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edição de 10 de dezembro de 2018

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entrevista<br />

Pierre mantovani<br />

CEO do Omelete Company<br />

Queremos crescer<br />

e vamos entrar em<br />

outras áreas do<br />

entretenimento<br />

Aos 18 anos, o Omelete Company, que nasceu entre amigos em uma<br />

agência, começa a voar para fora do Brasil. O CCXP, evento que chega<br />

este mês a sua quinta edição (veja matéria na página 12), será exportado<br />

para a Alemanha em 2019. Com um ecossistema que reúne ainda varejo<br />

e conteúdo, a companhia segue investindo em manter uma conversa próxima<br />

e constante com fãs <strong>de</strong> cultura pop e indica uma maior aproximação com<br />

o mercado publicitário. Nesta entrevista, o CEO Pierre Mantovani fala sobre<br />

a expansão internacional, o DNA da empresa e os planos para o futuro.<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Como nasceu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> levar a CCXP<br />

para fora do Brasil?<br />

Em 2016, já sabíamos que fazia<br />

sentido criar um evento <strong>de</strong> games<br />

no mercado brasileiro. Mas não<br />

queríamos fazer mais um porque<br />

já tinha BGS (Brasil Game Show).<br />

Fomos à Alemanha convencer<br />

quem faz a Games Com, que é o<br />

maior evento do gênero no mundo,<br />

a vir para o Brasil. Mostramos<br />

os dados do mercado, eles perguntaram<br />

se nós sabíamos fazer<br />

evento e apresentamos a CCXP.<br />

No final, eles falaram que não daria<br />

para trazer o evento <strong>de</strong> games<br />

para o Brasil, mas que indiscutivelmente<br />

nosso evento bombaria<br />

na Alemanha. Dois anos <strong>de</strong><br />

negociação, estudos <strong>de</strong> mercado<br />

e 12 visitas à Alemanha <strong>de</strong>pois,<br />

contrato fechado, evento marcado<br />

em joint venture com a Koelnmesse,<br />

que organiza a Games<br />

Com. A CCXP Colônia será entre<br />

27 e 30 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2019, primeiro<br />

evento do Brasil que será exportado<br />

para a Alemanha.<br />

Como será essa parceria?<br />

A curadoria é nossa, eles vão<br />

operar. Ficamos sócios <strong>de</strong> uma<br />

empresa que tem a expertise <strong>de</strong><br />

montar eventos e é dona do centro<br />

<strong>de</strong> convenções, e acoplamos<br />

nosso DNA <strong>de</strong> inteligência, <strong>de</strong> relacionamento<br />

com comunida<strong>de</strong>,<br />

estúdios globais e conteúdo. Temos<br />

ambição <strong>de</strong> virar um evento<br />

europeu, mas na primeira edição<br />

vamos focar no local. Imaginamos<br />

umas 80 pessoas, mais ou<br />

menos na proporção da primeira<br />

CCXP. Os primeiros três expositores<br />

não são da Alemanha, mas<br />

da Espanha, França e Inglaterra.<br />

Warner, Universal Pictures, Panini<br />

e Iron Studios já fecharam. Se<br />

alguma marca brasileira quer se<br />

apropriar do mercado alemão vamos<br />

pensar juntos.<br />

Como é o mercado alemão em comparação<br />

ao do Brasil?<br />

Ele está num estágio menos<br />

<strong>de</strong>senvolvido em relação à cultura<br />

pop do que o mercado brasileiro.<br />

Não existe um Omelete lá, que<br />

centralizou e investiu. Eles me<br />

lembram o Brasil há alguns anos<br />

atrás. O nível <strong>de</strong> envolvimento<br />

e consumo <strong>de</strong> cultura pop está<br />

numa crescente diferente.<br />

Há planos para outros países?<br />

A expansão internacional nasce<br />

na Alemanha e não vamos experimentar<br />

fazer em outro lugar<br />

antes <strong>de</strong> lá dar certo. Se lá rodar<br />

bem, a gente <strong>de</strong>ve olhar para ou-<br />

tros mercados. E po<strong>de</strong>mos também<br />

levar nossos outros assets,<br />

como conteúdo e varejo.<br />

Por que começar algo novo agora?<br />

O DNA do Omelete é estar na<br />

fronteira, nunca ter conformismo<br />

e achar que é jogo ganho. As Comic<br />

Cons americanas têm o mesmo<br />

evento há <strong>de</strong>z anos. A CCXP<br />

muda bastante a cada ano. Nos<br />

preocupamos cada vez mais com<br />

o journing, com a experiência.<br />

Fazemos muitos estudos <strong>de</strong> comportamento<br />

para criar algo realmente<br />

único. Viramos a maior do<br />

mundo por causa <strong>de</strong>sse olhar.<br />

Como essa postura acontece no<br />

ecossistema da casa?<br />

Essa é a principal coisa que<br />

converso com as marcas que querem<br />

entrar na CCXP. Nossa experiência<br />

é como gerir fãs: não é um<br />

tiro <strong>de</strong> quatro dias, mas um diálogo<br />

<strong>de</strong> 365. Po<strong>de</strong> até começar com<br />

o evento, mas sustentamos o diálogo<br />

com os fãs o ano <strong>de</strong>ntro do<br />

Omelete. O evento é uma gran<strong>de</strong><br />

celebração do ano inteiro.<br />

Relação <strong>de</strong> mídia e conteúdo...<br />

Essa conexão entre Omelete e<br />

CCXP é uma simbiose matadora.<br />

Rock in Rio é um sucesso, mas é<br />

parceria entre Rock in Rio e TV<br />

Globo. Nossa Globo é o próprio<br />

Omelete. Mas se for algo que não<br />

funciona, não vamos fazer. Não<br />

ven<strong>de</strong>mos publieditorial. Isso<br />

não é o Omelete. Já per<strong>de</strong>mos<br />

muito dinheiro por isso.<br />

O Omelete nasceu em uma agência.<br />

Como foi esse começo e transição?<br />

Criei uma agência, a Tribal,<br />

com dois amigos quando estava<br />

na faculda<strong>de</strong>, e crescemos<br />

bastante. O Omelete nasceu na<br />

Tribal. O Erico Borgo e o Renato<br />

Fabri trabalhavam com a gente.<br />

O Forlani era nosso amigo.<br />

Durante alguns anos o Omelete<br />

não ganhou dinheiro. Começou<br />

a ganhar um pouquinho quando<br />

o Borgo e o Forlani <strong>de</strong>ixaram<br />

os trabalhos para focar no site.<br />

Em 2008 vendi a agência para<br />

o Grupo Publicis, e quando saí,<br />

no começo <strong>de</strong> 2011, montei uma<br />

aceleradora <strong>de</strong> internet. Os sócios<br />

me convidaram para assumir<br />

a gestão do Omelete e pensei em<br />

tocar as duas coisas. Três meses<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sativei a aceleradora e<br />

passamos a modificar o Omelete.<br />

O que fizeram?<br />

Minha meta era crescer a receita<br />

em <strong>de</strong>z vezes em cinco anos.<br />

Alguns meses disse que era impossível,<br />

não iria entregar ven<strong>de</strong>ndo<br />

mídia e banner. Hoje temos<br />

15 milhões <strong>de</strong> fãs que falam<br />

com a gente todo mês, mas na<br />

época tínhamos seis milhões. Em<br />

vez <strong>de</strong> ir atrás <strong>de</strong> anúncio, pensamos<br />

em criar produtos. Tem algum<br />

evento dando dinheiro para<br />

gente? Não. Criamos o nosso, o<br />

CCXP. Tem algum varejo? Não.<br />

Loja Mundo Geek, que virou a<br />

“O DNA DO<br />

Omelete é<br />

estAr NA<br />

frONteirA,<br />

NuNcA ter<br />

cONfOrmismO<br />

e AchAr que é<br />

jOgO gANhO”<br />

24 <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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