Aranha, ela po<strong>de</strong>ria<br />

também ser aplicada ao profissional<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> hoje.<br />

Na visão <strong>de</strong> Luis Padilha, VP<br />

<strong>de</strong> mídia da Isobar, o profissional<br />

da área vive em um ambiente<br />

mais dinâmico, relevante e<br />

estratégico. Tudo isso ocorre<br />

na esteira da digitalização e da<br />

proliferação <strong>de</strong> dados, que juntos<br />

ofertam uma matemática<br />

mais precisa dos retornos. “O<br />

profissional ganhou uma responsabilida<strong>de</strong><br />

maior. Ele tinha<br />

um valor na agência e hoje tem<br />

um reconhecimento mais alto.<br />

É um momento <strong>de</strong> florescimento.<br />

Tem uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos,<br />

turbinados pela entrada<br />

dos players digitais e em constante<br />

transformação”.<br />

Enquanto a TV encontrou o<br />

seu “Santo Graal” com o break,<br />

a internet e o mobile seguem<br />

nessa pesquisa. E é importante<br />

o mídia estar bem próximo<br />

<strong>de</strong>sse movimento. Mas não sozinho.<br />

Assim como colegas no<br />

mercado, Padilha acredita na<br />

crescente proximida<strong>de</strong> da mídia<br />

com o restante da agência.<br />

“É mais dinâmico, têm coisas<br />

novas a toda hora. O criativo<br />

não consegue startar no trabalho<br />

na agência se não estiver<br />

com a mídia do lado, trocando<br />

i<strong>de</strong>ias. Sempre que possível,<br />

busco ter as equipes juntas no<br />

briefing”.<br />

Outro canal que precisa estar<br />

sempre aberto e em sintonia<br />

é o entre mídia e cliente. Com<br />

a transformação constante e<br />

veloz do trabalho, em ferramentas,<br />

formatos e contextos,<br />

o anunciante precisa ter interesse<br />

em acompanhar. Para<br />

Padilha, sem essas parcerias o<br />

negócio não teria andado até<br />

aqui e tampouco seguiria firme<br />

pelos próximos anos. “Nunca vi<br />

Luis Padilha: “Temos uma noção claríssima do retorno. E essa margem <strong>de</strong> dúvida vai diminuir mais”<br />

a área <strong>de</strong> marketing dos clientes<br />

tão ativa. Há um interesse enorme<br />

em transformação, e eles<br />

são importantíssimos ao apoiar<br />

i<strong>de</strong>ias. De forma geral, não há<br />

resistência. Os clientes estão<br />

com áreas altamente profissionalizadas,<br />

preparados para testar,<br />

querendo escutar e participar<br />

<strong>de</strong>sse momento”, diz.<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora<br />

Se da porta para fora as<br />

transformações têm sido rápidas<br />

e intensas, do lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

também. O executivo avalia<br />

que o presente é <strong>de</strong> aprendizado<br />

coletivo e <strong>de</strong> crescimento,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da ida<strong>de</strong>.<br />

Aliás, esse é um critério que<br />

ten<strong>de</strong> a per<strong>de</strong>r força. “Entre<br />

uma pessoa que tem 50 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> e uma <strong>de</strong> 25 há uma diferença<br />

<strong>de</strong> experiência, mas no<br />

digital é praticamente igual. As<br />

coisas estão sendo inventadas<br />

“O mídia é O gran<strong>de</strong><br />

maestrO <strong>de</strong>ssa<br />

Orquestra dOs<br />

dadOs. ele precisa<br />

ter inteligência<br />

para aplicar,<br />

tirar insumOs<br />

e atuar nas<br />

recOmendações<br />

para Os clientes”<br />

Divulgação<br />

neste momento e quem quiser<br />

apren<strong>de</strong>r vai apren<strong>de</strong>r. É um<br />

momento excitante”, comenta.<br />

Nesse ponto <strong>de</strong> equipe e <strong>de</strong> visão<br />

para o mercado, ele vê vantagens<br />

na Isobar, que nasceu digital<br />

e tem isso como vocação.<br />

“Faz parte do dia a dia. É mais<br />

ou menos como uma criança <strong>de</strong><br />

cinco anos que pega um iPad na<br />

mão. É instintivo”, completa.<br />

Ele vê três tendências - dados,<br />

dados e dados - e avalia<br />

que este movimento ganhará<br />

mais força. Por isso, quem dominar<br />

bem essa matéria terá<br />

uma oferta diferenciada no<br />

mercado. “O mídia é o gran<strong>de</strong><br />

maestro <strong>de</strong>ssa orquestra dos<br />

dados. Ele precisa ter inteligência<br />

para aplicar, tirar insumos e<br />

atuar nas recomendações para<br />

os clientes. Temos uma noção<br />

claríssima do retorno. E essa<br />

margem <strong>de</strong> dúvida vai diminuir<br />

mais”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 39


especial Dia Do MíDia<br />

Dados e pesquisa apoiam costura<br />

<strong>de</strong> um planejamento cirúrgico<br />

Diretor-geral da área na Lew’Lara\TBWA, Thiago Ferraz fala sobre os<br />

<strong>de</strong>safios, tendências, inovações e oportunida<strong>de</strong>s do mercado brasileiro<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Atualmente ser um profissional<br />

<strong>de</strong> mídia é estar na<br />

velocida<strong>de</strong> da cultura e manter<br />

o radar sempre sintonizado<br />

para antecipar o que <strong>de</strong>ve virar<br />

conversa no dia seguinte. Pelo<br />

menos essa é a <strong>de</strong>finição mais<br />

coerente sobre a ativida<strong>de</strong> na<br />

visão <strong>de</strong> Thiago Ferraz, diretor-<br />

-geral <strong>de</strong> mídia da Lew’Lara\<br />

TBWA. Ele está há poucos dias<br />

na agência, mas com 20 anos<br />

<strong>de</strong> experiência no mercado e<br />

passagens por Taterka (hoje<br />

DPZ&T), Carillo Pastore EuroRSCG<br />

(atual Havas) e Age<br />

(atual mcgarrybowen) vivenciou<br />

todo o “tsunami” que<br />

transformou o segmento nas<br />

últimas duas décadas.<br />

Para falar sobre tendências<br />

<strong>de</strong> mídia, o profissional prefere<br />

fugir dos temas mais óbvios<br />

como “compra programática”<br />

e “inteligência artificial” para<br />

ressaltar o assistente <strong>de</strong> voz<br />

como um gran<strong>de</strong> universo a<br />

ser explorado nos próximos<br />

anos. Ao mesmo tempo, enxerga<br />

que o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é<br />

enten<strong>de</strong>r os novos comportamentos<br />

do público e, <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>sse contexto, trazer relevância<br />

para as marcas.<br />

Já totalmente integrado<br />

ao dia a dia e ao espírito da<br />

Lew’Lara\TBWA, agência na<br />

qual começou a sua carreira,<br />

inclusive, Ferraz enxerga gran<strong>de</strong>s<br />

oportunida<strong>de</strong>s para área <strong>de</strong><br />

mídia, principalmente ao trabalhar<br />

com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir<br />

na mesma estratégia meios,<br />

mo<strong>de</strong>los e formatos consolidados<br />

com aqueles que prometem<br />

proporcionar um nível maior<br />

<strong>de</strong> impacto e engajamento com<br />

os consumidores. “A associação<br />

<strong>de</strong> mídia tradicional com<br />

ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, por<br />

exemplo, po<strong>de</strong> fazer com que<br />

as marcas criem relevância e<br />

se <strong>de</strong>staquem, além do volume<br />

<strong>de</strong> views, GRPS, impressões e<br />

afins”, afirma.<br />

Outro ponto interessante<br />

Divulgação<br />

Thiago Ferraz: “O que <strong>de</strong>veremos ver é uma migração <strong>de</strong> investimento por plataforma”<br />

“É preciso<br />

tomar cuidado<br />

redobrado para<br />

que sua mensagem<br />

não seja mal<br />

interpretada”<br />

levantado pelo diretor é a respeito<br />

da relevância do <strong>de</strong>partamento,<br />

que hoje muitas vezes<br />

ajuda a pautar as áreas <strong>de</strong> criação,<br />

principalmente por conta<br />

da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos<br />

existentes e as diferentes formas<br />

<strong>de</strong> abordagem <strong>de</strong> cada um<br />

<strong>de</strong>les. “A mídia, <strong>de</strong> alguma forma,<br />

sempre foi importante para<br />

orientar a criação sobre quais<br />

formatos ou peças seriam criadas.<br />

No entanto, como havia<br />

uma certa padronização e menos<br />

opções, isso se tornava um<br />

processo muito mais simples.<br />

Como temos um novo formato<br />

a cada instante, com diferentes<br />

tipos <strong>de</strong> abordagem e métricas<br />

diferentes, se mostrou necessário<br />

uma maior aproximação do<br />

time criativo para essas orientações”,<br />

explica.<br />

MíDia cirúrgica<br />

Ao mesmo tempo em que<br />

esse vasto repertório <strong>de</strong> mídias<br />

abriu infinitas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

comunicação, Ferraz também<br />

acredita que pesquisas e dados<br />

são essenciais para otimizar a<br />

comunicação em cada etapa da<br />

jornada do consumidor e evitar<br />

o <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> dinheiro.<br />

“Hoje em dia está cada vez mais<br />

raro encontrarmos clientes que<br />

possuam verba suficiente para<br />

suportar vários pontos <strong>de</strong> contato.<br />

Por isso, precisamos nos<br />

apoiar cada vez mais em pesquisas<br />

e dados para enten<strong>de</strong>rmos<br />

o comportamento do nosso<br />

consumidor e fazer a mídia<br />

cirúrgica”, acredita.<br />

A migração <strong>de</strong> verbas dos<br />

meios tradicionais para o digital<br />

também foi abordada por<br />

Ferraz. Para ele, é bem possível<br />

que a televisão continue<br />

concentrando a maior parte<br />

dos investimentos por um bom<br />

tempo, “sobretudo, porque boa<br />

parte do consumo <strong>de</strong> entretenimento<br />

do celular está em assistir<br />

conteúdos gerados pelas<br />

próprias TVs”. “O que <strong>de</strong>veremos<br />

ver, nos próximos anos, é<br />

uma migração <strong>de</strong> investimento<br />

por plataforma. Da TV para o<br />

VOD”, argumenta. Em sua visão,<br />

o rádio também continua<br />

relevante e relembra: “Existem<br />

nomes na música brasileira e<br />

global que só são sucesso porque<br />

tocam na rádio”.<br />

Por fim, o diretor-geral <strong>de</strong> mídia<br />

da Lew’Lara\TBWA lembrou<br />

também que as re<strong>de</strong>s sociais<br />

ganham cada vez mais força<br />

por conta <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r disseminador.<br />

“Sua ampla gama <strong>de</strong> formatos<br />

e segmentações permite<br />

uma mídia cirúrgica. Mas justamente<br />

por sua polarização,<br />

é preciso tomar cuidado redobrado<br />

para que sua mensagem<br />

não seja mal interpretada pelo<br />

público”, argumenta.<br />

40 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


EspEcial dia do mídia<br />

Entrega hoje vai muito além da<br />

comunicação, afirma executivo<br />

Com três escritórios, Artplan busca inovação com diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

profissionais e visão cada vez mais estratégica e integrada do setor<br />

Claudia Penteado<br />

Francisco Rosa, ou Chico<br />

Rosa como é conhecido o<br />

diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Artplan<br />

<strong>de</strong> São Paulo, costuma dizer<br />

que o mercado atual é sobre<br />

i<strong>de</strong>ias e não sobre campanhas.<br />

Nesse cenário, a mídia adquiriu<br />

um papel mais fundamental do<br />

que nunca no pensamento estratégico:<br />

do conhecimento da<br />

atual jornada do consumidor e<br />

do mapeamento <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

à produção e distribuição<br />

<strong>de</strong> conteúdo. “Nosso dia a<br />

dia é pautado por projetos e não<br />

por entregas <strong>de</strong>partamentalizadas.<br />

Estamos na mesa com<br />

diferentes áreas, pensando em<br />

entregas que vão muito além da<br />

comunicação. A mídia precisa<br />

encontrar formas revolucionárias<br />

<strong>de</strong> chegar até as pessoas levando<br />

benefícios e não apenas<br />

mensagens”, diz Chico.<br />

Os três escritórios da Artplan<br />

atualmente têm 65 pessoas na<br />

mídia, com diferentes skills<br />

- nativos digitais, <strong>de</strong> BI, performance<br />

- algo que, segundo<br />

Chico, é imprescindível. “O que<br />

orienta essa turma toda, sem<br />

dúvida, é o inconformismo,<br />

querer conhecer mais e mais<br />

sempre, fazer diferente e melhor.<br />

E nesse contexto a agência<br />

precisa estar preparada, ser<br />

um ambiente propício para que<br />

possam <strong>de</strong>senvolver suas habilida<strong>de</strong>s,<br />

sem nenhum obstáculo<br />

ou trava”, observa.<br />

O processo <strong>de</strong> trabalho na<br />

mídia vem se transformando<br />

e o contexto é cada vez menos<br />

<strong>de</strong>partamentalizado. A mídia<br />

se encaixa hoje <strong>de</strong> maneira<br />

natural no processo, e a integração<br />

ocorre não em relação<br />

a outras áreas, mas em pensamento<br />

e i<strong>de</strong>ia. “A mídia entra<br />

no princípio <strong>de</strong> tudo, junto ao<br />

planejamento e BI. Essa trinca<br />

trabalha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o entendimento<br />

do problema do cliente até a<br />

recomendação estratégica para<br />

resolvê-lo. A proximida<strong>de</strong> com<br />

a criação e o conteúdo também<br />

Chico Rosa: “Dia a dia é pautado por projetos e não por entregas <strong>de</strong>partamentalizadas”<br />

é gran<strong>de</strong> e necessária, já que<br />

não se trata apenas <strong>de</strong> botar<br />

uma campanha no ar e, sim,<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar novos formatos<br />

e novos jeitos <strong>de</strong> usar os canais<br />

disponíveis”, diz.<br />

Nas apresentações, faz tempo<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser um capítulo<br />

específico, uma vez que se<br />

insere ao longo <strong>de</strong> toda a história<br />

que está sendo contada.<br />

Segundo Chico, a mídia talvez<br />

seja o <strong>de</strong>partamento mais impactado<br />

- positivamente - pelos<br />

novos recursos tecnológicos e<br />

suas possibilida<strong>de</strong>s.<br />

“Todo dia conhecemos novos<br />

recursos e ferramentas, e<br />

avaliamos como tudo isso po<strong>de</strong><br />

nos ajudar a entregar melhores<br />

resultados para os clientes e<br />

Divulgação<br />

“A mídiA entrA<br />

no princípio <strong>de</strong><br />

tudo, junto Ao<br />

plAnejAmento e<br />

Bi. essA trincA<br />

trABAlhA <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o entendimento<br />

do proBlemA do<br />

cliente, Até A<br />

recomendAção<br />

estrAtégicA pArA<br />

resolvê-lo”<br />

para a agência. Tanto para levantamento<br />

<strong>de</strong> dados e informações,<br />

como na automação<br />

<strong>de</strong> processos, na forma como<br />

compramos mídia e como fazemos<br />

seu acompanhamento”,<br />

observa o executivo.<br />

Por sinal, nos dados sempre<br />

esteve uma das gran<strong>de</strong>s forças<br />

da mídia, mas a área teve <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>r a analisá-los <strong>de</strong> maneira<br />

mais integrada, contando<br />

com pessoas <strong>de</strong> diversas áreas<br />

- tra<strong>de</strong>, BI, vendas, pós-vendas,<br />

consumo <strong>de</strong> meios etc. - um<br />

trabalho coletivo para transformá-los<br />

em estratégias baseadas<br />

em comportamentos.<br />

E por falar em comportamento,<br />

o uso do celular representa<br />

um <strong>de</strong>safio constante, uma vez<br />

que está nas mãos das pessoas,<br />

<strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s, em todos os<br />

cantos do país, em alguns casos<br />

dividindo a atenção com outras<br />

plataformas <strong>de</strong> mídia.<br />

Chico afirma que ainda há<br />

muito a apren<strong>de</strong>r para explorar<br />

melhor essa plataforma, do<br />

ponto <strong>de</strong> vista da visão do consumidor<br />

e também das marcas.<br />

No Brasil, em especial, a TV<br />

continua mexendo profundamente<br />

com a estratégia das<br />

marcas. “O Brasil é um país<br />

muito gran<strong>de</strong>, com características<br />

peculiares em cada região.<br />

A força da TV não se <strong>de</strong>ve só à<br />

questão territorial e <strong>de</strong> acesso,<br />

mas também a fatores culturais.<br />

E isso obviamente reflete<br />

diretamente na estratégia das<br />

marcas, que sempre estarão<br />

atrás dos consumidores, on<strong>de</strong><br />

eles estiverem”, observa. Para<br />

ele, o papel da mídia se manterá<br />

relevante para os clientes<br />

na medida em que for capaz <strong>de</strong><br />

otimizar verba, aumentar a visibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> marcas e produtos<br />

e promover as vendas.<br />

E <strong>de</strong>ntro da agência, a mídia<br />

<strong>de</strong>ve se tornar cada dia mais relevantes<br />

como provedora <strong>de</strong> informações<br />

sobre consumo, sobre<br />

consumidores e mapeando<br />

novas oportunida<strong>de</strong>s para falar<br />

com tantos perfis distintos.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 41


especIal dIa do mídIa<br />

Y&R quer se inserir no início dos<br />

processos para melhor <strong>de</strong>sempenho<br />

Agência busca agregar conhecimentos <strong>de</strong> consultorias e do segmento<br />

<strong>de</strong> PR para fortalecer o plano dos clientes; pulso no negócio é a chave<br />

Danúbia Paraizo<br />

Menos melindres e mais<br />

ação. Esse é o pensamento<br />

que tem orientado o <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> mídia da Y&R em<br />

meio às mudanças do mercado<br />

e o fortalecimento <strong>de</strong> novos<br />

atores, como agências <strong>de</strong> PR<br />

e consultorias. Para Glaucia<br />

Montanha, diretora-geral <strong>de</strong><br />

mídia da agência, disciplinas<br />

complementares são sempre<br />

bem-vindas, uma vez que o objetivo<br />

final é sempre o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do cliente. “Quando<br />

você olha para o negócio,<br />

você tem menos melindres<br />

com os novos atores e passa a<br />

entendê-los como parceiros. O<br />

<strong>de</strong>safio é ter um negócio agregador.<br />

Para o PR, por exemplo,<br />

é importante ter olhar <strong>de</strong> SEO.<br />

Se tiver um link certo na palavra<br />

certa vai gerar um tráfego<br />

que para mim como mídia vai<br />

ser mais otimizado. Nas consultorias,<br />

você traz mais assertivida<strong>de</strong>.<br />

Os atores contribuem<br />

para a discussão”.<br />

Responsável pelo maior volume<br />

<strong>de</strong> investimento em mídia<br />

do Brasil, a Y&R aten<strong>de</strong> a clientes<br />

<strong>de</strong> alto calibre, tais como o<br />

grupo Via Varejo, <strong>de</strong>tentor da<br />

Casas Bahia e Pontofrio. Sobretudo<br />

em um nicho como o varejista,<br />

otimização <strong>de</strong> resultados<br />

e performance são palavras <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m na mídia. Não à toa, a<br />

Y&R montou no começo <strong>de</strong>ste<br />

ano uma mesa <strong>de</strong> performance<br />

digital com olhar voltado para<br />

otimização. “Fizemos testes<br />

com alguns clientes e no segundo<br />

semestre vamos enviar<br />

o link em tempo real do que a<br />

gente está fazendo na mídia.<br />

Será um acompanhamento vivo<br />

para que a reação seja em tempo<br />

real também. O cliente vai<br />

saber o que está acontecendo,<br />

enten<strong>de</strong>r o acompanhamento<br />

<strong>de</strong> rota não apenas no digital”.<br />

Para a executiva, gestão<br />

compartilhada e aberta é um<br />

dos <strong>de</strong>safios da agência, e passa<br />

a ser um benefício oferecido<br />

para trazer mais confiança aos<br />

clientes.<br />

IntegRação<br />

Em um cenário em que o<br />

digital ganha cada vez mais<br />

relevância, não à toa, cresceu<br />

14,8% em 2017, como indicou a<br />

pesquisa Digital Ad Spend 20<strong>18</strong>,<br />

do IAB Brasil, Glaucia <strong>de</strong>staca<br />

que o olhar do mídia <strong>de</strong>ve ser<br />

cada vez mais analítico, a fim<br />

<strong>de</strong> saber equilibrar os investimentos<br />

dos clientes, fugindo<br />

<strong>de</strong> receitas prontas. Nesse sentido,<br />

o planejamento está cada<br />

vez mais plural e menos ingessado,<br />

pois abrange outros pontos<br />

<strong>de</strong> contato que não apenas<br />

venda. A construção <strong>de</strong> marca,<br />

por exemplo, é um <strong>de</strong>les. “A TV<br />

sempre será um meio relevante<br />

no nosso país, o que temos<br />

Divulgação<br />

Glaucia Montanha: “Cada meio tem um KPI que precisa ser avaliado, não só <strong>de</strong> vendas”<br />

“Evoluímos<br />

muito Em<br />

mEnsuração<br />

graças ao<br />

digital”<br />

feito é incluir os outros meios<br />

nos micromomentos do consumidor.<br />

Evoluímos muito em<br />

mensuração graças ao digital.<br />

A gente consegue saber qual<br />

é o papel <strong>de</strong> cada mídia. Po<strong>de</strong><br />

ser que em relação à venda ele<br />

não performe tão bem, mas tenha<br />

bons resultados em outro<br />

atributo. Esse aprendizado é<br />

muito vivo”.<br />

Segundo a executiva, enten<strong>de</strong>r<br />

os momentos do consumidor<br />

se torna fundamental nesse<br />

contexto. “Na rua, a pessoa está<br />

aberta a um tipo <strong>de</strong> consumo.<br />

No cinema, outra coisa, mas<br />

vai gerar impacto <strong>de</strong> qualquer<br />

maneira. Determinar métricas<br />

para cada meio é a chave, não<br />

para campanha como um todo.<br />

Cada meio tem um KPI que<br />

precisa ser avaliado, não só <strong>de</strong><br />

resultado em vendas, porque<br />

daí você abandona coisas importantes”.<br />

Como exemplo ela<br />

cita o recente problema <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabastecimento<br />

<strong>de</strong> combustível<br />

e alimentos causado pela greve<br />

dos caminhoneiros, em São<br />

Paulo. “No período, o consumo<br />

diminuiu e isso impactou diretamente<br />

as vendas. Muitas pessoas<br />

não saíram <strong>de</strong> casa. Nesse<br />

momento você tem <strong>de</strong> saber o<br />

que indicar para o cliente. Ter<br />

esse pulso e ser analítico faz<br />

parte do nosso cotidiano, é uma<br />

análise diária do momento do<br />

mercado, rentabilida<strong>de</strong> e tendências<br />

<strong>de</strong> consumo”.<br />

Pensando em traduzir esse<br />

pensamento para o dia a dia da<br />

agência, Glaucia explica que<br />

uma série <strong>de</strong> medidas foram<br />

tomadas. Uma <strong>de</strong>las foi renovar<br />

o perfil dos profissionais do<br />

<strong>de</strong>partamento, trazendo os que<br />

têm olhar em viewability, negócios<br />

e resultados. “Em 2017,<br />

mudamos mais <strong>de</strong> 70% do perfil<br />

das pessoas. Isso tem a ver<br />

com quem tinha olhar e trazer<br />

disciplinas <strong>de</strong> olhar <strong>de</strong> negócio<br />

que queríamos trazer para<br />

o cliente. Além <strong>de</strong>ssa mesa <strong>de</strong><br />

performance, criamos processos<br />

que funcionam na pratica”.<br />

42 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


AgêNciAs<br />

Dentsu Aegis Network reestrutura<br />

comando na América Latina<br />

Grupo promove dois lí<strong>de</strong>res regionais; Claudia Colaferro <strong>de</strong>ixa o cargo<br />

<strong>de</strong> CEO Latam e assume como presi<strong>de</strong>nte multicultural para Américas<br />

RENATO ROGENSKI<br />

conceito <strong>de</strong> pensar globalmente, mas agir<br />

O localmente, parece servir como um guia<br />

também para a Dentsu Aegis Network. A empresa<br />

acaba <strong>de</strong> anunciar uma série <strong>de</strong> mudanças<br />

em sua operação na América Latina. Entre<br />

elas, a promoção <strong>de</strong> dois lí<strong>de</strong>res locais, além<br />

<strong>de</strong> um novo head of media e presi<strong>de</strong>nte para<br />

a Amplifi, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra programática<br />

que ainda não atua no Brasil. O objetivo da<br />

restruturação é reforçar o comando para suportar<br />

o crescimento regional. Dentro <strong>de</strong>sse<br />

cenário <strong>de</strong> modificações, após li<strong>de</strong>rar a região<br />

por seis anos como CEO, a brasileira Claudia<br />

Colaferro foi promovida para uma posição <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança com escopo mais amplo e assume<br />

agora o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte para Américas<br />

multicultural. A nova missão da executiva é<br />

Divulgação<br />

Claudia Colaferro: nova posição com escopo mais amplo<br />

atuar estrategicamente consi<strong>de</strong>rando e <strong>de</strong>senvolvendo<br />

as percepções regionais <strong>de</strong> cultura,<br />

comportamento e consumo <strong>de</strong> cada um<br />

dos países do continente americano.<br />

Por ser brasileira e ter trabalhado quase<br />

toda a carreira em um país <strong>de</strong> dimensões<br />

continentais, Claudia já tem expertise em lidar<br />

com discrepâncias mercadológicas locais.<br />

Também está entre as suas atribuições formalizar<br />

a agenda <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão da<br />

re<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo parte do trabalho que já<br />

exercia como li<strong>de</strong>rança feminina no Brasil. No<br />

lugar <strong>de</strong> Claudia, Julio Castellanos assume o<br />

cargo <strong>de</strong> CEO para América Latina, mantendo<br />

também suas atuais responsabilida<strong>de</strong>s como<br />

CEO da Dentsu Aegis México. Por fim, fechando<br />

essa etapa <strong>de</strong> mudanças regionais, Mauricio<br />

Sabogal é o presi<strong>de</strong>nte da DAN Media e da<br />

Amplifi para a América Latina.<br />

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jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 43


quem fez<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

solta o som<br />

A indústria fonográfica acaba <strong>de</strong> ganhar um<br />

novo artista. O DJ First Aperture é diferente<br />

<strong>de</strong> tudo que existe, pois foi criado a partir<br />

do conteúdo da Getty Images. E para marcar<br />

seu nascimento, o anunciante lançou o single<br />

Take Control. O vi<strong>de</strong>oclipe, a arte do álbum<br />

e o material <strong>de</strong> merchandising foram feitos<br />

com apoio <strong>de</strong> conteúdo da Getty Images.<br />

AlmApbbdo<br />

getty images<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: First Aperture; criação: Zé Baldin, Heitor Buchalla<br />

e Rafael Kfouri; digital production company:<br />

Media Monks; produtora <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o: Vetor Zero;<br />

produtora <strong>de</strong> áudio: Evil Twin Music; aprovação<br />

do cliente: Gene Foca, Paige McCrensky, Kjelti<br />

Kellough, Elvira Cameriere e Natália Moraes.<br />

outfit<br />

Pegando carona no novo e polêmico viral<br />

que estimula os usuários a revelarem qual<br />

é o preço <strong>de</strong> suas roupas, o Burger King inverteu<br />

a lógica do Quanto custa o outfit e<br />

mostra que é possível ter estilo gastando<br />

pouco. O filme criado mostra com irreverência<br />

o preço acessível dos lanches na loja.<br />

dAvid<br />

burger king<br />

Titulo: Burger King Outfit; produto: institucional;<br />

criação: Bruno “Brunitinho” Ugo, Paulo “Bumbum”<br />

Damasceno e Thiago “Thiaguetta” Ferreira;<br />

produtora <strong>de</strong> filme: Delicatessen Filmes; produtora<br />

<strong>de</strong> áudio: Jamute; aprovação do cliente:<br />

Ariel Grunkraut, Thais Nicolau, Natalie Bursztyn e<br />

Raffaella Martellini<br />

<strong>de</strong> volta<br />

Daniel Alves está <strong>de</strong> volta para o jogo. Pelo<br />

menos na nova campanha do Itaú. O filme estilo<br />

documental traz testemunho do jogador<br />

sobre como lidou com o fato <strong>de</strong> ficar <strong>de</strong> fora<br />

da Copa <strong>de</strong>vido a uma lesão. O discurso emocional<br />

do atleta do PSG mostra como será seu<br />

papel na torcida e a importância <strong>de</strong> todos se<br />

manterem unidos e prontos para o jogo.<br />

AfricA<br />

itaú<br />

Titulo: Dentro da Seleção; produto: Institucional;<br />

criação: Everton Behenck e Jeferson Rocha; produtora<br />

<strong>de</strong> som: Antfood; produtora <strong>de</strong> imagem: Saigon;<br />

aprovação do cliente: Eduardo Tracanella, Juliana<br />

Cury, Natalia Barreira, Leticia Banheti e Marcela<br />

Correia <strong>de</strong> Oliveira.<br />

44 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


RepaRação<br />

Não é só <strong>de</strong> glórias que vive o futebol e, com certeza, o 7X1<br />

contra a Alemanha, na Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, <strong>de</strong>ixou isso<br />

bem claro para a torcida. Mas há situações que apenas<br />

o suor po<strong>de</strong> apagar. Essa é a linha criativa do novo filme<br />

<strong>de</strong> Gatora<strong>de</strong>, patrocinador da seleção brasileira. A marca<br />

<strong>de</strong> isotônico aproveitou o período <strong>de</strong> treinos do time na<br />

Granja Comary para traduzir o sentimento <strong>de</strong> superar alguns<br />

tropeços. No filme, Gabriel Jesus apaga literalmente<br />

críticas <strong>de</strong> torcedores insatisfeitos com o <strong>de</strong>sempenho do<br />

Brasil nos últimos anos. As mensagens foram reproduzidas<br />

no campo, escritas com giz. A cada chute ou jogada<br />

durante o treino, aos poucos, as mensagens negativas<br />

eram apagadas.<br />

lew’lArA\TbwA<br />

ambev<br />

Título: Só o suor po<strong>de</strong> apagar; produto: Gatora<strong>de</strong> – Institucional;<br />

criação: Alexandre “Nego Lee” Popoviski, Fabio Santoro, Pedro Paes,<br />

Mauricio Chemale Cardoso e Fabio Noremberg; produtora <strong>de</strong><br />

filme: Bando Studio; pós-produção/finalização: Warriors Fvfx;<br />

produtora <strong>de</strong> áudio: Supersônica; aprovação do cliente: Taciana<br />

Ávila, Jorge Natteri, Guilherme Marangon e Rodolfo Carvalho.<br />

sai, zica<br />

Para on<strong>de</strong> mandar as TVs zicadas da última<br />

Copa? Essa foi a pergunta da Lu, brand persona<br />

do Magazine Luiza, aos consumidores,<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. Em ação promocional da<br />

varejista, os televisores usados serviam como<br />

parte do valor para um aparelho novo. O<br />

<strong>de</strong>stino escolhido não po<strong>de</strong>ria ser outro: aos<br />

hermanos argentinos. O resultado da brinca<strong>de</strong>ira<br />

po<strong>de</strong> ser conferido no filme assinado<br />

pela Ogilvy.<br />

ogilvy<br />

magazine Luiza<br />

Título: Regalos; produto: institucional; criação:<br />

Luciana Lima e Pedro Gouveia; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

Sentimental Filmes; produtora <strong>de</strong> som: ComandoS;<br />

aprovação do cliente: Fre<strong>de</strong>rico Trajano<br />

e Ilca Sierra.<br />

atchim<br />

Não adianta tentar disfarçar, é<br />

impossível escon<strong>de</strong>r os efeitos da<br />

alergia. E para divulgar o spray nasal<br />

antialérgico Aznite, da EMS, a<br />

agência We criou propaganda em<br />

que o protagonista é um simpático<br />

bichano. Indicado para o tratamento<br />

e alívio dos sintomas da<br />

rinite, o produto é trabalhado <strong>de</strong><br />

forma irreverente nos anúncios,<br />

sob o ponto <strong>de</strong> vista do gato.<br />

we<br />

ems<br />

Título: Aznite; produto: Aznite Cats;<br />

criação: Marcelo Siqueira, Sidney Braz<br />

e Ricardo Sarno; aprovação do cliente:<br />

Marcus Sanchez e Luiz Couto.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 45


canneS<br />

“Festival ten<strong>de</strong> a<br />

virar um evento<br />

<strong>de</strong> inovação”<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

Eco Moliterno é chief creative officer da<br />

Accenture Interactive para a América Latina e<br />

representante brasileiro no júri <strong>de</strong> Innovation<br />

Lions do Festival <strong>de</strong> Cannes. A própria carreira<br />

do profissional segue a lógica da categoria, já que<br />

ele protagonizou um fato novo no mercado quando<br />

<strong>de</strong>cidiu trocar um cargo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança em agência, a<br />

Africa, por uma função nova em consultoria. Isso após<br />

uma carreira na publicida<strong>de</strong> com passagens também<br />

pela antiga Agência Click (hoje Isobar), Wun<strong>de</strong>rman<br />

e Y&R. A inovação <strong>de</strong> Moliterno também se reflete no<br />

trabalho com ilustração, que lhe ren<strong>de</strong>u até uma capa<br />

<strong>de</strong> Veja. No júri <strong>de</strong> Innovation, ele espera garimpar o<br />

melhor da mistura entre alta tecnologia, simplicida<strong>de</strong><br />

das boas i<strong>de</strong>ias, olhar ven<strong>de</strong>dor e propósito <strong>de</strong> marca.<br />

A categoria, espera, tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> representar<br />

tudo o que Cannes espera ser daqui a alguns anos.<br />

Veja a seguir os principais trechos da entrevista.<br />

Eco Moliterno: “As marcas estão buscando um propósito”<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

Inovação<br />

A categoria Innovation, pelo<br />

que já <strong>de</strong>u para ver nos trabalhos<br />

<strong>de</strong> avaliação do júri, tem<br />

<strong>de</strong>monstrado diversas iniciativas<br />

amparadas em mobile, realida<strong>de</strong><br />

virtual e realida<strong>de</strong> aumentada.<br />

Mas, muitas vezes, os<br />

melhores cases têm a inovação<br />

como solução para algo mais<br />

surpreen<strong>de</strong>nte, com um viés <strong>de</strong><br />

simplicida<strong>de</strong>. Particularmente,<br />

gostei <strong>de</strong> uma ação da Colômbia<br />

em que o Google ofereceu número<br />

para um lugar on<strong>de</strong> não há<br />

internet, com uso <strong>de</strong> reconhecimento<br />

<strong>de</strong> voz, e transformação<br />

<strong>de</strong> dados em voz, e vice-versa<br />

(campanha é shortlist na categoria,<br />

se chama My line powered<br />

by Google e foi criada pela MullenLowe<br />

SSP3 <strong>de</strong> Bogotá para o<br />

Ministério das Comunicações e<br />

Tecnologia da Colômbia).<br />

SImplIcIda<strong>de</strong><br />

Esse case, por exemplo, é<br />

uma iniciativa muito inovadora,<br />

mas aplicada a um meio <strong>de</strong><br />

massificação dos mais antigos,<br />

que é o telefone. A inovação, às<br />

vezes, é um jeito novo <strong>de</strong> adaptar<br />

uma tecnologia em um meio<br />

antigo. Não precisa ser tudo<br />

inovador, mas algo que reinterprete<br />

uma <strong>de</strong>terminada mídia<br />

também po<strong>de</strong> servir muito bem<br />

aos propósitos <strong>de</strong>ssa categoria,<br />

que é fundamental para o futuro<br />

do festival.<br />

Futuro<br />

O Cannes Lions passou por<br />

gran<strong>de</strong>s mudanças já, e fica<br />

cada vez mais claro que ele precisa<br />

ser um lugar em que você<br />

vai <strong>de</strong>scobrir os próximos passos<br />

da indústria da comunicação.<br />

Ter uma premiação com<br />

foco em Innovation já é dar<br />

um novo passo nesse sentido.<br />

Arrisco dizer que, no futuro, o<br />

festival ten<strong>de</strong> a virar um evento<br />

<strong>de</strong> inovação, na linha do SXSW.<br />

Claro que celebrar o passado e<br />

as gran<strong>de</strong>s campanhas é interessante,<br />

mas a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

ir ao evento para mirar o futuro<br />

soa muito bem. Como antes<br />

não havia internet, Cannes era<br />

uma forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o que<br />

estava acontecendo no mundo.<br />

Era um pouco do papel que os<br />

anuários, como a Archive, faziam<br />

e fazem. Hoje, no entanto,<br />

“Claro que<br />

Celebrar o<br />

passado e<br />

as gran<strong>de</strong>s<br />

Campanhas é<br />

interessante, mas<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

ir ao evento para<br />

mirar o futuro<br />

soa muito bem”<br />

a internet já permite você ter<br />

essa compreensão muito antes,<br />

já que os trabalhos estão disponíveis<br />

em todos os lugares.<br />

cauSaS<br />

As marcas estão buscando<br />

um propósito, porque há uma<br />

nova geração <strong>de</strong> pessoas que<br />

querem enten<strong>de</strong>r a razão <strong>de</strong><br />

existir das marcas. O Airbnb,<br />

por exemplo, tem uma razão<br />

<strong>de</strong> existir expressa no Belong<br />

Anywhere, e isso se reflete em<br />

todo ponto <strong>de</strong> contato com os<br />

consumidores e funcionários.<br />

Na nova economia é fundamental<br />

as marcas encontrarem<br />

seu propósito. O Airbnb e várias<br />

marcas novas já nascem<br />

com esse sentido e muitas empresas<br />

mais tradicionais estão<br />

se adaptando a essa realida<strong>de</strong>.<br />

Para um criativo, é muito mais<br />

fácil fazer algo em cima <strong>de</strong> uma<br />

verda<strong>de</strong> genuína da marca, do<br />

que focar apenas no comércio.<br />

meIo-termo<br />

O perigo da publicida<strong>de</strong> é<br />

que ela seja focada apenas na<br />

venda, um tipo <strong>de</strong> comunicação<br />

que está per<strong>de</strong>ndo a relevância<br />

se estiver <strong>de</strong>sconectada <strong>de</strong> uma<br />

causa. Por outro lado, há o perigo<br />

<strong>de</strong> você comunicar apenas<br />

uma causa, o que se assemelha<br />

mais a um trabalho social, que<br />

existe e é importante <strong>de</strong> ser feito,<br />

mas que não po<strong>de</strong> ser qualificado<br />

como publicida<strong>de</strong>. As<br />

marcas e criativos precisam encontrar<br />

o meio-termo, porque<br />

quando se unem as duas coisas,<br />

o trabalho se torna imbatível. A<br />

publicida<strong>de</strong> que, sem esquecer<br />

o lado <strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> trabalhar<br />

o diferencial comercial da marca,<br />

explora algo maior relacionado<br />

ao DNA e forma <strong>de</strong> pensar<br />

daquela marca, é o que estamos<br />

buscando.<br />

46 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


cannes<br />

“Health é um terreno fértil para a<br />

criativida<strong>de</strong> e o cliente sabe disso”<br />

Bruno Abner, da McCann, estreia no júri do festival e conta que há um<br />

gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> peças brasileiras na área com chances reais este ano<br />

KELLY DORES<br />

Pela primeira vez no júri do Cannes Lions,<br />

o brasileiro Bruno Abner, diretor <strong>de</strong> criação<br />

da McCann Health e jurado no Lions<br />

Health, espera viver praticamente um “doutorado”<br />

em criativida<strong>de</strong>. Para ele, será uma<br />

experiência extremamente rica, uma honra<br />

e uma responsabilida<strong>de</strong> imensas. Segundo<br />

o criativo, a categoria é gran<strong>de</strong> e extremamente<br />

diversa, por isso é difícil apontar uma<br />

só tendência, mas ele afirma que conteúdo<br />

tem sido uma aposta cada vez mais frequente.<br />

“Health and wellness é sobre ‘life changing<br />

creativity’. Isso sempre tem <strong>de</strong> estar em<br />

mente”, pontua Abner. Sobre a importância<br />

da área, ele fala que “conforme o cliente <strong>de</strong><br />

health amadurece, passa a enten<strong>de</strong>r que a<br />

Bruno Abner: “O Brasil tem gran<strong>de</strong>s cre<strong>de</strong>nciais”<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

agência po<strong>de</strong> ter um papel muito maior no<br />

negócio, isso aumenta o escopo <strong>de</strong> entrega<br />

e consequentemente o investimento. Além<br />

disso, festivais com categorias específicas<br />

para saú<strong>de</strong>, como por exemplo Lions Health,<br />

provaram através <strong>de</strong> inúmeros cases que<br />

a categoria po<strong>de</strong> sim ser extremante criativa.<br />

Health é um terreno fértil para a criativida<strong>de</strong>,<br />

e nosso cliente tem entendido isso<br />

cada vez mais”, <strong>de</strong>staca o diretor <strong>de</strong> criação<br />

da McCann Health. Abner conta que há um<br />

gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> peças brasileiras com<br />

chances reais esse ano. “Eu realmente espero<br />

um palco bem ver<strong>de</strong> e amarelo em 20<strong>18</strong>”,<br />

reforça ele. Com 13 anos da carreira <strong>de</strong>dicados<br />

exclusivamente à comunicação no setor<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, fazer parte do júri o faz sentir que<br />

está “no lugar certo, na hora certa”.<br />

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jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 47


cannes<br />

Festival se adapta<br />

ao mercado e<br />

prepara novo<br />

salto para o futuro<br />

Inscrições diminuem 21% em 20<strong>18</strong>,<br />

mas organização inicia evento na<br />

Riviera Francesa apresentando<br />

fundamentos para os próximos anos<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

- <strong>de</strong> Cannes<br />

Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

Cannes Lions inicia sua 65ª edição<br />

O<br />

nesta segunda-feira (<strong>18</strong>) refletindo uma<br />

profunda transformação do mercado <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>. Houve uma esperada redução<br />

<strong>de</strong> peças inscritas, que diminuíram 21% em<br />

relação ao ano anterior sendo que, na prática,<br />

as 32.372 inscrições representam uma<br />

redução <strong>de</strong> 8.798 peças em relação a 2017,<br />

o que leva o festival a patamares próximos<br />

<strong>de</strong> 2012, quando 34 mil peças disputaram<br />

os Leões.<br />

Mesmo no ano passado, já houve uma<br />

queda <strong>de</strong> 4% nas inscrições,<br />

o que representou o<br />

primeiro passo para trás<br />

do festival <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009,<br />

quando os reflexos da crise<br />

financeira internacional<br />

que veio na esteira da quebra<br />

do Lehman Brothers<br />

impactaram o festival. O<br />

pico histórico <strong>de</strong> inscrições<br />

ocorreu em 2016, com<br />

43.101 trabalhos.<br />

A nova queda em 20<strong>18</strong>, no entanto, não<br />

ocorre por causa <strong>de</strong> uma crise mundial<br />

como há nove anos, mas sim como fruto <strong>de</strong><br />

um momento <strong>de</strong> mudança do mercado. A<br />

principal faceta <strong>de</strong>ssa transformação é que<br />

a criativida<strong>de</strong> ganha um sentido mais amplo.<br />

Embora as agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> ainda<br />

dominem as inscrições e, provavelmente,<br />

dominarão os Leões que serão entregues<br />

nesta semana, a reestruturação do festival<br />

visa atrair mais empresas interessadas em<br />

mostrar sua qualida<strong>de</strong> criativa. E causar impactos<br />

positivos em seus negócios.<br />

Esse discurso não é novo, já que Cannes<br />

tem abraçado a presença <strong>de</strong> empresas<br />

“novas” há alguns anos, sejam players <strong>de</strong><br />

tecnologia, consultorias, startups e tantas<br />

outras. A diferença é que agora a organização<br />

do festival precisa fazer com que eles<br />

<strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> compor apenas os espaços <strong>de</strong> relacionamentos<br />

para, <strong>de</strong> fato, fazer parte da<br />

competição. A crise <strong>de</strong> relacionamento com<br />

as holdings <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> no ano passado,<br />

admitida por organizadores do festival<br />

à reportagem, e a saída <strong>de</strong> cena do Publicis<br />

Groupe, que trouxe um impacto negativo<br />

<strong>de</strong> 8% nas inscrições <strong>de</strong> 20<strong>18</strong>, segundo a<br />

organização, <strong>de</strong>ixam claro que o futuro <strong>de</strong><br />

Cannes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ampliação do sentido<br />

<strong>de</strong> se disputar um Leão. Mais empresas<br />

<strong>de</strong> outros setores, que não apenas as agências,<br />

precisam enxergar essa oportunida<strong>de</strong><br />

como a maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que po<strong>de</strong>m<br />

ser criativas e participar da<br />

criação <strong>de</strong> novos projetos e<br />

gerar negócios.<br />

Não à toa, a organização<br />

afirma que houve um aumento<br />

do engajamento dos<br />

anunciantes, com um crescimento<br />

<strong>de</strong> 84% no número<br />

<strong>de</strong> inscrições feitas diretamente<br />

por clientes. No<br />

ano passado, já havia ocorrido<br />

um salto <strong>de</strong> 65%. “As<br />

empresas estão reconhecendo mais o valor<br />

da criativida<strong>de</strong> para dirigir a performance<br />

<strong>de</strong> seu negócio. Muitos anunciantes que já<br />

foram apontados como “Marketer of the<br />

Year” em Cannes nos reportaram que absorver<br />

a criativida<strong>de</strong> é uma forma <strong>de</strong> mudar<br />

o propósito <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> suas empresas”,<br />

afirma José Papa Neto,<br />

CEO do Festival <strong>de</strong> Cannes.<br />

“Os cases mais po<strong>de</strong>rosos<br />

do evento neste ano e nos<br />

próximos serão aqueles<br />

abraçados pelos clientes e<br />

criados em parceria com<br />

suas agências. O que está<br />

mudando no mercado é<br />

“A criAtividA<strong>de</strong><br />

está indo longe,<br />

AmpliAndo A<br />

cApAcitAção <strong>de</strong><br />

novAs indústriAs”<br />

José Papa Neto e Philip Thomas, CEO e chairman do Cannes Lions: qu<br />

que a agência precisa se envolver mais em<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> projetos com seus clientes,<br />

fazendo da relação uma gran<strong>de</strong> parceria.<br />

Esses serão bem-sucedidos”, reforça o executivo,<br />

citando trabalhos promovidos em<br />

parcerias entre marcas como Burger King e<br />

agências como David. Papa Neto elogia ainda<br />

o setor <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo por sua presença<br />

criativa crescente. “Encorajamos a<br />

participação <strong>de</strong> novas indústrias que estão<br />

em transformação e precisam da criativida<strong>de</strong><br />

para sobreviver. Isso ocorre em setores<br />

como jornais, publishing, varejo e finanças.<br />

O número <strong>de</strong> Leões conquistados por empresas<br />

do setor financeiro, por exemplo,<br />

cresceu muito ano passado e <strong>de</strong>ve crescer<br />

neste ano. Todos estão querendo fazer mais<br />

parte do ecossistema criativo que Cannes<br />

representa”, avalia Philip Thomas, chairman<br />

do Cannes Lions.<br />

Outro segmento que está ampliando sua<br />

presença na disputa pelos Leões é o setor<br />

das companhias <strong>de</strong> mídia, que fizeram 59%<br />

mais inscrições do que em 2017. “Elas querem<br />

reconhecimento por trabalhos criativos<br />

e mostrar às marcas<br />

que po<strong>de</strong>m fazer gran<strong>de</strong>s<br />

parcerias nesse sentido”,<br />

diz Thomas.<br />

A tendência é que a organização<br />

continue buscando<br />

ampliar as comunida<strong>de</strong>s<br />

que participam<br />

do evento, os chamados<br />

48 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


eda <strong>de</strong> inscrições era esperada, diante da redução <strong>de</strong> Leões e da “pausa” do Publicis Groupe<br />

“newcomers”. E fazer com que eles patrocinem<br />

seminários, espaços <strong>de</strong> relacionamento<br />

e circulem pelo festival, mas<br />

também participem da competição pelos<br />

Leões. Consultorias e startups, por exemplo,<br />

<strong>de</strong>vem ampliar sua presença e a expectativa<br />

é que possam participar<br />

mais ativamente da<br />

competição. Nesta semana,<br />

por exemplo, Cannes<br />

terá um espaço apenas<br />

para startups <strong>de</strong> Israel com<br />

soluções <strong>de</strong> tecnologia<br />

para a mídia. “A criativida<strong>de</strong><br />

está indo longe, ampliando<br />

a capacitação <strong>de</strong><br />

novas indústrias. Temos<br />

<strong>de</strong> abraçar a tecnologia, trazer os <strong>de</strong>senvolvedores<br />

para Cannes e ver mais soluções <strong>de</strong><br />

inteligência artificial, realida<strong>de</strong> virtual, realida<strong>de</strong><br />

aumentada e tantas outras”, explica<br />

Papa Neto.<br />

No caso das consultorias, que ainda <strong>de</strong>spertam<br />

muita <strong>de</strong>sconfiança das agências,<br />

a presença ainda é mais institucional, em<br />

espaços <strong>de</strong> relacionamentos, exibição nos<br />

principais banners, na programação <strong>de</strong> seminários,<br />

por exemplo. Mas a tendência é<br />

que elas também disputem Leões. “Notamos<br />

um aumento no número <strong>de</strong> inscrições<br />

e fica claro que elas estão se tornando mais<br />

criativas e interessadas nos prêmios”, reflete<br />

Thomas.<br />

Para Papa Neto, Cannes é uma oportunida<strong>de</strong><br />

para as agências enten<strong>de</strong>rem o que<br />

as consultorias realmente querem fazer no<br />

mercado. “Elas <strong>de</strong>vem abraçar a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vir para Cannes e compreen<strong>de</strong>r o<br />

que está sendo realizado. Se eu fosse uma<br />

agência, e quisesse enten<strong>de</strong>r o papel das<br />

consultorias e o que significa<br />

esse novo mundo na<br />

publicida<strong>de</strong>, a melhor coisa<br />

a fazer seria vir a Cannes<br />

e ter essa consciência. Não<br />

po<strong>de</strong>m fechar os olhos,<br />

porque não po<strong>de</strong>m interromper<br />

esse movimento”,<br />

explica. “O festival fala<br />

muito sobre mudanças.<br />

Veremos novos mo<strong>de</strong>los,<br />

como clientes adotando criativida<strong>de</strong> in-<br />

-house, as empresas <strong>de</strong> mídia com suas soluções,<br />

as consultorias”, reforça Thomas.<br />

Uma das áreas para o futuro, segundo os<br />

organizadores, é a <strong>de</strong> entretenimento, que<br />

será abordada <strong>de</strong> uma forma mais ampla<br />

do que hoje, ainda muito restrita a projetos<br />

criados <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca. “Acreditamos<br />

que empresas <strong>de</strong> entretenimento no<br />

esporte ou em games, ou mesmo empresas<br />

<strong>de</strong> entretenimento para<br />

TV e filmes estarão mais<br />

Alê Oliveira<br />

“no Ano pAssAdo,<br />

nós tomAmos A<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ApertAr<br />

o botão <strong>de</strong> reset”<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Cannes”, avalia<br />

Thomas.<br />

Cannes enxerga ainda o<br />

papel relevante do Brasil.<br />

“Há um cenário <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão<br />

no país, mas persiste um gran<strong>de</strong> comprometimento<br />

e nível <strong>de</strong> engajamento das empresas<br />

não apenas com o festival, mas com o<br />

sistema global <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>”, afirma Papa<br />

Neto. “Claro que há um momento dramático<br />

em todos os níveis, seja econômico, político,<br />

estrutural e moral, que vai tornar o país melhor<br />

para as próximas gerações. Mas o que<br />

vemos <strong>de</strong> participação do Brasil em Cannes<br />

é impressionante, com todos acreditando no<br />

festival e trazendo energia”.<br />

Uma das gran<strong>de</strong>s novida<strong>de</strong>s do ano, a<br />

nova estrutura <strong>de</strong> categorias e divisão em<br />

tracks, que abraçam não apenas as premiações,<br />

mas também os seminários, é uma<br />

aposta para Cannes se adaptar ao que há <strong>de</strong><br />

mais mo<strong>de</strong>rno no marketing. “No ano passado,<br />

nós tomamos a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> apertar o<br />

botão <strong>de</strong> reset no Cannes Lions. Nós fechamos<br />

três gran<strong>de</strong>s Leões e removemos várias<br />

subcategorias. Nós sabíamos que isso significaria<br />

um menor volume <strong>de</strong> inscrições,<br />

mas era a <strong>de</strong>cisão certa no longo tempo”,<br />

<strong>de</strong>staca Thomas. A área <strong>de</strong> Cyber Lions, por<br />

exemplo, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011 estava na marca<br />

do pênalti, já que hoje o digital abraça todas<br />

as categorias, finalmente chegou ao fim.<br />

As novas categorias, como Brand Experience<br />

& Activation, Social & Influencer e<br />

Creative E-commerce, como explica Thomas,<br />

representam a fundação do que será<br />

o marketing daqui por diante. “O e-commerce,<br />

que não se imaginaria em Cannes<br />

há alguns anos, retrata toda a jornada <strong>de</strong><br />

compra do consumidor. Também olhamos<br />

para a experiência, seja física ou digital, e<br />

os influenciadores”.<br />

Aparentemente, as novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ram certo.<br />

Dois dos novos Leões - Creative eCommerce<br />

e Sustainable Development Goals<br />

– geraram juntos 1.166 inscrições. Além disso,<br />

os três Leões remo<strong>de</strong>lados – Social & Influencer<br />

(que surgiu do Cyber Lions), Industry<br />

Craft (com categorias vindas <strong>de</strong> Outdoor,<br />

Design e Print & Publishing), e Brand Experience<br />

& Activation (<strong>de</strong> Promo & Activation)<br />

– geraram 6.082 inscrições. Também foram<br />

bem-sucedidas categorias especiais, como<br />

Sustainable Development Goals Lions com<br />

899 inscrições, e Glass: The Lion for Change,<br />

em seu quarto ano, com crescimento <strong>de</strong><br />

2<strong>18</strong> inscrições. “Isso indica que a indústria<br />

tem focado em usar a criativida<strong>de</strong> em favor<br />

<strong>de</strong> causas e eu estou muito orgulhoso em<br />

dizer que nós doamos a receita com esses<br />

Leões para carida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>stacou Papa. Outra<br />

tendência é que o número <strong>de</strong> inscrições <strong>de</strong><br />

Creative Effectiveness Lion, categoria que<br />

mostra a influência dos prêmios sobre o resultado<br />

dos negócios das marcas, continua<br />

forte em 20<strong>18</strong>. As práticas <strong>de</strong> Craft também<br />

crescem, sendo que Film Craft teve um total<br />

<strong>de</strong> 2.519 inscrições, e a estreante Industry<br />

Craft Lion teve 1.720 inscrições.<br />

Mas a organização do festival ainda<br />

aguarda os resultados da nova estrutura.<br />

“Só saberemos se o novo formato <strong>de</strong>u<br />

certo quando esta semana terminar”, afirma<br />

Philip Thomas. Seja como for, tanto<br />

ele quanto Papa Neto já<br />

vislumbram um festival<br />

maior <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns<br />

anos, e com mais dias em<br />

relação aos cinco atuais –<br />

em 20<strong>18</strong>, o evento ocorre<br />

entre <strong>18</strong> e 22 <strong>de</strong> <strong>junho</strong>.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 49


jÉSSICA OLIVEIRA<br />

<strong>de</strong>legação do Young Lions<br />

A Brazil, antes <strong>de</strong> embarcar<br />

para Cannes, se reuniu na<br />

ESPM, semana passada, em<br />

São Paulo, para um encontro <strong>de</strong><br />

confraternização.<br />

Eles foram escolhidos para<br />

o projeto realizado pelo Grupo<br />

Estado, representante brasileiro<br />

do Festival Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions,<br />

e organizado por Emmanuel<br />

Publio Dias, publicitário e professor<br />

da ESPM, e pela Editora<br />

Referência.<br />

Armando Ferrentini, diretor-<br />

-presi<strong>de</strong>nte da Editora Referência,<br />

que edita o PROPMARK,<br />

<strong>de</strong>stacou a importância da iniciativa.<br />

Ele comentou o histócannes<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

Treze dos 19 youngs que compõem a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong>ste ano do projeto, que contou com o patrocínio da ABA e <strong>de</strong> diversas empresas, agências e produtoras do mercado<br />

Organização do Young Lions 20<strong>18</strong><br />

promove encontro <strong>de</strong> <strong>de</strong>legação<br />

Jovens se reuniram semana passada na ESPM, em São Paulo,<br />

para confraternização antes do embarque para a Riviera Francesa<br />

“Estamos muito<br />

satisfEitos E com<br />

cErtEza ElEs<br />

farão o mElhor<br />

na disputa”<br />

rico do projeto, que perdura há<br />

23 anos com ou sem crise no<br />

país, e <strong>de</strong>stacou o aumento no<br />

número <strong>de</strong> profissionais na <strong>de</strong>legação.<br />

“Nossa meta era levar<br />

15 pessoas, mas conseguimos<br />

enviar 19 jovens para Cannes<br />

este ano, em função da gran<strong>de</strong><br />

compreensão que o mercado<br />

tem em apoiar o projeto, que<br />

engran<strong>de</strong>ce a indústria da propaganda<br />

brasileira. Estamos<br />

muito satisfeitos e com certeza<br />

eles farão o melhor na disputa”,<br />

disse Ferrentini.<br />

Esta edição teve 337 inscritos.<br />

Os 19 profissionais<br />

escolhidos são: Andriws<br />

Vilela (Africa), Caio Melo<br />

(Wie<strong>de</strong>n+Kennedy), Felipe Paiva<br />

(Wie<strong>de</strong>n+Kennedy), Flávia<br />

Morsoleto (Johnson & Johnson),<br />

Fre<strong>de</strong>rico Teixeira (Young<br />

& Rubicam), Gisele Bambace<br />

(J. Walter Thompson), Carolina<br />

Weber (Matriz), Guilhermo Sartori<br />

(Sentimental Filme), Hélio<br />

Maffia (Young & Rubicam), João<br />

Lucas Teixeira Lima (Ambev),<br />

José Luiz Scmitz (Candy Shop),<br />

José Victor Acosta Baldin (AlmapBBDO),<br />

Juliana Magalhães<br />

Rocha (J. Walter Thompson),<br />

Laura Tieppo (DM9DDB), Luana<br />

Garcia Ferreira (J. Walter<br />

Thompson), Pedro Savoi<br />

Gabbay (Wie<strong>de</strong>n+Kennedy),<br />

Rafael Rosa (F/Nazca Saatchi<br />

& Saatchi), Renato Barreto<br />

(DM9DDB) e Rodrigo Carvalho<br />

(Filadélfia Comunicação).<br />

O Young Lions ocorre no Brasil<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995 e permite a participação<br />

<strong>de</strong> jovens <strong>de</strong> até 30<br />

anos. A edição <strong>de</strong>ste ano tem<br />

o patrocínio <strong>de</strong> ABA (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes),<br />

ESPM, Globo, Globosat, Grupo<br />

<strong>de</strong> Planejamento, Grupo <strong>de</strong><br />

Mídia, Grupo <strong>de</strong> Atendimento,<br />

Skol, Saigon Filmes, Raw Audio<br />

e das agências AlmapBB-<br />

DO, Dentsu Aegis Network,<br />

DM9DDB, F.biz, J. Walter<br />

Thompson e Publicis Brasil.<br />

50 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


cannes<br />

“O festival só começa <strong>de</strong>pois que<br />

damos essa entrevista para vocês”<br />

O CEO do Ascential<br />

Events, Philip Thomas,<br />

falou com o PROPMARK<br />

antes da abertura<br />

Veículo especializado em propaganda e<br />

marketing que há mais tempo cobre o<br />

Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes<br />

Lions - são mais <strong>de</strong> 40 anos -, o PROP-<br />

MARK fará em 20<strong>18</strong> uma <strong>de</strong> suas maiores<br />

coberturas in loco do evento. A equipe do<br />

jornal chegou à Riviera Francesa no último<br />

dia 14 e fez a primeira entrevista (confira nas<br />

páginas 48 e 49) com o CEO José Papa Neto<br />

e o chairman Philip Thomas, antes mesmo<br />

do início do festival, que começa nesta segunda-feira<br />

(<strong>18</strong>). Na conversa, eles falaram<br />

sobre a relação do PROPMARK com Cannes.<br />

“O festival só começa <strong>de</strong>pois que damos<br />

essa entrevista para vocês”, disse Thomas,<br />

também CEO do Ascential Events, organizador<br />

do festival, que logo após a entrevista<br />

com o jornal iria se reunir com os presi<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> júri <strong>de</strong> Cannes. “A participação<br />

do Brasil em Cannes é impressionante, com<br />

todos acreditando no festival, como vocês<br />

trazendo energia”, completou Papa.<br />

Este ano, fazem parte da equipe do<br />

PROPMARK seis jornalistas, que vão acompanhar<br />

a premiação diária em Cannes, além<br />

<strong>de</strong> palestras e eventos paralelos que ocorrem<br />

durante a semana. São eles: a editora-chefe<br />

Kelly Dores; o editor Paulo Macedo; o editor<br />

<strong>de</strong> fotografia Alexandre Oliveira; e os repórteres<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z; Claudia Penteado e<br />

Felipe Turlão.<br />

O jornal acompanhou <strong>de</strong> perto todas as<br />

evoluções do festival, que este ano chega a<br />

sua 65ª edição e é o mais importante para<br />

a indústria da comunicação. Des<strong>de</strong> a época<br />

em que ele era realizado em Veneza, na Itália,<br />

quando era só um festival <strong>de</strong> filmes publicitários,<br />

passando pela sua mudança para<br />

Cannes, na França, e seu crescimento, como<br />

o recor<strong>de</strong> histórico <strong>de</strong> inscrições em 2016,<br />

com 43.101 trabalhos. Depois quando mudou<br />

<strong>de</strong> nome, para Festival Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions, e agora mais<br />

enxuto, com apenas cinco dias, menos inscrições<br />

(32. 372) e categorias para aten<strong>de</strong>r às<br />

<strong>de</strong>mandas do mercado.<br />

Há mais <strong>de</strong> 40 anos, o PROPMARK realiza<br />

a maior cobertura do festival, trazendo<br />

entrevistas com as principais li<strong>de</strong>ranças<br />

do mercado nacional e internacional, resultados<br />

<strong>de</strong> premiações e análises sobre<br />

<strong>de</strong>bates e inovações. Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> acompanhar<br />

o nosso conteúdo também pelo<br />

site e nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Parte da equipe em Cannes: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Paulo Macedo, Kelly Dores, Felipe Turlão e Alê Oliveira<br />

PROPMARK<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 51


STORYTELLER<br />

simonkr/iStock<br />

Sauda<strong>de</strong>s<br />

da Croisette<br />

Um dia fui convidado para ser jurado no<br />

festival. Na categoria Rádio, aquela que<br />

exige melhor conhecimento <strong>de</strong> línguas<br />

LuLa Vieira<br />

Meta<strong>de</strong> do Brasil está embarcando para<br />

Cannes. A outra meta<strong>de</strong> para a Rússia.<br />

Que sauda<strong>de</strong>s tenho da aurora <strong>de</strong> minha<br />

vida, da minha agência querida que os<br />

anos não trazem mais. Naquele tempo eu<br />

também ia a Cannes como quem vai a Praia<br />

Gran<strong>de</strong>, com a vantagem <strong>de</strong> que o camarão<br />

<strong>de</strong> Cannes é melhor.<br />

E, por incrível que pareça, hoje mais<br />

barato, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não seja na Croisette,<br />

que é uma espécie <strong>de</strong> Oscar Freire da Cote<br />

D’Azur, sem mão armada.<br />

Bem, mas o que eu quero contar é um<br />

episódio que acalanta minhas lembranças<br />

e esten<strong>de</strong> o manto da sauda<strong>de</strong> sobre meu<br />

passado. Puta frase! Não quer dizer porra<br />

nenhuma, mas faz parte do meu mídia training<br />

para quando for em cana. Dizer, sem<br />

ficar vermelho, platitu<strong>de</strong>s como “estou colaborando<br />

com as autorida<strong>de</strong>s”.<br />

Voltando à lavachefroid, um dia fui convidado<br />

para ser jurado no festival. Na categoria<br />

rádio, exatamente aquela que exige<br />

melhor conhecimento <strong>de</strong> línguas, principalmente<br />

inglês ou francês, já que a maioria<br />

das peças é enviada ao festival nessas<br />

línguas. E aí é quando l’ ecroutordlaqueue.<br />

Meu inglês é <strong>de</strong> multinacional, on<strong>de</strong> todos<br />

tentam se fazer enten<strong>de</strong>r. E meu francês<br />

é tão bom que quando tento falar todo<br />

mundo pensa que sou russo.<br />

Mas, numa expressão totalmente coloquial<br />

em francês, déjà baisée, baisée et <strong>de</strong>mi.<br />

Aceitei.<br />

O Brasil tinha cinco peças inscritas, sendo<br />

uma maravilhosa, uma jogada genial<br />

tocando algumas músicas em sequência<br />

cujas letras lembravam o momento político<br />

brasileiro.<br />

O único erro foi que a agência que inscreveu<br />

a peça resolveu fazer uma versão<br />

em inglês, o que a tornou ininteligível em<br />

qualquer língua. As outras eram boas por<br />

si, facilitando minha vida.<br />

Mas essa – do jeito que estava – nem no<br />

Brasil conseguiria ser compreendida. Na<br />

hora do julgamento, conseguimos premiar<br />

três <strong>de</strong>las e a das músicas não passou nem<br />

para a short list.<br />

Foi daí que, na repescagem, resolvi <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

a peça, que eu julgava ser merecedora<br />

<strong>de</strong> um Leão <strong>de</strong> ouro, prejudicada apenas<br />

pela falta <strong>de</strong> entendimento por parte dos<br />

jurados. E comecei a falar.<br />

Discursei em inglês como um Churchill<br />

<strong>de</strong> porre. Expliquei a situação brasileira, as<br />

sutilezas políticas, a ironia finíssima da peça,<br />

o senso crítico escondido nas filigranas.<br />

Os jurados – a maioria não nativa em<br />

inglês – tentavam me enten<strong>de</strong>r. A minoria<br />

que dominava a língua ficou em dúvida sobre<br />

qual era o idioma que eu estava usando.<br />

Mas falei.<br />

Acho que na empolgação comecei pela<br />

carta <strong>de</strong> Pero Vaz <strong>de</strong> Caminha para que os<br />

companheiros enten<strong>de</strong>ssem a alma brasileira<br />

e a nossa situação política.<br />

Para minha alegria, captaram minha<br />

mensagem. Ou, pelo menos meu entusiasmo.<br />

E retiraram a peça da lixeira e <strong>de</strong>ram-<br />

-lhe uma classificação. Justa, por sinal.<br />

O representante da Itália, quase tão monoglota<br />

como eu, durante o almoço, chegou<br />

a insinuar que eu po<strong>de</strong>ria ajudá-lo quando<br />

precisasse se enten<strong>de</strong>r com os <strong>de</strong>mais integrantes<br />

do júri. O coitado achava que eu<br />

tinha sido um verda<strong>de</strong>iro Lincoln falando<br />

em Gettysburg.<br />

Foi assim que eu <strong>de</strong>scobri uma verda<strong>de</strong><br />

que vale até hoje na política: o mais importante<br />

é como você fala, não o que você fala.<br />

A palavra entusiasmo quer dizer estado<br />

<strong>de</strong> exaltação divina. Isso é o que jamais po<strong>de</strong><br />

faltar num discurso. Tenho dito.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

52 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

imersão em outras culturas<br />

Reprodução<br />

Empreen<strong>de</strong>r, li<strong>de</strong>rar e inovar é uma equação que Greta Paz resolve com<br />

a busca <strong>de</strong> equilíbrio; a ioga é elemento cognitivo para fechar essa conta<br />

Greta Paz<br />

especial para o PrOPMarK<br />

vida <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora é cheia <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios.<br />

E eu aprendi isso muito cedo,<br />

A<br />

com 22 anos. No início, esse salto em direção<br />

ao <strong>de</strong>sconhecido me causou muita<br />

instabilida<strong>de</strong>. Deixei-me levar, até que tive<br />

uma forte crise <strong>de</strong> estresse. A partir <strong>de</strong>sse<br />

momento, entendi que precisava <strong>de</strong> alternativas<br />

para reencontrar meu ponto <strong>de</strong><br />

equilíbrio.<br />

Em busca disso, fiz uma aula experimental<br />

<strong>de</strong> Ashtanga Yoga, um método tradicional e<br />

dinâmico. A paixão pela prática veio naturalmente<br />

e, em fases mais <strong>de</strong>dicadas e outras<br />

um pouco menos, ela passou a integrar minha<br />

rotina.<br />

De lá para cá, muita coisa mudou. Além <strong>de</strong><br />

praticar um exercício e acalmar minha mente,<br />

a ioga me auxilia espiritualmente. Em <strong>de</strong>corrência<br />

<strong>de</strong>la, comecei a refletir mais sobre<br />

meu lugar no mundo e entendi que a busca<br />

por propósito <strong>de</strong>ve estar em todos os lugares:<br />

dos pequenos momentos do cotidiano aos<br />

memoráveis. Depois da ioga, conheci também<br />

o Ayurveda, um sistema <strong>de</strong> medicina<br />

baseado na filosofia védica, no qual se prioriza<br />

o alinhamento entre corpo, mente e sentidos.<br />

Na prática, o Ayurveda significa adquirir<br />

consciência do que estamos sentindo e <strong>de</strong>finir<br />

a forma como cuidamos <strong>de</strong> nós mesmos a<br />

partir disso.<br />

A ioga <strong>de</strong>spertou em mim uma gran<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> imergir em outras culturas, o que me<br />

proporcionou experiências incríveis. Decidi<br />

viajar para a Tailândia, com a família, para me<br />

conectar com as tradições e a cultura locais.<br />

Apesar <strong>de</strong> toda a beleza natural do país, repleto<br />

<strong>de</strong> praias, foram as pessoas que me impressionaram.<br />

A maioria dos habitantes locais leva<br />

sua espiritualida<strong>de</strong> a sério, e senti que isso<br />

reflete muito na maneira como tratam as pessoas<br />

ao redor. Aprendi e cresci muito durante<br />

a viagem! Meu maior aprendizado foi <strong>de</strong>scobrir<br />

que parte do meu equilíbrio está em não<br />

levar tão a sério todos os valores oci<strong>de</strong>ntais e<br />

me aproximar bastante <strong>de</strong> valores orientais.<br />

O oriental representa, para mim, um ponto<br />

<strong>de</strong> vista diferente sobre trabalho e sucesso.<br />

Isso me inspira a ser uma lí<strong>de</strong>r melhor. Mais<br />

consciente. Que não pratique violência. Que<br />

se coloque no lugar do outro.<br />

Sou diretora <strong>de</strong> uma equipe com mais <strong>de</strong> 20<br />

pessoas, e gosto <strong>de</strong> estar próxima <strong>de</strong> cada uma<br />

<strong>de</strong>las. Juntos, <strong>de</strong>senvolvemos comunicação<br />

estratégica no ambiente digital, sempre pensando<br />

em novos formatos. Além disso, preciso<br />

cuidar também das burocracias implícitas<br />

em administrar o meu negócio. Então, a equação<br />

entre li<strong>de</strong>rança + empreen<strong>de</strong>dorismo +<br />

inovação precisa estar em equilíbrio perfeito.<br />

Para não per<strong>de</strong>r o controle, respirar fundo é<br />

importante. Aliás, respirar foi uma das coisas<br />

que mais aprendi com a prática da ioga. Nos<br />

momentos em que o <strong>de</strong>sequilíbrio bate à porta,<br />

medito e foco na respiração. Apesar <strong>de</strong> não<br />

estar diretamente ligada ao ato criativo ou ao<br />

meu papel <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora, a meditação<br />

contribui muito para que eu consiga me <strong>de</strong>sligar<br />

<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas funções e me conectar com<br />

a outra sempre que o meu trabalho pe<strong>de</strong>. Com<br />

a mente livre, consigo me conectar ao presente<br />

e dar conta <strong>de</strong> tudo o que preciso cumprir<br />

no dia a dia.<br />

Vivendo em uma socieda<strong>de</strong> em que tudo<br />

ocorre muito rápido, encontrar equilíbrio<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim tem sido essencial. Às vezes,<br />

entre reuniões e compromissos, achar tempo<br />

para a ioga e a meditação não é tarefa fácil.<br />

Mas sempre que fico sem praticar, penso em<br />

tudo <strong>de</strong> bom que ela já trouxe para a minha<br />

vida e ela volta a me conquistar.<br />

Hoje, entendo melhor do que nunca que<br />

ter disciplina é ter liberda<strong>de</strong>. É controlar a si<br />

mesmo para tomar as melhores atitu<strong>de</strong>s. Para<br />

mim, para as pessoas com quem eu convivo e<br />

para o mundo.<br />

Greta Paz é executiva da Eyxo<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 53


prêmiOs<br />

AlmapBBDO é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />

<strong>de</strong>sta edição do Colunistas Brasil<br />

Agência tem dois profissionais premiados - Luiz Sanches e Keka<br />

Morelle -, <strong>de</strong>z peças e fica, pela 13ª vez, com título <strong>de</strong> Agência do Ano<br />

Claudia Penteado<br />

AlmapBBDO conquistou seu 13º título<br />

A <strong>de</strong> Agência do Ano no Colunistas Brasil<br />

2017, somando <strong>de</strong>z prêmios e 94 pontos, bem<br />

à frente da segunda e da terceira colocada,<br />

que foram Ogilvy (44 pontos) e DM9DDB (40<br />

pontos). Além do Gran<strong>de</strong> Prêmio <strong>de</strong> Agência<br />

do Ano, a Almap também conquistou o GP <strong>de</strong><br />

Bran<strong>de</strong>d Content com Nosferatu, criado para<br />

a Getty Images, e o GP <strong>de</strong> Mídia Exterior com<br />

Ma<strong>de</strong> of Brazilian Summer, para Havaianas/<br />

Alpargatas, além <strong>de</strong> oito medalhas <strong>de</strong> Ouro.<br />

Já Luiz Sanches, sócio e diretor-geral <strong>de</strong><br />

criação da AlmapBBDO, foi escolhido o Publicitário<br />

do Ano da premiação nacional, enquanto<br />

a diretora <strong>de</strong> criação Keka Morelle foi<br />

a Profissional <strong>de</strong> Propaganda. Vale <strong>de</strong>stacar<br />

que o prêmio <strong>de</strong> Anunciante do Ano foi conquistado<br />

pelo tradicional cliente da agência,<br />

a Alpargatas.<br />

“Sermos reconhecidos como Agência do<br />

Ano e com dois GPs em categorias diferentes,<br />

como Mídia e Bran<strong>de</strong>d Content, <strong>de</strong>monstra a<br />

consistência do trabalho da AlmapBBDO. Somado<br />

a isso, ver um cliente e parceiro <strong>de</strong> longa<br />

data, como Alpargatas, eleito Anunciante<br />

do Ano, só aumenta o nosso orgulho. As escolhas<br />

da Keka, como Profissional do Ano, e<br />

a minha, como Publicitário do Ano, só reforçam<br />

a nossa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer mais <strong>de</strong>ntro da<br />

propaganda. Estamos muito felizes com os<br />

resultados”, comentou Sanches.<br />

Sobre Nosferatu - The Non Silent Film, um<br />

dos trabalhos mais premiados da agência,<br />

Sanches fala que o <strong>de</strong>safio anual para Getty<br />

Images permitiu que a agência transformasse<br />

o cliente em seu “gran<strong>de</strong> Lego”, em que se<br />

po<strong>de</strong> fazer o que quiser, basta usar a criativida<strong>de</strong><br />

- e ter consistência no craft para realizar,<br />

claro. “Vivemos numa época maravilhosa<br />

para se reinventar e experimentar. Existe<br />

uma oportunida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> para darmos novos<br />

passos e falarmos por diversos canais<br />

que façam a diferença no negócio do cliente<br />

e contagiem as pessoas <strong>de</strong> maneira positiva”,<br />

diz Sanches.<br />

Keka Morelle, eleita Profissional <strong>de</strong> Propaganda<br />

do Ano, completou um ano como<br />

diretora <strong>de</strong> criação da agência, ao lado <strong>de</strong><br />

Marcelo Nogueira. Ela afirma que a premiação<br />

tem um valor especial, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> viver<br />

momentos difíceis, na agência em que trabalhou<br />

anteriormente, on<strong>de</strong> sofreu assédio<br />

moral. Ao sair, recebeu o convite para voltar<br />

à direção <strong>de</strong> arte na AlmapBBDO. “Eu era<br />

diretora <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> agência<br />

e me pareceu fazer todo sentido, <strong>de</strong>pois<br />

Fotos: Divulgação<br />

Luiz Sanches: “Estamos muito felizes com os resultados”<br />

“ViVemos numa época<br />

maraVilhosa para<br />

se reinVentar e<br />

experimentar”<br />

GP <strong>de</strong> Filme ficou com todo bebê é um bebê Johnson’s, criado pela DM9DDB para J&J<br />

do que tinha passado, voltar a ser diretora<br />

<strong>de</strong> arte, simplificar a rotina, voltar a me divertir.<br />

E, sendo na Almap, foi um presente.<br />

Mas estava superinsegura. Havia se passado<br />

quatro anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última vez que encarei<br />

um new file no Photoshop. Tinha tido dois<br />

filhos nesse período. Tinha passado os últimos<br />

seis meses em um ambiente agressor.<br />

Mas trabalhar é um jeito incrível <strong>de</strong> se reencontrar.<br />

E recomecei”, relata.<br />

Nesse retorno, um dia caiu em sua mesa<br />

(e do seu dupla na época, o redator Pedro<br />

Corbett), um job inédito em seus 22 anos <strong>de</strong><br />

profissão: uma campanha global <strong>de</strong> Havaianas.<br />

Ela sabia o que tinha em mãos e trabalhou<br />

<strong>de</strong>z meses agra<strong>de</strong>cendo a oportunida<strong>de</strong>.<br />

Ela costuma contar essa história como<br />

exemplo <strong>de</strong> que recomeçar é sempre permitido.<br />

“Tudo que essa campanha ganhou<br />

e o reconhecimento do Prêmio Colunistas<br />

me fazem celebrar essa jornada. Nada do<br />

que fiz até hoje foi sozinha, então gostaria<br />

<strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer também ao Pedro Corbett, ao<br />

Felipe Antonioli e ao Daniel Oksenberg, que<br />

divi<strong>de</strong>m a ficha técnica <strong>de</strong> criação do job <strong>de</strong><br />

Havaianas comigo”, recorda.<br />

Filme<br />

O GP <strong>de</strong> Filme foi para Todo bebê é um<br />

bebê Johnson’s, criado pela DM9DDB para<br />

J&J; a Ampfy levou o GP <strong>de</strong> Digital com Audio<br />

Makeup, para Maybelline NY; o GP <strong>de</strong><br />

Promo e Live Marketing foi para a Ogilvy,<br />

com A voz da Arte, para IBM; e o GP <strong>de</strong> RP<br />

foi conquistado pela DM9DDB, com Kiss the<br />

56 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


Alê Oliveira<br />

Otavio Schiavon, Andre Pedroso, Rafael Urenha, Alexis Pagliarini, Marcio Ehrlich, Fernando Vasconcelos, Adonis Alonso e Antoninho Rossini<br />

nosferatu, um dos trabalhos mais premiados da agência<br />

“tudo que essa<br />

campanha ganhou<br />

e o reconhecimento do<br />

prêmio colunistas me faz<br />

celebrar essa jornada”<br />

Kremlin, para Ssex Bbox. O Estadão foi eleito<br />

o Veículo Impresso do Ano e a Globo News<br />

o Veículo Eletrônico, enquanto a Alpargatas,<br />

cliente da AlmapBBDO, ganhou como Anunciante<br />

do Ano.<br />

Miguel Athay<strong>de</strong>, diretor do Globonews,<br />

afirma que o canal atingiu um patamar <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s reportagens e análises em toda a gra<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> programação, e em que o público sabe<br />

que po<strong>de</strong> acompanhar notícias mais relevantes<br />

em tempo real.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que o Festival Globonews<br />

Prisma, <strong>de</strong> 2017, levou o GP <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Prêmio<br />

<strong>de</strong> Design Ambiental e ouro em Evento Institucional<br />

no Prêmio Colunistas Rio <strong>de</strong> 2017.<br />

“Nosso futuro é estar cada vez mais conectado<br />

e ao vivo”, disse.<br />

A premiação como veículo impresso para<br />

o Estadão é, para Flávio Pestana, diretor-comercial<br />

do Grupo Estado, um reconhecimento<br />

importante. “Enten<strong>de</strong>mos que ela reflete<br />

o trabalho, a qualida<strong>de</strong> editorial do veículo,<br />

e também as diversas iniciativas inovadoras<br />

que o Grupo Estado tem <strong>de</strong>senvolvido nos últimos<br />

anos, que buscam trazer nossos anunciantes<br />

e parceiros para nossas plataformas.<br />

Além disso, a conquista também nos mostra<br />

que estamos no caminho correto para contribuir<br />

para a renovação e o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

mercado <strong>de</strong> comunicação brasileiro”, conclui.<br />

Participaram do júri, que se reuniu no último<br />

dia 9, em São Paulo, Adonis Alonso (blog<br />

do Adonis); Antoninho Rossini (Band); Andre<br />

Pedroso (Fischer); Alexis Pagliarini (Fenapro);<br />

Rafael Urenha (DPZ&T); Otavio Schiavon<br />

(Africa); Marcio Ehrlich (Janela Publicitária)<br />

e Fernando Vasconcelos (Meio & Mídia).<br />

Keka Morelle: “Premiação tem um valor especial”<br />

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jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 57


we<br />

mkt<br />

stevecoleimages/iStock<br />

A disrupção<br />

em ca<strong>de</strong>ia<br />

“Eu era muito jovem para ter um<br />

carro, então transava com as moças<br />

no banco <strong>de</strong> trás da minha bicicleta”.<br />

Woody Allen<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

aí as pessoas começaram a reconsi<strong>de</strong>rar.<br />

Ter ou não ter carro. E aí os jovens<br />

E<br />

foram rebaixando o carro em seu shopping<br />

list. Da primeira posição <strong>de</strong> 20 anos atrás,<br />

hoje está na 11ª.<br />

E aí, Eugenio Mattar, filho do legendário<br />

Salim Mattar, que protagonizou um dos<br />

mais espetaculares “cases” do ambiente<br />

corporativo brasileiro, A Localiza, hoje CEO<br />

da empresa, observando o <strong>de</strong>sinteresse <strong>de</strong><br />

seus filhos, <strong>de</strong> 14 e 16 anos, por automóvel,<br />

<strong>de</strong>cidiu ven<strong>de</strong>r a Ferrari que tinha em sua<br />

garagem.<br />

O negócio <strong>de</strong> ter e possuir, pensou, chegou<br />

ao fim. O importante é po<strong>de</strong>r usar, claro,<br />

sempre que preciso. Enquanto isso se<br />

multiplicava os aplicativos.<br />

Disruptando, num primeiro momento,<br />

os taxistas, num segundo as fabricantes <strong>de</strong><br />

automóveis, e por tabela, e sem querer, na<br />

medida em que convocava motoristas particulares<br />

para passarem a oferecer o serviço<br />

<strong>de</strong> transporte, reinventando o negócio<br />

da locação <strong>de</strong> automóveis.<br />

carros e o transporte com aplicativos são<br />

complementares... com a crise mais gente<br />

buscou ganhar dinheiro dirigindo...”.<br />

A Localiza <strong>de</strong>tém hoje 33% <strong>de</strong> participação<br />

<strong>de</strong> mercado. Uma frota <strong>de</strong> 190 mil<br />

carros. Com a mudança <strong>de</strong> comportamento<br />

das pessoas que ven<strong>de</strong>ram seus automóveis<br />

ou passaram a <strong>de</strong>ixá-los mais dias na<br />

garagem, o faturamento da empresa registrou<br />

um salto superior a 30%.<br />

Já a Movida, resultante da fusão da Locamerica<br />

com a Unidas, com uma frota <strong>de</strong><br />

100 mil carros, dá um <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 50% no<br />

preço da locação nos aluguéis mensais para<br />

quem utilizar o carro para transporte, leia-<br />

-se Uber.<br />

É isso, amigos. Segue o barco, ou circulam<br />

os automóveis. E a cada novo dia a tal<br />

da disrupção ganhando características e<br />

aspectos diferentes.<br />

Provocando alegrias e tristezas. Desafios,<br />

oportunida<strong>de</strong>s e ameaças.<br />

Numa espécie <strong>de</strong> disrupção sem fim e<br />

que se divi<strong>de</strong> e se multiplica.<br />

Até <strong>de</strong>z anos atrás, um taxista que quisesse<br />

alugar um dos chamados carros <strong>de</strong><br />

frota, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do mo<strong>de</strong>lo, pagava, aos<br />

donos <strong>de</strong> frotas, uma diária entre R$ 200 e<br />

R$ 300.<br />

Hoje, um particular aluga um carro da<br />

Localiza, ou das outras duas principais<br />

locadoras <strong>de</strong> automóveis, por menos <strong>de</strong><br />

R$ 90. Esse mesmo carro, locado, há <strong>de</strong>z<br />

anos, custava R$ 150.<br />

Falando à Revista Dinheiro, consciente<br />

que seu negócio foi reinventado sem querer<br />

pelos aplicativos, muito especialmente<br />

pelo Uber, Eugênio Mattar diz:<br />

“Estamos percebendo que o aluguel <strong>de</strong><br />

Segundo Tom e Vinicius, na antológica<br />

e disruptiva canção A Felicida<strong>de</strong>: “tristeza<br />

não tem fim, felicida<strong>de</strong> sim...”<br />

A felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje das locadoras, por<br />

exemplo, do Uber e <strong>de</strong> todos que direta ou<br />

indiretamente se beneficiam e lucram com<br />

a disrupção vai <strong>de</strong>sembocar, inevitável e<br />

inexoravelmente, na tristeza que um dia se<br />

abaterá sobre as montadoras, já em estado<br />

quase terminal, embora ainda não se <strong>de</strong>em<br />

conta, não revelem a mínima consciência<br />

da dimensão da crise.<br />

O automóvel, tal com o conhecemos um<br />

dia, nunca mais!<br />

E não se fala mais nisso...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

58 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


digital<br />

Código <strong>de</strong> conduta reforça ética<br />

<strong>de</strong> agências digitais nas eleições<br />

Transparência e combate às fake news orientam novo guia da Abradi;<br />

documento <strong>de</strong>bate responsabilida<strong>de</strong> dos comunicadores na internet<br />

Danúbia Paraizo<br />

Em meio aos crescentes <strong>de</strong>bates<br />

sobre a rápida disseminação<br />

das fake news, bem<br />

como seu impacto nas próximas<br />

eleições, a Associação<br />

Brasileira dos Agentes Digitais<br />

(Abradi) acaba <strong>de</strong> lançar o Código<br />

<strong>de</strong> Conduta para Agentes<br />

Digitais em Campanhas Eleitorais.<br />

A i<strong>de</strong>ia é reforçar o papel e<br />

a responsabilida<strong>de</strong> dos comunicadores<br />

que prestarão serviços<br />

na internet para partidos e<br />

candidatos.<br />

Segundo Marcelo Sousa, presi<strong>de</strong>nte<br />

da entida<strong>de</strong>, o objetivo<br />

é trazer orientações para garantir<br />

relações éticas nas eleições,<br />

diante do papel cada vez<br />

mais <strong>de</strong>terminante do digital<br />

no resultado final nas urnas.<br />

“Sabemos da força que o digital<br />

ganhou e vem ganhando nos últimos<br />

anos como influenciador<br />

do comportamento do consumidor<br />

e, por consequência, do<br />

cidadão/eleitor. Nas eleições <strong>de</strong><br />

2014 o digital foi estratégico no<br />

resultado final e este ano acreditamos<br />

que será ainda maior<br />

já que será possível comprar<br />

mídia nas plataformas globais<br />

digitais para alavancar candidatos<br />

e partidos”.<br />

Des<strong>de</strong> as eleições <strong>de</strong> 2014<br />

a Abradi vem discutindo com<br />

advogados especializados e<br />

estrategistas digitais eleitorais<br />

sobre o impacto da internet no<br />

cenário político. Em 2016, nas<br />

eleições para prefeituras, a entida<strong>de</strong><br />

lançou o primeiro código<br />

<strong>de</strong> conduta. Agora, em 20<strong>18</strong>, a<br />

entida<strong>de</strong> revisou o material <strong>de</strong><br />

acordo com as novas regras do<br />

TSE e consulta às entida<strong>de</strong>s e<br />

profissionais do setor. “O cumprimento<br />

<strong>de</strong> cada item do código<br />

vai da responsabilida<strong>de</strong><br />

empresarial <strong>de</strong> cada um, não<br />

é papel da entida<strong>de</strong> fiscalizar<br />

a conduta <strong>de</strong> cada empresa digital<br />

do país, o TSE e os outros<br />

órgãos <strong>de</strong> controle estão aí para<br />

cumprir esse papel”, ressalta<br />

Sousa.<br />

Código <strong>de</strong> conduta foi atualizado segundo as novas regras do TSE e consultas a entida<strong>de</strong>s do setor político e <strong>de</strong> digital<br />

“SabemoS da força<br />

que o digital<br />

ganhou e vem<br />

ganhando noS<br />

últimoS anoS como<br />

influenciador do<br />

comportamento<br />

do conSumidor”<br />

XtockImages/iStock<br />

ÉtiCa<br />

Criado com objetivo <strong>de</strong> elevar<br />

a responsabilida<strong>de</strong> ética das<br />

agências e seus colaboradores,<br />

bem como para <strong>de</strong>ixar claro as<br />

possíveis penalida<strong>de</strong>s jurídicas<br />

no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios e má conduta,<br />

o guia traz orientações <strong>de</strong> diversas<br />

complexida<strong>de</strong>s. Chama<br />

a atenção, por exemplo, para<br />

o sigilo <strong>de</strong> dados e privacida<strong>de</strong><br />

das informações, cuidando<br />

com a utilização <strong>de</strong> softwares<br />

e hardwares. No item sete do<br />

código, por exemplo, a entida<strong>de</strong><br />

orienta que os profissionais<br />

“mantenham os sistemas e ferramentas<br />

<strong>de</strong> segurança atualizados<br />

visando a prevenção <strong>de</strong><br />

ataques cibernéticos, invasões<br />

e roubo <strong>de</strong> dados pela internet”.<br />

E que trabalhem com ferramentas<br />

que garantam segurança<br />

dos dados armazenados.<br />

Chamando a atenção para o<br />

recente vazamento <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />

milhares <strong>de</strong> usuários do Facebook,<br />

a entida<strong>de</strong> também orienta<br />

a não utilização <strong>de</strong> “recursos<br />

tecnológicos ou publicitários<br />

que possam criar artificialmente<br />

mudanças mentais e emocionais<br />

no eleitorado, similares ao<br />

ocorrido nos EUA com a consultoria<br />

Cambridge Analytica<br />

que, <strong>de</strong> forma intencional e artificial,<br />

criou ambiente propício<br />

para mudanças ou engajamento<br />

<strong>de</strong> eleitores naquele país”.<br />

As fake news também ganharam<br />

espaço relevante. Apontadas<br />

como possíveis responsáveis<br />

por contribuirem para a<br />

eleição <strong>de</strong> Donald Trump nos<br />

EUA, o temor é que as notícias<br />

falsas possam impactar negativamente<br />

o processo eleitoral no<br />

Brasil. “O congresso e os órgãos<br />

<strong>de</strong> controle norte-americano<br />

ainda estão levantando o que<br />

realmente ocorreu nas eleições,<br />

mas os indicadores parecem<br />

apontar que houve interferência<br />

e ações nas plataformas globais<br />

digitais com o objetivo <strong>de</strong><br />

alterar as intenções dos eleitores.<br />

Acreditamos que os órgãos<br />

<strong>de</strong> controle do TSE estão analisando<br />

e estudando o ocorrido<br />

com olhos <strong>de</strong> lince na tentativa<br />

<strong>de</strong> reduzir os possíveis efeitos<br />

na eleição <strong>de</strong>ste ano”.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 59


curtaS<br />

NBS conquista<br />

conta da fintech<br />

Mercado Pago<br />

A fintech Mercado Pago, empresa <strong>de</strong><br />

serviços financeiros do grupo Mercado<br />

Livre, acaba <strong>de</strong> anunciar a NBS como<br />

sua agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A empresa<br />

fica responsável por toda comunicação<br />

da marca no Brasil, e já se prepara para<br />

lançar seu primeiro trabalho nas próximas<br />

semanas. Criado em 2004, com mais<br />

<strong>de</strong> 211 milhões <strong>de</strong> usuários cadastrados<br />

em sua plataforma na América Latina, o<br />

mercado Pago oferece tecnologia para a<br />

realização <strong>de</strong> pagamentos online, máquinas<br />

<strong>de</strong> cartão, crédito para ven<strong>de</strong>dores<br />

do Mercado Livre e uma carteira digital<br />

que funciona por meio <strong>de</strong> aplicativo<br />

mobile. 20<strong>18</strong> tem sido um ano produtivo<br />

para a NBS. Ela foi eleita Agência do Ano<br />

do Prêmio Colunistas rio, título conquistado<br />

também em outras seis vezes.<br />

Cyd Alvarez, sócio e presi<strong>de</strong>nte da agência NBS, comemora chegada <strong>de</strong> novo cliente na área <strong>de</strong> serviços financeiros<br />

Divulgação<br />

JOrNalISta dE rádIO laNça lIVrO<br />

Thiago Uberreich é apresentador da Jovem Pan<br />

O esporte mais popular do planeta<br />

acaba <strong>de</strong> ganhar uma nova obra sobre a<br />

história das Copas do Mundo. O jornalista<br />

thiago uberreich, apresentador do programa<br />

Jornal da Manhã, na rádio Jovem<br />

Pan, lançou na semana passada a biografia<br />

das Copas, na Livraria Cultura, em<br />

São Paulo. O evento reuniu mais <strong>de</strong> 300<br />

pessoas, entre amigos do autor, amantes<br />

do futebol e gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s.<br />

A obra tem 20 capítulos, e cada um<br />

relata como o Brasil acompanhou<br />

o torneio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1930, por meio do<br />

rádio e jornais, e <strong>de</strong>pois, TV e digital.<br />

Marçal Neto/Divulgação<br />

ClubE O GlObO GaNha rEdESENhO<br />

Para marcar seus 30 anos <strong>de</strong> existência,<br />

o Clube O Globo foi renovado para seus<br />

assinantes. A plataforma <strong>de</strong> relacionamento<br />

teve seu site e aplicativos re<strong>de</strong>senhados<br />

para que os assinantes do jornal pu<strong>de</strong>ssem<br />

pesquisar facilmente os estabelecimentos<br />

parceiros - são mais <strong>de</strong> 400, com <strong>de</strong>sconto<br />

<strong>de</strong> até 50%. Alguns <strong>de</strong>les também fazem<br />

ofertas especiais no estilo compre e ganhe.<br />

O aplicativo é dividido nas categorias<br />

gastronomia, saú<strong>de</strong> e bem-estar. A Valuenet<br />

Incentive Solutions, consultoria <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> incentivo e fi<strong>de</strong>lização, foi<br />

responsável pelo projeto.<br />

NEt E ClarO atualIzam SErVIçOS<br />

A NET e a Claro anunciaram na semana<br />

passada que passam a oferecer aos canais<br />

SporTV e Fox Sports a tecnologia 4K com<br />

HDR às transmissões da Copa do Mundo.<br />

Por meio do App do Now, os clientes<br />

também po<strong>de</strong>rão assistir ao streaming ao<br />

vivo no smartphone. E para quem quiser<br />

ver o camisa 10 da seleção brasileira além<br />

dos campos, a Claro oferece o Neymar Jr.<br />

Experience, aplicativo oficial do jogador.<br />

Lançada em parceria com a Digible, a<br />

plataforma reúne treinos <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s no<br />

futebol, <strong>de</strong>safios, compartilhamento com<br />

os <strong>de</strong>mais participantes, além <strong>de</strong> promoções<br />

para conferir treinos e jogos.<br />

ClubE dOS 100 amIGOS faz 20 aNOS<br />

Com lançamento<br />

previsto para o<br />

próximo dia 28,<br />

o livro É O Que<br />

Parece chega ao<br />

mercado como<br />

resgate <strong>de</strong> fatos<br />

históricos narrados<br />

por gran<strong>de</strong>s nomes<br />

da propaganda e<br />

comunicação. As<br />

narrativas contam<br />

experiências vividas<br />

durante mais<br />

<strong>de</strong> cinco décadas,<br />

num dos períodos<br />

mais significativos da ativida<strong>de</strong> publicitária<br />

no Brasil. A obra tem iniciativa<br />

do Clube dos 100 Amigos, que este ano<br />

comemora seu 20º aniversário. O livro é<br />

prefaciado por roberto duailibi, que faz<br />

um resgate histórico <strong>de</strong> 1955 até os dias<br />

atuais, <strong>de</strong>stacando o quanto a propaganda<br />

tem contribuído para a economia <strong>de</strong><br />

livre iniciativa. Já a Carta ao Leitor é assinada<br />

pelo editor e jornalista Antoninho<br />

Rossini, que apresenta a forma peculiar<br />

como os textos em primeira pessoa. Vale<br />

ressaltar que apesar da <strong>de</strong>scontração<br />

e irreverência, as revelações feitas são<br />

verda<strong>de</strong>iras.<br />

Reprodução<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />

e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />

e Renato Rogenski<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />

Jéssica Oliveira (SP) e<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Lucas Boccatto<br />

e Anilton Rodrigues Marques<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

60 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Jaques Dequecker/Divulgação<br />

BELEZA<br />

O cenário escolhido para a tomada das imagens foi a<br />

paradisíaca praia <strong>de</strong> Canoé, no litoral cearense. E Cleo<br />

Pires se entregou para a produção da marca Liebe Lingerie,<br />

que explora na coleção <strong>de</strong> verão 20<strong>18</strong>/2019 o<br />

bege como cor principal. A <strong>de</strong>sinibida atriz e cantora<br />

vai estar presente nos materiais <strong>de</strong> comunicação da<br />

marca.<br />

CONCENTRAÇÃO<br />

A conta da marca Cielo fica concentrada na Wun<strong>de</strong>rman.<br />

Antes, o negócio era dividido com a Y&R.<br />

Mas a <strong>de</strong>cisão não tem relação com a conquista do<br />

Banco Santan<strong>de</strong>r pela Y&R. A concorrência da qual<br />

participou e venceu há cerca <strong>de</strong> dois meses não envolveu<br />

a Getnet, divisão <strong>de</strong> maquininhas <strong>de</strong> crédito<br />

e débito do grupo financeiro.<br />

MÍDIA<br />

Cristina Omura e Danilo Castro, diretores <strong>de</strong> mídia<br />

da FCB Brasil, participaram, no último mês <strong>de</strong><br />

maio, do tour por Tóquio promovido pelo Grupo <strong>de</strong><br />

Mídia/SP. Segundo eles, foi uma experiência enriquecedora.<br />

“Definitivamente a gran<strong>de</strong> diferença é<br />

o consumidor, obviamente, distinto ao brasileiro e<br />

à presença massiva da tecnologia, ainda distante da<br />

maioria da nossa população”, diz Cristina. “O que<br />

mais me surpreen<strong>de</strong>u é a cultura do pensamento<br />

coletivo. Lá, não se pensa primeiro no indivíduo,<br />

mas no coletivo”, completou Danilo.<br />

Divulgação<br />

A <strong>de</strong>sinibida atriz e cantora Cleo Pires empresta sua beleza para a campanha da linha <strong>de</strong> lingerie Liebe<br />

Herman Mahnke, da GM, contempla garrafa do refrigerante na campanha da WMcCann<br />

Miro/Divulgação<br />

Cristina e Castro visitaram veículos japoneses durante tour <strong>de</strong> 20<strong>18</strong><br />

INTEGRAÇÃO<br />

O executivo Hermann Mahnke, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

da General Motors para o Mercosul, também participa<br />

da campanha Sempre tem um cliente da WMcCann na<br />

vida <strong>de</strong> um cliente da WMcCann. Ele aparece com uma<br />

garrafa <strong>de</strong> Coca-Cola na mão. Foram escalados Renata<br />

Campos, da Pizza Hut; Sarah Buchuwitz, da Mastercard;<br />

Priscila Stoliar, do SBT; e, por exemplo, Tania<br />

Fukuda, da Seara. “Era para ser apenas uma ação<br />

institucional, ou seja, para falar <strong>de</strong> nós mesmos, mas<br />

melhor do que isso é falar dos nossos clientes, que<br />

fazem a nossa história, mostrando a relevância que<br />

cada um tem não só na WMcCann, mas na vida um<br />

do outro”, afirma Hugo Rodrigues, chairman e CEO da<br />

WMcCann.<br />

AUDIÊNCIA<br />

A campanha Po<strong>de</strong> ser diferente, <strong>de</strong>senvolvida pela<br />

agência Ana Couto e veiculada nos elevadores da Elemidia,<br />

proporcionou aumento <strong>de</strong> 54% no volume <strong>de</strong><br />

lembrança da marca, segundo pesquisa <strong>de</strong> recall.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> 61


última página<br />

IltonRogerio/iStock<br />

a seleção<br />

suíça do<br />

Brasil<br />

Stalimir Vieira<br />

Os 13 milhões <strong>de</strong> brasileiros <strong>de</strong>sempregados<br />

provavelmente fazem parte daquele<br />

segmento da população apaixonado por<br />

futebol. Por certo são torcedores da seleção<br />

brasileira. Cidadãos e cidadãs que moram<br />

nas periferias das nossas cida<strong>de</strong>s, em casas<br />

e prédios com acabamento precário, amargando<br />

o <strong>de</strong>sconforto e a insegurança <strong>de</strong><br />

um cotidiano sempre pouco assistido pelo<br />

po<strong>de</strong>r público. 13 milhões é um número importante<br />

para a economia.<br />

Se cada um se dispuser a<br />

beber, por baixo, 20 cervejas<br />

durante o período do evento<br />

serão, por baixo, 260 milhões<br />

<strong>de</strong> cervejas vendidas. Sabemos<br />

que mesmo no aperto<br />

quem gosta <strong>de</strong> cerveja dá um<br />

jeito <strong>de</strong> beber. Essas, por baixo,<br />

260 milhões <strong>de</strong> cervejas, mais as centenas<br />

<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> refrigerantes e os outros<br />

milhões <strong>de</strong> reais <strong>de</strong>spendidos por esses 13<br />

milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados em produtos<br />

ligados à Copa e, ainda, mais algumas <strong>de</strong>zenas<br />

<strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> reais gastos por mais algumas<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> subempregados,<br />

é o que banca a exposição e o trabalho<br />

<strong>de</strong> mitificação da seleção. Ótimo.<br />

Fico curioso em saber se cada um dos<br />

atletas e se cada um dos integrantes da comissão<br />

técnica sabe disso. Melhor: se eles<br />

têm consciência do significado disso. É<br />

compreensível que se distraiam, diante <strong>de</strong><br />

tantos luxos e <strong>de</strong> tantos mimos. Suponho<br />

até que pensem que o dinheiro que sustenta<br />

as condições nababescas <strong>de</strong> transporte<br />

e acomodação, por exemplo, venham <strong>de</strong><br />

quem tem, <strong>de</strong> quem po<strong>de</strong>. É verda<strong>de</strong>. A<br />

CBF é rica, bem como são ricos os seus patrocinadores.<br />

O que talvez fosse oportuno<br />

lembrar a cada um <strong>de</strong>sses mimados é <strong>de</strong><br />

que a maior parte <strong>de</strong>ssa riqueza foi catada<br />

“A CBF é riCA,<br />

Bem Como são<br />

riCos os seus<br />

pAtroCinAdores”<br />

em troco miúdo. Por exemplo, em botecos<br />

ou em esquinas e areias escaldantes, on<strong>de</strong><br />

milhares <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

com um isopor a que carregaram na cabeça<br />

por quilômetros, ou em mercadinhos que<br />

já foram assaltados inúmeras vezes e cujos<br />

donos são quase tão pobres quanto seus<br />

fregueses. É interessante a cara da riqueza.<br />

Ela é um avião adaptado para que ao<br />

longo da viagem nos possamos banhar<br />

quentes e dormir esticados. É um hotel<br />

em que somos recebidos como príncipes<br />

e acomodados como <strong>de</strong>uses. A riqueza é<br />

po<strong>de</strong>r. Po<strong>de</strong>r suficiente para<br />

fazer com que outros po<strong>de</strong>res<br />

nos bajulem. Nada mais<br />

fácil, portanto, do que nos<br />

acostumarmos com a riqueza.<br />

Mas o fato é que o futebol<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos pobres para sobreviver.<br />

A Copa <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> talvez<br />

seja a mais <strong>de</strong>safiadora para o Brasil.<br />

Vamos entrar em campo com um grupo<br />

<strong>de</strong> privilegiados, enquanto amargamos,<br />

por aqui, o governo mais impopular <strong>de</strong><br />

nossa história, nos achatamos sob uma<br />

recessão que caminha para o terceiro ano,<br />

vemos aproximar-se uma eleição absolutamente<br />

necessária, mas ameaçadoramente<br />

inútil. Enfim, uma contradição que<br />

beira o absurdo.<br />

O Brasil que vai estrear contra a Suíça é<br />

um Brasil suíço. Rico, bem nutrido, luxuoso.<br />

Esse Brasil suíço tem, portanto, obrigações<br />

acima da média. É preciso tomar<br />

cuidado quando se enche o peito para dizer<br />

que a CBF é um entida<strong>de</strong> privada. Sim, é privada,<br />

mas o dinheiro da iniciativa privada<br />

não dá em árvore. Sai do bolso do público e<br />

circula entre mãos calejadas, antes <strong>de</strong> virar<br />

verba <strong>de</strong> patrocínio. Que a seleção retribua<br />

com um pouco <strong>de</strong> ilusão para esse povo que<br />

ultimamente só recebe notícia ruim.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

62 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark


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