21.09.2018 Views

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA PARA QUANTIFICAÇÃO DE QUININA EM EXTRATO DE QUINA VERMELHA (Cinchona officinalis L.) PELO MÉTODO DE CLAE

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong><strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO</strong> E <strong>VALIDAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>METODOLOGIA</strong> <strong>PARA</strong><br />

<strong>QUANTIFICAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>QUININA</strong> <strong>EM</strong> <strong>EXTRATO</strong> <strong>DE</strong> <strong>QUINA</strong> <strong>VERMELHA</strong><br />

(<strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong> L.) <strong>PELO</strong> <strong>MÉTODO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CLAE</strong><br />

RESUMO<br />

Giovanni Fernando France dos Santos, Thiago Henrique Döring¹,<br />

Vanderlei Wessler 1 , Monique Carniel Beltrami 1 .<br />

As quinas são conhecidas há séculos por diversos povos pelo seu uso medicinal.<br />

Entretanto, sua ingestão em doses excessivas pode causar o cinchonismo, que é a intoxicação<br />

devido a presença de quinina na planta. O presente estudo objetiva validar um método de<br />

quantificação da quinina em extratos hidroalcoólicos de Quina vermelha (<strong>Cinchona</strong><br />

<strong>officinalis</strong>), levando-se em consideração os parâmetros de validação da resolução nº 899 da<br />

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), utilizando-se para a separação<br />

cromatográfica uma coluna Superspher®, RP-18, (4,6 x 150 mm, 5 mm; Agilent TM ); fase<br />

móvel gradiente composta por tampão fosfato monopotássico 0,05M em água pH = 3,0 e<br />

Acetonitrila com fluxo de 1 mL/min e detector DAD (arranjo de fotodiodos) ajustado em<br />

comprimento de onda ʎ = 254 nm (split bandwidth = 4 nm; DAD off = 32 minutos). O volume<br />

de injeção foi de 5 µL.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Quinina, Extrato, Quantificação, Quina vermelha, Cromatografia<br />

líquida de alta eficiência.<br />

ABSTRACT<br />

<strong>Cinchona</strong>s are known for centuries by many people for its medicinal use. However,<br />

their intake in excessive doses can cause cinchonism, which is an intoxication due to the<br />

presence of quinine in the plant. This study aims to validate a quinine quantification method in<br />

quinine bark (<strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong>) hydroalcoholic extracts, taking into account the Resolution<br />

No. 899 validation parameters by National Health Surveillance Agency (ANVISA), using for<br />

the chromatographic separation a Superspher® RP-18 column (4.6 x 150 mm, 5 mm;<br />

Agilent TM ); gradient mobile phase composed of 0.05M potassium dihydrogen phosphate buffer<br />

at pH = 3.0 in water and acetonitrile with a flow of 1 mL/min with DAD (diode array detector),<br />

set wavelength ʎ = 254 nm (split bandwidth = 4 nm; DAD off = 32 minutes). The injection<br />

volume was 5 uL.<br />

KEYWORDS: Quinine, Extract, Quantification, Quinine bark, High performance liquid<br />

chromatography.


1. INTRODUÇÃO<br />

Tradicionalmente utilizadas nos Andes para o tratamento de febres, cascas de algumas<br />

espécies de plantas chamadas popularmente por Quina são conhecidas há séculos por<br />

possuírem propriedades terapêuticas. Quando introduzidas na Europa por missionários, em<br />

meados do século 17, foram vastamente utilizadas como tratamento antimalárico. As Quinas<br />

são compostas por diferentes espécies de plantas, sendo os principais gêneros <strong>Cinchona</strong> ou<br />

Remijia (3, 9, 23, 25, 26).<br />

Muitos compostos já foram identificados nos cascos das Quinas mais estudadas, como<br />

compostos fenólicos, ácidos orgânicos e saponosídeos. Entre estes, destaca-se o grupo dos<br />

compostos alcaloides quinolínicos, principalmente quinina, quinidina, cinchonina e<br />

cinchonidina (12, 14,).<br />

As cascas secas da árvore <strong>Cinchona</strong> contêm aproximadamente de 4 a 12% de alcaloides,<br />

principalmente diastereoisômeros quinina/quinidina e cinchonina/cinchonidina. A Quinina é o<br />

composto majoritário e equivale a aproximadamente 80% do total de alcaloides presentes nas<br />

cascas. É um potente veneno protoplasmático que atua praticamente em qualquer célula.<br />

Entretanto, é utilizada na medicina como antimalárico e também para o alívio de câimbras<br />

musculares noturnas. Pode ser encontrada em alguns refrigerantes, como por exemplo, água<br />

tônica, que pode conter mais de 80 µg/mL, o que é responsável pelo sabor amargo (6, 11, 17,<br />

20).<br />

A maior parte da quinidina absorvida é metabolizada pelo fígado, no entanto, 13% a<br />

27% é excretado na forma intacta pelos rins. Muitos metabólitos da quinidina já foram<br />

identificados, tais como 3-hidroxiquinidina, 2-oxoquinidinona, quinidina-N-oxido, quinidina-<br />

10,11-dihidrodiol e O-desmetilquinidina, que quando estudados isoladamente ou em<br />

combinação com a quinidina apresentaram atividade antiarrítmica (15, 16, 18).<br />

Em termos toxicológicos, o consumo da quinina deve ser evitado por mulheres<br />

grávidas, indivíduos com quadro de insuficiência hepática e, principalmente, crianças. Com o<br />

consumo de quinina em doses excessivas, pode-se observar intoxicação e um quadro reversível<br />

chamado cinchonismo (4, 24).<br />

O cinchonismo é uma síndrome causada por envenenamento agudo e é comumente<br />

observada após tentativas de abortos, suicídios ou envenenamento acidental em crianças. A<br />

perda da visão é um dos mais importantes efeitos colaterais reportados na literatura, mas o local<br />

onde ocorre o efeito tóxico na retina e a gestão para o seu tratamento continua sendo discutido<br />

(1).<br />

Tendo em vista todos os riscos e aspectos toxicológicos da quinina, o estudo tem como<br />

objetivo o desenvolvimento e validação de uma metodologia para a quantificação de quinina<br />

em extratos hidroalcoólicos de Quina vermelha (<strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong>).


2. MATERIAIS E <strong>MÉTODO</strong>S<br />

2.1. Reagentes<br />

Utilizou-se acetonitrilo com pureza superior a 99,98% (J.T.Baker®), água ultrapura<br />

(sistema de purificação Synergy®), fosfato de potássio com pureza superior a 99,9% ( Merck®)<br />

e ácido fosfórico, com teor superior a 85% (Quemis®). Como padrões de referência, foram<br />

utilizadas quinina 98,6% (Sigma-aldrich®) e quinidina a 91,3% (Sigma-aldrich®).<br />

2.2. Instrumentação<br />

O sistema integrado de cromatografia líquida de alta eficiência Merck Hitachi<br />

Chromaster® é composto por um detector DAD 5430 VWR®, um injetor automático VWR®<br />

Hitachi 5210 Chromaster, um forno VWR® Hitachi 5310 Chromaster e uma bomba<br />

quaternária VWR® Hitachi Chromaster 5110. As fases móveis foram desgaseificadas no<br />

degasser Branson 3510 e o ajuste do pH foi efetuado com pHmetro Mettler Toledo MP 220<br />

(7,8, 27).<br />

2.3. Preparo das amostras<br />

Para o preparo das amostras de extrato hidroalcoólico de <strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong> pesou-se<br />

1 g do extrato em balão volumétrico de 5 mL e completou-se o volume com acetonitrilo,<br />

obtendo-se uma solução de proporção 1:5, de extrato e acetonitrilo, respectivamente. Após a<br />

amostra diluída, filtrou-se em filtro CHROMAFIL® Xtra, PET – 20/25 0,20 µm diretamente<br />

dentro de um vial e, posteriormente, injetou-se no equipamento (17,21).<br />

2.4. Preparo dos padrões<br />

Para o preparo dos padrões, inicialmente pesou-se 10 mg do padrão de quinina em balão<br />

volumétrico de 100 mL. Em seguida, adicionou-se aproximadamente 2 mL de acetonitrilo e<br />

levou-se ao ultrassom por 10 minutos. Após dissolvido, completou-se o volume do balão com<br />

acetonitrilo, obtendo uma solução estoque de 1mg/mL. A partir desta solução foi preparada<br />

uma solução mãe de 100 µg/mL e, a partir dessa, foram feitas diluições nas concentrações de<br />

5, 10, 20, 30 e 50 µg/mL para a construção da curva de calibração.<br />

2.5. Condições cromatográficas<br />

Utilizou-se uma Coluna Superspher®, RP-18, (4,6 x 150 mm, 5 mm; Agilent TM ); fase<br />

móvel composta por tampão fosfato monopotássico 0,05M em água pH = 3,0 e acetonitrila<br />

com fluxo de 1 mL/min com detector DAD (arranjo de fotodiodos) ajustado em comprimento<br />

de onda ʎ = 254 nm (split bandwidth = 4 nm; DAD off = 32 minutos). O volume de injeção foi<br />

de 5 µL (17, 7, 8).


Tempo (min) KH2PO4 0,05 M (pH=3,0) (%) ACN (%)<br />

0 96 4<br />

10 90 10<br />

15 90 10<br />

20 88 12<br />

22 87 13<br />

25 87 13<br />

26 87 13<br />

27 96 4<br />

31 96 4<br />

32 40 60<br />

35 40 60<br />

36 96 4<br />

40 96 4<br />

Tabela 1. Gradiente do método.<br />

2.6. Parâmetros de validação<br />

A validação seguiu os protocolos segundo a RE nº 899 para garantir que o método<br />

atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados (2).<br />

O método foi validado seguindo os parâmetros de especificidade/seletividade, linearidade e<br />

faixa de aplicação, precisão, limite de detecção, limite de quantificação e exatidão adequados<br />

à análise da quinina (19).<br />

2.6.1. Especificidade/seletividade<br />

A especificidade do método foi confirmada através da obtenção de resultados positivos<br />

em amostras contendo o padrão quinina, comparadas a resultados negativos obtidos em<br />

amostras que não contêm o padrão (branco). Também foi utilizado o teste de pureza de pico<br />

com auxílio de detector de fotodiodos, com a finalidade de demonstrar que o pico<br />

cromatográfico é atribuído somente à quinina (12, 13).<br />

2.6.2. Linearidade e faixa de aplicação<br />

Para verificar a linearidade foi construída a curva de calibração com o padrão do composto<br />

quinina, obtidas a partir de uma solução mãe de 100 µg/mL (Tabela 2) (12,13).<br />

Solução padrão Volume solução<br />

mãe (mL)<br />

Volume total (mL) Concentração de<br />

quinina (µg/mL)<br />

1 10 10 100<br />

2 5 10 50<br />

3 3 10 30<br />

4 2 10 20<br />

5 1 10 10<br />

6 1 20 5<br />

Tabela 2. Curva de calibração.


As injeções foram realizadas em triplicata e a construção da curva de calibração foi<br />

realizada através do software EZChrom Elite® Versão 3,3,2.SP2 (Build 1037), através da<br />

relação da média aritmética das áreas obtidas para cada ponto e suas respectivas concentrações.<br />

2.6.3. Precisão<br />

A precisão foi determinada através do método de repetibilidade. Foram realizadas três<br />

determinações de 3 soluções contendo 5 µg/mL, 50 µg/mL e 100 µg/mL do padrão quinina,<br />

contemplando, desta forma, três níveis de concentração, baixa, média e alta.<br />

A precisão foi expressa como coeficiente de variação (CV%) ou desvio padrão relativo<br />

(DPR), abrangendo valores menores que 5% (17).<br />

2.6.4. Limite de detecção (LD) e quantificação (LQ)<br />

Os limites de detecção e quantificação foram obtidos através do método da relação<br />

sinal-ruído. Partiu-se de diluições sucessivas de soluções de concentração conhecidas contendo<br />

100 μg/mL de quinina, obtendo-se soluções de baixa concentração, e estas foram injetadas até<br />

que a relação sinal-ruído fosse de 3:1 para LD e 10:1 para LQ (5, 22).<br />

2.6.5. Exatidão<br />

Para a quinina utilizou-se soluções padrão com concentração de 5, 50 e 100 μg/mL. A<br />

partir destas soluções, foi realizada a injeção e verificada a porcentagem de recuperação,<br />

concentração prática em relação a concentração teórica (12, 13).<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

3.1. Resolução Cromatográfica<br />

O gradiente (tabela 1) foi ajustado conforme melhorias de tempo de corrida, resolução<br />

e tempo de retenção do padrão, conforme se apresentam as figuras 1 e 2.<br />

Figura 1.Cromatograma do extrato de Chinchona <strong>officinalis</strong> (1:5).


Figura 2.Cromatograma do padrão de quinina ( Concentração: 100 µg/mL).<br />

3.2. Análise qualitativa<br />

Com a metodologia adequada para a análise, foi injetada uma solução do padrão de<br />

quinina 100 µg/mL, cujo perfil de absorção no ultra-violeta (UV) encontra-se apresentado na<br />

figura 3. O lambda de absorção máxima encontrado para o composto com melhor resolução<br />

cromatográfica foi de 254nm, e então o mesmo foi comparado ao extrato de Quina vermelha,<br />

cujo tempo de retenção e perfil de absorção no ultravioleta permitiram a identificação da<br />

quinina nos extratos hidroalcoólicos da planta (17, 21).<br />

Figura 3. Perfil de absorção da quinina no UV.<br />

Com os cromatogramas obtidos a partir do extrato de <strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong>, foi possível<br />

a identificação da quinina nos extratos através do perfil de absorção no ultravioleta, com tempo<br />

de retenção de 26,30 ± 0,5 minutos, sem eluição de outros compostos com mesmo RT. Para<br />

verificar se não houve coeluição do isômero quinidina, foi injetado um padrão do mesmo, o<br />

qual teve um tempo de retenção diferente da quinina, garantindo assim que o pico é somente<br />

da quinina.


3.3. Validação analítica<br />

A validação analítica para a quinina foi realizada conforme descrito no item 2.6 (21).<br />

3.3.1. Especificidade/Seletividade<br />

A especificidade foi confirmada através da comparação dos cromatogramas do padrão,<br />

amostra e branco. Conforme observado na figura o método apresenta boa especificidade, visto<br />

que não há eluição de outro composto junto com a quinina.<br />

Figura 4. Comparação do cromatograma da amostra e do cromatograma do branco.<br />

Utilizando-se o detector com arranjo de fotodiodos, foi possível observar a pureza do<br />

pico do padrão de quinina, através da análise do perfil de absorção no UV.<br />

3.3.2. Linearidade e faixa de aplicação<br />

A linearidade do método foi verificada através da curva de calibração demostrada na<br />

figura 5.<br />

A curva de calibração foi obtida através da regressão linear, originando a equação da<br />

reta, que pode ser representada por:<br />

െ ݔ‏‎ǡ ൌ ݕ<br />

A equação apresentou um bom coeficiente de determinação, r 2 = 0,999124, e coeficiente<br />

de correlação, r= 0,999561, acima do valor mínimo determinado pela ANVISA que é r= 0,99<br />

(2), portanto, pode-se dizer que o método apresenta boa linearidade e que os resultados para a<br />

quantificação são diretamente proporcionais à concentração do analito dentro da faixa de<br />

aplicação, de 5 a 100 µg/mL (10).


Figura 5. Curva de calibração da quinina.<br />

3.3.3. Precisão<br />

Para precisão, foi realizada a análise de três soluções em triplicata em três níveis<br />

diferentes, baixo, médio e alto, 5, 50 e 100 mg/L do padrão de quinina, contemplando um total<br />

de nove injeções. A análise foi avaliada através do desvio padrão (s) e coeficiente de variação<br />

(CV).<br />

Réplicas Área Média<br />

183803<br />

Desvio padrão<br />

amostral (S)<br />

Coeficiente<br />

de variação<br />

(CV, em %)<br />

5 mg/L<br />

50 mg/L<br />

100 mg/L<br />

186777<br />

185832<br />

2980065<br />

2964964<br />

2978485<br />

6534676<br />

6355665<br />

6339590<br />

185470,6667 1519,569128 0,81<br />

2974504,667 8300,140983 0,27<br />

6343310,333 10977,94108 0,17<br />

Tabela 3. Repetibilidade do padrão de quinina, ensaio de precisão em três níveis.<br />

Através da análise dos resultados, pode-se afirmar que os valores de coeficientes de<br />

variação estão abaixo de 1%, sendo que o limite para ensaios laboratoriais estabelecidos na<br />

resolução nº 899 é um coeficiente de variação de até 5% (2).


3.3.4. Limites de quantificação (LQ) e de detecção (LD)<br />

Os limites de detecção e de quantificação foram determinados através do método de<br />

relação sinal/ruído, e os valores encontrados foram de 0,3 µg/mL para o limite de detecção e 1<br />

µg/mL para o limite de quantificação (2, 10).<br />

3.3.5. Exatidão<br />

A análise de exatidão do método foi realizada através do ensaio de recuperação,<br />

conforme descrito no item 2.6.5. Os resultados estão apresentados na tabela 4.<br />

Concentração teórica<br />

padrão (mg/mL)<br />

Concentração da média<br />

recuperada ± desvio padrão<br />

(mg/mL)<br />

Recuperação (%)<br />

4,5 4,86 ± 0,15 108,08<br />

45 47,33 ± 0,12 105,18<br />

90 99,77 ± 0,67 110,85<br />

Média ± (s) 108,43 ± 2,83<br />

Tabela 4. Ensaio de recuperação do padrão de quinina.<br />

A média dos valores encontrados para a recuperação da quinina foi de 108,43 ± 2,83<br />

%, com valores de desvio padrão e coeficiente de variação baixos.<br />

Analisando o ensaio de recuperação da quinina, pode-se observar que o método está de<br />

acordo com os limites estabelecidos (80-120%) na resolução ANVISA nº 899 de novembro de<br />

2003 (2).<br />

4. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

O desenvolvimento do método apresentou uma boa resolução cromatográfica com<br />

picos simétricos e sem caudas, capaz de quantificar a quinina.<br />

A metodologia analítica apresentou-se específica, linear com coeficientes de correlação<br />

superiores a 0,99; precisa (CV < 5%), sensível (com limite de detecção de 0,3 μg/mL e de<br />

quantificação de 1 μg/mL para a quinina) e exata (com média de recuperação de 108,43%).<br />

Estes valores permitem que a metodologia possa ser introduzida, por exemplo, no<br />

controle de qualidade, sendo aplicada a análise de extratos hidroalcoólicos de <strong>Cinchona</strong><br />

<strong>officinalis</strong> para a quantificação de quinina nos mesmos.<br />

De acordo com a literatura (5, 22), os valores encontrados para os parâmetros de<br />

validação para este método estão adequados, tornando essa metodologia validada para a<br />

quantificação de quinina em extrato hidroalcoólico de <strong>Cinchona</strong> <strong>officinalis</strong>.<br />

A cromatografia líquida de alta eficiência tem um amplo espectro de utilidades, sendo<br />

uma ferramenta fundamental para a quantificação de compostos que se encontram em<br />

concentrações muito baixas, sendo assim essa ferramenta necessária para a quantificação de<br />

componentes restritivos, que possuem como limites concentrações geralmente abaixo de 100<br />

mg/Kg.


5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1. BACON, P.; SPALTON, D.J.; SMITH, S.E. Blindness from quinine toxicity, British<br />

Journal of Ophthalmology, v-72, p. 219-224, 1988.<br />

2. BRASIL, Resolução RE. nº 899, de 29 de maio de 2003. Guia para validação de métodos<br />

analíticos, 2003.<br />

3. BR<strong>EM</strong>ER, Birgitta; ANDREASEN, Katarina; OLSSON, Daniel. Subfamilial and tribal<br />

relationships in the Rubiaceae based on rbcL sequence data. Annals of the Missouri Botanical<br />

Garden, p. 383-397, 1995.<br />

4. CASTRO, F. F. M. et al. Alergia alimentar. 2010.<br />

5. CHANDRAN, S.; SINGH, R. S. P. Comparison of various international guidelines for<br />

analytical method validation. Die Pharmazie-An International Journal of Pharmaceutical<br />

Sciences, v. 62, n. 1, p. 4-14, 2007.<br />

6. CECHINEL-FILHO, Valdir. Plant bioactives and drug discovery: principles, practice,<br />

and perspectives. John Wiley & Sons, p. 367-368, 2012.<br />

7. CIOLA, Remolo. Fundamentos da cromatografia a líquido de alto desempenho: HPLC.<br />

Edgard Blucher, 1998.<br />

8. COLLINS, Carol H.; BRAGA, Gilberto L.; BONATO, Pierina S. Fundamentos de<br />

cromatografia. In: Fundamentos de cromatografia. 2. ed. Unicamp, 2009.<br />

9. CRONQUIST, Arthur. The evolution and classification of flowering plants. 1988.<br />

10. <strong>DE</strong> LIMA RIBEIRO, Fabiana Alves et al. Planilha de validação: uma nova ferramenta para<br />

estimar figuras de mérito na validação de métodos analíticos univariados. Quim. Nova, v. 31,<br />

n. 1, p. 164-171, 2008.<br />

11. DIONÍZIO, A.P.; MOLINA, G.; DOS SANTOS, R. Natural flavourings from<br />

biotechnology for foods and beverages, Natural Food Additives, Ingredients and<br />

Flavourings, p.231-259, 2012.<br />

12. FABIANO-TIXIER, Anne-Sylvie et al. rapid and green analytical method for the<br />

determination of quinoline alkaloids from <strong>Cinchona</strong> succirubra based on microwave-integrated<br />

extraction and leaching (MIEL) prior to high performance liquid chromatography.<br />

International journal of molecular sciences, v. 12, n. 11, p. 7846-7860,<br />

2011.<br />

13. FEGAS, R. et al. Reversed-phase HPLC Seperation of Quinine and its Diastereoisomer<br />

Quinidine in Pharmaceutical Tablets. Asian Journal of Chemistry, v. 18, n. 3, p. 1705-1709,<br />

2006.<br />

14. GENTRY, Alwyn H. A field guide to the families and genera of woody plants of northwest<br />

South America (Colombia, Ecuador, Peru) with supplementary notes on herbaceous taxa.


Washington, DC: Conservation International xxiii, 895 p.-illus.. ISBN, v. 1881173011,<br />

1993.<br />

15. HOSTETTMANN, Kurt; QUEIROZ, Emerson F.; VIEIRA, Paulo C.Princípios ativos de<br />

plantas superiores. EdUFSCar, 2003.<br />

16. HOYER, G. L. et al. High-performance liquid chromatographic method for the quantitation<br />

of quinidine and selected quinidine metabolites. Journal of Chromatography B: Biomedical<br />

Sciences and Applications, v. 572, n. 1, p. 159-169, 1991.<br />

17. HUBER, Udo. Analysis of Quinine and Quinidine in <strong>Cinchona</strong> Bark Extract (Cortex<br />

<strong>Cinchona</strong>e) by HPLC. Disponível em:<br />

http://www.chem.agilent.com/Library/applications/59682974.pdf>. Acesso em: 21 set. 2014.<br />

18. KOUZNETSOV, Vladimir V.; MÉN<strong>DE</strong>Z, Leonor Y. Vargas; GÓMEZ, Carlos M.<br />

Meléndez. Recent progress in the synthesis of quinolines. Current Organic Chemistry, v. 9,<br />

n. 2, p. 141-161, 2005.<br />

19. LANÇAS, Fernando Mauro. Validação de métodos cromatográficos de análise. In:<br />

Métodos cromatográficos de análise. Rima, 2004. 62 p.<br />

20. MARRIOTT, R. Natural flavourings from green chemistry for foods and beverages.<br />

Natural Food Additives, Ingredients and Flavourings, p. 260-278, 2012.<br />

21. MCCALLEY, David V. Analysis of the <strong>Cinchona</strong> alkaloids by high-performance liquid<br />

chromatography and other separation techniques. Journal of chromatography A, v. 967, n.<br />

1, p. 1-19, 2002.<br />

22. RIBANI, Marcelo et al. Validação em métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química<br />

Nova, v. 27, p. 771-780, 2004.<br />

23. ROBBRECHT, E. Tropical woody Rubiaceae. Opera Botanica Belgica, v. 1, n. 272, p.<br />

599-602, 1988.<br />

24. SÁNCHEZ, Xesús Feás et al. Aspectos toxicológicos del consumo de bebidas refrescantes<br />

que contienen quinina. Nutrición clínica y dietética hospitalaria, v. 28, n. 2, p. 20-25, 2008.<br />

25. STELL, R. Flores para el Rey. Serbal, p. 347, 1982.<br />

26. STEYERMARCK, J. A. Rubiaceae. Instituto Botânico, 1974.<br />

27. VILEGAS, W. et al. Controle químico de qualidade de fitoterápicos e plantas medicinais.<br />

Yunes RA, Cechinel Filho V. Química de produtos naturais, novos fármacos e a moderna<br />

farmacognosia, v. 2, p. 163-187, 2009.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Laboratório de Cromatografia<br />

Departamento de Controle de Qualidade – CPA<br />

Duas Rodas Industrial<br />

Rua Rodolfo Hufenussler, 755<br />

Jaraguá do Sul – SC<br />

CEP 89251-901.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!