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empresas - Brasil Econômico

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4 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> Quinta-feira, 12 de agosto, 2010<br />

DESTAQUE CRESCIMENTO ECONÔMICO<br />

Quadruplica o<br />

investimento das<br />

<strong>empresas</strong> no ano<br />

Estimulados pelo aquecimento do consumo, desembolsos<br />

anunciados no primeiro semestre superam US$ 289 bilhões<br />

Carolina Alves<br />

calves@brasileconomico.com.br<br />

Passada a “marolinha” — que<br />

teve efeito de tsunami para diversos<br />

setores da economia brasileira<br />

— as <strong>empresas</strong> retomaram<br />

o fôlego para investir e já anunciaram<br />

desembolsos quatro vezes<br />

e meia maiores este ano. Segundo<br />

levantamento do Ministério<br />

do Desenvolvimento, Indústria<br />

e Comércio Exterior<br />

(MDIC), obtido com exclusividade<br />

pelo BRASIL ECONÔMICO, os<br />

investimentos programados<br />

pelo setor produtivo para 2010 já<br />

atingiram US$ 289 bilhões no<br />

primeiro semestre. No mesmo<br />

período do ano passado, o montante<br />

foi de US$ 66,2 bilhões. Os<br />

dados abrangem expansão de<br />

instalações, modernização e<br />

aquisição de bens de capital.<br />

De fato, os primeiros seis<br />

meses de 2009 foram muito críticos<br />

para a economia, o que<br />

torna a base de comparação deprimida.<br />

Se observarmos, porém,<br />

o segundo semestre do ano<br />

passado, quando os investimentos<br />

anunciados foram de<br />

US$ 271,2 bilhões, chegaremos a<br />

um resultado também surpreendente:<br />

alta de 6,55% de<br />

um semestre para o outro.<br />

“Isso é reflexo do fortalecimento<br />

do mercado interno, que<br />

vem estimulando as <strong>empresas</strong> a<br />

investir novamente, mais confiantes<br />

em relação à economia”,<br />

explica Eduardo Celino, coordenador<br />

geral da Rede Nacional de<br />

Informações Sobre Investimento<br />

(Renai), banco de dados do MDIC.<br />

Visto que o cenário internacional<br />

é ainda incerto, tomar o mercado<br />

interno como base do crescimento<br />

se tornou uma estratégia<br />

anticíclica indispensável. “Muitos<br />

desembolsos reprimidos durante a<br />

crise estão se realizando apenas<br />

agora, quando indicadores de renda,<br />

emprego e crédito apontam<br />

para um ótimo ano para o consumo<br />

doméstico”, complementa.<br />

Prato cheio<br />

Além do real valorizado, que desestimula<br />

exportações e, portanto,<br />

volta as atenções das <strong>empresas</strong><br />

para o mercado consumidor local,<br />

mais de 30 milhões de brasi-<br />

“Para sustentar<br />

o crescimento<br />

de 6,5% esperado<br />

pelo governo,<br />

precisamos<br />

de investimentos<br />

acima de<br />

25% do PIB<br />

Celso Grisi,<br />

diretor-presidente do<br />

Instituto de Pesquisa Fractal<br />

leiros ganharam acesso ao crédito<br />

nos últimos três anos, segundo<br />

estimativas da Associação Comercial<br />

de São Paulo (ACSP). Isso,<br />

somado ao rendimento mensal<br />

do trabalhador — que chegou ao<br />

seu maior patamar desde 1990 - e<br />

ao índice de emprego, torna o<br />

<strong>Brasil</strong> um “prato cheio”.“Mesmo<br />

com a perspectiva de desaceleração<br />

do crescimento até o fim do<br />

ano, as <strong>empresas</strong> não deixarão de<br />

investir”, enfatiza.<br />

Ele lembra que a economia<br />

teve um primeiro trimestre muito<br />

forte, passando por um arrefecimento<br />

natural no segundo.<br />

“Até os segmentos mais afetados<br />

pela crise, como a indústria, já<br />

estão retomando os patamares<br />

pré-crise”, avalia Rogério César<br />

de Souza, economista-chefe do<br />

Instituto de Estudos para o Desenvolvimento<br />

Industrial (Iedi).<br />

Copo meio vazio<br />

Se há consenso de o país está a<br />

caminho de repetir os desempenhos<br />

recordes de 2008, por<br />

outro lado é preciso notar que o<br />

nível de investimentos produtivos<br />

está em alta, mas ainda não<br />

é suficiente para promover um<br />

crescimento econômico acima<br />

de 5% ao ano sem inflação.<br />

Segundo estimativas do Ministério<br />

da Fazenda, divulgadas<br />

na última terça-feira, a formação<br />

bruta de capital fixo (FBKF), indicador<br />

oficial dos investimentos<br />

do setor produtivo (públicos e<br />

privados), deve atingir 20,4% do<br />

Produto Interno Bruto (PIB) este<br />

ano - maior índice desde 1994.<br />

“Para sustentar o crescimento<br />

de 6,5% esperado pelo governo,<br />

precisamos de investimentos<br />

acima de 25% do PIB”, calcula o<br />

economista Celso Grisi, diretorpresidente<br />

do Instituto de Pesquisa<br />

Fractal. Seria necessária<br />

poupança na casa dos 3% do<br />

PIB. A estimativa do ministério,<br />

porém, é de que chegue a 0,7%<br />

do PIB. “A única maneira de melhorar<br />

esse quadro é por meio de<br />

reformas há muito evitadas,<br />

como a tributária, previdenciária<br />

e administrativa. Mesmo que<br />

os investimentos do governo tenham<br />

crescido substancialmente,<br />

é preciso tornar a máquina<br />

pública mais eficiente”, diz. ■<br />

DA LINHA DE PRODUÇÃO AO CARRINHO DE COMPRAS<br />

Fortalecimento do mercado<br />

interno eleva apostas<br />

do setor produtivo<br />

COMÉRCIO<br />

ÍNDICES* - 2003 = 100<br />

Vendas do varejo aceleram<br />

170<br />

154<br />

138<br />

Aumento de renda, emprego e<br />

crédito apontam para crescimento<br />

do consumo doméstico<br />

122<br />

105,94<br />

106<br />

161,16<br />

90<br />

2000<br />

2001/2 2002200320042005200622007220082009/<br />

2010 2<br />

Fontes: IBGE e <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong><br />

*Com ajuste sazonal<br />

EM ALTA<br />

FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO<br />

EM % DO PIB<br />

Investimentos devem chegar a 20% do PIB este ano<br />

24,0<br />

22,15<br />

21,2<br />

Investimentos previstos são 4,5 vezes maiores<br />

PRINCIPAIS<br />

SETORES<br />

Alojamento e alimentação<br />

Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às <strong>empresas</strong><br />

Comércio<br />

Construção<br />

Indústria de transformação<br />

Indústria extrativa<br />

Outros serviços<br />

Produção e distribuição de eletricidade, gás e água<br />

Saúde<br />

Transporte, armazenagem e comunicações<br />

TOTAL<br />

Fonte: MDIC *Comparação entre os primeiros semestres de 2009 e 2010<br />

18,4<br />

15,6<br />

12,8<br />

20,40<br />

10,0<br />

1994<br />

199199 199919<br />

199199<br />

199199<br />

199920<br />

20020<br />

20020<br />

200200<br />

2000200<br />

2000200<br />

2000200<br />

2000200<br />

200200<br />

20008/<br />

2010*<br />

Fontes: IBGE e <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong><br />

*Projeção do Ministério da Fazenda<br />

INVESTIMENTO<br />

EM US$ BILHÕES<br />

1,72<br />

0,43<br />

6,98<br />

2,29<br />

104<br />

129<br />

4,47<br />

16,2<br />

1,23<br />

18,9<br />

289<br />

CRESCIMENTO*<br />

2.994%<br />

-51%<br />

657%<br />

553%<br />

177%<br />

2.496%<br />

818%<br />

-2%<br />

502%<br />

354%<br />

337%

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