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comunicação e expressão<br />
por J. B. Oliveira*<br />
Porque os Homens não estão<br />
mais amando as Mulheres!<br />
As mulheres mudaram muito, mas muito mesmo,<br />
ao longo do tempo.<br />
Lá atrás, no passado, eram extremamente submissas,<br />
pacíficas, passivas, até.<br />
Imaginem que Sara, mulher do patriarca Abraão,<br />
chamava-o de senhor!<br />
Aqui, no nosso Brasil varonil (varonil mesmo,<br />
no sentido de “varão”, homem), as mulheres tinham<br />
posição de inferioridade registrada em lei! Lei 3071 de<br />
1º de janeiro de 1916 – Código Civil Brasileiro – que<br />
definia a mulher casada como incapaz de realizar certos<br />
atos e previa que ela necessitava da autorização do<br />
marido para exercer diversas atividades, incluindo a de<br />
ter uma profissão ou receber uma herança! Ao se casar,<br />
a mulher perdia sua plena capacidade, tornando-se<br />
relativamente incapaz, à semelhança dos índios, dos<br />
pródigos e dos menores púberes (entre 16 e 18 anos).<br />
Sequer votar elas podiam!<br />
Só em 1932 – mesmo ano de nossa gloriosa<br />
Revolução Constitucionalista – elas adquiriram esse<br />
direito, através do Decreto 21.076, de 24/02/32. “Meio<br />
direito”, na verdade, porque havia restrições: votavam<br />
só as casadas, com autorização do marido; as viúvas e<br />
as solteiras que tivessem renda própria! A Constituição<br />
de 1934 eliminava essas exigências, mas estabelecia<br />
apenas o voto masculino como obrigatório, diferença<br />
finalmente afastada na Carta de 1946.<br />
Entretanto, no Rio Grande do Norte, em 1927, o<br />
artigo 17 da lei eleitoral dizia que, no Estado, poderiam<br />
“votar e ser votados, sem distinção de sexo” todos os<br />
cidadãos. Bastou isso para que despontasse a primeira<br />
eleitora do Brasil: Celina Guimarães Viana! Então,<br />
em 1929, no mesmo estado, Alzira Soriano tornou-se<br />
a primeira prefeita do Brasil e da América do Sul,<br />
vencendo Sérvulo Pires Neto Galvão, recebendo 60%<br />
dos votos!<br />
1962 marca nova conquista feminina: a Lei 4121,<br />
o Estatuto da Mulher Casada que, entre outras coisas,<br />
concede o direito de viajar sem autorização do marido<br />
e de gerenciar seus bens patrimoniais. A Lei do<br />
Divórcio, contida na Emenda Constitucional número<br />
9, de 28/06/1977, regulamentada pela Lei 6.515, amplia<br />
seus direitos e liberdades, e tudo se coroa com a<br />
Constituição de 1988, que equipara homens e mulheres<br />
em direitos e obrigações!<br />
Mas, só para se ter uma ideia do que ocorria nos<br />
anos 1950 e 1960, eis algumas recomendações de<br />
revistas femininas às mulheres de então:<br />
“Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas”<br />
(Jornal da Moças, 1957).<br />
“Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa<br />
deve redobrar seu carinho e provas de afeto, sem<br />
questioná-lo (Cláudia, 1962).<br />
“A mulher deve fazer o marido descansar nas horas<br />
vagas, servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada<br />
de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas”<br />
(Jornal das Moças, 1959).<br />
“O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira<br />
o matrimônio. ELE é quem decide – sempre. (<strong>Revista</strong><br />
Querida, 1953).<br />
“O lugar da mulher é no lar. O trabalho fora de<br />
casa masculiniza” (<strong>Revista</strong> Querida, 1955)!<br />
Nos nossos dias, entretanto, tudo, tudo mudou!<br />
Na própria Copa, vimos uma bela e esfuziante<br />
loira distribuindo sorrisos e simpatia. Não era apenas<br />
uma torcedora da surpreendente Croácia. Era sua<br />
Presidente Kolinda Grabar-Kiatrovic!<br />
Cá, no Brasil, além de comandar postos-chave nos<br />
mundos corporativo, político, social e que tais, o Judiciário<br />
está sob sua absoluta chefia: Advocacia-Geral<br />
da União: Grace Mendonça; Procuradoria-Geral da<br />
República: Raquel Dodge; Presidência do Superior<br />
Tribunal e Justiça: Laurinda Vaz e Presidente do<br />
Supremo Tribunal Federal: Cármen Lúcia!<br />
Por tudo isso é que os Homens não estão mais<br />
amando as Mulheres.<br />
Hoje, mais do que nunca, os Homens estão A<br />
MANDO DAS mulheres!<br />
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />
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