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Talvez seja a única maneira de se ser um grande português. De facto, talvez seja a única maneira de se ser um grande angolano. Ser como o Vítor Ramalho. Conjuga na sua personalidade cordial todos os elementos de generosa abertura e coragem física que se herdam das vivências africanas. Num percurso que é marcado por um empenhado envolvimento na vida publica têm sido constantes as ocasiões em que essa cordialidade e arrojo conseguiram resultados práticos bem visíveis. Como jornalista da RTP fiz a cobertura do I Congresso de Quadros Angolanos no Exterior. Foi uma iniciava que o Vítor Ramalho imaginou quando o conflito em Angola, parecia irremediavelmente cristalizado numa guerra sem quartel em que as superpotências iam medindo forças à custa do povo angolano. Vítor Ramalho, usando sem receios os poderosos meios diplomáticos que lhe conferia ser um dos mais próximos conselheiros do Presidente Mário Soares, organizou sob o engenhoso titulo de um “Encontro” no “Exterior” o mais amplo e consequente debate sobre o que estava a acontecer no “Interior” de Angola. O Congresso dos Quadros Angolanos em Abril de 1990 foi, provavelmente, o mais decisivo acontecimento na preparação do terreno para a paz entre o MPLA e a UNITA. Nessa altura o cenário nos campos de batalha era caótico e inconclusivo. Progressos e regressos dos combatentes no terreno mediam-se pelo poder do armamento que Moscovo e Washington canalizavam para a UNITA e MPLA via Cuba e África do Sul. As forças governamentais ostentavam poderosas máquinas de guerra soviéticas mobilizando em batalhas cada vez mais de guerra clássica tanques T 62 de modelo idêntico aos que guarneciam na altura as fronteiras do Pacto de Varsóvia. Angola era um campo de testes de armamento letal com soviéticos e americanos num constante braço de ferro. Washington ia equipando Savimbi com armamento cada vez mais sofisticado. Os misseis anti-aéreos Stinger passaram a ser usados com regularidades abatendo cargueiros Antonov e o ocasional MIG 23 enquanto a Norte do Cuíto Cadaval artilheiros sulafricanos iam explorando os alcances das suas mais recentes peças de artilharia pesada de campanha as G5 que chegaram a enviar obuses a cinquenta quilómetros de distancia para dentro das fronteiras angolanas. A Angola ocupada por Russos, cubanos e sul-africanos era um mundo distópico e perigoso onde se matava e morria com facilidade e sem saber ao certo porquê. Poucos tiveram a imaginação e o empenho para vislumbrar uma possibilidade de poder haver um dialogo de paz naquele inferno. MPLA e UNITA não se falavam nessa altura. Desde as matanças mútuas em Luanda no pós independência na década de 70 que o Norte e o sul de Angola se tinham dividido. Angolanos dos dois lados reivindicavam legitimidades que a história viria a provar que só poderiam ser afirmadas em conjunto. Vítor Ramalho entendeu isso e com o esprito de iniciativa que lhe é característico actuou empenhando-se a fundo na busca de pontes de entendimento entre as duas partes. É da mais elementar justiça reconhecer que muito do que correu bem no processo de pacificação de Angola se deve à diplomacia de envolvimento empenhado desenvolvida por Vítor Ramalho. Seria lúcido procurar o seu conselho e aplicar num terreno diplomático que ainda é movediço os seus conhecimentos, que têm pouco paralelo em Portugal e na Europa. Já como Presidente da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho organizou em Lisboa um monumental encontro de dirigentes africanos dos países africanos de língua portuguesa que tinham como elemento comum a passagem pela Casa dos Estudantes do Império onde, na verdade, nos anos 50 e 60 nas universidades de uma capital imperial a viver na ditadura nasceram as energias intelectuais que levariam à descolonização. Depois há o Vítor Ramalho amigo e camarada. Nada exemplifica melhor a sua coragem como a maneira enérgica com que se interpôs entre manifestantes da CGTP e Vital Moreira. 2009 foi um ano quente para o Partido Comunista Português com as deserções de militantes distintos, entre os quais, o mais destacado era seguramente o constitutionalista de Coimbra. Não fora a ação de Vítor Ramalho que fisicamente desencorajou os mais aguerridos sindicalistas comunistas, o incidente não se teria ficado pela boçalidade dos insultos de um bando ululante dirigidos a Vital Moreira. Mas ficou. Vendo as imagens do incidente do Primeiro de Maio de 2009 entende-se porquê. O meu amigo, Vítor Ramalho é um Homem mesmo muito grande. Mário Crespo - 114 -
Ao meu muito estimado amigo Vítor Ramalho, companheiro de muitas e nobres lutas , os meus calorosos parabéns por este marcante aniversário. O percurso destas décadas de vida, devem ser motivo de um enorme orgulho porque se caracteriza por um permanente envolvimento na luta por causas sociais e humanistas, na luta pela Democracia e a Liberdade e na luta por avanços civilizacionais. O Brecht escreveu um dia que: Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis. O Vítor Ramalho tem lutado toda a vida, muitas vezes em condições bem adversas. É um dos imprescindíveis!!! Para ele, um grande e fraterno abraço de amizade. Mário Jorge Neves - 115 -
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VÍTOR RAMALHO 21 Julho 2018
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Eu nasci numa terra que é já ali,
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Querido pai, Escrevo-lhe agora, num
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Olá Avô Vítor, Quando pediram qu
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Uma noite sem estudo Quando o meu i
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Vítor, Quando conhecemos alguém,
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Vítor, Nesta data tão especial pa
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Elegia ao Amor Lembras-te, meu amor
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Nos setenta anos do nosso camarada
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Antes de conhecer pessoalmente o V
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Conheci pessoalmente o Vítor nas v
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Diz-se distinto daquilo que não se
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Dedicado ao meu amigo Vítor Ramalh
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É com satisfação que participo n
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É com enorme prazer que de Nova Io
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Falar de quem gostamos muito, por q
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Nos 70 anos de Vítor Ramalho A vid
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Um homem bom define-se pelo seu car
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Dr. Vítor Ramalho o meu muito obri
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Quem conhece o Vítor Ramalho sabe
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Caríssimo Vítor Ramalho, Neste me
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Vítor Ramalho, um Homem sempre no
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A Amizade é como uma criança que
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Há entre nós cerca de um ano e qu
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