insurtech & inovação Diversidade de temas Um dos pontos altos do evento foi a quantidade de temas discutidos em palestras simultâneas. Blockchain, seguro automóvel, inteligência artificial, mobilidade, facilidades para o corretor de seguros. Mostramos a seguir apenas uma mostra do que foi apresentado: ❱❱ Aplicação de IoT: Heitor Ohara, diretor de planejamento da SegPartners Brasil, falou da “IoT (Internet of Things) como ferramenta de mudanças no seguro de Auto”. Para Ohara, o que favorece a utilização dessa ferramenta é a queda do custo de armazenamento de dados. “No caso dos automóveis entra a Telemática, que acelera todo o processo”, comentou. Outro ponto mencionado são os fatores de riscos, que mudaram ao longo dos tempos. “Agora, novos sensores trazem mais informações como distância, velocidade, tempo no trânsito, dados da rota, entre outras coisas. Tudo vem para somar para justificar a precificação”, explicou. ❱❱ Tecnologia em prol do usuário: “A tecnologia não substitui o corretor, mas agrega valor”. A frase é de Enrico Ventura, diretor-gerente de Operações e Sinistro da Bradesco Auto. “O mundo digital permite que os clientes interajam mais com seus produtos e serviços contratados de diversos segmentos, de forma diária, melhorando o uso e a percepção com relação ao que estão comprando”, acredita Ventura. Ele entende ainda que é preciso estar 24 horas presente em várias plataformas, inclusive de geolocalização como o Waze, com o máximo de qualidade no atendimento. ❱❱ E qual seria o entrave para que o mercado de seguros esteja mais inserido digitalmente? “Cultura”, disse Cristiano Barbieri, diretor de Inovação, Analytcs e Tecnologia da SulAmerica. “É preciso entender que tem de mudar, fazer plano de mudança e executar. Para que isso aconteça, ter um time com diversidade é importante”, completou. Segundo ele, com um time diversificado, o pensamento também é diversificado. “É imprescindível ter gente que pense ‘fora da caixa’”, enfatizou. Ainda de acordo com executivo, a SulAmerica vem obtendo sucesso quando começou a mudar o seu “mindset”. ❱❱ Wilson Leal, diretor de Tecnologia da Tokio Marine, ressaltou que “hoje o usuário é mais exigente, qualificado e está presente em vários canais. O cliente é influente e gosta de acompanhar e compartilhar suas experiências, quer sempre novidades e respostas rápidas. O desafio é entender o que eles querem e fazer os produtos como eles querem. Temos uma grande jornada pela frente”, refletiu. ❱❱ Corretora de Seguros digital: O foco dos prestadores de serviços de seguros deve ser o cliente. Esta é a recomendação de Ingo Weber, CEO e co-fundador do Digital Insurance Group, eleita a melhor corretora de seguros da Europa. Para ele, é fundamental atender à necessidade do cliente e mudar algumas práticas do mercado como a de “punir” o consumidor por comportamentos ruins. Este modelo se inverteu para o de “recompensar aqueles com comportamento positivo”. Se por um lado a tecnologia promove maior eficiência, ela certamente traz também mais concorrentes, de acordo com Weber. “O cenário hoje é brutal, todos lutam pelo mesmo cliente, que apenas quer mais facilidade”, afirmou. Além de outras seguradoras e bancos, entram em cena plataformas de ofertas variadas de produtos e serviços, como a chinesa Alibaba, onde o consumidor encontra várias soluções em um único endereço. ❱❱ Bankassurance: Heverton Peixoto, CEO do ZIM, deu um aviso em sua palestra: “se você atua no mercado de seguros brasileiro, esse assunto vai impactar os seus negócios”. Segundo o executivo, o modelo bankassurance tem se firmado como um dos principais canais de venda de seguros e passará por uma fase desafiadora no Brasil. Ele salientou que essa modalidade conta com uma transação bancária que absorve seguros; sejam eles vendidos, comprados ou que substituem os produtos financeiros. “No Brasil, grande parte dos seguros vendidos obedece a essa demanda”. De acordo com ele, esse modelo tem 42% do mercado de seguros. Segundo o executivo, nos últimos 25 anos, o modelo de bankassurance se tornou um dos principais canais de venda do mercado de seguros. Para ele, entre as causas para isso estão: o sentimento de confiança do cliente em relação à rede bancária; e o fato de que a maior parte das vendas em seguros é feita de forma presencial (com o cliente dentro de uma agência bancária, o que propicia a oferta de um seguro). 44
45