edição de 13 de agosto de 2018
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propmark.com.br<br />
ANO 54 - Nº 2708 - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> R$ 15,00<br />
tanda_V/iStock<br />
anitta está em campanha<br />
<strong>de</strong> renault e mcdonald’s<br />
Artista (foto) estrela promoção<br />
Girou, Ligou, Ganhou, criada<br />
pela DPZ&T. Bruno Gagliasso<br />
e Marina Ruy Barbosa também<br />
participam da ação. pág. 51<br />
SBT FAZ 37 ANOS e lança<br />
ÁLBUM DE FIGURINHAS<br />
Livro ilustrado oficial<br />
tem 480 cromos e conta<br />
a trajetória da emissora,<br />
que celebra aniversário<br />
este mês. pág. 43<br />
PARA NICK LAW, CRIATIVO<br />
TEM DE ESTAR NO CENTRO<br />
Australiano e CCO do<br />
Publicis Groupe fala que, ao<br />
contrário das consultorias,<br />
criativida<strong>de</strong> é o gran<strong>de</strong><br />
negócio das agências. pág. 22<br />
Tarik Kizilkaya/iStock<br />
Re<strong>de</strong>s sociais<br />
alimentam<br />
a televisão<br />
Emissoras resgataram com novos projetos<br />
um público que estava propenso a <strong>de</strong>sligar<br />
a televisão. Exemplos mostram que hoje<br />
o monitoramento nas re<strong>de</strong>s sociais das<br />
conversas, memes e assuntos quentes<br />
alimenta a programação e as estratégias<br />
<strong>de</strong> negócios da TV aberta. pág. 40<br />
festa comemora 50<br />
anos do colunistas<br />
Evento na Limelight,<br />
nesta segunda-feira<br />
(<strong>13</strong>), na capital paulista,<br />
vai homenagear os<br />
vencedores da etapa<br />
<strong>de</strong> SP e Brasil. pág. 16<br />
Grupo abril mantém<br />
apenas 15 títulos<br />
Para tentar equilibrar<br />
<strong>de</strong>spesas, editora <strong>de</strong>ixa<br />
<strong>de</strong> publicar revistas como<br />
Elle e Boa Forma. Vai<br />
se concentrar em Veja,<br />
Claudia e Exame. pág. 44<br />
Conar empossa<br />
nova diretoria<br />
Jurista João Luiz<br />
Faria Netto assumiu a<br />
presidência da entida<strong>de</strong><br />
na semana passada.<br />
Gilberto Leifert ocupava o<br />
cargo há 20 anos. pág. 31
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
O futuro somos nós<br />
Muitas críticas na imprensa geral aos pré-candidatos à Presidência<br />
da República, durante e após o <strong>de</strong>bate da última quinta-feira<br />
(9) na Band. A maioria <strong>de</strong>les bem que mereceu, como já era esperado.<br />
Porém, temos <strong>de</strong> admitir que alguns se salvaram e <strong>de</strong>monstraram ter<br />
condições <strong>de</strong> disputar o cargo mais importante do país.<br />
O excesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>batedores prejudicou o brilho <strong>de</strong> alguns, contaminando<br />
o todo e provocando no telespectador a percepção <strong>de</strong> uma mediocrida<strong>de</strong><br />
que não po<strong>de</strong> ser geral entre os preten<strong>de</strong>ntes à ca<strong>de</strong>ira presi<strong>de</strong>ncial, que<br />
lá estavam cumprindo, em sua maioria, apenas um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> presença.<br />
Temos <strong>de</strong> acreditar que <strong>de</strong> um punhado <strong>de</strong>les, menos da meta<strong>de</strong> dos presentes<br />
ao <strong>de</strong>bate, haverá <strong>de</strong> sair um a ser ungido pelos eleitores brasileiros<br />
como o eleito, com todas as conotações que essa palavra po<strong>de</strong> significar.<br />
E será nele (ou nela) que apostaremos nossas esperanças para um país<br />
melhor e mais justo para os mais <strong>de</strong> 205 milhões <strong>de</strong> habitantes, que<br />
hoje vivem uma crise sem prece<strong>de</strong>ntes na história <strong>de</strong>ste país.<br />
Se, sob o aspecto econômico, po<strong>de</strong>mos admitir que o pior já passou,<br />
embora não por completo, permanece a séria questão da <strong>de</strong>gradação<br />
moral da política e dos políticos em geral.<br />
Os últimos anos <strong>de</strong>snudaram por completo (ou quase isso) a corrupção<br />
nas hostes oficiais, <strong>de</strong>ixando em um primeiro momento a população<br />
atônita e, como consequência, agora ainda mais <strong>de</strong>scrente da classe política<br />
que a representa.<br />
A preferência, <strong>de</strong> uma boa parte do eleitorado, pelo (ainda) candidato<br />
preso em Curitiba, po<strong>de</strong> gerar nele a sensação <strong>de</strong> que é o menos comprometido<br />
com os graves erros <strong>de</strong> uma classe política que tem <strong>de</strong>ixado<br />
muito a <strong>de</strong>sejar aos habitantes <strong>de</strong>ste imenso país.<br />
Para ele, po<strong>de</strong> ser até vantajoso o seu isolamento atual, que o poupa dos<br />
inevitáveis ataques dos adversários, caso estivesse presente ao <strong>de</strong>bate.<br />
Porém, o eleitor minimamente esclarecido sabe dos seus erros e não se<br />
<strong>de</strong>ixa iludir por truques <strong>de</strong> interpretação, como o que afirma que todos<br />
roubam, ou aquele mais antigo, inventado pelo próprio então candidato<br />
A. <strong>de</strong> Barros, nas diversas eleições das quais participou tendo ganho<br />
algumas: “Rouba, mas faz”.<br />
Inadmissível essa autoafirmação nos dias atuais.<br />
Voltando ao <strong>de</strong>bate, há, sim, alguns poucos <strong>de</strong>ntre eles em condições<br />
<strong>de</strong> governar o país. Quando o primeiro turno reduzir para apenas dois<br />
os candidatos (não acreditamos em vitória <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les já no primeiro<br />
turno), <strong>de</strong>verão ficar os melhores ou, se o leitor preferir, os menos ruins<br />
e, a partir daí, po<strong>de</strong>remos enxergar condições em pelo menos um <strong>de</strong>les<br />
<strong>de</strong> governar o Brasil.<br />
Para tanto, porém, será necessário <strong>de</strong>ixar-se <strong>de</strong> lado as preferências<br />
i<strong>de</strong>ológicas, sejam elas quais forem, levando-se em conta com maior<br />
interesse a capacida<strong>de</strong> gerencial do candidato, sua serieda<strong>de</strong> no trato<br />
com a coisa pública, sua sensibilida<strong>de</strong> para distinguir o certo do certo e<br />
não apenas o certo do errado, que é menos complicado.<br />
Obs.: O <strong>de</strong>bate na Band alcançou 8 pontos no Ibope, com média <strong>de</strong> 6,2,<br />
batendo recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> visualizações <strong>de</strong> lives no YouTube no Brasil, com a<br />
marca <strong>de</strong> 390 mil visualizações simultâneas no canal <strong>de</strong> jornalismo da<br />
emissora, segundo a informante Ana Beatriz Fi<strong>de</strong>lis.<br />
***<br />
Enquanto isso e agora olhando para o mercado publicitário como um<br />
todo, no qual o PROPMARK atua há 53 anos ininterruptos, faz-se necessário<br />
um esforço <strong>de</strong> compromisso com o país.<br />
Queremos dizer com isso que não se po<strong>de</strong> estimular a crise com a<br />
restrição às verbas publicitárias, como tem ocorrido nestas últimas<br />
semanas e meses.<br />
Esse tipo <strong>de</strong> retração só faz crescer o problema que a todos atinge e<br />
muitos não se atrevem a nominar, com receio <strong>de</strong> voltar a ocupar o lugar<br />
comum que ocupou no passado recente em nosso país. Sim, estamos<br />
nos referindo à recessão, a essa crise econômica que tem ultimamente<br />
entre nós adotado o comportamento sanfona, abrindo e fechando com<br />
cada vez maior frequência entre os seus intervalos, causando ainda<br />
maiores estragos junto à população.<br />
Para os mais novos, é bom lembrar <strong>de</strong> uma campanha publicitária encetada<br />
pelo próprio governo fe<strong>de</strong>ral da época, com apelos ao empresariado<br />
para que <strong>de</strong>la também participasse, ven<strong>de</strong>ndo otimismo e uma boa<br />
dose possível <strong>de</strong> consumismo, para que a economia não congelasse.<br />
Embora sob outro viés e por motivos até diversos, seria <strong>de</strong> todo oportuno<br />
que a alma do negócio que é a propaganda, hoje tendo à disposição<br />
armas mais po<strong>de</strong>rosas, servisse <strong>de</strong> calço para a tão necessária retomada.<br />
Quem conhece em profundida<strong>de</strong> os saltos econômicos dados pela humanida<strong>de</strong>,<br />
sabe que foram sempre estimulados pela comunicação,<br />
conforme o arsenal da época.<br />
***<br />
Cinquenta anos esta noite. Meio século do Prêmio Colunistas, com<br />
comemoração e entrega dos prêmios aos vencedores da versão 2017<br />
do Colunistas Brasil, no Limelight, em São Paulo. Na ocasião, também<br />
receberão suas láureas os vencedores do Colunistas São Paulo<br />
do mesmo período.<br />
O mercado publicitário brasileiro abriga muitas premiações, mas a mais<br />
tradicional é o Colunistas, com a sua inquietação <strong>de</strong> examinar, através<br />
dos muitos jurados das suas regionais espalhadas pelo país e da versão<br />
final representada pelo Colunistas Brasil, os trabalhos concorrentes<br />
com o olhar do consumidor.<br />
É a ele que a publicida<strong>de</strong> é dirigida. É ele quem dá a última palavra na<br />
aquisição dos bens e serviços anunciados. Daí ser o juiz mais importante<br />
no julgamento da propaganda a ele direcionada.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem ao advogado e publicitário João Luiz<br />
Faria Netto, que acaba <strong>de</strong> assumir a presidência do Conar, substituindo<br />
Gilberto Leifert, que durante muitos anos comandou um dos mais importantes<br />
órgãos responsáveis pela qualida<strong>de</strong> da propaganda brasileira<br />
e respeito que lhe <strong>de</strong>vota o consumidor.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
Aposentadoria<br />
Vou <strong>de</strong>ixar a trincheira, recolher as<br />
armas e dar por finda a batalha. Estou<br />
me aposentando neste mês, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> 21 anos como diretor-executivo<br />
da Abap. Agra<strong>de</strong>ço o apoio dado<br />
pelo PROPMARK ao meu trabalho<br />
durante todos esses anos. Sou grato<br />
também pelas suas gentilezas, a<br />
agradável convivência e as muitas<br />
<strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> sincera amiza<strong>de</strong>.<br />
Desejo-lhe boa saú<strong>de</strong>, paz, amor e<br />
sucesso, sempre.<br />
Decio Vomero<br />
Conar<br />
É com gran<strong>de</strong> satisfação que compartilho<br />
a informação <strong>de</strong> ter sido<br />
convidado a ocupar uma ca<strong>de</strong>ira no<br />
Conselho <strong>de</strong> Ética do Conselho <strong>de</strong><br />
Autorregulamentação Publicitária<br />
(Conar) ao longo do biênio <strong>2018</strong>/20.<br />
É uma satisfação po<strong>de</strong>r compartilhar<br />
esta novida<strong>de</strong> com você, cliente ou<br />
amigo que acompanha minha carreira<br />
e o <strong>de</strong>senvolvimento da Zoégas no<br />
mercado.<br />
Paulo Zoéga<br />
Facebook<br />
Post: ESPM Store reúne<br />
produtos para criar sentimento<br />
<strong>de</strong> membership<br />
Sensacional! Adorei, agora assim... visibilida<strong>de</strong><br />
no dia a dia. Bom este momento<br />
feliz <strong>de</strong> uma bela sacada <strong>de</strong><br />
marketing natural no dia a dia das pessoas<br />
! Parabéns.<br />
Pedro Ramachiotti<br />
Posto: Combo: Anitta, Marina<br />
e Gagliasso juntos para Renault<br />
e McDonald’s<br />
Boa, Simon e Daniel Jotta!<br />
Que belo gol!<br />
Paula Fernan<strong>de</strong>s<br />
PROPMARK Online<br />
Post: Reclame Aqui revela<br />
os 30 melhores e 30 piores<br />
do e-commerce<br />
Nunca ouvi falar <strong>de</strong> nenhuma das<br />
30 piores. Mas a que <strong>de</strong>veria encabeçar<br />
a lista é a Ma<strong>de</strong>iraMa<strong>de</strong>ira,<br />
sem dúvida a pior <strong>de</strong> todas.<br />
C. A. Oliveira<br />
Post: O Boticário se posiciona<br />
sobre a publicida<strong>de</strong> para o Dia<br />
dos Pais<br />
Achei incrível essa publicida<strong>de</strong>, pois<br />
representa muito bem a família brasileira,<br />
em todos os modos. E precisamos<br />
inserir, cada vez mais, todos<br />
os tipos <strong>de</strong> raça e cor nos nossos<br />
anúncios, pois isso é representativida<strong>de</strong><br />
e é o que torna o nosso país<br />
mais especial. Este anúncio veio para<br />
confirmar o racismo instituído no<br />
Brasil, e será passo a passo que isso<br />
<strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser um problema cultural.<br />
Parabéns #Boticario.<br />
Welvis Rodrigues<br />
Post: Manifesto <strong>de</strong> Neymar com<br />
Gillette divi<strong>de</strong> especialistas<br />
Horror. Uma peça <strong>de</strong> macabra autoajuda.<br />
Texto infantilizado. Presença<br />
dramática ridícula. Ufanismo<br />
repelente: “quando eu levanto, parça...”<br />
Que, quê? Levanta para cair<br />
logo ali - e quer arvorar capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> levar nos ombros os brasileiros.<br />
disqus_b1SrzgGvE7<br />
Instagram<br />
No artigo publicado no @propmark,<br />
a nossa diretora-geral, Riza Soares,<br />
explica como o mercado <strong>de</strong> mídia<br />
em TV conectada é uma oportunida<strong>de</strong><br />
no período eleitoral.<br />
@realiza_network<br />
Post: Entre os canais, a métrica<br />
e o conteúdo. O que faz a diferença?<br />
Nosso VP <strong>de</strong> Mídia @dudugody assina<br />
artigo para o @propmark <strong>de</strong>sta<br />
semana sobre como mensurar os<br />
resultados <strong>de</strong> uma ação publicitária<br />
em tempos <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais<br />
<strong>de</strong> comunicação.<br />
@nbsnobullshit<br />
Twitter<br />
Post: ESPM Store reúne<br />
produtos para criar sentimento<br />
<strong>de</strong> membership<br />
A ESPM ultrapassou o famoso limite,<br />
cara.<br />
@analuizaguiarr<br />
Post: Combo: Anitta, Marina<br />
e Gagliasso juntos para Renault<br />
e McDonald’s<br />
Quantos milhões tem essa foto?<br />
@thaisbritosilv4<br />
última hora<br />
HOLDING CLUBE<br />
Após dois anos na<br />
MChecon, Juliana Ferraz<br />
está assumindo a direção<br />
comercial, novos negócios<br />
e <strong>de</strong> relações públicas<br />
da Holding Clube, do<br />
empresário José Victor<br />
Oliva. Ela ficará à frente<br />
dos projetos-proprietários<br />
e vai coor<strong>de</strong>nar os<br />
negócios das agências do<br />
grupo: Banco <strong>de</strong> Eventos,<br />
Samba Marketing ao<br />
Vivo, Storymakers, Cross<br />
Networking, Rio 360 e<br />
Lynx.<br />
CONCORRÊNCIA<br />
A Y&R foi a escolhida pela<br />
Via Varejo para coor<strong>de</strong>nar<br />
a comunicação <strong>de</strong> social<br />
media das Casas Bahia e<br />
Ponto Frio. Participaram<br />
do processo seletivo cinco<br />
agências.<br />
dorinHO<br />
REPERCUSSÃO<br />
Realizado na última<br />
quinta-feira (8), o <strong>de</strong>bate da<br />
Band com os candidatos à<br />
Presidência movimentou<br />
as re<strong>de</strong>s sociais. Após<br />
<strong>13</strong> horas no ar, o ví<strong>de</strong>o<br />
completo somava mais <strong>de</strong><br />
2,2 bilhões <strong>de</strong> visualizações<br />
no YouTube, o evento ao<br />
vivo mais assistido da sua<br />
história no país. No Twitter<br />
foram 1,9 milhão <strong>de</strong> posts.<br />
A Band e o Google criaram<br />
a Sala Digital para fornecer<br />
leitura instantânea da<br />
repercussão do evento.<br />
CONQUISTA<br />
A Yahsat <strong>de</strong>finiu a Artplan<br />
como sua agência no país.<br />
Os testes da operadora<br />
<strong>de</strong> telecomunicações via<br />
satélite, com base nos<br />
Emirados Árabes Unidos,<br />
será no segundo semestre.<br />
4 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Índice<br />
TVs se aproximam<br />
das re<strong>de</strong>s sociais<br />
com conteúdos<br />
Foi-se o tempo em que emissoras<br />
e re<strong>de</strong>s sociais caminhavam<br />
separadas. Iniciativas <strong>de</strong><br />
aproximação com mundo online<br />
resultam em dados positivos.<br />
capa<br />
40<br />
TarikVision/iStock<br />
Fotos: Divulgação<br />
ranking<br />
Kantar mostra<br />
que mídia cresceu<br />
No primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano, mais<br />
<strong>de</strong> 33 mil anunciantes estiveram nos<br />
veículos monitorados pelo instituto,<br />
volume 9% superior ao registrado no<br />
mesmo período <strong>de</strong> 2017. Copa da Rússia<br />
foi responsável pelo impulso. pág. 26<br />
shutter_m/iStock<br />
RoosterHD/iStock<br />
mídia<br />
Após reestruturação,<br />
Abril fecha 11 títulos<br />
A primeira etapa da reorganização que<br />
tem como objetivo recuperar a saú<strong>de</strong><br />
operacional da editora terminou e o<br />
resultado foi o fechamento <strong>de</strong> 11 revistas,<br />
entre elas Casa Claudia, Mundo Estranho,<br />
Cosmopolitan e Boa Forma. pág. 44<br />
BanarTABS/iStock<br />
digital<br />
comportamento<br />
Propaganda ainda<br />
reforça estereótipos<br />
Apesar dos avanços, a publicida<strong>de</strong> não<br />
representa a realida<strong>de</strong> da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
raças e gêneros da socieda<strong>de</strong> brasileira.<br />
Este é o diagnóstico do estudo TODXS,<br />
realizado pela Heads em parceria com a<br />
ONU Mulheres. pág. 28<br />
WhatsApp terá<br />
publicida<strong>de</strong><br />
Quase quatro anos após aquisição do WhatsApp<br />
por US$ 19 bilhões, finalizada em 2014, o Facebook<br />
vai começar a monetizar a ferramenta e conta<br />
com a publicida<strong>de</strong> para isso. O serviço Status terá<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> anúncios. pág. 10<br />
animado<br />
Estúdio <strong>de</strong> Mauricio<br />
<strong>de</strong> Sousa faz 60 anos<br />
A publicação da primeira tirinha do<br />
pai da <strong>de</strong>ntuça Mônica completa seis<br />
décadas e, entre outras comemorações,<br />
a empresa se junta a Ziraldo para<br />
unir em livro a sua famosa turma<br />
ao Menino Maluquinho. pág. 32<br />
Editorial.................................................................3<br />
Conexões................................................................4<br />
Curtas.....................................................................8<br />
Digital..................................................................10<br />
Marketing & Negócios ......................................14<br />
Prêmios................................................................16<br />
Beyond the Line .................................................18<br />
Storyteller...........................................................19<br />
Mercado...............................................................22<br />
Entrevista............................................................32<br />
Quem Fez.............................................................34<br />
Opinião................................................................36<br />
Mídia....................................................................38<br />
Inspiração...........................................................37<br />
Agências..............................................................46<br />
Arena do Esporte ...............................................50<br />
Marcas..................................................................51<br />
We Love MKT.......................................................56<br />
Supercenas..........................................................57<br />
Última Página.....................................................58<br />
6 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
curtas<br />
ESPM inaugura loja <strong>de</strong><br />
produtos licenciados<br />
com a sua marca<br />
Divulgação<br />
O campus da ESPM-SP da Rua Dr. Álvaro<br />
Alvim acaba <strong>de</strong> receber a primeira loja<br />
com produtos licenciados da instituição<br />
<strong>de</strong> ensino. Batizado <strong>de</strong> ESPM Store, o espaço<br />
comercializa camisetas, bermudas e<br />
acessórios, entre outros itens, <strong>de</strong>senvolvidos<br />
por professores e alunos do curso <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sign <strong>de</strong> moda no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. O<br />
projeto tem suporte da própria instituição,<br />
e o seu lucro é revertido para o fundo<br />
<strong>de</strong> bolsas da faculda<strong>de</strong>. Segundo Dalton<br />
Pastore, presi<strong>de</strong>nte da ESPM, os itens da<br />
insituição ajudam a criar sentimento <strong>de</strong><br />
pertencimento a quem fez, faz parte da<br />
escola ou <strong>de</strong>seja ser aluno. “A ESPM é uma<br />
marca muito querida por alunos, ex-alunos<br />
e famílias. É uma marca aspiracional,<br />
recebemos colégios do Brasil inteiro. Isso<br />
vai ajudar a criar esse sentido <strong>de</strong> pertencimento”,<br />
explicou o executivo. Em breve,<br />
uma nova unida<strong>de</strong> em Porto Alegre está<br />
prevista, além <strong>de</strong> um e-commerce.<br />
ESPM Store conta com vestuário, acessórios e outros itens criados por alunos e professores da instituição<br />
CINE reforça novos negócios<br />
Prêmio reconhece jornalistas<br />
Natura lança fragrância<br />
Karina tem passagem pela Sentimental Filmes<br />
O atendimento da Cine tem novos profissionais.<br />
Karina Amabile será responsável<br />
pela reestruturação da área <strong>de</strong> novos negócios.<br />
No mercado audiovisual há mais <strong>de</strong><br />
20 anos, Karina possui passagens pela Sentimental<br />
Filmes, Margarida, Prodigo e, mais<br />
recentemente, Iconoclast. “A chegada da<br />
Karina ocorre em um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
transformações”, revela Raul Doria, sócio-<br />
-diretor da produtora. Além da executiva,<br />
Luiza Villaça também foi anunciada como<br />
a mais nova diretora <strong>de</strong> cena da produtora.<br />
Alpargatas, Perdigão, O Boticário, Skol,<br />
Volkswagen e Itaú são alguns dos cases recentes<br />
da empresa.<br />
Em 2017, Eliane Brum foi uma das vencedoras<br />
Nesta terça-feira (14), profissionais em 17<br />
categorias receberão o reconhecimento do<br />
Troféu Mulher IMPRENSA. Em sua <strong>13</strong>ª edição,<br />
o evento é promovido e i<strong>de</strong>alizado pela<br />
revista e portal IMPRENSA, tendo como<br />
missão difundir o trabalho das mulheres<br />
na comunicação em todo o Brasil. Entre as<br />
ganhadoras <strong>de</strong>ste ano estão Maria Beltrão<br />
(GloboNews), Julia Duailibi (BandNews),<br />
Andréia Sadi (GloboNews), Carla Bigato<br />
(BandNews FM), Vera Magalhães (Jovem<br />
Pan), Monyse Ravenna (Brasil <strong>de</strong> Fato Pernambuco)<br />
e Carla Jimenez (El Pais), entre<br />
outras. A cerimônia ocorre no Teatro Sergio<br />
Cardoso, na sala Pascoal Carlos Magno.<br />
Campanha Julgue menos, curta mais, da DPZ&T<br />
Para promover sua nova fragrância Curtidas<br />
<strong>de</strong> Humor, a Natura estreou na semana<br />
passada campanha criada pela DPZ&T.<br />
Com o mote Julgue menos, curta mais, a<br />
ação conta com dois filmes e uma série <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>os curtos que trazem à tona algumas<br />
das faces da personalida<strong>de</strong> da jovem adulta,<br />
público-alvo da marca. “Com Curtidas<br />
<strong>de</strong> Humor, convidamos o público a se levar<br />
menos a sério, saber rir <strong>de</strong> si mesma, se escon<strong>de</strong>r<br />
menos e assumir, com humor, suas<br />
características. Na vida real temos nossas<br />
características particulares, vamos rir disso<br />
e aliviar a pressão”, <strong>de</strong>staca Denise Coutinho,<br />
diretora <strong>de</strong> perfumaria da Natura.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />
e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />
e Renato Rogenski<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP) e<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
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São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
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CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
As ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
8 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digital<br />
A partir <strong>de</strong> 2019, Facebook vai<br />
começar a monetizar WhatsApp<br />
Mercado acredita que usuário não vê problema no formato; uso para<br />
business e publicida<strong>de</strong> no serviço Status já está no radar das marcas<br />
felipe turlão<br />
Quase quatro anos após a aquisição<br />
do WhatsApp por US$<br />
19 bilhões, finalizada em outubro<br />
<strong>de</strong> 2014, o Facebook vai começar<br />
a monetizar a ferramenta e conta<br />
com a publicida<strong>de</strong> para isso.<br />
O serviço Status, que cumpre o<br />
mesmo papel do Stories no Instagram<br />
com seus posts com duração<br />
<strong>de</strong> 24 horas, passará a ter em<br />
2019 a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra<br />
<strong>de</strong> anúncios. Embora não seja tão<br />
popular no Brasil, ainda, o Status<br />
tem 450 milhões <strong>de</strong> usuários globalmente.<br />
O aplicativo estará integrado<br />
ao sistema <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
nativa do próprio Facebook, o<br />
que significa que Status e Stories<br />
terão mo<strong>de</strong>los parecidos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
segundo o Wall Street<br />
Journal, em que a propaganda é<br />
exibida <strong>de</strong>pois do fim <strong>de</strong> uma publicação<br />
e antes da próxima.<br />
Outra novida<strong>de</strong> para a monetização<br />
do WhatsApp é um formato<br />
<strong>de</strong> anúncios para empresas,<br />
ainda centrado no Facebook,<br />
mas que vai direcionar usuários<br />
para um chat no WhatsApp Business,<br />
plataforma focada em<br />
negócios. O mo<strong>de</strong>lo consiste em<br />
display que, ao ser clicado, encaminha<br />
as pessoas para o chat<br />
e estabelece um canal direto<br />
entre empresas e consumidores.<br />
A i<strong>de</strong>ia é que as empresas<br />
integrem seus sistemas <strong>de</strong> CRM<br />
e atendimento ao consumidor à<br />
plataforma <strong>de</strong> mensagens. Ainda<br />
pelo formato, as respostas<br />
ao consumidor em até 24 horas<br />
serão gratuitas para as empresas,<br />
mas para o que passar disso,<br />
haverá uma taxa <strong>de</strong> pagamento.<br />
O mercado já se prepara para as<br />
novida<strong>de</strong>s. “O WhatsApp Business<br />
otimiza a interação entre<br />
cliente e empresa, já que fornece<br />
ferramentas para automatizar<br />
e respon<strong>de</strong>r mensagens <strong>de</strong><br />
forma mais rápida. Pensando no<br />
imediatismo do cliente <strong>de</strong> hoje,<br />
isso é uma gran<strong>de</strong> vantagem<br />
do app. Do lado do cliente, ele<br />
passa a ser melhor atendido”,<br />
aposta Rodrigo Ricco, CEO da<br />
Serviço Status, que cumpre o mesmo papel do Stories no Instagram, passará a ter em 2019 a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> anúncios<br />
Octa<strong>de</strong>sk, empresa <strong>de</strong> suporte e<br />
relacionamento.<br />
A TIM foi uma das primeiras<br />
empresas a afirmar que vai interagir<br />
com seus clientes através<br />
do WhatsApp Business. “A empresa<br />
vem realizando testes com<br />
um grupo <strong>de</strong> clientes que hoje já<br />
recebem suas faturas via Whats-<br />
App e, a partir <strong>de</strong> agora, po<strong>de</strong>rá<br />
ampliar essa iniciativa para outros<br />
usuários”, disse a empresa,<br />
em comunicado. A Wavy, que<br />
pertence ao grupo Movile, também<br />
anunciou que está trabalhando<br />
com o WhatsApp para<br />
aten<strong>de</strong>r clientes corporativos,<br />
como Avon, iFood e Ingresso Rápido.<br />
Com a gigante do mercado<br />
<strong>de</strong> cosméticos, as mensagens informam<br />
as reven<strong>de</strong>doras da marca<br />
sobre esse novo canal com um<br />
link para novos catálogos.<br />
O mercado acredita que com<br />
o usuário não verá problema<br />
em formatos pagos no Whats-<br />
App. “Quando se tem milhões <strong>de</strong><br />
usuários na plataforma, não se<br />
“O Whatsapp<br />
Business otimiza<br />
a interação entre<br />
cliente e empresa,<br />
já que fornece<br />
ferramentas<br />
para automatizar<br />
e respon<strong>de</strong>r<br />
mensagens <strong>de</strong><br />
forma mais<br />
rápida”<br />
gilaxia/iStock<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scartar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
utilizá-la também como canal <strong>de</strong><br />
comunicação. O mais interessante<br />
é o cuidado em manter tudo<br />
gratuito aos usuários e cobrar<br />
apenas das empresas que usarem<br />
o serviço para fins comerciais. É<br />
algo muito parecido com o que<br />
já ocorre em outras plataformas,<br />
como o Instagram”, analisa Felipe<br />
Andra<strong>de</strong>, diretor <strong>de</strong> criação<br />
da Rapp Brasil. “É mais um canal<br />
importante para as marcas.<br />
O Status é o placement que vai<br />
gerar alcance no WhatsApp, mas<br />
como a plataforma permite uma<br />
comunicação personalizada”, diz<br />
Guilherme Cavalcante, da Sunset.<br />
As agências já estão se estruturando<br />
para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda<br />
por comunicação das marcas no<br />
WhatsApp. “Estamos trabalhando<br />
com alguns clientes com mindset<br />
<strong>de</strong> serviços, principalmente<br />
focados em levar tráfego para<br />
lojas físicas, mas também estruturando<br />
outros trabalhos conectados<br />
com CRM”, diz Cavalcante.<br />
10 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digital<br />
Burocracia e tecnologia são os<br />
maiores <strong>de</strong>safios para os governos<br />
Encontro realizado na semana passada, em São Paulo, discutiu a<br />
<strong>de</strong>sburocratização via parcerias entre po<strong>de</strong>r público e empresas privadas<br />
Claudia Penteado<br />
conceito <strong>de</strong> GovTech é uma<br />
O tendência mundial: parcerias<br />
<strong>de</strong> tecnologia entre governos<br />
e empresas privadas vêm<br />
tornando, em várias partes do<br />
mundo, o setor público mais<br />
eficiente e menos oneroso. De<br />
acordo com um levantamento<br />
do Banco Mundial, os brasileiros<br />
gastam quase 2 mil horas, cerca<br />
<strong>de</strong> 88 dias, por ano resolvendo<br />
burocracias. Este foi o tema do<br />
seminário GovTech Brasil, realizado<br />
na semana passada em São<br />
Paulo, que reuniu especialistas<br />
do mundo inteiro e discutiu,<br />
inclusive, a agenda <strong>de</strong> <strong>de</strong>sburocratização<br />
com alguns pré-<br />
-candidatos à Presidência da República,<br />
como Geraldo Alckmin<br />
(PSDB), Guilherme Boulos<br />
(PSOL) e Henrique Meirelles<br />
(MDB). Letícia Piccolotto Ferreira,<br />
fundadora do BrazilLAB - organizadora<br />
do evento em parceria<br />
com o Instituto <strong>de</strong> Tecnologia<br />
e Socieda<strong>de</strong> do Rio (ITS Rio) -,<br />
fala que vários países já estão no<br />
caminho <strong>de</strong> se tornarem Smart<br />
Nations (Governos Digitais) e a<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> trazer alguns exemplos,<br />
como o da Estônia, é que o Brasil<br />
se inspire na forma como essas<br />
transições foram feitas.<br />
“Mais tecnologia é o melhor<br />
instrumento para reduzir a burocracia.<br />
Embora ainda seja necessário<br />
promover a inovação<br />
em larga escala, já existem alguns<br />
experimentos no governo<br />
no caminho da inovação, que<br />
<strong>de</strong>monstram que estão dispostos<br />
a inovar. O Pitch Gov, do governo<br />
do Estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />
é um exemplo <strong>de</strong> programa que<br />
busca estimular essa parceria<br />
entre startups e o setor público.<br />
Outros programas nesse sentido<br />
são o programa Startup São<br />
José, em São José dos Campos,<br />
e o Seed, em Minas Gerais, que<br />
estão fomentando o uso <strong>de</strong><br />
tecnologias no governo. Ainda<br />
estamos em uma fase piloto,<br />
mas precisamos dar mais atenção<br />
a essa pauta”, diz Letícia.<br />
Embora ainda seja necessário promover a inovação em larga escala, já existem alguns exemplos no governo no caminho da inovação<br />
O BrazilLAB anunciou um<br />
investimento entre R$ 50 mil e<br />
R$ 200 mil para acelerar a conexão<br />
<strong>de</strong> startups com governos<br />
no Brasil. Segundo Letícia,<br />
<strong>de</strong>sburocratizar não é utópico,<br />
mas uma questão <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong><br />
política. Ronaldo Lemos, diretor<br />
do ITS, diz acreditar que o<br />
Brasil po<strong>de</strong> se tornar um mo<strong>de</strong>lo<br />
mundial em <strong>de</strong>sburocratização,<br />
e apresentou durante o<br />
evento o projeto Mapa da Informação,<br />
plataforma digital que<br />
mapeia e ajuda a compreen<strong>de</strong>r<br />
os labirintos burocráticos que<br />
existem hoje no país. Estiveram<br />
no GovTech representantes dos<br />
governos da Índia, <strong>de</strong> Israel, da<br />
Estônia, do Chile e do Uruguai,<br />
contando os <strong>de</strong>safios e processos<br />
<strong>de</strong> digitalização. A Estônia,<br />
por exemplo, iniciou sua jornada<br />
para se tornar um e-government<br />
há 20 anos e hoje é um dos<br />
principais países inovadores do<br />
mundo. Na Estônia, abrir uma<br />
empresa leva exatos 15 minutos<br />
“Mais tecnologia<br />
é o melhor<br />
instrumento<br />
para reduzir a<br />
burocracia”<br />
SeventyFour/iStock<br />
- enquanto no Brasil são quase<br />
três meses. Também <strong>de</strong>u seu<br />
<strong>de</strong>poimento no GovTech Uri<br />
Levine, um dos fundadores do<br />
Waze, aplicativo gratuito <strong>de</strong> tráfego<br />
e navegação cujo programa<br />
Connected Citizens já conta com<br />
600 parceiros no mundo. Entre<br />
as novas parcerias firmadas ao<br />
longo do último ano estão a Prefeitura<br />
<strong>de</strong> São Paulo e a cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Nova Orleans.<br />
Letícia afirma que o uso <strong>de</strong><br />
tecnologias é um aliado da<br />
transparência, e há estudos<br />
mostrando que países como Suécia<br />
e Estônia tiveram sucesso<br />
no combate à corrupção a partir<br />
<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> tecnologia.<br />
“Alguns exemplos são o<br />
Portal Meu Município, da Fundação<br />
Brava, que usa big data<br />
para expor a situação fiscal dos<br />
municípios brasileiros, e a Operação<br />
Serenata <strong>de</strong> Amor, que<br />
usa inteligência artificial para<br />
apontar inconsistências nos reembolsos<br />
<strong>de</strong> parlamentares”,<br />
exemplifica.<br />
O Brasil Lab - tem como principal<br />
referência o Programa Solve<br />
do MIT, que engaja a socieda<strong>de</strong><br />
em <strong>de</strong>safios globais - hoje<br />
já tem 25 prefeituras parceiras.<br />
Juiz <strong>de</strong> Fora implementou um<br />
aplicativo, o Cuco Health, em 63<br />
UBSs da cida<strong>de</strong>: trata-se <strong>de</strong> um<br />
app que funciona como uma<br />
enfermeira digital e foi acelerado<br />
pelo Brazil Lab em 2016. O<br />
aplicativo funciona engajando<br />
os pacientes no tratamento <strong>de</strong><br />
doenças crônicas e está sendo<br />
bem recebido na cida<strong>de</strong>.<br />
12 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marketing & negócios<br />
Slphotography/iStock<br />
Os profissionais<br />
da esperança<br />
Quando falta crença e esperança nos<br />
bons resultados <strong>de</strong>ssa equação virtuosa,<br />
tudo já começa <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>sanimado<br />
Rafael Sampaio<br />
Sem esperança não há publicida<strong>de</strong>. Como<br />
qualquer ativida<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> humanas<br />
e arte, mesmo consi<strong>de</strong>rando que há sempre<br />
a contribuição <strong>de</strong> uma dose <strong>de</strong> ciência,<br />
a comunicação comercial <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito<br />
da esperança <strong>de</strong> todos os envolvidos: o<br />
anunciante tem <strong>de</strong> acreditar nos resultados<br />
positivos <strong>de</strong> seus investimentos, os profissionais<br />
<strong>de</strong> agências e produtoras precisam<br />
estar imbuídos da certeza <strong>de</strong> que estarão<br />
orquestrando a solução mais eficaz e a área<br />
<strong>de</strong> meios precisa acreditar na possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> seus veículos obterem elevados índices<br />
<strong>de</strong> audiência. Quando falta crença e esperança<br />
nos bons resultados <strong>de</strong>ssa equação<br />
virtuosa, tudo já começa <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>sanimado<br />
e com menor chance <strong>de</strong> dar certo.<br />
A combinação da sofrida realida<strong>de</strong> da<br />
economia brasileira nos últimos anos com<br />
a situação conjuntural global <strong>de</strong> ampla revisão<br />
nas técnicas e nos recursos da ativida<strong>de</strong><br />
levou níveis recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo,<br />
o que é péssimo para todos, uma vez que<br />
está mais do que comprovado pela história<br />
da economia mo<strong>de</strong>rna os efeitos positivamente<br />
catalizadores da publicida<strong>de</strong>.<br />
Lembro-me que a única tese acadêmica<br />
<strong>de</strong> fôlego sobre o tema – feita por Maximilien<br />
Nayaradou para obter seu doutorado<br />
na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paris – constatou <strong>de</strong><br />
forma inequívoca que o aumento dos investimentos<br />
em publicida<strong>de</strong> faz tanto o<br />
mercado <strong>de</strong> consumo como o conjunto da<br />
ativida<strong>de</strong> econômica, o PIB, crescerem <strong>de</strong><br />
modo consistente.<br />
Além disso, historicamente é registrado<br />
que em situações <strong>de</strong> aumento da disputa<br />
em uma categoria <strong>de</strong> mercado ou setor <strong>de</strong><br />
negócios o resultado, via <strong>de</strong> regra, é positivo<br />
para o conjunto da categoria ou setor.<br />
Quando há um incremento da qualida<strong>de</strong><br />
publicitária, como nos Estados Unidos dos<br />
anos 1950/60 ou do Reino Unido nas décadas<br />
<strong>de</strong> 1980/90, o mesmo fenômeno <strong>de</strong> aumento<br />
<strong>de</strong> riquezas ocorre. Da mesma forma<br />
a expansão <strong>de</strong> um meio publicitário leva a<br />
um incremento do volume e da rentabilida<strong>de</strong><br />
da publicida<strong>de</strong>, do setor <strong>de</strong> anunciantes<br />
e até do conjunto do mercado <strong>de</strong> consumo<br />
– como se registrou com a revolução da televisão<br />
aberta no pós II Guerra, na explosão<br />
da TV a cabo nas últimas décadas do século<br />
20 e da revolução digital no começo <strong>de</strong>ste<br />
milênio.<br />
Não há dúvidas, portanto, da alta correlação<br />
entre crença e esperança no potencial<br />
da publicida<strong>de</strong>, nos resultados obtidos individualmente<br />
pelos anunciantes investidores<br />
e nos benefícios para o conjunto do<br />
mercado.<br />
O primeiro empuxo e o maior nível <strong>de</strong><br />
animação cabem naturalmente aos publicitários<br />
– <strong>de</strong> agências, veículos e até <strong>de</strong> anunciantes<br />
–, que, além <strong>de</strong> serem os maiores<br />
especialistas na ativida<strong>de</strong>, são os primeiros<br />
beneficiários das riquezas geradas.<br />
Tem sido péssima, portanto, a combinação<br />
da <strong>de</strong>sconfiança sobre o potencial <strong>de</strong><br />
resultados <strong>de</strong>vido ao ambiente econômico<br />
<strong>de</strong>sfavorável, às dúvidas sobre os meios e<br />
técnicas tradicionais e até ao <strong>de</strong>sencanto<br />
registrado com a tecnologia e os meios digitais.<br />
Essa falta <strong>de</strong> esperança e confiança<br />
contagia e leva a um ciclo vicioso negativo,<br />
que só é quebrado quando o ânimo volta a<br />
dominar e dá início ao processo reversivo e<br />
ao ciclo virtuoso do alto-astral.<br />
Ter esperança, portanto, é praticamente<br />
uma obrigação dos profissionais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
bem como <strong>de</strong> marketing, sejam<br />
os que trabalham em agências, veículos e<br />
produtoras, seja até os que estão nos anunciantes.<br />
Porque esse efeito positivo da<br />
crença nos efeitos da publicida<strong>de</strong> é benéfico<br />
para as empresas anunciantes e para as<br />
marcas, ao conjunto do mercado e à própria<br />
economia.<br />
Efeito contagiante, no bom sentido, que<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do start gerado pelos praticantes<br />
<strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> cuja principal função<br />
é justamente o estímulo à movimentação<br />
das engrenagens econômicas.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
14 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
prêmios<br />
Festa celebra 50 anos do Colunistas<br />
em noite <strong>de</strong> consagração do mercado<br />
Entre agências, profissionais, veículos <strong>de</strong> comunicação e anunciantes,<br />
os vencedores subirão ao palco nesta segunda (<strong>13</strong>), na Limelight, em SP<br />
Meio século. Provavelmente, nem mesmo<br />
os três criadores do Prêmio Colunistas,<br />
em 1967, imaginavam que o concurso chegaria<br />
tão longe, mantendo o seu caráter inovador<br />
como uma das principais premiações<br />
do mercado publicitário nos últimos 50 anos<br />
e como, nenhuma outra, com tanto registro<br />
para contar o que se tem feito <strong>de</strong> importante<br />
no marketing do país. Nesta segunda (<strong>13</strong>),<br />
será comemorado o cinquentenário do Colunistas<br />
em noite <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> diplomas aos<br />
vencedores <strong>de</strong> 2017, em São Paulo e no Brasil.<br />
A festa será realizada na Limelight, na Vila<br />
Olímpia, em São Paulo. O conceito do evento<br />
faz uma espécie <strong>de</strong> linha do tempo, remetendo<br />
para a época da máquina <strong>de</strong> escrever,<br />
até os dias <strong>de</strong> hoje: “Em 50 anos, muita coisa<br />
mudou na comunicação. Mas no Colunistas,<br />
há 50 anos, a melhor i<strong>de</strong>ia sempre vence”.<br />
A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> se criar o Colunistas partiu <strong>de</strong><br />
três jornalistas especializados em propaganda,<br />
que mantinham colunas em jornais<br />
<strong>de</strong> São Paulo (Armando Ferrentini, Diário<br />
Popular; Cicero Silveira, Diário da Noite,<br />
Diário <strong>de</strong> S.Paulo e mais tar<strong>de</strong> Shopping<br />
News; e Eloy Simões, nos jornais A Gazeta<br />
e a Gazeta Esportiva), que intuíram a<br />
importância <strong>de</strong> uma premiação como<br />
essa, para valorizar profissionais e<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />
enaltecer os anunciantes em busca<br />
<strong>de</strong> uma comunicação comercial <strong>de</strong><br />
alto nível criativo.<br />
“O Colunistas veio, viu e venceu.<br />
Criou e registrou história. Espalhou-se aos<br />
poucos por todo o país, através <strong>de</strong> suas regionais.<br />
Estimulou os jovens a se interessar<br />
sempre mais pela ativida<strong>de</strong>. Colaborou para<br />
estimular a participação do Brasil em certames<br />
publicitários internacionais, sobressaindo<br />
nesse quesito o hoje consagrado<br />
Cannes Lions. Atrevo-me a dizer que<br />
também colaborou para melhorar<br />
o nível da comunicação publicitária<br />
brasileira, divulgando e estimulando<br />
referências para o setor, através dos<br />
trabalhos premiados e sempre divulgados<br />
pelas colunas dos seus criadores”, avalia<br />
Ferrentini, hoje presi<strong>de</strong>nte da Editora Referência<br />
(que publica o PROPMARK).<br />
Como está o Prêmio Colunistas <strong>de</strong> hoje?<br />
“O Colunistas está consolidado. Porém,<br />
obediente ao seu foco <strong>de</strong> sempre premiar<br />
os melhores <strong>de</strong> cada ano, <strong>de</strong>verá manter-<br />
-se atento às transformações do mercado,<br />
aos novos formatos, ao mundo digital, aos<br />
novos espaços e tempos que serão sem dúvida<br />
criados para abrigar a comunicação<br />
Fotos Divulgação<br />
“O Colunistas veio,<br />
viu e venceu. Criou e<br />
registrou história.<br />
Espalhou-se aos<br />
poucos por todo<br />
o país, através <strong>de</strong><br />
suas regionais”<br />
Os criadores do<br />
Colunistas, em 1967:<br />
Armando Ferrentini,<br />
Eloy Simões e Cicero<br />
Silveira (na frente)<br />
publicitária. A história dos 50 anos do Colunistas<br />
registra um acentuado dinamismo,<br />
uma constante transformação. Isso <strong>de</strong>ve<br />
continuar”, completa Ferrentini.<br />
Uma das principais características do Prêmio<br />
Colunistas é o fato <strong>de</strong> que o júri é formado,<br />
em sua maioria, por jornalistas especializados.<br />
“Meu primeiro júri no Colunistas<br />
foi em 1979. Ou seja, este ano, completo 39<br />
anos como jurado. Veja só! Mais antigos que<br />
eu, na ativida<strong>de</strong> ainda como jurado, só o Armando<br />
Ferrentini e o Fernando Vasconcelos<br />
(que começou em 1977)”, conta Marcio Ehrlich,<br />
fundador do site Janela Publicitária e<br />
responsável pela coor<strong>de</strong>nação nacional do<br />
Colunistas. Para ele, o Colunistas escreveu a<br />
história da propaganda brasileira. “Acho que<br />
isso <strong>de</strong>fine a premiação. Nenhuma outra<br />
tem tanto registro para contar o que se tem<br />
feito <strong>de</strong> importante no mercado da comunicação<br />
<strong>de</strong> marketing do país. O Colunistas<br />
é o gran<strong>de</strong> prêmio verda<strong>de</strong>iramente<br />
nacional. Muita gente ganha o seu primeiro<br />
prêmio como um Colunistas. Isso tem muito<br />
valor”, <strong>de</strong>staca Ehrlich.<br />
Segundo ele, sua preocupação é<br />
manter a premiação atualizada com<br />
cada nova ferramenta <strong>de</strong> comunicação<br />
que surja para levar a mensagem<br />
<strong>de</strong> uma empresa ou instituição<br />
a seus públicos. “E, assim, po<strong>de</strong>rmos<br />
continuar registrando para a<br />
história o que <strong>de</strong> melhor se criar <strong>de</strong><br />
norte a sul do Brasil”.<br />
colunismo<br />
O consultor Jomar Pereira da Silva<br />
conta que começou no colunismo<br />
catando milho numa Olivetti<br />
e agora escreve num Galaxy Note 8.<br />
Ele fala que o Colunistas é um presente.<br />
“Aprendi muito com meus colegas<br />
ao longo da jornada, começando com<br />
Armando Ferrentini, Eloy Simões, Fernando<br />
Reis e eu no Última Hora e <strong>de</strong>pois<br />
no Globo. Registrando os acontecimentos<br />
do mercado publicitário,<br />
tive oportunida<strong>de</strong> privilegiada <strong>de</strong><br />
conhecer pessoas especiais que<br />
ainda fazem parte da minha vida.<br />
Colunistas foi para mim um presente.<br />
Precioso presente”, ressalta.<br />
A jornalista Sílvia Dias relata que é colunista<br />
há 43 anos e coor<strong>de</strong>nou o Colunistas<br />
Paraná <strong>de</strong> 1976 a 2017. “No caso do mercado<br />
paranaense, o Colunistas é importante não só<br />
pelo reconhecimento e pela valorização dos<br />
profissionais que atuaram e atuam aqui. Mas,<br />
16 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
principalmente, pela revelação e projeção <strong>de</strong><br />
talentos locais que fazem sucesso no cenário<br />
regional, nacional e internacional. O prêmio<br />
foi o propulsor da carreira <strong>de</strong> muita gente maravilhosa<br />
e talentosa. Acredito que a mesma<br />
coisa <strong>de</strong>ve ter ocorrido nos outros mercados<br />
regionais. Para mim, esse é o aspecto mais<br />
importante do prêmio nesses 50 anos”, afirma<br />
Sílvia. Sobre o futuro, ela aposta: “Quanto<br />
ao futuro, o Colunistas é uma premiação sempre<br />
em evolução, que se atualiza e se amolda<br />
<strong>de</strong> acordo com as mudanças no mercado da<br />
comunicação. Por isso, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do mo<strong>de</strong>lo adotado, o prêmio tem condições<br />
<strong>de</strong> existir pelo menos por mais 50 anos. São<br />
os meus votos”.<br />
O consultor Nelson Ca<strong>de</strong>na, que mora<br />
em Salvador, conta que é colunista publicitário<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1980 e participou do Prêmio<br />
Colunistas na Bahia, pela primeira vez, em<br />
1981. “E em 1992 tive a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever<br />
um livro resgatando os primeiros 25<br />
anos da premiação e relacionando todos os<br />
prêmios distribuídos até a data, com suas<br />
respectivas fichas técnicas”, conta Ca<strong>de</strong>na.<br />
Ele <strong>de</strong>staca que o Colunistas revelou agências,<br />
talentos e impulsionou várias carreiras,<br />
e para os mercados regionais, pela abrangência<br />
<strong>de</strong> categorias <strong>de</strong> mercado e áreas <strong>de</strong> mídia<br />
e <strong>de</strong> promo, o prêmio teve e tem uma importância<br />
muito maior. “Os mercados regionais,<br />
por razões que não cabe explicar aqui, não<br />
são competitivos para ter uma boa participação<br />
no Anuário do CCSP e outras premiações,<br />
como Profissionais do Ano, Prêmio Abril, Prêmio<br />
Central <strong>de</strong> Outdoor, que aten<strong>de</strong>m apenas<br />
uma área <strong>de</strong> mídia específica. O Colunistas,<br />
pelo contrário, mais abrangente, tem sido<br />
para os mercados regionais quase que uma<br />
oportunida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> mostrar a sua produção<br />
criativa”, reforça Ca<strong>de</strong>na.<br />
O consultor fala que o Colunistas <strong>de</strong>ve seguir<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> premiação do Festival <strong>de</strong><br />
Cannes, implantado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 20<strong>13</strong>, que tem tido<br />
Cíntia Gonçalves, Filipe Bartholomeu e Luiz Sanches<br />
“o Colunistas é uma<br />
premiação sempre em<br />
evolução, que se atualiza<br />
e se amolda <strong>de</strong> acordo<br />
com as mudanças no<br />
mercado da comunicação”<br />
uma boa aceitação das agências. “A mudança<br />
<strong>de</strong> critérios para a escolha das Agências do<br />
Ano foi a gran<strong>de</strong> virada que contribuiu para a<br />
renovação do prêmio. O critério <strong>de</strong> maior número<br />
<strong>de</strong> pontos é mais aceitável que o critério<br />
anterior, subjetivo, que prevaleceu durante<br />
45 anos”, finaliza.<br />
vencedores<br />
Nesta segunda, serão entregues os diplomas<br />
aos vencedorers do Prêmio Colunistas<br />
São Paulo 2017 e do Prêmio Colunistas Brasil<br />
2017. A AlmapBBDO foi a gran<strong>de</strong> vencedora,<br />
com vários prêmios - além <strong>de</strong> ser a Agência<br />
do Ano tanto no Colunistas São Paulo como<br />
no Colunistas Brasil, também ganhou outros<br />
GPs. Diversas outras agências também<br />
serão premiadas. Na premiação nacional, a<br />
Almap somou 94 pontos. Em segundo e terceiro<br />
ficaram Ogilvy (44 pontos) e DM9DDB<br />
(40 pontos). A Almap também ganhou o GP<br />
<strong>de</strong> Bran<strong>de</strong>d Content com Nosferatu, criado<br />
para a Getty Images, e o GP <strong>de</strong> Mídia Exterior,<br />
com Ma<strong>de</strong> of Brazilian Summer, para<br />
Havaianas/Alpargatas.<br />
O GP <strong>de</strong> Filme foi para Todo bebê é um<br />
bebê Johnson’s, criado pela DM9DDB para<br />
J&J. Já Luiz Sanches, sócio e diretor-geral<br />
<strong>de</strong> criação da Almap, foi escolhido o Publicitário<br />
do Ano da premiação nacional, e Keka<br />
Morelle, diretora <strong>de</strong> criação da agência, é a<br />
Profissional <strong>de</strong> Propaganda. Os outros GPs<br />
ficaram com a Ampfy, que recebeu o GP <strong>de</strong><br />
Digital com Audio Makeup, para Maybelline<br />
NY; o GP <strong>de</strong> Promo e Live Marketing foi para<br />
a Ogilvy, com A voz da Arte, para IBM; e o GP<br />
<strong>de</strong> RP foi conquistado pela DM9, com Kiss<br />
the Kremlin, para Ssex Bbox. O Estadão foi<br />
eleito o Veículo Impressso do Ano e a Globo<br />
News o Veículo Eletrônico, enquanto a<br />
Alpargatas, cliente da Almap, ganhou como<br />
Anunciante do Ano.<br />
“Sermos reconhecidos como Agência<br />
do Ano e com dois GPs em categorias diferentes,<br />
como Mídia e Bran<strong>de</strong>d Content,<br />
<strong>de</strong>monstra a consistência do trabalho da<br />
AlmapBBDO. Somado a isso, ver um cliente<br />
e parceiro <strong>de</strong> longa data, como Alpargatas,<br />
eleito Anunciante do Ano, só aumenta<br />
o nosso orgulho. A escolha da Keka como<br />
Profissional do Ano e a minha, como Publicitário<br />
do Ano, só reforça a nossa vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer mais <strong>de</strong>ntro da propaganda.<br />
Estamos muito felizes com os resultados”,<br />
ressalta Luiz Sanches, sócio e diretor-geral<br />
<strong>de</strong> criação da AlmapBBDO, que li<strong>de</strong>ra a<br />
agência ao lado <strong>de</strong> Cíntia Gonçalves, sócia<br />
e diretora-geral <strong>de</strong> planejamento, e Filipe<br />
Bartholomeu, managing director.<br />
Nosferatu, criado pela AlmapBBDO, ganhou o GP <strong>de</strong><br />
Bran<strong>de</strong>d Content<br />
O GP <strong>de</strong> Filme foi para Todo bebê é um bebê Johnson’s, <strong>de</strong>senvolvido pela DM9DDB para J&J<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 17
eyond the line<br />
Mais atenção à<br />
YakobchukOlena/iStock<br />
comunicação pública!<br />
Há inúmeros exemplos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s ou<br />
países que acreditaram num bom marketing<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
Com a crise política, agravada pela <strong>de</strong>pressão<br />
econômica, prefeitos, governadores,<br />
secretários e dirigentes <strong>de</strong> estatais<br />
foram obrigados a, mais do que nunca, fazer<br />
escolhas difíceis na condução das suas<br />
ativida<strong>de</strong>s. Como os recursos são escassos,<br />
esses dirigentes praticam um malabarismo<br />
<strong>de</strong> muitos pratos no ar, com uma dificulda<strong>de</strong><br />
imensa <strong>de</strong> não quebrar nada. A saú<strong>de</strong> carece<br />
<strong>de</strong> recursos e atenção; a educação, i<strong>de</strong>m; a<br />
segurança então... E ainda é preciso manter<br />
toda a máquina pública funcionando...<br />
Dura realida<strong>de</strong>! Mas há um efeito colateral<br />
perverso nisso tudo que po<strong>de</strong> prejudicar<br />
o setor <strong>de</strong> comunicação e propaganda. Para<br />
alguns governantes, perante esse quadro difícil,<br />
um processo <strong>de</strong> comunicação profissional<br />
po<strong>de</strong> parecer supérfluo, dispensável. E aí<br />
está o gran<strong>de</strong> engano!<br />
É preciso ter em mente que, <strong>de</strong> acordo<br />
com estudos, mais <strong>de</strong> dois terços dos problemas<br />
(sejam eles <strong>de</strong> qualquer natureza)<br />
são originários <strong>de</strong> uma má comunicação ou<br />
da ausência <strong>de</strong>la. Muitos serviços po<strong>de</strong>riam<br />
ser melhor conhecidos e organizados com<br />
uma comunicação eficiente, evitando <strong>de</strong>sperdício<br />
e insatisfação. Por exemplo, <strong>de</strong> nada<br />
adianta comprar um gran<strong>de</strong> estoque <strong>de</strong><br />
vacinas se a população não for persuadida e<br />
motivada a se vacinar. Isso se faz com uma<br />
boa propaganda, com um serviço profissional<br />
<strong>de</strong> comunicação.<br />
Além do mais, a população quer saber<br />
o que está sendo feito com o dinheiro dos<br />
impostos pagos. Ela precisa ser <strong>de</strong>vidamente<br />
informada! Faz parte <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />
transparência. Por isso, é inaceitável colocar<br />
num segundo plano a comunicação pública.<br />
Infelizmente, o termo “marqueteiro” vem<br />
sendo usado <strong>de</strong> uma forma jocosa, atrelado<br />
à enganação e ao processo <strong>de</strong> driblar a verda<strong>de</strong>.<br />
Fazer marketing não <strong>de</strong>veria ser visto<br />
<strong>de</strong>ssa forma.<br />
É claro que, sabemos, há exemplos ruins<br />
por aí, mas nenhuma organização – seja ela<br />
privada, governamental ou estatal – po<strong>de</strong><br />
prescindir <strong>de</strong> um bom marketing.<br />
Veja, por exemplo, o case mais premiado<br />
no Cannes Lions <strong>de</strong>ste ano. O pequeno Palau,<br />
país que se resume a um micro arquipé-<br />
lago <strong>de</strong> 340 ilhas paradisíacas no Oceano Pacífico,<br />
enfrentava uma situação que po<strong>de</strong>ria<br />
ser uma solução, mas era um gran<strong>de</strong> problema.<br />
Pela sua impressionante beleza natural,<br />
o país <strong>de</strong> apenas 20 mil habitantes chega a<br />
receber mais <strong>de</strong> 150 mil turistas. Isso é bom!<br />
Gera recursos, certo?<br />
É, mas também gera problemas. O lixo<br />
<strong>de</strong>ixado, os danos à fauna e à flora marinha<br />
passaram a ser insuportáveis. Por mais que<br />
se procurasse orientar os turistas <strong>de</strong> uma<br />
forma convencional, era difícil mitigar os<br />
efeitos danosos <strong>de</strong>sse comportamento. A solução<br />
foi uma simples, porém genial i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
comunicação.<br />
A agência Host/Havas, da Austrália (vizinha<br />
<strong>de</strong> Palau), propôs, além <strong>de</strong> uma bela<br />
campanha exibida em ví<strong>de</strong>os das companhias<br />
aéreas, OOH e materiais colaterais,<br />
um simples e prosaico carimbo. Um carimbo<br />
daqueles que são usados nos passaportes<br />
quando se entra num país.<br />
Só que o carimbo <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> Palau<br />
passou a conter um texto diferente, comprometendo<br />
o turista - que assina embaixo -<br />
a cuidar do país durante a sua visita. O turista<br />
agora assume formalmente o compromisso<br />
<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar lixo ou danificar a fauna e<br />
a flora.<br />
O texto tem uma abordagem emocional,<br />
mas também <strong>de</strong>ixa claro que haverá punição<br />
àqueles que <strong>de</strong>srespeitarem o compromisso.<br />
Isso tem feito toda a diferença! Uma i<strong>de</strong>ia<br />
simples, bem executada, mas viabilizada<br />
por uma agência superprofissional. É assim<br />
que tem <strong>de</strong> ser!<br />
Há inúmeros exemplos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s ou países<br />
que acreditaram num bom posicionamento<br />
<strong>de</strong> marketing e colhem frutos, seja<br />
pelo turismo, seja pela atração <strong>de</strong> empresas.<br />
Neste momento em que estamos às vésperas<br />
<strong>de</strong> mais uma eleição, que escolherá<br />
novos governantes e congressistas, senti<br />
que seria oportuno levantar a ban<strong>de</strong>ira da<br />
importância <strong>de</strong> uma boa comunicação.<br />
Não tenho esperança <strong>de</strong> que este texto<br />
chegue a um dos candidatos e, se chegar, não<br />
imagino que seja levado em conta em sua<br />
campanha. Mas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eleito, espero que<br />
se sensibilize pelos pontos levantados aqui.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
18 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
STORYTELLER<br />
koya79/iStock<br />
Sem saco<br />
Sou capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar um picareta<br />
logo <strong>de</strong> saída, bastando observar<br />
o seu vocabulário e as suas opiniões<br />
Lula Vieira<br />
Eu tenho um picaretrômetro bem <strong>de</strong>senvolvido.<br />
Sou capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar um picareta<br />
logo <strong>de</strong> saída, bastando observar o<br />
seu vocabulário e as suas opiniões a respeito<br />
do que quer que seja. Não sou bom em<br />
outras sensibilida<strong>de</strong>s, como inveja, mentira,<br />
falta <strong>de</strong> caráter e <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong>. O que<br />
nesta perra vida já fui traído, enganado,<br />
passado para trás, fofocado e injustiçado<br />
não foi pouco. Nesses casos, minha capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> perceber a situação é quase nula.<br />
Sou capaz <strong>de</strong> acreditar num escroto como<br />
uma virgenzinha do interior acreditava<br />
em príncipes encantados. No tempo que<br />
havia virgenzinhas e interior, é claro. Príncipes<br />
encantados continuam existindo.<br />
Não, amiga, não fique com dó <strong>de</strong> mim. Os<br />
amigos e os leais compensaram as enrabadas<br />
(metáfora!, metáfora!). Mas <strong>de</strong> que falava<br />
eu? Ah, sim. Dos picaretas, para os quais<br />
tenho um faro invejável.<br />
Basta alguém vir com expressões rebuscadas<br />
<strong>de</strong>mais, falsamente intelectuais,<br />
que meu picaretrômetro soa. Outro<br />
dia, para dizer que estava criando temas<br />
<strong>de</strong> campanha, ouvi um picareta dizer que<br />
estava montando “eixos argumentativos”.<br />
O alarme soou <strong>de</strong> cara. Eixo argumentativo<br />
é um nabo intumescido a<strong>de</strong>ntrando nos<br />
aconchegos e pedindo licença “<strong>de</strong>sculpe o<br />
transtorno, mas estamos trabalhando pelo<br />
seu conforto!”.<br />
Picareta não planeja futuras ações, examina<br />
as “variáveis táticas”. Nem estuda se<br />
vai dar dinheiro, mas calcula a monetização<br />
possível. Há uma ritualística constante.<br />
Lap top permanentemente aberto, um<br />
certo ar alheado na tela e respostas como<br />
se estivesse lendo algo que só a ele é permitido<br />
acessar. São capazes <strong>de</strong> afirmar no<br />
meio <strong>de</strong> uma conversa: “a curva <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sões<br />
negativas está se aproximando dos argumentos<br />
favoráveis <strong>de</strong> forma que não há como<br />
parametrizar as assertivas vis-à-vis o<br />
potencial negativo”. Geralmente não quer<br />
dizer porra nenhuma, mas impressiona os<br />
impressionáveis. Aliás, grosseira expressão<br />
essa, “não quer dizer porra nenhuma”.<br />
Melhor seria “vazia <strong>de</strong> conteúdos mensuráveis”.<br />
Acho que as ativida<strong>de</strong>s mais novas,<br />
menos conhecidas, “menos parametrizáveis”,<br />
são as que mais atraem esse tipo <strong>de</strong><br />
gente. Como a internet, por exemplo. Principalmente<br />
as chamadas “re<strong>de</strong>s sociais”.<br />
Muita gente, nem todos, graças a Deus,<br />
que está trabalhando nesta área, se comporta<br />
não apenas como quem <strong>de</strong>scobriu<br />
um novo meio <strong>de</strong> comunicação. Mas como<br />
quem <strong>de</strong>scobriu um ser humano diferente,<br />
até hoje completamente <strong>de</strong>sconhecido e<br />
impossível <strong>de</strong> ser compreendido pelas antigas<br />
réguas e compassos. Conversar com<br />
alguém das centenas <strong>de</strong> milhares que hoje<br />
estão se <strong>de</strong>dicando à vida online é um<br />
exercício complicado. É tentar enten<strong>de</strong>r<br />
um universo paralelo, constituído por pessoas<br />
totalmente diferentes das que conhecemos,<br />
alimentadoras <strong>de</strong> uma economia<br />
gigantesca, tendo reações estranhíssimas.<br />
O que não é verda<strong>de</strong>.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um mundo habitado por pessoas<br />
muito parecidas com a gente, dotadas<br />
dos mesmos tipos <strong>de</strong> medos, angústias,<br />
<strong>de</strong>sejos e sentimentos daqueles “bípe<strong>de</strong>s<br />
implumes” com os quais estamos acostumados<br />
a lidar. Que o ambiente da internet é<br />
diferente e, portanto, ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>senvolver<br />
reações específicas a esse mesmo ambiente,<br />
tudo bem. Assim é nas escolas, nas ca<strong>de</strong>ias,<br />
nas igrejas, nos estádios <strong>de</strong> futebol<br />
e nas surubas. Conhecer o ambiente e seus<br />
estímulos é muito importante. Mas aturar<br />
chato é outra coisa.<br />
Voltemos ao “picaretrômetro”. Tomei<br />
uma <strong>de</strong>cisão fundamental. Para não ter <strong>de</strong><br />
conviver com meu alarme interno <strong>de</strong>nunciador<br />
<strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s, só converso com autorida<strong>de</strong>s<br />
em re<strong>de</strong>s sociais que consigam se<br />
fazer enten<strong>de</strong>r, que usam um português razoavelzinho<br />
e tenham raciocínios lógicos.<br />
Para os <strong>de</strong>mais, os chatos, aviso que a curva<br />
<strong>de</strong> atenção está <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. E mando<br />
à putaqueopariu. Pois mãe, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da vida on ou offline, todos tiveram.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19
DE FRENTE PARA O MAR:<br />
O LUGAR PERFEITO<br />
PARA EXPANDIR<br />
SEUS HORIZONTES.<br />
Diversificar para ir além.<br />
Esse é o nosso tema.<br />
Junte-se aos principais<br />
anunciantes, agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> e li<strong>de</strong>ranças<br />
empresariais no <strong>de</strong>bate<br />
sobre a diversida<strong>de</strong> nos<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio, como<br />
manter a relevância no<br />
mercado e gerar valor para<br />
a sua marca.<br />
_ PARTICIPAÇÕES CONFIRMADAS /<br />
_ Christina Carvalho Pinto /<br />
Grupo Full Jazz <strong>de</strong><br />
Comunicação<br />
_ Guga Valente /<br />
Grupo ABC<br />
_ Roberto Gnypek /<br />
McDonald’s Brasil<br />
Participação Especial Participação Colaboração
_ 24.08 / 26.08<br />
_ Hotel Sofitel Jequitimar<br />
_ Guarujá / SP<br />
_ CURADORES /<br />
_ Armando Ferrentini /<br />
Presi<strong>de</strong>nte da EDITORA<br />
REFERÊNCIA<br />
_ Marcos Quintela /<br />
Presi<strong>de</strong>nte do LIDE<br />
Comunicação<br />
_ Adonis Alonso /<br />
Presi<strong>de</strong>nte da CRIATIX<br />
COMUNICAÇÃO<br />
APOIO INSTITUCIONAL<br />
REALIZAÇÃO<br />
Mídia Partners<br />
Fornecedores Oficiais
mercado<br />
“Precisamos sair do nosso<br />
casulo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>”<br />
Depois <strong>de</strong> 17 anos à frente da R/GA, ajudando a transformar a agência<br />
em uma das mais inovadoras <strong>de</strong> toda a indústria, Nick Law recebeu<br />
uma oferta irrecusável: comandar criativamente o Publicis Groupe,<br />
o terceiro maior grupo <strong>de</strong> comunicação do mundo, do qual fazem<br />
parte a Publicis em todas as suas divisões - Comunicação, Sapient, Mídia e<br />
Health. A proposta estava diretamente ligada à jornada que a holding vem<br />
empreen<strong>de</strong>ndo, pelas mãos do chairman e CEO Arthur Sadoun, rumo a um<br />
mo<strong>de</strong>lo inovador, que combina criativida<strong>de</strong> e tecnologia para transformar<br />
negócios. Nesta entrevista, o australiano faz um balanço do tempo que está no<br />
grupo, do ano sabático em premiações e diz acreditar que “o futuro da indústria<br />
não é uma coisa, mas muitas coisas conectadas”. Ele fala também sobre as<br />
consultorias e criação. “Ao contrário das consultorias, nas agências o criativo<br />
está no centro. Sem criativida<strong>de</strong>, não temos nada para ven<strong>de</strong>r”.<br />
Claudia Penteado<br />
Ouvidoria<br />
O que mais tenho feito <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que cheguei ao Grupo Publicis<br />
foi ouvir. Ouvir funcionários,<br />
lí<strong>de</strong>res e clientes. Pensando no<br />
que posso fazer para ajudar. Que<br />
capacida<strong>de</strong>s temos, <strong>de</strong> que precisamos?<br />
Temos os lí<strong>de</strong>res certos<br />
para estruturar a organização em<br />
torno <strong>de</strong>sses recursos? Temos o<br />
talento certo para executar?<br />
Transição<br />
Este é um <strong>de</strong>safio completamente<br />
diferente; em escala e<br />
propósito. Então, a transição foi<br />
intrigante e divertida. Eu gosto<br />
<strong>de</strong> conhecer novas pessoas, seu<br />
talento e ambição. Eu também<br />
adoro enxergar potencial, e há<br />
muito disso em uma organização<br />
<strong>de</strong> 80 mil pessoas. Como todas<br />
as capacida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m crescer<br />
e conectar oferece tantas<br />
possibilida<strong>de</strong>s diferentes do que<br />
eu fazia nos últimos 17 anos.<br />
Crença<br />
Eu acredito em uma indústria<br />
li<strong>de</strong>rada por criativos, e<br />
a publicida<strong>de</strong> é parte disso.<br />
Acho que precisamos fazer<br />
publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma diferente<br />
e precisamos fazer coisas<br />
diferentes. Eu também acredito<br />
que o futuro da indústria<br />
não é uma coisa, mas muitas<br />
coisas conectadas. Precisamos<br />
construir mais recursos e<br />
conectá-los horizontalmente.<br />
Precisamos sair do nosso casulo<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A inova-<br />
ção vive na interseção do que<br />
fazemos agora e do que é possível<br />
no futuro.<br />
Transformação<br />
Sim, promover transformações<br />
em um gran<strong>de</strong> grupo<br />
é mais difícil, mas porque há<br />
mais em jogo também. Uma<br />
gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> nossa indústria<br />
é construída em torno <strong>de</strong><br />
empresas públicas <strong>de</strong> capital<br />
escalonado - então, se você se<br />
preocupa com a indústria e as<br />
pessoas envolvidas, a reinvenção<br />
precisa ocorrer com elas.<br />
Compra-compra<br />
Comprar empresas po<strong>de</strong> ser<br />
uma boa estratégia para incorporar<br />
expertises e serviços. O<br />
truque é como você cresce e<br />
integra o que você compra. Ter<br />
amplas capacida<strong>de</strong>s é bom,<br />
mas elas <strong>de</strong>vem ser conectadas.<br />
Desafio<br />
Esta é uma gran<strong>de</strong> empresa,<br />
e o potencial é enorme; mas<br />
precisamos mudar rapidamente.<br />
Há muitas partes da empresa<br />
que funcionam bem e outras<br />
partes que eu posso ajudar a<br />
mudar. Decidir por on<strong>de</strong> começar<br />
é um <strong>de</strong>safio. Precisa ser em<br />
alguns lugares-chave, já que<br />
você não po<strong>de</strong> mudar tudo <strong>de</strong><br />
uma vez.<br />
Marcel<br />
Em cinco anos, nos perguntaremos<br />
por que Marcel foi tão<br />
controverso. É inevitável que<br />
um software empresarial baseado<br />
em IA conecte empresas<br />
criativas - estamos apenas<br />
tentando fazer isso primeiro. É<br />
software, por isso sempre mudará<br />
e ficará melhor. Como a<br />
inteligência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados,<br />
as pessoas verão seu po<strong>de</strong>r à<br />
medida que sua curva <strong>de</strong> conhecimento<br />
for aumentando<br />
com o uso. Estamos vivendo<br />
uma inovação exponencial que<br />
foi ativada pela internet. Tudo<br />
o que estamos tentando fazer<br />
é espelhar esses efeitos <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />
internamente - conectando 80<br />
mil mentes com toda a informação,<br />
trabalho e talento que<br />
po<strong>de</strong> turbinar a criativida<strong>de</strong>.<br />
Futuro<br />
Se nossa indústria tem uma<br />
vantagem, é saber como crescer<br />
e nutrir o pensamento criativo.<br />
As consultorias po<strong>de</strong>m fazer<br />
muitas coisas importantes<br />
para o cliente, mas tirar o melhor<br />
proveito <strong>de</strong> um monte <strong>de</strong><br />
aberrações criativas não é uma<br />
<strong>de</strong>las. Historicamente, nossa<br />
cultura acomodou pessoas não<br />
convencionais, porque elas são<br />
o nosso produto. Ao contrário<br />
das consultorias, nas agências<br />
o criativo está no centro. Alimenta<br />
feeds <strong>de</strong> dados. Criativo<br />
aproveita a tecnologia. Sem<br />
criativida<strong>de</strong>, não temos nada<br />
para ven<strong>de</strong>r.<br />
Ano sabático<br />
Não participar <strong>de</strong> prêmios<br />
por um ano representou um<br />
reset. Arthur sentiu como se<br />
precisássemos reconhecer a ne-<br />
Nick Law: “Se nossa indústria tem uma vantagem, é sab<br />
“Em cinco anos, nos<br />
perguntaremos<br />
por que Marcel foi<br />
tão controverso”<br />
22 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
“Não participar<br />
<strong>de</strong> prêmios por um<br />
ano representou<br />
um reset”<br />
indústria <strong>de</strong> serviços, por isso<br />
nossos clientes sempre vêm em<br />
primeiro lugar - mas também somos<br />
artesãos criativos que apren<strong>de</strong>m<br />
com a bravura e a curiosida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> outros profissionais.<br />
er como crescer e nutrir o pensamento criativo”<br />
cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança com um<br />
statement po<strong>de</strong>roso. E, como<br />
você disse, usamos a poupança<br />
para investir nessa mudança.<br />
Prêmios<br />
O valor <strong>de</strong> prêmios como Cannes<br />
está em ser reconhecido pelos<br />
nossos pares. Somos uma<br />
Cannes Lions<br />
As mudanças foram ótimas.<br />
Houve mais foco e energia por<br />
conta do novo formato <strong>de</strong> categorias,<br />
e da semana mais curta.<br />
Indústria<br />
O mercado vai mudar mais<br />
nos próximos cinco anos do<br />
que nos 20 anteriores. AI, AR,<br />
VR, automação, as mudanças<br />
<strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> mídia dos jovens<br />
conduzirão essa mudança. A<br />
criativida<strong>de</strong> continuará a ser o<br />
que faz a diferença, mas uma<br />
<strong>de</strong>finição mais ampla <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
surgirá, muito além da<br />
clássica narrativa do passado.<br />
Vai parecer ruim para aqueles<br />
que têm um apego sentimental<br />
à indústria <strong>de</strong> “publicida<strong>de</strong>”, e<br />
emocionante para aqueles que<br />
são curiosos e inventivos.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23
mercado<br />
Fórum vai <strong>de</strong>bater diversificação<br />
<strong>de</strong> negócios e das novas gerações<br />
Estão confirmados para os painéis nomes como Luiz Fernando Musa,<br />
Hugo Rodrigues, Paulo Secches, Priscila Stoliar e Vanessa Brandão<br />
Paulo Macedo<br />
Sob o tema central Diversificar: como ir<br />
além, o Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial,<br />
que será realizado <strong>de</strong> 24 a 26 <strong>de</strong>ste mês<br />
no Sofitel Jequitimar, Guarujá, em São Paulo,<br />
confirma a participação <strong>de</strong> profissionais<br />
dos segmentos <strong>de</strong> marketing e publicida<strong>de</strong><br />
nos painéis programados para a parte da<br />
tar<strong>de</strong> do evento. Luiz Fernando Musa, presi<strong>de</strong>nte<br />
do grupo Ogilvy; Vanessa Brandão,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing da Heineken; Priscila<br />
Stoliar, gerente <strong>de</strong> marketing do SBT; Hugo<br />
Rodrigues, CEO e chairman da WMcCann;<br />
e Paulo Secches, presi<strong>de</strong>nte da HSR Brasil,<br />
estarão nos <strong>de</strong>bates sobre diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gerações e negócios. A curadoria do evento<br />
tem a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Marcos Quintela, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Grupo Newcomm; Adonis Alonso,<br />
da Creatix; e Armando Ferrentini, publisher<br />
da Editora Referência. A organização<br />
envolve o Li<strong>de</strong> (Grupo <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res Empresariais)<br />
e a Referência.<br />
“Buscamos temas atuais, que tragam<br />
provocação, reflexão e novos caminhos<br />
para a indústria da comunicação, que é o<br />
elo para ativar consumo e conectar os consumidores<br />
com suas mensagens. A diversida<strong>de</strong>,<br />
seja pelo viés do gênero ou das novas<br />
formas <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> negócios, que<br />
envolve novos recursos humanos e olhar<br />
mais multifacetado para as oportunida<strong>de</strong>s,<br />
motiva o Fórum a trazer à pauta uma discussão<br />
rica sobre esse momento marcado<br />
pelo digital, que trouxe o consumo da informação<br />
<strong>de</strong> forma instantânea e na palma<br />
da mão. Esse redirecionamento motiva o<br />
Fórum a trazer nomes que estão alinhados<br />
com esse cenário e com voz para propor<br />
i<strong>de</strong>ias, afinal estão bem ativos nos seus<br />
negócios e colocando em prática as novas<br />
ofertas para garantir resultados e visibilida<strong>de</strong><br />
às marcas”, explica Ferrentini.<br />
O pesquisador Paulo Secches, presi<strong>de</strong>nte<br />
da HSR Brasil, vai estar no painel Diversida<strong>de</strong>:<br />
discurso ou negócios. Por que diversificar<br />
processos, gestão e também inovação<br />
é preciso no marketing e na publicida<strong>de</strong><br />
para ir além dos processos e <strong>de</strong>safios que se<br />
apresentam no dia a dia das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses<br />
segmentos? Secches respon<strong>de</strong>: “O mundo,<br />
as pessoas e os consumidores mudam<br />
numa velocida<strong>de</strong> estrondosa. A informação<br />
sobre tudo é acessada por todos, os valores<br />
se transformam, os processos <strong>de</strong> compra<br />
mudam, os critérios <strong>de</strong> escolha mudam, a<br />
forma <strong>de</strong> avaliar as empresas e instituições<br />
muda. Neste ambiente em que vivemos não<br />
24 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark<br />
Priscila Stoliar: “Rever métricas, mo<strong>de</strong>los, formas <strong>de</strong> contar uma história e se relacionar com o nosso público”<br />
resta alternativa ao marketing e à comunicação<br />
das empresas a não ser mudarem em<br />
alta velocida<strong>de</strong>. E, ainda, assim, para acompanhar<br />
o que já foi, o passado”.<br />
Secches acrescenta: “No processo <strong>de</strong> mudança<br />
da socieda<strong>de</strong>, os indivíduos apren<strong>de</strong>ram<br />
(ainda que não todos) que o respeito<br />
que <strong>de</strong>seja para a sua individualida<strong>de</strong> passa<br />
pelo respeito à individualida<strong>de</strong> do outro.<br />
Fotos: Divulgação<br />
“nos últimos anos há<br />
um pico <strong>de</strong> inovação<br />
em todos os segmentos.<br />
Não pensar em li<strong>de</strong>rar<br />
mudanças é o mesmo<br />
que per<strong>de</strong>r relevância”
Alê Oliveira<br />
“Todos os dias,<br />
enfrentamos um ambiente<br />
<strong>de</strong> mídia e comunicação<br />
cada vez mais complexo.<br />
As pessoas estão<br />
consumindo conteúdo <strong>de</strong><br />
forma diferente”<br />
Secches: “O que estamos falando não é ‘apenas’ poesia”<br />
Armando Ferrentini: “Nomes alinhados com esse cenário”<br />
Não é um processo pacífico, sem conflitos.<br />
Ele é conflituoso, tenso. Mas o que vimos na<br />
pesquisa que realizamos é que ¾ da população<br />
respeita a diversida<strong>de</strong>, aceita e respeita<br />
os diferentes <strong>de</strong>les. Tornou-se, portanto,<br />
inevitável, o respeito à diversida<strong>de</strong>. O não<br />
respeito levaria à selvageria social”.<br />
Nas palavras <strong>de</strong> Secches, a inovação é a<br />
chave nos processos gerenciais. “Diferentes<br />
estudos sobre marcas que temos conduzido<br />
ao longo do tempo têm <strong>de</strong>monstrado que a<br />
<strong>de</strong>manda dos indivíduos sobre as marcas<br />
tem mudado radicalmente. Se antes apenas<br />
<strong>de</strong>mandavam visibilida<strong>de</strong> - nisso os<br />
estudos <strong>de</strong> Top of Mind eram importantes<br />
-, hoje <strong>de</strong>mandam que elas tenham e <strong>de</strong>fendam<br />
uma causa e um propósito. E sejam<br />
verda<strong>de</strong>iras nas suas ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>sta<br />
causa-propósito. E as marcas que reconhecem<br />
como tendo um propósito ten<strong>de</strong>m a<br />
ter uma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra e<br />
uma predisposição maior <strong>de</strong> pagar mais por<br />
ela. Portanto, o que estamos falando não é<br />
‘apenas’ poesia, mas sim condição da sustentabilida<strong>de</strong><br />
e lucrativida<strong>de</strong> dos negócios<br />
no tempo”.<br />
A executiva Priscila Stoliar, gerente <strong>de</strong><br />
marketing do SBT, chama a atenção para a<br />
complexida<strong>de</strong> da mídia com a diversificação<br />
<strong>de</strong> canais. “Todos os dias, enfrentamos<br />
um ambiente <strong>de</strong> mídia e comunicação cada<br />
vez mais complexo. As pessoas estão consumindo<br />
conteúdo <strong>de</strong> forma diferente, interagindo<br />
com as marcas e seus amigos por<br />
meio <strong>de</strong> plataformas digitais, que lançam<br />
uma novida<strong>de</strong> e se modificam constantemente.<br />
E ‘como’ e ‘on<strong>de</strong>’ isso ocorre variam<br />
<strong>de</strong> acordo com cada geração. Todas essas<br />
mudanças também nos <strong>de</strong>safiam a pensar<br />
diferente todos os dias, rever métricas,<br />
mo<strong>de</strong>los, formas <strong>de</strong> contar uma história e<br />
se relacionar com o nosso público. Não há<br />
mais espaço para a zona <strong>de</strong> conforto nesta<br />
realida<strong>de</strong>”.<br />
Nesse ambiente, Priscila também observa<br />
o tema da diversida<strong>de</strong> e da inovação.<br />
“Temos <strong>de</strong> pensar a diversida<strong>de</strong> não como<br />
uma forma <strong>de</strong> inclusão, mas sim <strong>de</strong> ocupação.<br />
Afinal, estamos falando <strong>de</strong> um país<br />
diverso, que quer se i<strong>de</strong>ntificar com aquilo<br />
que consome em serviços, bens <strong>de</strong> consumo<br />
e entretenimento. Por isso é essencial<br />
termos equilíbrio tanto na visão estratégica<br />
dos negócios, quanto na entrega lá na ponta<br />
para o público. Ainda não vivenciamos esta<br />
realida<strong>de</strong> no Brasil, mas estamos avançando.<br />
Acredito que nos últimos anos há um<br />
pico <strong>de</strong> inovação em todos os segmentos.<br />
Não pensar em li<strong>de</strong>rar mudanças é o mesmo<br />
que per<strong>de</strong>r relevância e protagonismo.<br />
Mas não acredito na inovação pela inovação:<br />
a disrupção precisa ser útil e entregar<br />
novo valor aos negócios e à vida das pessoas”,<br />
finaliza.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25
mercado<br />
Mídia registra aumento <strong>de</strong> 9% no<br />
1º semestre, aponta Kantar Ibope<br />
Investimentos totalizam R$ 69,8 bilhões em valores brutos; Copa do<br />
Mundo impulsionou crescimento em relação ao mesmo período <strong>de</strong> 2017<br />
De janeiro a junho <strong>de</strong> <strong>2018</strong>,<br />
mais <strong>de</strong> 33 mil anunciantes<br />
estiveram nos veículos monitorados<br />
pelo Kantar Ibope Media,<br />
um volume 9% superior<br />
ao registrado no mesmo período<br />
<strong>de</strong> 2017. As farmacêuticas<br />
Genomma e Hypera Pharma,<br />
junto com a Ambev, li<strong>de</strong>ram o<br />
ranking dos 30 maiores (veja o<br />
top <strong>de</strong>z na tabela nesta página).<br />
Em relação a 2017, consi<strong>de</strong>rando<br />
o mesmo período, nove marcas<br />
não estavam na lista: Bra<strong>de</strong>sco<br />
(16°), BRF Brasil Foods (18°),<br />
Samsung (22°), Reckitt Benckiser<br />
(24°), Banco do Brasil (25°),<br />
Dolly (28°), Restaurante Ma<strong>de</strong>ro<br />
(29°) e Pina Resen<strong>de</strong> (30°).<br />
A compra <strong>de</strong> espaços publicitários<br />
nos meios e veículos monitorados<br />
atingiu o equivalente a<br />
R$ 69,8 bilhões em valores brutos,<br />
um crescimento <strong>de</strong> <strong>13</strong>% em<br />
relação ao mesmo período do<br />
ano anterior. Segundo a empresa,<br />
o maior investimento po<strong>de</strong><br />
ser explicado pela recuperação<br />
da economia, embora em ritmo<br />
lento, aliada à realização da Copa<br />
do Mundo. O pico <strong>de</strong> investimento<br />
ocorreu em maio, um mês<br />
antes da competição, porém o<br />
maior crescimento foi em abril,<br />
com a intensificação das campanhas<br />
relacionadas ao evento.<br />
Apesar do bom semestre,<br />
Rita Romero, diretora <strong>de</strong> Business<br />
Insights and Development<br />
da empresa, comenta que o<br />
período eleitoral po<strong>de</strong> afetar a<br />
segunda etapa do ano. “Assim<br />
como em 2014, observamos<br />
uma ascensão na curva <strong>de</strong> investimento<br />
em mídia no primeiro<br />
semestre e crescimento<br />
nos principais mercados aferidos.<br />
No entanto, em virtu<strong>de</strong><br />
da diminuição da oferta <strong>de</strong> espaços<br />
publicitários disponíveis<br />
durante o período eleitoral, a<br />
tendência é que o <strong>de</strong>sempenho<br />
durante a segunda meta<strong>de</strong> do<br />
ano siga em um patamar inferior<br />
ao apurado até aqui”, diz.<br />
Entre as agências, a Y&R segue<br />
na li<strong>de</strong>rança, com o equivalente<br />
a R$ 2,2 bilhões em mídia.<br />
gustavofrazao/iStock<br />
Primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano totalizou <strong>13</strong>% a mais <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> espaços publicitários em relação ao mesmo período do ano passado<br />
Ela é seguida por Africa (R$ 1,7<br />
bi), a house My Agência (R$ 1,5<br />
bi), a Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
(R$ 1,48 bi) e a Publicis PBC Comunicação<br />
(R$ 1,46 bi).<br />
televisão<br />
A TV (aberta, paga e merchandising)<br />
absorveu a maior parte<br />
dos valores e cresceu 7%. A TV<br />
por assinatura teve aumento <strong>de</strong><br />
22% e as ações <strong>de</strong> merchandising<br />
no meio cresceram 8%. Os<br />
investimentos para os formatos<br />
display e search aumentaram<br />
69% no período. Out of home e<br />
Rádio cresceram 27% e 8%.<br />
Se somados, os três maiores<br />
setores - Comércio, Serviços ao<br />
Consumidor e Financeiro e Securitários<br />
- representaram 41%<br />
<strong>de</strong> toda a ativida<strong>de</strong> publicitária.<br />
Eles cresceram 19%, 33% e 25%,<br />
respectivamente. Entre as categorias<br />
<strong>de</strong> produto, o <strong>de</strong>staque<br />
ficou com a <strong>de</strong> Cartões <strong>de</strong> Crédito<br />
e Débito, que conquistou o<br />
12° lugar e 88% <strong>de</strong> crescimento.<br />
“Assim como em<br />
2014, observamos<br />
uma ascensão<br />
na curva <strong>de</strong><br />
investimento<br />
em mídia”<br />
Ranking<br />
A categoria não entrou nas 30<br />
maiores no recorte em 2017.<br />
As 15 maiores praças cresceram<br />
9% e totalizam cerca <strong>de</strong><br />
60% da compra <strong>de</strong> mídia. São<br />
Paulo li<strong>de</strong>ra (24%), seguida por<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro (9,6%), Belo Horizonte<br />
(3,6%), Porto Alegre<br />
(3,2%) e Curitiba (2,4%).<br />
ANUNCIANTES JAN A JUN <strong>2018</strong> JAN A JUN 2017<br />
Genomma R$ 1.969.002 R$ 1.349.090<br />
Hypera Pharna R$ 1.508.053 R$ 1.593.024<br />
Ambev R$ 1.029.471 R$ 920.045<br />
Unilever Brasil R$ 944.228 R$ 947.505<br />
Claro R$ 826.984 R$ 555.650<br />
Telefônica R$ 814.554 R$ 429.569<br />
Itaú R$ 780.909 R$ 482.728<br />
Ultrafarma R$ 778.3<strong>13</strong> R$ 761.769<br />
Trivago R$ 740.411 R$ 640.486<br />
Divcom Pharma Nor<strong>de</strong>ste R$ 692.030 R$ 630.807<br />
Fonte: Kantar Ibope Media<br />
26 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
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publicida<strong>de</strong> exibida na TV<br />
A brasileira e os posts <strong>de</strong> marcas<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais continuam<br />
reforçando estereótipos e não<br />
representam a realida<strong>de</strong> da diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> raças e gêneros da<br />
socieda<strong>de</strong> no país. Este é o diagnóstico<br />
da sexta edição do estudo<br />
TODXS, pesquisa feita pela<br />
Heads em parceria com a ONU<br />
Mulheres, que faz uma análise<br />
da representativida<strong>de</strong> na publicida<strong>de</strong><br />
brasileira.<br />
Nesta etapa do projeto – que<br />
teve início em julho <strong>de</strong> 2015 –, a<br />
agência monitorou todos os comerciais<br />
veiculados nos canais<br />
<strong>de</strong> TV aberta e fechada <strong>de</strong> maior<br />
audiência no país durante uma<br />
semana (entre 5 e 11 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong>). Nas 1.822 inserções<br />
analisadas foi possível perceber<br />
que há um impacto efetivo e<br />
perceptível das discussões sobre<br />
equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raças e gêneros na<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira. Houve,<br />
por exemplo, aumento <strong>de</strong> 57%<br />
<strong>de</strong> homens negros como protagonistas<br />
dos comerciais, totalizando<br />
11% <strong>de</strong>ntre os personagens<br />
principais masculinos. O estudo<br />
também aponta a tendência <strong>de</strong><br />
crescimento <strong>de</strong> mulheres negras<br />
protagonizando as histórias contadas:<br />
na primeira onda, foram<br />
contabilizados apenas 3% <strong>de</strong> personagens<br />
principais negras; na<br />
edição atual, 16%.<br />
Isabel Aquino, diretora <strong>de</strong> planejamento<br />
da Heads e responsável<br />
pelo estudo, diz, no entanto,<br />
que o mercado publicitário precisa<br />
correr. “Os resultados referentes<br />
à raça são positivos, mas<br />
consi<strong>de</strong>rando que 55% da população<br />
se <strong>de</strong>clara negra, percebemos<br />
que estamos muito distantes<br />
<strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> equida<strong>de</strong>. A<br />
publicida<strong>de</strong> ainda é racista: entre<br />
os coadjuvantes, os negros são<br />
maioria. Mas o que se quer é protagonizar.<br />
É ter voz”, observou.<br />
Pela primeira vez, houve mais<br />
personagens <strong>de</strong> cabelos ondulados,<br />
cacheados e crespos do que<br />
personagens com cabelo liso,<br />
tradicionalmente o mais valorizado<br />
pela socieda<strong>de</strong> – fator conmercado<br />
Publicida<strong>de</strong> continua reforçando<br />
estereótipos, mostra pesquisa<br />
Segundo estudo li<strong>de</strong>rado pela Heads em parceria com a ONU Mulheres,<br />
apesar dos gran<strong>de</strong>s avanços, propaganda ainda se mantém racista<br />
Embora a população afirme não ter comportamentos racistas ou machistas, quando as perguntas são específicas a realida<strong>de</strong> é outra<br />
“Em <strong>2018</strong>, ainda<br />
há situações<br />
nos comerciais<br />
que objetificam<br />
mulheres, que<br />
limitam os homens<br />
aos padrões<br />
machistas,<br />
escon<strong>de</strong>m os<br />
negros”<br />
Marisa9/iStock<br />
si<strong>de</strong>rado positivo. “Há um recado<br />
profundo nessa informação: é o<br />
crescimento <strong>de</strong> um movimento<br />
<strong>de</strong> afirmação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, fortalecimento<br />
<strong>de</strong> autoestima e do<br />
orgulho das pessoas <strong>de</strong> serem<br />
como são. É como se as pessoas<br />
estivessem dizendo: eu não vou<br />
alisar o meu cabelo para me encaixar<br />
a um padrão”, analisou<br />
Isabel.<br />
Também há mais comerciais<br />
em que homens aparecem envolvidos<br />
com cuidados com os filhos<br />
e com a casa, dividindo tarefas<br />
historicamente só protagonizadas<br />
por mulheres. E do lado das<br />
mulheres, mais comerciais valorizando<br />
autoestima e liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escolha. Outro dado: mensagens<br />
publicitárias que empo<strong>de</strong>ram<br />
foram responsáveis por 25%<br />
do valor investido, contra apenas<br />
8% <strong>de</strong> materiais que reforçam estereótipos.<br />
Segundo Isabel, a publicida<strong>de</strong><br />
está mudando, mas não<br />
na velocida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>seja. “Em<br />
<strong>2018</strong>, ainda há situações nos comerciais<br />
que objetificam mulheres,<br />
que limitam os homens aos<br />
padrões machistas, escon<strong>de</strong>m os<br />
negros, ou que recorrem a uma<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casting, sem necessariamente<br />
dar voz a grupos<br />
minorizados, tanto nos comerciais<br />
quanto <strong>de</strong>ntro das empresas.<br />
Isso é ‘diversity washing’, ou<br />
seja, se valer da diversida<strong>de</strong> para<br />
ficar ‘bem na fita’, sem se comprometer<br />
realmente em transformar<br />
a socieda<strong>de</strong>”, explicou.<br />
Pela primeira vez, a Heads realizou<br />
uma pesquisa para checar<br />
se realmente os discursos sobre<br />
equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero e raça têm<br />
apresentado efeito comportamental<br />
na socieda<strong>de</strong>. Em parceria<br />
com a MindMiners, foram<br />
entrevistadas mil pessoas das<br />
classes A/B/C, entre 18 e 60 anos.<br />
A conclusão é que, embora as<br />
pessoas afirmem não terem comportamentos<br />
racistas ou machistas,<br />
quando as perguntas são específicas<br />
a realida<strong>de</strong> é diferente<br />
do discurso.<br />
28 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Grupo Havas apresenta em São<br />
Paulo a Data Business Intelligence<br />
Data Driven Day marca a chegada da empresa especializada em big data<br />
analytics ao Brasil; evento teve palestrantes <strong>de</strong> IBM, Adobe e Expedia VR<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
dado é o novo petróleo.<br />
O A observação foi feita por<br />
Claudia Muchaluat, chief digital<br />
officer para a América Latina<br />
da IBM, durante o Data Driven<br />
Day, do Grupo Havas. O evento,<br />
realizado no último dia 8 na<br />
ESPM, marcou a chegada da Data<br />
Business Intelligence (DBI)<br />
ao Brasil. A empresa especializada<br />
em big data analytics foi<br />
comprada pelo Grupo Havas.<br />
A executiva comentou as<br />
transformações da indústria e<br />
dos mercados e explicou que a<br />
quantida<strong>de</strong> “cavalar” <strong>de</strong> dados<br />
<strong>de</strong> domínio público representa<br />
apenas 20% do total. Há 80%<br />
<strong>de</strong> dados não estruturados, nas<br />
empresas. “São informações<br />
que carregam conhecimento e<br />
bagagem <strong>de</strong> indústrias.”<br />
No entanto, assim como o<br />
petróleo, esses dados precisam<br />
passar por um processo <strong>de</strong> extração<br />
<strong>de</strong> valor do que está <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>les, até chegar nos insights<br />
para melhor entendimento<br />
e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Em sua<br />
visão, esse movimento está<br />
crescendo e estamos vivendo a<br />
era da disrupção e transformação<br />
massiva <strong>de</strong>sse material. “O<br />
petróleo é o novo dado. As empresas<br />
mais tradicionais estão<br />
tendo acesso a tecnologias mais<br />
inovadoras que startups e companhias<br />
mais inovadoras tiveram<br />
ao longo dos últimos anos.<br />
A tecnologia acessível, somada<br />
Armando Strozenberg, chairman da Z+; Erh Ray, CEO da BETC/Havas, Claudia Muchaluat, da IBM; e Douglas Patricio, CEO da Z+<br />
a empresas com petróleo bruto<br />
em casa, vai abrir a era disrupção<br />
<strong>de</strong> dados, <strong>de</strong> inteligência<br />
artificial e crescimento exponencial<br />
que já começou”, diz.<br />
A programação do evento<br />
para fomentar a cultura “data-<br />
-driven” também teve palestras<br />
dos executivos Fernando Teixeira,<br />
head of practice, advertising<br />
da Adobe; e Carolina Piber,<br />
VP <strong>de</strong> marketing da Expedia<br />
“O petróleo é o<br />
novo dado. As<br />
empresas mais<br />
tradicionais estão<br />
tendo acesso<br />
a tecnologias<br />
mais inovadoras<br />
que startups”<br />
Alê Oliveira<br />
VR no Brasil.<br />
Teixeira <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a necessida<strong>de</strong><br />
das empresas manterem<br />
os dados atualizados e segmentá-los<br />
para ser assertivo na<br />
mensagem. “Uma planilha <strong>de</strong><br />
excel, com 30 dias <strong>de</strong> atraso, é<br />
orientada a dados? É. Mas não<br />
vai resolver sua vida. Precisa<br />
ser real time. Assim você usa<br />
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jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29
MERCADO<br />
Humberto Men<strong>de</strong>s revela história <strong>de</strong><br />
superação em Rua da Amargura S/N<br />
Em seu novo livro, publicitário conta como venceu um período difícil<br />
morando nas ruas para fazer carreira no mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
Renato Rogenski<br />
Com uma longa trajetória no mercado<br />
e experiência em pequenas, médias e<br />
gran<strong>de</strong>s agências, o publicitário Humberto<br />
Men<strong>de</strong>s apresenta seu mais novo livro,<br />
Rua da Amargura S/N, pela editora WI. A<br />
obra, como ele mesmo diz, conta a história<br />
<strong>de</strong> um morador <strong>de</strong> rua que virou publicitário.<br />
Em vez <strong>de</strong> um roteiro com personagem<br />
fictício, no entanto, o autor narra a jornada<br />
<strong>de</strong> sua vida, começando por uma fase extremamente<br />
<strong>de</strong>licada, quando, <strong>de</strong> fato, por<br />
quase 200 dias, ele viveu sem ter um abrigo<br />
para se alocar.<br />
Para o mercado, o livro traz a lição <strong>de</strong><br />
um profissional que construiu sua carreira<br />
do zero, com resiliência, enorme vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e muito amor pela profissão.<br />
“Nunca me faltou o propósito <strong>de</strong> encontrar<br />
um trabalho <strong>de</strong>cente e vencer na vida. Lutei<br />
por isso até que comecei a trabalhar na indústria<br />
gráfica. Lá, passei a lidar com materiais<br />
que iam para as agências. Procurei saber<br />
mais sobre a ativida<strong>de</strong> e iniciei a minha<br />
trajetória, atuando em diversas áreas do<br />
mercado publicitário e em agências como<br />
J. Walter Thompson, Rino, DPZ, Artplan e<br />
tantas outras”, conta Men<strong>de</strong>s, que atualmente<br />
é VP executivo da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda),<br />
on<strong>de</strong> dá expediente todos os dias.<br />
Para ele, muito mais do que apenas histórias<br />
e lições sobre propaganda, em cada<br />
página do livro há um propósito pela evolução<br />
do ser humano. “Quando ultrapassamos<br />
a casa dos 80 anos assumimos o<br />
compromisso <strong>de</strong> compartilhar as nossas vivências,<br />
experiências e tudo que passamos<br />
para que os mais jovens possam, <strong>de</strong> alguma<br />
maneira, aproveitar e, principalmente, não<br />
cometer os mesmos erros”, afirma.<br />
Alê Oliveira<br />
Humberto Men<strong>de</strong>s: “É preciso ser profissional o tempo todo, pois é um negócio sério e não tem espaço para amadores”<br />
“Como disse Pablo Neruda,<br />
escrever é fácil. Você<br />
começa com uma letra<br />
maiúscula e termina com<br />
um ponto final. No meio<br />
você coloca i<strong>de</strong>ias”<br />
Legado da obra<br />
Como lição para os profissionais <strong>de</strong> propaganda<br />
em ativida<strong>de</strong>, Men<strong>de</strong>s explica <strong>de</strong><br />
que maneira o livro po<strong>de</strong> acrescentar. “O<br />
primeiro ponto é ser ético o tempo todo e<br />
ter respeito e amor permanente pelo oficio.<br />
Além disso, é preciso ser profissional o<br />
tempo todo, pois é um negócio sério e não<br />
tem espaço para amadores. Também é necessário<br />
ter respeito com o cliente e o seu<br />
dinheiro. Outra coisa essencial que a obra<br />
passa é a noção e o exemplo <strong>de</strong> que todo ser<br />
humano é recuperável”, explica<br />
Como a mesma intensida<strong>de</strong> com que<br />
exerce o seu ativismo pela propaganda,<br />
Obra retrata a jornada inusitada <strong>de</strong> Humberto Men<strong>de</strong>s<br />
Humberto Men<strong>de</strong>s é apaixonado pela ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escrever. Rua da Amargura S/N não<br />
é a sua primeira obra. Ele também já escreveu<br />
livros como Crônicas <strong>de</strong> Propaganda,<br />
Propaganda: O Caminho das Pedras e Universalida<strong>de</strong><br />
do Ser.<br />
“Como disse Pablo Neruda, escrever é fácil.<br />
Você começa com uma letra maiúscula e<br />
termina com um ponto final. No meio você<br />
coloca i<strong>de</strong>ias”, finaliza.<br />
Com lançamento pela Livraria Cultura,<br />
na semana passada, Rua da Amargura S/N<br />
está disponível no e-commerce das principais<br />
livrarias do país.<br />
30 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Mudanças no mercado<br />
Realizada em São Paulo, na<br />
se<strong>de</strong> do Conar, a cerimônia <strong>de</strong><br />
posse foi marcada por amplo<br />
<strong>de</strong>bate sobre as mudanças na<br />
comunicação e como o papel da<br />
entida<strong>de</strong> tem acompanhado essas<br />
transformações. A começar<br />
pela disseminação das notícias<br />
falsas, levando a um cenário <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sconfiança e ameaça à cremercado<br />
Conar quer continuar promovendo<br />
propaganda ética em nova gestão<br />
João Luiz Faria Netto tomou posse na semana passada; jurista substitui<br />
Gilberto Leifert, que ocupou a função na entida<strong>de</strong> nos últimos 20 anos<br />
Danúbia Paraizo<br />
Criado há 40 anos como forma<br />
<strong>de</strong> evitar a censura imposta<br />
pelo governo militar no<br />
Brasil, o Conselho Nacional <strong>de</strong><br />
Autorregulamentação Publicitária<br />
(Conar) passa por nova<br />
fase e mudanças no comando.<br />
A entida<strong>de</strong>, que analisa as<br />
campanhas publicitárias sob o<br />
olhar da ética e responsabilida<strong>de</strong><br />
social, empossou na semana<br />
passada o jurista João Luiz<br />
Faria Netto. O executivo é um<br />
dos fundadores da entida<strong>de</strong> e<br />
ocupa o cargo <strong>de</strong> Gilberto Leifert,<br />
que comandou o órgão nos<br />
últimos 20 anos.<br />
“O Conar conseguiu conquistar<br />
a confiança do mercado<br />
publicitário para estabelecer as<br />
normas éticas que passaram,<br />
a partir <strong>de</strong> 1978, a reger a propaganda.<br />
Com esse crédito e<br />
responsabilida<strong>de</strong>, nós a conduzimos<br />
até aqui <strong>de</strong> forma privada,<br />
com regras instituídas pelo<br />
mercado voluntariamente e por<br />
ele praticadas”, ressaltou Leifert<br />
ao fazer um balanço sobre<br />
o trabalho da entida<strong>de</strong>.<br />
Ainda sobre as contribuições<br />
do Conar para a socieda<strong>de</strong>, Netto<br />
<strong>de</strong>stacou o papel social da<br />
entida<strong>de</strong> e como ela tem contribuído<br />
para <strong>de</strong>safogar o sistema<br />
judiciário. “Se isso fosse medido<br />
em termos <strong>de</strong> custo ao Estado,<br />
nós <strong>de</strong>mos nesses 40 anos<br />
uma economia extraordinariamente<br />
gran<strong>de</strong> para o Judiciário<br />
brasileiro, uma vez que resolvemos<br />
contendas que fatalmente<br />
seriam <strong>de</strong>mandas graves a serem<br />
julgadas pelo tribunal”.<br />
João Luiz Faria Netto e Gilberto Leifert na transmissão <strong>de</strong> cargos semana passada na se<strong>de</strong> do Conar, em São Paulo<br />
D’Andrea e Strozenberg, que representaram a Abap<br />
Lara e Narchi, que compõem a nova diretoria da entida<strong>de</strong><br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
dibilida<strong>de</strong> dos veículos. Como<br />
reflexo, até mesmo a publicida<strong>de</strong><br />
acaba sendo contaminada,<br />
como <strong>de</strong>staca Netto. “Eu chamo<br />
isso <strong>de</strong> propaganda fake.<br />
Aquela comunicação enganosa<br />
e <strong>de</strong> emboscada. A gente tem<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir e atacá-la. Porque<br />
a publicida<strong>de</strong> também <strong>de</strong>ve assegurar<br />
ao jornalismo a liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> noticiar”.<br />
Além da posse <strong>de</strong> Netto, o<br />
evento marcou a chegada da<br />
nova diretoria da entida<strong>de</strong>,<br />
formada, entre outros, por<br />
Newman Debs, como 1º vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte; Luiz Lara, como<br />
2º vice-presi<strong>de</strong>nte; e Antonio<br />
Carlos <strong>de</strong> Moura, como 3º vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte. Li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> associações<br />
parceiras também estiveram<br />
presentes. Entre eles,<br />
Mario D’Andrea (Dentsu), da<br />
Associação Brasileira <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> (Abap), e<br />
Armando Strozenberg (Havas),<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte nacional da<br />
Abap. Edney Narchi, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
executivo do Conar, foi<br />
o mestre <strong>de</strong> cerimônias.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31
entrevista<br />
Mauricio <strong>de</strong> sousa<br />
Cartunista e empresário<br />
Filmes e<br />
<strong>de</strong>senhos<br />
animados<br />
têm <strong>de</strong> ser<br />
universais<br />
o<br />
ano <strong>de</strong> <strong>2018</strong> só fica mais especial para a<br />
Mauricio <strong>de</strong> Sousa Produções (MSP). Em<br />
julho, o presi<strong>de</strong>nte e criador <strong>de</strong>sse universo<br />
começou a comemorar 60 anos da publicação<br />
da primeira tirinha. Este mês, ele vive o sonho <strong>de</strong><br />
abrir seu estúdio ao público, se juntou a Ziraldo para<br />
unir a Turma da Mônica e O Menino Maluquinho<br />
em livro e viu um gibi entrar para o Guinness<br />
World Records como o maior do planeta. Mas não<br />
para por aí. A empresa prepara mais um filme, está<br />
expandindo a atuação internacional e vai entrar<br />
no mundo dos games. Nesta entrevista, Mauricio<br />
<strong>de</strong> Sousa também fala sobre o processo criativo<br />
do <strong>de</strong>senho animado.<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
O que representa a abertura do estúdio<br />
da MSP para os fãs e mercado?<br />
Sou do tempo em que não havia<br />
chave na porta. Logicamente<br />
não tínhamos essa estrutura, mas<br />
não havia a formalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> botar<br />
tranca, qualquer coisa assim. Ir ao<br />
estúdio é uma ativida<strong>de</strong> fascinante<br />
e atraente. Não tem quem não<br />
queira ver como nasce o <strong>de</strong>senho<br />
e como se produz uma história<br />
em quadrinhos. Des<strong>de</strong> o início<br />
senti que havia essa busca, essa<br />
tentativa <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como trabalhávamos.<br />
Mas era impossível<br />
aten<strong>de</strong>r até mesmo o meu <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> abrir para os amigos. Agora,<br />
com o estúdio, abre-se um pouquinho<br />
mais a possibilida<strong>de</strong>. Ainda<br />
não está do jeito que eu quero,<br />
falta espaço e quero complementar<br />
algumas coisas. Mas dá para,<br />
em parte, aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda. Por<br />
isso resolvi apressar o processo e<br />
montar um esquema para receber<br />
um número que a gente suporte<br />
sem prejudicar a produção. Ao<br />
mesmo tempo, abro o jogo para<br />
jovens e adultos que sempre sonharam<br />
em conhecer o estúdio.<br />
Boa parte <strong>de</strong> seus roteiristas trabalha<br />
fora do estúdio em suas cida<strong>de</strong>s<br />
espalhados pelo país. Por quê?<br />
Convi<strong>de</strong>i a maioria <strong>de</strong>les a voltarem<br />
às origens físicas, cida<strong>de</strong>s<br />
e famílias para ter novos tipos<br />
<strong>de</strong> conhecimento, hábitos e costumes.<br />
Quase 90% foi embora e<br />
trabalha em casa, com reuniões<br />
periódicas aqui. Quando tem<br />
uma emergência, eu chamo. As<br />
histórias ficaram melhores com<br />
uma varieda<strong>de</strong> maior das temáticas<br />
escolhidas.<br />
Ter um novo público <strong>de</strong>ntro do estúdio<br />
incentiva novos artistas?<br />
Sim, tem esse lado empreen<strong>de</strong>dor.<br />
Os meus artistas estão se<br />
aposentando, alguns chegando a<br />
50 anos <strong>de</strong> casa. Aqui as pessoas<br />
entram e não saem mais. Por vários<br />
motivos, preciso fazer substituições.<br />
E prefiro fazer com quem<br />
curta, goste e, <strong>de</strong> preferência,<br />
conheça um pouco mais o nosso<br />
sistema. Uma visita para quem<br />
tenha jeito e tenha dom, que goste<br />
e sonhe em fazer isso, <strong>de</strong>smistifica<br />
a profissão e a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
produtor <strong>de</strong> quadrinhos.<br />
Como essa abertura é importante<br />
para o futuro <strong>de</strong>ssa arte?<br />
Muita gente que gostava <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senhar e queria seguir adiante<br />
na profissão não teve oportunida<strong>de</strong><br />
ou teve medo, por não<br />
conhecer o processo e achar<br />
que é impossível ou que só estrangeiros<br />
sabem fazer. Nada a<br />
ver. Quero que as pessoas cheguem<br />
aqui, especialmente os<br />
jovens, e vejam pessoas exatamente<br />
como eles. Gosto <strong>de</strong> me<br />
cercar <strong>de</strong> jovens para passar os<br />
segredos, truques e técnicas <strong>de</strong><br />
fazer uma boa história em quadrinhos.<br />
Qualquer pessoa que<br />
se prepara bem, que tiver jeito<br />
e dom, <strong>de</strong>senvolver técnicas e<br />
a cultura da história em quadrinhos,<br />
po<strong>de</strong> trabalhar conosco<br />
ou ter o próprio estúdio. Quero<br />
abrir essa possibilida<strong>de</strong> psicológica:<br />
é possível fazer quadrinhos,<br />
ven<strong>de</strong>r e viver disso. Quero<br />
abrir pontes <strong>de</strong> comunicação<br />
entre os artistas que estão se<br />
aposentando e os novos.<br />
O senhor enfrentou medo seu e <strong>de</strong><br />
outras pessoas?<br />
Havia muitas dúvidas quando<br />
comecei e se conseguiria fazer o<br />
que fiz <strong>de</strong>pois. Mas teimei, enfrentei<br />
os problemas, a <strong>de</strong>scrença<br />
e um pouco <strong>de</strong> baixa autoestima,<br />
<strong>de</strong> achar que só os estrangeiros<br />
sabem fazer... Conversa! Todo<br />
mundo sabe e está fazendo bem.<br />
Há <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> quadrinistas brasileiros<br />
produzindo para o exterior.<br />
Po<strong>de</strong>mos montar esquemas<br />
que se paguem e se perpetuem.<br />
O que montamos não fica só nos<br />
quadrinhos, tem <strong>de</strong>senho animado,<br />
produtos, filmes, games que<br />
vamos produzir e a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> universalizar o produto. O que<br />
nós fazemos no Brasil po<strong>de</strong> sair<br />
em qualquer país.<br />
Lembra sua reação ao ver sua primeira<br />
tirinha em um jornal, em 1959?<br />
Saí na banca na rua e comprei<br />
um monte <strong>de</strong> jornal para os parentes.<br />
Tenho dúvidas até hoje se<br />
foi na Folha da Manhã, da Tar<strong>de</strong><br />
ou da Noite. Acho que foi na da<br />
Tar<strong>de</strong>; alguns historiadores, que<br />
foi na da Manhã, mas foi no Grupo<br />
Folha. Ainda era repórter policial.<br />
O pessoal gostou, fui me firmando<br />
até atingir o estímulo necessário<br />
para fazer tiras diárias, que era<br />
o meu objetivo. A tira diária nasceu<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> algumas semanais.<br />
Pedi <strong>de</strong>missão da reportagem e<br />
virei <strong>de</strong>senhista, com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
criar mais histórias e personagens.<br />
E <strong>de</strong> usar o sistema americano<br />
<strong>de</strong> distribuição para ratear<br />
o custo: publicar o mesmo conteúdo<br />
em vários jornais. Aprendi<br />
isso na redação. Três anos <strong>de</strong>pois<br />
da publicação das primeiras tiras,<br />
eu já estava com cerca <strong>de</strong> 400 jornais<br />
no Brasil publicando minhas<br />
tiras. A década <strong>de</strong> 1970 já começou<br />
com o lançamento da revista<br />
da Mônica pela Editora Abril, que<br />
saiu com 200 mil exemplares e se<br />
firmou rapidamente. Dois anos<br />
<strong>de</strong>pois, já saiu o Cebolinha, e <strong>de</strong>pois<br />
foram saindo outros personagens.<br />
Foi arrasador.<br />
Como está a cultura <strong>de</strong> quadrinhos<br />
hoje no Brasil?<br />
A cultura <strong>de</strong> quadrinhos vai<br />
bem obrigado, a produção também.<br />
São muitos <strong>de</strong>senhistas<br />
trabalhando com quadrinhos<br />
atualmente. Nunca teve tantos<br />
quadrinhos brasileiros como há<br />
por aí. Alguns regionais, locais,<br />
pontuais... É impossível calcular<br />
agora o número. Há muita varieda<strong>de</strong><br />
no país atualmente. Estamos<br />
fazendo, brilhando e ven<strong>de</strong>ndo<br />
mais que estrangeiro.<br />
A MSP cresce constantemente e alcança<br />
mais plataformas a cada ano.<br />
Quais os próximos passos?<br />
Lançamos neste ano mais uma<br />
série <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho sem palavras, o<br />
Biduzidos, só <strong>de</strong> animaizinhos.<br />
Eles não precisam ter idiomas,<br />
eles são universais. O cachorro<br />
do Japão late igual ao do Brasil.<br />
Isso não ocorre com o ser humano<br />
porque resolveram complicar<br />
as coisas. E estamos produzindo<br />
pequenos games muito fofinhos<br />
32 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
e bonitinhos, que <strong>de</strong>vemos lançar<br />
no fim do ano, provavelmente<br />
na Comic Com Experience. O<br />
mundo inteiro estava galopando<br />
nos games e nós estávamos atrasados.<br />
Um pouco por causa <strong>de</strong><br />
tecnologia e porque os games são<br />
dominados por gran<strong>de</strong>s marcas e<br />
produtoras. Estávamos nos preparando.<br />
Qual outra plataforma <strong>de</strong>ve ganhar<br />
mais atenção da MSP?<br />
Iniciamos a produção <strong>de</strong> outro<br />
longa-metragem. Depois do Laços,<br />
<strong>de</strong>ve vir um filme da Turma<br />
da Mônica Jovem. Essa é uma seara,<br />
um caminho que vamos usar<br />
bastante. Não só com a Mônica,<br />
mas com outros personagens.<br />
Devemos fazer também séries <strong>de</strong><br />
filmes para o mercado internacional.<br />
Filmes e <strong>de</strong>senhos animados<br />
precisam ser universais, não<br />
po<strong>de</strong>m ser mais só para o Brasil.<br />
Eles <strong>de</strong>vem ter condições e requisitos<br />
para passar no mundo<br />
inteiro. É uma boa ginástica que<br />
temos <strong>de</strong> fazer, nós e os nossos<br />
parceiros, para continuar a aten<strong>de</strong>r<br />
um público gran<strong>de</strong>, que tem<br />
prazer nos nossos produtos. Estamos<br />
estudando propostas que<br />
provavelmente divulgaremos em<br />
alguns meses.<br />
Veremos o senhor atuando?<br />
Não sei, não posso dar spoiler.<br />
Com tanta coisa sendo realizada, o<br />
quanto o senhor acompanha e se envolve<br />
nos processos?<br />
Vou todo dia para o estúdio,<br />
tento acompanhar tudo. Fico<br />
muito bravo que o dia só tem 24<br />
horas. Tento montar esquemas<br />
para pelo menos ter conhecimento<br />
básico do que está se abrindo<br />
e sendo realizado. Sou muito<br />
ajudado pela minha família, entre<br />
mulher, filhos e netos. É uma<br />
empresa basicamente familiar.<br />
Daqui a pouco tem mais gente da<br />
família... até o cachorrinho. Mas<br />
isso é o lado do sonho, da brinca<strong>de</strong>ira.<br />
O meu primeiro personagem<br />
foi um cachorrinho, tenho<br />
<strong>de</strong> prestar os <strong>de</strong>vidos respeitos<br />
à raça canina que nos é tão cara,<br />
bonitinha, esperta e carinhosa.<br />
“Quero abrir<br />
pontes entre<br />
os artistas<br />
que estão se<br />
aposentando<br />
e os novos”<br />
Divulgação/Lailson dos Santos<br />
O Sítio do Pica Pau Amarelo entra<br />
em domínio público em <strong>2018</strong>. O senhor<br />
já pensou em um encontro com<br />
a Turma da Mônica?<br />
Pensaram por mim. E estou<br />
morrendo <strong>de</strong> medo. Sou muito fã<br />
do trabalho original do Monteiro<br />
Lobato. Sabia praticamente <strong>de</strong><br />
cor passagens dos livros. Muitos<br />
anos atrás, uma editora que tinha<br />
os direitos pediu para eu estudar<br />
os personagens. Não tive coragem,<br />
achava e acho que é um sacrilégio<br />
mexer naquela coisa linda.<br />
Mas houve uma conversa para<br />
entrarmos na corrida que vai haver<br />
para utilizar os personagens.<br />
Estou preocupado com isso, porque,<br />
para mim, o Sítio é como eu<br />
conheci, está grudado na minha<br />
cabeça. Se é dada uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer algo com o Sítio,<br />
po<strong>de</strong>mos colocar nossa criativida<strong>de</strong>,<br />
arte e cultura da obra a serviço<br />
<strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>rnização, a<strong>de</strong>quação<br />
e acompanhamento. Não<br />
sei como seria. A porta não está<br />
fechada, está entreaberta. Não <strong>de</strong>finimos<br />
nada.<br />
É verda<strong>de</strong> que a sua obra será tema<br />
<strong>de</strong> um documentário?<br />
Há uma produtora internacional<br />
interessada em fazer um documentário<br />
baseado no livro que<br />
escrevi. Estamos estudando o material.<br />
Eles vão fazer um esboço <strong>de</strong><br />
como seria, eu vou aprovar, <strong>de</strong>saprovar<br />
ou orientar.<br />
Sua amiza<strong>de</strong> com o Shintaro Tsuji,<br />
fundador da Sanrio, transbordou na<br />
parceria <strong>de</strong> Mônica e Hello Kitty. Qual<br />
o próximo passo <strong>de</strong>sse encontro? E há<br />
mais planos da MSP no Japão?<br />
Devemos ter um musical com<br />
a Hello Kitty e a Mônica juntas.<br />
O Horácio está saindo <strong>de</strong> novo<br />
no Japão e estamos trabalhando<br />
muito com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
lançar quadrinhos lá, ainda este<br />
ano <strong>de</strong>ve sair material no Japão<br />
criado pelos nossos estúdios.<br />
Além disso, estamos investindo<br />
“O mundo<br />
inteiro<br />
estava<br />
galopando<br />
nos games”<br />
cada vez mais na área educacional.<br />
Temos um projeto para<br />
ensinar ética e cidadania a 28<br />
milhões <strong>de</strong> crianças, ajudando<br />
filhos <strong>de</strong> japoneses que chegam<br />
no país a entendê-lo melhor. São<br />
cartilhas que distribuimos em<br />
escolas para eles se adaptarem<br />
mais facilmente, tudo feito com<br />
o carinho da Turma da Mônica.<br />
Essa parte é linda, mas não falamos<br />
muito sobre ela. Mexer com<br />
educação é uma das coisas mais<br />
gostosas e prazerosas para mim.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 33
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
amor <strong>de</strong> mãe<br />
Veiculada no Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão,<br />
Piauí e Natal, a nova campanha da<br />
farinha láctea Nestlé traz mães e filhos reais.<br />
Destacando o preparo diário do alimento,<br />
principalmente, em meio aos <strong>de</strong>safios socioeconômicos<br />
no país, o filme mostra como cada<br />
família encontra maneiras <strong>de</strong> educar e preparar<br />
seus filhos para o futuro.<br />
Publicis<br />
Nestlé<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Cada preparo conta; produto: Farinha Láctea;<br />
criação: Samuel Normando, Cícero Souza e<br />
Caio Scaff; produtora <strong>de</strong> filme: Corazon; direção:<br />
Raphael Gasparini; direção <strong>de</strong> fotografia: Fernando<br />
Bertoluci; produtora <strong>de</strong> áudio: Hefty; aprovação<br />
do cliente: Carine Mahler e Stephanie Arnesen.<br />
do bem<br />
Um clássico <strong>de</strong> Tim Maia embala o novo comercial<br />
do Polenguinho. O filme traz como<br />
jingle a paródia da música O Caminho do<br />
Bem, lançada nos anos 1970. A mensagem<br />
reforça o posicionamento <strong>de</strong> snack nutritivo<br />
para quem busca equilíbrio na alimentação.<br />
O filme também ressalta as melhorias<br />
nutricionais que foram feitas.<br />
DPZ&T<br />
Polenghi<br />
Título: Lanchinho do Bem; produto: Polenguinho;<br />
criação: Daniel Motta, Marcel Lima e Heloisa<br />
Ribeiro; produtora <strong>de</strong> filme: La Casa <strong>de</strong> La Madre;<br />
aprovação do cliente: Alejandra Bartolome,<br />
Paulo Netto, Ana Paula Trecenti, Paula Nonaka e<br />
Aline Battiato.<br />
Chiclete<br />
O icônico refrão “Bavaria, Bavaria, Bavaria”<br />
permeia a nova comunicação da cervejaria<br />
do grupo Heineken. No ar há mais <strong>de</strong> 20 anos,<br />
o jingle “grudou” na cabeça do consumidor.<br />
O conceito agora é utilizado nos filmetes veiculados<br />
no Instagram, YouTube e WhatsApp.<br />
O ator André Pateta dá o ritmo do hit “Hoje é<br />
sexta-feira, dia <strong>de</strong> malda<strong>de</strong>”.<br />
Talent Marcel<br />
Bavaria<br />
Título: Bavaria, Bavaria, Bavaria; produto: institucional;<br />
criação: Leonardo Telles, Israel Junior, Philippe<br />
Degen e Marcello Droopy; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />
Barry Company; produtora <strong>de</strong> som: Audio-<br />
Boutique; aprovação do cliente: Cecilia Bottai,<br />
Bruno Piccirello e André Paraizo.<br />
34 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
momentos<br />
A vida é assim. De Chevrolet em Chevrolet. Essa é a linha<br />
criativa da nova comunicação da marca <strong>de</strong> automóveis. A<br />
i<strong>de</strong>ia do filme é mostrar que a empresa está presente em todos<br />
os momentos <strong>de</strong> vida das pessoas, <strong>de</strong>stacando que para<br />
cada fase pessoal ou profissional existe um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> carro<br />
para atendê-los. O trabalho é a primeira gran<strong>de</strong> campanha<br />
<strong>de</strong> varejo assinada pela Commonwealth//McCann, divisão<br />
que aten<strong>de</strong> exclusivamente o anunciante. A produção executiva<br />
é assinada por Fernando Meirelles, cofundador da<br />
O2 Filmes. As peças trazem um estilo <strong>de</strong> narrativa diferente<br />
em que as mensagens são diluídas em diversas plataformas.<br />
Uma história po<strong>de</strong> começar no YouTube, por exemplo,<br />
e ter um outro olhar com novos personagens no Instagram.<br />
Commonwealth//McCann<br />
General Motors Brasil<br />
Título: A Vida é Assim: De Chevrolet em Chevrolet; produto: Varejo;<br />
produtora <strong>de</strong> filme: O2 Filmes; produção executiva: Fernando<br />
Meirelles; diretor: Paulinho Caruso e Alessandra Pellegrino;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Comando S; aprovação do cliente: Hermann<br />
Mahnke, Francisco Batagelo, Rodrigo Perencin, Santiago<br />
Vilas e Maira Maregatti.<br />
PaPO redondO<br />
Se você imagina que seu pai é antiquado,<br />
melhor pensar <strong>de</strong> novo. A nova campanha<br />
da Skol evi<strong>de</strong>ncia como eles po<strong>de</strong>m ser mais<br />
abertos do que seus filhos julgam. Para provar<br />
que não são quadrados no modo <strong>de</strong> pensar,<br />
os pais foram colocados frente a frente<br />
a seus filhos, que abriram seu coração sobre<br />
assuntos particulares.<br />
paim<br />
AMBEV<br />
Título: Conversa redonda; produto: Skol; criação:<br />
Luana Silva e Julia Poloni; produtora <strong>de</strong> filme: Dietrich;<br />
produtora <strong>de</strong> som: S <strong>de</strong> Samba; aprovação do<br />
cliente: Paula Lin<strong>de</strong>nberg, Maria Fernanda Albuquerque,<br />
Daniel Feitoza, Leandro Thot e Mariana Bier.<br />
Papis<br />
A irreverência do humorista Marco<br />
Luque é o principal ingrediente da<br />
campanha voltada para o Mês dos<br />
Pais, das Óticas Diniz. Para comunicar<br />
ação promocional durante<br />
<strong>agosto</strong>, os personagens Silas Simplesmente<br />
e Mustafaray integram<br />
o filme voltado para os filhos. A<br />
campanha está sendo veiculada<br />
em pay TV, digital e no PDV.<br />
Óticas Diniz<br />
RÁI Publicida<strong>de</strong><br />
Título: Dia dos Pais - Diniz; produto: Óculos;<br />
criação: Maurício Cavalcante e Ricardo<br />
Domingues; produtora <strong>de</strong> filme: YAD<br />
18; produtora <strong>de</strong> som: Lucha Libre;<br />
aprovação do cliente: Luciane Gomes.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
opinião<br />
Reprodução<br />
Design universal: uma<br />
gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> negócios<br />
Rodolfo Sonnewend<br />
Em 2010, quase tive meu pé direito arrancado<br />
totalmente por um aci<strong>de</strong>nte doméstico<br />
com uma escada metálica. Senti na<br />
pele os gran<strong>de</strong>s problemas que as pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência sofrem <strong>de</strong>ntro do processo<br />
<strong>de</strong> inclusão na socieda<strong>de</strong>. Até então, nunca<br />
po<strong>de</strong>ria imaginar que este fato me transformaria<br />
em uma pessoa com <strong>de</strong>ficiência<br />
motora e me levaria a estudar, nos anos<br />
seguintes e com a ótica mercadológica,<br />
uma nova realida<strong>de</strong>. Até 2017, a Arquitetos<br />
da Criativida<strong>de</strong> era uma agência convencional.<br />
Naquele ano, motivados pela condição<br />
<strong>de</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência, pelo meu<br />
forte relacionamento no setor e por já termos<br />
realizado diversos trabalhos para esse<br />
mercado e pela forte expansão do mesmo,<br />
a Arquitetos iniciou algumas pesquisas<br />
com o objetivo <strong>de</strong> se reposicionar estrategicamente.<br />
Os resultados <strong>de</strong>monstraram<br />
que o mercado publicitário<br />
não estava focado na acessibilida<strong>de</strong>.<br />
Passamos então a<br />
registrar marcas e a criar termos,<br />
conceitos e metodologias<br />
como marketing da diversida<strong>de</strong>,<br />
marketing assistivo, publicida<strong>de</strong><br />
assistiva, arquitetura<br />
assistiva, engenharia assistiva,<br />
coaching assistivo, soluções<br />
assistivas e, por último, <strong>de</strong>sign universal,<br />
que se tornaria o novo nome fantasia da<br />
Arquitetos. Nesse mesmo ano criamos o<br />
Instituto Humanus, bem como ampliamos<br />
o nosso foco para o atendimento prioritário<br />
ao público da diversida<strong>de</strong> assistiva, composto<br />
por pessoas com <strong>de</strong>ficiência, obesos<br />
e idosos. Afinal, estávamos conscientes<br />
<strong>de</strong> que, se conseguíssemos atingir e satisfazer<br />
esses indivíduos com necessida<strong>de</strong>s tão<br />
diferenciadas, teríamos excelência frente<br />
às <strong>de</strong>mais.<br />
Cruzando informações dos três mercados-alvo,<br />
concluímos que os clientes da<br />
diversida<strong>de</strong> assistiva consomem mais <strong>de</strong><br />
R$ <strong>13</strong>0 bilhões ao ano. Este universo é composto,<br />
atualmente, por aproximadamente<br />
25% da população brasileira e está em franca<br />
expansão, principalmente <strong>de</strong>vido ao<br />
crescimento do número <strong>de</strong> idosos. Os seus<br />
consumidores têm um perfil <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />
“clientes da<br />
diversida<strong>de</strong><br />
assistiva<br />
consomem<br />
mais <strong>de</strong> R$<br />
<strong>13</strong>0 bilhões<br />
ao ano”<br />
frente às empresas que buscam aten<strong>de</strong>r às<br />
suas necessida<strong>de</strong>s diferenciadas e po<strong>de</strong>m<br />
representar, para quem investe neste público,<br />
a garantia <strong>de</strong> maiores lucros financeiros,<br />
além <strong>de</strong> exponencial visibilida<strong>de</strong><br />
social para as suas marcas. O termo <strong>de</strong>sign<br />
universal, também conhecido como <strong>de</strong>sign<br />
para todos, foi utilizado pela primeira vez<br />
nos anos 1970 pelo norte-americano Ronald<br />
Mace, um arquiteto com <strong>de</strong>ficiência<br />
motora que estruturou os sete princípios<br />
básicos para que um produto passasse a ser<br />
inclusivo, ou seja, utilizado pela maioria<br />
quase absoluta das pessoas. Até então, o<br />
termo era adotado apenas por engenheiros<br />
e arquitetos, adaptando obras para todos<br />
os tipos <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>. Hoje, estamos trabalhando<br />
os princípios do <strong>de</strong>sign universal<br />
psicocomunicacional, que migrará os sete<br />
princípios para as áreas comportamentais<br />
e mercadológicas das empresas.<br />
O Instituto Humanos, que ajudamos<br />
a criar, é formado por um<br />
grupo <strong>de</strong> empresas e profissionais,<br />
muitos dos quais incluídos no perfil<br />
do público-alvo. Seu trabalho<br />
consiste no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
soluções em tecnologia assistiva,<br />
sejam elas analógicas, clínica ou<br />
digital, que facilitem ao público da<br />
diversida<strong>de</strong> assistiva realizarem<br />
suas tarefas diárias. A equipe diretiva<br />
da Humanus é composta por<br />
Rodolfo Sonnewend, especialista na diversida<strong>de</strong><br />
assistiva e atual presi<strong>de</strong>nte; Cleusa<br />
M. Sonnewend, educadora com especialida<strong>de</strong><br />
na pessoa com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> aprendizagem;<br />
Marta A. Machado, educadora<br />
com especialização em equoterapia, além<br />
<strong>de</strong> larga vivência no universo das pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência; Daniel Moreira, administrador<br />
com especialida<strong>de</strong> em treinamento<br />
atitudinal das pessoas da diversida<strong>de</strong> assistiva;<br />
e Wal<strong>de</strong>mar Ciglioni, professor acadêmico,<br />
publicitário, autor e profissional<br />
<strong>de</strong> marketing com especialida<strong>de</strong> na diversida<strong>de</strong><br />
assistiva para idosos. Participar da<br />
Humanus é muito simples, basta registrar<br />
a sua empresa no site da entida<strong>de</strong>. Depois<br />
<strong>de</strong> inscrito, o interessado terá acesso a todos<br />
os procedimentos para enquadrar o seu<br />
negócio como fornecedor para o universo<br />
das pessoas da diversida<strong>de</strong> assistiva, bem<br />
como receber toda a orientação necessária<br />
para esse enquadramento.<br />
Rodolfo Sonnewend é presi<strong>de</strong>nte do<br />
Instituto Humanus e CEO da Design Universal<br />
contato@institutohumanus.com.br<br />
36 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
Vodka com cachaça?<br />
TomasSereda/iStock e Divulgação<br />
Com 25 Leões em Cannes e mais <strong>de</strong> 400 comerciais com o Garoto<br />
Bombril, diretor assume função como cônsul honorário da Polônia<br />
Nasci em Varsóvia, morei alguns anos na<br />
Inglaterra, me mu<strong>de</strong>i para a Argentina,<br />
mas, do mundo inteiro, escolhi o Brasil<br />
para fixar morada. E agora, com mais <strong>de</strong> 70<br />
anos <strong>de</strong> vida, vou trocar <strong>de</strong> profissão. Trocar<br />
<strong>de</strong> PRO-FIS-SÃO.<br />
No início não parecia uma boa i<strong>de</strong>ia, mudanças<br />
sempre inspiram dúvidas e <strong>de</strong>sconfiança.<br />
Mas, após uma curta hesitação pensei,<br />
por que não?<br />
Tenho mais <strong>de</strong> 50 anos como diretor <strong>de</strong><br />
filmes publicitários e <strong>de</strong>vo reconhecer: foi<br />
fascinante e nunca pensei em fazer outra<br />
coisa.<br />
E é claro que as coisas também po<strong>de</strong>m<br />
ser realizadas paralelamente, e estarei sempre<br />
pronto para dirigir um novo projeto e<br />
uma nova campanha.<br />
Mas o mundo todo muda, a história<br />
muda e a profissão também po<strong>de</strong> mudar. E,<br />
em se tratando do nosso negócio, mudou<br />
mesmo.<br />
A turma mudou, os filmes mudaram, os<br />
clientes mudaram, alguns já se foram, outros<br />
se aposentaram.<br />
Foi aí, quando menos esperava, que uma<br />
proposta nova surgiu.<br />
“O senhor (sempre se inicia com pompa<br />
e circunstância), aceitaria ser cônsul honorário<br />
<strong>de</strong> seu país, em São Paulo?”<br />
Meu sentimento pela Polônia sempre foi<br />
muito profundo e, afinal, o resto a gente<br />
apren<strong>de</strong>.<br />
Mas qual função exercer?<br />
Representar e divulgar o país, em ativida<strong>de</strong>s<br />
culturais, artísticas e econômicas,<br />
sem a burocracia <strong>de</strong> emitir passaportes,<br />
vistos etc.<br />
O ofício <strong>de</strong> cônsul honorário é muito<br />
cônsul, mas nada honorário, só que um título<br />
bem usado abre muitas portas. E portas<br />
interessantes.<br />
Aceito e <strong>de</strong>scubro que esse mundo é melhor<br />
do que eu imaginava.<br />
Descubro que aqui a coisa é muito séria e<br />
eficiente. Claro, não sou eu, é que eu represento<br />
a Polônia.<br />
Acontece que o nosso mundo atual, e não<br />
me refiro ao Brasil, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser eficiente.<br />
Os compromissos não se cumprem, você<br />
liga e não é atendido e as reuniões servem<br />
só para reunir.<br />
Agora, neste mundo consular, tudo parece<br />
muito correto e tudo funciona.<br />
Será que o meu entusiasmo vem da novida<strong>de</strong>?<br />
O tempo dirá, mas, por enquanto,<br />
gosto <strong>de</strong>ssa fórmula.<br />
Tem uma parte cruel, assistir aos ex-<br />
-presos poloneses, que são então soltos, e<br />
entregar a eles os passaportes e passagem<br />
para que voltem à Polônia.<br />
As primeiras vezes foram um pouco<br />
traumáticas, mas logo me acostumei. Tome<br />
seu passaporte, sua passagem, assine aqui,<br />
táxi, aeroporto e boa viagem.<br />
É outro mundo tão diferente do mundo<br />
publicitário, mas um pouco <strong>de</strong> irreverência<br />
publicitária, misturada com o protocolo<br />
diplomático, po<strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r uma boa<br />
fórmula.<br />
Chega em São Paulo o diretor e compositor<br />
polonês Krzysztok Pen<strong>de</strong>recki,<br />
famoso no mundo inteiro, começa a recepção,<br />
registros fotográficos e conversas<br />
em roda.<br />
Recebo o elenco <strong>de</strong> um teatro polonês,<br />
um dos mais importantes do mundo. O cinema<br />
polonês também ganha seu espaço<br />
na cida<strong>de</strong>. Uma ativida<strong>de</strong> empolgante e<br />
prazerosa. Recepções consulares, encontros<br />
que po<strong>de</strong>m gerar gran<strong>de</strong>s negócios e<br />
quem sabe até conseguir o patrocínio para<br />
um baile folclórico polonês.<br />
Seria você, caro leitor?<br />
É muito gratificante a gente se sentir útil<br />
e eficiente para a relação dos dois países.<br />
Só não vamos misturar vodca com cachaça.<br />
Viva a publicida<strong>de</strong>!<br />
Viva o corpo consular!<br />
Andrés Bukowinski é diretor <strong>de</strong> filmes<br />
e cônsul honorário da Polônia no Brasil<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37
mídia<br />
Fantástico mantém protagonismo<br />
como show <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> marcas<br />
Programa da gra<strong>de</strong> dominical da Re<strong>de</strong> Globo completa 45 anos e atrai<br />
anunciantes como plataforma <strong>de</strong> lançamento para suas campanhas<br />
Paulo Macedo<br />
Show da vida! E das marcas! Um dos principais<br />
e mais longevos programas da TV<br />
aberta brasileira, o Fantástico construiu fama<br />
como agente <strong>de</strong> lançamento das principais<br />
campanhas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do país. O<br />
custo <strong>de</strong> um comercial <strong>de</strong> 30 segundos é <strong>de</strong><br />
R$ 643 mil para exibição net. Apenas para<br />
a praça <strong>de</strong> São Paulo o investimento é <strong>de</strong><br />
aproximadamente R$ 147 mil.<br />
“O Fantástico continua a ter maior relevância<br />
nos planos <strong>de</strong> mídia, justamente,<br />
pela sua abordagem diferenciada, unindo<br />
notícia e entretenimento. Também vale<br />
<strong>de</strong>stacar os esforços da atração para aumentar<br />
as interações com a audiência, dando<br />
voz aos seus telespectadores que, cada vez<br />
mais, participam da elaboração das pautas.<br />
Tradicionalmente, no Brasil, a população<br />
tem o hábito <strong>de</strong> aproveitar o domingo à<br />
noite para se atualizar sobre os principais<br />
acontecimentos. É um horário em que gran<strong>de</strong><br />
parte das pessoas está em casa. Portanto,<br />
as campanhas veiculadas nesse período<br />
acabam, <strong>de</strong> forma intrínseca, também noticiando<br />
novida<strong>de</strong>s, seja <strong>de</strong> lançamentos <strong>de</strong><br />
produtos, serviços e preços”, explica Luciana<br />
Schwartz, diretora <strong>de</strong> mídia omnichannel<br />
da VML e conselheira do Grupo <strong>de</strong> Mídia<br />
<strong>de</strong> São Paulo, que já programou lançamento<br />
<strong>de</strong> campanhas para Audi, Claro e Aspirina C,<br />
por exemplo.<br />
O volume expressivo <strong>de</strong> telespectadores<br />
ligados no programa, que garante audiência<br />
média <strong>de</strong> 22,5%, dado do Kantar Ibope<br />
Violeta: “Enten<strong>de</strong>r que o público hoje é mais pulverizado”<br />
Os apresentadores Ta<strong>de</strong>u Schmidt e Poliana Brito comandam o programa dominical da Globo, que chega ao ano 45<br />
Media, é o gran<strong>de</strong> atrativo. Mas, por ocupar<br />
o prime time das noites <strong>de</strong> domingo, quase<br />
não tem concorrentes para o formato. “O<br />
Fantástico é all pop; é tradição no domingo<br />
à noite. Uma audiência que se mantém<br />
ao longo dos anos, <strong>de</strong>screvendo uma fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />
absurda. Prime time é prime time e<br />
domingo não tem novela”, observa Márcia<br />
Mendonça, diretora-geral <strong>de</strong> mídia da<br />
David, que fez uso da atração global para<br />
campanhas recentes <strong>de</strong> Coca-Cola, Dicico e<br />
Makro. “Sua audiência massiva e seu po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> influenciar opinião é o que garante esse<br />
status”, ela acrescenta.<br />
Apesar <strong>de</strong> ser superado por programas<br />
do meio da semana em share <strong>de</strong> audiência,<br />
segundo Alexandre Ugadin, diretor <strong>de</strong><br />
mídia da Wie<strong>de</strong>n+Kennedy, o Fantástico<br />
tem a lealda<strong>de</strong> do telespectador <strong>de</strong> todas as<br />
classes sociais. “Ele nos dá a percepção <strong>de</strong><br />
fechamento do fim <strong>de</strong> semana e <strong>de</strong> começo<br />
da semana. Com assuntos variados, que vão<br />
da política ao esporte, o programa tem um<br />
conteúdo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, falando do<br />
Brasil e do mundo para os brasileiros com<br />
um estilo próprio, já há muito tempo. Tive<br />
o privilégio <strong>de</strong> lançar campanhas nacionais<br />
no Fantástico, como algumas <strong>de</strong> Toyota, Pão<br />
<strong>de</strong> Açúcar, Casas Bahia, Subway, Mon<strong>de</strong>lez<br />
e Sky. É claro que com a gran<strong>de</strong> escalada da<br />
penetração do digital, conseguimos ter outras<br />
formas para se lançar uma campanha,<br />
Fotos: Reprodução e Divulgação<br />
“Hoje, temos <strong>de</strong> trabalhar<br />
as mídias <strong>de</strong> forma<br />
multitela, em que os<br />
pontos <strong>de</strong> contatos<br />
são feitos em escala<br />
e objetivida<strong>de</strong>”<br />
Paulo Sant’Anna: “O Fantástico como porta <strong>de</strong> entrada”<br />
38 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
“O Fantástico é all pop;<br />
é tradição no domingo à<br />
noite. Uma audiência que<br />
se mantém ao longo dos<br />
anos, <strong>de</strong>screvendo uma<br />
fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> absurda”<br />
Gramorelli: “Momento <strong>de</strong> cool down em relação ao agito”<br />
mas a TV no Brasil ainda impacta <strong>de</strong> forma<br />
eficiente e rápida todas as classes sociais.<br />
Atualmente, o programa conta com transmissão<br />
online, em que milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
assistem e interagem com os conteúdos,<br />
o que aumenta bastante o engajamento”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Ugadin.<br />
Uma audiência <strong>de</strong> Super Bowl a cada domingo.<br />
De acordo com Fábio Freitas, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia da FCB, esse volume<br />
que, em momentos <strong>de</strong> pico, ultrapassa os<br />
30%, não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezado. “Nessa função<br />
<strong>de</strong> alto impacto, ele se presta muito,<br />
mesmo com o leque <strong>de</strong> opções que o mercado<br />
passou a ter. Tem o formato <strong>de</strong> ficar<br />
exclusivo no ar. Isso é grandioso e é a<strong>de</strong>quado<br />
para marcas <strong>de</strong> estatura porque o preço<br />
<strong>de</strong> veiculação não é para qualquer um. Nenhum<br />
diretor <strong>de</strong> marketing quer ficar fora<br />
do Fantástico. Eles não querem 15 segundos,<br />
mas sim um minuto”.<br />
A curadoria <strong>de</strong> conteúdo é um diferencial<br />
do programa dominical da Globo, nas palavras<br />
<strong>de</strong> André Gramorelli, diretor-geral <strong>de</strong><br />
mídia da Ogilvy. “Justamente por este po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> pautar as conversas na semana que<br />
se inicia. Além disso, domingo à noite é um<br />
momento <strong>de</strong> cool down em relação ao agito<br />
do fim <strong>de</strong> semana, no qual o modo relaxado<br />
predomina e as pessoas ten<strong>de</strong>m a ter mais<br />
receptivida<strong>de</strong> para mensagens <strong>de</strong> marca.<br />
Luciana: “Lançamento <strong>de</strong> campanhas para Audi e Claro”<br />
Recentemente lançamos a nova campanha<br />
<strong>de</strong> Nescau no Fantástico aqui pela Ogilvy,<br />
mas ele é um must have <strong>de</strong> lançamento<br />
<strong>de</strong> campanhas há muito tempo. Na minha<br />
carreira, já lancei campanhas <strong>de</strong> Copa do<br />
Mundo, tanto para Ambev quanto para BRF/<br />
Sadia, lançamento <strong>de</strong> automóveis e promoções”,<br />
<strong>de</strong>talha o executivo da Ogilvy.<br />
Há diferença do uso do programa antes<br />
e <strong>de</strong>pois do digital? Gramorelli respon<strong>de</strong>:<br />
“Sim. Este po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> gerar pauta não precisa<br />
mais esperar o encontro no trabalho<br />
na segunda-feira: o Fantástico po<strong>de</strong> pautar<br />
trendtopics no Twitter ou discussões acaloradas<br />
no Facebook – tudo isso quase imediatamente<br />
após a veiculação <strong>de</strong> uma matéria<br />
ou <strong>de</strong> uma campanha. E também o próprio<br />
formato do programa se adaptou a isso,<br />
mostrando uma evolução que acompanha o<br />
as mudanças no consumo <strong>de</strong> meios”.<br />
Não é a única solução para lançamento<br />
<strong>de</strong> campanhas, mas diante da penetração,<br />
o protagonismo do Fantástico não po<strong>de</strong> ser<br />
ignorado. “Eu acho que vale a pena termos<br />
em mente quando fazemos o plano <strong>de</strong> mídia<br />
que po<strong>de</strong> ser que o consumidor não veja<br />
o programa; po<strong>de</strong> ser que ele vá ver a campanha<br />
no Bom Dia Brasil no dia seguinte,<br />
em uma placa <strong>de</strong> out of home ou no digital.<br />
Mas quando você segue a jornada do consumidor,<br />
esta or<strong>de</strong>m preestabelecida não se<br />
justifica necessariamente”, recomenda Paulo<br />
Sant’Anna, presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong> Mídia/<br />
SP e VP <strong>de</strong>sta disciplina na mcgarrybowen.<br />
“Natura, McDonald’s e Brahma, além <strong>de</strong>vários<br />
clientes que eu atendo e atendi no<br />
passado, usaram o Fantástico como porta<br />
<strong>de</strong> entrada, mas isso mudou e cada vez mais<br />
tem <strong>de</strong> estar focado na jornada do consumidor.<br />
Isto não é uma máxima que precisa ser<br />
perseguida sempre. Você po<strong>de</strong>, inclusive,<br />
consi<strong>de</strong>rar que o consumidor será impactado<br />
por uma outra mídia que não será o Fantástico”,<br />
disse Sant’Anna.<br />
Para Violeta Noya, diretora-geral <strong>de</strong> mídia<br />
e negócios da Talent Marcel, o Fantástico<br />
é parte integrante <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo estratégico<br />
para ocupar os pontos <strong>de</strong> contato.<br />
“Ele é trabalhado <strong>de</strong> forma a gerar uma<br />
cobertura imediata e fazer com que o público<br />
reverbere a ação ao longo da semana. É<br />
um programa que busca continuamente a<br />
reformulação, para não ficar para trás nas<br />
Francisco Custódio: “Marca é veiculada <strong>de</strong> forma única”<br />
novas tecnologias e acontecimentos. Temos<br />
acompanhado esse processo, principalmente<br />
após as últimas mudanças. A chave<br />
é sempre inovar, pois quem não seguir as<br />
mudanças e não entregar um bom conteúdo<br />
para o público não será relevante. Do<br />
lado dos mídias, cabe enten<strong>de</strong>r que o público<br />
hoje é mais pulverizado e a assertivida<strong>de</strong><br />
na escolha <strong>de</strong> programas e meios tem<br />
<strong>de</strong> ser mais cirúrgica para uma composição<br />
eficiente no lançamento e manutenção <strong>de</strong><br />
qualquer campanha. Hoje, temos <strong>de</strong> trabalhar<br />
as mídias <strong>de</strong> forma multitela, em que<br />
os pontos <strong>de</strong> contatos são feitos em escala e<br />
objetivida<strong>de</strong>, para ter uma frequência maior<br />
e aumentar o impacto do público”.<br />
“Além dos formatos tradicionais, outro<br />
que gostamos e utilizamos bastante é o break<br />
exclusivo. É um formato <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto,<br />
em que a marca é veiculada <strong>de</strong> forma<br />
única no meio do conteúdo. Logo, com baixíssima<br />
dispersão”, argumenta Francisco<br />
Custodio, diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Africa.<br />
“O Fantástico foi uma das nossas frentes <strong>de</strong><br />
visibilida<strong>de</strong> para a campanha <strong>de</strong> Copa do<br />
Itaú. Um dos filmes, que inclusive marcou o<br />
posicionamento do conceito, estrelado pelo<br />
Daniel Alves, foi lançado com exclusivida<strong>de</strong><br />
no programa. Acabamos <strong>de</strong> lançar a nova<br />
campanha da Braskem no último dia 5”, finaliza<br />
Custódio.<br />
Marcia: “Audiência massiva e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influenciar opinião”<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39
mídia<br />
Re<strong>de</strong>s sociais já influenciam a<br />
programação e resultados das TVs<br />
Globo, SBT, Re<strong>de</strong>TV! e Band explicam o impacto positivo da internet e a<br />
interação com usuários em diversos aspectos do negócio da TV aberta<br />
Felipe Turlão<br />
Há poucos anos, havia uma distância<br />
entre a TV aberta e o conteúdo que<br />
impactava milhões <strong>de</strong> pessoas através <strong>de</strong><br />
canais da internet como YouTube, Instagram,<br />
Facebook e Twitter. Cada uma à sua<br />
maneira, as principais emissoras do país<br />
se estruturaram e conduziram projetos internos<br />
multiplataforma para se adaptar e<br />
resgatar um público que estava propenso a<br />
<strong>de</strong>sligar a TV e acompanhar atrações acessíveis<br />
a poucos cliques <strong>de</strong> distância.<br />
Essas iniciativas <strong>de</strong> aproximação ao<br />
mundo online resultaram, hoje, em impactos<br />
positivos na qualificação e a<strong>de</strong>quação<br />
das atrações, na audiência e até nos resultados<br />
comerciais das emissoras. Diversos<br />
exemplos relatados pelas gran<strong>de</strong>s empresas<br />
da TV aberta mostram que, <strong>de</strong> tempos<br />
para cá, a relação com as re<strong>de</strong>s sociais se<br />
transformou, possibilitando que o monitoramento<br />
das conversas, memes e assuntos<br />
quentes passasse a alimentar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a programação<br />
a suas estratégias <strong>de</strong> negócios.<br />
“A conversa sempre fez parte do nosso<br />
relacionamento com o público, muito antes<br />
da chegada das re<strong>de</strong>s sociais. Elas vieram<br />
para incrementar ainda mais isso, ampliando<br />
as possibilida<strong>de</strong>s e nos aproximando<br />
mais <strong>de</strong> nossos fãs. Essa escuta e essa troca<br />
são parte <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> constante<br />
aprendizado”, afirma Sergio Valente, diretor<br />
<strong>de</strong> comunicação da Re<strong>de</strong> Globo. “Nossas<br />
estratégias <strong>de</strong> relacionamento com o<br />
público, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da plataforma,<br />
partem da conexão com as pessoas,<br />
<strong>de</strong> como fazemos ou po<strong>de</strong>mos fazer parte<br />
das suas vidas, das suas histórias e das suas<br />
conversas. Precisamos estar sempre atentos<br />
e acompanhar o movimento<br />
da socieda<strong>de</strong>, estar em sintonia<br />
com ela. Pautamos todo esse<br />
trabalho também na nossa programação,<br />
no que está no ar”,<br />
explica.<br />
Ana Maria Braga e a personagem Cuca, “divas digitais”, divulgaram a entrada do Sítio do Pica Pau Amarelo no Globoplay<br />
A equipe <strong>de</strong> comunicação da Globo tem<br />
um time <strong>de</strong>dicado ao relacionamento com<br />
os meios digitais, através dos perfis oficiais<br />
e dos produtos e portais. “Mais que i<strong>de</strong>ntificar<br />
o que está movimentando as re<strong>de</strong>s<br />
sociais, o que diferencia nosso trabalho é a<br />
maneira como nos estruturamos para montar<br />
uma jornada <strong>de</strong> relacionamento com o<br />
público, pensando em toda trajetória <strong>de</strong><br />
contato da Globo com todos e com<br />
cada um”, explica Valente.<br />
Há três anos, a empresa tem também<br />
uma Sala <strong>de</strong> Conversa, ambiente<br />
que mostra em tempo real o que<br />
o público está falando sobre (e com)<br />
a Globo em todas as plataformas.<br />
“Neste ambiente, conseguimos<br />
saber também<br />
os assuntos que<br />
estão em alta<br />
na re<strong>de</strong> e bus-<br />
Fotos: Divulgação<br />
“A conversa sempre<br />
fez parte do nosso<br />
relacionamento com o<br />
público, muito antes<br />
da chegada das re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Elas vieram<br />
para incrementar<br />
mais isso, ampliando<br />
as possibilida<strong>de</strong>s<br />
e nos aproximando<br />
mais <strong>de</strong> nossos fãs”<br />
40 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
car na nossa programação conteúdos para<br />
contribuir com a conversa. Dessa forma, o<br />
relacionamento com quem nos assiste vai<br />
gerando cada vez mais conexão, audiência,<br />
insights <strong>de</strong> conteúdo e também novos negócios<br />
alinhados com os interesses do público”,<br />
resume Valente.<br />
Esse tipo <strong>de</strong> esforço resultou em projetos<br />
que saíram das telas e chegaram à vida<br />
real das pessoas, como o Globo Lab Malhação,<br />
em que jovens estudantes ajudaram a<br />
Globo a criar a campanha digital das temporada<br />
2017 e <strong>2018</strong> da novela. No ano passado,<br />
diversos influenciadores conheceram<br />
projetos do Criança Esperança e, em <strong>2018</strong>,<br />
alguns foram convidados para conhecer a<br />
cida<strong>de</strong> cenográfica <strong>de</strong> Orgulho e Paixão. Outras<br />
iniciativas recentes da emissora, mencionadas<br />
por Valente, foram a reunião entre<br />
Ana Maria Braga e a personagem Cuca, duas<br />
“divas digitais”, para divulgar a entrada do<br />
Sítio do Pica Pau Amarelo no Globoplay, e<br />
uma ação com geeks para promover a novela<br />
Deus Salve o Rei.<br />
“Temos várias iniciativas colaborativas,<br />
tanto nos nossos programas <strong>de</strong> jornalismo,<br />
quanto nos <strong>de</strong> entretenimento e esporte. O<br />
público faz parte da nossa programação <strong>de</strong><br />
diferentes maneiras, seja no envio <strong>de</strong> sugestões<br />
<strong>de</strong> pauta para o jornalismo, na votação<br />
em quadros e realities, com suas opiniões<br />
em ações interativas do Fantástico e <strong>de</strong><br />
tantas outras formas. Recebemos por diferentes<br />
canais <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, mensagens e histórias<br />
que alimentam diariamente as pautas e<br />
os conteúdos dos programas e telejornais.<br />
Sentimos e incentivamos também essa<br />
troca nos programas <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s, especialmente<br />
com as atrações ao vivo, e no esporte,<br />
com os gran<strong>de</strong>s eventos esportivos”,<br />
afirma Valente.<br />
A Copa do Mundo <strong>2018</strong> foi um exemplo<br />
da conexão entre a TV e as re<strong>de</strong>s sociais,<br />
Sergio Valente: “Precisamos estar sempre atentos”<br />
Internet ajudou na escolha <strong>de</strong> Flavia Pavanelli em novela<br />
“Acho incrível essa<br />
interação com o nosso<br />
público e saber o que<br />
ele está achando da<br />
nossa programação”<br />
com 2,4 milhões <strong>de</strong> comentários e quase<br />
1 milhão <strong>de</strong> interações relacionados à cobertura<br />
e à transmissão da Globo, que levou<br />
62 termos aos TTs Mundo e 150 termos aos<br />
TTs Brasil do Twitter. Só a hashtag Globo-<br />
NaCopa foi utilizada em mais <strong>de</strong> 400 mil<br />
publicações.<br />
Já o BBB teve engajamento histórico,<br />
com 173 milhões <strong>de</strong> pessoas participando<br />
em toda temporada. A hashtag Final-<br />
BBB18 obteve 2,6 milhões <strong>de</strong> menções nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais só na final, o que representa<br />
um crescimento <strong>de</strong> 229% em relação à<br />
final do BBB 17. Além disso, a #Re<strong>de</strong>BBB,<br />
canal <strong>de</strong> relacionamento com o público na<br />
web, criado para potencializar o consumo<br />
<strong>de</strong> conteúdos multiplataforma do programa,<br />
também registrou ótimos resultados.<br />
“Comercialmente, o BBB se consolidou<br />
como importante vitrine para marcas que<br />
querem conversar com os seus consumidores<br />
e impactar milhões <strong>de</strong> pessoas ao<br />
redor do Brasil, seja na televisão, seja no<br />
ambiente digital”.<br />
Dentre as marcas participantes do projeto<br />
neste ano estiveram Fiat, Embelleze,<br />
Usaflex, Tri<strong>de</strong>nt, Sundown, Hidratantes<br />
Johnson & Johnson, Havaianas, Wizard,<br />
Óticas Diniz, PagSeguro, Lojas Pompeia,<br />
Avon e Musical.ly. No ambiente digital, os<br />
especiais patrocinados somaram mais <strong>de</strong><br />
80 milhões <strong>de</strong> visualizações.<br />
Gerar engajamento<br />
Os ouvidos às re<strong>de</strong>s sociais ajudaram o<br />
SBT, por exemplo, na escolha <strong>de</strong> Flavia Pavanelli<br />
para atuar em As Aventuras <strong>de</strong> Poliana.<br />
Ainda <strong>de</strong>ntre os esforços <strong>de</strong> se aproximar<br />
das re<strong>de</strong>s sociais e internet, há duas<br />
semanas, a emissora lançou a série teen Z4,<br />
uma produção em parceria com a Disney e<br />
a Formata, que traz alguns influenciadores<br />
em seu elenco, como o youtuber Pedro Rezen<strong>de</strong>,<br />
autor do canal Rezen<strong>de</strong>evil.<br />
A emissora estabeleceu uma equipe <strong>de</strong><br />
conteúdo focada no diálogo direto com a<br />
audiência nas re<strong>de</strong>s sociais e no site, promovendo<br />
cada vez mais a chamada “Cultura<br />
do Fã” e o conteúdo colaborativo dos<br />
“Sbtistas”. “Queremos que os fãs façam<br />
parte da nossa equipe, sintam-se prestigiados<br />
e gerem conteúdo espontâneo nas<br />
plataformas digitais junto com o SBT”, explica<br />
Giuliano Chiaradia, gerente <strong>de</strong> Conteúdo<br />
Digital. Segundo ele, bons exemplos<br />
<strong>de</strong>sse novo mindset da área <strong>de</strong> digital são<br />
algumas ações promovidas recentemente,<br />
como a iniciativa “O que você quer ver no<br />
site do SBT?”, em maio, nos perfis <strong>de</strong> Twitter<br />
e no Facebook da empresa. “O objetivo<br />
era ampliar e consolidar o relacionamento<br />
com nosso público aten<strong>de</strong>ndo às expectativas<br />
<strong>de</strong>le. Outra ação interativa que tivemos<br />
foi para a estreia da novela As Aventuras <strong>de</strong><br />
Poliana, em que os fãs que mais comentaram<br />
nas fotos do Instagram da atração foram<br />
selecionados para conhecer o elenco<br />
durante a coletiva <strong>de</strong> imprensa <strong>de</strong> estreia”.<br />
Na prática, escolher um influenciador para<br />
uma atração é visto pelo diretor artístico do<br />
SBT, Fernando Pelégio, como uma forma <strong>de</strong><br />
alavancar o produto. Mas não po<strong>de</strong>m ser a<br />
receita única para a fórmula <strong>de</strong> sucesso, por<br />
exemplo, <strong>de</strong> uma novela. “Os influenciadores<br />
e youtubers são bem-vindos, mas também é<br />
preciso estar <strong>de</strong> olho em outras plataformas e<br />
Marcelo Parada: “O acompanhamento nos alimenta”<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41
mídia<br />
A série teen Z4 traz alguns influenciadores em seu elenco, como o youtuber Pedro Rezen<strong>de</strong> (à esq.)<br />
lugares para achar talentos. Não po<strong>de</strong>mos ignorar<br />
teatro, cinema e outras mídias, todos os<br />
lugares são importantes. Entretanto, contar<br />
com influenciadores no elenco é um diferencial,<br />
pois é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alavancar a<br />
novela, mas também <strong>de</strong>les serem alavancados<br />
pelo sucesso da mesma”, acredita.<br />
Questionado se as re<strong>de</strong>s sociais são um<br />
insumo importante para causar impacto<br />
positivo na programação, Murilo Fraga, diretor<br />
<strong>de</strong> programa do SBT, garante que sim.<br />
“Passamos a utilizar uma nova ferramenta<br />
<strong>de</strong> promoção para o lançamento e a manutenção<br />
dos nossos produtos que, na maioria<br />
das vezes, chega antes aos nossos fãs e telespectadores”,<br />
explica. No entanto, há limites<br />
para esse impacto na programação diária da<br />
emissora. “Acho incrível essa interação com<br />
o nosso público e saber o que ele está achando<br />
da nossa programação. Porém, ainda não<br />
é possível tomar <strong>de</strong>cisões em relação à gra<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> programas tendo as re<strong>de</strong>s sociais como<br />
referência, afinal são milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
com gostos e i<strong>de</strong>ias diferentes”, pon<strong>de</strong>ra.<br />
A relação entre influenciadores e TV impacta<br />
também o setor comercial do SBT,<br />
como reconhece Marcelo Parada, diretor-<br />
-comercial e <strong>de</strong> marketing. A presença consi<strong>de</strong>rável<br />
das atrações e artistas da emissora<br />
no digital, seja em seguidores, visualizações<br />
e engajamento com os conteúdos, traz<br />
números ditos fundamentais para tornar<br />
as propostas comerciais multiplataformas<br />
mais atraentes para os anunciantes. “E claro,<br />
o acompanhamento em real time da reação<br />
do público nos alimenta para melhorar<br />
ainda mais os resultados, seja para insights<br />
criativos para as atrações ou mesmo para<br />
criar novas oportunida<strong>de</strong>s para marcas em<br />
bran<strong>de</strong>d content”, diz o executivo.<br />
Janelas <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong><br />
A Re<strong>de</strong>TV!, por sua vez, diz estar profundamente<br />
conectada com as re<strong>de</strong>s sociais,<br />
Divulgação<br />
“O telespectador não<br />
<strong>de</strong>seja ser passivo,<br />
ele quer ter a mesma<br />
voz que tem na internet.<br />
Para isso, usa as re<strong>de</strong>s<br />
sociais para opinar,<br />
criticar e elogiar”<br />
em “janelas <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong>”, como explica<br />
Franz Vacek, superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Jornalismo,<br />
Esportes e Digital da Re<strong>de</strong>TV. No<br />
Mariana Godoy Entrevista, por exemplo,<br />
meta<strong>de</strong> das perguntas já chegam pelo Twitter.<br />
A emissora afirma que foi pioneira em<br />
colocar o Periscope <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma cabine<br />
<strong>de</strong> locução <strong>de</strong> futebol para que a experiência<br />
pu<strong>de</strong>sse ser mais interativa.<br />
A experiência da empresa com lives no<br />
Facebook nos <strong>de</strong>bates eleitorais <strong>de</strong> 2016<br />
levou a empresa a criar uma gra<strong>de</strong> online<br />
alternativa transmitida pelo Facebook<br />
e YouTube. “Nosso canal no YouTube é o<br />
22º mais influente do mundo e 2º no Brasil,<br />
<strong>de</strong> acordo com o site Social Bla<strong>de</strong>. De certa<br />
forma, todos os 1.500 funcionários da Re<strong>de</strong><br />
TV! estão envolvidos neste processo. Quem<br />
não enxergar isso não fará televisão daqui<br />
a pouco tempo”, avalia Vacek. “O telespectador<br />
não <strong>de</strong>seja ser passivo, ele quer ter a<br />
mesma voz que tem na internet. Para isso,<br />
usa as re<strong>de</strong>s sociais para opinar, criticar e<br />
elogiar. É um termômetro muito importante.<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da plataforma em<br />
que eles nos acompanham, queremos sempre<br />
aprimorar a nossa matéria-prima, que é<br />
o conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”, analisa.<br />
No lado comercial da emissora, o trabalho<br />
multiplataforma também impacta<br />
os resultados. “Partindo do princípio <strong>de</strong><br />
que trabalhamos em diversas plataformas,<br />
existe a publicida<strong>de</strong>, que é mais assertiva<br />
na TV, no Social, no Mobile e em<br />
outras plataformas digitais. Neste caso,<br />
nós po<strong>de</strong>mos usar uma <strong>de</strong> nossas plataformas<br />
para <strong>de</strong>spertar interesse e criar<br />
assuntos que viralizam rapidamente em<br />
outras. Com essa inteligência, entregamos<br />
para o anunciante uma comunicação mais<br />
completa”, explica Henrique Collor, value<br />
creation director da Re<strong>de</strong>TV! Do ponto <strong>de</strong><br />
vista <strong>de</strong> audiência, funciona da mesma<br />
forma, diz ele. “Nossa i<strong>de</strong>ia é impactar o<br />
nosso telespectador na televisão e continuar<br />
impactando enquanto ele não estiver<br />
em frente à TV. A tendência disso é automaticamente<br />
gerar engajamento e cada<br />
vez mais afinida<strong>de</strong> entre nossa audiência<br />
e nossos conteúdos”, conclui.<br />
A Band afirmou, através <strong>de</strong> sua assessoria<br />
<strong>de</strong> imprensa, que, embora a exibição na<br />
televisão continue sendo a origem do buzz<br />
que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>riva para as plataformas digitais,<br />
os pontos <strong>de</strong> contato mudam em função<br />
da jornada do telespectador. “A Band é<br />
uma produtora <strong>de</strong> conteúdo que se conecta<br />
com o público <strong>de</strong> forma variada ao longo<br />
do dia e estamos atentos a todas as manifestações.<br />
Temos o SAC, ainda utilizado por<br />
muitas pessoas que ligam para se expressar<br />
e e-mails, além das re<strong>de</strong>s sociais, sem dúvida<br />
o componente mais novo e <strong>de</strong>safiador”,<br />
reconhece a empresa. “A tevê só ganha ao<br />
observar os novos hábitos do público. O segredo<br />
da comunicação está na conexão. E,<br />
sim, as re<strong>de</strong>s sociais são uma ponte <strong>de</strong> conexão<br />
com o telespectador”.<br />
A empresa, no entanto, relativiza a importância<br />
<strong>de</strong>las para gerar mudanças na<br />
programação. “As re<strong>de</strong>s sociais são, antes<br />
<strong>de</strong> tudo, um termômetro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
momento. Representam uma das muitas<br />
leituras que se po<strong>de</strong> fazer, além <strong>de</strong> permitir<br />
um contato direto com a audiência.<br />
Nesse contexto, são mais um parâmetro,<br />
mas jamais o único para o qual olhamos”.<br />
O gran<strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong> conexão com as re<strong>de</strong>s<br />
sociais da emissora é Masterchef, consi<strong>de</strong>rado<br />
internamente como bom exemplo<br />
<strong>de</strong> engajamento e resultado publicitário<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. “O talent show, que alcança<br />
ótima audiência, também repercute<br />
<strong>de</strong> forma potente nas re<strong>de</strong>s sociais, sendo<br />
opção para muitos anunciantes em todas<br />
as temporadas. É um caso clássico da dobradinha<br />
perfeita, que começa com a veiculação<br />
do programa na televisão e <strong>de</strong>riva<br />
para ações complementares nas plataformas<br />
digitais”, afirma a emissora.<br />
Outro produto consi<strong>de</strong>rado bem-sucedido<br />
é o Papo Premium, realizado em<br />
conjunto com a Itaipava. Assim que o programa<br />
termina na televisão, a Band Digital<br />
leva ao ar, ao vivo, no Twitter do Masterchef,<br />
uma live sobre o episódio com André<br />
Vasco e convidados. Com 15 minutos <strong>de</strong><br />
duração na primeira edição, caiu no gosto<br />
do público e registra números crescentes:<br />
as lives agora já chegam a uma hora <strong>de</strong><br />
duração. No dia 17 <strong>de</strong> julho, foi visto por<br />
188 mil espectadores, número recor<strong>de</strong> até<br />
aquele momento.<br />
42 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MÍDIA<br />
SBT completa 37 anos e lança álbum<br />
<strong>de</strong> figurinhas que resgata trajetória<br />
Para comemorar o aniversário no próximo dia 19, emissora conta sua<br />
história em páginas ilustradas com fotos raras e inéditas <strong>de</strong> atrações<br />
emissora <strong>de</strong> Silvio Santos faz aniversário<br />
este mês. No dia próximo<br />
A<br />
dia 19 o canal completa 37 anos e, para<br />
comemorar, lançou um álbum <strong>de</strong> figurinhas,<br />
o Livro Ilustrado Oficial SBT.<br />
Fruto <strong>de</strong> uma parceria entre SBT Licensing<br />
e Editora On Line, o álbum está<br />
disponível nas bancas <strong>de</strong> jornais e livrarias<br />
<strong>de</strong> todo o Brasil.<br />
São 67 páginas e 480 cromos que<br />
contam a história e trajetória do SBT. As<br />
páginas são ilustradas com fotos raras<br />
e inéditas <strong>de</strong> atrações que marcaram a<br />
história da TV brasileira.<br />
O livro reúne, por exemplo, momentos<br />
marcantes do Programa Silvio<br />
Santos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960, assim<br />
como a sua trajetória até o nascimento<br />
da emissora. Os programas infantis que<br />
marcaram época no canal, além <strong>de</strong> sucessos<br />
da programação como Casa dos<br />
Artistas, Topa Tudo por Dinheiro, A Pra-<br />
ça é Nossa e Viva a Noite.<br />
O elenco artístico do canal também<br />
faz parte do álbum e tem sua trajetória<br />
contada através dos cromos. Entre as<br />
personalida<strong>de</strong>s que viraram figurinhas<br />
estão Patrícia Abravanel, Celso Portiolli,<br />
Ratinho, Eliana, Silvia Abravanel,<br />
Christina Rocha e Raul Gil.<br />
O jornalismo, os reality shows gastronômicos,<br />
programas clássicos e novelas<br />
fazem parte do álbum, que recorda ainda<br />
alguns profissionais que passaram<br />
pela casa, como Serginho Groisman,<br />
Sônia Abrão e Gugu.<br />
Além disso, a publicação relembra<br />
e homenageia Hebe Camargo e tem o<br />
boneco “Silvinho” marcando os meses<br />
do ano em cromos metalizados. Maisa,<br />
Larissa Manoela, Rebeca Abravanel, Lívia<br />
Andra<strong>de</strong>, Chris Flores, Beca Milano,<br />
Carlos Bertolazzi e Helen Ganzarolli,<br />
entre outros, viraram figurinhas.<br />
Divulgação<br />
Livro sobre Silvio também reúne memórias e integra celebração<br />
Bake Off Brasil volta para quarta<br />
temporada com novida<strong>de</strong>s no time<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Bake Off Brasil – Mão na<br />
O Massa volta ao ar para sua<br />
quarta temporada com algumas<br />
novida<strong>de</strong>s no elenco e nos<br />
patrocinadores. Coproduzido<br />
pelo Discovery Home & Health,<br />
o reality show gastronômico<br />
procura encontrar o melhor<br />
confeiteiro amador do país.<br />
O trio que comanda a atração<br />
tem dois novos integrantes:<br />
Nadja Haddad substitui Carol<br />
Fiorentino na apresentação e,<br />
no júri, a chef confeiteira Beca<br />
Milano forma dupla com o pa<strong>de</strong>iro<br />
Olivier Anquier, que entra<br />
no lugar <strong>de</strong> Fabrizio Fasano Jr.<br />
Eles vão avaliar os participantes<br />
em provas criativas e técnicas<br />
durante 18 semanas.<br />
Já no patrocínio, esta edição<br />
reúne as veteranas Cacau Show,<br />
Sôdie Doces e Lacday, além <strong>de</strong><br />
UZ Utilida<strong>de</strong>s e Philco, que se<br />
Novo trio é formado por Beca Milano, Nadja Haddad e Olivier Anquier<br />
juntam ao time este ano.<br />
Segundo Lucas Rangel, diretor-geral<br />
do programa, as provas<br />
estão mais longas e chegam<br />
Divulgação/Gabriel Cardoso/SBT<br />
a cinco horas <strong>de</strong> duração. “Exigiremos<br />
mais das finalizações e<br />
sabores. Estou muito feliz com<br />
o casting <strong>de</strong> confeiteiros. Bus-<br />
camos, além <strong>de</strong> talento, representativida<strong>de</strong>.<br />
Está colorido,<br />
com gente <strong>de</strong> diferentes regiões,<br />
com as mais diversas relações<br />
com a cozinha e ida<strong>de</strong>s.”<br />
Esta temporada tem 20 candidatos<br />
disputando 16 vagas. A<br />
principal regra é preparar confeitos,<br />
doces ou salgados, que<br />
precisem ir ao forno. A cada<br />
episódio, o pior competidor é<br />
eliminado e o melhor recebe o<br />
avental azul <strong>de</strong> “Mestre Confeiteiro”.<br />
Os participantes enfrentam<br />
<strong>de</strong>safios técnicos, nos<br />
quais <strong>de</strong>vem preparar a mesma<br />
receita, e provas criativas, em<br />
que eles precisam fazer receitas<br />
em uma temática específica. O<br />
programa é um formato da Love<br />
Productions, distribuído pela<br />
BBC Studios. A quarta temporada<br />
estreou no SBT no último<br />
dia 11 e no canal pago dia 24. A<br />
edição anterior teve média <strong>de</strong><br />
8,2 pontos <strong>de</strong> audiência.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43
mídia<br />
Grupo Abril fecha mais títulos e fica<br />
com apenas 15 revistas no portfólio<br />
Entre as marcas que foram mantidas estão Veja, Exame, Claudia e VIP;<br />
estão <strong>de</strong>scontinuadas Elle, Casa Claudia, Veja Rio, Boa Forma e outras<br />
Logomarca estilizada criada pelo publicitário Erh Ray, da BETC/Havas<br />
Claudia Penteado<br />
Menos <strong>de</strong> um mês <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> Marcos Haaland e sua<br />
consultoria, Alvarez & Marsal,<br />
serem oficializados na gestão<br />
transitória do Grupo Abril, foi<br />
anunciada a primeira etapa da<br />
reestruturação que tem como<br />
objetivo recuperar sua saú<strong>de</strong><br />
operacional: a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuar<br />
11 marcas editoriais<br />
e, como consequência, <strong>de</strong>mitir<br />
o que se calcula chegar a<br />
algo em torno <strong>de</strong> 800 pessoas<br />
(incluindo-se aí, naturalmente,<br />
áreas <strong>de</strong> impressão e logística<br />
<strong>de</strong> distribuição dos títulos).<br />
Entre as dispensas, há quase<br />
200 jornalistas e profissionais<br />
das áreas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e<br />
marketing. A notícia causou<br />
forte impacto no mercado, mas<br />
era esperada, uma vez que Haaland<br />
tem em mãos a <strong>de</strong>safiadora<br />
missão <strong>de</strong> recuperar as finanças<br />
do grupo para vendê-lo.<br />
Enquanto isso, os integrantes<br />
da família Civita - como Giancarlo<br />
Civita, o último presi<strong>de</strong>nte,<br />
e Victor Civita Neto - se<br />
mantêm no conselho, com posições<br />
acionárias inalteradas.<br />
As marcas <strong>de</strong>scontinuadas já<br />
a partir <strong>de</strong>ste mês são Arquitetura<br />
& Construção, Bebê.com.<br />
br, Boa Forma, Casa Claudia,<br />
Casa.com.br, Casa Cor, Cosmopolitan,<br />
Elle, Minha Casa,<br />
Mundo Estranho e Veja Rio. O<br />
comunicado oficial, divulgado<br />
no último dia 6, afirmava que<br />
as mudanças ocorrem <strong>de</strong>vido<br />
ao impacto sentido em meio<br />
às profundas transformações<br />
tecnológicas, e os cortes são<br />
necessários para lidar com a<br />
realida<strong>de</strong> econômica do país<br />
e o atual mercado <strong>de</strong> comunicação.<br />
Por enquanto, seguem<br />
mantidos 15 títulos, sendo que<br />
alguns <strong>de</strong>les, como Capricho,<br />
já operam somente na versão<br />
online. Especula-se que novos<br />
cortes po<strong>de</strong>m vir, mas por<br />
enquanto seguem ativos Veja,<br />
Veja São Paulo, Exame, Quatro<br />
Rodas, Claudia, Saú<strong>de</strong>, Superinteressante,<br />
Viagem e Turismo,<br />
Você S/A, Você RH, Guia<br />
do Estudante, Capricho, M<strong>de</strong>-<br />
Mulher, VIP e Placar. Ainda segundo<br />
o comunicado da Abril,<br />
as marcas mantidas somam audiência<br />
qualificada <strong>de</strong> 125 milhões<br />
<strong>de</strong> visitantes únicos e 5,2<br />
milhões <strong>de</strong> circulação por mês<br />
nas versões impressa e digital.<br />
O Grupo Abril teve um último<br />
ano bastante atribulado,<br />
com a passagem <strong>de</strong> quatro<br />
presi<strong>de</strong>ntes diferentes em sua<br />
gestão: Walter Longo (até novembro<br />
<strong>de</strong> 2017), Arnaldo Figueiredo<br />
Tibyriça (que era VP<br />
jurídico da Abril), Giancarlo<br />
Civita e, mais recentemente,<br />
Haaland e sua consultoria. Haaland<br />
<strong>de</strong>cidiu não dar entrevistas<br />
sobre as <strong>de</strong>cisões recentes, e<br />
Fotos: Divulgação<br />
“A Editora Abril<br />
está empenhada<br />
no processo <strong>de</strong><br />
transformação<br />
para acompanhar<br />
uma nova jornada<br />
das pessoas”<br />
sua assessoria afirmou que não<br />
há, neste momento, mais nada<br />
a acrescentar. Mas confirmou a<br />
saída <strong>de</strong> Alecsandra Zapparoli,<br />
publisher da Abril Mídia que<br />
cuidava do editorial, da publicida<strong>de</strong><br />
e do marketing das marcas,<br />
que tinha mais <strong>de</strong> 20 anos<br />
<strong>de</strong> casa. A executiva não estava<br />
no pacote <strong>de</strong> <strong>de</strong>missões e teria<br />
pedido para sair.<br />
Profissionais e analistas do<br />
mercado preferiram não comentar<br />
a notícia ou falar em off,<br />
pela <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za <strong>de</strong> todo o processo.<br />
Procuradas, a Associação<br />
Nacional das Editoras <strong>de</strong> Revistas<br />
(Aner) e a Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
(Abap) preferiram não se<br />
pronunciar. Sandra Martinelli,<br />
presi<strong>de</strong>nte-executiva da Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes<br />
(ABA), <strong>de</strong>clarou: “A Editora<br />
Abril está empenhada no processo<br />
<strong>de</strong> transformação para<br />
acompanhar uma nova jornada<br />
das pessoas, haja vista os<br />
exemplos <strong>de</strong> Exame e Veja, que<br />
já iniciaram sua transformação<br />
digital. Reforçamos o nosso entendimento<br />
sobre a importância<br />
do publisher como provedor<br />
<strong>de</strong> conteúdo, em qualquer plataforma.”<br />
Uma fonte interna do grupo<br />
disse, por exemplo, que, apesar<br />
<strong>de</strong> tudo, está confiante na força<br />
dos títulos mantidos. Mas há,<br />
claro, um <strong>de</strong>sânimo generalizado<br />
em relação à gestão estar nas<br />
mãos <strong>de</strong> um grupo financeiro,<br />
guiado por objetivos essencialmente<br />
financeiros, com poucos<br />
conhecimentos estratégicos do<br />
negócio, que estaria “emagrecendo<br />
um dinossauro”.<br />
“Parece uma <strong>de</strong>cisão tomada<br />
por quem enxerga a Abril como<br />
uma editora <strong>de</strong> revistas, e não<br />
uma empresa <strong>de</strong> comunicação<br />
e mídia. E se a visão for esta, é<br />
o princípio do fim da empresa”,<br />
analisou uma fonte.<br />
Uma das gran<strong>de</strong>s baixas entre<br />
as revistas é, sem dúvida,<br />
Veja Rio, criada em 1996. O publicitário<br />
Lula Vieira lançou o<br />
44 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
filhote da Vejona, e sua agência,<br />
V&S, tinha a conta da revista, e<br />
foi, inclusive, responsável pela<br />
criação do slogan Indispensável.<br />
A festa <strong>de</strong> lançamento foi<br />
na Sucata da Lagoa e, segundo<br />
ele, reuniu mais cariocas importantes<br />
num só lugar em toda<br />
história da cida<strong>de</strong>. O comercial<br />
para televisão tinha <strong>de</strong>poimentos<br />
<strong>de</strong> pessoas como o prefeito<br />
Marcelo Alencar, senadores,<br />
<strong>de</strong>putados, sambistas, artistas<br />
<strong>de</strong> novelas, jornalistas, socialites,<br />
gente do povo, todas celebrando<br />
a chegada <strong>de</strong> mais uma<br />
revista falando da cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />
sua cultura, <strong>de</strong> suas belezas.<br />
Naquela época, relembra<br />
Lula, sobre a cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro e suas opções <strong>de</strong> compra,<br />
divertimento e lazer, havia<br />
mais <strong>de</strong> 10 publicações, como a<br />
Revista <strong>de</strong> Domingo do Jornal<br />
do Brasil e a Revista do Globo,<br />
repletas <strong>de</strong> notícias e anúncios,<br />
com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> atrações em<br />
teatro, cinema, shows, exposições<br />
e eventos.<br />
“O Rio lançava moda em<br />
todos os sentidos, não só <strong>de</strong><br />
vestuário como <strong>de</strong> comportamento,<br />
música, artes plásticas.<br />
Havia um enorme orgulho<br />
em ser carioca, em pertencer a<br />
esta cida<strong>de</strong> que se dizia o gran<strong>de</strong><br />
tambor <strong>de</strong> ressonância para<br />
o Brasil inteiro. Recebo com<br />
tristeza a notícia do fim da Veja<br />
Rio, somando-se às más notícias<br />
que chegam sobre a cida<strong>de</strong><br />
que eu um dia escolhi para<br />
viver e criar os meus filhos. Se<br />
eu cantar hoje uma das músicas<br />
que mais simbolizam a cida<strong>de</strong><br />
- Garota <strong>de</strong> Ipanema - talvez o<br />
verso que mais <strong>de</strong>pressa venha<br />
à minha cabeça seja o trecho<br />
‘ah, como tudo é tão triste...’”,<br />
disse Lula.<br />
CASA COR<br />
O Grupo Abril também divulgou<br />
comunicado no qual informou<br />
que os eventos Casa Cor<br />
não serão <strong>de</strong>scontinuados. E<br />
promete o lançamento da agenda<br />
para 2019.<br />
Elle, Casa Claudia e Boa Forma estão<br />
entre as revistas que foram fechadas<br />
são da marca. A edição <strong>de</strong> São<br />
Paulo, que chegou ao fim no último<br />
dia 29, fechou com resultados<br />
significativos. O projeto<br />
recebeu, durante suas 9 semanas<br />
<strong>de</strong> funcionamento, mais<br />
<strong>de</strong> 115 mil visitantes, sendo 92<br />
mil pagantes que conferiram,<br />
em 17 mil metros quadrados,<br />
os 82 ambientes assinados por<br />
123 profissionais. Foram contabilizados,<br />
ainda, mais <strong>de</strong> 110<br />
eventos <strong>de</strong>ntro da mostra, realizados<br />
por patrocinadores,<br />
parceiros, arquitetos e cerca <strong>de</strong><br />
160 marcas envolvidas no projeto.<br />
Foram gerados cerca <strong>de</strong><br />
20 mil trabalhos indiretos em<br />
todo o <strong>de</strong>correr da realização<br />
do evento”.<br />
Esporte Interativo <strong>de</strong>ixa a TV paga e<br />
terá conteúdo criado só para digital<br />
Outra notícia abalou a mídia.<br />
A Turner colocou fim<br />
à jornada dos canais Esporte<br />
Interativo na televisão. A partir<br />
dos próximos dias, toda a<br />
programação do futebol nacional<br />
e internacional será migrada<br />
para as gra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TNT e<br />
Space, incluindo a Champions<br />
League, que tem contrato <strong>de</strong><br />
transmissão para as próximas<br />
três temporadas e a Série A do<br />
Campeonato Brasileiro, cujos<br />
direitos vencem somente em<br />
2024.<br />
Por enquanto, os canais EI<br />
continuarão com repetições<br />
exibidas em looping, mas a<br />
previsão é que o sinal seja totalmente<br />
interrompido em até<br />
40 dias. Além disso, a marca<br />
continuará atuando, mas agora<br />
apenas com conteúdos criados<br />
para as plataformas digitais, o<br />
EI Plus (streaming) e os outros<br />
canais da programadora.<br />
O mo<strong>de</strong>lo implementado é<br />
parecido com o que já é feito<br />
pela Turner nos Estados Unidos,<br />
que, apesar <strong>de</strong> uma atuação<br />
robusta no meio esportivo<br />
local, não possui um canal <strong>de</strong><br />
televisão específico com programação<br />
full time. Mesmo<br />
com as ativida<strong>de</strong>s no meio digital,<br />
a mudança resultou em<br />
cortes estimados em aproximadamente<br />
150<br />
pessoas. No entanto,<br />
pelo menos por<br />
hora, a equipe <strong>de</strong><br />
transmissão <strong>de</strong>ve<br />
ser mantida.<br />
Em comunicado,<br />
a Turner explica<br />
que as ativida<strong>de</strong>s<br />
dos canais do Esporte<br />
Interativo<br />
seguem firmes no<br />
mundo digital.<br />
“Continuaremos<br />
levando a emoção<br />
que o Brasil merece<br />
para vocês através<br />
do nosso Facebook,<br />
Instagram, YouTu-<br />
“A Casa Cor, uma das empresas<br />
do Grupo Abril, reconhecida<br />
como maior e melhor<br />
mostra <strong>de</strong> arquitetura, <strong>de</strong>sign<br />
<strong>de</strong> interiores e paisagismo das<br />
Américas, informa que a marca<br />
segue no portfólio do grupo,<br />
com seu calendário <strong>de</strong> eventos<br />
no segundo semestre. Ainda<br />
este ano, a Casa Cor será realizada<br />
em <strong>13</strong> edições nacionais:<br />
Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Minas Gerais,<br />
Ribeirão Preto, Brasília,<br />
Ceará, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paraíba,<br />
Espírito Santo, Pernambuco,<br />
Bahia, Santa Catarina, Mato<br />
Grosso e Mato Grosso do Sul. E,<br />
em território internacional, no<br />
Peru, no Paraguai e em Miami,<br />
dando continuida<strong>de</strong> à expanbe,<br />
Twitter, EI Plus e qualquer<br />
outra plataforma digital em<br />
que os apaixonados por esporte<br />
estejam presentes. Não dá<br />
para negar que estamos tristes<br />
com o fim dos canais Esporte<br />
Interativo na TV, mas ao mesmo<br />
tempo estamos ansiosos<br />
e animados com o futuro, em<br />
que estaremos todos os dias na<br />
TNT e Space, com as mesmas<br />
narrações, comentários e brinca<strong>de</strong>iras<br />
que nos acostumamos<br />
a ouvir nos últimos 11 anos. E,<br />
claro, seguiremos juntos, diariamente,<br />
com a nossa família<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> fãs<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais”.<br />
Toda a programação do futebol nacional e internacional será migrada para as gra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TNT e Space<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45
agências<br />
“Nosso DNA é<br />
100% <strong>de</strong> criação”<br />
Divulgação<br />
Como é li<strong>de</strong>rar uma agência voltada para o<br />
mercado hispânico nos Estados Unidos,<br />
em plena era Trump? Temas como esse,<br />
foco multicultural, relacionamento com<br />
clientes e drive criativo estão entre os assuntos<br />
<strong>de</strong>sta entrevista com o brasileiro Isaac Mizrahi,<br />
copresi<strong>de</strong>nte e COO da Alma (do Grupo Omnicom),<br />
consi<strong>de</strong>rada uma das mais bem-sucedidas agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> dirigidas para os latinos, com<br />
escritórios em Miami, São Francisco, Tallahassee<br />
(Florida) e Chicago. Isaac também é presi<strong>de</strong>nte da<br />
associação <strong>de</strong> agências e veículos <strong>de</strong> mídia focados<br />
no mercado hispânico, o Culture Marketing Council.<br />
Ele está nos EUA há 20 anos e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser cliente<br />
durante 18 anos, se juntou à agência dos sócios Luis<br />
Miguel Messianu e Eduardo <strong>de</strong>l Rivero. Premiada e<br />
<strong>de</strong>staque no segmento em que atua, a Alma foi eleita<br />
no ano passado Agência Multicultural do Ano. “Não<br />
abrimos mão <strong>de</strong> nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> criativa. Na nossa<br />
opinião, o mercado está saturado, com marcas que<br />
possuem pouca diferenciação. Neste contexto, a<br />
importância da criativida<strong>de</strong> só aumenta”, disse Isaac.<br />
Claudia Penteado<br />
Como é, afinal <strong>de</strong> contas, li<strong>de</strong>rar uma<br />
agência como a Alma em plena era<br />
Trump?<br />
Eu acho que o país todo está<br />
tentando enten<strong>de</strong>r e se adaptar<br />
ao novo ambiente político. Mas,<br />
no fundo, a economia americana<br />
é tão dinâmica que, para nós<br />
do mercado publicitário, o foco<br />
do dia a dia acaba sendo mesmo<br />
o negócio <strong>de</strong> nossos clientes, e<br />
como ajudá-los a crescer num<br />
ambiente tão <strong>de</strong>safiador e competitivo.<br />
A economia americana<br />
é muito resiliente, e acho que é à<br />
prova até mesmo <strong>de</strong> turbulência<br />
política.<br />
Qual o tamanho hoje, do mercado<br />
hispânico nos EUA? E que outros<br />
públicos vocês consi<strong>de</strong>ram e trabalham<br />
na agência?<br />
São 61 milhões <strong>de</strong> latinos vivendo<br />
nos EUA (18% da população<br />
total), com um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
compra estimado em mais <strong>de</strong><br />
US$ 1,5 trilhão por ano. Praticamente<br />
é um país <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
país. E o mais atraente é que<br />
esse segmento vem crescendo<br />
ano após ano, e nas próximas<br />
décadas vai representar um<br />
quarto da população total dos<br />
EUA. Se fosse um país, seria<br />
o segundo maior país <strong>de</strong> origem<br />
hispânica, somente atrás<br />
do México! Nos últimos anos,<br />
esse mercado está sob transformação.<br />
Em vez <strong>de</strong> vermos<br />
um processo <strong>de</strong> assimilação,<br />
em que a segunda e terceira<br />
gerações <strong>de</strong> hispânicos no país<br />
ten<strong>de</strong>m a adotar a cultura anglo<br />
como padrão único, hoje<br />
vemos que não só a cultura<br />
hispânica ainda é forte entre os<br />
mais jovens, mas também observamos<br />
uma forte tendência<br />
<strong>de</strong> cross over quando vemos<br />
as últimas tendências em música,<br />
esporte, comida, moda,<br />
política etc.… Isso acaba criando<br />
um ambiente multicultural<br />
vibrante, abrindo um espaço<br />
interessante do ponto <strong>de</strong> vista<br />
criativo. Nossa agência tem<br />
um perfil alinhado com essa<br />
tendência, com uma base essencialmente<br />
latina, mas com<br />
uma mistura entre imigrantes,<br />
segunda e terceira gerações. É<br />
essa diversida<strong>de</strong> que é a base<br />
do nosso trabalho, representando<br />
uma visão diferente em<br />
Isaac Mizrahi: “São 61 milhões <strong>de</strong> latinos vivendo nos Estados Unidos”<br />
relação ao mercado tradicional<br />
<strong>de</strong> agências americanas.<br />
Por que é importante ter foco e se<br />
voltar com exclusivida<strong>de</strong> para este<br />
público?<br />
No passado, a comunicação<br />
com esse segmento era<br />
feita principalmente através<br />
do idioma, ou seja, traduzir<br />
ou adaptar comerciais para o<br />
espanhol, dado que a gran<strong>de</strong><br />
maioria dos hispânicos nos<br />
EUA preferia consumir mídia<br />
em espanhol. Esse processo se<br />
acelerou a partir das décadas<br />
<strong>de</strong> 1980 e 1990, quando houve<br />
explosão na oferta <strong>de</strong> veículos<br />
<strong>de</strong> mídia nesse idioma, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
opções locais até re<strong>de</strong>s nacionais<br />
<strong>de</strong> TV, como Univision e<br />
Telemundo. Nos últimos anos,<br />
houve um maior equilíbrio <strong>de</strong>mográfico<br />
entre os imigrantes<br />
e os hispânicos nascidos nos<br />
EUA, e essa transformação<br />
também impactou o marketing<br />
para esse público, evoluindo<br />
<strong>de</strong> uma estratégia baseada<br />
“Várias agências<br />
e seus clientes<br />
procuram<br />
sair da visão<br />
esteriotipada<br />
sobre os<br />
hispânicos”<br />
em espanhol apenas para um<br />
conceito amplo <strong>de</strong> cultura. O<br />
idioma espanhol é ainda muito<br />
importante (41 milhões dos<br />
hispânicos nos EUA falam espanhol<br />
no seu dia a dia), mas o<br />
marketing para o segmento ficou<br />
um pouco mais complexo,<br />
pois as pesquisas <strong>de</strong>monstram<br />
que uma gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>sses<br />
consumidores ten<strong>de</strong> a preferir<br />
marcas que reconhecem o background<br />
cultural <strong>de</strong>sse consumidor,<br />
refletido através <strong>de</strong><br />
46 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
elementos como suas paixões<br />
(como mencionei antes, música,<br />
esporte e comida), suas<br />
tradições (feriados específicos<br />
como Dia dos Mortos, Hispanic<br />
Heritage Month etc.) ou suas<br />
idiossincracias (como comportamentos<br />
em família e amigos,<br />
religiosida<strong>de</strong>, ou mesmo hábitos<br />
<strong>de</strong> compras que po<strong>de</strong>m ser<br />
distintos do comportamento<br />
do segmento anglo).<br />
Como a atuação <strong>de</strong> Trump junto aos<br />
imigrantes tem afetado ou motivado<br />
campanhas por parte <strong>de</strong> anunciantes,<br />
por exemplo? Anunciantes ten<strong>de</strong>m<br />
a se posicionar ou calar?<br />
Na minha opinião, vemos<br />
aqui nos EUA um fenômeno<br />
que também se observa em<br />
outros países, que é a divisão<br />
da socieda<strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> temas<br />
sociais e políticos. Com<br />
isso, é natural que anunciantes<br />
tentem evitar um posicionamento<br />
sobre esses temas,<br />
pois a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sagradar<br />
algum lado é gran<strong>de</strong>.<br />
Mas, mesmo assim, temos visto<br />
em alguns casos algumas<br />
marcas com uma visão bem<br />
acentuada. Talvez um caso<br />
bastante famoso nesse mercado<br />
seja o da Honey Ma<strong>de</strong>,<br />
que em 2014 colocou no ar<br />
um comercial homenageando<br />
todo e qualquer tipo <strong>de</strong> família<br />
nos EUA, incluindo as famílias<br />
LGBT, e, após receber<br />
uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
emails <strong>de</strong> consumidores com<br />
críticas, <strong>de</strong>cidiu manter sua<br />
posição e ainda mandou uma<br />
forte mensagem <strong>de</strong> tolerância<br />
através <strong>de</strong> uma ação que<br />
virou um case. No nosso mercado,<br />
um dos maiores riscos é<br />
achar que todo hispânico é um<br />
imigrante sem documento <strong>de</strong><br />
imigração (não é justo chamá-<br />
-los <strong>de</strong> imigrante ilegais, não<br />
existe um ser humano ilegal),<br />
na verda<strong>de</strong> eles representam<br />
uma minoria do segmento.<br />
Qual o papel da comunicação, a seu<br />
ver, diante <strong>de</strong> conflitos como os atuais,<br />
envolvendo imigrantes?<br />
Várias agências e seus clientes<br />
procuram sair da visão estereotipada<br />
sobre os hispânicos<br />
e buscam projetar um cidadão<br />
hispânico que não fica atrás<br />
<strong>de</strong> nenhum outro cidadão.<br />
Por exemplo, nós da Alma temos<br />
muito orgulho <strong>de</strong> termos<br />
sido escolhidos pela HP para<br />
uma campanha <strong>de</strong> recrutamento<br />
<strong>de</strong> profissionais na área<br />
<strong>de</strong> tecnologia. O conceito foi<br />
bem simples, entrevistar não-<br />
-hispânicos nas ruas com uma<br />
pergunta apenas: “pra você o<br />
que significa um latino job?”<br />
(o termo hispânico ou latino é<br />
usado <strong>de</strong> maneira recorrente<br />
aqui nos EUA). Depois perguntamos<br />
o mesmo para profissionais<br />
hispânicos e o contraste<br />
foi impressionante.<br />
Quanto tempo tem a Alma e como o<br />
mercado se transformou ao longo do<br />
tempo?<br />
A Alma foi fundada em 1994<br />
por Luis Miguel Messianu, um<br />
dos mais talentosos redatores<br />
do mercado mexicano, e seu<br />
sócio, Eduardo <strong>de</strong>l Rivero,<br />
que estavam trabalhando nos<br />
EUA e viram uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> elevar a qualida<strong>de</strong> da<br />
comunicação para o mercado<br />
hispânico, que na época ainda<br />
era bastante estereotipado.<br />
Nosso primeiro cliente foi o<br />
McDonald’s (que está conosco<br />
até hoje) e, após seu sucesso<br />
nos primeiros anos, em 2004<br />
a Alma foi adquirida pela holding<br />
Omnicom, passando a<br />
fazer parte da re<strong>de</strong> DDB. Hoje<br />
nós somos uma agência que<br />
acompanhou a evolução do<br />
mercado e oferece aos nossos<br />
clientes soluções estratégicas<br />
e criativas para o mercado hispânico,<br />
mas também para o<br />
que chamamos <strong>de</strong> “mercado<br />
geral” americano, refletindo<br />
esse novo multiculturalismo<br />
mencionado anteriormente.<br />
Em 2009, nós éramos uma<br />
agência com cerca <strong>de</strong> 65 pessoas,<br />
focada somente no mercado<br />
hispânico, com uma<br />
oferta “Above the Line”. Hoje<br />
em dia, temos cerca <strong>de</strong> 140<br />
funcionários, se<strong>de</strong> em Miami,<br />
escritórios em São Francisco e<br />
Chicago, e uma oferta mais robusta<br />
em estratégia e insights,<br />
com mídias sociais e digital integrados.<br />
Em que mo<strong>de</strong>lo vocês apostaram e<br />
qual a importância dos prêmios para<br />
vocês?<br />
Nosso DNA é 100% <strong>de</strong> criação<br />
e não abrimos mão <strong>de</strong><br />
nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> criativa. Na<br />
nossa opinião, o mercado está<br />
saturado com marcas que possuem<br />
pouca diferenciação,<br />
que continuam tentando cercar<br />
o consumidor com mensagens<br />
que nem sempre são bem<br />
recebidas. Nesse contexto, a<br />
importância da criativida<strong>de</strong><br />
“A maioria dos<br />
clientes não<br />
enten<strong>de</strong> que a<br />
qualida<strong>de</strong> do<br />
trabalho da<br />
agência não está<br />
relacionada<br />
exclusivamente<br />
com o tamanho<br />
do fee”<br />
só aumenta, para construir<br />
marcas mais relevantes, para<br />
utilizar a comunicação como<br />
ferramenta <strong>de</strong> mensagens que<br />
não só apelam para o lado racional<br />
dos consumidores, mas<br />
também para o lado emocional,<br />
para o coração e a alma<br />
<strong>de</strong>les (daí o nosso nome!).<br />
Com relação a prêmios, nossa<br />
posição é clara, eles são uma<br />
consequência natural do trabalho<br />
do dia a dia. Nosso principal<br />
objetivo é ajudar nossos<br />
clientes com seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />
mercado e acreditamos que<br />
a criativida<strong>de</strong> tem um papel<br />
fundamental nesse processo.<br />
Quando nossas i<strong>de</strong>ias são<br />
reconhecidas pelas melhores<br />
mentes da publicida<strong>de</strong>, isso<br />
nos enche <strong>de</strong> orgulho, pois é<br />
um reconhecimento importante<br />
dos nossos clientes e <strong>de</strong><br />
nossa equipe. É a publicida<strong>de</strong><br />
da publicida<strong>de</strong>! Isso nos ajuda<br />
também a recrutar e reter nosso<br />
talento, o que é um gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>safio nos dias <strong>de</strong> hoje. Um<br />
outro fator importante para<br />
nos é o reconhecimento que<br />
agência <strong>de</strong> menor porte, ou<br />
<strong>de</strong> “nicho <strong>de</strong> mercado”, também<br />
é capaz <strong>de</strong> criar e competir<br />
com as maiores agências<br />
do mercado, com padrão <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> - igual ou maior <strong>de</strong><br />
qualquer agência nacional. Só<br />
nos últimos seis anos a Alma<br />
alcançou 22 Leões em Cannes,<br />
número maior do que muitas<br />
agências americanas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> tamanho<br />
ou foco.<br />
Que balanço você faz hoje da sua<br />
carreira e da sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> atuar<br />
fora do Brasil? E da sua atuação e<br />
contribuição na Alma?<br />
Comecei minha carreira na<br />
Souza Cruz, em 1991, e quando<br />
saí do Brasil, no começo <strong>de</strong><br />
1999, transferido para os EUA<br />
pela Coca-Cola, o plano era<br />
ficar 3 anos e <strong>de</strong>pois voltar ao<br />
Brasil. Nunca pensei que <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> 20 anos estivesse por<br />
aqui ainda! Eu me consi<strong>de</strong>ro<br />
uma pessoa <strong>de</strong> sorte por ter<br />
tido tantas oportunida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong><br />
ter trabalhado com tanta gente<br />
competente, que me abriram<br />
tantas portas. Trabalhar<br />
no exterior não foi algo planejado.<br />
Eu acho que planejar<br />
(carreira, vida) é sempre positivo,<br />
mas você tem <strong>de</strong> estar<br />
aberto para algo inesperado e<br />
agarrar as chances que a vida<br />
lhe dá. A transição <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
18 anos como cliente para<br />
agência também foi assim.<br />
Nunca planejei essa mudança,<br />
mas ocorreu. E, em 2009,<br />
estava saindo da Sprint (empresa<br />
do mercado <strong>de</strong> celular<br />
aqui nos EUA) e fui apresentado<br />
ao Luis Miguel Messianu,<br />
que estava procurando uma<br />
pessoa com um lado <strong>de</strong> negócio<br />
para compor a li<strong>de</strong>rança<br />
da agência. O primeiro ano foi<br />
um pouco difícil, mas acredito<br />
que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um tempo, eu<br />
mu<strong>de</strong>i um pouco minha cabeca<br />
e acho que aju<strong>de</strong>i a agência<br />
<strong>de</strong> alguma forma a melhorar<br />
sua oferta no mercado. Depois<br />
<strong>de</strong> 9 anos, a agência dobrou<br />
seu faturamento e seu<br />
lucro, saiu da <strong>13</strong>ª posição no<br />
ranking <strong>de</strong> agências do setor e<br />
se tornou a agência número 1<br />
no segmento e a mais premiada<br />
a nível local e internacional.<br />
Sinto-me realizado, mas<br />
ainda há muito o que fazer e<br />
muito o que crescer.<br />
O que apren<strong>de</strong>u <strong>de</strong> mais importante<br />
nesta transição cliente/agência?<br />
A minha maior lição <strong>de</strong>ntro<br />
da agência foi apren<strong>de</strong>r a valorizar<br />
ainda mais o produto criativo<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e enten<strong>de</strong>r o<br />
quão pouco os clientes enten<strong>de</strong>m<br />
sobre como se relacionar<br />
com suas agências. A maioria<br />
dos clientes não enten<strong>de</strong> que a<br />
qualida<strong>de</strong> do trabalho da agência<br />
não está relacionada exclusivamente<br />
com o tamanho do<br />
fee, mas sim com a qualida<strong>de</strong><br />
do relacionamento. Comunicação<br />
aberta e constante, acesso<br />
aos executivos chaves no lado<br />
do cliente, confiança, clareza<br />
nos objetivos e valorização da<br />
criativida<strong>de</strong> como motor <strong>de</strong><br />
crescimento dos negócios são,<br />
às vezes, mais importantes do<br />
que o tamanho da verba, na minha<br />
experiência.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47
agências<br />
Score Group se divi<strong>de</strong> em células<br />
que funcionam como miniagências<br />
São seis núcleos que contam com suporte <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> diagnóstico,<br />
com profissionais sêniores, para agilizar ações <strong>de</strong> shopper experience<br />
Paulo Macedo<br />
Score Group chamou a<br />
A atenção no Popai Brasil<br />
<strong>de</strong>ste ano. A agência assegurou<br />
sete troféus na competição<br />
do capítulo brasileiro da Associação<br />
Global <strong>de</strong> Marketing no<br />
Ponto <strong>de</strong> Venda. Especializada<br />
em shopper experience e foco<br />
em ações nos pontos <strong>de</strong> venda,<br />
implementou um realinhamento<br />
interno que está sendo<br />
visto pelos clientes como se<br />
fosse uma nova empresa.<br />
A medida, nas palavras do<br />
executivo Brito Jr., sócio e CEO<br />
da agência, que surgiu há dois<br />
anos, após a compra da The<br />
Market Store, vai eliminar barreiras<br />
e garantir mais eficiência<br />
aos processos. A partir <strong>de</strong> agora,<br />
não há mais <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />
atendimento, criação, planejamento,<br />
produção e operações,<br />
por exemplo. São seis células<br />
que funcionam como miniagências<br />
com cerca <strong>de</strong> 15 profissionais<br />
cada e com autonomia para<br />
coor<strong>de</strong>nar <strong>de</strong> forma holística<br />
os trabalhos. Todos participam<br />
do briefing até a entrega final.<br />
Cada um <strong>de</strong>sses núcleos tem capacida<strong>de</strong><br />
para aten<strong>de</strong>r até três<br />
clientes como Ambev, BRF, FCA<br />
(Fiat e Jeep), Mon<strong>de</strong>lez, Sanofi,<br />
Fiat e a recém-chegada Asics.<br />
Para as marcas da FCA já está<br />
trabalhando na organização dos<br />
stands no Salão do Automóvel<br />
<strong>de</strong>ste ano.<br />
“A nossa gran<strong>de</strong> mídia é o<br />
PDV. Por isso é fundamental<br />
que os trabalhos estabeleçam<br />
conexão com os shoppers nesse<br />
ambiente <strong>de</strong>cisivo para a concretização<br />
<strong>de</strong> negócios. A reorganização<br />
foi muito bem recebida<br />
pelos clientes. Temos <strong>de</strong><br />
ter conhecimento do shopper<br />
para o PDV ser amigável e interativo.<br />
As marcas têm a expectativa<br />
<strong>de</strong> que a agência produza<br />
uma experiência efetiva. Isso se<br />
reflete na longevida<strong>de</strong> dos relacionamentos<br />
que temos: com a<br />
Ambev há 18 anos e com a Fiat<br />
há 15”, explica Brito Jr.<br />
O CEO Brito Jr. exibe os troféus conquistados no Popai Brasil: Score Group foi a mais premiada da competição pelo 2º ano consecutivo<br />
A competitivida<strong>de</strong> é uma<br />
realida<strong>de</strong> no mercado <strong>de</strong> live<br />
marketing, principalmente pelas<br />
negociações “duras e difíceis”.<br />
Segundo Brito Jr., porém,<br />
quem ven<strong>de</strong> e entrega relevância<br />
tem acesso a recompensas<br />
como a fil<strong>de</strong>lização.<br />
“As coisas têm <strong>de</strong> ser realizadas<br />
não por oportunida<strong>de</strong>,<br />
mas com planejamento consistente.<br />
O sistema <strong>de</strong> células<br />
envolve todo ecossistema.<br />
Antes, a criação ficava restrita<br />
ao seu core e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />
que o atendimento lhe solicitava.<br />
Não temos essa limitação.<br />
A dinâmica agora é 360º,<br />
seja uma ação <strong>de</strong> marketing<br />
<strong>de</strong> incentivo, produção <strong>de</strong> um<br />
brin<strong>de</strong>, stand etc. Com o máximo<br />
controle, caso contrário<br />
per<strong>de</strong>-se o foco da relevância.<br />
Repito: o nosso negócio é<br />
produzir experiências para os<br />
“A reorganização<br />
do negócio<br />
foi muito bem<br />
recebida pelos<br />
clientes, que<br />
passaram a ver a<br />
agência como uma<br />
nova empresa”<br />
Divulgação<br />
shoppers. Não dá para viver<br />
apenas <strong>de</strong> concorrências”, enfatiza<br />
Brito Jr.<br />
Cada uma das células conta<br />
com o apoio <strong>de</strong> uma central<br />
<strong>de</strong> diagnósticos formada por<br />
profissionais sêniores para dar<br />
suporte a temáticas específicas,<br />
da criação ao planejamento estratégico.<br />
“São facilitadores que estão<br />
a serviço <strong>de</strong> quem está mais<br />
<strong>de</strong>dicado ao dia a dia. Essa experiência<br />
é essencial para a<br />
flui<strong>de</strong>z do novo mo<strong>de</strong>lo, pois<br />
conhecem planejamento, criação,<br />
produção, qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produtos.<br />
Além <strong>de</strong>sse apoio técnico, a<br />
Score Group tem um back office<br />
que se responsabiliza pela parte<br />
burocrática, administrativa e<br />
financeira, liberando as células<br />
para se concentrar no core business”,<br />
finaliza Brito Jr.<br />
48 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Agências<br />
Artplan cria campanha <strong>de</strong> clássicos<br />
repaginados para a Kopenhagen<br />
Filme em TV aberta apresenta os sabores<br />
Língua <strong>de</strong> Gato recheado e Nhá Benta Avelã<br />
Como parte das comemorações <strong>de</strong> seus<br />
90 anos, a Kopenhagen estreia, nesta<br />
segunda-feira (<strong>13</strong>), nova campanha. A comunicação<br />
divulga a releitura <strong>de</strong> dois <strong>de</strong><br />
seus clássicos: Nhá Benta e Língua <strong>de</strong> Gato.<br />
Criada pela agência Artplan, a estratégia<br />
apresenta aos consumidores versões repaginadas<br />
dos produtos. Dando continuida<strong>de</strong><br />
ao conceito É muito mais do que isso, o filme<br />
retrata em <strong>de</strong>talhes os novos sabores Nhá<br />
Benta Avelã (marshmallow sabor avelã, wafer<br />
recheado <strong>de</strong> creme <strong>de</strong> avelã, cobertos<br />
com chocolate Kopenhagen e pedaços <strong>de</strong><br />
avelã) e Língua <strong>de</strong> Gato recheado, nos sabores<br />
chocolate trufado e avelã.<br />
“Este é um dos momentos mais importantes<br />
do ano para a marca. Nhá Benta e<br />
Língua <strong>de</strong> Gato são os itens com o maior<br />
Africa aproxima moda<br />
<strong>de</strong> consumidoras em<br />
novo filme da Marisa<br />
Comunicação mostra<br />
tendências para<br />
primavera/verão<br />
Entra no ar a partir <strong>de</strong>sta segunda-feira<br />
(<strong>13</strong>) campanha que divulga as novas<br />
tendências da temporada primavera-verão<br />
das lojas Marisa. Criada pela Africa, a comunicação<br />
tem como objetivo mostrar que<br />
todas as mulheres po<strong>de</strong>m adotar diferentes<br />
estilos. Nesse contexto, a Marisa se apresenta<br />
como ponto <strong>de</strong> conexão, oferecendo<br />
roupas, calçados e acessórios que atendam<br />
diferentes perfis <strong>de</strong> consumidoras.<br />
No total, foram produzidos três filmes<br />
para TV, um para cada gran<strong>de</strong> tendência<br />
da temporada - listras, tons pastéis e<br />
vermelho. “A moda <strong>de</strong>ve ser usada para<br />
que as mulheres expressem sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
e se sintam bem. Na campanha, apresentamos<br />
<strong>de</strong> forma simples, assim como<br />
uma amiga que enten<strong>de</strong> tudo <strong>de</strong> moda,<br />
como aplicar cada tendência com segurança,<br />
adaptando peças-chave e looks<br />
para diferentes ocasiões”, explica Andrea<br />
Sanches, diretora <strong>de</strong> marketing da Marisa.<br />
Para as mídias digitais, foi produzida ainda<br />
uma série <strong>de</strong> filmes <strong>de</strong> 15 segundos com dicas<br />
<strong>de</strong> como usar as tendências da estação.<br />
Os ví<strong>de</strong>os serão publicados no Facebook e<br />
no Instagram.<br />
faturamento <strong>de</strong> linha. O objetivo da campanha<br />
é mostrar que a Kopenhagen continua<br />
inovando e surpreen<strong>de</strong>ndo o seu público,<br />
que acompanha a trajetória da marca durante<br />
esses 90 anos”, afirma Maricy Porto,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing do Grupo CRM.<br />
Além <strong>de</strong> filmes <strong>de</strong> 30” e 15” veiculados<br />
em TV aberta, em horário nobre, a comunicação<br />
contará com materiais <strong>de</strong> PDVs e<br />
OOH. Facebook e Instagram também terão<br />
conteúdos personalizados da campanha.<br />
Novo posicionamento<br />
Vencedora do processo <strong>de</strong> concorrência<br />
realizado pelas marcas Kopenhagen e Chocolates<br />
Brasil Cacau, em <strong>de</strong>zembro passado,<br />
a Artplan tem cuidado <strong>de</strong> toda a comunicação<br />
do grupo neste ano. A campanha<br />
Releitura da Língua <strong>de</strong> Gato tem versão com recheio<br />
Divulgação<br />
<strong>de</strong> Páscoa, por exemplo, foi uma das mais<br />
relevantes do ponto <strong>de</strong> vista comercial. O<br />
período representa 35% do faturamento do<br />
grupo. A marca trouxe para a data 18 lançamentos,<br />
além <strong>de</strong> ter renovado as embalagens<br />
<strong>de</strong> toda a sua linha em comemoração<br />
ao seus 90 anos.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 49
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Divulgação<br />
Endorfina criativa<br />
Tourada<br />
A última edição do UFC Brasil neste ano será marcada pelo retorno <strong>de</strong> um veterano. Aos<br />
42 anos, Rogério Minotouro volta ao octógono em disputa contra o americano Sam Alvey,<br />
no dia 22 <strong>de</strong> setembro, em São Paulo. A exemplo do que já vem sendo feito, a organização<br />
do torneio aposta nos treinos abertos e pesagem oficial dos lutadores para ativar sua marca<br />
e aumentar discussões sobre a competição nas re<strong>de</strong>s sociais. O Brasil, aliás, é o segundo<br />
país em número <strong>de</strong> atletas e <strong>de</strong> interações na internet. Além do tour das letras, que circulará<br />
pelos principais pontos turísticos da capital paulista, o UFC promoverá treinos sociais<br />
em que o público trocará ingressos por doação <strong>de</strong> alimentos. No dia das lutas, uma arena<br />
será montada no Ginásio do Ibirapuera com ativações dos patrocinadores. Volkswagen, o<br />
energético Monster, a cerveja Cerpa e o grupo Souza Lima são alguns <strong>de</strong>les. “O brasileiro<br />
é apaixonado por MMA. Existe uma tradição histórica por aqui. O próprio jiu-jitsu surgiu<br />
com a família Grace no Brasil. A gente percebe forte engajamento nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A marca só está evoluindo”, pontua Daniel Mourão, diretor <strong>de</strong> marketing do UFC Brasil,<br />
que prepara para o segundo semestre nova campanha institucional.<br />
Time brasil<br />
O Comitê Olímpico<br />
do Brasil quer<br />
reposicionar sua<br />
imagem, e <strong>de</strong>ixar<br />
no passado problemas<br />
judiciais <strong>de</strong><br />
seu ex-presi<strong>de</strong>nte,<br />
Carlos Arthur Nuzman.<br />
Na semana<br />
passada, a entida<strong>de</strong>,<br />
que tem se<strong>de</strong><br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
trouxe seus principais<br />
dirigentes para<br />
São Paulo. Durante<br />
lançamento do Selo<br />
dos Atletas Olímpicos, Manoela Penna, nova diretora <strong>de</strong> marketing da entida<strong>de</strong>, falou ao<br />
PROPMARK sobre os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> engajar patrocinadores ao longo <strong>de</strong> todo o ciclo olímpico.<br />
“Embora a gente tenha ciclos <strong>de</strong> quatro anos, no Brasil há uma pequena distorção.<br />
Nosso ciclo <strong>de</strong> marketing no esporte olímpico é <strong>de</strong> dois anos. É difícil conseguirmos emplacar<br />
um relacionamento mais longo porque tem a Copa do Mundo. Nos Jogos do Rio,<br />
por exemplo, as empresas só começaram a ativar em 2014, após a Copa. Os patrocínios<br />
estavam assinados, mas a ebulição ocorre só <strong>de</strong>pois. A gente está fechando um plano<br />
comercial mais ousado, ouvimos o feedback das empresas que estiveram com a gente<br />
no último ciclo. Estamos ajustando nosso pacote <strong>de</strong> ofertas e nossa previsão é que em<br />
setembro a gente vá para a rua com mais força”.<br />
“A vida corporativa exige<br />
muita agilida<strong>de</strong>, nem<br />
sempre conseguimos<br />
aten<strong>de</strong>r a todos os compromissos.<br />
Por isso, entendi que, para não<br />
largar o esporte, o i<strong>de</strong>al é ter um<br />
treinamento diversificado, que<br />
explore estímulos diferentes e seja<br />
capaz <strong>de</strong> me dar mais disposição<br />
para o trabalho. Hoje, pratico<br />
vôlei, ioga, musculação, corrida<br />
e bicicleta”.<br />
Bruno Couto, head <strong>de</strong> marketing e<br />
comunicação da Motorola para o Brasil<br />
Encontros<br />
A Bridgestone, <strong>de</strong>tentora do naming right<br />
da Conmebol Libertadores, encontrou no<br />
futebol a “<strong>de</strong>sculpa” perfeita para aproximar<br />
pais e filhos na mesma paixão. A nova<br />
campanha da fabricante <strong>de</strong> pneus apostou<br />
em histórias reais para contar encontros<br />
<strong>de</strong> famílias. O novo filme institucional da<br />
marca é assinado pela Publicis Brasil e<br />
traz o posicionamento Your Journey, Our<br />
Passion. “Tivemos como inspiração relatos<br />
verda<strong>de</strong>iros e usamos este apreço às tradições<br />
como cenário”, explicou Domênico<br />
Massareto, CCO da Publicis.<br />
Quadrado<br />
O árbitro assistente <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o (VAR, do<br />
inglês Vi<strong>de</strong>o Assistant Referee), que <strong>de</strong>finiu<br />
inúmeros lances polêmicos durante<br />
o Mundial na Rússia, acaba <strong>de</strong> chegar à<br />
Copa do Brasil. A nova tecnologia, inclusive,<br />
já está sendo patrocinada. A Semp<br />
TCL se tornou patrocinadora oficial CBF/<br />
VAR do torneio, por meio <strong>de</strong> sua marca<br />
<strong>de</strong> televisores TCL. Durante os jogos, a<br />
marca TCL está presente na sala <strong>de</strong> árbitro<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, nos monitores <strong>de</strong>sta sala,<br />
nas mensagens <strong>de</strong> revisão dos telões e<br />
no totem <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o utilizado para revisão<br />
do árbitro <strong>de</strong> campo.<br />
50 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marcas<br />
Renault e McDonald’s se juntam em<br />
campanha e escolhem po<strong>de</strong>roso trio<br />
Anitta, Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso espalham promoção que<br />
vai dar 100 carros; cantora dá voz à releitura <strong>de</strong> famoso jingle do Big Mac<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
promoção Girou, Ligou,<br />
A Ganhou, da Renault, está<br />
<strong>de</strong> volta, mas <strong>de</strong>sta vez com o<br />
apoio do McDonald’s e um combo<br />
<strong>de</strong> influenciadores. Anitta,<br />
Marina Ruy Barbosa e Bruno<br />
Gagliasso, que juntos somam<br />
quase 70 milhões <strong>de</strong> seguidores<br />
somente no Instagram, são<br />
embaixadores da marca <strong>de</strong> carros<br />
e participam da campanha<br />
criada pela DPZ&T.<br />
A promoção vai distribuir<br />
100 automóveis Kwids ao público,<br />
20 na hora do teste da<br />
chave e 80 por sorteio. Fe<strong>de</strong>rico<br />
Goyret, diretor <strong>de</strong> marketing da<br />
Renault do Brasil, afirma que é<br />
a maior promoção do mercado<br />
automobilístico. “Antigamente,<br />
era uma semana, agora vai durar<br />
três. Eram cinco carros, este<br />
ano serão 100. Anitta, Marina e<br />
Bruno têm um impacto gigantesco,<br />
nunca houve uma campanha<br />
com três celebrida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sse calibre juntas”, diz.<br />
A agência cuida dos dois<br />
anunciantes e criou uma comunicação<br />
que mescla ambos.<br />
O filme Espalha reúne Anitta,<br />
Marina e Bruno, além dos jornalistas<br />
especializados em celebrida<strong>de</strong>s<br />
Leão Lobo e Nelson<br />
Rubens. Já o filme Big Promoção<br />
tem Anitta cantando uma<br />
releitura do jingle do Big Mac.<br />
A artista também gravou ví<strong>de</strong>os<br />
para serem enviados pelo<br />
WhatsApp em grupos <strong>de</strong> família,<br />
do trabalho e <strong>de</strong> sacanagem.<br />
Para participar da promoção,<br />
é preciso ir a uma concessionária<br />
da Renault, escolher<br />
uma chave e tentar ligar o carro.<br />
Quem não tiver tanta sorte,<br />
po<strong>de</strong> participar do sorteio ou<br />
ter condições especiais na compra.<br />
Também há outra chance:<br />
quem comprar um Big Mac ou<br />
uma Mc Oferta no drive thru da<br />
re<strong>de</strong> ganha uma chave.<br />
NOVO OLHAR PARA CRIAR<br />
No lançamento da campanha,<br />
Anitta comparou o cobranding<br />
dos anunciantes ao que fez<br />
com outros artistas. Ela também<br />
analisou a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter 18 marcas associadas<br />
ao seu nome. “Sempre penso<br />
nas pessoas que vou influenciar<br />
ou mudar. Tenho muitas marcas,<br />
mas são as mesmas, as que<br />
eu acredito e combinem com<br />
quem eu sou, a minha forma <strong>de</strong><br />
trabalhar ou tenham apostado<br />
em mim <strong>de</strong> alguma maneira”,<br />
diz a cantora.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da DPZ&T, Edu<br />
Simon, disse que a escolha do<br />
trio visa impulsionar a campanha<br />
rapidamente, já que ela<br />
Divulgação<br />
Na foto acima, Anitta<br />
entre Rawicz e<br />
Fe<strong>de</strong>rico Goyret, da<br />
Renault; Gnypek, do<br />
McDonald’s; Simon<br />
e Rafael Urenha, da<br />
DPZ&T; No <strong>de</strong>staque,<br />
Annita, Marina e Bruno<br />
espallham promoção<br />
“não basta ter<br />
um excelente<br />
filme para TV.<br />
Precisamos pensar<br />
em conteúdo”<br />
Alê Oliveira<br />
dura cerca <strong>de</strong> 20 dias. “Com<br />
uma promoção <strong>de</strong>sse tamanho<br />
e com os objetivos <strong>de</strong> negócios,<br />
não basta ter um excelente filme<br />
para TV. Precisamos pensar<br />
em conteúdo. Criamos uma<br />
campanha <strong>de</strong> cauda longa, com<br />
formatos para o digital”, diz.<br />
Já Cláudio Rawicz, gerente<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da Renault, comentou<br />
que a promoção a levar<br />
pessoas às lojas. “Cada vez mais<br />
as pessoas <strong>de</strong>finem a jornada<br />
<strong>de</strong> compra no digital. Na loja,<br />
po<strong>de</strong>m conhecer os produtos,<br />
sentar no carro e ter uma experiência<br />
com a marca. E ao distribuir<br />
uma chave no drive thru, é<br />
para quem já tem um carro. A<br />
propensão <strong>de</strong> compra é maior,<br />
são proprietários”, comenta.<br />
Para Roberto Gnypek, VP <strong>de</strong><br />
marketing do McDonald’s Brasil,<br />
a transformação na publicida<strong>de</strong>,<br />
na tecnologia da comunicação<br />
e no hábito das pessoas<br />
inspirou a condução da campanha.<br />
“Nenhum consumidor vai<br />
prestar atenção e se engajar se<br />
a gente usar fórmulas antigas.”<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 51
marcas<br />
Konami lança PES 2019 e negocia<br />
a inserção <strong>de</strong> marcas no game<br />
Famoso jogo <strong>de</strong> futebol virtual já ven<strong>de</strong>u mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> cópias<br />
em todo o mundo; números atraem anunciantes e licenciamentos<br />
Renato Rogenski<br />
No último dia 7 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />
em São Paulo, a empresa<br />
japonesa Konami anunciou seu<br />
novo game <strong>de</strong> futebol Pro Evolution<br />
Soccer 2019, mais popularmente<br />
conhecido como PES,<br />
cuja franquia já ven<strong>de</strong>u mais <strong>de</strong><br />
100 milhões <strong>de</strong> cópias em todo<br />
o mundo. Para a ocasião, a <strong>de</strong>senvolvedora<br />
<strong>de</strong> jogos fez um<br />
evento na Red Bull Station, em<br />
São Paulo, com a presença <strong>de</strong><br />
gamers, imprensa, executivos,<br />
e o jogador Nenê, que é um dos<br />
embaixadores do jogo no Brasil<br />
ao lado do atacante Dudu.<br />
Sob o conceito The Power<br />
of football, que tem guiado a<br />
estratégia <strong>de</strong> comunicação do<br />
produto, o lançamento também<br />
contou com a apresentação <strong>de</strong><br />
Mauro Beting e Milton Leite,<br />
respectivamente comentarista<br />
e narrador oficial da versão<br />
brasileira do PES 2019, além da<br />
presença <strong>de</strong> Luiz Florezi, diretor<br />
<strong>de</strong> marketing do São Paulo;<br />
Roberto Trinas, diretor <strong>de</strong><br />
marketing do Palmeiras, e Alex<br />
Watanabe, gerente <strong>de</strong> marketing<br />
do Corinthians. Os três<br />
clubes foram licenciados com<br />
exclusivida<strong>de</strong> para o game.<br />
Com números robustos <strong>de</strong><br />
vendas e bem distante <strong>de</strong> representar<br />
apenas uma brinca<strong>de</strong>ira<br />
<strong>de</strong> criança, o PES tem<br />
sua reputação consolidada e<br />
puxa também a marca Konami,<br />
que no Brasil tem a sua gestão<br />
feita pela MeZa. A agência foi<br />
quem planejou e <strong>de</strong>senvolveu<br />
todo material gráfico do evento<br />
<strong>de</strong> lançamento, ativações,<br />
produção e logística e, mais do<br />
que isso, <strong>de</strong>senhou a capa do<br />
produto para toda a América<br />
Latina, algo pela primeira vez<br />
feito fora do Japão. Além do<br />
branding, ela é a responsável<br />
no país por toda a mídia offline<br />
e todas as <strong>de</strong>mais ativações da<br />
empresa. “Trabalhar com a Konami<br />
é um <strong>de</strong>safio muito bom,<br />
porque lidamos com o sonho<br />
das pessoas. Nada é impossível<br />
O evento teve transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube e os participantes pu<strong>de</strong>ram jogar o PES 2019 em primeira mão<br />
André Bronzoni: executivo é o responsável pela venda <strong>de</strong> ativos <strong>de</strong>ntro do jogo<br />
para a empresa e ela sabe fazer<br />
a gestão do público e cativar fãs<br />
dando importância para cada<br />
feature. Precisamos <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong><br />
para acompanhar o produto,<br />
que trabalha com um target<br />
muito especifico e enorme<br />
bagagem emocional”, afirma<br />
Marcelo Zampini, copresi<strong>de</strong>nte<br />
Fotos: Divulgação<br />
“Precisamos <strong>de</strong><br />
flexibilida<strong>de</strong><br />
para acompanhar<br />
o produto, que<br />
trabalha com<br />
um target muito<br />
especifico”<br />
e CCO da MeZa.<br />
Jogado por incontáveis horas,<br />
incluindo campeonatos online<br />
e competições oficiais em<br />
todo o mundo, o game também<br />
atrai, naturalmente, a atenção<br />
das marcas. André Bronzoni,<br />
gerente <strong>de</strong> PES para Américas<br />
da Konami Digital Entertainment,<br />
por exemplo, revelou<br />
que a Adidas <strong>de</strong>senvolveu um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> chuteira exclusivamente<br />
para o PES 2019.<br />
O executivo é o responsável,<br />
com a ajuda da MeZa, pela<br />
venda <strong>de</strong> ativos <strong>de</strong>ntro do jogo,<br />
como as placas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
do campo, entre outras formas<br />
<strong>de</strong> inserção no game. A mais<br />
nova versão ainda não tem os<br />
patrocinadores fechados, mas<br />
Bronzoni confi<strong>de</strong>nciou que as<br />
negociações estão abertas.<br />
52 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marcas<br />
Samsung lança Galaxy Note 9 com<br />
o conceito “ainda mais po<strong>de</strong>roso”<br />
Comunicação <strong>de</strong> lançamento no Brasil será realizada pelas agências<br />
Cheil, Mutato e Rapp; público jovem, empreen<strong>de</strong>dor e criativo é o target<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
- <strong>de</strong> Nova York<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York, nos<br />
A Estados Unidos, mais uma<br />
vez foi palco do lançamento<br />
global da Samsung. No último<br />
dia 9, a companhia sul-coreana<br />
apresentou as funcionalida<strong>de</strong>s<br />
do novo Galaxy Note 9. O evento,<br />
que reuniu mais <strong>de</strong> três mil<br />
convidados mundo afora, revelou<br />
os diferenciais do aparelho<br />
que, traz uma S Pen (caneta)<br />
com novas funções.<br />
“A S Pen é o que diferencia o<br />
Galaxy Note <strong>de</strong> outros produtos.<br />
Entre as inovações <strong>de</strong>ste<br />
ano está a conexão Bluetooth,<br />
que faz com que a caneta <strong>de</strong>ixe<br />
<strong>de</strong> fazer apenas suas funções<br />
básicas e passe a atuar também<br />
como um controle remoto.<br />
Funcionalida<strong>de</strong>s como câmera,<br />
galeria <strong>de</strong> fotos, músicas e<br />
apresentações <strong>de</strong> powerpoint,<br />
por exemplo, po<strong>de</strong>m ser comandadas<br />
com a S Pen. Este é<br />
um gran<strong>de</strong> salto em relação a<br />
todos os outros aparelhos que<br />
tivemos no passado”, afirma<br />
André Varga, diretor sênior <strong>de</strong><br />
produtos da área <strong>de</strong> dispositivos<br />
móveis da Samsung Brasil.<br />
Armazenamento, bateria e<br />
velocida<strong>de</strong> também ganham<br />
<strong>de</strong>staque. Com um mo<strong>de</strong>lo que<br />
traz memória interna <strong>de</strong> 512 GB<br />
(há também outro <strong>de</strong> 128 GB),<br />
aliado a um cartão microSD <strong>de</strong><br />
outros 512 GB, o Note 9 po<strong>de</strong> ultrapassar<br />
1 TB <strong>de</strong> espaço. A bateria<br />
<strong>de</strong> 4.000 mAH chega com<br />
uma performance 21% maior do<br />
que o mo<strong>de</strong>lo anterior. Já o processador<br />
Octa-Core, 10nm vai<br />
garantir uma velocida<strong>de</strong> melhor<br />
para os fãs <strong>de</strong> games.<br />
A previsão <strong>de</strong> preço, cores<br />
(preto, lavanda, cobre e azul<br />
com S Pen amarela) e chegada<br />
ao mercado brasileiro ainda<br />
não foi <strong>de</strong>finida pela Samsung,<br />
mas a expectativa é que isso<br />
ocorra nos próximos meses.<br />
Os executivos Antonio Quintas, Chang Hoon Yoon, Loredana Sarcinella e André Varga, da Samsung Brasil<br />
Conceito<br />
Com o mote Novo Note. Ainda<br />
mais po<strong>de</strong>roso, a campanha<br />
<strong>de</strong> lançamento do Galaxy Note<br />
9 no Brasil vai contar com ações<br />
realizadas por três agências.<br />
Cheil, Mutato e Rapp vão trabalhar<br />
a comunicação do smartphone<br />
em diferentes plataformas.<br />
Já a Leo Burnett Tailor<br />
Ma<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sta vez, realizou o war<br />
room para o lançamento.<br />
“A agência Cheil, que está<br />
nos ajudando a <strong>de</strong>senvolver<br />
toda a parte <strong>de</strong> conceito, será<br />
responsável pelos filmes que<br />
vão para a televisão, tanto<br />
a aberta quanto a fechada. A<br />
Mutato, que é a nossa agência<br />
digital, será responsável por<br />
todo o nosso posicionamento e<br />
comunicação com os consumidores<br />
nas plataformas digitais.<br />
E a Rapp será a responsável por<br />
toda a parte <strong>de</strong> CRM, e-mail<br />
marketing e push notification”,<br />
revela Loredana Sarcinella, diretora<br />
<strong>de</strong> marketing da divisão<br />
<strong>de</strong> dispositivos móveis da Samsung<br />
Brasil.<br />
“A Cheil será<br />
responsável<br />
pelos filmes<br />
que vão para a<br />
televisão aberta<br />
e fechada”<br />
Divulgação<br />
A campanha, com veiculação<br />
em todos os meios, terá<br />
foco principal em um público<br />
jovem, empreen<strong>de</strong>dor, criativo<br />
e que possui uma nova maneira<br />
<strong>de</strong> trabalhar. “É um grupo que<br />
não separa o que é trabalho,<br />
paixão e vida pessoal. Para isso,<br />
vamos trabalhar toda a comunicação<br />
com três embaixadores<br />
que possuem o perfil da marca:<br />
o jornalista Pedro Andra<strong>de</strong>, que<br />
já havia realizado o lançamento<br />
do Note 8; a apresentadora<br />
Didi Wagner, que dará um toque<br />
feminino e <strong>de</strong> mulher empreen<strong>de</strong>dora<br />
e multifacetada;<br />
e o canal do YouTube, Coisa <strong>de</strong><br />
Nerd, com Leon e Nilce, on<strong>de</strong><br />
vamos mostrar e reforçar toda<br />
a parte <strong>de</strong> processamento e as<br />
inovações na área <strong>de</strong> games”,<br />
comenta Loredana.<br />
Questionados sobre a estratégia<br />
<strong>de</strong> ter dois lançamentos<br />
flagships por ano, a Samsung<br />
revela que isso reforça a presença<br />
da marca no mercado.<br />
“Por mais que tenhamos uma<br />
estratégia global, regionalmente,<br />
a execução é diferente em<br />
cada país. Na Coreia e na Índia,<br />
por exemplo, o principal flagship<br />
é o Note, e a linha S seria<br />
um produto complementar.<br />
Os lançamentos são realizados<br />
em dois semestres diferentes<br />
e essa é a fórmula <strong>de</strong> sucesso<br />
da marca no mercado global. A<br />
nossa expectativa é que o Note<br />
9 seja um campeão <strong>de</strong> vendas,<br />
assim como o seu antecessor”,<br />
diz Vargas.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 53
marcas<br />
Chevrolet apresenta primeiro filme<br />
<strong>de</strong> varejo criado pela WMcCann<br />
Comercial com produção <strong>de</strong> Fernando Meirelles traz o posicionamento A<br />
vida é assim..., que vai nortear toda a publicida<strong>de</strong> da montadora no Brasil<br />
Após a conquista da unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> varejo da Chevrolet há<br />
cerca <strong>de</strong> três meses, antes na<br />
Publicis Brasil, a Commonwealth//McCann,<br />
área da WMc-<br />
Cann exclusiva para a marca,<br />
apresentou no último dia 7 a<br />
primeira campanha <strong>de</strong>ssa nova<br />
etapa do anunciante nos canais<br />
<strong>de</strong> mídia.<br />
A ação lança o novo posicionamento<br />
A vida é assim..., que<br />
vai nortear <strong>de</strong> agora em diante<br />
a publicida<strong>de</strong> da montadora<br />
norte-americana no mercado<br />
brasileiro, em que é lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
vendas. A produção executiva é<br />
assinada por Fernando Meirelles,<br />
cofundador da O2 Filmes,<br />
com direção <strong>de</strong> Paulo Caruso e<br />
Ale Pellegrino.<br />
A campanha conta com filmes<br />
para TV, ação <strong>de</strong> merchan-<br />
VAR lança promoção da Fiat que<br />
oferece carro grátis após test drive<br />
Campanha tem assinatura da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> com filme para<br />
TV, spots <strong>de</strong> rádio e ví<strong>de</strong>os para o Stories do Instagram e Facebook<br />
Multidisplinar, com flight no<br />
meio televisão, rádio e no<br />
digital com ví<strong>de</strong>os para o Stories<br />
do Instagram e Facebook,<br />
além do YouTube, e promoção,<br />
a campanha Fiat melhor direção<br />
tem como estrela o comercial<br />
VAR, inspirado no árbitro <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />
usado pela Fifa na Copa da<br />
Rússia. A criação do projeto <strong>de</strong><br />
mídia tem a assinatura da Leo<br />
Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>. A parte<br />
promocional foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
pela TV1 Experience.<br />
O filme VAR mostra uma<br />
personagem chegando à concessionária<br />
acompanhada <strong>de</strong><br />
um ven<strong>de</strong>dor após test drive no<br />
mo<strong>de</strong>lo Fiat Toro. O ven<strong>de</strong>dor<br />
informa que a cliente já está habilitada<br />
ao sorteio <strong>de</strong> um carro<br />
Rodrigues, segundo da esq. para a dir., com profissionais da agência, cliente e produtora<br />
dising, forte presença na plataforma<br />
digital e out of home,<br />
<strong>de</strong>stacando os features <strong>de</strong> quase<br />
todos os veículos da marca<br />
Divulgação<br />
As agências Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> e TV 1 Experience são responsáveis pela nova campanha da Fiat, marca da holding FCA<br />
zero-quilômetro. Ela duvida da<br />
informação. Hora do aten<strong>de</strong>nte<br />
simular o gesto do ví<strong>de</strong>o assistant<br />
referee. Outros dois filmes<br />
estão programados: Promoção,<br />
produzidos no Brasil, como o<br />
Onix, Prisma, Cruze, Spin, Tracker<br />
e S10. “Nosso objetivo foi<br />
mostrar, <strong>de</strong> forma interativa e<br />
integrada, não só como os mo<strong>de</strong>los<br />
Chevrolet estão presentes<br />
na vida das pessoas, mas<br />
principalmente evi<strong>de</strong>nciar o<br />
significado e a relevância da<br />
passagem <strong>de</strong>sses momentos ao<br />
longo da vida <strong>de</strong>las, e <strong>de</strong> como<br />
os carros Chevrolet estão aí<br />
para atendê-las”, afirma Hugo<br />
Rodrigues, chairman e CEO da<br />
WMcCann.<br />
“Recentemente, a Chevrolet<br />
promoveu a maior renovação<br />
<strong>de</strong> portfólio da história <strong>de</strong> uma<br />
marca no Brasil. Nós introduzimos<br />
e popularizamos tecnologias<br />
como a transmissão <strong>de</strong> seis<br />
velocida<strong>de</strong>s em carros pequenos<br />
e médios, conectivida<strong>de</strong><br />
total com o Mylink e telemática<br />
através do OnStar”, acrescenta<br />
Hermann Mahnke, diretor <strong>de</strong><br />
marketing da Chevrolet.<br />
Divulgação<br />
para Fiat Cronos, e Vó, para Fiat<br />
Mobi. “Usamos o bom humor<br />
para <strong>de</strong>smistificar a imagem<br />
<strong>de</strong> que, para participar <strong>de</strong> promoções,<br />
o consumidor precisa<br />
passar por muitas etapas ou<br />
cadastros”, resume João Ciaco,<br />
diretor <strong>de</strong> comunicação, marketing<br />
e sustentabilida<strong>de</strong> da FCA<br />
para a América Latina.<br />
54 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
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