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Revista Apólice #235

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está adiantada em termos de inovação.<br />

“Precisamos de calma, porque tratamos<br />

de um mercado regulado e que lida com<br />

a vida dos segurados”.<br />

José Figueiredo Almaça, presidente<br />

da Autoridade de Supervisão de Seguros<br />

e Fundos de Pensão de Portugal, disse<br />

que o seu país possui uma arquitetura de<br />

sistema jurídico centrado na Lei do Contrato<br />

do Seguro. “O que tentamos fazer<br />

é que a regulação que existe atualmente<br />

seja através do contrato de seguro e que<br />

se possa abarcar todas as coisas novas.<br />

Na área financeira e de seguros já constituímos<br />

uma entidade, chamada Portugal<br />

Fin Lab. Nós, Banco Central e Comissão<br />

de Valores Mobiliários. O Conselho Nacional<br />

de Supervisores Financeiros irá<br />

tratar dos assuntos transversais aos três<br />

setores. Será feito o protocolo e assinado<br />

no início de setembro”, adiantou.<br />

Mudança efetiva na forma de<br />

fazer seguro<br />

❙❙Jorge Nasser, José Figueiredo Almaça e Joaquim Mendanha<br />

O diretor Global de Inovação da<br />

Mapfre, Josep Celaya, veio para mostrar<br />

que, pela primeira vez, é possível que<br />

haja mudanças no modelo do mercado<br />

de seguros, que é o mesmo há mais de<br />

600 anos. “Estamos no Topping Point.<br />

Se o seguro funcionou da mesma forma<br />

nos últimos seis séculos, agora ele pode<br />

passar por transformações, e de forma<br />

rápida”.<br />

A mudança será significativa porque<br />

há uma combinação de fatores. Em<br />

primeiro lugar, há uma mistura de novas<br />

tecnologias que impactaram diretamente<br />

o setor, como os smartphones, a Inteligên-<br />

❙❙<br />

Caribou Honig, fundador do Insurtech Connect<br />

cia Artificial, o Blockchain e o Machine<br />

Learning. Em Blockchain, por exemplo,<br />

existe na Europa a Iniciativa da Indústria<br />

do Seguro Blockchain, da qual a Mapfre<br />

faz parte - a empresa já tem um produto<br />

de seguro de riscos catastróficos via blockchain<br />

e os distribui para empresas que<br />

têm esta demanda.<br />

O segundo fator indicativo de mudança<br />

é que a tecnologia e o negócio<br />

passaram a ser a mesma coisa. “Os<br />

profissionais precisam entender das duas<br />

realidades unidas. Não podemos esperar<br />

que os CEOs não sejam tecnólogos. E<br />

vice-versa”, sentenciou Celaya.<br />

A transformação na natureza do<br />

negócio é o terceiro ponto indicativo<br />

de uma mudança acentuada. Antes, os<br />

atuários pegavam os dados estatísticos e<br />

tentavam-se predizer o valor do risco a<br />

ser segurado. “A tecnologia deve mudar<br />

isso, porque as seguradoras podem passar<br />

a ser gestoras de risco, atuando na sua<br />

prevenção. O modelo é totalmente novo”,<br />

advertiu o executivo espanhol.<br />

“A quarta razão que nos leva a mudança<br />

transcendental são os ecossistemas<br />

e plataformas digitais. Existe um ator<br />

principal, mas qualquer um que queira<br />

vender um produto para um cliente precisa<br />

ir a uma loja digital (Google Play e<br />

Apple Store)”, lembrou Celaya. O negócio<br />

agora se faz através de um ator principal.<br />

Os grandes players como Apple, Amazon,<br />

AliBaba criaram seus ambientes digitais<br />

e são intermediários de negociações.<br />

A realidade é que as companhias seguradoras<br />

não estão conseguindo criar<br />

ecossistemas como estes, mas precisam<br />

se adequar a eles.<br />

No mercado segurador as mudanças<br />

vão acontecer no nível do empreendedorismo<br />

das startups. Uma coisa importante<br />

das insurtechs é que elas têm uma<br />

proximidade colaborativa com o setor.<br />

“Para este modelo de cooperação temos<br />

que pensar em investimentos e no relacionamento<br />

com instituições de ensino,<br />

pois muitos destes novos empreendedores<br />

saem do espaço acadêmico”, disse<br />

Celaya, citando o exemplo da Mapfre na<br />

Espanha.<br />

O setor vai continuar com a sua<br />

importância, mas é preciso questionar se<br />

os players continuarão sendo os mesmos<br />

daqui a 50 anos.<br />

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