21.09.2018 Views

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA PARA QUANTIFICAÇÃO DE QUININA EM EXTRATO DE QUINA VERMELHA (Cinchona officinalis L.) PELO MÉTODO DE CLAE

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1. INTRODUÇÃO<br />

Tradicionalmente utilizadas nos Andes para o tratamento de febres, cascas de algumas<br />

espécies de plantas chamadas popularmente por Quina são conhecidas há séculos por<br />

possuírem propriedades terapêuticas. Quando introduzidas na Europa por missionários, em<br />

meados do século 17, foram vastamente utilizadas como tratamento antimalárico. As Quinas<br />

são compostas por diferentes espécies de plantas, sendo os principais gêneros <strong>Cinchona</strong> ou<br />

Remijia (3, 9, 23, 25, 26).<br />

Muitos compostos já foram identificados nos cascos das Quinas mais estudadas, como<br />

compostos fenólicos, ácidos orgânicos e saponosídeos. Entre estes, destaca-se o grupo dos<br />

compostos alcaloides quinolínicos, principalmente quinina, quinidina, cinchonina e<br />

cinchonidina (12, 14,).<br />

As cascas secas da árvore <strong>Cinchona</strong> contêm aproximadamente de 4 a 12% de alcaloides,<br />

principalmente diastereoisômeros quinina/quinidina e cinchonina/cinchonidina. A Quinina é o<br />

composto majoritário e equivale a aproximadamente 80% do total de alcaloides presentes nas<br />

cascas. É um potente veneno protoplasmático que atua praticamente em qualquer célula.<br />

Entretanto, é utilizada na medicina como antimalárico e também para o alívio de câimbras<br />

musculares noturnas. Pode ser encontrada em alguns refrigerantes, como por exemplo, água<br />

tônica, que pode conter mais de 80 µg/mL, o que é responsável pelo sabor amargo (6, 11, 17,<br />

20).<br />

A maior parte da quinidina absorvida é metabolizada pelo fígado, no entanto, 13% a<br />

27% é excretado na forma intacta pelos rins. Muitos metabólitos da quinidina já foram<br />

identificados, tais como 3-hidroxiquinidina, 2-oxoquinidinona, quinidina-N-oxido, quinidina-<br />

10,11-dihidrodiol e O-desmetilquinidina, que quando estudados isoladamente ou em<br />

combinação com a quinidina apresentaram atividade antiarrítmica (15, 16, 18).<br />

Em termos toxicológicos, o consumo da quinina deve ser evitado por mulheres<br />

grávidas, indivíduos com quadro de insuficiência hepática e, principalmente, crianças. Com o<br />

consumo de quinina em doses excessivas, pode-se observar intoxicação e um quadro reversível<br />

chamado cinchonismo (4, 24).<br />

O cinchonismo é uma síndrome causada por envenenamento agudo e é comumente<br />

observada após tentativas de abortos, suicídios ou envenenamento acidental em crianças. A<br />

perda da visão é um dos mais importantes efeitos colaterais reportados na literatura, mas o local<br />

onde ocorre o efeito tóxico na retina e a gestão para o seu tratamento continua sendo discutido<br />

(1).<br />

Tendo em vista todos os riscos e aspectos toxicológicos da quinina, o estudo tem como<br />

objetivo o desenvolvimento e validação de uma metodologia para a quantificação de quinina<br />

em extratos hidroalcoólicos de Quina vermelha (<strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong>).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!