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Previz2 - 16.07 VRamalho5

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Conheci o Vítor há já mais de 50 anos. Eu<br />

frequentava engenharia na Universidade de<br />

Luanda e ele estava quase de “abalada” para<br />

Portugal. Iria estudar Direito em Lisboa. Foi<br />

num “Campo de Férias” de estudantes católicos<br />

que reuniu jovens de Portugal e de Angola.<br />

O Vítor deixou marca como pessoa muito interessada,<br />

com uma boa base cultural e, sobretudo,<br />

extremamente simpático e de espírito<br />

aberto.<br />

Seguimos as nossas vidas, cada um para seu<br />

lado, e voltamos a ver-nos mais tarde. Até que,<br />

por força das circunstâncias, ambos parlamentares,<br />

obviamente de bancadas diferentes,<br />

fomos mantendo conversas muito mais<br />

frequentes, sobre quase tudo mas com natural<br />

preponderância sobre Africa.<br />

Sempre achámos que as necessidades dos<br />

Partidos em alimentarem certa militância os<br />

levavam a procurar mais as diferenças e a fixarem-se<br />

nelas, em vez de procurarem aproximar-se,<br />

(o que facilitaria a adopção das politicas…).<br />

Balizavam-se nas diferenças. Não é<br />

de unanimismos que falávamos, mas sim de<br />

diálogo com consequências…<br />

Africa e a Lusofonia eram naturalmente áreas em que surgiam no mesmo espírito a necessidade<br />

da prática dum bom relacionamento, que respeitasse as memórias comuns, mas que fosse<br />

ousado e ambicioso, quanto ao futuro.<br />

Foi essa a idéia de lutar por um consenso político na relação com África que me levou a aceitar<br />

o convite do actual Primeiro-ministro, para ser Secretário-geral da UCCLA.<br />

A UCCLA perdera o fulgor que tivera no passado com o Eng. Abecassis. Entretanto, surgiram,<br />

felizmente, numerosas organizações lusófilas e a CPLP já se havia criado…<br />

A Vítor Ramalho deve-se uma constante defesa em artigos, entrevistas etc., de pontos de vista<br />

positivos, não recriminatórios nem discriminatórios em prol de posições lusófonas.<br />

E deve-se também um trabalho marcante na organização dum congresso da diáspora angolana,<br />

que reuniu muitos angolanos do exterior e que a cada dia que passa, mais me convenço<br />

de que foi antes do tempo…. Nota-se cada vez mais a falta que essa gente fez a Angola…<br />

Porque em recente livro, o Vítor, revelou esse facto, foi para mim normal ter sido grande defensor<br />

da nomeação do Vítor como meu sucessor para Secretário-geral da UCCLA.<br />

Acho que se fiz um trabalho na “frente” interna, ao Vítor cabe o grande mérito de ter voltado a<br />

projectar a UCCLA na opinião pública. Veja-se a grande realização que constituiu, a evocação<br />

do papel que a Casa dos Estudantes do Império teve no processo para a emancipação dos<br />

povos e no conhecimento mútuo e amigo entre os dirigentes desses países.<br />

Em suma: Um grande e leal camarada, a quem envio um “candando” desejando longa vida<br />

de muito sucesso.<br />

Miguel Anacoreta Correia<br />

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