Analytica 96
Artigo científico Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde Nova seção: Espectrometria de massas O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica Microbiologia Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter Complemento normativo Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema E muito mais.
Artigo científico
Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à saúde
Nova seção: Espectrometria de massas
O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a espectrometria de massas e a química analítica
Microbiologia
Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter
Complemento normativo
Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento com as normas vigentes sobre o tema
E muito mais.
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REVISTA<br />
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Ano 16 - Edição <strong>96</strong> - Ago/Set 18<br />
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ARTIGO 2<br />
Florações de cianobactérias e cianotoxinas:<br />
levantamento de risco à saúde<br />
NOVA SEÇÃO: ESPECTROMETRIA DE MASSAS<br />
O professor Oscar Bustillos apresenta as relações entre a<br />
espectrometria de massas e a química analítica<br />
MICROBIOLOGIA<br />
Uma revisão sobre o bacilo Cronobacter<br />
COMPLEMENTO NORMATIVO<br />
Agora, ao fim de todos os artigos, um complemento<br />
com as normas vigentes sobre o tema<br />
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REVISTA<br />
REVISTA<br />
Ano 16 - Edição <strong>96</strong> - Ago/Set 18<br />
Ano 16 - Edição <strong>96</strong> - Ago/Set 18<br />
ÍNDICE<br />
EDITORIAL<br />
Artigo 1 10<br />
05 Editorial<br />
06 Agenda<br />
Não há conhecimento<br />
que não tenha valor<br />
Determinação de cádmio<br />
em rochas utilizando um sistema<br />
homogêneo de solventes e<br />
espectrofotometria UV-VIS<br />
16 / 30 / 59<br />
Autores:<br />
Karina da Silva Alves1<br />
Alex Magalhães de Almeida2<br />
Frederico de Oliveira Silva3<br />
Anísio Claudio Rios Fonseca4<br />
Complemento<br />
Normativo<br />
Artigo 2 18<br />
Florações de cianobactérias e<br />
cianotoxinas: levantamento de risco à saúde<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
Um dos princípios da <strong>Analytica</strong> é que o conhecimento nunca é demais e informação é base<br />
fundamental para isso. Por esse motivo, nessa edição anunciamos duas novas seções para alegria<br />
de nossos leitores.<br />
Primeiramente, iniciamos na <strong>Analytica</strong> <strong>96</strong> uma parceria com a Arena Técnica, em que será<br />
fornecido para os leitores, as principais normas vigentes que se relacionam aos artigos publicados<br />
por nós. Nessa área chamada “Complemento normativo”, os leitores poderão contar com as<br />
normas publicadas pelos principais órgãos internacionais. Isso facilitará e muito os profissionais<br />
dessa área em suas pesquisas e na obtenção de mais informações sobre o tema.<br />
Além disso, nessa mesma área, a <strong>Analytica</strong>, via Arena Técnica, a cada edição irá oferecer<br />
as normas atualizadas para acreditação de laboratórios. Muito importante para a manutenção e<br />
atualização das normas vigentes nacionais e internacionais.<br />
Nossa segunda novidade é a seção “Espectrometria de Massas”. Assinada pelo pesquisador e<br />
físico Oscar Vega Bustillos, o espaço tem como objetivo esmiuçar essa técnica e, a cada edição,<br />
oferecer para nossos leitores conceitos e casos, de como pode ser aplicada nas mais diversas<br />
áreas industriais. Imperdível.<br />
Não deixe de conferir nossa seção de microbiologia, com uma revisão interessantíssima<br />
acerca do Cronobacter.<br />
31 Em foco Científico<br />
Boa leitura.<br />
32 Microbiologia<br />
38<br />
Arena Técnica<br />
Análise de Minerais 40<br />
34<br />
Metrologia<br />
36 Espectrometria de Massas<br />
48 Em foco<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | MÉDICO | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
Fale com a gente<br />
Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
11 3900-2390 | Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />
Expediente<br />
Realização: DEN Editora<br />
Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@newslab.com.br<br />
Jornalismo: Paolo Enryco - MTB nº. 0082159/SP | editoria@revistaanalytica.com.br<br />
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5
agenda<br />
U.S. Pharmacopeia<br />
Agenda 2018<br />
43º Congresso da Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBf)<br />
Data: 27 e 30/09/2018<br />
Local: Mendes Plaza Hotel - Santos / SP<br />
Informações: sbbf.org.br/xliiisbbf2018/<br />
InnoPharma Conference<br />
Data: 18/10/2018<br />
Local: Rio de Janeiro / RJ<br />
Informações: innopharma.com.br<br />
V Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizantes<br />
Data: 26 a 28/11/2018<br />
Local: Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) - Rio de Janeiro / RJ<br />
Informações: cbmri.org.br<br />
BrMass 2018 | 7ª Conferência de Espectrometria de Massa<br />
Data: 08 a 12/12/2018<br />
Local: Hotel Windsor Barra - Rio de Janeiro / RJ<br />
Informações: congresso2018.brmass.com<br />
7º Simpósio Internacional de Mecânica dos Sólidos<br />
Data: 15 a 17/04/2019<br />
Local: Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP - São Carlos / SP<br />
Informações: eventos.abcm.org.br/mecsol2019/<br />
6<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
7th Latin American Pesticide Residue Workshop (LAPRW)<br />
Data: 05 a 09/05/2019<br />
Local: Foz do Iguaçu / PR<br />
Informações: contato@laprw2019.com.br | (55) 3220 9458<br />
Analitica Latin America<br />
Data: 24 a 26/09/2019<br />
Local: São Paulo Expo - São Paulo / SP<br />
Informações: analiticanet.com.br<br />
CURSOS<br />
Sociedade Brasileira de Metrologia - Cursos EAD<br />
03/09 a 14/09 - Avaliação da conformidade<br />
10/09 a 24/09 - Análise e interpretação da Norma ABNT NBR ISO 15189<br />
17/09 a 25/09 - Fundamentos da metrologia<br />
24/09 a 10/20 - Incerteza da medição<br />
01/10 a 16/10 - Sistema de gestão da qualidade laboratorial NBR ISO / IEC 17025<br />
08/10 a 15/10 - Indicadores de desempenho da qualidade<br />
22/10 a 01/11 - Auditoria interna<br />
Mais informações em: metrologia.org.br<br />
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Ano 16 - Edição <strong>96</strong> - Ago/Set 18<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Índice remissivo de anunciantes<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante<br />
pág<br />
Analitica Lab 27<br />
Air Products 23<br />
Arena Técnica 25<br />
BCQ 60<br />
BRMASS 57<br />
Bruker do Brasil 17<br />
Greiner 51<br />
Anunciante<br />
pág<br />
Las do Brasil 49<br />
Nova Analítica 33 | 59<br />
U.S Pharmacopeia 7<br />
Prime Cargo 15<br />
Vacuubrand 53<br />
Veolia 2 - 3<br />
Waters 47<br />
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A Revista <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas<br />
para publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato<br />
com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong><br />
publica editoriais, artigos originais, revisões,<br />
casos educacionais, resumos<br />
de teses etc. Os editores levarão em<br />
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e o controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas<br />
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Os autores deverão informar todo e<br />
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em particular aqueles de natureza<br />
financeira relativo a companhias interessadas<br />
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ou processos que estejam relacionados<br />
com a contribuição e o manuscrito<br />
apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o<br />
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do artigo, bem como a participação<br />
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em inglês. O Resumo e o Abstract<br />
deverão conter as palavras-chave<br />
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original, para uma perfeita reprodução.<br />
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e enviados por e-mail, ordenados<br />
em título, nome e sobrenomes completos<br />
dos autores e nome da instituição<br />
onde o estudo foi realizado. Além disso,<br />
o nome do autor correspondente, com<br />
endereço completo fone/fax e e-mail<br />
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por resumo, palavras-chave, abstract,<br />
keywords, texto (Ex: Introdução, Materiais<br />
e Métodos, Parte Experimental,<br />
Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
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texto com o sobrenome do devido autor,<br />
seguido pelo ano da publicação,<br />
segundo norma ABNT 10520.<br />
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referência citadas no texto devem vir<br />
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autor em primeiro lugar seguido pela<br />
sigla do prenome. Ex.: sobrenome, siglas<br />
dos prenomes. Título: subtítulo do<br />
artigo. Título do livro/periódico, volume,<br />
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Isso se deve ao fato que, tendo em vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico<br />
-, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além disso, por questões estratégicas, a revista é<br />
bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma média de três<br />
artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem<br />
seu material em outras publicações.<br />
8<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Conselho Editorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da<br />
Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de<br />
Cromatografia (CROMA) do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos Eberlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria<br />
de Massas e Sociedade Internacional de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S<br />
Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley<br />
Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação<br />
Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta Edição:<br />
Aldoney Freire Costa, Alex Magalhães de Almeida, Alisson Cruz, Anísio Claudio Rios Fonseca, Bruno Castro, Claudio Kiyoshi Hirai, Eduardo Melo,<br />
Frederico de Oliveira Silva, Karina da Silva Alves, Luciano Procópio da Silva, Marcelo da Luz Santos, Oscar Vega Bustillos e Renata Cristine<br />
Manfrinato Reis<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />
A/C: Paolo Enryco – redação<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 412 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />
Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Para outras informações acesse: http://www.revistaanalytica.com.br/publique/<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
9
artigo 1<br />
10<br />
Determinação de cádmio<br />
em rochas utilizando um sistema<br />
homogêneo de solventes e<br />
espectrofotometria UV-VIS<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Resumo<br />
O cádmio é um elemento que origina de materiais rochosos<br />
e apresenta grande importância para a indústria, possuindo<br />
também um aspecto toxicológico grave para os seres<br />
vivos, pelo fato de ser acumulativo ao longo da cadeia alimentar,<br />
semelhante ao mercúrio, prejudicando assim o homem,<br />
que se encontra no topo desta cadeia. Este aspecto torna o<br />
desenvolvimento de metodologias para monitoramento e determinação<br />
de cádmio de suma importância. Este trabalho<br />
objetiva a identificação de cádmio em rochas do tipo galena, e<br />
baseia-se em reações de complexação e no uso de espectrofotometria<br />
UV-VIS. O método desenvolvido utiliza um sistema<br />
ternário de solventes para promover a formação do composto<br />
coordenado constituído pelo metal e o reagente 8-hidroxiquinolina.<br />
O sistema reacional é constituído por água, acetona<br />
e álcool n-butílico nas proporções %m/m de 29,41: 36,03:<br />
34,56 respectivamente. O complexo formado apresentou um<br />
máximo absorvância em 370nm e uma curva de calibração<br />
caracterizada pela equação: ABS = 0,0572[Cd] + 0,059,<br />
com R²= 0,9859. As amostras analisadas em triplicata apresentaram<br />
um percentual de 1,26% do metal na rocha.<br />
Palavras-chave: espectrofotometria UV-VIS, Sistema<br />
ternário de solventes, complexo metálico.<br />
Autores:<br />
Karina da Silva Alves1<br />
Alex Magalhães de Almeida2<br />
Frederico de Oliveira Silva3<br />
Anísio Claudio Rios Fonseca4<br />
1 - Acadêmica do curso de Bacharelado em Engenharia Química,<br />
Centro Universitário de Formiga-MG.<br />
2 - Professor e pesquisador do Centro Universitário de Formiga-MG.<br />
alexmalmeida42@yahoo.com.br Avenida Doutor Arnaldo de Senna,<br />
328 - Bairro Água Vermelha – Formiga-MG. CEP: 35570-000<br />
3 - Acadêmico do curso de Bacharelado em Engenharia Química,<br />
Centro Universitário de Formiga-MG.<br />
4 - Professor e pesquisador do Centro Universitário de Formiga-MG.<br />
Abstract<br />
Cadmium is an element that originates from rocky materials<br />
and is of great importance to industry. It also has a serious<br />
toxicological aspect for living beings, because it is cumulative<br />
along the food chain, similar to mercury, thus harming the<br />
human being is at the top of this chain. This aspect makes<br />
the development of methodologies for monitoring and<br />
determination of cadmium of paramount importance. This work<br />
aims at the identification of cadmium in rocks of the galena<br />
type, and is based on complexation reactions and the use of UV-<br />
VIS spectrophotometry. The developed method uses a ternary<br />
system of solvents to promote the formation of the coordinate<br />
compound constituted by the metal and the 8-hydroxyquinoline<br />
reagent. The reaction system consists of water, acetone and<br />
n-butyl alcohol in the proportions %w/w of 29,41:36,03:34,56<br />
respectively. The formed complex presented a maximum<br />
absorbance at 370 nm and a calibration curve characterized by<br />
the equation: ABS = 0,0572 [Cd] + 0,059, with R² = 0,9859.<br />
The samples analyzed in triplicate presented a percentage of<br />
1,26% of the metal in the rock.<br />
Keywords: UV-VIS spectrophotometry, solvent ternary<br />
system, metal complex.<br />
Imagem ilustrativa<br />
Introdução<br />
A galena é a principal fonte de<br />
extração de chumbo, sendo este<br />
metal facilmente identificado por<br />
ser um mineral de cor cinzenta, de<br />
baixa dureza e possuidor de brilho<br />
metálico. Diversos elementos podem<br />
ser encontrados neste mineral<br />
associados ao chumbo, entre eles<br />
o cádmio. Historicamente, essa rocha<br />
teve uma aplicação marcante<br />
nas telecomunicações onde foi<br />
usada como retificador para modulação<br />
de sinal nos primeiros receptores<br />
de rádio (ROCHA, 2012).<br />
O cádmio é um elemento químico,<br />
normalmente encontrado em<br />
minas de zinco e sua toxicidade é<br />
similar ao mercúrio, ou seja, possui<br />
alta toxicidade, este elemento<br />
é também encontrado em associação<br />
com o chumbo, e neste caso,<br />
na rocha galena. Algumas das diversas<br />
aplicações para o cádmio<br />
são as utilizações em pigmentos,<br />
ligas metálicas e semicondutores.<br />
Apesar das diversas aplicações<br />
na vida do ser humano, de cunho<br />
industrial, este elemento pode provocar<br />
diversos danos ambientais<br />
e agravar a saúde dos seres vivos<br />
(ROSA, 2013). O elemento metálico<br />
aqui estudado, apresenta características<br />
de ser maleável, dúctil e<br />
funde a 321°C. Dissolve-se lentamente<br />
em ácidos diluídos, com<br />
liberação de hidrogênio (VOGEL,<br />
1981). Os elementos metálicos na<br />
sua forma catiônica, podem formar<br />
compostos coordenados que permitem<br />
a sua identificação por técnicas<br />
espectrofotométricas.<br />
A espectrofotometria é utilizada<br />
para avaliar a presença qualitativa<br />
e quantitativa de metais em<br />
uma solução e determinar a sua<br />
concentração a partir de padrões<br />
conhecidos. A espectrofotometria<br />
UV-VIS consta entre os métodos<br />
mais utilizados nas determinações<br />
analíticas em diversas áreas. Sendo<br />
aplicada para determinações de<br />
compostos orgânicos, inorgânicos<br />
e para a determinação quantitativa<br />
de compostos contendo grupos<br />
absorventes. A região ultravioleta<br />
do espectro é geralmente considerada<br />
na faixa de 200 a 400 nm,<br />
e a região do visível entre 400 a<br />
800 nm (SEAMUS, 2009). Segundo<br />
Vogel (1981), em uma análise<br />
qualitativa inorgânica, utilizam-se<br />
amplamente as reações que levam<br />
à formação de complexos: um íon<br />
complexo (ou molécula) consta de<br />
um átomo central (íon) e vários ligantes<br />
intimamente acoplados a<br />
ele na região de coordenação do<br />
íon central, estes complexos absorvem<br />
energia na região do espectro<br />
no ultravioleta-visível.<br />
A reação de complexação utilizada<br />
neste trabalho, ocorre entre<br />
o elemento cádmio solubilizado em<br />
meio aquoso e o reagente complexante<br />
8-hidroxiquinolina que foi<br />
preparado em álcool n-butílico. O<br />
complexante 8-hidroxiquinolina, é<br />
um composto orgânico de fórmula<br />
molecular C9H7NO, com massa<br />
molar igual a 145,16g/mol e densidade<br />
1,03g/cm3, ponto de fusão<br />
74ºC e ponto de ebulição 267ºC. É<br />
amplamente utilizado na identificação<br />
de metais e em presença de<br />
luz sofre reação de decomposição,<br />
porém sua solubilidade em água<br />
é pequena sendo mais solúvel<br />
em solventes orgânicos (SAPELLI,<br />
2006). Para promover a interação<br />
entre o elemento e o reagente<br />
complexante fez-se uso de um<br />
sistema homogêneo de solventes,<br />
constituído por três componentes.<br />
Pode-se representar um sistema<br />
ternário empregando uma representação<br />
geométrica de um triângulo<br />
equilátero escalonado em<br />
valores percentuais. Desta forma,<br />
representa-se sistemas formados<br />
por misturas homogêneas de solventes,<br />
denominados fase única,<br />
no formato triangular, onde os vértices<br />
representam os valores percentuais<br />
dos componentes (CHA-<br />
GAS; CORRÊA; ALMEIDA,2014).<br />
Segundo Almeida (2003) os<br />
pontos localizados abaixo da curva<br />
binodal apresentam duas fases<br />
e os localizados acima da curva<br />
compõem a mistura homogênea<br />
de solventes. Os pontos localizados<br />
sobre a curva apresentam como<br />
característica uma solução turva,<br />
chamado de ponto de opalescência.<br />
Uma representação genérica<br />
de um sistema ternário pode ser<br />
Figura 1<br />
observada na Figura 1.<br />
Sistema Ternário<br />
Figura 1: Representação de um sistema<br />
ternário homogêneo de solventes<br />
evidenciando a curva binodal que<br />
divide as regiões de fase única e de<br />
duas fases.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Os sistemas fase única são utilizados<br />
na obtenção de compostos<br />
coordenados formados por metais<br />
em meio aquoso e o complexante<br />
em meio orgânico. Tal interação é<br />
realizado por um terceiro solvente<br />
denominado consoluto. Neste trabalho<br />
a determinação de cádmio<br />
será realizada com um sistema<br />
ternário homogêneo de solventes e<br />
espectrofotometria UV-VIS.<br />
Materiais e Métodos<br />
Os procedimentos analíticos<br />
adotados para o desenvolvimento<br />
deste trabalho estão subdivididos<br />
no estudo do sistema de solventes<br />
e o estudo das condições de reação<br />
para a formação do complexo, que<br />
serão descritos a seguir. Salienta-<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
11
12<br />
artigo 1<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
-se que todos os reagentes e soluções<br />
utilizados apresentam grau<br />
analítico ou superior, sendo empregado<br />
água deionizada em todas as<br />
etapas de preparo e diluições.<br />
Estudo das composições de<br />
solventes<br />
Inicialmente estudou-se a possibilidade<br />
de usar o sistema de solventes<br />
composto por água, álcool<br />
n-butílico e acetona. Para tanto<br />
empregou-se o estudo de titulação,<br />
onde os pares de solventes miscíveis<br />
entre si foram titulados com um<br />
terceiro solvente usado como titulante<br />
até o ponto de opalescência.<br />
Os pares constituíram se de porções<br />
definidas de água e acetona,<br />
que foram tituladas com n-butanol,<br />
e de porções definidas de acetona e<br />
álcool n-butílico titulados com água<br />
deionizada. Isto foi realizado visando<br />
obter o diagrama de Roozeboom<br />
para um melhor entendimento da<br />
região de fase única em que a mistura<br />
de solventes pode ser utilizada.<br />
O diagrama foi obtido com o uso<br />
do software ORIGIN e a avaliação<br />
da figura obtida, permitiu definir a<br />
composição do sistema a ser utilizado,<br />
em %m/m dos componentes na<br />
região monofásica.<br />
Estudo da complexação<br />
Obtendo-se o diagrama de Roozeboom,<br />
escolheu-se um ponto de<br />
mistura homogênea para iniciar<br />
os estudos reacionais. O ponto<br />
selecionado apresenta-se com<br />
proporções em %m/m, e estas foram<br />
convertidas em volumes para<br />
facilitar o procedimento de análise.<br />
Com os volumes definidos, foi<br />
preparada uma solução do agente<br />
complexante, 8-hidroxiquinolina<br />
em álcool n-butílico na concentração<br />
de 1,12x10-4 mol/L. E dando<br />
continuidade ao trabalho, utilizando<br />
de uma solução fase única composta<br />
por 4,0 mL de água, 6,0 mL<br />
de álcool n-butílico e 6,0 mL de<br />
acetona, obteve-se os espectros de<br />
absorbância em um espectrofotômetro,<br />
com cubeta de quartzo de<br />
1,0 cm de caminho óptico.<br />
Para a obtenção do max do<br />
complexo, realizou-se uma varredura<br />
entre 320 e 600 nm, empregando<br />
a solução homegenea<br />
que continha o complexo formado<br />
e outra contendo apenas o agente<br />
complexante. Utilizando o software<br />
Microsoft Excel confeccionou-se os<br />
gráficos com os valores de absorbância<br />
obtidos, e estes foram responsáveis<br />
por auxiliar na obtenção<br />
do comprimento de onda onde o<br />
complexo formado emitiu melhor<br />
sinal analítico.<br />
Curva de calibração<br />
Utilizou-se a solução fase única<br />
composta por 4,0 mL de água, 6,0<br />
mL de álcool n-butílico e 6,0 mL de<br />
acetona, para elaboração da curva<br />
de calibração. Esta foi elaborada a<br />
partir de seis soluções com teores<br />
do metal que vão de zero a vinte<br />
mg/L. Após se efetuar a leitura de<br />
absorvância confeccionou-se a<br />
curva com a utilização do software<br />
Microsoft Excel, onde os valores de<br />
absorbância confrontados com os<br />
valores de concentração do metal<br />
permitiram a obtenção da curva<br />
analítica e da equação da mesma.<br />
Estudo dos Interferentes<br />
Alguns elementos promovem<br />
interferência na determinação do<br />
cadmio, especialmente no caso de<br />
rochas. Para avaliar os interferentes<br />
presentes na rocha, elaborou-se<br />
um procedimento estatístico para<br />
verificar o comportamento dos elementos<br />
cobre e chumbo presentes<br />
na amostra, frente a determinação<br />
de cádmio por espectrofotometria<br />
UV-VIS. Neste estudo foi utilizado<br />
um planejamento fatorial estrela<br />
em dois níveis com duas variáveis,<br />
possuindo o mesmo, replicatas no<br />
ponto central.<br />
Autores:<br />
Karina da Silva Alves1<br />
Alex Magalhães de Almeida2<br />
Frederico de Oliveira Silva3<br />
Anísio Claudio Rios Fonseca4<br />
Os valores de concentração<br />
empregados no estudo para os<br />
íons Cu2+ e Pb2+ são: nível inferior<br />
10mg/L; superior 40mg/L, os<br />
pontos extremos 0,25-50mg/L e<br />
os pontos centrais 25mg/L. A concentração<br />
de cádmio é constante<br />
em todos os casos, assim como a<br />
composição de solventes. Após a<br />
leitura dos pontos empregou-se o<br />
software Statistica para obter uma<br />
superfície de resposta e através<br />
desta, verificar a interferência.<br />
Análise das amostras<br />
de rocha<br />
As análises foram efetuadas<br />
para amostras de rochas galena<br />
obtidas na região de Pains-MG.<br />
Estas amostras foram trituradas<br />
em moinho de bola, para reduzir o<br />
tamanho das partículas e em seguida<br />
pesou-se 1,0000 g da rocha<br />
em balança analítica. Este material<br />
foi transferido para béqueres<br />
a estes acrescentou-se 10,0 mL<br />
de HCl concentrado, aquecendo<br />
o material até ebulição, mantida<br />
durante 5 minutos. Na sequência<br />
acrescentou-se 10 mL de água<br />
destilada, aqueceu novamente até<br />
a fervura, aguardou-se o resfriamento<br />
da solução e filtrou-se com<br />
papel de filtragem lenta para balão<br />
volumétrico de 50 mL, que teve seu<br />
volume completado e homogeneizado<br />
com agua destilada. Utilizou-<br />
-se o sistema de solventes para a<br />
determinação do metal, sendo o<br />
componente água substituído pela<br />
amostra processada. Em todos os<br />
casos utilizou-se de triplicatas para<br />
as determinações. O sistema de<br />
leitura foi montado utilizando 4,0<br />
mL de amostra; 6,0 mL de solução<br />
álcool n-butílico contendo o reagente<br />
8-hidroxiquinolina (1,12x10-<br />
4 mol/L) e 6,0 mL de acetona,<br />
procedendo as leituras a 370 nm, e<br />
após esta etapa realizou-se os cálculos<br />
para a obter o valor do metal<br />
presente na matriz.<br />
Figura 2<br />
Resultados e Discussão<br />
Estudo das composições de<br />
solventes<br />
De posse dos resultados das<br />
titulações de pares de solventes,<br />
obteve-se o diagrama ternário de<br />
Roozeboom, onde as massas dos<br />
solventes utilizados foram convertidas<br />
em valores percentuais.<br />
A Figura 2 exibe o delineamento<br />
para o sistema água-cetona-<br />
-álcool Sistema n-butílico. Ternário Água-Cetona-<br />
Alcool n-butilíco<br />
Figura 2: Diagrama ternário para<br />
o sistema água-cetona-álcool<br />
n-butílico, obtido a partir da<br />
titulação de pares de solventes.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Realizando uma análise no diagrama,<br />
na região de fase única,<br />
escolheu-se de forma aleatória<br />
um ponto acima da curva binodal,<br />
definido pelas proporções em<br />
%m/m em 29,41: 36,03: 34,56,<br />
que correspondem aos volumes<br />
utilizados neste trabalho: 4,0 mL<br />
de água, 6,0 mL de acetona e 6,0<br />
mL de álcool n-butanol. Este ponto<br />
foi escolhido por se encontrar distante<br />
da curva binodal, apresentando<br />
uma margem de segurança<br />
para o trabalho.<br />
Estudo da complexação<br />
Realizando-se a leitura para os<br />
comprimentos de onda na região<br />
do UV-VIS, com um sistema ternário<br />
contendo o reagente complexante<br />
8-hidroxiquinolina, e um<br />
outro constituído pelo complexo<br />
do metal e o complexante, obteve-<br />
-se valores de absorbância que<br />
permitiram a obtenção do gráfico<br />
que evidencia o comportamento<br />
dos compostos em relação a absorvância.<br />
Este delineamento é<br />
exibido na Figura 3.<br />
O gráfico exibido na Figura 3,<br />
apresenta a curva descrita pelo<br />
reagente complexante sem o elemento<br />
metálico no sistema água-<br />
-acetona-álcool n-butílico, e com a<br />
presença do elemento cádmio no<br />
mesmo. Os comprimentos de onda<br />
abordados foram entre 320 e 600<br />
nm. Neste intervalo é possível observar<br />
que o λ característico para o<br />
complexo formado ocorre por volta<br />
de 370 nm. Neste comprimento de<br />
onda realizaram se todos os demais<br />
estudos envolvidos na determinação<br />
do elemento cádmio.<br />
Construção da curva de calibração<br />
Elaborou-se uma curva de calibração<br />
para o complexo metálico,<br />
utilizando-se os valores de zero a<br />
vinte mg/L do metal. A leitura das<br />
soluções foi realizada em triplicata<br />
no comprimento de onda de 370<br />
nm em espectrofotômetro UV-VIS.<br />
Forma obtidos valores de absorbância<br />
que permitiram confeccionar<br />
a seguinte curva ilustrada na<br />
Figura 4.<br />
Pela Figura 4, é possível notar<br />
que, a curva apresenta linearidade<br />
até 20 mg/L, sendo esta consistente<br />
para valores nesta faixa de<br />
determinação e excede as expectativas<br />
relativas ao trabalho<br />
em andamento. O coeficiente de<br />
correlação (r2), descreve quanto<br />
o conjunto de dados obtidos se<br />
aproxima de uma linha reta perfeita,<br />
sendo o seu intervalo de 0 a 1<br />
(VOGEL et al, 2002).<br />
Estudo dos Interferentes<br />
Empregando um planejamento<br />
estatístico do tipo fatorial estrela,<br />
Figura 3<br />
Figura Figura 4<br />
Complexo Cd-8HQ em n-butilico<br />
Absorvância<br />
2<br />
1,75<br />
1,5<br />
1,25<br />
1<br />
0,75<br />
0,5<br />
0,25<br />
Complexo Cd-8HQ em n-butilico<br />
0<br />
300 350 400 450 500 550 600<br />
comp onda<br />
Figura 3 - Sobreposição do espectro<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
da 8-hidroxiquinolina com o<br />
espectro do complexo formado<br />
no sistema água-acetona-álcool<br />
n-butílico.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Curva de Calibração [Cd]<br />
Absorvância<br />
Curva de Calibração [Cd]<br />
Curva de Calibração [Cd]<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Figura 4 - Curva Fonte: de calibração Autores do trabalho, para 2018.<br />
o elemento cádmio complexado com<br />
8-hidroxiquinolina no sistema águaacetona-álcool<br />
n-butílico.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
com duas variáveis em dois níveis<br />
e replicata no pronto central, verificou-se<br />
a interferência dos elementos<br />
cobre e chumbo na determinação<br />
do cádmio. As medidas<br />
realizadas forneceram resultados<br />
que permitiram modelar estatisticamente<br />
o planejamento e obter<br />
uma superfície de resposta para<br />
o estudo. Através desta superfície<br />
foi possível verificar as potenciais<br />
interferências dos elementos cobre<br />
e chumbo e suas associações.<br />
O modelo matemático obtido está<br />
descrito na Equação 1.<br />
ABS= 2,262+0,4626×[Cu]-<br />
0,3598×[Pb] (Equação 1)<br />
ABS S/metal<br />
ABS C/metal<br />
1,4<br />
1,4<br />
1,2<br />
ABS = 0,0572[Cd] + 0,059<br />
ABS = 0,0572[Cd] R² = 0,9859+ 0,059<br />
1,2<br />
R² = 0,9859<br />
1<br />
1<br />
0,8<br />
0,8<br />
0,6<br />
Abs<br />
0,6<br />
Abs<br />
Linear (Abs)<br />
0,4<br />
Linear (Abs)<br />
0,4<br />
0,2<br />
0,2<br />
0<br />
0 0 5 10 15 20 25<br />
0 5 10 15<br />
[Cd]<br />
20 25<br />
[Cd]<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
13
artigo 1<br />
Autores:<br />
Karina da Silva Alves1<br />
Alex Magalhães de Almeida2<br />
Frederico de Oliveira Silva3<br />
Anísio Claudio Rios Fonseca4<br />
14<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Observando os contornos da<br />
superfície, verificou-se que em<br />
função da variação das concentrações<br />
dos metais cobre e chumbo,<br />
ocorreram alterações nas leituras<br />
do cádmio nas condições estudadas.<br />
Nota-se que a determinação<br />
de cádmio foi mais prejudicada na<br />
presença de cobre em relação a<br />
presença de chumbo, como pode<br />
ser visualizado nas Figura 5.<br />
Figura Fonte: Autores 5 – Superfície do trabalho, de resposta 2018.<br />
obtida a partir do planejamento<br />
fatorial utilizado no estudo de<br />
interferência dos elementos cobre e<br />
chumbo na determinação de cádmio.<br />
Fonte: Autores do trabalho, 2018.<br />
Análise das amostras<br />
de rocha<br />
As determinações realizadas<br />
nas rochas forneceram valores<br />
de absorbância que possibilitaram<br />
o cálculo do teor de cádmio nas<br />
mesmas. Para tanto utilizou-se<br />
o valor da média das massas de<br />
rocha submetidas a análise e os<br />
dados da curva de calibração.<br />
A porcentagem de cádmio encontrada<br />
em amostras de rochas<br />
galena é da ordem de 1,26%<br />
(m/v). O valor encontrado é condizente<br />
com outros estudos realizados<br />
e evidenciados na literatura<br />
(MACHADO, 2018), onde estudos<br />
demostraram que o mineral Galena<br />
é um minério de chumbo,<br />
porém é associado a sulfetos de<br />
zinco, prata, ferro, cobre e outros,<br />
que podem interferir nas determinações,<br />
como mostrou o nosso<br />
estudo de interferência.<br />
Considerações finais<br />
Atualmente busca-se desenvolver<br />
métodos analíticos economicamente<br />
viáveis e eficientes, para<br />
elementos considerados tóxicos.<br />
Na análise do cádmio, foram obtidos<br />
resultados que atendem aos<br />
anseios mencionados, pois o método<br />
utilizado é eficaz e de baixo<br />
custo. O emprego da mistura homogênea<br />
de solventes água-acetona-n-butanol<br />
(4,0:6,0:6.0 v/v) e<br />
8-hidroxiquinolina com detecção<br />
espectrofotométrica UV-VIS pode<br />
ser empregado para a determinação<br />
de íons cádmio em rochas.<br />
Agradecimentos<br />
Os autores agradecem à FAPE-<br />
MIG pela concessão da bolsa de Iniciação<br />
Científica, ao UNIFOR-MG e<br />
ao CEPEP pelo uso dos laboratórios.<br />
Referências<br />
ALMEIDA, A. M. Determinação voltamétrica<br />
de molibdênio(vi) utilizando um sistema<br />
ternário homogêneo de solventes. 2003. Tese<br />
(Doutorado em Química) -Universidade Estadual<br />
de Campinas, Campinas, 2003.<br />
CHAGAS, J. O.; CORRÊA, S.; ALMEIDA, A. M.<br />
Uso de sistema ternário homogêneo de solventes<br />
e espectrofotometria uv-vis no desenvolvimento<br />
de método para a determinação<br />
de cobre em amostras de açúcar. Conexão ciência,<br />
2014. Disponível em: .<br />
Acesso em: 09 Jan. 2018.<br />
ROCHA, L. Galena. 2012. Disponível em:<br />
.<br />
Acesso<br />
em: 17 Jan. 2018<br />
ROSA, G. N. Cádmio, suas aplicações e risco.<br />
2013. Disponível em: < http://biotera.<br />
blogspot.com.br/2013/11/cadmio-suas-<br />
-aplicacoes-e-riscos_117.html>. Acesso em:<br />
08 Jan. 2018.<br />
HIGSON, S. P. J. Química analítica. São Paulo:<br />
McGraw-Hill, 2009.<br />
MACHADO, F. B. Galena. Disponível em:<br />
.<br />
Acesso em: 23<br />
Jan. 2018.<br />
SAPELLI, E. Parâmetros físico-químicos das<br />
reações de Zn2+ e Cd2+ com 8-hidroxiquinolina<br />
acompanhado por espectrofluorimetria<br />
em meio micelar. 2006. 60 f. Dissertação<br />
(Mestrado em Química) - Universidade Federal<br />
de Santa Catarina-UFSC, Florianópolis,<br />
2006.<br />
VOGEL, A. I. Química analítica qualitativa. 5°<br />
Edição. São Paulo: Mestre Jou,1981.<br />
VOGEL, A. I. et al. Analise química quantitativa.<br />
6. ed. São Paulo: LTC, 2002.<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
15
Complemento Normativo<br />
Referente ao artigo:<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
artigo 1<br />
Determinação de cádmio<br />
em rochas utilizando um sistema<br />
homogêneo de solventes e<br />
espectrofotometria UV-VIS<br />
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ISO 4620<br />
Cadmium pigments - Specifications and methods of test<br />
Norma publicada em: 1986/05. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Pigmentos e extensores.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Determinação de cádmio em rochas utilizando UM SISTEMA HOMO-<br />
GENEO de solventes e espectrofotometria UV-VIS.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
Abstract: Specifies three types of pigment consisting predominantly of cadmium<br />
sulfide or of mixed crystals of cadmium sulfide and cadmium selenide;<br />
the cadmium may be partially replaced by zinc. Type 1, concentrated<br />
pigments, contain not more than 30 % (m/m) of extenders: type 2, extended<br />
pigments, contain not more than 70 % (m/m) of extenders: type 3, these are<br />
essentially pure and do not contain any extenders and are mainly suitable for<br />
use in ceramics.<br />
https://www.iso.org/standard/10567.html<br />
16<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
BS ISO 19976-2 (DRAFT)<br />
Copper, lead, and zinc sulfide concentrates. Determination of cadmium.<br />
Part 2. Acid digestion and inductively coupled plasma atomic<br />
emission spectrometric method<br />
Projeto publicado em: 24/04/2018 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Outros minerais metálicos.<br />
Classificação 2: DRAFT publicado recentemente; em andamento.<br />
Artigo: Determinação de cádmio em rochas utilizando UM SISTEMA HOMO-<br />
GENEO de solventes e espectrofotometria UV-VIS.<br />
Entidade: BSI.<br />
País de procedência/Região: Reino Unido.<br />
https://shop.bsigroup.com/ProductDetail?pid=000000000030327557<br />
ISO 19976-1 (DRAFT)<br />
Copper, lead and zinc sulfide concentrates -- Determination of cadmium<br />
-- Part 1: Flame atomic absorption spectrometric method<br />
Projeto publicado em: 2018/03 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Outros minerais metálicos.<br />
Classificação 2: DRAFT publicado recentemente; em andamento.<br />
Artigo: Determinação de cádmio em rochas utilizando UM SISTEMA HOMO-<br />
GENEO de solventes e espectrofotometria UV-VIS.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/66779.html<br />
ISO 19976-2 (DRAFT)<br />
Copper, lead, and zinc sulfide concentrates - Determination of cadmium<br />
-- Part 2: Acid digestion and inductively coupled plasma atomic<br />
emission spectrometric method<br />
Projeto publicado em: 2018/03 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Outros minerais metálicos.<br />
Classificação 2: DRAFT publicado recentemente; em andamento.<br />
Artigo: Determinação de cádmio em rochas utilizando UM SISTEMA HOMO-<br />
GENEO de solventes e espectrofotometria UV-VIS.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/69334.html<br />
DIN 38406-16<br />
German standard methods for the examination of water, waste water<br />
and sludge; cations (group E); determination of zinc, cadmium, lead,<br />
copper, thallium, nickel, cobalt by voltammetry (E 16).<br />
Norma publicada em: 1990/03. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Exame de água para substâncias químicas.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Determinação de cádmio em rochas utilizando UM SISTEMA HOMO-<br />
GENEO de solventes e espectrofotometria UV-VIS.<br />
Entidade: Beuth.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-38406-16/1527764<br />
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artigo 2<br />
18<br />
Florações de cianobactérias e<br />
cianotoxinas: levantamento de<br />
risco à saúde<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Resumo<br />
Objetivo: Indicar os principais riscos de intoxicação por meio<br />
das cianobactérias produtoras de toxinas em reservatórios de<br />
abastecimento de águas para consumo humano, relacionando<br />
as principais toxinas e suas cepas. Métodos: Estudo elaborado<br />
a partir de uma revisão bibliográfica de pesquisas relacionadas<br />
às cepas de algumas cianotoxinas que representam<br />
risco à saúde pública, baseados em livros, artigos científicos,<br />
dissertações, teses, portarias e resoluções de órgãos públicos<br />
de regulamentação e controle da qualidade de água, nas bases<br />
de dados eletrônicas. Desenvolvimento: As cianobactérias<br />
são microrganismos aeróbicos fotoautotróficos e fotossintetizantes,<br />
crescendo nos mais diferentes meios ou habitats,<br />
entretanto, ambientes de água doce são os mais favoráveis<br />
para o crescimento devido à alta concentração de nutrientes,<br />
principalmente nitrogênio e fósforo. Eutrofização é a principal<br />
fonte desse enriquecimento, identificadas como as descargas<br />
de esgotos domésticos e industriais dos centros urbanos e a<br />
poluição difusa originada nas regiões agricultáveis. As toxinas<br />
possuem potencial hepatotoxicos e neurotoxicos, de ação rápida,<br />
por possuírem mecanismo especifico intracelular causando<br />
a morte ou promovem uma desorganização do citoesqueleto<br />
dos hepatócitos, causando lesões. Conclusão: Conscientizar da<br />
importância da monitoração desses mananciais para promover<br />
uma saúde da população e ou minimizar os riscos decorrentes<br />
de intoxicação, adotando medidas e metodologias para reduzir<br />
ao máximo a quantidade de toxinas e promover pesquisas no<br />
que diz respeito ao tema para uma qualidade de vida de uma<br />
população em risco eminente.<br />
Palavras chave: cianobactérias, cianotoxinas, microcistinas,<br />
eutrofização, saúde pública e controle de água.<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
1- Acadêmico do curso de Biomedicina da<br />
Universidade Estácio de Sá.<br />
2- Biólogo, Doutor em Ciências– Universidade Federal do Rio de<br />
Janeiro. Docente da Universidade Estácio de Sá e Coordenador do<br />
Laboratório de Corrosão Microbiana.<br />
3- Biomédica, Doutora em Química Biológica –Universidade Federal<br />
do Rio de Janeiro. Docente da Universidade Estácio de Sá.<br />
Abstract<br />
Objective: To indicate the main risks of intoxication through<br />
the toxin-producing cyanobacteria in water supply reservoirs for<br />
human consumption, relating the main toxins and their strains.<br />
Methods: A study was carried out based on a bibliographic<br />
review of studies related to the strains of some cyanotoxins<br />
that represent a risk to public health, based on books, scientific<br />
articles, dissertations, theses, ordinances and resolutions of<br />
public agencies regulating and controlling water quality, in the<br />
electronic databases. Development: Cyanobacteria are aerobic<br />
photoautotrophic and photosynthetic organisms, growing in the<br />
most different environments or habitats; however, freshwater<br />
environments are the most favorable for growth due to the high<br />
concentration of nutrients, mainly nitrogen and phosphorus.<br />
Eutrophication is the main source of this enrichment, identified<br />
as domestic and industrial sewage discharges from urban<br />
centers and diffuse pollution originating in agricultural regions.<br />
The toxins have potential hepatotoxic and neurotoxic, of fast<br />
action, by possessing specific mechanism intracellular causing<br />
the death or promote a disorganization of the cytoskeleton of the<br />
hepatocytes, causing injuries. Conclusion: To raise awareness<br />
of the importance of monitoring these sources to promote<br />
the health of the population and / or minimize the risks of<br />
intoxication, adopting measures and methodologies to reduce<br />
the amount of toxins to the maximum and promote research on<br />
the subject for a quality of life of a population at eminent risk.<br />
Keywords: cyanobacteria, cyanotoxins, microsystems,<br />
eutrophication, public health and water control.<br />
Imagem ilustrativa<br />
Introdução<br />
A utilização de fertilizantes na<br />
agricultura, a descarga de esgotos<br />
industriais e domésticos sem<br />
tratamento adequado, a destruição<br />
da mata ciliar dos mananciais, a<br />
alta taxa de urbanização e a falta<br />
de saneamento básico provocam<br />
o enriquecimento artificial de nutrientes<br />
como nitrogênio e fósforo<br />
encontrados abundantemente em<br />
fezes de humanos, nos ecossistemas<br />
aquáticos, processo conhecido<br />
como eutrofização. A água<br />
enriquecida faz com que proliferem<br />
bactérias, grande parte delas<br />
produtoras de toxinas, dentre elas<br />
as cianobactérias, microrganismos<br />
procariontes, capazes de fixar carbono<br />
através da fotossíntese (ZA-<br />
GATTO et al,1997).<br />
As florações de cianobactérias<br />
estão relacionadas com eventos<br />
de eutrofização e alteração no<br />
equilíbrio entre os nutrientes da<br />
água. A ocorrência de florações<br />
de cianobactérias em mananciais<br />
de abastecimento para consumo<br />
humano tem sido frequente devido<br />
aos inúmeros fatores associados<br />
(CARVALHO et al., 2013).<br />
A eutrofização é o principal processo<br />
que altera a qualidade da<br />
água e aumenta a incidência de<br />
florações de algas e cianobactérias,<br />
que representam sérios riscos à<br />
saúde da população devido a produção<br />
e liberação de toxinas hidrossolúveis<br />
(CARVALHO et al., 2013).<br />
O efeito tóxico ocorre pelo bloqueio<br />
dos canais de sódio eletro-dependente,<br />
interrompendo a formação do<br />
potencial de ação nas membranas<br />
dos axônios e, consequentemente, a<br />
atividade neuronal. Dependendo da<br />
dose e do organismo, podem causar<br />
a morte por parada respiratória<br />
após poucos minutos de exposição.<br />
Os níveis de atenção devem ser<br />
prioridade de órgãos competente,<br />
para se ter um monitoramento dessas<br />
florações de cianobactérias e<br />
cianotoxinas (ARAOZ et al., 2010;<br />
CARMICHAEL, 1994).<br />
Os dados mostram que esta região<br />
vem apresentando intensas<br />
florações de cianobactérias, principalmente<br />
da espécie Microcystis<br />
aeruginosa, e que há presença<br />
no pescado. Os valores encontrados<br />
no pescado excederam, em<br />
até cinco vezes, o limite máximo<br />
recomendado pela Organização<br />
Mundial de Saúde (BRASIL, 2004).<br />
Estes dados levaram à tomada de<br />
decisão da Secretaria Estadual de<br />
Meio Ambiente em proibir a pesca<br />
e a comercialização de peixes<br />
oriundos do complexo lagunar de<br />
Jacarepaguá no início do ano de<br />
2007 devido aos riscos potenciais<br />
das microcistinas para a saúde da<br />
população (GOMES et al, 2009).<br />
Vários estudos demostraram que<br />
as tecnologias de tratamento de<br />
água são adequadas para remoção<br />
de cianobactérias, mas sem<br />
a remoção completa das toxinas.<br />
Por isso, destaca-se a importante<br />
tarefa conjunta entre diversos órgãos<br />
para se monitorar e fiscalizar<br />
as tecnologias adequadas no tratamento<br />
e remoção dessas toxinas,<br />
objetivando uma qualidade de vida<br />
da população tendo em vista que a<br />
água é o solvente natural que compõe<br />
90% dos seres vivos, também<br />
maior responsável pela homeostase<br />
celular, inclusive utilizada em<br />
tratamentos de doentes crônicos<br />
renais. Para tanto espera-se que as<br />
águas disponibilizadas para consumo<br />
humano atendam requisitos<br />
primordiais de qualidade para tais<br />
fins (FERRÃO- FILHO, 2009).<br />
Dos 3.220 municípios que captam<br />
água de mananciais superficiais<br />
(57,8% dos municípios do<br />
país), 1.222 municípios (37,9%)<br />
monitoraram a ocorrência de cianobactérias,<br />
no ano de 2012, segundo<br />
dados inseridos no Sisagua (SECRE-<br />
TARIA DE VIGILANCIA EM SAÚDE-<br />
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).<br />
De um modo geral, é demonstrada<br />
a necessidade de maior atuação<br />
dos responsáveis pelos sistemas<br />
de abastecimento de água<br />
em diversos municípios do país,<br />
visando à implementação das diretrizes<br />
preconizadas pela legislação<br />
vigente (PORTARIA GM/MS nº<br />
2.914/2011). Dessa forma é uma<br />
questão prioritária de atenção dos<br />
órgãos competentes de vigilância<br />
dos municípios brasileiros garantir<br />
uma qualidade dessa água a quem<br />
se destina.<br />
Toda água fornecida coletivamente<br />
deve ser submetida ao processo<br />
de desinfecção, concebido<br />
e operado de forma a garantir o<br />
atendimento ao padrão microbiológico<br />
desta norma. Toda água<br />
para consumo humana suprida<br />
por manancial superficial e distribuída<br />
por meio de canalização<br />
deve incluir tratamento por filtração<br />
(Art.21, 22,23 PORTARIA MINIS-<br />
TÉRIO DA SAÚDE,2004). Nota-se<br />
que o monitoramento e tratamento<br />
adequado de mananciais são medidas<br />
preventivas ao crescimento<br />
de cianobactérias produtoras de<br />
toxinas que tem potencial de ação<br />
hepatotóxicas e neurotóxicas (LEAL<br />
et al, 2004).<br />
No Brasil, a Portaria 2914/2011<br />
do Ministério da Saúde dispõe os<br />
procedimentos e responsabilidades<br />
relativos ao controle e à vigilância<br />
da qualidade da água para consumo<br />
humano e seu padrão de potabilidade<br />
estabelecendo os limites<br />
para as diferentes cianotoxinas,<br />
sendo 3,0 µg/L a concentração<br />
máxima permitida para as saxitoxinas.<br />
A Resolução CONAMA n° 357<br />
contempla o monitoramento destes<br />
organismos.<br />
Esse levantamento bibliográfico<br />
foi elaborado com o objetivo de<br />
apresentar alguns dos estudos toxicológicos<br />
como importante ferramenta<br />
na avaliação dos riscos das<br />
toxinas para a população humana.<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
19
20<br />
artigo 2<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Objetivando demostrar que essas<br />
bactérias e suas cepas produtoras<br />
de toxinas presentes nos<br />
reservatórios de água para consumo<br />
de populações são encontradas<br />
com frequência após análise de<br />
água, pois além de ser utilizada no<br />
consumo via oral que é a principal<br />
fonte de contaminação, também<br />
é utilizada em tratamentos de pacientes<br />
que fazem hemodiálise, outra<br />
ocorrente via de contaminação<br />
como relatado pelo centro de documentação<br />
e informação da FAPESP<br />
( CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E<br />
INFORMAÇÃO DA- FAPESP, 19<strong>96</strong>).<br />
Metodologia<br />
Este estudo constitui-se de uma<br />
revisão de literatura, baseada em<br />
livros, artigos científicos, dissertações,<br />
teses, portarias e resoluções<br />
de órgãos públicos de regulamentação<br />
e controle da qualidade de<br />
água, nas bases de dados eletrônicas<br />
Scientific Eletronic Library<br />
online Brasil (SciELO, PubMed,<br />
Google Acadêmico), no período de<br />
junho de 2017 a janeiro 2018, com<br />
publicações de no mínimo 5 anos,<br />
exceto algumas publicações cujo<br />
objetivo fora apontar dados históricos<br />
de prevalência. Utilizando-se<br />
como palavras chaves: “Cianobactérias”,<br />
“Cianotoxinas”, “microcistina”<br />
e “Cianobactérias toxinas na<br />
água para consumo Humano”.<br />
Desenvolvimento<br />
As cianobactérias são microrganismos<br />
aeróbicos fotoautotróficos,<br />
organismos fotossintetizantes que,<br />
portanto, obtêm energia para suas<br />
atividades metabólicas a partir de<br />
matéria orgânica sintetizada por<br />
esse processo (SILVA et al, 2014;<br />
CARVALHO, et al.,2013). Seus processos<br />
vitais requerem somente<br />
água, dióxido de carbono, substâncias<br />
inorgânicas e luz. A fotossíntese<br />
é seu principal modo de obtenção<br />
de energia para o metabolismo.<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
Entretanto, sua organização celular<br />
demonstra que esses microrganismos<br />
são procariontes e, portanto,<br />
suas cepas são semelhantes bioquimicamente<br />
e estruturalmente.<br />
(SILVA et al, 2014). A capacidade<br />
de crescimento nos mais diferentes<br />
meios é uma das características<br />
marcantes das cianobactérias,<br />
que caracteriza o desenvolvimento<br />
adaptado nos ambientes aquáticos,<br />
explicando que se desenvolvem<br />
em diversos habitats, resultando<br />
em várias cepas ou tipos existentes.<br />
Entretanto, ambientes de água<br />
doce são os mais favoráveis para<br />
o crescimento de cianobactérias,<br />
visto que a maioria das espécies<br />
apresenta um melhor crescimento<br />
em águas neutroalcalinas (pH 6-9),<br />
temperatura entre 15ºC a 30ºC<br />
(mesófilas) e alta concentração de<br />
nutrientes, principalmente nitrogênio<br />
e fósforo (SILVA, 2012).<br />
A crescente eutrofização, por resíduos<br />
orgânicos por meio de avanços<br />
industriais, do crescimento de<br />
grandes cidades e do aumento do<br />
agronegócio propicia naturalmente<br />
ou artificialmente, com o aumento<br />
da concentração de nutrientes<br />
orgânicos e inorgânicos e consequentes<br />
alterações nas comunidades<br />
aquáticas, ou seja, causando<br />
um enriquecimento artificial desses<br />
ecossistemas (FREITAS et al<br />
2014). As principais fontes desse<br />
enriquecimento têm sido identificadas<br />
como as descargas de esgotos<br />
domésticos e industriais dos<br />
centros urbanos e a poluição difusa<br />
originada nas regiões agricultáveis.<br />
Essa eutrofização artificial produz<br />
drasticamente várias mudanças<br />
na qualidade da água incluindo:<br />
a redução de oxigênio dissolvido,<br />
ou morte progressiva de peixes e<br />
o aumento da incidência de florações<br />
de microalgas e cianobactérias,<br />
com consequências negativas<br />
sobre a eficiência e custo de tratamento<br />
da água em algumas regiões<br />
do país, quando se trata de<br />
manancial de abastecimento público<br />
(REBOLÇAS et al 2006; BARRE-<br />
TO et al, 2013; FAPERJ, 2018).<br />
De acordo com NOGUEIRA et al<br />
(2011), a espécie Microcystis aeruginosa<br />
apresenta a distribuição<br />
mais ampla no Brasil e Anabaena<br />
é o gênero com o maior número de<br />
espécies potencialmente tóxicas.<br />
Vários gêneros e espécies de cianobactérias<br />
que formam florações<br />
produzem toxinas. De acordo com<br />
a literatura, grande parte delas<br />
são potencialmente nocivas para<br />
os seres humanos. As toxinas de<br />
cianobactérias, que são conhecidas<br />
como Cianotoxinas, constituem<br />
uma grande fonte de produtos naturais<br />
tóxicos produzidos por esses<br />
microrganismos, embora ainda não<br />
estejam devidamente esclarecidas<br />
as causas dessa produção (COLVA-<br />
RA, 2012).<br />
Valores de referências<br />
aceitável para consumo<br />
oral humano<br />
Os valores de referência de dosagem<br />
de cianotoxinas foram estabelecidas<br />
mundialmente conforme<br />
tabela 1. De tal maneira o Brasil<br />
foi um dos primeiros países a estabelecer<br />
um valor de referência<br />
no limite de 1,0 µg/l como concentração<br />
máxima aceitável para<br />
consumo oral humano diário das<br />
cianotoxinas (BRASIL, 2004).<br />
As instituições fiscalizadoras<br />
dentre elas as Secretarias Municipais<br />
e Estaduais de Vigilância<br />
Sanitária, Agencia Nacional de Vigilância<br />
Sanitária e Agencia Nacional<br />
de Águas são responsáveis pela realização<br />
do monitoramento de cianobactérias<br />
nas águas de mananciais.<br />
Segundo o capítulo VI (dos<br />
planos de amostragem), artigo 40º,<br />
§1º, o monitoramento de cianobactérias<br />
deve identificar os diferentes<br />
gêneros no ponto de captação<br />
e segundo o Anexo XI, do mesmo<br />
texto, deve obedecer à frequência<br />
mensal quando o número de cianobactérias<br />
não exceder 10.000<br />
células/mL e semanal quando o<br />
número de cianobactérias exceder<br />
este valor, acompanhadas de análises<br />
de cianotoxinas. O capítulo V<br />
(do padrão e potabilidade) do artigo<br />
37°, define que a água potável<br />
deve estar em conformidade com<br />
o padrão de substâncias químicas<br />
que representam risco à saúde<br />
(BRASIL, 2011).<br />
Cepas de Cianobactérias<br />
toxigêncicas<br />
As cianotoxinas produzidas pelas<br />
cepas: Microcystis, Anabaena,<br />
Planktothrix, Nostoc, Hapalosiphon,<br />
Synechocystis, Aphanocapsa, Oscillatoria<br />
Aphanizomenon, Lyngbya,<br />
Cylindrospermopsis e também<br />
algumas espécies de dinoflagelados:<br />
Oscillatoria, Cylindrospermum,<br />
Aphanizomenon, Microcystis. Têm<br />
ação rápida, por possuírem mecanismo<br />
especifico intracelular causando<br />
a morte de mamíferos por<br />
parada respiratória após poucos<br />
minutos de exposição. Elas têm sido<br />
identificadas como alcaloides ou organofosforados<br />
neurotóxicos, sendo<br />
chamadas de neurotoxinas. Outras<br />
atuam mais lentamente e são identificadas<br />
como peptídeos ou alcaloides<br />
hepatotóxicas (CARMICHAEL,<br />
1992; REBOLÇAS et al 2006). De<br />
acordo com as cianotoxinas, suas<br />
ações farmacológicas produzidas<br />
podem-se classificar em: neurotoxinas<br />
e hepatotoxinas (OLIVEIRA-FI-<br />
LHO et al, 2013; VIEIRA et al, 2015;<br />
BRENTANO et al, 2016).<br />
Além dessas cianobactérias,<br />
existem alguns subtipos ou gêneros<br />
que também podem produzir<br />
toxinas irritantes ao contato. Essas<br />
toxinas são classificadas e identificadas<br />
simultaneamente em membranas<br />
fosfolipídicas de parede celular<br />
de bactérias Gram negativas.<br />
São endotoxinas pirogênicas, como<br />
lipopolissacarídeos que através<br />
de estudos confirmam que são<br />
conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco à saúde (BRASIL,<br />
2011).<br />
Tabela 1: Valores das concentrações de diferentes cianotoxinas adotados<br />
Tabela 1: Valores das concentrações de diferentes cianotoxinas adotados para o monitoramento em diversos países (BRASIL,<br />
para o monitoramento em diversos países (BRASIL, 2011).<br />
2011).<br />
Brasil<br />
África do Sul<br />
Austrália<br />
Canadá<br />
País<br />
MC<br />
Fonte:<br />
–<br />
BORTOLI<br />
microcistina;<br />
& PINTO. Laboratório<br />
MCs – microcistinas<br />
de Toxinas e Produtos<br />
(refere-se<br />
Naturais de Algas,<br />
à<br />
Faculdade<br />
somatória<br />
de Ciências<br />
das<br />
Farmacêuticas,<br />
variantes<br />
encontradas); Universidade de São Paulo, STX São - saxitoxina<br />
Paulo, Brasil. 2015.<br />
Fonte: BORTOLI & PINTO. Laboratório de Toxinas e Produtos Naturais de Algas,<br />
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo,<br />
Brasil. Cepas de 2015. Cianobactérias toxigêncicas:<br />
menos tóxicas que os de outras<br />
bactérias como, por exemplo, na<br />
Salmonella. (SAMPAIO et al, 2011).<br />
Anatoxina-a<br />
É um alcaloide neurotóxico que<br />
age como um potente bloqueador<br />
neuromuscular pós-sináptico de<br />
receptores nicotínicos e colinérgicos.<br />
Esta ação se dá porque a anatoxina-a<br />
liga-se irreversivelmente<br />
aos receptores de acetilcolina, por<br />
não ser degradada pela acetilcolinesterase<br />
(ARAOZ et al., 2010).<br />
Estudos experimentais mostram<br />
que a DL50 o valor da dose de toxina<br />
letal a 50% dos animais expostos.<br />
Representada por µg de toxina/Kg de<br />
peso corpóreo por injeção intraperitoneal<br />
em camundongos, para a toxina<br />
purificada, é de 200µg/Kg de peso<br />
corpóreo, com um tempo de sobrevivência<br />
de 1 a 20 minutos (CARMI-<br />
CHAEL, 1992). Os sinais de envenenamento<br />
por esta toxina, em animais<br />
selvagens e domésticos, incluem:<br />
desequilíbrio, fasciculação muscular,<br />
respiração ofegante e convulsões. A<br />
morte é devida a parada respiratória<br />
e ocorre de poucos minutos à poucas<br />
horas, dependendo da dosagem e<br />
consumo prévio de alimento. Doses<br />
orais produzem letalidade aguda em<br />
Cianotoxina<br />
1 µg/L MCs<br />
3 µg de equivalente de STX/L<br />
0 – 0,8 µg/L MC<br />
1,3 µg/L MC-LR ou equivalente<br />
1,5 µg/L MC-LR<br />
China, Coréia, França, Japão, Noruega, Polônia e República 1 µg/L MC-LR<br />
Tcheca<br />
1 µg/L MCs<br />
Espanha<br />
0,84 µg/L MCs<br />
Itália<br />
6 µg/L anatoxina; 1 µg/L anatoxina-a (S);<br />
Nova Zelândia<br />
1 µg/L cilindrospermopsina; 2 µg/L homoanatoxina-a; 1<br />
µg/L MC-LR ou equivalente; 1 µg/L nodularina e 3 µg/L<br />
STX ou equivalente.<br />
MC – microcistina; MCs – microcistinas (refere-se à somatória das variantes encontradas); STX - saxitoxina<br />
concentrações muito maiores, mas a<br />
toxicidade das células mesmo assim<br />
é alta o suficiente para que os animais<br />
precisem ingerir de poucos mililitros a<br />
poucos litros de água da superfície<br />
das florações para receber uma dose<br />
letal, conforme tabela 2 (CARMICHA-<br />
EL, 1994; ARAOZ et al, 2010).<br />
As cianotoxinas produzidas pelas cepas: Microcystis, Anabaena, Planktothrix, Nostoc,<br />
Hapalosiphon, Synechocystis, Aphanocapsa, Oscillatoria Aphanizomenon, Lyngbya,<br />
Cylindrospermopsis e também algumas espécies de dinoflagelados: Oscillatoria,<br />
Cylindrospermum, Aphanizomenon, Microcystis. Têm ação rápida, por possuírem mecanismo<br />
especifico intracelular causando a morte de mamíferos por parada respiratória após poucos<br />
minutos de exposição. Elas têm sido identificadas como alcaloides ou organofosforados<br />
neurotóxicos, sendo chamadas de neurotoxinas. Outras atuam mais lentamente e são<br />
identificadas como peptídeos ou alcaloides hepatotóxicas (CARMICHAEL, 1992;<br />
REBOLÇAS et al 2006). De acordo com as cianotoxinas, suas ações farmacológicas<br />
Anatoxina a (s)<br />
produzidas podem-se classificar em: neurotoxinas e hepatotoxinas (OLIVEIRA-FILHO et al,<br />
2013; VIEIRA et al, 2015; BRENTANO et al, 2016).<br />
É um organofosforado natural<br />
(N-hidroxiguanidina fosfato de metila)<br />
e tem um mecanismo de ação<br />
semelhante à anatoxina a, pois<br />
inibe a ação da acetilcolinesterase,<br />
impedindo a degradação da<br />
acetilcolina ligada aos receptores.<br />
Em virtude da intensa salivação<br />
observada em animais intoxicados<br />
por esta neurotoxina, ela foi denominada<br />
Anatoxina-a (s).<br />
Essas neurotoxinas inibem a<br />
condução nervosa por bloqueamento<br />
dos canais de sódio, afetando<br />
ou a permeabilidade ao potássio<br />
ou a resistência das membranas.<br />
Os sinais clínicos de intoxicação<br />
humana incluem tontura, adormecimento<br />
da boca e de extremidades,<br />
fraqueza muscular, náusea,<br />
vômito, sede e taquicardia. Os<br />
sintomas podem começar cinco<br />
minutos após a ingestão e a mor-<br />
6<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
21
artigo 2<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
22<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
te pode ocorrer entre 2 a 12 horas.<br />
Em casos de intoxicação com<br />
dose não letal, geralmente os sintomas<br />
desaparecem de um a seis<br />
dias conforme demonstra tabela 2<br />
(CARMICHAEL, 1994).<br />
Toxinas produzidas pelas<br />
Saxitoxinas<br />
A síndrome de PSP (Paralisia Supranuclear<br />
Progressiva) é causada<br />
por um grupo com mais de vinte<br />
substâncias hidrossolúveis, tais<br />
como: saxitoxina (STX), neosaxitoxina<br />
(neoSTX), goniautotoxina-1, 2,<br />
3, e 4 (GTX-1, 2, 3 e 4) e substâncias<br />
análogas, sendo causadoras<br />
de uma síndrome de intoxicação<br />
extremamente perigosa, por inibir a<br />
condução nervosa, bloqueando os<br />
canais de sódio sem afetar a permeabilidade<br />
para o potássio, assim<br />
como permeabilidade ou bloqueio<br />
do potencial transmenbranar ou<br />
a resistência da mesma. (CARMI-<br />
CHAEL, 1992).<br />
Hepatotóxicas<br />
Essas hepatotoxinas chegam aos<br />
hepatócitos por meio de receptores<br />
dos ácidos biliares e promovem<br />
uma desorganização do seu citoesqueleto.<br />
Como consequência,<br />
o fígado perde sua arquitetura e<br />
desenvolve graves lesões internas<br />
(REBOLÇAS et al, 2006).<br />
A perda de contato entre as células<br />
cria espaços internos que são<br />
preenchidos pelo sangue que passa<br />
a fluir dos capilares para esses locais,<br />
provocando uma hemorragia intra-<br />
-hepática. Seu mecanismo de ação<br />
se dá por inibição da síntese proteica<br />
e já têm sido observados danos<br />
severos também em células renais,<br />
pulmonares e cardíacas dos animais<br />
testados. (REBOLÇAS et al, 2006).<br />
Toxinas produzidas pelas<br />
microcistinas<br />
Muitos espécies de cianobactérias<br />
produtoras de cianotoxinas,<br />
incluídas nos gêneros Microcystis,<br />
Anabaena, Aphanizomena, Nodularia,<br />
Nostoc, Oscíliatoria, Cylindrospermopsis,<br />
Coelosphaeriuni,<br />
Fisóherella, Gloeotrichia, Gomphosphaeria,<br />
Hapaiosiphon, Microcoleus,<br />
Schizothrix, Scytonema, Symploca,<br />
Tolypothrix e Trichodesmium,<br />
são responsáveis pelo aparecimento<br />
de intensas florações tóxicas<br />
em corpos d’água eutrofizados em<br />
várias regiões do país, causando<br />
muitos casos de envenenamento<br />
animal e mesmo humano, quando<br />
não adotados métodos de fiscalização<br />
e tratamento adequado para<br />
esses mananciais de abastecimento<br />
público, ocorridos após a ingestão<br />
de água ou alimentos contendo<br />
células tóxicas ou toxinas por elas<br />
liberadas (CARVALHO et al, 2013).<br />
Essas cianotoxinas também podem<br />
ser separadas em dois grupos:<br />
neurotoxinas que afetam o sistema<br />
nervoso, atuando como fatores de<br />
morte rápida e hepatotoxinas que<br />
afetam o sistema hepático, atuando<br />
como fatores de morte lenta<br />
(CARMICHAEL, 1992).<br />
Influencias das florações<br />
de cianobactérias na<br />
saúde pública<br />
A toxicidade de florações de cianobactérias<br />
pode apresentar uma<br />
variação temporal, desde intervalos<br />
curtos de tempo até diferenças<br />
sazonais e também espaciais,<br />
provavelmente decorrentes de<br />
alterações na proporção de cepas<br />
tóxicas e não tóxicas na população<br />
(OLIVER&RIBEIRO, 2014).<br />
Medidas de prevenção<br />
e controle da toxicidade<br />
das cianobactérias<br />
A Organização Mundial de Saúde<br />
determina que seja adotada uma<br />
gestão de qualidade incorporando<br />
metodologias de prevenção e controle<br />
de florações potencialmente<br />
tóxicas para garantir uma eficácia<br />
na proteção de saúde pública. A<br />
gestão das causas de contaminação<br />
implicará na minimização de<br />
floração de cianotoxinas em fontes<br />
naturais de abastecimento público<br />
e investimento em processos de<br />
tratamento (COMPANHIA AMBIEN-<br />
TAL DO ESTADO DE SÃO PAULO-<br />
CETESP, 2013).<br />
Sabendo que o processo de eutrofização<br />
é a principal causa de<br />
contaminação de mananciais de<br />
água doce para consumo humano,<br />
destacam-se várias ações de<br />
prevenção que irão diminuir o enriquecimento<br />
artificial nos corpos<br />
d’agua: regulamentação do uso e<br />
ocupação do solo na bacia hidrográfica;<br />
ordenamento da ocupação<br />
territorial; Adoção de boas práticas<br />
na agricultura e pecuária; Controle<br />
da erosão e do uso de fertilizantes<br />
e herbicidas; Preservação das matas<br />
ciliares; Tratamento em nível<br />
terciário do esgoto doméstico e<br />
efluentes industriais brutos; Avaliação<br />
do regime de operação de<br />
reservatórios, como o tempo de<br />
residência e o fluxo da água, que<br />
podem influenciar as condições<br />
hidrodinâmicas (COMPANHIA AM-<br />
BIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAU-<br />
LO- CETESP, 2013).<br />
Vide Tabela 2 na página 24.<br />
O monitoramento preventivo de<br />
cianobactérias e cianotoxinas deve<br />
ser avaliados por órgãos competentes<br />
dentre eles: Secretarias Municipais<br />
e Estaduais de Vigilância<br />
Sanitária, Agencia Nacional de Vigilância<br />
Sanitária e Agencia Nacional<br />
de Águas mas também seu importante<br />
papel na estrutura e funcionamento<br />
dos ecossistemas aquáticos<br />
como produtores primários,<br />
fixadores de nitrogênio atmosférico<br />
e bioindicadores de qualidade da<br />
água, tais ações tem importância,
artigo 2<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
24<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Tabela 2: Relação das cianotoxinas, sua classe química, organismos 10<br />
Tabela 2: Relação das cianotoxinas, sua classe química, organismos produtores, mecanismo de ação, toxicidade e<br />
sintomatologia da exposição aguda (CHORUS; BARTRAM, 1998; FALCONER, 2005; VAN APELDOORN et al., 2007;<br />
2007; JAMES et al., 2008; PEGRAM et al., 2008)<br />
JAMES et al., 2008; PEGRAM et al., 2008)<br />
Toxina<br />
Microcistinas<br />
Saxitoxinas (PSPs)<br />
Anatoxina–a<br />
produtores, mecanismo de ação, toxicidade e sintomatologia da exposição<br />
aguda (CHORUS; BARTRAM, 1998; FALCONER, 2005; VAN APELDOORN et al.,<br />
Organismos<br />
Produtores<br />
(Gêneros)<br />
pois estes organismos se multiplicam<br />
no ambiente e podem concentrar-se<br />
em determinadas porções<br />
de lagos e reservatórios pela ação<br />
do vento. Os programas de monitoramento<br />
podem incluir: avaliação<br />
dos perigos à saúde causados por<br />
cianobactérias/cianotoxinas; identificação<br />
de áreas suscetíveis; desenvolvimento<br />
de regulamentações<br />
em relação aos locais destinados<br />
Mecanismo de ação DL50 * Sintomatologia a<br />
exposição aguda<br />
Inibição das proteínas<br />
fosfatases 1 e 2ª<br />
Bloqueio dos canais de<br />
sódio<br />
Agonista nicotínico<br />
irreversível.<br />
50 - >1200 μg/Kg i.p.<br />
ratos<br />
10 μg/Kg i.p. rato<br />
200 – 250 µg/Kg i.p.<br />
ratos.<br />
Prostração ao, pilo<br />
ereção, anorexia,<br />
vômitos, dor<br />
abdominal, diarreia,<br />
choque hipovolêmico<br />
e hemorragia intrahepática.<br />
Paralisia progressiva<br />
dos músculos,<br />
diminuição dos<br />
movimentos,<br />
exagerada respiração<br />
abdominal, cianose,<br />
convulsão, parada<br />
respiratória e morte.<br />
Paralisia progressiva,<br />
forte respiração<br />
abdominal, cianose,<br />
convulsão, morte por<br />
asfixia.<br />
Anatoxina-a (S)<br />
Inibição<br />
da 20 μg/Kg i.p. ratos Paralisia progressiva,<br />
acetilcolinesterase<br />
fraqueza muscular,<br />
diminuição da<br />
frequência respiratória<br />
e convulsões.<br />
Salivação intensa.<br />
Morte ocorre por<br />
falência respiratória.<br />
* A DL50 representa o valor da dose de toxina letal a 50% dos animais expostos. Representada por µg de toxina/Kg de peso<br />
corpóreo. (i.p. – via de administração intra peritoneal).<br />
Fonte: BORTOLI & PINTO. Laboratório de Toxinas e Produtos Naturais de Algas, Faculdade de Ciências<br />
Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 2015.<br />
* A DL50 representa o valor da dose de toxina letal a 50% dos animais expostos. Representada<br />
por µg de toxina/Kg de peso corpóreo. (i.p. – via de administração intra peritoneal).<br />
Fonte: BORTOLI & PINTO. Laboratório de Toxinas e Produtos Naturais de Algas, Faculdade de<br />
Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 2015.<br />
ao abastecimento e recreação;<br />
Informação e educação para o público;<br />
Desenvolvimento de um programa<br />
de controle de poluição por<br />
nutrientes, entre outros (COMPA-<br />
NHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE<br />
SÃO PAULO- CETESP, 2013).<br />
Os relatos clínicos dos danos<br />
para a população humana, pelo<br />
consumo oral de toxinas de cianobactérias<br />
em águas de abastecimento,<br />
indicam que eles acontecem<br />
como consequência de acidentes,<br />
desconhecimento ou deficiência<br />
na operação dos sistemas de tratamento<br />
da água, como resultado,<br />
são parcialmente estimados e as<br />
circunstâncias originais são frequentemente<br />
de difícil definição.<br />
Em muitos casos, as cianobactérias<br />
causadoras dos danos desaparecem<br />
do reservatório antes que<br />
as autoridades de saúde pública<br />
considerem uma floração como o<br />
possível risco, pois são geralmente<br />
desconhecedoras dos danos possíveis<br />
resultantes da ocorrência de<br />
florações de cianobactérias e, portanto,<br />
assumem que os processos<br />
de tratamento da água usuais são<br />
capazes de remover qualquer problema<br />
potencial (MEREL, 2014).<br />
Entretanto, várias toxinas de cianobactérias,<br />
quando em solução,<br />
são dificilmente removidas por um<br />
processo convencional de tratamento,<br />
sendo inclusive resistentes<br />
à fervura. Essa exposição prolongada<br />
deve ser considerada como<br />
um sério risco à saúde uma vez<br />
que, como já descrito anteriormente,<br />
as microcistinas, que são o tipo<br />
mais comum de toxinas de cianobactérias,<br />
são potentes promotoras<br />
de tumores e, portanto, este consumo<br />
continuado de pequenas doses<br />
de hepatotoxinas pode levar a uma<br />
maior incidência de câncer hepático<br />
na população exposta. Como<br />
consequência, é importante que os<br />
efeitos crônicos de exposições prolongadas<br />
por ingestão oral de baixas<br />
concentrações de cianotoxinas<br />
sejam avaliados tanto do ponto de<br />
vista epidemiológico, como toxicológico<br />
(SANCHES, 2012).<br />
No que diz respeito às cianotoxinas<br />
propriamente ditas, também<br />
referenciada como cianotoxina dissolvida<br />
ou cianotoxina extracelular,<br />
o que se observa, a partir dos<br />
dados levantados na literatura, é<br />
que os processos que envolvem a<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
25
artigo 2<br />
280<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
A RDC nº 234, de 20 de Junho<br />
de 2018 autoriza as Indústrias<br />
Farmacêuticas a terceirizarem as<br />
análises de MATÉRIAS-PRIMAS<br />
26<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
coagulação química não são capazes<br />
de efetivamente removerem<br />
esses compostos isso porque os<br />
coagulantes não são eficazes na<br />
desestabilização e precipitação das<br />
cianotoxinas, não sendo possível a<br />
separação das mesmas nos processos<br />
de separação sólido-líquido<br />
que se seguem. Assim, pode-se<br />
concluir que a sequência convencional<br />
de tratamento, que consiste<br />
na coagulação, floculação, sedimentação<br />
e filtração rápida, não é<br />
eficaz na remoção de cianotoxinas<br />
(CAMACHO, 2012). Similarmente,<br />
a adoção de uma etapa de flotação<br />
no lugar da sedimentação pode<br />
acarretar a melhoria da eficiência<br />
de remoção de microalgas e cianobactérias,<br />
porém não deve ter efeito<br />
positivo na remoção de toxinas<br />
dissolvidas. A pós-ozonização pode<br />
apresentar eficiências de remoção<br />
de toxinas muito elevadas, chegando<br />
à completa destruição desses<br />
compostos. A dosagem necessária<br />
dependerá da concentração e tipo<br />
de cianotoxina e da presença de<br />
outros compostos orgânicos (CA-<br />
MACHO, 2012).<br />
São apresentadas várias maneiras<br />
de remoção de cianobactérias,<br />
porém a maior preocupação é a<br />
remoção das toxinas, com base em<br />
estudos experimentais nos quais a<br />
dosagem, tempo de contato e, principalmente,<br />
o pH foram otimizados.<br />
No processo de pós-cloração, os<br />
resultados apresentados sugerem<br />
que há uma interação envolvida<br />
com o pH, da concentração de<br />
cloro livre e do tempo de contato.<br />
Importante lembrar que a oxidação<br />
com cloroaminas, com peróxido<br />
de hidrogênio e com radiação ultravioleta<br />
não se mostrou efetiva<br />
na remoção de cianotoxinas. Dois<br />
processos são considerados efetivos<br />
na remoção de cianotoxinas:<br />
a adsorção em carvão ativado e a<br />
pós-oxidação, ou seja, a oxidação<br />
realizada após a remoção das células<br />
viáveis de cianobactérias. Dos<br />
pontos levantados, verifica-se que<br />
a questão de remoção de cianobactérias<br />
e cianotoxinas é complexa<br />
(CARVALHO, 2010).<br />
Apesar de haver essa complexidade<br />
em relação as cianobactérias<br />
às cianotoxinas, a adesão de medidas<br />
preventivas e de avaliação<br />
revelam eficiência para o controle,<br />
dentre elas:<br />
I. Medidas de monitoramento<br />
- intensificando o monitoramento,<br />
com frequência semanal de coleta<br />
de amostragem; - avaliação<br />
de amostras adicionais para estabilizar<br />
a variabilidade; - coletar<br />
amostras da água bruta para testes<br />
de toxicidade por bioensaios;<br />
- confirmar a identificação das<br />
cianobactérias em laboratório de<br />
referência.(fomentando pesquisas<br />
científicas) - Coletar amostras<br />
da água tratada para análise<br />
química de cianotoxinas, caso os<br />
testes de toxicidade tenham apresentado<br />
resultados positivos.<br />
II. Medidas de prevenção de<br />
risco à saúde - promover reunião<br />
entre o responsável pela operação<br />
do sistema e autoridades de<br />
saúde pública, para informação<br />
de riscos potenciais à saúde; -<br />
informar outras instituições, se<br />
apropriado (MORAES, 2012).<br />
Segundo Benhardt e Clasen<br />
(1991), a remoção de alguns tipos<br />
de cianobactérias pode alcançar até<br />
99,9% quando o tratamento é realizado<br />
pelos processos de floculação-<br />
-flotação-filtração; porém, caso a<br />
água tratada apresente concentração<br />
de 105 -106 células por ml<br />
(cel/ml). No entanto esse processo<br />
mostra-se eficaz em remover as<br />
cianobactérias, porém não se mostra<br />
a mesma eficiência na remoção<br />
de cianotoxinas neste caso acredita-<br />
-se que as melhores vias são a utilização<br />
de outras tecnologias incorporadas<br />
ao tratamento.<br />
No experimento desenvolvido<br />
por Hart et al. (1998), verificou-se<br />
que, para remover 85% de toxinas<br />
presentes na água, era necessário<br />
adicionar 20 mg/L de CAP (carvão<br />
ativado em pó). Entretanto, para<br />
calcular a dose de CAP, deve-se<br />
verificar a concentração de compostos<br />
orgânicos na água, pois<br />
estes são competidores pelos sítios<br />
de adsorção dos CAPs, ou seja, reduzem<br />
a eficiência da adsorção. A<br />
adsorção utilizando carvão ativado<br />
em pó (CAP) pode ser uma outra<br />
opção incorporada ao tratamento.<br />
Mas ainda é uma resposta desfavorável<br />
85% tendo em vista que<br />
não são todas as variações de toxinas<br />
iguais em seu peso molecular<br />
(ALMEIDA et al, 2015)<br />
Um marco histórico, ocorrido<br />
no ano de 19<strong>96</strong>, em decorrência<br />
de intoxicação por cianotoxinas<br />
exemplifica um desses casos, que,<br />
embora menos frequentes, têm<br />
grande importância na saúde pública.<br />
Em uma clínica da cidade de<br />
Caruaru (PE), 110 pacientes renais<br />
crônicos, após terem sido submetidos<br />
a sessões de hemodiálise<br />
passaram a apresentar um quadro<br />
clínico compatível com uma grave<br />
hepatotoxicose. Destes, 54 vieram<br />
a falecer até cinco meses após o<br />
início dos sintomas, as análises<br />
laboratoriais possibilitaram o isolamento<br />
e a detecção da cianotoxina<br />
Microscitina-LR no sistema<br />
de purificação de água da clínica,<br />
bem como amostras de sangue e<br />
fígado dos pacientes intoxicados<br />
(CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E<br />
INFORMAÇÃO DA FAPESP, 19<strong>96</strong>).<br />
A referente revisão priorizará uma<br />
análise sistemática do controle das<br />
cianobactérias e suas variações,<br />
com objetivo de prevenir toda uma<br />
população de níveis de intoxicação<br />
como descrevem os dados analisados<br />
posteriormente. A falta de<br />
padrões de calibração coerentes<br />
com a realidade, tem dificultado a<br />
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artigo 2<br />
Autores:<br />
Marcelo da Luz Santos¹,<br />
Luciano Procópio da Silva²,<br />
Renata Cristine Manfrinato Reis³<br />
28<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
implementação destas técnicas em<br />
monitoramento de rotina das cianotoxinas<br />
(WATANABE, et al, 2011;<br />
RUBIO, et al, 2015).<br />
É importante observar que, de<br />
acordo com o Artigo 18, Parágrafo<br />
5°, da Portaria MS n. 1.469/2000,<br />
sempre que o número de cianobactérias<br />
na água do manancial,<br />
no ponto de captação, exceder<br />
20.000 células/ml (2mm3 /L de<br />
biovolume), durante o monitoramento<br />
que trata o § 1º do artigo 19,<br />
será exigida a análise semanal de<br />
cianotoxinas na água na saída do<br />
tratamento e nas entradas (hidrômetros)<br />
das clínicas de hemodiálise<br />
e indústrias de injetáveis. Esta análise<br />
pode ser dispensada quando<br />
não houver comprovação de toxicidade<br />
na água bruta por meio da realização<br />
semanal de bioensaios em<br />
camundongos. Em outras palavras,<br />
se o bioensaio em camundongo<br />
revelar toxicidade ou se o responsável<br />
pelo controle da qualidade da<br />
água não tiver condições ou não<br />
desejar realizar os bioensaios em<br />
camundongos, ele obrigatoriamente<br />
deverá fazer a análise semanal<br />
de cianotoxinas na água tratada.<br />
Caso o número de células mostre<br />
uma tendência de aumento em<br />
três coletas sucessivas, os testes<br />
de toxicidade indiquem a presença<br />
de cianotoxinas e o tratamento<br />
utilizado não seja suficiente para<br />
remoção dessas toxinas, então<br />
se deve assumir o nível de alerta.<br />
Essas condições indicam um risco<br />
acentuado para a saúde pública<br />
caso o sistema de tratamento de<br />
água seja ineficiente para a remoção<br />
de cianotoxinas. (PORTARIA DO<br />
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).<br />
Conclusão<br />
O presente estudo demonstrou<br />
as principais causas da eutrofização<br />
de rios, lagos e reservatórios,<br />
em muitas regiões brasileiras,<br />
principalmente pela ação humana,<br />
pela constante descarga de esgoto,<br />
efluentes industriais e chorume de<br />
fertilizantes agrícolas favorecendo<br />
o alto crescimento e prevalência<br />
de cianobactérias e toxinas liberadas<br />
por estas, que também são<br />
conhecidas como cianotoxinas.<br />
Logo, pode-se observar que várias<br />
espécies ou cepas são produtoras<br />
de toxinas como descritos anteriormente,<br />
apresentando um potencial<br />
neurotóxicos e hepatológicos. Para<br />
quê observa-se que essas cianobactérias<br />
possuem grande preferência<br />
por água doce, o que deixa<br />
os órgãos de vigilância em estado<br />
de alerta quanto o monitoramento<br />
em reservatórios ou mananciais de<br />
abastecimento público.<br />
Fomentar um conhecimento<br />
aprofundado do assunto e suas<br />
implicações na saúde pública para<br />
que os gestores municipais, estaduais<br />
e federais comecem a planejar<br />
um plano de monitoração e<br />
preservação de reservatórios que<br />
capitam água para consumo público.<br />
E para reduzir a quantidade de<br />
lagos e rios eutrofização buscar recursos<br />
para o saneamento básico,<br />
e buscar formas tecnologias para<br />
tratar dejetos de esgotamento doméstico<br />
e industriais.<br />
Atualmente os métodos convencionais<br />
de tratamento removem<br />
as cianobactérias, porém não removem<br />
as toxinas, necessitando<br />
portanto buscar os métodos que<br />
possam ser acoplados com os<br />
preexistentes para ampliação da<br />
eficiência na remoção de grande<br />
parte de toxinas, também fomentar<br />
uma conscientização dos<br />
gestores municipais, estaduais e<br />
federais(Secretarias Municipais e<br />
Estaduais de Vigilância Sanitária,<br />
Agencia Nacional de Vigilância<br />
Sanitária e Agencia Nacional de<br />
Águas) sobre a importância de monitoração<br />
desses mananciais para<br />
promover uma saúde da população<br />
e ou minimizar os riscos decorrentes<br />
de intoxicação, adotando medidas<br />
e metodologias para reduzir<br />
ao máximo a quantidade de toxinas<br />
em mananciais superficiais de<br />
abastecimento público.<br />
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noticia/20945/toxina-causou-tragedia-hemodialise.<br />
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Florações de Algas Tóxicas: um problema ambiental<br />
e de saúde pública. Série Manuais, Cetesb, São Paulo.<br />
1997.<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
29
Complemento Normativo<br />
artigo 2<br />
EM FOCO CIENTÍFICO<br />
Referente ao artigo:<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
Florações de cianobactérias e<br />
cianotoxinas: levantamento de<br />
risco à saúde.<br />
30<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
ABNT NBR 15784<br />
Produtos químicos utilizados no tratamento de água para consumo<br />
humano — Efeitos à saúde — Requisitos.<br />
Norma publicada em: 07/04/2017. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Produtos químicos para a purificação da água.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à<br />
saúde. Entidade: ABNT. País de procedência/Região: Brasil.<br />
Resumo: Esta Norma estabelece os requisitos para o controle de qualidade<br />
dos produtos químicos utilizados em sistemas de tratamento de água para<br />
consumo humano e os limites das impurezas nas dosagens máximas de uso<br />
indicadas pelo fornecedor do produto, de forma a não causar prejuízo à saúde<br />
humana. - http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=369144<br />
ABNT NBR 16570<br />
Isocianuratos clorados - Aplicação em saneamento básico - Especificação<br />
técnica, amostragem, métodos de ensaio e requisitos.<br />
Norma publicada em: 16/01/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Produtos químicos para a purificação da água.<br />
Classificação 2: Norma publicada recentemente.<br />
Artigo: florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à<br />
saúde. Entidade: ABNT. País de procedência/Região: Brasil.<br />
Resumo: Esta Norma estabelece a especificação técnica, amostragem,<br />
metodos de ensaio e requisitos toxico¬lógicos dos produtos de isocianuratos<br />
clorados para utilização no tratamento de água para consumo humano e<br />
efluentes. http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=384573<br />
ABNT NBR 12216<br />
Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento<br />
público – Procedimento.<br />
Norma publicada em: 30/04/1992. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Sistemas públicos de abastecimento de água / Sistemas<br />
de abastecimento de água. Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à<br />
saúde. Entidade: ABNT. País de procedência/Região: Brasil.<br />
Resumo: Esta Norma fixa as condições exigíveis na elaboração de projeto de<br />
estação de tratamento de água destinada à produção de água potável para<br />
abastecimento público. http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=2898<br />
ISO 5667-5<br />
Water quality -- Sampling -- Part 5: Guidance on sampling of<br />
drinking water from treatment works and piped distribution systems.<br />
Norma publicada em: 2006/04. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Análise da água em geral / Água potável.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à<br />
saúde. Entidade: ISO. País de procedência/Região: Suíça.<br />
Abstract: ISO 5667-5:2006 establishes principles to be applied to the techniques<br />
of sampling water intended for human consumption. For the purposes<br />
of ISO 5667-5:2006, water intended for human consumption comprises:<br />
all water either in its original state or after treatment, intended for drinking,<br />
cooking, food preparation, or other domestic purposes, regardless of its<br />
origin, plus all water used in any production undertaking for the manufacture,<br />
processing, preservation or marketing of products or substances intended for<br />
human consumption unless the competent national authorities are satisfied<br />
that the quality of the water cannot affect the wholesomeness of the foodstuff<br />
in its finished form. https://www.iso.org/standard/36694.html<br />
ISO 24523<br />
Service activities relating to drinking water supply systems and wastewater<br />
systems -- Guidelines for benchmarking of water utilities.<br />
Norma publicada em: 2017/02. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Serviços para consumidores / Água potável.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Florações de cianobactérias e cianotoxinas: levantamento de risco à<br />
saúde. Entidade: ISO. País de procedência/Região: Suíça.<br />
Abstract: ISO 24523:2017 provides guidelines on good benchmarking<br />
practice of drinking water and wastewater utilities. It describes the basic<br />
framework and methods associated with benchmarking in the water sector.<br />
The guidelines are intended primarily for voluntary benchmarking. Specific<br />
objectives set forth by the authorities and which are to be achieved by the<br />
water utility are not covered by this document.<br />
https://www.iso.org/standard/59814.html<br />
ISO 14592-1<br />
Water quality -- Evaluation of the aerobic biodegradability of organic<br />
compounds at low concentrations -- Part 1: Shake-flask batch test<br />
with surface water or surface water/sediment suspensions.<br />
Norma publicada em: 2002/11. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Análise das propriedades biológicas da água.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS: LEVANTAMEN-<br />
TO DE RISCO À SAÚDE.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
Abstract: ISO 14592-1:2002 specifies a test method for evaluating the biodegradability<br />
of organic test compounds by aerobic microorganisms in surface<br />
waters by means of a shake-flask batch test with suspended biomass. It is<br />
applicable to natural surface water, free from coarse particles to simulate a<br />
pelagic environment (pelagic test) or to surface water with suspended solids<br />
or sediments added to obtain a level of 0,1 g/l to 1 g/l dry mass (suspended<br />
sediment test) to simulate a water-to-sediment interface or a water body with<br />
resuspended sediment material.<br />
https://www.iso.org/standard/24870.html<br />
ISO 19250<br />
Water quality -- Detection of Salmonella spp.<br />
Norma publicada em: 2010/07. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia da água.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS: LEVANTAMEN-<br />
TO DE RISCO À SAÚDE.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
Abstract: ISO 19250:2010 specifies a method for the detection of Salmonella<br />
spp. (presumptive or confirmed) in water samples. It is possible that,<br />
for epidemiological purposes or during outbreak investigations, other media<br />
are also required.<br />
https://www.iso.org/standard/43448.html<br />
BS EN ISO 5667-3<br />
Water quality. Sampling. Preservation and handling of water samples.<br />
Norma publicada em: 26/06/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Análise da água em geral.<br />
Classificação 2: Norma publicada recentemente.<br />
Artigo: FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS: LEVANTAMEN-<br />
TO DE RISCO À SAÚDE.<br />
Entidade: BSI.<br />
País de procedência/Região: Reino Unido.<br />
https://shop.bsigroup.com/ProductDetail?pid=000000000030349850<br />
ISO 20950-1<br />
Water quality -- Determination of available weak and dissociable<br />
(WAD) cyanide -- Part 1: Method using ligand exchange, flow injection<br />
analysis (FIA), gas-diffusion and amperometric detection.<br />
Norma publicada em: 2018/05. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Determinação das propriedades químicas da água.<br />
Classificação 2: Norma publicada recentemente.<br />
Artigo: FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS: LEVANTAMEN-<br />
TO DE RISCO À SAÚDE.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
Abstract: This document specifies operationally defined methods for the<br />
determination of available WAD cyanide in various types of water such as<br />
drinking, ground, and surface, waters, and metallurgical processing tailings<br />
reclaim, heap leach barren, mill slurry tailings and leaching solutions, with<br />
cyanide concentrations from 5 µg/l to 2 000 mg/l expressed as cyanide ions<br />
in the undiluted sample. The range of application can be changed by varying<br />
the operation conditions, e.g. by using a different injection volume, thicker<br />
membrane, detector response, etc.<br />
https://www.iso.org/standard/69533.html<br />
DIN 1<strong>96</strong>06<br />
Chlorinators for water treatment - Equipment, installation and operation.<br />
Norma publicada em: 2010/09. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Água Potável / Água de Esgoto.<br />
Classificação 2: DRAFT em andamento<br />
Artigo: FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS E CIANOTOXINAS: LEVANTAMENTO<br />
DE RISCO À SAÚDE.<br />
Entidade: Beuth.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
Abstract: This standard is a new edition. It applies to chlorinators for the treatment<br />
of water intended for human consumption (drinking water, swimming<br />
pool water and service water) and for the treatment of cooling water and waste<br />
water. The standard is only applicable to chlorinators operating by the indirect<br />
method. For chlorinators with chlorine evaporators it is applicable from<br />
the regulator in connection with the evaporator assembly. Information has<br />
been specified regarding the installation of chlorinators, chlorine withdrawal,<br />
material and operation. The revision has become necessary because some<br />
specifications in DIN 1<strong>96</strong>06:2006-06 were proved to be too rigid or specific.<br />
The standard has been prepared by Working Committee NA 119-04-02 AA<br />
"Wasseraufbereitung" ("Water treatment") of NAW.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-1<strong>96</strong>06/132448680<br />
Confiabilidade e qualidade<br />
no processo produtivo das<br />
indústrias utilizando misturas de<br />
gases especiais de alto padrão<br />
Por Murilo G. Dallaqua¹<br />
Revisão: Nícia Vofchuk²<br />
Precisão e nível de incerteza definem<br />
a qualidade de uma medição<br />
e permitem que os usuários de uma<br />
mistura de gases avaliem a confiabilidade<br />
de suas análises a partir de<br />
um padrão declarado.<br />
Misturas de gases são caracterizadas<br />
pela mistura de dois ou mais<br />
componentes, podendo estes estarem<br />
na forma líquida ou gasosa,<br />
e são amplamente utilizadas nos<br />
processos produtivos, controle de<br />
qualidade de produtos e matérias<br />
primas das indústrias químicas,<br />
petroquímicas, automotivas, farmacêuticas<br />
e prestadores de serviço.<br />
São aplicadas como padrões de calibração<br />
de sensores e analisadores<br />
e em equipamentos analíticos como<br />
por exemplo na cromatografia.<br />
O processo de fabricação das<br />
misturas de gases é composto por<br />
diversas etapas que necessitam<br />
seguir padrões específicos que garantam<br />
a estabilidade e qualidade<br />
dessas misturas. Para cada mistura<br />
produzida, é necessário considerar<br />
cilindro e válvula ideais, os melhores<br />
tratamentos de superfície e técnicas<br />
de preparação de cilindros. A medição<br />
correta de cada componente é<br />
feita por gravimetria, e a adição dos<br />
balanços com gases de alta pureza<br />
se torna fundamental para que não<br />
seja adicionado níveis de contaminantes<br />
que danifiquem a composição<br />
necessária para a mistura.<br />
Após o enchimento do cilindro são<br />
realizadas análises específicas de<br />
produtos para garantia do processo.<br />
A estabilidade de uma mistura de<br />
gases é definida de acordo com o<br />
tempo que ela pode ser usada com<br />
confiança após certificação do fabricante.<br />
Tanto a informação de tempo<br />
de validade da mistura como dos<br />
componentes, nível de incerteza,<br />
método de fabricação, data de fabricação<br />
e demais itens devem estar<br />
presentes no certificado de análise<br />
que é feito individualmente para<br />
cada cilindro e entregue ao consumidor.<br />
Sempre que possuir dúvidas<br />
quanto a composição da mistura é<br />
importante consultar o certificado<br />
ou até mesmo o fabricante.<br />
A excelência de qualidade das<br />
misturas é um ponto primordial<br />
para que se obtenha uma análise<br />
e calibração confiáveis, porém não<br />
somente ela é responsável por este<br />
processo. Ao realizar uma análise é<br />
necessário que se verifique o cenário<br />
como um todo, desde o cilindro<br />
até o método de transferência do<br />
gás, material utilizado, conectores,<br />
inertização adequada da linha e<br />
especificações do próprio equipamento.<br />
Além da entrada de contaminantes<br />
que podem alterar seu<br />
resultado analítico, muitas misturas<br />
são consideradas reativas contendo<br />
componentes enxofrados, NOx e CO<br />
que são suscetíveis a reação com<br />
oxigênio e outros elementos.<br />
A realização de uma boa análise<br />
envolvendo gases depende de um<br />
conjunto de componentes, e a indústria<br />
de gases responsável pela<br />
fabricação das misturas analíticas<br />
com toda certeza tem grande participação<br />
nela. Por isso, conte sempre<br />
com um fornecedor confiável que<br />
possua um time técnico de apoio<br />
e um excelente processo de fabricação<br />
para te auxiliar em qualquer<br />
necessidade.<br />
Murilo G. Dallaqua<br />
é engenheiro de Aplicações<br />
de Gases Especiais –<br />
Air Products Brasil<br />
Nícia Vofchuk é Supervisora<br />
de Gases Especiais -<br />
Air Products Brasil<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
31
Microbiologia<br />
Cronobacter<br />
O Cronobacter e um bacilo Gram negativo que pertence à família Enterobacteriaceae. Este microrganismo<br />
era conhecido como o Enterobacter cloacae produtor de pigmento amarelo. Posteriormente, em 1980<br />
a bactéria foi reclassificada como Enterobacter sakazakii.<br />
Por Claudio Kiyoshi Hirai*<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
32<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Bacilo Gram negativo Enterobacter sakazakii<br />
Esta reclassificação foi o resultado<br />
de vários estudos, aonde as cepas<br />
de E. sakazakii foram separadas em<br />
grupos a partir de perfis obtidos por<br />
amplificação de fragmentos polimórficos<br />
fluorescentes de DNA, perfis de<br />
ribotipagem, análises de sequências<br />
gênicas completas de 16S RNA e hibridização<br />
DNA-DNA.<br />
Desta forma foi proposto a sua<br />
reclassificação, dentro da família Enterobacteriaceae,<br />
como um novo gênero,<br />
Cronobacter spp., com quatro<br />
espécies, duas subespécies, e uma<br />
genomoespecie, que são:<br />
• Cronobacter sakazakii subsp.<br />
sakazakii,<br />
• Cronobacter sakazakii subsp.<br />
Malonaticus,<br />
• Cronobacter muytejensii,<br />
• Cronobacter dublinensis,<br />
• Cronobacter turicensis e;<br />
• Cronobacter genomoespecies 1.<br />
Em virtude de outros estudos que<br />
foram publicados, atualmente o gênero<br />
Cronobacter é composto de 7<br />
espécies:<br />
• C. sakazakii,<br />
• C. malonaticus,<br />
• C. dublinensis,<br />
• C. turicensis,<br />
• C. muytjensii,<br />
• C. universalis e;<br />
• C. condimenti.<br />
Inicialmente foi reconhecido como<br />
um patógeno oportunista devido ao<br />
consumo de formulas infantis desidratadas.<br />
E foi apontado como<br />
causador de meningite e septicemia<br />
neonatal.<br />
Em 1<strong>96</strong>1, foram descritos na literatura<br />
os dois primeiros casos de<br />
meningite causados pela bactéria.<br />
Após esta data foram descritos,<br />
novos casos de meningite, septicemia<br />
e enterocolite necrotizante.<br />
Muito embora a maioria dos casos<br />
envolvam crianças, existem na literatura,<br />
casos que descrevem infecções<br />
em adultos idosos, sendo que<br />
a maioria dos casos sejam devido a<br />
infecção urinaria.<br />
De maneira geral, a taxa de mortalidade<br />
está na casa de 80%.<br />
Muito embora a fonte do E. sakazakii<br />
seja ainda desconhecida, o numero<br />
crescente de relatos na literatura sugerem<br />
que as formulas infantis desidratadas<br />
sejam o veiculo para a infecção.<br />
No Brasil, existem poucos relatos<br />
de contaminação em formulas infantis<br />
desidratadas comercializadas pelo<br />
microrganismo, sendo que o primeiro<br />
relato de surto ocorreu em 1997 na<br />
Unidade de Neonatologia do hospital<br />
de Clinicas da Universidade Federal<br />
de Minas Gerais.<br />
As amostras positivas para o Cronobacter<br />
foram: Queijo Minas Frescal,<br />
Queijo Prato, Alimento infantil a<br />
base de Cereal de aveia, Alimento<br />
infantil a base de cereais de milho,<br />
Alimento infantil de cereais de arroz,<br />
farinhas, temperos e condimentos,<br />
formulas lácteas em pó, formulas<br />
infantis, aveia em flocos, leite UHT,<br />
amido em pó.<br />
Os métodos atuais de detecção<br />
e isolamento do Cronobacter spp.<br />
utilizam o PCR e também metodologia<br />
tradicional com o uso de meios<br />
cromogenicos, para isolar e detectar<br />
a bactéria, visto que o PCR ainda e<br />
pouco utilizado pelos laboratórios.<br />
A pesquisa de Cronobacter nas<br />
formulas infantis em pó pode ser realizada<br />
com alíquotas de 100 g. da<br />
amostra, diluição em tampão peptonado,<br />
centrifugação da amostra e<br />
semeadura em um meio comercial<br />
cromogênico (Agar R&F ou Agar<br />
DFI), incubar as placas a 35 +/- 2 C<br />
durante 18 a 24 horas verificando o<br />
aparecimento de colônias características.<br />
Realizar a confirmação bioquímica<br />
utilizando os kits bioquímico scomo a<br />
o API, Crystal ou outros ou ainda automatizados<br />
como o Vitek, Biolog etc.<br />
Referências bibliográficas:<br />
• BAM Bacteriological <strong>Analytica</strong>l Manual<br />
Chapter 29 Cronobacter.<br />
• Freitas, L. G., Risori, C.A., Jakabi, M., de Paula, A.,<br />
M.,R., Rowlands, R,E.,G.. Ocorrência de Cronobacter spp.,<br />
(Enterobcter sakazakii) em alimentos infantis adquiridos<br />
em um hospital público.<br />
Ver. Inst. Adolfo Lutz. 2011;70(4); 548-53.<br />
• Hunter, C.,J.,Petrosvan, M., Ford, H.,R., Prasadarao,<br />
N., Enterobacter sakazakii: A Emerging Pathogen in<br />
Infants and Neonates, Sur. Infec, 2008Oct; 9(5):533-539.<br />
*Claudio Kiyoshi Hirai é<br />
farmacêutico bioquímico, diretor<br />
científico da BCQ consultoria e<br />
qualidade, membro da American<br />
Society of Microbiology e membro<br />
do CTT de microbiologia da<br />
Farmacopeia Brasileira.<br />
Telefone: 11 5539 6719<br />
E-mail: técnica@bcq.com.br<br />
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REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
33
METROLOGIA<br />
Inmetro<br />
debate<br />
Indústria 4.0<br />
Indústria 4.0 é o nome<br />
usado para marcar a<br />
4ª Revolução Industrial<br />
que está por vir.<br />
Indústria 4.0 é uma expressão que<br />
engloba algumas tecnologias para automação<br />
e troca de dados e utiliza conceitos de<br />
sistemas ciber-físicos, Internet das Coisas e<br />
Computação em Nuvem.<br />
34<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Em comemoração ao Dia Mundial<br />
da Acreditação, a Coordenação Geral<br />
de Acreditação do Inmetro, realizou<br />
no dia 18 de julho de 2018 um<br />
evento para se debater e apresentar<br />
as perspectivas da instituição em<br />
relação ao novo tema: Indústria 4.0<br />
O evento foi realizado Centro de<br />
Convenções da Firjan – Rio de Janeiro,<br />
e teve como programação algumas<br />
palestras que apresentaram<br />
situações onde já se aplicam tecnologias<br />
de automação aderentes<br />
ao conceito da Indústria 4.0. Houve<br />
uma participação de mais de 250<br />
pessoas, representantes de organismos<br />
de avaliação da conformidade,<br />
órgãos regulamentadores, profissionais<br />
independentes e associações<br />
de avaliação da conformidade.<br />
Cabe destacar a apresentação<br />
do prof. James H. Lambert, P.E.,<br />
F.IEEE, F.ASCE, F.SRA, D.WRE,<br />
Ph.D – University of Virginia, com<br />
o tema Compliance and Risk Management<br />
in the 4th Revolution,<br />
onde foi abordada a utilização das<br />
ferramentas baseadas em sistemas<br />
ciber-físicos, Internet das<br />
Coisas e Computação em Nuvem<br />
em análise riscos.<br />
Seguiram-se as apresentações<br />
Automação e Sociedade na Revolução<br />
4.0: Um olhar para o Brasil<br />
- Prof. Eduardo Mario Dias – USP e<br />
Dr. Vidal Melo – GAESI/POLI Coordenador<br />
do GAESI – Gestão em Automação<br />
& TI; onde foi visto como as<br />
tecnologias para automação podem<br />
auxiliar na redução de acidentes; no<br />
aumento da produtividade; na redução<br />
de custos, na eliminação de<br />
processos, entre outros.<br />
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA)<br />
apresentou a palestra sobre Manufatura<br />
Automotiva 4.0 – Experiência da<br />
FCA - Marcelo Mendes Lima – Coordenador<br />
de Engenharia de Manufatura<br />
da FCA, onde foram apresentadas<br />
as tecnologias atuais utilizadas na<br />
FCA, onde se combinam a realidade<br />
virtual e o real para adicionar informações<br />
em tempo real; a existência das<br />
fábricas conectadas e inteligentes, entre<br />
outras coisas, isto proporciona que<br />
as metas de qualidade alcançadas antes<br />
do tempo e lançamento com zero<br />
desperdícios e perdas.<br />
Situação Atual da Indústria 4.0 na<br />
Cadeia de Têxtil e Confecção, foi exposta<br />
pelo SENAI/CETIQT - Robson<br />
Wanka – Gerente de Educação, que<br />
mostrou a 1ª Fábrica de Confecção<br />
4.0 do Brasil –CETIQT/RJ, onde<br />
foram apresentadas as principais<br />
tecnologias adotadas: Manufatura<br />
Acionada pelo Consumidor; Robótica,<br />
Automação e Virtualização; Realidade<br />
Aumentada; Realidade Virtual; Sistemas<br />
de Visão; Sensores, Atuadores<br />
e Interfaces Homem Máquina –IHM;<br />
IoT(Internet das Coisas) & CloudComputing;<br />
Big Data & Analytics; AI -Inteligência<br />
Artificial; e Sistemas de<br />
Integração Horizontal e Vertical.<br />
Foi também apresentado um<br />
Programa de Fortalecimento Têxtil<br />
e Confecção, trabalho em conjunto<br />
do SENAI CETIQT e ABIT (Associação<br />
Brasileira da Indústria Têxtil e<br />
de Confecção), que prevê um foco<br />
no aumento da competitividade das<br />
empresas dos setores têxtil e de<br />
confecção, por meio de soluções<br />
customizadas de Educação e Tecnologia,<br />
com apoio da Rede de Institutos<br />
SENAI Tecnologia.<br />
A Agência Nacional de Transportes<br />
Terrestres – ANTT, apresentou<br />
ANTT 4.0 – Desburocratizando a regulação<br />
de transporte - Thiago Martorelly<br />
Quirino de Aragão – Especialista<br />
em Regulação de Transportes,<br />
onde a Agência expôs as ações que<br />
estão em curso utilizando as tecnologias<br />
para automação e troca de<br />
dados on-line, que são as seguintes:<br />
Fiscalização Eletrônica e Canal<br />
Verde Brasil;<br />
Documento de Transporte Eletrônico<br />
(DTE);<br />
Processo e Habilitação Eletrônica<br />
do Transportador;<br />
Compartilhamento eletrônico<br />
de informações.<br />
Estas ações propiciaram um aumento<br />
de 11.000% na fiscalização<br />
de veículos de cargas através do<br />
CANAL VERDE BRASIL; além de<br />
aumentar a eficiência no transporte<br />
multimodal, com melhor gestão de<br />
acessos portuários.<br />
O Inmetro também apresentou<br />
sua visão e ações para acompanhar<br />
a necessidade de adequação<br />
aos novos conceitos na atividade<br />
de acreditação. As iniciativas do Inmetro<br />
para esta área são chamadas<br />
Acreditação 4.0.<br />
O Coordenador Geral de Acreditação,<br />
Marcos Aurélio Lima de Oliveira,<br />
apresentou as iniciativas já<br />
existentes na área de acreditação<br />
utilizando-se de tecnologias como a<br />
internet móvel, inteligência artificial,<br />
automação de processos.<br />
As principais iniciativas apresentadas<br />
foram:<br />
Validação de relatórios de avaliação<br />
realizados por softwares utilizando<br />
algoritmo validador;<br />
Leitura de relatório de avaliação<br />
realizado por inteligência artificial<br />
(software com algoritmos que<br />
aprende as palavras-chave de cada<br />
requisito normativo);<br />
Avaliação de organismos de<br />
avaliação da conformidade de forma<br />
remota.<br />
“Acreditação é confiança e se não<br />
acompanhar o dinamismo do mundo<br />
sua confiança será inócua. ”, declarou<br />
o Coordenador Geral de Acreditação<br />
do Inmetro demonstrando<br />
que se a acreditação não estiver<br />
emparelhada com as tendências<br />
mundiais não conseguirá cumprir<br />
seu papel com a eficiência que a<br />
sociedade exige de nossa atividade,<br />
que é proporcionar confiança aos<br />
serviços de avaliação da conformidade<br />
oferecidos pelos organismos<br />
acreditados.<br />
Aldoney Freire Costa é<br />
Pesquisador-Tecnologista do<br />
Instituto Nacional de<br />
Metrologia, Qualidade e<br />
Tecnologia (Inmetro),<br />
atuando como Coordenador<br />
de Operações de Acreditação.<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
35
Espectrometria de Massas<br />
A espectrometria de massas<br />
e a química analítica<br />
36<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Por Oscar Vega Bustillos*<br />
A espectrometria de massas é<br />
uma técnica analítica que qualifica<br />
e quantifica a matéria presente no<br />
universo. Consiste em analisar os<br />
átomos e moléculas por meio da relação<br />
massa/carga (m/z) dos íons de<br />
analitos no estado gasoso. A ciência<br />
que explora a espectrometria de<br />
massas é conhecida como “físico-<br />
-química dos íons na fase gasosa”.<br />
O estudo da espectrometria de<br />
massas envolve três itens principais:<br />
o instrumento analisador, denominado<br />
“espectrômetro de massas”,<br />
os resultados deste analisador, representados<br />
pelos “espectros de<br />
massas” e as “aplicações” em diferentes<br />
áreas da ciência que este<br />
analisador é utilizado.<br />
O espectrômetro de massas é o<br />
instrumento analítico composto de<br />
um compartimento fechado à vácuo<br />
para não ter interferência com a atmosfera.<br />
Dentro do compartimento<br />
existem três seções que caracterizam<br />
o espectrômetro de massas: A<br />
“Fonte de íons” em que a amostra<br />
gasosa a ser analisada e convertida<br />
em íons. O “Analisador” em que os<br />
íons são separados e discriminados<br />
em função da sua razão massa/<br />
carga (m/z) e o “Detector de íons”<br />
em que os íons são detectados e<br />
transmitidos para um sistema de<br />
processamento de dados, resultando<br />
o espectro de massas. A Figura<br />
1 apresenta as diferentes alternativas<br />
utilizadas no espectrômetro de<br />
massas. Estas alternativas dão a<br />
característica de aplicabilidade do<br />
espectrômetro de massas.<br />
O espectro de massas consiste<br />
em um gráfico bidimensional, cujas<br />
coordenadas representam a razão<br />
(m/z) na abscissa, com unidade Dalton<br />
(Da), e na ordenada o número<br />
de íons detectados, representada<br />
em porcentagem (%) relativa ao íon<br />
mais intenso do espectro, conhecido<br />
como íon base. Por meio da leitura<br />
correta dos íons fragmentos do espectro<br />
de massas é possível deduzir<br />
a molécula em estudo.<br />
A técnica pode ser aplicada em<br />
diversas áreas da ciência. Historicamente,<br />
a descoberta da estrutura da<br />
matéria, tais como a existência dos<br />
elétrons e dos isótopos da maioria<br />
dos elementos químicos da tabela<br />
periódica, foi possível graças à sua<br />
aplicação na ciência física e química,<br />
analisando algumas centenas de<br />
Daltons. Logo, com o desenvolvimento<br />
de novos instrumentos, a sua<br />
aplicação passou a ser explorada<br />
na ciência biológica, especialmente<br />
na medicina, analisando proteínas e<br />
outras moléculas de massa molecular<br />
acima de milhares de Daltons.<br />
O desenvolvimento da espectrometria<br />
de massas é interessante e<br />
acompanha a evolução da inteligência<br />
humana. Quem inventou este<br />
analisador foi o físico inglês Joseph<br />
John Thomson (1856-1940) no ano<br />
de 1897. Certamente ele “subiu<br />
nos ombros dos gigantes”, tal como<br />
Newton sugere, para descobrir novos<br />
avanços na ciência. Os gigantes<br />
que J.J. Thomson “subiu” foram:<br />
Otto von Guericke (1602-1686) físico<br />
alemão que em 1650 descobre<br />
novas maquinas para gerar vácuo.<br />
Michael Faraday (1791-1867) e<br />
James Maxwell (1831-1879) foram<br />
outros gigantes que abriram o caminho<br />
para compreensão do eletromagnetismo.<br />
Faraday desenvolveu<br />
a eletroquímica e definiu termos<br />
importantes na espectrometria de<br />
massas, tais como ânodo, cátodo e<br />
íons positivos e negativos. Maxwell<br />
formulou a teoria do eletromagnetismo,<br />
fornecendo base da espectrometria<br />
de massas, onde os íons,<br />
no interior do analisador de massas,<br />
são separados e discriminados em<br />
função a sua razão m/z.<br />
Mas um dos gigantes que impulsionou<br />
o descobrimento da espectrometria<br />
de massas foi o físico britânico<br />
William Crookes (1832-1919)<br />
Figura 1: Diagrama das diferentes técnicas alternativas<br />
Figura 1: Diagrama das diferentes técnicas alternativas utilizadas no<br />
utilizadas no espectrômetro de massas.<br />
espectrômetro de massas.<br />
que desenvolveu o “Tubo de Raios<br />
Catódicos”. Este instrumento era<br />
um tubo de vidro fechado à vácuo<br />
com dois eletrodos metálicos, onde<br />
era aplicada correntes elétricas positivas<br />
e negativas. O efeito produzia<br />
um feixe de luz visível esverdeada.<br />
Várias experiências foram realizadas<br />
pelos pesquisadores com este tubo.<br />
Uma delas foi realizada pelos físicos<br />
alemães Johann Hittorf e Julius Plucker,<br />
em 1869, conseguindo deslocar<br />
o feixe de luz visível esverdeada<br />
por meio de um imã externo ao tubo<br />
de vácuo.<br />
Esta experiência com o Tubo de<br />
Raios Catódicos empolgou o pesquisador<br />
J.J. Thomson que, ao<br />
modificar a geometria deste tubo,<br />
desenvolveu o primeiro espectrômetro<br />
de massas. As partes do<br />
primeiro espectrômetro são equivalentes<br />
às já enunciadas anteriormente:<br />
fonte de íons, analisador e<br />
detector. Como detector foi utilizado<br />
uma placa fotográfica para registrar<br />
o caminho ótico dos íons, obtendo<br />
geometrias parabólicas. A matemática<br />
na espectrometria de massas<br />
está presente já que a geometria<br />
do caminho dos íons é de suma<br />
importância para interpretação dos<br />
espectros de massas. Por meio do<br />
primeiro espectrômetro de massas,<br />
J.J. Thomson consegue medir<br />
a relação massa/carga do elétron<br />
que, então, não era conhecido, denominando<br />
“partícula corpuscular”.<br />
Naquela época, acreditava-se que o<br />
átomo era uma partícula indivisível,<br />
tal como o grego Demócrito formulou<br />
no ano 400 a.C. (“a” significa<br />
“sem” e “tomo” significa “divisão”<br />
em grego). O físico inglês John Dalton<br />
(1766-1844) reforçou esta teoria<br />
postulando em 1803 que “Toda<br />
matéria, sólida, líquida ou gasosa<br />
consiste Referências de bibliográficas um grande número de<br />
pequenas partículas denominadas<br />
átomos. Nenhum processo químico<br />
poderá criar ou aniquilar os átomos”.<br />
Em homenagem a esta teoria<br />
a unidade da razão massa/carga é<br />
responde que o átomo era como um<br />
pudim inglês, onde as uvas passas<br />
estão localizadas no lado externo e<br />
ao redor do pudim. Certamente a<br />
resposta de Thomson foi pronunciada<br />
Lopes; antes Fábio da hora Cesar do Gozzo; banquete Felipe<br />
Ricardo Vessecchi; Norberto Peporine<br />
da academia influenciando, desta<br />
Augusto Dörr; Michael Murgu; Daniel Temponi Lebre; Renato Abreu; Oscar<br />
forma, no primeiro modelo atômico.<br />
Vega Bustillos; José Manuel Riveros. Pela “Nomenclaturas descoberta de dos espectrometria elétrons, J.J. de<br />
chamada massas de em Daltons. língua portuguesa”. Quím. Nova Thomson vol.34 recebeu no.10 São o Paulo premio 2011. Nobel<br />
Além do elétron, J.J. Thomson de Física de 1906.<br />
e seu aluno Francis William Aston<br />
(1877-1945) descobrem os isóto-<br />
Referências bibliográficas<br />
• Ricardo Vessecchi; Norberto Peporine Lo-<br />
pos *Oscar 20Ne Vega e Bustillos 22Ne do gás Neônio.<br />
Foi assim que na reunião da Real pes; Fábio Cesar Gozzo; Felipe Augusto Dörr;<br />
Pesquisador do Centro de Química e Meio<br />
Academia de Ciência na Inglaterra<br />
Pesquisas no ano Energéticas de 1897, e J.J. Nucleares Thomson IPEN/CNEN-SP nato Abreu; Oscar Vega Bustillos; José Manuel<br />
Michael Ambiente Murgu; CQMA Daniel do Temponi Instituto Lebre; de Re-<br />
anuncia que o átomo é uma partícula<br />
55 divisível. 11 3133 9343 Ele chegou a esta con-<br />
Riveros. “Nomenclaturas de espectrometria<br />
de massas em língua portuguesa”. Quím.<br />
Nova vol.34 no.10 São Paulo 2011.<br />
clusão após verificar que a massa<br />
da partícula corpuscular descoberta<br />
ovega@ipen.br<br />
(elétron) era menor que a massa do<br />
*Oscar Vega Bustillos<br />
elemento www.vegascience.blogspot.com.br<br />
mais leve da tabela periódica,<br />
o Hidrogênio. Esta descoberta e Meio Ambiente CQMA do Instituto de<br />
Pesquisador do Centro de Química<br />
deixou eufórica à comunidade científica.<br />
A primeira pergunta da plateia<br />
IPEN/CNEN-SP<br />
Pesquisas Energéticas e Nucleares<br />
para o Professor Thomson foi: Como<br />
55 11 3133 9343<br />
ovega@ipen.br<br />
ele concebia o modelo atômico? Ele<br />
www.vegascience.blogspot.com.br<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
37
Arena Técnica<br />
Gestão integrada e inteligente<br />
Conheça o I.CONTROL, o mais novo produto da Arena Técnica, único sistema de gestão SGQ/SGI<br />
do mercado que monitora automaticamente a atualização de normas técnicas referenciadas nos<br />
documentos ou instruções internas.<br />
O I.CONTROL permite a interatividade<br />
entre os usuários na<br />
própria plataforma, nos moldes<br />
de uma rede social, agilizando<br />
a comunicação entre equipes e<br />
também o desígnio de funções e<br />
tarefas. Além disso, também avisa<br />
sobre prazos de validade de documentos<br />
internos e de certificados<br />
e licenças - documentos quase<br />
sempre indispensáveis para o funcionamento<br />
da empresa, evitando<br />
a correria e gastos extras para renovação<br />
de última hora.<br />
38<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Ferramenta praticamente indispensável<br />
para empresas conscientes<br />
e comprometidas com<br />
seus clientes. Em um mundo<br />
cada vez mais dinâmico e globalizado,<br />
os sistemas de gestão da<br />
qualidade (SGQ) e integrado (SGI)<br />
eliminam os riscos de utilização<br />
indevida de normas, organizam e<br />
facilitam a implementação do controle<br />
efetivo de políticas, objetivos,<br />
procedimentos e instruções de<br />
trabalho (práticas) - aumentando a<br />
eficiência de suas operações.<br />
No entanto, quando esses processos<br />
internos estão vinculados<br />
a normas técnicas de entidades<br />
normalizadoras, existe a necessidade<br />
constante de checagem por<br />
atualizações – que, hoje, normalmente<br />
é um processo manual e<br />
ineficiente. Apesar disso, é um<br />
trabalho fundamental, já que o<br />
descompasso com a regulamentação<br />
vigente pode ter implicações<br />
legais que podem comprometer<br />
a imagem da empresa, sua<br />
produção e a comercialização de<br />
seus produtos e serviços, chegando<br />
até a gerar significativos<br />
prejuízos financeiros.<br />
Gestão Inteligente<br />
O I.CONTROL possui a solução<br />
que realiza, concomitantemente,<br />
a gestão unificada de documentos<br />
do SGQ/SGI da sua empresa<br />
e o monitoramento automático de<br />
normas e regulamentos de entidades<br />
externas, vinculadas ao seu<br />
sistema. É o único SGI que oferece<br />
esta funcionalidade no mercado.<br />
Na criação de novos procedimentos,<br />
o I.CONTROL informa<br />
qual norma ou regulamento deve<br />
ser utilizado, a versão mais re-<br />
cente e os adendos e/ou erratas<br />
que estão disponíveis. E, para os<br />
documentos internos já existentes,<br />
são emitidos alertas sistemáticos,<br />
avisando os usuários designados<br />
quando há procedimentos<br />
ou instruções que precisam ser<br />
atualizados naquele mês, devido<br />
a alterações.<br />
Dessa forma, os gestores têm<br />
sempre a certeza de estarem utilizando<br />
a norma correta, devidamente<br />
atualizada.<br />
A eficiência dos funcionários também<br />
é maximizada, uma vez que<br />
a checagem manual não é mais<br />
necessária e a atuação nos documentos<br />
internos acontece somente<br />
quando há, de fato, uma atualização<br />
externa. Além disso, relatórios de<br />
uso interno e/ou para auditorias são<br />
gerados em poucos cliques, de forma<br />
rápida e automática.<br />
Como funciona<br />
É no processo de cadastramento<br />
dos documentos internos que<br />
é feito o relacionamento com as<br />
normas e regulamentos externos<br />
- que a partir daí passam a ser<br />
monitorados automaticamente. A<br />
Arena Técnica coleta dados das<br />
principais entidades para acompanhamento<br />
da atualização de<br />
seus acervos.<br />
São mais de um milhão de normas<br />
indexadas de entidades normalizadoras<br />
e/ou regulamentadoras<br />
como ABNT, ASTM, ASME,<br />
BSI, CEN CENELEC, DIN, INME-<br />
TRO, ISO, MTPS, NFPA, SAE, PE-<br />
TROBRÁS, UNECE WP29 e muitas<br />
outras. Além disso, também faz o<br />
monitoramento sob demanda de<br />
normas que não constem na sua<br />
base de dados.<br />
O cliente pode optar por gerenciar<br />
e alimentar a plataforma<br />
ou contratar também o serviço<br />
de gestão do sistema, com o suporte<br />
total durante todo o período<br />
de contrato. Com essa opção, a<br />
empresa não precisa se preocupar<br />
em cadastrar normas, regulamentos<br />
e procedimentos no<br />
sistema - tudo será feito pelo administrador<br />
da ARENA TÉCNICA.<br />
Toda a organização do sistema,<br />
de modo a possibilitar a geração<br />
de relatórios para auditorias, pode<br />
ser feito em até uma semana.<br />
Sobre a Arena Técnica<br />
Startup fomentada com o apoio<br />
do Centro de Inovação, Empreendedorismo<br />
e Tecnologia da Universidade<br />
de São Paulo (Cietec<br />
- USP), a Arena Técnica<br />
(www.arenatecnica.com.br)<br />
tem como missão prover informação<br />
atualizada à indústria e<br />
seus agentes para aumentar a<br />
qualidade, segurança e competitividade<br />
do seu produto final.<br />
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firmaram uma parceria que tem<br />
por objetivo informar, aos leitores,<br />
as opções de normas ou projetos<br />
de normas que possam estar<br />
vinculados aos artigos publicados<br />
- além de entregar opções<br />
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REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
39
Análise de Minerais<br />
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS) em nível n<br />
(INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARTIZATION) em nível<br />
de produtos comercializados no mercado externo. Nesta norma estão presente<br />
massa máxima que pode ser retida em uma peneira, sendo essa variável depen<br />
densidade do material processado, além da área e abertura da peneira utilizada<br />
Autores<br />
Alisson Cruz1; Eduardo Melo2; Bruno Castro3<br />
1- Estagiário de Engenharia Química, CSN Mineração;<br />
2- Gerente de Desenvolvimento e Laboratório, CSN Mineração;<br />
3- Analista de Garantia da Qualidade, CSN Mineração;<br />
Para aberturas superiores ou iguais à 22,4 mm é utilizada a seguinte relaçã<br />
40<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET JUN/JUL 18<br />
Minério de Ferro<br />
Análise da influência da densidade para<br />
cálculos de massa máxima<br />
retida em aberturas de<br />
peneiras inferiores a 4 mm<br />
em análises granulométricas<br />
Resumo<br />
Ter conhecimento a respeito da quantidade de massa<br />
a ser utilizada em uma análise granulométrica é fundamental<br />
para se obter uma melhor precisão e eficiência<br />
na mesma, além de evitar sobrecargas de peso no equipamento<br />
de peneiramento utilizado.<br />
Um método para se estabelecer a massa a ser utilizada<br />
é por meio do conhecimento da massa máxima<br />
que pode ficar retida em uma peneira após a realização<br />
do ensaio de peneiramento. Atualmente, a metodologia<br />
de referência que define os parâmetros relacionados ao<br />
ensaio granulométrico por peneiramento para minério<br />
de ferro é a ABNT NBR ISO 4701:2008, sendo nela demonstrada<br />
a forma de cálculo de massa máxima retida<br />
em uma peneira após cessado o peneiramento, utilizando<br />
relações que dependem do valor de abertura da tela,<br />
o diâmetro da peneira utilizada e a densidade do material<br />
processado.<br />
Este estudo objetivou a análise do cálculo de massa<br />
máxima retida para aberturas de peneiras inferiores à<br />
4 mm, no qual, conforme a norma em vigor, as massas<br />
são fixadas para uma densidade de 2300 kg/m³ e variam<br />
com o tamanho de abertura da peneira. Este trabalho<br />
avalia o efeito do uso desta para minérios com densidades<br />
diferentes, tendo sido encontradas variações de até<br />
38,48% ao utilizar densidades de minérios usualmente<br />
encontrados no mercado.<br />
Concluiu-se que a densidade do material possui grande<br />
interferência nos cálculos de massa máxima retida<br />
em peneiramento, e que um fator de correção de densidade<br />
deve ser utilizado, principalmente, em análises granulométricas<br />
de “sinter feed”. Desta forma, propõe-se o<br />
uso de um fator de correção de forma a adequar a influência<br />
da densidade na quantidade de massa utilizada na<br />
análise granulométrica por peneiramento.<br />
Palavras chaves: peneiramento, massa, densidade.<br />
Abstract<br />
Knowing the amount of mass to be used in a granulometric<br />
analysis is fundamental to obtain better accuracy<br />
and efficiency in the same and avoiding overloading of<br />
weight in the screening equipment used.<br />
A method of establishing the mass to be used is by<br />
knowing the maximum mass that can be retained in a<br />
sieve after the sieve test has been carried out. Currently,<br />
the reference methodology that defines the parameters<br />
related to the granulometric test by sieving for iron ore is<br />
ABNT NBR ISO 4701: 2008, and it is demonstrated the<br />
form of calculation of maximum mass retained in a sieve<br />
after sieving ceased, using relations which depend on<br />
the aperture value of the screen, the sieve diameter used<br />
and the density of the material processed.<br />
This study aimed at the analysis of the calculation<br />
of the maximum mass retained for openings of sieves<br />
below 4 mm, in which, according to the current norm,<br />
the masses are fixed to a density of 2300 kg / m³ and<br />
vary with the sieve opening size. This work evaluates the<br />
effect of its use on ores with different densities, and variations<br />
of up to 38.48% were found when using mineral<br />
densities usually found in the market.<br />
It was concluded that the density of the material has<br />
great interference in the calculations of the maximum<br />
mass retained in sieving, and that a density correction<br />
factor should be used, mainly, in grain size analyzes of<br />
sinter feed. Therefore, it is proposed to use a correction<br />
factor in order to adjust the influence of the density on<br />
the amount of mass used in the granulometric analysis<br />
by sieving.<br />
Key Words: sieve, mass, density.<br />
Imagem ilustrativa<br />
1. Introdução<br />
m = 0,005+0,0004W*ρ b<br />
*A<br />
máxima que pode No ser caso retida de aberturas em Onde: inferiores a 22,4 mm e superiores ou iguais à 4 mm<br />
uma peneira utilizada: após o processo de m é a massa máxima possível na<br />
Conhecer o tamanho e a distribuição<br />
de tamanhos das partículas<br />
classificação granulométrica, a fim peneira, em gramas.<br />
de determinar qual a massa de alimentação<br />
do equipamento de pe-<br />
b<br />
W é a abertura da peneira, em mm.<br />
m = 0,0007*W*ρ<br />
é um pré-requisito necessário em<br />
*A<br />
é a densidade aparente do material<br />
em kg/m³, determinada de<br />
muitos processos industriais. Para<br />
neiramento, tendo garantido, assim,<br />
isso, o método comumente utilizado<br />
a máxima eficiência Onde: para análise acordo com a ISO 3852.<br />
é o peneiramento. O peneiramento<br />
granulométrica.<br />
A é a área da peneira, em m².<br />
ou a classificação granulométrica é<br />
O conhecimento • da m massa é a massa máxima<br />
retida, além • de W ter é relevância a abertura da Para peneira, o caso em de mm. aberturas infe-<br />
máxima possível na peneira, em gramas.<br />
o estudo do comportamento de um<br />
conjunto de partículas com diferentes<br />
tamanhos, utilizando uma série<br />
na análise de eficiência de peneiramento,<br />
contribui<br />
riores à 4 mm, o cálculo de massa<br />
•<br />
no<br />
ρ cuidado<br />
é a densidade<br />
do máxima<br />
aparente<br />
é estabelecido<br />
do material<br />
com<br />
em<br />
valores<br />
kg/m³, determinada de acord<br />
de aberturas padronizadas, nas<br />
equipamento utilizado • A é por a área evitar da peneira, fixos para em cada m². abertura, em uma<br />
quais uma determinada classe de<br />
sobrecargas de materiais e por densidade de referência (2300<br />
tamanho passa ou fica retida.<br />
contribuir na significativa Para o caso melhora de aberturas kg/m³). inferiores Para outras à densidades, 4 mm, o cálculo a de massa máxim<br />
Portanto, o peneiramento é a técnica<br />
utilizada para a determinação<br />
da precisão valores do ensaio fixos de análise para cada referida abertura, norma em cita uma que os densidade valores de referência (2300<br />
granulométrica.<br />
devem ser alterados proporcionalmente,<br />
da massa que cada faixa especificada<br />
de tamanho de partículas<br />
Atualmente,<br />
densidades,<br />
a metodologia<br />
a referida<br />
de<br />
norma cita<br />
o qual<br />
que<br />
não<br />
os<br />
está<br />
valores<br />
claramente<br />
na descrito mesma. na Tais mesma. dados Tais estão dados presentes no anexo C da<br />
devem ser alterados proporci<br />
referência que está analisa claramente os fatores descrito<br />
representa na massa total ensaiada,<br />
fornecendo informações como<br />
relacionados ao peneiramento para estão presentes no anexo C da<br />
análise granulométrica 2. JUSTIFICATIVA é a ABNT norma.<br />
tamanho máximo, mínimo e médio<br />
NBR ISO 4701:2008, que é o método<br />
aprovado pela Foi ABNT observado (ASSO- que em 2. faixas Justificativa de abertura com valores maiores que 4 mm h<br />
das partículas, distribuição de frequência<br />
e acumulativa destas. A<br />
CIAÇÃO BRASILEIRA da densidade DE NORMAS no cálculo de Foi massa observado máxima, que em o que faixas pode ser observado por m<br />
partir de tais informações, pode-<br />
TÉCNICAS) em nível nacional; e<br />
-se efetuar o ajuste de modelos de<br />
pela ISO (INTERNATIONAL<br />
(2). Para aberturas<br />
ORGAinferiores<br />
de abertura a mm com não valores há uma maiores<br />
que 4 mm há uma influência<br />
relação que demonstra isso<br />
distribuição granulométrica a partir<br />
NIZATION FOR apenas STANDARTIZATION) mencionado que<br />
clara<br />
os valores<br />
da densidade<br />
tabelados<br />
no cálculo<br />
no anexo<br />
de<br />
C da norma utilizada<br />
de uma amostra, nos quais os parâmetros<br />
são utilizados no projeto de<br />
em nível internacional, proporcionalmente. no caso de massa máxima, o que pode ser<br />
produtos comercializados no mercado<br />
externo. Nesta Portanto, norma este estão estudo (1) objetivou e (2). Para a aberturas análise da inferiores influência de alterações de de<br />
observado por meio das relações<br />
diversos equipamentos de classificação<br />
e separação, como peneiras<br />
presentes formas de se obter a<br />
Atualmente,<br />
industriais, separadores magnéticos,<br />
ciclones e hidrociclones.<br />
massa máxima<br />
a de metodologia valores de massa<br />
que pode ser<br />
de<br />
retida<br />
referência máxima a 4 mm que não analisa pode há uma ficar os relação retida fatores em que relacionados uma peneira ao em peneiram abertur<br />
para análise Atualmente, em uma granulométrica peneira, estabelecer a metodologia sendo é essa a adequação<br />
demonstra<br />
ABNT vari-<br />
referência NBR do ISO uso que por<br />
isso<br />
4701:2008, analisa meio<br />
de<br />
do<br />
forma<br />
os que emprego<br />
direta,<br />
fatores é o método relacionados de um aprovado fator (razão) ao peneira pela par<br />
sendo apenas mencionado que os<br />
A<br />
Um importante fator a ser analisado<br />
em um processo de penei-<br />
(INTERNATIONAL<br />
(ASSOCIAÇÃO para ável análise dependente granulométrica correções. BRASILEIRA de fatores Para é a como ABNT DE isso, NORMAS foram valores NBR realizadas ISO tabelados TÉCNICAS) 4701:2008, no análises anexo que em granulométricas C é da o nível método nacional; aprovado utilizando e pela<br />
densidade do material<br />
ORGANIZATION<br />
processado,<br />
(ASSOCIAÇÃO comumente FOR STANDARTIZATION) internacional, no<br />
ramento é a eficiência da análise<br />
além da área e abertura<br />
BRASILEIRA encontradas<br />
da peneira<br />
DE norma NORMAS nos produtos utilizada TÉCNICAS) deverão disponíveis ser alterados<br />
em comercialmente nível nacional; (“sinter e pelf<br />
de (INTERNATIONAL produtos<br />
granulométrica, sendo ela influenciada<br />
por diversos fatores, tais de produtos comercializados no mercado externo. Nesta norma estão presentes formas de se<br />
utilizada, comercializados como<br />
fixando<br />
a seguir: ORGANIZATION valores no mercado de diâmetro FOR externo. da proporcionalmente.<br />
STANDARTIZATION) peneira Nesta norma utilizada. estão presentes em nível internacional, formas de se ob<br />
Portanto, este estudo objetivou a<br />
n<br />
massa máxima que pode ser retida em uma peneira, sendo essa variável dependente de fatores c<br />
como: escolha adequada do tipo densidade massa<br />
Para<br />
máxima do material aberturas 3. METODOLOGIA análise da influência de alterações<br />
que pode processado, superiores<br />
ser retida além ou<br />
em da uma de área densidades peneira, e abertura sendo nos cálculos da essa peneira variável de valores<br />
utilizada, dependente como a de seguir: fatores<br />
e meio de peneiramento, o tempo<br />
iguais à 22,4 mm é utilizada a seguinte<br />
aberturas relação: do material processado, além densidade<br />
em que as partículas estão submetidas<br />
aos meios de peneiramento, a Para aberturas superiores granulométrica; ou iguais à<br />
Para<br />
da área<br />
de massa<br />
e abertura<br />
máxima<br />
da<br />
que<br />
peneira<br />
pode<br />
utilizada, como a seguir<br />
superiores 3.1. Seleção ou iguais de minérios à 22,4 ficar mm retida a é serem utilizada em uma analisados a peneira seguinte em e relação: identificação de malh<br />
aberturas<br />
22,4 mm<br />
inferiores<br />
é utilizada<br />
a 4 mm<br />
a seguinte<br />
e estabelecer<br />
a adequação do uso por<br />
relação:<br />
quantidade de massa de material a m = 0,005+0,0004W*ρ b<br />
*A<br />
ser processado, o tipo e dimensões<br />
meio do emprego de um fator (razão)<br />
(1) m = 0,005+0,0004W*ρ<br />
do equipamento utilizado, a limpeza<br />
b<br />
*A<br />
No caso de aberturas inferiores a 22,4 mm<br />
para<br />
e superiores<br />
se realizar eventuais<br />
ou iguais<br />
correções.<br />
Para isso, foram realizadas<br />
à 4 mm, a seguinte relaç<br />
adequada dos meios de peneiramento,<br />
entre outros. Como citado,<br />
utilizada: No caso de a<br />
a No caso de aberturas inferiores a 22,4 análises mm granulométricas e superiores ou utilizando iguais à 4 mm, a seguinte rel<br />
22,4 mm e superiores ou iguais à 4<br />
massa de minério a ser processado utilizada:<br />
valores de densidades comumente<br />
mm,<br />
por ensaio é uma variável de processo<br />
extremamente importante de m = 0,0007*W*ρ b<br />
m = a 0,0007*W*ρ seguinte relação b<br />
*A é utilizada: encontradas nos produtos disponíveis<br />
comercialmente (“sinter feed”<br />
*A<br />
ser analisada. Nesse intuito, surge Onde:<br />
e “pellet feed”), fixando valores de<br />
(2)<br />
o interesse em identificar a massa Onde:<br />
diâmetro da peneira utilizada.<br />
• m é a massa máxima possível na peneira, em gramas.<br />
• • W m é a é abertura a massa máxima da peneira, possível em mm. na peneira, em gramas.<br />
41<br />
• • ρ W é a é densidade a abertura aparente da peneira, do em material mm. em kg/m³, determinada de acordo com a ISO 3852<br />
• • A ρé a é área a densidade da peneira, aparente em m². do material em kg/m³, determinada de acordo com a ISO 38<br />
• A é a área da peneira, em m².<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18
Análise de Minerais<br />
Na tabela 2 estão presentes densidades desses produtos, no qual foram selecionados os valores<br />
máximos, mínimos e médios dos valores de densidades catalogados. Essa forma de análise foi objetivou demonstrar a influência<br />
adotada com o objetivo de estudar toda a faixa de densidades da utilização desse fator para uma<br />
Após a identificação possível desses das densidades materiais. comuns para os produtos<br />
ampla<br />
de interesse<br />
faixa de densidades.<br />
de análise,<br />
Como<br />
foram<br />
calculadas as massas máximas alterando proporcionalmente para o cálculo esses de valores massa de máxima densidades,<br />
Tabela 2 – Valores de Densidades para o “sinter feed” e o “pellet feed”<br />
possui<br />
3. Metodologia<br />
Tabela 2 – Valores de Densidades para conforme o “sinter feed” mencionado e o “pellet feed” na norma, tendo como referência os valores influência para direta a densidade da densidade 2300 do<br />
kg/m³. Após a identificação das densidades comuns para os produtos material, de interesse área e abertura de análise, de peneiramento,<br />
fixaram-se tamanhos Informações calculadas “Sinter as feed” massas “Pellet máximas feed" alterando proporcionalmente para esses valores de densidades,<br />
foram<br />
3.1 Seleção de minérios a<br />
serem analisados e identificação<br />
de malhas usadas na aná-<br />
proporcional entre massa e densidade e com isto, criou-se um fator calculados de correção para casos que de efetuasse 200 mm a<br />
Para análise da influência da densidade, admitiu-se uma diâmetros relação de linear peneira, e diretamente tendo sido<br />
conforme mencionado na norma, tendo como referência os valores para a densidade de 2300<br />
lise granulométrica;<br />
Densidade máxima (Kg/m³) kg/m³.<br />
alteração Após 3185<br />
proporcional a identificação 2478 das massa densidades máxima para comuns qualquer para os valor produtos de e densidade. 300 interesse mm para de peneiras análise, redondas,<br />
que são informados na norma<br />
foram<br />
Buscando atingir resultados para<br />
calculadas<br />
situações reais, primeiramente,<br />
Para análise as massas da influência máximas alterando<br />
Densidade mínima (Kg/m³) 2098 2225<br />
ρ<br />
da densidade, proporcionalmente admitiu-se uma para relação esses valores linear de e diretamente densidades,<br />
foram identificados minérios que<br />
conforme Fator de correção = b<br />
ABNT NBR ISO 4701:2008. Os<br />
proporcional mencionado entre massa na<br />
2300 e norma,<br />
kg/m³ densidade tendo e com como isto, referência criou-se os um valores<br />
resultados fator de para correção a densidade<br />
obtidos foram que efetuasse de 2300 (3)<br />
relaciona-dos<br />
densidade.<br />
possuem em sua análise granulométrica<br />
peneiras com aberturas<br />
Onde 2655 ρ 2352<br />
alteração kg/m³. proporcional de massa máxima para qualquer valor de<br />
Densidade média (Kg/m³) em tabelas.<br />
b<br />
é a densidade aparente do produto de interesse. Na segunda etapa, foi analisada<br />
inferiores a 4 mm. Com isso, foram<br />
Para análise da influência ρ da densidade, admitiu-se uma relação linear e diretamente<br />
Fator de correção = b<br />
a influência das densidades em (3)<br />
selecionadas amostras de minérios,<br />
proporcional Dessa forma, entre os massa<br />
2300<br />
valores e densidade<br />
kg/m³<br />
massa e com máxima isto, criou-se para cada um abertura<br />
comercialmente conhecidos como<br />
cado de mineração, objetivando<br />
situações fator de de correção com peneira valores que são reais, efetuasse obtidos utili-zando<br />
densidade. os na valores norma encontrados para a densidade para<br />
ingir resultados para situações reais, 3.3. primeiramente, Realização de foram cálculos identificados<br />
massa máxima<br />
“sinter feed” e o “pellet feed”, de<br />
a análise da influência desta para multiplicando alteração retida fator de correção (3) pelos valores de<br />
Onde<br />
proporcional<br />
ρ<br />
o fator de de correção massa máxima (3) pelos para valores qualquer de massa valor fixados de<br />
suem em sua análise granulométrica peneiras com aberturas<br />
diferentes minas do Quadrilátero<br />
cálculo inferiores de massa a máxima 4 mm. retida. massa fixados b<br />
é a densidade aparente do produto de interesse.<br />
de referência (2300 na norma kg/m³). para a densidade<br />
Fator de referência correção (2300 = kg/m³). b<br />
o “sinter feed” e “pellet feed”. Também<br />
se utilizou somente o valor de<br />
ρ<br />
selecionadas amostras<br />
Ferrífero<br />
de minérios,<br />
para realização<br />
comercialmente<br />
do estudo.<br />
conhecidos Na tabela como 2 “sinter estão presentes Dessa forma, os valores 2300 kg/m³ de massa máxima para cada abertura de peneira são obtidos<br />
(3)<br />
feed”, de diferentes minas do Quadrilátero Ferrífero para densidades realização do desses estudo. produtos, no<br />
multiplicando m' = fator de o fator correção*m de correção (2300(3) kg<br />
diâmetro de peneira de 200 mm,<br />
qual foram selecionados os valores<br />
) m 3 pelos valores de massa fixados na norma para a densidade<br />
por ser esse o mais utilizado em<br />
(4)<br />
Tabela 1 – Valores de abertura de<br />
máximos, mínimos e médios dos<br />
de (4) referência<br />
Onde ρ b<br />
é<br />
(2300<br />
a densidade<br />
kg/m³).<br />
aparente do produto de interesse.<br />
s de abertura de peneiras ensaios de análise granulométrica.<br />
peneiras (mm) utilizados (mm) utilizados na análise na análise granulométrica de “sinter feed” e<br />
Sendo:<br />
valores de densidades catalogados. Sendo:<br />
o granulométrica “pellet feed” de “sinter feed” e o<br />
Dessa forma, os valores de massa máxima para cada abertura de peneira são obtidos<br />
Essa forma de análise foi adotada m': = massa fator de máxima correção*m na densidade (2300 kg<br />
3.4 Realização de teste de<br />
“pellet feed”<br />
• multiplicando m': massa máxima<br />
com o objetivo de estudar toda a aparente do<br />
o<br />
material<br />
fator de na correção densidade<br />
usado em<br />
(3) aparente pelos ) valores do material de massa usado fixados em gramas na norma (g). para a densidade<br />
(4)<br />
m 3 análise granulométrica para o<br />
Valores de abertura (mm)<br />
faixa de densidades possível desses • de gramas referência m<br />
Sendo:<br />
(2300 (g). kg/m³): (2300 kg/m³). massa máxima na densidade de 2300 kg/m³ “sinter em gramas feed”. (g).<br />
“Sinter feed” “Pellet feed” materiais.<br />
m (2300 kg/m³): massa máxima<br />
Foram obtidas informações de Figura 1 - Tabela com valores de massa máxima para um material com densidade de 2300 kg/m³<br />
na<br />
Também densidade = fator foram de correção*m realizados<br />
2300 kg/m³ (2300 cálculos<br />
em<br />
kg de diferenças matemáticas entre os valores de massa com<br />
12,500 1,00<br />
massa retida em peneiras no ensaio<br />
de análise granulométrica de<br />
3.3 Realização de cálculos e sem gramas a aplicação (g). do fator de correção<br />
) (4)<br />
presente na ABNT NBR ISO 4701:2008 (Parte 1).<br />
• m': massa máxima na densidade<br />
maparente 3 do material usado em gramas (g).<br />
6,300 0,500<br />
• m (2300 kg/m³): massa máxima na densidade de 2300 kg/m³ em gramas (g).<br />
de massa máxima retida Sendo: Também foram realizados cálculos<br />
∆m Também de = diferenças m ' - foram m 2300 matemáticas realizados kg<br />
en-<br />
comparados com valores de massa<br />
“sinter feed”. Os valores foram<br />
4,750 0,150<br />
Após a identificação das densidades<br />
comuns para os produtos de • e sem<br />
m3 cálculos de diferenças matemáticas entre os valores de massa com (5)<br />
3,350 0,106<br />
tre m': os<br />
a massa aplicação<br />
valores máxima de<br />
do<br />
massa<br />
fator na com densidade e<br />
correção<br />
sem aparente do material usado máxima em gramas retida (g). analisando as diferenças<br />
em de gramas massa resultantes com (g). da a utilização influência da do<br />
2,000 0,075<br />
interesse de análise, foram calculadas<br />
as massas máximas alteran-<br />
densidade.<br />
• a Com m aplicação (2300 os valores kg/m³): do fator obtidos, massa de correção máxima foi calculada na densidade a variação de 2300 percentual kg/m³<br />
1,000 0,053<br />
fator<br />
do proporcionalmente para esses<br />
∆m de = correção. m ' - m 2300 Para isso, kg utilizou-se a seguinte relação:<br />
Também foram realizados m3 (5)<br />
cálculos de diferenças matemáticas entre os valores de massa com<br />
0,500 0,045<br />
valores de densidades, conforme<br />
e sem (5)<br />
%m = ∆m *100% (6)<br />
0,300 -<br />
mencionado na norma, tendo como Com<br />
a aplicação<br />
os m valores<br />
do<br />
obtidos,<br />
fator de<br />
foi<br />
correção<br />
calculada a variação percentual 4. de Resultados massa com a e utilização do<br />
0,212 -<br />
referência os valores para a densidade<br />
de 2300 kg/m³.<br />
culada<br />
fator Com de correção. os valores obtidos, foi cal-<br />
Discussão<br />
Objetivando ∆m = m<br />
a ' Para isso,<br />
- m 2300<br />
variação<br />
estudar kg utilizou-se a seguinte relação:<br />
percentual<br />
a influência da densidade em cálculos de massa máxima em cada<br />
0,150 -<br />
Após a identificação das densidades comuns para os produtos de m3 (5)<br />
interesse de análise, foram<br />
Após a identificação das densidades calculadas<br />
Após Para comuns a<br />
as<br />
identificação análise para massas os da produtos máximas<br />
das influência densidades alterando interesse da comuns peneira<br />
proporcionalmente de massa %m análise, para = com ∆m os foram aberturas *100% produtos a utilização para<br />
de<br />
esses<br />
inferiores interesse do valores fator de a<br />
de<br />
4 análise, mm,<br />
densidades,<br />
foram a análise foi realizada 4.1 em Influência duas etapas: da densidade. inicialmente, (6)<br />
0,106 calculadas as massas - máximas alterando calculadas<br />
conforme densidade, proporcionalmente mencionado<br />
as massas admitiu-se máximas norma, para uma esses alterando relação tendo valores utilizou-se proporcionalmente correção. Com<br />
como de referência densidades,<br />
os m<br />
valores valores Para para isso, de obtidos, esses densidades utilizou-se valores foi calculada a teóricos de densidades, a entre variação os valores percentual máximos Como de massa e citado, mínimos com estão a dos presentes utilização produtos na do<br />
os valores para a densidade de 2300<br />
conforme mencionado na norma, tendo kg/m³.<br />
conforme linear como e mencionado referência diretamente os na valores norma, proporcional para tendo a encontrados. como fator densidade seguinte Objetivando referência correção. de relação: 2300 Essa os estudar valores Para análise isso, para a objetivou influência utilizou-se a densidade demonstrar da a seguinte densidade 2300 a relação: influência em cálculos da norma utilização de as massa massas desse máximas fator para em retidas uma cada<br />
Como aberturas com valores de<br />
kg/m³.<br />
kg/m³. entre massa e densidade e com<br />
para uma densidade de 2300 kg/<br />
com valores de 12,500, 12,500, 6,300 6,300 e 4,750 e 4,750 mm mm são superiores são<br />
ampla peneira faixa para de densidades. Como o cálculo de massa máxima possui influência direta da<br />
isto, Para a criou-se análise 4,000 um da mm, influência fator seus de correção da densidade, admitiu-se uma relação linear e diretamente<br />
m³, com diâmetros de peneira de<br />
áxima retida são realizados<br />
superiores<br />
utilizando<br />
a 4,000 mm,<br />
a relação<br />
seus cálculos<br />
proporcional de massa entre máxima massa retida e densidade são proporcional<br />
Para análise da influência da densidade, densidade<br />
%m = ∆m aberturas inferiores a 4 mm, a análise foi realizada em duas etapas: inicialmente,<br />
admitiu-se do<br />
*100%<br />
material, uma relação área e linear abertura e diretamente de peneiramento, fixaram-se tamanhos de diâmetros<br />
(6)<br />
Para análise da influência de<br />
(2), da proporcional densidade, e, que portanto, efetuasse entre admitiu-se não massa a alteração foram uma e densidade relação proporcional<br />
e com proporcional de isto, massa criou-se máxima de um massa fator para máxima qual-<br />
correção peneira, para encontrados. isto, que qualquer efetuasse criou-se tendo valor Essa sido um a de análise fator calculados densidade.<br />
e linear com utilizou-se<br />
(6) isto, e diretamente m<br />
criou-se valores um fator de densidades de correção que teóricos efetuasse entre a os valores máximos e mínimos dos produtos<br />
200 mm 300 mm.<br />
alteração<br />
entre massa e densidade e com<br />
do.<br />
de correção objetivou para que casos demonstrar efetuasse 200 a a mm influência e 300 mm da para utilização Figura<br />
peneiras<br />
1 e desse Figura<br />
redondas, fator 2 para que uma são<br />
realizados alteração utilizando proporcional a relação de massa (2),<br />
Objetivando estudar a influência da densidade em cálculos de massa máxima em cada<br />
máxima alteração proporcional massa máxima<br />
quer para valor qualquer de densidade. valor densidade. informados para ampla qualquer<br />
Objetivando faixa na valor de norma densidades. densidade.<br />
estudar ABNT a influência<br />
tabelas. da densidade em cálculos de (3)<br />
Como NBR ISO o cálculo 4701:2008. de massa Os resultados máxima A partir obtidos possui de valores influência foram de relacionados<br />
ρ massa direta máxima<br />
retida na densidade de 2300<br />
da<br />
e, portanto, não foram analisados Fator de correção = b peneira para aberturas inferiores a 4 mm, a<br />
ρ<br />
de densidades comuns nesse dos estudo. produtos “sinter feed” e “pellet feed”<br />
2300 kg/m³ em<br />
análise foi realizada em duas etapas: inicialmente,<br />
ρ<br />
Fator de correção = b<br />
Fator de correção = b<br />
densidade do material, área e abertura de peneiramento,<br />
(3)<br />
fixaram-se tamanhos diâmetros de<br />
utilizou-se valores<br />
2300 kg/m³<br />
2300 kg/m³<br />
(3) de densidades teóricos entre os valores máximos e mínimos dos produtos<br />
peneira, massa tendo máxima sido em calculados cada peneira para casos de 200 mm e 300 mm kg/m³, para peneiras foram calculadas redondas, massas que são<br />
Onde ρ<br />
das as densidades de “sinter 3.2. feed” Identificação e “pellet de feed” densidades<br />
comuns b<br />
comumente b<br />
é a densidade aparente do produto encontrados.<br />
encontradas no<br />
para Na de segunda interesse. aberturas<br />
Essa etapa, inferiores<br />
análise foi analisada objetivou<br />
a 4 mm, a demonstrar influência das a influência densidades da máximas em utilização situações para desse densidades com fator valores para abaixo reais, uma e<br />
Onde ρ Onde ρ b<br />
é a densidade aparente do produto de interesse.<br />
é a densidade aparente do produto de interesse.<br />
informados na norma ABNT NBR ISO 4701:2008. Os resultados obtidos foram relacionados<br />
dos produtos<br />
utilizando ampla a análise faixa os foi de valores realizada densidades. encontrados em Como duas para o cálculo o “sinter de feed” massa e máxima “pellet acima feed”. possui desse Também influência valor. Os se resultados direta utilizou da<br />
ão, objetivando a análise influência desta para cálculo Dessa<br />
“sinter feed” e “pellet feed” (4)<br />
de forma, massa os máxima valores de massa em máxima tabelas. para cada abertura de peneira são obtidos<br />
Dessa forma, os valores de massa Dessa forma, os valores de massa somente densidade máxima etapas: para o inicialmente, valor do cada material, de abertura diâmetro utilizou-se área de e de peneira abertura va-<br />
são de obtidos peneiramento, 200 mm, por ser fixaram-se esse foram o mais tamanhos agrupados utilizado de nas em diâmetros ensaios tabelas 3 de<br />
multiplicando máxima o para fator cada de correção abertura (3) de pelos peneira valores são de obtidos massa fixados na norma para a densidade<br />
Foram identificadas as densidades<br />
de “sinter feed” e “pellet feed” de referência sa máxima (2300 para kg/m³). cada abertura de os valores máximos e mínimos dos<br />
de 200 mm e 300 mm, respecti-<br />
multiplicando Dessa forma, o fator os de valores correção de (3) mas-<br />
multiplicando o fator de correção (3) pelos análise valores granulométrica.<br />
densidades massa fixados teóricos na norma entre para a densidade<br />
e 4 para os diâmetros de peneira<br />
de pelos referência valores (2300 de massa kg/m³). fixados na norma peneira, para Na a segunda densidade tendo sido etapa, calculados foi analisada para casos a influência 200 das mm densidades e 300 mm em para situações peneiras com redondas, valores que reais, são<br />
presentes densidades<br />
comumente<br />
desses referência produtos, (2300<br />
encontradas<br />
no kg/m³).<br />
informados na norma ABNT NBR ISO 4701:2008. Os resultados obtidos foram relacionados Figura 2 - Tabela com valores de massa máxima retida para um material com densidade de 2300 kg/m³<br />
qual<br />
no mer-<br />
foram selecionados peneira são obtidos os valores multiplicando o<br />
utilizando os valores encontrados para o “sinter feed” e “pellet feed”. Também se utilizou<br />
m' = fator de correção*m (2300 produtos encontrados. Essa análise<br />
vamente.<br />
e médios dos valores de densidades catalogados. Essa m' forma = fator de correção*m análise foi (2300<br />
42<br />
kg<br />
m kg3<br />
) ) em tabelas.<br />
(4)<br />
(4)<br />
presente na ABNT NBR ISO 4701:2008 (Parte 2).<br />
m' = fator de correção*m (2300 kg<br />
) somente o valor<br />
m m<br />
ivo de estudar toda a faixa de densidades possível desses 3 materiais.<br />
3 (4) de diâmetro de peneira de 200 mm, por ser esse o mais utilizado em ensaios de<br />
Sendo:<br />
análise granulométrica.<br />
A partir de valores de massa máxima retida na densidade de 2300 kg/m³, foram calculadas<br />
Na segunda etapa, foi analisada a influência das densidades em situações com valores reais, as massas máximas para densidades abaixo e acima desse valor. Os resultados foram agrupados<br />
Sendo:<br />
Sendo:<br />
utilizando os valores encontrados para o “sinter feed” e “pellet feed”. Também se utilizou nas tabelas 3 e 4 para os diâmetros de peneira de 200 mm e 300 mm, respectivamente.<br />
abela 2 – Valores de Densidades para o “sinter feed” e • o “pellet m': massa feed” máxima na densidade aparente do material usado em gramas (g).<br />
• m': massa máxima na densidade • aparente m':<br />
m (2300<br />
massa do kg/m³): material máxima<br />
massa usado na densidade<br />
máxima em gramas na<br />
aparente<br />
densidade (g). somente do material<br />
de<br />
o<br />
2300<br />
valor usado<br />
kg/m³<br />
de em diâmetro<br />
em<br />
gramas<br />
gramas<br />
de (g).<br />
(g).<br />
peneira de 200 mm, por ser esse o mais utilizado em ensaios de<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Foram identificadas as densidades de “sinter feed” e “pellet feed” comumente encontradas no<br />
mercado de mineração, objetivando a análise da influência desta para cálculo de massa máxima<br />
retida.<br />
Como citado, estão presentes na norma as massas máximas retidas para uma densidade de<br />
2300 kg/m³, com diâmetros de peneira de 200 mm e 300 mm.
Análise de Minerais<br />
Tabela Tabela 3 – Valores Valores de de massa massa máxima máxima para para valores valores de de aberturas aberturas de de peneiras peneiras e e ampla ampla faixa faixa de de<br />
densidades densidades aparentes. aparentes. Peneira Peneira com com diâmetro diâmetro de de 200 200 mm. mm.<br />
44<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
Tabela 4 – Valores de massa máxima para valores de de aberturas de de peneiras e e ampla faixa de de<br />
densidades aparentes. Peneira com diâmetro de de 300 mm.<br />
4.2.<br />
4.2.<br />
Análise<br />
Análise<br />
aplicada<br />
aplicada 4.2. aos<br />
aos Análise produtos<br />
produtos aplicada “Sinter<br />
“Sinter<br />
feed” aos feed” produtos<br />
“Sinter feed” e “Pellet para ambos os produtos.<br />
e<br />
e<br />
“Pellet<br />
“Pellet norma, feed”.<br />
feed”. e representada na tabela 5,<br />
feed”.<br />
sidera o efeito da densidade sobre<br />
Utilizando<br />
Utilizando<br />
as<br />
as<br />
relações<br />
relações<br />
(3)<br />
(3) e<br />
(4),<br />
(4),<br />
calculou-se<br />
calculou-se<br />
a<br />
a<br />
massa<br />
massa<br />
máxima<br />
máxima Tabela retida<br />
retida 5 utilizando<br />
utilizando<br />
os<br />
os<br />
valores<br />
valores<br />
de<br />
de a massa, nos casos das peneiras<br />
densidades presentes na tabela 2. Os resultados foram representados graficamente, onde a<br />
densidades presentes Utilizando na tabela as relações 2. Os resultados (3) e (4), foram Essa representados variação de graficamente, massa também onde a de 3,35 e 0,150 mm, a massa<br />
visualização da alteração de massa é perceptível pelos posicionamentos das curvas.<br />
visualização da alteração calculou-se de a massa massa é perceptível máxima retida pelos posicionamentos foi representada das em curvas. termos de porcentagem:<br />
utilizando os valores de densidades<br />
presentes na tabela 2. Os resultados<br />
foram representados graficamente,<br />
onde a visualização da alteração<br />
de massa é perceptível pelos<br />
posicionamentos das curvas.<br />
Figura 3<br />
Foi realizada a análise quantitativa<br />
da variação de massa em relação<br />
à densidade de referência da<br />
Tabela 6 (página seguinte)<br />
Por meio do cálculo das variações<br />
percentuais de massa máxima<br />
para cada densidade, verificou-se<br />
que essa alteração é independente<br />
de dois fatores: abertura e área da<br />
peneira, sendo, portanto, influenciados<br />
pela densidade aparente do<br />
material. Quanto maior a densidade,<br />
maior o aumento percentual de<br />
massa em relação a 2300 kg/m³,<br />
assim como, para o caso de diminuição<br />
de densidade em relação à<br />
de referência, também ocorre diminuição<br />
percentual de variação de<br />
massa.<br />
Para o ”pellet feed”, observou-se<br />
que a densidade média desse tipo<br />
de material é 2352 kg/m³, possuindo<br />
densidades máximas e mínimas<br />
de 2478 e 2225 kg/m³, respectivamente.<br />
Como esses valores não<br />
diferem de forma acentuada do<br />
valor de densidade de referência<br />
da norma, a variação causada pela<br />
influência da densidade no cálculo<br />
de massa máxima retida é desprezível,<br />
portanto, não cabendo maiores<br />
detalhamentos.<br />
4.3. Realização da análise<br />
granulométrica de “sinter<br />
feed”.<br />
Tabela 7 (página seguinte)<br />
Observou-se que sem a utilização<br />
do fator de correção, que con-<br />
máxima retida foi ultrapassada,<br />
algo que interfere na eficiência do<br />
peneiramento. Com a utilização do<br />
fator de correção para uma densidade<br />
de 2900 kg/m³, observou-se<br />
que a massa máxima não foi ultrapassada.<br />
No caso, seria útil instalar<br />
uma peneira de 4,000 mm e outra<br />
e 0,180 mm, por apresentarem valores<br />
de massa máxima retida após<br />
peneiramento de 200 e 70 g para<br />
esse caso, respectivamente.<br />
Considerando a utilização do fator<br />
de correção, o limite de massa<br />
não é ultrapassado em nenhum<br />
caso, não sendo necessário, portanto,<br />
a adição de peneiras, mantendo<br />
a combinação atual. Em<br />
termos práticos, isso significa que,<br />
para o caso da não utilização do<br />
fator de correção pela densidade,<br />
objetivando manter a eficiência<br />
da análise granulométrica, seria<br />
necessário, mantendo a massa<br />
de alimentação, utilizar mais peneiras<br />
com capacidades maiores<br />
de massa máxima, o que gera um<br />
maior custo relacionado a material<br />
e energia, além de um tempo maior<br />
de peneiramento. Isto posto, tal fato<br />
pode, inclusive, levar a resultados<br />
inconsistentes com os resultados<br />
reais a serem obtidos.<br />
5. Conclusões<br />
Verificou-se que a densidade<br />
possui grande influência nos cálculos<br />
de massa máxima retida em<br />
aberturas de peneira inferiores a<br />
4 mm. Como o aumento na massa<br />
máxima que pode ser retida<br />
na peneira também possibilita um<br />
aumento na massa de alimentação<br />
ou uma diminuição do número de<br />
peneiras utilizadas em um processo<br />
de análise granulométrica,<br />
percebe-se que o emprego do fator<br />
de correção pela densidade do<br />
minério de ferro possui extrema<br />
importância em termos de aumento<br />
de produtividade e qualidade do<br />
peneiramento laboratorial. Como<br />
observado nas análises realizadas,<br />
ocorrem alterações significativas<br />
de massa máxima para cálculos<br />
Figura 3 – Representação gráfica do cálculo de massa máxima retida aplicando o fator de correção para<br />
densidades de “sinter feed” e “pellet feed”.<br />
Foi realizada a análise quantitativa da variação de massa em relação à densidade de<br />
referência da norma, e representada na tabela 5, para ambos os produtos.<br />
Tabela 5 - Valores de variação de massa (g) com a utilização do fator de correção para valores de<br />
densidades comuns de “sinter feed” e “pellet feed”.<br />
Essa variação de massa também foi representada em termos de porcentagem:<br />
Tabela 6 - Variação percentual de massa máxima retida com a aplicação do fator de correção para as<br />
densidades de “sinter feed” e “pellet feed”.<br />
utilizando o fator de correção em<br />
densidades reais, especialmente<br />
para o caso do “sinter feed”, o<br />
que leva a um peneiramento mais<br />
eficiente e por consequência mais<br />
preciso.<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
45
densidades comuns de “sinter feed” e “pellet feed”.<br />
Análise de Minerais<br />
SEUS MÉTODOS EXISTENTES.<br />
SEUS OBJETIVOS FUTUROS.<br />
CHEGAR EM QUALQUER LUGAR,<br />
A PARTIR DAQUI.<br />
Essa variação de massa também foi representada em termos de porcentagem:<br />
Tabela 6 - Variação percentual de massa máxima retida com a aplicação do fator de correção para as<br />
densidades de “sinter feed” e “pellet feed”.<br />
sada pela influência da densidade no cálculo de massa máxima retida é desprezível, portanto,<br />
o cabendo causada pela maiores influência detalhamentos. da densidade no cálculo de massa máxima retida é desprezível, portanto,<br />
não cabendo maiores detalhamentos.<br />
4.3. Realização da análise granulométrica de “sinter feed”.<br />
4.3. Realização da análise granulométrica de “sinter feed”.<br />
Por meio do cálculo das variações percentuais de massa máxima para cada densidade, verificouse<br />
Tabela que essa 7 alteração – Valores é independente Massa máxima de dois e fatores: massa abertura retida em e área cada da peneira, no sendo, processo portanto, de análise<br />
Tabela 7 – Valores de Massa máxima e massa retida em cada peneira no processo de análise<br />
influenciados pela densidade granulométrica<br />
aparente<br />
de de do<br />
“sinter “sinter material.<br />
feed”, feed”, Quanto<br />
para para um<br />
maior um diâmetro diâmetro a densidade,<br />
de 200 mm. 200 maior mm. o aumento<br />
percentual de massa em relação a 2300 kg/m³, assim como, para o caso de diminuição de densidade<br />
em relação à de referência, também ocorre diminuição percentual de variação de massa.<br />
Para o ”pellet feed”, observou-se que a densidade média desse tipo de material é 2352 kg/m³,<br />
possuindo densidades máximas e mínimas de 2478 e 2225 kg/m³, respectivamente. Como esses<br />
valores não diferem de forma acentuada do valor de densidade de referência da norma, a variação<br />
Referências<br />
Bibliográficas<br />
1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-<br />
NICAS – ABNT NBR ISSO 4701-1995 – Minérios<br />
de ferro - Determinação da distribuição<br />
granulométrica por peneiramento.<br />
Apresentando o novo ACQUITY ® ARC , um sistema LC moderno e quarternário<br />
para cientistas que trabalham com métodos estabelecidos e que buscam<br />
versatilidade e robustez necessárias para preencher a lacuna entre os<br />
métodos HPLC e UPLC. Aonde essa versatilidade pode levá-lo?<br />
Escolha seu caminho em waters.com/arc<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
2 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-<br />
NICAS - ABNT NBR ISO 4701:2008 - Minérios<br />
de ferro e pré-reduzidos – Determinação da<br />
distribuição granulométrica por peneiramento.<br />
3 NUNES DA COSTA, Evair. – Peneiramento de<br />
Partículas Finas e Ultrafinas com Adição de<br />
Dipersantes. Universidade Federal de Goiás<br />
Observou-se que sem a utilização do fator de correção, que considera o efeito da densidade<br />
–UFG, Catalão, 2014.<br />
sobre a massa, nos casos das peneiras de 3,35 e 0,150 mm, a massa máxima retida foi ultrapassada,<br />
algo 46 que interfere na eficiência do peneiramento. Com a utilização do fator de correção para uma<br />
Observou-se densidade de 2900 que kg/m³, sem a observou-se utilização que do a fator massa de máxima correção, não foi que ultrapassada. considera No o caso, efeito seria da útil densidade<br />
re instalar a massa, uma nos peneira casos de 4,000 das peneiras mm e outra de 3,35 e 0,180 e 0,150 mm, por mm, apresentarem a massa máxima valores de retida massa foi máxima ultrapassada,<br />
o retida que interfere após peneiramento na eficiência de 200 do e 70 peneiramento. g para esse caso, Com respectivamente. a utilização do fator de correção para uma<br />
PHARMACEUTICAL<br />
n<br />
HEALTH SCIENCES<br />
n<br />
FOOD<br />
n<br />
ENVIRONMENTAL<br />
n<br />
CHEMICAL MATERIALS<br />
©2015 Waters Corporation. Waters, The Science of What’s Possible e ACQUITY UPLC são marcas registradas da Waters Corporation. Arc é marca registrada da Waters Corporation.<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
47
em foco<br />
em Validação foco de limpeza - desafios e importância<br />
VALIDAÇÃO DE LIMPEZA - DESAFIOS E IMPORTÂNCIA<br />
48<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
A história A história da indústria da indústria farmacêutica farmacêutica<br />
mundial<br />
mundial<br />
apresenta diversos<br />
apresenta<br />
casos de desvios<br />
diversos<br />
na qualidade<br />
casos<br />
do produto final em decorrência de contaminações<br />
de desvios<br />
cruzadas<br />
na<br />
durante<br />
qualidade<br />
o processo<br />
do<br />
de<br />
produto<br />
produção.<br />
Um final exemplo em decorrência foi o caso ocorrido de contaminações<br />
no cruzadas qual 20 pacientes durante vieram o a processo óbito após o<br />
em Goiânia,<br />
Goiás,<br />
consumo de produção. do medicamento Um exemplo Celobar®, foi que o caso estava<br />
contaminado com o subproduto carbonato de<br />
ocorrido em Goiânia, Goiás, no qual<br />
bário formado durante a síntese desse contraste,<br />
e 20 que pacientes não foi removido vieram corretamente a óbito dos após equipamentos<br />
consumo da linha do de medicamento produção. Em casos Celo-<br />
como<br />
o<br />
este, bar®, nota-se que estava que a higienização contaminado de áreas com e<br />
equipamentos é crítica para se evitar contaminações<br />
e realizar a remoção de resíduos, garantindo<br />
o subproduto carbonato de bário<br />
assim formado a qualidade durante do produto a síntese final. desse<br />
Atualmente contraste, um e que dos não maiores foi desafios removido das<br />
indústrias corretamente brasileiras dos trata-se equipamentos do desenvolvimento da<br />
de linha um procedimento de produção. padrão Em de casos limpeza como que seja<br />
altamente<br />
este, nota-se<br />
eficiente<br />
que<br />
utilizando<br />
a higienização<br />
produtos<br />
de<br />
que<br />
tragam bom custo benefício ao processo. Baseada<br />
nas<br />
áreas<br />
normas<br />
e equipamentos<br />
da ANVISA e nas<br />
é<br />
Boas<br />
crítica<br />
Práticas<br />
para<br />
de<br />
Fabricação se evitar (BPF), contaminações a validação de limpeza e realizar consiste<br />
em a remoção procedimentos de e resíduos, metodologias garantindo documentadas<br />
que assim comprovam a qualidade a eficácia do da produto limpeza industrial. final.<br />
Ao se criar tal metodologia deve-se considerar<br />
Atualmente um dos maiores desafios<br />
fatores como volume produzido no lote, dosagem,<br />
dados das indústrias toxicológicos, brasileiras solubilidade trata-se e a área do de<br />
contato desenvolvimento do equipamento de um para procedimento<br />
padrão de resíduos de limpeza presentes que nas seja superfícies alta-<br />
verificar se a<br />
remoção<br />
encontra-se dentro de níveis pré-estabelecidos.<br />
mente eficiente utilizando produtos<br />
que tragam bom custo benefício ao<br />
processo. Baseada nas normas da<br />
ANVISA e nas Boas Práticas de Fabricação<br />
(BPF), a validação de limpeza<br />
consiste em procedimentos e metodologias<br />
documentadas que comprovam<br />
a eficácia da limpeza industrial.<br />
Ao se criar tal metodologia deve-<br />
-se considerar fatores como volume<br />
produzido no lote, dosagem, dados<br />
toxicológicos, solubilidade e a área<br />
de contato do equipamento para verificar<br />
se a remoção de resíduos pre-<br />
As sentes impurezas, nas tanto superfícies químicas quanto encontra-se microbiológicas,<br />
dentro são problemas de níveis continuamente pré-estabelecidos. encontrados<br />
nas linhas de produção de indústrias farmacêuticas<br />
e afins. Todos os produtos fármacos e seus<br />
As impurezas, tanto químicas quanto<br />
componentes, microbiológicas, ativos são e insumos, problemas podem continuamente<br />
contaminações encontrados através dos nas reagentes linhas e<br />
vir a<br />
sofrer<br />
solventes de produção utilizados, de pelos indústrias agentes farmacêuticas<br />
e afins. Todos os produtos fár-<br />
de limpeza,<br />
microrganismos encontrados no ambiente, por<br />
produtos degradados e até mesmo por subprodutomacos<br />
formados e seus durante componentes, o processo de fabricação. ativos<br />
Visando e insumos, a minimização podem desses vir a tipos sofrer de contami-<br />
contaminações<br />
e a qualidade através do medicamento dos reagentes produzido, e<br />
a<br />
solventes<br />
ANVISA exige<br />
utilizados,<br />
o desenvolvimento<br />
pelos agentes<br />
de processos<br />
de<br />
de limpeza robustos e validados que deem foco na<br />
eliminação<br />
limpeza,<br />
de<br />
microrganismos<br />
todo e qualquer resíduo<br />
encontrados<br />
indesejado.<br />
A validação<br />
no ambiente,<br />
de limpeza<br />
por<br />
garante<br />
produtos<br />
que todos<br />
de-ogradados<br />
de lotes e até produtivos mesmo anteriores por subpro-<br />
sejam<br />
resíduos<br />
minimizados dutos formados a níveis aceitáveis, durante no o entanto, processo para<br />
comprovar de fabricação. a real Visando eficiência dos a minimização procedimentos<br />
realizados deve-se efetuar o monitoramento<br />
desses tipos de contaminações e a<br />
analítico. Tal monitoramento irá verificar a porcentagem<br />
qualidade remanescente do medicamento de produtos produzido,<br />
a ANVISA de degradação, exige o excipientes, desenvolvimen-<br />
conservan-<br />
residuais,<br />
produtos<br />
tes, to de agentes processos de limpeza de e demais limpeza contaminantes, robustos<br />
e então compará-los aos limites aceitáveis. Caso<br />
e validados que deem foco na eliminação<br />
de todo o lote e do qualquer produto deve resíduo ser enviado in-<br />
quaisquer residuais ultrapassem os limites<br />
estabelecidos,<br />
para desejado. quarentena, A validação onde será reanalisado de limpeza e terá garante<br />
decidido. que todos os resíduos de lotes<br />
seu<br />
destino<br />
Tendo produtivos em vista anteriores a importância sejam do estabelecimento minimizados<br />
a níveis aceitáveis, no entanto,<br />
para comprovar a real eficiência dos<br />
procedimentos realizados deve-se<br />
efetuar o monitoramento analítico. Tal<br />
monitoramento irá verificar a porcentagem<br />
remanescente de produtos<br />
residuais, produtos de degradação,<br />
excipientes, conservantes, agentes<br />
de limpeza e demais contaminantes,<br />
e então compará-los aos limites aceitáveis.<br />
Caso<br />
quaisquer residuais ultrapassem<br />
os limites estabelecidos, o lote do<br />
produto deve ser enviado para quarentena,<br />
onde será reanalisado e terá<br />
seu destino decidido. Tendo em vista<br />
a importância do estabelecimento de<br />
uma metodologia confiável para garantir<br />
um produto final de qualidade,<br />
a cobrança dos órgãos regulamentadores<br />
vem crescendo nos últimos<br />
anos, tornando cada vez mais este<br />
processo complexo, robusto e com<br />
custos consideravelmente elevados.<br />
A revisão dos processos submetidos<br />
a ANVISA é cada vez mais rigorosa,<br />
desta forma, é crucial que os solventes,<br />
reagentes e agentes de limpeza<br />
envolvidos possuam alta qualidade e<br />
confiabilidade. O descontinuamento<br />
de um detergente ou sanitizante<br />
pode levar a uma revalidação forçada<br />
e emergencial de todo o procedimento,<br />
visto que a ANVISA não permiti<br />
simples substituições de produtos na<br />
metodologia de validação<br />
LAS<br />
de<br />
do<br />
limpeza.<br />
Pelo exposto, nota-se +55 62 que 3085 é 1900 de<br />
Brasil<br />
fundamental importância www.lasdobrasil.com.br o emprego<br />
de um método de limpeza validado<br />
perante a ANVISA e que esteja de<br />
acordo com as BPF para garantir a<br />
qualidade do processo em si e bem<br />
como a dos produtos finais. Assim<br />
sendo, o departamento da Garantia<br />
da Qualidade, Validação e Produção<br />
devem atuar em conjunto para diminuir<br />
os riscos, consequentemente<br />
problemas relacionados a contaminações<br />
químicas e microbiológicas.<br />
LAS do Brasil<br />
+55 62 3085 1900<br />
www.lasdobrasil.com.br<br />
de uma metodologia confiável para garantir um<br />
produto final de qualidade, a cobrança dos órgãos<br />
regulamentadores vem crescendo nos últimos<br />
anos, tornando cada vez mais este processo<br />
complexo, robusto e com custos consideravelmente<br />
elevados. A revisão dos processos submetidos<br />
a ANVISA é cada vez mais rigorosa, desta<br />
forma, é crucial que os solventes, reagentes e<br />
agentes de limpeza envolvidos possuam alta<br />
qualidade e confiabilidade. O descontinuamento<br />
de um detergente ou sanitizante pode levar a uma<br />
revalidação forçada e emergencial de todo o<br />
procedimento, visto que a ANVISA não permiti<br />
simples substituições de produtos na metodologia<br />
de validação de limpeza.<br />
Pelo exposto, nota-se que é de fundamental<br />
importância o emprego de um método de limpeza<br />
validado perante a ANVISA e que esteja de acordo<br />
com as BPF para garantir a qualidade do processo<br />
em si e bem como a dos produtos finais. Assim<br />
sendo, o departamento da Garantia da Qualidade,<br />
Validação e Produção devem atuar em conjunto<br />
para diminuir os riscos, consequentemente<br />
problemas relacionados a contaminações<br />
químicas e microbiológicas.<br />
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Detergente alcalino composto em sua<br />
maioria por hidróxido de potássio, agentes<br />
tensoativos, quelantes;<br />
Disponíveis metodologias de teste de<br />
remoção de resíduos por HPLC, TOC,<br />
entre outros;<br />
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espectro de sujidades, orgânicas e oleosas,<br />
utilizando de múltiplos mecanismos;<br />
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e de pesquisa e desenvolvimento.<br />
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inteligente e elegante estabelece<br />
padrões para a próxima geração de<br />
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do feixe óptico fornece excelente<br />
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para UV / VIS e maior flexibilidade<br />
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sofisticadas.<br />
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permite um fluxo de trabalho<br />
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com a posição do detector<br />
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Cultivo Celular em ampla escala<br />
O sistema de cultura celular CELLdisc oferece até 10.000cm2 de área para cultivo e crescimento<br />
de células, aumentando o rendimento da cultura<br />
50<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
O CELLdiscTM é um sistema<br />
multicamada desenvolvido para o<br />
cultivo celular. Com uma ampla possibilidade<br />
de superfície para crescimento,<br />
que varia dos 250 cm2<br />
até os 10.000 cm2, é ideal tanto<br />
para pesquisa básica quanto para<br />
o cultivo em escala industrial. Para<br />
atender as diferentes demandas,<br />
apresenta opções com 1, 4, 8, 16<br />
ou 40 camadas.<br />
O design inovador do CELLdisc,<br />
em formato cilíndrico e único<br />
no mercado, simplifica o fluxo de<br />
trabalho e reduz o risco de contaminação<br />
da amostra. A troca gasosa é<br />
feita por um canal integrado e com<br />
filtro, que possibilita a ventilação em<br />
todas as camadas.<br />
O sistema multicamada pode ser<br />
utilizado no cultivo da cultura celular<br />
em massa, como para produção de<br />
anticorpos e vacinas e também na<br />
produção de células para fins terapêuticos.<br />
Para adequar-se à necessidade<br />
da cultura celular, a superfície<br />
do CELLdisc pode receber<br />
diferentes tratamentos, como o TC<br />
(para cultivo de células aderentes)<br />
e o Advanced TCTM (para o cultivo<br />
de células aderentes sensíveis ou<br />
na ausência de soro fetal bovino no<br />
meio de cultura).<br />
O CELLdisc é de fácil manuseio,<br />
basta preenchê-lo com a<br />
suspensão celular, incliná-lo 90<br />
graus, aguardar até que o fluido se<br />
distribua uniformemente pelas camadas<br />
através do canal de conexão,<br />
retorná-lo para a posição original e<br />
colocá-lo na incubadora.<br />
Para saber mais sobre os produtos<br />
de cultura celular da Linha<br />
BioScience da Greiner Bio-One,<br />
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em foco<br />
52<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
PRESS RELEASE 07/2018<br />
Vácuo? – Simplesmente sob controle!<br />
VACUU·SELECT® - o novo controlador<br />
interativo da VACUUBRAND<br />
oferece um novo conceito de operação<br />
para todos os processos típicos<br />
de vácuo em laboratórios de química<br />
para resultados rápidos e garantidos,<br />
com economia de tempo. A interface<br />
gráfica com display moderno<br />
touchscreen permite a entrada de<br />
dados simples e intuitiva. Em combinação<br />
com fontes de vácuo novas<br />
vez.<br />
e existentes, o VACUU·SELECT é o<br />
parceiro perfeito para todas as suas<br />
aplicações de laboratório.<br />
Outra aplicação, outro<br />
ajuste de vácuo<br />
Dependendo do processo, as<br />
configurações de cada aplicação de<br />
vácuo podem ser muito diferentes.<br />
O VACUU·SELECT oferece procedimentos<br />
pré-definidos para todas<br />
integrados.<br />
as aplicações comuns de vácuo,<br />
que podem ser iniciadas ou ajustadas<br />
facilmente através da interface<br />
intuitiva com a tela touchscreen. O<br />
editor de aplicativos permite arrastar<br />
e soltar programas facilmente para<br />
Vácuo? – Simplesmente sob controle!<br />
VACUU·SELECT ® - o novo controlador interativo da<br />
VACUUBRAND oferece um novo conceito de operação para todos os<br />
processos típicos de vácuo em laboratórios de química para<br />
resultados rápidos e garantidos, com economia de tempo. A interface<br />
gráfica com display moderno touchscreen permite a entrada de dados<br />
simples e intuitiva. Em combinação com fontes de vácuo novas e<br />
personalização e ainda inclui uma<br />
ferramenta útil, permitindo que você<br />
salve seus processos favoritos para<br />
que você não precise começar do<br />
início toda vez.<br />
Robusto, mas sensível<br />
A operação com produtos químicos<br />
agressivos é o trabalho diário<br />
das bombas de vácuo com resistência<br />
química. O VACUU·SELECT<br />
possui materiais resistentes a produtos<br />
químicos, ainda assim, a tela<br />
touchscreen de vidro é sensível o<br />
suficiente para ser operada no laboratório<br />
com luvas de segurança.<br />
existentes, o VACUU·SELECT é o parceiro perfeito para todas as<br />
suas aplicações de laboratório.<br />
Outra aplicação, outro ajuste de vácuo<br />
Dependendo do processo, as configurações de cada aplicação de<br />
vácuo podem ser muito diferentes. O VACUU·SELECT oferece<br />
procedimentos pré-definidos para todas as aplicações comuns de<br />
vácuo, que podem ser iniciadas ou ajustadas facilmente através da<br />
interface intuitiva com a tela touchscreen. O editor de aplicativos<br />
permite arrastar e soltar programas facilmente para personalização e<br />
ainda inclui uma ferramenta útil, permitindo que você salve seus<br />
processos favoritos para que você não precise começar do início toda<br />
Robusto, mas sensível<br />
A operação com produtos químicos agressivos é o trabalho diário das<br />
bombas de vácuo com resistência química. O VACUU·SELECT possui<br />
materiais resistentes a produtos químicos, ainda assim, a tela<br />
touchscreen de vidro é sensível o suficiente para ser operada no<br />
laboratório com luvas de segurança.<br />
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O VACUU·SELECT está disponível<br />
em várias configurações projetadas<br />
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tem todas as conexões necessárias<br />
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com suas fontes de vácuo existentes<br />
- A versão fornecida com uma<br />
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VACUUBRAND com resistência química<br />
em conjunto com um controlador<br />
e sensor integrados.<br />
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VACUU·SELECT em conjunto com<br />
nossa bomba VARIO de velocidade<br />
controlada, oferecendo evaporações<br />
totalmente automáticas, com o toque<br />
de um botão, e os menores tempos<br />
de processo sem formação de espuma.<br />
Também não há necessidade de<br />
qualquer ajuste manual ou supervisão<br />
constante. Além disso, a bomba<br />
com velocidade controlada significa<br />
menor emissão sonora, menor con-<br />
O VACUU·SELECT está disponível em várias configurações<br />
projetadas para atender a todas as situações de laboratório:<br />
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suas fontes de vácuo existentes<br />
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sumo de energia e intervalos de manutenção<br />
mais longos.<br />
O VACUU·SELECT não trabalha<br />
exclusivamente com bombas de<br />
diafragma, mas com todas as fontes<br />
de vácuo. Para aplicações como<br />
liofilização ou linhas Schlenk, que<br />
precisam de um vácuo superior a 1<br />
mbar, existem soluções de pacotes<br />
disponíveis para controle de vácuo<br />
fino. Quer seja portátil ou instalado<br />
no mobiliário de laboratório, o versátil<br />
VACUU·SELECT oferece todas as<br />
possibilidades para um espaço de<br />
trabalho prático e ergonômico.<br />
O novo controlador VACUU·SELECT<br />
da VACUUBRAND também está preparado<br />
e pronto para o futuro para<br />
a integração em redes modernas<br />
de laboratório e sistemas de geren-<br />
- A combinação mais eficaz, no entanto, é o novo controle VACUU·SELECT em conjunto com nossa bomba<br />
VARIO de velocidade controlada, oferecendo evaporações totalmente automáticas, com o toque de um<br />
botão, e os menores tempos de processo sem formação de espuma. Também não há necessidade de<br />
qualquer ajuste manual ou supervisão constante. Além disso, a bomba com velocidade controlada significa<br />
menor emissão sonora, menor consumo de energia e intervalos de manutenção mais longos.<br />
O VACUU·SELECT não trabalha exclusivamente com bombas de<br />
diafragma, mas com todas as fontes de vácuo. Para aplicações<br />
como liofilização ou linhas Schlenk, que precisam de um vácuo<br />
superior a 1 mbar, existem soluções de pacotes disponíveis para<br />
controle de vácuo fino. Quer seja portátil ou instalado no mobiliário<br />
de laboratório, o versátil VACUU·SELECT oferece todas as<br />
possibilidades para um espaço de trabalho prático e ergonômico.<br />
O novo controlador VACUU·SELECT da VACUUBRAND também<br />
está preparado e pronto para o futuro para a integração em redes<br />
modernas de laboratório e sistemas de gerenciamento de dados.<br />
Bem-vindo ao futuro do controle de vácuo.<br />
VACUUBRAND GMBH + CO KG T +49 9342 808-5550<br />
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futuro do controle de vácuo.<br />
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controle com VACUU·SELECT®!<br />
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Biofilme em sistemas de água pura<br />
Biofilme é o termo genérico atribuído<br />
a uma comunidade de microrganismos<br />
delimitados por uma matriz<br />
que se adere a uma superfície.<br />
Podemos encontrar em qualquer<br />
face em que esteja presente umidade,<br />
mesmo em ambientes com condições<br />
difíceis, em que os nutrientes<br />
sejam extremamente limitados.<br />
Surge um biofilme quando bactérias<br />
livres (planctônicas) aderem<br />
a uma superfície. Inicialmente pode<br />
existir uma ampla variedade de<br />
espécies bacterianas e a adesão à<br />
superfície é fraca. É nesta ocasião<br />
que a remoção pode ser feita facilmente.<br />
Quando a colônia começa a<br />
se estabelecer e a crescer, produz<br />
estruturas de adesão celular, semelhantes<br />
a pilosidades e torna-se<br />
muito mais difícil de separá-las. Um<br />
biofilme estável pode continuar a<br />
desenvolver-se ao longo de vários<br />
anos, durante os quais são libertadas<br />
microcolônias e bactérias livres<br />
para o ambiente.<br />
Efeitos do biofilme em sistemas<br />
de água pura<br />
A presença de biofilme nos sistemas<br />
de água laboratorial resulta<br />
na contaminação contínua por bactérias<br />
planctônicas. A libertação de<br />
bactérias é esporádica e imprevisível,<br />
levando a variações consideráveis<br />
na potencial contaminação<br />
bacteriana da água. A presença<br />
de biofilme e de bactérias também<br />
contribui para um aumento nas<br />
partículas, produtos de eliminação<br />
e fragmentos produzidos pelo metabolismo<br />
e morte celular. Como<br />
resultado, os níveis TOC podem<br />
aumentar, assim como os níveis de<br />
RNase e endotoxinas.<br />
A chave da minimização da formação<br />
e crescimento de biofilme<br />
dá-se nas primeiras fases de desenvolvimento,<br />
momento em que as<br />
células estão mais vulneráveis a tratamento<br />
químico e que os elos mais<br />
frágeis podem ser quebrados ou enfraquecidos.<br />
A sanitização regular<br />
e a manutenção de um sistema em<br />
recirculação ajudam a prolongar as<br />
fases iniciais de desenvolvimento de<br />
biofilme, momento em que o controle<br />
pode ser mantido. A utilização<br />
de filtros e UV contribui para manter<br />
níveis mais baixos de bactérias sendo,<br />
contudo, a contaminação dos<br />
sistemas de água inevitável sem<br />
um regime de sanitização completa<br />
para retirar diretamente o biofilme.<br />
Para mais informações<br />
no e-mail:<br />
watertech.marcom.latam@veolia.com<br />
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Pipetas Rainin<br />
Simpósio Internacional marca 10 anos da United States Pharmacopeia<br />
no Brasil<br />
54<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
A Rainin, marca do grupo Mettler-<br />
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nos Estados Unidos e, há mais<br />
de 50 anos, referência no fornecimento<br />
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0,1 µL a 20 mL, e estão disponíveis<br />
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em 85% a força necessária para<br />
ejeção das ponteiras, reduzindo o<br />
risco de lesão por esforço repetitivo<br />
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do operador.<br />
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e flexibilidade para aumentar<br />
a produtividade de maneira muito<br />
simples e intuitiva. Os diversos modos<br />
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Analítica passou a representar com<br />
exclusividade a Rainin no Brasil,<br />
assumindo a responsabilidade de<br />
distribuir os produtos e prestar o<br />
suporte técnico e de serviços, como<br />
tem por objetivo principal nestes 26<br />
anos de empresa.<br />
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Evento realizado em São Paulo<br />
teve a participação de cerca de 250<br />
pessoas e contou com a presença<br />
de representantes da indústria, universidades<br />
e agência regulatória<br />
O Simpósio Internacional – Empowering<br />
a healthy tomorrow, realizado<br />
pela U. S. Pharmacopeia (USP)<br />
Brasil, marcou a comemoração de<br />
10 anos da organização no País. O<br />
evento, realizado no Sheraton WTC,<br />
em São Paulo/SP, contou com a<br />
presença de cerca de 250 pessoas<br />
e representantes internacionais e<br />
regionais da área de saúde pública,<br />
como a Anvisa, indústria farmacêutica<br />
e universidades.<br />
Em 3 dias de evento, foram abordados<br />
temas que tiveram foco na<br />
importância dos padrões farmacopeicos<br />
para garantir a saúde pública<br />
global. Na oportunidade, a USP também<br />
apresentou a campanha “Meds<br />
We Can Trust”, patrocinada pela organização<br />
e por outros parceiros de<br />
todo o mundo, que tem como principal<br />
objetivo conscientizar o público<br />
sobre a importância da qualidade<br />
de medicamentos para a saúde das<br />
pessoas.<br />
O resultado do Simpósio foi considerado<br />
um sucesso. “No evento<br />
ficou muito clara a principal visão<br />
da USP, que é proteger a saúde das<br />
pessoas e possibilitar o acesso a<br />
medicamentos seguros e de qualidade”,<br />
destacou a Profa. Dra. Maria<br />
Inês Rocha Miritello Santoro, da Faculdade<br />
de Ciências Farmacêuticas,<br />
da Universidade de São Paulo.<br />
“O Simpósio Internacional da<br />
USP pôde apresentar à sociedade<br />
questões atuais e de preocupação<br />
internacional, quais as medidas que<br />
os órgãos governamentais têm adotado<br />
e como as farmacopeias estão<br />
inseridas nesse contexto”, comentou<br />
Thiago Novotný, Coordenador do<br />
Núcleo Técnico de Medicamentos,<br />
Instituto Nacional de Controle de<br />
Qualidade em Saúde (INCQS).<br />
Para Nilton Tojar, diretor-geral da<br />
USP, a realização do Simpósio foi<br />
um marco importante na história de<br />
10 anos da organização. “Estamos<br />
contribuindo com a formação de<br />
profissionais do setor durante esse<br />
tempo. Para o futuro, vamos continuar<br />
investindo nessa capacitação e<br />
na importância do papel da parceria<br />
com as agências regulatórias e com<br />
os stakeholders, sempre comprometidos<br />
com a melhoria da saúde<br />
pública”, destacou.<br />
O evento contou com apoio de<br />
Sindusfarma, Anvisa - Agência Nacional<br />
de Vigilância Sanitária, USP<br />
- Universidade de São Paulo, ABIAD<br />
- Associação Brasileira da Indústria<br />
de Alimentos para Fins Especiais<br />
e Congêneres, INCQS - Instituto<br />
Nacional de Controle de Qualidade<br />
em Saúde e ABIFISA - Associação<br />
Brasileira das Empresas do Setor<br />
Fitoterápico, Suplemento Alimentar<br />
e de Promoção da Saúde.<br />
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REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
55
em foco<br />
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56<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
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universitários que buscam<br />
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uso em rede Wi-Fi e com custo<br />
acessível agora podem escolher<br />
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com a chegada da nova série<br />
de espectrofotômetros GENESYS<br />
da Thermo Scientific. Reconhecidos<br />
mundialmente por sua confiabilidade,<br />
precisão e reprodutibilidade, os<br />
novos GENESYS foram projetados<br />
para atender às expectativas de<br />
tecnologias avançadas da era moderna<br />
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robusto.<br />
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UV-Vis que apresenta uma interface<br />
ao usuário simplificada, com<br />
ampla tela sensível ao toque colorida<br />
e de alta resolução. A carcaça<br />
externa é muito robusta, projetada<br />
para ambientes que requerem uso<br />
repetitivo e pesado, apresentando<br />
superfícies inclinadas para prevenir<br />
infiltrações e respingos. Possui<br />
compartimento de amostras para<br />
uma única cubeta, atendendo a<br />
demanda de laboratórios que não<br />
exigem alta produtividade, mas não<br />
abrem mão da qualidade.<br />
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UV-Vis que inclui os mesmos<br />
recursos do GENESYS 50,<br />
acrescentando opção de uso com<br />
carrossel automatizado para leitura<br />
de até 8 cubetas e capacidade de<br />
operação com a tampa do compartimento<br />
de amostras aberto,<br />
para medições com maior rapidez<br />
e comodidade comparado aos instrumentos<br />
da geração anterior.<br />
GENESYS 180: O espectrofotômetro<br />
UV-Vis GENESYS 180 inclui<br />
todos os recursos do espectrofotômetro<br />
GENESYS 150. Também<br />
inclui um trocador automatizado<br />
de 8 cubetas para ambientes de<br />
maior produtividade e sistema óptico<br />
de duplo feixe para experimentos<br />
avançados com uma referência<br />
variável.<br />
Biomate 160: O espectrofotômetro<br />
UV-Vis BioMate 160 também<br />
inclui todos os benefícios do espectrofotômetro<br />
GENESYS 150 com<br />
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da área de Biociências a obter suas<br />
respostas mais rapidamente.<br />
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supermodernos, incluindo trocadores<br />
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das amostras e sonda<br />
de fibra óptica, estão disponíveis<br />
para simplificar a amostragem e<br />
atender às necessidades dos mais<br />
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CONGRESSO2018.BRMASS.COM
Complemento Normativo<br />
Acreditação para Laboratórios<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
DOQ-CGCRE-008 (Revisão 7)<br />
Orientação sobre validação de métodos analíticos.<br />
Norma publicada em: 07/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Alteração de revisão<br />
Entidade: Inmetro - País de procedência/Região: Brasil.<br />
Campo de Aplicação: Este documento aplica-se à Dicla, aos laboratórios acreditados ou postulantes à<br />
acreditação e aos avaliadores e especialistas na área de laboratórios de ensaios.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=CalibEnsaios<br />
NIT-DICLA-058 (Revisão 4)<br />
Aplicação dos Requisitos da ABNT NBR ISO 17034.<br />
Norma publicada em: 07/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Alteração de revisão<br />
Entidade: Inmetro - País de procedência/Região: Brasil.<br />
Campo de Aplicação: Esta Norma aplica-se à Dicla, aos produtores de materiais de referência (PMR) acreditados<br />
e aos postulantes à acreditação, bem como aos avaliadores/especialistas qualificados pela Cgcre para essa modalidade.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=PMR<br />
NIE-CGCRE-140 (Revisão 21)<br />
Preços dos Serviços de Acreditação de Organismos de Certificação e de Inspeção.<br />
Norma publicada em: 07/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1:Alteração de revisão<br />
Entidade: Inmetro - País de procedência/Região: Brasil.<br />
Campo de Aplicação: Esta Norma aplica-se à Dicor, Diois e Sesad.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=OVV<br />
NIT-DICAP-001 (Revisão 3)<br />
Advertência, suspensão e cancelamento do credenciamento de especialistas e avaliadores inspetores<br />
BPL da Cgcre.<br />
Norma publicada em: 07/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Alteração de revisão<br />
Entidade: Inmetro - País de procedência/Região: Brasil.<br />
Campo de Aplicação: Esta norma aplica-se à Dicap e aos avaliadores, especialistas e inspetores BPL da Cgcre.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=AvalLAB<br />
58<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
FOR-CGCRE-004 (Revisão 12)<br />
Relação detalhada dos estudos conduzidos pela instalação de teste.<br />
Norma publicada em: 07/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Alteração de revisão<br />
Entidade: Inmetro<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=BPL<br />
REVISTA ANALYTICA - AGO/SET 18<br />
59
DESDE 2000<br />
Conceito de qualidade em Microbiologia<br />
Novas e modernas instalações<br />
Equipe capacitada e comprometida<br />
Acreditações: REBLAS / INMETRO /ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017<br />
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