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*Novembro/2018 - Industrial 202

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QUÍMICA NA MADEIRA<br />

Foto: divulgação<br />

BENEFÍCIOS DO USO<br />

DE PRESERVATIVO ÓXIDO<br />

HIDROSSOLÚVEL NO<br />

TRATAMENTO DE MADEIRAS<br />

O produto não é um ignífugo, tampouco um retardante<br />

de chamas, não é esta sua finalidade. O que é sabido<br />

é que muitos dos produtos para tais fins utilizam-se<br />

dos boratos como agentes de proteção em situações de<br />

incêndio, e o boro pode colaborar com um comportamento<br />

adicional à segurança.<br />

Outro atributo positivo do CCB é a presença do<br />

elemento cromo em sua formulação. Quando aliado a<br />

um acabamento, como o stain e vernizes, o cromo atua<br />

como filtro solar, compartilhando a responsabilidade da<br />

preservação dos filmes dos acabamentos com a proteção<br />

da madeira.<br />

Os benefícios se estendem até aos ligantes metálicos<br />

(como pregos e parafusos) que serão usados na<br />

madeira. O preservativo óxido minimiza o risco de corrosividade<br />

de metais embutidos em relação a muitos produtos<br />

presentes no mercado. Isso porque a presença de<br />

excedentes de cobre pode formar uma espécie de pilha<br />

galvânica com o metal embutido, gerando aceleração<br />

na taxa de corrosão desses metais.<br />

Por esses e outros motivos, ele é altamente indicado,<br />

por exemplo, para aplicações como playgrounds, e em<br />

situações de exposição no interior de casas e apartamentos.<br />

Atualmente é muito usado na construção civil,<br />

embalagens, carretéis para fios cabos e cordoalhas, entre<br />

outros usos.<br />

Foto: divulgação<br />

OS BENEFÍCIOS SE<br />

ESTENDEM ATÉ AOS<br />

LIGANTES METÁLICOS (COMO<br />

PREGOS E PARAFUSOS) QUE<br />

SERÃO USADOS NA MADEIRA<br />

JACKSON VIDAL -<br />

PESQUISADOR<br />

QUÍMICO DA<br />

MONTANA<br />

QUÍMICA S.A.<br />

R<br />

egistros do tratamento de madeiras são citados<br />

desde a antiguidade clássica, ou seja,<br />

datados desde a Grécia e na Roma antiga,<br />

com a finalidade de proteger embarcações<br />

e pontes. Mas foi só a partir da segunda<br />

metade do século XIX que o tratamento à pressão industrial<br />

começou a ser desenvolvido. Em 1913, o doutor<br />

Karl Heinrich Wolman, da Alemanha, desenvolveu um<br />

conservante de madeira à base de boro e cromo (precursor<br />

do que viria a ser o CCB), mas em meados de<br />

1930 surgiu o produto que iria revolucionar o mercado<br />

da preservação: o CCA (Arseniato de cobre cromatado).<br />

Formulado em 1933 pelo doutor Sonti Kamesam, cientista<br />

indiano, que depois recebeu sua primeira patente<br />

(britânica) em 1934.<br />

Mundialmente, mesmo com a introdução de novas<br />

tecnologias, o CCA ainda é o produto tido como referência<br />

de mercado, mas dentro dos mesmos critérios<br />

de desempenho (exceto água do mar) de acordo com<br />

a NBR 16.143/13 e com menores considerações ambientais,<br />

há cada vez mais destaque e espaço ao uso do<br />

CCB-O.<br />

Trata-se de um preservativo óxido hidrossolúvel,<br />

introduzido na madeira pelo sistema de vácuo-pressão<br />

por meio da utilização de autoclaves. Após a aplicação,<br />

ocorrem reações químicas que tornam possível a adesão<br />

dos ingredientes ativos às paredes das células da<br />

madeira, tal como ocorre de forma análoga na fixação<br />

do CCA. Por se tratar de uma formulação baseada em<br />

óxidos, não deixa resíduos superficiais contaminantes na<br />

madeira.<br />

Sua ação é fungicida e inseticida: protege a madeira<br />

do ataque de insetos xilófagos (deterioradores) e de<br />

fungos apodrecedores. Sua durabilidade é extremamente<br />

elevada e comprovada por meio de ensaios em campos<br />

de aprodrecimento, com implantação realizada pela<br />

Esalq/USP no ano de 1980, ou seja, 38 anos atrás.<br />

Ele pode ser uma alternativa ao uso do CCA em<br />

situações onde possa haver contato eventual/constante<br />

de humanos ou animais com a madeira tratada. Essa indicação<br />

se dá pelo fato de o produto conter o elemento<br />

boro como agente inseticida. O boro, em função de sua<br />

baixíssima toxicidade, acaba por tornar o produto muito<br />

seguro e ambientalmente amigável.<br />

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