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Previz2 - 16.07 VRamalho5

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No dizer de Almeida Santos, Vítor Ramalho é o<br />

africano mais português e o português mais africano<br />

e, se me é permitido , a par de José Aparecido<br />

de Oliveira, o mais lusófono.<br />

Nascido em Angola, seria em Lisboa, enquanto<br />

estudante na Faculdade de Direito, que adere ao<br />

movimento de revolta estudantil para derrubar a<br />

ditadura e pela autodeterminação e independência<br />

das ex-colónias portuguesas. Por tais actos<br />

viria a ser punido severamente pela PIDE. Derrubada<br />

a ditadura, participou activamente na consolidação<br />

da liberdade e da democracia e não<br />

tardou a ser uma figura de referência no mundo<br />

sindical e político. Vítor Ramalho, sempre que foi<br />

chamado a desempenhar funções públicas quer<br />

a nível do governo, do parlamento ou de outras<br />

instituições, sempre se pautou por um escrupuloso<br />

rigor de servidor público “ blindado à prova de<br />

bala “ e com uma enorme capacidade de trabalho<br />

- por onde passou deixou obra feita.<br />

Enquanto governante, Vítor Ramalho recuperou<br />

dezenas e dezenas de empresas falidas, entre<br />

elas a emblemática “ LISNAVE “; na INATEL recuperou<br />

e modernizou as unidades hoteleiras e outros<br />

equipamentos da instituição; presentemente,<br />

na UCCLA, não só está a fazer obra como<br />

já fez história ao convocar figuras históricas dos<br />

movimentos de libertação dos países de língua<br />

portuguesa para participarem em duas conferências<br />

( Coimbra e Lisboa ) subordinadas ao tema<br />

“ A luta pela independência “. Neste evento estiveram<br />

presentes cerca de 100 ex-combatentes,<br />

entre eles 14 ex-primeiros ministros e 4 ex-chefes<br />

de estado. As intervenções dos conferencistas<br />

foram publicadas constituindo, assim, um acervo<br />

de indispensável consulta para quem queira conhecer<br />

a história da luta pela independência das<br />

ex-colónias portuguesas.<br />

Passados 44 anos após a descolonização, nenhum<br />

organismo português teve o arrojo e visão<br />

estratégica para levar a cabo um evento desta<br />

natureza. Só a determinação, a coragem e,<br />

sobretudo, a ligação afectiva que Vítor Ramalho<br />

tem e cultiva com os povos do mundo lusófono<br />

tornou possível este acontecimento.<br />

Pela forma urbana, culta e livre como se exprime,<br />

sem abdicar dos seus valores e princípios, é<br />

chamado com frequência pelos órgãos de comunicação<br />

social para se pronunciar relativamente a<br />

noticias do país e do mundo e, muito em particular,<br />

dos países de língua oficial portuguesa.<br />

Não foi por acaso que Mário Soares o chamou<br />

para seu colaborador na presidência da república.<br />

Mário Soares sabia que podia contar com o<br />

seu amigo. Entre os muitos eventos que levaram<br />

a cabo, realço o último: as duas Aulas Magnas.<br />

Mário Soares sonhou e Vítor Ramalho executou.<br />

Quem tem o privilégio de conhecer e conviver<br />

com Vítor Ramalho sabe que é um homem solidário<br />

e que está sempre presente nos bons e<br />

nos maus momentos. A nossa relação de amizade<br />

com o Vítor leva-nos a considerá-lo como um<br />

elemento da família.<br />

Obrigado, Vítor Ramalho<br />

Carlos Luiz e Maria de Jesus<br />

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