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entrevista<br />
Pierre mantovani<br />
CEO do Omelete Company<br />
Queremos crescer<br />
e vamos entrar em<br />
outras áreas do<br />
entretenimento<br />
Aos 18 anos, o Omelete Company, que nasceu entre amigos em uma<br />
agência, começa a voar para fora do Brasil. O CCXP, evento que chega<br />
este mês a sua quinta edição (veja matéria na página 12), será exportado<br />
para a Alemanha em 2019. Com um ecossistema que reúne ainda varejo<br />
e conteúdo, a companhia segue investindo em manter uma conversa próxima<br />
e constante com fãs <strong>de</strong> cultura pop e indica uma maior aproximação com<br />
o mercado publicitário. Nesta entrevista, o CEO Pierre Mantovani fala sobre<br />
a expansão internacional, o DNA da empresa e os planos para o futuro.<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Como nasceu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> levar a CCXP<br />
para fora do Brasil?<br />
Em 2016, já sabíamos que fazia<br />
sentido criar um evento <strong>de</strong> games<br />
no mercado brasileiro. Mas não<br />
queríamos fazer mais um porque<br />
já tinha BGS (Brasil Game Show).<br />
Fomos à Alemanha convencer<br />
quem faz a Games Com, que é o<br />
maior evento do gênero no mundo,<br />
a vir para o Brasil. Mostramos<br />
os dados do mercado, eles perguntaram<br />
se nós sabíamos fazer<br />
evento e apresentamos a CCXP.<br />
No final, eles falaram que não daria<br />
para trazer o evento <strong>de</strong> games<br />
para o Brasil, mas que indiscutivelmente<br />
nosso evento bombaria<br />
na Alemanha. Dois anos <strong>de</strong><br />
negociação, estudos <strong>de</strong> mercado<br />
e 12 visitas à Alemanha <strong>de</strong>pois,<br />
contrato fechado, evento marcado<br />
em joint venture com a Koelnmesse,<br />
que organiza a Games<br />
Com. A CCXP Colônia será entre<br />
27 e 30 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2019, primeiro<br />
evento do Brasil que será exportado<br />
para a Alemanha.<br />
Como será essa parceria?<br />
A curadoria é nossa, eles vão<br />
operar. Ficamos sócios <strong>de</strong> uma<br />
empresa que tem a expertise <strong>de</strong><br />
montar eventos e é dona do centro<br />
<strong>de</strong> convenções, e acoplamos<br />
nosso DNA <strong>de</strong> inteligência, <strong>de</strong> relacionamento<br />
com comunida<strong>de</strong>,<br />
estúdios globais e conteúdo. Temos<br />
ambição <strong>de</strong> virar um evento<br />
europeu, mas na primeira edição<br />
vamos focar no local. Imaginamos<br />
umas 80 pessoas, mais ou<br />
menos na proporção da primeira<br />
CCXP. Os primeiros três expositores<br />
não são da Alemanha, mas<br />
da Espanha, França e Inglaterra.<br />
Warner, Universal Pictures, Panini<br />
e Iron Studios já fecharam. Se<br />
alguma marca brasileira quer se<br />
apropriar do mercado alemão vamos<br />
pensar juntos.<br />
Como é o mercado alemão em comparação<br />
ao do Brasil?<br />
Ele está num estágio menos<br />
<strong>de</strong>senvolvido em relação à cultura<br />
pop do que o mercado brasileiro.<br />
Não existe um Omelete lá, que<br />
centralizou e investiu. Eles me<br />
lembram o Brasil há alguns anos<br />
atrás. O nível <strong>de</strong> envolvimento<br />
e consumo <strong>de</strong> cultura pop está<br />
numa crescente diferente.<br />
Há planos para outros países?<br />
A expansão internacional nasce<br />
na Alemanha e não vamos experimentar<br />
fazer em outro lugar<br />
antes <strong>de</strong> lá dar certo. Se lá rodar<br />
bem, a gente <strong>de</strong>ve olhar para ou-<br />
tros mercados. E po<strong>de</strong>mos também<br />
levar nossos outros assets,<br />
como conteúdo e varejo.<br />
Por que começar algo novo agora?<br />
O DNA do Omelete é estar na<br />
fronteira, nunca ter conformismo<br />
e achar que é jogo ganho. As Comic<br />
Cons americanas têm o mesmo<br />
evento há <strong>de</strong>z anos. A CCXP<br />
muda bastante a cada ano. Nos<br />
preocupamos cada vez mais com<br />
o journing, com a experiência.<br />
Fazemos muitos estudos <strong>de</strong> comportamento<br />
para criar algo realmente<br />
único. Viramos a maior do<br />
mundo por causa <strong>de</strong>sse olhar.<br />
Como essa postura acontece no<br />
ecossistema da casa?<br />
Essa é a principal coisa que<br />
converso com as marcas que querem<br />
entrar na CCXP. Nossa experiência<br />
é como gerir fãs: não é um<br />
tiro <strong>de</strong> quatro dias, mas um diálogo<br />
<strong>de</strong> 365. Po<strong>de</strong> até começar com<br />
o evento, mas sustentamos o diálogo<br />
com os fãs o ano <strong>de</strong>ntro do<br />
Omelete. O evento é uma gran<strong>de</strong><br />
celebração do ano inteiro.<br />
Relação <strong>de</strong> mídia e conteúdo...<br />
Essa conexão entre Omelete e<br />
CCXP é uma simbiose matadora.<br />
Rock in Rio é um sucesso, mas é<br />
parceria entre Rock in Rio e TV<br />
Globo. Nossa Globo é o próprio<br />
Omelete. Mas se for algo que não<br />
funciona, não vamos fazer. Não<br />
ven<strong>de</strong>mos publieditorial. Isso<br />
não é o Omelete. Já per<strong>de</strong>mos<br />
muito dinheiro por isso.<br />
O Omelete nasceu em uma agência.<br />
Como foi esse começo e transição?<br />
Criei uma agência, a Tribal,<br />
com dois amigos quando estava<br />
na faculda<strong>de</strong>, e crescemos<br />
bastante. O Omelete nasceu na<br />
Tribal. O Erico Borgo e o Renato<br />
Fabri trabalhavam com a gente.<br />
O Forlani era nosso amigo.<br />
Durante alguns anos o Omelete<br />
não ganhou dinheiro. Começou<br />
a ganhar um pouquinho quando<br />
o Borgo e o Forlani <strong>de</strong>ixaram<br />
os trabalhos para focar no site.<br />
Em 2008 vendi a agência para<br />
o Grupo Publicis, e quando saí,<br />
no começo <strong>de</strong> 2011, montei uma<br />
aceleradora <strong>de</strong> internet. Os sócios<br />
me convidaram para assumir<br />
a gestão do Omelete e pensei em<br />
tocar as duas coisas. Três meses<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sativei a aceleradora e<br />
passamos a modificar o Omelete.<br />
O que fizeram?<br />
Minha meta era crescer a receita<br />
em <strong>de</strong>z vezes em cinco anos.<br />
Alguns meses disse que era impossível,<br />
não iria entregar ven<strong>de</strong>ndo<br />
mídia e banner. Hoje temos<br />
15 milhões <strong>de</strong> fãs que falam<br />
com a gente todo mês, mas na<br />
época tínhamos seis milhões. Em<br />
vez <strong>de</strong> ir atrás <strong>de</strong> anúncio, pensamos<br />
em criar produtos. Tem algum<br />
evento dando dinheiro para<br />
gente? Não. Criamos o nosso, o<br />
CCXP. Tem algum varejo? Não.<br />
Loja Mundo Geek, que virou a<br />
“O DNA DO<br />
Omelete é<br />
estAr NA<br />
frONteirA,<br />
NuNcA ter<br />
cONfOrmismO<br />
e AchAr que é<br />
jOgO gANhO”<br />
24 <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark