Previz2 - 16.07 VRamalho5

Caro Vítor,
Quando a Sara me pediu para escrever algumas linhas, acerca da nossa longa amizade, fiquei feliz por
poder expressar o que penso sobre ti.
És uma pessoa das mais altruísta e honestas que conheço. Nunca ouvi, de nenhum dos amigos comuns,
um único comentário menos abonatório, pelo contrário, quando se falava de ti, era comum seres elogiado
e embora mais novo que nós, todos te respeitavam.
Como me foi pedido que relembrar-se uma ou outra história vivida, há algumas que não se esquecem.
Recordo que quando nos juntavamos a tomar café no Império e tu chegares com os livros debaixo do braço,
eu notei uma vez, que a parte do livro que já havias lido, tinha o dobro da espessura que as paginas
ainda virgens. Motivo, os sublinhados em quase TODAS, as linhas, método que usavas para melhor fixar.
Quando eu lia 2 ou 3 palavras do inicio de uma página, tu conseguias reproduzir fielmente todas as outras,
até ao fim da mesma. Memória de elefante!
Uma outra inesquecível historia.
Viagem à Serra Nevada; há mais de 20 anos: Como era de esperar, um angolano não é propriamente um
esquiador. Neste caso era mesmo a primeira vez que o Vítor ia esquiar. Não tendo feito nenhuma lição,
colocou os esquis ao ombro e começou a subir a pé a montanha de neve. Quando pensou estar já a uma
altura suficiente, voltou-se para traz para colocar os esquis, mas alguém com poder ! , mandou-o subir
mais. Depois de 2 ou 3 tentativas para começar a descida foi aceite, que o podia fazer. Como principiante,
não colocou os esquis em posição de ir travando a velocidade, regra básica, mas sim na direcção da maior
inclinação da pista. De longe ainda fiz sinal para não tentar iniciar a descida daquela forma, mas não compreendeu.
Claro que passados 10 metros de descida, deu uma queda espectacular, levantando nuvens de
neve de um e outro lado.
Quando chegou ao hotel, ainda tinha neve dentro da roupa.
Foi a primeira lição de esqui.
Termino felicitando-te pelos 70 anos e fazendo votos que por cá continues muito mais tempo, pois pessoas
como Tu fazem falta a Todos.
Abraços
Norberto Marques
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