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Mercado<br />
Marcas têm o <strong>de</strong>safio da produção<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os verticais no Instagram<br />
Formato ganha mais repercussão no Stories e foi tema <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate entre<br />
influencers, produtores e roteiristas no Festival do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
Paulo Macedo<br />
comunicação vive uma<br />
A época <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios. E não<br />
é só a varieda<strong>de</strong> midiática da<br />
internet que <strong>de</strong>manda uma observação<br />
mais focada. Há novas<br />
formas <strong>de</strong> linguagem e as marcas<br />
precisam observar como os<br />
usuários utilizam esses canais<br />
e, por assim dizer, estabelecer<br />
uma conexão sob medida com<br />
esse benchmark. Com isso em<br />
mente, o Instagram promoveu<br />
na semana passada <strong>de</strong>bate no<br />
Festival do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
(ver matéria nas páginas 22 e<br />
23), em São Paulo, sob o tema A<br />
construção <strong>de</strong> novas narrativas<br />
no cenário mobile e vertical,<br />
Daniel Bottas, creative strategist<br />
da Creative Shop do Facebook<br />
e do Instagram, que foi<br />
mediador do encontro, disse<br />
que o trabalho colaborativo<br />
com agências e anunciantes<br />
tem permitido avanços para<br />
o melhor aproveitamento das<br />
plataformas que exigem uma<br />
forma mais pon<strong>de</strong>rada com<br />
suas essências. “A inspiração<br />
<strong>de</strong>ve vir do comportamento<br />
que os usuários <strong>de</strong>ixam bem<br />
claro nos seus posts”, resumiu<br />
o executivo.<br />
Na avaliação do diretor, produtor<br />
e roteirista Marcel Izidoro,<br />
adaptar campanhas publicitárias<br />
feitas para o meio TV<br />
não é o melhor caminho. Ele<br />
recomenda compreen<strong>de</strong>r o Instagram<br />
como uma plataforma<br />
que tem linguagem própria e<br />
pertinente com o pensamento<br />
dos jovens <strong>de</strong> uma faixa etária<br />
entre 15 e 25 anos. “Quer falar<br />
com esse público tem <strong>de</strong> ir para<br />
o Instagram. Com cortes secos e<br />
formato vertical.”<br />
A fotógrafa, DJ e gift maker<br />
Camila Cornelsen também<br />
acredita que os anunciantes<br />
<strong>de</strong>vem se adaptar à linguagem<br />
dos novos canais. Em um trabalho<br />
para a Avon, com direção do<br />
duo Banzai, a primeira opção<br />
<strong>de</strong> câmera era na horizontal,<br />
mas o material que entrou no<br />
O creative strategist Daniel Bottas, do Instagram, afirma que ví<strong>de</strong>o vertical abriga as narrativas em um cenário cada vez mais mobile<br />
ar foi todo captado na posição<br />
vertical. “Pensei o filme todo<br />
na vertical. E isso tem ocorrido<br />
diariamente. Temos muitos<br />
pedidos para o YouTube na horizontal,<br />
que também vale para<br />
TV. Mas temos <strong>de</strong> criar para<br />
tudo <strong>de</strong> acordo com o formato”,<br />
diz ela.<br />
Camila acaba <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong> um trabalho para o Itaú para<br />
a TV com a estética e linguagem<br />
do Stories. “A característica é<br />
toda vertical, para se encaixar<br />
no Instagram. Mas o i<strong>de</strong>al é fazer<br />
as campanhas com suas especificida<strong>de</strong>s.”<br />
Plataformas sociais como o<br />
Instagram também exigem um<br />
conceito <strong>de</strong> criação coletiva,<br />
como enfatizou Bottas. Ele provocou<br />
os convidados com um<br />
repertório <strong>de</strong> perguntas instigantes.<br />
A primeira <strong>de</strong>las: Como<br />
o trabalho colaborativo exerce<br />
influência no dia a dia e que<br />
tipo <strong>de</strong> profissional estão mais<br />
adaptados a jeito <strong>de</strong> produzir?<br />
“A inspirAção<br />
<strong>de</strong>ve vir do<br />
comportAmento<br />
que os usuários<br />
<strong>de</strong>ixAm bem clAro<br />
nos seus posts”<br />
Para Camila, por exemplo, os<br />
projetos com os quais se envolve,<br />
não os consi<strong>de</strong>ra autorais.<br />
“Sempre chamo muitas pessoas<br />
para trabalhar comigo porque<br />
gosto <strong>de</strong> ouvir o que todo<br />
mundo tem a dizer. As trocas<br />
são muito importantes porque<br />
permitem ver além do cenário<br />
<strong>de</strong> trabalho. Confio nas pessoas<br />
para que essa troca realmente<br />
valha a pena, como os maquiadores,<br />
diretores <strong>de</strong> arte e figurinistas”,<br />
ela disse, lembrando<br />
que já vem fazendo uso dos<br />
Alê Oliveira<br />
ví<strong>de</strong>os verticais e esse formato<br />
permite experimentação e<br />
mudanças. “O Stories é o lugar<br />
para testar. Filmo com o iPhone<br />
e assim comecei a pensar mais<br />
verticalmente”, acrescentou.<br />
O trabalho <strong>de</strong> Speto é mais<br />
solitário, mas a sinergia das<br />
pessoas que dão suporte emula<br />
o trabalho <strong>de</strong> grafitar uma empena.<br />
Os ví<strong>de</strong>os também estão<br />
na pauta <strong>de</strong> Speto, e eles e o formato<br />
vertical possibilitam uma<br />
visualização maior dos seus<br />
trabalhos. “O processo criativo<br />
<strong>de</strong>ve ser orientado pela emoção.<br />
Vou pelo caminho mais<br />
simples, o que não significa ser<br />
o mais fácil”, disse o artista.<br />
Para Izidoro, a tecnologia ajuda<br />
a contar histórias. Nesse contexto<br />
acaba <strong>de</strong> produzir e dirigir<br />
em parceria com o vlogger PC<br />
Siqueira uma série <strong>de</strong> 77 filmes<br />
sobre suicídio. “Tudo vertical<br />
para explorar bem o Stories e<br />
com o Facebook po<strong>de</strong>mos usar<br />
a realida<strong>de</strong> aumentada.”<br />
26 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark