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propmark.com.br<br />
anO 54 - Nº 2716 - 8 <strong>de</strong> 0utubro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> r$ 15,00<br />
MikhailMishchenko/iStock<br />
Dia Das Crianças DeVe<br />
MOViMenTar r$ 9,4 Bilhões<br />
Compras serão mais emocionais.<br />
Pesquisa da entida<strong>de</strong> que representa<br />
lojistas e do SPC mostra que<br />
publicida<strong>de</strong> induz escolhas. pág. 10<br />
DesTaque prOfissiOnal De<br />
COMuniCaçãO TeM 24 finalisTas<br />
A ABP (Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Propaganda) revelou os finalistas da<br />
sua premiação. Os vencedores serão<br />
conhecidos no próximo dia 22. pág. 30<br />
BranDeD COnTenT<br />
MOsTra sua fOrça<br />
Sócia-fundadora<br />
da Content House,<br />
Adrianne Elias fala<br />
sobre tendências<br />
e <strong>de</strong>safios em<br />
conteúdo para<br />
marcas. pág. 36<br />
aprO lança preMiaçãO para<br />
Os prOfissiOnais De CrafT<br />
Whext Awards será lançado no<br />
próximo dia 30, durante festival<br />
da entida<strong>de</strong>, que vai <strong>de</strong>bater futuro<br />
da produção publicitária. pág. 52<br />
Marcas entram no <strong>de</strong>bate<br />
político e viralizam na mídia<br />
Contrariando a máxima <strong>de</strong> que não se discute futebol e política, gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />
ganharam <strong>de</strong>staque com posicionamentos sobre a eleição. O Burger King com a campanha<br />
contra o voto em branco e a Chevrolet com a ação do Cruze, #ComoDeveriaSer, são<br />
exemplos <strong>de</strong> marcas que tiveram relevância nas re<strong>de</strong>s sociais e na TV. pág. 44<br />
eMpreenDeDOrisMO gera<br />
inTeresse De MarCas na TV<br />
Atrações como o Shark Tank (que tem<br />
Cris Arcangeli no elenco), no canal<br />
Sony, misturam entretenimento com<br />
negócios e atraem patrocínios. pág. 34<br />
sap prOMOVe<br />
eVenTO iMersiVO<br />
Alex Atzberger,<br />
presi<strong>de</strong>nte da<br />
SAP Customer<br />
Experience, explica<br />
encontro que reúne<br />
o mercado em<br />
Barcelona. pág. 25
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Por outro lado, pelo aspecto elogiável da ativida<strong>de</strong> publicitária, cuja históa<br />
escolha é nossa<br />
Este Editorial foi redigido na tar<strong>de</strong> da última sexta-feira (5), tendo em<br />
vista exigências técnicas da sua produção. É tentador, porém, falarmos<br />
sobre as eleições gerais (1º turno) realizadas em todo o Brasil no domingo<br />
(7), lembrando aos nossos leitores que têm acesso a uma parte da tiragem<br />
do impresso, ou à nossa versão online antes <strong>de</strong> irem às urnas, que o país<br />
precisa mudar, lembrando o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lampedusa em O Leopardo, longa<br />
<strong>de</strong> Luchino Visconti, Palma <strong>de</strong> Ouro em Cannes/1963, extraído da obra <strong>de</strong><br />
Giuseppe Tomasi <strong>de</strong> Lampedusa, narrando a odisseia <strong>de</strong> Fabrizio Corbera,<br />
príncipe <strong>de</strong> Salina.<br />
Porém, não como o famoso personagem apregoava, ao concluir que tudo<br />
precisava mudar para continuar na mesma.<br />
O Brasil, ao contrário, precisa mudar para não continuar na mesma. Vale<br />
a pena tentar, pois não temos mais como suportar do jeito que tem estado<br />
nos últimos anos. Por incúria <strong>de</strong> dirigentes mal preparados (e alguns, além<br />
disso, mal-intencionados), o país vem <strong>de</strong>scendo la<strong>de</strong>ira abaixo, com uma<br />
crise econômica que atingiu todas as classes sociais, vitimando como sempre<br />
<strong>de</strong> forma avassaladora os mais necessitados.<br />
Não po<strong>de</strong> se dar bem uma população que tem mais <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados,<br />
<strong>de</strong>ntre os que ostentam condições e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho.<br />
Não se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> aqui nenhum candidato ou partido político. O que se quer,<br />
como <strong>de</strong> resto toda a nação minimamente apercebida e até por isso sem excessos<br />
<strong>de</strong> paixões partidárias, é o imediato restabelecimento da esperança<br />
no dia <strong>de</strong> amanhã. Porque, como John Keynes ensinou, “no longo prazo<br />
estaremos todos mortos”.<br />
A urgente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças po<strong>de</strong> ser vista na <strong>de</strong>morada paralisação<br />
do país, com sua economia estagnada, à espera <strong>de</strong> uma solução que não<br />
virá pelas mesmas cabeças que brecaram o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Os que tiveram, mais <strong>de</strong> uma vez, a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrarem a que vieram<br />
e só fizeram por piorar o país <strong>de</strong>vem ce<strong>de</strong>r lugar a quem ainda não tentou<br />
e <strong>de</strong>monstra condições <strong>de</strong> fazê-lo.<br />
Simples assim e sem trapaças.<br />
***<br />
O mercado publicitário propositalmente <strong>de</strong>sacelerou nestas últimas semanas,<br />
aguardando o resultado das eleições e torcendo para que os mistificadores<br />
não tenham vez nas urnas. Mas, há algo que, qualquer que venha a<br />
ser o resultado das mesmas, tem <strong>de</strong> ser melhor analisado por esse argumento<br />
da economia, cujos responsáveis e colaboradores já foram chamados no<br />
passado <strong>de</strong> “profissionais da prosperida<strong>de</strong>”.<br />
Queremos nos referir a uma pequena, mas importante parte do setor publicitário<br />
que se especializou na propaganda política, fazendo muito dinheiro<br />
com isso, mas vitimando o país pelos exageros cometidos nesse tipo <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong> massa.<br />
Po<strong>de</strong>-se em um relance aferir o tamanho <strong>de</strong>sses erros e suas consequências<br />
nefastas à gran<strong>de</strong> maioria dos brasileiros, pela quantida<strong>de</strong> do envolvimento<br />
<strong>de</strong>sses profissionais e empresários do lucrativo segmento que chegou a<br />
ser chamado <strong>de</strong> marketing político, com todo tipo <strong>de</strong> falcatruas, objetivando<br />
a busca <strong>de</strong> recursos financeiros on<strong>de</strong> amiú<strong>de</strong> prevalece o vale-tudo.<br />
***<br />
ria <strong>de</strong> bons serviços prestados à coletivida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> ser imensa é inesgotável,<br />
vemos inclusive exemplos no momento atual, <strong>de</strong> colaboração com a<br />
melhoria das condições gerais do país.<br />
Percebe-se em todos os players <strong>de</strong>sse importante mercado da comunicação,<br />
neste momento <strong>de</strong>cisivo para o Brasil, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> necessárias mudanças.<br />
Tomemos como exemplo o comercial ora em veiculação da Chevrolet para<br />
o Novo Cruze (agência WMcCann), que ven<strong>de</strong> o produto, sim, mas apregoa<br />
abertamente essa necessida<strong>de</strong>.<br />
A propaganda brasileira, antes tímida nesse particular, está apren<strong>de</strong>ndo aos<br />
poucos e sem per<strong>de</strong>r o seu foco principal, a se engajar na questão das agruras<br />
básicas do país. Até porque seus responsáveis (anunciantes, agências,<br />
mídia, produtoras, fornecedores e <strong>de</strong>mais setores que colaboram <strong>de</strong> uma<br />
forma ou <strong>de</strong> outra com esse vasto conjunto que é a comunicação) enten<strong>de</strong>ram<br />
que o equilíbrio do mercado e da sua economia representa a (boa) sobrevivência<br />
<strong>de</strong> todos. Esses mesmos importantes personagens têm aprendido<br />
também que <strong>de</strong>mocracia não é uma prática que serve para todo tipo<br />
<strong>de</strong> pensamento político. Há práticas políticas que a respeitam, <strong>de</strong>la fazendo<br />
sua base. Há outras que <strong>de</strong>la se aproveitam como disfarce, escon<strong>de</strong>ndo<br />
seus verda<strong>de</strong>iros objetivos, que mais cedo do que se supõe logo aparecem.<br />
***<br />
Chamamos a atenção do leitor, <strong>de</strong>ntro do quadro acima exposto, para a oportuna<br />
matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição do PROPMARK, assinada pelos jornalistas<br />
Danúbia Paraizo e Felipe Turlão, reportando e analisando anunciantes que se<br />
posicionam no atual <strong>de</strong>bate político para melhor se conectar com o público.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma mudança <strong>de</strong> comportamento, embora ainda tênue <strong>de</strong>ntro<br />
do que representam essas empresas, no vasto espectro da comunicação comercial<br />
em nosso país. Mas, já é algo muito significativo, em um importante<br />
setor que sempre <strong>de</strong>u mostras <strong>de</strong> preferir ficar à margem dos fatos políticos.<br />
Tratava-se e ainda se trata em países do bloco que antigamente chamávamos<br />
<strong>de</strong> Terceiro Mundo, <strong>de</strong> um natural receio <strong>de</strong> retaliações por parte dos<br />
dominantes <strong>de</strong> plantão, aliado a uma con<strong>de</strong>nável – por que não dizer – <strong>de</strong>pendência<br />
dos políticos mais chegados a esse plantão.<br />
Mas, multidisciplinar aplicação dos preceitos da economia, em um mundo<br />
cada vez mais conectado, tem feito anunciantes saírem das sombras e se<br />
posicionarem politicamente. Cabe aqui, a propósito, a observação <strong>de</strong> uma<br />
jornalista da nossa Redação: “Estar em cima do muro já não é mais opção.<br />
No <strong>de</strong>bate com os candidatos à Presidência da República, na quinta-feira<br />
(4), na Globo, isso ficou bem claro: após ter chamado a atenção dos seus<br />
consumidores sobre o valor do voto consciente, com o lançamento <strong>de</strong> Whopper<br />
em Branco, durante o <strong>de</strong>bate na TV Record na semana anterior, o Burger<br />
King voltou a veicular o comercial, reforçando a mensagem”.<br />
É apenas um começo, mas é um bom começo. Os alheios que se cui<strong>de</strong>m.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem à nossa inesquecível Angela Maria, que tanta<br />
gente alegrou (e fez pensar) com as suas interpretações, principalmente do<br />
nosso cancioneiro. É também em homenagem ao fabuloso Charles Aznavour,<br />
que nas suas incontáveis interpretações fez (e faz) milhões <strong>de</strong> pessoas chorarem,<br />
rirem e refletirem. Em Todas as Faces do Amor, a genialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />
cantava puxando o ar do coração: “Tu... por teus mil e um atrativos/Jamais<br />
saberei quem tú és.../Tu mudas frequentemente <strong>de</strong> rosto e <strong>de</strong> aspecto.../<br />
Tu... quaisquer que sejam tua ida<strong>de</strong> e teu nome/Hora és um anjo... Ora um<br />
<strong>de</strong>mônio/Quando para mim tomas volta a volta/Todas as faces do amor...”<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
Linkedin<br />
Post: Produção <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os verticais<br />
é tendência e novo <strong>de</strong>safio<br />
para as marcas<br />
Belo <strong>de</strong>bate, ainda mais quando a<br />
tendência é a diversida<strong>de</strong>.<br />
Álvaro Maciel<br />
dorinHo<br />
Post: Rádio mantém crescimento<br />
e fecha primeiro semestre favorável<br />
Matéria muito bacana do Paulo Macedo<br />
no PROPMARK sobre a força<br />
do rádio na sua campanha <strong>de</strong> mídia,<br />
a empatia do veículo e a integração<br />
<strong>de</strong> plataformas e soluções. Vale a<br />
pena conferir!<br />
Bruna Maniscalco<br />
Acho que o segredo do rádio é<br />
acompanhar a evolução do homem.<br />
Antes, as pessoas paravam na frente<br />
do rádio para escutar e até socializar<br />
com a família. Hoje, com o tempo<br />
corrido, o jeito é ligar o rádio enquanto<br />
está trabalhando. Poupa o tempo<br />
<strong>de</strong> entrar na internet e pesquisar assuntos.<br />
Os radialistas estão lá para<br />
te atualizar com bom humor.<br />
Angela Barre<br />
Eu cresci ouvindo rádio. Des<strong>de</strong><br />
criança dormia com o aparelho ligado<br />
ao lado da cama. Amo música e<br />
o rádio é uma companhia infalível e<br />
insubstituível.<br />
Wagner Eduvirges<br />
última Hora<br />
PACOTES I<br />
A Re<strong>de</strong> Globo está no<br />
mercado com alguns dos<br />
seus principais pacotes<br />
comerciais em andamento.<br />
São cinco projetos ao<br />
todo. O principal <strong>de</strong>les é<br />
o Futebol 2019, com seis<br />
cotas, cada uma no valor<br />
<strong>de</strong> R$ 310 milhões, mais<br />
o Top <strong>de</strong> cinco segundos,<br />
por R$ 86 milhões. Os<br />
atuais cotistas do futebol<br />
global são Ambev,<br />
Unilever, Banco Itaú,<br />
Vivo, Hypermarcas (agora<br />
Hypera Pharma) e General<br />
Motors. As novida<strong>de</strong>s para<br />
2019 <strong>de</strong>vem ser as entradas<br />
<strong>de</strong> Casas Bahia e Coca-<br />
Cola no grupo, no lugar da<br />
Hypera e Unilever.<br />
PACOTES II<br />
A Fórmula 1, também com<br />
seis cotas no valor unitário<br />
<strong>de</strong> R$ 95 milhões, é outro<br />
pacote robusto que a<br />
Direção Geral <strong>de</strong> Negócios<br />
da emissora, área li<strong>de</strong>rada<br />
por Marcelo Duarte, está<br />
em busca <strong>de</strong> confirmação<br />
dos anunciantes. Este ano<br />
as marcas presentes na F-1<br />
são cerveja Itaipava, NET,<br />
Nivea, Renault, Santan<strong>de</strong>r<br />
e TIM. O Verão Espetacular<br />
está à venda e a expectativa<br />
é fechar contrato com cinco<br />
anunciantes. Cada cota tem<br />
o valor <strong>de</strong> R$ 86 milhões.<br />
A emissora está com o<br />
projeto Rock in Rio 2019,<br />
composto por quatro cotas<br />
no valor individual <strong>de</strong><br />
R$ 17,160 milhões. No total,<br />
a emissora po<strong>de</strong> garantir<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 2,602 bilhões<br />
em 2019.<br />
BULLYING I<br />
Um vilão é responsável<br />
pelo aumento da violência<br />
nas escolas. Ele se chama<br />
Silence. Seu superpo<strong>de</strong>r<br />
é calar crianças e<br />
adolescentes vítimas<br />
<strong>de</strong> bullying, assédio e<br />
violência física. Só há um<br />
problema, esse vilão não<br />
tem um herói. Esta é a<br />
premissa da campanha<br />
lançada pela Unicef com<br />
criação da VMLY&R NY em<br />
parceria com as produtoras<br />
brasileiras Zombie Studio e<br />
Satélite Áudio. Assinam a<br />
peça os brasileiros Gabriel<br />
Jardim e Guto Monteiro,<br />
diretores <strong>de</strong> criação da<br />
agência.<br />
BULLYING II<br />
Esse é o último trabalho <strong>de</strong><br />
Fabio Seidl, que <strong>de</strong>ixou a<br />
agência rumo à Velocity/<br />
NY, nova startup global<br />
do Grupo Omnicom. Pelo<br />
lado do cliente, o brasileiro<br />
Nelson Leoni li<strong>de</strong>rou a<br />
iniciativa na se<strong>de</strong> da Unicef<br />
nos EUA. O personagem<br />
foi lançado em um painel<br />
na New York Comic Com.<br />
A intenção é convidar<br />
estudantes <strong>de</strong> todo o<br />
mundo para participar <strong>de</strong><br />
um concurso global <strong>de</strong><br />
super-heróis e saber que<br />
po<strong>de</strong>res são necessários<br />
para acabar com o Silence.<br />
O vencedor vai receber<br />
mentoria <strong>de</strong> um artista <strong>de</strong><br />
quadrinhos profissionais<br />
e terá uma história em<br />
quadrinhos publicada e<br />
lançada mundialmente.<br />
Inscrições po<strong>de</strong>m ser<br />
feitas no site: un.cf/sscc-en.<br />
INFANTIL<br />
Nesta segunda-feira (8)<br />
a TV Brasil <strong>de</strong>staca no<br />
Mídia em Foco, às 22h45,<br />
um panorama sobre as<br />
produções audiovisuais<br />
<strong>de</strong>dicadas ao público<br />
infantil. O programa, que é<br />
apresentado pela jornalista<br />
Paula Abritta, vai receber<br />
a roteirista e produtora<br />
Vanessa Fort; o diretor <strong>de</strong><br />
animação da TV PinGuim,<br />
Kiko Mistrorigo; e o vicepresi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> criação da<br />
Nickelo<strong>de</strong>on, Jimmy Leroy.<br />
CONCORRÊNCIA<br />
A Leroy Merlin prossegue<br />
com seu processo seletivo<br />
para escolha <strong>de</strong> agência<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A Tribal<br />
Worldwi<strong>de</strong>, que aten<strong>de</strong><br />
a marca há 13 anos e<br />
participa do processo, já foi<br />
comunicada pelo marketing<br />
do anunciante que não<br />
vai entrar no grupo das<br />
finalistas. A Leroy Merlin<br />
está dando início à última<br />
etapa da concorrência,<br />
como informa sua assessoria<br />
<strong>de</strong> comunicação.<br />
4 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Índice<br />
Brasileiro cobra e<br />
marcas assumem<br />
posição mais ativa<br />
Consumidor quer visão menos<br />
passiva e anunciantes, entre<br />
eles o Burger King, com o seu<br />
Whopper em Branco, mostram<br />
papel para incentivar a cidadania.<br />
caPa<br />
44<br />
ChrisGorgio/iStock<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
mercadO<br />
adultos gostam<br />
<strong>de</strong> motivos infantis<br />
Diversas marcas criam produtos para<br />
gente gran<strong>de</strong> com personagens que<br />
encantam as crianças. Há licenciamentos<br />
<strong>de</strong> linhas como Harry Potter e Mario<br />
Bros. Havaianas segue movimento e traz<br />
animação da Disney, por exemplo. pág. 12<br />
entrevista<br />
executiva<br />
<strong>de</strong>talha influência<br />
do conteúdo<br />
Adrianne Elias, da Content House, uma<br />
das primeiras agências <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
do país, conta como surgiu o seu negócio,<br />
quando, em 2009, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser executiva<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes. Na entrevista, ela<br />
fala como enxerga a influência do conteúdo<br />
na propaganda. pág. 36<br />
marcas<br />
carrefour lança<br />
Act For Food<br />
Divulgação<br />
CEO do grupo varejista no Brasil, Noel<br />
Prioux apresentou o movimento que <strong>de</strong>ve<br />
entregar produtos mais saudáveis a preços<br />
acessíveis aos consumidores. A ação reúne<br />
diversas iniciativas que vão impactar a<br />
operação da companhia, a relação com<br />
fornecedores e a comunicação. pág. 47<br />
Peshkova/iStock<br />
mÍdia<br />
empreen<strong>de</strong>dor ganha<br />
cada vez mais espaço<br />
Assuntos ligados ao mundo dos negócios e<br />
educação financeira têm se popularizado no<br />
país, principalmente com apoio <strong>de</strong> canais<br />
como YouTube e também a TV. Com isso, o<br />
brasileiro tem aprendido sobre marketing,<br />
investimentos e capital <strong>de</strong> giro. pág. 34<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................4<br />
curtas ....................................................................8<br />
mercado ..............................................................10<br />
marketing & negócios ......................................22<br />
digital .................................................................23<br />
Beyond the Line ................................................29<br />
Prêmios ...............................................................30<br />
Opinião ................................................................33<br />
mídia ...................................................................34<br />
entrevista ...........................................................36<br />
Quem Fez ............................................................38<br />
agências .............................................................40<br />
marcas .................................................................44<br />
inspiração ..........................................................48<br />
arena do esporte ...............................................50<br />
Produtoras ..........................................................52<br />
storyteller ..........................................................54<br />
We Love mKt ......................................................56<br />
supercenas .........................................................57<br />
Última Página ....................................................58<br />
6 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Festival<br />
Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
10 E 11 DE NOVEMBRO<br />
— 250 Palestrantes<br />
— 200 Expositores<br />
— 120 Makers<br />
— 50 Sharptalks<br />
— 48 Workshops<br />
— 20 Tatuadores<br />
— 18 Bandas<br />
— 14 Feira Gastronômica<br />
— 12 Live Art<br />
— 12 VR/Simuladores<br />
— 4 Exposições<br />
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com o apoio<br />
do ProAC
curtas<br />
apple é a marca<br />
mais valiosa do Best<br />
Global Brands <strong>2018</strong><br />
A Interbrand divulgou a mais recente<br />
versão <strong>de</strong> seu Best Global Brands. O tema<br />
do estudo <strong>de</strong>ste ano, que está em sua 19ª<br />
edição, é Activating Brave, analisando o<br />
papel que a força da marca exerce na profunda<br />
transformação que está impactando<br />
as maiores empresas do mundo. Apple,<br />
Google e Amazon ficaram no topo do<br />
ranking como as três marcas mais valiosas<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong>. Por seis anos consecutivos, Apple<br />
e Google se mantêm nas primeiras posições.<br />
O valor da Apple cresceu 16%, e o do<br />
Google, 10%. Amazon teve 56% <strong>de</strong> avanço<br />
e é a terceira a atingir um valor <strong>de</strong> marca<br />
<strong>de</strong> 100 bilhões <strong>de</strong> dólares. As cinco marcas<br />
com maior crescimento incluem Amazon<br />
(56%); Netflix (45%); Gucci (30%); Salesforce<br />
(23%); e Louis Vuitton (23%). O valor<br />
total somado das Top 100 marcas ultrapassa<br />
a marca dos 2 trilhões <strong>de</strong> dólares (USD<br />
$2.015.312m), um aumento <strong>de</strong> 7,7% em<br />
relação a 2017.<br />
smirnoff ice inauGura casa<br />
Fotos: Zhang-Kaiyv/Unsplash e Divulgação<br />
A Apple vale US$ 214,480 bilhões, segundo Interbrand<br />
lov conTraTa na criação<br />
eco moliTerno lança curso<br />
CCO da<br />
Accenture<br />
Interactive,<br />
Eco Moliterno<br />
acaba <strong>de</strong> lançar<br />
o curso a vida<br />
criativa fora<br />
das agências.<br />
As aulas são<br />
indicadas para<br />
estudantes <strong>de</strong><br />
comunicação,<br />
profissionais<br />
<strong>de</strong> criação,<br />
Moliterno: ressignificar a profissão<br />
<strong>de</strong>signers e<br />
planejamento. O curso está programado<br />
para os dias 9 e 10 <strong>de</strong> novembro,<br />
em São Paulo. A realização é da miami<br />
ad school. “Cada vez mais precisamos<br />
ressignificar a nossa profissão porque<br />
tudo está mudando tanto, <strong>de</strong> uma forma<br />
tão exponencial, que se você ficar preso<br />
àquilo que você achava que faria anos<br />
atrás, você corre o risco <strong>de</strong> ficar obsoleto.<br />
Quanto mais varieda<strong>de</strong>s você tiver ao<br />
seu redor, fica mais fácil prever qual será<br />
a sua atuação daqui a cinco, <strong>de</strong>z ou 20<br />
anos”, <strong>de</strong>staca moliterno.<br />
BeTc cria campanha da ciTroën<br />
Ambientação conta com ilustrações e colagens<br />
Para promover o relançamento da<br />
smirnoff ice, a bebida apresenta a Original<br />
House. A ativação ocupará a Casa do Colégio,<br />
na zona oeste <strong>de</strong> São Paulo, durante<br />
os fins <strong>de</strong> semana <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>. A Smirnoff<br />
Ice Original House vai oferecer experiências<br />
que incluem música, gastronomia,<br />
arte e <strong>de</strong>sign em festas que começam às<br />
15h e terminam às 22h, com acesso gratuito<br />
e exclusivo para maiores <strong>de</strong> 18 anos<br />
mediante cadastro na lista que será disponibilizada<br />
no site www.iceoriginalhouse.<br />
com.br. A ambientação do local conta com<br />
ilustrações e colagens do <strong>de</strong>signer Gabriel<br />
azevedo, em um ambiente bem urbano.<br />
Alessandra Pereira é a nova diretora da agência<br />
A LOV reforçou a criação com a contratação<br />
<strong>de</strong> nova diretora. Com mais <strong>de</strong> 20<br />
anos <strong>de</strong> carreira, alessandra pereira chega<br />
à agência para trabalhar ao lado da também<br />
diretora <strong>de</strong> criação Luciana Lins. A<br />
profissional assume o posto para atuar com<br />
gran<strong>de</strong>s marcas, como Nivea e Philips. Formada<br />
em publicida<strong>de</strong> pela FAAP, Alessandra<br />
acumula passagens por agências como<br />
dpZ&T, almapBBdo e dm9ddB, entre<br />
outras. A publicitária também já conquistou<br />
prêmios como Cannes Lions, London<br />
Festival, New York Festival, Prêmio Abril,<br />
Profissionais do Ano da Re<strong>de</strong> Globo e Clube<br />
<strong>de</strong> Criação <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Comercial do Cactus estreou na TV aberta e paga<br />
A Citroën lançou a sua maior campanha<br />
do ano para apresentar o novo SUV Citroën<br />
C4 Cactus ao mercado, acompanhando<br />
a chegada do mo<strong>de</strong>lo na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> concessionárias<br />
da marca em todo o país neste<br />
mês. Assinado pela BeTc/havas, o filme<br />
traz a linguagem digital característica do<br />
Stories para o ambiente offline. Por meio<br />
do conceito Expanda suas histórias: Bem-<br />
-vindo à próxima geração SUV, a propaganda<br />
tem como objetivo mostrar <strong>de</strong>talhes do<br />
veículo. O filme exibe a ação <strong>de</strong> um grupo<br />
<strong>de</strong> amigos que, em uma brinca<strong>de</strong>ira, tenta<br />
localizar outra turma <strong>de</strong> colegas a bordo <strong>de</strong><br />
um c4 cactus em uma viagem ao campo.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />
e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />
e Renato Rogenski<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Leonardo Araujo (SP) e Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
8 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Não é Cannes<br />
mas é na França.<br />
Não é leão<br />
mas é cavalo.<br />
Nosso filme "Aristocrata", para PMU, venceu o prêmio<br />
RBForum, na França, especializado em campanhas <strong>de</strong> turfe<br />
e apostas. Simplicité, criativité, premiaté.
merCaDo<br />
Compras no Dia das Crianças serão<br />
mais emocionais do que racionais<br />
Estimativa do CNDL é que movimento seja <strong>de</strong> R$ 9,4 bilhões, com tíquete<br />
médio <strong>de</strong> R$ 187; publicida<strong>de</strong> exerce influência sobre o público infantil<br />
Paulo Macedo<br />
lenta recuperação da economia afeta<br />
A projeções <strong>de</strong> consumo. O elevado índice<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego no país também compromete<br />
<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compras. Mas há luz<br />
no fim do túnel na data promocional <strong>de</strong><br />
crianças, celebrada no dia 12 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong><br />
e consi<strong>de</strong>rada a terceira do calendário em<br />
volume <strong>de</strong> negócios, atrás apenas da lí<strong>de</strong>r,<br />
o Natal, e do Dia das Mães.<br />
Pesquisa realizada pelo CNDL (Confe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional <strong>de</strong> Dirigentes Lojistas) e<br />
SPC (Serviço <strong>de</strong> Proteção ao Crédito)<br />
mostra que 72% dos consumidores<br />
<strong>de</strong>vem consolidar compras. Desse<br />
universo, 77% são do público feminino.<br />
Os itens que encabeçam<br />
as listas são roupas e calçados,<br />
com 38%, bonecas (37%), aviões<br />
e carrinhos <strong>de</strong> brinquedo (21%).<br />
Um dado importante <strong>de</strong>sse estudo<br />
é que para 92% dos entrevistados<br />
a publicida<strong>de</strong> exerce<br />
influência nas escolhas dos<br />
presentes pelo público infantil.<br />
Quem mais aten<strong>de</strong> aos<br />
pedidos são adultos entre<br />
35 e 54 anos. Para 91% dos<br />
ouvidos as crianças são influenciadas<br />
por outras crianças<br />
na <strong>de</strong>finição dos seus<br />
presentes.<br />
A expectativa é que<br />
as vendas somem R$ 9,4<br />
bilhões. O estudo indica<br />
que o tíquete médio será <strong>de</strong><br />
R$ 187,00 e que 66% preten<strong>de</strong>m<br />
pagar à vista as suas<br />
compras. Para 51%, o meio <strong>de</strong><br />
pagamento é dinheiro vivo.<br />
Ninguém quer se endividar,<br />
mas também tem a questão<br />
dos inadimplentes com nome<br />
comprometido nos sistema <strong>de</strong><br />
crédito, equivalente a 69% da<br />
análise.<br />
“As intenções <strong>de</strong> compras da<br />
data servirão <strong>de</strong> termômetro para<br />
o fim <strong>de</strong> ano, ao trazer as primeiras<br />
impressões do que <strong>de</strong>ve ocorrer no<br />
Natal, principalmente em um momento<br />
que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra das famílias continua<br />
sendo afetado pelas dificulda<strong>de</strong>s econômicas”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Marcela Kawauti, economista-chefe<br />
do SPC Brasil.<br />
Em relação ao PDV i<strong>de</strong>al, os shoppings<br />
li<strong>de</strong>ram a preferência dos consumidores,<br />
oksix/iStock<br />
“O raciOnal vai ser<br />
usadO, mas, diante dOs<br />
cenáriOs <strong>de</strong> incerteza<br />
e eleições, O fatOr<br />
emOciOnal vai ter pesO.<br />
nãO <strong>de</strong>ve ser O melhOr dia<br />
das crianças e O cOnsumO<br />
ten<strong>de</strong> a ser mO<strong>de</strong>radO”<br />
com 42% das respostas. Talvez por aspectos<br />
como segurança, conforto, áreas <strong>de</strong><br />
alimentação e entretenimento, varieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> lojas, estacionamento e bom store planning.<br />
Para 35%, a internet é o canal principalmente<br />
pela comodida<strong>de</strong>. O problema é<br />
contar com a entrega na data certa para a<br />
gurizada não ficar emburrada. O comércio<br />
<strong>de</strong> rua, como a tradicional 25 <strong>de</strong> Março e<br />
as lojas populares do Brás, ambos em São<br />
Paulo, e o Saara, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, é a pedida<br />
<strong>de</strong> 28% da amostra.<br />
Para 80% dos entrevistados, pesquisar<br />
antes <strong>de</strong> consolidar uma<br />
compra é primordial, especialmente<br />
nas classes C/D (82%),<br />
por meio <strong>de</strong> buscadores como o<br />
Google (66%). Os que recorrem<br />
aos portais e aplicativos <strong>de</strong> comparação<br />
chegam a 51%. Os sites<br />
<strong>de</strong> ofertas são a opção <strong>de</strong> 48% do<br />
estudo do SPC e CNDL.<br />
Para o Ibevar (Instituto Brasileiro<br />
<strong>de</strong> Executivos do Varejo<br />
e Mercado <strong>de</strong> Consumo), as compras<br />
serão orientadas por apelos<br />
mais emocionais. “O racional vai<br />
ser usado, mas, diante dos cenários<br />
<strong>de</strong> incerteza e eleições, o fator emocional<br />
vai ter peso. Não <strong>de</strong>ve ser o melhor<br />
Dia das Crianças e o consumo ten<strong>de</strong> a<br />
ser mo<strong>de</strong>rado, bem diferente <strong>de</strong> quando<br />
o varejo registrava crescimento<br />
<strong>de</strong> dois dígitos. Mas o Dia das Crianças<br />
tem esse componente emocional<br />
que po<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r”, explica<br />
Patrícia Cotti, diretora-geral do<br />
Ibevar.<br />
10 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Mercado<br />
Marcas miram adultos com itens<br />
nostálgicos e personagens infantis<br />
Demanda por produtos com temáticas e heróis da infância cresce e<br />
empresas como a Riachuelo e a Imaginarium apostam em novida<strong>de</strong>s<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Um Dia das Crianças para<br />
quem não é mais tão criança<br />
assim. A data 12 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> é<br />
alvo <strong>de</strong> campanhas com produtos<br />
para os pequenos, mas o ano<br />
po<strong>de</strong> ser bem produtivo para as<br />
marcas que buscam falar com<br />
quem já é gente gran<strong>de</strong>. Roupa<br />
<strong>de</strong> cama, materiais <strong>de</strong> cozinha,<br />
objetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, vestuário,<br />
calçados e acessórios. As<br />
temáticas e personagens po<strong>de</strong>m<br />
até aparentar serem coisa<br />
<strong>de</strong> criança, mas não são. Nada<br />
disso é para brincar e os tamanhos<br />
e funções são para quem<br />
já paga os famosos boletos. Em<br />
expansão, a tendência foi <strong>de</strong>tectada<br />
e abraçada por empresas<br />
<strong>de</strong> diversos segmentos, que<br />
passaram a criar produtos para<br />
suprir essa <strong>de</strong>manda.<br />
A Riachuelo iniciou coleções<br />
licenciadas com foco no público<br />
adulto em 2015, ao perceber<br />
que a cultura geek no país estava<br />
se fortalecendo rapidamente.<br />
Hoje, a marca tem forte expressão<br />
nesse segmento, com<br />
produtos <strong>de</strong> linhas como Harry<br />
Potter, Mario Bros e Minions,<br />
por exemplo. Julia Me<strong>de</strong>iros,<br />
gerente <strong>de</strong> licenciamentos,<br />
conta que as coleções voltadas<br />
para o público adulto têm opções<br />
em confecção, acessórios,<br />
moda casa, pijamas, un<strong>de</strong>rwear<br />
e calçados, entre outras. “Antigamente<br />
fãs só encontravam<br />
produtos licenciados para adultos<br />
no exterior a preços bem<br />
mais altos”, conta.<br />
Tendo como target primário<br />
pessoas <strong>de</strong> 25 a 35 anos, a Imaginarium<br />
lança este mês sua se-<br />
Roupa <strong>de</strong> cama <strong>de</strong> casal inspirada na saga <strong>de</strong> Harry Potter é um dos gran<strong>de</strong>s sucessos da Riachuelo<br />
gunda coleção <strong>de</strong> Harry Potter,<br />
em parceria com a Warner Bros.<br />
A linha chega três vezes maior<br />
que a primeira e com produtos<br />
como um guarda-chuva inspirado<br />
no Mapa do Maroto (saga<br />
Harry Potter) que revela pegadas<br />
quando o tecido é molhado,<br />
e uma luminária da plataforma<br />
9 ¾ que é acionada por<br />
voz quando o consumidor diz<br />
os “feitiços” Lumos e Nox.<br />
Thiago Colares, diretor <strong>de</strong><br />
marca e produto do Grupo<br />
Imaginarium, afirma que esse<br />
movimento não é “modinha”<br />
e tem a ver com o resgate <strong>de</strong><br />
valores e conexões emocionais<br />
entre pessoas. “Vai além da licença.<br />
Passa por uma pauta <strong>de</strong><br />
relacionamento e aproximação.<br />
O universo <strong>de</strong> licença e essa conexão<br />
com ícones <strong>de</strong> décadas<br />
passadas materializam essa<br />
memória afetiva. E as marcas<br />
estão se apropriando disso.”<br />
Havaianas acompanha esse<br />
movimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011, quando<br />
fez sua primeira licença <strong>de</strong><br />
marca, com Mickey. Hoje ela<br />
tem licenciados com personagens<br />
da Disney e Star Wars, Os<br />
Fotos: Divulgação<br />
“AntigAmente fãs<br />
só encontrAvAm<br />
produtos<br />
licenciAdos<br />
pArA Adultos no<br />
exterior A preços<br />
bem mAis Altos”<br />
12 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Simpsons, Mario Bros, Warner<br />
Bros (Mulher Maravilha, Batman,<br />
Acquaman e Super-Homem),<br />
Os Incríveis, Adventure<br />
Time e Harry Potter. “Entre os<br />
que mais fazem sucesso com<br />
o público adulto estão Mario<br />
Bros, que teve as vendas esgotadas<br />
em 2017, quando lançamos<br />
pela primeira vez, e Harry<br />
Potter, que tem lista <strong>de</strong> espera<br />
esse ano”, explica a marca.<br />
Já a Mauricio <strong>de</strong> Sousa Produções<br />
vê isso acontecendo há<br />
décadas. Des<strong>de</strong> a sua criação,<br />
em 1959, a Turma da Mônica<br />
acompanhou<br />
a infância<br />
<strong>de</strong><br />
milhares<br />
<strong>de</strong> brasileiros.<br />
Mônica<br />
Sousa, diretora-executiva<br />
da MSP, afirma<br />
ser natural o público<br />
que cresceu<br />
neste contexto<br />
sentir carinho pelos<br />
personagens e se interessar<br />
pelos produtos<br />
para ainda ter a Turma da Mônica<br />
na sua vida. “As crianças<br />
não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser fãs da marca<br />
só porque cresceram e por isso<br />
se sentem acolhidas quando<br />
encontram produtos que hoje<br />
se encaixam nos seus gostos<br />
mais maduros. A partir daí, começamos<br />
a criar itens como<br />
camisetas, canecas, almofadas,<br />
ca<strong>de</strong>rnos e mochilas.”<br />
A MSP<br />
adotou<br />
c o m o<br />
estratégia<br />
trabalhar<br />
com marcas<br />
já <strong>de</strong>sejadas<br />
pelo público<br />
adulto. Em<br />
2015, a empresa<br />
criou uma coleção<br />
<strong>de</strong> artigos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>coração com<br />
a Tok&Stok, e este<br />
ano fez uma parceria com e-<br />
-commerce Chico Rei para uma<br />
linha exclusiva <strong>de</strong> camisetas.<br />
Além disso, há mais <strong>de</strong> 10 anos,<br />
a MSP tem a Lojinha da Mônica<br />
em parceria com a bandUP,<br />
on<strong>de</strong> comercializa itens para<br />
<strong>de</strong>coração, vestuário e papelaria,<br />
entre outros.<br />
Recentemente, a MSP fez<br />
uma pesquisa com o Datafolha<br />
com pessoas a partir <strong>de</strong> 16 anos<br />
e i<strong>de</strong>ntificou que 83% dos brasileiros<br />
já adquiriram algum produto<br />
da Turma da Mônica. Destes,<br />
5% já compraram artigos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>coração e 3% têm camisetas<br />
criadas para adultos. “Outra<br />
categoria que faz muito sucesso<br />
entre o público adulto é a <strong>de</strong><br />
CCXP - Comic Con Experience: cosplay permite que fã seja seu personagem favorito<br />
Grafics Novels, que já ven<strong>de</strong>u<br />
mais <strong>de</strong> meio milhão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s.<br />
Elas trazem histórias mais<br />
longas e elaboradas com narrativas<br />
mais <strong>de</strong>nsas e complexas.<br />
E tem o retorno da Turma da<br />
Mônica ao universo <strong>de</strong> games”,<br />
acrescenta Mônica.<br />
Porque siM não é resPosta<br />
Criado há 18 anos como<br />
um site <strong>de</strong> conteúdo, o hoje<br />
Omelete&Co sempre dialogou<br />
com jovens adultos. Atualmente,<br />
70% do público tem <strong>de</strong> 22 a<br />
35 anos, consome cultura pop<br />
em geral, mas tem forte a<strong>de</strong>rência<br />
com os principais produtos<br />
da cultura geek, em pilares<br />
como super-heróis e fantasia<br />
medieval, por exemplo. O CCO<br />
Otavio Juliato explica que os<br />
consumo <strong>de</strong>sse público não<br />
é baseado em ida<strong>de</strong>, mas em<br />
comportamento. “Algumas<br />
franquias eram relacionadas<br />
ao público infantil antigamente,<br />
mas transcen<strong>de</strong>ram isso por<br />
conta das pessoas. Superman<br />
está fazendo 80 anos em <strong>2018</strong>.<br />
Quantas gerações foram impactadas?<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do nível <strong>de</strong><br />
envolvimento, a pessoa carrega<br />
isso para a vida toda”, comenta.<br />
Ele explica ainda que, se<br />
antes os produtos licenciados<br />
tinham um olhar mais voltado<br />
para o público infantil, isso<br />
tem mudado velozmente, oferecendo<br />
um ambiente muito<br />
fértil para as marcas. “Existem<br />
gerações <strong>de</strong> consumidores que<br />
são apaixonados por esses per-<br />
“o po<strong>de</strong>r dAs<br />
históriAs em<br />
AlAvAncAr<br />
produtos é<br />
muito grAn<strong>de</strong>”<br />
sonagens. A<br />
linha mestre<br />
que conecta<br />
essas audiências<br />
é a paixão<br />
pelo conteúdo.<br />
Conseguimos<br />
ver muito<br />
disso na CCXP. O<br />
po<strong>de</strong>r das histórias<br />
em alavancar<br />
produtos é muito<br />
gran<strong>de</strong>”, diz.<br />
A Havaianas também<br />
aponta a nostalgia<br />
e a lembrança positiva<br />
que as pessoas têm com o<br />
período da infância ou adolescência<br />
como um dos impulsionadores<br />
<strong>de</strong>sse mercado. Outro<br />
ponto seriam os clusters, com<br />
muitos adultos buscando pertencer<br />
a alguma tribo específica.<br />
“Eles querem homenagear<br />
seu super-herói ou trazer irreverência<br />
para o look. Tornou-se<br />
cool ser percebido como geek.”<br />
ao infinito e aléM<br />
Na visão das marcas, esse<br />
sentimento nostálgico e <strong>de</strong> paixão<br />
por personagens sempre vai<br />
existir. Po<strong>de</strong> ser que a maneira<br />
com que as pessoas expressem<br />
isso mu<strong>de</strong>, mas as empresas não<br />
veem isso no curto prazo. Assim<br />
como Juliato, do Omelete&Co,<br />
Colares, da Imaginarium, <strong>de</strong>staca<br />
a força da narrativa como<br />
combustível <strong>de</strong>ssa jornada. “Tem<br />
storytelling e ele não se encerra<br />
no item. O produto é o início.”<br />
Parceria com e-commerce Chico Rei tem linha exclusiva <strong>de</strong> camisetas para adultos<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13
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mercado<br />
autoexame é<br />
básico para prevenir<br />
câncer <strong>de</strong> mama<br />
Campanha da Femana e ví<strong>de</strong>o da<br />
tenista Serena Williams chamam a<br />
atenção das mulheres no Outubro Rosa<br />
da<strong>de</strong>, basta entrar no site fundacaolacorosa.<br />
com/sororida<strong>de</strong>rosa, adotar o sobrenome<br />
Rosa, fazer uma contribuição e baixar um RG<br />
ilustrado para ser usado nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A Laço Rosa vai promover ações durante o<br />
ano <strong>de</strong> 2019, além <strong>de</strong> eleger as quartas-feiras<br />
para enfatizar o movimento Quarta Rosa, até<br />
o fim <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>. “O movimento Outubro<br />
Rosa é, sem dúvida nenhuma, uma iniciativa<br />
po<strong>de</strong>rosa na luta contra o câncer <strong>de</strong> mama,<br />
pois joga luz mundialmente sobre o tema.<br />
Mas, na prática, a gente luta para mudar essa<br />
Paulo Macedo<br />
Por isso não provoque, é cor <strong>de</strong> rosa<br />
choque! O refrão da famosa canção<br />
<strong>de</strong> Rita Lee é uma espécie <strong>de</strong> libelo para<br />
o movimento Outubro Rosa, que<br />
chama a atenção das mulheres para<br />
o exame regular das mamas. Com um<br />
simples toque, o autoexame se materializa.<br />
E para estimular a conscientização sobre<br />
esse problema, marcas, produtos e serviços<br />
estão <strong>de</strong>stinando recursos a organizações<br />
que se <strong>de</strong>dicam à disseminação <strong>de</strong><br />
práticas preventivas.<br />
Este ano, porém, num ví<strong>de</strong>o com os seios<br />
<strong>de</strong>snudos, a supercampeã <strong>de</strong> tênis Serena<br />
Williams emprestou a sensibilida<strong>de</strong> ao<br />
mês <strong>de</strong> conscientização do câncer mamário.<br />
Ela postou na sua conta no Instagram um filmete<br />
<strong>de</strong> 30 segundos cantando I Touch Myself<br />
(Eu mesma me toco), sucesso dos anos 1990 da<br />
banda The Divinyls. A mensagem bombou!<br />
A Fundação Laço Rosa, âncora do projeto,<br />
está com a campanha Sonorida<strong>de</strong> rosa,<br />
criada pela F/Nazca Saatchi & Saatchi que<br />
estimula a união <strong>de</strong> mulheres em torno<br />
do objetivo comum. Para integrar a irmanrealida<strong>de</strong><br />
diariamente”, afirma Marcelle Me<strong>de</strong>iros,<br />
presi<strong>de</strong>nte e fundadora da Fundação<br />
Laço Rosa. Legitimida<strong>de</strong> é essencial para que<br />
o engajamento à causa faça sentido.<br />
“A importância do Outubro Rosa está diretamente<br />
relacionada ao impacto positivo<br />
que a conscientização sobre a prevenção, os<br />
cuidados e o diagnóstico precoce tem na diminuição<br />
do número <strong>de</strong> mortes por câncer<br />
<strong>de</strong> mama. Claramente o movimento é um<br />
caminho concreto contra a doença hoje no<br />
Brasil. No entanto, um dos gran<strong>de</strong>s ques-<br />
Em seu Instagram, a tenista Serena Williams cantou o clássico I touch myself para conscientizar contra câncer <strong>de</strong> mama<br />
16 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos Divulgação<br />
Maju Kieling é diretora <strong>de</strong> planejamento da Tribal<br />
tionamentos são as atuações das marcas<br />
que acabam se valendo da causa em suas<br />
campanhas e iniciativas <strong>de</strong> comunicação<br />
sem legitimida<strong>de</strong>, sem coerência e sem responsabilida<strong>de</strong><br />
real com a causa. É imprescindível<br />
que as marcas tenham cada vez<br />
mais postura <strong>de</strong> agente (que age <strong>de</strong> fato) na<br />
hora <strong>de</strong> se aproximar e promover uma causa,<br />
não há mais espaço para oportunismo e<br />
muito menos para marcas aventureiras <strong>de</strong><br />
ações pontuais. O momento agora pe<strong>de</strong> um<br />
olhar para a marca <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora, com<br />
plena consciência do seu propósito para<br />
que a escolha <strong>de</strong> uma causa vá muito além<br />
do ganho imediato <strong>de</strong> “imagem <strong>de</strong> marca<br />
consciente”, argumenta Maju Kieling, diretora<br />
<strong>de</strong> planejamento da Tribal.<br />
A chance <strong>de</strong> cura do câncer <strong>de</strong> mama é <strong>de</strong><br />
95%. A Azul quer impactar dois milhões <strong>de</strong><br />
clientes e seus 12 mil tripulantes com a ação<br />
Azul é rosa para beneficiar 60 mulheres <strong>de</strong><br />
todo o país que receberão passagens aéreas<br />
para os <strong>de</strong>slocamentos até as cinco unida<strong>de</strong>s<br />
do Hospital do Amor. “Essa é a doença<br />
que mais acomete as mulheres no mundo<br />
e há gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> cura se <strong>de</strong>tectada<br />
precocemente”, comenta Claudia Fernan<strong>de</strong>s,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing da Azul.<br />
A Tramontina está disponibilizando para<br />
o mercado os cinco mil itens do seu portfó-<br />
lio para marcas usarem em prol do Outubro<br />
Rosa, que permitem customização.<br />
A Linea Alimentos está com a ativação<br />
Pense rosa, que confere apoio à ONG Orientavida.<br />
Já a Femana (Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong><br />
Instituições Filantrópicas <strong>de</strong> Apoio à Saú<strong>de</strong><br />
da Mama) está apresentando o aplicativo Mamatch,<br />
com o propósito <strong>de</strong> conectar pessoas<br />
que têm ou já tiveram câncer <strong>de</strong> mama, além<br />
<strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e familiares.<br />
A campanha #compartilhesualuta é assinada<br />
pela Mestiça. O app foi <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela Vee Digital.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 17
mercado<br />
Fest’Up compartilha tendências<br />
<strong>de</strong> mercado com estudantes em SP<br />
Trigésima edição do evento realizado pela Associação dos Profissionais<br />
<strong>de</strong> Propaganda contou com 24 palestras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s nomes, na ESPM<br />
Renato Rogenski<br />
Todo mercado que preten<strong>de</strong><br />
se manter forte, vigoroso e<br />
com profissionais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
precisa <strong>de</strong> fomento e educação.<br />
Cabe às entida<strong>de</strong>s, também, o<br />
papel <strong>de</strong> reunir iniciativas que<br />
caminhem nesse sentido.<br />
No último dia 29, por exemplo,<br />
a APP (Associação dos Profissionais<br />
<strong>de</strong> Propaganda) organizou<br />
mais uma edição do seu<br />
Fest’Up Tendências.<br />
O objetivo, mais uma vez,<br />
foi apresentar aos estudantes<br />
das áreas <strong>de</strong> propaganda<br />
e marketing as principais<br />
tendências do mercado <strong>de</strong><br />
comunicação.<br />
O evento foi realizado na<br />
ESPM São Paulo. Nele, foram<br />
realizadas 24 palestras <strong>de</strong><br />
50 minutos cada, em três auditórios<br />
simultâneos da instituição<br />
<strong>de</strong> ensino. Profissionais<br />
<strong>de</strong> diferentes áreas <strong>de</strong> atuação<br />
pu<strong>de</strong>ram compartilhar as suas<br />
visões e vivências sobre novos<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio, a relação<br />
entre marcas, pessoas, veículos<br />
e plataformas, assim como<br />
o comportamento dos consumidores.<br />
Neste cenário, os estudantes<br />
tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver<br />
e ouvir <strong>de</strong> perto nomes do mercado<br />
como Luciana Schwartz<br />
(VML), Fábio Tachibana (Grey<br />
Brasil), Marcelo Tripoli (McKinsey),<br />
Rafael Ziggy (DPZ&T).<br />
Ana Cortat (Hybrid Colab), Vitor<br />
Abud (W+K) e Paulo César<br />
Queiroz (PQ Consultoria).<br />
Para Ênio Vergeiro, presi<strong>de</strong>nte<br />
da APP, a data e o local<br />
escolhidos não po<strong>de</strong>riam ser<br />
melhores. “Este foi o trigésimo<br />
Fest’Up. E pela primeira vez foi<br />
realizado na ESPM, algo que<br />
nós da APP e da escola já gostaríamos<br />
que fosse assim há tempos.<br />
Além disso, o evento ocorreu<br />
no mesmo dia em que a<br />
associação completou 81 anos<br />
<strong>de</strong> história. Foi um acontecimento<br />
interessante, com um<br />
formato dinâmico, <strong>de</strong> apenas<br />
Organizadores do Fest’Up Tendências comemoram sucesso do evento e os 81 anos da Associação dos Profissionais <strong>de</strong> Propaganda<br />
um dia, em que tratamos diversas<br />
tendências. Tudo transcorreu<br />
<strong>de</strong> maneira muito positiva<br />
e nós nos sentimos em casa”,<br />
afirmou.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da APP também<br />
observou o frescor da curadoria<br />
do evento, que trouxe muita<br />
gente jovem, mas que já tem<br />
enorme bagagem <strong>de</strong> carreira e<br />
muita coisa para ensinar e compartilhar<br />
e, o que é mais importante,<br />
com um drive conectado<br />
com a <strong>de</strong>manda da nova geração<br />
do segmento <strong>de</strong> comunicação.<br />
“O evento é para estudantes,<br />
mas o conteúdo serve<br />
para qualquer profissional da<br />
área, que certamente também<br />
iria apren<strong>de</strong>r muito com os palestrantes<br />
que estiveram aqui”,<br />
contou. Vergeiro também <strong>de</strong>stacou<br />
as salas <strong>de</strong> mentoria que<br />
ocorreram durante o evento,<br />
que foram criadas para orientar<br />
todos os jovens profissionais<br />
“O eventO é para<br />
estudantes, mas<br />
O cOnteúdO serve<br />
para qualquer<br />
prOfissiOnal<br />
da área”<br />
Alê Oliveira<br />
que buscam alinhar o rumo <strong>de</strong><br />
suas carreiras.<br />
Quem também celebrou o<br />
sucesso da iniciativa foi Dalton<br />
Pastore, presi<strong>de</strong>nte da ESPM.<br />
Em sua visão, o Fest’Up tem<br />
tudo a ver com a entida<strong>de</strong>.<br />
“Nossa casa ficou repleta <strong>de</strong><br />
amigos queridos, pessoas com<br />
passado, presente e futuro na<br />
indústria brasileira <strong>de</strong> comunicação.<br />
E a ESPM é a casa do<br />
mercado. Quando ninguém<br />
ainda pensava em ‘propósito’,<br />
nossos fundadores já tinham<br />
um claro e bem <strong>de</strong>finido: criar<br />
no Brasil um centro <strong>de</strong> excelência<br />
em propaganda, marketing<br />
e na gestão das indústrias<br />
criativas. O Fest’Up é muito<br />
mais que um evento. É uma<br />
missão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizar o conhecimento<br />
do marketing e da<br />
comunicação, que não po<strong>de</strong>ria<br />
estar mais em linha com a nossa<br />
missão”, ressaltou.<br />
18 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
merCado<br />
Interbrand reformula a marca Torra,<br />
totalmente voltada para a classe C<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> moda com loja no Brás precisava ser empo<strong>de</strong>rada; case mostra<br />
mudança <strong>de</strong> cenário das empresas populares sem histórico em branding<br />
KELLY DORES<br />
Foi-se o tempo em que as<br />
gran<strong>de</strong>s consultorias <strong>de</strong><br />
branding trabalhavam apenas<br />
com projetos para megacompanhias.<br />
Hoje em dia, com a mudança<br />
do cenário <strong>de</strong> comunicação,<br />
em que todos trabalham<br />
com menos verbas disponíveis,<br />
empresas populares sem histórico<br />
em branding também fazem<br />
parte do portfólio <strong>de</strong>ssas<br />
consultorias. A londrina Interbrand,<br />
que pertence ao Grupo<br />
Omnicom, por exemplo, acaba<br />
<strong>de</strong> reformular a marca Torra,<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas com unida<strong>de</strong> no<br />
Brás, tradicional centro <strong>de</strong> comércio<br />
popular em São Paulo,<br />
voltada para a classe C. Outro<br />
case é o Dr. Consulta.<br />
“A gente está bem orgulhoso<br />
dos trabalhos que temos feito<br />
ultimamente. Acabamos <strong>de</strong> relançar<br />
a marca Suvinil, da Basf.<br />
Foi um trabalho <strong>de</strong> dois anos.<br />
O objetivo era mudar o posicionamento<br />
da marca, que era<br />
muito voltada para pintores e<br />
profissionais, com o objetivo <strong>de</strong><br />
colocá-la mais próxima do consumidor<br />
final. Este ano, a gente<br />
também fez o reposicionamento<br />
do Dr. Consulta, um case incrível<br />
que está construindo uma<br />
categoria nova. E fizemos o lançamento<br />
da Torra, uma loja do<br />
Brás que ven<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais. Foi um<br />
trabalho muito interessante,<br />
voltado para a classe C. É uma<br />
loja que está bombando, mas a<br />
marca não tinha acompanhado<br />
o negócio, não era uma marca<br />
inspiradora. Descobrimos por<br />
meio <strong>de</strong> pesquisas que as pessoas<br />
compravam lá, mas tinham<br />
vergonha <strong>de</strong> sair com a sacola<br />
<strong>de</strong>les”, conta Daniella Bianchi,<br />
diretora-geral da Interbrand.<br />
A solução para o caso, segundo<br />
a executiva, foi reposicionar<br />
a Torra como especialista no<br />
que faz e empo<strong>de</strong>rar a marca<br />
junto com a classe C. “A promessa<br />
da marca é: ‘po<strong>de</strong>r é ser<br />
quem você é’. A gente mudou<br />
toda a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, com<br />
Daniella Bianchi fala que o trabalho das<br />
consultorias hoje é muito mais complexo.<br />
Ao lado, a nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual da Torra<br />
cores virbrantes, a marca ficou<br />
linda. Não é porque é classe C<br />
que tem <strong>de</strong> ser feio. Mudamos<br />
tudo, inclusive a sacola”, diz.<br />
Daniella afirma que o trabalho<br />
das consultorias <strong>de</strong> branding<br />
se tornou muito mais<br />
complexo. “Hoje a gente tem<br />
um espectro muito maior. Trabalhamos<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> valores,<br />
cultura, gestão da marca, toda<br />
a parte <strong>de</strong> impacto ambiental<br />
e produto. A entrega hoje é<br />
mais complexa, vai muito além<br />
do <strong>de</strong>sign e é mais tailor ma<strong>de</strong><br />
para cada cliente. Antes o que<br />
era um projeto <strong>de</strong> seis meses,<br />
acaba durando dois, três anos”.<br />
Em 2012, a Interbrand foi a<br />
responsável por uma das fusões<br />
mais importantes do mercado<br />
aéreo, entre TAM e LAN,<br />
que <strong>de</strong>u origem à Latam. “Foi<br />
um trabalho muito profundo<br />
<strong>de</strong> assessment”. Neste mês, a<br />
consultoria apresenta ao mercado<br />
o aguardado ranking Best<br />
“A gente está<br />
bem orgulhoso<br />
dos trAbAlhos<br />
que temos feito<br />
ultimAmente”<br />
Global Brands. De acordo com<br />
Daniella, um dos focos da lista<br />
será mostrar as marcas que estão<br />
ousando, fazendo diferente.<br />
Segundo a executiva, é fato<br />
que cada vez mais competem<br />
com as consultorias <strong>de</strong> negócios,<br />
como Accenture e McKin-<br />
Fotos: Divulgação<br />
sey, “porque cada vez mais eles<br />
estão fazendo a parte <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
visual e nós entrando<br />
mais no negócio”, mas ao mesmo<br />
tempo há muito trabalho<br />
colaborativo. “Em muitos projetos<br />
a gente também complementa<br />
um o trabalho do outro.<br />
Temos trabalhado muito com<br />
as agências. No passado, havia<br />
um pensamento <strong>de</strong> que o nosso<br />
trabalho talvez fosse <strong>de</strong>snecessário,<br />
mas hoje as agências enten<strong>de</strong>m<br />
a importância do branding.<br />
E a gente trabalha com<br />
inúmeras agências, das gran<strong>de</strong>s<br />
às pequenas”, <strong>de</strong>staca a diretora-geral<br />
da Interbrand.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19
mArkeTing & negócios<br />
jmsilva/iStock<br />
A evolução da TV<br />
Website americano fez excelente análise<br />
sobre a evolução do espaço do meio, na<br />
contramão das apostas nos últimos anos<br />
Rafael Sampaio<br />
fonte da análise não po<strong>de</strong>ria ser mais<br />
A isenta: o website CMO.com, que é editado<br />
e suportado pela Adobe, empresa <strong>de</strong><br />
tecnologia sem conexões com nenhuma organização<br />
<strong>de</strong> mídia e que provê soluções e<br />
softwares para <strong>de</strong>sign, marketing e comunicação.<br />
Fundada em 1982, na Califórnia,<br />
hoje é uma organização global com receita<br />
anual superior a US$ 7,5 bilhões. O artigo<br />
é assinado por Todd Wasserman, autor e<br />
jornalista com mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> experiência,<br />
com foco em marketing e tecnologia,<br />
ex-editor chefe da Brandweek e contribuinte<br />
regular <strong>de</strong> locais como The New<br />
York Times e The Hollywood Reporter.<br />
Esse insuspeito analista espantou-se<br />
com o fato <strong>de</strong> que, no ano em que a previsão<br />
era <strong>de</strong> a mídia digital estar ultrapassando<br />
a TV como o meio com maior fatia no<br />
bolo publicitário americano, os sinais têm<br />
sido <strong>de</strong> que o crescimento da televisão po<strong>de</strong><br />
ser gran<strong>de</strong> o suficiente para não <strong>de</strong>ixar<br />
essa previsão se cumprir. Um <strong>de</strong>sses fatos<br />
foi o investimento das gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lojas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento no período <strong>de</strong> volta às<br />
aulas naquele mercado (julho/setembro),<br />
que cresceu 9,3% sobre o mesmo período<br />
do ano anterior. Outro fato foi a previsão <strong>de</strong><br />
um dirigente da Omnicom Media <strong>de</strong> que a<br />
TV tradicional vai crescer 5%, este ano, acima<br />
da média prevista para o mercado.<br />
Outra informação relevante citada foi<br />
uma pesquisa recente feita pela própria<br />
Adobe com mil compradores <strong>de</strong> TV dos<br />
EUA, revelando que a maioria dos profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing continua classificando<br />
a TV como superior aos formatos<br />
digitais – incluindo áudio, display, native,<br />
OOH, searching e social – na “capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> construir uma conexão emocional com<br />
as marcas”.<br />
Uma razão para a viabilida<strong>de</strong> continuada<br />
da publicida<strong>de</strong> na TV é, simplesmente,<br />
como o artigo enfatiza, que ela funciona.<br />
A Warc, para mencionar outro estudo robusto,<br />
<strong>de</strong>scobriu que, entre as 100 campanhas<br />
globais mais eficazes, uma proporção<br />
maior foi li<strong>de</strong>rada pela TV entre 2013 e 2016,<br />
acima do que ocorreu nos três anos anteriores.<br />
Depois da fase <strong>de</strong> fascínio com a mídia<br />
social, a Warc registrou mais anunciantes<br />
voltando à TV para garantir o retorno máximo<br />
<strong>de</strong> seus investimentos.<br />
Um estudo acadêmico mostrou que os<br />
consumidores prestam mais atenção à publicida<strong>de</strong><br />
na TV. Conduzida pela professora<br />
Karen Nelson-Field, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, na Austrália, a investigação usou<br />
a técnica <strong>de</strong> eye-tracking (rastreamento<br />
dos olhos) e <strong>de</strong>monstrou que a TV alcança o<br />
dobro da visualização ativa dos ví<strong>de</strong>os exibidos<br />
no YouTube e 15 vezes a visualização<br />
ativa do Facebook.<br />
A professora explicou que a taxa <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><br />
é afetada por três fatores: cobertura<br />
(a proporção da tela que o comercial<br />
cobre); confusão (o que ocorre ao redor da<br />
mensagem); e própria visibilida<strong>de</strong> (quanto<br />
do comercial está na tela em todos os<br />
momentos). “Há uma razão pela qual a<br />
maioria dos anunciantes inicia seu planejamento<br />
anual <strong>de</strong> mídia pelos cálculos das<br />
compras antecipadas da TV (que é o padrão<br />
americano). A TV ainda <strong>de</strong>tém a maior parte<br />
dos dólares aplicados em publicida<strong>de</strong><br />
e é única em sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer<br />
uma conexão emocional com os consumidores”,<br />
conforme avalia um alto executivo<br />
da Adobe.<br />
Como pontua o artigo <strong>de</strong> Wasserman,<br />
“os anunciantes mais experientes estão<br />
colocando a TV no centro das campanhas<br />
‘omnichannel’, pois se um consumidor assistir<br />
a um comercial na TV, ele também<br />
verá a mensagem em seus dispositivos digitais,<br />
reforçando seu efeito”.<br />
A conclusão final da análise é que a TV<br />
continua no centro das ações da mídia<br />
publicitária e todas as muitas inovações<br />
tecnológicas digitais e a expansão da distribuição<br />
<strong>de</strong> sua programação estão tornando<br />
a publicida<strong>de</strong> na TV cada vez mais<br />
atraente.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
22 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Digital<br />
Petrobras Distribuidora abre<br />
concorrência para conta online<br />
Contrato será <strong>de</strong> três anos e prevê serviços <strong>de</strong> planejamento e produção<br />
<strong>de</strong> conteúdo na internet; interessadas terão orçamento <strong>de</strong> R$ 17,4 milhões<br />
Danúbia Paraizo<br />
A<br />
partir do ano que vem, a<br />
Petrobras Distribuidora<br />
contará com nova agência <strong>de</strong><br />
comunicação digital. Para aten<strong>de</strong>r<br />
a área, a empresa acaba <strong>de</strong><br />
abrir processo <strong>de</strong> licitação.<br />
O fornecedor vai li<strong>de</strong>rar seu<br />
planejamento estratégico e produção<br />
<strong>de</strong> conteúdo na internet.<br />
O contrato <strong>de</strong> 36 meses tem<br />
orçamento <strong>de</strong> R$ 17,4 milhões<br />
para o período. O processo prevê<br />
modo <strong>de</strong> disputa fechado e<br />
por maior <strong>de</strong>sconto sobre o preço<br />
<strong>de</strong> tabela. As propostas serão<br />
recebidas até 18 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, às<br />
10h, quando serão abertos os<br />
envelopes com os documentos.<br />
Vale lembrar que BR po<strong>de</strong>rá<br />
prorrogar a data <strong>de</strong> apresentação<br />
das propostas. A lista<br />
<strong>de</strong> serviços no projeto inclui o<br />
atendimento e planejamento<br />
<strong>de</strong> comunicação digital, atualização<br />
e manutenção do portal<br />
BR, do canal <strong>de</strong> negócios, sites<br />
e hotsites, entre outros.<br />
Lí<strong>de</strong>r no mercado brasileiro<br />
<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> combustível<br />
e lubrificantes, a empresa é <strong>de</strong>tentora<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> oito mil postos,<br />
além da BR Mania, mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> franquia <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> conveniência.<br />
Divulgação/ Matheus Obst<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> postos e lojas <strong>de</strong> conveniência serão produtos que agência <strong>de</strong>ve trabalhar<br />
Você cria,<br />
a Digital faz.<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Illustration | 3D/CGI | Retouch | Play<br />
11 3031.2829 | digitalimagens.com<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23
DIGITAL<br />
In Loco apresenta universida<strong>de</strong> com<br />
plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater proteção <strong>de</strong> dados<br />
Num mundo cada vez mais exposto, as informações <strong>de</strong> usuários viraram<br />
ativo financeiro, mas há lei e meios que conservam o anonimato do cliente<br />
Paulo Macedo<br />
Como proteger os dados pessoais<br />
dos consumidores,<br />
que hoje são tratados como ativo<br />
financeiro, foi o foco do lançamento<br />
na semana passada da<br />
In Loco University, projeto integrado<br />
à In Loco Media, do CEO<br />
André Ferraz, especializada em<br />
localização <strong>de</strong> consumidores<br />
por meio <strong>de</strong> um sistema proprietário<br />
<strong>de</strong> sensores embutidos<br />
em smartphones, mas que conserva<br />
o anonimato dos usuários<br />
<strong>de</strong> aplicativos das marcas parceiras.<br />
A apresentação contou<br />
com <strong>de</strong>bate em torno do tema<br />
Privacida<strong>de</strong> e Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />
<strong>de</strong> Dados: fatos e mitos, com<br />
a participação <strong>de</strong> Thiago Camargo<br />
Lopes, secretário <strong>de</strong> políticas<br />
digitais do Ministério da<br />
Ciência e Tecnologia, Inovações<br />
e Comunicações, do advogado<br />
Marcelo Crespo, especialista em<br />
direito digital, e <strong>de</strong> Ferraz.<br />
“Os governos entram no jogo<br />
da cyber segurança quando<br />
há problema. Gran<strong>de</strong>s empresas<br />
não vão usar dados contra<br />
clientes. Mas há condições <strong>de</strong>vido<br />
aos aspectos humanos que<br />
permitem falhas. Na In Loco, se<br />
alguém <strong>de</strong>ixa o seu computador<br />
logado, sou o primeiro a entrar<br />
e fazer uma interferência como<br />
um aviso. Usar um pen drive<br />
não pesquisado também é um<br />
risco, porque, ao espetá-lo no<br />
computador, vai fornecer dados<br />
para mal-intencionados e, consequentemente,<br />
fazer um estrago<br />
nas informações”, <strong>de</strong>stacou<br />
Ferraz.<br />
A LGPD (Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />
<strong>de</strong> Dados) é um avanço positivo,<br />
na expressão <strong>de</strong> Thiago<br />
Lopes. Porém, o representante<br />
do governo consi<strong>de</strong>ra que nos<br />
ambientes mais inovadores há<br />
mais complexida<strong>de</strong> da integração<br />
<strong>de</strong> uma agenda comum,<br />
mas vê vantagens no marco legal.<br />
“Tem ganho porque a tutela<br />
jurídica mostra que dados pessoais<br />
são um bem e po<strong>de</strong>m ser<br />
usados, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam<br />
André Ferraz, Thiago Camargo Lopes, Rodrigo Junco e Marcelo Crespo: <strong>de</strong>bate sobre privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />
<strong>de</strong>ntro da lei, que cria um mo<strong>de</strong>lo<br />
mais transparente <strong>de</strong> trocas.<br />
Antes o acesso ao conhecimento<br />
era limitado. Na minha época<br />
era a Barsa. Hoje, as pessoas ce<strong>de</strong>m<br />
dados para obter conhecimento.<br />
É um avanço positivo”,<br />
argumenta o representante do<br />
governo, que vê dicotomia na<br />
conversa com clientes na forma<br />
como são usados seus dados.<br />
“Requer ética, técnica e transparência”,<br />
ele acrescentou.<br />
A aprovação no último mês<br />
<strong>de</strong> agosto da LGPD no país trouxe<br />
luz às práticas do uso <strong>de</strong> dados<br />
pessoais dos usuários da<br />
internet. Lopes, porém, é favorável<br />
a um sistema <strong>de</strong> autorregulamentação,<br />
similar ao Conar<br />
(Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária),<br />
como forma eficaz <strong>de</strong> proteção.<br />
“Não há um mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al. Para<br />
inovação, po<strong>de</strong> ser um private<br />
<strong>de</strong>sign que garanta privacida<strong>de</strong>.<br />
Com a autorregulamentação há<br />
proteção para os que contrariam<br />
os interesses dos usuários”.<br />
O jurista Marcelo Crespo repetiu<br />
a máxima <strong>de</strong> que os dados<br />
“Uma loja <strong>de</strong><br />
eletrônicos,<br />
com dados da<br />
in loco, sabe<br />
qUais e qUantos<br />
smartphones<br />
estiveram na<br />
sUa região”<br />
Divulgação<br />
são o novo petróleo, mas recomenda<br />
o entendimento do novo<br />
contexto global <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
informações. “Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monizar<br />
dados. Precisa ter motivos,<br />
requisitos autorizados,<br />
consentimento e transparência.<br />
Quando se junta isso à ética, fica<br />
mais fácil”, pon<strong>de</strong>rou.<br />
Agências e anunciantes po<strong>de</strong>m<br />
fazer uma comunicação<br />
B2B sem uso das listas dos clientes.<br />
A metodologia da localização<br />
consolida esse processo.<br />
“Uma loja <strong>de</strong> eletrônicos, com<br />
dados da In Loco, sabe quais e<br />
quantos smartphones estiveram<br />
na sua região. E sabe se o usuário<br />
comprou ou foi à loja. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que é mais do que suficiente<br />
para uma marca fazer seu<br />
trabalho e ven<strong>de</strong>r mais. Quem<br />
usa esse método na campanha<br />
não consegue ver os CPFs, mas<br />
o número final <strong>de</strong> negócios e o<br />
ROI. Não gera riscos para o usuário<br />
e aten<strong>de</strong> os anunciantes,<br />
que querem volume e impactar<br />
milhões <strong>de</strong> pessoas. É o uso <strong>de</strong><br />
dados pessoais com um proxy<br />
diferente”, finaliza Ferraz.<br />
24 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digitAl<br />
SAP quer estimular “conexão com<br />
propósito” esta semana em Barcelona<br />
SAP Customer Experience Live vai reunir profissionais das mais variadas<br />
áreas para palestras, hackathons, ativida<strong>de</strong>s imersivas e networking<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Ven<strong>de</strong>r tecnologia e inovação<br />
nunca é uma tarefa das<br />
mais simples. Por isso, alguns<br />
players do segmento costumam<br />
trabalhar em duas vias:<br />
<strong>de</strong> um lado criando produtos e<br />
soluções, do outro, fomentando<br />
o mercado com formação e<br />
informação. Com esse objetivo,<br />
entre os próximos dias 10 e<br />
11, a SAP vai realizar mais uma<br />
edição do SAP Customer Experience<br />
Live.<br />
O evento, que ocorre em Barcelona,<br />
na Espanha, <strong>de</strong>ve mostrar<br />
como as empresas têm pela<br />
frente milhares <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conectar<br />
pessoas, processos e trabalhos<br />
por meio <strong>de</strong> tecnologia.<br />
A iniciativa reúne <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
profissionais <strong>de</strong> diretoria executiva,<br />
a <strong>de</strong>senvolvedores e<br />
especialistas em marketing,<br />
comércio, vendas, serviços, TI<br />
e finanças. Do ponto <strong>de</strong> vista<br />
<strong>de</strong> quem trabalha no mercado<br />
<strong>de</strong> comunicação, o encontro<br />
serve para ressaltar <strong>de</strong> que forma<br />
todos esses recursos e ferramentas<br />
po<strong>de</strong>m potencializar<br />
as estratégias das marcas, principalmente<br />
atuando em toda a<br />
jornada do consumidor.<br />
“Os clientes querem confiar<br />
nas empresas com as quais<br />
fazem negócios e esperam que<br />
essa relação esteja conectada<br />
para muito além <strong>de</strong> uma<br />
compra pontual”, afirma Alex<br />
Divulgação<br />
Além <strong>de</strong> palestras, reuniões e hackathon, o evento contará com experiências imersivas<br />
Atzberger, presi<strong>de</strong>nte da SAP<br />
Customer Experience. “Isso significa<br />
que a oferta e a <strong>de</strong>manda<br />
precisam ser integradas e que<br />
marketing, vendas e serviços<br />
<strong>de</strong>vem estar focados no que<br />
o cliente quer, não em uma<br />
transação simplesmente. Esse é<br />
o propósito <strong>de</strong> nossa plataforma<br />
SAP C/4HANA <strong>de</strong> soluções em<br />
nuvem. Ela representa a personificação<br />
do ‘Intelligent Enterprise’,<br />
que ajuda a conectar as<br />
organizações aos seus públicos,<br />
“Os clientes<br />
querem cOnfiar<br />
nas empresas<br />
cOm as quais<br />
fazem negóciOs e<br />
esperam que essa<br />
relaçãO esteja<br />
cOnectada para<br />
muitO além <strong>de</strong> uma<br />
cOmpra pOntual”<br />
para compreen<strong>de</strong>r melhor o<br />
cenário e aten<strong>de</strong>r proativamente<br />
as suas necessida<strong>de</strong>s”, explica<br />
Atzberger.<br />
O SAP Customer Experience<br />
Live tem como tema nesta edição<br />
Connect with Purpose ou,<br />
na tradução livre Conecte-se<br />
com propósito. No evento, além<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> palestras sobre<br />
tecnologia, vendas, marketing,<br />
comunicação e negócios, <strong>de</strong><br />
maneira geral, o público po<strong>de</strong>rá<br />
interagir com algumas atrações<br />
que têm inteligência artificial<br />
<strong>de</strong>senvolvida a partir <strong>de</strong> ferramentas<br />
da SAP. Uma <strong>de</strong>las<br />
é a ativação DiscovAR SAP C/<br />
4HANA Buddy, uma experiência<br />
<strong>de</strong> gamification em realida<strong>de</strong><br />
aumentada, on<strong>de</strong> os participantes<br />
criam o próprio avatar,<br />
personalizado, e recebem <strong>de</strong>le<br />
dicas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> e conteúdo<br />
sobre tudo que está rolando no<br />
evento.<br />
Para os profissionais que<br />
querem testar e <strong>de</strong>senvolver as<br />
suas habilida<strong>de</strong>s em real time,<br />
também serão realizadas sessões<br />
<strong>de</strong> hackathon, on<strong>de</strong> será<br />
possível <strong>de</strong>senvolver cases e<br />
trabalhos diversos a partir das<br />
ferramentas SAP. Durante todo<br />
o tempo, o público também<br />
terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agendar<br />
uma consultoria <strong>de</strong> 30 minutos<br />
com especialistas da companhia,<br />
além <strong>de</strong> receber dicas <strong>de</strong><br />
soluções e aplicações estratégicas<br />
para resolver os problemas<br />
<strong>de</strong> sua companhia.<br />
Estão abertas as inscrições para o Colunistas São Paulo <strong>2018</strong>!<br />
Prepare seus melhores trabalhos e inscreva-se.<br />
E fique na torcida pelo ouro, prata e bronze.<br />
Um Colunistas muda a sua carreira para melhor.<br />
Nanny Lima: nanny@editorareferencia.com.br<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25
digital<br />
“O Waze é uma<br />
plataforma<br />
colaborativa”<br />
Divulgação<br />
Com mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> usuários em<br />
todo o mundo, o aplicativo <strong>de</strong> navegação<br />
<strong>de</strong> trânsito Waze, <strong>de</strong>senvolvido em Israel,<br />
completa 10 anos em <strong>2018</strong>. Adquirida pelo<br />
Google em 2013, a plataforma está em constante<br />
evolução para orientar os usuários nos <strong>de</strong>safios<br />
da mobilida<strong>de</strong> urbana. Nesta entrevista, Leandro<br />
Esposito, gerente do Waze no Brasil, revela<br />
<strong>de</strong>talhes sobre o mercado brasileiro, que está<br />
entre os cinco maiores do mundo. O executivo<br />
também fala sobre publicida<strong>de</strong> e melhorias da<br />
plataforma, que conta com a ajuda dos usuários,<br />
e do Waze Carpool, novo aplicativo da companhia<br />
que conecta passageiros e motoristas com<br />
caminhos similares em um serviço <strong>de</strong> caronas.<br />
Leandro Esposito, do Waze Brasil, revela <strong>de</strong>talhes do aplicativo <strong>de</strong> caronas<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
MercadO brasileirO<br />
O Brasil é o maior mercado<br />
do Waze na América Latina e<br />
está entre os cinco maiores do<br />
mundo. O mercado brasileiro<br />
é muito relevante para o Waze<br />
em termos <strong>de</strong> negócios e volume<br />
<strong>de</strong> usuários. Isso é muito<br />
importante, pois faz com que<br />
a gente, cada vez mais, corra<br />
atrás <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver funcionalida<strong>de</strong>s<br />
e melhore a aplicação<br />
para os brasileiros. Um exemplo<br />
disso é quando você vai pegar<br />
a estrada e o Waze te envia<br />
um lembrete dizendo que você<br />
precisa acen<strong>de</strong>r os faróis, que<br />
é uma legislação brasileira que<br />
pe<strong>de</strong> que você faça isso. Então,<br />
este é o tipo <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong><br />
que <strong>de</strong>senvolvemos para melhor<br />
aten<strong>de</strong>r os consumidores.<br />
evOluçãO<br />
O Waze é uma plataforma<br />
colaborativa. Sua essência são<br />
os usuários e a comunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> editores <strong>de</strong> mapas, que são<br />
voluntários que se <strong>de</strong>dicam a<br />
melhorar nosso conteúdo. Então,<br />
eles são a espinha dorsal<br />
da plataforma. O aplicativo, as<br />
informações e os nossos mapas<br />
melhoraram muito nesse período.<br />
Quanto mais as pessoas<br />
colaboram, melhor fica a experiência<br />
para todo mundo. Estamos<br />
constantemente <strong>de</strong>senvolvendo<br />
o aplicativo.<br />
Waze X Publicida<strong>de</strong><br />
Temos uma ótima relação<br />
com o mercado publicitário,<br />
pois a nossa proposta <strong>de</strong> valor<br />
foi muito bem absorvida. Estamos<br />
o tempo inteiro com o<br />
usuário, seja quando ele está<br />
indo para os lugares do seu dia<br />
a dia, ou nos momentos que antece<strong>de</strong>m<br />
o consumo. Então, as<br />
marcas que enten<strong>de</strong>m e enxergam<br />
valor neste momento para<br />
a sua comunicação possuem algumas<br />
vantagens. Por exemplo,<br />
você po<strong>de</strong> marcar seus pontos<br />
<strong>de</strong> venda <strong>de</strong>ntro do mapa e fazer<br />
com que os usuários sabiam<br />
on<strong>de</strong> estão esses lugares e se<br />
você possui alguma coisa para<br />
falar. As marcas que realizam<br />
isso, em média, aumentam em<br />
40% o volume <strong>de</strong> navegação<br />
nos seus pontos. São resultados<br />
expressivos e, para você ter<br />
uma i<strong>de</strong>ia, a cada segundo levamos<br />
dois consumidores para<br />
um estabelecimento varejista.<br />
serviçO <strong>de</strong> carOnas<br />
O Waze Carpool é uma plataforma<br />
on<strong>de</strong> você consegue<br />
compartilhar o seu trajeto <strong>de</strong><br />
“Temos uma<br />
óTima relação<br />
com o mercado<br />
publiciTário”<br />
casa para o trabalho com outra<br />
pessoa. Ele é um outro aplicativo.<br />
Então, você vai baixar<br />
essa outra função, colocar seus<br />
dados e dividir o seu trajeto<br />
com outras pessoas que também<br />
precisam ir para aquele<br />
local. Quem pega a carona ajuda<br />
nos custos da viagem e, com<br />
isso, as duas pessoas fazem um<br />
trajeto mais divertido e, assim,<br />
diminuem um pouco o trânsito.<br />
Junto com o Carpool lançamos<br />
o movimento Move the City.<br />
O problema da mobilida<strong>de</strong> urbana<br />
não será resolvido por<br />
nós, não temos essa pretensão,<br />
mas é um problema <strong>de</strong> todos.<br />
A Petrobras Distribuidora é a<br />
nossa patrocinadora oficial neste<br />
movimento. Antes do lançamento<br />
realizamos uma versão<br />
beta e mais <strong>de</strong> 60 empresas<br />
participaram <strong>de</strong>ste teste e começaram<br />
a oferecer e fomentar<br />
caronas <strong>de</strong>ntro das suas empresas.<br />
Então, antes do lançamento,<br />
já tínhamos dado a volta ao<br />
mundo em caronas. Mais <strong>de</strong> 40<br />
mil quilômetros já tinham sido<br />
rodados usando o Carpool no<br />
Brasil.<br />
cOncOrrência<br />
Nosso objetivo é muito diferente<br />
<strong>de</strong> outros aplicativos<br />
<strong>de</strong> transporte. Nós somos totalmente<br />
focados em caronas,<br />
então, esperamos que os nossos<br />
usuários <strong>de</strong> Waze compartilhem<br />
o momento e o assento<br />
vazio no carro. Atualmente no<br />
nosso aplicativo você só po<strong>de</strong><br />
dar duas caronas ao dia, que seria,<br />
por exemplo, a ida e a volta<br />
<strong>de</strong> casa para o trabalho.<br />
PróXiMas ações<br />
Estamos muito focados em<br />
acelerar o lançamento do Carpool.<br />
Estreamos uma campanha<br />
gran<strong>de</strong> falando sobre isso e<br />
temos uma série <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s.<br />
O Brasil é foco e um mercado<br />
muito relevante para o Waze,<br />
então, temos algumas coisas.<br />
Teremos em novembro um<br />
evento para o mercado, on<strong>de</strong><br />
vamos falar qual a nossa visão<br />
para 2019. Então, em breve,<br />
teremos muita coisa legal para<br />
compartilhar.<br />
26 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digital<br />
Vivo lança pacto para <strong>de</strong>bater<br />
internet com socieda<strong>de</strong> e governos<br />
Documento discute <strong>de</strong>mocratização ao acesso digital, privacida<strong>de</strong><br />
e segurança; Eduardo Navarro, CEO da companhia, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> proposta<br />
Danúbia Paraizo<br />
A<br />
internet no Brasil está disponível<br />
comercialmente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995, mas <strong>de</strong>morou quase<br />
duas décadas para que uma<br />
legislação específica para regulamentar<br />
seu uso fosse criada.<br />
O Marco Civil da Internet,<br />
em 2014, foi <strong>de</strong> fato um marco<br />
histórico para a socieda<strong>de</strong>, que<br />
passou a ter orientações mais<br />
claras sobre segurança <strong>de</strong> dados,<br />
privacida<strong>de</strong> e outros assuntos<br />
ligados à conectivida<strong>de</strong>.<br />
Mais recentemente, com a<br />
aprovação da Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />
<strong>de</strong> Dados, em agosto <strong>de</strong>ste<br />
ano, um novo e importante<br />
passo foi dado no sentido <strong>de</strong><br />
responsabilizar as empresas<br />
pelo cuidado com o armazenamento<br />
<strong>de</strong> informações pessoais<br />
<strong>de</strong> seus consumidores. Mas<br />
o assunto está longe <strong>de</strong> ter se<br />
esgotado. Como forma <strong>de</strong> ampliar<br />
o <strong>de</strong>bate sobre a <strong>de</strong>mocratização<br />
do acesso à internet no<br />
Brasil, bem como os <strong>de</strong>safios<br />
<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais conectada,<br />
a Vivo apresentou na semana<br />
passada, em São Paulo, o<br />
“Manifesto por um novo pacto<br />
digital”.<br />
O documento consi<strong>de</strong>ra cinco<br />
princípios: digitalização;<br />
inclusão digital; educação; segurança<br />
e privacida<strong>de</strong>; e mo<strong>de</strong>rnização<br />
<strong>de</strong> leis & políticas<br />
públicas. O evento <strong>de</strong> lançamento<br />
contou com <strong>de</strong>bate que<br />
teve a presença do advogado<br />
Ronaldo Lemos, do Instituto <strong>de</strong><br />
Tecnologia e Socieda<strong>de</strong> do Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro; Martha Gabriel, especialista<br />
em assuntos digitais<br />
e palestrante; Christian Gebara,<br />
chief operating officer da Telefônica<br />
Brasil; e o jornalista Pedro<br />
Doria, colunista dos jornais<br />
O Globo e O Estado <strong>de</strong> S.Paulo e<br />
da rádio CBN.<br />
Navarro, que li<strong>de</strong>rou a elaboração do pacto digital: esse assunto foi muito pouco discutido quando a gente olha os programas <strong>de</strong> governo<br />
Política Pública<br />
Segundo Eduardo Navarro,<br />
presi<strong>de</strong>nte e CEO da Telefônica<br />
Brasil, <strong>de</strong>tentora da Vivo, o objetivo<br />
principal é trazer o assunto<br />
para agenda pública, sendo<br />
um convite para que governo,<br />
empresas e socieda<strong>de</strong> discutam<br />
os temas. Num futuro próximo,<br />
a i<strong>de</strong>ia é po<strong>de</strong>r ampliar o tema<br />
para empo<strong>de</strong>rar as pessoas e<br />
também criar novos mecanismos<br />
para a responsabilização<br />
das empresas quanto à gestão<br />
dos dados dos clientes.<br />
“Nós, como setor, tivemos<br />
encontros com algumas das<br />
candidaturas presi<strong>de</strong>nciais.<br />
Esse tipo <strong>de</strong> mensagem é muito<br />
relevante, mereceria mais<br />
atenção. Infelizmente, a gente<br />
tem a constatação que esse assunto<br />
foi muito pouco discutido.<br />
Quando a gente olha os programas<br />
<strong>de</strong> governo, tem uma<br />
pincelada aqui e ali, mas a percepção<br />
<strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong><br />
digital e que o Brasil precisa se<br />
inserir a isso, infelizmente, não<br />
foi e nem faz parte das agendas<br />
públicas dos candidatos”, avaliou<br />
o executivo durante coletiva<br />
<strong>de</strong> imprensa.<br />
“A percepção<br />
<strong>de</strong> umA novA<br />
reAlidA<strong>de</strong> digitAl,<br />
infelizmente,<br />
não foi e nem<br />
fAz pArte dAs<br />
AgendAs públicAs”<br />
Divulgação<br />
Para Navarro, a expectativa<br />
é que, após a eleição, a digitalização<br />
do país e seus impactos<br />
tome mais relevância. “Uma<br />
vez conhecido o vencedor, é<br />
interesse do setor procurar o<br />
candidato eleito e sua equipe<br />
e salientar a importância <strong>de</strong>sse<br />
<strong>de</strong>bate não para a empresa A, B<br />
ou C, mas para a socieda<strong>de</strong>”.<br />
Camila Tapias, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> assuntos corporativos<br />
da Telefônica Brasil, completou<br />
a fala <strong>de</strong> Navarro, salientando<br />
que a temática não <strong>de</strong>veria ser<br />
uma questão <strong>de</strong> Estado, mas<br />
<strong>de</strong> governo, <strong>de</strong> política pública.<br />
“Os governos mudam, a situação<br />
econômica também. A gente<br />
viu com a Lei Geral <strong>de</strong> Telecomunicações<br />
que o projeto <strong>de</strong><br />
lei foi criado em um governo, e<br />
no seguinte, ele não foi <strong>de</strong>ixado<br />
<strong>de</strong> lado. A gente chama nosso<br />
projeto <strong>de</strong> pacto para que todo<br />
mundo entenda a sua importância,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />
quem esteja no po<strong>de</strong>r”.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27
DIGITAL<br />
Sanofi inaugura plataforma <strong>de</strong><br />
AR da Teads com Dorflex e Allegra<br />
A i<strong>de</strong>ia é que a nova tecnologia proporcione maior engajamento da<br />
publicida<strong>de</strong> das marcas nos targets em ambiente nativo <strong>de</strong> conteúdo<br />
Teads, plataforma global<br />
A <strong>de</strong> mídia, anuncia o lançamento<br />
do formato <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />
aumentada, que passa a integrar<br />
seu portfólio <strong>de</strong> produtos.<br />
Pela primeira vez no Brasil,<br />
as marcas po<strong>de</strong>rão fazer inserção<br />
<strong>de</strong> anúncios interativos <strong>de</strong><br />
realida<strong>de</strong> aumentada em ambiente<br />
nativo <strong>de</strong> conteúdo. O<br />
primeiro anunciante a experimentar<br />
essa nova tecnologia<br />
com exclusivida<strong>de</strong> é a farmacêutica<br />
Sanofi, com as marcas<br />
Dorflex e Allegra. Ambas buscam<br />
um maior engajamento<br />
junto aos seus targets, através<br />
<strong>de</strong> uma forma inovadora <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong> marca.<br />
“O nosso expertise em realida<strong>de</strong><br />
aumentada busca oferecer<br />
uma maior interação com as<br />
marcas por meio <strong>de</strong> uma expe-<br />
IAB <strong>de</strong>bate content marketing no<br />
processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca<br />
Painelistas, como Giovanni Rivetti, vão abordar como as agências<br />
estão operando em um ecossistema mais complexo e integrado<br />
IAB promove no próximo<br />
O dia 17 evento sobre bran<strong>de</strong>d<br />
content, em São Paulo.<br />
Estão confirmados nomes como<br />
Bia Granja, CCO da YouPix;<br />
Giuliano Dall Orto, do Grupo<br />
Globo; Gabriela Hunnicutt,<br />
CEO da Bold; e Giovanni Rivetti,<br />
da New Content e presi<strong>de</strong>nte<br />
do comitê <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
do IAB Brasil.<br />
“Do ponto <strong>de</strong> vista funcional, o<br />
ecossistema digital trouxe a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> as marcas se relacionarem<br />
diretamente com suas<br />
audiências, po<strong>de</strong>ndo distribuir,<br />
medir e impactar, sem intermediários,<br />
seus clientes e prospects.<br />
Sob uma perspectiva estratégica,<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ocupação<br />
<strong>de</strong>ste inventário - próprio<br />
Divulgação<br />
Théo Lima: “Interação das marcas por meio <strong>de</strong> uma experiência imersiva e inovadora”<br />
Divulgação<br />
CEO da New Content, Giovanni Rivetti afirma que “bran<strong>de</strong>d content é branding ao vivo”<br />
riência imersiva e totalmente<br />
inovadora”, afirma Théo Lima,<br />
diretor-comercial da Teads Brasil.<br />
“O reforço dos atributos <strong>de</strong><br />
produto que esse formato proporciona<br />
é a garantia <strong>de</strong> valor<br />
agregado ao usuário”, complementa<br />
o executivo.<br />
A Sanofi inaugura esse produto<br />
da Teads e se junta às<br />
marcas que já exploram os produtos<br />
<strong>de</strong> mídia no ambiente<br />
digital, entre os quais Unilever,<br />
Procter & Gamble, Coty, General<br />
Motors/Chevrolet, Fiat,<br />
Samsung, Nike, McDonald’s,<br />
Visa e Mastercard. Entre os publishers<br />
que reverberam seus<br />
conteúdos comerciais estão<br />
Grupo Globo, Editora Abril, O<br />
Estado <strong>de</strong> S.Paulo, a plataforma<br />
Webedia, The Economist e a<br />
agência Reuters.<br />
e/ou cooperado - vai no sentido<br />
<strong>de</strong> construir uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
digital alinhada e propulsora <strong>de</strong><br />
uma reputação coerente com os<br />
fundamentos <strong>de</strong> branding e linguagem”,<br />
explica Rivetti.<br />
“Costumamos dizer que<br />
bran<strong>de</strong>d content é branding ao<br />
vivo. A disciplina existe a partir<br />
<strong>de</strong> uma proposição <strong>de</strong> valor da<br />
marca e <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> expressão<br />
e linguagem pre<strong>de</strong>finidos.<br />
Cabe a uma boa estratégia<br />
<strong>de</strong> conteúdo, ser capaz <strong>de</strong> traduzir<br />
essa documentação em<br />
narrativas relevantes para os<br />
usuários, respeitando seus <strong>de</strong>sejos,<br />
momentos e necessida<strong>de</strong>s<br />
ao longo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> relacionamento<br />
comercial (funil <strong>de</strong><br />
compra e retenção)”, finaliza.<br />
28 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
eyonD the line<br />
tiago melo/iStock<br />
Day after<br />
Muita gente teve amiza<strong>de</strong>s revistas<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> embates pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Escrevo este artigo quase uma semana<br />
antes do primeiro turno das eleições.<br />
Portanto, ainda não tenho i<strong>de</strong>ia do resultado.<br />
Mas, você já <strong>de</strong>verá estar vivendo o<br />
day after e, provavelmente, já saberá quem<br />
passou para o segundo turno. Então peço<br />
que interprete este artigo como uma análise<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto ainda <strong>de</strong> expectativa.<br />
Vamos lá!<br />
Antes <strong>de</strong> mais nada, é preciso enaltecer<br />
mais uma “festa da <strong>de</strong>mocracia”, como<br />
tão bem ressaltaram Armando Ferrentini,<br />
no editorial da edição anterior do PROP-<br />
MARK, e Glaucio Bin<strong>de</strong>r, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fenapro, em artigo n’O Globo (coinci<strong>de</strong>ntemente,<br />
ambos <strong>de</strong>ram o mesmo título<br />
aos seus artigos). Não importa o clima <strong>de</strong><br />
FlaFlu, Corinthians x Palmeiras, GreNal,<br />
BaVi que se instalou no país, com “torcedores”<br />
nem sempre educados e comedidos<br />
em suas manifestações.<br />
Muita gente teve amiza<strong>de</strong>s revistas <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> embates pelas re<strong>de</strong>s sociais, com<br />
<strong>de</strong>fesas acaloradas, polarizadas entre dois<br />
extremos. Po<strong>de</strong>mos até nos incomodar,<br />
mas é melhor que seja assim, preservando<br />
a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão que nos é tão cara,<br />
do que o estabelecimento <strong>de</strong> qualquer<br />
tipo <strong>de</strong> censura. É um processo <strong>de</strong> amadurecimento<br />
da nossa jovem <strong>de</strong>mocracia.<br />
Quanto à comunicação dos candidatos,<br />
é mais fácil analisar <strong>de</strong> fora, principalmente<br />
<strong>de</strong>pois que aparecem os resultados.<br />
Com base na última pesquisa, o primeiro<br />
ponto que levanto é: a aposta com<br />
todas as fichas no horário eleitoral – baseado<br />
no rádio e na TV –, feita pela equipe <strong>de</strong><br />
Alckmin, aparentemente não funcionou.<br />
Mesmo porque, como sabemos, não basta<br />
ter uma megaprogramação <strong>de</strong> mídia se<br />
o conteúdo não for o melhor. Aliás, acho<br />
que a questão vem ainda antes do conteúdo<br />
veiculado.<br />
Antes <strong>de</strong> se iniciar a campanha, é preciso<br />
ter um posicionamento forte, claro<br />
e inequívoco. O que aconteceu com esse<br />
candidato é que, para se obter o megaespaço<br />
na mídia, ele foi obrigado a colar na<br />
sua imagem a <strong>de</strong> políticos oportunistas,<br />
fisiologistas do conhecido Centrão.<br />
Imagino que tenha sido uma <strong>de</strong>cisão<br />
difícil, pragmática, mas que acabou con-<br />
taminando a imagem <strong>de</strong> político sério que<br />
Alckmin sempre carregou. É o que sempre<br />
dizemos por aqui: <strong>de</strong> nada adianta apregoar<br />
uma certa imagem para fora, se ela<br />
não estiver consolidada por <strong>de</strong>ntro. Nunca<br />
as pessoas tiveram acesso a tanta informação,<br />
mesmo sendo ela manipulável<br />
pelas famigeradas fake news.<br />
Então, por mais competentes que sejam<br />
as mensagens publicitárias, elas não atingem<br />
seus objetivos se não estiverem consolidadas<br />
pela autenticida<strong>de</strong>. Por outro<br />
lado, o fenômeno mais surpreen<strong>de</strong>nte foi<br />
o do candidato que li<strong>de</strong>rava com folga a<br />
corrida presi<strong>de</strong>ncial no momento em que<br />
eu escrevia este artigo.<br />
Um político inexpressivo, notabilizado<br />
unicamente por suas bravatas e posições<br />
radicais, consegue conquistar a maioria<br />
<strong>de</strong> eleitores cansados <strong>de</strong> falsas promessas<br />
e <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong>sonestos por parte<br />
daqueles que estiveram no po<strong>de</strong>r até<br />
então.<br />
Numa flagrante vitória do boca a boca e<br />
das re<strong>de</strong>s sociais, Bolsonaro se consolidou<br />
na ponta e, se não tiver acontecido um fato<br />
novo e muito impactante, terá passado<br />
em primeiro lugar para o segundo turno.<br />
O que mais surpreen<strong>de</strong> é a figura <strong>de</strong><br />
Messias que esse candidato consolidou,<br />
tornando seus simpatizantes seguidores<br />
fiéis e combativos, surdos a qualquer argumento<br />
contrário às suas posições. E, no<br />
outro extremo, consolidou-se (pelo menos<br />
era a situação que se tinha no momento<br />
em que escrevo este artigo) uma figura<br />
opositora, também surpreen<strong>de</strong>nte por ser<br />
apenas um “representante” do carisma<br />
resistente <strong>de</strong> Lula.<br />
Fico imaginando a dificulda<strong>de</strong> dos<br />
marqueteiros em interpretar esses dois<br />
fenômenos. Analisar <strong>de</strong>pois do fato consumado<br />
– repito – é fácil, mas como estarão<br />
os estrategistas que recomendaram<br />
Alckmin a tapar o nariz e efetivar uma<br />
coligação questionável, mas importante<br />
para se obter o maior tempo <strong>de</strong> exposição<br />
no horário eleitoral?<br />
Po<strong>de</strong>mos concluir pela queda <strong>de</strong> importância<br />
da mídia tradicional, em comparação<br />
àquela multiplicada pelas re<strong>de</strong>s<br />
sociais e pelo boca a boca? Isso só o day<br />
after po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29
PrêmiOs<br />
ABP revela finalistas do Destaque<br />
Profissional <strong>de</strong> Comunicação<br />
Entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidiu reduzir o número <strong>de</strong> categorias, passando <strong>de</strong> 20 para<br />
oito; entrega aos vencedores será no próximo 22, no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
Fotos: Divulgação<br />
Rodolfo Medina, indicado ao Destaque da ABP Paulo Ilha, um dos indicados à premiação Guilherme Jahara, que concorre com outros dois<br />
Claudia Penteado<br />
ABP (Associação Brasileira <strong>de</strong> Propaganda)<br />
revelou os 24 finalistas (veja<br />
A<br />
tabela abaixo) do seu prêmio Destaque Profissional<br />
<strong>de</strong> Comunicação <strong>2018</strong>, realizado<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1979. As categorias foram reduzidas<br />
<strong>de</strong> 20 para oito, <strong>de</strong>cisão que mostra, segundo<br />
o presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>, Dudu Lopes,<br />
que hoje “várias áreas do mercado traba-<br />
lham integradas, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma total separação”. Os três nomes mais<br />
votados em cada uma das categorias foram<br />
indicados pelos associados e pela diretoria<br />
da entida<strong>de</strong>.<br />
Já a votação dos finalistas teve início na<br />
última terça-feira (2), pelo link festivalabp.<br />
com.br, e terminará no próximo dia 18.<br />
Os vencedores do Prêmio Destaque serão<br />
revelados durante o Festival da ABP, que<br />
volta a ser realizado no Rio <strong>de</strong> Janeiro, após<br />
quatro anos, e foi marcado para o próximo<br />
dia 22, na Casa <strong>de</strong> Cultura Laura Alvin, em<br />
Ipanema, com patrocínio máster da Re<strong>de</strong><br />
Globo.<br />
O troféu será o mesmo do ano passado,<br />
criado pelo <strong>de</strong>signer Ricardo Saint-Clair<br />
para marcar os 80 anos da ABP. Já os troféus<br />
do Festival da ABP foram <strong>de</strong>senhados<br />
por Marcelo Giannini.<br />
Os DestAques<br />
CAtegOriAs<br />
inDiCADOs<br />
exeCutivO Ou Dirigente De AgênCiA Álvaro Rodrigues (Fullpack) Marcio Borges (WMcCann) Rodolfo Medina (Artplan)<br />
CriAçãO Guilherme Jahara (F/biz) Laura Florence (More Girls) Rafael Pitanguy (Y&R)<br />
AtenDimentO Ana Paula Sanchez (Artplan) Alexandra Junqueira (Flagcx) Fernanda Galuzzi (Ana Couto)<br />
PlAnejAmentO Fernando Diniz (DPZ&T) Leonardo Brossa (Quintal) Yugo Motta (Artplan)<br />
míDiA Eduardo Sumi (Flagcx) Fátima Ren<strong>de</strong>iro (Propeg) Paulo Ilha (DPZ&T)<br />
PrODuçãO Andrea Metzker (NBS) Fabricio Cannavezes (Pixel) Juliana Lutterbach (WMcCann)<br />
veíCulO André Vinícius (UOL) João Carnevale (TV Globo) Roberto Oliveira (Elemidia)<br />
mArketing Ana Paula Castello Branco (TIM) Igor Puga (Santan<strong>de</strong>r) Leandro Claro (Youse)<br />
30 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
prêmIos<br />
Brasil tem um único pencil no<br />
D&AD Impact Awards <strong>de</strong>ste ano<br />
O case Boné Alerta<br />
faturou o Wood Pencil<br />
e foi <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela GTB Brasil para<br />
a Ford Caminhões<br />
organização<br />
do festival<br />
distribuiu um<br />
total <strong>de</strong> 76<br />
d&ad impact<br />
pencils para<br />
diveros<br />
cases<br />
Um case brasileiro está entre os vencedores<br />
do D&AD Impact Awards <strong>2018</strong>.<br />
Os vencedores foram anunciados na semana<br />
passada.<br />
O prêmio celebra i<strong>de</strong>ias que mudam o<br />
mundo e provocam um impacto social no<br />
planeta, auxiliando para um futuro sustentável.<br />
A organização do festival distribuiu um<br />
total <strong>de</strong> 76 D&AD Impact Pencils para diversos<br />
cases. Entre eles, o brasileiro Boné<br />
Alerta, que faturou um Wood Pencil e foi<br />
<strong>de</strong>senvolvido pela GTB Brasil para a Ford<br />
Caminhões.<br />
Foi o único prêmio para o país. Dois Black<br />
Pencils – o gran<strong>de</strong> prêmio da noite – foram<br />
entregues. Um <strong>de</strong>les para o Carrefour<br />
e seu case Black Supermarket, criado pela<br />
Marcel <strong>de</strong> Paris.<br />
Uma campanha que<br />
foi, literalmente, contra<br />
a lei.<br />
Basicamente, a ação<br />
promoveu uma unida<strong>de</strong><br />
do Carrefour que comercializou<br />
sementes<br />
consi<strong>de</strong>radas ilegais.<br />
O motivo: não integravam<br />
o catálogo <strong>de</strong><br />
“espécies autorizadas”<br />
da União Europeia. Depois<br />
da campanha, a lei<br />
foi alterada.<br />
O outro Black Pencil<br />
foi para a Host/Havas.<br />
O case feito para o Palau Legacy Project<br />
visou reduzir os danos ecológicos causados<br />
pelo gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> turistas que chegam<br />
à ilha <strong>de</strong> Palau. Como?<br />
Os visitantes agora são obrigados a fazerem<br />
uma espécie <strong>de</strong> juramento ambiental<br />
carimbado em seus passaportes.<br />
No texto, eles prometem zelar pelo local.<br />
Toda a comunicação foi feita para os turistas<br />
<strong>de</strong> forma integrada.<br />
A i<strong>de</strong>ia, vale lembrar, já havia levado o<br />
Titanium no Cannes Lions <strong>2018</strong>.<br />
Além disso, oito White Pencils, 17 Graphite<br />
Pencils e 49 Wood Pencils foram distribuídos.<br />
Vale <strong>de</strong>stacar ainda que uma das<br />
juradas foi Gal Barradas, brasileira ex-CEO<br />
da BETC Brasil.<br />
Bonés da Ford Caminhões: case, criado pela GTB, que conquistou o Wood Pencil<br />
O NOVO PAPEL DO MARKETING NA ERA DO PROPÓSITO<br />
Muito além da oferta <strong>de</strong> produtos e serviços para transformar os negócios e a socieda<strong>de</strong>.<br />
<strong>de</strong> <strong>outubro</strong><br />
Teatro da Unibes Cultural<br />
Rua Oscar Freire, 2.500 (São Paulo, SP)<br />
8h às 13h<br />
As marcas estão enfrentando o maior <strong>de</strong> todos<br />
os <strong>de</strong>safios ante a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem cada vez<br />
mais atuantes, proporcionando as ferramentas<br />
<strong>de</strong> transformação. O ABA Summit <strong>2018</strong> tem como<br />
objetivo trazer à tona o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> como os profissionais<br />
da área terão que trabalhar para lidar com a economia<br />
criativa e pontos como diversida<strong>de</strong> e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Confira a programação completa em aba.com.br<br />
Inscrições pelo e-mail: eventos@aba.com.br<br />
Divulgação<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31
prêMioS<br />
Mercado celebra Marketing<br />
Citizen concedido a<br />
Sandra Martinelli, da ABA<br />
Profissionais como Gabriela Onofre, Marco Fra<strong>de</strong>, Fernando Guntovitch<br />
e Silvana Balbo <strong>de</strong>stacam a importância da escolha feita pela Abramark<br />
entrega do Prêmio Marketing Citizen<br />
A a Sandra Martinelli será em maio <strong>de</strong><br />
2019, na festa dos vencedores da 42ª edição<br />
da competição Marketing Best, mas profissionais<br />
do mercado já celebram a indicação<br />
unânime da presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />
(Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes) feita<br />
pelos integrantes da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />
Brasileira <strong>de</strong> Marketing).<br />
“É um reconhecimento merecido <strong>de</strong> uma<br />
carreira <strong>de</strong> sucesso, e <strong>de</strong> todas as contribuições<br />
que Sandra fez para tornar a ABA<br />
mais forte e gran<strong>de</strong> voz dos anunciantes no<br />
Brasil. Seguramente ter nossa presi<strong>de</strong>nte-<br />
-executiva reconhecida é um sinal <strong>de</strong> que<br />
realmente estamos transformando o mercado<br />
e o marketing para melhor”, justifica<br />
Gabriela Onofre, diretora <strong>de</strong> marketing global/América<br />
Latina da Johnson & Johnson.<br />
“A The Group tem tido uma parceria histórica<br />
com a ABA e essa proximida<strong>de</strong> com a<br />
Sandra é inspiradora para a agência. Durante<br />
um ano tivemos essa oportunida<strong>de</strong> ao<br />
fazermos nossas reuniões estratégica em<br />
uma sala com o naming right da agência”,<br />
reconhece Fernando Guntovitch.<br />
Há quatro anos na ABA, após uma carreira<br />
consolidada em agências e anunciantes,<br />
Sandra reorganizou a estrutura da entida<strong>de</strong><br />
e o resultado é a construção <strong>de</strong> uma reputação<br />
consistente.<br />
“À frente da ABA e com um trabalho muito<br />
bem conduzido em parceria com João<br />
Branco e todos os integrantes da entida<strong>de</strong>,<br />
Sandra tem encabeçado e proposto <strong>de</strong>bates<br />
sobre os temas mais relevantes para o segmento<br />
e profissionais da área <strong>de</strong> marketing<br />
do Brasil. Este merecido reconhecimento<br />
vem em um momento <strong>de</strong> profundas mudanças,<br />
em que novas ferramentas, canais<br />
e perfis profissionais estão surgindo. Um<br />
marketing que busca o equilíbrio entre a<br />
criativida<strong>de</strong> e a razão, entre a estética e o<br />
propósito, entre a subjetivida<strong>de</strong> e os dados.<br />
Sandra representa atualmente este dinamismo,<br />
esta busca por equilíbrio e, certamente,<br />
é uma das executivas que melhor<br />
representam esta transformação. A indicação<br />
<strong>de</strong> Sandra não apenas reconhece esta<br />
ótima fase da associação, mas a posiciona<br />
como a entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência na formação<br />
dos profissionais <strong>de</strong> marketing, li<strong>de</strong>rança<br />
nas questões regulatórias e nas discussões<br />
que colocam a nossa área como protagonista<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s transformações nas empresas<br />
e na socieda<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>staca a executiva Silvana<br />
Balbo, diretora <strong>de</strong> marketing do Carrefour<br />
e diretora da ABA.<br />
Na opinião <strong>de</strong> Marco Fra<strong>de</strong>, head media,<br />
digital e PR da LG e presi<strong>de</strong>nte do Comitê<br />
<strong>de</strong> Mídia da ABA, a <strong>de</strong>cisão da Abramark<br />
confere um caráter <strong>de</strong> meritocracia para<br />
esse reconhecimento a Sandra Martinelli.<br />
“O trabalho incansável e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> elevada<br />
que a presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />
vem <strong>de</strong>sempenhando nos últimos anos tem<br />
sido fundamental para fomentar a relevância<br />
<strong>de</strong>ssa entida<strong>de</strong> no mercado brasileiro.<br />
Agilida<strong>de</strong>, perspicácia, senso <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
e eficácia na aplicação dos princípios<br />
que regem a entida<strong>de</strong> são exercidos pela<br />
Sandra Martinelli com uma personalida<strong>de</strong><br />
muito própria, que cativa, engaja e insere<br />
os dirigentes <strong>de</strong> diferentes empresas anunciantes.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma atuação <strong>de</strong>licada,<br />
uma vez que essa posição na ABA exige habilida<strong>de</strong>s<br />
específicas para alinhar diferentes<br />
interesses <strong>de</strong>sses anunciantes em prol<br />
<strong>de</strong> um mercado mais ético, transparente,<br />
que preserve o marketing como ativida<strong>de</strong><br />
profissionalizada. Sandra é a pessoa i<strong>de</strong>al<br />
no cargo. Ela representa a melhor visão da<br />
ABA nos últimos anos e estabelece uma visão<br />
<strong>de</strong> futuro com o norte a<strong>de</strong>quado”, diz.<br />
Fotos: Divulgação<br />
Silvana Balbo comanda a área <strong>de</strong> marketing do Carrefour Marco Fra<strong>de</strong> é head <strong>de</strong> mídia, digital e PR da marca LG Gabriela Onofre é diretora <strong>de</strong> marketing global da J&J<br />
32 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
opinião<br />
gradyreese/iStock<br />
Mulheres plurais:<br />
nós fazemos!<br />
Mara Maehara<br />
Durante minha infância, <strong>de</strong>cidi que<br />
apren<strong>de</strong>ria as tarefas <strong>de</strong> um borracheiro<br />
para ajudar meu pai e meu irmão na<br />
oficina mecânica da nossa família. Lavei<br />
carburador, troquei pneus e era escolhida<br />
pelos clientes para realizar os serviços em<br />
seus veículos. Eu me orgulhava daquilo e<br />
não me sentia <strong>de</strong>slocada por realizar uma<br />
tarefa que não era esperado que uma mulher<br />
realizasse. Cresci com a mentalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> que não existe distinção <strong>de</strong> gênero<br />
quando o assunto é trabalho. Não importa<br />
quem faça, uma tarefa <strong>de</strong>ve ser realizada<br />
com qualida<strong>de</strong>! Com esse pensamento, ingressei<br />
na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Sistemas<br />
e em seguida no mercado <strong>de</strong> tecnologia,<br />
on<strong>de</strong> logo percebi a pequena presença<br />
<strong>de</strong> mulheres.<br />
Há quem acredite que tecnologia é “coisa<br />
<strong>de</strong> homem”, mas uma breve<br />
análise histórica revela que a<br />
evolução tecnológica é marcada<br />
pela presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
figuras femininas. Ada Lovelace,<br />
em 1843, criou a primeira<br />
linguagem <strong>de</strong> algoritmos,<br />
muito antes <strong>de</strong> existirem máquinas<br />
para interpretá-los;<br />
mais à frente, Grace Hopper,<br />
entre 1940 e 1950, assumiu o<br />
cargo <strong>de</strong> almirante da Marinha<br />
dos EUA – até então nunca<br />
preenchido por uma mulher – e foi uma das<br />
criadoras do Cobol, linguagem <strong>de</strong> programação<br />
para bancos <strong>de</strong> dados comerciais.<br />
Não menos importante, Margaret Hamilton,<br />
em 1969, foi a gran<strong>de</strong> responsável pelo<br />
sucesso da operação Apollo 11, da Nasa, e<br />
criadora do termo “engenharia <strong>de</strong> software”.<br />
No Brasil, em 1974, o curso <strong>de</strong> bacharelado<br />
em ciência da computação da USP era<br />
composto, em quase toda sua totalida<strong>de</strong>,<br />
por mulheres (70%).<br />
posso dizer<br />
que estou<br />
esperançosa<br />
sobre uma<br />
transformação<br />
nesse cenário<br />
corporativo<br />
Você <strong>de</strong>ve se questionar sobre o porquê<br />
<strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> cenário, qual o motivo<br />
<strong>de</strong> a força <strong>de</strong> trabalho feminino representar<br />
apenas 17% do segmento, atualmente.<br />
A resposta é que, quando o setor tecnológico<br />
ganhou força, os homens começaram a<br />
assumir essas funções e foram fortemente<br />
incentivados por suas famílias a estudarem<br />
e seguirem carreira no ramo. Consequentemente,<br />
por questões culturais, a<br />
participação das mulheres foi <strong>de</strong>caindo,<br />
pois as distinções <strong>de</strong> tarefas na época eram<br />
bastante presentes na socieda<strong>de</strong>. O computador<br />
tornou-se o presente dos meninos,<br />
enquanto as meninas continuavam a ganhar<br />
somente bonecas. A falta <strong>de</strong> estímulo<br />
social e a imposição <strong>de</strong> alguns paradigmas<br />
afastaram as mulheres <strong>de</strong>sse mercado e,<br />
junto com o avanço da tecnologia, avançou<br />
também a predominância do sexo masculino<br />
nas funções do setor.<br />
É necessário, porém, <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> que a computação é uma área para homens!<br />
Existe muito espaço <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse<br />
mercado e também há carência <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><br />
obra qualificada. A tecnologia nos abraçou,<br />
agora ela faz presença em quase todos os<br />
momentos do nosso cotidiano, o que amplia<br />
também as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação profissional.<br />
Esse não é um segmento<br />
machista, pois <strong>de</strong>senvolve<br />
soluções que se aplicam a diferentes<br />
segmentos, produtos<br />
e públicos. Portanto, seus criadores<br />
também precisam <strong>de</strong>ssa<br />
diversida<strong>de</strong>, para torná-la cada<br />
vez mais plural, mais <strong>de</strong>mocratizada.<br />
Hoje, como CIO <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> empresa <strong>de</strong> tecnologia,<br />
posso dizer que estou esperançosa<br />
sobre uma transformação<br />
nesse cenário corporativo, aliás,<br />
eu já enxergo mudanças. Sou procurada<br />
por jovens mulheres para contar sobre minha<br />
jornada profissional e fico feliz por perceber<br />
esse interesse. Nós estamos ganhando<br />
cada vez mais espaço no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />
e mostrando que nascemos para sermos<br />
profissionais além do lar, <strong>de</strong>sconstruindo<br />
uma cultura conservadora.<br />
Meu conselho para todas as meninas<br />
e mulheres que sonham em ingressar no<br />
mercado <strong>de</strong> TI é: vá! Esqueça os preconceitos,<br />
quebre paradigmas, construa habilida<strong>de</strong>s<br />
técnicas e <strong>de</strong> relação interpessoal, dê o<br />
seu melhor e saia da sua zona <strong>de</strong> conforto,<br />
seja assertiva e tenha segurança. Somos<br />
capazes e o mercado pe<strong>de</strong> por nossa participação.<br />
Aliás, lugar <strong>de</strong> mulher é on<strong>de</strong> ela<br />
quiser, inclusive em suas casas, em oficinas<br />
ou na tecnologia!<br />
Mara Maehara é CIO da TOTVS<br />
mara.maehara@totvs.com.br<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 33
mídia<br />
Empreen<strong>de</strong>dorismo atrelado ao<br />
entretenimento ganha espaço na TV<br />
Reality shows como Shark Tank contribuem para popularizar tema,<br />
que ganha força também no digital; anunciantes apostam na tendência<br />
“Tubarões” Robinson Shiba, Camila Farani, João Appolinário, Cristiana Arcangeli e Caito Maia: empresários avaliam negócios <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores no Shark Tank brasil<br />
Danúbia Paraizo<br />
Lidar corretamente com as<br />
finanças pessoais e conduzir<br />
o próprio negócio talvez não<br />
sejam as principais características<br />
dos brasileiros. O que não<br />
significa que o interesse pelos<br />
assuntos não seja crescente no<br />
país. Não à toa, nos últimos<br />
anos, assuntos ligados ao empreen<strong>de</strong>dorismo,<br />
negócios e<br />
educação financeira têm se popularizado<br />
no país, sobretudo,<br />
com apoio canais especializados<br />
no YouTube e na TV, com<br />
o surgimento <strong>de</strong> reality shows<br />
temáticos. Tudo começou lá<br />
atrás, com Roberto Justus e O<br />
Aprendiz, em 2004, na Record,<br />
formato que reestreia na Band<br />
no ano que vem.<br />
Já na TV paga, na esteira <strong>de</strong><br />
atrações como Shark Tank - Negociando<br />
com Tubarões, exibido<br />
pelo canal Sony, e O Sócio, pelo<br />
History Channel, o brasileiro<br />
tem aprendido sobre marketing,<br />
diversificação <strong>de</strong> negócios,<br />
investimentos e capital <strong>de</strong><br />
giro, entre outros temas rela-<br />
cionados. Ao mesmo tempo, o<br />
formato e a linguagem simples,<br />
que <strong>de</strong>stacam histórias reais e<br />
emocionais <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores,<br />
contribuem para tornar a<br />
experiência interessante e leve.<br />
Segundo Eduardo Coutinho,<br />
diretor <strong>de</strong> planejamento<br />
comercial e soluções criativas<br />
do canal Sony, essa mistura é a<br />
chave para a popularida<strong>de</strong> do<br />
formato. “Na TV, sempre teve<br />
esse tipo <strong>de</strong> conteúdo. Com o<br />
Shark Tank, temos a parte informativa<br />
do mundo dos negócios,<br />
mas com dose <strong>de</strong> emoção<br />
e histórias reais. É um conteúdo<br />
que une o didático com entretenimento.<br />
Esse equilíbrio é a<br />
chave do sucesso”.<br />
Na atração, empreen<strong>de</strong>dores<br />
dos mais diversos ramos apresentam<br />
seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios<br />
para cinco “tubarões”, que avaliam<br />
o projeto e po<strong>de</strong>m ou não<br />
aceitar investir em parte do negócio.<br />
São os empresários Caito<br />
Maia, fundador da Chilli Beans;<br />
Cristiana Arcangeli, empresária<br />
do segmento <strong>de</strong> moda, beleza<br />
e bem-estar; João Appolinário,<br />
fundador da Polishop; Robinson<br />
Shiba, criador e presi<strong>de</strong>nte<br />
da re<strong>de</strong> China In Box; e Camila<br />
Farani, investidora-anjo.<br />
Em sua terceira temporada,<br />
o reality tem conquistado audiência<br />
qualificada, principalmente<br />
entre os públicos AB <strong>de</strong><br />
18 a 35 anos. Essa é uma das<br />
razões para que anunciantes <strong>de</strong><br />
peso queiram se atrelar ao projeto.<br />
Nesta edição, Santan<strong>de</strong>r,<br />
Peugeot, Dell, Vivo Empresas,<br />
Rexona e Anhanguera patrocinam<br />
o programa.<br />
sErViço<br />
Mais do que simplesmente<br />
a visibilida<strong>de</strong> que as atrações<br />
entregam, as marcas estão focadas<br />
na prestação <strong>de</strong> serviço e<br />
conteúdos que gerem conhecimento<br />
para a audiência. É o que<br />
tem apostado o Santan<strong>de</strong>r, que<br />
viabiliza, por exemplo, o glossário<br />
do Shark Tank. A i<strong>de</strong>ia é<br />
traduzir quatro ou cinco termos<br />
específicos do mundo do<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo e negócios<br />
para uma linguagem facilmente<br />
assimilada.<br />
“Com o Shark<br />
Tank, temos a<br />
parte informativa<br />
do mundo dos<br />
negóCios, mas Com<br />
dose <strong>de</strong> emoção e<br />
histórias reais. É<br />
um Conteúdo que<br />
une o didátiCo Com<br />
entretenimento”<br />
34 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Segundo Igor Puga, diretor<br />
<strong>de</strong> marketing e marca do Santan<strong>de</strong>r,<br />
o insight surgiu com<br />
base no monitoramento das<br />
conversas sobre o programa<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. “I<strong>de</strong>ntificamos<br />
inúmeras menções <strong>de</strong><br />
pessoas reclamando <strong>de</strong> que<br />
não estavam compreen<strong>de</strong>ndo<br />
o que os apresentadores estavam<br />
falando. Vimos que havia<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traduzir<br />
esses termos, então pensamos<br />
em fazer isso proativamente”.<br />
Para Barbara Teixeira, diretora<br />
<strong>de</strong> produção do canal Sony, as<br />
parcerias com os patrocinadores<br />
são construídas tendo como<br />
base a <strong>de</strong>mocratização do assunto<br />
e a prestação <strong>de</strong> serviço<br />
para a audiência. “A i<strong>de</strong>ia é que<br />
as marcas aju<strong>de</strong>m os telespectadores<br />
a compreen<strong>de</strong>rem cada<br />
vez mais esse universo”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
a executiva.<br />
Nathalia Arcuri, do canal Me Poupe, fala sobre finanças <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>scomplicada. Marcas como 99 e Serasa fazem bran<strong>de</strong>d content<br />
Igor Puga, do Santan<strong>de</strong>r: “O importante é trazer relações mais humanas”<br />
dNa EmprEENdEdor<br />
Caminho semelhante tem o<br />
reality show O Sócio, apresentado<br />
pelo empresário Marcus Lemonis.<br />
Como diferencial, a atração<br />
procura aliar histórias reais<br />
que causem empatia e interesse<br />
da audiência pelos conteúdos.<br />
A proposta tem interessado a<br />
marcas como a Vivo Empresas,<br />
que investiu em um projeto <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d integration na atração.<br />
Foram contadas nove histórias<br />
<strong>de</strong> participantes, sendo cada<br />
uma abordando um tema diferente<br />
<strong>de</strong> negócio relacionado às<br />
soluções que a empresa oferece<br />
a seus clientes. Os filmetes foram<br />
veiculados nos intervalos<br />
do programa. Segundo Karen<br />
Santiago, diretora <strong>de</strong> programação<br />
do grupo A+E Networks<br />
Brasil, a atração se tornou uma<br />
das cinco séries <strong>de</strong> maior sucesso<br />
do History nos últimos<br />
três anos. Os bons resultados<br />
levaram o canal a manter uma<br />
noite <strong>de</strong>dicada ao tema: a quarta-feira<br />
<strong>de</strong> negócios. “Ser dono<br />
do próprio negócio sempre foi<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada<br />
pelas pessoas em geral. Com a<br />
crise econômica, o aumento da<br />
taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e a insegurança<br />
financeira, os brasileiros<br />
querem se reinventar e encontrar<br />
outras fontes <strong>de</strong> renda. Por<br />
isso, O Sócio <strong>de</strong>sperta o interesse<br />
da audiência”.<br />
De acordo com Puga, além<br />
<strong>de</strong> atrair potenciais clientes<br />
para as soluções da instituição<br />
financeira, apostar nos programas<br />
do gênero gera a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> estreitar relacionamento<br />
mais próximo com o público.<br />
No caso do banco, a imagem<br />
perante as pessoas passa a ter<br />
um teor mais humanizado.<br />
Como exemplo, ele <strong>de</strong>staca o<br />
quadro Sala Espelho, no Shark<br />
Tank, em que empreen<strong>de</strong>dores<br />
<strong>de</strong> temporadas anteriores<br />
comparecem ao Farol Santan<strong>de</strong>r<br />
para receber uma surpresa:<br />
<strong>de</strong>poimentos emocionais <strong>de</strong> familiares<br />
e amigos. “A iniciativa<br />
cria empatia com a audiência.<br />
Gran<strong>de</strong> parcela do público não<br />
é empreen<strong>de</strong>dor. O programa<br />
não é apenas um tutorial para<br />
quem quer ter um negócio. As<br />
pessoas apren<strong>de</strong>m, mas o mais<br />
importante é trazer relações<br />
mais humanas”.<br />
“ser dono do<br />
próprio negóCio<br />
sempre foi uma<br />
oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sejada pelas<br />
pessoas. Com a<br />
Crise eConômiCa<br />
e o aumento do<br />
<strong>de</strong>semprego,<br />
os brasileiros<br />
querem se<br />
reinventar”<br />
Fotos: Divulgação<br />
mE poupE<br />
Mas não é apenas na TV que<br />
o assunto encontra terreno fértil<br />
para <strong>de</strong>bate, aprendizados e<br />
associação com marcas. O canal<br />
do YouTube Me Poupe é consi<strong>de</strong>rado<br />
o maior território <strong>de</strong> finanças<br />
do mundo, o primeiro a<br />
trazer o entretenimento para o<br />
universo financeiro. À frente do<br />
canal está Nathalia Arcuri, que<br />
tem a missão <strong>de</strong> traduzir os termos<br />
técnicos da área ao mesmo<br />
tempo que agrega humor e irreverência<br />
aos ví<strong>de</strong>os. “A busca<br />
na internet pelos termos como<br />
ganhar dinheiro e como investir<br />
mais do que dobrou nos últimos<br />
cinco anos. Isso <strong>de</strong>monstra<br />
o movimento natural dos brasileiros<br />
por conteúdos acessíveis”,<br />
<strong>de</strong>staca a youtuber. Com<br />
uma base <strong>de</strong> quase dois milhões<br />
<strong>de</strong> inscritos, o Me Poupe<br />
tem sido buscado por marcas<br />
como Serasa, 99 e Multiplus,<br />
entre outras, para projetos <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content. As marcas<br />
são apoiadoras recorrentes do<br />
canal, opção feita por Nathália,<br />
que <strong>de</strong>cidiu <strong>de</strong>clinar ações<br />
pontuais. “Este ano tomamos a<br />
difícil <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> fechar o canal<br />
para ações esporádicas. Prezamos<br />
por relacionamentos duradouros<br />
que já <strong>de</strong>monstraram<br />
gerar resultados mais efetivos”.<br />
Com meta <strong>de</strong> alcançar três<br />
milhões <strong>de</strong> inscritos no canal<br />
até o fim do ano, Nathalia tem<br />
pensado em diversificar as plataformas<br />
e formatos <strong>de</strong> seu conteúdo.<br />
Ela mantém um programa<br />
na rádio 89 FM e ainda este<br />
ano vai lançar um projeto novo<br />
com apoio <strong>de</strong> quatro marcas.<br />
“Os mepoupeiros ficam felizes<br />
com condições especiais <strong>de</strong><br />
promoções que conseguimos.<br />
Eles sabem que só realizamos<br />
ações que façam sentido com<br />
o nosso propósito. E é por isso<br />
que as ações <strong>de</strong> marca geram<br />
resultado”.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
enTrevisTA<br />
AdriAnne eliAs<br />
sócia-fundadora da Content House<br />
Tenho <strong>de</strong> esTAr<br />
<strong>de</strong>nTro do<br />
enTreTenimenTo<br />
Em 2009 nasceu a Content House, uma das<br />
primeiras agências <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content do<br />
país. O negócio surgiu da inquietação <strong>de</strong> sua<br />
sócia-fundadora, Adrianne Elias, até então<br />
na condição <strong>de</strong> executiva <strong>de</strong> vendas e marketing do<br />
alto escalão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes como Telefônica<br />
e Ambev. Sua intuição apontou para um caminho<br />
que parece sem volta: estratégias mais assertivas e<br />
menos interruptivas <strong>de</strong> estabelecer conexão entre<br />
pessoas e marcas. Nesta entrevista, ela <strong>de</strong>talha<br />
como enxerga a influência cada vez mais po<strong>de</strong>rosa<br />
do conteúdo na propaganda.<br />
RENATO ROGENSKI<br />
Como sua história <strong>de</strong> vida influenciou<br />
seus caminhos profissionais?<br />
Sou filha <strong>de</strong> árabe e eles são<br />
muito voltados para o comércio.<br />
Meus avós chegaram do Líbano<br />
com 13 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e não<br />
sabiam nem falar português.<br />
Eles vendiam lençóis, roupas <strong>de</strong><br />
cama e cortinas nas casas. Além<br />
disso, apesar <strong>de</strong> estudar em um<br />
bom colégio, chegou um momento<br />
em que minha mãe já não<br />
podia pagar a minha escola e a<br />
faculda<strong>de</strong> do meu irmão. Com 13<br />
ou 14 anos resolvi ven<strong>de</strong>r esfiha,<br />
feita a partir <strong>de</strong> uma receita <strong>de</strong><br />
família, no intervalo das aulas.<br />
Montei uma linha <strong>de</strong> produção,<br />
recrutei amigas para me ajudar e<br />
em pouco tempo quebrei a cantina<br />
da escola.<br />
E quando você começou a ter as primeiras<br />
noções profissionais sobre<br />
marketing?<br />
Depois <strong>de</strong> passar por alguns<br />
outros trabalhos, entrei em um<br />
estágio do Banco Nacional. Por<br />
lá circulava nos <strong>de</strong>partamentos<br />
<strong>de</strong> marketing e vendas, apesar<br />
<strong>de</strong> fazer engenharia <strong>de</strong> produção<br />
na Fe<strong>de</strong>ral do Rio. Naquela<br />
época, a indústria financeira<br />
contratava muito engenheiro<br />
<strong>de</strong> produção. Éramos consi<strong>de</strong>rados<br />
administradores 2.0. E a<br />
marca já era muito mo<strong>de</strong>rna para<br />
a época, tanto que foi a primeira<br />
a colocar em prática uma política<br />
<strong>de</strong> patrocínio com o Ayrton Senna.<br />
Depois fui para a TVA, que<br />
era do Grupo Abril, uma verda<strong>de</strong>ira<br />
escola <strong>de</strong> conteúdo. Quando<br />
lançamos por lá a primeira<br />
banda larga do país (Ajato), eu<br />
comecei a enten<strong>de</strong>r parte do<br />
que era bran<strong>de</strong>d content. Antes<br />
do lançamento fiz imersão high<br />
tech, com ajuda <strong>de</strong> consultorias<br />
que me mostrassem algo sobre<br />
o futuro. Quando se começou a<br />
falar sobre VOD e mobile first comecei<br />
a me provocar... Como vai<br />
ser a propaganda?<br />
E quando foi a primeira experiência<br />
prática com bran<strong>de</strong>d content?<br />
Saí da Telefônica e fui cuidar<br />
dos não-alcoólicos da Ambev.<br />
Peguei Guaraná Antarctica numa<br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte histórica <strong>de</strong> market<br />
share. E tínhamos <strong>de</strong> melho-<br />
rar a entrada do produto com o<br />
público jovem. Fizemos um reposicionamento,<br />
trazendo atributos<br />
<strong>de</strong> energia. Havia espaço<br />
para sair do tradicional da propaganda<br />
com a marca. Primeiro<br />
realizamos o evento GAS Street<br />
Festival. Depois <strong>de</strong>senvolvemos<br />
o primeiro programa <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />
content na Re<strong>de</strong>TV, o Gas Sound.<br />
Era um concurso <strong>de</strong> bandas, colado<br />
no Pânico, que chegou a dar<br />
dois pontos no Ibope. Para um<br />
programa proprietário, era muita<br />
coisa. O ano era 2007 e não existia<br />
nenhum reality musical na<br />
época. Quando eu fiz o programa,<br />
pensei: é isso! Eu tenho <strong>de</strong><br />
estar <strong>de</strong>ntro do entretenimento.<br />
Eu não posso representar nenhuma<br />
interrupção. A marca precisa<br />
fazer alguma uma coisa que o<br />
consumidor realmente queira<br />
assistir. Mas na época não havia<br />
nenhuma agência pronta no país<br />
para fazer isso.<br />
E como foi a saída <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />
empresa para os rumos do empreen<strong>de</strong>dorismo?<br />
Eu tinha 17 anos <strong>de</strong> carreira<br />
e algumas ações na Ambev. No<br />
meu cargo só tinham três mulheres<br />
na companhia e nenhuma<br />
acima <strong>de</strong> mim. Eu era CMO <strong>de</strong><br />
não-alcoólicos. Mesmo assim eu<br />
pensei: vou abrir o próprio negócio.<br />
O problema? Fui falar com<br />
vários lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agências, veículos<br />
e muita gente me <strong>de</strong>sanimou.<br />
Todo mundo dizia que ia fazer<br />
exatamente a mesma coisa que<br />
eu estava planejando: trabalhar<br />
com conteúdo. Foi complicado<br />
porque eu era uma executiva<br />
sênior, mas era uma empresária<br />
júnior. Os dois primeiros anos<br />
foram extremamente difíceis.<br />
Quando conceituei a agência, eu<br />
queria fazer projetos como esse<br />
que fiz para a TV, mas daí repensei<br />
o mo<strong>de</strong>lo e acabei focando<br />
também o digital.<br />
E quando você teve certeza sobre o<br />
melhor caminho para trilhar?<br />
Foi quando eu <strong>de</strong>cidi fazer o<br />
Nails Fashion Week, o primeiro<br />
<strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> esmaltes do mundo.<br />
Diversas marcas entraram no<br />
evento. Esse case foi um divisor<br />
<strong>de</strong> águas. As pessoas passaram a<br />
enten<strong>de</strong>r que nós fazíamos bran-<br />
<strong>de</strong>d content. Tivemos mais <strong>de</strong><br />
R$ 15 milhões em mídia espontânea.<br />
O que nem todo mundo<br />
sabe é que eu banquei o projeto<br />
antes mesmo <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r as cotas<br />
<strong>de</strong> patrocínio. Confiei tanto na<br />
i<strong>de</strong>ia que resolvi arriscar. Tomei<br />
um certo prejuízo, mas a agência<br />
começou a dar certo a partir<br />
daí. Foi quando ganhamos a concorrência<br />
para cuidar <strong>de</strong> todo<br />
o merchandising da Avon. Esse<br />
mesmo incomodo me fez abrir a<br />
Cocreators (agência com foco em<br />
marketing <strong>de</strong> influência) há dois<br />
anos.<br />
E <strong>de</strong> que maneira sua experiência<br />
trabalhando como cliente te ajudou<br />
a ver os gaps do mercado?<br />
Quando eu entendi o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> remuneração das agências,<br />
pensei: está tudo errado. Quanto<br />
mais eu gasto, mais ela ganha.<br />
Então qual vai ser o interesse da<br />
agência em fazer eu gastar bem<br />
o meu dinheiro? Também me<br />
incomodava <strong>de</strong>mais a falta <strong>de</strong><br />
foco no que era realmente relevante<br />
para o meu negócio. Daí<br />
me perguntei: o que quero eu<br />
fazer diferente? A primeira coisa:<br />
quero que meus objetivos estejam<br />
alinhados com os objetivos<br />
dos clientes. Se eles estiverem<br />
alinhados, o princípio está garantido.<br />
Por isso criei um mo<strong>de</strong>lo<br />
diferente.<br />
Como é esse mo<strong>de</strong>lo?<br />
É parecido com uma consultoria.<br />
Eu cobro por hora/homem do<br />
time alocado para aquele cliente.<br />
Mas será que também não tem<br />
ineficiência? Por isso uso parâmetros<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e preços<br />
por peças, mais competitivos<br />
que preços <strong>de</strong> Sinapro e Abraji.<br />
Procuro me guiar pelo padrão<br />
do mercado para que eu não seja<br />
improdutiva. Outra coisa: eu até<br />
abro a minha margem para o<br />
cliente. Não posso ter vergonha<br />
<strong>de</strong> dizer como eu ganho dinheiro.<br />
Eu quero mais é que ele saiba<br />
mesmo. Porque se eu trabalhar<br />
<strong>de</strong> graça tem alguma coisa errada.<br />
Então é isso. É quase como<br />
uma consultoria. E, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
do cliente, eu tenho mo<strong>de</strong>los variáveis<br />
em função <strong>de</strong> resultado,<br />
quantas vendas e market share,<br />
entre outros KPIs.<br />
36 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
E a aceitação do mercado com relação<br />
a esse mo<strong>de</strong>lo?<br />
Não é fácil explicar, porque<br />
alguns profissionais estão habituados<br />
a comprar mídia sempre<br />
do mesmo jeito. Então eu faço<br />
uma tradução para o cliente. Eu<br />
digo o seguinte: pega a sua verba<br />
<strong>de</strong> mídia, pega o meu fee e divi<strong>de</strong><br />
um pelo outro. E agora veja<br />
o porcentual que vai dar. Isso é<br />
o equivalente ao que você pagaria<br />
para a sua agência. Só que<br />
eu vou te cobrar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do quanto você vai investir<br />
em mídia, porque terei esse<br />
time alocado para <strong>de</strong>senvolver<br />
sua estratégia, avaliar os seus<br />
resultados e criar suas peças.<br />
É isso que garante para o cliente<br />
que eu vou fazer o plano <strong>de</strong><br />
mídia mais otimizado possível.<br />
Porque eu não tenho interesse<br />
que o cliente gaste muito. Pelo<br />
contrário. Eu quero que sobre,<br />
para que ele possa valorizar o<br />
meu fee.<br />
Quais são os principais <strong>de</strong>safios<br />
<strong>de</strong>ste segmento <strong>de</strong> conteúdo para<br />
marcas?<br />
A galera enxerga um pouco<br />
errado o que é o conteúdo. As<br />
pessoas pensam... Conteúdo?<br />
Ah! Eu já fiz uma websérie. Mas,<br />
na verda<strong>de</strong>, ele não fez ainda<br />
marketing <strong>de</strong> conteúdo, que é<br />
uma estratégia e não uma ação<br />
pontual. Quando você tem uma<br />
estratégia fundamentada <strong>de</strong><br />
conteúdo, você não vai ter apenas<br />
uma peça, uma websérie e<br />
acabou. Você vai ter uma história<br />
bem contada em diversos<br />
formatos e diversos meios. Isso<br />
é marketing <strong>de</strong> conteúdo. E no<br />
marketing <strong>de</strong> influência é a mesma<br />
coisa. A diferença é que em<br />
um caso a marca é quem fala e<br />
no outro são os influenciadores.<br />
Por isso <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um tempo,<br />
nós criamos também a CoCreators.<br />
Os negócios têm sinergia,<br />
se complementam.<br />
Qual é a melhor e a pior coisa <strong>de</strong><br />
estar fora do mainstream das gran<strong>de</strong>s<br />
agências?<br />
A melhor é que estamos na<br />
contramão do <strong>de</strong>clínio. Somos a<br />
agência do novo, do futuro, que<br />
“eu não<br />
tenho<br />
interesse<br />
que o cliente<br />
gaste<br />
muito, pelo<br />
contrário”<br />
Divulgação<br />
já é o presente. Não estar neste<br />
bolo me traz clientes que também<br />
ousam mais e querem fazer<br />
o novo, que não precisam <strong>de</strong> um<br />
carimbo enorme para dizer: “estou<br />
com uma agência global e se<br />
rolar uma cagada, a culpa não<br />
foi minha”. Tenho maior elasticida<strong>de</strong><br />
criativa para trabalhar. Já<br />
o que é down si<strong>de</strong>? Tenho campanhas<br />
com menos grana. Às<br />
vezes posso ter i<strong>de</strong>ias ótimas,<br />
mas que talvez não tenham tanto<br />
fôlego quanto po<strong>de</strong>riam ter<br />
se tivesse verbas gran<strong>de</strong>s. Não<br />
estar entre as tradicionais também<br />
não me dá algumas chancelas.<br />
Porque há marqueteiros<br />
que não compram apenas o lado<br />
criativo, mas sim a grife.<br />
Quais são suas maiores referências<br />
na área <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />
content?<br />
A Fyer, uma agência argentina,<br />
do Rodrigo Figueroa, me<br />
inspirou muito. Ele é um gran<strong>de</strong><br />
criativo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content.<br />
Tem uns cases bacanas que me<br />
inspiraram muito. Mas quando<br />
eu comecei era um mo<strong>de</strong>lo que<br />
não existia aqui no Brasil. Então<br />
por aqui, hoje, gosto muito do<br />
trabalho da Pepsi. Aliás, gosto<br />
também muito das estratégias <strong>de</strong><br />
comunicação que a AlmapBBDO<br />
constrói para seus clientes. Veja<br />
o que eles fizeram com o case <strong>de</strong><br />
Pepsi, com base no Po<strong>de</strong> ser?. É<br />
um insight <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, que está<br />
no dia a dia. E para ser genial não<br />
precisa ser muito mirabolante.<br />
Veja também a transformação <strong>de</strong><br />
Havaianas. Fizeram um trabalho<br />
<strong>de</strong> influencer marketing incrível<br />
com Rodrigo Santoro e outros<br />
nomes. Isso é bran<strong>de</strong>d content<br />
puro. Tem coisa mais cool que<br />
Havaianas hoje?<br />
E qual é o gran<strong>de</strong> risco para as marcas<br />
no trabalho com os influenciadores?<br />
O principal risco é contratar o<br />
“confiei<br />
tanto na<br />
i<strong>de</strong>ia que<br />
resolvi<br />
arriscar”<br />
influenciador como mídia. E aí<br />
já começa errado. Ele é muito<br />
mais que isso: é mídia, conteúdo<br />
e o formador <strong>de</strong> opinião. A<br />
galera que compra o influenciar<br />
achando que está comprando<br />
só veiculação, só o ‘x’ na gra<strong>de</strong>,<br />
acaba fazendo merda. Porque<br />
antes <strong>de</strong> ver a audiência, é<br />
importante ver o conteúdo. Ou<br />
você não vai produzir algo que<br />
seja verda<strong>de</strong>iro.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
molejo<br />
A limpeza do dia a dia po<strong>de</strong> ser mais tranquila<br />
e livre do esfrega-esfrega. Essa é a mensagem<br />
central da nova comunicação da linha Veja<br />
Cozinha Desengordurante e Veja Banheiro<br />
X-14. Com foco na internet e nas conversas<br />
em re<strong>de</strong>s sociais, a marca aposta no carisma<br />
<strong>de</strong> An<strong>de</strong>rson, vocalista do grupo Molejo, para<br />
estrelar sua campanha.<br />
BETC/Havas<br />
Reckitt BenckiseR<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Molejo na Cozinha; produto: Veja Gold Cozinha<br />
Desengordurante; criação: Guilherme Possobon,<br />
Victor Castelo e Guilherme Filippoff; produtora<br />
<strong>de</strong> filme: Trator; direção: Los Cabras; produtora <strong>de</strong><br />
som: Comando S; aprovação do cliente: Eduardo<br />
Magalhães, Amanda Lobato e Ana Giulia Pinheiro.<br />
aniversário<br />
Ao longo dos 130 anos <strong>de</strong> história, a cervejaria<br />
Brahma tem cultivado diversos aprendizados.<br />
E, para marcar seu aniversário em<br />
<strong>outubro</strong>, a marca vai compartilhar conhecimento<br />
e informações com seus consumidores.<br />
Para a missão, seus funcionários<br />
mais antigos respon<strong>de</strong>rão dúvidas dos consumidores<br />
em tempo real na internet.<br />
afriCa<br />
aMBev<br />
Título: Brahma 130 anos; produto: Brahma <strong>2018</strong><br />
– 130 anos; criação: Tiago Abreu, Rodrigo Barbosa,<br />
Linus Oura, Maso Heck e Raphael Santos; produtora<br />
<strong>de</strong> filme: PBA Cinema; direção: Santi Dulce;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Loud; aprovação do cliente:<br />
Paula Lin<strong>de</strong>nberg, Pedro Adamy e Helena Isaac.<br />
fome monstra<br />
Os comilões da madrugada passam a ter opções com preços<br />
mais acessíveis no McDonald’s. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food lança a<br />
promoção McNight, que dá um upgra<strong>de</strong> nos sanduíches. Para<br />
divulgar a novida<strong>de</strong>, a DM9DDB apresenta os “monstros<br />
da fome”, criaturas divertidas que personificam o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>vorar um lanche da re<strong>de</strong>. Os <strong>de</strong>senhos foram feitos em<br />
parceria com o Studio D’Ávila e estão sendo veiculados em<br />
filmetes nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
DM9DDB<br />
McDonalD's<br />
Título: Fome Monstra; produto: McNight; criação: Alexandre Freire,<br />
Paulo Rene Costa, Mario Lins, Maicon Pinheiro, Luiz Duarte e Gustavo<br />
Frazão; ilustração: Studio D’Ávila; produção gráfica: Carla Lustosa e<br />
Fernanda Badan; social media manager: Thais Vieira e Giulia Pallone;<br />
aprovação do cliente: Roberto Gnypek, João Branco, Lariane Duarte,<br />
Thiago Cunha e Raphael Lima.<br />
38 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
quente<br />
Um cenário repleto <strong>de</strong> cores, sons e contornos embala a<br />
nova campanha <strong>de</strong> Doritos para o lançamento do sabor<br />
Heatwave. O filme Only in Bahia é protagonizado pelos artistas<br />
baianos Luedji Luna, Maglore e Márcio Victor, vocalista<br />
da banda <strong>de</strong> pago<strong>de</strong> Psirico. A comunicação evi<strong>de</strong>ncia<br />
personagens e locais icônicos do estado nor<strong>de</strong>stino,<br />
tais como as tradicionais baianas do acarajé, o Pelourinho<br />
e o elevador Lacerda, enaltecendo sua cultura. O produto<br />
chega exclusivamente à Bahia com dois sabores: Barbecue<br />
e Chipotle. Aos poucos, o salgadinho vai ganhando sabor<br />
mais intenso <strong>de</strong> pimenta, tornando a experiência mais<br />
“quente”. Além do filme digital, a campanha contará também<br />
com peças <strong>de</strong> mobiliário urbano em Salvador.<br />
alMapBBDO<br />
PePsico<br />
Título: Only in Bahia; produto: Doritos Heatwave; criação: Pedro<br />
Reis e Rafael <strong>de</strong> Miranda; produtora <strong>de</strong> filme: Corazon; direção:<br />
Rafael Kent; produtora <strong>de</strong> som: Satélite; business intelligence:<br />
Guilherme Loureiro; aprovação do cliente: Daniela<br />
Cachich, Anna Carolina Teixeira, Carolina Frydman, Jaqueline<br />
Gimenes e Ana Fauza.<br />
brin<strong>de</strong><br />
A nostalgia tem sido um recurso po<strong>de</strong>roso<br />
para campanhas. Neste movimento, a cerveja<br />
Crystal resgata um ícone do brega em sua<br />
nova comunicação. O cantor Sidney Magal<br />
protagoniza o filme Encontros, que ressalta<br />
o valor <strong>de</strong> reunir em uma receita ingredientes<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. A peça digital mostra o artista<br />
no bar com suas três ciganas: Sandra,<br />
Rosa e Madalena.<br />
Y&r<br />
ceRvejaRia PetRóPolis<br />
Título: Sidney Magal; produto: Crystal; criação:<br />
Laura Esteves e Rafa Oliveira; produtora <strong>de</strong> filme:<br />
Cine Cinematográfica; direção: Clovis Mello; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Coletiva Produtora; aprovação do<br />
cliente: Eliana Cassandre, Naiara Brugneroto, Nadia<br />
Maekawa Bellagamba e Luiz Felipe Santos.<br />
diploma<br />
Marcando o novo posicionamento da Estácio, a WMcCann<br />
acaba <strong>de</strong> apresentar campanha com foco no Vestibular 2019<br />
da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino universitário. Fazendo referência à gíria partiu,<br />
que é bastante utilizada nas re<strong>de</strong>s sociais, a comunicação<br />
traz o conceito Você e Estácio. Formou. O termo sempre virá<br />
acompanhado <strong>de</strong> dois elementos: o high five, cumprimento<br />
com a mão aberta, e o cumprimento com o soquinho. Primeiro<br />
trabalho da agência para o cliente, após vencer concorrência<br />
em julho <strong>de</strong>ste ano, a campanha comunica os benefícios da<br />
graduação presencial, do EaD e do Flex, mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação<br />
mista.<br />
wMCCann<br />
estácio<br />
Título: Formou; produto: graduação; criação: Durval Filho, Gustavo Vilela,<br />
Marcos Hosken, Marcos Pedrosa, Bruno Mukai e Cadu Andrekowisk; produtora<br />
do filme: Damasco; direção: Ricardo Santini; aprovação do cliente:<br />
Aroldo Alves, Sebastian Linnemann, Vivian Vieira e Daniele Coelho.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39
agências<br />
Mestiça aposta em experiências para<br />
gerar negócios e relacionamento<br />
Dinner in The Sky chega a São Paulo por meio da agência, que <strong>de</strong>tém<br />
licenciamento no Brasil; Gamaro, Ofner e Estrella Galicia apoiam iniciativa<br />
Denis Filippini (COO), Marcelo Ramos (CEO) e Eduardo<br />
Lovro (CSO): sócios da Mestiça realizam o Dinner in the Sky<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009 no Brasil; projeto está presente em 62 países<br />
“I<strong>de</strong>ntIfIcamos um<br />
nIcho <strong>de</strong> empresas que<br />
precIsavam fazer um<br />
convIte muIto exclusIvo<br />
para seus clIentes”<br />
Danúbia Paraizo<br />
Tudo começou em 2009, quando a Mestiça<br />
participava <strong>de</strong> uma concorrência para<br />
<strong>de</strong>senvolver um projeto para a Brastemp.<br />
O briefing era simples: criar uma ativação<br />
voltada para seus clientes estratégicos e<br />
parceiros <strong>de</strong> negócios na área <strong>de</strong> gastronomia.<br />
À época, a marca trabalhava o conceito<br />
<strong>de</strong> “sair do óbvio” em sua comunicação,<br />
o que levou os sócios da agência à seguinte<br />
i<strong>de</strong>ia: por que não oferecer um jantar sob<br />
a luz das estrelas em vez <strong>de</strong> simplesmente<br />
um jantar à luz <strong>de</strong> velas? Com a aprovação<br />
da Brastemp para o projeto, chegava pela<br />
primeira vez ao Brasil o Dinner in The Sky,<br />
plataforma <strong>de</strong> experiências gastronômicas<br />
nas alturas criada pelo publicitário belga<br />
David Ghysels.<br />
De lá para cá já se passou quase uma<br />
década e inúmeras edições do projeto no<br />
Brasil. A Mestiça <strong>de</strong>tém o licenciamento da<br />
franquia por aqui, e já realizou eventos em<br />
diversas capitais. Des<strong>de</strong> a semana passada,<br />
abriu nova temporada na capital paulista,<br />
com proposta <strong>de</strong> oferecer uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> relacionamento para empresas e<br />
clientes. “A gente sempre pensou em fazer<br />
eventos voltados para o mundo corporativo.<br />
I<strong>de</strong>ntificamos um nicho <strong>de</strong> empresas<br />
que precisavam fazer um convite muito<br />
exclusivo para os seus clientes. Para aquele<br />
cara que já foi convidado para o camarote<br />
da F-1, ou para o Camarote Brahma, no Carnaval,<br />
então, como você vai impactá-lo <strong>de</strong><br />
forma exclusiva? O Dinner in The Sky veio<br />
com essa proposta”, explica Marcelo Ramos,<br />
CEO da Mestiça.<br />
Com patrocínio da incorporadora <strong>de</strong> empreendimentos<br />
Gamaro, que realizará por<br />
duas semanas não só jantares, mas também<br />
cafés da manhã, almoços e passeios no fim<br />
da tar<strong>de</strong> para seus parceiros e clientes, o<br />
evento foi aberto pela primeira vez ao público.<br />
Dessa maneira, pessoas comuns não<br />
ligadas ao mundo corporativo pu<strong>de</strong>ram<br />
comprar pelo perfil no Instagram do Dinner<br />
in the Sky Brasil uma das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
experiências. Os valores variam <strong>de</strong> R$ 200 a<br />
R$ 650, mas os pacotes já estão esgotados.<br />
Como a proposta do evento está baseada na<br />
exclusivida<strong>de</strong> do serviço, o projeto ficará<br />
disponível por apenas 30 dias.<br />
Nesta edição, Pernod Ricard, Ofner,<br />
Estrella Galicia, Rolex, Negroni, Luxury<br />
Group, entre outras, entram como apoiadoras<br />
para tornar a experiência mais completa<br />
e premium. “São marcas que nos acompanham<br />
por diversas edições. Quem já vivenciou<br />
o evento percebe o quanto ele é inusitado.<br />
Ele enten<strong>de</strong> que essa experiência<br />
fica marcada. Se a empresa só faz um trabalho<br />
<strong>de</strong> branding e performance, e agora<br />
procura um evento que conecte emocionalmente,<br />
o Dinner in the Sky é o lugar que<br />
entrega isso”, ressalta Denis Filippini, COO<br />
da Mestiça.<br />
Fotos: Divulgação<br />
Estrutura<br />
A experiência inclui uma refeição a 50<br />
metros <strong>de</strong> altura, sempre conduzida por<br />
um chef renomado e sua equipe. Roberto<br />
Ravioli, Paula Labaki, Guga Rocha, do<br />
programa Homens Gourmet, do canal GNT,<br />
entre outros, integram a lista. A mesa com<br />
22 lugares é içada por um guindaste <strong>de</strong> 180<br />
toneladas e oito cabos <strong>de</strong> aço, que dão segurança<br />
e estabilida<strong>de</strong> à estrutura. Há ainda<br />
equipe médica e bombeiros a postos para<br />
cada evento. “Cada subida é uma experiência<br />
diferente. Uma ótima oportunida<strong>de</strong><br />
para quem visa um bom evento <strong>de</strong> relacionamento”,<br />
finaliza Eduardo Lovro, VP <strong>de</strong><br />
estratégia da agência. O Dinner in The Sky<br />
será realizado até o dia 21 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, em<br />
São Paulo.<br />
40 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
AgênciAs<br />
Publicis Brasil <strong>de</strong>senvolve ação<br />
global para smartphone da Motorola<br />
Campanha apresenta<br />
o Android One,<br />
o primeiro do Brasil,<br />
sob o mote<br />
Você pronto<br />
Divulgação<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
“<strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />
uma produção<br />
global é<br />
mostrar<br />
situações<br />
cotidianas<br />
<strong>de</strong> maneira<br />
universal”<br />
Motorola acaba <strong>de</strong> anunciar o seu novo<br />
A smartphone, o Motorola One. O primeiro<br />
celular com Android One do Brasil foi <strong>de</strong>senvolvido<br />
em parceria com o Google. Sob<br />
o mote Você pronto, a campanha global,<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela Publicis e produzida pela<br />
Paranoid, apresenta todas as novida<strong>de</strong>s<br />
do aparelho e revela que “ninguém precisa<br />
per<strong>de</strong>r nenhum momento e nenhuma surpresa<br />
que a vida prepara”.<br />
“O novo Motorola One incorpora os softwares<br />
mais recentes e as inovações <strong>de</strong> inteligência<br />
artificial do Google ao celular,<br />
resultando em um dispositivo superinteligente,<br />
graças ao Google Lens e às exclusivas<br />
Experiências Moto. Além <strong>de</strong> seguro, é simples,<br />
com excelente <strong>de</strong>sempenho. Com ele,<br />
o usuário estará sempre<br />
pronto para tudo”, afirma<br />
Renata Altenfel<strong>de</strong>r,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing<br />
da Motorola para América<br />
Latina.<br />
O filme mostra a<br />
história <strong>de</strong> dois vizinhos<br />
que saem para dar<br />
uma volta e começam<br />
a ser impactados por<br />
coisas inesperadas,<br />
como um cachorro que<br />
pula corda e um skatista<br />
que passa com balões<br />
gigantes rumo a uma gran<strong>de</strong> festa ao<br />
ar livre.<br />
O objetivo é mostrar que com o Motorola<br />
One as pessoas estão sempre prontas para<br />
tudo, pois produto oferece tela max vision,<br />
câmera dupla, armazenamento ilimitado e<br />
gratuito do google fotos, potência em <strong>de</strong>sempenho<br />
e carregamento turbo power,<br />
que garante até seis horas <strong>de</strong> carga em apenas<br />
20 minutos.<br />
“O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> uma produção global<br />
como essa é mostrar situações cotidianas<br />
<strong>de</strong> uma maneira universal. No caso específico<br />
do Motorola One são situações que<br />
mostram que, com esse aparelho, as pessoas<br />
estão prontas para aproveitar todos os<br />
momentos e surpresas da vida”, comenta<br />
Domênico Massareto, CCO da Publicis.<br />
Cena do comercial da Motorola, criado pela Publicis, que mostra que “ninguém precisa per<strong>de</strong>r nenhum momento”<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41
AgênciAs<br />
MUV amplia serviços <strong>de</strong> media hub e<br />
quer ter escritórios em outros países<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance contrata novo diretor e vai<br />
<strong>de</strong>senvolver projetos para empresa <strong>de</strong> games Fanatee em 12 países<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Em novembro <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, a MUV<br />
(Mobile Unique Vision),<br />
que pertence ao Grupo WPP,<br />
completa três anos <strong>de</strong> atuação<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte no mercado.<br />
O trabalho na área <strong>de</strong> mobile<br />
marketing, realizado por Marcelo<br />
Castelo e Rafael Magdalena,<br />
começou há quase 15 anos<br />
<strong>de</strong>ntro da F.biz, em São Paulo.<br />
A empresa, que atualmente<br />
possui escritório no Brasil e nos<br />
Estados Unidos, facilita a aproximação<br />
dos anunciantes com<br />
o mercado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvedores<br />
<strong>de</strong> aplicativos. Com iniciativas<br />
sustentadas por projetos <strong>de</strong> navegação<br />
gratuita e media hub,<br />
a MUV já <strong>de</strong>senvolveu mais <strong>de</strong><br />
mil projetos para clientes como<br />
Netshoes, Privalia Brasil, Magazine<br />
Luiza, Natura, Santan<strong>de</strong>r e<br />
Casas Bahia, entre outros.<br />
“O mercado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvedores<br />
<strong>de</strong> aplicativos trouxe um<br />
gran<strong>de</strong> inventário que vai muito<br />
além <strong>de</strong> Facebook e Google,<br />
e que po<strong>de</strong> ser explorado para<br />
garantir vendas, cadastros,<br />
frequência ou qualquer outra<br />
meta estabelecida pelas marcas.<br />
Oferecemos o nosso serviço<br />
<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia para<br />
todo o mercado e o trabalho é<br />
feito conforme os objetivos dos<br />
nossos clientes”, comenta Marcelo<br />
Castelo, CEO da MUV.<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> oferecer<br />
às marcas <strong>de</strong> ambos os setores<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intensificar<br />
o alcance e o engajamento dos<br />
seus clientes no ambiente mobile,<br />
a MUV está ampliando os<br />
seus serviços para diversos países<br />
da América Latina e Europa.<br />
Em pouco mais <strong>de</strong> um ano, o<br />
trabalho realizado para a Privalia<br />
México gerou US$ 11 milhões<br />
<strong>de</strong> receita adicional ao aplicativo.<br />
O projeto <strong>de</strong>ve seguir para<br />
Espanha e Itália.<br />
“Muitas vezes conseguimos<br />
com clientes locais acordos<br />
baseados 100% em performance.<br />
Este trabalho é muito interessante,<br />
pois ele só paga se<br />
Rafael Magdalena, Rafael Grandizoli, Marcelo Castelo e Guilherme Cal<strong>de</strong>ira são alguns dos lí<strong>de</strong>res da MUV<br />
geramos um cliente novo, que<br />
instalou o aplicativo, e fez uma<br />
compra, por exemplo. Para o<br />
publisher, o dono do aplicativo,<br />
também é interessante, pois é<br />
melhor ter um anunciante entrando<br />
no risco do que não ter<br />
nada”, diz Castelo.<br />
Outras novida<strong>de</strong>s da companhia<br />
são os projetos para a<br />
<strong>de</strong>senvolvedora <strong>de</strong> games brasileira<br />
Fanatee, em mais <strong>de</strong> 12<br />
países, e a contratação <strong>de</strong> Guilherme<br />
Cal<strong>de</strong>ira como novo diretor<br />
<strong>de</strong> media hub. O profissional,<br />
que possui mais <strong>de</strong> 12 anos<br />
<strong>de</strong> experiência na área, vai trabalhar<br />
na criação <strong>de</strong> estratégias<br />
apoiadas em tecnologia, inteligência<br />
e rentabilida<strong>de</strong>.<br />
Segundo Castelo, o smartphone<br />
parece já ser uma coisa<br />
onipresente, mas vai se tornar<br />
ainda mais. “Ainda há muito<br />
espaço para crescer. O celular<br />
não vai sair da mão das pessoas.<br />
Quanto mais veloz for a<br />
conexão com a internet, mais<br />
rápido as pessoas vão navegar,<br />
mais aplicativos vão acessar e<br />
mais publicida<strong>de</strong> vão enxergar.<br />
“Nossa expectativa<br />
é fazer o media<br />
hub escalar<br />
globalmeNte”<br />
Divulgação<br />
O tempo médio das pessoas no<br />
celular também só vai aumentar.<br />
Alguns estudos mostram<br />
que o tempo médio das pessoas<br />
no aparelho, em alguns lugares<br />
nos Estados Unidos, por exemplo,<br />
já <strong>de</strong>ve ultrapassar a televisão”,<br />
informa.<br />
Com um mercado pulsante, a<br />
MUV preten<strong>de</strong> fechar <strong>2018</strong> com<br />
um total <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> instalações,<br />
o que gerou mais <strong>de</strong> R$<br />
45 milhões <strong>de</strong> receita adicional<br />
por meio <strong>de</strong> uma metodologia<br />
proprietária, que disponibiliza<br />
ao cliente um inventário antes<br />
muito difícil <strong>de</strong> ser acessado.<br />
“A nossa expectativa é fazer<br />
o media hub escalar globalmente.<br />
Já compramos mídia em diversos<br />
países, mas queremos<br />
ter atendimento local. Esperamos<br />
abrir escritórios em vários<br />
lugares e continentes. E vamos<br />
aproveitar a plataforma do grupo<br />
WPP para isso. Devemos<br />
abrir um escritório no México,<br />
pois além <strong>de</strong> Privalia ganhamos<br />
outros dois clientes que vamos<br />
anunciar ainda este ano”, finaliza<br />
Castelo.<br />
42 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
agências<br />
Jüssi aposta na cultura startup e<br />
anuncia a chegada <strong>de</strong> Diego Eis<br />
Profissional vai<br />
consolidar área<br />
<strong>de</strong> Inteligência <strong>de</strong><br />
Produtos Digitais<br />
da agência<br />
Divulgação<br />
Leonardo araujo<br />
Com clientes como Whirlpool na carteira,<br />
a Jüssi tem um propósito: ajudar as<br />
gran<strong>de</strong>s marcas a ven<strong>de</strong>rem mais. Com isso<br />
em mente, a agência <strong>de</strong>senvolveu, em meados<br />
<strong>de</strong> 2013, uma área <strong>de</strong> produtos digitais.<br />
Agora, em <strong>2018</strong>, o setor amadureceu e a<br />
empresa quer consolidá-lo. Para isso, contratou<br />
Diego Eis. O objetivo é fincar <strong>de</strong> vez<br />
a cultura <strong>de</strong> startups e empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />
na área. O mote é executar as tarefas<br />
<strong>de</strong> maneira ágil, sempre flexível às transformações,<br />
buscando melhorias constantes.<br />
Este movimento estratégico faz com que o<br />
trabalho da empresa seja feito sempre combinando<br />
a experiência do usuário com um<br />
processo <strong>de</strong> melhorias contínuas, baseado<br />
em métricas. A área não executa um trabalho<br />
e o abandona. Marcos Del Valle, sócio<br />
da agência, utiliza a analogia <strong>de</strong> uma montadora<br />
<strong>de</strong> carro para explicar o método: “se<br />
um mo<strong>de</strong>lo novo será lançado, você não joga<br />
a carroceria antiga fora”.<br />
Os braços técnicos da área são essenciais<br />
para fazer um trabalho melhor a cada<br />
momento. Pesquisa, núcleo <strong>de</strong> testes etc.<br />
Tudo é analisado para que haja um norte.<br />
“Um norte que ten<strong>de</strong> a gerar mais resultados”,<br />
explica. O que importa é a visão <strong>de</strong><br />
evolução. “Você não fica mais no mundo <strong>de</strong><br />
achismos [...] A i<strong>de</strong>ia é sempre viabilizar o<br />
negócio do nosso cliente”, complementa.<br />
E é neste cenário que Diego Eis chega. O<br />
profissional <strong>de</strong>ixou o mercado corporativo<br />
para ingressar no publicitário. Uma <strong>de</strong><br />
suas missões é incentivar nos clientes uma<br />
cultura que priorize a experiência do usuário.<br />
Quando recebeu o convite, Diego Eis<br />
confessa que se sentiu meio <strong>de</strong>slocado. “Eu<br />
falei: ‘nem sei o que estou fazendo numa<br />
agência, mas vou conversar com vocês’”.<br />
Porém, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r as possibilida<strong>de</strong>s<br />
do trabalho, o profissional se animou.<br />
Em vez <strong>de</strong> um projeto na startup, ele po<strong>de</strong>rá<br />
trabalhar com <strong>de</strong>z na agência. “Isso<br />
me motiva”. Além disso, o fato <strong>de</strong> a Jüssi<br />
conseguir “abraçar um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> produto por fora do cliente”<br />
também animou o profissional, apesar<br />
do choque <strong>de</strong> cultura e da correria que não<br />
existe numa empresa <strong>de</strong> produtos digitais.<br />
Marcos Del Valle e Diego Eis: objetivo é fincar <strong>de</strong> vez a cultura <strong>de</strong> startups e empresas <strong>de</strong> tecnologia na área<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43
mArcAs<br />
Divulgação<br />
Cena da campanha do Burger King, que convidou os consumidores para experimento político; quem votou em branco recebeu Whopper em Branco, sanduíche indigesto<br />
Anunciantes se posicionam no <strong>de</strong>bate<br />
político para se conectar com o público<br />
Consumidores cobram visão menos passiva das marcas, que assumem<br />
responsabilida<strong>de</strong> por conscientização do voto, cidadania e <strong>de</strong>mocracia<br />
Danúbia Paraizo<br />
e FeliPe Turlão<br />
Educação, menos corrupção,<br />
mais cidadania, saú<strong>de</strong> e segurança.<br />
Essas são as características<br />
que a população espera<br />
para o Brasil do futuro, segundo<br />
a iniciativa da TV Globo que<br />
reuniu nos últimos meses os<br />
<strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> um país melhor.<br />
Com pedidos tão básicos<br />
quanto essenciais, fica evi<strong>de</strong>nte<br />
o quanto discussões sobre<br />
o voto consciente, cidadania<br />
e <strong>de</strong>mocracia são necessárias,<br />
sobretudo, neste período eleitoral.<br />
Além da socieda<strong>de</strong>, empresas<br />
privadas tentam integrar<br />
esse <strong>de</strong>bate político.<br />
Às vésperas do primeiro turno<br />
das eleições, gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />
foram às mídias para<br />
mobilizar seus consumidores.<br />
Estar em cima do muro já não é<br />
mais opção.<br />
No último <strong>de</strong>bate com candidatos<br />
à Presidência, quinta-feira<br />
(4), na TV Globo, isso ficou<br />
bem claro. Após ter chamado a<br />
atenção <strong>de</strong> seus consumidores<br />
sobre o valor do voto consciente,<br />
com o lançamento do Whopper<br />
em Branco, no <strong>de</strong>bate da<br />
Record TV, na semana anterior,<br />
o Burger King voltou a veicular<br />
a propaganda. A i<strong>de</strong>ia foi reforçar<br />
a mensagem <strong>de</strong> que “quando<br />
alguém escolhe no seu lugar,<br />
não dá para reclamar do resultado”.<br />
No intervalo comercial,<br />
Chevrolet, Nextel e Votorantim<br />
também engrossoram a lista<br />
<strong>de</strong> anunciantes que usaram a<br />
pauta política para engajar seus<br />
clientes e mostrar valor.<br />
“Tem aquele velho mantra<br />
<strong>de</strong> que não se discute religião<br />
e política, e, <strong>de</strong> fato, os clientes<br />
evitam esses temas. Mas, nos<br />
dias <strong>de</strong> hoje, não existe marca<br />
que fique no vácuo. Quem en-<br />
“Estamos vivEndo<br />
uma situação<br />
tEnsa na política,<br />
tEm polarização,<br />
baixa formação<br />
política E isso<br />
gEra um problEma<br />
dE comprEEnsão”<br />
tra nas conversas com proprieda<strong>de</strong><br />
tem muito mais a<strong>de</strong>rência”,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Rafael Donato,<br />
VP <strong>de</strong> criação da David São Paulo,<br />
agência que assina a campanha.<br />
A comunicação é baseada<br />
em um experimento gravado<br />
na capital paulista. Uma das lojas<br />
da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food recebeu<br />
uma urna eletrônica personalizada<br />
em que os consumidores<br />
pu<strong>de</strong>ram escolher se votariam<br />
em algum candidato ou em<br />
branco. Ao final da ação, quem<br />
votou em branco recebeu em<br />
primeira mão o indigesto Whopper<br />
em Branco, feito apenas<br />
com pão, cebola e maionese.<br />
“A gente dominou as conversas<br />
na internet. Só faz isso quem<br />
tem coragem e agilida<strong>de</strong> para<br />
entrar em um tema que geralmente<br />
o marketing tenta evitar.<br />
Mas o Burger King tem a proposta<br />
<strong>de</strong> provocar sem medo”,<br />
completa Ariel Grunkraut, di-<br />
44 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
etor <strong>de</strong> marketing e vendas do<br />
Burger King.<br />
ProPósito<br />
Apesar <strong>de</strong> os números atestarem<br />
o impacto da campanha<br />
- o ví<strong>de</strong>o teve mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z milhões<br />
<strong>de</strong> visualizações -, a abordagem<br />
política na comunicação<br />
<strong>de</strong> marcas ainda não é tão<br />
comum quanto as causas mais<br />
populares, como sustentabilida<strong>de</strong><br />
e diversida<strong>de</strong>, por exemplo.<br />
Segundo Roberto Gondo,<br />
professor <strong>de</strong> marketing político<br />
da Universida<strong>de</strong> Presbiteriana<br />
Mackenzie, isso ocorre porque<br />
os riscos acabam sendo maiores<br />
e as empresas preferem não<br />
excluir parte <strong>de</strong> seu público em<br />
potencial. “Não é muito comum<br />
essa postura, porque <strong>de</strong>ntro da<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> varejo e serviços, você<br />
não segmenta politicamente<br />
seu público. Quando a empresa<br />
não se posiciona, você blinda<br />
a organização, assim ela po<strong>de</strong><br />
ven<strong>de</strong>r para todo mundo”.<br />
De fato, se posicionar politicamente,<br />
tem seus riscos. Cabe<br />
a cada empresa avaliar se são<br />
válidos. Em 2016, por exemplo,<br />
o Habib’s pegou carona no<br />
clima <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> política<br />
do país, às vésperas da votação<br />
do impeachment da então<br />
presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff. A<br />
campanha Caiu brincava com a<br />
situação para divulgar a queda<br />
no preço <strong>de</strong> sua esfiha <strong>de</strong> frango.<br />
O filme mostrava pessoas<br />
comemorando o impedimento<br />
da governante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> corretores<br />
da Bolsa e pessoas trajando<br />
ver<strong>de</strong> amarelo ou vermelho. A<br />
mensagem final sugeria que o<br />
“Habib’s uniu o Brasil”. Alguns<br />
meses antes, a re<strong>de</strong> havia distribuído<br />
cartazes pró-impeachment<br />
e divulgou a hashtag<br />
fome<strong>de</strong>mudança. Na ocasião,<br />
as re<strong>de</strong>s sociais da marca foram<br />
inundadas com críticas e elogios.<br />
Para Gondo, do Mackenzie,<br />
tomar esse tipo <strong>de</strong> estratégia<br />
<strong>de</strong> marketing vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> como estão os ânimos na<br />
pré-eleição. Fazer essa análise<br />
po<strong>de</strong> evitar perdas significativas<br />
para a imagem da marca.<br />
“Estamos vivendo uma situação<br />
tensa no política, tem polarização,<br />
baixa formação política<br />
e isso gera um problema<br />
<strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> cenário. O<br />
posicionamento político não é<br />
uma estratégia comum e, quando<br />
ocorre, as marcas ten<strong>de</strong>m a<br />
uma linha mais neutra. O Burger<br />
King não disse ser a favor <strong>de</strong><br />
Donato, da David: marcas que se posicionam têm mais a<strong>de</strong>rência<br />
“falta para<br />
as marcas<br />
consEguirEm<br />
transformar<br />
sEu podEr dE<br />
pErsuasão não Em<br />
convEncimEnto<br />
partidário, mas<br />
dE participação<br />
cidadã”<br />
Bolsonaro ou Haddad, preferiu<br />
ser neutro e propor i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong>mocráticos.<br />
Esse po<strong>de</strong> ser um<br />
caminho”, analisa o professor.<br />
conexões<br />
Ao mesmo tempo em que<br />
os riscos são esperados, num<br />
momento em que o <strong>de</strong>bate político<br />
é tão essencial, marcas<br />
que já interiorizaram essa proposta<br />
<strong>de</strong> alguma forma em seu<br />
DNA encontram oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criar novas conexões com<br />
seu público. É o que acredita<br />
Marcos Be<strong>de</strong>ndo, professor<br />
da ESPM, sócio e consultor na<br />
Brandwagon. “As marcas estão<br />
se envolvendo em questões sociais,<br />
especialmente para fazer<br />
Fotos: Divulgação<br />
Ariel, do Burger King: empresa tem proposta <strong>de</strong> provocar sem medo<br />
conexão com grupos sociais<br />
que ten<strong>de</strong>m a evoluir como<br />
consumidores. É essencial para<br />
gerar conexão e diferenciação<br />
em um mundo com menos diferenças<br />
funcionais entre os<br />
produtos”. Essa foi a proposta<br />
da Chevrolet, com a campanha<br />
Realida<strong>de</strong> Possível, que convida<br />
os brasileiros a saírem do conformismo<br />
e a acreditarem que<br />
é possível mudar. A peça para<br />
o lançamento do Cruze tem<br />
criação da Commonwealth//<br />
McCann, divisão da WMcCann<br />
responsável pelo atendimento<br />
exclusivo da conta.<br />
O filme mostra locais famosos<br />
das cida<strong>de</strong>s do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, Salvador e São Paulo,<br />
contrastando a realida<strong>de</strong> com<br />
cenários revitalizados <strong>de</strong> como<br />
os ambientes po<strong>de</strong>riam ser. Em<br />
uma das cenas, famílias aparecem<br />
curtindo o Rio Pinheiros,<br />
na capital paulista, totalmente<br />
limpo. A locução da atriz Camila<br />
Morgado convida a todos<br />
para fazerem acontecer e acelerarem<br />
na direção da mudança.<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> razões<br />
políticas ou filosóficas, as<br />
marcas <strong>de</strong>vem ser, acima <strong>de</strong><br />
tudo, verda<strong>de</strong>iras em seu propósito.<br />
Entrar nesse <strong>de</strong>bate por<br />
questões meramente comerciais<br />
é uma estratégia totalmente<br />
<strong>de</strong>saconselhada pelos especialistas.<br />
Isso porque fica muito<br />
claro para o consumidor quando<br />
se trata <strong>de</strong> posicionamento<br />
puramente oportunista. “As<br />
marcas têm <strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>iras.<br />
Quanto mais solidárias elas<br />
forem, melhor para sua imagem.<br />
Falta para muitas conseguirem<br />
transformar seu po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> persuasão não em convencimento<br />
partidário, mas <strong>de</strong> participação<br />
cidadã”, avalia Sérgio<br />
<strong>de</strong> Paula, diretor <strong>de</strong> criação da<br />
agência Nave.<br />
Com um histórico global <strong>de</strong><br />
iniciativas que estimulam propósitos,<br />
como a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gêneros, racial e diversida<strong>de</strong>, a<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sorveterias Ben&Jerry’s<br />
elegeu o <strong>de</strong>bate político como<br />
estratégia <strong>de</strong> comunicação no<br />
Brasil neste período eleitoral.<br />
Dos dias 1 a 7 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, os<br />
consumidores que apresentaram<br />
seu título eleitoral receberam<br />
<strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 10% na<br />
compra <strong>de</strong> qualquer sabor. O<br />
objetivo foi estimular que a<br />
população mantenha a postos<br />
o documento, que costuma<br />
ser lembrado apenas na última<br />
hora e acaba sendo perdido.<br />
Completando a campanha, a<br />
marca convida seus consumidores<br />
a visitarem a plataforma<br />
Me Representa, um site que<br />
ajuda os eleitores a encontrarem<br />
candidatos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />
pautas LGBT+, <strong>de</strong> gênero, raça,<br />
meio ambiente, corrupção e<br />
trabalho. “As marcas ainda estão<br />
muito preocupadas com<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45
mArcAs<br />
seus umbigos e esquecendo o<br />
coração do consumidor. Quanto<br />
mais elas falarem da realida<strong>de</strong><br />
do público, maior a empatia”,<br />
avalia De Paula, da Nave.<br />
PosicionAmento do dono<br />
O voto é direito constitucional<br />
<strong>de</strong> todos os brasileiros, mas<br />
um <strong>de</strong>talhe importante é pouco<br />
avaliado pelas empresas que<br />
pensam em se posicionar politicamente:<br />
ele po<strong>de</strong> ser secreto,<br />
principalmente, se tratando<br />
do dono da companhia. Nesta<br />
eleição, executivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
marcas, como a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas<br />
Havan e Centauro, ganharam a<br />
imprensa por expor suas preferências<br />
políticas, atitu<strong>de</strong> que<br />
impacta diretamente suas marcas<br />
e negócios, ainda que essa<br />
não seja a intenção.<br />
O empresário Luciano Hang,<br />
dono da Havan, por exemplo,<br />
recebeu da Justiça do Trabalho<br />
pedido que <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> pressionar<br />
seus funcionários a votarem<br />
Rio Pinheiros aparece revitalizado na campanha realida<strong>de</strong> Possível, da Chevrolet, que estimula o público a sair do conformismo<br />
em seu candidato. O executivo<br />
<strong>de</strong>clarou voto a Jair Bolsanaro<br />
(PSL) em ví<strong>de</strong>o que postou<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. No conteúdo,<br />
Hang ameaça <strong>de</strong>ixar o país e,<br />
consequentemente, <strong>de</strong>mitir os<br />
mais <strong>de</strong> 15 mil funcionários. A<br />
Justiça <strong>de</strong>terminou que novo<br />
Divulgação<br />
ví<strong>de</strong>o seja postado em que<br />
Hang reafirme que seus funcionários<br />
têm liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> votar<br />
em quem quiserem.<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Gondo, do<br />
Mackenzie, se posicionar <strong>de</strong>ssa<br />
maneira é um tiro no pé para os<br />
negócios e po<strong>de</strong> criar <strong>de</strong>scontentamento<br />
<strong>de</strong> parcela relevante<br />
do consumidor. “Nessa atual<br />
situação econômica e política,<br />
com tamanha polarização, não<br />
é recomendável que as marcas<br />
arrisquem. O i<strong>de</strong>al é se manter<br />
no território da utilida<strong>de</strong> pública<br />
e cidadania”, finaliza.<br />
empresas norte-americanas sofrem<br />
mesmos riscos por posição política<br />
Tudo começou com uma<br />
mensagem simples e um<br />
personagem controverso.<br />
“Acredite em algo. Mesmo que<br />
isso signifique sacrificar tudo”.<br />
Dessa forma, a Nike celebrou<br />
os 30 anos do slogan Just Do It<br />
com protagonismo <strong>de</strong> Colin Kaepernick,<br />
em setembro.<br />
A campanha foi criada pela<br />
Wie<strong>de</strong>n+Kennedy. Nela, o jogador<br />
<strong>de</strong> futebol americano tem<br />
posicionamento político forte,<br />
já que iniciou, em 2016, uma série<br />
<strong>de</strong> protestos contra violência<br />
policial e diferenças sociais<br />
nos Estados Unidos - sua marca<br />
era ajoelhar-se durante o Hino<br />
Nacional americano.<br />
A iniciativa ganhou comentários<br />
negativos do presi<strong>de</strong>nte<br />
Donald Trump. Afastado da liga<br />
<strong>de</strong> futebol (NFL), nunca mais<br />
encontrou um time para jogar,<br />
mas voltou a ganhar atenção<br />
com o comercial da Nike. Apesar<br />
<strong>de</strong> um boicote inicial <strong>de</strong> alguns<br />
consumidores e da queda<br />
<strong>de</strong> 3% nas ações, o posicionamento<br />
político da marca rapidamente<br />
se constituiu em um<br />
sucesso <strong>de</strong> negócios. As vendas<br />
da marca no feriado <strong>de</strong> Labour<br />
Day subiram 31% e os produtos<br />
se esgotaram. Dez dias <strong>de</strong>pois<br />
da campanha, as ações da Nike<br />
Reprodução<br />
Campanha da Nike teve rejeição inicial, mas em seguida impulsionou vendas recor<strong>de</strong>s<br />
saltaram 33% e atingiram recor<strong>de</strong>,<br />
dando à empresa o valor <strong>de</strong><br />
mercado <strong>de</strong> US$ 133 bilhões.<br />
Nos Estados Unidos, as marcas<br />
têm sido cobradas para <strong>de</strong>ixarem<br />
a posição passiva que,<br />
geralmente, assumiam diante<br />
<strong>de</strong> questões sociopolíticas.<br />
Uma pesquisa publicada neste<br />
ano pela Sprout Social aponta<br />
que 66% dos consumidores<br />
americanos disseram ser importante<br />
para as marcas assumirem<br />
posições públicas sobre<br />
questões <strong>de</strong>sse tipo. Um dos<br />
motivos para isso seria, segun-<br />
do a empresa <strong>de</strong> pesquisas, a<br />
falta <strong>de</strong> confiança da população<br />
nas instituições e a <strong>de</strong>manda<br />
para que as marcas assumam<br />
mais a li<strong>de</strong>rança para promover<br />
mudanças reais na socieda<strong>de</strong>.<br />
“No mercado americano é<br />
muito claro a posição e diferença<br />
dos partidos, o que já não<br />
ocorre aqui, on<strong>de</strong> as fronteiras<br />
são pouco <strong>de</strong>lineadas”, avalia<br />
Marcos Be<strong>de</strong>ndo, professor<br />
da ESPM e sócio-consultor na<br />
Brandwagon. O analista chama<br />
a atenção também para o fato<br />
<strong>de</strong>sse posicionamento político<br />
ter razões econômicas. “Temos<br />
<strong>de</strong> avaliar que a marca, muitas<br />
vezes, toma a posição por uma<br />
perspectiva <strong>de</strong> lobby”.<br />
Assumir posição política não<br />
é uma missão fácil, mesmo em<br />
um mercado mais acostumado<br />
a isso. O Airbnb, por exemplo,<br />
lançou a campanha #WeAccept<br />
durante o Super Bowl <strong>de</strong> 2017,<br />
em apoio às diferenças culturais<br />
nos Estados Unidos, ao<br />
mesmo tempo que se comprometeu<br />
a disponibilizar casas<br />
como lar temporário para mais<br />
<strong>de</strong> 100 mil pessoas que necessitassem.<br />
A ação foi interpretada<br />
como uma resposta ao teor xenófobo<br />
<strong>de</strong> discursos do presi<strong>de</strong>nte<br />
Donald Trump.<br />
46 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marCas<br />
Carrefour lança o movimento<br />
Act For Food no mercado brasileiro<br />
Posicionamento Todos merecem o melhor vai nortear a comunicação <strong>de</strong><br />
produtos e serviços da re<strong>de</strong>; a i<strong>de</strong>ia é orientar a alimentação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
Felipe Turlão<br />
Carrefour lançou na semana<br />
O passada o movimento Act<br />
For Food no Brasil. Dentro do<br />
conceito estão iniciativas que<br />
impactam a operação da empresa,<br />
a relação com os fornecedores,<br />
além <strong>de</strong> uma nova comunicação<br />
e a intenção <strong>de</strong> entregar<br />
produtos mais saudáveis a preços<br />
acessíveis, por meio <strong>de</strong> um<br />
projeto <strong>de</strong> transição alimentar<br />
que aju<strong>de</strong> os consumidores a<br />
migrarem para alimentos com<br />
maior qualida<strong>de</strong> nutricional.<br />
A comunicação vai expressar<br />
os principais valores do Act For<br />
Food através <strong>de</strong> um novo posicionamento<br />
<strong>de</strong> marca internacional<br />
chamado Todos merecem<br />
o melhor, que preten<strong>de</strong> informar<br />
os consumidores sobre os compromissos<br />
da marca.<br />
As lojas do Carrefour, por<br />
exemplo, serão espaço para comunicar<br />
as iniciativas da re<strong>de</strong><br />
varejista em prol <strong>de</strong> uma alimentação<br />
que favoreça uma<br />
maior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
“O Act For Food nos permite<br />
construir uma nova relação com<br />
o cliente, reafirmando o nosso<br />
compromisso <strong>de</strong> fazer e oferecer<br />
o melhor. Ao enfrentar os<br />
novos <strong>de</strong>safios alimentares foi<br />
possível traduzir a nossa missão<br />
e as próprias <strong>de</strong>mandas dos<br />
consumidores, atentos à qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produtos e serviços”,<br />
afirmou Silvana Balbo, diretora<br />
<strong>de</strong> marketing do Carrefour Brasil.<br />
A Publicis aten<strong>de</strong> a conta da<br />
marca.<br />
A estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />
do Carrefour passa a contar<br />
ainda com embaixadores que<br />
vão transmitir informações e<br />
auxiliar os clientes nas escolhas<br />
diárias dos alimentos. Esses influenciadores<br />
são técnicos especializados<br />
em frutas, legumes,<br />
verduras, peixes, carnes, orgânicos,<br />
marcas próprias e <strong>de</strong>mais<br />
produtos saudáveis. “In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do formato <strong>de</strong> loja<br />
ou canal, o cliente encontrará<br />
as melhores ofertas e opções <strong>de</strong><br />
Noel Prioux:, CEO do Grupo Carrefour Brasil “Vamos buscar produtos e práticas mais saudáveis e sustentáveis”<br />
compra aqui, <strong>de</strong>rrubando antigas<br />
barreiras que separavam as<br />
pessoas da boa alimentação”,<br />
reforça Silvana.<br />
“Ao enfrentAr os<br />
novos <strong>de</strong>sAfios<br />
AlimentAres foi<br />
possível trAduzir<br />
nossA missão<br />
e As própriAs<br />
<strong>de</strong>mAndAs dos<br />
consumidores,<br />
Atentos à<br />
quAlidA<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
produtos e<br />
serviços”<br />
pliem o portfólio <strong>de</strong> produtos<br />
da marca própria, estabelecer<br />
novas parcerias com produtos<br />
locais e aumentar a oferta <strong>de</strong><br />
produtos regionais.<br />
A i<strong>de</strong>ia é expandir o serviço<br />
Retire <strong>de</strong> Carro para <strong>de</strong>z pontos<br />
no estado <strong>de</strong> São Paulo (retirada<br />
<strong>de</strong> produtos comprados no<br />
e-commerce), expandir o Programa<br />
Únicos para 45 lojas (ação<br />
em que a re<strong>de</strong> comercializa com<br />
<strong>de</strong>sconto produtos “fora do padrão<br />
estético”, mas ainda assim<br />
Divulgação<br />
objetivos<br />
O CEO do Grupo Carrefour<br />
Brasil, Noel Prioux, apresentou<br />
durante o lançamento os objetivos<br />
do Act For Food. Uma <strong>de</strong><br />
suas metas é que os orgânicos<br />
correspondam, em breve, a uma<br />
boa porcentagem dos produtos<br />
comercializados pela empresa.<br />
“Plantamos uma po<strong>de</strong>rosa<br />
semente com a certeza <strong>de</strong> que,<br />
juntos, po<strong>de</strong>mos transformar a<br />
forma como nos alimentamos.<br />
O Act For Food reúne iniciativas<br />
para ampliar a oferta <strong>de</strong> alimentos<br />
naturais e saudáveis, por<br />
meio <strong>de</strong> serviços multicanal,<br />
preços acessíveis e com controle<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a origem.<br />
Vamos buscar produtos e práticas<br />
mais saudáveis e sustentáveis<br />
para cada um <strong>de</strong> nós e para<br />
o planeta”, afirmou.<br />
Para 2020, Prioux preten<strong>de</strong><br />
dobrar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orgânicos<br />
comercializados nas lojas,<br />
além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma nova<br />
ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores que amsaudáveis),<br />
e expandir nas lojas<br />
a seção <strong>de</strong> “Saudáveis”, com<br />
produtos orgânicos, integrais,<br />
sem antibióticos e para dietas<br />
restritivas, com foco em atingir<br />
todas as lojas do Brasil em 2019.<br />
O Act For Food faz parte <strong>de</strong><br />
uma gran<strong>de</strong> plataforma global,<br />
a Carrefour 2022, um plano <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> mudança da companhia<br />
anunciado no começo <strong>de</strong><br />
<strong>2018</strong>, que tem como premissas a<br />
transformação digital da operação<br />
e a transição alimentar.<br />
“Tiramos <strong>de</strong> circulação, na<br />
Europa, diversos produtos que,<br />
mesmo permitidos pela legislação,<br />
nós do Carrefour enten<strong>de</strong>mos<br />
que não eram os melhores<br />
para as pessoas. Se aconteceu<br />
lá, vale também para o Brasil”,<br />
reforça Prioux.<br />
Dentro do Act For Food, o<br />
Carrefour lança ainda o Compromisso<br />
Satisfação Garantida,<br />
que será testado em lojas da<br />
Baixada Santista, no estado <strong>de</strong><br />
São Paulo. Sua lógica é que se o<br />
cliente não ficar satisfeito com<br />
produtos frescos adquiridos<br />
nas lojas, recebe o dinheiro <strong>de</strong><br />
volta ou outro produto no mesmo<br />
valor.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47
inspiração<br />
Diferença entre sprint e long run<br />
Existem momentos em que, por mais estratégico que a gente seja,<br />
<strong>de</strong>cisões rápidas precisam ser tomadas; o gás extra precisa ser dado<br />
Eduardo andradE<br />
Especial para o ProPMarK<br />
Um antigo chefe meu me <strong>de</strong>u um feedback<br />
dizendo que eu era uma pessoa <strong>de</strong><br />
sprint, mas não <strong>de</strong> long runs.<br />
Na mente <strong>de</strong>le e na continuação da conversa,<br />
ficou claro que, para ele, aquilo era<br />
um ponto negativo, pois a intenção era dizer<br />
que eu dava tiros curtos para resolver<br />
as coisas e não as planejava durante muito<br />
tempo.<br />
Foi uma conversa longa e superimportante,<br />
pois, por mais que na época eu não<br />
concordasse com ele, eu fiquei com aquilo<br />
cravado na cabeça para sempre.<br />
Precisei olhar e enten<strong>de</strong>r aspectos daquele<br />
feedback, <strong>de</strong> forma urgente, para provocar<br />
mudanças no meu comportamento.<br />
O primeiro aspecto foi enten<strong>de</strong>r se eu realmente<br />
era uma pessoa <strong>de</strong> sprint e o porquê<br />
disso.<br />
Será que eu era visto como uma pessoa<br />
assim porque só o envolvia nas urgências?<br />
Ou talvez porque eu me comportava como<br />
um gestor que só sabia resolver urgências e<br />
tinha pouco planejamento <strong>de</strong> longo prazo?<br />
O segundo ponto foi: será que é ruim ser<br />
um cara <strong>de</strong> sprint? Ou será que ficar sentado<br />
planejando muito tempo uma coisa e<br />
não ter uma ação sobre ela era realmente<br />
um ponto positivo? E o bom e velho “Done<br />
is better than perfect”?<br />
Enquanto meus pares planejavam algo,<br />
eu já po<strong>de</strong>ria ter feito quatro vezes aquilo.<br />
E, por fim, o mais importante não é se<br />
aquela característica estava certa ou errada,<br />
mas sim até on<strong>de</strong> ela me levaria, em que<br />
momento era bom, e em que momento me<br />
atrapalhava.<br />
No papel, aqui e agora, parece simples.<br />
Naquela época, foi dificílimo enten<strong>de</strong>r isso.<br />
Levei isso tão a sério na época, que até<br />
meu esporte eu coloquei em pauta.<br />
Foi por meio da corrida e da corrida <strong>de</strong><br />
montanha, que sempre foram minhas inspirações,<br />
que fui tentar enten<strong>de</strong>r por que<br />
eu era “sprint” e se, <strong>de</strong> fato, eu não era um<br />
“long run”.<br />
Eu, que já fazia algumas provas longas,<br />
<strong>de</strong>cidi fazer algumas ultramaratonas para<br />
enten<strong>de</strong>r como minha cabeça funcionava e<br />
se conseguiria ser planejado.<br />
Pu<strong>de</strong> perceber que não era apenas um<br />
sprint, mas que o sprint era fundamental<br />
para eu conseguir ser um long run.<br />
Eu tinha <strong>de</strong> aguentar treinos muito longos,<br />
ter uma cabeça tranquila para isso. Mas<br />
os long runs não eram os únicos treinos importantes.<br />
Treino <strong>de</strong> sprint era fundamental para<br />
melhorar minha agilida<strong>de</strong> nos terrenos,<br />
conseguir <strong>de</strong>sviar rapidamente dos obstáculos,<br />
sem per<strong>de</strong>r o ritmo da prova. Os dois<br />
eram fundamentais para mim. Não adiantava<br />
fazer um e não fazer o outro.<br />
Depois <strong>de</strong> tempos e muitos treinos, percebo<br />
que nem eu e nem meu ex-chefe estávamos<br />
certos. Sprint não é um perfil, mas<br />
sim uma habilida<strong>de</strong> que naquela época eu<br />
estava usando <strong>de</strong> forma errada.<br />
É preciso encontrar um meio <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
em quais momentos dos nossos trabalhos,<br />
das nossas carreiras, dos nossos projetos,<br />
por mais long runs que eles sejam, será<br />
necessário dar sprints.<br />
E isso não <strong>de</strong>monstra que temos pensamento<br />
a curto prazo apenas, mas sim que<br />
sabemos nos mover, transformar e adaptar<br />
rápido.<br />
Existem momentos em que, por mais<br />
estratégico que a gente seja, <strong>de</strong>cisões rápidas<br />
precisam ser tomadas. Aquele gás extra<br />
precisa ser dado para atingirmos nossas<br />
metas.<br />
Long run não é uma característica. É toda<br />
a jornada, é o olhar lá na frente.<br />
Mas temos <strong>de</strong> ficar atentos para, se corrermos,<br />
não tropeçarmos nos buracos que<br />
aparecem no caminho.<br />
Eduardo Andra<strong>de</strong> é CBO e sócio da Bullet<br />
48 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fake News<br />
ou 53 anos<br />
<strong>de</strong> jornalismo?<br />
Não acredite em tudo que você lê, mas<br />
acredite na fonte da sua leitura. De fake<br />
news já bastam os rumores. Credibilida<strong>de</strong> se<br />
faz com tradição e jornalismo competente.<br />
Assine conteúdo original e verda<strong>de</strong>iro,<br />
como PROPMARK sempre fez.<br />
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11 2065 0738
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
entre gigantes 1<br />
Os fãs que não pu<strong>de</strong>rem<br />
comparecer ao estádio do<br />
Morumbi para a partida entre<br />
os lendários All Blacks Maori<br />
e a seleção brasileira <strong>de</strong> rugby,<br />
na capital paulista, terão<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver o jogo<br />
gratuitamente pelo Twitter.<br />
Após negociações com<br />
Facebook e Instagram, a re<strong>de</strong><br />
do passarinho levou a melhor<br />
e ganhou os direitos globais<br />
para a partida, que terá narração<br />
em português e inglês.<br />
A notícia foi confirmada com<br />
exclusivida<strong>de</strong> ao PROPMARK.<br />
Reprodução<br />
entre gigantes 2<br />
O amistoso no dia 10 <strong>de</strong><br />
novembro será exibido em<br />
tempo real às 18h45 no perfil<br />
@brasilrugby. Com patrocínio<br />
do Bra<strong>de</strong>sco, que apoia também a seleção brasileira <strong>de</strong> rugby, o<br />
evento terá ainda transmissão da SporTV, no Brasil, e nos canais<br />
SkyNZ e allblacksTV.com, na Nova Zelândia. “As conversas sobre<br />
esportes movimentam a plataforma diariamente. E essa paixão<br />
vai além do futebol. Levar aos torcedores conteúdo sobre rugby é<br />
mais um passo para <strong>de</strong>mocratizar o acesso e conectar as pessoas<br />
aos seus interesses”, <strong>de</strong>staca Pitter Rodriguez, diretor <strong>de</strong> parcerias<br />
<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> esportes do Twitter para a América Latina.<br />
revelações<br />
Marcando sua entrada no segmento<br />
<strong>de</strong> smartphones no Brasil, a SEMP<br />
TCL convocou o jogador Rodrygo<br />
Goes (foto), revelado no Santos e<br />
promessa do futebol mundial, após<br />
contrato com o Real Madrid, para<br />
protagonizar sua campanha. A i<strong>de</strong>ia é<br />
traçar um paralelo entre o alto <strong>de</strong>sempenho<br />
do jovem e os atributos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sign e tecnologia do novo aparelho.<br />
Com o conceito Você não esperava por<br />
esse craque; nem por esse smartphone,<br />
a campanha tem criação da Talent<br />
Marcel. “Do mesmo jeito que o<br />
<strong>de</strong>sempenho e alta performance do<br />
Rodrygo Goes vem surpreen<strong>de</strong>ndo o público, estamos convidando as pessoas a saírem<br />
da mesmice e conhecerem o <strong>de</strong>sign e a inovação da nova linha <strong>de</strong> smartphones<br />
da marca”, explica Patrícia Vital, head <strong>de</strong> marketing da SEMP TCL. Além <strong>de</strong> Rodrygo,<br />
Neymar Jr. também é embaixador da marca, que investe pesado no futebol. Há pouco<br />
tempo, a empresa anunciou o patrocínio aos árbitros <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o polêmico VAR, na<br />
Copa do Brasil.<br />
Cestinha 1<br />
O All Star Weekend é um dos principais eventos comemorativos da Liga Norte Americana<br />
<strong>de</strong> Basquete (NBA). A programação inclui a presença <strong>de</strong> estrelas históricas para atrações<br />
como Jogo dos Novatos, Torneio <strong>de</strong> Enterradas, Desafio <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>s e o tradicional All<br />
Star Game, com ídolos do presente e do passado. Em 2017, por exemplo, a partida contou<br />
com a participação ilustre <strong>de</strong> Oscar Schmidt pela primeira vez na liga. O projeto reuniu<br />
Budweiser, NBA e canal ESPN.<br />
Cestinha 2<br />
Agora, na edição 2019, os torcedores brasileiros po<strong>de</strong>rão assistir aos jogos direto <strong>de</strong> Charlotte,<br />
nos Estados Unidos. Em parceria com a Netshoes, responsável pelo ecommerce da<br />
NBA no Brasil, a marca vai levar brasileiros ao evento com tudo pago. Para concorrer à experiência,<br />
que será realizada <strong>de</strong> 15 a 17 <strong>de</strong> fevereiro, basta realizar compras em produtos a<br />
partir <strong>de</strong> R$ 250 no site LojaNBA.com, para ter direito a um número da sorte. Serão válidas<br />
compras até o dia 29 <strong>de</strong> novembro.<br />
gol na re<strong>de</strong><br />
Apesar <strong>de</strong> o Facebook não ter levado a melhor para a transmissão do<br />
rugby, a re<strong>de</strong> social mostra que está investindo pesado nas transmissões<br />
esportivas ao vivo. Na semana passada, anunciou a conquista<br />
dos direitos da Conmebol Libertadores para o ciclo comercial <strong>de</strong> 2019-<br />
2022. O contrato inclui, entre outros, a veiculação <strong>de</strong> todas as partidas<br />
às quintas-feiras, ao vivo e com exclusivida<strong>de</strong> no Facebook Watch,<br />
para os 10 países sul-americanos integrantes da Confe<strong>de</strong>ração Sul-<br />
-Americana <strong>de</strong> Futebol, entre eles Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.<br />
endorfina criativa<br />
Eu encontrei o esporte em um<br />
momento <strong>de</strong> muito estresse<br />
profissional, e acabou virando<br />
um estilo <strong>de</strong> vida. Ele me ensina muito<br />
sobre como administrar as emoções<br />
<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r. Hoje analiso tudo com<br />
a ótica do voo livre: paciência, sangue<br />
frio em negociações, tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
rápida e autoconfiança”.<br />
Felipe Oliveira, CEO da Sciensa<br />
luta<br />
Às vésperas <strong>de</strong> completar 25 anos em novembro,<br />
o UFC veicula campanha comemorativa<br />
no canal Combate, da Globosat.<br />
Lançado no sábado (6), durante o intervalo<br />
do UFC 229, o filme faz paralelo entre os<br />
<strong>de</strong>safios dos lutadores e <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />
outras áreas. Com o conceito Lute Sempre,<br />
músicos, arquitetos e até chefs <strong>de</strong> cozinha<br />
protagonizam a peça, criada pela área <strong>de</strong><br />
branding e comunicação da Globosat.<br />
50 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
WWW.GRAACC.ORG.BR<br />
/GRAACC @instagraacc @graacc /GRAACCSP
ção. Entre os nomes confirmados<br />
estão o <strong>de</strong>signer digital<br />
Christopher Lee Ball, no painel<br />
Roteiros para Bran<strong>de</strong>d Content;<br />
que também terá a participação<br />
<strong>de</strong> Josh Rabinowitz (vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
executivo e diretor musical<br />
do Grey Group, <strong>de</strong> Nova<br />
York); Patrick Cahill (head <strong>de</strong><br />
produção integrada da Havas/<br />
Londres); e German Carmona<br />
(brand manager da Gol Linhas<br />
Aéreas). “A música ganhou uma<br />
expressão no cenário <strong>de</strong> produção<br />
muito gran<strong>de</strong> e temos<br />
<strong>de</strong> trazer essa <strong>de</strong>manda para o<br />
festival. Por isso, além dos convidados<br />
internacionais vamos<br />
ter como palestrante o diretor<br />
<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oclipes Bruno Ilogti, da<br />
O2, que fez, entre outros, vi<strong>de</strong>oclipes<br />
para Fergie e Anitta,<br />
como Paradinha e Sua Cara. O<br />
universo dos clipes terá ainda<br />
entre as <strong>de</strong>batedoras a cantora<br />
Karol Conka”, prossegue a executiva<br />
da Apro.<br />
A agenda do Whext tem conprodutoras<br />
Whext <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>safios da produção<br />
e lança prêmio voltado para o craft<br />
Festival vai reunir diretores <strong>de</strong> filmes publicitários e discutir temas como<br />
varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos, digital e transformação da ca<strong>de</strong>ia do audiovisual<br />
Josh Rabinowitz vai participar dos <strong>de</strong>bates do Whext<br />
Divulgação<br />
“Estamos caminhando<br />
a passos largos para<br />
o fEstival Entrar no<br />
calEndário obrigatório<br />
dos EvEntos dE craft<br />
dos grandEs mErcados<br />
dE comunicação”<br />
A executiva Marianna Souza é a head do festival promovido pela Apro<br />
Alê Oliveira<br />
Paulo macedo<br />
Whext <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, evento da<br />
O Apro (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Produtoras <strong>de</strong> Obras Audiovisuais)<br />
com curadoria da<br />
FilmBrazil, plataforma <strong>de</strong> internacionalização<br />
da entida<strong>de</strong>,<br />
vai <strong>de</strong>bater nos próximos dias<br />
30 e 31, em São Paulo, o futuro<br />
do mercado <strong>de</strong> produção publicitária.<br />
Além da pauta temática,<br />
o evento preten<strong>de</strong> chamar<br />
a atenção para o protagonismo<br />
que os diretores <strong>de</strong> filmes comerciais<br />
e toda a ca<strong>de</strong>ia do segmento,<br />
formada por diretores<br />
<strong>de</strong> criação e <strong>de</strong> arte específicos,<br />
fotógrafos e iluminadores, por<br />
exemplo, passaram a ter na elaboração<br />
dos conteúdos para o<br />
mercado anunciante. Segundo<br />
a executiva Marianna Souza,<br />
gerente da FilmBrazil e head<br />
do Whext, as produtoras passaram<br />
a funcionar como hubs<br />
criativos nessa era marcada pela<br />
diversificação <strong>de</strong> formatos.<br />
O mercado avançou para além<br />
dos filmes <strong>de</strong> 30 segundos. Há<br />
<strong>de</strong>mandas por materiais mais<br />
longos, que exigem técnicas e<br />
olhares mais cinematográficos,<br />
com roteiros que precisam explorar<br />
a a<strong>de</strong>quação mercadológica<br />
para o bran<strong>de</strong>d content, ter<br />
relevância nos consumidores<br />
<strong>de</strong> marcas e produtos que vão<br />
aos canais tradicionais e digitais<br />
com o propósito <strong>de</strong> gerar<br />
vendas e construir reputação.<br />
Algumas produtoras, como a<br />
Conspiração Filmes e a Hysteria,<br />
passaram a se posicionar<br />
como publishers.<br />
“Há um novo mo<strong>de</strong>lo em<br />
implantação nas produtoras,<br />
algumas até <strong>de</strong> forma avançada.<br />
Elas não são mais simples<br />
fornecedoras das agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>; elas passaram a<br />
ser autênticos hubs <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>.<br />
Algumas estão explorando<br />
o formato <strong>de</strong> publishers<br />
com outros caminhos e olhares<br />
para os seus negócios. Muitas<br />
startups estão se <strong>de</strong>dicando à<br />
realida<strong>de</strong> aumentada e à inteligêndia<br />
artificial. A Vice é um<br />
benchmark inspirador. Por isso<br />
o Whext quer expor esse novo<br />
cenário do mercado que é essencial<br />
para os anunciantes que<br />
estarão nas mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates<br />
para discutir suas expectativas<br />
em relação à sua comunicação<br />
audiovisual. Hoje um filme <strong>de</strong><br />
30 segundos tem sua função,<br />
mas na hora da captação é preciso<br />
estar atento ao que vai para<br />
o Stories do Instagram e para o<br />
YouTube. A preocupação com a<br />
narrativa amplia a participação<br />
das produtoras”, diz Marianna.<br />
O festival da Apro amplia a<br />
discussão do papel das produtoras,<br />
mas o Whext abriga na<br />
sua estrutura o antigo Fórum<br />
<strong>de</strong> Produção cuja programação<br />
contemplava apenas as discussões<br />
mais operacionais e burocráticas.<br />
“São importantes, mas<br />
se perdiam em relação ao <strong>de</strong>bate<br />
sobre a gestão <strong>de</strong> negócios”,<br />
explica Marianna. A mudança<br />
fica evi<strong>de</strong>nte com a programafirmada<br />
a presença <strong>de</strong> Matt Miller,<br />
presi<strong>de</strong>nte e CEO da AICP<br />
(Association of In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<br />
Commercial Producers); Fábio<br />
Costa, diretor-executivo <strong>de</strong><br />
criação da Saatchi & Saatchi;<br />
Bart Yates, produtor-executivo<br />
e sócio da Blink do Reino Unido;<br />
Jennifer Chen, produtora-<br />
-executiva <strong>de</strong> filmes da Droga5;<br />
e Stephen Mean, produtor integrado<br />
da Adam&Eve DDB.<br />
Marianna fala ainda que o<br />
festival terá o Whext Awards,<br />
cujo objetivo é premiar os profissionais<br />
envolvidos no craft,<br />
sempre relegados a um papel<br />
coadjuvante. Os associados da<br />
Apro e FilmBrazil indicaram<br />
três profissionais em cada uma<br />
das categorias. Os vencedores<br />
vão receber um troféu com<br />
<strong>de</strong>sign da Tátil. “Estamos caminhando<br />
a passos largos para<br />
o festival entrar no calendário<br />
obrigatório dos eventos <strong>de</strong> craft<br />
dos gran<strong>de</strong>s mercados <strong>de</strong> comunicação”,<br />
finaliza Marianna.<br />
52 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
QUEM VOTA<br />
BASEANDO-SE<br />
EM<br />
MENTIRAS<br />
ACABA SOFRENDO<br />
DE<br />
VERDADE.<br />
ELEIÇÕES<br />
<strong>2018</strong><br />
Estamos muito perto <strong>de</strong> escolher<br />
quem vai governar o Brasil.<br />
Mas, se fizermos isso com base<br />
em fake news, boatos e histórias<br />
mirabolantes divulgadas nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais, a chance <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cidirmos errado é muito gran<strong>de</strong>.<br />
Quer um conselho?<br />
Confira tudo nos jornais.<br />
A imprensa livre continua<br />
sendo sua fonte <strong>de</strong> informação<br />
mais confiável.
STORYTELLER<br />
nicoletaionescu/iStock<br />
Memória curta<br />
Nada como o tempo<br />
para relativizar as coisas<br />
LuLa Vieira<br />
Cada vez mais conheço gente que sofre,<br />
como eu, do pânico <strong>de</strong> esquecer nomes.<br />
Não sei se é a ida<strong>de</strong> média dos meus amigos<br />
que está aumentando, não sei se são<br />
os tempos cada vez mais difíceis, não sei o<br />
que é. Mas tenho a impressão <strong>de</strong> que se trata<br />
<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira epi<strong>de</strong>mia. O assunto<br />
é recorrente e tenho ouvido cada vez com<br />
mais frequência o relato <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> pessoas<br />
que subitamente esquecem o nome <strong>de</strong><br />
velhos conhecidos. Eu já estou parecendo<br />
candidato às vésperas <strong>de</strong> eleições. De puro<br />
medo <strong>de</strong> parecer pretensioso ou metido a<br />
besta, ando cumprimentando. Basta sinalizar<br />
que sabe quem eu sou para eu sair dando<br />
beijos, abraços, olés e como vamos. Dá<br />
sempre certo com quem realmente, <strong>de</strong> alguma<br />
forma, me conhece, pois ninguém se<br />
sente mal em ser tratado com carinho. Mas<br />
confesso que ando causando algum tipo <strong>de</strong><br />
espanto em garçons, porteiros, policiais <strong>de</strong><br />
aeroporto e organizadores <strong>de</strong> filas <strong>de</strong> táxis.<br />
Bastou me dar um tímido sorrisinho <strong>de</strong> reconhecimento<br />
que eu já estou abraçando e<br />
perguntando pela família. Até aí tudo bem,<br />
já que no máximo passo por viado, mas me<br />
sinto constrangido <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> reparar que<br />
<strong>de</strong>i a mão para a aeromoça: “Como vai você,<br />
tudo bem”? Não digo que tenha sido o<br />
pior, mas por conta <strong>de</strong>ste medo, me ocorreu<br />
um caso que encerra alguma lição.<br />
Tenho pouquíssimos inimigos. E todos<br />
me parecem gratuitos, já que realmente<br />
não tenho dinheiro para comprá-los. Digo<br />
até mais. Se tenho inimigos, não consigo<br />
me lembrar <strong>de</strong>les. Não por soberba ou <strong>de</strong>sprezo,<br />
já que até mesmo acredito que um<br />
homem <strong>de</strong> bem precise ter entre seus patrimônios<br />
uns dois ou três inimigos figadais,<br />
daqueles que se tem vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> matar e aos<br />
quais se <strong>de</strong>sejam mais cabeludas <strong>de</strong>sgraças.<br />
Neste particular, estou pobre. É possível<br />
que tenha gente que me <strong>de</strong>teste (quem<br />
não tem?). Mas eu não consigo me lembrar<br />
<strong>de</strong> mais do que dois filhos da puta <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Pois bem, uma vez levei um dos mais<br />
injustos, covar<strong>de</strong>s, inoportunos, imbecis<br />
e canalhas pés na bunda jamais dados na<br />
história da propaganda, por conta <strong>de</strong> um<br />
maluco que resolveu trocar <strong>de</strong> agência só<br />
porque não era ele que tinha escolhido a<br />
minha. Até aí tudo mal, mas fazer o quê?<br />
Legalmente era o direito <strong>de</strong>le. No dia do<br />
<strong>de</strong>senlace, apelou para o famoso “<strong>de</strong>sgaste<br />
das relações”, cujo auxiliar, interinamente<br />
na função <strong>de</strong> vice filha da puta, o apoiou<br />
plenamente.<br />
Eu confesso que perdi a paciência e <strong>de</strong>ixei<br />
claro que em nenhum momento tinha<br />
havido a mais tênue sinalização do tal <strong>de</strong>sgaste,<br />
e a nossa surpresa pela <strong>de</strong>fenestração<br />
não era pela <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> negligência,<br />
nem <strong>de</strong> insensibilida<strong>de</strong>. Era surpresa diante<br />
da infinita capacida<strong>de</strong> das pessoas em<br />
não se sentirem obrigadas à lealda<strong>de</strong> e à<br />
ética mais profunda. Pois bem, feliz da vida,<br />
botei a tal auxiliar na minha listinha <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>safetos. Na intimida<strong>de</strong>, disse até que ela<br />
tinha peitos caídos, bunda mole e era meio<br />
analfabeta. Uma enorme injustiça quanto<br />
ao analfabetismo. Eu acho que ela era totalmente<br />
analfabeta. Vida que segue e – como<br />
tudo – a poeira dos tempos acumulam-<br />
-se. Ganhamos contas, per<strong>de</strong>mos outras.<br />
Levantamos e vamos tocando.<br />
Um dia, estou com a Denise Gorga, no<br />
aeroporto, e uma pessoa me cumprimenta.<br />
Vou-lhe aos braços: “Oi, como vai? Quanto<br />
tempo! E lá, tudo em cima? Continua lá?<br />
Que maravilha! Bom te ver! Entrei em <strong>de</strong>sespero,<br />
pois não conseguia recordar <strong>de</strong><br />
quem se tratava. Ela me conta coisas como<br />
se soubesse da meta<strong>de</strong>: “Continuo, tudo<br />
como sempre, sabe como é, agora somos oito<br />
pessoas, mas o trabalho aumentou, mas<br />
dá para ir levando, estou chegando <strong>de</strong> uma<br />
reunião com o pessoal <strong>de</strong> cima, e acho que<br />
estaremos revendo o nosso marketing?”<br />
Quem, meu Deus? Por sorte, ela pe<strong>de</strong> licença<br />
para ir ao toalete e eu fico com Denise,<br />
que me diz: “Puxa, Lula, você perdoou a<br />
fulana?” Perdoei? Quem? Já era tar<strong>de</strong>. Estava<br />
perdoada. Continuamos amigos para<br />
sempre. Acho até que ela tinha um pouquinho<br />
<strong>de</strong> razão no episódio do pé na bunda.<br />
Como se vê, nada como o tempo e a memória<br />
curta para relativizar as coisas.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
54 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
we<br />
MkT<br />
stevanovicigor/iStock<br />
A bancarização<br />
da Mãe Terra<br />
“Nenhum homem merece uma<br />
confiança ilimitada. Na melhor das<br />
hipóteses sua traição apenas espera<br />
por uma tentação suficiente”.<br />
Henryn Mencken”<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
No suplemento Eu & Fim De Semana, do<br />
jornal Valor do fim <strong>de</strong> 2017, a matéria<br />
principal é um almoço com o empresário<br />
Alexandre Borges, que no segundo semestre<br />
do ano passado ven<strong>de</strong>u a sua empresa,<br />
Mãe Terra, para a Unilever. No começo do<br />
papo com Vanessa Adachi, do jornal Valor,<br />
Alexandre vai reconstituindo sua narrativa.<br />
Fez administração na FGV on<strong>de</strong>, confessa,<br />
sentiu-se <strong>de</strong>sconfortável. “Senti-me<br />
inquieto <strong>de</strong> estar apren<strong>de</strong>ndo ferramentas<br />
para replicar o sistema. Achava que precisava<br />
dar um sentido para aquele curso <strong>de</strong><br />
administração...”.<br />
Mais adiante revela sua motivação: “É<br />
um privilégio po<strong>de</strong>r fazer a transformação<br />
não numa montanha, num mosteiro, numa<br />
praia, numa barraca <strong>de</strong> coco, mas <strong>de</strong>ntro<br />
do sistema... I<strong>de</strong>alistas não têm o ferramental.<br />
Os que dominam as ferramentas<br />
não têm o i<strong>de</strong>al... É possível ter lucro fazendo<br />
algum bem pela socieda<strong>de</strong> e não apenas<br />
filantropia”.<br />
Bingo! Naquele momento revela ter <strong>de</strong>codificado<br />
e entendido os novos tempos.<br />
Ameaçava constituir-se numa consistente<br />
li<strong>de</strong>rança empresarial do que se convencionou<br />
<strong>de</strong>nominar hoje <strong>de</strong> Os Novos Normais.<br />
E assim nasceu a Mãe Terra e muitas pessoas,<br />
mais que acreditar, a<strong>de</strong>riram <strong>de</strong> cabeça<br />
e alma o posicionamento <strong>de</strong> Alexandre e <strong>de</strong><br />
sua empresa. E como essa <strong>de</strong>nominação,<br />
então, uma a<strong>de</strong>são quase que irresistível e<br />
imediata. Meses atrás, Alexandre recebeu<br />
uma boa proposta da Unilever e não resistiu.<br />
Ven<strong>de</strong>u.<br />
Todos acreditavam que Alexandre fosse<br />
mandar a Unilever lamber sabão ou caçar<br />
sapo. Mas, como diz o ditado reescrito, o<br />
bolso tem razões que o próprio coração<br />
<strong>de</strong>sconhece... Durante o almoço-entrevista<br />
com a Vanessa surge o assunto. E Alexandre<br />
revela-se assustado. Parte dos consumido-<br />
res dos produtos Mãe Terra reagiu muito<br />
mal à venda para uma gran<strong>de</strong> indústria e se<br />
manifestou via re<strong>de</strong>s sociais, questionando<br />
a perda do compromisso com alimentação<br />
saudável e sustentabilida<strong>de</strong> ambiental.<br />
Diz Alexandre: “Eu não esperava. Sabia<br />
que era uma marca querida, mas veio com<br />
violência, com uma força, fiquei mal, triste,<br />
me senti atingido”. E, mimimimimimimi...<br />
O que é que o Alexandre queria e esperava?<br />
Que as pessoas o cumprimentassem<br />
pela traição? Pior ainda, criticou publicamente<br />
os que acreditaram nele e converteram-se<br />
em seguidores <strong>de</strong> sua causa; ofen<strong>de</strong>u<br />
seus “Angels”.<br />
Para os que ainda não estão habituados<br />
com esse fantástico stakehol<strong>de</strong>r, “Angels”<br />
são aqueles clientes apaixonados que não<br />
param <strong>de</strong> disseminar a empresa e sua causa.<br />
Também conhecidos como “preachers”<br />
ou, se preferirem, em português, “evangelizadores”.<br />
Reclamou Alexandre: “As pessoas na internet<br />
são muito reducionistas, te categorizam,<br />
jogam pedras sem enten<strong>de</strong>r o todo, as<br />
razões...”. Lamentável!<br />
Assim como a XP, que mandava ou estimulava<br />
os clientes do Itaú, Bra<strong>de</strong>sco, Santan<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong>sbancarizarem e acabou se ven<strong>de</strong>ndo<br />
para o Itaú, a Mãe Terra mandava ou<br />
estimulava seus seguidores a fugirem <strong>de</strong><br />
empresas como a Nestlé, Unilever, Procter<br />
e Danone, mas acabou <strong>de</strong>ixando-se ven<strong>de</strong>r<br />
para uma <strong>de</strong>las, a Unilever.<br />
Apenas isso. Fez o que recomendava a<br />
seus seguidores que jamais fizessem. Tudo<br />
o mais é choro <strong>de</strong> novo rico e mau ganhador.<br />
Pessoas que têm um discurso e,<br />
supostamente, uma causa, rapidamente<br />
<strong>de</strong>scartada diante <strong>de</strong> uma primeira, boa e<br />
lamentável oferta. Em verda<strong>de</strong> Alexandre<br />
não tinha uma causa. Apenas dizia ter...<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
56 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Divulgação<br />
Estrela das campanhas da operadora <strong>de</strong> televisão paga Sky, a supermo<strong>de</strong>lo Gisele Bündchen se diverte no set <strong>de</strong> gravações do comercial Mímica, produzido pela Saigon Filmes<br />
ININTERRUPTA<br />
Criação da FCB Brasil, a campanha Mímica, para o produto pós-pago<br />
da operadora Sky, brinca com o fato <strong>de</strong> a programação não ter folga no<br />
Sky Play. A protagonista é Gisele Bündchen, que interrompe o elenco<br />
que se divertia fazendo mímicas enquanto aguardava o início das<br />
gravações <strong>de</strong> uma nova cena. A mo<strong>de</strong>lo vive uma produtora que se<br />
preocupa com o andamento das gravações <strong>de</strong> uma maratona <strong>de</strong> séries:<br />
“Acabou, acabou”, disse Gisele. “Este é o primeiro <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> filmes<br />
divertidos que fazem parte da nova campanha e brincam com a<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que no Sky Play a programação não tira folga nunca, e quem<br />
trabalha para que tudo siga funcionando sem parar é a gran<strong>de</strong> estrela<br />
<strong>de</strong> Sky,”, justifica Joanna Monteiro, CCO da FCB Brasil. “Queremos que<br />
o cliente explore todo o serviço e <strong>de</strong>scubra experiências sem sair <strong>de</strong><br />
casa, a partir <strong>de</strong> séries, programas variados, conteúdo exclusivo, infantis<br />
e filmes que acabaram <strong>de</strong> sair do cinema, direto do sofá da sala”,<br />
observa o diretor <strong>de</strong> marketing Alex Rocco. A produção é da Saigon<br />
Filmes e o áudio da Tesis. A direção <strong>de</strong> arte da campanha é assinada<br />
por Guilherme Manzi, que trabalhou em parceria com o redator Mario<br />
Moraes. A direção <strong>de</strong> criação foi <strong>de</strong> André Pallú e Marco Monteiro.<br />
Divulgação<br />
Craques do futebol participam <strong>de</strong> evento esportivo/social produzido pela agência Cheil<br />
Divulgação<br />
Rafael Merel, o jogador Mauro Silva, Fabiano Pinel e Felipe Luchi, no Museu do Futebol<br />
FUTEBOL 1<br />
A instalação 11 linhas <strong>de</strong> história, da Lew’Lara\TBWA, vai ficar em<br />
exibição no Museu do Futebol, em São Paulo, até o próximo mês<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. Os 56 cartazes do projeto foram criados por diretores<br />
<strong>de</strong> arte da agência e exibidos originalmente nas estações do Metrô<br />
e trens da CPTM, em São Paulo. “Lembrar dos craques que jogaram<br />
na seleção é lembrar <strong>de</strong> nossa história. Transformamos uma<br />
viagem <strong>de</strong> metrô numa viagem pela história do Brasil nas Copas do<br />
Mundo, e agora reunimos tudo em uma gran<strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
gráfico e conteúdo <strong>de</strong>ntro do Museu do Futebol”, justificou Felipe<br />
Luchi, CCO e sócio da Lew’Lara\TBWA.<br />
FUTEBOL 2<br />
A Cheil Brasil organizou a 4ª edição do Caioba Soccer Camp,<br />
projeto que une o comentarista e ex-jogador <strong>de</strong> futebol Caio<br />
Ribeiro e a Turn on the Light, dos sócios Tico Sahyoun e Toto<br />
Khouryno. Durante três dias, 200 crianças tiveram uma experiência<br />
ao lado <strong>de</strong> Cafu, Kaká, Zetti, Juninho Paulista e Djalminha,<br />
todos com passagem pela seleção brasileira.<br />
jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57
última página<br />
DmyTo/iStock<br />
a teoria da<br />
colher <strong>de</strong> pau<br />
Stalimir ViEira<br />
interessante a ausência das marcas que<br />
É po<strong>de</strong>riam me seduzir nos meios <strong>de</strong> comunicação<br />
a que costumo consumir. Já faz<br />
tempo que abandonei, por exemplo, a leitura<br />
das revistas semanais e me concentro<br />
nos textos das revistas mensais. Migrou o<br />
leitor e o consumidor que o acompanha foi<br />
abandonado.<br />
para a busca do atingimento <strong>de</strong> metas comerciais.<br />
E entendo as ofertas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos e as<br />
distribuições <strong>de</strong> brin<strong>de</strong>s e divi<strong>de</strong>ndos, por<br />
conta <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do cliente, muito mais<br />
como produtos <strong>de</strong> matemáticas financeiras.<br />
Mas também percebo que essa minha teimosia<br />
em apostar em propaganda, fechando os<br />
olhos para as práticas <strong>de</strong> um marketing simplório,<br />
está, literalmente, me fazendo per<strong>de</strong>r<br />
dinheiro.<br />
Ainda que continue com seus hábitos<br />
que <strong>de</strong>mandam atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> produtos<br />
com margens muito interessantes.<br />
Vejam que interessante, no entanto,<br />
a situação com que me<br />
<strong>de</strong>parei recentemente e que se<br />
mostrou bastante reveladora.<br />
Ao fazer um check-in, o funcionário<br />
da companhia aérea<br />
me diz: “Deixa eu ver aqui se o<br />
senhor tem voucher para upgra<strong>de</strong>...<br />
Hum, tinha, mas expirou...”<br />
E eu: “Como assim? Não recebi<br />
nada”. Ele: “Recebeu, sim, por<br />
e-mail”. Ah, então, é isso? Todo<br />
aquele lixo que eu <strong>de</strong>tono, diariamente,<br />
do meu e-mail talvez carregue os<br />
benefícios que eu mereça por ser um bom<br />
cliente? Marketing virou isso? Essa cuponagem<br />
que me obrigaria a per<strong>de</strong>r tempo garimpando<br />
no lixo eletrônico?<br />
AtuAlmente,<br />
pArece que<br />
A AplicAção<br />
<strong>de</strong> verbAs<br />
importAntes<br />
nA excelênciA<br />
<strong>de</strong> mArketing<br />
está sendo<br />
<strong>de</strong>scArtAdA<br />
Fico imaginando o quanto já <strong>de</strong>sperdicei,<br />
ao <strong>de</strong>spachar, impiedosamente, e-mails comerciais<br />
para a lixeira da minha caixa postal.<br />
Ou, ainda, quando me nego, mesmo<br />
fazendo uma compra <strong>de</strong> valor<br />
significativo no supermercado, a<br />
receber cartelas e selinhos que,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> acumulados e <strong>de</strong>vidamente<br />
colados, me dão direito a<br />
uma jarra <strong>de</strong> plástico ou a uma colher<br />
<strong>de</strong> pau.<br />
Tentei, aliás, uma única vez,<br />
cumprir as regras <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas<br />
promoções e toda a tralha ficou espalhada<br />
no banco <strong>de</strong> trás do carro<br />
até ser sugada por um aspirador.<br />
É interessante observar que são os mesmos<br />
os atrativos oferecidos a quem recebe selos na<br />
compra <strong>de</strong> R$ 150 em arroz, feijão e farinha ou<br />
em um litro <strong>de</strong> scotch.<br />
Minha vida profissional foi praticamente<br />
toda ela <strong>de</strong>dicada à publicida<strong>de</strong>. Que exigia<br />
talento, cultura, arte e originalida<strong>de</strong>. Talvez,<br />
por isso, eu tenha me tornado um consumidor<br />
com expectativas que <strong>de</strong>stoam do que o<br />
marketing oferece hoje.<br />
Ainda sou do tipo que acredita que marcas<br />
emanam prestígio, confiança, respeito, valor,<br />
por conta da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus investimentos<br />
na própria imagem. Ainda acredito em estratégias<br />
<strong>de</strong> comunicação como carros-chefes<br />
Significa dizer que nas novas “estratégias”<br />
não há preocupação nenhuma com segmentação,<br />
como, necessariamente, sempre houve<br />
quando se tratou <strong>de</strong> investimentos em mídia.<br />
Atualmente, parece que a aplicação <strong>de</strong> verbas<br />
importantes na excelência <strong>de</strong> marketing<br />
está sendo <strong>de</strong>scartada. Afinal, pra que gastar<br />
em inteligência mercadológica um dinheiro<br />
que po<strong>de</strong> virar remuneração <strong>de</strong> acionistas, se<br />
hoje o consumidor se contenta com uma jarra<br />
<strong>de</strong> plástico ou uma colher <strong>de</strong> pau?<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
58 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
REFERÊNCIA GRÁFICA<br />
qualida<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>talhes