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Previz2 - 16.07 VRamalho5

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Querido pai,<br />

Escrevo-lhe agora, numa pausa de duas grandes<br />

“lutas”, para celebrar os 70 anos do homem<br />

mais importante da minha vida! Em ambas,<br />

foi o pai quem me ensinou como se segura<br />

no cravo lá bem no alto e como se enfrentam as<br />

dificuldades de cara levantada.<br />

Foi o pai que esteve sempre ao meu lado, com<br />

toda a coragem e toda a sabedoria, porque como<br />

o pai sempre diz: “a experiencia é o superior<br />

conhecimento da razão”. Não obstante das suas<br />

próprias preocupações, da sua própria dor, do<br />

seu próprio sofrimento, não me deixou nem por<br />

um segundo. Não descansou (literalmente)<br />

enquanto sentiu que havia ainda caminho para<br />

andar... Que lição de vida, meu pai! Que banho<br />

de amor e dedicação!<br />

Páro agora para reviver as minhas memórias<br />

de 35 anos de vida em conjunto (teria o pai<br />

a idade que tenho hoje quando eu nasci) e<br />

pergunto-me...“O que é ser sua filha?”<br />

É ter um orgulho e uma admiração<br />

sem fim. É sentir uma enorme<br />

responsabilidade em não<br />

falhar na passagem dos valores<br />

que o pai me transmite a cada<br />

palavra e a cada gesto. Amizade,<br />

honestidade, coragem, determinação.<br />

Orgulho esse que<br />

sei que será partilhado com<br />

o Francisco, quando ele souber o que o avô<br />

construiu ao longo da vida, o que o avô fez por<br />

Portugal, pela Lusofonia, pelo mundo, e por ele<br />

próprio, Francisco, quando ainda começava a<br />

dar os seus primeiros passos... E fê-lo sempre<br />

por convicção e por paixão à vida, ao mundo<br />

e às gentes!<br />

Pensar no pai é sentir toda essa paixão...<br />

É recordar os almoços de História do mundo,<br />

em que o pai me falava da História como se<br />

de um conto se tratasse e em que no final,<br />

tudo fazia sentido! É lembrar as músicas que<br />

tocavam no carro, porque o fado é a “alma<br />

portuguesa”. É reviver os poemas na voz da<br />

Dra. Maria Barroso, que tantas vezes sentimos<br />

em silêncio. É emocionar-me com o riso fácil<br />

do pai e as gargalhadas sem fim...<br />

Obrigada por ser o meu Homem de<br />

referência e o melhor pai do mundo!<br />

Sara<br />

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