Previz2 - 16.07 VRamalho5

Numa jornada de trabalho da minha
empresa, assistia às apresentações
e interações com o interesse que a
relevante matéria em análise exigia.
A dado momento, no entanto, a pequena
pausa sugerida aguçou em
mim um conjunto de reflexões que
me iam sobressaltando. Pensava
eu: que tempos estes(!) onde o ‘ditador’
ASAP (as soon as possible)
invade ritmos, retalha a ponderação,
bloqueia qualquer tentativa de digestão
dos diferentes momentos e
atropela o nosso modo de comunicar,
de conversarmos. Ato contínuo,
vejo-me a cruzar tudo isto com o
desafio-depoimento sobre o, permitam-me,
‘nosso’ Vítor Ramalho que a
minha ‘Presidenta’ de sempre (como
carinhosamente gosto de tratar a
Eurídice) gentilmente me lançou.
E porquê? Porque o Vítor tem essa
rara capacidade de ser um homem
que agrega em si a afirmação viva
do presente, a maturidade e experiência
de um riquíssimo passado e a audácia de pensar e agir com os olhos
no futuro! E tudo isto de modo incrivelmente simples, natural!
Politicamente falando, ‘conheci-o ao vivo e a cores’, numa sessão de esclarecimento
junto da Associação de Moradores da Barra Cheia, no quadro da
Campanha Autárquica do PS de 2005 no Concelho da Moita, onde o Vítor
chegara para ajudar e somar. E o que se iria seguir marcou-me. Cabia-me
pois iniciar a sessão, tendo contudo tomado um rumo que o Vítor sabia não
ser o melhor para aquela plateia. Sábia e calmamente levantou-se da mesa,
a partir da qual nos dirigíamos àquele público, e com a sua mão direita pressionou
o meu braço esquerdo, apertando-o levemente tendo assim, como
que num combinado abrir e fechar de olhos, tomado as rédeas da sessão!
Compreendi, naturalmente acedi e muito aprendi! Sem uma palavra, o gesto
certo no momento certo e até parecia fácil… Nos tempos de hoje onde sobra
microfone para tão gastas matérias e oradores é importante respeitarmos,
valorizarmos e aprendermos com seres humanos tão gigantes como o é o
Vítor. De empatia fácil, sempre disponível para partilhar e ajudar o próximo,
que ensina desinteressadamente, sempre mostrando uma invulgar humildade
nessa sua capacidade inata de agir, nesse seu modo de ser genialmente
claro e assertivo. Alguém que torna simples e dá cor a esta vida sem tempo,
neste tempo, muitas vezes, sem vida.
Obrigado e Forte Abraço Vítor.
Hélder Pinhão
- 74 -