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edição de 8 de outubro de 2018

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propmark.com.br<br />

anO 54 - Nº 2716 - 8 <strong>de</strong> 0utubro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> r$ 15,00<br />

MikhailMishchenko/iStock<br />

Dia Das Crianças DeVe<br />

MOViMenTar r$ 9,4 Bilhões<br />

Compras serão mais emocionais.<br />

Pesquisa da entida<strong>de</strong> que representa<br />

lojistas e do SPC mostra que<br />

publicida<strong>de</strong> induz escolhas. pág. 10<br />

DesTaque prOfissiOnal De<br />

COMuniCaçãO TeM 24 finalisTas<br />

A ABP (Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Propaganda) revelou os finalistas da<br />

sua premiação. Os vencedores serão<br />

conhecidos no próximo dia 22. pág. 30<br />

BranDeD COnTenT<br />

MOsTra sua fOrça<br />

Sócia-fundadora<br />

da Content House,<br />

Adrianne Elias fala<br />

sobre tendências<br />

e <strong>de</strong>safios em<br />

conteúdo para<br />

marcas. pág. 36<br />

aprO lança preMiaçãO para<br />

Os prOfissiOnais De CrafT<br />

Whext Awards será lançado no<br />

próximo dia 30, durante festival<br />

da entida<strong>de</strong>, que vai <strong>de</strong>bater futuro<br />

da produção publicitária. pág. 52<br />

Marcas entram no <strong>de</strong>bate<br />

político e viralizam na mídia<br />

Contrariando a máxima <strong>de</strong> que não se discute futebol e política, gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />

ganharam <strong>de</strong>staque com posicionamentos sobre a eleição. O Burger King com a campanha<br />

contra o voto em branco e a Chevrolet com a ação do Cruze, #ComoDeveriaSer, são<br />

exemplos <strong>de</strong> marcas que tiveram relevância nas re<strong>de</strong>s sociais e na TV. pág. 44<br />

eMpreenDeDOrisMO gera<br />

inTeresse De MarCas na TV<br />

Atrações como o Shark Tank (que tem<br />

Cris Arcangeli no elenco), no canal<br />

Sony, misturam entretenimento com<br />

negócios e atraem patrocínios. pág. 34<br />

sap prOMOVe<br />

eVenTO iMersiVO<br />

Alex Atzberger,<br />

presi<strong>de</strong>nte da<br />

SAP Customer<br />

Experience, explica<br />

encontro que reúne<br />

o mercado em<br />

Barcelona. pág. 25


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Por outro lado, pelo aspecto elogiável da ativida<strong>de</strong> publicitária, cuja históa<br />

escolha é nossa<br />

Este Editorial foi redigido na tar<strong>de</strong> da última sexta-feira (5), tendo em<br />

vista exigências técnicas da sua produção. É tentador, porém, falarmos<br />

sobre as eleições gerais (1º turno) realizadas em todo o Brasil no domingo<br />

(7), lembrando aos nossos leitores que têm acesso a uma parte da tiragem<br />

do impresso, ou à nossa versão online antes <strong>de</strong> irem às urnas, que o país<br />

precisa mudar, lembrando o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lampedusa em O Leopardo, longa<br />

<strong>de</strong> Luchino Visconti, Palma <strong>de</strong> Ouro em Cannes/1963, extraído da obra <strong>de</strong><br />

Giuseppe Tomasi <strong>de</strong> Lampedusa, narrando a odisseia <strong>de</strong> Fabrizio Corbera,<br />

príncipe <strong>de</strong> Salina.<br />

Porém, não como o famoso personagem apregoava, ao concluir que tudo<br />

precisava mudar para continuar na mesma.<br />

O Brasil, ao contrário, precisa mudar para não continuar na mesma. Vale<br />

a pena tentar, pois não temos mais como suportar do jeito que tem estado<br />

nos últimos anos. Por incúria <strong>de</strong> dirigentes mal preparados (e alguns, além<br />

disso, mal-intencionados), o país vem <strong>de</strong>scendo la<strong>de</strong>ira abaixo, com uma<br />

crise econômica que atingiu todas as classes sociais, vitimando como sempre<br />

<strong>de</strong> forma avassaladora os mais necessitados.<br />

Não po<strong>de</strong> se dar bem uma população que tem mais <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados,<br />

<strong>de</strong>ntre os que ostentam condições e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho.<br />

Não se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> aqui nenhum candidato ou partido político. O que se quer,<br />

como <strong>de</strong> resto toda a nação minimamente apercebida e até por isso sem excessos<br />

<strong>de</strong> paixões partidárias, é o imediato restabelecimento da esperança<br />

no dia <strong>de</strong> amanhã. Porque, como John Keynes ensinou, “no longo prazo<br />

estaremos todos mortos”.<br />

A urgente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças po<strong>de</strong> ser vista na <strong>de</strong>morada paralisação<br />

do país, com sua economia estagnada, à espera <strong>de</strong> uma solução que não<br />

virá pelas mesmas cabeças que brecaram o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Os que tiveram, mais <strong>de</strong> uma vez, a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrarem a que vieram<br />

e só fizeram por piorar o país <strong>de</strong>vem ce<strong>de</strong>r lugar a quem ainda não tentou<br />

e <strong>de</strong>monstra condições <strong>de</strong> fazê-lo.<br />

Simples assim e sem trapaças.<br />

***<br />

O mercado publicitário propositalmente <strong>de</strong>sacelerou nestas últimas semanas,<br />

aguardando o resultado das eleições e torcendo para que os mistificadores<br />

não tenham vez nas urnas. Mas, há algo que, qualquer que venha a<br />

ser o resultado das mesmas, tem <strong>de</strong> ser melhor analisado por esse argumento<br />

da economia, cujos responsáveis e colaboradores já foram chamados no<br />

passado <strong>de</strong> “profissionais da prosperida<strong>de</strong>”.<br />

Queremos nos referir a uma pequena, mas importante parte do setor publicitário<br />

que se especializou na propaganda política, fazendo muito dinheiro<br />

com isso, mas vitimando o país pelos exageros cometidos nesse tipo <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong> massa.<br />

Po<strong>de</strong>-se em um relance aferir o tamanho <strong>de</strong>sses erros e suas consequências<br />

nefastas à gran<strong>de</strong> maioria dos brasileiros, pela quantida<strong>de</strong> do envolvimento<br />

<strong>de</strong>sses profissionais e empresários do lucrativo segmento que chegou a<br />

ser chamado <strong>de</strong> marketing político, com todo tipo <strong>de</strong> falcatruas, objetivando<br />

a busca <strong>de</strong> recursos financeiros on<strong>de</strong> amiú<strong>de</strong> prevalece o vale-tudo.<br />

***<br />

ria <strong>de</strong> bons serviços prestados à coletivida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> ser imensa é inesgotável,<br />

vemos inclusive exemplos no momento atual, <strong>de</strong> colaboração com a<br />

melhoria das condições gerais do país.<br />

Percebe-se em todos os players <strong>de</strong>sse importante mercado da comunicação,<br />

neste momento <strong>de</strong>cisivo para o Brasil, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> necessárias mudanças.<br />

Tomemos como exemplo o comercial ora em veiculação da Chevrolet para<br />

o Novo Cruze (agência WMcCann), que ven<strong>de</strong> o produto, sim, mas apregoa<br />

abertamente essa necessida<strong>de</strong>.<br />

A propaganda brasileira, antes tímida nesse particular, está apren<strong>de</strong>ndo aos<br />

poucos e sem per<strong>de</strong>r o seu foco principal, a se engajar na questão das agruras<br />

básicas do país. Até porque seus responsáveis (anunciantes, agências,<br />

mídia, produtoras, fornecedores e <strong>de</strong>mais setores que colaboram <strong>de</strong> uma<br />

forma ou <strong>de</strong> outra com esse vasto conjunto que é a comunicação) enten<strong>de</strong>ram<br />

que o equilíbrio do mercado e da sua economia representa a (boa) sobrevivência<br />

<strong>de</strong> todos. Esses mesmos importantes personagens têm aprendido<br />

também que <strong>de</strong>mocracia não é uma prática que serve para todo tipo<br />

<strong>de</strong> pensamento político. Há práticas políticas que a respeitam, <strong>de</strong>la fazendo<br />

sua base. Há outras que <strong>de</strong>la se aproveitam como disfarce, escon<strong>de</strong>ndo<br />

seus verda<strong>de</strong>iros objetivos, que mais cedo do que se supõe logo aparecem.<br />

***<br />

Chamamos a atenção do leitor, <strong>de</strong>ntro do quadro acima exposto, para a oportuna<br />

matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição do PROPMARK, assinada pelos jornalistas<br />

Danúbia Paraizo e Felipe Turlão, reportando e analisando anunciantes que se<br />

posicionam no atual <strong>de</strong>bate político para melhor se conectar com o público.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma mudança <strong>de</strong> comportamento, embora ainda tênue <strong>de</strong>ntro<br />

do que representam essas empresas, no vasto espectro da comunicação comercial<br />

em nosso país. Mas, já é algo muito significativo, em um importante<br />

setor que sempre <strong>de</strong>u mostras <strong>de</strong> preferir ficar à margem dos fatos políticos.<br />

Tratava-se e ainda se trata em países do bloco que antigamente chamávamos<br />

<strong>de</strong> Terceiro Mundo, <strong>de</strong> um natural receio <strong>de</strong> retaliações por parte dos<br />

dominantes <strong>de</strong> plantão, aliado a uma con<strong>de</strong>nável – por que não dizer – <strong>de</strong>pendência<br />

dos políticos mais chegados a esse plantão.<br />

Mas, multidisciplinar aplicação dos preceitos da economia, em um mundo<br />

cada vez mais conectado, tem feito anunciantes saírem das sombras e se<br />

posicionarem politicamente. Cabe aqui, a propósito, a observação <strong>de</strong> uma<br />

jornalista da nossa Redação: “Estar em cima do muro já não é mais opção.<br />

No <strong>de</strong>bate com os candidatos à Presidência da República, na quinta-feira<br />

(4), na Globo, isso ficou bem claro: após ter chamado a atenção dos seus<br />

consumidores sobre o valor do voto consciente, com o lançamento <strong>de</strong> Whopper<br />

em Branco, durante o <strong>de</strong>bate na TV Record na semana anterior, o Burger<br />

King voltou a veicular o comercial, reforçando a mensagem”.<br />

É apenas um começo, mas é um bom começo. Os alheios que se cui<strong>de</strong>m.<br />

***<br />

Este Editorial é em homenagem à nossa inesquecível Angela Maria, que tanta<br />

gente alegrou (e fez pensar) com as suas interpretações, principalmente do<br />

nosso cancioneiro. É também em homenagem ao fabuloso Charles Aznavour,<br />

que nas suas incontáveis interpretações fez (e faz) milhões <strong>de</strong> pessoas chorarem,<br />

rirem e refletirem. Em Todas as Faces do Amor, a genialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />

cantava puxando o ar do coração: “Tu... por teus mil e um atrativos/Jamais<br />

saberei quem tú és.../Tu mudas frequentemente <strong>de</strong> rosto e <strong>de</strong> aspecto.../<br />

Tu... quaisquer que sejam tua ida<strong>de</strong> e teu nome/Hora és um anjo... Ora um<br />

<strong>de</strong>mônio/Quando para mim tomas volta a volta/Todas as faces do amor...”<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3


conexões<br />

Linkedin<br />

Post: Produção <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os verticais<br />

é tendência e novo <strong>de</strong>safio<br />

para as marcas<br />

Belo <strong>de</strong>bate, ainda mais quando a<br />

tendência é a diversida<strong>de</strong>.<br />

Álvaro Maciel<br />

dorinHo<br />

Post: Rádio mantém crescimento<br />

e fecha primeiro semestre favorável<br />

Matéria muito bacana do Paulo Macedo<br />

no PROPMARK sobre a força<br />

do rádio na sua campanha <strong>de</strong> mídia,<br />

a empatia do veículo e a integração<br />

<strong>de</strong> plataformas e soluções. Vale a<br />

pena conferir!<br />

Bruna Maniscalco<br />

Acho que o segredo do rádio é<br />

acompanhar a evolução do homem.<br />

Antes, as pessoas paravam na frente<br />

do rádio para escutar e até socializar<br />

com a família. Hoje, com o tempo<br />

corrido, o jeito é ligar o rádio enquanto<br />

está trabalhando. Poupa o tempo<br />

<strong>de</strong> entrar na internet e pesquisar assuntos.<br />

Os radialistas estão lá para<br />

te atualizar com bom humor.<br />

Angela Barre<br />

Eu cresci ouvindo rádio. Des<strong>de</strong><br />

criança dormia com o aparelho ligado<br />

ao lado da cama. Amo música e<br />

o rádio é uma companhia infalível e<br />

insubstituível.<br />

Wagner Eduvirges<br />

última Hora<br />

PACOTES I<br />

A Re<strong>de</strong> Globo está no<br />

mercado com alguns dos<br />

seus principais pacotes<br />

comerciais em andamento.<br />

São cinco projetos ao<br />

todo. O principal <strong>de</strong>les é<br />

o Futebol 2019, com seis<br />

cotas, cada uma no valor<br />

<strong>de</strong> R$ 310 milhões, mais<br />

o Top <strong>de</strong> cinco segundos,<br />

por R$ 86 milhões. Os<br />

atuais cotistas do futebol<br />

global são Ambev,<br />

Unilever, Banco Itaú,<br />

Vivo, Hypermarcas (agora<br />

Hypera Pharma) e General<br />

Motors. As novida<strong>de</strong>s para<br />

2019 <strong>de</strong>vem ser as entradas<br />

<strong>de</strong> Casas Bahia e Coca-<br />

Cola no grupo, no lugar da<br />

Hypera e Unilever.<br />

PACOTES II<br />

A Fórmula 1, também com<br />

seis cotas no valor unitário<br />

<strong>de</strong> R$ 95 milhões, é outro<br />

pacote robusto que a<br />

Direção Geral <strong>de</strong> Negócios<br />

da emissora, área li<strong>de</strong>rada<br />

por Marcelo Duarte, está<br />

em busca <strong>de</strong> confirmação<br />

dos anunciantes. Este ano<br />

as marcas presentes na F-1<br />

são cerveja Itaipava, NET,<br />

Nivea, Renault, Santan<strong>de</strong>r<br />

e TIM. O Verão Espetacular<br />

está à venda e a expectativa<br />

é fechar contrato com cinco<br />

anunciantes. Cada cota tem<br />

o valor <strong>de</strong> R$ 86 milhões.<br />

A emissora está com o<br />

projeto Rock in Rio 2019,<br />

composto por quatro cotas<br />

no valor individual <strong>de</strong><br />

R$ 17,160 milhões. No total,<br />

a emissora po<strong>de</strong> garantir<br />

cerca <strong>de</strong> R$ 2,602 bilhões<br />

em 2019.<br />

BULLYING I<br />

Um vilão é responsável<br />

pelo aumento da violência<br />

nas escolas. Ele se chama<br />

Silence. Seu superpo<strong>de</strong>r<br />

é calar crianças e<br />

adolescentes vítimas<br />

<strong>de</strong> bullying, assédio e<br />

violência física. Só há um<br />

problema, esse vilão não<br />

tem um herói. Esta é a<br />

premissa da campanha<br />

lançada pela Unicef com<br />

criação da VMLY&R NY em<br />

parceria com as produtoras<br />

brasileiras Zombie Studio e<br />

Satélite Áudio. Assinam a<br />

peça os brasileiros Gabriel<br />

Jardim e Guto Monteiro,<br />

diretores <strong>de</strong> criação da<br />

agência.<br />

BULLYING II<br />

Esse é o último trabalho <strong>de</strong><br />

Fabio Seidl, que <strong>de</strong>ixou a<br />

agência rumo à Velocity/<br />

NY, nova startup global<br />

do Grupo Omnicom. Pelo<br />

lado do cliente, o brasileiro<br />

Nelson Leoni li<strong>de</strong>rou a<br />

iniciativa na se<strong>de</strong> da Unicef<br />

nos EUA. O personagem<br />

foi lançado em um painel<br />

na New York Comic Com.<br />

A intenção é convidar<br />

estudantes <strong>de</strong> todo o<br />

mundo para participar <strong>de</strong><br />

um concurso global <strong>de</strong><br />

super-heróis e saber que<br />

po<strong>de</strong>res são necessários<br />

para acabar com o Silence.<br />

O vencedor vai receber<br />

mentoria <strong>de</strong> um artista <strong>de</strong><br />

quadrinhos profissionais<br />

e terá uma história em<br />

quadrinhos publicada e<br />

lançada mundialmente.<br />

Inscrições po<strong>de</strong>m ser<br />

feitas no site: un.cf/sscc-en.<br />

INFANTIL<br />

Nesta segunda-feira (8)<br />

a TV Brasil <strong>de</strong>staca no<br />

Mídia em Foco, às 22h45,<br />

um panorama sobre as<br />

produções audiovisuais<br />

<strong>de</strong>dicadas ao público<br />

infantil. O programa, que é<br />

apresentado pela jornalista<br />

Paula Abritta, vai receber<br />

a roteirista e produtora<br />

Vanessa Fort; o diretor <strong>de</strong><br />

animação da TV PinGuim,<br />

Kiko Mistrorigo; e o vicepresi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> criação da<br />

Nickelo<strong>de</strong>on, Jimmy Leroy.<br />

CONCORRÊNCIA<br />

A Leroy Merlin prossegue<br />

com seu processo seletivo<br />

para escolha <strong>de</strong> agência<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A Tribal<br />

Worldwi<strong>de</strong>, que aten<strong>de</strong><br />

a marca há 13 anos e<br />

participa do processo, já foi<br />

comunicada pelo marketing<br />

do anunciante que não<br />

vai entrar no grupo das<br />

finalistas. A Leroy Merlin<br />

está dando início à última<br />

etapa da concorrência,<br />

como informa sua assessoria<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

4 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Índice<br />

Brasileiro cobra e<br />

marcas assumem<br />

posição mais ativa<br />

Consumidor quer visão menos<br />

passiva e anunciantes, entre<br />

eles o Burger King, com o seu<br />

Whopper em Branco, mostram<br />

papel para incentivar a cidadania.<br />

caPa<br />

44<br />

ChrisGorgio/iStock<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

mercadO<br />

adultos gostam<br />

<strong>de</strong> motivos infantis<br />

Diversas marcas criam produtos para<br />

gente gran<strong>de</strong> com personagens que<br />

encantam as crianças. Há licenciamentos<br />

<strong>de</strong> linhas como Harry Potter e Mario<br />

Bros. Havaianas segue movimento e traz<br />

animação da Disney, por exemplo. pág. 12<br />

entrevista<br />

executiva<br />

<strong>de</strong>talha influência<br />

do conteúdo<br />

Adrianne Elias, da Content House, uma<br />

das primeiras agências <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />

do país, conta como surgiu o seu negócio,<br />

quando, em 2009, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser executiva<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes. Na entrevista, ela<br />

fala como enxerga a influência do conteúdo<br />

na propaganda. pág. 36<br />

marcas<br />

carrefour lança<br />

Act For Food<br />

Divulgação<br />

CEO do grupo varejista no Brasil, Noel<br />

Prioux apresentou o movimento que <strong>de</strong>ve<br />

entregar produtos mais saudáveis a preços<br />

acessíveis aos consumidores. A ação reúne<br />

diversas iniciativas que vão impactar a<br />

operação da companhia, a relação com<br />

fornecedores e a comunicação. pág. 47<br />

Peshkova/iStock<br />

mÍdia<br />

empreen<strong>de</strong>dor ganha<br />

cada vez mais espaço<br />

Assuntos ligados ao mundo dos negócios e<br />

educação financeira têm se popularizado no<br />

país, principalmente com apoio <strong>de</strong> canais<br />

como YouTube e também a TV. Com isso, o<br />

brasileiro tem aprendido sobre marketing,<br />

investimentos e capital <strong>de</strong> giro. pág. 34<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................4<br />

curtas ....................................................................8<br />

mercado ..............................................................10<br />

marketing & negócios ......................................22<br />

digital .................................................................23<br />

Beyond the Line ................................................29<br />

Prêmios ...............................................................30<br />

Opinião ................................................................33<br />

mídia ...................................................................34<br />

entrevista ...........................................................36<br />

Quem Fez ............................................................38<br />

agências .............................................................40<br />

marcas .................................................................44<br />

inspiração ..........................................................48<br />

arena do esporte ...............................................50<br />

Produtoras ..........................................................52<br />

storyteller ..........................................................54<br />

We Love mKt ......................................................56<br />

supercenas .........................................................57<br />

Última Página ....................................................58<br />

6 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Festival<br />

Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

10 E 11 DE NOVEMBRO<br />

— 250 Palestrantes<br />

— 200 Expositores<br />

— 120 Makers<br />

— 50 Sharptalks<br />

— 48 Workshops<br />

— 20 Tatuadores<br />

— 18 Bandas<br />

— 14 Feira Gastronômica<br />

— 12 Live Art<br />

— 12 VR/Simuladores<br />

— 4 Exposições<br />

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PIXELSHOW.CO<br />

Projeto realizado<br />

com o apoio<br />

do ProAC


curtas<br />

apple é a marca<br />

mais valiosa do Best<br />

Global Brands <strong>2018</strong><br />

A Interbrand divulgou a mais recente<br />

versão <strong>de</strong> seu Best Global Brands. O tema<br />

do estudo <strong>de</strong>ste ano, que está em sua 19ª<br />

edição, é Activating Brave, analisando o<br />

papel que a força da marca exerce na profunda<br />

transformação que está impactando<br />

as maiores empresas do mundo. Apple,<br />

Google e Amazon ficaram no topo do<br />

ranking como as três marcas mais valiosas<br />

<strong>de</strong> <strong>2018</strong>. Por seis anos consecutivos, Apple<br />

e Google se mantêm nas primeiras posições.<br />

O valor da Apple cresceu 16%, e o do<br />

Google, 10%. Amazon teve 56% <strong>de</strong> avanço<br />

e é a terceira a atingir um valor <strong>de</strong> marca<br />

<strong>de</strong> 100 bilhões <strong>de</strong> dólares. As cinco marcas<br />

com maior crescimento incluem Amazon<br />

(56%); Netflix (45%); Gucci (30%); Salesforce<br />

(23%); e Louis Vuitton (23%). O valor<br />

total somado das Top 100 marcas ultrapassa<br />

a marca dos 2 trilhões <strong>de</strong> dólares (USD<br />

$2.015.312m), um aumento <strong>de</strong> 7,7% em<br />

relação a 2017.<br />

smirnoff ice inauGura casa<br />

Fotos: Zhang-Kaiyv/Unsplash e Divulgação<br />

A Apple vale US$ 214,480 bilhões, segundo Interbrand<br />

lov conTraTa na criação<br />

eco moliTerno lança curso<br />

CCO da<br />

Accenture<br />

Interactive,<br />

Eco Moliterno<br />

acaba <strong>de</strong> lançar<br />

o curso a vida<br />

criativa fora<br />

das agências.<br />

As aulas são<br />

indicadas para<br />

estudantes <strong>de</strong><br />

comunicação,<br />

profissionais<br />

<strong>de</strong> criação,<br />

Moliterno: ressignificar a profissão<br />

<strong>de</strong>signers e<br />

planejamento. O curso está programado<br />

para os dias 9 e 10 <strong>de</strong> novembro,<br />

em São Paulo. A realização é da miami<br />

ad school. “Cada vez mais precisamos<br />

ressignificar a nossa profissão porque<br />

tudo está mudando tanto, <strong>de</strong> uma forma<br />

tão exponencial, que se você ficar preso<br />

àquilo que você achava que faria anos<br />

atrás, você corre o risco <strong>de</strong> ficar obsoleto.<br />

Quanto mais varieda<strong>de</strong>s você tiver ao<br />

seu redor, fica mais fácil prever qual será<br />

a sua atuação daqui a cinco, <strong>de</strong>z ou 20<br />

anos”, <strong>de</strong>staca moliterno.<br />

BeTc cria campanha da ciTroën<br />

Ambientação conta com ilustrações e colagens<br />

Para promover o relançamento da<br />

smirnoff ice, a bebida apresenta a Original<br />

House. A ativação ocupará a Casa do Colégio,<br />

na zona oeste <strong>de</strong> São Paulo, durante<br />

os fins <strong>de</strong> semana <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>. A Smirnoff<br />

Ice Original House vai oferecer experiências<br />

que incluem música, gastronomia,<br />

arte e <strong>de</strong>sign em festas que começam às<br />

15h e terminam às 22h, com acesso gratuito<br />

e exclusivo para maiores <strong>de</strong> 18 anos<br />

mediante cadastro na lista que será disponibilizada<br />

no site www.iceoriginalhouse.<br />

com.br. A ambientação do local conta com<br />

ilustrações e colagens do <strong>de</strong>signer Gabriel<br />

azevedo, em um ambiente bem urbano.<br />

Alessandra Pereira é a nova diretora da agência<br />

A LOV reforçou a criação com a contratação<br />

<strong>de</strong> nova diretora. Com mais <strong>de</strong> 20<br />

anos <strong>de</strong> carreira, alessandra pereira chega<br />

à agência para trabalhar ao lado da também<br />

diretora <strong>de</strong> criação Luciana Lins. A<br />

profissional assume o posto para atuar com<br />

gran<strong>de</strong>s marcas, como Nivea e Philips. Formada<br />

em publicida<strong>de</strong> pela FAAP, Alessandra<br />

acumula passagens por agências como<br />

dpZ&T, almapBBdo e dm9ddB, entre<br />

outras. A publicitária também já conquistou<br />

prêmios como Cannes Lions, London<br />

Festival, New York Festival, Prêmio Abril,<br />

Profissionais do Ano da Re<strong>de</strong> Globo e Clube<br />

<strong>de</strong> Criação <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Comercial do Cactus estreou na TV aberta e paga<br />

A Citroën lançou a sua maior campanha<br />

do ano para apresentar o novo SUV Citroën<br />

C4 Cactus ao mercado, acompanhando<br />

a chegada do mo<strong>de</strong>lo na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> concessionárias<br />

da marca em todo o país neste<br />

mês. Assinado pela BeTc/havas, o filme<br />

traz a linguagem digital característica do<br />

Stories para o ambiente offline. Por meio<br />

do conceito Expanda suas histórias: Bem-<br />

-vindo à próxima geração SUV, a propaganda<br />

tem como objetivo mostrar <strong>de</strong>talhes do<br />

veículo. O filme exibe a ação <strong>de</strong> um grupo<br />

<strong>de</strong> amigos que, em uma brinca<strong>de</strong>ira, tenta<br />

localizar outra turma <strong>de</strong> colegas a bordo <strong>de</strong><br />

um c4 cactus em uma viagem ao campo.<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />

e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />

e Renato Rogenski<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />

Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />

Leonardo Araujo (SP) e Claudia Penteado (RJ)<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

8 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Não é Cannes<br />

mas é na França.<br />

Não é leão<br />

mas é cavalo.<br />

Nosso filme "Aristocrata", para PMU, venceu o prêmio<br />

RBForum, na França, especializado em campanhas <strong>de</strong> turfe<br />

e apostas. Simplicité, criativité, premiaté.


merCaDo<br />

Compras no Dia das Crianças serão<br />

mais emocionais do que racionais<br />

Estimativa do CNDL é que movimento seja <strong>de</strong> R$ 9,4 bilhões, com tíquete<br />

médio <strong>de</strong> R$ 187; publicida<strong>de</strong> exerce influência sobre o público infantil<br />

Paulo Macedo<br />

lenta recuperação da economia afeta<br />

A projeções <strong>de</strong> consumo. O elevado índice<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego no país também compromete<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compras. Mas há luz<br />

no fim do túnel na data promocional <strong>de</strong><br />

crianças, celebrada no dia 12 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong><br />

e consi<strong>de</strong>rada a terceira do calendário em<br />

volume <strong>de</strong> negócios, atrás apenas da lí<strong>de</strong>r,<br />

o Natal, e do Dia das Mães.<br />

Pesquisa realizada pelo CNDL (Confe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional <strong>de</strong> Dirigentes Lojistas) e<br />

SPC (Serviço <strong>de</strong> Proteção ao Crédito)<br />

mostra que 72% dos consumidores<br />

<strong>de</strong>vem consolidar compras. Desse<br />

universo, 77% são do público feminino.<br />

Os itens que encabeçam<br />

as listas são roupas e calçados,<br />

com 38%, bonecas (37%), aviões<br />

e carrinhos <strong>de</strong> brinquedo (21%).<br />

Um dado importante <strong>de</strong>sse estudo<br />

é que para 92% dos entrevistados<br />

a publicida<strong>de</strong> exerce<br />

influência nas escolhas dos<br />

presentes pelo público infantil.<br />

Quem mais aten<strong>de</strong> aos<br />

pedidos são adultos entre<br />

35 e 54 anos. Para 91% dos<br />

ouvidos as crianças são influenciadas<br />

por outras crianças<br />

na <strong>de</strong>finição dos seus<br />

presentes.<br />

A expectativa é que<br />

as vendas somem R$ 9,4<br />

bilhões. O estudo indica<br />

que o tíquete médio será <strong>de</strong><br />

R$ 187,00 e que 66% preten<strong>de</strong>m<br />

pagar à vista as suas<br />

compras. Para 51%, o meio <strong>de</strong><br />

pagamento é dinheiro vivo.<br />

Ninguém quer se endividar,<br />

mas também tem a questão<br />

dos inadimplentes com nome<br />

comprometido nos sistema <strong>de</strong><br />

crédito, equivalente a 69% da<br />

análise.<br />

“As intenções <strong>de</strong> compras da<br />

data servirão <strong>de</strong> termômetro para<br />

o fim <strong>de</strong> ano, ao trazer as primeiras<br />

impressões do que <strong>de</strong>ve ocorrer no<br />

Natal, principalmente em um momento<br />

que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra das famílias continua<br />

sendo afetado pelas dificulda<strong>de</strong>s econômicas”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Marcela Kawauti, economista-chefe<br />

do SPC Brasil.<br />

Em relação ao PDV i<strong>de</strong>al, os shoppings<br />

li<strong>de</strong>ram a preferência dos consumidores,<br />

oksix/iStock<br />

“O raciOnal vai ser<br />

usadO, mas, diante dOs<br />

cenáriOs <strong>de</strong> incerteza<br />

e eleições, O fatOr<br />

emOciOnal vai ter pesO.<br />

nãO <strong>de</strong>ve ser O melhOr dia<br />

das crianças e O cOnsumO<br />

ten<strong>de</strong> a ser mO<strong>de</strong>radO”<br />

com 42% das respostas. Talvez por aspectos<br />

como segurança, conforto, áreas <strong>de</strong><br />

alimentação e entretenimento, varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lojas, estacionamento e bom store planning.<br />

Para 35%, a internet é o canal principalmente<br />

pela comodida<strong>de</strong>. O problema é<br />

contar com a entrega na data certa para a<br />

gurizada não ficar emburrada. O comércio<br />

<strong>de</strong> rua, como a tradicional 25 <strong>de</strong> Março e<br />

as lojas populares do Brás, ambos em São<br />

Paulo, e o Saara, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, é a pedida<br />

<strong>de</strong> 28% da amostra.<br />

Para 80% dos entrevistados, pesquisar<br />

antes <strong>de</strong> consolidar uma<br />

compra é primordial, especialmente<br />

nas classes C/D (82%),<br />

por meio <strong>de</strong> buscadores como o<br />

Google (66%). Os que recorrem<br />

aos portais e aplicativos <strong>de</strong> comparação<br />

chegam a 51%. Os sites<br />

<strong>de</strong> ofertas são a opção <strong>de</strong> 48% do<br />

estudo do SPC e CNDL.<br />

Para o Ibevar (Instituto Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Executivos do Varejo<br />

e Mercado <strong>de</strong> Consumo), as compras<br />

serão orientadas por apelos<br />

mais emocionais. “O racional vai<br />

ser usado, mas, diante dos cenários<br />

<strong>de</strong> incerteza e eleições, o fator emocional<br />

vai ter peso. Não <strong>de</strong>ve ser o melhor<br />

Dia das Crianças e o consumo ten<strong>de</strong> a<br />

ser mo<strong>de</strong>rado, bem diferente <strong>de</strong> quando<br />

o varejo registrava crescimento<br />

<strong>de</strong> dois dígitos. Mas o Dia das Crianças<br />

tem esse componente emocional<br />

que po<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r”, explica<br />

Patrícia Cotti, diretora-geral do<br />

Ibevar.<br />

10 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Mercado<br />

Marcas miram adultos com itens<br />

nostálgicos e personagens infantis<br />

Demanda por produtos com temáticas e heróis da infância cresce e<br />

empresas como a Riachuelo e a Imaginarium apostam em novida<strong>de</strong>s<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Um Dia das Crianças para<br />

quem não é mais tão criança<br />

assim. A data 12 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> é<br />

alvo <strong>de</strong> campanhas com produtos<br />

para os pequenos, mas o ano<br />

po<strong>de</strong> ser bem produtivo para as<br />

marcas que buscam falar com<br />

quem já é gente gran<strong>de</strong>. Roupa<br />

<strong>de</strong> cama, materiais <strong>de</strong> cozinha,<br />

objetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, vestuário,<br />

calçados e acessórios. As<br />

temáticas e personagens po<strong>de</strong>m<br />

até aparentar serem coisa<br />

<strong>de</strong> criança, mas não são. Nada<br />

disso é para brincar e os tamanhos<br />

e funções são para quem<br />

já paga os famosos boletos. Em<br />

expansão, a tendência foi <strong>de</strong>tectada<br />

e abraçada por empresas<br />

<strong>de</strong> diversos segmentos, que<br />

passaram a criar produtos para<br />

suprir essa <strong>de</strong>manda.<br />

A Riachuelo iniciou coleções<br />

licenciadas com foco no público<br />

adulto em 2015, ao perceber<br />

que a cultura geek no país estava<br />

se fortalecendo rapidamente.<br />

Hoje, a marca tem forte expressão<br />

nesse segmento, com<br />

produtos <strong>de</strong> linhas como Harry<br />

Potter, Mario Bros e Minions,<br />

por exemplo. Julia Me<strong>de</strong>iros,<br />

gerente <strong>de</strong> licenciamentos,<br />

conta que as coleções voltadas<br />

para o público adulto têm opções<br />

em confecção, acessórios,<br />

moda casa, pijamas, un<strong>de</strong>rwear<br />

e calçados, entre outras. “Antigamente<br />

fãs só encontravam<br />

produtos licenciados para adultos<br />

no exterior a preços bem<br />

mais altos”, conta.<br />

Tendo como target primário<br />

pessoas <strong>de</strong> 25 a 35 anos, a Imaginarium<br />

lança este mês sua se-<br />

Roupa <strong>de</strong> cama <strong>de</strong> casal inspirada na saga <strong>de</strong> Harry Potter é um dos gran<strong>de</strong>s sucessos da Riachuelo<br />

gunda coleção <strong>de</strong> Harry Potter,<br />

em parceria com a Warner Bros.<br />

A linha chega três vezes maior<br />

que a primeira e com produtos<br />

como um guarda-chuva inspirado<br />

no Mapa do Maroto (saga<br />

Harry Potter) que revela pegadas<br />

quando o tecido é molhado,<br />

e uma luminária da plataforma<br />

9 ¾ que é acionada por<br />

voz quando o consumidor diz<br />

os “feitiços” Lumos e Nox.<br />

Thiago Colares, diretor <strong>de</strong><br />

marca e produto do Grupo<br />

Imaginarium, afirma que esse<br />

movimento não é “modinha”<br />

e tem a ver com o resgate <strong>de</strong><br />

valores e conexões emocionais<br />

entre pessoas. “Vai além da licença.<br />

Passa por uma pauta <strong>de</strong><br />

relacionamento e aproximação.<br />

O universo <strong>de</strong> licença e essa conexão<br />

com ícones <strong>de</strong> décadas<br />

passadas materializam essa<br />

memória afetiva. E as marcas<br />

estão se apropriando disso.”<br />

Havaianas acompanha esse<br />

movimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011, quando<br />

fez sua primeira licença <strong>de</strong><br />

marca, com Mickey. Hoje ela<br />

tem licenciados com personagens<br />

da Disney e Star Wars, Os<br />

Fotos: Divulgação<br />

“AntigAmente fãs<br />

só encontrAvAm<br />

produtos<br />

licenciAdos<br />

pArA Adultos no<br />

exterior A preços<br />

bem mAis Altos”<br />

12 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Simpsons, Mario Bros, Warner<br />

Bros (Mulher Maravilha, Batman,<br />

Acquaman e Super-Homem),<br />

Os Incríveis, Adventure<br />

Time e Harry Potter. “Entre os<br />

que mais fazem sucesso com<br />

o público adulto estão Mario<br />

Bros, que teve as vendas esgotadas<br />

em 2017, quando lançamos<br />

pela primeira vez, e Harry<br />

Potter, que tem lista <strong>de</strong> espera<br />

esse ano”, explica a marca.<br />

Já a Mauricio <strong>de</strong> Sousa Produções<br />

vê isso acontecendo há<br />

décadas. Des<strong>de</strong> a sua criação,<br />

em 1959, a Turma da Mônica<br />

acompanhou<br />

a infância<br />

<strong>de</strong><br />

milhares<br />

<strong>de</strong> brasileiros.<br />

Mônica<br />

Sousa, diretora-executiva<br />

da MSP, afirma<br />

ser natural o público<br />

que cresceu<br />

neste contexto<br />

sentir carinho pelos<br />

personagens e se interessar<br />

pelos produtos<br />

para ainda ter a Turma da Mônica<br />

na sua vida. “As crianças<br />

não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser fãs da marca<br />

só porque cresceram e por isso<br />

se sentem acolhidas quando<br />

encontram produtos que hoje<br />

se encaixam nos seus gostos<br />

mais maduros. A partir daí, começamos<br />

a criar itens como<br />

camisetas, canecas, almofadas,<br />

ca<strong>de</strong>rnos e mochilas.”<br />

A MSP<br />

adotou<br />

c o m o<br />

estratégia<br />

trabalhar<br />

com marcas<br />

já <strong>de</strong>sejadas<br />

pelo público<br />

adulto. Em<br />

2015, a empresa<br />

criou uma coleção<br />

<strong>de</strong> artigos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>coração com<br />

a Tok&Stok, e este<br />

ano fez uma parceria com e-<br />

-commerce Chico Rei para uma<br />

linha exclusiva <strong>de</strong> camisetas.<br />

Além disso, há mais <strong>de</strong> 10 anos,<br />

a MSP tem a Lojinha da Mônica<br />

em parceria com a bandUP,<br />

on<strong>de</strong> comercializa itens para<br />

<strong>de</strong>coração, vestuário e papelaria,<br />

entre outros.<br />

Recentemente, a MSP fez<br />

uma pesquisa com o Datafolha<br />

com pessoas a partir <strong>de</strong> 16 anos<br />

e i<strong>de</strong>ntificou que 83% dos brasileiros<br />

já adquiriram algum produto<br />

da Turma da Mônica. Destes,<br />

5% já compraram artigos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>coração e 3% têm camisetas<br />

criadas para adultos. “Outra<br />

categoria que faz muito sucesso<br />

entre o público adulto é a <strong>de</strong><br />

CCXP - Comic Con Experience: cosplay permite que fã seja seu personagem favorito<br />

Grafics Novels, que já ven<strong>de</strong>u<br />

mais <strong>de</strong> meio milhão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s.<br />

Elas trazem histórias mais<br />

longas e elaboradas com narrativas<br />

mais <strong>de</strong>nsas e complexas.<br />

E tem o retorno da Turma da<br />

Mônica ao universo <strong>de</strong> games”,<br />

acrescenta Mônica.<br />

Porque siM não é resPosta<br />

Criado há 18 anos como<br />

um site <strong>de</strong> conteúdo, o hoje<br />

Omelete&Co sempre dialogou<br />

com jovens adultos. Atualmente,<br />

70% do público tem <strong>de</strong> 22 a<br />

35 anos, consome cultura pop<br />

em geral, mas tem forte a<strong>de</strong>rência<br />

com os principais produtos<br />

da cultura geek, em pilares<br />

como super-heróis e fantasia<br />

medieval, por exemplo. O CCO<br />

Otavio Juliato explica que os<br />

consumo <strong>de</strong>sse público não<br />

é baseado em ida<strong>de</strong>, mas em<br />

comportamento. “Algumas<br />

franquias eram relacionadas<br />

ao público infantil antigamente,<br />

mas transcen<strong>de</strong>ram isso por<br />

conta das pessoas. Superman<br />

está fazendo 80 anos em <strong>2018</strong>.<br />

Quantas gerações foram impactadas?<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do nível <strong>de</strong><br />

envolvimento, a pessoa carrega<br />

isso para a vida toda”, comenta.<br />

Ele explica ainda que, se<br />

antes os produtos licenciados<br />

tinham um olhar mais voltado<br />

para o público infantil, isso<br />

tem mudado velozmente, oferecendo<br />

um ambiente muito<br />

fértil para as marcas. “Existem<br />

gerações <strong>de</strong> consumidores que<br />

são apaixonados por esses per-<br />

“o po<strong>de</strong>r dAs<br />

históriAs em<br />

AlAvAncAr<br />

produtos é<br />

muito grAn<strong>de</strong>”<br />

sonagens. A<br />

linha mestre<br />

que conecta<br />

essas audiências<br />

é a paixão<br />

pelo conteúdo.<br />

Conseguimos<br />

ver muito<br />

disso na CCXP. O<br />

po<strong>de</strong>r das histórias<br />

em alavancar<br />

produtos é muito<br />

gran<strong>de</strong>”, diz.<br />

A Havaianas também<br />

aponta a nostalgia<br />

e a lembrança positiva<br />

que as pessoas têm com o<br />

período da infância ou adolescência<br />

como um dos impulsionadores<br />

<strong>de</strong>sse mercado. Outro<br />

ponto seriam os clusters, com<br />

muitos adultos buscando pertencer<br />

a alguma tribo específica.<br />

“Eles querem homenagear<br />

seu super-herói ou trazer irreverência<br />

para o look. Tornou-se<br />

cool ser percebido como geek.”<br />

ao infinito e aléM<br />

Na visão das marcas, esse<br />

sentimento nostálgico e <strong>de</strong> paixão<br />

por personagens sempre vai<br />

existir. Po<strong>de</strong> ser que a maneira<br />

com que as pessoas expressem<br />

isso mu<strong>de</strong>, mas as empresas não<br />

veem isso no curto prazo. Assim<br />

como Juliato, do Omelete&Co,<br />

Colares, da Imaginarium, <strong>de</strong>staca<br />

a força da narrativa como<br />

combustível <strong>de</strong>ssa jornada. “Tem<br />

storytelling e ele não se encerra<br />

no item. O produto é o início.”<br />

Parceria com e-commerce Chico Rei tem linha exclusiva <strong>de</strong> camisetas para adultos<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13


Patrocínio: Participação Especial: Participação: Colaboração:


O PRINCIPAL ENCONTRO<br />

INTERNACIONAL ENTRE<br />

LIDERANÇAS BRASILEIRAS<br />

1º A 4 DE NOVEMBRO<br />

CUSCO, PERU<br />

Reconhecido por reunir os mais importantes lí<strong>de</strong>res empresariais e autorida<strong>de</strong>s, o<br />

encontro internacional promove uma agenda propositiva sobre temas <strong>de</strong> impacto<br />

socioeconômico e estratégia <strong>de</strong> negócios em um dos berços da civilização:<br />

Peru. Com uma programação <strong>de</strong> imersão ao relacionamento corporativo, essa<br />

edição conta com uma visita exclusiva a Machu Picchu, consi<strong>de</strong>rada uma das sete<br />

maravilhas do mundo mo<strong>de</strong>rno.<br />

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Quem é lí<strong>de</strong>r, participa.<br />

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Fornecedores Oficiais:


mercado<br />

autoexame é<br />

básico para prevenir<br />

câncer <strong>de</strong> mama<br />

Campanha da Femana e ví<strong>de</strong>o da<br />

tenista Serena Williams chamam a<br />

atenção das mulheres no Outubro Rosa<br />

da<strong>de</strong>, basta entrar no site fundacaolacorosa.<br />

com/sororida<strong>de</strong>rosa, adotar o sobrenome<br />

Rosa, fazer uma contribuição e baixar um RG<br />

ilustrado para ser usado nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

A Laço Rosa vai promover ações durante o<br />

ano <strong>de</strong> 2019, além <strong>de</strong> eleger as quartas-feiras<br />

para enfatizar o movimento Quarta Rosa, até<br />

o fim <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>. “O movimento Outubro<br />

Rosa é, sem dúvida nenhuma, uma iniciativa<br />

po<strong>de</strong>rosa na luta contra o câncer <strong>de</strong> mama,<br />

pois joga luz mundialmente sobre o tema.<br />

Mas, na prática, a gente luta para mudar essa<br />

Paulo Macedo<br />

Por isso não provoque, é cor <strong>de</strong> rosa<br />

choque! O refrão da famosa canção<br />

<strong>de</strong> Rita Lee é uma espécie <strong>de</strong> libelo para<br />

o movimento Outubro Rosa, que<br />

chama a atenção das mulheres para<br />

o exame regular das mamas. Com um<br />

simples toque, o autoexame se materializa.<br />

E para estimular a conscientização sobre<br />

esse problema, marcas, produtos e serviços<br />

estão <strong>de</strong>stinando recursos a organizações<br />

que se <strong>de</strong>dicam à disseminação <strong>de</strong><br />

práticas preventivas.<br />

Este ano, porém, num ví<strong>de</strong>o com os seios<br />

<strong>de</strong>snudos, a supercampeã <strong>de</strong> tênis Serena<br />

Williams emprestou a sensibilida<strong>de</strong> ao<br />

mês <strong>de</strong> conscientização do câncer mamário.<br />

Ela postou na sua conta no Instagram um filmete<br />

<strong>de</strong> 30 segundos cantando I Touch Myself<br />

(Eu mesma me toco), sucesso dos anos 1990 da<br />

banda The Divinyls. A mensagem bombou!<br />

A Fundação Laço Rosa, âncora do projeto,<br />

está com a campanha Sonorida<strong>de</strong> rosa,<br />

criada pela F/Nazca Saatchi & Saatchi que<br />

estimula a união <strong>de</strong> mulheres em torno<br />

do objetivo comum. Para integrar a irmanrealida<strong>de</strong><br />

diariamente”, afirma Marcelle Me<strong>de</strong>iros,<br />

presi<strong>de</strong>nte e fundadora da Fundação<br />

Laço Rosa. Legitimida<strong>de</strong> é essencial para que<br />

o engajamento à causa faça sentido.<br />

“A importância do Outubro Rosa está diretamente<br />

relacionada ao impacto positivo<br />

que a conscientização sobre a prevenção, os<br />

cuidados e o diagnóstico precoce tem na diminuição<br />

do número <strong>de</strong> mortes por câncer<br />

<strong>de</strong> mama. Claramente o movimento é um<br />

caminho concreto contra a doença hoje no<br />

Brasil. No entanto, um dos gran<strong>de</strong>s ques-<br />

Em seu Instagram, a tenista Serena Williams cantou o clássico I touch myself para conscientizar contra câncer <strong>de</strong> mama<br />

16 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fotos Divulgação<br />

Maju Kieling é diretora <strong>de</strong> planejamento da Tribal<br />

tionamentos são as atuações das marcas<br />

que acabam se valendo da causa em suas<br />

campanhas e iniciativas <strong>de</strong> comunicação<br />

sem legitimida<strong>de</strong>, sem coerência e sem responsabilida<strong>de</strong><br />

real com a causa. É imprescindível<br />

que as marcas tenham cada vez<br />

mais postura <strong>de</strong> agente (que age <strong>de</strong> fato) na<br />

hora <strong>de</strong> se aproximar e promover uma causa,<br />

não há mais espaço para oportunismo e<br />

muito menos para marcas aventureiras <strong>de</strong><br />

ações pontuais. O momento agora pe<strong>de</strong> um<br />

olhar para a marca <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora, com<br />

plena consciência do seu propósito para<br />

que a escolha <strong>de</strong> uma causa vá muito além<br />

do ganho imediato <strong>de</strong> “imagem <strong>de</strong> marca<br />

consciente”, argumenta Maju Kieling, diretora<br />

<strong>de</strong> planejamento da Tribal.<br />

A chance <strong>de</strong> cura do câncer <strong>de</strong> mama é <strong>de</strong><br />

95%. A Azul quer impactar dois milhões <strong>de</strong><br />

clientes e seus 12 mil tripulantes com a ação<br />

Azul é rosa para beneficiar 60 mulheres <strong>de</strong><br />

todo o país que receberão passagens aéreas<br />

para os <strong>de</strong>slocamentos até as cinco unida<strong>de</strong>s<br />

do Hospital do Amor. “Essa é a doença<br />

que mais acomete as mulheres no mundo<br />

e há gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> cura se <strong>de</strong>tectada<br />

precocemente”, comenta Claudia Fernan<strong>de</strong>s,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing da Azul.<br />

A Tramontina está disponibilizando para<br />

o mercado os cinco mil itens do seu portfó-<br />

lio para marcas usarem em prol do Outubro<br />

Rosa, que permitem customização.<br />

A Linea Alimentos está com a ativação<br />

Pense rosa, que confere apoio à ONG Orientavida.<br />

Já a Femana (Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong><br />

Instituições Filantrópicas <strong>de</strong> Apoio à Saú<strong>de</strong><br />

da Mama) está apresentando o aplicativo Mamatch,<br />

com o propósito <strong>de</strong> conectar pessoas<br />

que têm ou já tiveram câncer <strong>de</strong> mama, além<br />

<strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e familiares.<br />

A campanha #compartilhesualuta é assinada<br />

pela Mestiça. O app foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

pela Vee Digital.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 17


mercado<br />

Fest’Up compartilha tendências<br />

<strong>de</strong> mercado com estudantes em SP<br />

Trigésima edição do evento realizado pela Associação dos Profissionais<br />

<strong>de</strong> Propaganda contou com 24 palestras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s nomes, na ESPM<br />

Renato Rogenski<br />

Todo mercado que preten<strong>de</strong><br />

se manter forte, vigoroso e<br />

com profissionais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

precisa <strong>de</strong> fomento e educação.<br />

Cabe às entida<strong>de</strong>s, também, o<br />

papel <strong>de</strong> reunir iniciativas que<br />

caminhem nesse sentido.<br />

No último dia 29, por exemplo,<br />

a APP (Associação dos Profissionais<br />

<strong>de</strong> Propaganda) organizou<br />

mais uma edição do seu<br />

Fest’Up Tendências.<br />

O objetivo, mais uma vez,<br />

foi apresentar aos estudantes<br />

das áreas <strong>de</strong> propaganda<br />

e marketing as principais<br />

tendências do mercado <strong>de</strong><br />

comunicação.<br />

O evento foi realizado na<br />

ESPM São Paulo. Nele, foram<br />

realizadas 24 palestras <strong>de</strong><br />

50 minutos cada, em três auditórios<br />

simultâneos da instituição<br />

<strong>de</strong> ensino. Profissionais<br />

<strong>de</strong> diferentes áreas <strong>de</strong> atuação<br />

pu<strong>de</strong>ram compartilhar as suas<br />

visões e vivências sobre novos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio, a relação<br />

entre marcas, pessoas, veículos<br />

e plataformas, assim como<br />

o comportamento dos consumidores.<br />

Neste cenário, os estudantes<br />

tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver<br />

e ouvir <strong>de</strong> perto nomes do mercado<br />

como Luciana Schwartz<br />

(VML), Fábio Tachibana (Grey<br />

Brasil), Marcelo Tripoli (McKinsey),<br />

Rafael Ziggy (DPZ&T).<br />

Ana Cortat (Hybrid Colab), Vitor<br />

Abud (W+K) e Paulo César<br />

Queiroz (PQ Consultoria).<br />

Para Ênio Vergeiro, presi<strong>de</strong>nte<br />

da APP, a data e o local<br />

escolhidos não po<strong>de</strong>riam ser<br />

melhores. “Este foi o trigésimo<br />

Fest’Up. E pela primeira vez foi<br />

realizado na ESPM, algo que<br />

nós da APP e da escola já gostaríamos<br />

que fosse assim há tempos.<br />

Além disso, o evento ocorreu<br />

no mesmo dia em que a<br />

associação completou 81 anos<br />

<strong>de</strong> história. Foi um acontecimento<br />

interessante, com um<br />

formato dinâmico, <strong>de</strong> apenas<br />

Organizadores do Fest’Up Tendências comemoram sucesso do evento e os 81 anos da Associação dos Profissionais <strong>de</strong> Propaganda<br />

um dia, em que tratamos diversas<br />

tendências. Tudo transcorreu<br />

<strong>de</strong> maneira muito positiva<br />

e nós nos sentimos em casa”,<br />

afirmou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da APP também<br />

observou o frescor da curadoria<br />

do evento, que trouxe muita<br />

gente jovem, mas que já tem<br />

enorme bagagem <strong>de</strong> carreira e<br />

muita coisa para ensinar e compartilhar<br />

e, o que é mais importante,<br />

com um drive conectado<br />

com a <strong>de</strong>manda da nova geração<br />

do segmento <strong>de</strong> comunicação.<br />

“O evento é para estudantes,<br />

mas o conteúdo serve<br />

para qualquer profissional da<br />

área, que certamente também<br />

iria apren<strong>de</strong>r muito com os palestrantes<br />

que estiveram aqui”,<br />

contou. Vergeiro também <strong>de</strong>stacou<br />

as salas <strong>de</strong> mentoria que<br />

ocorreram durante o evento,<br />

que foram criadas para orientar<br />

todos os jovens profissionais<br />

“O eventO é para<br />

estudantes, mas<br />

O cOnteúdO serve<br />

para qualquer<br />

prOfissiOnal<br />

da área”<br />

Alê Oliveira<br />

que buscam alinhar o rumo <strong>de</strong><br />

suas carreiras.<br />

Quem também celebrou o<br />

sucesso da iniciativa foi Dalton<br />

Pastore, presi<strong>de</strong>nte da ESPM.<br />

Em sua visão, o Fest’Up tem<br />

tudo a ver com a entida<strong>de</strong>.<br />

“Nossa casa ficou repleta <strong>de</strong><br />

amigos queridos, pessoas com<br />

passado, presente e futuro na<br />

indústria brasileira <strong>de</strong> comunicação.<br />

E a ESPM é a casa do<br />

mercado. Quando ninguém<br />

ainda pensava em ‘propósito’,<br />

nossos fundadores já tinham<br />

um claro e bem <strong>de</strong>finido: criar<br />

no Brasil um centro <strong>de</strong> excelência<br />

em propaganda, marketing<br />

e na gestão das indústrias<br />

criativas. O Fest’Up é muito<br />

mais que um evento. É uma<br />

missão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizar o conhecimento<br />

do marketing e da<br />

comunicação, que não po<strong>de</strong>ria<br />

estar mais em linha com a nossa<br />

missão”, ressaltou.<br />

18 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


merCado<br />

Interbrand reformula a marca Torra,<br />

totalmente voltada para a classe C<br />

Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> moda com loja no Brás precisava ser empo<strong>de</strong>rada; case mostra<br />

mudança <strong>de</strong> cenário das empresas populares sem histórico em branding<br />

KELLY DORES<br />

Foi-se o tempo em que as<br />

gran<strong>de</strong>s consultorias <strong>de</strong><br />

branding trabalhavam apenas<br />

com projetos para megacompanhias.<br />

Hoje em dia, com a mudança<br />

do cenário <strong>de</strong> comunicação,<br />

em que todos trabalham<br />

com menos verbas disponíveis,<br />

empresas populares sem histórico<br />

em branding também fazem<br />

parte do portfólio <strong>de</strong>ssas<br />

consultorias. A londrina Interbrand,<br />

que pertence ao Grupo<br />

Omnicom, por exemplo, acaba<br />

<strong>de</strong> reformular a marca Torra,<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas com unida<strong>de</strong> no<br />

Brás, tradicional centro <strong>de</strong> comércio<br />

popular em São Paulo,<br />

voltada para a classe C. Outro<br />

case é o Dr. Consulta.<br />

“A gente está bem orgulhoso<br />

dos trabalhos que temos feito<br />

ultimamente. Acabamos <strong>de</strong> relançar<br />

a marca Suvinil, da Basf.<br />

Foi um trabalho <strong>de</strong> dois anos.<br />

O objetivo era mudar o posicionamento<br />

da marca, que era<br />

muito voltada para pintores e<br />

profissionais, com o objetivo <strong>de</strong><br />

colocá-la mais próxima do consumidor<br />

final. Este ano, a gente<br />

também fez o reposicionamento<br />

do Dr. Consulta, um case incrível<br />

que está construindo uma<br />

categoria nova. E fizemos o lançamento<br />

da Torra, uma loja do<br />

Brás que ven<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais. Foi um<br />

trabalho muito interessante,<br />

voltado para a classe C. É uma<br />

loja que está bombando, mas a<br />

marca não tinha acompanhado<br />

o negócio, não era uma marca<br />

inspiradora. Descobrimos por<br />

meio <strong>de</strong> pesquisas que as pessoas<br />

compravam lá, mas tinham<br />

vergonha <strong>de</strong> sair com a sacola<br />

<strong>de</strong>les”, conta Daniella Bianchi,<br />

diretora-geral da Interbrand.<br />

A solução para o caso, segundo<br />

a executiva, foi reposicionar<br />

a Torra como especialista no<br />

que faz e empo<strong>de</strong>rar a marca<br />

junto com a classe C. “A promessa<br />

da marca é: ‘po<strong>de</strong>r é ser<br />

quem você é’. A gente mudou<br />

toda a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, com<br />

Daniella Bianchi fala que o trabalho das<br />

consultorias hoje é muito mais complexo.<br />

Ao lado, a nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual da Torra<br />

cores virbrantes, a marca ficou<br />

linda. Não é porque é classe C<br />

que tem <strong>de</strong> ser feio. Mudamos<br />

tudo, inclusive a sacola”, diz.<br />

Daniella afirma que o trabalho<br />

das consultorias <strong>de</strong> branding<br />

se tornou muito mais<br />

complexo. “Hoje a gente tem<br />

um espectro muito maior. Trabalhamos<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> valores,<br />

cultura, gestão da marca, toda<br />

a parte <strong>de</strong> impacto ambiental<br />

e produto. A entrega hoje é<br />

mais complexa, vai muito além<br />

do <strong>de</strong>sign e é mais tailor ma<strong>de</strong><br />

para cada cliente. Antes o que<br />

era um projeto <strong>de</strong> seis meses,<br />

acaba durando dois, três anos”.<br />

Em 2012, a Interbrand foi a<br />

responsável por uma das fusões<br />

mais importantes do mercado<br />

aéreo, entre TAM e LAN,<br />

que <strong>de</strong>u origem à Latam. “Foi<br />

um trabalho muito profundo<br />

<strong>de</strong> assessment”. Neste mês, a<br />

consultoria apresenta ao mercado<br />

o aguardado ranking Best<br />

“A gente está<br />

bem orgulhoso<br />

dos trAbAlhos<br />

que temos feito<br />

ultimAmente”<br />

Global Brands. De acordo com<br />

Daniella, um dos focos da lista<br />

será mostrar as marcas que estão<br />

ousando, fazendo diferente.<br />

Segundo a executiva, é fato<br />

que cada vez mais competem<br />

com as consultorias <strong>de</strong> negócios,<br />

como Accenture e McKin-<br />

Fotos: Divulgação<br />

sey, “porque cada vez mais eles<br />

estão fazendo a parte <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

visual e nós entrando<br />

mais no negócio”, mas ao mesmo<br />

tempo há muito trabalho<br />

colaborativo. “Em muitos projetos<br />

a gente também complementa<br />

um o trabalho do outro.<br />

Temos trabalhado muito com<br />

as agências. No passado, havia<br />

um pensamento <strong>de</strong> que o nosso<br />

trabalho talvez fosse <strong>de</strong>snecessário,<br />

mas hoje as agências enten<strong>de</strong>m<br />

a importância do branding.<br />

E a gente trabalha com<br />

inúmeras agências, das gran<strong>de</strong>s<br />

às pequenas”, <strong>de</strong>staca a diretora-geral<br />

da Interbrand.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19


mArkeTing & negócios<br />

jmsilva/iStock<br />

A evolução da TV<br />

Website americano fez excelente análise<br />

sobre a evolução do espaço do meio, na<br />

contramão das apostas nos últimos anos<br />

Rafael Sampaio<br />

fonte da análise não po<strong>de</strong>ria ser mais<br />

A isenta: o website CMO.com, que é editado<br />

e suportado pela Adobe, empresa <strong>de</strong><br />

tecnologia sem conexões com nenhuma organização<br />

<strong>de</strong> mídia e que provê soluções e<br />

softwares para <strong>de</strong>sign, marketing e comunicação.<br />

Fundada em 1982, na Califórnia,<br />

hoje é uma organização global com receita<br />

anual superior a US$ 7,5 bilhões. O artigo<br />

é assinado por Todd Wasserman, autor e<br />

jornalista com mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> experiência,<br />

com foco em marketing e tecnologia,<br />

ex-editor chefe da Brandweek e contribuinte<br />

regular <strong>de</strong> locais como The New<br />

York Times e The Hollywood Reporter.<br />

Esse insuspeito analista espantou-se<br />

com o fato <strong>de</strong> que, no ano em que a previsão<br />

era <strong>de</strong> a mídia digital estar ultrapassando<br />

a TV como o meio com maior fatia no<br />

bolo publicitário americano, os sinais têm<br />

sido <strong>de</strong> que o crescimento da televisão po<strong>de</strong><br />

ser gran<strong>de</strong> o suficiente para não <strong>de</strong>ixar<br />

essa previsão se cumprir. Um <strong>de</strong>sses fatos<br />

foi o investimento das gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lojas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento no período <strong>de</strong> volta às<br />

aulas naquele mercado (julho/setembro),<br />

que cresceu 9,3% sobre o mesmo período<br />

do ano anterior. Outro fato foi a previsão <strong>de</strong><br />

um dirigente da Omnicom Media <strong>de</strong> que a<br />

TV tradicional vai crescer 5%, este ano, acima<br />

da média prevista para o mercado.<br />

Outra informação relevante citada foi<br />

uma pesquisa recente feita pela própria<br />

Adobe com mil compradores <strong>de</strong> TV dos<br />

EUA, revelando que a maioria dos profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing continua classificando<br />

a TV como superior aos formatos<br />

digitais – incluindo áudio, display, native,<br />

OOH, searching e social – na “capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> construir uma conexão emocional com<br />

as marcas”.<br />

Uma razão para a viabilida<strong>de</strong> continuada<br />

da publicida<strong>de</strong> na TV é, simplesmente,<br />

como o artigo enfatiza, que ela funciona.<br />

A Warc, para mencionar outro estudo robusto,<br />

<strong>de</strong>scobriu que, entre as 100 campanhas<br />

globais mais eficazes, uma proporção<br />

maior foi li<strong>de</strong>rada pela TV entre 2013 e 2016,<br />

acima do que ocorreu nos três anos anteriores.<br />

Depois da fase <strong>de</strong> fascínio com a mídia<br />

social, a Warc registrou mais anunciantes<br />

voltando à TV para garantir o retorno máximo<br />

<strong>de</strong> seus investimentos.<br />

Um estudo acadêmico mostrou que os<br />

consumidores prestam mais atenção à publicida<strong>de</strong><br />

na TV. Conduzida pela professora<br />

Karen Nelson-Field, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, na Austrália, a investigação usou<br />

a técnica <strong>de</strong> eye-tracking (rastreamento<br />

dos olhos) e <strong>de</strong>monstrou que a TV alcança o<br />

dobro da visualização ativa dos ví<strong>de</strong>os exibidos<br />

no YouTube e 15 vezes a visualização<br />

ativa do Facebook.<br />

A professora explicou que a taxa <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><br />

é afetada por três fatores: cobertura<br />

(a proporção da tela que o comercial<br />

cobre); confusão (o que ocorre ao redor da<br />

mensagem); e própria visibilida<strong>de</strong> (quanto<br />

do comercial está na tela em todos os<br />

momentos). “Há uma razão pela qual a<br />

maioria dos anunciantes inicia seu planejamento<br />

anual <strong>de</strong> mídia pelos cálculos das<br />

compras antecipadas da TV (que é o padrão<br />

americano). A TV ainda <strong>de</strong>tém a maior parte<br />

dos dólares aplicados em publicida<strong>de</strong><br />

e é única em sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer<br />

uma conexão emocional com os consumidores”,<br />

conforme avalia um alto executivo<br />

da Adobe.<br />

Como pontua o artigo <strong>de</strong> Wasserman,<br />

“os anunciantes mais experientes estão<br />

colocando a TV no centro das campanhas<br />

‘omnichannel’, pois se um consumidor assistir<br />

a um comercial na TV, ele também<br />

verá a mensagem em seus dispositivos digitais,<br />

reforçando seu efeito”.<br />

A conclusão final da análise é que a TV<br />

continua no centro das ações da mídia<br />

publicitária e todas as muitas inovações<br />

tecnológicas digitais e a expansão da distribuição<br />

<strong>de</strong> sua programação estão tornando<br />

a publicida<strong>de</strong> na TV cada vez mais<br />

atraente.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

22 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Digital<br />

Petrobras Distribuidora abre<br />

concorrência para conta online<br />

Contrato será <strong>de</strong> três anos e prevê serviços <strong>de</strong> planejamento e produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo na internet; interessadas terão orçamento <strong>de</strong> R$ 17,4 milhões<br />

Danúbia Paraizo<br />

A<br />

partir do ano que vem, a<br />

Petrobras Distribuidora<br />

contará com nova agência <strong>de</strong><br />

comunicação digital. Para aten<strong>de</strong>r<br />

a área, a empresa acaba <strong>de</strong><br />

abrir processo <strong>de</strong> licitação.<br />

O fornecedor vai li<strong>de</strong>rar seu<br />

planejamento estratégico e produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo na internet.<br />

O contrato <strong>de</strong> 36 meses tem<br />

orçamento <strong>de</strong> R$ 17,4 milhões<br />

para o período. O processo prevê<br />

modo <strong>de</strong> disputa fechado e<br />

por maior <strong>de</strong>sconto sobre o preço<br />

<strong>de</strong> tabela. As propostas serão<br />

recebidas até 18 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, às<br />

10h, quando serão abertos os<br />

envelopes com os documentos.<br />

Vale lembrar que BR po<strong>de</strong>rá<br />

prorrogar a data <strong>de</strong> apresentação<br />

das propostas. A lista<br />

<strong>de</strong> serviços no projeto inclui o<br />

atendimento e planejamento<br />

<strong>de</strong> comunicação digital, atualização<br />

e manutenção do portal<br />

BR, do canal <strong>de</strong> negócios, sites<br />

e hotsites, entre outros.<br />

Lí<strong>de</strong>r no mercado brasileiro<br />

<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> combustível<br />

e lubrificantes, a empresa é <strong>de</strong>tentora<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> oito mil postos,<br />

além da BR Mania, mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> franquia <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> conveniência.<br />

Divulgação/ Matheus Obst<br />

Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> postos e lojas <strong>de</strong> conveniência serão produtos que agência <strong>de</strong>ve trabalhar<br />

Você cria,<br />

a Digital faz.<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

Illustration | 3D/CGI | Retouch | Play<br />

11 3031.2829 | digitalimagens.com<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23


DIGITAL<br />

In Loco apresenta universida<strong>de</strong> com<br />

plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater proteção <strong>de</strong> dados<br />

Num mundo cada vez mais exposto, as informações <strong>de</strong> usuários viraram<br />

ativo financeiro, mas há lei e meios que conservam o anonimato do cliente<br />

Paulo Macedo<br />

Como proteger os dados pessoais<br />

dos consumidores,<br />

que hoje são tratados como ativo<br />

financeiro, foi o foco do lançamento<br />

na semana passada da<br />

In Loco University, projeto integrado<br />

à In Loco Media, do CEO<br />

André Ferraz, especializada em<br />

localização <strong>de</strong> consumidores<br />

por meio <strong>de</strong> um sistema proprietário<br />

<strong>de</strong> sensores embutidos<br />

em smartphones, mas que conserva<br />

o anonimato dos usuários<br />

<strong>de</strong> aplicativos das marcas parceiras.<br />

A apresentação contou<br />

com <strong>de</strong>bate em torno do tema<br />

Privacida<strong>de</strong> e Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />

<strong>de</strong> Dados: fatos e mitos, com<br />

a participação <strong>de</strong> Thiago Camargo<br />

Lopes, secretário <strong>de</strong> políticas<br />

digitais do Ministério da<br />

Ciência e Tecnologia, Inovações<br />

e Comunicações, do advogado<br />

Marcelo Crespo, especialista em<br />

direito digital, e <strong>de</strong> Ferraz.<br />

“Os governos entram no jogo<br />

da cyber segurança quando<br />

há problema. Gran<strong>de</strong>s empresas<br />

não vão usar dados contra<br />

clientes. Mas há condições <strong>de</strong>vido<br />

aos aspectos humanos que<br />

permitem falhas. Na In Loco, se<br />

alguém <strong>de</strong>ixa o seu computador<br />

logado, sou o primeiro a entrar<br />

e fazer uma interferência como<br />

um aviso. Usar um pen drive<br />

não pesquisado também é um<br />

risco, porque, ao espetá-lo no<br />

computador, vai fornecer dados<br />

para mal-intencionados e, consequentemente,<br />

fazer um estrago<br />

nas informações”, <strong>de</strong>stacou<br />

Ferraz.<br />

A LGPD (Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />

<strong>de</strong> Dados) é um avanço positivo,<br />

na expressão <strong>de</strong> Thiago<br />

Lopes. Porém, o representante<br />

do governo consi<strong>de</strong>ra que nos<br />

ambientes mais inovadores há<br />

mais complexida<strong>de</strong> da integração<br />

<strong>de</strong> uma agenda comum,<br />

mas vê vantagens no marco legal.<br />

“Tem ganho porque a tutela<br />

jurídica mostra que dados pessoais<br />

são um bem e po<strong>de</strong>m ser<br />

usados, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam<br />

André Ferraz, Thiago Camargo Lopes, Rodrigo Junco e Marcelo Crespo: <strong>de</strong>bate sobre privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong>ntro da lei, que cria um mo<strong>de</strong>lo<br />

mais transparente <strong>de</strong> trocas.<br />

Antes o acesso ao conhecimento<br />

era limitado. Na minha época<br />

era a Barsa. Hoje, as pessoas ce<strong>de</strong>m<br />

dados para obter conhecimento.<br />

É um avanço positivo”,<br />

argumenta o representante do<br />

governo, que vê dicotomia na<br />

conversa com clientes na forma<br />

como são usados seus dados.<br />

“Requer ética, técnica e transparência”,<br />

ele acrescentou.<br />

A aprovação no último mês<br />

<strong>de</strong> agosto da LGPD no país trouxe<br />

luz às práticas do uso <strong>de</strong> dados<br />

pessoais dos usuários da<br />

internet. Lopes, porém, é favorável<br />

a um sistema <strong>de</strong> autorregulamentação,<br />

similar ao Conar<br />

(Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária),<br />

como forma eficaz <strong>de</strong> proteção.<br />

“Não há um mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al. Para<br />

inovação, po<strong>de</strong> ser um private<br />

<strong>de</strong>sign que garanta privacida<strong>de</strong>.<br />

Com a autorregulamentação há<br />

proteção para os que contrariam<br />

os interesses dos usuários”.<br />

O jurista Marcelo Crespo repetiu<br />

a máxima <strong>de</strong> que os dados<br />

“Uma loja <strong>de</strong><br />

eletrônicos,<br />

com dados da<br />

in loco, sabe<br />

qUais e qUantos<br />

smartphones<br />

estiveram na<br />

sUa região”<br />

Divulgação<br />

são o novo petróleo, mas recomenda<br />

o entendimento do novo<br />

contexto global <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

informações. “Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monizar<br />

dados. Precisa ter motivos,<br />

requisitos autorizados,<br />

consentimento e transparência.<br />

Quando se junta isso à ética, fica<br />

mais fácil”, pon<strong>de</strong>rou.<br />

Agências e anunciantes po<strong>de</strong>m<br />

fazer uma comunicação<br />

B2B sem uso das listas dos clientes.<br />

A metodologia da localização<br />

consolida esse processo.<br />

“Uma loja <strong>de</strong> eletrônicos, com<br />

dados da In Loco, sabe quais e<br />

quantos smartphones estiveram<br />

na sua região. E sabe se o usuário<br />

comprou ou foi à loja. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que é mais do que suficiente<br />

para uma marca fazer seu<br />

trabalho e ven<strong>de</strong>r mais. Quem<br />

usa esse método na campanha<br />

não consegue ver os CPFs, mas<br />

o número final <strong>de</strong> negócios e o<br />

ROI. Não gera riscos para o usuário<br />

e aten<strong>de</strong> os anunciantes,<br />

que querem volume e impactar<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas. É o uso <strong>de</strong><br />

dados pessoais com um proxy<br />

diferente”, finaliza Ferraz.<br />

24 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


digitAl<br />

SAP quer estimular “conexão com<br />

propósito” esta semana em Barcelona<br />

SAP Customer Experience Live vai reunir profissionais das mais variadas<br />

áreas para palestras, hackathons, ativida<strong>de</strong>s imersivas e networking<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Ven<strong>de</strong>r tecnologia e inovação<br />

nunca é uma tarefa das<br />

mais simples. Por isso, alguns<br />

players do segmento costumam<br />

trabalhar em duas vias:<br />

<strong>de</strong> um lado criando produtos e<br />

soluções, do outro, fomentando<br />

o mercado com formação e<br />

informação. Com esse objetivo,<br />

entre os próximos dias 10 e<br />

11, a SAP vai realizar mais uma<br />

edição do SAP Customer Experience<br />

Live.<br />

O evento, que ocorre em Barcelona,<br />

na Espanha, <strong>de</strong>ve mostrar<br />

como as empresas têm pela<br />

frente milhares <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />

e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conectar<br />

pessoas, processos e trabalhos<br />

por meio <strong>de</strong> tecnologia.<br />

A iniciativa reúne <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

profissionais <strong>de</strong> diretoria executiva,<br />

a <strong>de</strong>senvolvedores e<br />

especialistas em marketing,<br />

comércio, vendas, serviços, TI<br />

e finanças. Do ponto <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong> quem trabalha no mercado<br />

<strong>de</strong> comunicação, o encontro<br />

serve para ressaltar <strong>de</strong> que forma<br />

todos esses recursos e ferramentas<br />

po<strong>de</strong>m potencializar<br />

as estratégias das marcas, principalmente<br />

atuando em toda a<br />

jornada do consumidor.<br />

“Os clientes querem confiar<br />

nas empresas com as quais<br />

fazem negócios e esperam que<br />

essa relação esteja conectada<br />

para muito além <strong>de</strong> uma<br />

compra pontual”, afirma Alex<br />

Divulgação<br />

Além <strong>de</strong> palestras, reuniões e hackathon, o evento contará com experiências imersivas<br />

Atzberger, presi<strong>de</strong>nte da SAP<br />

Customer Experience. “Isso significa<br />

que a oferta e a <strong>de</strong>manda<br />

precisam ser integradas e que<br />

marketing, vendas e serviços<br />

<strong>de</strong>vem estar focados no que<br />

o cliente quer, não em uma<br />

transação simplesmente. Esse é<br />

o propósito <strong>de</strong> nossa plataforma<br />

SAP C/4HANA <strong>de</strong> soluções em<br />

nuvem. Ela representa a personificação<br />

do ‘Intelligent Enterprise’,<br />

que ajuda a conectar as<br />

organizações aos seus públicos,<br />

“Os clientes<br />

querem cOnfiar<br />

nas empresas<br />

cOm as quais<br />

fazem negóciOs e<br />

esperam que essa<br />

relaçãO esteja<br />

cOnectada para<br />

muitO além <strong>de</strong> uma<br />

cOmpra pOntual”<br />

para compreen<strong>de</strong>r melhor o<br />

cenário e aten<strong>de</strong>r proativamente<br />

as suas necessida<strong>de</strong>s”, explica<br />

Atzberger.<br />

O SAP Customer Experience<br />

Live tem como tema nesta edição<br />

Connect with Purpose ou,<br />

na tradução livre Conecte-se<br />

com propósito. No evento, além<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> palestras sobre<br />

tecnologia, vendas, marketing,<br />

comunicação e negócios, <strong>de</strong><br />

maneira geral, o público po<strong>de</strong>rá<br />

interagir com algumas atrações<br />

que têm inteligência artificial<br />

<strong>de</strong>senvolvida a partir <strong>de</strong> ferramentas<br />

da SAP. Uma <strong>de</strong>las<br />

é a ativação DiscovAR SAP C/<br />

4HANA Buddy, uma experiência<br />

<strong>de</strong> gamification em realida<strong>de</strong><br />

aumentada, on<strong>de</strong> os participantes<br />

criam o próprio avatar,<br />

personalizado, e recebem <strong>de</strong>le<br />

dicas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> e conteúdo<br />

sobre tudo que está rolando no<br />

evento.<br />

Para os profissionais que<br />

querem testar e <strong>de</strong>senvolver as<br />

suas habilida<strong>de</strong>s em real time,<br />

também serão realizadas sessões<br />

<strong>de</strong> hackathon, on<strong>de</strong> será<br />

possível <strong>de</strong>senvolver cases e<br />

trabalhos diversos a partir das<br />

ferramentas SAP. Durante todo<br />

o tempo, o público também<br />

terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agendar<br />

uma consultoria <strong>de</strong> 30 minutos<br />

com especialistas da companhia,<br />

além <strong>de</strong> receber dicas <strong>de</strong><br />

soluções e aplicações estratégicas<br />

para resolver os problemas<br />

<strong>de</strong> sua companhia.<br />

Estão abertas as inscrições para o Colunistas São Paulo <strong>2018</strong>!<br />

Prepare seus melhores trabalhos e inscreva-se.<br />

E fique na torcida pelo ouro, prata e bronze.<br />

Um Colunistas muda a sua carreira para melhor.<br />

Nanny Lima: nanny@editorareferencia.com.br<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25


digital<br />

“O Waze é uma<br />

plataforma<br />

colaborativa”<br />

Divulgação<br />

Com mais <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> usuários em<br />

todo o mundo, o aplicativo <strong>de</strong> navegação<br />

<strong>de</strong> trânsito Waze, <strong>de</strong>senvolvido em Israel,<br />

completa 10 anos em <strong>2018</strong>. Adquirida pelo<br />

Google em 2013, a plataforma está em constante<br />

evolução para orientar os usuários nos <strong>de</strong>safios<br />

da mobilida<strong>de</strong> urbana. Nesta entrevista, Leandro<br />

Esposito, gerente do Waze no Brasil, revela<br />

<strong>de</strong>talhes sobre o mercado brasileiro, que está<br />

entre os cinco maiores do mundo. O executivo<br />

também fala sobre publicida<strong>de</strong> e melhorias da<br />

plataforma, que conta com a ajuda dos usuários,<br />

e do Waze Carpool, novo aplicativo da companhia<br />

que conecta passageiros e motoristas com<br />

caminhos similares em um serviço <strong>de</strong> caronas.<br />

Leandro Esposito, do Waze Brasil, revela <strong>de</strong>talhes do aplicativo <strong>de</strong> caronas<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

MercadO brasileirO<br />

O Brasil é o maior mercado<br />

do Waze na América Latina e<br />

está entre os cinco maiores do<br />

mundo. O mercado brasileiro<br />

é muito relevante para o Waze<br />

em termos <strong>de</strong> negócios e volume<br />

<strong>de</strong> usuários. Isso é muito<br />

importante, pois faz com que<br />

a gente, cada vez mais, corra<br />

atrás <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver funcionalida<strong>de</strong>s<br />

e melhore a aplicação<br />

para os brasileiros. Um exemplo<br />

disso é quando você vai pegar<br />

a estrada e o Waze te envia<br />

um lembrete dizendo que você<br />

precisa acen<strong>de</strong>r os faróis, que<br />

é uma legislação brasileira que<br />

pe<strong>de</strong> que você faça isso. Então,<br />

este é o tipo <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>senvolvemos para melhor<br />

aten<strong>de</strong>r os consumidores.<br />

evOluçãO<br />

O Waze é uma plataforma<br />

colaborativa. Sua essência são<br />

os usuários e a comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> editores <strong>de</strong> mapas, que são<br />

voluntários que se <strong>de</strong>dicam a<br />

melhorar nosso conteúdo. Então,<br />

eles são a espinha dorsal<br />

da plataforma. O aplicativo, as<br />

informações e os nossos mapas<br />

melhoraram muito nesse período.<br />

Quanto mais as pessoas<br />

colaboram, melhor fica a experiência<br />

para todo mundo. Estamos<br />

constantemente <strong>de</strong>senvolvendo<br />

o aplicativo.<br />

Waze X Publicida<strong>de</strong><br />

Temos uma ótima relação<br />

com o mercado publicitário,<br />

pois a nossa proposta <strong>de</strong> valor<br />

foi muito bem absorvida. Estamos<br />

o tempo inteiro com o<br />

usuário, seja quando ele está<br />

indo para os lugares do seu dia<br />

a dia, ou nos momentos que antece<strong>de</strong>m<br />

o consumo. Então, as<br />

marcas que enten<strong>de</strong>m e enxergam<br />

valor neste momento para<br />

a sua comunicação possuem algumas<br />

vantagens. Por exemplo,<br />

você po<strong>de</strong> marcar seus pontos<br />

<strong>de</strong> venda <strong>de</strong>ntro do mapa e fazer<br />

com que os usuários sabiam<br />

on<strong>de</strong> estão esses lugares e se<br />

você possui alguma coisa para<br />

falar. As marcas que realizam<br />

isso, em média, aumentam em<br />

40% o volume <strong>de</strong> navegação<br />

nos seus pontos. São resultados<br />

expressivos e, para você ter<br />

uma i<strong>de</strong>ia, a cada segundo levamos<br />

dois consumidores para<br />

um estabelecimento varejista.<br />

serviçO <strong>de</strong> carOnas<br />

O Waze Carpool é uma plataforma<br />

on<strong>de</strong> você consegue<br />

compartilhar o seu trajeto <strong>de</strong><br />

“Temos uma<br />

óTima relação<br />

com o mercado<br />

publiciTário”<br />

casa para o trabalho com outra<br />

pessoa. Ele é um outro aplicativo.<br />

Então, você vai baixar<br />

essa outra função, colocar seus<br />

dados e dividir o seu trajeto<br />

com outras pessoas que também<br />

precisam ir para aquele<br />

local. Quem pega a carona ajuda<br />

nos custos da viagem e, com<br />

isso, as duas pessoas fazem um<br />

trajeto mais divertido e, assim,<br />

diminuem um pouco o trânsito.<br />

Junto com o Carpool lançamos<br />

o movimento Move the City.<br />

O problema da mobilida<strong>de</strong> urbana<br />

não será resolvido por<br />

nós, não temos essa pretensão,<br />

mas é um problema <strong>de</strong> todos.<br />

A Petrobras Distribuidora é a<br />

nossa patrocinadora oficial neste<br />

movimento. Antes do lançamento<br />

realizamos uma versão<br />

beta e mais <strong>de</strong> 60 empresas<br />

participaram <strong>de</strong>ste teste e começaram<br />

a oferecer e fomentar<br />

caronas <strong>de</strong>ntro das suas empresas.<br />

Então, antes do lançamento,<br />

já tínhamos dado a volta ao<br />

mundo em caronas. Mais <strong>de</strong> 40<br />

mil quilômetros já tinham sido<br />

rodados usando o Carpool no<br />

Brasil.<br />

cOncOrrência<br />

Nosso objetivo é muito diferente<br />

<strong>de</strong> outros aplicativos<br />

<strong>de</strong> transporte. Nós somos totalmente<br />

focados em caronas,<br />

então, esperamos que os nossos<br />

usuários <strong>de</strong> Waze compartilhem<br />

o momento e o assento<br />

vazio no carro. Atualmente no<br />

nosso aplicativo você só po<strong>de</strong><br />

dar duas caronas ao dia, que seria,<br />

por exemplo, a ida e a volta<br />

<strong>de</strong> casa para o trabalho.<br />

PróXiMas ações<br />

Estamos muito focados em<br />

acelerar o lançamento do Carpool.<br />

Estreamos uma campanha<br />

gran<strong>de</strong> falando sobre isso e<br />

temos uma série <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s.<br />

O Brasil é foco e um mercado<br />

muito relevante para o Waze,<br />

então, temos algumas coisas.<br />

Teremos em novembro um<br />

evento para o mercado, on<strong>de</strong><br />

vamos falar qual a nossa visão<br />

para 2019. Então, em breve,<br />

teremos muita coisa legal para<br />

compartilhar.<br />

26 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


digital<br />

Vivo lança pacto para <strong>de</strong>bater<br />

internet com socieda<strong>de</strong> e governos<br />

Documento discute <strong>de</strong>mocratização ao acesso digital, privacida<strong>de</strong><br />

e segurança; Eduardo Navarro, CEO da companhia, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> proposta<br />

Danúbia Paraizo<br />

A<br />

internet no Brasil está disponível<br />

comercialmente<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995, mas <strong>de</strong>morou quase<br />

duas décadas para que uma<br />

legislação específica para regulamentar<br />

seu uso fosse criada.<br />

O Marco Civil da Internet,<br />

em 2014, foi <strong>de</strong> fato um marco<br />

histórico para a socieda<strong>de</strong>, que<br />

passou a ter orientações mais<br />

claras sobre segurança <strong>de</strong> dados,<br />

privacida<strong>de</strong> e outros assuntos<br />

ligados à conectivida<strong>de</strong>.<br />

Mais recentemente, com a<br />

aprovação da Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />

<strong>de</strong> Dados, em agosto <strong>de</strong>ste<br />

ano, um novo e importante<br />

passo foi dado no sentido <strong>de</strong><br />

responsabilizar as empresas<br />

pelo cuidado com o armazenamento<br />

<strong>de</strong> informações pessoais<br />

<strong>de</strong> seus consumidores. Mas<br />

o assunto está longe <strong>de</strong> ter se<br />

esgotado. Como forma <strong>de</strong> ampliar<br />

o <strong>de</strong>bate sobre a <strong>de</strong>mocratização<br />

do acesso à internet no<br />

Brasil, bem como os <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais conectada,<br />

a Vivo apresentou na semana<br />

passada, em São Paulo, o<br />

“Manifesto por um novo pacto<br />

digital”.<br />

O documento consi<strong>de</strong>ra cinco<br />

princípios: digitalização;<br />

inclusão digital; educação; segurança<br />

e privacida<strong>de</strong>; e mo<strong>de</strong>rnização<br />

<strong>de</strong> leis & políticas<br />

públicas. O evento <strong>de</strong> lançamento<br />

contou com <strong>de</strong>bate que<br />

teve a presença do advogado<br />

Ronaldo Lemos, do Instituto <strong>de</strong><br />

Tecnologia e Socieda<strong>de</strong> do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro; Martha Gabriel, especialista<br />

em assuntos digitais<br />

e palestrante; Christian Gebara,<br />

chief operating officer da Telefônica<br />

Brasil; e o jornalista Pedro<br />

Doria, colunista dos jornais<br />

O Globo e O Estado <strong>de</strong> S.Paulo e<br />

da rádio CBN.<br />

Navarro, que li<strong>de</strong>rou a elaboração do pacto digital: esse assunto foi muito pouco discutido quando a gente olha os programas <strong>de</strong> governo<br />

Política Pública<br />

Segundo Eduardo Navarro,<br />

presi<strong>de</strong>nte e CEO da Telefônica<br />

Brasil, <strong>de</strong>tentora da Vivo, o objetivo<br />

principal é trazer o assunto<br />

para agenda pública, sendo<br />

um convite para que governo,<br />

empresas e socieda<strong>de</strong> discutam<br />

os temas. Num futuro próximo,<br />

a i<strong>de</strong>ia é po<strong>de</strong>r ampliar o tema<br />

para empo<strong>de</strong>rar as pessoas e<br />

também criar novos mecanismos<br />

para a responsabilização<br />

das empresas quanto à gestão<br />

dos dados dos clientes.<br />

“Nós, como setor, tivemos<br />

encontros com algumas das<br />

candidaturas presi<strong>de</strong>nciais.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> mensagem é muito<br />

relevante, mereceria mais<br />

atenção. Infelizmente, a gente<br />

tem a constatação que esse assunto<br />

foi muito pouco discutido.<br />

Quando a gente olha os programas<br />

<strong>de</strong> governo, tem uma<br />

pincelada aqui e ali, mas a percepção<br />

<strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong><br />

digital e que o Brasil precisa se<br />

inserir a isso, infelizmente, não<br />

foi e nem faz parte das agendas<br />

públicas dos candidatos”, avaliou<br />

o executivo durante coletiva<br />

<strong>de</strong> imprensa.<br />

“A percepção<br />

<strong>de</strong> umA novA<br />

reAlidA<strong>de</strong> digitAl,<br />

infelizmente,<br />

não foi e nem<br />

fAz pArte dAs<br />

AgendAs públicAs”<br />

Divulgação<br />

Para Navarro, a expectativa<br />

é que, após a eleição, a digitalização<br />

do país e seus impactos<br />

tome mais relevância. “Uma<br />

vez conhecido o vencedor, é<br />

interesse do setor procurar o<br />

candidato eleito e sua equipe<br />

e salientar a importância <strong>de</strong>sse<br />

<strong>de</strong>bate não para a empresa A, B<br />

ou C, mas para a socieda<strong>de</strong>”.<br />

Camila Tapias, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> assuntos corporativos<br />

da Telefônica Brasil, completou<br />

a fala <strong>de</strong> Navarro, salientando<br />

que a temática não <strong>de</strong>veria ser<br />

uma questão <strong>de</strong> Estado, mas<br />

<strong>de</strong> governo, <strong>de</strong> política pública.<br />

“Os governos mudam, a situação<br />

econômica também. A gente<br />

viu com a Lei Geral <strong>de</strong> Telecomunicações<br />

que o projeto <strong>de</strong><br />

lei foi criado em um governo, e<br />

no seguinte, ele não foi <strong>de</strong>ixado<br />

<strong>de</strong> lado. A gente chama nosso<br />

projeto <strong>de</strong> pacto para que todo<br />

mundo entenda a sua importância,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />

quem esteja no po<strong>de</strong>r”.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27


DIGITAL<br />

Sanofi inaugura plataforma <strong>de</strong><br />

AR da Teads com Dorflex e Allegra<br />

A i<strong>de</strong>ia é que a nova tecnologia proporcione maior engajamento da<br />

publicida<strong>de</strong> das marcas nos targets em ambiente nativo <strong>de</strong> conteúdo<br />

Teads, plataforma global<br />

A <strong>de</strong> mídia, anuncia o lançamento<br />

do formato <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />

aumentada, que passa a integrar<br />

seu portfólio <strong>de</strong> produtos.<br />

Pela primeira vez no Brasil,<br />

as marcas po<strong>de</strong>rão fazer inserção<br />

<strong>de</strong> anúncios interativos <strong>de</strong><br />

realida<strong>de</strong> aumentada em ambiente<br />

nativo <strong>de</strong> conteúdo. O<br />

primeiro anunciante a experimentar<br />

essa nova tecnologia<br />

com exclusivida<strong>de</strong> é a farmacêutica<br />

Sanofi, com as marcas<br />

Dorflex e Allegra. Ambas buscam<br />

um maior engajamento<br />

junto aos seus targets, através<br />

<strong>de</strong> uma forma inovadora <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong> marca.<br />

“O nosso expertise em realida<strong>de</strong><br />

aumentada busca oferecer<br />

uma maior interação com as<br />

marcas por meio <strong>de</strong> uma expe-<br />

IAB <strong>de</strong>bate content marketing no<br />

processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca<br />

Painelistas, como Giovanni Rivetti, vão abordar como as agências<br />

estão operando em um ecossistema mais complexo e integrado<br />

IAB promove no próximo<br />

O dia 17 evento sobre bran<strong>de</strong>d<br />

content, em São Paulo.<br />

Estão confirmados nomes como<br />

Bia Granja, CCO da YouPix;<br />

Giuliano Dall Orto, do Grupo<br />

Globo; Gabriela Hunnicutt,<br />

CEO da Bold; e Giovanni Rivetti,<br />

da New Content e presi<strong>de</strong>nte<br />

do comitê <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />

do IAB Brasil.<br />

“Do ponto <strong>de</strong> vista funcional, o<br />

ecossistema digital trouxe a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> as marcas se relacionarem<br />

diretamente com suas<br />

audiências, po<strong>de</strong>ndo distribuir,<br />

medir e impactar, sem intermediários,<br />

seus clientes e prospects.<br />

Sob uma perspectiva estratégica,<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ocupação<br />

<strong>de</strong>ste inventário - próprio<br />

Divulgação<br />

Théo Lima: “Interação das marcas por meio <strong>de</strong> uma experiência imersiva e inovadora”<br />

Divulgação<br />

CEO da New Content, Giovanni Rivetti afirma que “bran<strong>de</strong>d content é branding ao vivo”<br />

riência imersiva e totalmente<br />

inovadora”, afirma Théo Lima,<br />

diretor-comercial da Teads Brasil.<br />

“O reforço dos atributos <strong>de</strong><br />

produto que esse formato proporciona<br />

é a garantia <strong>de</strong> valor<br />

agregado ao usuário”, complementa<br />

o executivo.<br />

A Sanofi inaugura esse produto<br />

da Teads e se junta às<br />

marcas que já exploram os produtos<br />

<strong>de</strong> mídia no ambiente<br />

digital, entre os quais Unilever,<br />

Procter & Gamble, Coty, General<br />

Motors/Chevrolet, Fiat,<br />

Samsung, Nike, McDonald’s,<br />

Visa e Mastercard. Entre os publishers<br />

que reverberam seus<br />

conteúdos comerciais estão<br />

Grupo Globo, Editora Abril, O<br />

Estado <strong>de</strong> S.Paulo, a plataforma<br />

Webedia, The Economist e a<br />

agência Reuters.<br />

e/ou cooperado - vai no sentido<br />

<strong>de</strong> construir uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

digital alinhada e propulsora <strong>de</strong><br />

uma reputação coerente com os<br />

fundamentos <strong>de</strong> branding e linguagem”,<br />

explica Rivetti.<br />

“Costumamos dizer que<br />

bran<strong>de</strong>d content é branding ao<br />

vivo. A disciplina existe a partir<br />

<strong>de</strong> uma proposição <strong>de</strong> valor da<br />

marca e <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> expressão<br />

e linguagem pre<strong>de</strong>finidos.<br />

Cabe a uma boa estratégia<br />

<strong>de</strong> conteúdo, ser capaz <strong>de</strong> traduzir<br />

essa documentação em<br />

narrativas relevantes para os<br />

usuários, respeitando seus <strong>de</strong>sejos,<br />

momentos e necessida<strong>de</strong>s<br />

ao longo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> relacionamento<br />

comercial (funil <strong>de</strong><br />

compra e retenção)”, finaliza.<br />

28 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


eyonD the line<br />

tiago melo/iStock<br />

Day after<br />

Muita gente teve amiza<strong>de</strong>s revistas<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> embates pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Escrevo este artigo quase uma semana<br />

antes do primeiro turno das eleições.<br />

Portanto, ainda não tenho i<strong>de</strong>ia do resultado.<br />

Mas, você já <strong>de</strong>verá estar vivendo o<br />

day after e, provavelmente, já saberá quem<br />

passou para o segundo turno. Então peço<br />

que interprete este artigo como uma análise<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto ainda <strong>de</strong> expectativa.<br />

Vamos lá!<br />

Antes <strong>de</strong> mais nada, é preciso enaltecer<br />

mais uma “festa da <strong>de</strong>mocracia”, como<br />

tão bem ressaltaram Armando Ferrentini,<br />

no editorial da edição anterior do PROP-<br />

MARK, e Glaucio Bin<strong>de</strong>r, presi<strong>de</strong>nte da<br />

Fenapro, em artigo n’O Globo (coinci<strong>de</strong>ntemente,<br />

ambos <strong>de</strong>ram o mesmo título<br />

aos seus artigos). Não importa o clima <strong>de</strong><br />

FlaFlu, Corinthians x Palmeiras, GreNal,<br />

BaVi que se instalou no país, com “torcedores”<br />

nem sempre educados e comedidos<br />

em suas manifestações.<br />

Muita gente teve amiza<strong>de</strong>s revistas <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> embates pelas re<strong>de</strong>s sociais, com<br />

<strong>de</strong>fesas acaloradas, polarizadas entre dois<br />

extremos. Po<strong>de</strong>mos até nos incomodar,<br />

mas é melhor que seja assim, preservando<br />

a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão que nos é tão cara,<br />

do que o estabelecimento <strong>de</strong> qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> censura. É um processo <strong>de</strong> amadurecimento<br />

da nossa jovem <strong>de</strong>mocracia.<br />

Quanto à comunicação dos candidatos,<br />

é mais fácil analisar <strong>de</strong> fora, principalmente<br />

<strong>de</strong>pois que aparecem os resultados.<br />

Com base na última pesquisa, o primeiro<br />

ponto que levanto é: a aposta com<br />

todas as fichas no horário eleitoral – baseado<br />

no rádio e na TV –, feita pela equipe <strong>de</strong><br />

Alckmin, aparentemente não funcionou.<br />

Mesmo porque, como sabemos, não basta<br />

ter uma megaprogramação <strong>de</strong> mídia se<br />

o conteúdo não for o melhor. Aliás, acho<br />

que a questão vem ainda antes do conteúdo<br />

veiculado.<br />

Antes <strong>de</strong> se iniciar a campanha, é preciso<br />

ter um posicionamento forte, claro<br />

e inequívoco. O que aconteceu com esse<br />

candidato é que, para se obter o megaespaço<br />

na mídia, ele foi obrigado a colar na<br />

sua imagem a <strong>de</strong> políticos oportunistas,<br />

fisiologistas do conhecido Centrão.<br />

Imagino que tenha sido uma <strong>de</strong>cisão<br />

difícil, pragmática, mas que acabou con-<br />

taminando a imagem <strong>de</strong> político sério que<br />

Alckmin sempre carregou. É o que sempre<br />

dizemos por aqui: <strong>de</strong> nada adianta apregoar<br />

uma certa imagem para fora, se ela<br />

não estiver consolidada por <strong>de</strong>ntro. Nunca<br />

as pessoas tiveram acesso a tanta informação,<br />

mesmo sendo ela manipulável<br />

pelas famigeradas fake news.<br />

Então, por mais competentes que sejam<br />

as mensagens publicitárias, elas não atingem<br />

seus objetivos se não estiverem consolidadas<br />

pela autenticida<strong>de</strong>. Por outro<br />

lado, o fenômeno mais surpreen<strong>de</strong>nte foi<br />

o do candidato que li<strong>de</strong>rava com folga a<br />

corrida presi<strong>de</strong>ncial no momento em que<br />

eu escrevia este artigo.<br />

Um político inexpressivo, notabilizado<br />

unicamente por suas bravatas e posições<br />

radicais, consegue conquistar a maioria<br />

<strong>de</strong> eleitores cansados <strong>de</strong> falsas promessas<br />

e <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong>sonestos por parte<br />

daqueles que estiveram no po<strong>de</strong>r até<br />

então.<br />

Numa flagrante vitória do boca a boca e<br />

das re<strong>de</strong>s sociais, Bolsonaro se consolidou<br />

na ponta e, se não tiver acontecido um fato<br />

novo e muito impactante, terá passado<br />

em primeiro lugar para o segundo turno.<br />

O que mais surpreen<strong>de</strong> é a figura <strong>de</strong><br />

Messias que esse candidato consolidou,<br />

tornando seus simpatizantes seguidores<br />

fiéis e combativos, surdos a qualquer argumento<br />

contrário às suas posições. E, no<br />

outro extremo, consolidou-se (pelo menos<br />

era a situação que se tinha no momento<br />

em que escrevo este artigo) uma figura<br />

opositora, também surpreen<strong>de</strong>nte por ser<br />

apenas um “representante” do carisma<br />

resistente <strong>de</strong> Lula.<br />

Fico imaginando a dificulda<strong>de</strong> dos<br />

marqueteiros em interpretar esses dois<br />

fenômenos. Analisar <strong>de</strong>pois do fato consumado<br />

– repito – é fácil, mas como estarão<br />

os estrategistas que recomendaram<br />

Alckmin a tapar o nariz e efetivar uma<br />

coligação questionável, mas importante<br />

para se obter o maior tempo <strong>de</strong> exposição<br />

no horário eleitoral?<br />

Po<strong>de</strong>mos concluir pela queda <strong>de</strong> importância<br />

da mídia tradicional, em comparação<br />

àquela multiplicada pelas re<strong>de</strong>s<br />

sociais e pelo boca a boca? Isso só o day<br />

after po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29


PrêmiOs<br />

ABP revela finalistas do Destaque<br />

Profissional <strong>de</strong> Comunicação<br />

Entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidiu reduzir o número <strong>de</strong> categorias, passando <strong>de</strong> 20 para<br />

oito; entrega aos vencedores será no próximo 22, no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Fotos: Divulgação<br />

Rodolfo Medina, indicado ao Destaque da ABP Paulo Ilha, um dos indicados à premiação Guilherme Jahara, que concorre com outros dois<br />

Claudia Penteado<br />

ABP (Associação Brasileira <strong>de</strong> Propaganda)<br />

revelou os 24 finalistas (veja<br />

A<br />

tabela abaixo) do seu prêmio Destaque Profissional<br />

<strong>de</strong> Comunicação <strong>2018</strong>, realizado<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1979. As categorias foram reduzidas<br />

<strong>de</strong> 20 para oito, <strong>de</strong>cisão que mostra, segundo<br />

o presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>, Dudu Lopes,<br />

que hoje “várias áreas do mercado traba-<br />

lham integradas, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma total separação”. Os três nomes mais<br />

votados em cada uma das categorias foram<br />

indicados pelos associados e pela diretoria<br />

da entida<strong>de</strong>.<br />

Já a votação dos finalistas teve início na<br />

última terça-feira (2), pelo link festivalabp.<br />

com.br, e terminará no próximo dia 18.<br />

Os vencedores do Prêmio Destaque serão<br />

revelados durante o Festival da ABP, que<br />

volta a ser realizado no Rio <strong>de</strong> Janeiro, após<br />

quatro anos, e foi marcado para o próximo<br />

dia 22, na Casa <strong>de</strong> Cultura Laura Alvin, em<br />

Ipanema, com patrocínio máster da Re<strong>de</strong><br />

Globo.<br />

O troféu será o mesmo do ano passado,<br />

criado pelo <strong>de</strong>signer Ricardo Saint-Clair<br />

para marcar os 80 anos da ABP. Já os troféus<br />

do Festival da ABP foram <strong>de</strong>senhados<br />

por Marcelo Giannini.<br />

Os DestAques<br />

CAtegOriAs<br />

inDiCADOs<br />

exeCutivO Ou Dirigente De AgênCiA Álvaro Rodrigues (Fullpack) Marcio Borges (WMcCann) Rodolfo Medina (Artplan)<br />

CriAçãO Guilherme Jahara (F/biz) Laura Florence (More Girls) Rafael Pitanguy (Y&R)<br />

AtenDimentO Ana Paula Sanchez (Artplan) Alexandra Junqueira (Flagcx) Fernanda Galuzzi (Ana Couto)<br />

PlAnejAmentO Fernando Diniz (DPZ&T) Leonardo Brossa (Quintal) Yugo Motta (Artplan)<br />

míDiA Eduardo Sumi (Flagcx) Fátima Ren<strong>de</strong>iro (Propeg) Paulo Ilha (DPZ&T)<br />

PrODuçãO Andrea Metzker (NBS) Fabricio Cannavezes (Pixel) Juliana Lutterbach (WMcCann)<br />

veíCulO André Vinícius (UOL) João Carnevale (TV Globo) Roberto Oliveira (Elemidia)<br />

mArketing Ana Paula Castello Branco (TIM) Igor Puga (Santan<strong>de</strong>r) Leandro Claro (Youse)<br />

30 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


prêmIos<br />

Brasil tem um único pencil no<br />

D&AD Impact Awards <strong>de</strong>ste ano<br />

O case Boné Alerta<br />

faturou o Wood Pencil<br />

e foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

pela GTB Brasil para<br />

a Ford Caminhões<br />

organização<br />

do festival<br />

distribuiu um<br />

total <strong>de</strong> 76<br />

d&ad impact<br />

pencils para<br />

diveros<br />

cases<br />

Um case brasileiro está entre os vencedores<br />

do D&AD Impact Awards <strong>2018</strong>.<br />

Os vencedores foram anunciados na semana<br />

passada.<br />

O prêmio celebra i<strong>de</strong>ias que mudam o<br />

mundo e provocam um impacto social no<br />

planeta, auxiliando para um futuro sustentável.<br />

A organização do festival distribuiu um<br />

total <strong>de</strong> 76 D&AD Impact Pencils para diversos<br />

cases. Entre eles, o brasileiro Boné<br />

Alerta, que faturou um Wood Pencil e foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido pela GTB Brasil para a Ford<br />

Caminhões.<br />

Foi o único prêmio para o país. Dois Black<br />

Pencils – o gran<strong>de</strong> prêmio da noite – foram<br />

entregues. Um <strong>de</strong>les para o Carrefour<br />

e seu case Black Supermarket, criado pela<br />

Marcel <strong>de</strong> Paris.<br />

Uma campanha que<br />

foi, literalmente, contra<br />

a lei.<br />

Basicamente, a ação<br />

promoveu uma unida<strong>de</strong><br />

do Carrefour que comercializou<br />

sementes<br />

consi<strong>de</strong>radas ilegais.<br />

O motivo: não integravam<br />

o catálogo <strong>de</strong><br />

“espécies autorizadas”<br />

da União Europeia. Depois<br />

da campanha, a lei<br />

foi alterada.<br />

O outro Black Pencil<br />

foi para a Host/Havas.<br />

O case feito para o Palau Legacy Project<br />

visou reduzir os danos ecológicos causados<br />

pelo gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> turistas que chegam<br />

à ilha <strong>de</strong> Palau. Como?<br />

Os visitantes agora são obrigados a fazerem<br />

uma espécie <strong>de</strong> juramento ambiental<br />

carimbado em seus passaportes.<br />

No texto, eles prometem zelar pelo local.<br />

Toda a comunicação foi feita para os turistas<br />

<strong>de</strong> forma integrada.<br />

A i<strong>de</strong>ia, vale lembrar, já havia levado o<br />

Titanium no Cannes Lions <strong>2018</strong>.<br />

Além disso, oito White Pencils, 17 Graphite<br />

Pencils e 49 Wood Pencils foram distribuídos.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar ainda que uma das<br />

juradas foi Gal Barradas, brasileira ex-CEO<br />

da BETC Brasil.<br />

Bonés da Ford Caminhões: case, criado pela GTB, que conquistou o Wood Pencil<br />

O NOVO PAPEL DO MARKETING NA ERA DO PROPÓSITO<br />

Muito além da oferta <strong>de</strong> produtos e serviços para transformar os negócios e a socieda<strong>de</strong>.<br />

<strong>de</strong> <strong>outubro</strong><br />

Teatro da Unibes Cultural<br />

Rua Oscar Freire, 2.500 (São Paulo, SP)<br />

8h às 13h<br />

As marcas estão enfrentando o maior <strong>de</strong> todos<br />

os <strong>de</strong>safios ante a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem cada vez<br />

mais atuantes, proporcionando as ferramentas<br />

<strong>de</strong> transformação. O ABA Summit <strong>2018</strong> tem como<br />

objetivo trazer à tona o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> como os profissionais<br />

da área terão que trabalhar para lidar com a economia<br />

criativa e pontos como diversida<strong>de</strong> e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Confira a programação completa em aba.com.br<br />

Inscrições pelo e-mail: eventos@aba.com.br<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31


prêMioS<br />

Mercado celebra Marketing<br />

Citizen concedido a<br />

Sandra Martinelli, da ABA<br />

Profissionais como Gabriela Onofre, Marco Fra<strong>de</strong>, Fernando Guntovitch<br />

e Silvana Balbo <strong>de</strong>stacam a importância da escolha feita pela Abramark<br />

entrega do Prêmio Marketing Citizen<br />

A a Sandra Martinelli será em maio <strong>de</strong><br />

2019, na festa dos vencedores da 42ª edição<br />

da competição Marketing Best, mas profissionais<br />

do mercado já celebram a indicação<br />

unânime da presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />

(Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes) feita<br />

pelos integrantes da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />

Brasileira <strong>de</strong> Marketing).<br />

“É um reconhecimento merecido <strong>de</strong> uma<br />

carreira <strong>de</strong> sucesso, e <strong>de</strong> todas as contribuições<br />

que Sandra fez para tornar a ABA<br />

mais forte e gran<strong>de</strong> voz dos anunciantes no<br />

Brasil. Seguramente ter nossa presi<strong>de</strong>nte-<br />

-executiva reconhecida é um sinal <strong>de</strong> que<br />

realmente estamos transformando o mercado<br />

e o marketing para melhor”, justifica<br />

Gabriela Onofre, diretora <strong>de</strong> marketing global/América<br />

Latina da Johnson & Johnson.<br />

“A The Group tem tido uma parceria histórica<br />

com a ABA e essa proximida<strong>de</strong> com a<br />

Sandra é inspiradora para a agência. Durante<br />

um ano tivemos essa oportunida<strong>de</strong> ao<br />

fazermos nossas reuniões estratégica em<br />

uma sala com o naming right da agência”,<br />

reconhece Fernando Guntovitch.<br />

Há quatro anos na ABA, após uma carreira<br />

consolidada em agências e anunciantes,<br />

Sandra reorganizou a estrutura da entida<strong>de</strong><br />

e o resultado é a construção <strong>de</strong> uma reputação<br />

consistente.<br />

“À frente da ABA e com um trabalho muito<br />

bem conduzido em parceria com João<br />

Branco e todos os integrantes da entida<strong>de</strong>,<br />

Sandra tem encabeçado e proposto <strong>de</strong>bates<br />

sobre os temas mais relevantes para o segmento<br />

e profissionais da área <strong>de</strong> marketing<br />

do Brasil. Este merecido reconhecimento<br />

vem em um momento <strong>de</strong> profundas mudanças,<br />

em que novas ferramentas, canais<br />

e perfis profissionais estão surgindo. Um<br />

marketing que busca o equilíbrio entre a<br />

criativida<strong>de</strong> e a razão, entre a estética e o<br />

propósito, entre a subjetivida<strong>de</strong> e os dados.<br />

Sandra representa atualmente este dinamismo,<br />

esta busca por equilíbrio e, certamente,<br />

é uma das executivas que melhor<br />

representam esta transformação. A indicação<br />

<strong>de</strong> Sandra não apenas reconhece esta<br />

ótima fase da associação, mas a posiciona<br />

como a entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência na formação<br />

dos profissionais <strong>de</strong> marketing, li<strong>de</strong>rança<br />

nas questões regulatórias e nas discussões<br />

que colocam a nossa área como protagonista<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s transformações nas empresas<br />

e na socieda<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>staca a executiva Silvana<br />

Balbo, diretora <strong>de</strong> marketing do Carrefour<br />

e diretora da ABA.<br />

Na opinião <strong>de</strong> Marco Fra<strong>de</strong>, head media,<br />

digital e PR da LG e presi<strong>de</strong>nte do Comitê<br />

<strong>de</strong> Mídia da ABA, a <strong>de</strong>cisão da Abramark<br />

confere um caráter <strong>de</strong> meritocracia para<br />

esse reconhecimento a Sandra Martinelli.<br />

“O trabalho incansável e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> elevada<br />

que a presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />

vem <strong>de</strong>sempenhando nos últimos anos tem<br />

sido fundamental para fomentar a relevância<br />

<strong>de</strong>ssa entida<strong>de</strong> no mercado brasileiro.<br />

Agilida<strong>de</strong>, perspicácia, senso <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

e eficácia na aplicação dos princípios<br />

que regem a entida<strong>de</strong> são exercidos pela<br />

Sandra Martinelli com uma personalida<strong>de</strong><br />

muito própria, que cativa, engaja e insere<br />

os dirigentes <strong>de</strong> diferentes empresas anunciantes.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma atuação <strong>de</strong>licada,<br />

uma vez que essa posição na ABA exige habilida<strong>de</strong>s<br />

específicas para alinhar diferentes<br />

interesses <strong>de</strong>sses anunciantes em prol<br />

<strong>de</strong> um mercado mais ético, transparente,<br />

que preserve o marketing como ativida<strong>de</strong><br />

profissionalizada. Sandra é a pessoa i<strong>de</strong>al<br />

no cargo. Ela representa a melhor visão da<br />

ABA nos últimos anos e estabelece uma visão<br />

<strong>de</strong> futuro com o norte a<strong>de</strong>quado”, diz.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Silvana Balbo comanda a área <strong>de</strong> marketing do Carrefour Marco Fra<strong>de</strong> é head <strong>de</strong> mídia, digital e PR da marca LG Gabriela Onofre é diretora <strong>de</strong> marketing global da J&J<br />

32 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


opinião<br />

gradyreese/iStock<br />

Mulheres plurais:<br />

nós fazemos!<br />

Mara Maehara<br />

Durante minha infância, <strong>de</strong>cidi que<br />

apren<strong>de</strong>ria as tarefas <strong>de</strong> um borracheiro<br />

para ajudar meu pai e meu irmão na<br />

oficina mecânica da nossa família. Lavei<br />

carburador, troquei pneus e era escolhida<br />

pelos clientes para realizar os serviços em<br />

seus veículos. Eu me orgulhava daquilo e<br />

não me sentia <strong>de</strong>slocada por realizar uma<br />

tarefa que não era esperado que uma mulher<br />

realizasse. Cresci com a mentalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que não existe distinção <strong>de</strong> gênero<br />

quando o assunto é trabalho. Não importa<br />

quem faça, uma tarefa <strong>de</strong>ve ser realizada<br />

com qualida<strong>de</strong>! Com esse pensamento, ingressei<br />

na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Sistemas<br />

e em seguida no mercado <strong>de</strong> tecnologia,<br />

on<strong>de</strong> logo percebi a pequena presença<br />

<strong>de</strong> mulheres.<br />

Há quem acredite que tecnologia é “coisa<br />

<strong>de</strong> homem”, mas uma breve<br />

análise histórica revela que a<br />

evolução tecnológica é marcada<br />

pela presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

figuras femininas. Ada Lovelace,<br />

em 1843, criou a primeira<br />

linguagem <strong>de</strong> algoritmos,<br />

muito antes <strong>de</strong> existirem máquinas<br />

para interpretá-los;<br />

mais à frente, Grace Hopper,<br />

entre 1940 e 1950, assumiu o<br />

cargo <strong>de</strong> almirante da Marinha<br />

dos EUA – até então nunca<br />

preenchido por uma mulher – e foi uma das<br />

criadoras do Cobol, linguagem <strong>de</strong> programação<br />

para bancos <strong>de</strong> dados comerciais.<br />

Não menos importante, Margaret Hamilton,<br />

em 1969, foi a gran<strong>de</strong> responsável pelo<br />

sucesso da operação Apollo 11, da Nasa, e<br />

criadora do termo “engenharia <strong>de</strong> software”.<br />

No Brasil, em 1974, o curso <strong>de</strong> bacharelado<br />

em ciência da computação da USP era<br />

composto, em quase toda sua totalida<strong>de</strong>,<br />

por mulheres (70%).<br />

posso dizer<br />

que estou<br />

esperançosa<br />

sobre uma<br />

transformação<br />

nesse cenário<br />

corporativo<br />

Você <strong>de</strong>ve se questionar sobre o porquê<br />

<strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> cenário, qual o motivo<br />

<strong>de</strong> a força <strong>de</strong> trabalho feminino representar<br />

apenas 17% do segmento, atualmente.<br />

A resposta é que, quando o setor tecnológico<br />

ganhou força, os homens começaram a<br />

assumir essas funções e foram fortemente<br />

incentivados por suas famílias a estudarem<br />

e seguirem carreira no ramo. Consequentemente,<br />

por questões culturais, a<br />

participação das mulheres foi <strong>de</strong>caindo,<br />

pois as distinções <strong>de</strong> tarefas na época eram<br />

bastante presentes na socieda<strong>de</strong>. O computador<br />

tornou-se o presente dos meninos,<br />

enquanto as meninas continuavam a ganhar<br />

somente bonecas. A falta <strong>de</strong> estímulo<br />

social e a imposição <strong>de</strong> alguns paradigmas<br />

afastaram as mulheres <strong>de</strong>sse mercado e,<br />

junto com o avanço da tecnologia, avançou<br />

também a predominância do sexo masculino<br />

nas funções do setor.<br />

É necessário, porém, <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que a computação é uma área para homens!<br />

Existe muito espaço <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse<br />

mercado e também há carência <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><br />

obra qualificada. A tecnologia nos abraçou,<br />

agora ela faz presença em quase todos os<br />

momentos do nosso cotidiano, o que amplia<br />

também as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação profissional.<br />

Esse não é um segmento<br />

machista, pois <strong>de</strong>senvolve<br />

soluções que se aplicam a diferentes<br />

segmentos, produtos<br />

e públicos. Portanto, seus criadores<br />

também precisam <strong>de</strong>ssa<br />

diversida<strong>de</strong>, para torná-la cada<br />

vez mais plural, mais <strong>de</strong>mocratizada.<br />

Hoje, como CIO <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> empresa <strong>de</strong> tecnologia,<br />

posso dizer que estou esperançosa<br />

sobre uma transformação<br />

nesse cenário corporativo, aliás,<br />

eu já enxergo mudanças. Sou procurada<br />

por jovens mulheres para contar sobre minha<br />

jornada profissional e fico feliz por perceber<br />

esse interesse. Nós estamos ganhando<br />

cada vez mais espaço no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

e mostrando que nascemos para sermos<br />

profissionais além do lar, <strong>de</strong>sconstruindo<br />

uma cultura conservadora.<br />

Meu conselho para todas as meninas<br />

e mulheres que sonham em ingressar no<br />

mercado <strong>de</strong> TI é: vá! Esqueça os preconceitos,<br />

quebre paradigmas, construa habilida<strong>de</strong>s<br />

técnicas e <strong>de</strong> relação interpessoal, dê o<br />

seu melhor e saia da sua zona <strong>de</strong> conforto,<br />

seja assertiva e tenha segurança. Somos<br />

capazes e o mercado pe<strong>de</strong> por nossa participação.<br />

Aliás, lugar <strong>de</strong> mulher é on<strong>de</strong> ela<br />

quiser, inclusive em suas casas, em oficinas<br />

ou na tecnologia!<br />

Mara Maehara é CIO da TOTVS<br />

mara.maehara@totvs.com.br<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 33


mídia<br />

Empreen<strong>de</strong>dorismo atrelado ao<br />

entretenimento ganha espaço na TV<br />

Reality shows como Shark Tank contribuem para popularizar tema,<br />

que ganha força também no digital; anunciantes apostam na tendência<br />

“Tubarões” Robinson Shiba, Camila Farani, João Appolinário, Cristiana Arcangeli e Caito Maia: empresários avaliam negócios <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores no Shark Tank brasil<br />

Danúbia Paraizo<br />

Lidar corretamente com as<br />

finanças pessoais e conduzir<br />

o próprio negócio talvez não<br />

sejam as principais características<br />

dos brasileiros. O que não<br />

significa que o interesse pelos<br />

assuntos não seja crescente no<br />

país. Não à toa, nos últimos<br />

anos, assuntos ligados ao empreen<strong>de</strong>dorismo,<br />

negócios e<br />

educação financeira têm se popularizado<br />

no país, sobretudo,<br />

com apoio canais especializados<br />

no YouTube e na TV, com<br />

o surgimento <strong>de</strong> reality shows<br />

temáticos. Tudo começou lá<br />

atrás, com Roberto Justus e O<br />

Aprendiz, em 2004, na Record,<br />

formato que reestreia na Band<br />

no ano que vem.<br />

Já na TV paga, na esteira <strong>de</strong><br />

atrações como Shark Tank - Negociando<br />

com Tubarões, exibido<br />

pelo canal Sony, e O Sócio, pelo<br />

History Channel, o brasileiro<br />

tem aprendido sobre marketing,<br />

diversificação <strong>de</strong> negócios,<br />

investimentos e capital <strong>de</strong><br />

giro, entre outros temas rela-<br />

cionados. Ao mesmo tempo, o<br />

formato e a linguagem simples,<br />

que <strong>de</strong>stacam histórias reais e<br />

emocionais <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores,<br />

contribuem para tornar a<br />

experiência interessante e leve.<br />

Segundo Eduardo Coutinho,<br />

diretor <strong>de</strong> planejamento<br />

comercial e soluções criativas<br />

do canal Sony, essa mistura é a<br />

chave para a popularida<strong>de</strong> do<br />

formato. “Na TV, sempre teve<br />

esse tipo <strong>de</strong> conteúdo. Com o<br />

Shark Tank, temos a parte informativa<br />

do mundo dos negócios,<br />

mas com dose <strong>de</strong> emoção<br />

e histórias reais. É um conteúdo<br />

que une o didático com entretenimento.<br />

Esse equilíbrio é a<br />

chave do sucesso”.<br />

Na atração, empreen<strong>de</strong>dores<br />

dos mais diversos ramos apresentam<br />

seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios<br />

para cinco “tubarões”, que avaliam<br />

o projeto e po<strong>de</strong>m ou não<br />

aceitar investir em parte do negócio.<br />

São os empresários Caito<br />

Maia, fundador da Chilli Beans;<br />

Cristiana Arcangeli, empresária<br />

do segmento <strong>de</strong> moda, beleza<br />

e bem-estar; João Appolinário,<br />

fundador da Polishop; Robinson<br />

Shiba, criador e presi<strong>de</strong>nte<br />

da re<strong>de</strong> China In Box; e Camila<br />

Farani, investidora-anjo.<br />

Em sua terceira temporada,<br />

o reality tem conquistado audiência<br />

qualificada, principalmente<br />

entre os públicos AB <strong>de</strong><br />

18 a 35 anos. Essa é uma das<br />

razões para que anunciantes <strong>de</strong><br />

peso queiram se atrelar ao projeto.<br />

Nesta edição, Santan<strong>de</strong>r,<br />

Peugeot, Dell, Vivo Empresas,<br />

Rexona e Anhanguera patrocinam<br />

o programa.<br />

sErViço<br />

Mais do que simplesmente<br />

a visibilida<strong>de</strong> que as atrações<br />

entregam, as marcas estão focadas<br />

na prestação <strong>de</strong> serviço e<br />

conteúdos que gerem conhecimento<br />

para a audiência. É o que<br />

tem apostado o Santan<strong>de</strong>r, que<br />

viabiliza, por exemplo, o glossário<br />

do Shark Tank. A i<strong>de</strong>ia é<br />

traduzir quatro ou cinco termos<br />

específicos do mundo do<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo e negócios<br />

para uma linguagem facilmente<br />

assimilada.<br />

“Com o Shark<br />

Tank, temos a<br />

parte informativa<br />

do mundo dos<br />

negóCios, mas Com<br />

dose <strong>de</strong> emoção e<br />

histórias reais. É<br />

um Conteúdo que<br />

une o didátiCo Com<br />

entretenimento”<br />

34 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Segundo Igor Puga, diretor<br />

<strong>de</strong> marketing e marca do Santan<strong>de</strong>r,<br />

o insight surgiu com<br />

base no monitoramento das<br />

conversas sobre o programa<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. “I<strong>de</strong>ntificamos<br />

inúmeras menções <strong>de</strong><br />

pessoas reclamando <strong>de</strong> que<br />

não estavam compreen<strong>de</strong>ndo<br />

o que os apresentadores estavam<br />

falando. Vimos que havia<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traduzir<br />

esses termos, então pensamos<br />

em fazer isso proativamente”.<br />

Para Barbara Teixeira, diretora<br />

<strong>de</strong> produção do canal Sony, as<br />

parcerias com os patrocinadores<br />

são construídas tendo como<br />

base a <strong>de</strong>mocratização do assunto<br />

e a prestação <strong>de</strong> serviço<br />

para a audiência. “A i<strong>de</strong>ia é que<br />

as marcas aju<strong>de</strong>m os telespectadores<br />

a compreen<strong>de</strong>rem cada<br />

vez mais esse universo”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

a executiva.<br />

Nathalia Arcuri, do canal Me Poupe, fala sobre finanças <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>scomplicada. Marcas como 99 e Serasa fazem bran<strong>de</strong>d content<br />

Igor Puga, do Santan<strong>de</strong>r: “O importante é trazer relações mais humanas”<br />

dNa EmprEENdEdor<br />

Caminho semelhante tem o<br />

reality show O Sócio, apresentado<br />

pelo empresário Marcus Lemonis.<br />

Como diferencial, a atração<br />

procura aliar histórias reais<br />

que causem empatia e interesse<br />

da audiência pelos conteúdos.<br />

A proposta tem interessado a<br />

marcas como a Vivo Empresas,<br />

que investiu em um projeto <strong>de</strong><br />

bran<strong>de</strong>d integration na atração.<br />

Foram contadas nove histórias<br />

<strong>de</strong> participantes, sendo cada<br />

uma abordando um tema diferente<br />

<strong>de</strong> negócio relacionado às<br />

soluções que a empresa oferece<br />

a seus clientes. Os filmetes foram<br />

veiculados nos intervalos<br />

do programa. Segundo Karen<br />

Santiago, diretora <strong>de</strong> programação<br />

do grupo A+E Networks<br />

Brasil, a atração se tornou uma<br />

das cinco séries <strong>de</strong> maior sucesso<br />

do History nos últimos<br />

três anos. Os bons resultados<br />

levaram o canal a manter uma<br />

noite <strong>de</strong>dicada ao tema: a quarta-feira<br />

<strong>de</strong> negócios. “Ser dono<br />

do próprio negócio sempre foi<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada<br />

pelas pessoas em geral. Com a<br />

crise econômica, o aumento da<br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e a insegurança<br />

financeira, os brasileiros<br />

querem se reinventar e encontrar<br />

outras fontes <strong>de</strong> renda. Por<br />

isso, O Sócio <strong>de</strong>sperta o interesse<br />

da audiência”.<br />

De acordo com Puga, além<br />

<strong>de</strong> atrair potenciais clientes<br />

para as soluções da instituição<br />

financeira, apostar nos programas<br />

do gênero gera a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> estreitar relacionamento<br />

mais próximo com o público.<br />

No caso do banco, a imagem<br />

perante as pessoas passa a ter<br />

um teor mais humanizado.<br />

Como exemplo, ele <strong>de</strong>staca o<br />

quadro Sala Espelho, no Shark<br />

Tank, em que empreen<strong>de</strong>dores<br />

<strong>de</strong> temporadas anteriores<br />

comparecem ao Farol Santan<strong>de</strong>r<br />

para receber uma surpresa:<br />

<strong>de</strong>poimentos emocionais <strong>de</strong> familiares<br />

e amigos. “A iniciativa<br />

cria empatia com a audiência.<br />

Gran<strong>de</strong> parcela do público não<br />

é empreen<strong>de</strong>dor. O programa<br />

não é apenas um tutorial para<br />

quem quer ter um negócio. As<br />

pessoas apren<strong>de</strong>m, mas o mais<br />

importante é trazer relações<br />

mais humanas”.<br />

“ser dono do<br />

próprio negóCio<br />

sempre foi uma<br />

oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejada pelas<br />

pessoas. Com a<br />

Crise eConômiCa<br />

e o aumento do<br />

<strong>de</strong>semprego,<br />

os brasileiros<br />

querem se<br />

reinventar”<br />

Fotos: Divulgação<br />

mE poupE<br />

Mas não é apenas na TV que<br />

o assunto encontra terreno fértil<br />

para <strong>de</strong>bate, aprendizados e<br />

associação com marcas. O canal<br />

do YouTube Me Poupe é consi<strong>de</strong>rado<br />

o maior território <strong>de</strong> finanças<br />

do mundo, o primeiro a<br />

trazer o entretenimento para o<br />

universo financeiro. À frente do<br />

canal está Nathalia Arcuri, que<br />

tem a missão <strong>de</strong> traduzir os termos<br />

técnicos da área ao mesmo<br />

tempo que agrega humor e irreverência<br />

aos ví<strong>de</strong>os. “A busca<br />

na internet pelos termos como<br />

ganhar dinheiro e como investir<br />

mais do que dobrou nos últimos<br />

cinco anos. Isso <strong>de</strong>monstra<br />

o movimento natural dos brasileiros<br />

por conteúdos acessíveis”,<br />

<strong>de</strong>staca a youtuber. Com<br />

uma base <strong>de</strong> quase dois milhões<br />

<strong>de</strong> inscritos, o Me Poupe<br />

tem sido buscado por marcas<br />

como Serasa, 99 e Multiplus,<br />

entre outras, para projetos <strong>de</strong><br />

bran<strong>de</strong>d content. As marcas<br />

são apoiadoras recorrentes do<br />

canal, opção feita por Nathália,<br />

que <strong>de</strong>cidiu <strong>de</strong>clinar ações<br />

pontuais. “Este ano tomamos a<br />

difícil <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> fechar o canal<br />

para ações esporádicas. Prezamos<br />

por relacionamentos duradouros<br />

que já <strong>de</strong>monstraram<br />

gerar resultados mais efetivos”.<br />

Com meta <strong>de</strong> alcançar três<br />

milhões <strong>de</strong> inscritos no canal<br />

até o fim do ano, Nathalia tem<br />

pensado em diversificar as plataformas<br />

e formatos <strong>de</strong> seu conteúdo.<br />

Ela mantém um programa<br />

na rádio 89 FM e ainda este<br />

ano vai lançar um projeto novo<br />

com apoio <strong>de</strong> quatro marcas.<br />

“Os mepoupeiros ficam felizes<br />

com condições especiais <strong>de</strong><br />

promoções que conseguimos.<br />

Eles sabem que só realizamos<br />

ações que façam sentido com<br />

o nosso propósito. E é por isso<br />

que as ações <strong>de</strong> marca geram<br />

resultado”.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35


enTrevisTA<br />

AdriAnne eliAs<br />

sócia-fundadora da Content House<br />

Tenho <strong>de</strong> esTAr<br />

<strong>de</strong>nTro do<br />

enTreTenimenTo<br />

Em 2009 nasceu a Content House, uma das<br />

primeiras agências <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content do<br />

país. O negócio surgiu da inquietação <strong>de</strong> sua<br />

sócia-fundadora, Adrianne Elias, até então<br />

na condição <strong>de</strong> executiva <strong>de</strong> vendas e marketing do<br />

alto escalão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes como Telefônica<br />

e Ambev. Sua intuição apontou para um caminho<br />

que parece sem volta: estratégias mais assertivas e<br />

menos interruptivas <strong>de</strong> estabelecer conexão entre<br />

pessoas e marcas. Nesta entrevista, ela <strong>de</strong>talha<br />

como enxerga a influência cada vez mais po<strong>de</strong>rosa<br />

do conteúdo na propaganda.<br />

RENATO ROGENSKI<br />

Como sua história <strong>de</strong> vida influenciou<br />

seus caminhos profissionais?<br />

Sou filha <strong>de</strong> árabe e eles são<br />

muito voltados para o comércio.<br />

Meus avós chegaram do Líbano<br />

com 13 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e não<br />

sabiam nem falar português.<br />

Eles vendiam lençóis, roupas <strong>de</strong><br />

cama e cortinas nas casas. Além<br />

disso, apesar <strong>de</strong> estudar em um<br />

bom colégio, chegou um momento<br />

em que minha mãe já não<br />

podia pagar a minha escola e a<br />

faculda<strong>de</strong> do meu irmão. Com 13<br />

ou 14 anos resolvi ven<strong>de</strong>r esfiha,<br />

feita a partir <strong>de</strong> uma receita <strong>de</strong><br />

família, no intervalo das aulas.<br />

Montei uma linha <strong>de</strong> produção,<br />

recrutei amigas para me ajudar e<br />

em pouco tempo quebrei a cantina<br />

da escola.<br />

E quando você começou a ter as primeiras<br />

noções profissionais sobre<br />

marketing?<br />

Depois <strong>de</strong> passar por alguns<br />

outros trabalhos, entrei em um<br />

estágio do Banco Nacional. Por<br />

lá circulava nos <strong>de</strong>partamentos<br />

<strong>de</strong> marketing e vendas, apesar<br />

<strong>de</strong> fazer engenharia <strong>de</strong> produção<br />

na Fe<strong>de</strong>ral do Rio. Naquela<br />

época, a indústria financeira<br />

contratava muito engenheiro<br />

<strong>de</strong> produção. Éramos consi<strong>de</strong>rados<br />

administradores 2.0. E a<br />

marca já era muito mo<strong>de</strong>rna para<br />

a época, tanto que foi a primeira<br />

a colocar em prática uma política<br />

<strong>de</strong> patrocínio com o Ayrton Senna.<br />

Depois fui para a TVA, que<br />

era do Grupo Abril, uma verda<strong>de</strong>ira<br />

escola <strong>de</strong> conteúdo. Quando<br />

lançamos por lá a primeira<br />

banda larga do país (Ajato), eu<br />

comecei a enten<strong>de</strong>r parte do<br />

que era bran<strong>de</strong>d content. Antes<br />

do lançamento fiz imersão high<br />

tech, com ajuda <strong>de</strong> consultorias<br />

que me mostrassem algo sobre<br />

o futuro. Quando se começou a<br />

falar sobre VOD e mobile first comecei<br />

a me provocar... Como vai<br />

ser a propaganda?<br />

E quando foi a primeira experiência<br />

prática com bran<strong>de</strong>d content?<br />

Saí da Telefônica e fui cuidar<br />

dos não-alcoólicos da Ambev.<br />

Peguei Guaraná Antarctica numa<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte histórica <strong>de</strong> market<br />

share. E tínhamos <strong>de</strong> melho-<br />

rar a entrada do produto com o<br />

público jovem. Fizemos um reposicionamento,<br />

trazendo atributos<br />

<strong>de</strong> energia. Havia espaço<br />

para sair do tradicional da propaganda<br />

com a marca. Primeiro<br />

realizamos o evento GAS Street<br />

Festival. Depois <strong>de</strong>senvolvemos<br />

o primeiro programa <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content na Re<strong>de</strong>TV, o Gas Sound.<br />

Era um concurso <strong>de</strong> bandas, colado<br />

no Pânico, que chegou a dar<br />

dois pontos no Ibope. Para um<br />

programa proprietário, era muita<br />

coisa. O ano era 2007 e não existia<br />

nenhum reality musical na<br />

época. Quando eu fiz o programa,<br />

pensei: é isso! Eu tenho <strong>de</strong><br />

estar <strong>de</strong>ntro do entretenimento.<br />

Eu não posso representar nenhuma<br />

interrupção. A marca precisa<br />

fazer alguma uma coisa que o<br />

consumidor realmente queira<br />

assistir. Mas na época não havia<br />

nenhuma agência pronta no país<br />

para fazer isso.<br />

E como foi a saída <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

empresa para os rumos do empreen<strong>de</strong>dorismo?<br />

Eu tinha 17 anos <strong>de</strong> carreira<br />

e algumas ações na Ambev. No<br />

meu cargo só tinham três mulheres<br />

na companhia e nenhuma<br />

acima <strong>de</strong> mim. Eu era CMO <strong>de</strong><br />

não-alcoólicos. Mesmo assim eu<br />

pensei: vou abrir o próprio negócio.<br />

O problema? Fui falar com<br />

vários lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agências, veículos<br />

e muita gente me <strong>de</strong>sanimou.<br />

Todo mundo dizia que ia fazer<br />

exatamente a mesma coisa que<br />

eu estava planejando: trabalhar<br />

com conteúdo. Foi complicado<br />

porque eu era uma executiva<br />

sênior, mas era uma empresária<br />

júnior. Os dois primeiros anos<br />

foram extremamente difíceis.<br />

Quando conceituei a agência, eu<br />

queria fazer projetos como esse<br />

que fiz para a TV, mas daí repensei<br />

o mo<strong>de</strong>lo e acabei focando<br />

também o digital.<br />

E quando você teve certeza sobre o<br />

melhor caminho para trilhar?<br />

Foi quando eu <strong>de</strong>cidi fazer o<br />

Nails Fashion Week, o primeiro<br />

<strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> esmaltes do mundo.<br />

Diversas marcas entraram no<br />

evento. Esse case foi um divisor<br />

<strong>de</strong> águas. As pessoas passaram a<br />

enten<strong>de</strong>r que nós fazíamos bran-<br />

<strong>de</strong>d content. Tivemos mais <strong>de</strong><br />

R$ 15 milhões em mídia espontânea.<br />

O que nem todo mundo<br />

sabe é que eu banquei o projeto<br />

antes mesmo <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r as cotas<br />

<strong>de</strong> patrocínio. Confiei tanto na<br />

i<strong>de</strong>ia que resolvi arriscar. Tomei<br />

um certo prejuízo, mas a agência<br />

começou a dar certo a partir<br />

daí. Foi quando ganhamos a concorrência<br />

para cuidar <strong>de</strong> todo<br />

o merchandising da Avon. Esse<br />

mesmo incomodo me fez abrir a<br />

Cocreators (agência com foco em<br />

marketing <strong>de</strong> influência) há dois<br />

anos.<br />

E <strong>de</strong> que maneira sua experiência<br />

trabalhando como cliente te ajudou<br />

a ver os gaps do mercado?<br />

Quando eu entendi o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> remuneração das agências,<br />

pensei: está tudo errado. Quanto<br />

mais eu gasto, mais ela ganha.<br />

Então qual vai ser o interesse da<br />

agência em fazer eu gastar bem<br />

o meu dinheiro? Também me<br />

incomodava <strong>de</strong>mais a falta <strong>de</strong><br />

foco no que era realmente relevante<br />

para o meu negócio. Daí<br />

me perguntei: o que quero eu<br />

fazer diferente? A primeira coisa:<br />

quero que meus objetivos estejam<br />

alinhados com os objetivos<br />

dos clientes. Se eles estiverem<br />

alinhados, o princípio está garantido.<br />

Por isso criei um mo<strong>de</strong>lo<br />

diferente.<br />

Como é esse mo<strong>de</strong>lo?<br />

É parecido com uma consultoria.<br />

Eu cobro por hora/homem do<br />

time alocado para aquele cliente.<br />

Mas será que também não tem<br />

ineficiência? Por isso uso parâmetros<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e preços<br />

por peças, mais competitivos<br />

que preços <strong>de</strong> Sinapro e Abraji.<br />

Procuro me guiar pelo padrão<br />

do mercado para que eu não seja<br />

improdutiva. Outra coisa: eu até<br />

abro a minha margem para o<br />

cliente. Não posso ter vergonha<br />

<strong>de</strong> dizer como eu ganho dinheiro.<br />

Eu quero mais é que ele saiba<br />

mesmo. Porque se eu trabalhar<br />

<strong>de</strong> graça tem alguma coisa errada.<br />

Então é isso. É quase como<br />

uma consultoria. E, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

do cliente, eu tenho mo<strong>de</strong>los variáveis<br />

em função <strong>de</strong> resultado,<br />

quantas vendas e market share,<br />

entre outros KPIs.<br />

36 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


E a aceitação do mercado com relação<br />

a esse mo<strong>de</strong>lo?<br />

Não é fácil explicar, porque<br />

alguns profissionais estão habituados<br />

a comprar mídia sempre<br />

do mesmo jeito. Então eu faço<br />

uma tradução para o cliente. Eu<br />

digo o seguinte: pega a sua verba<br />

<strong>de</strong> mídia, pega o meu fee e divi<strong>de</strong><br />

um pelo outro. E agora veja<br />

o porcentual que vai dar. Isso é<br />

o equivalente ao que você pagaria<br />

para a sua agência. Só que<br />

eu vou te cobrar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do quanto você vai investir<br />

em mídia, porque terei esse<br />

time alocado para <strong>de</strong>senvolver<br />

sua estratégia, avaliar os seus<br />

resultados e criar suas peças.<br />

É isso que garante para o cliente<br />

que eu vou fazer o plano <strong>de</strong><br />

mídia mais otimizado possível.<br />

Porque eu não tenho interesse<br />

que o cliente gaste muito. Pelo<br />

contrário. Eu quero que sobre,<br />

para que ele possa valorizar o<br />

meu fee.<br />

Quais são os principais <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong>ste segmento <strong>de</strong> conteúdo para<br />

marcas?<br />

A galera enxerga um pouco<br />

errado o que é o conteúdo. As<br />

pessoas pensam... Conteúdo?<br />

Ah! Eu já fiz uma websérie. Mas,<br />

na verda<strong>de</strong>, ele não fez ainda<br />

marketing <strong>de</strong> conteúdo, que é<br />

uma estratégia e não uma ação<br />

pontual. Quando você tem uma<br />

estratégia fundamentada <strong>de</strong><br />

conteúdo, você não vai ter apenas<br />

uma peça, uma websérie e<br />

acabou. Você vai ter uma história<br />

bem contada em diversos<br />

formatos e diversos meios. Isso<br />

é marketing <strong>de</strong> conteúdo. E no<br />

marketing <strong>de</strong> influência é a mesma<br />

coisa. A diferença é que em<br />

um caso a marca é quem fala e<br />

no outro são os influenciadores.<br />

Por isso <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um tempo,<br />

nós criamos também a CoCreators.<br />

Os negócios têm sinergia,<br />

se complementam.<br />

Qual é a melhor e a pior coisa <strong>de</strong><br />

estar fora do mainstream das gran<strong>de</strong>s<br />

agências?<br />

A melhor é que estamos na<br />

contramão do <strong>de</strong>clínio. Somos a<br />

agência do novo, do futuro, que<br />

“eu não<br />

tenho<br />

interesse<br />

que o cliente<br />

gaste<br />

muito, pelo<br />

contrário”<br />

Divulgação<br />

já é o presente. Não estar neste<br />

bolo me traz clientes que também<br />

ousam mais e querem fazer<br />

o novo, que não precisam <strong>de</strong> um<br />

carimbo enorme para dizer: “estou<br />

com uma agência global e se<br />

rolar uma cagada, a culpa não<br />

foi minha”. Tenho maior elasticida<strong>de</strong><br />

criativa para trabalhar. Já<br />

o que é down si<strong>de</strong>? Tenho campanhas<br />

com menos grana. Às<br />

vezes posso ter i<strong>de</strong>ias ótimas,<br />

mas que talvez não tenham tanto<br />

fôlego quanto po<strong>de</strong>riam ter<br />

se tivesse verbas gran<strong>de</strong>s. Não<br />

estar entre as tradicionais também<br />

não me dá algumas chancelas.<br />

Porque há marqueteiros<br />

que não compram apenas o lado<br />

criativo, mas sim a grife.<br />

Quais são suas maiores referências<br />

na área <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content?<br />

A Fyer, uma agência argentina,<br />

do Rodrigo Figueroa, me<br />

inspirou muito. Ele é um gran<strong>de</strong><br />

criativo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content.<br />

Tem uns cases bacanas que me<br />

inspiraram muito. Mas quando<br />

eu comecei era um mo<strong>de</strong>lo que<br />

não existia aqui no Brasil. Então<br />

por aqui, hoje, gosto muito do<br />

trabalho da Pepsi. Aliás, gosto<br />

também muito das estratégias <strong>de</strong><br />

comunicação que a AlmapBBDO<br />

constrói para seus clientes. Veja<br />

o que eles fizeram com o case <strong>de</strong><br />

Pepsi, com base no Po<strong>de</strong> ser?. É<br />

um insight <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, que está<br />

no dia a dia. E para ser genial não<br />

precisa ser muito mirabolante.<br />

Veja também a transformação <strong>de</strong><br />

Havaianas. Fizeram um trabalho<br />

<strong>de</strong> influencer marketing incrível<br />

com Rodrigo Santoro e outros<br />

nomes. Isso é bran<strong>de</strong>d content<br />

puro. Tem coisa mais cool que<br />

Havaianas hoje?<br />

E qual é o gran<strong>de</strong> risco para as marcas<br />

no trabalho com os influenciadores?<br />

O principal risco é contratar o<br />

“confiei<br />

tanto na<br />

i<strong>de</strong>ia que<br />

resolvi<br />

arriscar”<br />

influenciador como mídia. E aí<br />

já começa errado. Ele é muito<br />

mais que isso: é mídia, conteúdo<br />

e o formador <strong>de</strong> opinião. A<br />

galera que compra o influenciar<br />

achando que está comprando<br />

só veiculação, só o ‘x’ na gra<strong>de</strong>,<br />

acaba fazendo merda. Porque<br />

antes <strong>de</strong> ver a audiência, é<br />

importante ver o conteúdo. Ou<br />

você não vai produzir algo que<br />

seja verda<strong>de</strong>iro.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37


quem fez<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

molejo<br />

A limpeza do dia a dia po<strong>de</strong> ser mais tranquila<br />

e livre do esfrega-esfrega. Essa é a mensagem<br />

central da nova comunicação da linha Veja<br />

Cozinha Desengordurante e Veja Banheiro<br />

X-14. Com foco na internet e nas conversas<br />

em re<strong>de</strong>s sociais, a marca aposta no carisma<br />

<strong>de</strong> An<strong>de</strong>rson, vocalista do grupo Molejo, para<br />

estrelar sua campanha.<br />

BETC/Havas<br />

Reckitt BenckiseR<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Molejo na Cozinha; produto: Veja Gold Cozinha<br />

Desengordurante; criação: Guilherme Possobon,<br />

Victor Castelo e Guilherme Filippoff; produtora<br />

<strong>de</strong> filme: Trator; direção: Los Cabras; produtora <strong>de</strong><br />

som: Comando S; aprovação do cliente: Eduardo<br />

Magalhães, Amanda Lobato e Ana Giulia Pinheiro.<br />

aniversário<br />

Ao longo dos 130 anos <strong>de</strong> história, a cervejaria<br />

Brahma tem cultivado diversos aprendizados.<br />

E, para marcar seu aniversário em<br />

<strong>outubro</strong>, a marca vai compartilhar conhecimento<br />

e informações com seus consumidores.<br />

Para a missão, seus funcionários<br />

mais antigos respon<strong>de</strong>rão dúvidas dos consumidores<br />

em tempo real na internet.<br />

afriCa<br />

aMBev<br />

Título: Brahma 130 anos; produto: Brahma <strong>2018</strong><br />

– 130 anos; criação: Tiago Abreu, Rodrigo Barbosa,<br />

Linus Oura, Maso Heck e Raphael Santos; produtora<br />

<strong>de</strong> filme: PBA Cinema; direção: Santi Dulce;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Loud; aprovação do cliente:<br />

Paula Lin<strong>de</strong>nberg, Pedro Adamy e Helena Isaac.<br />

fome monstra<br />

Os comilões da madrugada passam a ter opções com preços<br />

mais acessíveis no McDonald’s. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food lança a<br />

promoção McNight, que dá um upgra<strong>de</strong> nos sanduíches. Para<br />

divulgar a novida<strong>de</strong>, a DM9DDB apresenta os “monstros<br />

da fome”, criaturas divertidas que personificam o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>vorar um lanche da re<strong>de</strong>. Os <strong>de</strong>senhos foram feitos em<br />

parceria com o Studio D’Ávila e estão sendo veiculados em<br />

filmetes nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

DM9DDB<br />

McDonalD's<br />

Título: Fome Monstra; produto: McNight; criação: Alexandre Freire,<br />

Paulo Rene Costa, Mario Lins, Maicon Pinheiro, Luiz Duarte e Gustavo<br />

Frazão; ilustração: Studio D’Ávila; produção gráfica: Carla Lustosa e<br />

Fernanda Badan; social media manager: Thais Vieira e Giulia Pallone;<br />

aprovação do cliente: Roberto Gnypek, João Branco, Lariane Duarte,<br />

Thiago Cunha e Raphael Lima.<br />

38 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


quente<br />

Um cenário repleto <strong>de</strong> cores, sons e contornos embala a<br />

nova campanha <strong>de</strong> Doritos para o lançamento do sabor<br />

Heatwave. O filme Only in Bahia é protagonizado pelos artistas<br />

baianos Luedji Luna, Maglore e Márcio Victor, vocalista<br />

da banda <strong>de</strong> pago<strong>de</strong> Psirico. A comunicação evi<strong>de</strong>ncia<br />

personagens e locais icônicos do estado nor<strong>de</strong>stino,<br />

tais como as tradicionais baianas do acarajé, o Pelourinho<br />

e o elevador Lacerda, enaltecendo sua cultura. O produto<br />

chega exclusivamente à Bahia com dois sabores: Barbecue<br />

e Chipotle. Aos poucos, o salgadinho vai ganhando sabor<br />

mais intenso <strong>de</strong> pimenta, tornando a experiência mais<br />

“quente”. Além do filme digital, a campanha contará também<br />

com peças <strong>de</strong> mobiliário urbano em Salvador.<br />

alMapBBDO<br />

PePsico<br />

Título: Only in Bahia; produto: Doritos Heatwave; criação: Pedro<br />

Reis e Rafael <strong>de</strong> Miranda; produtora <strong>de</strong> filme: Corazon; direção:<br />

Rafael Kent; produtora <strong>de</strong> som: Satélite; business intelligence:<br />

Guilherme Loureiro; aprovação do cliente: Daniela<br />

Cachich, Anna Carolina Teixeira, Carolina Frydman, Jaqueline<br />

Gimenes e Ana Fauza.<br />

brin<strong>de</strong><br />

A nostalgia tem sido um recurso po<strong>de</strong>roso<br />

para campanhas. Neste movimento, a cerveja<br />

Crystal resgata um ícone do brega em sua<br />

nova comunicação. O cantor Sidney Magal<br />

protagoniza o filme Encontros, que ressalta<br />

o valor <strong>de</strong> reunir em uma receita ingredientes<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. A peça digital mostra o artista<br />

no bar com suas três ciganas: Sandra,<br />

Rosa e Madalena.<br />

Y&r<br />

ceRvejaRia PetRóPolis<br />

Título: Sidney Magal; produto: Crystal; criação:<br />

Laura Esteves e Rafa Oliveira; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

Cine Cinematográfica; direção: Clovis Mello; produtora<br />

<strong>de</strong> som: Coletiva Produtora; aprovação do<br />

cliente: Eliana Cassandre, Naiara Brugneroto, Nadia<br />

Maekawa Bellagamba e Luiz Felipe Santos.<br />

diploma<br />

Marcando o novo posicionamento da Estácio, a WMcCann<br />

acaba <strong>de</strong> apresentar campanha com foco no Vestibular 2019<br />

da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino universitário. Fazendo referência à gíria partiu,<br />

que é bastante utilizada nas re<strong>de</strong>s sociais, a comunicação<br />

traz o conceito Você e Estácio. Formou. O termo sempre virá<br />

acompanhado <strong>de</strong> dois elementos: o high five, cumprimento<br />

com a mão aberta, e o cumprimento com o soquinho. Primeiro<br />

trabalho da agência para o cliente, após vencer concorrência<br />

em julho <strong>de</strong>ste ano, a campanha comunica os benefícios da<br />

graduação presencial, do EaD e do Flex, mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação<br />

mista.<br />

wMCCann<br />

estácio<br />

Título: Formou; produto: graduação; criação: Durval Filho, Gustavo Vilela,<br />

Marcos Hosken, Marcos Pedrosa, Bruno Mukai e Cadu Andrekowisk; produtora<br />

do filme: Damasco; direção: Ricardo Santini; aprovação do cliente:<br />

Aroldo Alves, Sebastian Linnemann, Vivian Vieira e Daniele Coelho.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39


agências<br />

Mestiça aposta em experiências para<br />

gerar negócios e relacionamento<br />

Dinner in The Sky chega a São Paulo por meio da agência, que <strong>de</strong>tém<br />

licenciamento no Brasil; Gamaro, Ofner e Estrella Galicia apoiam iniciativa<br />

Denis Filippini (COO), Marcelo Ramos (CEO) e Eduardo<br />

Lovro (CSO): sócios da Mestiça realizam o Dinner in the Sky<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009 no Brasil; projeto está presente em 62 países<br />

“I<strong>de</strong>ntIfIcamos um<br />

nIcho <strong>de</strong> empresas que<br />

precIsavam fazer um<br />

convIte muIto exclusIvo<br />

para seus clIentes”<br />

Danúbia Paraizo<br />

Tudo começou em 2009, quando a Mestiça<br />

participava <strong>de</strong> uma concorrência para<br />

<strong>de</strong>senvolver um projeto para a Brastemp.<br />

O briefing era simples: criar uma ativação<br />

voltada para seus clientes estratégicos e<br />

parceiros <strong>de</strong> negócios na área <strong>de</strong> gastronomia.<br />

À época, a marca trabalhava o conceito<br />

<strong>de</strong> “sair do óbvio” em sua comunicação,<br />

o que levou os sócios da agência à seguinte<br />

i<strong>de</strong>ia: por que não oferecer um jantar sob<br />

a luz das estrelas em vez <strong>de</strong> simplesmente<br />

um jantar à luz <strong>de</strong> velas? Com a aprovação<br />

da Brastemp para o projeto, chegava pela<br />

primeira vez ao Brasil o Dinner in The Sky,<br />

plataforma <strong>de</strong> experiências gastronômicas<br />

nas alturas criada pelo publicitário belga<br />

David Ghysels.<br />

De lá para cá já se passou quase uma<br />

década e inúmeras edições do projeto no<br />

Brasil. A Mestiça <strong>de</strong>tém o licenciamento da<br />

franquia por aqui, e já realizou eventos em<br />

diversas capitais. Des<strong>de</strong> a semana passada,<br />

abriu nova temporada na capital paulista,<br />

com proposta <strong>de</strong> oferecer uma oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> relacionamento para empresas e<br />

clientes. “A gente sempre pensou em fazer<br />

eventos voltados para o mundo corporativo.<br />

I<strong>de</strong>ntificamos um nicho <strong>de</strong> empresas<br />

que precisavam fazer um convite muito<br />

exclusivo para os seus clientes. Para aquele<br />

cara que já foi convidado para o camarote<br />

da F-1, ou para o Camarote Brahma, no Carnaval,<br />

então, como você vai impactá-lo <strong>de</strong><br />

forma exclusiva? O Dinner in The Sky veio<br />

com essa proposta”, explica Marcelo Ramos,<br />

CEO da Mestiça.<br />

Com patrocínio da incorporadora <strong>de</strong> empreendimentos<br />

Gamaro, que realizará por<br />

duas semanas não só jantares, mas também<br />

cafés da manhã, almoços e passeios no fim<br />

da tar<strong>de</strong> para seus parceiros e clientes, o<br />

evento foi aberto pela primeira vez ao público.<br />

Dessa maneira, pessoas comuns não<br />

ligadas ao mundo corporativo pu<strong>de</strong>ram<br />

comprar pelo perfil no Instagram do Dinner<br />

in the Sky Brasil uma das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

experiências. Os valores variam <strong>de</strong> R$ 200 a<br />

R$ 650, mas os pacotes já estão esgotados.<br />

Como a proposta do evento está baseada na<br />

exclusivida<strong>de</strong> do serviço, o projeto ficará<br />

disponível por apenas 30 dias.<br />

Nesta edição, Pernod Ricard, Ofner,<br />

Estrella Galicia, Rolex, Negroni, Luxury<br />

Group, entre outras, entram como apoiadoras<br />

para tornar a experiência mais completa<br />

e premium. “São marcas que nos acompanham<br />

por diversas edições. Quem já vivenciou<br />

o evento percebe o quanto ele é inusitado.<br />

Ele enten<strong>de</strong> que essa experiência<br />

fica marcada. Se a empresa só faz um trabalho<br />

<strong>de</strong> branding e performance, e agora<br />

procura um evento que conecte emocionalmente,<br />

o Dinner in the Sky é o lugar que<br />

entrega isso”, ressalta Denis Filippini, COO<br />

da Mestiça.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Estrutura<br />

A experiência inclui uma refeição a 50<br />

metros <strong>de</strong> altura, sempre conduzida por<br />

um chef renomado e sua equipe. Roberto<br />

Ravioli, Paula Labaki, Guga Rocha, do<br />

programa Homens Gourmet, do canal GNT,<br />

entre outros, integram a lista. A mesa com<br />

22 lugares é içada por um guindaste <strong>de</strong> 180<br />

toneladas e oito cabos <strong>de</strong> aço, que dão segurança<br />

e estabilida<strong>de</strong> à estrutura. Há ainda<br />

equipe médica e bombeiros a postos para<br />

cada evento. “Cada subida é uma experiência<br />

diferente. Uma ótima oportunida<strong>de</strong><br />

para quem visa um bom evento <strong>de</strong> relacionamento”,<br />

finaliza Eduardo Lovro, VP <strong>de</strong><br />

estratégia da agência. O Dinner in The Sky<br />

será realizado até o dia 21 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, em<br />

São Paulo.<br />

40 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


AgênciAs<br />

Publicis Brasil <strong>de</strong>senvolve ação<br />

global para smartphone da Motorola<br />

Campanha apresenta<br />

o Android One,<br />

o primeiro do Brasil,<br />

sob o mote<br />

Você pronto<br />

Divulgação<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

“<strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />

uma produção<br />

global é<br />

mostrar<br />

situações<br />

cotidianas<br />

<strong>de</strong> maneira<br />

universal”<br />

Motorola acaba <strong>de</strong> anunciar o seu novo<br />

A smartphone, o Motorola One. O primeiro<br />

celular com Android One do Brasil foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

em parceria com o Google. Sob<br />

o mote Você pronto, a campanha global,<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela Publicis e produzida pela<br />

Paranoid, apresenta todas as novida<strong>de</strong>s<br />

do aparelho e revela que “ninguém precisa<br />

per<strong>de</strong>r nenhum momento e nenhuma surpresa<br />

que a vida prepara”.<br />

“O novo Motorola One incorpora os softwares<br />

mais recentes e as inovações <strong>de</strong> inteligência<br />

artificial do Google ao celular,<br />

resultando em um dispositivo superinteligente,<br />

graças ao Google Lens e às exclusivas<br />

Experiências Moto. Além <strong>de</strong> seguro, é simples,<br />

com excelente <strong>de</strong>sempenho. Com ele,<br />

o usuário estará sempre<br />

pronto para tudo”, afirma<br />

Renata Altenfel<strong>de</strong>r,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing<br />

da Motorola para América<br />

Latina.<br />

O filme mostra a<br />

história <strong>de</strong> dois vizinhos<br />

que saem para dar<br />

uma volta e começam<br />

a ser impactados por<br />

coisas inesperadas,<br />

como um cachorro que<br />

pula corda e um skatista<br />

que passa com balões<br />

gigantes rumo a uma gran<strong>de</strong> festa ao<br />

ar livre.<br />

O objetivo é mostrar que com o Motorola<br />

One as pessoas estão sempre prontas para<br />

tudo, pois produto oferece tela max vision,<br />

câmera dupla, armazenamento ilimitado e<br />

gratuito do google fotos, potência em <strong>de</strong>sempenho<br />

e carregamento turbo power,<br />

que garante até seis horas <strong>de</strong> carga em apenas<br />

20 minutos.<br />

“O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> uma produção global<br />

como essa é mostrar situações cotidianas<br />

<strong>de</strong> uma maneira universal. No caso específico<br />

do Motorola One são situações que<br />

mostram que, com esse aparelho, as pessoas<br />

estão prontas para aproveitar todos os<br />

momentos e surpresas da vida”, comenta<br />

Domênico Massareto, CCO da Publicis.<br />

Cena do comercial da Motorola, criado pela Publicis, que mostra que “ninguém precisa per<strong>de</strong>r nenhum momento”<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41


AgênciAs<br />

MUV amplia serviços <strong>de</strong> media hub e<br />

quer ter escritórios em outros países<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance contrata novo diretor e vai<br />

<strong>de</strong>senvolver projetos para empresa <strong>de</strong> games Fanatee em 12 países<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Em novembro <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, a MUV<br />

(Mobile Unique Vision),<br />

que pertence ao Grupo WPP,<br />

completa três anos <strong>de</strong> atuação<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte no mercado.<br />

O trabalho na área <strong>de</strong> mobile<br />

marketing, realizado por Marcelo<br />

Castelo e Rafael Magdalena,<br />

começou há quase 15 anos<br />

<strong>de</strong>ntro da F.biz, em São Paulo.<br />

A empresa, que atualmente<br />

possui escritório no Brasil e nos<br />

Estados Unidos, facilita a aproximação<br />

dos anunciantes com<br />

o mercado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvedores<br />

<strong>de</strong> aplicativos. Com iniciativas<br />

sustentadas por projetos <strong>de</strong> navegação<br />

gratuita e media hub,<br />

a MUV já <strong>de</strong>senvolveu mais <strong>de</strong><br />

mil projetos para clientes como<br />

Netshoes, Privalia Brasil, Magazine<br />

Luiza, Natura, Santan<strong>de</strong>r e<br />

Casas Bahia, entre outros.<br />

“O mercado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvedores<br />

<strong>de</strong> aplicativos trouxe um<br />

gran<strong>de</strong> inventário que vai muito<br />

além <strong>de</strong> Facebook e Google,<br />

e que po<strong>de</strong> ser explorado para<br />

garantir vendas, cadastros,<br />

frequência ou qualquer outra<br />

meta estabelecida pelas marcas.<br />

Oferecemos o nosso serviço<br />

<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia para<br />

todo o mercado e o trabalho é<br />

feito conforme os objetivos dos<br />

nossos clientes”, comenta Marcelo<br />

Castelo, CEO da MUV.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> oferecer<br />

às marcas <strong>de</strong> ambos os setores<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intensificar<br />

o alcance e o engajamento dos<br />

seus clientes no ambiente mobile,<br />

a MUV está ampliando os<br />

seus serviços para diversos países<br />

da América Latina e Europa.<br />

Em pouco mais <strong>de</strong> um ano, o<br />

trabalho realizado para a Privalia<br />

México gerou US$ 11 milhões<br />

<strong>de</strong> receita adicional ao aplicativo.<br />

O projeto <strong>de</strong>ve seguir para<br />

Espanha e Itália.<br />

“Muitas vezes conseguimos<br />

com clientes locais acordos<br />

baseados 100% em performance.<br />

Este trabalho é muito interessante,<br />

pois ele só paga se<br />

Rafael Magdalena, Rafael Grandizoli, Marcelo Castelo e Guilherme Cal<strong>de</strong>ira são alguns dos lí<strong>de</strong>res da MUV<br />

geramos um cliente novo, que<br />

instalou o aplicativo, e fez uma<br />

compra, por exemplo. Para o<br />

publisher, o dono do aplicativo,<br />

também é interessante, pois é<br />

melhor ter um anunciante entrando<br />

no risco do que não ter<br />

nada”, diz Castelo.<br />

Outras novida<strong>de</strong>s da companhia<br />

são os projetos para a<br />

<strong>de</strong>senvolvedora <strong>de</strong> games brasileira<br />

Fanatee, em mais <strong>de</strong> 12<br />

países, e a contratação <strong>de</strong> Guilherme<br />

Cal<strong>de</strong>ira como novo diretor<br />

<strong>de</strong> media hub. O profissional,<br />

que possui mais <strong>de</strong> 12 anos<br />

<strong>de</strong> experiência na área, vai trabalhar<br />

na criação <strong>de</strong> estratégias<br />

apoiadas em tecnologia, inteligência<br />

e rentabilida<strong>de</strong>.<br />

Segundo Castelo, o smartphone<br />

parece já ser uma coisa<br />

onipresente, mas vai se tornar<br />

ainda mais. “Ainda há muito<br />

espaço para crescer. O celular<br />

não vai sair da mão das pessoas.<br />

Quanto mais veloz for a<br />

conexão com a internet, mais<br />

rápido as pessoas vão navegar,<br />

mais aplicativos vão acessar e<br />

mais publicida<strong>de</strong> vão enxergar.<br />

“Nossa expectativa<br />

é fazer o media<br />

hub escalar<br />

globalmeNte”<br />

Divulgação<br />

O tempo médio das pessoas no<br />

celular também só vai aumentar.<br />

Alguns estudos mostram<br />

que o tempo médio das pessoas<br />

no aparelho, em alguns lugares<br />

nos Estados Unidos, por exemplo,<br />

já <strong>de</strong>ve ultrapassar a televisão”,<br />

informa.<br />

Com um mercado pulsante, a<br />

MUV preten<strong>de</strong> fechar <strong>2018</strong> com<br />

um total <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> instalações,<br />

o que gerou mais <strong>de</strong> R$<br />

45 milhões <strong>de</strong> receita adicional<br />

por meio <strong>de</strong> uma metodologia<br />

proprietária, que disponibiliza<br />

ao cliente um inventário antes<br />

muito difícil <strong>de</strong> ser acessado.<br />

“A nossa expectativa é fazer<br />

o media hub escalar globalmente.<br />

Já compramos mídia em diversos<br />

países, mas queremos<br />

ter atendimento local. Esperamos<br />

abrir escritórios em vários<br />

lugares e continentes. E vamos<br />

aproveitar a plataforma do grupo<br />

WPP para isso. Devemos<br />

abrir um escritório no México,<br />

pois além <strong>de</strong> Privalia ganhamos<br />

outros dois clientes que vamos<br />

anunciar ainda este ano”, finaliza<br />

Castelo.<br />

42 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


agências<br />

Jüssi aposta na cultura startup e<br />

anuncia a chegada <strong>de</strong> Diego Eis<br />

Profissional vai<br />

consolidar área<br />

<strong>de</strong> Inteligência <strong>de</strong><br />

Produtos Digitais<br />

da agência<br />

Divulgação<br />

Leonardo araujo<br />

Com clientes como Whirlpool na carteira,<br />

a Jüssi tem um propósito: ajudar as<br />

gran<strong>de</strong>s marcas a ven<strong>de</strong>rem mais. Com isso<br />

em mente, a agência <strong>de</strong>senvolveu, em meados<br />

<strong>de</strong> 2013, uma área <strong>de</strong> produtos digitais.<br />

Agora, em <strong>2018</strong>, o setor amadureceu e a<br />

empresa quer consolidá-lo. Para isso, contratou<br />

Diego Eis. O objetivo é fincar <strong>de</strong> vez<br />

a cultura <strong>de</strong> startups e empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

na área. O mote é executar as tarefas<br />

<strong>de</strong> maneira ágil, sempre flexível às transformações,<br />

buscando melhorias constantes.<br />

Este movimento estratégico faz com que o<br />

trabalho da empresa seja feito sempre combinando<br />

a experiência do usuário com um<br />

processo <strong>de</strong> melhorias contínuas, baseado<br />

em métricas. A área não executa um trabalho<br />

e o abandona. Marcos Del Valle, sócio<br />

da agência, utiliza a analogia <strong>de</strong> uma montadora<br />

<strong>de</strong> carro para explicar o método: “se<br />

um mo<strong>de</strong>lo novo será lançado, você não joga<br />

a carroceria antiga fora”.<br />

Os braços técnicos da área são essenciais<br />

para fazer um trabalho melhor a cada<br />

momento. Pesquisa, núcleo <strong>de</strong> testes etc.<br />

Tudo é analisado para que haja um norte.<br />

“Um norte que ten<strong>de</strong> a gerar mais resultados”,<br />

explica. O que importa é a visão <strong>de</strong><br />

evolução. “Você não fica mais no mundo <strong>de</strong><br />

achismos [...] A i<strong>de</strong>ia é sempre viabilizar o<br />

negócio do nosso cliente”, complementa.<br />

E é neste cenário que Diego Eis chega. O<br />

profissional <strong>de</strong>ixou o mercado corporativo<br />

para ingressar no publicitário. Uma <strong>de</strong><br />

suas missões é incentivar nos clientes uma<br />

cultura que priorize a experiência do usuário.<br />

Quando recebeu o convite, Diego Eis<br />

confessa que se sentiu meio <strong>de</strong>slocado. “Eu<br />

falei: ‘nem sei o que estou fazendo numa<br />

agência, mas vou conversar com vocês’”.<br />

Porém, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r as possibilida<strong>de</strong>s<br />

do trabalho, o profissional se animou.<br />

Em vez <strong>de</strong> um projeto na startup, ele po<strong>de</strong>rá<br />

trabalhar com <strong>de</strong>z na agência. “Isso<br />

me motiva”. Além disso, o fato <strong>de</strong> a Jüssi<br />

conseguir “abraçar um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> produto por fora do cliente”<br />

também animou o profissional, apesar<br />

do choque <strong>de</strong> cultura e da correria que não<br />

existe numa empresa <strong>de</strong> produtos digitais.<br />

Marcos Del Valle e Diego Eis: objetivo é fincar <strong>de</strong> vez a cultura <strong>de</strong> startups e empresas <strong>de</strong> tecnologia na área<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43


mArcAs<br />

Divulgação<br />

Cena da campanha do Burger King, que convidou os consumidores para experimento político; quem votou em branco recebeu Whopper em Branco, sanduíche indigesto<br />

Anunciantes se posicionam no <strong>de</strong>bate<br />

político para se conectar com o público<br />

Consumidores cobram visão menos passiva das marcas, que assumem<br />

responsabilida<strong>de</strong> por conscientização do voto, cidadania e <strong>de</strong>mocracia<br />

Danúbia Paraizo<br />

e FeliPe Turlão<br />

Educação, menos corrupção,<br />

mais cidadania, saú<strong>de</strong> e segurança.<br />

Essas são as características<br />

que a população espera<br />

para o Brasil do futuro, segundo<br />

a iniciativa da TV Globo que<br />

reuniu nos últimos meses os<br />

<strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> um país melhor.<br />

Com pedidos tão básicos<br />

quanto essenciais, fica evi<strong>de</strong>nte<br />

o quanto discussões sobre<br />

o voto consciente, cidadania<br />

e <strong>de</strong>mocracia são necessárias,<br />

sobretudo, neste período eleitoral.<br />

Além da socieda<strong>de</strong>, empresas<br />

privadas tentam integrar<br />

esse <strong>de</strong>bate político.<br />

Às vésperas do primeiro turno<br />

das eleições, gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />

foram às mídias para<br />

mobilizar seus consumidores.<br />

Estar em cima do muro já não é<br />

mais opção.<br />

No último <strong>de</strong>bate com candidatos<br />

à Presidência, quinta-feira<br />

(4), na TV Globo, isso ficou<br />

bem claro. Após ter chamado a<br />

atenção <strong>de</strong> seus consumidores<br />

sobre o valor do voto consciente,<br />

com o lançamento do Whopper<br />

em Branco, no <strong>de</strong>bate da<br />

Record TV, na semana anterior,<br />

o Burger King voltou a veicular<br />

a propaganda. A i<strong>de</strong>ia foi reforçar<br />

a mensagem <strong>de</strong> que “quando<br />

alguém escolhe no seu lugar,<br />

não dá para reclamar do resultado”.<br />

No intervalo comercial,<br />

Chevrolet, Nextel e Votorantim<br />

também engrossoram a lista<br />

<strong>de</strong> anunciantes que usaram a<br />

pauta política para engajar seus<br />

clientes e mostrar valor.<br />

“Tem aquele velho mantra<br />

<strong>de</strong> que não se discute religião<br />

e política, e, <strong>de</strong> fato, os clientes<br />

evitam esses temas. Mas, nos<br />

dias <strong>de</strong> hoje, não existe marca<br />

que fique no vácuo. Quem en-<br />

“Estamos vivEndo<br />

uma situação<br />

tEnsa na política,<br />

tEm polarização,<br />

baixa formação<br />

política E isso<br />

gEra um problEma<br />

dE comprEEnsão”<br />

tra nas conversas com proprieda<strong>de</strong><br />

tem muito mais a<strong>de</strong>rência”,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Rafael Donato,<br />

VP <strong>de</strong> criação da David São Paulo,<br />

agência que assina a campanha.<br />

A comunicação é baseada<br />

em um experimento gravado<br />

na capital paulista. Uma das lojas<br />

da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-food recebeu<br />

uma urna eletrônica personalizada<br />

em que os consumidores<br />

pu<strong>de</strong>ram escolher se votariam<br />

em algum candidato ou em<br />

branco. Ao final da ação, quem<br />

votou em branco recebeu em<br />

primeira mão o indigesto Whopper<br />

em Branco, feito apenas<br />

com pão, cebola e maionese.<br />

“A gente dominou as conversas<br />

na internet. Só faz isso quem<br />

tem coragem e agilida<strong>de</strong> para<br />

entrar em um tema que geralmente<br />

o marketing tenta evitar.<br />

Mas o Burger King tem a proposta<br />

<strong>de</strong> provocar sem medo”,<br />

completa Ariel Grunkraut, di-<br />

44 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


etor <strong>de</strong> marketing e vendas do<br />

Burger King.<br />

ProPósito<br />

Apesar <strong>de</strong> os números atestarem<br />

o impacto da campanha<br />

- o ví<strong>de</strong>o teve mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z milhões<br />

<strong>de</strong> visualizações -, a abordagem<br />

política na comunicação<br />

<strong>de</strong> marcas ainda não é tão<br />

comum quanto as causas mais<br />

populares, como sustentabilida<strong>de</strong><br />

e diversida<strong>de</strong>, por exemplo.<br />

Segundo Roberto Gondo,<br />

professor <strong>de</strong> marketing político<br />

da Universida<strong>de</strong> Presbiteriana<br />

Mackenzie, isso ocorre porque<br />

os riscos acabam sendo maiores<br />

e as empresas preferem não<br />

excluir parte <strong>de</strong> seu público em<br />

potencial. “Não é muito comum<br />

essa postura, porque <strong>de</strong>ntro da<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> varejo e serviços, você<br />

não segmenta politicamente<br />

seu público. Quando a empresa<br />

não se posiciona, você blinda<br />

a organização, assim ela po<strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>r para todo mundo”.<br />

De fato, se posicionar politicamente,<br />

tem seus riscos. Cabe<br />

a cada empresa avaliar se são<br />

válidos. Em 2016, por exemplo,<br />

o Habib’s pegou carona no<br />

clima <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> política<br />

do país, às vésperas da votação<br />

do impeachment da então<br />

presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff. A<br />

campanha Caiu brincava com a<br />

situação para divulgar a queda<br />

no preço <strong>de</strong> sua esfiha <strong>de</strong> frango.<br />

O filme mostrava pessoas<br />

comemorando o impedimento<br />

da governante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> corretores<br />

da Bolsa e pessoas trajando<br />

ver<strong>de</strong> amarelo ou vermelho. A<br />

mensagem final sugeria que o<br />

“Habib’s uniu o Brasil”. Alguns<br />

meses antes, a re<strong>de</strong> havia distribuído<br />

cartazes pró-impeachment<br />

e divulgou a hashtag<br />

fome<strong>de</strong>mudança. Na ocasião,<br />

as re<strong>de</strong>s sociais da marca foram<br />

inundadas com críticas e elogios.<br />

Para Gondo, do Mackenzie,<br />

tomar esse tipo <strong>de</strong> estratégia<br />

<strong>de</strong> marketing vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> como estão os ânimos na<br />

pré-eleição. Fazer essa análise<br />

po<strong>de</strong> evitar perdas significativas<br />

para a imagem da marca.<br />

“Estamos vivendo uma situação<br />

tensa no política, tem polarização,<br />

baixa formação política<br />

e isso gera um problema<br />

<strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> cenário. O<br />

posicionamento político não é<br />

uma estratégia comum e, quando<br />

ocorre, as marcas ten<strong>de</strong>m a<br />

uma linha mais neutra. O Burger<br />

King não disse ser a favor <strong>de</strong><br />

Donato, da David: marcas que se posicionam têm mais a<strong>de</strong>rência<br />

“falta para<br />

as marcas<br />

consEguirEm<br />

transformar<br />

sEu podEr dE<br />

pErsuasão não Em<br />

convEncimEnto<br />

partidário, mas<br />

dE participação<br />

cidadã”<br />

Bolsonaro ou Haddad, preferiu<br />

ser neutro e propor i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong>mocráticos.<br />

Esse po<strong>de</strong> ser um<br />

caminho”, analisa o professor.<br />

conexões<br />

Ao mesmo tempo em que<br />

os riscos são esperados, num<br />

momento em que o <strong>de</strong>bate político<br />

é tão essencial, marcas<br />

que já interiorizaram essa proposta<br />

<strong>de</strong> alguma forma em seu<br />

DNA encontram oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criar novas conexões com<br />

seu público. É o que acredita<br />

Marcos Be<strong>de</strong>ndo, professor<br />

da ESPM, sócio e consultor na<br />

Brandwagon. “As marcas estão<br />

se envolvendo em questões sociais,<br />

especialmente para fazer<br />

Fotos: Divulgação<br />

Ariel, do Burger King: empresa tem proposta <strong>de</strong> provocar sem medo<br />

conexão com grupos sociais<br />

que ten<strong>de</strong>m a evoluir como<br />

consumidores. É essencial para<br />

gerar conexão e diferenciação<br />

em um mundo com menos diferenças<br />

funcionais entre os<br />

produtos”. Essa foi a proposta<br />

da Chevrolet, com a campanha<br />

Realida<strong>de</strong> Possível, que convida<br />

os brasileiros a saírem do conformismo<br />

e a acreditarem que<br />

é possível mudar. A peça para<br />

o lançamento do Cruze tem<br />

criação da Commonwealth//<br />

McCann, divisão da WMcCann<br />

responsável pelo atendimento<br />

exclusivo da conta.<br />

O filme mostra locais famosos<br />

das cida<strong>de</strong>s do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, Salvador e São Paulo,<br />

contrastando a realida<strong>de</strong> com<br />

cenários revitalizados <strong>de</strong> como<br />

os ambientes po<strong>de</strong>riam ser. Em<br />

uma das cenas, famílias aparecem<br />

curtindo o Rio Pinheiros,<br />

na capital paulista, totalmente<br />

limpo. A locução da atriz Camila<br />

Morgado convida a todos<br />

para fazerem acontecer e acelerarem<br />

na direção da mudança.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> razões<br />

políticas ou filosóficas, as<br />

marcas <strong>de</strong>vem ser, acima <strong>de</strong><br />

tudo, verda<strong>de</strong>iras em seu propósito.<br />

Entrar nesse <strong>de</strong>bate por<br />

questões meramente comerciais<br />

é uma estratégia totalmente<br />

<strong>de</strong>saconselhada pelos especialistas.<br />

Isso porque fica muito<br />

claro para o consumidor quando<br />

se trata <strong>de</strong> posicionamento<br />

puramente oportunista. “As<br />

marcas têm <strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>iras.<br />

Quanto mais solidárias elas<br />

forem, melhor para sua imagem.<br />

Falta para muitas conseguirem<br />

transformar seu po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> persuasão não em convencimento<br />

partidário, mas <strong>de</strong> participação<br />

cidadã”, avalia Sérgio<br />

<strong>de</strong> Paula, diretor <strong>de</strong> criação da<br />

agência Nave.<br />

Com um histórico global <strong>de</strong><br />

iniciativas que estimulam propósitos,<br />

como a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gêneros, racial e diversida<strong>de</strong>, a<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sorveterias Ben&Jerry’s<br />

elegeu o <strong>de</strong>bate político como<br />

estratégia <strong>de</strong> comunicação no<br />

Brasil neste período eleitoral.<br />

Dos dias 1 a 7 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, os<br />

consumidores que apresentaram<br />

seu título eleitoral receberam<br />

<strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 10% na<br />

compra <strong>de</strong> qualquer sabor. O<br />

objetivo foi estimular que a<br />

população mantenha a postos<br />

o documento, que costuma<br />

ser lembrado apenas na última<br />

hora e acaba sendo perdido.<br />

Completando a campanha, a<br />

marca convida seus consumidores<br />

a visitarem a plataforma<br />

Me Representa, um site que<br />

ajuda os eleitores a encontrarem<br />

candidatos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

pautas LGBT+, <strong>de</strong> gênero, raça,<br />

meio ambiente, corrupção e<br />

trabalho. “As marcas ainda estão<br />

muito preocupadas com<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45


mArcAs<br />

seus umbigos e esquecendo o<br />

coração do consumidor. Quanto<br />

mais elas falarem da realida<strong>de</strong><br />

do público, maior a empatia”,<br />

avalia De Paula, da Nave.<br />

PosicionAmento do dono<br />

O voto é direito constitucional<br />

<strong>de</strong> todos os brasileiros, mas<br />

um <strong>de</strong>talhe importante é pouco<br />

avaliado pelas empresas que<br />

pensam em se posicionar politicamente:<br />

ele po<strong>de</strong> ser secreto,<br />

principalmente, se tratando<br />

do dono da companhia. Nesta<br />

eleição, executivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

marcas, como a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas<br />

Havan e Centauro, ganharam a<br />

imprensa por expor suas preferências<br />

políticas, atitu<strong>de</strong> que<br />

impacta diretamente suas marcas<br />

e negócios, ainda que essa<br />

não seja a intenção.<br />

O empresário Luciano Hang,<br />

dono da Havan, por exemplo,<br />

recebeu da Justiça do Trabalho<br />

pedido que <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> pressionar<br />

seus funcionários a votarem<br />

Rio Pinheiros aparece revitalizado na campanha realida<strong>de</strong> Possível, da Chevrolet, que estimula o público a sair do conformismo<br />

em seu candidato. O executivo<br />

<strong>de</strong>clarou voto a Jair Bolsanaro<br />

(PSL) em ví<strong>de</strong>o que postou<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. No conteúdo,<br />

Hang ameaça <strong>de</strong>ixar o país e,<br />

consequentemente, <strong>de</strong>mitir os<br />

mais <strong>de</strong> 15 mil funcionários. A<br />

Justiça <strong>de</strong>terminou que novo<br />

Divulgação<br />

ví<strong>de</strong>o seja postado em que<br />

Hang reafirme que seus funcionários<br />

têm liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> votar<br />

em quem quiserem.<br />

Na avaliação <strong>de</strong> Gondo, do<br />

Mackenzie, se posicionar <strong>de</strong>ssa<br />

maneira é um tiro no pé para os<br />

negócios e po<strong>de</strong> criar <strong>de</strong>scontentamento<br />

<strong>de</strong> parcela relevante<br />

do consumidor. “Nessa atual<br />

situação econômica e política,<br />

com tamanha polarização, não<br />

é recomendável que as marcas<br />

arrisquem. O i<strong>de</strong>al é se manter<br />

no território da utilida<strong>de</strong> pública<br />

e cidadania”, finaliza.<br />

empresas norte-americanas sofrem<br />

mesmos riscos por posição política<br />

Tudo começou com uma<br />

mensagem simples e um<br />

personagem controverso.<br />

“Acredite em algo. Mesmo que<br />

isso signifique sacrificar tudo”.<br />

Dessa forma, a Nike celebrou<br />

os 30 anos do slogan Just Do It<br />

com protagonismo <strong>de</strong> Colin Kaepernick,<br />

em setembro.<br />

A campanha foi criada pela<br />

Wie<strong>de</strong>n+Kennedy. Nela, o jogador<br />

<strong>de</strong> futebol americano tem<br />

posicionamento político forte,<br />

já que iniciou, em 2016, uma série<br />

<strong>de</strong> protestos contra violência<br />

policial e diferenças sociais<br />

nos Estados Unidos - sua marca<br />

era ajoelhar-se durante o Hino<br />

Nacional americano.<br />

A iniciativa ganhou comentários<br />

negativos do presi<strong>de</strong>nte<br />

Donald Trump. Afastado da liga<br />

<strong>de</strong> futebol (NFL), nunca mais<br />

encontrou um time para jogar,<br />

mas voltou a ganhar atenção<br />

com o comercial da Nike. Apesar<br />

<strong>de</strong> um boicote inicial <strong>de</strong> alguns<br />

consumidores e da queda<br />

<strong>de</strong> 3% nas ações, o posicionamento<br />

político da marca rapidamente<br />

se constituiu em um<br />

sucesso <strong>de</strong> negócios. As vendas<br />

da marca no feriado <strong>de</strong> Labour<br />

Day subiram 31% e os produtos<br />

se esgotaram. Dez dias <strong>de</strong>pois<br />

da campanha, as ações da Nike<br />

Reprodução<br />

Campanha da Nike teve rejeição inicial, mas em seguida impulsionou vendas recor<strong>de</strong>s<br />

saltaram 33% e atingiram recor<strong>de</strong>,<br />

dando à empresa o valor <strong>de</strong><br />

mercado <strong>de</strong> US$ 133 bilhões.<br />

Nos Estados Unidos, as marcas<br />

têm sido cobradas para <strong>de</strong>ixarem<br />

a posição passiva que,<br />

geralmente, assumiam diante<br />

<strong>de</strong> questões sociopolíticas.<br />

Uma pesquisa publicada neste<br />

ano pela Sprout Social aponta<br />

que 66% dos consumidores<br />

americanos disseram ser importante<br />

para as marcas assumirem<br />

posições públicas sobre<br />

questões <strong>de</strong>sse tipo. Um dos<br />

motivos para isso seria, segun-<br />

do a empresa <strong>de</strong> pesquisas, a<br />

falta <strong>de</strong> confiança da população<br />

nas instituições e a <strong>de</strong>manda<br />

para que as marcas assumam<br />

mais a li<strong>de</strong>rança para promover<br />

mudanças reais na socieda<strong>de</strong>.<br />

“No mercado americano é<br />

muito claro a posição e diferença<br />

dos partidos, o que já não<br />

ocorre aqui, on<strong>de</strong> as fronteiras<br />

são pouco <strong>de</strong>lineadas”, avalia<br />

Marcos Be<strong>de</strong>ndo, professor<br />

da ESPM e sócio-consultor na<br />

Brandwagon. O analista chama<br />

a atenção também para o fato<br />

<strong>de</strong>sse posicionamento político<br />

ter razões econômicas. “Temos<br />

<strong>de</strong> avaliar que a marca, muitas<br />

vezes, toma a posição por uma<br />

perspectiva <strong>de</strong> lobby”.<br />

Assumir posição política não<br />

é uma missão fácil, mesmo em<br />

um mercado mais acostumado<br />

a isso. O Airbnb, por exemplo,<br />

lançou a campanha #WeAccept<br />

durante o Super Bowl <strong>de</strong> 2017,<br />

em apoio às diferenças culturais<br />

nos Estados Unidos, ao<br />

mesmo tempo que se comprometeu<br />

a disponibilizar casas<br />

como lar temporário para mais<br />

<strong>de</strong> 100 mil pessoas que necessitassem.<br />

A ação foi interpretada<br />

como uma resposta ao teor xenófobo<br />

<strong>de</strong> discursos do presi<strong>de</strong>nte<br />

Donald Trump.<br />

46 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


marCas<br />

Carrefour lança o movimento<br />

Act For Food no mercado brasileiro<br />

Posicionamento Todos merecem o melhor vai nortear a comunicação <strong>de</strong><br />

produtos e serviços da re<strong>de</strong>; a i<strong>de</strong>ia é orientar a alimentação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

Felipe Turlão<br />

Carrefour lançou na semana<br />

O passada o movimento Act<br />

For Food no Brasil. Dentro do<br />

conceito estão iniciativas que<br />

impactam a operação da empresa,<br />

a relação com os fornecedores,<br />

além <strong>de</strong> uma nova comunicação<br />

e a intenção <strong>de</strong> entregar<br />

produtos mais saudáveis a preços<br />

acessíveis, por meio <strong>de</strong> um<br />

projeto <strong>de</strong> transição alimentar<br />

que aju<strong>de</strong> os consumidores a<br />

migrarem para alimentos com<br />

maior qualida<strong>de</strong> nutricional.<br />

A comunicação vai expressar<br />

os principais valores do Act For<br />

Food através <strong>de</strong> um novo posicionamento<br />

<strong>de</strong> marca internacional<br />

chamado Todos merecem<br />

o melhor, que preten<strong>de</strong> informar<br />

os consumidores sobre os compromissos<br />

da marca.<br />

As lojas do Carrefour, por<br />

exemplo, serão espaço para comunicar<br />

as iniciativas da re<strong>de</strong><br />

varejista em prol <strong>de</strong> uma alimentação<br />

que favoreça uma<br />

maior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

“O Act For Food nos permite<br />

construir uma nova relação com<br />

o cliente, reafirmando o nosso<br />

compromisso <strong>de</strong> fazer e oferecer<br />

o melhor. Ao enfrentar os<br />

novos <strong>de</strong>safios alimentares foi<br />

possível traduzir a nossa missão<br />

e as próprias <strong>de</strong>mandas dos<br />

consumidores, atentos à qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produtos e serviços”,<br />

afirmou Silvana Balbo, diretora<br />

<strong>de</strong> marketing do Carrefour Brasil.<br />

A Publicis aten<strong>de</strong> a conta da<br />

marca.<br />

A estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />

do Carrefour passa a contar<br />

ainda com embaixadores que<br />

vão transmitir informações e<br />

auxiliar os clientes nas escolhas<br />

diárias dos alimentos. Esses influenciadores<br />

são técnicos especializados<br />

em frutas, legumes,<br />

verduras, peixes, carnes, orgânicos,<br />

marcas próprias e <strong>de</strong>mais<br />

produtos saudáveis. “In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do formato <strong>de</strong> loja<br />

ou canal, o cliente encontrará<br />

as melhores ofertas e opções <strong>de</strong><br />

Noel Prioux:, CEO do Grupo Carrefour Brasil “Vamos buscar produtos e práticas mais saudáveis e sustentáveis”<br />

compra aqui, <strong>de</strong>rrubando antigas<br />

barreiras que separavam as<br />

pessoas da boa alimentação”,<br />

reforça Silvana.<br />

“Ao enfrentAr os<br />

novos <strong>de</strong>sAfios<br />

AlimentAres foi<br />

possível trAduzir<br />

nossA missão<br />

e As própriAs<br />

<strong>de</strong>mAndAs dos<br />

consumidores,<br />

Atentos à<br />

quAlidA<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produtos e<br />

serviços”<br />

pliem o portfólio <strong>de</strong> produtos<br />

da marca própria, estabelecer<br />

novas parcerias com produtos<br />

locais e aumentar a oferta <strong>de</strong><br />

produtos regionais.<br />

A i<strong>de</strong>ia é expandir o serviço<br />

Retire <strong>de</strong> Carro para <strong>de</strong>z pontos<br />

no estado <strong>de</strong> São Paulo (retirada<br />

<strong>de</strong> produtos comprados no<br />

e-commerce), expandir o Programa<br />

Únicos para 45 lojas (ação<br />

em que a re<strong>de</strong> comercializa com<br />

<strong>de</strong>sconto produtos “fora do padrão<br />

estético”, mas ainda assim<br />

Divulgação<br />

objetivos<br />

O CEO do Grupo Carrefour<br />

Brasil, Noel Prioux, apresentou<br />

durante o lançamento os objetivos<br />

do Act For Food. Uma <strong>de</strong><br />

suas metas é que os orgânicos<br />

correspondam, em breve, a uma<br />

boa porcentagem dos produtos<br />

comercializados pela empresa.<br />

“Plantamos uma po<strong>de</strong>rosa<br />

semente com a certeza <strong>de</strong> que,<br />

juntos, po<strong>de</strong>mos transformar a<br />

forma como nos alimentamos.<br />

O Act For Food reúne iniciativas<br />

para ampliar a oferta <strong>de</strong> alimentos<br />

naturais e saudáveis, por<br />

meio <strong>de</strong> serviços multicanal,<br />

preços acessíveis e com controle<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a origem.<br />

Vamos buscar produtos e práticas<br />

mais saudáveis e sustentáveis<br />

para cada um <strong>de</strong> nós e para<br />

o planeta”, afirmou.<br />

Para 2020, Prioux preten<strong>de</strong><br />

dobrar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orgânicos<br />

comercializados nas lojas,<br />

além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma nova<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores que amsaudáveis),<br />

e expandir nas lojas<br />

a seção <strong>de</strong> “Saudáveis”, com<br />

produtos orgânicos, integrais,<br />

sem antibióticos e para dietas<br />

restritivas, com foco em atingir<br />

todas as lojas do Brasil em 2019.<br />

O Act For Food faz parte <strong>de</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> plataforma global,<br />

a Carrefour 2022, um plano <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> mudança da companhia<br />

anunciado no começo <strong>de</strong><br />

<strong>2018</strong>, que tem como premissas a<br />

transformação digital da operação<br />

e a transição alimentar.<br />

“Tiramos <strong>de</strong> circulação, na<br />

Europa, diversos produtos que,<br />

mesmo permitidos pela legislação,<br />

nós do Carrefour enten<strong>de</strong>mos<br />

que não eram os melhores<br />

para as pessoas. Se aconteceu<br />

lá, vale também para o Brasil”,<br />

reforça Prioux.<br />

Dentro do Act For Food, o<br />

Carrefour lança ainda o Compromisso<br />

Satisfação Garantida,<br />

que será testado em lojas da<br />

Baixada Santista, no estado <strong>de</strong><br />

São Paulo. Sua lógica é que se o<br />

cliente não ficar satisfeito com<br />

produtos frescos adquiridos<br />

nas lojas, recebe o dinheiro <strong>de</strong><br />

volta ou outro produto no mesmo<br />

valor.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47


inspiração<br />

Diferença entre sprint e long run<br />

Existem momentos em que, por mais estratégico que a gente seja,<br />

<strong>de</strong>cisões rápidas precisam ser tomadas; o gás extra precisa ser dado<br />

Eduardo andradE<br />

Especial para o ProPMarK<br />

Um antigo chefe meu me <strong>de</strong>u um feedback<br />

dizendo que eu era uma pessoa <strong>de</strong><br />

sprint, mas não <strong>de</strong> long runs.<br />

Na mente <strong>de</strong>le e na continuação da conversa,<br />

ficou claro que, para ele, aquilo era<br />

um ponto negativo, pois a intenção era dizer<br />

que eu dava tiros curtos para resolver<br />

as coisas e não as planejava durante muito<br />

tempo.<br />

Foi uma conversa longa e superimportante,<br />

pois, por mais que na época eu não<br />

concordasse com ele, eu fiquei com aquilo<br />

cravado na cabeça para sempre.<br />

Precisei olhar e enten<strong>de</strong>r aspectos daquele<br />

feedback, <strong>de</strong> forma urgente, para provocar<br />

mudanças no meu comportamento.<br />

O primeiro aspecto foi enten<strong>de</strong>r se eu realmente<br />

era uma pessoa <strong>de</strong> sprint e o porquê<br />

disso.<br />

Será que eu era visto como uma pessoa<br />

assim porque só o envolvia nas urgências?<br />

Ou talvez porque eu me comportava como<br />

um gestor que só sabia resolver urgências e<br />

tinha pouco planejamento <strong>de</strong> longo prazo?<br />

O segundo ponto foi: será que é ruim ser<br />

um cara <strong>de</strong> sprint? Ou será que ficar sentado<br />

planejando muito tempo uma coisa e<br />

não ter uma ação sobre ela era realmente<br />

um ponto positivo? E o bom e velho “Done<br />

is better than perfect”?<br />

Enquanto meus pares planejavam algo,<br />

eu já po<strong>de</strong>ria ter feito quatro vezes aquilo.<br />

E, por fim, o mais importante não é se<br />

aquela característica estava certa ou errada,<br />

mas sim até on<strong>de</strong> ela me levaria, em que<br />

momento era bom, e em que momento me<br />

atrapalhava.<br />

No papel, aqui e agora, parece simples.<br />

Naquela época, foi dificílimo enten<strong>de</strong>r isso.<br />

Levei isso tão a sério na época, que até<br />

meu esporte eu coloquei em pauta.<br />

Foi por meio da corrida e da corrida <strong>de</strong><br />

montanha, que sempre foram minhas inspirações,<br />

que fui tentar enten<strong>de</strong>r por que<br />

eu era “sprint” e se, <strong>de</strong> fato, eu não era um<br />

“long run”.<br />

Eu, que já fazia algumas provas longas,<br />

<strong>de</strong>cidi fazer algumas ultramaratonas para<br />

enten<strong>de</strong>r como minha cabeça funcionava e<br />

se conseguiria ser planejado.<br />

Pu<strong>de</strong> perceber que não era apenas um<br />

sprint, mas que o sprint era fundamental<br />

para eu conseguir ser um long run.<br />

Eu tinha <strong>de</strong> aguentar treinos muito longos,<br />

ter uma cabeça tranquila para isso. Mas<br />

os long runs não eram os únicos treinos importantes.<br />

Treino <strong>de</strong> sprint era fundamental para<br />

melhorar minha agilida<strong>de</strong> nos terrenos,<br />

conseguir <strong>de</strong>sviar rapidamente dos obstáculos,<br />

sem per<strong>de</strong>r o ritmo da prova. Os dois<br />

eram fundamentais para mim. Não adiantava<br />

fazer um e não fazer o outro.<br />

Depois <strong>de</strong> tempos e muitos treinos, percebo<br />

que nem eu e nem meu ex-chefe estávamos<br />

certos. Sprint não é um perfil, mas<br />

sim uma habilida<strong>de</strong> que naquela época eu<br />

estava usando <strong>de</strong> forma errada.<br />

É preciso encontrar um meio <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

em quais momentos dos nossos trabalhos,<br />

das nossas carreiras, dos nossos projetos,<br />

por mais long runs que eles sejam, será<br />

necessário dar sprints.<br />

E isso não <strong>de</strong>monstra que temos pensamento<br />

a curto prazo apenas, mas sim que<br />

sabemos nos mover, transformar e adaptar<br />

rápido.<br />

Existem momentos em que, por mais<br />

estratégico que a gente seja, <strong>de</strong>cisões rápidas<br />

precisam ser tomadas. Aquele gás extra<br />

precisa ser dado para atingirmos nossas<br />

metas.<br />

Long run não é uma característica. É toda<br />

a jornada, é o olhar lá na frente.<br />

Mas temos <strong>de</strong> ficar atentos para, se corrermos,<br />

não tropeçarmos nos buracos que<br />

aparecem no caminho.<br />

Eduardo Andra<strong>de</strong> é CBO e sócio da Bullet<br />

48 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fake News<br />

ou 53 anos<br />

<strong>de</strong> jornalismo?<br />

Não acredite em tudo que você lê, mas<br />

acredite na fonte da sua leitura. De fake<br />

news já bastam os rumores. Credibilida<strong>de</strong> se<br />

faz com tradição e jornalismo competente.<br />

Assine conteúdo original e verda<strong>de</strong>iro,<br />

como PROPMARK sempre fez.<br />

www.lojareferencia.com.br<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

11 2065 0738


arena do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

entre gigantes 1<br />

Os fãs que não pu<strong>de</strong>rem<br />

comparecer ao estádio do<br />

Morumbi para a partida entre<br />

os lendários All Blacks Maori<br />

e a seleção brasileira <strong>de</strong> rugby,<br />

na capital paulista, terão<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver o jogo<br />

gratuitamente pelo Twitter.<br />

Após negociações com<br />

Facebook e Instagram, a re<strong>de</strong><br />

do passarinho levou a melhor<br />

e ganhou os direitos globais<br />

para a partida, que terá narração<br />

em português e inglês.<br />

A notícia foi confirmada com<br />

exclusivida<strong>de</strong> ao PROPMARK.<br />

Reprodução<br />

entre gigantes 2<br />

O amistoso no dia 10 <strong>de</strong><br />

novembro será exibido em<br />

tempo real às 18h45 no perfil<br />

@brasilrugby. Com patrocínio<br />

do Bra<strong>de</strong>sco, que apoia também a seleção brasileira <strong>de</strong> rugby, o<br />

evento terá ainda transmissão da SporTV, no Brasil, e nos canais<br />

SkyNZ e allblacksTV.com, na Nova Zelândia. “As conversas sobre<br />

esportes movimentam a plataforma diariamente. E essa paixão<br />

vai além do futebol. Levar aos torcedores conteúdo sobre rugby é<br />

mais um passo para <strong>de</strong>mocratizar o acesso e conectar as pessoas<br />

aos seus interesses”, <strong>de</strong>staca Pitter Rodriguez, diretor <strong>de</strong> parcerias<br />

<strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> esportes do Twitter para a América Latina.<br />

revelações<br />

Marcando sua entrada no segmento<br />

<strong>de</strong> smartphones no Brasil, a SEMP<br />

TCL convocou o jogador Rodrygo<br />

Goes (foto), revelado no Santos e<br />

promessa do futebol mundial, após<br />

contrato com o Real Madrid, para<br />

protagonizar sua campanha. A i<strong>de</strong>ia é<br />

traçar um paralelo entre o alto <strong>de</strong>sempenho<br />

do jovem e os atributos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sign e tecnologia do novo aparelho.<br />

Com o conceito Você não esperava por<br />

esse craque; nem por esse smartphone,<br />

a campanha tem criação da Talent<br />

Marcel. “Do mesmo jeito que o<br />

<strong>de</strong>sempenho e alta performance do<br />

Rodrygo Goes vem surpreen<strong>de</strong>ndo o público, estamos convidando as pessoas a saírem<br />

da mesmice e conhecerem o <strong>de</strong>sign e a inovação da nova linha <strong>de</strong> smartphones<br />

da marca”, explica Patrícia Vital, head <strong>de</strong> marketing da SEMP TCL. Além <strong>de</strong> Rodrygo,<br />

Neymar Jr. também é embaixador da marca, que investe pesado no futebol. Há pouco<br />

tempo, a empresa anunciou o patrocínio aos árbitros <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o polêmico VAR, na<br />

Copa do Brasil.<br />

Cestinha 1<br />

O All Star Weekend é um dos principais eventos comemorativos da Liga Norte Americana<br />

<strong>de</strong> Basquete (NBA). A programação inclui a presença <strong>de</strong> estrelas históricas para atrações<br />

como Jogo dos Novatos, Torneio <strong>de</strong> Enterradas, Desafio <strong>de</strong> Habilida<strong>de</strong>s e o tradicional All<br />

Star Game, com ídolos do presente e do passado. Em 2017, por exemplo, a partida contou<br />

com a participação ilustre <strong>de</strong> Oscar Schmidt pela primeira vez na liga. O projeto reuniu<br />

Budweiser, NBA e canal ESPN.<br />

Cestinha 2<br />

Agora, na edição 2019, os torcedores brasileiros po<strong>de</strong>rão assistir aos jogos direto <strong>de</strong> Charlotte,<br />

nos Estados Unidos. Em parceria com a Netshoes, responsável pelo ecommerce da<br />

NBA no Brasil, a marca vai levar brasileiros ao evento com tudo pago. Para concorrer à experiência,<br />

que será realizada <strong>de</strong> 15 a 17 <strong>de</strong> fevereiro, basta realizar compras em produtos a<br />

partir <strong>de</strong> R$ 250 no site LojaNBA.com, para ter direito a um número da sorte. Serão válidas<br />

compras até o dia 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

gol na re<strong>de</strong><br />

Apesar <strong>de</strong> o Facebook não ter levado a melhor para a transmissão do<br />

rugby, a re<strong>de</strong> social mostra que está investindo pesado nas transmissões<br />

esportivas ao vivo. Na semana passada, anunciou a conquista<br />

dos direitos da Conmebol Libertadores para o ciclo comercial <strong>de</strong> 2019-<br />

2022. O contrato inclui, entre outros, a veiculação <strong>de</strong> todas as partidas<br />

às quintas-feiras, ao vivo e com exclusivida<strong>de</strong> no Facebook Watch,<br />

para os 10 países sul-americanos integrantes da Confe<strong>de</strong>ração Sul-<br />

-Americana <strong>de</strong> Futebol, entre eles Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.<br />

endorfina criativa<br />

Eu encontrei o esporte em um<br />

momento <strong>de</strong> muito estresse<br />

profissional, e acabou virando<br />

um estilo <strong>de</strong> vida. Ele me ensina muito<br />

sobre como administrar as emoções<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r. Hoje analiso tudo com<br />

a ótica do voo livre: paciência, sangue<br />

frio em negociações, tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

rápida e autoconfiança”.<br />

Felipe Oliveira, CEO da Sciensa<br />

luta<br />

Às vésperas <strong>de</strong> completar 25 anos em novembro,<br />

o UFC veicula campanha comemorativa<br />

no canal Combate, da Globosat.<br />

Lançado no sábado (6), durante o intervalo<br />

do UFC 229, o filme faz paralelo entre os<br />

<strong>de</strong>safios dos lutadores e <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />

outras áreas. Com o conceito Lute Sempre,<br />

músicos, arquitetos e até chefs <strong>de</strong> cozinha<br />

protagonizam a peça, criada pela área <strong>de</strong><br />

branding e comunicação da Globosat.<br />

50 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


WWW.GRAACC.ORG.BR<br />

/GRAACC @instagraacc @graacc /GRAACCSP


ção. Entre os nomes confirmados<br />

estão o <strong>de</strong>signer digital<br />

Christopher Lee Ball, no painel<br />

Roteiros para Bran<strong>de</strong>d Content;<br />

que também terá a participação<br />

<strong>de</strong> Josh Rabinowitz (vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

executivo e diretor musical<br />

do Grey Group, <strong>de</strong> Nova<br />

York); Patrick Cahill (head <strong>de</strong><br />

produção integrada da Havas/<br />

Londres); e German Carmona<br />

(brand manager da Gol Linhas<br />

Aéreas). “A música ganhou uma<br />

expressão no cenário <strong>de</strong> produção<br />

muito gran<strong>de</strong> e temos<br />

<strong>de</strong> trazer essa <strong>de</strong>manda para o<br />

festival. Por isso, além dos convidados<br />

internacionais vamos<br />

ter como palestrante o diretor<br />

<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oclipes Bruno Ilogti, da<br />

O2, que fez, entre outros, vi<strong>de</strong>oclipes<br />

para Fergie e Anitta,<br />

como Paradinha e Sua Cara. O<br />

universo dos clipes terá ainda<br />

entre as <strong>de</strong>batedoras a cantora<br />

Karol Conka”, prossegue a executiva<br />

da Apro.<br />

A agenda do Whext tem conprodutoras<br />

Whext <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>safios da produção<br />

e lança prêmio voltado para o craft<br />

Festival vai reunir diretores <strong>de</strong> filmes publicitários e discutir temas como<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatos, digital e transformação da ca<strong>de</strong>ia do audiovisual<br />

Josh Rabinowitz vai participar dos <strong>de</strong>bates do Whext<br />

Divulgação<br />

“Estamos caminhando<br />

a passos largos para<br />

o fEstival Entrar no<br />

calEndário obrigatório<br />

dos EvEntos dE craft<br />

dos grandEs mErcados<br />

dE comunicação”<br />

A executiva Marianna Souza é a head do festival promovido pela Apro<br />

Alê Oliveira<br />

Paulo macedo<br />

Whext <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, evento da<br />

O Apro (Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Produtoras <strong>de</strong> Obras Audiovisuais)<br />

com curadoria da<br />

FilmBrazil, plataforma <strong>de</strong> internacionalização<br />

da entida<strong>de</strong>,<br />

vai <strong>de</strong>bater nos próximos dias<br />

30 e 31, em São Paulo, o futuro<br />

do mercado <strong>de</strong> produção publicitária.<br />

Além da pauta temática,<br />

o evento preten<strong>de</strong> chamar<br />

a atenção para o protagonismo<br />

que os diretores <strong>de</strong> filmes comerciais<br />

e toda a ca<strong>de</strong>ia do segmento,<br />

formada por diretores<br />

<strong>de</strong> criação e <strong>de</strong> arte específicos,<br />

fotógrafos e iluminadores, por<br />

exemplo, passaram a ter na elaboração<br />

dos conteúdos para o<br />

mercado anunciante. Segundo<br />

a executiva Marianna Souza,<br />

gerente da FilmBrazil e head<br />

do Whext, as produtoras passaram<br />

a funcionar como hubs<br />

criativos nessa era marcada pela<br />

diversificação <strong>de</strong> formatos.<br />

O mercado avançou para além<br />

dos filmes <strong>de</strong> 30 segundos. Há<br />

<strong>de</strong>mandas por materiais mais<br />

longos, que exigem técnicas e<br />

olhares mais cinematográficos,<br />

com roteiros que precisam explorar<br />

a a<strong>de</strong>quação mercadológica<br />

para o bran<strong>de</strong>d content, ter<br />

relevância nos consumidores<br />

<strong>de</strong> marcas e produtos que vão<br />

aos canais tradicionais e digitais<br />

com o propósito <strong>de</strong> gerar<br />

vendas e construir reputação.<br />

Algumas produtoras, como a<br />

Conspiração Filmes e a Hysteria,<br />

passaram a se posicionar<br />

como publishers.<br />

“Há um novo mo<strong>de</strong>lo em<br />

implantação nas produtoras,<br />

algumas até <strong>de</strong> forma avançada.<br />

Elas não são mais simples<br />

fornecedoras das agências <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>; elas passaram a<br />

ser autênticos hubs <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>.<br />

Algumas estão explorando<br />

o formato <strong>de</strong> publishers<br />

com outros caminhos e olhares<br />

para os seus negócios. Muitas<br />

startups estão se <strong>de</strong>dicando à<br />

realida<strong>de</strong> aumentada e à inteligêndia<br />

artificial. A Vice é um<br />

benchmark inspirador. Por isso<br />

o Whext quer expor esse novo<br />

cenário do mercado que é essencial<br />

para os anunciantes que<br />

estarão nas mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates<br />

para discutir suas expectativas<br />

em relação à sua comunicação<br />

audiovisual. Hoje um filme <strong>de</strong><br />

30 segundos tem sua função,<br />

mas na hora da captação é preciso<br />

estar atento ao que vai para<br />

o Stories do Instagram e para o<br />

YouTube. A preocupação com a<br />

narrativa amplia a participação<br />

das produtoras”, diz Marianna.<br />

O festival da Apro amplia a<br />

discussão do papel das produtoras,<br />

mas o Whext abriga na<br />

sua estrutura o antigo Fórum<br />

<strong>de</strong> Produção cuja programação<br />

contemplava apenas as discussões<br />

mais operacionais e burocráticas.<br />

“São importantes, mas<br />

se perdiam em relação ao <strong>de</strong>bate<br />

sobre a gestão <strong>de</strong> negócios”,<br />

explica Marianna. A mudança<br />

fica evi<strong>de</strong>nte com a programafirmada<br />

a presença <strong>de</strong> Matt Miller,<br />

presi<strong>de</strong>nte e CEO da AICP<br />

(Association of In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<br />

Commercial Producers); Fábio<br />

Costa, diretor-executivo <strong>de</strong><br />

criação da Saatchi & Saatchi;<br />

Bart Yates, produtor-executivo<br />

e sócio da Blink do Reino Unido;<br />

Jennifer Chen, produtora-<br />

-executiva <strong>de</strong> filmes da Droga5;<br />

e Stephen Mean, produtor integrado<br />

da Adam&Eve DDB.<br />

Marianna fala ainda que o<br />

festival terá o Whext Awards,<br />

cujo objetivo é premiar os profissionais<br />

envolvidos no craft,<br />

sempre relegados a um papel<br />

coadjuvante. Os associados da<br />

Apro e FilmBrazil indicaram<br />

três profissionais em cada uma<br />

das categorias. Os vencedores<br />

vão receber um troféu com<br />

<strong>de</strong>sign da Tátil. “Estamos caminhando<br />

a passos largos para<br />

o festival entrar no calendário<br />

obrigatório dos eventos <strong>de</strong> craft<br />

dos gran<strong>de</strong>s mercados <strong>de</strong> comunicação”,<br />

finaliza Marianna.<br />

52 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


QUEM VOTA<br />

BASEANDO-SE<br />

EM<br />

MENTIRAS<br />

ACABA SOFRENDO<br />

DE<br />

VERDADE.<br />

ELEIÇÕES<br />

<strong>2018</strong><br />

Estamos muito perto <strong>de</strong> escolher<br />

quem vai governar o Brasil.<br />

Mas, se fizermos isso com base<br />

em fake news, boatos e histórias<br />

mirabolantes divulgadas nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais, a chance <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cidirmos errado é muito gran<strong>de</strong>.<br />

Quer um conselho?<br />

Confira tudo nos jornais.<br />

A imprensa livre continua<br />

sendo sua fonte <strong>de</strong> informação<br />

mais confiável.


STORYTELLER<br />

nicoletaionescu/iStock<br />

Memória curta<br />

Nada como o tempo<br />

para relativizar as coisas<br />

LuLa Vieira<br />

Cada vez mais conheço gente que sofre,<br />

como eu, do pânico <strong>de</strong> esquecer nomes.<br />

Não sei se é a ida<strong>de</strong> média dos meus amigos<br />

que está aumentando, não sei se são<br />

os tempos cada vez mais difíceis, não sei o<br />

que é. Mas tenho a impressão <strong>de</strong> que se trata<br />

<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira epi<strong>de</strong>mia. O assunto<br />

é recorrente e tenho ouvido cada vez com<br />

mais frequência o relato <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> pessoas<br />

que subitamente esquecem o nome <strong>de</strong><br />

velhos conhecidos. Eu já estou parecendo<br />

candidato às vésperas <strong>de</strong> eleições. De puro<br />

medo <strong>de</strong> parecer pretensioso ou metido a<br />

besta, ando cumprimentando. Basta sinalizar<br />

que sabe quem eu sou para eu sair dando<br />

beijos, abraços, olés e como vamos. Dá<br />

sempre certo com quem realmente, <strong>de</strong> alguma<br />

forma, me conhece, pois ninguém se<br />

sente mal em ser tratado com carinho. Mas<br />

confesso que ando causando algum tipo <strong>de</strong><br />

espanto em garçons, porteiros, policiais <strong>de</strong><br />

aeroporto e organizadores <strong>de</strong> filas <strong>de</strong> táxis.<br />

Bastou me dar um tímido sorrisinho <strong>de</strong> reconhecimento<br />

que eu já estou abraçando e<br />

perguntando pela família. Até aí tudo bem,<br />

já que no máximo passo por viado, mas me<br />

sinto constrangido <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> reparar que<br />

<strong>de</strong>i a mão para a aeromoça: “Como vai você,<br />

tudo bem”? Não digo que tenha sido o<br />

pior, mas por conta <strong>de</strong>ste medo, me ocorreu<br />

um caso que encerra alguma lição.<br />

Tenho pouquíssimos inimigos. E todos<br />

me parecem gratuitos, já que realmente<br />

não tenho dinheiro para comprá-los. Digo<br />

até mais. Se tenho inimigos, não consigo<br />

me lembrar <strong>de</strong>les. Não por soberba ou <strong>de</strong>sprezo,<br />

já que até mesmo acredito que um<br />

homem <strong>de</strong> bem precise ter entre seus patrimônios<br />

uns dois ou três inimigos figadais,<br />

daqueles que se tem vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> matar e aos<br />

quais se <strong>de</strong>sejam mais cabeludas <strong>de</strong>sgraças.<br />

Neste particular, estou pobre. É possível<br />

que tenha gente que me <strong>de</strong>teste (quem<br />

não tem?). Mas eu não consigo me lembrar<br />

<strong>de</strong> mais do que dois filhos da puta <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

Pois bem, uma vez levei um dos mais<br />

injustos, covar<strong>de</strong>s, inoportunos, imbecis<br />

e canalhas pés na bunda jamais dados na<br />

história da propaganda, por conta <strong>de</strong> um<br />

maluco que resolveu trocar <strong>de</strong> agência só<br />

porque não era ele que tinha escolhido a<br />

minha. Até aí tudo mal, mas fazer o quê?<br />

Legalmente era o direito <strong>de</strong>le. No dia do<br />

<strong>de</strong>senlace, apelou para o famoso “<strong>de</strong>sgaste<br />

das relações”, cujo auxiliar, interinamente<br />

na função <strong>de</strong> vice filha da puta, o apoiou<br />

plenamente.<br />

Eu confesso que perdi a paciência e <strong>de</strong>ixei<br />

claro que em nenhum momento tinha<br />

havido a mais tênue sinalização do tal <strong>de</strong>sgaste,<br />

e a nossa surpresa pela <strong>de</strong>fenestração<br />

não era pela <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> negligência,<br />

nem <strong>de</strong> insensibilida<strong>de</strong>. Era surpresa diante<br />

da infinita capacida<strong>de</strong> das pessoas em<br />

não se sentirem obrigadas à lealda<strong>de</strong> e à<br />

ética mais profunda. Pois bem, feliz da vida,<br />

botei a tal auxiliar na minha listinha <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safetos. Na intimida<strong>de</strong>, disse até que ela<br />

tinha peitos caídos, bunda mole e era meio<br />

analfabeta. Uma enorme injustiça quanto<br />

ao analfabetismo. Eu acho que ela era totalmente<br />

analfabeta. Vida que segue e – como<br />

tudo – a poeira dos tempos acumulam-<br />

-se. Ganhamos contas, per<strong>de</strong>mos outras.<br />

Levantamos e vamos tocando.<br />

Um dia, estou com a Denise Gorga, no<br />

aeroporto, e uma pessoa me cumprimenta.<br />

Vou-lhe aos braços: “Oi, como vai? Quanto<br />

tempo! E lá, tudo em cima? Continua lá?<br />

Que maravilha! Bom te ver! Entrei em <strong>de</strong>sespero,<br />

pois não conseguia recordar <strong>de</strong><br />

quem se tratava. Ela me conta coisas como<br />

se soubesse da meta<strong>de</strong>: “Continuo, tudo<br />

como sempre, sabe como é, agora somos oito<br />

pessoas, mas o trabalho aumentou, mas<br />

dá para ir levando, estou chegando <strong>de</strong> uma<br />

reunião com o pessoal <strong>de</strong> cima, e acho que<br />

estaremos revendo o nosso marketing?”<br />

Quem, meu Deus? Por sorte, ela pe<strong>de</strong> licença<br />

para ir ao toalete e eu fico com Denise,<br />

que me diz: “Puxa, Lula, você perdoou a<br />

fulana?” Perdoei? Quem? Já era tar<strong>de</strong>. Estava<br />

perdoada. Continuamos amigos para<br />

sempre. Acho até que ela tinha um pouquinho<br />

<strong>de</strong> razão no episódio do pé na bunda.<br />

Como se vê, nada como o tempo e a memória<br />

curta para relativizar as coisas.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

54 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


we<br />

MkT<br />

stevanovicigor/iStock<br />

A bancarização<br />

da Mãe Terra<br />

“Nenhum homem merece uma<br />

confiança ilimitada. Na melhor das<br />

hipóteses sua traição apenas espera<br />

por uma tentação suficiente”.<br />

Henryn Mencken”<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

No suplemento Eu & Fim De Semana, do<br />

jornal Valor do fim <strong>de</strong> 2017, a matéria<br />

principal é um almoço com o empresário<br />

Alexandre Borges, que no segundo semestre<br />

do ano passado ven<strong>de</strong>u a sua empresa,<br />

Mãe Terra, para a Unilever. No começo do<br />

papo com Vanessa Adachi, do jornal Valor,<br />

Alexandre vai reconstituindo sua narrativa.<br />

Fez administração na FGV on<strong>de</strong>, confessa,<br />

sentiu-se <strong>de</strong>sconfortável. “Senti-me<br />

inquieto <strong>de</strong> estar apren<strong>de</strong>ndo ferramentas<br />

para replicar o sistema. Achava que precisava<br />

dar um sentido para aquele curso <strong>de</strong><br />

administração...”.<br />

Mais adiante revela sua motivação: “É<br />

um privilégio po<strong>de</strong>r fazer a transformação<br />

não numa montanha, num mosteiro, numa<br />

praia, numa barraca <strong>de</strong> coco, mas <strong>de</strong>ntro<br />

do sistema... I<strong>de</strong>alistas não têm o ferramental.<br />

Os que dominam as ferramentas<br />

não têm o i<strong>de</strong>al... É possível ter lucro fazendo<br />

algum bem pela socieda<strong>de</strong> e não apenas<br />

filantropia”.<br />

Bingo! Naquele momento revela ter <strong>de</strong>codificado<br />

e entendido os novos tempos.<br />

Ameaçava constituir-se numa consistente<br />

li<strong>de</strong>rança empresarial do que se convencionou<br />

<strong>de</strong>nominar hoje <strong>de</strong> Os Novos Normais.<br />

E assim nasceu a Mãe Terra e muitas pessoas,<br />

mais que acreditar, a<strong>de</strong>riram <strong>de</strong> cabeça<br />

e alma o posicionamento <strong>de</strong> Alexandre e <strong>de</strong><br />

sua empresa. E como essa <strong>de</strong>nominação,<br />

então, uma a<strong>de</strong>são quase que irresistível e<br />

imediata. Meses atrás, Alexandre recebeu<br />

uma boa proposta da Unilever e não resistiu.<br />

Ven<strong>de</strong>u.<br />

Todos acreditavam que Alexandre fosse<br />

mandar a Unilever lamber sabão ou caçar<br />

sapo. Mas, como diz o ditado reescrito, o<br />

bolso tem razões que o próprio coração<br />

<strong>de</strong>sconhece... Durante o almoço-entrevista<br />

com a Vanessa surge o assunto. E Alexandre<br />

revela-se assustado. Parte dos consumido-<br />

res dos produtos Mãe Terra reagiu muito<br />

mal à venda para uma gran<strong>de</strong> indústria e se<br />

manifestou via re<strong>de</strong>s sociais, questionando<br />

a perda do compromisso com alimentação<br />

saudável e sustentabilida<strong>de</strong> ambiental.<br />

Diz Alexandre: “Eu não esperava. Sabia<br />

que era uma marca querida, mas veio com<br />

violência, com uma força, fiquei mal, triste,<br />

me senti atingido”. E, mimimimimimimi...<br />

O que é que o Alexandre queria e esperava?<br />

Que as pessoas o cumprimentassem<br />

pela traição? Pior ainda, criticou publicamente<br />

os que acreditaram nele e converteram-se<br />

em seguidores <strong>de</strong> sua causa; ofen<strong>de</strong>u<br />

seus “Angels”.<br />

Para os que ainda não estão habituados<br />

com esse fantástico stakehol<strong>de</strong>r, “Angels”<br />

são aqueles clientes apaixonados que não<br />

param <strong>de</strong> disseminar a empresa e sua causa.<br />

Também conhecidos como “preachers”<br />

ou, se preferirem, em português, “evangelizadores”.<br />

Reclamou Alexandre: “As pessoas na internet<br />

são muito reducionistas, te categorizam,<br />

jogam pedras sem enten<strong>de</strong>r o todo, as<br />

razões...”. Lamentável!<br />

Assim como a XP, que mandava ou estimulava<br />

os clientes do Itaú, Bra<strong>de</strong>sco, Santan<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>sbancarizarem e acabou se ven<strong>de</strong>ndo<br />

para o Itaú, a Mãe Terra mandava ou<br />

estimulava seus seguidores a fugirem <strong>de</strong><br />

empresas como a Nestlé, Unilever, Procter<br />

e Danone, mas acabou <strong>de</strong>ixando-se ven<strong>de</strong>r<br />

para uma <strong>de</strong>las, a Unilever.<br />

Apenas isso. Fez o que recomendava a<br />

seus seguidores que jamais fizessem. Tudo<br />

o mais é choro <strong>de</strong> novo rico e mau ganhador.<br />

Pessoas que têm um discurso e,<br />

supostamente, uma causa, rapidamente<br />

<strong>de</strong>scartada diante <strong>de</strong> uma primeira, boa e<br />

lamentável oferta. Em verda<strong>de</strong> Alexandre<br />

não tinha uma causa. Apenas dizia ter...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

56 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Divulgação<br />

Estrela das campanhas da operadora <strong>de</strong> televisão paga Sky, a supermo<strong>de</strong>lo Gisele Bündchen se diverte no set <strong>de</strong> gravações do comercial Mímica, produzido pela Saigon Filmes<br />

ININTERRUPTA<br />

Criação da FCB Brasil, a campanha Mímica, para o produto pós-pago<br />

da operadora Sky, brinca com o fato <strong>de</strong> a programação não ter folga no<br />

Sky Play. A protagonista é Gisele Bündchen, que interrompe o elenco<br />

que se divertia fazendo mímicas enquanto aguardava o início das<br />

gravações <strong>de</strong> uma nova cena. A mo<strong>de</strong>lo vive uma produtora que se<br />

preocupa com o andamento das gravações <strong>de</strong> uma maratona <strong>de</strong> séries:<br />

“Acabou, acabou”, disse Gisele. “Este é o primeiro <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> filmes<br />

divertidos que fazem parte da nova campanha e brincam com a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que no Sky Play a programação não tira folga nunca, e quem<br />

trabalha para que tudo siga funcionando sem parar é a gran<strong>de</strong> estrela<br />

<strong>de</strong> Sky,”, justifica Joanna Monteiro, CCO da FCB Brasil. “Queremos que<br />

o cliente explore todo o serviço e <strong>de</strong>scubra experiências sem sair <strong>de</strong><br />

casa, a partir <strong>de</strong> séries, programas variados, conteúdo exclusivo, infantis<br />

e filmes que acabaram <strong>de</strong> sair do cinema, direto do sofá da sala”,<br />

observa o diretor <strong>de</strong> marketing Alex Rocco. A produção é da Saigon<br />

Filmes e o áudio da Tesis. A direção <strong>de</strong> arte da campanha é assinada<br />

por Guilherme Manzi, que trabalhou em parceria com o redator Mario<br />

Moraes. A direção <strong>de</strong> criação foi <strong>de</strong> André Pallú e Marco Monteiro.<br />

Divulgação<br />

Craques do futebol participam <strong>de</strong> evento esportivo/social produzido pela agência Cheil<br />

Divulgação<br />

Rafael Merel, o jogador Mauro Silva, Fabiano Pinel e Felipe Luchi, no Museu do Futebol<br />

FUTEBOL 1<br />

A instalação 11 linhas <strong>de</strong> história, da Lew’Lara\TBWA, vai ficar em<br />

exibição no Museu do Futebol, em São Paulo, até o próximo mês<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. Os 56 cartazes do projeto foram criados por diretores<br />

<strong>de</strong> arte da agência e exibidos originalmente nas estações do Metrô<br />

e trens da CPTM, em São Paulo. “Lembrar dos craques que jogaram<br />

na seleção é lembrar <strong>de</strong> nossa história. Transformamos uma<br />

viagem <strong>de</strong> metrô numa viagem pela história do Brasil nas Copas do<br />

Mundo, e agora reunimos tudo em uma gran<strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />

gráfico e conteúdo <strong>de</strong>ntro do Museu do Futebol”, justificou Felipe<br />

Luchi, CCO e sócio da Lew’Lara\TBWA.<br />

FUTEBOL 2<br />

A Cheil Brasil organizou a 4ª edição do Caioba Soccer Camp,<br />

projeto que une o comentarista e ex-jogador <strong>de</strong> futebol Caio<br />

Ribeiro e a Turn on the Light, dos sócios Tico Sahyoun e Toto<br />

Khouryno. Durante três dias, 200 crianças tiveram uma experiência<br />

ao lado <strong>de</strong> Cafu, Kaká, Zetti, Juninho Paulista e Djalminha,<br />

todos com passagem pela seleção brasileira.<br />

jornal propmark - 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57


última página<br />

DmyTo/iStock<br />

a teoria da<br />

colher <strong>de</strong> pau<br />

Stalimir ViEira<br />

interessante a ausência das marcas que<br />

É po<strong>de</strong>riam me seduzir nos meios <strong>de</strong> comunicação<br />

a que costumo consumir. Já faz<br />

tempo que abandonei, por exemplo, a leitura<br />

das revistas semanais e me concentro<br />

nos textos das revistas mensais. Migrou o<br />

leitor e o consumidor que o acompanha foi<br />

abandonado.<br />

para a busca do atingimento <strong>de</strong> metas comerciais.<br />

E entendo as ofertas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos e as<br />

distribuições <strong>de</strong> brin<strong>de</strong>s e divi<strong>de</strong>ndos, por<br />

conta <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do cliente, muito mais<br />

como produtos <strong>de</strong> matemáticas financeiras.<br />

Mas também percebo que essa minha teimosia<br />

em apostar em propaganda, fechando os<br />

olhos para as práticas <strong>de</strong> um marketing simplório,<br />

está, literalmente, me fazendo per<strong>de</strong>r<br />

dinheiro.<br />

Ainda que continue com seus hábitos<br />

que <strong>de</strong>mandam atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> produtos<br />

com margens muito interessantes.<br />

Vejam que interessante, no entanto,<br />

a situação com que me<br />

<strong>de</strong>parei recentemente e que se<br />

mostrou bastante reveladora.<br />

Ao fazer um check-in, o funcionário<br />

da companhia aérea<br />

me diz: “Deixa eu ver aqui se o<br />

senhor tem voucher para upgra<strong>de</strong>...<br />

Hum, tinha, mas expirou...”<br />

E eu: “Como assim? Não recebi<br />

nada”. Ele: “Recebeu, sim, por<br />

e-mail”. Ah, então, é isso? Todo<br />

aquele lixo que eu <strong>de</strong>tono, diariamente,<br />

do meu e-mail talvez carregue os<br />

benefícios que eu mereça por ser um bom<br />

cliente? Marketing virou isso? Essa cuponagem<br />

que me obrigaria a per<strong>de</strong>r tempo garimpando<br />

no lixo eletrônico?<br />

AtuAlmente,<br />

pArece que<br />

A AplicAção<br />

<strong>de</strong> verbAs<br />

importAntes<br />

nA excelênciA<br />

<strong>de</strong> mArketing<br />

está sendo<br />

<strong>de</strong>scArtAdA<br />

Fico imaginando o quanto já <strong>de</strong>sperdicei,<br />

ao <strong>de</strong>spachar, impiedosamente, e-mails comerciais<br />

para a lixeira da minha caixa postal.<br />

Ou, ainda, quando me nego, mesmo<br />

fazendo uma compra <strong>de</strong> valor<br />

significativo no supermercado, a<br />

receber cartelas e selinhos que,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> acumulados e <strong>de</strong>vidamente<br />

colados, me dão direito a<br />

uma jarra <strong>de</strong> plástico ou a uma colher<br />

<strong>de</strong> pau.<br />

Tentei, aliás, uma única vez,<br />

cumprir as regras <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas<br />

promoções e toda a tralha ficou espalhada<br />

no banco <strong>de</strong> trás do carro<br />

até ser sugada por um aspirador.<br />

É interessante observar que são os mesmos<br />

os atrativos oferecidos a quem recebe selos na<br />

compra <strong>de</strong> R$ 150 em arroz, feijão e farinha ou<br />

em um litro <strong>de</strong> scotch.<br />

Minha vida profissional foi praticamente<br />

toda ela <strong>de</strong>dicada à publicida<strong>de</strong>. Que exigia<br />

talento, cultura, arte e originalida<strong>de</strong>. Talvez,<br />

por isso, eu tenha me tornado um consumidor<br />

com expectativas que <strong>de</strong>stoam do que o<br />

marketing oferece hoje.<br />

Ainda sou do tipo que acredita que marcas<br />

emanam prestígio, confiança, respeito, valor,<br />

por conta da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus investimentos<br />

na própria imagem. Ainda acredito em estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação como carros-chefes<br />

Significa dizer que nas novas “estratégias”<br />

não há preocupação nenhuma com segmentação,<br />

como, necessariamente, sempre houve<br />

quando se tratou <strong>de</strong> investimentos em mídia.<br />

Atualmente, parece que a aplicação <strong>de</strong> verbas<br />

importantes na excelência <strong>de</strong> marketing<br />

está sendo <strong>de</strong>scartada. Afinal, pra que gastar<br />

em inteligência mercadológica um dinheiro<br />

que po<strong>de</strong> virar remuneração <strong>de</strong> acionistas, se<br />

hoje o consumidor se contenta com uma jarra<br />

<strong>de</strong> plástico ou uma colher <strong>de</strong> pau?<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

58 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


REFERÊNCIA GRÁFICA<br />

qualida<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>talhes

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