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Fusão entre aGÊncIas<br />
dá orIGem à VmLY&r<br />
Grupo WPP uniu a VML e<br />
a Y&R. A nova agência será<br />
comandada globalmente<br />
por Jon Cook, até então<br />
CEO da VML. pág. 43<br />
<strong>outubro</strong> rosa chama<br />
a atenção das marcas<br />
A grife <strong>de</strong> moda Live<br />
(foto) é solidária à causa<br />
do câncer <strong>de</strong> mama. Parte<br />
das suas vendas vai para a<br />
ONG Vilma Kano. pág. 32<br />
ProPeG É aGÊncIa do ano<br />
do coLunIstas brasÍLIa<br />
Empresa ganhou três Grand<br />
Prix, sendo um <strong>de</strong>les para<br />
a Caixa, com a campanha<br />
Recuperação <strong>de</strong> Crédito<br />
(foto). pág. 50<br />
propmark.com.br<br />
ano 54 - Nº 2715 - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> 0utubro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> r$ 15,00<br />
z_wei/iStock<br />
re<strong>de</strong> GLobo eLeGe dPZ&t,<br />
aLmaPbbdo e F/naZca<br />
A 40ª edição do Prêmio<br />
Profissionais do Ano<br />
<strong>de</strong>stacou comerciais <strong>de</strong> Itaú,<br />
Ambev e Pinacoteca em<br />
festa na OCA, em SP. pág. 52<br />
aba mÍdIa reForça o<br />
uso <strong>de</strong> dados e emoção<br />
Programação do evento<br />
em São Paulo teve <strong>de</strong>bates<br />
sobre bran<strong>de</strong>d content,<br />
consumo <strong>de</strong> conteúdo e<br />
mercado <strong>de</strong> OOH. pág. 18<br />
eL oJo <strong>2018</strong> aPresenta<br />
<strong>de</strong>LeGação brasILeIra<br />
Festival revela os 48<br />
profissionais do país que<br />
serão jurados, presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> júri e palestrantes na<br />
edição <strong>de</strong>ste ano. pág. 54<br />
consultorias ampliam atuação no mercado<br />
apontadas como concorrentes das agências <strong>de</strong> propaganda, empresas como accenture já compram mídia e criam<br />
campanhas, enquanto outras como mcKinsey e Ibm atuam <strong>de</strong> forma complementar, ajudam a <strong>de</strong>finir investimentos<br />
em marketing e oferecem tecnologia. ProPmarK mostra como é a atuação das consultorias. pág. 34
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Festa da <strong>de</strong>mocracia?<br />
Em tempos não muito passados, eleições como a <strong>de</strong>ste ano em nosso país garantia para brilhos no Cannes Lions e no Clio, adicionando-se aqui tempo<br />
eram tidas como uma festa da <strong>de</strong>mocracia. Nos dias que correm, o acirramento<br />
entre lados contrários ganhou proporções e o que seria uma festa alguns países <strong>de</strong> outras regiões do conceituado circuito internacional da cria-<br />
<strong>de</strong>pois o Fiap, com objetivos mais sul-americanos e mais tar<strong>de</strong> abrangendo<br />
corre o risco <strong>de</strong> virar pancadaria.<br />
tivida<strong>de</strong> publicitária.<br />
Cabe aos brasileiros equilibrados conter os próprios excessos e os excessos<br />
alheios, evitando que o resultado final do pleito do próximo dia 7 (primeiro<br />
turno) acabe por se transformar, <strong>de</strong>sta vez com maior força, no in<strong>de</strong>sejável<br />
“nós contra eles”, dividindo a população <strong>de</strong> tal forma que o reatamento será<br />
algo impossível <strong>de</strong> se concretizar.<br />
Há muitos motivos para o estado <strong>de</strong> coisas que hoje <strong>de</strong>sfrutamos na vida política<br />
nacional e um <strong>de</strong>les é o enfraquecimento e a politização das instituições<br />
que pela própria natureza <strong>de</strong>veriam ficar à margem da disputa eleitoral.<br />
É o caso típico, <strong>de</strong>ntre outros, do STF, cuja composição por escolha política<br />
do presi<strong>de</strong>nte da República <strong>de</strong> plantão, com a aprovação da câmara alta, provoca<br />
sempre <strong>de</strong>sconfiança em boa parte da população quando se trata <strong>de</strong> um<br />
julgamento envolvendo políticos.<br />
Os quadros mais importantes da República não po<strong>de</strong>m ser preenchidos em<br />
meio a uma batalha eleitoral que compromete o bom funcionamento das instituições.<br />
Quem sai per<strong>de</strong>ndo com esse estado <strong>de</strong> coisas é o Brasil e por consequência<br />
todos nós, que lutamos diariamente por uma vida melhor.<br />
Nossos votos, neste momento próximo do primeiro turno, são para que uma<br />
vez escolhidos os finalistas, na disputa ao cargo máximo da República, o país<br />
tenha tranquilida<strong>de</strong> suficiente para que a festa da <strong>de</strong>mocracia não se transforme<br />
em uma batalha campal que venha a manchar o resultado das eleições.<br />
Qualquer que seja o vencedor precisamos <strong>de</strong> paz e tranquilida<strong>de</strong> para tocar<br />
adiante este imenso país, cujos 210 milhões <strong>de</strong> habitantes têm o direito <strong>de</strong><br />
viver em paz e dignamente, precisando disso como nunca.<br />
Os exacerbados, aqueles que gostam <strong>de</strong> acen<strong>de</strong>r fósforos próximos a barris <strong>de</strong><br />
pólvora, <strong>de</strong>vem ser afastados do centro das atenções. A hora é <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças<br />
construtivas e não <strong>de</strong> incendiários, que a História mostra serem os primeiros<br />
a <strong>de</strong>saparecer quando o fogo se alastra.<br />
***<br />
Nesta edição do PROPMARK, cobertura completa dos resultados da quadragésima<br />
versão do Profissionais do Ano, um prêmio ao talento publicitário,<br />
instituído pela Re<strong>de</strong> Globo, visando incentivar a busca da qualida<strong>de</strong> no produto<br />
final da propaganda brasileira.<br />
As primeiras versões <strong>de</strong>ssa hoje tradicional e mais importante premiação<br />
do tra<strong>de</strong> foram realizadas no Rio <strong>de</strong> Janeiro, sob o comando do inesquecível<br />
João Carlos Magaldi, que dirigia a Agência da Casa, house da emissora responsável<br />
pela comunicação publicitária da mesma.<br />
O Profissionais do Ano cresceu mais rapidamente do que imaginavam seus<br />
responsáveis, fazendo com que sua organização viesse para São Paulo, centro<br />
publicitário do país.<br />
Premiações internacionais como o Cannes Lions e o Clio (este na época) contribuíram<br />
para aumentar o interesse pela premiação da Globo, que se transformou<br />
em passagem quase que obrigatória para os concorrentes brasileiros<br />
dos festivais internacionais.<br />
Ganhar o Profissionais do Ano chegou a ser então uma espécie <strong>de</strong> selo <strong>de</strong><br />
Hoje, o Profissionais do Ano, comemorando quatro décadas <strong>de</strong> bons serviços<br />
prestados à valorização do produto final da nossa propaganda, transformou-<br />
-se no galardão máximo do setor <strong>de</strong>ntro do nosso país, impulsionado pela<br />
invejável marca <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que a sua emissora-mãe conquistou.<br />
***<br />
Chamamos a atenção do leitor para a importante e cada vez mais atual abordagem<br />
jornalística sobre a atuação das consultorias no mercado brasileiro do<br />
advertising, fator que as levaram para ser matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição.<br />
Tem sido comum <strong>de</strong> uns tempos a esta parte comentários <strong>de</strong> dirigentes <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque no mercado sobre a concorrência que as consultorias fazem às<br />
agências, com <strong>de</strong>staque para a Accenture, que já cria campanhas publicitárias<br />
e compra mídia para veiculá-las. Outras, como a McKinsey e a IBM,<br />
contentam-se (ainda) em operar apenas <strong>de</strong> forma complementar, sem garantirem,<br />
porém, que não ultrapassarão os limites <strong>de</strong>ssa formatação.<br />
Como ninguém limita o próprio <strong>de</strong>senvolvimento, salvo raríssimas exceções,<br />
é <strong>de</strong> se esperar que estas também atinjam o estágio da Accenture e outras surjam<br />
em um mercado que antes era uma reserva protegida pela legislação às<br />
chamadas agências <strong>de</strong> propaganda. A disrupção dos limites dos mercados é<br />
cada vez mais patente, se antes as leis se postavam na dianteira para controlar<br />
o fenômeno, hoje a legislação vem a reboque dos fatos nesse particular.<br />
Não há mais reserva <strong>de</strong> mercado no mundo empresarial.<br />
***<br />
Para a maioria dos players do nosso mercado (pessoas físicas e jurídicas), acabou<br />
se constituindo em uma surpresa a fusão das gigantes Y&R e VML, dando<br />
origem à VMLY&R.<br />
Matéria especial nesta edição explica como se <strong>de</strong>u a fusão, que reduzirá custos<br />
das partes e – prometem seus responsáveis – no mínimo dobrará a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> bom atendimento <strong>de</strong> ambas, agora transformadas em uma superstar<br />
do setor em nosso país.<br />
***<br />
Para quem gosta <strong>de</strong> festivais e concursos publicitários em geral, esta edição<br />
é um prato cheio, com matérias (além da já mencionada cobertura do<br />
Profissionais do Ano) sobre o Festival do Clube <strong>de</strong> Criação, o El Ojo <strong>2018</strong> e o<br />
Colunistas Brasília, regional das mais importantes do consagrado Colunistas<br />
(Abracomp), em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o governo central brasileiro cada vez mais fazer<br />
uso do instrumental publicitário para o bom <strong>de</strong>sempenho das suas atuações<br />
e funções.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem à direção das empresas Globo, pela unificação<br />
administrativa <strong>de</strong> todas no agora <strong>de</strong>nominado Grupo Globo.<br />
Novamente o importante tema da redução <strong>de</strong> custos prevalecendo, para proteção<br />
da qualida<strong>de</strong> dos produtos finais <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />
Não se trata <strong>de</strong> moda ou modismo. Os novos tempos exigem que assim se<br />
faça, em nome da (boa) sobrevivência.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Paulo Macedo, estou te escrevendo<br />
para agra<strong>de</strong>cer pela publicação<br />
do case Atento/Unilever na edição<br />
<strong>de</strong> segunda-feira (24). A matéria ficou<br />
ótima!<br />
Marília Pontes<br />
dorinHo<br />
PROPMARK Online<br />
Post: Anselmo Ramos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
a criação do “Museu da Publicida<strong>de</strong>”<br />
Que tal, antes, fortalecermos tudo<br />
o que a Memória da Propaganda,<br />
que já existe há uns 40 anos, fez<br />
durante esse tempo, lutando praticamente<br />
sem apoio?<br />
Marcio Ehrlich<br />
Linkedin<br />
Post: Rádio mantém crescimento<br />
e fecha primeiro semestre favorável<br />
O rádio não morreu!<br />
Thaís Cassia<br />
Twitter<br />
Post: “Ser eleita marketing citizen<br />
só aumentou minha responsabilida<strong>de</strong>”<br />
E nessa entrevista para a @propmark,<br />
eu falo como a cordialida<strong>de</strong><br />
e o calor humano fazem a diferença<br />
no atendimento do @magazineluiza!<br />
Atendimento e inovação são<br />
fundamentais!<br />
@luizatrajano<br />
última Hora<br />
SÊNIOR<br />
Celebrado nesta segundafeira<br />
(<strong>1º</strong>), com status<br />
<strong>de</strong> lei no Brasil, o Dia<br />
Internacional do Idoso<br />
<strong>2018</strong> tem a<strong>de</strong>rência a uma<br />
economia global marcada<br />
pela longevida<strong>de</strong>. Uma<br />
vida mais longa impacta<br />
diretamente o consumo,<br />
mas o público sênior é<br />
pouco observado pelas<br />
marcas e apresenta uma<br />
gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para as<br />
empresas. Estudo realizado<br />
pela Croma Solutions<br />
revelou que 70% dos<br />
entrevistados afirmam que a<br />
propaganda não é autêntica<br />
ao falar do público sênior.<br />
A análise também aponta<br />
quais são as <strong>de</strong>z marcas mais<br />
lembradas pela longevida<strong>de</strong><br />
em propaganda. Na lista<br />
aparecem empresas como<br />
Nestlé (13%), Itaú (11%),<br />
seguido <strong>de</strong> Natura (10%),<br />
Bra<strong>de</strong>sco (4%), Unimed<br />
(3%), Avon (3%), Cicatricure<br />
(3%), Prevent Senior (3%),<br />
Corega (2%) e Calcitram<br />
(2%). “Verificamos que 72%<br />
dos entrevistados passam<br />
a consi<strong>de</strong>rar a marcas que<br />
falam <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> e 69%<br />
passam a recomendá-las”,<br />
disse o executivo<br />
Edmar Bulla, CEO<br />
da Croma Solutions.<br />
AROMA<br />
A re<strong>de</strong> francesa <strong>de</strong> lojas<br />
Sephora anunciou na<br />
semana passada um<br />
incremento em seu portfólio<br />
<strong>de</strong> produtos. As marcas<br />
Natura, com a linha Una,<br />
Aquarela, Ekos, Chronos,<br />
Seve, Kaiak, Ilia, Luna,<br />
Essencial, Natura Homem<br />
e K; Bruna Tavares,<br />
Aussie, Australian Gold<br />
e Revlon passam a ser<br />
comercializadas nas lojas<br />
físicas da Sephora. Neste<br />
primeiro momento, a<br />
partir <strong>de</strong>sta terça-feira (2),<br />
apenas quatro lojas vão<br />
comercializar os produtos:<br />
Shopping Eldorado e<br />
Pátio Paulista (SP); Plaza<br />
Shopping Niterói (RJ) e<br />
Salvador Shopping (BA).<br />
A partir <strong>de</strong> novembro,<br />
a novida<strong>de</strong> chegará aos<br />
quiosques da Sephora <strong>de</strong><br />
São José dos Campos e<br />
Santos, todas em São Paulo.<br />
Para o primeiro semestre<br />
<strong>de</strong> 2019, a expansão da<br />
distribuição das marcas está<br />
programada às outras lojas.<br />
“Celebramos a chegada da<br />
Natura, marca brasileira<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, sustentável<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre e que já<br />
admirávamos”, revela Flavia<br />
Bittencourt, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
sênior Latam da Sephora.<br />
INSTITUCIONAL<br />
A J. Walter Thompson foi<br />
<strong>de</strong>finida pela Johnson &<br />
Johnson como a agência<br />
que vai comandar sua<br />
comunicação institucional<br />
e também a parte<br />
promocional. Entre 2015<br />
e <strong>2018</strong> a DM9DDB cuidou<br />
<strong>de</strong>ssa área do anunciante e<br />
este ano foi a responsável<br />
pela ação Saú<strong>de</strong> todo dia,<br />
novo mote institucional<br />
da marca, e também<br />
associado à maior ação<br />
promocional da<br />
companhia do ano.<br />
A DM9DDB, como informa<br />
o diretor <strong>de</strong> marketing José<br />
Cirilo, permanece com<br />
Neutrogena, Johnson’s Baby<br />
e Sundown. A JWT, que<br />
teve a parte institucional<br />
até 2014, já tinha no seu<br />
portfólio <strong>de</strong> negócios<br />
Listerine e Tylenol.<br />
MUSEU<br />
O brasileiro Anselmo<br />
Ramos faz parte <strong>de</strong> um<br />
grupo encabeçado pelos<br />
publicitários Glenn Pajarito<br />
e Doug Scott para a criação<br />
<strong>de</strong> museu <strong>de</strong>stinado à<br />
ativida<strong>de</strong> publicitária.<br />
“Tem museu <strong>de</strong> camisinhas,<br />
museu <strong>de</strong> banheiro e<br />
não tem um museu da<br />
publicida<strong>de</strong>? Poxa, vamos<br />
consertar isso”, disse<br />
Ramos no ví<strong>de</strong>o do projeto.<br />
O Museu da Publicida<strong>de</strong><br />
será uma organização 501<br />
(c)(3), ou seja, sem fins<br />
lucrativos, que tem direito<br />
à isenção <strong>de</strong> impostos e<br />
será localizado em Nova<br />
York. Se tudo <strong>de</strong>r certo, a<br />
abertura está prevista para<br />
2021. O objetivo é que o local<br />
sirva como uma instituição<br />
inclusiva para a indústria<br />
criativa global.<br />
4 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Índice<br />
rawpixel/Unsplash<br />
consultorias<br />
ajudam a <strong>de</strong>cidir<br />
estratégias<br />
Empresas estão capacitadas para<br />
comprar mídia e criar campanhas.<br />
Também ajudam clientes a<br />
tomar <strong>de</strong>cisões em relação aos<br />
investimentos em comunicação.<br />
cAPA<br />
34<br />
Alê Oliveira<br />
cRiAçãO<br />
AlmapBBdO é a mais<br />
premiada pelo clube<br />
PRêMiOs<br />
Alê Oliveira<br />
Em seu primeiro ano à frente do Festival do<br />
Clube <strong>de</strong> Criação, Fernando Nobre, também<br />
diretor <strong>de</strong> cena da Delicatessen, disse que a<br />
i<strong>de</strong>ia do evento foi transmitir ao mercado para<br />
que saia do “piloto automático”. Encontro<br />
sediou premiação do 43º Anuário, do qual<br />
AlmapBBDO foi a maior vencedora. pág. 22<br />
AgênciAs<br />
Divulgação<br />
MeRcAdO<br />
Divulgação<br />
Profissionais do Ano<br />
revela vencedores<br />
Globo entregou troféus da 40ª edição do<br />
Profissionais do Ano semana passada, em São<br />
Paulo. DPZ&T (foto), AlmapBBDO e F/Nazca<br />
S&S foram <strong>de</strong>staques, respectivamente, nas<br />
categorias Mercado Nacional, Campanha<br />
Nacional e Institucional. pág. 52<br />
WPP une empresas<br />
e anuncia a VMLY&R<br />
Grupo confirmou a fusão entre VML e<br />
Y&R. A proposta <strong>de</strong> trabalho, segundo a<br />
companhia, é uma oferta digital e integrada<br />
para os clientes. VMLY&R será li<strong>de</strong>rada por<br />
Jon Cook, CEO da VML, que respon<strong>de</strong>rá<br />
a Mark Read (foto), CEO do WPP. pág. 43<br />
Marcas<br />
a<strong>de</strong>rem ao<br />
Outubro Rosa<br />
O movimento começa nesta segunda-feira<br />
(<strong>1º</strong>) e anunciantes, produtos e serviços<br />
a<strong>de</strong>rem à campanha <strong>de</strong> prevenção ao<br />
câncer <strong>de</strong> mama feminino. O Carrefour, por<br />
meio da marca Tex, por exemplo, preparou<br />
edição especial <strong>de</strong> sutiã que sugere às<br />
mulheres a prática do autoexame. pág. 32<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................4<br />
curtas ....................................................................8<br />
Mídia ...................................................................10<br />
storyteller ..........................................................14<br />
Marcas .................................................................16<br />
Mercado ..............................................................18<br />
Quem Fez ............................................................38<br />
entrevista ...........................................................40<br />
Opinião ................................................................42<br />
Agências .............................................................43<br />
Beyond The Line ................................................48<br />
inspiração ..........................................................49<br />
Prêmios ...............................................................50<br />
Arena do esporte ...............................................57<br />
digital .................................................................58<br />
Marketing & negócios ......................................63<br />
We Love MKT ......................................................64<br />
supercenas .........................................................65<br />
Última Página ....................................................66<br />
6 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
curTAs<br />
Itaú concentra sua<br />
comunicação na<br />
Africa e DPZ&T<br />
O Banco Itaú está fazendo um movimento<br />
interno na sua estrutura <strong>de</strong> comunicação<br />
com o consumidor. A busca é por<br />
um novo sistema operacional, reflexo das<br />
mudanças que vêm ocorrendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o<br />
executivo Eduardo Tracanella foi promovido<br />
à função <strong>de</strong> diretor <strong>de</strong> marketing no<br />
último mês <strong>de</strong> julho. O mo<strong>de</strong>lo tradicional<br />
vai permanecer, mas as agências escolhidas<br />
para comandar essa operação relacionada<br />
à mídia serão a DPZ&T e a Africa. O<br />
contrato da DM9DDB com o banco vai até<br />
o dia 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. “Ao longo <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> 25 anos, Itaú e DM9 construíram uma<br />
reconhecida história <strong>de</strong> sucesso na publicida<strong>de</strong><br />
brasileira – pautada não somente por<br />
campanhas memoráveis, mas, sobretudo,<br />
por um relação <strong>de</strong> ética e respeito mútuos.<br />
A parceria em vias <strong>de</strong> se encerrar mantém<br />
intactos os valores que sempre nortearam<br />
essa relação”, <strong>de</strong>stacou o comunicado<br />
oficial do banco.<br />
Eduardo Tracanella: “Ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 anos, Itaú e DM9 construíram uma reconhecida história <strong>de</strong> sucesso”<br />
Fotos: Divulgação<br />
CrIAçãO DA ArnOlD TEm BrAsIlEIrO<br />
AlmAPBBDO é DEsTAquE nO FIAP<br />
FCB AvAlIA BOTs ArTIFICIAIs<br />
Alexan<strong>de</strong>r “Big” Davidson participa <strong>de</strong> intercâmbio<br />
O redator Alexan<strong>de</strong>r Davidson, conhecido<br />
como Big, da criação da Z+, acaba <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sembarcar em Boston, nos EUA, para<br />
um intercâmbio na Arnold Worldwi<strong>de</strong>.<br />
Ele vai atuar para as marcas Jeep e RAM,<br />
respon<strong>de</strong>ndo diretamente aos diretores<br />
<strong>de</strong> criação, os brasileiros Fred Saldanha e<br />
Max Geraldo. O programa faz parte <strong>de</strong> uma<br />
estratégia da Z+ que, por fazer parte do<br />
Grupo Havas, abre possibilida<strong>de</strong>s internacionais<br />
para seus colaboradores, com o<br />
plano <strong>de</strong> fortalecer a expertise <strong>de</strong> seus profissionais.<br />
“Levo comigo o bom humor e a<br />
atitu<strong>de</strong> criativa que são, na minha opinião,<br />
o diferencial da nossa propaganda”.<br />
Endless Stories ganhou um Grand Prix no prêmio<br />
O Festival Ibero-Americano <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
(Fiap) revelou os trabalhos mais criativos<br />
na edição <strong>2018</strong> na semana passada.<br />
Dando continuida<strong>de</strong> ao bom <strong>de</strong>sempenho<br />
no evento, o Brasil foi bem representado,<br />
com a AlmapBBDO eleita pelo segunda vez<br />
consecutiva como Agência do Ano. A empresa<br />
foi também a brasileira mais premiada<br />
do evento, a única no país a ganhar GP<br />
neste ano. O prêmio na categoria Formatos<br />
foi para a campanha Endless Stories, <strong>de</strong><br />
Getty Images. Além disso, a agência recebeu<br />
9 ouros, 5 pratas e 3 bronzes, totalizando<br />
17 prêmios. O Fiap foi realizado <strong>de</strong> 23 a<br />
26 <strong>de</strong> setembro, em Buenos Aires.<br />
Projeto monitora impulsionamentos na internet<br />
Para monitorar possíveis bots artificiais<br />
utilizados para manipular campanhas<br />
políticas, a FCB Brasil e o portal Congresso<br />
em Foco lançam o projeto Trending Botics.<br />
A plataforma online permite aos usuários<br />
que acompanhem e comparem diariamente<br />
os temas políticos mais compartilhados<br />
por esses bots que inflam <strong>de</strong>terminados<br />
assuntos para que alcancem um número<br />
cada vez maior <strong>de</strong> pessoas e, consequentemente,<br />
ganhem relevância. O Trending<br />
Botics vai fazer as checagens até o fim das<br />
eleições, i<strong>de</strong>ntificando possíveis causadores<br />
da disseminação <strong>de</strong> boatos, que po<strong>de</strong>m<br />
ser usados como arma política.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />
e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />
e Renato Rogenski<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP) e<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />
rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />
CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
8 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Este anúncio não<br />
é especial por ter<br />
reconhecimento<br />
<strong>de</strong> voz ou facial.<br />
Mas porque tem<br />
reconhecimento<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />
18 anos <strong>de</strong><br />
trabalho.<br />
11 Grand Prix,<br />
25 Ouros,<br />
35 Pratas,<br />
30 Bronzes,<br />
e 2 publicitários<br />
do ano na<br />
nossa história<br />
do Prêmio<br />
Colunistas<br />
Brasília.<br />
(Só este ano foram<br />
2 Grand Prix,<br />
8 Ouros,<br />
6 Pratas<br />
e 7 Bronzes.)<br />
contato@isobar.com.br<br />
@isobarbrasil
mídia<br />
Grupo Globo vai unificar empresas<br />
com projeto disruptivo na televisão<br />
Accenture foi contratada para operacionalizar a fusão entre TV Globo,<br />
Som Livre, Globosat, Globo.com e DGCorp, sob o nome Uma Só Globo<br />
Com 93 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s,<br />
iniciadas com a fundação<br />
do jornal O Globo, no Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, o Grupo Globo quer<br />
buscar um novo mo<strong>de</strong>lo operacional.<br />
Por isso, a empresa contratou<br />
a consultoria Accenture,<br />
que vai trabalhar com um grupo<br />
<strong>de</strong> executivos para formalizar<br />
o projeto Uma Só Globo.<br />
O presi<strong>de</strong>nte-executivo do<br />
grupo, Jorge Nóbrega, emitiu<br />
um comunicado no último dia<br />
24 <strong>de</strong>talhando os passos <strong>de</strong>ssa<br />
ressignificação. Nas suas palavras,<br />
o reposicionamento aten<strong>de</strong><br />
a um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança e<br />
evolução diante das transformações<br />
que o mercado <strong>de</strong> mídia<br />
está sofrendo no seu ecossistema<br />
global.<br />
O plano é unificar as operações<br />
da TV Globo, Som Livre,<br />
Globosat, Globo.com e DGCorp<br />
(Diretoria <strong>de</strong> Gestão Corporativa)<br />
nos próximos três anos.<br />
“Nós queremos estar à<br />
frente <strong>de</strong>ssas mudanças e ser<br />
um exemplo <strong>de</strong> empresa bem-<br />
-sucedida no novo cenário. Já<br />
estamos há algum tempo trabalhando<br />
em diversas iniciativas<br />
que levam a novas formas <strong>de</strong><br />
atuar e representam um trabalho<br />
conjunto <strong>de</strong> nossas empresas<br />
e profissionais”, justificou<br />
Nóbrega no comunicado.<br />
Nóbrega prossegue: “Para<br />
nos ajudar nessa tarefa, contratamos<br />
a Accenture, lí<strong>de</strong>r<br />
mundial em consultoria <strong>de</strong><br />
tecnologia e transformação empresarial.<br />
As equipes <strong>de</strong> consultores<br />
e dos nossos profissionais<br />
<strong>de</strong> diferentes áreas e empresas<br />
vão trabalhar em diversas frentes,<br />
a partir da nossa visão comum<br />
<strong>de</strong> grupo. O resultado final<br />
será a transformação da TV<br />
Globo, Globosat, Globo.com,<br />
DGCorp e Som Livre em uma<br />
única empresa, mais ágil e mais<br />
forte”, afirma.<br />
O programa Uma Só Globo<br />
terá a li<strong>de</strong>rança da executiva<br />
Rossana Fontenele, atual diretora-geral<br />
<strong>de</strong> planejamento<br />
e gestão da TV Globo, já com<br />
“a posição <strong>de</strong> diretora-geral <strong>de</strong><br />
estratégia e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> negócios, subordinando-se<br />
diretamente a mim”, afirma<br />
Nóbrega. “Na nova função,<br />
Rossana será responsável por<br />
todos os projetos do programa<br />
Uma Só Globo, que começam<br />
a ser criados em <strong>outubro</strong>. Ela<br />
continuará respon<strong>de</strong>ndo pelo<br />
projeto Uma Só Tecnologia e<br />
apoiará a implantação dos atuais<br />
projetos Globoplay, Esportes<br />
e Publicida<strong>de</strong> Digital, cujos<br />
lí<strong>de</strong>res continuarão subordinados<br />
a mim. Rossana vai acumular<br />
o novo cargo com as suas<br />
Divulgação<br />
Jorge Nóbrega fala que Sistema Globo <strong>de</strong> Rádio fica fora <strong>de</strong>ssa fase do Uma Só Globo<br />
“O resultadO<br />
final será a<br />
transfOrmaçãO da<br />
tV GlObO, GlObOsat,<br />
GlObO.cOm, dGcOrp<br />
e sOm liVre em uma<br />
única empresa,<br />
mais áGil e mais<br />
fOrte”<br />
atuais funções na TV Globo até<br />
o fim do ano”, prosseguiu Nóbrega.<br />
O comunicado assinado por<br />
Nóbrega explica que “na sua estrutura<br />
a partir <strong>de</strong> janeiro, Rossana<br />
contará com Raymundo<br />
Barros, atual diretor <strong>de</strong> Tecnologia<br />
da TV Globo, que passará<br />
a li<strong>de</strong>rar a nova estrutura integrada<br />
<strong>de</strong> tecnologia, com Cristiane<br />
Delecro<strong>de</strong>, atual diretora<br />
corporativa <strong>de</strong> planejamento e<br />
controle, e com Cintia Moraes,<br />
atual diretora <strong>de</strong> planejamento<br />
estratégico da DGCorp.”<br />
Nóbrega <strong>de</strong>stacou quatro<br />
frentes que exemplificam esse<br />
processo disruptivo do grupo<br />
fundado por Roberto Marinho:<br />
Projeto Esportes, li<strong>de</strong>rado por<br />
Roberto Marinho Neto; Projeto<br />
<strong>de</strong> Inteligência & Publicida<strong>de</strong><br />
Digital, li<strong>de</strong>rado por Eduardo<br />
Schaeffer; Projeto OTT/Novo<br />
Globoplay, li<strong>de</strong>rado por João<br />
Mesquita, que vai oferecer em<br />
uma plataforma <strong>de</strong> distribuição<br />
única, diretamente ao consumidor,<br />
um amplo serviço <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o<br />
com conteúdos produzidos<br />
pela TV Globo e pela Globosat,<br />
além <strong>de</strong> conteúdos internacionais;<br />
e o projeto Uma Só<br />
Tecnologia, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong><br />
Rossana, que está organizando<br />
a tecnologia como uma função<br />
única e integrada para TV Globo,<br />
Globosat, Som Livre, Globo.<br />
com e DGCorp.<br />
“Esse conjunto <strong>de</strong> projetos<br />
mostra uma direção: integrar<br />
equipes e estruturas, <strong>de</strong>senvolver<br />
novas áreas <strong>de</strong> competência,<br />
criar novos negócios e buscar<br />
novas receitas. Queremos,<br />
agora, acelerar e tornar mais<br />
robusto esse processo <strong>de</strong> transformação.<br />
Vamos preservar o<br />
que sempre fizemos com excelência,<br />
<strong>de</strong> forma ainda melhor e<br />
mais eficiente. Mas também vamos<br />
criar novos negócios, aproveitando<br />
as oportunida<strong>de</strong>s que<br />
a tecnologia e o conhecimento<br />
do nosso consumidor nos propiciam”,<br />
<strong>de</strong>clarou Nóbrega no<br />
documento.<br />
10 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mídia<br />
TV Record completa 65 anos com<br />
revivals e foco multiplataforma<br />
No ar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1953, emissora celebra números e exalta<br />
conquistas recentes, como a média <strong>de</strong> 7 pontos no último mês <strong>de</strong> agosto<br />
Nova versão da Família Trapo, com Ricardo Corte Real, Fábio Porchat, Cafu e Rodrigo Faro, recria cena icônica<br />
Leonardo araujo<br />
especial para o ProPMarK<br />
ano era 1953. Passava das 20h<br />
O do dia 27 <strong>de</strong> setembro. Foi naquele<br />
domingo que Sandra Amaral<br />
e Hélio Ansaldo inauguraram<br />
a TV Record, o canal 7. A primeira<br />
atração: o programa musical<br />
Gran<strong>de</strong>s Espetáculos da União.<br />
Nascia ali, apenas três anos<br />
após a chegada da TV no Brasil,<br />
a emissora que acompanhou por<br />
mais <strong>de</strong> seis décadas as transformações<br />
do país. Para celebrar a<br />
data, a re<strong>de</strong> preparou uma programação<br />
especial. “Chegamos<br />
aos 65 anos com muito orgulho<br />
do que construímos”, diz Luiz<br />
Claudio Costa, presi<strong>de</strong>nte da Record<br />
TV. Para enaltecer tal legado,<br />
a emissora gravou um especial<br />
<strong>de</strong> O Fino da Bossa, programa<br />
celebrado até os dias <strong>de</strong> hoje, que<br />
fez parte <strong>de</strong> um período áureo do<br />
canal. No lugar <strong>de</strong> Jair Rodrigues<br />
e Elis Regina, a apresentação, que<br />
será exibida este mês, ficou com<br />
os respectivos filhos dos saudosos<br />
astros: Luciana Mello e Pedro<br />
Mariano.<br />
Outro show clássico comemorado<br />
pela emissora no aniversário<br />
<strong>de</strong> 65 anos é a Família Trapo.<br />
Os apresentadores Fábio Porchat<br />
e Rodrigo Faro recriaram a cena<br />
icônica em que a família recebe<br />
Pelé. Na nova versão, Cafu fez as<br />
vezes do rei do futebol. Ricardo<br />
Corte Real também participou revivendo<br />
o personagem Sócrates.<br />
Aliás, o programa é um clássico<br />
que muitos nunca vão ver por<br />
completo já que, na década <strong>de</strong><br />
1960, trágicos incêndios <strong>de</strong>struíram<br />
partes dos arquivos da emissora.<br />
Infelizmente, quase todos<br />
os episódios da Família Trapo<br />
foram perdidos. O elenco <strong>de</strong> gênios<br />
como Ronald Golias, que vivia<br />
o protagonista Carlos Bronco<br />
Dinossauro, e Jô Soares, como o<br />
mordomo Gordon, só po<strong>de</strong> ser<br />
visto no YouTube.<br />
Foi nos anos 1960 que os festivais<br />
marcaram época na Record.<br />
A emissora também fez tributo<br />
a um dos momentos mais marcantes<br />
do período. O quarteto vocal<br />
MPB-4 cantou novamente a<br />
canção Roda Viva, <strong>de</strong> Chico Buarque,<br />
no programa Canta Comigo,<br />
<strong>de</strong> Gugu Liberato. A música ficou<br />
em 3º lugar no festival <strong>de</strong> 1967 e<br />
a performance é famosa até hoje.<br />
Após a apresentação, Gugu se<br />
mostrou visivelmente emocionado.<br />
Já nos anos 1970, a emissora<br />
contou com gran<strong>de</strong>s nomes em<br />
sua gra<strong>de</strong>. Passaram pelo canal<br />
Chacrinha, Silvio Santos e Raul<br />
Gil. Os Trapalhões também começaram<br />
por lá, mas com um<br />
nome diferente: Os Insaciáveis.<br />
Já nos anos 1980, o Programa<br />
do Bozo e o clássico Perdidos na<br />
Noite (com Faustão sendo exaltado<br />
em anúncios oficiais do<br />
programa por sua “loucura”)<br />
<strong>de</strong>ixaram sua marca. Mas foi no<br />
fim da década que tudo mudou.<br />
Sai <strong>de</strong> cena a família Machado<br />
<strong>de</strong> Carvalho e entra Edir Macedo.<br />
Segundo Luiz Claudio Costa,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo dos anos 1990,<br />
“Formamos uma<br />
re<strong>de</strong> nacional,<br />
que cobre o<br />
país inteiro<br />
e conquistou<br />
o respeito e a<br />
admiração do<br />
brasileiro”<br />
Divulgação<br />
a emissora vive seu melhor momento.<br />
“Formamos uma re<strong>de</strong><br />
nacional, que cobre o país inteiro<br />
e conquistou o respeito e<br />
a admiração do brasileiro”, analisa<br />
o executivo. Atualmente, a<br />
emissora está presente em 96%<br />
do território nacional e viu a audiência<br />
crescer.<br />
No início da década <strong>de</strong> 1990,<br />
o canal marcava apenas 1,5 ponto<br />
<strong>de</strong> audiência na média-dia<br />
(das 7h à meia-noite). Em <strong>2018</strong>,<br />
até o fim <strong>de</strong> agosto, a média era<br />
<strong>de</strong> 7 pontos. Isso representa um<br />
aumento <strong>de</strong> quase 400% neste<br />
período. Os dados são do Kantar<br />
Ibope Media. A emissora aposta<br />
num futuro multiplataforma e<br />
quer ampliar seu alcance. Algo<br />
que começou com o lançamento<br />
do Portal R7, há nove anos, agora<br />
se amplia com o PlayPlus, um<br />
serviço <strong>de</strong> streaming e ví<strong>de</strong>o sob<br />
<strong>de</strong>manda, que traz conteúdo próprio<br />
e <strong>de</strong> canais parceiros, além<br />
<strong>de</strong> produções nacionais e internacionais,<br />
rádios e podcasts.<br />
12 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
STORYTELLER<br />
rawpixel/Unsplash<br />
Vergonhas<br />
<strong>de</strong>finitivas<br />
Foi só entrar no canal <strong>de</strong> filmes pagos<br />
que pintou o maior sexo explícito<br />
LuLa Vieira<br />
Amigo meu chega em casa com a mulher<br />
e encontra a filha, na sala, vendo televisão<br />
com o namorado, cada um do seu lado<br />
no sofá, discretíssimos, acompanhando interessados<br />
um jogo <strong>de</strong> futebol. Coisa assim<br />
<strong>de</strong> Canto do Rio versus XV <strong>de</strong> Piracicaba.<br />
Ou Brasil e Peru, o que vem a ser quase a<br />
mesma coisa.<br />
Gerente <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> uma importante<br />
empresa (porra, como eu estou escrevendo<br />
mal ultimamente... “gerente <strong>de</strong> marketing<br />
<strong>de</strong> uma importante empresa”, além do<br />
lugar comum, que falta <strong>de</strong> graça!)<br />
Perdão, leitores, voltando, o cara é gerente<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> uma puta <strong>de</strong> uma<br />
multinacional e imediatamente comentou<br />
com a mulher o fato <strong>de</strong> a menina estar assistindo<br />
jogo <strong>de</strong> futebol.<br />
Concluiu que no dia seguinte chamaria<br />
o pessoal <strong>de</strong> mídia da sua agência para discutir<br />
em que números <strong>de</strong> pesquisa eles se<br />
baseavam para afirmar que esporte tinha<br />
uma audiência tipicamente masculina.<br />
Até que ouviu a televisão ser <strong>de</strong>sligada,<br />
o jovem casal ir embora e o silêncio <strong>de</strong>scer<br />
sobre a sala. Um pouco <strong>de</strong>pois ele e a mulher<br />
resolveram assistir um filmezinho pelo<br />
pay-per-view.<br />
Foi só entrar no canal <strong>de</strong> filmes pagos<br />
que pintou o maior sexo explícito, daqueles<br />
com dupla penetração anal, 18 mulheres,<br />
cinco anões, quatro jumentos e um senador,<br />
coisa da maior baixaria, tudo aos gritos<br />
<strong>de</strong> yes, yes, yes (aliás, eu nunca entendi<br />
para que legenda em filme <strong>de</strong> sacanagem,<br />
mas que tem, tem).<br />
Ou seja, a filha e o namorado tinham<br />
comprado o tal filme e a chegada <strong>de</strong>les interrompeu<br />
o momento cultural.<br />
Na pressa <strong>de</strong> disfarçar, trocaram para<br />
qualquer outro canal, o que explicava o<br />
súbito interesse pelo torneio <strong>de</strong> acesso do<br />
campeonato potiguar ou algo do gênero.<br />
Bem, pensou ele <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong><br />
matar o genro: “Já que está pago vamos ver<br />
no que isso vai dar”. Como se ele (ou ela)<br />
não soubessem.<br />
Minutos <strong>de</strong>pois (como ser <strong>de</strong>licado?) a<br />
investigação empírica começou a produzir<br />
efeitos e eles começaram a pensar bobagens.<br />
Evi<strong>de</strong>ntemente não com a mesma competência<br />
dos da tela, tanto da parte <strong>de</strong>le<br />
como da parte <strong>de</strong>la, mas, pelo menos com<br />
muito entusiasmo. Amador, mas com entusiasmo.<br />
Estavam nessa e não repararam que a<br />
porta se abriu e o outro filho do casal, <strong>de</strong> 15<br />
anos, acompanhado <strong>de</strong> boa parte da galera<br />
entra na sala.<br />
Meu amigo confessa que a brochada foi<br />
tão <strong>de</strong>finitiva, a vergonha tão fundamental<br />
que ele até hoje fica sem graça só <strong>de</strong> ouvir a<br />
palavra sexo. Imagine só, a cena.<br />
Ele semipeladão, no meio da sala, envergonhadíssimo,<br />
explicando para uns quatro<br />
adolescentes que tudo tinha começado<br />
com a irmã assistindo XV <strong>de</strong> Jaú contra<br />
Anapolino. O que, por si só, já é uma tara<br />
difícil <strong>de</strong> ser explicada.<br />
Tão difícil como o diretor <strong>de</strong> mídia que<br />
me confessou numa madrugada <strong>de</strong> bar que<br />
a maior vergonha que ele tinha passado na<br />
vida foi quando a mãe <strong>de</strong>le o tinha encontrado<br />
masturbando-se na sala.<br />
Eu, para consolá-lo, jurei que todo mundo<br />
tinha passado por essa.<br />
Todo adolescente um dia já tinha pagado<br />
esse mico. Daí ele, meio bêbado, confessou<br />
quase chorando: “adolescente tudo bem, já<br />
aconteceu com todo mundo. Mas isso que<br />
te contei foi ontem!”<br />
Daí era fogo.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
14 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marcas<br />
Heineken pisa fundo e leva a<br />
emoção da Fórmula 1 para as ruas<br />
Patrocinadora global da F-1 pelo terceiro ano tem o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> ativar a<br />
cerveja em um GP sem pilotos brasileiros; ação é feita com a Williams<br />
Heineken F-1 Experience será realizado no Rio <strong>de</strong> Janeiro, dia 4 <strong>de</strong> novembro, e em Porto Alegre, em 10 <strong>de</strong> novembro<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Assim como um carro <strong>de</strong><br />
competição, para dirigir<br />
uma marca é necessário saber<br />
o momento certo <strong>de</strong> acelerar,<br />
pisar no freio, calcular o ponto<br />
certo da tangência e ganhar potência<br />
na reta. A Heineken sabe<br />
disso. Patrocinadora global da<br />
F-1 pelo terceiro ano consecutivo<br />
e com o naming rights da<br />
etapa brasileira, ela terá o <strong>de</strong>safio<br />
<strong>de</strong> realizar suas ativações<br />
em uma prova que, pela primeira<br />
vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1970, não contará<br />
com um piloto do país. Como já<br />
é tradição, o evento ocorre entre<br />
os dias 9 e 11 <strong>de</strong> novembro,<br />
no autódromo José Carlos Pace,<br />
em Interlagos, São Paulo.<br />
O que não resta dúvida para<br />
a cerveja é que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> ter ou não um representante<br />
brasileiro nos dias <strong>de</strong><br />
hoje, o automobilismo é uma<br />
paixão no cenário nacional. E<br />
para mostrar que a modalida<strong>de</strong><br />
vai muito além <strong>de</strong> um único piloto,<br />
a Heineken vai levar a experiência<br />
da Fórmula 1 para as<br />
ruas, com dois gran<strong>de</strong>s eventos<br />
abertos ao público. O Heineken<br />
F-1 Experience será realizado<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, na Enseada<br />
<strong>de</strong> Botafogo, dia 4 <strong>de</strong> novembro,<br />
e, em Porto Alegre, no Gasômetro,<br />
dia 10 <strong>de</strong> novembro.<br />
A iniciativa conta com participação<br />
da equipe Williams,<br />
uma das mais tradicionais e<br />
importantes da categoria e por<br />
on<strong>de</strong> passaram vários pilotos<br />
brasileiros, diversas atrações<br />
musicais e shows <strong>de</strong> drift e motos.<br />
Completam a ação os ex-pilotos<br />
da F-1 Felipe Massa, que<br />
pilotará a Williams na edição do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, e Rubens Barrichello,<br />
responsável por comandar<br />
o show em Porto Alegre.<br />
“Muitas pessoas acham que a<br />
Fórmula 1 é um esporte <strong>de</strong> um<br />
homem só, quando, na verda<strong>de</strong>,<br />
existe uma equipe enorme<br />
nos bastidores on<strong>de</strong> cada um<br />
é fundamental para que aquele<br />
espetáculo que vemos nas pistas<br />
ocorra. Como neste ano não<br />
temos um piloto brasileiro, resolvemos<br />
montar o nosso time<br />
para levar a emoção <strong>de</strong>ste esporte<br />
tão fascinante para além<br />
dos portões <strong>de</strong> Interlagos”, explica<br />
Vanessa Brandão, diretora<br />
da marca Heineken.<br />
A executiva também fez<br />
questão <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar claro que o<br />
Heineken F-1 Experience é uma<br />
iniciativa do Brasil que faz parte<br />
da campanha The Not So Perfect<br />
Man, estrelada pelo escocês David<br />
Coulthard. O filme, que vai<br />
ao ar nesta segunda-feira (<strong>1º</strong>),<br />
mostra o ex-piloto <strong>de</strong> Fórmula<br />
1 em uma festa passando por<br />
situações que só são superadas<br />
graças ao auxílio do seu time <strong>de</strong><br />
engenheiros.<br />
“Pensando nisso, toda a dinâmica<br />
do evento foi cuidadosamente<br />
criada a fim <strong>de</strong> mostrar<br />
a importância do trabalho<br />
em equipe para a criação <strong>de</strong>ssa<br />
experiência única, que po<strong>de</strong>rá<br />
ser acompanhada ao vivo atra-<br />
“Criar uma<br />
experiênCia <strong>de</strong><br />
marCa é muito<br />
diferente <strong>de</strong><br />
ColoCar um filme<br />
no ar apenas.<br />
a relação Com<br />
o Consumidor é<br />
mais profunda”<br />
Divulgação<br />
vés das re<strong>de</strong>s sociais da marca”,<br />
completa Vanessa.<br />
A diretora <strong>de</strong> marketing também<br />
afirmou que a Fórmula 1 é<br />
um projeto altamente estratégico,<br />
pois representa uma gran<strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abordar temas<br />
que são importantes para<br />
a marca como consumo responsável,<br />
internacionalida<strong>de</strong>,<br />
aspiracionalida<strong>de</strong>. Além disso,<br />
ressaltou a vocação em promover<br />
momentos e experiências<br />
memoráveis.<br />
“Criar uma experiência <strong>de</strong><br />
marca é muito diferente <strong>de</strong> colocar<br />
um filme no ar apenas.<br />
A relação com o consumidor<br />
é mais profunda e marcante.<br />
Heineken <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu lançamento<br />
esteve presente em momentos<br />
relevantes, seja através<br />
<strong>de</strong> eventos patrocinados ou <strong>de</strong><br />
proprietários”, avalia. Rock in<br />
Rio, Up on The Roof, Heineken<br />
Block e as festas da final da Uefa<br />
Champions League são alguns<br />
exemplos.<br />
16 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Resolvemos fazer<br />
um anúncio listando<br />
todos os prêmios<br />
que a gente ganhou<br />
no Colunistas<br />
Brasília <strong>2018</strong>.<br />
Vai que a gente não<br />
lembra <strong>de</strong> nada <strong>de</strong>pois<br />
da comemoração.<br />
MÍDIAS INTEGRADAS<br />
GRANDE PRÊMIO DE MÍDIAS INTEGRADAS:<br />
Categoria: Ouro em Serviços Financeiros e De <strong>de</strong> Seguros<br />
“Recuperação <strong>de</strong> Crédito”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Produtos e Serviços Públicos<br />
Prata: “E-commerce”, para Correios.<br />
CATEGORIA: Serviços Financeiros e <strong>de</strong> Seguros<br />
Bronze: “Re-significado”, para Sinapro.<br />
FILME<br />
CATEGORIA: Institucional Ou ou Corporativo<br />
Prata: “3º milênio - Série”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Produtos e Serviços Públicos<br />
Ouro: “E-commerce - Série”, para Correios.<br />
Prata: “Separação”, para GDF.<br />
Prata: “Papai Noel dos Correios”, para Correios.<br />
CATEGORIA: Serviços Financeiros e <strong>de</strong> Seguros<br />
Ouro: “Série - Recuperação <strong>de</strong> Crédito”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Datas Promocionais<br />
Prata: “Papai Noel dos Correios”, para Correios.<br />
RÁDIO<br />
CATEGORIA: Mercado Publicitário<br />
Bronze: “Re-significado”, para Sinapro.<br />
CATEGORIA: Serviços Financeiros e <strong>de</strong> Seguros<br />
Ouro: “Recuperação <strong>de</strong> Crédito”, para CAIXA.<br />
MÍDIA IMPRESSA<br />
GRANDE PRÊMIO DE MÍDIA IMPRESSA:<br />
CATEGORIA: Turismo, Transportes e Diversões Públicas<br />
Ouro: “O Mundo no Brasil”, para Ministério do Turismo.<br />
CATEGORIA: Produtos e Serviços Públicos<br />
Ouro: “O Mundo no Brasil”, para Ministério do Turismo.<br />
Prata: “Separação”, para GDF.<br />
MÍDIA EXTERIOR<br />
CATEGORIA: Produtos e Serviços Públicos<br />
Bronze: “Separação”, para GDF.<br />
DIGITAL<br />
CATEGORIA: Produtos e Serviços Públicos<br />
Ouro: “E-commerce caixa que viaja”, para Correios.<br />
Bronze: “Rumo Certo - Habitação”, para GDF.<br />
Bronze: “E-commerce Banner pequeno e gran<strong>de</strong>”, para Correios.<br />
CATEGORIA: Peça Interativa<br />
Bronze: “E-commerce banner calculadora”, para Correios.<br />
MÍDIA<br />
GRANDE PRÊMIO DE MÍDIA:<br />
Categoria: Ouro na categoria Aproveitamento da Mídia Mobile<br />
“Papa lixo”, para GDF.<br />
CATEGORIA: Aproveitamento da Mídia Digital<br />
Ouro: “E-commerce”, para Correios.<br />
Ouro: “Papa lixo”, para GDF.<br />
CATEGORIA: Aproveitamento da Mídia Mobile<br />
Ouro: “E-commerce”, para Correios.<br />
TÉCNICA<br />
CATEGORIA: Roteiro <strong>de</strong> Filme<br />
Bronze: “Recuperação <strong>de</strong> crédito”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Direção <strong>de</strong> Arte <strong>de</strong> Filme<br />
Ouro: “Recuperação <strong>de</strong> crédito - PJ - Série”, para CAIXA.<br />
Prata: “E-commerce”, para Correios.<br />
Bronze: “Papai Noel dos Correios”, para Correios.<br />
CATEGORIA: Direção <strong>de</strong> Filme<br />
Ouro: “E-commerce”, para Correios.<br />
Ouro: “Recuperação <strong>de</strong> crédito - Série”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Produção <strong>de</strong> Filme<br />
Ouro: “Recuperação <strong>de</strong> crédito - Série”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Fotografia <strong>de</strong> Filme<br />
Ouro: “E-commerce”, para Correios.<br />
Ouro: “Recuperação <strong>de</strong> crédito - Série”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Edição <strong>de</strong> Filme<br />
Prata: “E-commerce”, para Correios.<br />
Bronze: “Separação”, para GDF.<br />
CATEGORIA: Trilha <strong>de</strong> Filme<br />
Ouro: “Papai Noel dos Correios”, para Correios.<br />
CATEGORIA: Efeitos Visuais <strong>de</strong> Filme<br />
Prata: “Recuperação <strong>de</strong> crédito - Série”, para CAIXA.<br />
CATEGORIA: Animação em Filme<br />
Prata: “Papai Noel dos Correios”, para Correios.<br />
CATEGORIA: Direção <strong>de</strong> Arte em Peça Gráfica<br />
Ouro: “O Mundo no Brasil”, para Ministério do Turismo.<br />
Propeg.<br />
Agência do Ano no Colunistas Brasília <strong>2018</strong>.<br />
CATEGORIA: Serviços Financeiros e <strong>de</strong> Seguros<br />
Ouro: “Recuperação <strong>de</strong> Crédito”, para CAIXA.
(com empresas durando pouco), incerteza<br />
(é difícil prever o futuro), complexo (muitas<br />
variáveis) e ambiguida<strong>de</strong> (abundância<br />
<strong>de</strong> conteúdo e falta <strong>de</strong> tempo, curadoria e<br />
fake news). “O ambiente que a gente vive<br />
é <strong>de</strong> transição permanente. Tudo está ocorrendo<br />
ao mesmo tempo, temos <strong>de</strong> prestar<br />
atenção em todos os <strong>de</strong>talhes”, explicou.<br />
“Se tem uma máxima, é tire o S da crise,<br />
crie.” Foi assim que Neto, da Re<strong>de</strong>TV!, argumentou<br />
que o público não quer per<strong>de</strong>r tempo,<br />
ser incomodado nem receber falsas promessas.<br />
Tendo esse como o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio,<br />
ele afirmou que para superá-lo é necessário<br />
enten<strong>de</strong>r com quem está falando, em qual<br />
momento e estado <strong>de</strong> espírito da pessoa.<br />
“Temos <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o mood <strong>de</strong>sse cara. É<br />
testar e errar, errar <strong>de</strong> novo, testar, testar...”<br />
Guerreiro, da Record, fez uma provocação<br />
a partir <strong>de</strong> comentários negativos sobre<br />
a mídia digital, que supostamente estaria<br />
“agora” afastando as pessoas. Conectando<br />
presente e passado, ele brincou que sua<br />
primeira re<strong>de</strong> social foi uma vizinha fofoqueira.<br />
“Sempre vivemos em re<strong>de</strong>, em<br />
bando. De Gutemberg a Zuckerberg a coisa<br />
não mudou tanto assim”, apontou. Ele também<br />
lembrou que todas as empresas estão<br />
acompanhando, pesquisando e fazendo. “É<br />
preciso tentativa e acerto, tentativa e erro,<br />
tentativa e tentativa. Todos estamos aprenmErcado<br />
Executivos <strong>de</strong>batem os <strong>de</strong>safios da<br />
mídia e falam <strong>de</strong> cases <strong>de</strong> sucesso<br />
Evento da ABA reuniu cerca <strong>de</strong> 300 pessoas em São Paulo; profissionais<br />
discutiram temas como consumo <strong>de</strong> conteúdo, bran<strong>de</strong>d content e OOH<br />
Alê Oliveira<br />
Herbert Zeizer (Globosat), Antonio Guerreiro (Record), Sumara Osorio (VML), Amilcare Dallevo Neto (Re<strong>de</strong>TV!), Sandra Martinelli (ABA) e Roberto Schmidt (Globo)<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Por mais que dados e tecnologia permitam<br />
cruzamentos entre muitas variáveis,<br />
ainda é vital ter tentativa e erro. Essa<br />
foi uma das mensagens do ABA Mídia <strong>2018</strong>,<br />
realizado pela Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Anunciantes no último dia 25 em São Paulo.<br />
A programação teve os painéis Personal<br />
Media Mix: A nova configuração do consumo<br />
<strong>de</strong> conteúdo; Bran<strong>de</strong>d Content: criativida<strong>de</strong><br />
compartilhada para proporcionar o entretenimento<br />
Taylor Ma<strong>de</strong>; Marketing innovation<br />
no mundo digital; Panorama OOH e Mobile<br />
innovation, creative & media trends, além<br />
do lançamento do livro Atitu<strong>de</strong> digital, <strong>de</strong><br />
Flavio Ferrari, e da apresentação da Carta<br />
Global <strong>de</strong> Mídia.<br />
O primeiro painel reuniu Roberto Schmidt,<br />
diretor do planejamento <strong>de</strong> marketing<br />
da Re<strong>de</strong> Globo; Amilcare Dallevo Neto,<br />
head of value creation da Re<strong>de</strong>TV!; Antonio<br />
Guerreiro, superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estratégia<br />
multiplataforma da Record; Herbert Zeizer,<br />
diretor <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> SP da Globosat; e a<br />
mo<strong>de</strong>radora Sumara Osorio, VP <strong>de</strong> planejamento<br />
da VML.<br />
Schmidt traçou um paralelo da sigla<br />
Vuca, que surgiu décadas atrás no contexto<br />
militar, com o universo da publicida<strong>de</strong>.<br />
Para ele, a área vive um momento volátil<br />
“O cOnteúdO tem <strong>de</strong> fazer<br />
sentidO para quem está<br />
assistindO, nãO impOrta<br />
a tela. ‘On<strong>de</strong> está a<br />
audiência?’ nãO tem<br />
uma respOsta única”<br />
<strong>de</strong>ndo o tempo todo”, disse.<br />
Já Zeizer, da Globosat, comentou que<br />
a própria TV paga, quando surgiu, já sinalizava<br />
uma mudança e o caminho para a<br />
segmentação <strong>de</strong> conteúdo. Ele <strong>de</strong>stacou o<br />
crossmedia e o protagonismo da narrativa.<br />
“O conteúdo tem <strong>de</strong> fazer sentido para<br />
quem está assistindo, não importa a tela.<br />
‘On<strong>de</strong> está a audiência?’ Não tem uma resposta<br />
única”, exemplificou.<br />
Um carinho a mais, a zoEira sEm limitE<br />
Falando <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content e caminhos<br />
para a produção <strong>de</strong> bons conteúdos que<br />
levam ao entretenimento, Otelmo Drebes<br />
Jr., diretor <strong>de</strong> marketing e vendas da Lojas<br />
Lebes; Diego dos Santos Ferreira, coor<strong>de</strong>nador<br />
<strong>de</strong> marketing do Magazine Luiza; e<br />
Eduardo Noronha, gerente <strong>de</strong> planejamento<br />
do núcleo da empresa na Ogilvy; mostraram<br />
cases dos dois varejistas. Sob mo<strong>de</strong>ra-<br />
18 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
ção <strong>de</strong> Denis Onishi, gerente <strong>de</strong> mídia da<br />
FCA-Fiat e VP do Comitê <strong>de</strong> Mídia da ABA,<br />
eles <strong>de</strong>stacaram a conexão entre propósito<br />
da marca e vendas para ter consistência<br />
na comunicação. Drebes, das Lojas Lebes,<br />
contou sobre a proximida<strong>de</strong> com a comunida<strong>de</strong><br />
no sul do país, on<strong>de</strong> a re<strong>de</strong> tem mais<br />
<strong>de</strong> 160 unida<strong>de</strong>s. Executivos da empresa<br />
visitaram consumidores e fizeram trajetos<br />
com eles para i<strong>de</strong>ntificar atritos. “A gente às<br />
vezes não faz o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa, faz o cliente<br />
pegar fila que não precisa, incomoda com<br />
mídia em hora errada...”, comentou sobre<br />
o aprendizado. Como exemplo <strong>de</strong>ssa relação<br />
mais íntima, ele mostrou o caso <strong>de</strong> um<br />
rapaz que pediu a amada em casamento na<br />
loja. Em retribuição, a empresa mobiliou a<br />
casa dos dois. “Rompemos as barreiras da<br />
compra e venda exercendo propósito.”<br />
Já Magazine Luiza e Ogilvy mostraram<br />
o case #saizica, feito na Copa do Mundo.<br />
Sem ser patrocinadora, a empresa ven<strong>de</strong>u<br />
1 milhão <strong>de</strong> TVs e foi uma das marcas mais<br />
mencionadas no período. Ferreira, da varejista,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “sair do<br />
comum” e o fato <strong>de</strong> a empresa trabalhar<br />
com os principais canais e plataformas sociais.<br />
“Tudo comandado pela Lu, nossa personagem<br />
virtual 3D que direciona a criação<br />
do conteúdo e promove mais proximida<strong>de</strong><br />
com nosso cliente”, explica. Noronha, da<br />
Ogilvy, acrescenta o apreço pela sintonia<br />
com o cliente, com times integrados e parceiros<br />
estratégicos para criar dinâmicas<br />
publicitárias impactantes. “Se fôssemos<br />
seguir o ‘formato’ <strong>de</strong> varejo <strong>de</strong> tentar construir<br />
marca e diferenciação só com o tradicional<br />
estaríamos perdidos.”<br />
rEnovado E pronto para tUdo<br />
O espaço e caminhos do Out of Home<br />
também foram <strong>de</strong>staque no evento. Sob a<br />
mediação <strong>de</strong> Alexandre Guerrero, sócio e<br />
VP comercial da Eletromidia, os participantes<br />
comentaram que a mídia exterior, para<br />
se tornar parte do cotidiano, tem <strong>de</strong> ser<br />
inserida na dinâmica da vida das pessoas.<br />
Lembrando que o meio está em terceiro lugar<br />
em investimento no mercado publicitário,<br />
Paulo Stephan, diretor-geral da ABOOH<br />
(Associação Brasileira <strong>de</strong> Out of Home),<br />
traçou a evolução do perfil <strong>de</strong>ssa mídia e sinalizou<br />
perspectivas positivas. “Esse meio<br />
estava agonizando na UTI, não morreu e<br />
voltou totalmente novo”, comparou. Para<br />
ele, manter esse ‘ser vivo’ <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> seis<br />
pilares que o sustentam: penetração, capilarida<strong>de</strong>,<br />
a<strong>de</strong>quação, métricas, auditoria e<br />
uso <strong>de</strong> pesquisa mostrando evolução. Bruno<br />
Campos, diretor <strong>de</strong> Media & Digital da<br />
Otelmo Drebes Jr. (Lojas Lebes), Denis Onishi (Fiat e ABA), Diego Ferreira e Eduardo Noronha: emoção e humor<br />
Bruno Campos, diretor <strong>de</strong> Media & Digital da GM, e Paulo Stephan, da ABOOH: bom futuro para o Out of Home<br />
“se fôssemOs seguir<br />
O ‘fOrmatO’ <strong>de</strong> varejO<br />
<strong>de</strong> tentar cOnstruir<br />
marca e diferenciaçãO<br />
só cOm O tradiciOnal<br />
estaríamOs perdidOs”<br />
Fotos: Divulgação<br />
GM, apontou a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combinar esse<br />
meio com outros. “Faz todo sentido fazer<br />
conexão, fazer um mix entre OHH, TV e digital.”<br />
carta Global dE mídia: oito passos<br />
Ainda no evento, foi apresentado um documento<br />
que visa um ecossistema na publicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> mídia digital mais saudável para<br />
todos. São oito princípios: Tolerância zero<br />
à frau<strong>de</strong> nos anúncios com compensação<br />
por qualquer violação; incentivo às práticas<br />
<strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> marca; limites mínimos <strong>de</strong><br />
viewability; transparência em toda a ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> suprimentos; verificação e auditoria <strong>de</strong><br />
terceiros como requisito mínimo; abordagem<br />
<strong>de</strong> questões <strong>de</strong> “walled gar<strong>de</strong>n”; melhora<br />
nos padrões <strong>de</strong> transparência <strong>de</strong> dados<br />
e melhorar a experiência do usuário.<br />
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jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19
mercado<br />
almapBBdo e F/nazca s&s são<br />
os <strong>de</strong>staques do anuário do clube<br />
Festival do Clube <strong>de</strong> Criação, em São Paulo, premiou gran<strong>de</strong>s cases e<br />
agências, e trouxe <strong>de</strong>bates sobre entretenimento, tecnologia e mercado<br />
Felipe Turlão<br />
Festival do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
promoveu entre os últi-<br />
O<br />
mos dias 22 e 24 a edição <strong>de</strong>ste<br />
ano do seu tradicional evento,<br />
com programação que incluiu<br />
60 seminários com a presença<br />
<strong>de</strong> 180 convidados, além <strong>de</strong><br />
diversas ações e ativações para<br />
engajar players do setor com a<br />
comunida<strong>de</strong> criativa.<br />
O evento também sediou a<br />
premiação do 43º Anuário do<br />
Clube, que entregou 154 troféus<br />
nas categorias Criação e<br />
Técnica. Na soma das duas áreas,<br />
a AlmapBBDO foi a agência<br />
mais premiada do festival, com<br />
29 troféus, incluindo cinco <strong>de</strong><br />
ouro para as campanhas Nosferatu<br />
– The Non Silent Film, Endless<br />
Stories, ambas para Getty<br />
Images; Cheetos Fax, para Elma<br />
Chips; Neymarketing sem Neymar,<br />
para Gol Linhas Aéreas; e<br />
Ali, para Volkswagen.<br />
Outro <strong>de</strong>staque do festival foi<br />
a F/Nazca S&S, com 25 troféus,<br />
incluindo três <strong>de</strong> ouro para as<br />
campanhas Corrida <strong>de</strong> Natal,<br />
<strong>de</strong> Sadia, que ficou com dois, e<br />
Sequestro, <strong>de</strong> Leica. Na sequência,<br />
em número <strong>de</strong> troféus, ficaram<br />
FCB, Wie<strong>de</strong>n+Kennedy,<br />
J. Walter Thompson e CP+B.<br />
Consi<strong>de</strong>rando-se apenas os<br />
ouros, <strong>de</strong>staque para as agências<br />
AlmapBBDO, David, F/Nazca<br />
S&S e R/GA. Entre as campanhas,<br />
além das já mencionadas,<br />
vale <strong>de</strong>staque para Next, da<br />
R/GA para Bra<strong>de</strong>sco, com três<br />
troféus <strong>de</strong> ouro.<br />
Durante a premiação, foram<br />
feitas homenagens ao fotógrafo<br />
e diretor <strong>de</strong> cena Rodolfo Vanni<br />
e ao diretor <strong>de</strong> criação Alci<strong>de</strong>s<br />
Figalgo (falecido), que entraram<br />
para o Hall da Fama do Clube.<br />
Joelês e hipnose<br />
Em seu primeiro ano à frente<br />
do festival, Fernando Nobre,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
e diretor <strong>de</strong> cena da Delicatessen,<br />
explicou o tema da edição,<br />
a sétima do que se consi<strong>de</strong>ra<br />
Fernando Nobre, que quer mercado saindo do “piloto automático”<br />
“novo festival”, após uma gran<strong>de</strong><br />
reformulação. “O Bem-vindo<br />
ao Desconhecido resume uma<br />
mensagem <strong>de</strong> provocação aos<br />
profissionais. Precisamos saber<br />
sofrer e nos angustiar para procurar<br />
o novo. É isso que movem<br />
as pessoas e a indústria como<br />
um todo”, afirmou Nobre. A<br />
i<strong>de</strong>ia do publicitário para o festival<br />
passou também por uma<br />
mensagem ao mercado para<br />
“sair do piloto automático”,<br />
seja nas relações humanas entre<br />
pessoas e comerciais entre<br />
empresas do setor.<br />
“O festival quer romper com<br />
isso e dar espaço a um ciclo virtuoso”,<br />
afirmou. Editora-chefe<br />
do Clubeonline e curadora do<br />
evento, Laís Prado <strong>de</strong>stacou ainda<br />
novida<strong>de</strong>s do evento, como a<br />
<strong>de</strong> bandas tocando por 15 minu-<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
“Precisamos -<br />
agências, clientes<br />
e Produtoras -<br />
estar juntos e<br />
PreParados Para<br />
as reações e, se<br />
for o caso, Para<br />
fazer mudanças<br />
<strong>de</strong> rotas”<br />
tos em um palco montado entre<br />
os seminários, e a presença <strong>de</strong><br />
celebrida<strong>de</strong>s como a do artista<br />
plástico Cildo Meireles.<br />
O festival trouxe atrações <strong>de</strong><br />
entretenimento, com <strong>de</strong>staque<br />
para o hipnólogo e ilusionista<br />
Pyong Lee, dono <strong>de</strong> um canal<br />
<strong>de</strong> YouTube, que fez uma<br />
sessão especial do espetáculo<br />
AbsurdaMente. Ele convocou<br />
alguns voluntários da plateia<br />
para exercícios <strong>de</strong> mente e hipnose.<br />
Outra atração <strong>de</strong> fora do<br />
mercado foi Joel Santana, treinador<br />
<strong>de</strong> futebol e conhecido<br />
na publicida<strong>de</strong> com a campanha<br />
Po<strong>de</strong> To Be?, <strong>de</strong> Pepsi, <strong>de</strong>ntre<br />
outras.<br />
Em meio a histórias sobre<br />
seu passado como técnico e jogador,<br />
ele trouxe mensagens interessantes<br />
ao mercado. “Tudo<br />
que é tecnologia mo<strong>de</strong>rna é<br />
bom e nos ajuda. Mas sou da<br />
opinião que tudo que é <strong>de</strong>mais<br />
não dá certo. Hoje, há muitos<br />
dados para ajudar no futebol,<br />
mas isso não adianta nada.<br />
O bom técnico tem que ter a<br />
sensibilida<strong>de</strong> para perceber o<br />
que vai acontecer e <strong>de</strong>cidir rápido”,<br />
disse Santana, conhecido<br />
por sua carreira <strong>de</strong> muitos<br />
títulos, e pelo inglês peculiar<br />
que lhe ren<strong>de</strong>u espaço na publicida<strong>de</strong><br />
e ficou conhecido como<br />
Joelês.<br />
Frio na Barriga<br />
Mas o evento também foi espaço<br />
para reflexões sobre o próprio<br />
mercado, como na palestra<br />
com o singelo nome Bundão:<br />
ser ou não ser?, um papo sobre<br />
se vale mais a pena a agência e<br />
a marca terem um comportamento<br />
“bunda mole” e permanecerem<br />
alheias a críticas, ou<br />
tomarem uma posição mais corajosa<br />
e, mesmo <strong>de</strong>sagradando<br />
a alguns, assumir uma posição.<br />
“Uma campanha que me dá<br />
aquele frio na barriga, e gera um<br />
certo <strong>de</strong>sconforto, é a que tem<br />
mais potencial para dar certo”,<br />
resumiu Daniela Cachich, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing da<br />
22 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Charles Faria, André Fukumoto e Fabio Fernan<strong>de</strong>s, da F/Nazca, segunda mais premiada<br />
PepsiCo, que mencionou cases<br />
como Doritos Rainbow e Doritos<br />
Mistery. Ela propôs uma maior<br />
ousadia <strong>de</strong> todos os players do<br />
mercado. “Precisamos - agências,<br />
clientes e produtoras - estar<br />
juntos e preparados para as<br />
reações e, se for o caso, para<br />
fazer mudanças <strong>de</strong> rotas na<br />
campanha. Se sua marca quiser<br />
agradar a todos, não será nada”,<br />
diz a profissional.<br />
Outro tema recorrente no<br />
evento foi o impacto <strong>de</strong> dados<br />
e tecnologia na criação publicitária.<br />
Sob o tema O que vocês<br />
têm <strong>de</strong> beta aí?, um dos painéis<br />
conduzidos por Vinícius Malinoski,<br />
head of creative do Zoo,<br />
núcleo do Google que ajuda<br />
empresas a enten<strong>de</strong>rem as suas<br />
plataformas, ressaltou que, se<br />
uma i<strong>de</strong>ia precisa começar pela<br />
tecnologia, ela não é uma i<strong>de</strong>ia,<br />
mas sim um formato.<br />
“A tecnologia funciona como<br />
recurso, como meio para solucionar<br />
problemas, e não como<br />
ponto <strong>de</strong> partida. O que funciona<br />
é ir da i<strong>de</strong>ia para a tecnologia<br />
i<strong>de</strong>al, e não o inverso”, <strong>de</strong>stacou<br />
Malinoski.<br />
Nessa mesma linha, em seminário<br />
conduzido por Domênico<br />
Massareto, CCO da Publicis<br />
Brasil, discutiu-se como os<br />
algoritmos e a inteligência artificial<br />
impactam a criativida<strong>de</strong>.<br />
“Precisamos enten<strong>de</strong>r o que<br />
significará ser criativo daqui a<br />
cinco anos. A indústria se tornou<br />
mais complexa pelo mobile<br />
e o digital. Precisamos fazer<br />
mais com menos e <strong>de</strong> forma<br />
ágil. O marketing vem crescendo<br />
sua verba, e a forma como a<br />
criação <strong>de</strong> muitas agências se<br />
organiza ainda é a mesma da<br />
revolução criativa <strong>de</strong> 1960, com<br />
a dupla <strong>de</strong> redator e diretor <strong>de</strong><br />
arte criando algo a partir <strong>de</strong> um<br />
briefing”, analisa Massareto.<br />
Equipe da AlmapBBDO, agência mais premiada do festival<br />
“tudo que é<br />
tecnologia<br />
mo<strong>de</strong>rna é bom e<br />
nos ajuda. mas<br />
sou da oPinião que<br />
tudo que é <strong>de</strong>mais<br />
não dá certo”<br />
Edgard Gianesi e Rafael Donato, da David: três troféus <strong>de</strong> ouro para a agência<br />
gência artificial do Watson.<br />
“Se estudarmos on<strong>de</strong> a AI vai<br />
chegar, vamos <strong>de</strong>scobrir que a<br />
mecanização do trabalho criativo<br />
é muito maior que imaginamos.<br />
Hoje, quase 90% do que<br />
fazemos é um processo padronizado<br />
que po<strong>de</strong> ser feito por<br />
algoritmos. Ainda estamos na<br />
superfície da criativida<strong>de</strong> em<br />
inteligência artificial”, explica.<br />
Pedro Gravena (CCO da<br />
Mosh), comparou os profissionais<br />
que lidam com algoritmos<br />
com criativos e até artistas.<br />
Ele citou o case The Next Rembrant,<br />
da J. Walter Thompson<br />
para o banco ING, como um<br />
exemplo <strong>de</strong>ssa conexão entre<br />
arte e dados.<br />
Outro assunto no festival foi<br />
a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas no<br />
mercado. A palestra Inclusão já,<br />
porque diversida<strong>de</strong> é um jogo <strong>de</strong><br />
ganha-ganha apontou <strong>de</strong>safios<br />
para que a publicida<strong>de</strong> se torne<br />
mais <strong>de</strong>mocrática. o estudo<br />
TODXS - Uma análise da representativida<strong>de</strong><br />
na publicida<strong>de</strong><br />
brasileira, da agência Heads e<br />
da ONU Mulheres, já apontou<br />
uma queda nos estereótipos<br />
nos comerciais.<br />
“Mas ainda está <strong>de</strong>vagar,<br />
porque a publicida<strong>de</strong> retrata<br />
os mesmos padrões <strong>de</strong> beleza<br />
ainda”, afirmou Isabel Aquino,<br />
diretora <strong>de</strong> planejamento da<br />
Heads.<br />
Além da maior presença <strong>de</strong><br />
mulheres nos comerciais, o painel<br />
clamou para que a população<br />
negra e parda apareça mais<br />
na publicida<strong>de</strong> em comerciais<br />
<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> alto-padrão.<br />
De acordo com Raphaella<br />
Martins, gerente <strong>de</strong> contas da J.<br />
Walter Thompson, agência que<br />
preten<strong>de</strong> ter, até 2020, 20% <strong>de</strong><br />
negros no total <strong>de</strong> funcionários,<br />
apenas 0,7% dos profissionais<br />
das maiores agências do Brasil<br />
são negros.<br />
inteligência artiFicial<br />
Executiva da IBM, Renata<br />
Bokel, head of consumer engajament<br />
Latam, <strong>de</strong>u um panorama<br />
sobre o potencial da inteli-<br />
Daniela Cachich: “Campanha que me dá aquele frio na barriga, gera certo <strong>de</strong>sconforto, é a que tem mais potencial para dar certo”<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23
Mercado<br />
Marcas têm o <strong>de</strong>safio da produção<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os verticais no Instagram<br />
Formato ganha mais repercussão no Stories e foi tema <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate entre<br />
influencers, produtores e roteiristas no Festival do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
Paulo Macedo<br />
comunicação vive uma<br />
A época <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios. E não<br />
é só a varieda<strong>de</strong> midiática da<br />
internet que <strong>de</strong>manda uma observação<br />
mais focada. Há novas<br />
formas <strong>de</strong> linguagem e as marcas<br />
precisam observar como os<br />
usuários utilizam esses canais<br />
e, por assim dizer, estabelecer<br />
uma conexão sob medida com<br />
esse benchmark. Com isso em<br />
mente, o Instagram promoveu<br />
na semana passada <strong>de</strong>bate no<br />
Festival do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
(ver matéria nas páginas 22 e<br />
23), em São Paulo, sob o tema A<br />
construção <strong>de</strong> novas narrativas<br />
no cenário mobile e vertical,<br />
Daniel Bottas, creative strategist<br />
da Creative Shop do Facebook<br />
e do Instagram, que foi<br />
mediador do encontro, disse<br />
que o trabalho colaborativo<br />
com agências e anunciantes<br />
tem permitido avanços para<br />
o melhor aproveitamento das<br />
plataformas que exigem uma<br />
forma mais pon<strong>de</strong>rada com<br />
suas essências. “A inspiração<br />
<strong>de</strong>ve vir do comportamento<br />
que os usuários <strong>de</strong>ixam bem<br />
claro nos seus posts”, resumiu<br />
o executivo.<br />
Na avaliação do diretor, produtor<br />
e roteirista Marcel Izidoro,<br />
adaptar campanhas publicitárias<br />
feitas para o meio TV<br />
não é o melhor caminho. Ele<br />
recomenda compreen<strong>de</strong>r o Instagram<br />
como uma plataforma<br />
que tem linguagem própria e<br />
pertinente com o pensamento<br />
dos jovens <strong>de</strong> uma faixa etária<br />
entre 15 e 25 anos. “Quer falar<br />
com esse público tem <strong>de</strong> ir para<br />
o Instagram. Com cortes secos e<br />
formato vertical.”<br />
A fotógrafa, DJ e gift maker<br />
Camila Cornelsen também<br />
acredita que os anunciantes<br />
<strong>de</strong>vem se adaptar à linguagem<br />
dos novos canais. Em um trabalho<br />
para a Avon, com direção do<br />
duo Banzai, a primeira opção<br />
<strong>de</strong> câmera era na horizontal,<br />
mas o material que entrou no<br />
O creative strategist Daniel Bottas, do Instagram, afirma que ví<strong>de</strong>o vertical abriga as narrativas em um cenário cada vez mais mobile<br />
ar foi todo captado na posição<br />
vertical. “Pensei o filme todo<br />
na vertical. E isso tem ocorrido<br />
diariamente. Temos muitos<br />
pedidos para o YouTube na horizontal,<br />
que também vale para<br />
TV. Mas temos <strong>de</strong> criar para<br />
tudo <strong>de</strong> acordo com o formato”,<br />
diz ela.<br />
Camila acaba <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong> um trabalho para o Itaú para<br />
a TV com a estética e linguagem<br />
do Stories. “A característica é<br />
toda vertical, para se encaixar<br />
no Instagram. Mas o i<strong>de</strong>al é fazer<br />
as campanhas com suas especificida<strong>de</strong>s.”<br />
Plataformas sociais como o<br />
Instagram também exigem um<br />
conceito <strong>de</strong> criação coletiva,<br />
como enfatizou Bottas. Ele provocou<br />
os convidados com um<br />
repertório <strong>de</strong> perguntas instigantes.<br />
A primeira <strong>de</strong>las: Como<br />
o trabalho colaborativo exerce<br />
influência no dia a dia e que<br />
tipo <strong>de</strong> profissional estão mais<br />
adaptados a jeito <strong>de</strong> produzir?<br />
“A inspirAção<br />
<strong>de</strong>ve vir do<br />
comportAmento<br />
que os usuários<br />
<strong>de</strong>ixAm bem clAro<br />
nos seus posts”<br />
Para Camila, por exemplo, os<br />
projetos com os quais se envolve,<br />
não os consi<strong>de</strong>ra autorais.<br />
“Sempre chamo muitas pessoas<br />
para trabalhar comigo porque<br />
gosto <strong>de</strong> ouvir o que todo<br />
mundo tem a dizer. As trocas<br />
são muito importantes porque<br />
permitem ver além do cenário<br />
<strong>de</strong> trabalho. Confio nas pessoas<br />
para que essa troca realmente<br />
valha a pena, como os maquiadores,<br />
diretores <strong>de</strong> arte e figurinistas”,<br />
ela disse, lembrando<br />
que já vem fazendo uso dos<br />
Alê Oliveira<br />
ví<strong>de</strong>os verticais e esse formato<br />
permite experimentação e<br />
mudanças. “O Stories é o lugar<br />
para testar. Filmo com o iPhone<br />
e assim comecei a pensar mais<br />
verticalmente”, acrescentou.<br />
O trabalho <strong>de</strong> Speto é mais<br />
solitário, mas a sinergia das<br />
pessoas que dão suporte emula<br />
o trabalho <strong>de</strong> grafitar uma empena.<br />
Os ví<strong>de</strong>os também estão<br />
na pauta <strong>de</strong> Speto, e eles e o formato<br />
vertical possibilitam uma<br />
visualização maior dos seus<br />
trabalhos. “O processo criativo<br />
<strong>de</strong>ve ser orientado pela emoção.<br />
Vou pelo caminho mais<br />
simples, o que não significa ser<br />
o mais fácil”, disse o artista.<br />
Para Izidoro, a tecnologia ajuda<br />
a contar histórias. Nesse contexto<br />
acaba <strong>de</strong> produzir e dirigir<br />
em parceria com o vlogger PC<br />
Siqueira uma série <strong>de</strong> 77 filmes<br />
sobre suicídio. “Tudo vertical<br />
para explorar bem o Stories e<br />
com o Facebook po<strong>de</strong>mos usar<br />
a realida<strong>de</strong> aumentada.”<br />
26 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MeRcado<br />
Grupo <strong>de</strong> Mídia do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
elege novo presi<strong>de</strong>nte e diretoria<br />
Antonio Jorge Pinheiro assume<br />
li<strong>de</strong>rança da entida<strong>de</strong> e quer<br />
trabalho mais colaborativo<br />
Divulgação<br />
ClauDia PenteaDo<br />
Diversida<strong>de</strong> é a tônica da nova<br />
gestão do Grupo <strong>de</strong> Mídia<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que conta<br />
com o envolvimento <strong>de</strong> pessoas<br />
<strong>de</strong> empresas com perfis bem<br />
diferentes, com a proposta <strong>de</strong><br />
trabalhar <strong>de</strong> um jeito novo,<br />
mais colaborativo e dinâmico.<br />
Antonio Jorge Alaby Pinheiro,<br />
diretor-geral da Mídia1,<br />
assumiu a presidência que já<br />
ocupou em várias outras ocasiões,<br />
a partir <strong>de</strong> 1986. De lá para<br />
cá foi presi<strong>de</strong>nte, diretor, conselheiro<br />
e acabou convencido<br />
pela presi<strong>de</strong>nte anterior, Fátima<br />
Ren<strong>de</strong>iro, diretora nacional<br />
<strong>de</strong> mídia da Propeg, a reassu-<br />
mir a gestão da entida<strong>de</strong> pelo<br />
próximo biênio. “O argumento<br />
inquestionável que me convenceu<br />
foi <strong>de</strong> que este momento e<br />
os próximos dois anos serão <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s mudanças e seria fundamental<br />
alguém que, além da<br />
experiência, tivesse bom trânsito<br />
com as diversas áreas”.<br />
Na vice-presidência, está Renato<br />
Annibal, gerente <strong>de</strong> mídia<br />
da L’Oréal; e nas diferentes diretorias<br />
assumiram: Francisca<br />
Abreia, planejadora <strong>de</strong> mídia<br />
da Eco Marketing à frente <strong>de</strong> Integração;<br />
André Simões, diretor<br />
<strong>de</strong> mídia da W/McCann na área<br />
comercial e financeira do Grupo;<br />
Marcelle Villar, diretora <strong>de</strong><br />
mídia e conexões da Ana Couto,<br />
Antonio Jorge Pinheiro: “Os próximos dois anos serão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças”<br />
na diretoria <strong>de</strong> formação profissional;<br />
em Comunicação está<br />
Rodolfo Laranjeira, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
mídia da Quintal; e na diretoria<br />
<strong>de</strong> eventos e projetos especiais,<br />
Raphael Cunha, diretor <strong>de</strong> mídia<br />
da Heads. O grupo conta<br />
ainda com Fátima Ren<strong>de</strong>iro,<br />
Marilena Geada e Maria Alice<br />
Langoni como conselheiras.<br />
Vigor investe em promoção para o<br />
consumidor conhecer todo portfólio<br />
Fausto Silva protagoniza ação Descubra que é Vigor, que tem verba<br />
<strong>de</strong> R$ 50 milhões; movimento é reflexo <strong>de</strong> reposicionamento da marca<br />
Vigor está <strong>de</strong>stinando mais<br />
A <strong>de</strong> R$ 50 milhões em nova<br />
campanha, marcada por forte<br />
presença na TV e em mídia<br />
digital disruptiva. Sob o mote<br />
Descubra que é Vigor, o apresentador<br />
Fausto Silva protagoniza<br />
a ação que vai premiar os consumidores<br />
com R$ 2 milhões,<br />
quatro casas e R$ 200 mil em<br />
vale-compras.<br />
A estratégia tem como objetivo<br />
aumentar o número <strong>de</strong> categorias<br />
na cesta <strong>de</strong> compras do<br />
consumidor, <strong>de</strong> três para seis.<br />
Por isso, a campanha mostra a<br />
gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> do portfólio<br />
<strong>de</strong> produtos da marca Vigor.<br />
São mais <strong>de</strong> 32 categorias e 100<br />
produtos. Segundo Gilberto<br />
Xandó, presi<strong>de</strong>nte da empresa,<br />
este é o momento <strong>de</strong> o Brasil<br />
Uma das peças da campanha que divulga promoção da Vigor<br />
conhecer muito além dos seus<br />
lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado – Grego, requeijão<br />
e parmesão ralado – e<br />
<strong>de</strong>scobrir suas linhas <strong>de</strong> queijos<br />
especiais, produtos infantis<br />
Divulgação<br />
e outros para passar no pão. A<br />
campanha une as mídias off e<br />
online. Na TV, a marca estará<br />
presente no horário no Domingão<br />
do Faustão, patrocinando o<br />
quadro Ví<strong>de</strong>o Cassetadas. As inserções<br />
serão realizadas a partir<br />
<strong>de</strong>ste mês até março <strong>de</strong> 2019.<br />
A Vigor também contará com<br />
Fausto Silva como embaixador.<br />
A comunicação da ação ocorrerá<br />
nos intervalos do programa<br />
do apresentador e em comerciais<br />
ao longo da programação<br />
da TV Globo. Todo o marketing<br />
<strong>de</strong> mídia offline estará sob<br />
a coor<strong>de</strong>nação da DM9DDB e<br />
a promoção será executada<br />
pela Agência 96. Ação também<br />
marca presença na mídia digital,<br />
com estratégia criada pela<br />
criada pela Ginga. O reforço das<br />
mensagens será feito por celebrida<strong>de</strong>s<br />
como Mateus Solano,<br />
Fernanda Souza e Maisa Silva.<br />
A movimentação é reflexo do<br />
reposicionamento <strong>de</strong> marca.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27
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mercado<br />
Procurement quer ser estratégico<br />
na relação com área <strong>de</strong> marketing<br />
Comitê <strong>de</strong> sourcing da ABA busca mostrar que olhar mais técnico <strong>de</strong>ve<br />
suplantar a visão por menor preço do setor <strong>de</strong> compras dos anunciantes<br />
Alê Oliveira<br />
Sheila Vieira, do McDonald’s, comanda o comitê especializado em procurement da ABA<br />
“Po<strong>de</strong> Parecer<br />
óbvio, mas<br />
as emPresas<br />
aProveitam<br />
Pouco a mesma<br />
estrutura <strong>de</strong><br />
Produção<br />
Para on e off”<br />
pAULO mACEDO<br />
Da compra <strong>de</strong> um simples parafuso<br />
até a megaprodução<br />
<strong>de</strong> um comercial. Há até bem<br />
pouco tempo as áreas <strong>de</strong> procurement<br />
das empresas anunciantes<br />
tinham esse perfil: “fazemos<br />
qualquer negócio”.<br />
Mas há algo novo no ar. A<br />
executiva Sheila Vieira, gerente<br />
<strong>de</strong> compras indiretas do<br />
McDonald’s e presi<strong>de</strong>nte do<br />
comitê <strong>de</strong> sourcing da ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes),<br />
li<strong>de</strong>ra um grupo composto<br />
por profissionais para<br />
mudar a percepção <strong>de</strong> compras,<br />
que provocava apreensão nas<br />
agências, <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e live<br />
marketing, produtoras <strong>de</strong> comerciais<br />
e fornecedores <strong>de</strong> serviços<br />
especializados para ações<br />
<strong>de</strong> cunho mercadológico.<br />
Agora o foco é se posicionar<br />
como um parceiro estratégico<br />
e menos focado na questão<br />
transacional. Segundo Sheila,<br />
o perfil que está sendo construído<br />
é mais a<strong>de</strong>quado ao<br />
profissional <strong>de</strong> procurement:<br />
ele está acompanhando as mudanças<br />
que estão ocorrendo no<br />
universo da comunicação e do<br />
marketing. O olhar mais técnico<br />
<strong>de</strong>ve suplantar a visão por<br />
menor preço, um dos principais<br />
mitos da ativida<strong>de</strong>. As mudanças<br />
estão ocorrendo nas gran<strong>de</strong>s<br />
empresas, mas a i<strong>de</strong>ia é que<br />
o padrão se torne benchmark<br />
também para anunciantes <strong>de</strong><br />
médio e pequeno orçamentos.<br />
“Conversamos muito para<br />
que esses profissionais passem<br />
a se posicionar como parceiros<br />
estratégicos e menos focados<br />
nas questões transacionais.<br />
Até porque, <strong>de</strong>vido ao começo<br />
da área <strong>de</strong> compras nas companhias<br />
ter sido mais relacionadas<br />
às questões <strong>de</strong> fábrica e<br />
industriais, elas eram focadas<br />
em aten<strong>de</strong>r prazos e os processos<br />
mais operacionais. Mas isso<br />
vem mudando. Cada vez mais a<br />
i<strong>de</strong>ia é buscar aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma<br />
estratégica o cliente interno<br />
e, especificamente no caso<br />
do comitê da ABA, às áreas <strong>de</strong><br />
marketing e comunicação”, explica<br />
Sheila, que terá nova reunião<br />
do núcleo <strong>de</strong> procurement<br />
da entida<strong>de</strong> no próximo dia 22<br />
para <strong>de</strong>bater a relação com as<br />
agências e fornecedores.<br />
Uma das reclamações das<br />
agências e produtoras é que<br />
o procurement busca só preço.<br />
“As áreas <strong>de</strong> compras mais<br />
atualizadas estão enten<strong>de</strong>ndo<br />
a dinâmica do marketing e<br />
está claro que nem sempre a<br />
melhor solução é a oferta mais<br />
barata. Os maiores anunciantes<br />
já têm uma visão <strong>de</strong> avaliar<br />
e pon<strong>de</strong>rar entre o técnico e o<br />
apelo comercial. A recomendação<br />
não <strong>de</strong>ve girar em torno<br />
do melhor ou do menor custo.<br />
Mas ir ao encontro da melhor<br />
resposta para a marca. Ou seja,<br />
fazendo uma análise composta<br />
é que o procurement vai trazer<br />
a visão a<strong>de</strong>quada à situação.<br />
No McDonald’s temos uma metodologia<br />
na qual aplicamos<br />
uma matriz <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição com<br />
quesitos técnicos, inclusive<br />
com pesos diferentes da parte<br />
comercial, com orientação do<br />
marketing. Isso ocorre antes<br />
do processo ser iniciado para<br />
sabermos exatamente o que<br />
vai ser <strong>de</strong>mandado pelos fornecedores.<br />
Para cada proposta é<br />
feita uma avaliação com notas<br />
com base nos critérios <strong>de</strong>finidos,<br />
consi<strong>de</strong>ração do peso técnico<br />
e comercial. A recomendação<br />
<strong>de</strong> compras diretas não é<br />
seguir pelo mais barato, mas a<br />
melhor orientação para o nosso<br />
negócio”, contextualiza Sheila.<br />
Nessa nova fase, porém,<br />
o perfil do profissional <strong>de</strong>ve<br />
contemplar no seu escopo <strong>de</strong><br />
trabalho a flexibilida<strong>de</strong>. Quais<br />
são as principais <strong>de</strong>mandas?<br />
Sheila respon<strong>de</strong>: “A principal<br />
<strong>de</strong>las é enten<strong>de</strong>r dos temas <strong>de</strong><br />
marketing, a sua natureza e as<br />
dinâmicas do marketing. Mas<br />
muito tecnicamente para ter<br />
domínio do que está sendo tratado.<br />
Além disso, ser uma pessoa<br />
flexível, que tenha uma boa<br />
comunicação para influenciar<br />
e trazer parcerias <strong>de</strong> suporte,<br />
além <strong>de</strong> evitar as questões <strong>de</strong><br />
conflito e imposição. Isso, realmente,<br />
é um procedimento<br />
que não <strong>de</strong>veria acontecer nas<br />
empresas. O procurement <strong>de</strong>ve<br />
se ater à intermediação com<br />
o mercado e às <strong>de</strong>mandas da<br />
empresa que representa. Isso<br />
significa buscar potenciais fornecedores<br />
e soluções que agreguem<br />
valor e não simplesmente<br />
esperar uma requisição para cotar<br />
exatamente o que está sendo<br />
pedido. Isso significa se ater<br />
30 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
“a i<strong>de</strong>ia é buscar<br />
soluções que<br />
realmente<br />
atendam às<br />
necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> marketing<br />
e não somente<br />
às questões<br />
<strong>de</strong> Preço”<br />
ao transacional. Isso faz parte<br />
da essência da área <strong>de</strong> compras,<br />
mas não <strong>de</strong>ve ser o foco principal.<br />
Repito, a i<strong>de</strong>ia é se posicionar<br />
com parceiro estratégico <strong>de</strong><br />
negócios.”<br />
Muitos anunciantes chegaram<br />
a adotar o sistema <strong>de</strong><br />
pool com base em uma lógica<br />
financeira para racionalizar recursos.<br />
Alguns ainda mantêm<br />
o mo<strong>de</strong>lo, entre os quais Unilever,<br />
Nestlé e P&G, mas já não é<br />
mais priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido às especificida<strong>de</strong>s<br />
que os projetos audiovisuais<br />
passaram a ter com o<br />
digital, que vão muito além do<br />
formato <strong>de</strong> 30 segundos com<br />
bran<strong>de</strong>d content, stories, séries<br />
e as diversas ofertas <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em ví<strong>de</strong>o.<br />
“A área <strong>de</strong> compras diretas<br />
do McDonald’s foi criada há<br />
quatro anos. Antes disso não<br />
tinha a avaliação técnica <strong>de</strong><br />
procurement. Tudo era feito diretamente<br />
pelo marketing e pelas<br />
agências. Neste ano fizemos<br />
a primeira negociação <strong>de</strong> produção<br />
com a ajuda <strong>de</strong> um consultor.<br />
A recomendação não foi<br />
para a opção mais barata. Mas<br />
foi a que agregava mais valor ao<br />
projeto”, avalia Sheila.<br />
O envolvimento do procurement<br />
com o marketing terá<br />
a partir <strong>de</strong> agora entregas mais<br />
customizadas, na expressão <strong>de</strong><br />
Sheila. “À medida que as áreas<br />
<strong>de</strong> compras estão se tornando<br />
mais maduras, a tendência é<br />
essa. Nem toda solução aten<strong>de</strong><br />
as empresas, mas <strong>de</strong> acordo<br />
com a necessida<strong>de</strong>. Por isso,<br />
a i<strong>de</strong>ia é buscar soluções que<br />
realmente atendam às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> marketing e não<br />
somente às questões <strong>de</strong> preço.<br />
Existem anunciantes que têm<br />
pool. Outros negociam caso a<br />
caso. Mas sempre tendo uma<br />
relação <strong>de</strong> produtoras, com a<br />
ajuda das agências, para que<br />
entendam o que faz sentido<br />
para uma produção. Esse alinhamento<br />
com as agências é<br />
fundamental, porque o procurement<br />
faz interfaces, como um<br />
agente catalisador entre fornecedores<br />
e o marketing.”<br />
Um dos objetivos do comitê<br />
da ABA é fomentar uma nova<br />
cultura para o procurement: otimizar<br />
investimentos e mostrar<br />
que marketing é investimento<br />
e não custo. “Enten<strong>de</strong>mos que<br />
a dinâmica das agências e do<br />
marketing vem mudando muito.<br />
E as áreas <strong>de</strong> compras inataladas<br />
nas companhias têm<br />
<strong>de</strong> seguir o mesmo ritmo para<br />
suportar com capacitação. Não<br />
há mais lugar para perfis meramente<br />
operacionais/transacionais.<br />
O caminho é atuar <strong>de</strong> forma<br />
estratégica. Assim sendo, os<br />
resultados virão com a melhoria<br />
dos processos, simplificação<br />
e sinergia. Po<strong>de</strong> parecer óbvio,<br />
mas as empresas aproveitam<br />
pouco a mesma estrutura <strong>de</strong><br />
produção para on e off. Essa<br />
sinergia não po<strong>de</strong> ser palpável<br />
com métricas específicas para<br />
esse processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong><br />
provedores. Esse é um dos principais<br />
intuitos <strong>de</strong> procurement:<br />
não ficar restrito ao menor custo,<br />
mas buscar soluções criativas<br />
e sob <strong>de</strong>manda”, finaliza.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31
mercado<br />
<strong>outubro</strong> rosa movimenta marcas<br />
para prevenção do câncer <strong>de</strong> mama<br />
Carrefour, Santan<strong>de</strong>r, Tramontina, Pandora, Fósforos Paraná, Rio Prêmios<br />
e Grand Cru estão alinhadas com a proposta <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> causa<br />
Paulo Macedo<br />
Iniciado nos Estados nos anos 1990,<br />
o movimento Outubro Rosa ganhou<br />
força global. E marcas, produtos e<br />
serviços se alinharam à campanha<br />
<strong>de</strong> prevenção ao câncer <strong>de</strong> mama feminino,<br />
o segundo <strong>de</strong> maior incidência<br />
no Brasil. A partir <strong>de</strong>sta segunda-feira (1)<br />
anunciantes propõem bônus a fundações<br />
como a Laço Rosa, Femana (Fe<strong>de</strong>ração<br />
Brasileira <strong>de</strong> Instituições Filantrópicas <strong>de</strong><br />
Apoio à Saú<strong>de</strong> da Mama) e IBCC (Instituto<br />
Brasileiro <strong>de</strong> Controle do Câncer). A Pandora,<br />
por exemplo, nas compras <strong>de</strong> R$ 599 em<br />
diante, repassa R$ 10 e dá um chaveiro <strong>de</strong><br />
brin<strong>de</strong> ao cliente. A Fobras, fabricante do<br />
Fósforos Paraná, tem embalagem alusiva<br />
ao período e materializa o seu apoio a instituições<br />
como o Hospital do Amor. Todos<br />
os bilhetes da loteria Rio Prêmios serão impressos<br />
na cor rosa. “Não é <strong>de</strong> hoje que o<br />
nosso cliente Rio <strong>de</strong> Prêmios apoia o Outubro<br />
Rosa em seus bilhetes para ajudar a espalhar<br />
essa importante campanha,” coloca<br />
Gustavo Bastos, sócio-diretor <strong>de</strong> criação da<br />
Onzevinteum.<br />
O Carrefour, por meio da marca Tex, preparou<br />
uma edição especial <strong>de</strong> sutiã que sugere<br />
às mulheres à prática do autoexame.<br />
As instruções estão nas etiquetas dos três<br />
mo<strong>de</strong>los da coleção, com direito a campanha<br />
da Publicis Brasil com o conceito O sutiã<br />
que toda mulher merece. O IBBC promoveu<br />
no último domingo (30) a 57ª Corrida<br />
Contra o Câncer <strong>de</strong> Mama, organização da<br />
Life Marketing Esportivo, que reverte recursos<br />
para o projeto O câncer <strong>de</strong> mama no<br />
alvo da moda.<br />
O Banco Santan<strong>de</strong>r vai convidar através<br />
das suas re<strong>de</strong>s sociais por meio da campanha<br />
#InvistaNoRosa, criada pela Tribal<br />
Fotos: Divulgação<br />
Gabriela Soares, da Talent Marcel: “Diagnóstico precoce”<br />
“É imprescindível que as<br />
marcas tenham cada vez<br />
mais postura <strong>de</strong> agente<br />
(que age <strong>de</strong> fato) na<br />
hora <strong>de</strong> se aproximar<br />
e promover uma causa”<br />
Worldwi<strong>de</strong>, os visitantes do espaço Farol<br />
Santan<strong>de</strong>r, em São Paulo, a doar lenços a<br />
partir <strong>de</strong>sta terça-feira (2), que serão enviados<br />
para instituições <strong>de</strong> apoio a mulheres<br />
com câncer. “É imprescindível que as marcas<br />
tenham cada vez mais postura <strong>de</strong> agente<br />
(que age <strong>de</strong> fato) na hora <strong>de</strong> se aproximar<br />
e promover uma causa, não há mais espaço<br />
para oportunismo e muito menos para marcas<br />
aventureiras <strong>de</strong> ações pontuais. O momento<br />
agora pe<strong>de</strong> um olhar para a marca <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntro para fora, com uma plena consciência<br />
do seu propósito para que a escolha <strong>de</strong><br />
uma causa vá muito além do ganho imediato<br />
<strong>de</strong> ‘imagem <strong>de</strong> marca consciente’”,<br />
explica Maju Kieling, diretora <strong>de</strong> planejamento<br />
da Tribal.<br />
A F/Nazca Saatchi & Saatchi lança nos<br />
próximos dias a campanha anual da Fundação<br />
Laço Rosa. “É crucial que o comprometimento<br />
com a causa seja perene porque<br />
a nossa luta contra o câncer <strong>de</strong> mama é diária<br />
e nós só conseguiremos mudar as estatísticas<br />
com persistência e consistência”,<br />
diz Marcelle Me<strong>de</strong>iros, criadora da fundação<br />
em 2011. A Talent Marcel aten<strong>de</strong> o hospital<br />
AC Camargo, especializado no tratamento<br />
<strong>de</strong> câncer. “O AC Camargo vai além<br />
investindo em ensino, pesquisa e apoiando<br />
programas <strong>de</strong> informação, prevenção<br />
e diagnóstico precoce como é o caso do<br />
Outubro Rosa”, observa Gabriela Soares,<br />
diretora-geral <strong>de</strong> planejamento da<br />
agência.<br />
A linha promocional da Tramontina<br />
está à disposição das marcas para<br />
customizar mensagens. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas<br />
Grand Cru está com a campanha Outubro<br />
rosé, que vai <strong>de</strong>stinar 5% das vendas<br />
nas lojas físicas e no e-commerce<br />
para a Fundação Laço Rosa.<br />
32 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Festival<br />
Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
10 E 11 DE NOVEMBRO<br />
— 250 Palestrantes<br />
— 200 Expositores<br />
— 120 Makers<br />
— 50 Sharptalks<br />
— 48 Workshops<br />
— 20 Tatuadores<br />
— 18 Bandas<br />
— 14 Feira Gastronômica<br />
— 12 Live Art<br />
— 12 VR/Simuladores<br />
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com o apoio<br />
do ProAC
mercado<br />
o que querem e como atuam as<br />
consultorias no campo do marketing<br />
Accenture já compra mídia e cria campanhas publicitárias, enquanto<br />
outras, como McKinsey e IBM, operam apenas <strong>de</strong> forma complementar<br />
FELIPE TURLÃO<br />
Uma parte ainda consi<strong>de</strong>rável<br />
da agenda dos executivos<br />
<strong>de</strong> consultorias <strong>de</strong> negócios<br />
ou tecnologia que atuam em<br />
projetos ligados ao mercado<br />
<strong>de</strong> marketing e comunicação é<br />
<strong>de</strong>dicada a reuniões com agências<br />
e anunciantes. O objetivo<br />
é esclarecer <strong>de</strong> que forma elas<br />
atuam e como po<strong>de</strong>m colaborar.<br />
A reportagem foi conhecer<br />
melhor os planos <strong>de</strong> empresas<br />
como Accenture, Adobe, Cosin,<br />
IBM e McKinsey para sua atuação<br />
em marketing.<br />
A que mais tem atraído comentários<br />
na indústria, sem dúvida,<br />
é a Accenture, após uma<br />
série <strong>de</strong> fatores como a aquisição<br />
da agência digital AD/Dialeto,<br />
em 2015, o lançamento da<br />
operação local da empresa <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sign thinking Fjord, também<br />
naquele ano, e a contratação <strong>de</strong><br />
Eco Moliterno (ex-Africa) para<br />
li<strong>de</strong>rar a criação <strong>de</strong> seu braço<br />
Accenture Interactive, em fevereiro<br />
<strong>de</strong> 2017, e Eduardo Bicudo<br />
(ex-Wun<strong>de</strong>rman), para ser managing<br />
director da unida<strong>de</strong>, em<br />
junho do mesmo ano.<br />
“Temos uma agência completa<br />
na Accenture Interactive.<br />
Estou absolutamente capacitado<br />
para comprar mídia e criar<br />
campanhas. Existem, no entanto,<br />
diversas relações com clientes<br />
em que nós não atuamos<br />
como agência, mas ajudamos<br />
o cliente a tomar as melhores<br />
<strong>de</strong>cisões em relação a seus investimentos,<br />
para ter os melhores<br />
resultados <strong>de</strong> negócios”,<br />
esclarece Bicudo. Na prática,<br />
diz o executivo, a Accenture<br />
Interactive po<strong>de</strong> atuar<br />
como agência ou como<br />
consultora para ajustar as<br />
empresas anunciantes<br />
e extrair o melhor <strong>de</strong><br />
suas relações com os<br />
fornecedores. “Há<br />
uma série <strong>de</strong> dúvidas<br />
em relação<br />
ao nosso trabalho.<br />
Em<br />
34 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark<br />
Um dos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque da IBM iX é o <strong>de</strong> transformação dos manuais <strong>de</strong> usuário do Virtus, carro da Volkswagen<br />
alguns momentos, somos parceiros<br />
<strong>de</strong> agências e, em outros,<br />
também fazemos a função <strong>de</strong><br />
agência”, resume.<br />
A explicação da Accenture<br />
para comprar mídia e fazer<br />
campanhas tem a ver com o<br />
mo<strong>de</strong>lo da empresa que, para<br />
atingir sua missão <strong>de</strong> ajudar as<br />
empresas a oferecer e entregar<br />
as melhores experiências<br />
para os consumidores e gerar<br />
vendas, aposta no mo<strong>de</strong>lo que<br />
chama <strong>de</strong> end-to-end. “Temos<br />
a oferta completa porque, <strong>de</strong><br />
fato, o que a marca diz em sua<br />
comunicação <strong>de</strong> maneira geral<br />
tem <strong>de</strong> estar conectado com a<br />
forma com que ela se comporta.<br />
Não adianta eu gerar posicionamento<br />
<strong>de</strong> uma marca <strong>de</strong> forma<br />
isolada e <strong>de</strong>sconectada com<br />
objetivos reais do consumidor.<br />
Há clientes em que essa oferta<br />
<strong>de</strong> cabo a rabo, end-to-end, faz<br />
sentido”, avalia Bicudo.<br />
O executivo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que as<br />
consultorias, com sua visão<br />
ampla <strong>de</strong> negócio, que inclui<br />
projetos <strong>de</strong> reestruturações<br />
<strong>de</strong> operações internas ou <strong>de</strong><br />
produtos e serviços, em<br />
meio a um ambiente <strong>de</strong><br />
transformação digital,<br />
po<strong>de</strong>m cuidar do<br />
storytelling <strong>de</strong>ssa<br />
mudança. “Eles precisam estar<br />
no mesmo contexto”, afirma.<br />
A unida<strong>de</strong> Accenture Interactive<br />
é um dos braços <strong>de</strong> uma<br />
das cinco áreas <strong>de</strong> negócios<br />
da Accenture global, a digital.<br />
As outras quatro são strategy,<br />
Fotos: Divulgação<br />
“Temos uma<br />
agência compleTa<br />
na accenTure<br />
inTeracTive. esTou<br />
absoluTamenTe<br />
capaciTado para<br />
comprar mídia e<br />
criar campanhas”<br />
consulting, technology e operations.<br />
A atuação da empresa<br />
gera controvérsia no mercado.<br />
Quando a Accenture anunciou,<br />
em maio, o lançamento <strong>de</strong> uma<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia<br />
programática, um executivo da<br />
Denstu Aegis Network (DAN),<br />
Simon Ryan, reclamou sobre o<br />
fato e disse não enten<strong>de</strong>r o que<br />
a Accenture tem feito e que ela<br />
não po<strong>de</strong> fazer as duas coisas.<br />
Em termos <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
e reconhecimento, elas ainda<br />
estão longe das agências. Em<br />
Cannes, a Rothco, agência irlan<strong>de</strong>sa,<br />
conquistou o primeiro<br />
Grand Prix <strong>de</strong> uma empresa<br />
controlada por consultoria - a<br />
própria Accenture Interactive.<br />
A campanha foi JFK Unsilenced,<br />
para o The Times. No Brasil, a<br />
Accenture ganhou nove troféus
no Prêmio Abemd em <strong>2018</strong>.<br />
Com “JFK Unsilenced”, a Rothco, agência irlan<strong>de</strong>sa, conquistou o primeiro GP em Cannes <strong>de</strong> uma empresa controlada por consultoria<br />
vo é uma habilida<strong>de</strong> das agências”,<br />
reflete. “A <strong>de</strong>manda para<br />
a McKinsey só tem crescido,<br />
mas não estamos ocupando o<br />
espaço <strong>de</strong> ninguém. Os clientes<br />
enxergam claramente a diferença<br />
entre agências e consultorias”,<br />
aponta.<br />
Outro personagem que percorre<br />
o mercado a explicar as<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos colaborativos<br />
é Ricardo Wagner<br />
Lopes Barbosa, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
para a América Latina <strong>de</strong> Digital<br />
Strategy e Interactive da IBM.<br />
“Dentro <strong>de</strong> nossa missão está<br />
nos aproximar dos clientes finais<br />
e materializar o papel <strong>de</strong>les<br />
na jornada <strong>de</strong> transformação<br />
digital. Participamos disso com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> inte-<br />
marketing e vendas<br />
A entrada das consultorias<br />
no mercado <strong>de</strong> marketing tem<br />
a ver com o aumento dos investimentos<br />
em publicida<strong>de</strong> digital<br />
e com a redução da distância<br />
entre marketing e vendas.<br />
Os clientes passaram a ver a<br />
publicida<strong>de</strong> como forma não<br />
apenas <strong>de</strong> gerar lembrança <strong>de</strong><br />
marca, mas <strong>de</strong> gerar vendas<br />
que, no digital, po<strong>de</strong>m ser realizadas<br />
<strong>de</strong> forma imediata. As<br />
consultorias, com sua visão <strong>de</strong><br />
acertar a casa para gerar negócios<br />
e ampliar as receitas dos<br />
clientes, enxergaram a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> atuação.<br />
Enxergar o marketing como<br />
vendas é o que atrai ao mercado<br />
<strong>de</strong> comunicação consultorias<br />
como a McKinsey. “A empresa<br />
tem décadas <strong>de</strong> mercado<br />
sempre pensando em gerar impacto<br />
para seus clientes. Quando<br />
percebeu que existia esse<br />
vetor <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> vendas<br />
e receitas usando o marketing<br />
digital, tomou a <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> montar o setor digital. E<br />
ao perceberem esse impacto<br />
positivo nas receitas, muitos<br />
clientes criaram uma verba <strong>de</strong><br />
marketing que, antes, não existia”,<br />
explica Marcelo Tripoli,<br />
Expert Associate Partner na<br />
área Digital McKinsey. Ele teve<br />
carreira na publicida<strong>de</strong>, que incluiu<br />
o empreen<strong>de</strong>dorismo na<br />
iThink, posteriormente comprada<br />
pela SapientNitro, on<strong>de</strong><br />
foi executivo.<br />
No caso da Digital McKinsey,<br />
a regra é clara: “Não competimos<br />
e não vamos competir com<br />
o mercado <strong>de</strong> agências. Nossa<br />
missão é ajudar o cliente a <strong>de</strong>senvolver<br />
ou aprimorar suas<br />
capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marketing digital”,<br />
esclarece Tripoli.<br />
O trabalho da empresa passa<br />
por ajudar anunciantes a organizar<br />
sua verba <strong>de</strong> maketing digital.<br />
Quem <strong>de</strong>ve contratar, que<br />
agências po<strong>de</strong>m lhe ajudar, que<br />
tecnologias precisa adquirir e<br />
outras perguntas como essas<br />
estão no escopo do profissional.<br />
“Acompanhamos o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do projeto <strong>de</strong>ntro<br />
dos clientes. Fazemos o diagnóstico<br />
do marketing digital,<br />
<strong>de</strong>finimos as oportunida<strong>de</strong>s e<br />
ajudamos a implementar”, diz<br />
Tripoli. Em muitos casos, explica,<br />
o cliente contrata agências,<br />
mas, em outros, prefere uma<br />
equipe própria.<br />
Mas ele vê vantagens no mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> agência. “Não é negócio<br />
dos clientes pensar em mensagens<br />
ou formatos <strong>de</strong> comunicação.<br />
A forma <strong>de</strong> embalar isso e<br />
contar história <strong>de</strong> modo criatigrações<br />
<strong>de</strong> sistemas legados,<br />
migração para a nuvem, componentes<br />
<strong>de</strong> mobile e aplicativos.<br />
Dada a realida<strong>de</strong> atual <strong>de</strong><br />
tecnologia do clientes, os ajudamos<br />
nessa transformação, do<br />
sonho à materialização”, explica.<br />
“A IBM não veio pegar espaço<br />
<strong>de</strong> consultorias <strong>de</strong> negócios<br />
ou das agências. Somos parceiros<br />
para agregar tecnologia<br />
e dar um salto quantitativo na<br />
experiência do consumidor”,<br />
esclarece.<br />
O braço Interactive Experience<br />
(IBM iX) atua com tecnologia<br />
para a estratégia digital do<br />
cliente e sua aproximação com<br />
o consumidor final, pensando<br />
ainda em questões como vendas<br />
digitais e estratégias omni-<br />
Eduardo Bicudo: “Há uma série <strong>de</strong> dúvidas em relação a nosso trabalho”<br />
Fotos: Divulgação<br />
channel. Essa aproximação da<br />
IBM, uma empresa que historicamente<br />
fez negócios na linha<br />
business-to-business (B2B),<br />
exige conhecimento sobre o<br />
consumidor, o que Barbosa traz<br />
<strong>de</strong> seu período como executivo<br />
da Samsung. Aliado a isso,<br />
a companhia consegue abarcar<br />
nas experiências digitais produtos<br />
nativos como o badalado<br />
Watson, com sua inteligência<br />
cognitiva, além <strong>de</strong> aplicações<br />
mobile e produtos <strong>de</strong> cloud.<br />
Um dos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
da IBM iX é o <strong>de</strong> transformação<br />
dos manuais <strong>de</strong> usuário<br />
do Virtus, carro da Volkswagen,<br />
anunciado no ano passado. Em<br />
vez <strong>de</strong> folhear os manuais impressos,<br />
as pessoas po<strong>de</strong>m baixar<br />
um aplicativo que respon<strong>de</strong><br />
a questões sobre o sedã, como<br />
informações sobre componentes<br />
do carro. Com inteligência<br />
própria do Watson, ele enten<strong>de</strong><br />
a linguagem natural das pessoas<br />
e apren<strong>de</strong> com o motorista<br />
para lhe oferecer as melhores<br />
interações <strong>de</strong> forma escrita,<br />
por voz ou foto. Mais que isso,<br />
a i<strong>de</strong>ia é criar um ecossistema<br />
<strong>de</strong> carros conectados que, futuramente,<br />
fará o aplicativo ajudar<br />
o motorista com serviços<br />
atrelados ao carro (marcar um<br />
reparo, por exemplo), ajudando<br />
a transformar a empresa <strong>de</strong><br />
montadora em uma prestadora<br />
<strong>de</strong> serviços.<br />
O case mostra como a relação<br />
com a agência po<strong>de</strong> funcionar<br />
muito bem. A equipe da IBM,<br />
diz Barbosa, sentou-se com<br />
a AlmapBBDO para mostrar<br />
como funcionava a tecnologia e<br />
inspirar a criação da campanha<br />
<strong>de</strong> lançamento do Virtus. Uma<br />
das peças, o filme Linhas, ques-<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
mercado<br />
tionava o que separa algo simples<br />
<strong>de</strong> algo surpreen<strong>de</strong>nte. Em<br />
meio a imagens corriqueiras<br />
que contrapõem sentimentos<br />
como medo e coragem, nervosismo<br />
e confiança, a agência<br />
apresentou o novo feature do<br />
carro.<br />
O Watson também foi usado<br />
em cases premiados como The<br />
Voice of Art, da Ogilvy, mencionado<br />
por Barbosa, e no case<br />
<strong>de</strong> Bia, o chat cognitivo do Bra<strong>de</strong>sco,<br />
construído com o Watson,<br />
a serviço dos clientes do<br />
braço digital Next. A agência<br />
R/GA atuou ao lado do banco<br />
em um processo <strong>de</strong> business<br />
transformation, em que atuou<br />
como consultoria estratégica<br />
e no pensamento <strong>de</strong> um novo<br />
propósito para o público mais<br />
jovem. Ela atuou ainda na <strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços,<br />
branding, <strong>de</strong>sign da jornada,<br />
criação <strong>de</strong> interfaces e inúmeros<br />
outros processos que <strong>de</strong>ram<br />
origem ao Next. Uma visão<br />
“end-to-end” que engloba <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a consultoria <strong>de</strong> negócios, o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do produto e<br />
a campanha publicitária. Essa<br />
visão, aliás, é o sonho <strong>de</strong> algumas<br />
das principais agências<br />
brasileiras hoje.<br />
“A agência, no final das contas,<br />
tem um expertise fundamental<br />
em mídia e criação.<br />
Consigo oferecer uma inteligência<br />
artificial do Watson para<br />
conseguir fazer o cliente enten<strong>de</strong>r<br />
as alocações <strong>de</strong> mídia que<br />
trouxeram mais resultados. Eu<br />
não tenho essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
criação, então, somamos e criamos<br />
projetos com equipes multidisciplinares,<br />
positivas para o<br />
cliente e o consumidor final”,<br />
finaliza Barbosa.<br />
A criação <strong>de</strong> times multidisciplinares<br />
também está no<br />
scopo da Adobe, empresa que<br />
tem como foco enten<strong>de</strong>r o problema<br />
dos clientes e oferecer a<br />
solução tecnológica. “Acreditamos<br />
que a tecnologia, por si só,<br />
não entrega muito valor sem<br />
estar atrelada ao conhecimento<br />
e à expertise das pessoas que<br />
vão executar essa tecnologia”,<br />
explica Douglas Montalvao, diretor<br />
<strong>de</strong> Soluções e Customer<br />
Success da Adobe Systems para<br />
a América Latina.<br />
Na relação com a publicida<strong>de</strong>,<br />
a empresa atua com tecnologia<br />
que otimiza processos<br />
<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia feita pelas<br />
agências, por exemplo, e como<br />
consultoria que ajuda os clientes<br />
a enten<strong>de</strong>r suas necessida<strong>de</strong>s<br />
sob o ponto <strong>de</strong> vista tecnológico,<br />
através <strong>de</strong> soluções<br />
Marcelo Tripoli: “Fazemos o diagnóstico do marketing digital”<br />
“não compeTimos<br />
e não vamos<br />
compeTir com<br />
o mercado <strong>de</strong><br />
agências”<br />
Adobe. “Isso envolve entendimento<br />
<strong>de</strong> negócios e do valor<br />
que queremos gerar naquela<br />
empresa, dos processos que<br />
serão alterados, da reestrutração<br />
da área <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia<br />
com tecnologia. Nosso papel é<br />
i<strong>de</strong>ntificar necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios<br />
para resolver com serviços<br />
Adobe”, explica.<br />
A visão em relação às agências<br />
e outras consultorias <strong>de</strong><br />
negócios é complementar. Um<br />
projeto típico envolve gran<strong>de</strong>s<br />
consultorias como Accenture,<br />
McKinsey ou Deloitte, focadas<br />
no <strong>de</strong>senho da estratégia <strong>de</strong><br />
transformação do cliente, em<br />
agências com foco nas questões<br />
<strong>de</strong> mídia e criação <strong>de</strong> conteúdos,<br />
na Adobe, que transmite<br />
Alessandro Cosin: “Eficiência nos investimentos em marketing”<br />
esses pontos em tecnologia e,<br />
claro, no cliente, que faz essa<br />
orquestração.<br />
Híbrido<br />
Em 2017, o Grupo Dentsu Aegis<br />
Network (DAN) comprou no<br />
Brasil a Cosin Consulting. Seu<br />
CEO, Alessandro Cosin, explica<br />
que, na maior parte das oportunida<strong>de</strong>s,<br />
a atuação com as<br />
agências se dá <strong>de</strong> forma complementar.<br />
“Isso ocorre principalmente<br />
nos projetos em<br />
que temos <strong>de</strong> combinar nossas<br />
competências <strong>de</strong> negócios, arquitetura<br />
<strong>de</strong> processos e tecnologia<br />
com o potencial criativo<br />
das agências”, explica.<br />
A consultoria sempre teve<br />
como essência ofertas relacionadas<br />
à melhoria <strong>de</strong> performance<br />
empresarial, atuando<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>safios relacionados à<br />
estratégia <strong>de</strong> uma organização<br />
até à implantação e melhorias<br />
<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> operação, processos<br />
e tecnologia. Nos últimos<br />
anos, também começou a<br />
atuar em projetos nas áreas <strong>de</strong><br />
Fotos: Divulgação<br />
Douglas Montalvao: “Nosso papel é i<strong>de</strong>ntificar necessida<strong>de</strong>s”<br />
marketing. “Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
as marcas serem cada vez mais<br />
eficientes nos investimentos<br />
em marketing”, diz Cosin. “No<br />
escopo das novas tecnologias,<br />
nosso papel tem sido suportar<br />
nossas agências e nossos clientes<br />
no <strong>de</strong>senho e implantação<br />
das operações que fazem uso<br />
<strong>de</strong>stas tecnologias, sejam elas<br />
<strong>de</strong> comunicação digital, CRM<br />
ou eCommerce”, completa.<br />
Cosin afirma que, nos últimos<br />
anos, presenciou processos<br />
on<strong>de</strong> agências e consultorias<br />
atuaram como concorrentes,<br />
especialmente em projetos <strong>de</strong><br />
implementação <strong>de</strong> tecnologia<br />
que <strong>de</strong>mandavam criativida<strong>de</strong><br />
e entendimento do consumidor.<br />
“Nestes exemplos é fácil enxergar<br />
o paradoxo que os clientes<br />
vivem. No curto prazo, empresas<br />
<strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s diferentes<br />
gerenciadas <strong>de</strong> forma única<br />
parecem ser a melhor solução<br />
para eles. No médio prazo, no<br />
entanto, acredito em uma nova<br />
organização, híbrida <strong>de</strong> skills <strong>de</strong><br />
agências e consultorias”, avalia.<br />
Ricardo Barbosa: “Somos parceiros para agregar tecnologia”<br />
36 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
WWW.GRAACC.ORG.BR<br />
/GRAACC @instagraacc @graacc /GRAACCSP
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
DiversiDaDe<br />
Para divulgar sua ferramenta digital <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong><br />
para <strong>de</strong>ficientes auditivos, a Azul<br />
Linhas Aéreas convidou influenciadores da<br />
comunida<strong>de</strong> surda no YouTube - o Visurdo e o<br />
É Libras - para uma ação. A i<strong>de</strong>ia é convidar as<br />
pessoas a mostrarem em ví<strong>de</strong>o como traduzir<br />
o nome da companhia aérea para a Língua<br />
Brasileira <strong>de</strong> Sinais (Libras). Hugo, intérprete<br />
em 3D, realiza a tradução simultânea do português<br />
para Libras no site da Azul.<br />
isoBar Brasil<br />
azul linhas aéreas<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Azul em Libras; produto: Hand Talk – assistente<br />
em Libras no site; criação: Vinicius Eneas e Raphael<br />
Brites; aprovação do cliente: Claudia Fernan<strong>de</strong>s,<br />
Fabio Marão, Bruna Didário e Patrícia Gomes.<br />
boleira<br />
Em um <strong>de</strong>scontraído papo entre irmãos após<br />
uma partida <strong>de</strong> futebol, não são os meninos<br />
as estrelas do jogo. Na nova campanha dos<br />
Postos Petrobras é a irmã o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
pelo <strong>de</strong>sempenho em campo. O filme segue<br />
a proposta <strong>de</strong> trazer situações cotidianas que<br />
se passam <strong>de</strong>ntro dos automóveis, e que os<br />
clientes são os protagonistas.<br />
nBs<br />
PeTrobras DisTribuiDora<br />
Título: Postos; criação: Carlos André Eyer, Arthur<br />
Pires, Fred Moreira, Milena Zin<strong>de</strong>luk, Ana Novis, João<br />
Stille, Felipe Rodrigues e Roberto Ulhoa; produtora<br />
<strong>de</strong> filme: Nomads; direção: Pedro Becker e Rodolfo<br />
Vanni; produtora <strong>de</strong> som: Mugshot; aprovação do<br />
cliente: Gustavo Ferro, Phillipe Blower, Fabio Santos<br />
e Sergio Castro.<br />
Declaração<br />
Na cultura Zulu, as cartas <strong>de</strong> amor são feitas<br />
tradicionalmente com miçangas. Essa foi a<br />
inspiração da Toyota para criar um outdoor<br />
aos mesmos mol<strong>de</strong>s com apoio da ONG Woza<br />
Moya. A i<strong>de</strong>ia é celebrar o amor dos proprietários<br />
pelo Toyota Corolla e a tradição do carro<br />
na região, fabricado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1975. O outdoor<br />
me<strong>de</strong> 12m x 9m e pesa mais <strong>de</strong> 1 tonelada.<br />
FCB JoBurg<br />
ToyoTa as<br />
Produto: Corolla; criação: Esti <strong>de</strong> Beer, Marina Andreoli,<br />
Julie Thorogood e Thato Moatlhodi; produtora:<br />
Red Dot (produção do outdoor); diretor <strong>de</strong> conteúdo:<br />
Dewan Meyer; diretor-executivo <strong>de</strong> negócios:<br />
Reagen Kok; aprovação do cliente: Glenn<br />
Crompton.<br />
38 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
equebra<br />
Após a campanha <strong>de</strong> lançamento do Fiat Argo<br />
2019, com o filme Argo Shake Shake, criado pela<br />
Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>, a Fiat dá continuida<strong>de</strong><br />
ao conceito no ambiente digital. No Desafio Fiat<br />
Dance, os internautas são convidados a entrar no<br />
ritmo da trilha. Para tanto, a marca <strong>de</strong>senvolveu a<br />
coreografia da música em parceria com a comunida<strong>de</strong><br />
FitDance, que lançou o <strong>de</strong>safio na internet. A<br />
i<strong>de</strong>ia é que as pessoas enviem sugestões <strong>de</strong> quais<br />
<strong>de</strong>vem ser os passos que finalizam a coreografia. O<br />
<strong>de</strong>safio termina no dia 4 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> com um ví<strong>de</strong>o<br />
no canal da FitDance, em que os coreógrafos vão<br />
reproduzir os passinhos das melhores sugestões.<br />
sunset/Crie FCa<br />
FiaT brasil<br />
Título: FitDance Fiat; criação: Guto Cappio, Rafael Guarenha,<br />
João Lovise, Marcelo Souza, Tomás Rogé e Pedro Gait;<br />
gerência <strong>de</strong> projetos: Nathália Aguiar; estratégia e conteúdo:<br />
Bárbara Bono e Lívia Lira; aprovação do cliente:<br />
João Ciaco, Maria Lúcia Antonio e Bárbara Bono.<br />
rotiNa<br />
O conceito #OGásDoSeuDia orienta a campanha<br />
da nova Coca-Cola Plus Café Espresso<br />
no Brasil. A bebida recém-lançada faz sua estreia<br />
na TV e internet com filme. A criação faz<br />
referência aos 40% a mais <strong>de</strong> cafeína em relação<br />
a Coca-Cola original. No filme, o consumidor<br />
mergulha na latinha e passa por todas<br />
as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu dia a dia.<br />
david são Paulo<br />
coca-cola<br />
Título: Mergulho; produto: Coca-Cola Plus Café Espresso;<br />
criação: Luca Trincanato, Marlus Lau e Paulo<br />
Damasceno; produtora <strong>de</strong> filme: Paranoid; direção:<br />
Mariana Youssef; produtora <strong>de</strong> som: Punch; aprovação<br />
do cliente: Selman Careaga, Beatriz Bottesi, Augusto<br />
Veríssimo, Keila Marconi, Flávio Reghini e Larisse<br />
Lucena.<br />
leNDa<br />
Quem foi criança nos anos 1990, provavelmente, ouviu<br />
a lenda <strong>de</strong> que haveria uma mensagem subliminar para<br />
quem ouvisse o disco da Xuxa ao contrário. Passados<br />
mais <strong>de</strong> 20 anos, a Grey Brasil resgata essa história para<br />
divulgar a 4ª temporada <strong>de</strong> Dancing Brasil, atração apresentada<br />
por Xuxa na TV Record. Em tom bem-humorado,<br />
Xuxa aparece dançando <strong>de</strong> trás para frente e convida o<br />
público a assistir ao ví<strong>de</strong>o ao contrário. A atração é exibida<br />
às quartas-feiras, às 23h<br />
grey Brasil<br />
TV recorD<br />
Título: Xuxa Reversa; produto: Dancing Brasil; criação: Marcelo<br />
Bruzzesi, Pedro Rocha, Laís Fernanda Lira e Guilherme<br />
Pinheiro; negócios: Renata Tolentino, Guilherme Cotarelli e<br />
Clarisse Croci; produtora <strong>de</strong> filme: Lemona<strong>de</strong>; direção: Diego<br />
Biazzon; direção <strong>de</strong> fotografia: Vitor Carvalho; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Lucha Libre.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39
EntrEvista<br />
Eduardo ruschEl<br />
diretor <strong>de</strong> marketing e inovação da Faber-Castell<br />
Estamos Em um<br />
movimEnto dE<br />
abrir a porta<br />
do Escritório<br />
E ir para rua<br />
Recém-inaugurado em São Paulo, o<br />
Espaço Faber-Castell <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> e<br />
Inovação simboliza um novo momento<br />
da marca fundada em 1761. Reunindo<br />
metodologia, aprendizado e loja em seus 700m 2 ,<br />
o local é o primeiro que a empresa cria após<br />
estudar profundamente a criativida<strong>de</strong>. A iniciativa<br />
nasceu no Brasil, país que respon<strong>de</strong> por um terço<br />
do faturamento global da companhia, e po<strong>de</strong> ser<br />
replicada mundo afora. A seguir, Eduardo Ruschel,<br />
diretor <strong>de</strong> marketing e inovação da Faber-Castell,<br />
fala do objetivo <strong>de</strong>ssa iniciativa, da renovação e<br />
do futuro da marca, que tem 257 anos <strong>de</strong> história.<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Você já havia atuado na Faber-Castell.<br />
Qual seu <strong>de</strong>safio quando voltou<br />
há cerca <strong>de</strong> três anos?<br />
A Faber tinha 254 anos, então<br />
foi basicamente enten<strong>de</strong>r o que<br />
seria nos próximos 254 anos.<br />
Começou um questionamento e<br />
reflexão sobre o valor que a empresa<br />
entregava para a socieda<strong>de</strong>.<br />
Enten<strong>de</strong>mos que ele não estava<br />
baseado no produto físico em si.<br />
Tinha algo por trás. E aí resgatamos<br />
o sentimento que as pessoas<br />
têm com a marca. Um sentimento<br />
que provavelmente todos tiveram<br />
quando criança, quando podiam<br />
explorar, não havia certo ou<br />
errado, não estavam se comparando,<br />
mas imaginando e transformando<br />
em realida<strong>de</strong>. Ficou<br />
claro que essa expressão criativa<br />
é o que está por trás da marca.<br />
Esse foi o ponto inicial para o movimento<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e inovação?<br />
Quando enten<strong>de</strong>mos que Faber<br />
não era produtos, mas criativida<strong>de</strong>,<br />
fomos estudar isso.<br />
Visitamos vários seminários<br />
<strong>de</strong>ntro e fora do Brasil, falamos<br />
com neurocientistas, psicólogos,<br />
filósofos e educadores. Começamos<br />
a expandir nosso território<br />
e enten<strong>de</strong>r que, se somos uma<br />
marca <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, isso é um<br />
guarda-chuva que tem o lápis,<br />
sim, como uma ferramenta, mas<br />
tem várias soluções. Elas po<strong>de</strong>m<br />
ser físicas, digitais, serviços, produtos,<br />
uma metodologia para<br />
aulas. Essa área começou como<br />
<strong>de</strong> novos negócios e inovação,<br />
mas acabou sendo muito maior e<br />
se tornou um gran<strong>de</strong> objetivo da<br />
empresa. Hoje temos várias soluções<br />
em andamento para estimular<br />
a criativida<strong>de</strong> das pessoas.<br />
Esse momento intensificou a aproximação<br />
com a educação?<br />
Sim, ao estudar a criativida<strong>de</strong><br />
começamos a perceber quais as<br />
causas e momentos que fazem<br />
com que a criativida<strong>de</strong> seja redu-<br />
zida nas pessoas. A gente acaba<br />
apren<strong>de</strong>ndo a ser não criativos.<br />
Como a Faber preten<strong>de</strong> reverter<br />
isso?<br />
Existem algumas causas que<br />
po<strong>de</strong>mos atacar como marca.<br />
Uma é a elucidação do conceito<br />
com os pais, que muitas vezes<br />
não enten<strong>de</strong>m criativida<strong>de</strong> como<br />
algo extremamente importante<br />
para os filhos. Ele pensa que ‘se o<br />
filho for criativo será artista e isso<br />
provavelmente não dá dinheiro’.<br />
Temos <strong>de</strong> traduzir a criativida<strong>de</strong><br />
como algo importante para qualquer<br />
área, em função <strong>de</strong> mudanças<br />
rápidas e constantes, como<br />
o surgimento da inteligência artificial<br />
e automatização <strong>de</strong> tudo.<br />
Criativida<strong>de</strong> é uma das vantagens<br />
competitivas. Então, precisa fazer<br />
essa mudança <strong>de</strong> conceito com os<br />
pais e <strong>de</strong>pois oferecer soluções.<br />
E nas escolas?<br />
Estamos oferecendo soluções<br />
e ajuda para elas. Às vezes elas<br />
enten<strong>de</strong>m essa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
preparar a criança para o século<br />
21 e se adaptar, mas a maioria não<br />
sabe como. Têm boas tentativas.<br />
Escolas estão abrindo esses espaços<br />
makers, mas ainda sem ter<br />
uma metodologia por trás <strong>de</strong>le.<br />
E a gente entra oferecendo essa<br />
metodologia. Há um ano e meio<br />
abrimos no Dante Alighieri, em<br />
São Paulo, um espaço projetado<br />
para ter um ambiente convidativo<br />
para as crianças criarem. Mas<br />
muito mais importante que o espaço,<br />
é o programa <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
e inovação da Faber-Castell.<br />
Como funciona esse programa?<br />
Ele foi <strong>de</strong>senvolvido com o<br />
pesquisador Leo Burd, do Media<br />
Lab do MIT, para levar o processo<br />
da criação ou o processo criativo<br />
para <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula,<br />
basicamente através do <strong>de</strong>sign<br />
thinking. Esse processo na criança<br />
é quase intuitivo, mas à medida<br />
que ela cresce isso vai sendo<br />
ceifado e limitado, seja pelo acumulo<br />
<strong>de</strong> conteúdo ou por existir<br />
uma resposta única para os <strong>de</strong>safios,<br />
sem questionamento e<br />
reflexão. Temos entre os pilares a<br />
narrativa ou storytelling, com um<br />
motivo pelo qual precisa solucionar<br />
alguma coisa. Personagens<br />
enfrentam uma problemática, a<br />
criança conversa com seu grupo<br />
sobre como resolver. Aí começa<br />
a colaboração, a construção em<br />
conjunto, ouvir o que o outro<br />
está sugerindo até chegar a uma<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solucionar. No<br />
final do processo entra o maker.<br />
E <strong>de</strong>pois as crianças têm <strong>de</strong> explicar,<br />
por ví<strong>de</strong>o ou apresentação,<br />
o que resolveram e o processo.<br />
Essa reflexão é o mais importante.<br />
Quando levamos para a escola<br />
e elas internalizam o passo-a-passo,<br />
ten<strong>de</strong>m a usar isso em outras<br />
ocasiões e no futuro profissional.<br />
Como é o acesso a esse espaço?<br />
De semana é apenas para escolas,<br />
em pacotes pagos que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
do número <strong>de</strong> crianças. No<br />
fim <strong>de</strong> semana para frequentadores<br />
do shopping, o valor é por<br />
hora ou por ativida<strong>de</strong>. Cada mesa<br />
tem sua ativida<strong>de</strong> específica em<br />
slots <strong>de</strong> tempo. Vamos oferecer<br />
oficinas variadas e criativas, por<br />
exemplo, construção <strong>de</strong> robótica<br />
e impressão 3D. Teremos pelo<br />
menos um dia gratuito por mês<br />
para as escolas públicas.<br />
Esse espaço será replicado em outros<br />
locais?<br />
A expectativa é apren<strong>de</strong>r com<br />
ele, adaptar e, quando tiver o formato<br />
<strong>de</strong>finido, replicar pelo país<br />
e pelo mundo. Esse movimento<br />
mais forte para procurar soluções<br />
para criativida<strong>de</strong> começou no<br />
Brasil e a i<strong>de</strong>ia é que seja replicado<br />
em outros países. Alguns países<br />
da América Latina visitaram o<br />
espaço e gostaram bastante.<br />
A Faber terá mais eventos e plataformas<br />
proprietários?<br />
A experiência <strong>de</strong> marca é um<br />
gran<strong>de</strong> ponto para nós hoje, porque<br />
a Faber-Castell está num<br />
movimento <strong>de</strong> abrir a porta do<br />
escritório e ir para rua, enten<strong>de</strong>r<br />
os movimentos que estão ocorrendo<br />
e como a criativida<strong>de</strong> entra<br />
neles. Po<strong>de</strong>mos ter movimentos<br />
proprietários ou nos encaixar em<br />
algo que está ocorrendo. O importante<br />
é estar próximo do consumidor<br />
que utiliza e tem interesse<br />
em ser uma pessoa criativa.<br />
Qual a importância do Brasil para a<br />
Faber? E, sendo uma marca global,<br />
40 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
como fica a comunicação no país?<br />
Um terço do faturamento global<br />
da marca é no Brasil. Isso nos<br />
dá uma autonomia gran<strong>de</strong>. O que<br />
é global são os valores da marca,<br />
quatro pilares: Competência &<br />
tradição, Qualida<strong>de</strong> excepcional,<br />
Inovação & criativida<strong>de</strong> e Responsabilida<strong>de</strong><br />
socioambiental.<br />
No Brasil, temos o Espaço Faber-<br />
-Castell <strong>de</strong>ntro das escolas, o clube<br />
<strong>de</strong> assinatura Fora da Caixola,<br />
a plataforma digital para artistas<br />
InspirArt e a plataforma para ajudar<br />
professores a darem aulas<br />
mais inovadoras, o Colaborando.<br />
Nesse sentido, há planos <strong>de</strong> levar a<br />
Faber para <strong>de</strong>ntro das empresas?<br />
Isso será uma consequência,<br />
até em função da valorização da<br />
criativida<strong>de</strong> nas profissões. É difícil,<br />
porque as empresas, ao mesmo<br />
tempo que querem pessoas<br />
criativas, tem seus processos. É<br />
uma reflexão que elas precisam<br />
fazer: até que ponto estão realmente<br />
abertas a ter pessoas criativas?<br />
Esse espaço também po<strong>de</strong><br />
no futuro ser direcionado para<br />
clientes corporativos, e não só<br />
ele, mas a gente entrar com uma<br />
metodologia nas empresas.<br />
A marca atravessou várias gerações.<br />
Como trabalham a conexão emocional<br />
e nostalgia com as pessoas?<br />
Existe uma conexão emocional<br />
muito forte com a marca, que<br />
tem origem na música Aquarela,<br />
do Toquinho. Ela foi consistentemente<br />
mostrada nos nossos<br />
comerciais e quase que virou sinônimo<br />
da marca. Ela traz uma<br />
lembrança forte e tem um link<br />
emocional das pessoas, um sentimento<br />
<strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento <strong>de</strong><br />
quando criança po<strong>de</strong>r expressar<br />
sua opinião <strong>de</strong> forma livre. Trabalhamos<br />
a comunicação para<br />
reforçar isso. Quanto mais falamos<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, que é uma<br />
expansão do que a gente vinha<br />
trabalhando, mais será possível<br />
resgatar esse sentimento <strong>de</strong> Faber:<br />
não como uma fabricante <strong>de</strong><br />
material escolar, mas uma marca<br />
que está aqui para estimular a<br />
criativida<strong>de</strong> das pessoas.<br />
“Ficou claro<br />
que essa<br />
expressão<br />
criativa é<br />
o que está<br />
por trás da<br />
marca”<br />
Divulgação<br />
Na contramão <strong>de</strong> muitos anunciantes,<br />
a Faber não costuma usar celebrida<strong>de</strong>s<br />
nas campanhas. Por quê? E<br />
como é o mix <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> vocês?<br />
Às vezes usamos influenciadores,<br />
mas o verda<strong>de</strong>iro protagonista<br />
e estrela na nossa comunicação<br />
geralmente é a criança. Queremos<br />
mostrar para ela o quanto po<strong>de</strong> e<br />
é possível criar. Hoje nossa mídia<br />
é muito específica no volta às aulas,<br />
trabalhamos em TV fechada e<br />
um pouco <strong>de</strong> aberta, e tem uma<br />
parte digital bem consi<strong>de</strong>rável.<br />
Nossa agência é a David.<br />
Além do novo espaço, qual outra forma<br />
<strong>de</strong> ver ao vivo a Faber-Castell?<br />
Nossa fábrica que produz dois<br />
milhões <strong>de</strong> lápis por ano recebe<br />
todos os dias pelo menos duas<br />
escolas, privadas e públicas. É<br />
um imaginário fantástico para as<br />
crianças. Elas vivem a experiência<br />
<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como se fabrica<br />
um lápis e participam <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
com nossos monitores.<br />
Como funciona o volta às aulas para<br />
vocês hoje?<br />
O planejamento começa pelo<br />
menos um ano e meio antes, quando<br />
se fala em produtos e inovação.<br />
Em agosto abre a temporada <strong>de</strong><br />
vendas, mas o movimento nas<br />
lojas começa partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
Sempre temos lançamentos. Mas<br />
procuramos diminuir a quantida<strong>de</strong><br />
e melhorar a qualida<strong>de</strong>, o que<br />
significa oferecer inovações percebidas<br />
pelo consumidor. É o que<br />
estamos fazendo com um ca<strong>de</strong>rno<br />
com nove itens <strong>de</strong> inovação, construído<br />
junto com professores. Um<br />
dos itens são as pontas arredondadas<br />
para não machucar as crianças.<br />
Os lápis Caras&Cores, que<br />
têm três bicolores para fazer vários<br />
tons <strong>de</strong> cor <strong>de</strong> pele, e a Caneta<br />
Vai e Vem, que impe<strong>de</strong> que a ponta<br />
afun<strong>de</strong>, são outros exemplos.<br />
“um terço do<br />
Faturamento<br />
global da<br />
marca é no<br />
brasil”<br />
Como trabalhar a percepção <strong>de</strong> “marca<br />
cara” com o consumidor?<br />
Não necessariamente um produto<br />
com preço mais alto não<br />
tem um benefício maior. O nosso<br />
market share acaba sendo muito<br />
alto, porque os consumidores que<br />
trocam <strong>de</strong> produto costumam ter<br />
experiências ruins e voltam. Claro<br />
que em momentos <strong>de</strong> crise isso<br />
se acentua. Não po<strong>de</strong>mos baixar a<br />
qualida<strong>de</strong> do produto. Temos <strong>de</strong><br />
ser muito firmes com nosso propósito.<br />
Há muitos anos atuamos<br />
<strong>de</strong>ssa forma e isso tem nos dado<br />
resultados muito bons.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41
opinião<br />
yeshi-kangrang/unsplash<br />
Está faltando<br />
otimismo às pessoas<br />
RobeRto Duailibi<br />
crise econômica mexe com a vida <strong>de</strong> todo<br />
mundo. Quando ela perdura, insiste<br />
A<br />
em não terminar, acaba afetando a todos.<br />
É como se uma enorme sombra insistisse<br />
em pairar sobre nossas cabeças, a <strong>de</strong>speito<br />
<strong>de</strong> estarmos todo o tempo buscando<br />
a fresta do sol. A falta <strong>de</strong> boas notícias, o<br />
<strong>de</strong>semprego e o dinheiro curto não promovem<br />
apenas ajustes nos nossos orçamentos,<br />
mas nas nossas vidas. É como se o povo<br />
brasileiro, reconhecido por seu espírito<br />
alegre, criativo e amistoso, tivesse passado<br />
por uma profunda transformação. Mas não<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar que isso aconteça. Precisamos,<br />
todos os dias, buscar nas pequenas<br />
coisas, nos pequenos prazeres da vida o<br />
otimismo que existe <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todos nós.<br />
O ditado <strong>de</strong> que é na crise<br />
que surgem as oportunida<strong>de</strong>s<br />
certamente foi criado a partir<br />
da perspectiva que algumas<br />
pessoas têm em enxergar<br />
sempre o lado bom da vida. Se<br />
a gente analisar as coisas do<br />
ponto <strong>de</strong> vista histórico, sempre<br />
houve e sempre haverá<br />
motivos para se olhar para a<br />
vida com pessimismo ou com<br />
otimismo. No fundo, há muito<br />
mais razões para ver o lado bom e não<br />
se <strong>de</strong>ixar contaminar por pessoas e pensamentos<br />
negativos. Essa forma <strong>de</strong> agir e<br />
pensar certamente diferencia pessoas e<br />
empresas na condução <strong>de</strong> suas histórias.<br />
Em vez <strong>de</strong> esperar que as coisas aconteçam,<br />
eu prefiro esperançar, que tem o significado<br />
<strong>de</strong> almejar, sonhar, agir, fazer com<br />
que ao meu redor haja uma aura positiva,<br />
gente animada e disposta a olhar para o<br />
mundo <strong>de</strong> uma forma diferente. Do contrário,<br />
estaremos sempre produzindo uma<br />
onda <strong>de</strong> pessimismo que não nos levará a<br />
nada. No caso da economia, por exemplo,<br />
os especialistas sempre dizem que todo ciclo<br />
ruim, mesmo que pouco se faça para revertê-lo,<br />
em <strong>de</strong>terminado momento, atinge<br />
o ponto máximo e reinicia um movimento<br />
“As<br />
respostAs<br />
estão<br />
no quão<br />
otimistA<br />
você<br />
consegue<br />
ser”<br />
contrário, promovendo uma nova etapa <strong>de</strong><br />
crescimento. É nisso que temos <strong>de</strong> nos apegar<br />
e acreditar.<br />
O Brasil já passou por inúmeros momentos<br />
como estes e certamente já está<br />
reencontrando seu caminho. Quando, em<br />
1968, <strong>de</strong>cidimos abrir a DPZ Propaganda,<br />
por exemplo, boa parte das pessoas à nossa<br />
volta <strong>de</strong>saconselhou. Afinal, vivíamos em<br />
meio ao regime militar, sob censura, pouco<br />
antes tinha ocorrido a reforma monetária<br />
com a criação <strong>de</strong> uma moeda nova e a<br />
economia estava em crise. Mergulhamos<br />
no trabalho, buscamos, por meio <strong>de</strong> nossa<br />
criativida<strong>de</strong> e ousadia, <strong>de</strong>finir os caminhos<br />
<strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> fazer propaganda,<br />
a propaganda brasileira. Creio que nossa<br />
ousadia conquistou as pessoas, irradiou<br />
o nosso otimismo e nos permitiu<br />
crescer <strong>de</strong> forma sem prece<strong>de</strong>ntes<br />
no mercado.<br />
É nisso que acredito. As pessoas<br />
precisam passar a confiar mais<br />
em seus potenciais, <strong>de</strong>sengavetar<br />
projetos, pensar que sempre haverá<br />
espaço para as i<strong>de</strong>ias. O Brasil<br />
oferece muitas oportunida<strong>de</strong>s, há<br />
muita coisa a ser feita. Se em <strong>de</strong>terminadas<br />
áreas a tecnologia está<br />
produzindo transformações, vamos<br />
olhar pelo lado positivo, que chances<br />
<strong>de</strong> negócios essas mudanças po<strong>de</strong>m trazer?<br />
Como é possível se adaptar e surfar no novo<br />
momento? As respostas estão no quão<br />
otimista você consegue ser. O país precisa<br />
muito disso, <strong>de</strong> otimismo.<br />
O po<strong>de</strong>r transformador está na forma <strong>de</strong><br />
ver as coisas. Quando se tem momentos<br />
<strong>de</strong> crise que perduram, o comportamento<br />
médio das pessoas muda, o humor <strong>de</strong>saparece,<br />
as pessoas sorriem pouco, são menos<br />
gentis. A agressivida<strong>de</strong>, a disputa e a falta<br />
<strong>de</strong> bom senso, se acentuam. Por isso é preciso<br />
agir com maior tolerância, com ânimo,<br />
procurar enten<strong>de</strong>r o momento <strong>de</strong> cada um<br />
e tentar mostrar, <strong>de</strong> alguma forma, que<br />
com otimismo as coisas po<strong>de</strong>m sempre serem<br />
vistas por outro ângulo.<br />
Roberto Duailibi é publicitário e integrante<br />
da Aca<strong>de</strong>mia Paulista <strong>de</strong> Letras<br />
roberto.duailibi@dpzt.com.br<br />
42 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
presas e suas li<strong>de</strong>ranças não se<br />
manifestaram.<br />
Vale lembrar que a Y&R é a<br />
maior compradora <strong>de</strong> mídia do<br />
Brasil. Em 2017, a agência se<br />
manteve no topo do ranking do<br />
Kantar Ibope Media com um investimento<br />
publicitário no valor<br />
<strong>de</strong> R$ 3,962 bilhões (janeiro<br />
a <strong>de</strong>zembro).<br />
A agência administra a conta<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da Via Varejo,<br />
que inclui Casas Bahia e Ponto<br />
Frio. Além disso, também atenagências<br />
WPP oficializa fusão entre VML e<br />
Y&R e dá origem a nova empresa<br />
Assume a li<strong>de</strong>rença global da companhia Jon Cook, CEO da VML, que<br />
respon<strong>de</strong> a Mark Read, CEO do WPP, que ficou no lugar <strong>de</strong> Martin Sorrell<br />
Divulgação<br />
Leonardo araujo<br />
grupo WPP confirmou a<br />
O fusão entre VML e Y&R. Segundo<br />
comunicado da empresa,<br />
as duas marcas serão unidas,<br />
dando origem a uma nova<br />
agência: a VMLY&R.<br />
A proposta <strong>de</strong> trabalho, segundo<br />
a empresa, é uma oferta<br />
totalmente digital e integrada<br />
para os clientes.<br />
A nova agência será li<strong>de</strong>rada<br />
globalmente por Jon Cook, atual<br />
CEO da VML. Cook respon<strong>de</strong>rá<br />
a Mark Read, novo CEO do<br />
WPP, que assumiu após a saída<br />
<strong>de</strong> Martin Sorrell.<br />
Já David Sable, ex-CEO Global<br />
da Y&R, seguirá dando<br />
apoio a Cook, à VMLY&R e aos<br />
seus clientes como presi<strong>de</strong>nte<br />
não-executivo, enquanto transita<br />
para uma nova função na<br />
holding – não especificada no<br />
comunicado do grupo.<br />
“O panorama <strong>de</strong> nossa indústria<br />
está mudando rapidamente<br />
e estamos comprometidos em<br />
ser um parceiro inestimável<br />
para os CMOs em todo o mundo.<br />
Estou ansioso para li<strong>de</strong>rar<br />
esta unificação sem prece<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> duas agências excepcionais”,<br />
afirma Cook.<br />
Para Read, as agências possuem<br />
pontos fortes distintos e<br />
complementares que abrangem<br />
serviços criativos, tecnológicos<br />
e <strong>de</strong> dados. Isso torna a parceria<br />
uma combinação perfeita para<br />
marcas e empresas.<br />
Já Sable <strong>de</strong>staca que a<br />
VMLY&R se <strong>de</strong>senvolveu ao<br />
longo <strong>de</strong> 18 anos. “Tenho orgulho<br />
<strong>de</strong>ste gran<strong>de</strong> momento,<br />
pois agora po<strong>de</strong>mos oferecer<br />
aos clientes uma oferta robusta<br />
e perfeita”, afirma.<br />
RefLexo no BRasiL<br />
Ao PROPMARK, os executivos<br />
comentaram os reflexos da<br />
Mark Read: “Esperamos que a oferta melhore para os clientes da VMLY&R no Brasil”<br />
“O panOrama <strong>de</strong><br />
nOssa indústria<br />
está mudandO<br />
rapidamente<br />
e estamOs<br />
cOmprOmetidOs em<br />
ser um parceirO<br />
inestimável<br />
para Os cmOs”<br />
<strong>de</strong>cisão em terras tupiniquins.<br />
“O Brasil é um mercado importante<br />
para o WPP e isso não<br />
mudará por causa da fusão. Esperamos<br />
que a oferta melhore<br />
para os clientes da VMLY&R no<br />
Brasil e na região”, disse Mark<br />
Read. Mas como ficam as li<strong>de</strong>ranças<br />
em terras brasileiras?<br />
Segundo Cook, isso ainda será<br />
<strong>de</strong>cidido.<br />
“Dado o significado, a importância<br />
e o tamanho da tarefa <strong>de</strong><br />
criar uma nova agência, o processo<br />
levará tempo. Faremos<br />
isso no ritmo certo e usaremos<br />
o restante <strong>de</strong> <strong>2018</strong> para iniciar<br />
uma abordagem gradual para a<br />
unificação até 2019, que incluirá<br />
o mercado do Brasil. Esperamos<br />
ter <strong>de</strong>cisões e comunicações<br />
sobre o Brasil até o fim do<br />
ano”, explica o CEO global da<br />
VMLY&R.<br />
Atualmente, a Y&R Brasil é<br />
li<strong>de</strong>rada pelo francês David Laloum.<br />
Já a VML é comandada<br />
por Fernando Taralli.<br />
As agências integram o Grupo<br />
Newcomm, do CEO Marcos<br />
Quintela. Procuradas, as em<strong>de</strong><br />
as contas <strong>de</strong> empresas como<br />
Vivo e Santan<strong>de</strong>r.<br />
Já a VML tem se notabilizado<br />
por seu trabalho para marcas<br />
como Netflix, Ford, Gren<strong>de</strong>ne<br />
Kids, Kimberly-Clark (Intimus,<br />
Plenitud e Huggies) e Nespresso,<br />
entre outras.<br />
A VMLY&R já nasce com<br />
mais <strong>de</strong> 7 mil funcionários em<br />
todo o mundo, com escritórios<br />
principais localizados nos<br />
Estados Unidos (Kansas City e<br />
Nova York), Reino Unido (Londres),<br />
Brasil (São Paulo), China<br />
(Xangai), Singapura e Austrália<br />
(Sydney).<br />
A nova agência terá clientes<br />
gigantes, incluindo Colgate-<br />
-Palmolive, Danone, Dell, Ford,<br />
PepsiCo, Pfizer, Office Depot e<br />
Wendy’s.<br />
Após a saída <strong>de</strong> Sorrell, essa<br />
é apenas a primeira gran<strong>de</strong> mudança<br />
no grupo WPP, responsável<br />
por agências como Grey,<br />
JWT e Ogilvy, entre outras.<br />
Resta saber se teremos mais<br />
mudanças e, principalmente,<br />
como elas afetarão o mercado<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> brasileiro.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43
agêNCias<br />
Cross Networking faz 10 anos com<br />
proposta <strong>de</strong> ressignificar parcerias<br />
Negócio li<strong>de</strong>rado por Tati Oliva tem <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> educar mercado sobre<br />
valor da simbiose entre marcas; formar jovens profissionais é o caminho<br />
Danúbia Paraizo<br />
Em 2008, quando Tatiana<br />
Oliva lançava a agência<br />
Cross Networking com a proposta<br />
<strong>de</strong> aproximar empresas<br />
para parcerias estratégicas,<br />
o <strong>de</strong>safio não era exatamente<br />
o <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r. Instruir<br />
as marcas sobre seu mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> trabalho, focado em enten<strong>de</strong>r<br />
como as fortalezas <strong>de</strong> cada<br />
uma po<strong>de</strong>riam contribuir para<br />
o sucesso coletivo, foi um trabalho<br />
quase <strong>de</strong> catequese para<br />
a empresária. “As parcerias que<br />
propomos são completamente<br />
diferentes. Não se trata <strong>de</strong> venda<br />
<strong>de</strong> cota <strong>de</strong> patrocínio ou permuta.<br />
É enten<strong>de</strong>r o outro lado<br />
e fazer o que é bom para todos.<br />
E isso o mercado ainda precisa<br />
enten<strong>de</strong>r melhor. É como em<br />
uma socieda<strong>de</strong>, é um ganha-<br />
-ganha para as marcas envolvidas”,<br />
explica.<br />
Responsável por unir forças<br />
<strong>de</strong> marcas trazendo o cobranding<br />
entre OMO + Hering Kids;<br />
Maisena + Tok Stok; Downy +<br />
Circuito Track & Field, além <strong>de</strong><br />
seu carro-chefe, o casamento<br />
do Camarote N1 com Kibon,<br />
Dior e Havaianas, entre outras,<br />
a agência faz parte da Holding<br />
Clube, grupo <strong>de</strong> live marketing<br />
que em <strong>2018</strong> completa 30 anos<br />
no mercado brasileiro.<br />
CompartilhameNto<br />
Uma das operações mais recentes<br />
do grupo, a Cross quer<br />
contribuir para a profissionalização<br />
do mercado. Como forma<br />
<strong>de</strong> garantir que as próximas<br />
gerações <strong>de</strong> profissionais estejam<br />
mais familiarizadas com a<br />
proposta <strong>de</strong> trabalho colaborativo,<br />
Tatiana tem apostado na<br />
aproximação com o ambiente<br />
acadêmico e na relação com<br />
jovens estudantes. A empresária<br />
fala que a economia do<br />
compartilhamento já é realida<strong>de</strong><br />
no país, não à toa, o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> coworking, das caronas e até<br />
mesmo das moradias colaborativas<br />
está cada vez mais em<br />
discussão. É a vez agora <strong>de</strong> os<br />
negócios se apropriarem <strong>de</strong>sse<br />
território.<br />
Como corresponsável por<br />
esse movimento, a contribuição<br />
da executiva com esse cenário<br />
<strong>de</strong> colaboração é compartilhar<br />
conhecimento e experiência <strong>de</strong><br />
negócios com o mercado. Essa<br />
foi a maneira escolhida para<br />
marcar os 10 anos da Cross.<br />
Nesta segunda-feira (1), Tati<br />
prepara o lançamento do livro<br />
Um mais um é maior que dois,<br />
na Livraria Cultura, em São<br />
Paulo. A publicação conta a história<br />
<strong>de</strong> como a agência surgiu,<br />
além <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> executivos<br />
do mercado <strong>de</strong> marketing,<br />
propaganda e negócios, como<br />
Divulgação/Franklin Maimone<br />
Tati Oliva, que li<strong>de</strong>ra a Cross Networking: instrução <strong>de</strong> jovens contribui para o mercado<br />
“Não se trata <strong>de</strong><br />
veNda <strong>de</strong> cota<br />
<strong>de</strong> patrocíNio<br />
ou permuta.<br />
É eNteN<strong>de</strong>r o<br />
outro lado e<br />
fazer o que É<br />
bom para todos”<br />
Luiza Helena Trajano, fundadora<br />
da re<strong>de</strong> Magazine Luiza, com<br />
dicas e informações para quem<br />
<strong>de</strong>seja empreen<strong>de</strong>r na área.<br />
“Quero cada vez mais falar com<br />
estudantes e estar em universida<strong>de</strong>s.<br />
Desenvolver esse conceito<br />
<strong>de</strong> parcerias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base<br />
para que quando esses jovens<br />
saírem para o mercado, eles entendam<br />
o valor <strong>de</strong> um projeto<br />
<strong>de</strong>sses”, explica a executiva.<br />
“O smartwatch da Nike e Apple<br />
só <strong>de</strong>u certo porque juntos eles<br />
são melhores. Muitas marcas<br />
ainda per<strong>de</strong>m oportunida<strong>de</strong>s<br />
hoje porque se limitam a uma<br />
necessida<strong>de</strong> pontual. Parcerias<br />
po<strong>de</strong>m ser muito mais expressivas<br />
e duradouras”, avalia.<br />
CoNCorrêNCia<br />
Primeira agência <strong>de</strong>dicada a<br />
parcerias entre marcas no Brasil,<br />
a Cross Networking conta<br />
com a vantagem <strong>de</strong> ter contribuído<br />
para instaurar o conceito<br />
no mercado, mas também tem<br />
seus <strong>de</strong>safios. Na opinião <strong>de</strong><br />
Tati, seu principal concorrente<br />
é o próprio cliente, que ainda<br />
não percebeu real valor <strong>de</strong>ssa<br />
troca <strong>de</strong> atributos com outras<br />
marcas. “A gente foi acostumado<br />
no Brasil a ter sempre um pé<br />
atrás, a ter receio <strong>de</strong> outra pessoa<br />
tirar vantagem da gente, e<br />
isso afeta na confiança. Observamos<br />
a mesma coisa nos negócios”.<br />
Segundo a executiva, o<br />
<strong>de</strong>safio é convencer as marcas a<br />
irem <strong>de</strong> coração aberto e acreditar<br />
no negócio. “É uma realida<strong>de</strong><br />
essa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> compartilhamento.<br />
E nessa soma, confiança<br />
é o x da questão. É acreditar que<br />
os resultados vão vir”. Como<br />
exemplo, Tati <strong>de</strong>staca o trabalho<br />
feito com Maisena e Tok &<br />
Stock. A marca <strong>de</strong> amido já é a<br />
mais vendida e top of mind na<br />
sua categoria, mas criar uma linha<br />
<strong>de</strong> licenciamento vendida<br />
na loja <strong>de</strong> artigos para casa e <strong>de</strong>coração<br />
trouxe novos públicos,<br />
além <strong>de</strong> rejuvenescer a marca.<br />
“Essa é a essência das parcerias.<br />
Todos ganham”.<br />
44 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
KELLY DORES<br />
Agência <strong>de</strong> live marketing,<br />
a MCM Brand Group (que<br />
tem as marcas MCM Brand Experience,<br />
MCM Brand USA e<br />
MCM Digital) quer mostrar para<br />
o mercado publicitário que está<br />
comprometida e aplica em seus<br />
processos práticas relativas à<br />
sustentabilida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong><br />
e inclusão. Para isso, lança o<br />
selo Lado B, que funciona como<br />
uma espécie <strong>de</strong> certificação<br />
que atesta os compromissos<br />
por meio <strong>de</strong> melhores práticas<br />
a favor da diversida<strong>de</strong>, inclusão<br />
e sustentabilida<strong>de</strong>, esten<strong>de</strong>ndo<br />
essa postura para os projetos<br />
entregues aos clientes.<br />
Fundada e comandada por<br />
Mônica Schimenes, a MCM<br />
aten<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />
como Basf, IBM, Suvinil e Unilever.<br />
Mônica, que criou a agência<br />
há 21 anos, quando ainda estava<br />
na faculda<strong>de</strong>, dá exemplos<br />
<strong>de</strong> como preten<strong>de</strong> inserir boas<br />
práticas nos projetos <strong>de</strong> comuinicação<br />
<strong>de</strong> seus clientes. “Para<br />
todos os eventos, contratamos<br />
pessoas para fazer o cre<strong>de</strong>nciamento,<br />
para ficar na porta das<br />
salas, alguém para entregar os<br />
microfones, o que chamamos<br />
<strong>de</strong> casting receptivo. A i<strong>de</strong>ia é<br />
que todo casting receptivo tenha<br />
um ca<strong>de</strong>irante, uma pessoa<br />
negra ou trans, por exemplo”,<br />
cita a executiva.<br />
O objetivo é apresentar o<br />
selo Lado B como um dos difeagênCias<br />
“Cada vez mais batemos <strong>de</strong> frente<br />
com as gran<strong>de</strong>s em concorrências”<br />
Empresa <strong>de</strong> live marketing, MCM lança o selo Lado B para reforçar o seu<br />
compromisso com a diversida<strong>de</strong> e afirma que ano está sendo muito bom<br />
Divulgação<br />
Mônica Schimenes: “O ano está muito bom, ganhamos contas como Suvinil e Unilever”<br />
renciais competitivos da MCM.<br />
“Não é um discurso, é um propósito.<br />
O selo Lado B veio para<br />
trazer essa perspectiva, a gente<br />
já atuava pontualmente para<br />
clientes levando esses temas,<br />
colocando isso <strong>de</strong>ntro dos nossos<br />
projetos, mas agora a gente<br />
assume que é algo extremamente<br />
importante <strong>de</strong>ntro da<br />
empresa. Cada vez mais a agenda<br />
com esses temas tem sido<br />
maior”, <strong>de</strong>staca Raphael Pagotto,<br />
coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> marketing<br />
da MCM Brand Group.<br />
O publicitário explica que<br />
com o Lado B a agência assume<br />
quatro compromissos: ‘comunicação<br />
acessível e inclusiva’,<br />
‘re<strong>de</strong> inclusiva e <strong>de</strong> negócios<br />
sociais’, ‘equida<strong>de</strong> em recursos<br />
humanos’ e ‘visão sustentável e<br />
otimização <strong>de</strong> recursos’.<br />
A i<strong>de</strong>ia da MCM, que é associada<br />
ao Integrare, é <strong>de</strong>senvolver<br />
uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores<br />
que comunique valores <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> inclusão. “O selo<br />
diz respeito aos nossos compromissos,<br />
práticas e processos<br />
para o mercado. Estamos<br />
reorganizando vários processos<br />
internos, <strong>de</strong> contratação. A gente<br />
criou uma metodologia para<br />
po<strong>de</strong>r entregar sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
diversida<strong>de</strong> e inclusão para<br />
os clientes em vários níveis <strong>de</strong><br />
entrega”, conta Pagotto.<br />
nEgÓCiOs<br />
Falando sobre negócios, Mônica<br />
afirma que a agência está<br />
muito bem, obrigada. “O ano<br />
tem sido muito bom, já estamos<br />
em 92% da meta <strong>de</strong>ste ano. Ganhamos<br />
contas como Suvinil e<br />
reconquistamos a Unilever, que<br />
já trabalhou conosco anteriormente<br />
e voltou agora”, revela a<br />
executiva.<br />
Para ela, o mercado está mais<br />
complexo para as gran<strong>de</strong>s agências.<br />
“Acho que para as gran<strong>de</strong>s<br />
agências o mercado está mais<br />
acirrado, porque as menores<br />
estão ganhando lugar. Sou uma<br />
agência <strong>de</strong> pequeno a médio<br />
porte e ganho contas como Unilever<br />
e IBM. As agências <strong>de</strong> pequeno<br />
porte que têm estrutura<br />
para aten<strong>de</strong>r uma gran<strong>de</strong> empresa<br />
estão ganhando mercado.<br />
Cada vez mais a gente bate<br />
<strong>de</strong> frente com gran<strong>de</strong>s agências<br />
nas concorrências, mas a gente<br />
está entrando”, revela Mônica.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45
agênCias<br />
Figtree tem plano <strong>de</strong> se orientar<br />
pela missão e não por briefings<br />
Negócio une os publicitários Ricardo Figueira e Jairo Soares; primeiro<br />
cliente é o Bra<strong>de</strong>sco, em projeto para a sua área <strong>de</strong> inteligência artificial<br />
Paulo Macedo<br />
Nomes conhecidos no mercado<br />
e com carreiras internacionais,<br />
Ricardo Figueira,<br />
ex-Africa, e Jairo Soares, ex-<br />
-Fischer, partiram para o empreen<strong>de</strong>dorismo.<br />
Eles estão<br />
anunciando a chegada da agência<br />
Figtree, que quer se orientar<br />
por missões e não por briefings.<br />
O primeiro <strong>de</strong>safio é trabalhar<br />
com o núcleo <strong>de</strong> inovação do<br />
Bra<strong>de</strong>sco em projetos relacionados<br />
a assistente pessoal, conhecida<br />
como “Bia”, acrônimo<br />
<strong>de</strong> Bra<strong>de</strong>sco Inteligência Artificial.<br />
A prima da Siri, da Apple,<br />
foi apresentada no último mês<br />
<strong>de</strong> agosto na campanha Ela ainda<br />
não sabe tudo. Mas, a cada<br />
pergunta, ela apren<strong>de</strong> com você,<br />
da Publicis.<br />
Com perfil <strong>de</strong> consultoria, 35 busca<br />
inspiração no foco dos maratonistas<br />
Operação terá a li<strong>de</strong>rança do publicitário Astério Segundo e do diretor<br />
<strong>de</strong> arte Enio Kawahara, com posicionamento nas soluções mais rápidas<br />
Com mais <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> experiência<br />
em agências como<br />
Africa, Heads, Giovanni FCB<br />
e StrawberryFrog, Astério Segundo<br />
é o nome à frente da nova<br />
empresa. Ao seu lado nesta<br />
empreitada está Enio Kawahara,<br />
diretor <strong>de</strong> arte com 18 anos<br />
<strong>de</strong> trajetória construída em<br />
agências como DM9DDB, Y&R,<br />
FCB e Age.<br />
Já a área <strong>de</strong> planejamento<br />
será comandada por Cris Freire,<br />
que acumula experiência<br />
em publicida<strong>de</strong> e pesquisa <strong>de</strong><br />
mercado, tendo atuado nos Estados<br />
Unidos e na Europa, além<br />
<strong>de</strong> agências brasileiras, on<strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rou trabalhos para PepsiCo<br />
Latam, Henkel, Mon<strong>de</strong>lez, BR<br />
Malls e Gren<strong>de</strong>ne. Completa o<br />
Soares e Figueira estão na li<strong>de</strong>rança da Figtree, e acreditam que o novo é normal<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Astério, com Débora no quadro, Cris e Enio, as li<strong>de</strong>ranças do novo negócio: consultoria<br />
“A inteligência artificial, sobretudo<br />
com voz, é um embrião<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> transformação da era<br />
que estamos vivendo. Caminhamos<br />
para a transparência <strong>de</strong><br />
interfaces, da proativida<strong>de</strong> das<br />
marcas e dos serviços a<strong>de</strong>quados<br />
aos momentos das pessoas.<br />
Há pouco tempo nos perguntaram<br />
se esse trabalho <strong>de</strong> transformação<br />
não seria uma coisa<br />
temporal ligada apenas ao momento<br />
em que estamos vivendo.<br />
Acreditamos que é o novo<br />
normal. Nunca mais será diferente.<br />
Abraçar essa realida<strong>de</strong><br />
para beneficiar nossos clientes<br />
nesse contexto é a nossa vocação.<br />
Se já fizemos isso a vida inteira<br />
em nossas carreiras, agora<br />
a bordo <strong>de</strong> uma empresa especializada<br />
nisso não po<strong>de</strong>ria ser<br />
diferente”, explicou Figueira.<br />
time <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res Débora Rosa,<br />
que vai comandar a área financeira.<br />
O nome da agência e a inspiração<br />
para o seu posicionamento<br />
nascem da experiência <strong>de</strong><br />
Astério como maratonista. “Em<br />
uma maratona, o quilômetro 35<br />
é um divisor <strong>de</strong> águas. É on<strong>de</strong><br />
todas as dificulda<strong>de</strong>s se somam<br />
e dão origem a um muro. O 35 é,<br />
portanto, um ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição.<br />
O momento crucial que separa<br />
o fracasso do sucesso. Mas,<br />
para quem tem a estratégia certa,<br />
é a oportunida<strong>de</strong> perfeita <strong>de</strong><br />
reunir todas as dificulda<strong>de</strong>s e<br />
transformá-las em ouro”, explica.<br />
“Para vencer uma maratona<br />
é preciso ser rápido, focado e<br />
incansável”, finaliza.<br />
46 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
eyond the line<br />
Físico ou virtual?<br />
Não é a primeira vez que uma empresa digital<br />
põe os pés no universo da mídia impressa<br />
Ali Yahya/unsplash<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
notícia surpreen<strong>de</strong>nte da semana passada<br />
foi a compra da revista Time pela<br />
A<br />
gigante do setor <strong>de</strong> tecnologia Salesforce.<br />
Não é a primeira vez que uma empresa do<br />
mundo digital põe os pés no tradicional<br />
universo da mídia impressa. Já em 2013, o<br />
CEO e cofundador da Amazon, Jeff Bezos,<br />
havia comprado o Washington Post.<br />
E no ano passado, Laurene Powell Jobs,<br />
a viúva do lendário fundador da Apple, Steve<br />
Jobs, fez sua incursão no universo da<br />
mídia tradicional, com a compra <strong>de</strong> participação<br />
majoritária na revista Atlantic, por<br />
intermédio da sua organização filantrópica<br />
Emerson Collective. E aí vem o questionamento:<br />
por que essa atração dos bilionários<br />
do setor digital, tecnológico, pela mídia<br />
tradicional?<br />
Sabemos que tais títulos <strong>de</strong> jornais e revistas<br />
são superprestigiosos e influentes,<br />
mas como negócio estão numa fase crítica,<br />
se equilibrando entre a tradição do impresso,<br />
em franco <strong>de</strong>clínio, e a versão digital.<br />
Uma equação difícil, ainda sem solução<br />
clara. Alguns <strong>de</strong>sses veículos tradicionais<br />
já tentaram migrar <strong>de</strong>finitivamente para o<br />
mundo digital, abandonando a versão física,<br />
mas, para a maioria, a conta não fechou<br />
e houve um retorno ao impresso, convivendo<br />
com o digital.<br />
De fato, o mercado vê com certo <strong>de</strong>sdém<br />
o futuro do veículo impresso, mas faz uso<br />
<strong>de</strong>le quando quer passar uma mensagem<br />
<strong>de</strong> maior peso institucional. O preto no<br />
branco, palpável, permanente, marcado<br />
numa folha <strong>de</strong> papel, ainda é a forma mais<br />
cabal <strong>de</strong> se posicionar perante o público, <strong>de</strong><br />
forma marcante.<br />
Isso porque, num mundo repleto <strong>de</strong> fake<br />
news, o maior asset <strong>de</strong>sses títulos históricos<br />
é sua credibilida<strong>de</strong> e o seu “peso” na<br />
socieda<strong>de</strong>. Esse interesse, portanto, po<strong>de</strong><br />
ser uma forma <strong>de</strong>ssas megaempresas, que<br />
fazem fortunas no mundo digital, se mostrarem<br />
mais críveis e relevantes perante a<br />
socieda<strong>de</strong>, atrelando sua imagem a veículos<br />
<strong>de</strong> respeito.<br />
Mas essa corda bamba entre o mundo<br />
físico e o digital está presente também<br />
no universo do varejo. Enquanto muitos<br />
apregoam o fim do ponto <strong>de</strong> venda físi-<br />
co, perante o inquestionável aumento do<br />
e-commerce, a Amazon surpreen<strong>de</strong> e adquire<br />
o Wholefoods, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercado<br />
com posicionamento fortemente plantado<br />
no comércio tradicional, principalmente <strong>de</strong><br />
alimentos, privilegiando os fornecedores<br />
locais, em <strong>de</strong>trimento dos gran<strong>de</strong>s produtores.<br />
Essa dualida<strong>de</strong> parece permear nossas<br />
vidas, fazendo-nos equilibrar na onda<br />
avassaladora digital, sem per<strong>de</strong>r os pés no<br />
universo físico.<br />
Um bom exemplo vem <strong>de</strong> um case da<br />
Apple, vencedor <strong>de</strong> Grand Prix no Cannes<br />
Lions <strong>2018</strong>. Refiro-me ao case Today at<br />
Apple, quando a empresa apresenta uma<br />
estratégia <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas mais <strong>de</strong><br />
500 lojas físicas em todo o mundo.<br />
Os consumidores que lotam suas lojas<br />
todos os dias têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r<br />
mais sobre a utilização <strong>de</strong> produtos<br />
Apple, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o simples uso <strong>de</strong> iPhones até<br />
processos mais sofisticados <strong>de</strong> edição <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>os e programação. Cada loja Apple,<br />
mais do que ven<strong>de</strong>r produtos, se tornou um<br />
centro <strong>de</strong> experiência.<br />
Como diz a VP da empresa, que apresenta<br />
o case, “a loja física, com sua arquitetura<br />
e tijolos, é o hardware. As ativida<strong>de</strong>s organizadas<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la são o software. É preciso<br />
a conjunção dos dois para uma experiência<br />
completa”.<br />
E talvez esteja aí um ensinamento importante.<br />
Caberá ao varejo físico se transformar<br />
em um ponto <strong>de</strong> experiência, mais<br />
do que um simples ponto <strong>de</strong> venda. Temos<br />
visto o crescimento do mo<strong>de</strong>lo híbrido, que<br />
faz uma ponte eficiente entre o mundo digital<br />
e físico. O mais promissor é: compre<br />
online, mas retire na loja.<br />
Já há experiências também <strong>de</strong> fazer do<br />
ponto <strong>de</strong> venda apenas um showroom, on<strong>de</strong><br />
se compram produtos em quiosques, por<br />
meio do e-commerce, recebendo <strong>de</strong>pois<br />
sua compra em casa, ou retirando em um<br />
ponto estabelecido apenas para completar<br />
a logística.<br />
A verda<strong>de</strong> é que estamos <strong>de</strong>finitivamente<br />
mergulhados no universo digital,<br />
mas ainda não queremos nos livrar totalmente<br />
do way of life analógico. O futuro<br />
parece híbrido, com harmonia e equilíbrio<br />
entre esses dois universos. Quem viver,<br />
verá!<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
48 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
Dançar para não dançar<br />
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
O ato <strong>de</strong> observar pessoas admiráveis, lugares - como a Broadway e<br />
a bucólica Itaipava -, além da própria gata, serve para reflexões <strong>de</strong> vida<br />
AriAne rochA<br />
especial para o ProPMArK<br />
Ao pensar nas minhas fontes inspiradoras,<br />
recorri ao dicionário para compreen<strong>de</strong>r<br />
a extensão da palavra inspiração. E<br />
me encantei com o que li: “força criadora<br />
<strong>de</strong> origem transcen<strong>de</strong>nte e sobrenatural;<br />
iluminação súbita e geralmente genial, que<br />
tem efeito animador e estimulador da criativida<strong>de</strong><br />
do artista”.<br />
E então lembrei-me <strong>de</strong> uma frase que<br />
cresci ouvindo. “O gran<strong>de</strong> sofrimento do<br />
Criador: tirar tudo <strong>de</strong> um nada qualquer,<br />
e <strong>de</strong>pois ser julgado por qualquer um que<br />
nem com todos os tudos do mundo seria<br />
capaz <strong>de</strong> fazer um simples quase”, escrita<br />
pelo meu avô, Hélio Ribeiro, ator, jornalista<br />
e radialista.<br />
Foi então que percebi que pessoas me<br />
inspiram. Primeiro ele, meu avô materno,<br />
apaixonado por poesia. Lembro-me do brilho<br />
que vinha dos seus olhos quando colocava<br />
o ponto final em uma das suas.<br />
A lembrança <strong>de</strong>ssa época nos fez editar<br />
seus três livros e, assim como ele <strong>de</strong>sejava,<br />
não os ven<strong>de</strong>mos, mas doamos todos os<br />
exemplares para asilos.<br />
Marília Pêra é outra pessoa que sempre<br />
me inspirou e será fonte eterna <strong>de</strong> inspiração.<br />
Versátil, insubstituível e inesquecível.<br />
Uma mulher fantástica que tive a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conhecer trabalhando. E mais: que<br />
mostrou para mim a mais nobre qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um artista, a humilda<strong>de</strong>.<br />
A magia dos musicais da Broadway,<br />
em Nova York, os antigos musicais <strong>de</strong><br />
Hollywood, especialmente com Fred Astaire<br />
e Gene Kelly, e os movimentos leves e<br />
precisos do bailarino russo Mikhail Baryshnikov<br />
também são fonte <strong>de</strong> inspiração para<br />
mim.<br />
A dança, na verda<strong>de</strong>, sempre fez parte<br />
da minha vida. Gosto <strong>de</strong> ficar observando<br />
minha gata, Sarah, uma persa linda, se mover<br />
<strong>de</strong> um jeito leve e fazendo movimentos<br />
perfeitos. Quem po<strong>de</strong> dizer que a maneira<br />
como ela caminha não é dança?<br />
Gosto ainda <strong>de</strong> ver toda a força contida<br />
no trabalho da Deborah Colker e também<br />
<strong>de</strong> acompanhar o trabalho da Regina Miranda,<br />
bailarina, coreógrafa e diretora teatral,<br />
incansável em fazer com que a dança e o<br />
teatro brasileiro sejam mais e mais profissionais<br />
e atinjam o nível <strong>de</strong> produções internacionais.<br />
Mas nem só pessoas são fontes <strong>de</strong> inspiração.<br />
Assim como a Broadway, que transforma<br />
a vida <strong>de</strong> tanta gente, não importa se<br />
espectadores ou artistas, o Teatro Tablado,<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, traz boas lembranças e<br />
faz com que eu me sinta em casa. O lugar é<br />
uma espécie <strong>de</strong> santuário para mim, on<strong>de</strong><br />
passei dois anos estudando e outros muitos<br />
trabalhando. Amo estar ali, amo as histórias<br />
fantásticas do passado e do presente e as<br />
que ainda po<strong>de</strong>rão ser contadas. Fora que é<br />
muito inspirador ver pessoas que passaram<br />
por lá conquistando seus espaços no mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho.<br />
Outro lugar que sempre carrego comigo<br />
e traz também ótimas lembranças é Itaipava,<br />
na Região Serrana do Rio. Um lugar<br />
calmo, silencioso e mágico. Meu canto <strong>de</strong><br />
meditação, o lugar on<strong>de</strong> consigo parar para<br />
pensar na vida.<br />
Temos uma casa <strong>de</strong> família lá, projetada<br />
pela minha mãe, o que faz com que Itaipava<br />
ganhe um ar ainda mais especial. É lá<br />
que me refugio nos fins <strong>de</strong> semana, sempre<br />
acompanhada <strong>de</strong> pessoas queridas que,<br />
mesmo em meio ao dia a dia atribulado, são<br />
também são fontes <strong>de</strong> inspiração para mim.<br />
Bem, agora que chego quase no final<br />
<strong>de</strong>sse texto, vejo que parar para pensar no<br />
que me inspira me fez perceber com clareza<br />
que sou inspirada por pessoas que admiro,<br />
por gente que acredita em paixão, humilda<strong>de</strong><br />
e em entrega.<br />
Percebo ainda que todas essas pessoas<br />
<strong>de</strong>ixaram alguma marca em mim, mesmo<br />
que algumas eu só tenha admirado na tela<br />
do cinema ou em cima <strong>de</strong> um palco.<br />
Assim como vejo que mesmo os lugares<br />
que admiro são também reflexo das pessoas<br />
que passaram e passam por eles.<br />
Ariane Rocha é atriz, bailarina e coreógrafa.<br />
Fundou o canal <strong>de</strong> YouTube Aturando<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 49
prêmios<br />
Fotos: Divulgação<br />
A bem-humorada campanha Recuperação <strong>de</strong> Crédito, que mostra clientes sem cabeça, foi criada pela Propeg para a Caixa e ganhou o Grand Prix <strong>de</strong> Mídias Integradas<br />
Colunistas Brasília <strong>2018</strong> reconhece<br />
as melhores campanhas da região<br />
Propeg foi eleita a Agência do Ano com a conquista <strong>de</strong> três Grand Prix;<br />
Isobar também se <strong>de</strong>stacou com dois GPs; BB é o Anunciante do Ano<br />
Caracterizado basicamente pelo atendimento<br />
a contas públicas <strong>de</strong> governo,<br />
bancos e companhias estatais, o mercado<br />
publicitário <strong>de</strong> Brasília mostrou alto nível<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> neste último ano. Prova<br />
disso são as campanhas que foram <strong>de</strong>staque<br />
no Prêmio Colunistas Brasília <strong>2018</strong>, que<br />
elegeu a Propeg como Agência do Ano. Essa<br />
é a segunda vez que a empresa recebe o título<br />
– a primeira foi em 2014. Um dos cases<br />
<strong>de</strong> maior sucesso da agência foi a campanha<br />
Recuperação <strong>de</strong> Crédito, criada para o<br />
cliente Caixa. Bem-humorado, o comercial<br />
traz clientes sem cabeça e busca mostrar<br />
que negociar os débitos – e colocar a cabeça<br />
no lugar – po<strong>de</strong> ser mais fácil e <strong>de</strong>scomplicado<br />
do que se imagina.<br />
“É preciso enten<strong>de</strong>r que a comunicação<br />
pública tem como objetivo principal prestar<br />
contas e atingir o máximo <strong>de</strong> pessoas<br />
possível. Para competir com todas as marcas<br />
que anunciam você precisa ser criativo<br />
para que sua mensagem seja percebida e a<br />
criativida<strong>de</strong> é uma importante aliada nesta<br />
tarefa”, afirma Vitor Barros, VP <strong>de</strong> atendimento<br />
e gestão da Propeg. Nesta edição do<br />
Prêmio Colunistas Brasília, a agência ganhou<br />
nada menos do que três Grand Prix.<br />
“Este reconhecimento mostra que estamos<br />
cada vez mais alinhados a nossa missão<br />
<strong>de</strong> aliar qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega com qualida<strong>de</strong><br />
criativa. Conquistar três Grand Prix<br />
para três clientes diferentes mostra a consistência<br />
criativa da agência”, reforça Barros.<br />
Além do GP <strong>de</strong> Mídias Integradas com<br />
a campanha Recuperação <strong>de</strong> Crédito para a<br />
Caixa, a Propeg também conquistou o GP<br />
<strong>de</strong> Mídia Impressa com O Mundo no Brasil<br />
para o Ministério do Turismo, e o GP <strong>de</strong> Mídia<br />
com o anúncio Papa Lixo para o governo<br />
do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Outra agência <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na premiação<br />
foi a Isobar, que ganhou dois GPs. O primeiro<br />
<strong>de</strong>les foi o GP <strong>de</strong> Filme com a Exposição<br />
Ex-África, criada para o Banco do Brasil. O<br />
ví<strong>de</strong>o traz um dançarino africano dançando<br />
entre as peças e obras da mostra <strong>de</strong> arte<br />
contemporânea africana instalada no BB.<br />
A Isobar também faturou o GP <strong>de</strong> Peça <strong>de</strong><br />
Mídia Digital com o trabalho Pra Cego Ver,<br />
para a Secom (Secretaria <strong>de</strong> Comunicação<br />
da Presidência da República). A série narra<br />
uma cena da história mo<strong>de</strong>rna mundial<br />
para estimular o uso da #pracegover. As cenas<br />
são do maratonista Van<strong>de</strong>rley Cor<strong>de</strong>iro<br />
<strong>de</strong> Lima, do Ayrton Senna e da final da Copa<br />
do Mundo, com Roberto Baggio.<br />
“Nosso conhecimento e expertise em digital<br />
nos permite contribuir para aprimorar<br />
políticas públicas e melhorar a vida do cidadão<br />
brasileiro ao atuar junto ao governo fe<strong>de</strong>ral<br />
e entida<strong>de</strong>s públicas para se comunicar<br />
e engajar com suas audiências no ambiente<br />
digital. Assim como as marcas privadas<br />
comunicam-se com seus consumidores, a<br />
Isobar coloca a serviço da população as mais<br />
“É preciso enten<strong>de</strong>r<br />
que a comunicação<br />
pública tem como<br />
objetivo principal<br />
prestar contas e atingir<br />
o máximo <strong>de</strong> pessoas<br />
possível. e a criativida<strong>de</strong><br />
É uma importante<br />
aliada nesta tarefa”<br />
50 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Isobar colocou um dançarino<br />
africano para chamar a<br />
atenção na Exposição Ex-África<br />
mo<strong>de</strong>rnas ferramentas digitais para uma<br />
comunicação transparente e legítima entre<br />
governo e cidadão”, <strong>de</strong>staca Mateus Braga,<br />
diretor-executivo <strong>de</strong> criação da Isobar.<br />
Na área <strong>de</strong> produção, o <strong>de</strong>staque ficou<br />
com a Vapt Filmes, pelo Melhor Desempenho<br />
em Produção <strong>de</strong> Comerciais do Ano,<br />
e a DaHouse Audio, por Melhor Desempenho<br />
em Produção <strong>de</strong> Fonogramas do Ano.<br />
“O Colunistas é o prêmio mais tradicional<br />
do mercado brasileiro, com mais <strong>de</strong> 50 anos<br />
<strong>de</strong> história. Por isso, ele representa tanto. É<br />
um dos prêmios que ajudam a nortear toda<br />
a indústria, apontar tendências e mostrar<br />
quais produtoras, agências e anunciantes<br />
estão realizando o melhor trabalho no momento.<br />
É importante ter alguém, ou no caso<br />
uma instituição, que coloque a bola no chão<br />
e aju<strong>de</strong> a olhar o jogo com calma. Organizar<br />
a partida. Isso evita que o mercado entre<br />
no modo automático e garante que o Brasil<br />
continue tendo uma das melhores publicida<strong>de</strong>s<br />
do mundo”, ressalta Rafael Damy,<br />
diretor da Vapt Filmes.<br />
Os outros prêmios ficaram com Wesley<br />
Santos, subsecretário <strong>de</strong> Digital e Inovação<br />
da Secom, escolhido como o Publicitário<br />
do Ano, enquanto Thiago Reis, diretor <strong>de</strong><br />
criação da Fields, foi eleito o Profissional <strong>de</strong><br />
Propaganda do Ano. O Anunciante do Ano é<br />
o Banco do Brasil. Já o Grand Prix <strong>de</strong> Técnica<br />
ficou com o filme Emojis, da Fields para<br />
ANTT (Agência Nacional <strong>de</strong> Transporte Terrestre).<br />
O Portal <strong>de</strong> Notícias Metrópoles foi<br />
reconhecido como o Veículo Eletrônico do<br />
Ano. Houve prêmios extras, com homenagem<br />
póstuma a Ari Cunha e a Evaristo Oliveira,<br />
pela <strong>de</strong>dicação e implantação dos Diários<br />
Associados no Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Atuação exclusiva nas áreas <strong>de</strong><br />
MARKETING, COMUNICAÇÃO E VENDAS<br />
Serviços personalizados na busca <strong>de</strong> soluções para as empresas<br />
em relação aos seus recursos humanos<br />
TRANSIÇÃO DE CARREIRA/<br />
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jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 51
prêmios<br />
DpZ&T, AlmapBBDo e F/Nazca s&s<br />
vencem 40º profissionais do Ano<br />
Agências foram distinguidas pelos jurados da premiação da Re<strong>de</strong> Globo<br />
pela criação dos filmes Astronauta, Limão sem voz e Antropofagia<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
O vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação Rafael Urenha (à frente) brinda o prêmio da DPZ&T com profissionais da agência e da Globo<br />
PAuLo MAcedo<br />
criativida<strong>de</strong> brasileira passa<br />
pelo Prêmio Profissio-<br />
A<br />
nais do Ano, que em <strong>2018</strong> chegou<br />
à sua 40ª edição com cerca<br />
<strong>de</strong> 800 trabalhos disputando os<br />
prêmios nas etapas regionais e<br />
nacional. A data inspirou a ambientação<br />
da festa <strong>de</strong> premiação,<br />
realizada na última quinta-feira<br />
(27), na OCA do Parque<br />
do Ibirapuera, em São Paulo,<br />
com direito a cenografia no formato<br />
<strong>de</strong> túnel do tempo, que<br />
permitiu uma viagem histórica<br />
por comerciais como Apresentador,<br />
o primeiro a receber<br />
o troféu, que marcou o lançamento<br />
do ator Carlos Moreno<br />
como Garoto Bombril, criação<br />
da DPZ com direção <strong>de</strong> Andrés<br />
“Estamos<br />
comEmorando<br />
40 anos do<br />
talEnto E da<br />
propaganda<br />
brasilEira”<br />
Bukowinski. O filme ficou em<br />
exibição no início do túnel,<br />
mas logo em frente os presentes<br />
pu<strong>de</strong>ram contemplar Pé na<br />
porta, da AlmapBBDO para a<br />
Volkswagen, vencedor da área<br />
Mercado Nacional em 2017.<br />
Marcaram presença no evento<br />
garotos-propaganda como<br />
Moreno, que gravou mais <strong>de</strong><br />
600 comerciais para Bombril;<br />
AlmapBBDO ganhou na área Campanha Nacional com projeto para o refrigerante Pepsi<br />
Equipe da F/Nazca Saatchi & Saatchi celebra o prêmio concedido ao filme Antropofagia<br />
52 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Batata (Pergunta lá nos Postos<br />
Ipiranga) e Wandi Doratiotto<br />
(Não é assim uma Brastemp).<br />
Moreno foi um dos âncoras da<br />
premiação e o encerramento<br />
teve show <strong>de</strong> Zeca Pagodinho.<br />
Nessas quatro décadas, o<br />
Profissionais do Ano <strong>de</strong>stinou<br />
prêmios para mais <strong>de</strong> 500 trabalhos,<br />
que envolveram cerca<br />
<strong>de</strong> 800 profissionais. Organizado<br />
pela equipe li<strong>de</strong>rada por Renato<br />
Pereira, diretor <strong>de</strong> relações<br />
com o mercado da Globo, a edição<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong> distinguiu a DPZ&T<br />
com o troféu da área <strong>de</strong> Mercado<br />
Nacional com o comercial<br />
Astronauta, criado para o Banco<br />
Itaú. A produção do filme<br />
foi da Saigon Filmes e o áudio<br />
coor<strong>de</strong>nado pela Satelite. Com<br />
Limão sem voz, a AlmapBBDO<br />
ganhou na área <strong>de</strong> Campanha<br />
Nacional, para a Pepsi. A produção<br />
e a pós-produção tiveram<br />
a assinatura da Vetor Zero.<br />
A parte sonora teve <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da Cabaret. A F/Nazca<br />
Saatchi & Saatchi venceu com o<br />
comercial Antropofagia, criado<br />
para a Pinacoteca do Estado <strong>de</strong><br />
São Paulo, a parte Institucional<br />
da competição da Globo. A produção<br />
e a pós-produção do filme<br />
foram conduzidas, respectivamente,<br />
pela Barry Company<br />
e a Atomo VFX. A parte sonora<br />
foi realizada pela Quiet City<br />
Music+Sound.<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Fabio Fernan<strong>de</strong>s,<br />
presi<strong>de</strong>nte da F/Nazca<br />
S&S, o Profissionais do Ano é<br />
um prêmio <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong>vido ao<br />
seu caráter seletivo. Edu Simon,<br />
da DPZ&T, ressaltou a sensibilida<strong>de</strong><br />
do filme Astronauta.<br />
“Po<strong>de</strong>r acompanhar a evolução<br />
do mercado é um privilégio,<br />
estamos certos <strong>de</strong> que<br />
ele aponta para um futuro promissor,<br />
com uma geração <strong>de</strong><br />
Renato Pereira, <strong>de</strong> camisa branca, divi<strong>de</strong> a cena com Wandi Doratiotto, à esquerda, Carlos Moreno e o ator Batata, do Postos Ipiranga<br />
“mais do quE<br />
marcar a<br />
Evolução pEla<br />
qual passamos,<br />
nos mostra quE o<br />
futuro promEtE<br />
sEr ainda mais<br />
brilhantE”<br />
criativos que promete seguir<br />
essa trajetória <strong>de</strong> sucesso. Estamos<br />
comemorando 40 anos do<br />
talento e da propaganda brasileira,<br />
reiterando nosso compromisso<br />
em fomentar a indústria<br />
criativa e consolidando nossa<br />
parceria com anunciantes e<br />
agências para que o setor continue<br />
em movimento e em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
no país”, disse<br />
Marcelo Duarte, diretor-geral<br />
<strong>de</strong> negócios da Re<strong>de</strong> Globo.<br />
Chegar aos 40 anos e com<br />
relevância é o principal atributo<br />
que Pereira associa ao Profissionais<br />
do Ano. Na verda<strong>de</strong>,<br />
esse período coinci<strong>de</strong> com a<br />
consolidação da criativida<strong>de</strong><br />
da publicida<strong>de</strong> do país, mas<br />
também com alguns marcos<br />
institucionais da ativida<strong>de</strong>. Em<br />
1978, quando a premiação teve<br />
início, foi criado o Conar (Conselho<br />
Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária). O mote<br />
do Profissionais do Ano é Nada<br />
substitui o talento.<br />
“Estamos muito orgulhosos<br />
em atingir esse marco. Nos<br />
últimos anos acompanhamos<br />
<strong>de</strong> perto as mudanças pelas<br />
quais passou a propaganda<br />
brasileira, sempre pautadas<br />
pelo talento e pela criativida<strong>de</strong>,<br />
marcas fortes dos profissionais<br />
do país. Relembrar as gran<strong>de</strong>s<br />
campanhas e momentos, mais<br />
do que marcar a evolução pela<br />
qual passamos, nos mostra<br />
que o futuro promete ser ainda<br />
mais brilhante e temos um longo<br />
caminho a percorrer juntos”,<br />
finalizou Pereira.<br />
Eduardo Becker e Marcelo Duarte, diretor-geral <strong>de</strong> negócios da Re<strong>de</strong> Globo<br />
Cenografia montada na OCA para a linha do tempo do Prêmio Profissionais do Ano<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 53
prêmios<br />
Divulgação<br />
Organização do El Ojo <strong>2018</strong> reuniu em São Paulo alguns brasileiros que representarão o país no festival como jurados, conferencistas e presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />
el ojo <strong>2018</strong> apresenta <strong>de</strong>legação<br />
brasileira com 48 profissionais<br />
Brasil terá na edição <strong>de</strong>ste ano do festival quatro presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri,<br />
seis conferencistas e 40 jurados, distribuídos em 22 categorias<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
2<strong>1º</strong> El Ojo <strong>de</strong> Iberoamérica terá quatro<br />
O presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júris, 40 jurados e seis<br />
conferencistas brasileiros. A escalação dos<br />
48 profissionais foi apresentada dia 25 em<br />
coletiva <strong>de</strong> imprensa na R/GA em São Paulo.<br />
Com a edição <strong>de</strong> <strong>2018</strong> marcada para o<br />
período <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> a 2 <strong>de</strong> novembro<br />
em Buenos Aires, o festival é consi<strong>de</strong>rado<br />
o maior encontro <strong>de</strong> profissionais e a mais<br />
importante premiação da criativida<strong>de</strong> em<br />
comunicações da América Latina.<br />
Santiago Keller Sarmiento, presi<strong>de</strong>nte do<br />
El Ojo, afirma que o festival segue inovador<br />
e mantém em seu DNA observador do presente<br />
e preocupado com o futuro. “El Ojo<br />
tem uma função social. Não é apenas reconhecer<br />
as melhores i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>sses países ou<br />
juntar talentos para <strong>de</strong>bater e trocar i<strong>de</strong>ias.<br />
Temos uma missão cultural e social <strong>de</strong> contribuir<br />
para um mundo melhor. A indústria<br />
criativa também tem esse papel”, afirma.<br />
Brasileiros em Buenos aires<br />
Os seis conferencistas brasileiros são<br />
Fernando Machado, CMO Global do Burger<br />
King; Marcia Esteves, CEO da Grey Brasil;<br />
Mônica Charoux, especialista em comunicações<br />
corporativas e <strong>de</strong>fensora da diversida<strong>de</strong>;<br />
Viviane Pepe, global creative & contet<br />
director da Avon; Eco Moliterno, CCO Latam<br />
da Accenture Interactive, que também<br />
é jurado em Digital & Social; e Saulo Rodrigues,<br />
VP e diretor-executivo <strong>de</strong> criação da<br />
R/GA São Paulo, que presi<strong>de</strong> os júris das<br />
competições Design e Produção Digital.<br />
Mônica e Marcia estão em um painel <strong>de</strong><br />
mulheres, focado em diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gênero e impacto em negócios. “A<br />
i<strong>de</strong>ia é ter uma conversa propositiva e com<br />
i<strong>de</strong>ias sobre isso, falar com mulheres que<br />
54 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
estão li<strong>de</strong>rando a mudança”, explica Mônica.<br />
“É muito interessante perceber que os<br />
principais festivais têm colocado isso em<br />
pauta importante. Esse não é um assunto<br />
feminino, mas da socieda<strong>de</strong>”, diz Marcia.<br />
Os 40 jurados brasileiros estão distribuídos<br />
em 22 categorias. Fazem parte <strong>de</strong>les os<br />
profissionais Joanna Monteiro (FCB Brasil)<br />
e Andrea Siqueira (Betc/Havas), nas categorias<br />
Terceiro Ojo, Campanhas Integradas e<br />
Melhor I<strong>de</strong>ia Latina para o Mundo; Bruno<br />
Prosperi (AlmapBBDO), Domenico Massareto<br />
(Publicis) e Félix <strong>de</strong>l Valle (Ogilvy<br />
Brasil), que vão avaliar Film; Filipe Cuvero<br />
(Dentsu), em Rádio; María Fernanda Chaccur<br />
(Momentum) e Celio Ashcar (Aktuellmix),<br />
em Experiência <strong>de</strong> Marca & Ativação;<br />
Alexandre Tommasi (Globo), em Conteúdo;<br />
Adriano Alarcon (DM9DDB), em Via Pública;<br />
e Rafael Pitanguy (Y&R), em Inovação.<br />
Jurado <strong>de</strong> Gráfica, Adriano Matos, VP <strong>de</strong><br />
criação da Grey Brasil, acredita que poucas<br />
categorias tiveram uma necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reinvenção tão gran<strong>de</strong>. “No fundo, a<br />
categoria ainda é, na maior parte, um papel<br />
pintado com alguma coisa, como era 20<br />
anos atrás, e reinventar esse papel pintado<br />
é eminente para todo mundo”, diz. Apesar<br />
disso, ele vê inovação e aponta que Cannes<br />
trouxe publishing para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> print.<br />
“Isso está forçando o raciocínio <strong>de</strong> print a ir<br />
além e direcionar para conteúdo. Se eu faço<br />
um projeto <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um livro, ele passa a<br />
ser elegível em gráfica, por exemplo. O raciocínio<br />
<strong>de</strong> conteúdo gráfico está tomando<br />
conta da parte <strong>de</strong> print junto com a inovação.<br />
São alguns recursos que estão levando<br />
a categoria para uma contemporaneida<strong>de</strong>.<br />
Acho sensacional julgar uma categoria que<br />
po<strong>de</strong>ria ser velha, mas que está sendo reinventada<br />
por causa da criativida<strong>de</strong>.” Já Igor<br />
Ferreira, sócio e diretor-executivo da Corazon<br />
Filmes, integra seu primeiro júri. Para<br />
avaliar Produção Audiovisual, ele busca<br />
o craft, uma linguagem diferente. “Estou<br />
procurando histórias bem contadas”, diz.<br />
“Acho sensAcionAl<br />
julgAr umA cAtegoriA<br />
que po<strong>de</strong>riA ser velhA,<br />
mAs que está sendo<br />
reinventAdA por cAusA<br />
dA criAtividA<strong>de</strong>”<br />
encontros e experiências<br />
Os quatro presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri brasileiros<br />
já haviam sido relevados em agosto. Além<br />
<strong>de</strong> Rodrigues, da R/GA São Paulo, à frente<br />
dos júris <strong>de</strong> El Ojo Design e El Ojo Produção<br />
Digital; o festival terá Felipe Luchi, sócio e<br />
CCO da Lew’Lara\TBWA, no júri El Ojo Direto;<br />
Rodrigo Jatene, CCO da Grey West, coor<strong>de</strong>nando<br />
a categoria Sustentável; e Claudio<br />
Lima, da Cheil Latam, em Inovação.<br />
Com 22 anos <strong>de</strong> carreira, Luchi leva para<br />
o festival a experiência <strong>de</strong> já ter presidido<br />
um júri e o frescor do primeiro contato com<br />
a categoria Direct. “Acredito que é uma das<br />
categorias mais difíceis para julgar atualmente.<br />
Porque é muito difícil limitar o que<br />
é Direct e o que não é. Direct acaba pegando<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> várias plataformas e mídias e<br />
colocando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la. Terei esse esforço<br />
para enten<strong>de</strong>r o que é e o que precisa ficar<br />
fora para não premiar alguma coisa que não<br />
tenha Direct no centro da i<strong>de</strong>ia”, explica.<br />
Estreando como presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri, Lima,<br />
da Cheil, afirma que julgar Inovação atualmente<br />
está muito baseado em como novas<br />
tecnologias ou já existentes são usadas para<br />
fazer algo que nunca foi feito. Ele também<br />
<strong>de</strong>staca o momento da América Latina na<br />
categoria. “A região está vivendo uma fase<br />
muito especial. Em Cannes, das três agências<br />
mais premiadas em Inovação, duas<br />
foram da Colômbia. É um momento único<br />
julgar este ano”, comenta.<br />
Também coor<strong>de</strong>nando um júri pela primeira<br />
vez, Rodrigues, da R/GA São Paulo,<br />
vive a experiência <strong>de</strong> forma dupla, à frente<br />
<strong>de</strong> Design e Produção Digital. Para o <strong>de</strong>safio,<br />
ele afirma que levará o que sempre acreditou<br />
sobre <strong>de</strong>sign. “Apesar <strong>de</strong> ter propostas<br />
diferentes, as duas categorias têm <strong>de</strong>sign<br />
no core. Sempre acreditei que ele tem um<br />
papel muito maior do que simplesmente<br />
ser bonito. Principalmente num momento<br />
em que os clientes precisam <strong>de</strong> tanta relevância,<br />
transformar e criar oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> negócio. Gostaria muito <strong>de</strong> levar a visão<br />
e que a gente premiasse o <strong>de</strong>sign que seja<br />
humano e esteja servindo aos consumidores,<br />
às marcas com um propósito maior.”<br />
Rodrigues, Lima, Luchi e Jatene se unem<br />
a representantes internacionais encarregados<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar os jurados para escolher<br />
as melhores i<strong>de</strong>ias. Os outros 12 presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> júri são Amanda Berenstein, managing<br />
director da Weber Shandwick México<br />
(PR); Beto Nahmad, diretor-executivo <strong>de</strong><br />
criação da VCCP Espanha (Rádio); Raúl<br />
Cardós, fundador e presi<strong>de</strong>nte da Anônimo<br />
(Sports); Paola Aldaz, VP <strong>de</strong> marketing da<br />
Mastercard Colômbia e Equador (Eficácia);<br />
Javier Campopiano, sócio e CCO da FCB<br />
México (Film); Daniel Minaker, CCO regional<br />
da Wun<strong>de</strong>rman Latam (Digital & Social);<br />
Carolina Coppoli, head of <strong>de</strong>sign services<br />
para Hispanic South America na Accenture<br />
Interactive (Creative Data); Maxi Maddalena,<br />
VP <strong>de</strong> criação da Ogilvy Argentina (Via<br />
Pública); Álvaro Becker, diretor-geral <strong>de</strong><br />
criação da Y&R Santiago (Gráfica); Laura<br />
Visco, da 72andSunny (El Tercer Ojo, Campanhas<br />
Integradas e Melhor I<strong>de</strong>ia Latina<br />
para o Mundo); Álvar Suñol, da Alma (Conteúdo);<br />
e Francisco Cassis, da Lola Mullen-<br />
Lowe (Experiência <strong>de</strong> Marca & Ativação).<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 55
PrêMios<br />
Há 25 anos, Multishow coroa os<br />
<strong>de</strong>staques da música brasileira<br />
Transmissão <strong>de</strong> especial teve conteúdo multiplataforma; marcas como<br />
Banco do Brasil, Fiat, Garoto, Samsung e Smirnoff participaram das ações<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
famosa expressão Girl<br />
A Power, usada como termo<br />
para <strong>de</strong>monstrar o po<strong>de</strong>r feminino,<br />
rondava os corredores do<br />
Prêmio Multishow, que ocorreu<br />
no último dia (25), na Jeunesse<br />
Arena, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. A edição<br />
especial, que celebrou um<br />
quarto <strong>de</strong> século elegendo os<br />
maiores <strong>de</strong>staques do cenário<br />
musical do país em 17 categorias,<br />
trouxe pela primeira vez<br />
duas mulheres para apresentar<br />
o evento: Tatá Werneck e Anitta.<br />
A queridinha da comédia e<br />
a popstar brasileira foram escolhidas<br />
porque possuem duas<br />
das principais características<br />
do canal, o humor e a música.<br />
Com tom nostálgico, mas<br />
<strong>de</strong> olho no futuro, a cerimônia<br />
relembrou músicas e artistas<br />
que já foram consagrados na<br />
premiação com gran<strong>de</strong>s apresentações.<br />
Segundo Guilherme<br />
Zattar, diretor do Multishow,<br />
apesar da trajetória bem-sucedida<br />
nestes 25 anos, este é apenas<br />
o começo do que virá pela<br />
frente.<br />
“O Multishow tem uma trajetória<br />
muito legal com a música.<br />
São 25 anos celebrando a<br />
diversida<strong>de</strong> musical na companhia<br />
<strong>de</strong> artistas consagrados<br />
e recebendo e acompanhando<br />
<strong>de</strong> perto a revelação <strong>de</strong> novos<br />
talentos. Nesta edição comemorativa<br />
queremos contar um<br />
pouquinho <strong>de</strong>ssa nossa história<br />
e teremos muitas presenças<br />
especiais ao nosso lado. Nossa<br />
missão continua sendo entregar<br />
a cada ano um gran<strong>de</strong> espetáculo<br />
para o nosso público,<br />
que faz toda essa festivida<strong>de</strong><br />
ser realizada”, diz Tatiana Costa,<br />
diretora <strong>de</strong> programação e<br />
conteúdo digital do Multishow.<br />
Assim como no ano passado,<br />
a transmissão do evento foi<br />
multiplataforma e contou com<br />
materiais exclusivos e diferenciados<br />
para TV, site, VOD, You-<br />
Tube e re<strong>de</strong>s sociais. Um pré-<br />
-show, antes do início oficial na<br />
A apresentadora Tatá Werneck e a cantora Anitta comandaram a atração que consagrou os melhores da música brasileira<br />
televisão, mostrou as celebrida<strong>de</strong>s<br />
que passaram pelo tapete<br />
vermelho e contou com shows<br />
ao vivo. A exibição <strong>de</strong>sses momentos<br />
marcou a primeira live<br />
do canal KondZilla, parceria do<br />
Multishow neste projeto junto<br />
com o canal DD11. Ao todo o<br />
conteúdo foi transmitido para<br />
mais <strong>de</strong> 10 telas.<br />
“Po<strong>de</strong>mos dizer que o Multishow<br />
é referência, inclusive<br />
internacional, quando se trata<br />
<strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> conteúdo multitela.<br />
Por ser uma data especial<br />
o tapete vermelho, a cerimônia<br />
e as iniciativas digitais do<br />
prêmio ganharam proporções<br />
que nunca tiveram. A escolha<br />
dos influenciadores foi muito<br />
criteriosa consi<strong>de</strong>rando a<br />
complementarieda<strong>de</strong> ao linear.<br />
Uma das gran<strong>de</strong>s novida<strong>de</strong>s foi<br />
estarmos extrapolando nossa<br />
transmissão ao vivo para plataformas<br />
parceiras, que possuem<br />
total a<strong>de</strong>rência ao conteúdo<br />
do canal, KondZilla na música<br />
“Po<strong>de</strong>mos dizer<br />
que o multishow<br />
é referência,<br />
inclusive<br />
internacional,<br />
quando se trata<br />
<strong>de</strong> entrega<br />
<strong>de</strong> conteúdo<br />
multitela”<br />
AgNews/Divulgação<br />
e DD11 no humor. Nossa 25ª<br />
edição é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
celebrar e antecipar tendências<br />
para tornar a nossa transmissão<br />
multiplataforma cada vez mais<br />
grandiosa e inovadora”, <strong>de</strong>clara<br />
Tatiana.<br />
Os cantores Anitta e o rapper<br />
baiano Baco Exu do Blues foram<br />
os gran<strong>de</strong>s vencedores da<br />
noite, que contou com diversas<br />
apresentações musicais – e um<br />
show especial <strong>de</strong> Os Tribalistas.<br />
O evento encerrou com a<br />
participação <strong>de</strong> Ivete Sangalo,<br />
a artista que mais recebeu troféus<br />
na história da premiação.<br />
A cantora também ganhou um<br />
prêmio especial por sua trajetória<br />
<strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> carreira.<br />
A edição <strong>de</strong>ste ano contou<br />
com patrocínio do Banco do<br />
Brasil, Fiat, Garoto, Samsung<br />
e Smirnoff. As marcas foram<br />
incorporadas no <strong>de</strong>correr do<br />
evento, ao longo da programação<br />
linear e em todas nas plataformas<br />
digitais.<br />
56 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
aRena do espoRte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
RefoRço 1<br />
O Santos, do craque Gabriel Barbosa, tem<br />
contrato ampliado com a Brahma para a<br />
temporada <strong>2018</strong>/2019. A cervejaria da<br />
Ambev apoia iniciativas <strong>de</strong> melhoria na<br />
estrutura do clube <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013, por meio<br />
da plataforma Movimento Por um Futebol<br />
Melhor. O acordo, válido por um ano, tem<br />
início a partir <strong>de</strong> segunda-feira (<strong>1º</strong>). No ano<br />
passado, a marca <strong>de</strong>u apoio à montagem<br />
da Fábrica <strong>de</strong> Campeões, aca<strong>de</strong>mia do<br />
CT Rei Pelé, com aquisição <strong>de</strong> novos<br />
aparelhos e remo<strong>de</strong>lagem do espaço.<br />
Divulgação/Ivan Storti/Santos FC<br />
RefoRço 2<br />
A parceria também oferecerá aos<br />
torcedores do Santos <strong>de</strong>scontos e benefícios<br />
em produtos da Ambev. Como contrapartida,<br />
o acordo prevê exposição da<br />
marca nos backdrops das salas <strong>de</strong> coletiva<br />
do clube, em placas na Vila Belmiro, nos<br />
CTs Rei Pelé e no da base. A marca também<br />
<strong>de</strong>ve ser exposta no placar do estádio. A<br />
plataforma <strong>de</strong> incentivo ao esporte contempla<br />
73 clubes no Brasil, entre eles Cruzeiro,<br />
Flamengo, Palmeiras, Ponte Preta e<br />
São Paulo. Outras marcas também apoiam<br />
o projeto, tais como Bridgestone, Centauro,<br />
Copa Airlines, Movida e Pepsico.<br />
RebRanding 1<br />
A partida final da Copa do Brasil, marcada para o dia 17 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>,<br />
ganhará um novo formato <strong>de</strong> transmissão, algo inédito no torneio.<br />
O jogo entre Corinthians e Cruzeiro terá cobertura <strong>de</strong> influenciadores<br />
digitais e comentaristas esportivos que mostrarão os bastidores<br />
em uma transmissão via streaming na plataforma Twitch.<br />
O anúncio foi feito na semana passada, durante um encontro <strong>de</strong><br />
comunicação digital que reuniu patrocinadores, influenciadores e<br />
profissionais <strong>de</strong> marketing dos clubes envolvidos no torneio.<br />
RebRanding 2<br />
A TV Globo segue como <strong>de</strong>tentora dos direitos <strong>de</strong> transmissão do<br />
torneio e veiculará a partida na íntegra em TV aberta. No evento,<br />
foi anunciada uma parceria <strong>de</strong> conteúdo com o site Torcedores.<br />
com, para um curso <strong>de</strong> formação para profissionais <strong>de</strong> conteúdo<br />
digital. Ambos investimentos visam amplificar as conversas<br />
sobre a Copa do Brasil na internet. O torneio acaba <strong>de</strong> fazer um<br />
rebranding em sua marca. Isso inclui o lançamento <strong>de</strong> seu canal no<br />
Watch do Facebook, on<strong>de</strong> veicula a série Contos do povo da bola.<br />
coRReRia<br />
No dia 4 <strong>de</strong> novembro, Nova York receberá a maior maratona do mundo. Serão mais <strong>de</strong> 50<br />
mil corredores na Big Apple. A New Balance, que patrocina a competição, está ativando<br />
o evento e o Brasil é um dos países <strong>de</strong> interesse. Na semana passada, realizou o evento<br />
The Road to NYC Marathon, com <strong>de</strong>bates <strong>de</strong> profissionais e amadores que já disputaram<br />
a corrida, entre eles, o espanhol e ex-atleta olímpico Roberto Mandje. Na ocasião, a New<br />
Balance apresentou os lançamentos para a maratona: o 1080v8 e o FuelCell Impulse.<br />
onda<br />
A cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro recebe neste fim <strong>de</strong> semana as ativações da Neutrox Weekend,<br />
na Barra da Tijuca. O evento está em sua segunda edição e chega para reforçar o posicionamento<br />
da marca no<br />
território <strong>de</strong> lifestyle.<br />
O público terá<br />
acesso à prática<br />
<strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s<br />
gratuitas como<br />
surfe, skate e vôlei,<br />
além <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> ioga,<br />
funcional e zumba. O<br />
projeto tem <strong>de</strong>sdobramentos<br />
na internet, com a ação<br />
#famílianeutrox, que reúne 10 influenciadoras,<br />
entre elas a surfista Chloé<br />
Calmon (foto). A esportista produzirá<br />
conteúdo em suas re<strong>de</strong>s sociais e nos<br />
perfis da marca. Já na TV, a Neutrox realizará<br />
ações <strong>de</strong> merchandising e inserções<br />
comerciais no programa Surfland,<br />
do SBT.<br />
endorfina criativa<br />
Treino praticamente todos<br />
os dias intercalando spinning,<br />
musculação e corrida.<br />
Trabalho sempre com disposição<br />
e bom humor e com certeza atribuo<br />
esta leveza ao esporte. Sou a maior<br />
incentivadora do esporte, e isso<br />
acabou resultando numa aca<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong>ntro da produtora para todos”.<br />
Déo Borba, produtora-executiva da Cine<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57
digitAl<br />
O AdrianHancu/iStock<br />
O cenário estimado pela<br />
eMarketer é que a empresa passe<br />
a <strong>de</strong>ter aproximadamente 4,15% do<br />
market share <strong>de</strong> receita publicitária<br />
nos Estados Unidos<br />
Amazon avança<br />
a todo vapor em<br />
publicida<strong>de</strong> online<br />
Companhia <strong>de</strong>ve se tornar a terceira empresa<br />
que mais fatura com o segmento nos Estados<br />
Unidos, com receita <strong>de</strong> US$ 4,6 bilhões<br />
“Isso sIgnIfIca<br />
que o ambIente<br />
<strong>de</strong> publIcIda<strong>de</strong><br />
dIgItal está<br />
sendo cada vez<br />
maIs domInado<br />
pelas empresas<br />
<strong>de</strong> tecnologIa”<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Ao comprar o Washington<br />
Post em 2013, por US$ 250<br />
milhões, Jeff Bezos, fundador<br />
da Amazon, entrou <strong>de</strong>finitivamente<br />
para uma posição <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque no mercado <strong>de</strong> comunicação.<br />
No entanto, cinco<br />
anos <strong>de</strong>pois, curiosamente, é<br />
na companhia <strong>de</strong> tecnologia<br />
criada por ele on<strong>de</strong> o faturamento<br />
com publicida<strong>de</strong> está<br />
em franca ascensão. A receita<br />
com o segmento cresceu 132%<br />
no primeiro semestre, em relação<br />
ao mesmo período <strong>de</strong><br />
2017, atingindo US$ 2,2 bilhões.<br />
Agora, <strong>de</strong> acordo com dados revelados<br />
por uma pesquisa da<br />
eMarketer em setembro, a empresa<br />
<strong>de</strong>ve escalar algumas<br />
posições no ranking dos principais<br />
ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
digital nos Estados Unidos.<br />
Em números gerais, isso<br />
significa que a Amazon <strong>de</strong>ve<br />
gerar no ano um total <strong>de</strong><br />
US$ 4,6 bi em receita publicitária<br />
online no mercado norte-<br />
-americano. Com isso, a gigante<br />
ultrapassa companhias como<br />
a Oath, da Verizon, e a Microsoft,<br />
ocupando a terceira posição.<br />
Apenas Google e Facebook<br />
estão agora na sua frente. “A<br />
Amazon tem sido a estrela em<br />
termos <strong>de</strong> aceleração nas vendas<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> digital, com<br />
crescimento mais alavancado<br />
que seus concorrentes Google<br />
e Facebook e isso significa que<br />
o ambiente <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> digital<br />
está sendo cada vez mais<br />
dominado pelas empresas <strong>de</strong><br />
tecnologia”, afirma Paulo Queiroz,<br />
um dos profissionais mais<br />
experientes e respeitados do<br />
mercado brasileiro e hoje CEO<br />
e fundador da PQ Consultoria.<br />
O cenário estimado pela<br />
eMarketer é que a empresa criada<br />
por Jeff Bezos passe a <strong>de</strong>ter<br />
aproximadamente 4,15% do<br />
market share <strong>de</strong> receita publicitária<br />
nos Estados Unidos, acima<br />
dos 2,7% previstos em março<br />
<strong>de</strong>ste mesmo ano. De acordo<br />
com a empresa <strong>de</strong> pesquisa,<br />
fatores como crescimento orgânico<br />
das receitas publicitárias<br />
e alterações na contabilida<strong>de</strong><br />
foram <strong>de</strong>terminantes para chegar<br />
a tal resultado. E o que isso<br />
significa no cenário geral da comunicação?<br />
“Amazon, Apple,<br />
Microsoft, Google e Facebook<br />
investiram enormes quantias<br />
<strong>de</strong> dinheiro na construção <strong>de</strong><br />
suas ‘ad tech stacks’, que numa<br />
<strong>de</strong>finição geral é um conjunto<br />
<strong>de</strong> tecnologias capaz <strong>de</strong> comprar<br />
e ven<strong>de</strong>r mídia; otimizar;<br />
gerar relatórios analíticos;<br />
construir audiências; gerenciar<br />
inventário e faturamento; até<br />
mesmo criar peças digitais <strong>de</strong><br />
forma dinâmica e automatizada;<br />
tudo em tempo real”, explica<br />
Queiroz.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com a eMarketer,<br />
a diferença para outros<br />
players, como Google e Facebook,<br />
é que a Amazon atrai<br />
anunciantes que buscam informações<br />
diretas sobre a conversão<br />
<strong>de</strong> seus anúncios em ven-<br />
das. “A empresa está bastante<br />
agressiva na criação <strong>de</strong> negócios<br />
digitais, <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong><br />
seus muros. Também <strong>de</strong> uma<br />
forma simplificada, eu po<strong>de</strong>ria<br />
dizer que ela virou uma espécie<br />
<strong>de</strong> conexão entre o e-commerce<br />
e o shopper maketing, além<br />
<strong>de</strong> se tornar também uma agência<br />
<strong>de</strong> mídia. A Amazon leva ao<br />
limite o conceito real time building,<br />
no momento exato da <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> compra e usando a opinião<br />
dos consumidores como<br />
argumento <strong>de</strong> venda. Não à toa,<br />
ela está em quase todos os planos<br />
<strong>de</strong> mídia nos Estados Unidos”,<br />
argumenta o publicitário.<br />
Vale registrar, no entanto,<br />
que as duas gigantes que ocupam<br />
o topo do ranking (Google<br />
e Facebook) ainda estão bem à<br />
frente <strong>de</strong> todas as outras companhias.<br />
As projeções registram<br />
que, juntas, elas controlarão<br />
58% do mercado <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
digital dos Estados Unidos,<br />
com faturamento combinado<br />
<strong>de</strong> US$ 64 bilhões.<br />
58 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fake News<br />
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11 2065 0738
KELLY DORES<br />
Foi <strong>de</strong> uma viagem à Índia<br />
que veio a inspiração para<br />
os irmãos Breno Moraes e<br />
Mariana Malveira criarem um<br />
site para ven<strong>de</strong>r passagens <strong>de</strong><br />
ônibus online no Brasil. Em<br />
2012, nasceu a Brasil by Bus,<br />
inicialmente focada em venda<br />
<strong>de</strong> passagens para estrangeiros,<br />
que hoje evoluiu para a nova<br />
plataforma DeÔnibus. “No<br />
meio daquele caos na Índia, a<br />
gente conseguiu viajar para todo<br />
canto reservando passagens<br />
pela internet. Lá tem um player<br />
chamado RedBus, que funcionava<br />
muito bem, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio<br />
a nossa inspiração. Pensamos:<br />
se na Índia funciona, podíamos<br />
fazer no Brasil também”, conta<br />
Mariana, que é <strong>de</strong>signer por<br />
formação.<br />
Segundo ela, no início, não<br />
havia nenhum portal que vendia<br />
passagens rodoviárias para<br />
estrangeiros no mercado brasileiro,<br />
um nicho que eles ocuparam<br />
muito bem até 2014,<br />
quando veio a Copa no Brasil<br />
e os outros players também se<br />
adaptaram para ven<strong>de</strong>r aos estrangeiros.<br />
“Aí a Copa acabou,<br />
os estrangeiros foram embora<br />
e a gente viu que esse era um<br />
mercado que tinha muita carência<br />
para o próprio brasileiro,<br />
que é o maior público no país”.<br />
Mariana conta que as oportunida<strong>de</strong>s<br />
nesse mercado <strong>de</strong><br />
venda <strong>de</strong> passagem online <strong>de</strong><br />
ônibus no Brasil são enormes.<br />
Só para se ter uma i<strong>de</strong>ia, atualmente,<br />
apenas 6% das passagens<br />
rodoviárias são vendidas<br />
pela internet. “A galera ainda<br />
associava muito a viagem <strong>de</strong><br />
ônibus como perrengue”, ressalta<br />
ela.<br />
O próximo passo foi começar<br />
a reposicionar a empresa e<br />
a marca. Hoje, os dois portais<br />
são ativos – tanto o DeÔnibus<br />
quanto o Brasil by Bus –, mas<br />
a marca mãe é a DeÔnibus. “A<br />
gente vendia passagem muito<br />
bem, mas as pessoas não lemdigital<br />
Viagem à Índia inspira brasileiros a<br />
ven<strong>de</strong>r passagens <strong>de</strong> ônibus online<br />
De cara nova, DeÔnibus é o segundo maior portal em atuação no<br />
mercado nacional e tem o objetivo <strong>de</strong> expandir para a América Latina<br />
Mariana Malveira: “Nunca tivemos o foco em <strong>de</strong>senvolver uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual como agora”<br />
bravam o nome do site, o nome<br />
Brasil by Bus causava uma certa<br />
confusão, por isso <strong>de</strong>cidimos<br />
mudar, mas manter essa marca<br />
para os estrangeiros”.<br />
A nova marca foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
pelo Estúdio Mezanino, que<br />
tinha o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> encontrar um<br />
nome que fosse fácil <strong>de</strong> ser lembrado,<br />
<strong>de</strong> ser lido, pronunciado<br />
e fosse associado ao segmento.<br />
Outro <strong>de</strong>safio era ter uma marca<br />
que representasse mobilida<strong>de</strong><br />
e locomoção, tanto que se<br />
optou por uma fonte mais arredondada.<br />
De acordo com a executiva,<br />
a receptivida<strong>de</strong> do mercado<br />
tem sido muito boa com o lançamento<br />
da DeÔnibus. “Antes,<br />
parece que existia uma barreira<br />
por causa do nome. Com a<br />
Brasil by Bus, embora a gente<br />
ven<strong>de</strong>sse muito bem, nunca tivemos<br />
um foco em <strong>de</strong>senvolver<br />
uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual como<br />
“A gente quer<br />
dominAr o mundo.<br />
nosso foco é<br />
li<strong>de</strong>rAr o mercAdo<br />
no BrAsil e<br />
expAndir pArA A<br />
AméricA lAtinA”<br />
Divulgação<br />
agora. Essa foi a primeira vez<br />
que a gente parou para pensar<br />
em como conversar com o nosso<br />
público, a i<strong>de</strong>ntificação da<br />
persona. Foi um processo muito<br />
rico”, lembra Mariana.<br />
As expectativas? “A gente<br />
quer dominar o mundo. Hoje,<br />
somos o segundo player no<br />
mercado <strong>de</strong> intermediação (ClickBus<br />
é o lí<strong>de</strong>r). Nosso foco é<br />
li<strong>de</strong>rar o mercado no Brasil e<br />
expandir para a América Latina<br />
para que todo brasileiro possa<br />
viajar com a DeÔnibus”, <strong>de</strong>staca<br />
Mariana. Segundo dados<br />
internos, a empresa já ven<strong>de</strong>u<br />
mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> passagens,<br />
aten<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 5 mil <strong>de</strong>stinos<br />
e tem parceria com mais <strong>de</strong> 140<br />
empresas <strong>de</strong> ônibus. Segundo a<br />
executiva, o mercado <strong>de</strong> passagens<br />
rodoviárias caminha cada<br />
vez mais para a dinâmica do<br />
mercado <strong>de</strong> passagens aéreas.<br />
“Vai ficar muito melhor”.<br />
60 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digital<br />
Estudo da iProspect vê crescimento<br />
da publicida<strong>de</strong> nas mídias sociais<br />
LinkedIn contabilizou avanço <strong>de</strong> 245% na base anual <strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong><br />
210 marcas, mas a média pon<strong>de</strong>rada é <strong>de</strong> 40% em todas as plataformas<br />
Paulo Macedo<br />
pesquisa Paid Social Trends,<br />
realizada no segundo<br />
A<br />
trimestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong> com base no<br />
período <strong>de</strong> julho do ano passado<br />
a junho <strong>de</strong>ste ano, mostra<br />
um crescimento dos investimentos<br />
em publicida<strong>de</strong> nos<br />
canais <strong>de</strong> social media <strong>de</strong> 40%<br />
nos budgets <strong>de</strong> 210 anunciantes<br />
<strong>de</strong> 54 países, inclusive do Brasil.<br />
O LinkedIn li<strong>de</strong>rou o avanço<br />
com variação <strong>de</strong> 245%. A performance<br />
po<strong>de</strong> ser associada à<br />
sazonalida<strong>de</strong> que ocorre no segundo<br />
trimestre, mas essa plataforma<br />
é uma das preferidas<br />
para ações B2B e B2C com produtos<br />
corporativos e <strong>de</strong> luxo,<br />
além da atrativida<strong>de</strong> das funções<br />
Lead Generation e o Carousel<br />
Ads. A análise também<br />
envolveu Facebook, Instagram,<br />
Pinterest, Snapchat e Twitter.<br />
A média pon<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> crescimento<br />
global é <strong>de</strong> 40%.<br />
O Facebook teve avanço <strong>de</strong><br />
54%, mas o estudo observou<br />
que o ví<strong>de</strong>o já representa 53%<br />
das ações pagas. “Isso é <strong>de</strong>vido<br />
à adoção <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s como o<br />
Instagram Stories e In-Stream<br />
(mid-roll), bem como a maior<br />
adoção <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e<br />
animação para blocos <strong>de</strong> anúncios”,<br />
explica Gustavo Macedo,<br />
diretor <strong>de</strong> marketing e creative<br />
content da iProspect. O Snapchat<br />
cresceu 142%, <strong>de</strong>sempenho<br />
associado aos filtros não<br />
geográficos e lentes snap. Além<br />
disso, o Snap Ads, lançado recentemente,<br />
teve aumento <strong>de</strong><br />
166%. O Pinterest registrou um<br />
crescimento <strong>de</strong> 17%. O Twitter<br />
foi o único canal que registrou<br />
queda em ad sales: 66%.<br />
“Os anúncios em mídias sociais<br />
continuam a ganhar espaço<br />
<strong>de</strong>ntro do mix <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />
marketing. Isso tanto pela mudança<br />
do comportamento do<br />
consumidor, como por melhorias<br />
das plataformas que continuam<br />
a <strong>de</strong>senvolver formatos<br />
mais amigáveis para os anunciantes.<br />
Apenas no segundo<br />
Gustavo Macedo explica que há uma febre no mercado brasileiro pelo formato Stories, do Instagram, plataforma do Facebook<br />
“há um foco maior<br />
no facebook<br />
e Youtube, as<br />
re<strong>de</strong>s com maior<br />
penetração e<br />
audiência no país”<br />
Divulgação<br />
trimestre, já foram ao menos 72<br />
atualizações. Essas alterações<br />
impactam o <strong>de</strong>sempenho das<br />
campanhas, retroalimentando<br />
o interesse neste tipo <strong>de</strong> comunicação”,<br />
enfatizou Macedo.<br />
Quais os reflexos no Brasil?<br />
Macedo respon<strong>de</strong>: “Embora o<br />
ritmo seja um pouco menor,<br />
vemos um cenário semelhante:<br />
investimento crescente em<br />
mídias sociais ano a ano. Esse<br />
movimento no Brasil tem suas<br />
características próprias, por<br />
exemplo, vemos as marcas investindo<br />
individualmente mais,<br />
mas vemos também cada vez<br />
mais marcas, empresas e instituições<br />
ingressando neste mundo.<br />
Nesse sentido, a crise econômica<br />
levou muitas empresas<br />
a buscarem alternativas mais<br />
assertivas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e, certamente,<br />
a mídia digital en<strong>de</strong>reça<br />
muito bem estas questões. O<br />
foco do cliente, e das agências,<br />
tem sido atingir o consumidor<br />
cada vez mais disperso na gran<strong>de</strong><br />
oferta <strong>de</strong> mídia que temos<br />
atualmente <strong>de</strong> forma mais individualizada,<br />
e as re<strong>de</strong>s sociais<br />
têm ferramentas que facilitam<br />
este processo. É possível medir<br />
melhor os resultados, possibilitando<br />
uma gestão ativa dos<br />
investimentos. O crescimento<br />
constante do e-commerce e a<br />
consolidação da Black Friday<br />
também são fatores que influenciam<br />
<strong>de</strong> forma relevante o<br />
aumento dos investimentos.”<br />
Macedo prossegue: “Em<br />
termos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, no entanto,<br />
a balança no Brasil ten<strong>de</strong> a ser<br />
diferente: há um foco maior no<br />
Facebook e YouTube, as re<strong>de</strong>s<br />
com maior penetração e audiência<br />
no país. E essas re<strong>de</strong>s<br />
têm um papel importante, mas<br />
à medida que os concorrentes<br />
aprimorarem seus mo<strong>de</strong>los,<br />
novos oportunida<strong>de</strong>s surgem e<br />
<strong>de</strong>vem ser aproveitadas. O stories<br />
do Instagram é outro <strong>de</strong>staque<br />
e virou uma verda<strong>de</strong>ira<br />
febre no Brasil.”<br />
62 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Marketing & negócioS<br />
Christian Dubova/Unsplash<br />
Martechs atingem<br />
US$ 99,9 bi<br />
<strong>de</strong> receita<br />
É um dado muito preocupante<br />
para todo o setor publicitário<br />
Rafael Sampaio<br />
Com dados obtidos junto a mais <strong>de</strong> 800<br />
gran<strong>de</strong>s anunciantes do Reino Unido,<br />
Estados Unidos, Europa e Ásia-Pacífico,<br />
a empresa <strong>de</strong> auditoria Moore Stephens,<br />
em conjunto com a provedora <strong>de</strong> informações<br />
<strong>de</strong> marketing WARC, calcularam que<br />
a receita global das Martechs chegará este<br />
ano a US$ 99,9 bilhões, pela previsão <strong>de</strong><br />
crescimento <strong>de</strong> 44% nos mercados mais<br />
sofisticados sobre o ano passado. É um<br />
dado muito preocupante para todo o setor<br />
publicitário, pois seria perto <strong>de</strong> 17% do<br />
faturamento esperado para toda a mídia<br />
global este ano (previsto para chegar perto<br />
<strong>de</strong> US$ 600 bilhões) e, pelos padrões internacionais<br />
<strong>de</strong> remuneração das agências<br />
(<strong>de</strong> criação e mídia, que é o mo<strong>de</strong>lo utilizado<br />
fora do Brasil), já seria um volume<br />
maior do que esses tradicionais provedores<br />
das empresas anunciantes faturam ao<br />
redor do mundo.<br />
Pior ainda para as agências, o ritmo <strong>de</strong><br />
crescimento das Martechs parece ser forte<br />
e 63% <strong>de</strong>sse investimento é feito diretamente<br />
pelos clientes, contra 44% do ano<br />
anterior. Ou seja, mais da meta<strong>de</strong> não passa<br />
pela gestão <strong>de</strong> suas tradicionais parceiras.<br />
O que está fazendo explodir o emprego das<br />
tecnologias <strong>de</strong> marketing é o crescimento<br />
da mídia digital, evi<strong>de</strong>ntemente, do email<br />
marketing (usado por 79% <strong>de</strong>les) e das mídias<br />
sociais (empregada por 77% <strong>de</strong>les),<br />
além da expansão do uso <strong>de</strong> dados para<br />
orientar as ações <strong>de</strong> marketing e do crescimento<br />
dos processos <strong>de</strong> automação <strong>de</strong><br />
chats e <strong>de</strong> voz. Os riscos <strong>de</strong>ssa aposta tão<br />
alta e tão rápida nas Martechs são basicamente<br />
cinco:<br />
1) gran<strong>de</strong> parte das empresas não tem<br />
nível <strong>de</strong> sofisticação e precisão <strong>de</strong> seu<br />
marketing capaz <strong>de</strong> maximizar a utilização<br />
<strong>de</strong>sses instrumentos;<br />
2) o grau <strong>de</strong> segmentação para a gran<strong>de</strong><br />
massa <strong>de</strong> produtos e serviços <strong>de</strong> consumo<br />
ainda não tem a sinfonia fina que justifique<br />
essa linha <strong>de</strong> ação;<br />
3) as mídias digitais estão longe <strong>de</strong> prover<br />
uma precisão <strong>de</strong> informações e processos<br />
capaz <strong>de</strong> justificar essa tentativa <strong>de</strong><br />
targeting extremo (com exceção, talvez, da<br />
Amazon, que domina o ciclo completo <strong>de</strong><br />
promoção e venda);<br />
4) esses recursos estão fazendo falta para<br />
as mídias tradicionais atraírem maior<br />
audiência e a envolveram com mais profundida<strong>de</strong>;<br />
5) o <strong>de</strong>svio <strong>de</strong>ssa receita diminui a capacida<strong>de</strong><br />
das agências em proverem talentos<br />
capazes <strong>de</strong> estruturar mensagens mais eficazes.<br />
A tecnologia <strong>de</strong> marketing, assim como<br />
a própria mídia digital, tem sido usada como<br />
uma solução milagrosa para os problemas<br />
<strong>de</strong> menor crescimento e até <strong>de</strong> retração<br />
das vendas <strong>de</strong> produtos e serviços <strong>de</strong><br />
consumo, bem como uma baixa nos preços<br />
praticados, <strong>de</strong> forma a compensar a falta<br />
<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> muitas marcas,<br />
menores volumes disponíveis <strong>de</strong> audiência<br />
interessada e mensagens <strong>de</strong> reduzida<br />
voltagem emocional e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ativação. É<br />
claro que haverá uma reversão <strong>de</strong> expectativas<br />
em relação à tecnologia <strong>de</strong> marketing,<br />
que não substitui a contento outras partes<br />
do mix <strong>de</strong> marketing e comunicação que<br />
estão sendo pouco ou mal utilizadas. Com<br />
isso, provavelmente, se voltará a valorizar<br />
instrumentos e ações <strong>de</strong> marketing que<br />
permanecem tão eficazes hoje como há cerca<br />
<strong>de</strong> um século e <strong>de</strong>veriam ser melhoradas<br />
pela tecnologia, não trocadas pela mágica<br />
pouco consistente das novas e feéricas soluções.<br />
Mas, enquanto esse ciclo <strong>de</strong> bom<br />
senso e amadurecimento não se realiza,<br />
muitas marcas estarão per<strong>de</strong>ndo mercado,<br />
reduzindo seu valor <strong>de</strong> venda ou <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> se expandir como po<strong>de</strong>riam por correr<br />
<strong>de</strong> forma míope atrás da moda da temporada.<br />
Para nosso mercado <strong>de</strong> mídia e agências,<br />
essa situação é um <strong>de</strong>safio e <strong>de</strong>veria<br />
motivar uma profunda reflexão sobre por<br />
que e como estamos errando tanto e per<strong>de</strong>ndo<br />
tão rapidamente parte relevante <strong>de</strong><br />
nosso negócio.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 63
we<br />
mkt<br />
Parker Whitson/Unsplash<br />
A revolução da Gucci<br />
“Disrupte-se ou morra!<br />
Reinvente-se ou invisiabilize-se”.<br />
Francisco Madia<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Antes <strong>de</strong> mais nada, <strong>de</strong>sculpo-me. Precisava<br />
<strong>de</strong> uma citação compatível, não<br />
encontrei, e recorri à ciência e à arte <strong>de</strong> usar<br />
palavras inventadas ou <strong>de</strong> criar palavras.<br />
Isso posto, o artigo <strong>de</strong>sta semana. Guccio<br />
Gucci era um artesão <strong>de</strong> origem. Começa<br />
trabalhando como ascensorista no legendário<br />
Hotel Savoy <strong>de</strong> Londres. Com a família<br />
abre em Florença, em 1921, uma pequena<br />
fábrica <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> couro. Malas <strong>de</strong> couro<br />
ostentando os brasões das famílias da nobreza<br />
da época. É <strong>de</strong>scoberto pela burguesia<br />
<strong>de</strong> Veneza, Itália e países vizinhos...<br />
Nos anos 1930, cresce e prospera. Clientes<br />
do mundo todo atrás <strong>de</strong> suas bolsas,<br />
luvas, sapatos e cintos. A primeira loja é<br />
aberta na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Roma, no ano <strong>de</strong> 1938.<br />
40 anos <strong>de</strong>pois, espalha-se pelas principais<br />
cida<strong>de</strong>s do mundo. 14 lojas, 46 franquias,<br />
mais moda, mais perfumes. Fim dos anos<br />
1980, briga entre os her<strong>de</strong>iros, 50% do capital<br />
é vendido para a Investicorp, <strong>de</strong> capital<br />
árabe. Domenico Del Sole assume o<br />
comando e contrata o estilista e diretor <strong>de</strong><br />
cinema Tom Ford para uma arrumação geral.<br />
Deixam a publicida<strong>de</strong> da marca Audrey<br />
Hepburn e Grace Kelly e entram Madonna<br />
e Tina Turner.<br />
Em fevereiro <strong>de</strong> 2008, inaugura a maior<br />
loja da grife em NYC. 14 mil metros quadrados.<br />
E sua primeira loja no Brasil, no Shopping<br />
Iguatemi, com 470 metros quadrados,<br />
no mês <strong>de</strong> novembro. Salta para novembro<br />
<strong>de</strong> 2017. Gucci passa por uma nova revolução<br />
e apresenta os primeiros resultados<br />
para seus clientes e para a imprensa brasileira.<br />
Objetivamente, enquanto o setor da<br />
moda e do luxo registrava um crescimento<br />
<strong>de</strong> 2%, a Gucci crescia 23 vezes mais: 46%.<br />
Marco Bizzarri, 53 anos, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Gucci, em entrevista para Pedro Diniz, da<br />
Folha, escancara: “Somos a grife que mais<br />
cresce no mundo. Ultrapassamos Saint<br />
Laurent como a <strong>de</strong> maior faturamento no<br />
grupo Kering (dono da Gucci, Saint Laurent,<br />
Puma e Bittega Venetta). Ven<strong>de</strong>mos<br />
entre janeiro e setembro mais do que em<br />
todo o ano passado, quando totalizamos €<br />
4 bilhões...”. E <strong>de</strong>talha a receita do sucesso:<br />
1 – Sem gênero – “Não temos mais a separação<br />
entre masculino e feminino. O estilo<br />
segue o mesmo padrão, com pequenas<br />
diferenças”;<br />
2 – Pichação <strong>de</strong> luxo – “Convertemos os<br />
barulhentos em aliados. Fizemos uma parceria<br />
com o grafiteiro Trouble Andrew, que<br />
nos <strong>de</strong>tonava e agora assina uma coleção<br />
conosco”;<br />
3 – Pop millennial – “Somamos com<br />
Beyoncé e nos fizemos presentes e parceiros<br />
na música Formation. A aproximação<br />
da marca com o público jovem, que consi<strong>de</strong>rava<br />
a grife velha e superada, foi imediata.<br />
Hoje compram e usam”;<br />
4 – Campanhas nonsenses – “Nossa publicida<strong>de</strong><br />
não se concentra mais nos produtos<br />
e sim em história mirabolante tipo<br />
cenas <strong>de</strong> invasão <strong>de</strong> extraterrestres e criaturas<br />
ver<strong>de</strong>s...”;<br />
5 – Revolução online – “Nos associamos<br />
ao market place Farftech e hoje ven<strong>de</strong>mos<br />
e entregamos nossas roupas em até 90 minutos”<br />
(caso <strong>de</strong> São Paulo).<br />
E toda essa receita <strong>de</strong>vidamente aditivada<br />
com mensagens <strong>de</strong> otimismo e infinito<br />
amor, segundo o presi<strong>de</strong>nte da Gucci,<br />
Marco Bizzarri, que arremata dizendo:<br />
“O noticiário está abarrotado <strong>de</strong> notícias<br />
ruins. Nada <strong>de</strong> subestimar o que acontece<br />
no mundo, mas as pessoas esperam atitu<strong>de</strong>s<br />
mais otimistas, sempre; e é o que<br />
temos feito”. É isso amigos, num mundo<br />
<strong>de</strong> crises, <strong>de</strong>rrocadas, falências, fim, um<br />
exemplo <strong>de</strong> sucesso é sempre revigorante<br />
e inspirador.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
64 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
DEBUT<br />
Filha <strong>de</strong> Roberto Justus e Ticiane Pinheiro, Rafaella Justus<br />
faz a sua estreia como garota-propaganda em uma<br />
campanha <strong>de</strong>senvolvida pela agência gaúcha E21 para seu<br />
cliente Brandili, marca <strong>de</strong> moda <strong>de</strong>stinada ao público infantil.<br />
Ela divi<strong>de</strong> a cena com a mama. A coleção <strong>de</strong> verão<br />
para a temporada <strong>2018</strong>/2019 da marca chega às lojas neste<br />
mês <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, mas a veiculação do comercial teve início<br />
na semana passada nas gra<strong>de</strong>s comerciais da Record e do<br />
SBT. O flight só será encerrado em <strong>de</strong>zembro. Ticiane já<br />
está acostumada com câmeras e holofotes, mas Rafa ficou<br />
bem à vonta<strong>de</strong> no set <strong>de</strong> gravação. “Foi muito gostoso ver<br />
pela primeira vez a Rafinha gravando um comercial comigo.<br />
Várias marcas pediam há tempo para aceitarmos uma<br />
campanha juntas, mas eu e o pai da Rafa sempre respeitamos<br />
a vonta<strong>de</strong> e o tempo da nossa filha. Queríamos fazer<br />
algo com que ela se i<strong>de</strong>ntificasse também. Nós sempre<br />
perguntamos se é da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>la. Quando recebemos o<br />
pedido da Brandili, nós mostramos para a Rafa as roupas<br />
da nova coleção, explicamos como seria a campanha e ela<br />
ficou encantada. Ela quer sempre participar e adora acompanhar.<br />
Quando estou em campanha, fazendo fotos, gravando<br />
meu programa ou gravando para o meu canal no<br />
YouTube, a Rafa quer participar”, disse Ticiane.<br />
NEGÓCIO<br />
A DM9DDB assumiu a conta da Vigor, antes na Fischer.<br />
O anunciante, agora integrado ao grupo mexicano Lala,<br />
vai investir R$ 50 milhões em um projeto <strong>de</strong> reposicionamento<br />
sob a li<strong>de</strong>rança do presi<strong>de</strong>nte Gilberto Xandó.<br />
A agência também está à frente do projeto Cal<strong>de</strong>irão<br />
Ypê: 1 milhão pra você, com Luciano Huck, que fica no<br />
ar até o próximo mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Ticiane Pinheiro e sua filhota Rafaella Justus são as protagonistas da campanha <strong>de</strong> verão da Brandili<br />
REBRAND<br />
O Estúdio Colírio, da CEO Teresa Guarita Grynberg,<br />
coor<strong>de</strong>nou o projeto <strong>de</strong> rebrand da<br />
ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> restaurantes Baked Potato com<br />
apoio da Jacarandá na parte arquitetônica.<br />
“Foi um processo muito rico, on<strong>de</strong> o estúdio<br />
tornou-se um verda<strong>de</strong>iro guardião da<br />
marca, conduzindo diversas frentes e novos<br />
olhares, se relacionando com as áreas <strong>de</strong> planejamento,<br />
pesquisa, franquia e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produtos”, argumentou Teresa,<br />
explicando ainda que, após a interferência<br />
inicial no PDV, localizado no Shopping<br />
Mooca, em São Paulo, as vendas tiveram<br />
crescimento <strong>de</strong> 40%. “Agora nossos restaurantes<br />
reúnem um novo visual, que<br />
agrega cores e elementos gráficos para<br />
reforçar o novo posicionamento da<br />
marca”, reconheceu Álvaro Carramaschi,<br />
diretor da Baked Potato, marca em<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1984.<br />
GENÉRICOS<br />
A pesquisa Análise do Perfil <strong>de</strong><br />
Compra dos Shoppers em Farmácias<br />
<strong>2018</strong>, realizada pelo Instituto<br />
Febrafar com apoio da Unicamp<br />
e Instituto Axxus, aponta<br />
que 45% dos consumidores preferem<br />
genéricos. A opção é relacionada<br />
ao preço final.<br />
Teresa Guarita Grynberg, CEO do<br />
Estúdio Colírio, que li<strong>de</strong>rou projeto <strong>de</strong><br />
reposicionamento da Baked Potato<br />
Bernardo Romero (Area 23), Aurélio Lopes (FCB Brasil e AL), Freitas, Takae e Arruda<br />
JULGAMENTO<br />
Um dos principais festivais globais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, o New York<br />
Festivals, realizou na semana passada, na nova e <strong>de</strong>scolada se<strong>de</strong><br />
da FCB Brasil, em São Paulo, o julgamento da região latino-americana.<br />
As análises se concentraram nas áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-<br />
-estar. Diego Freitas e Mauro Arruda, co-managing directors e<br />
ECDs da FCB Health Brasil, foram anfitriões do encontro e fizeram<br />
parte do corpo <strong>de</strong> jurados. Assim como Takae Takahashi,<br />
diretora associada <strong>de</strong> criação da Area 23 FCB Health, <strong>de</strong> Nova<br />
York. Os vencedores do Global Awards <strong>2018</strong> serão anunciados<br />
em novembro em Nova York e Sydney, na Austrália. Participaram<br />
do júri Bruno Abner (McCann Health); Daniel Schiavon<br />
(BETC); Leo Avila (Santa Clara); Marie Julie Gerbauld (Publicis);<br />
Mark <strong>de</strong> Szentmiklosy (Tugarê & Drucker); Michel Motta<br />
(Triunfo Sudler); Monica Tritone (Havas Life); Murilo Battistella<br />
(Oliver Agency) e Ricardo Sciammarella (Ogilvy Brasil).<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 65
última página<br />
Nathan Dumlao/Unsplash<br />
nada mais<br />
que a verda<strong>de</strong><br />
Claudia Penteado<br />
No seu artigo da semana passada, o talentoso<br />
criativo Stalimir Vieira se queixava<br />
da crueza da atual campanha eleitoral<br />
ou, como ele chamou, da eficácia da “não<br />
claquete”. Comentava que o candidato à<br />
frente nas pesquisas se mostra exatamente<br />
como é, com todas as suas idiossincrasias<br />
e pontos <strong>de</strong> vista polêmicos, sem dar bola<br />
para o politicamente correto, ven<strong>de</strong>ndo<br />
o que “parece ser o que todo mundo quer<br />
comprar”: transparência. Embora tenha<br />
tentado relativizar algumas das atrocida<strong>de</strong>s<br />
que falou em certas ocasiões, o candidato<br />
que li<strong>de</strong>ra as pesquisas <strong>de</strong> fato é transparente.<br />
E, embora não seja o meu candidato,<br />
certamente conquistou boa parte do<br />
eleitorado porque disse exatamente o que<br />
pensa, principalmente em <strong>de</strong>bates<br />
e entrevistas, dispensando<br />
inclusive espaço na propaganda<br />
eleitoral gratuita, que foi<br />
quase nulo. E provou que a máxima<br />
“falem mal mas falem <strong>de</strong><br />
mim” po<strong>de</strong> até fazer sentido em<br />
alguns casos, pois só o fez crescer<br />
em intenções <strong>de</strong> votos nas<br />
pesquisas, enquanto os <strong>de</strong>mais<br />
candidatos se ocuparam <strong>de</strong> falar<br />
<strong>de</strong>le, no lugar <strong>de</strong> falarem <strong>de</strong> si<br />
mesmos.<br />
De formas e por caminhos diferentes,<br />
eu e Stalimir falamos <strong>de</strong> transparência<br />
em artigos recentes, ele por um viés<br />
menos feliz, talvez, ao constatar que as mazelas<br />
e opiniões polêmicas <strong>de</strong> um candidato<br />
à Presidência possam agradar a maioria das<br />
pessoas, e eu <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que marcas não<br />
tenham medo <strong>de</strong> se posicionarem, porque<br />
a unanimida<strong>de</strong> é impossível e ter a coragem<br />
<strong>de</strong> abrir mão <strong>de</strong> agradar a todos po<strong>de</strong> representar<br />
estabelecer conexões muito mais<br />
sólidas e verda<strong>de</strong>iras com aqueles a quem<br />
se “agrada”. Stalimir questionava, em<br />
seu artigo, se marcas que confessassem<br />
seus <strong>de</strong>feitos, cometendo os chamados<br />
“sincericícios”, agradariam mais do que<br />
tentando disfarçar seus pontos fracos com<br />
discursos romantizados, enaltecendo qualida<strong>de</strong>s.<br />
Não há respostas <strong>de</strong>finitivas, mas<br />
o que parece claro é que disfarçar pontos<br />
fracos não funciona mais, especialmente<br />
quando não se tem nada <strong>de</strong> relevante ou<br />
autêntico para dizer.<br />
Lembra-me a <strong>de</strong>cisão da Coca-Cola,<br />
mundialmente, <strong>de</strong> parar <strong>de</strong> falar em felicida<strong>de</strong><br />
e outros conceitos mais etéreos para<br />
voltar a falar do prazer <strong>de</strong> beber uma Coca-<br />
-Cola, mais ao estilo “é isso aí” ou “isso é<br />
que é”, voltando a focar no ato <strong>de</strong> consumir<br />
o produto, por mais que ele não agra<strong>de</strong> a<br />
todos. Se uma empresa não acredita no seu<br />
produto, é melhor <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fabricá-lo e <strong>de</strong><br />
vendê-lo. Os profissionais <strong>de</strong> marketing das<br />
gran<strong>de</strong>s marcas sabem que não há como<br />
disfarçar e principalmente evitar certos territórios.<br />
Porque, sim, as pessoas hoje têm<br />
mais voz e inclusive escolhas.<br />
No caso da voz a “culpa” talvez<br />
seja em parte das re<strong>de</strong>s sociais,<br />
on<strong>de</strong> (como mencionou Stalimir)<br />
as pessoas se mostram, sim,<br />
bregas, injustas, mal-educadas,<br />
sem imaginação, porque é exatamente<br />
assim que elas são. Por<br />
mais difícil que seja encarar esta<br />
realida<strong>de</strong>. As pessoas precisam<br />
saber exatamente o que estão<br />
comprando, seja o que for, com<br />
a certeza <strong>de</strong> que ninguém está<br />
tentando enganá-las. Isso certamente<br />
ven<strong>de</strong> mais. Atrelar valores adicionais<br />
a produtos ou serviços po<strong>de</strong> ou não<br />
fazer sentido.<br />
“AtrelAr<br />
vAlores<br />
AdicionAis<br />
A produtos<br />
ou serviços<br />
po<strong>de</strong> ou<br />
não fAzer<br />
sentido”<br />
Eu diria que o belo na comunicação não<br />
acabou, só mudou <strong>de</strong> função: não é mais<br />
usado para maquiar a realida<strong>de</strong>. Belo, hoje,<br />
é um comercial da Nike que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> valores<br />
com os quais nem todo mundo concorda,<br />
mas que revelam sua personalida<strong>de</strong><br />
corajosa. Em um dos meus artigos recentes,<br />
eu afirmei que para marcas como Nike<br />
é melhor que algumas pessoas queimem<br />
seus artigos e boicotem seus produtos em<br />
protesto ao seu posicionamento. Posicionar-se<br />
é ter coragem <strong>de</strong> viver o risco diário<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r aquilo em que se acredita. Que<br />
jamais fará sentido para todos.<br />
66 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Você vai <strong>de</strong>cidir,<br />
com seu voto, em que direção<br />
o Brasil vai seguir.<br />
É uma escolha que não po<strong>de</strong><br />
ser feita com base em<br />
meias-verda<strong>de</strong>s,<br />
boatos ou fake news.<br />
Para saber quem é quem<br />
e o que acontece<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> nessas eleições,<br />
conte com os jornais.<br />
ELEIÇÕES<br />
<strong>2018</strong><br />
QUEM VAI<br />
ESCOLHER<br />
O RUMO DO PAÍS<br />
TEM QUE SE GUIAR<br />
PELA<br />
VERDADE.