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16 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de agosto, 2010 BRASIL RELAÇÕES EXTERIORES Amorim diz que Brasil pode voltar a discutir questão nuclear com o Irã O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não descartou a possibilidade de o Brasil voltar a discutir com o Irã a questão nuclear, depois do jejum do mês do Ramadã, que começou ontem. Amorim justificou a participação do Brasil na região alegando que o país está engajado em favor da paz e que o programa nuclear iraniano é “potencialmente uma das maiores ameaças” ao mundo, nos dias atuais. Governo adia novo marco regulatório das ferrovias Expectativa era que decreto fosse assinado ontem por Lula, mas propostas serão apresentadas antes às concessionárias Sílvio Ribas e Simone Cavalcanti redacao@brasileconomico.com.br O governo decidiu submeter à avaliação das concessionárias de ferrovias as suas propostas de mudança na legislação do setor, adiando para o fim do ano a edição do decreto que cria novo marco regulatório. O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, informou ontem em Brasília que, “apesar do frisson no meio ferroviário dos últimos dias” gerado pela expectativa da assinatura do decreto pelo presidente Lula, será feito primeiro um debate com os interessados. “Serão conversas como as que já ocorreram em outras situações semelhantes”, disse ele durante sua participação em seminário organizado pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). O ministro acrescentou que não há cronograma para a edição do marco legal, mas que o pacote sairá “no atual governo”. Passos explicou que há pontos que precisam ser discutidos com o setor, como a política tarifária. “O governo respeita contratos e nenhuma medida implica em tabelamento ou fixação prévia de preços”, ressaltou. Passos lembrou que, no caso do Trem de Alta Velocidade (TAV), entre Campinas (SP), São Paulo e Rio de Janeiro, os prazos da licitação estão mantidos e nenhum investidor interessado se queixou de falta de tempo para apresentar propostas. “Grandes projetos são sempre polêmicos, mas o governo se apoiou em estudos fornecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Mundial para apresentar uma obra factível e necessária.” Ao apresentar dados do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), do governo, com horizonte até 2025 e investimentos de R$ 300 bilhões, o ministro destacou uma série de obras de “O governo respeita contratos e nenhuma medida implica tabelamento ou fixação prévia de preços Paulo Sérgio Passos, ministro dos Transportes VOLUME 56% Foi o quanto cresceu o volume de carga movimentada em ferrovias desde a desestatização, em 1997, passando de 253 milhões para 395 milhões de toneladas. SEGURANÇA 80% Foi o tamanho da redução no índice de acidentes na malha no mesmo período, recuando de 75,5 para 15 acidentes para cada milhão de quilômetros de linhas. Divulgação trechos ferroviários, como a Norte-Sul, a Oeste-Leste, a Trans- Nordestina e a Trans-Oceânica. Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), acredita que o setor registra avanços, como a linha de financiamento criada pelo BNDES com juros reduzidos e voltada para a continuidade de investimentos. “Passamos de uma produção de mil vagões anuais para três mil e chegaremos logo a 5 mil”, ilustra. A candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) declarou no seminário que o setor ferroviário vive uma “ressurreição” e ganhará novo desenho nos próximos anos, com prioridade para o transporte de cargas a longas distâncias cargas. Mais vendas, menos custos A expansão e melhoria da malha ferroviária, coordenada com a ampliação dos portos, reduziria os custos e impulsionaria as exportações brasileiras. O transporte de mercadorias pela via férrea custa de um terço a um quarto do que se gasta por meio das rodovias, em média. A soja produzida no estado do Mato Grosso é um exemplo. Seu processo de produção é um dos mais competitivos do mundo, mais, inclusive, que o dos EUA. No entanto, por conta da maneira como é transportada até o embarque, chega muito mais cara ao mercado internacional. Mas ainda há longo percurso a ser percorrido para que haja de fato essa melhora. Hoje, a participação das ferrovias no deslocamento de cargas representa apenas 25% do total movimentado no país. Deste volume, 75% corresponde a minério de ferro transportado pela Vale por suas linhas. Do total das vendas ao exterior, os países sul-americanos compram do Brasil de 16% a 18%. Mas, de tudo o que as empresas brasileiras exportam para a região, apenas 0,2% chega ao destino por trem. ■ FINANCIAMENTO Crédito imobiliário sobe 77% e atinge patamar de R$ 23 bilhões no semestre O financiamento imobiliário com recursos da poupança cresceu 77% no primeiro semestre, para R$ 23,8 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Entre janeiro e junho foram financiadas 187,6 mil unidades, indicando expansão de 51,5%. No mês de junho, o valor atingiu R$ 5,27 bilhões, com o financiamento de 40,8 mil unidades, novo recorde histórico. Trem da Vale: setor ferroviário espera aumento da malha para 40 mil quilômetros em dez anos Integração com Empresas de transporte ferroviário veem cenário de esgotamento em dois anos A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) listou as principais reivindicações e propostas do setor para o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento divulgado ontem, em Brasília, pede a continuidade na expansão das linhas de ferrovias, lembrando que 10 mil quilômetros dos atuais 28 mil quilômetros apresentam diversas inadequações. A entidade também quer que o próximo governo priorize a modernização da malha ferroviária, incluindo a forma como são elaborados seus contratos comerciais. “Além da expansão, não é menos importante a integração, inclusive com outros sistemas. Ferrovia não se viabiliza sem porto eficiente”, disse Marcello Spinelli, presidente da ANTF. O documento da associação aos três principais candidatos à Presidência alerta para a necessidade de desoneração do setor, de modo a equilibrar sua competição com outros meios de transporte, sobretudo o rodoviário. “Sem enfrentar os mesmos rigores de fiscalização, o frete nas rodovias fica apenas 5% mais caro do que o nosso. Esperamos que o marco regulatório garanta a competitividade real”, acrescenta Spinelli.
MERCADO DE TRABALHO Indústria paulista registra terceira alta seguida no nível de emprego O emprego na indústria paulista cresceu pela terceira vez seguida em julho, informou ontem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A expansão foi de 0,4% em julho ante junho, segundo dados com ajuste sazonal, o equivalente à abertura de 12.500 vagas. Os destaques do mês foram os segmentos de equipamentos de informática e produtos eletrônicos, com avanço de 1,9%. AQUECIMENTO ECONÔMICO BC vê atividade econômica desacelerando no 2º trimestre; no ano, alta é de quase 10% A atividade econômica desacelerou no segundo trimestre, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). No período houve crescimento de 1,32% ante o primeiro trimestre, com ajuste sazonal. Na comparação do primeiro trimestre do ano em relação aos últimos três meses de 2009, a economia havia registrado crescimento de 2,45%. Em junho a alta foi de 0,02%, e no ano acumula alta de 9,9%. Quinta-feira, 12 de agosto, 2010 Brasil Econômico 17 Ag. Vale NA BDO O QUE É IMPORTANTE PARA VOCÊ É IMPORTANTE PARA NÓS. AUDIT TAX ADVISORY (11) 3138-5314 www.bdobrazil.com.br portos e rodovias para evitar colapso Investimentos das concessionárias na malha ferroviária este ano podem chegar a R$ 3 bilhões; extensão hoje é de 28 mil quilômetros Para o executivo, as inovações na legislação do segmento para atrair investimento e novos negócios é bem-vinda, desde que seja garantida no novo modelo a preservação dos contratos atuais. Os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e da Casa Civil, Erenice Guerra, garantiram ao dirigente que estão abertos às sugestões dos empresários e de que não há risco jurídico para os atuais contratos de concessões. Segundo cálculos da ANTF, se o governo não acelerar os investimentos na expansão da malha ferroviária nacional, o setor chegará a um colapso, já em 2012, seguindo os mesmos padrões de expensão de hoje. Investimentos em portos também são vistos como necessários para compatibilizar o movimento das cargas através do país. O diretor executivo da entidade, Rodrigo Vilaça, acredita que, até 2015, a malha poderá atingir 35 mil quilômetros, ante os 28,5 mil quilômetros atuais. Até 2020, a expectativa é que as linhas possam chegar a 40 mil quilômetros. Produtividade Os investimentos das concessionárias este ano devem chegar a R$ 3 bilhões. “Com a ampliação da malha e com os recursos disponíveis das concessionárias, esperamos dar um salto na produtividade”, diz o executivo da ANTF. Spinelli lembra que o setor vem reinvestindo normalmente na sua operação. Se as linhas férreas atingirem a marca de 35 mil quilômetros até Hóspede exigente é hóspede inteligente. Bem-vindo a bordo. AJUSTES 10 mil dos atuais 28 mil quilômetros da malha ferroviária têm algum tipo de inadequação. EXTENSÃO 35 mil é o tamanho que a malha pode atingir até 2015 se o investimento prometidos sair do papel. INVESTIMENTOS R$ 40 bi é o que está previsto no PAC para logística. BNDES teria papel fundamental para liberar a verba. CONCESSIONÁRIAS R$ 3 bi é quanto as concessionárias devem investir até o final deste ano na malha ferroviária. DESPERDÍCIO ✽ Vagões parados em portos Segundo o presidente da ANTF, Marcello Spinelli, há portos no país com até 2 mil vagões parados por falta de infraestrutura adequada para acomodar os dois meios. 2015, a carga transportada poderá passar das atuais 460 milhões de toneladas úteis por ano para mais de 600 milhões de toneladas úteis. ■ S.R. www.costacruzeiros.com.br Consulte seu agente de viagens
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