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edição de 11 de fevereiro de 2019

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uzzFeeD DeStAcA<br />

conteúDo eFetivo<br />

Luciana Rodrigues, general<br />

manager, fala sobre projetos<br />

com agências, crise editorial<br />

e importância do Brasil na<br />

operação do site. pág. 41<br />

Ambev pAtrocinA<br />

cArnAvAl em São pAulo<br />

Skol será a marca da folia<br />

paulistana. Ambev estará<br />

presente ainda em BH,<br />

Salvador, Recife, Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e Floripa. pág. 36<br />

DAnielA FAlcão AnAliSA<br />

o mercADo eDitoriAl<br />

CEO da Globo Condé Nast<br />

conta sobre a consolidação<br />

<strong>de</strong> eventos como o Baile da<br />

Vogue e o crescimento do<br />

bran<strong>de</strong>d content. pág. 20<br />

propmark.com.br<br />

Ano 54 - Nº 2732 - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> r$ 15,00<br />

sakepaint/iStock<br />

mercado do<br />

interior paulista<br />

mostra força<br />

o interior <strong>de</strong> São paulo concentra uma das regiões com<br />

maior investimento publicitário do país. em 2018, foram<br />

mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> inserções nas praças monitoradas<br />

pelo Kantar ibope media. porém, agências e veículos locais<br />

têm como maior <strong>de</strong>safio atrair gran<strong>de</strong>s anunciantes.<br />

confira especial nesta edição. pág. 44<br />

SAntAnDer ApreSentA<br />

novo conceito De mArcA<br />

Após três anos, banco<br />

lança posicionamento<br />

institucional. Estratégia<br />

é li<strong>de</strong>rada pelo diretor <strong>de</strong><br />

marketing Igor Puga. pág. 37<br />

Young lionS muDA<br />

nomenclAturA no pAíS<br />

Projeto amplia atuação,<br />

ressalta a criativida<strong>de</strong> e<br />

passa a se chamar Young<br />

Lions Brazil Creativity<br />

Program. pág. 56<br />

recorD ApoStA em xuxA<br />

pArA reAlitY Show<br />

Competição musical<br />

produzida pela En<strong>de</strong>mol<br />

marca início da temporada<br />

<strong>2019</strong> dos realities shows<br />

da emissora. pág. 42


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Uma fonte inesgotável <strong>de</strong> paixão são os esportes, com <strong>de</strong>staque para<br />

o futuro aqui no Brasil, sempre gerando a ilusão da vitória mesmo que<br />

após frequentes <strong>de</strong>rrotas. O amor <strong>de</strong> uma torcida por um time <strong>de</strong> futebol<br />

é algo que não encontra sustentação lógica, a não ser com a neataques<br />

e discordâncias<br />

campanha e os resultados finais das últimas eleições gerais no país<br />

A dividiram-nos quase ao meio. Se isso foi bom ou ruim, só o tempo<br />

dirá, com o possível esfriamento dos ânimos, tanto dos que per<strong>de</strong>ram,<br />

quanto dos que ganharam.<br />

Estes últimos, logo, logo se darão conta <strong>de</strong> que novos problemas surgirão<br />

no país, além dos já existentes encontrados por quem acabou <strong>de</strong><br />

tomar posse.<br />

cessida<strong>de</strong> que todos temos, gregos e troianos, do preenchimento do<br />

chamado vazio existencial.<br />

A política também funciona bem nesse campo. Nem sempre escolhemos<br />

nossos preferidos pelas suas obras já realizadas. Muitas vezes –<br />

quase sempre – funciona nesse particular uma empatia, difícil <strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>finida em termos claros, mas que possui uma força capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar<br />

em cada um sentimentos e daí atitu<strong>de</strong>s inexplicáveis à luz da razão.<br />

Os eleitores que julgam ter perdido as eleições, colocando-se no lugar<br />

dos seus candidatos <strong>de</strong>rrotados, po<strong>de</strong>rão ter mais motivos para queixas<br />

em um futuro breve, além do <strong>de</strong>sagrado pelo fato dos seus candidatos<br />

não terem vencido a batalha das urnas.<br />

Assim é, assim sempre foi e assim será. Porque nem vencedores, nem<br />

per<strong>de</strong>dores serão capazes <strong>de</strong> agradar a todos os que votaram nas recentes<br />

eleições. Os primeiros não conseguirão cumprir com tudo o que<br />

prometeram em campanha e os per<strong>de</strong>dores não serão opositores suficientes<br />

capazes <strong>de</strong> pressionar aqueles por melhores resultados, uma<br />

vez que quando no po<strong>de</strong>r também não cumpriram totalmente com o<br />

que haviam prometido antes <strong>de</strong> terem sido eleitos.<br />

Esse quadro <strong>de</strong> culpas e <strong>de</strong> impossibilida<strong>de</strong>s, que se repete <strong>de</strong> dois em<br />

dois anos em nosso país, causa um elevado grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo nos eleitores,<br />

ao se darem conta <strong>de</strong> que a totalida<strong>de</strong> das suas expectativas não<br />

será suficientemente atendida pelos que venceram as eleições.<br />

Tem sido assim <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre, porque o embate das campanhas exige<br />

exageros <strong>de</strong> parte a parte, muitos dos quais jamais po<strong>de</strong>rão ser atendidos.<br />

Ainda que assim seja, fica em boa parte do eleitorado uma esperança<br />

<strong>de</strong> que os seus preferidos, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>rão<br />

cumprir com as suas promessas, ainda que muitas <strong>de</strong>las totalmente<br />

impossíveis.<br />

Há nesse aspecto <strong>de</strong> crença e palavras empenhadas, um componente<br />

carismático que <strong>de</strong> certa forma se assemelha ao nosso relacionamento<br />

com as divinda<strong>de</strong>s.<br />

Nesse campo místico, quem faz promessas e não recebe os benefícios<br />

solicitados, prossegue acreditando que houve razões dos entes superiores<br />

para isso. E não se peja em a eles novamente recorrer quando<br />

julgar ser preciso, ainda que o ciclo do não atendimento se repita.<br />

O fenômeno – se assim po<strong>de</strong>mos chamar – resi<strong>de</strong> na insolúvel solidão<br />

humana diante do seu <strong>de</strong>stino, que aponta o mesmo fim para todos,<br />

aqui se enquadrando a humanida<strong>de</strong> em geral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os seus primórdios.<br />

Mesmo assim, houve e tem havido uma contínua conquista pela humanida<strong>de</strong>,<br />

que se traduz no prolongamento constante do tempo <strong>de</strong> vida<br />

<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós, aqui ressalvadas as exceções <strong>de</strong> praxe.<br />

Nesse conflito permanente, gerado pela questão ainda insolúvel da finitu<strong>de</strong>,<br />

costumamos nos apegar às paixões, que mexendo com os nossos<br />

sentimentos dão mais cor à razão <strong>de</strong> viver <strong>de</strong> cada um.<br />

O sujeito que tentou assassinar o então candidato e hoje presi<strong>de</strong>nte da<br />

República Jair Bolsonaro, por mais que não gostasse politicamente da sua<br />

vítima, foi muito além do que discordâncias políticas po<strong>de</strong>m provocar.<br />

Claro que estamos falando aqui <strong>de</strong> alguém que agiu por vonta<strong>de</strong> própria<br />

e não a soldo <strong>de</strong> outrem. Pelo menos até agora, nada se <strong>de</strong>scobriu<br />

ou se revelou a respeito do criminoso ter assim agido a mando <strong>de</strong> outrem,<br />

no singular ou no plural.<br />

O pior <strong>de</strong>ssas atitu<strong>de</strong>s, além do próprio ato criminoso em si, é que ajudam<br />

a manter esse tipo <strong>de</strong> ódio, raiva ou simplesmente <strong>de</strong>sprezo pelo<br />

outro que contrariava as suas expectativas. E aqui chegamos on<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início <strong>de</strong>ste editorial queríamos: a absurda intolerância com os contrários<br />

na política e não só nela, como em muitas outras paixões (e aqui<br />

consi<strong>de</strong>rando a ativida<strong>de</strong> política como uma incontrolável paixão, tanto<br />

pelos agentes profissionais <strong>de</strong>ssa prática como pelos seus admiradores).<br />

Os que nos leem, sabem <strong>de</strong> há muito que temos neste jornal um colaborador<br />

muito querido e capaz, que amiú<strong>de</strong> nos faz rir com os seus<br />

cartuns que somente os talentosos como ele são capazes <strong>de</strong> criar.<br />

Pois bem; Dorinho, que nos acompanha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios do<br />

PROPMARK, tem, como todos nós, suas preferências políticas e isso é<br />

um direito inalienável do cidadão.<br />

Sendo um cartunista humorístico (há algum que não seja?), Dorinho<br />

exercita seu trabalho com toda a liberda<strong>de</strong> que o humor requer e não<br />

apenas o humor, mas o seu sagrado direito <strong>de</strong> escolher suas preferências<br />

e os seus “<strong>de</strong>safetos”.<br />

Nesse exercício profissional, on<strong>de</strong> não cabe escon<strong>de</strong>r-se, produz trabalhos<br />

que a muitos <strong>de</strong>sagradam <strong>de</strong>ntro do campo político. Esse <strong>de</strong>sagrado,<br />

porém, <strong>de</strong>veria parar por aí, sem maiores conflitos, pois o autor está<br />

exercendo, através da sua pena, o direito da livre opinião.<br />

Não é assim, infelizmente, que alguns leitores pensam. Após as últimas<br />

eleições, temos recebido algumas reclamações <strong>de</strong> leitores inconformados<br />

com o posicionamento político <strong>de</strong> Dorinho nas suas charges.<br />

A esses queridos leitores pedimos o obséquio da compreensão <strong>de</strong>mocrática,<br />

somada ainda ao ilimitado e portanto vasto terreno do humor, on<strong>de</strong><br />

toda crítica, ainda que injusta para alguns leitores, é sempre possível.<br />

Bem a propósito, lembramos a quem nos lê que essa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão<br />

é permanente no PROPMARK <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há quase 54 anos e não<br />

apenas em cartuns humorísticos, como também em artigos <strong>de</strong> colaboradores,<br />

manifestações <strong>de</strong> terceiros e todo tipo <strong>de</strong> forma <strong>de</strong> discordância<br />

com as opiniões e notícias aqui transcritas, pedindo aos seus<br />

autores apenas que se i<strong>de</strong>ntifiquem e mantenham, como aliás sempre<br />

aconteceu, um nível elevado nos seus contraditórios.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 3


conexões<br />

Quem tem medo <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias<br />

A mídia e a propaganda, duas novas<br />

i<strong>de</strong>ias que <strong>de</strong>ram certo porque cresceram<br />

com profissionalismo e respeito<br />

à ética, vão continuar colaborando<br />

ainda mais com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do país e, para tanto, só precisam que<br />

se lhes <strong>de</strong>ixem trabalhar em paz, com<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão. Porque, com<br />

dorinHo<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão se fazem as<br />

melhores coisas do mundo, principalmente<br />

comunicação.<br />

Humberto Men<strong>de</strong>s<br />

Fenapro - São Paulo - SP<br />

Facebook<br />

Post: McDonald’s <strong>de</strong>fine DPZ&T como<br />

única agência no Brasil<br />

Parabéns, DPZ&T!<br />

Kika Von Zuben Milani<br />

Post: Nescau inicia projeto para retirar<br />

canudo plástico <strong>de</strong> suas embalagens<br />

Olha que lindo isso!<br />

Carolina Corrêa<br />

Post: Ambev vence concorrência<br />

e vai organizar Carnaval <strong>de</strong> rua em<br />

São Paulo<br />

Meio em cima, não? Coitada da galera<br />

que vai ter <strong>de</strong> virar a noite pra botar isso<br />

<strong>de</strong> pé em menos <strong>de</strong> um mês!<br />

Ben Araujo<br />

Instagram<br />

Post: Brasileiras serão juradas em<br />

premiação que celebra a diversida<strong>de</strong><br />

Gente incrível!<br />

pweissbr<br />

última Hora<br />

ENTRETENIMENTO 1<br />

Trinta e seis produtoras,<br />

47 representantes, 73<br />

produções e 100 projetos.<br />

É com estes números<br />

que o Brasil participa do<br />

Kidscreen Summit <strong>2019</strong>,<br />

importante feira da indústria<br />

do entretenimento infantil<br />

no mundo, com uma<br />

representativida<strong>de</strong> inédita<br />

– reflexo do bom momento.<br />

A <strong>de</strong>legação brasileira é<br />

comandada pelo Brazilian<br />

Content, programa <strong>de</strong><br />

exportação da BRAVI em<br />

parceria com a Apex (Agência<br />

Brasileira <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong><br />

Exportações e Investimentos).<br />

ENTRETENIMENTO 2<br />

Neste ano, o Kidscreen<br />

Summit será realizado esta<br />

semana, entre os dias <strong>11</strong> e 14,<br />

em Miami (EUA). “Temos<br />

notado, nos últimos anos,<br />

um crescimento muito<br />

positivo na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

empresas brasileiras no<br />

Kidscreen”, diz Rachel do<br />

Valle, do Brazilian Content.<br />

HUB<br />

Alexandre Gama lançou um<br />

hub focado em inovação<br />

para reunir empresas<br />

<strong>de</strong> diferentes áreas <strong>de</strong><br />

especialização que tenham<br />

esse valor em comum nas<br />

suas operações e objetivos.<br />

Ele disse em post no<br />

LinkedIn que o momento é<br />

para “saltos revolucionários”.<br />

DPZ&T<br />

O McDonald’s concentrou<br />

sua conta na DPZ&T. Em<br />

março, a agência também<br />

assume o trabalho no<br />

digital, que estava com a<br />

DM9 (agora SunsetDDB).<br />

RETORNO<br />

Fernanda Romano (ex-<br />

Naked) voltou ao Brasil.<br />

Ela anunciou o retorno<br />

em um post no LinkedIn e<br />

assume a diretoria executiva<br />

<strong>de</strong> canais digitais na<br />

Alpargatas. “Volto para São<br />

Paulo, <strong>de</strong>ixo a Malagueta<br />

e me junto a uma empresa<br />

que sempre admirei”.<br />

DESTAQUE DIGITAL<br />

O 4º Prêmio Abradi<br />

Profissional Digital entrou<br />

em sua 2ª fase e anunciou<br />

o corpo <strong>de</strong> jurados, que vai<br />

selecionar três finalistas em<br />

cada uma das 13 categorias<br />

da premiação. O júri,<br />

formado por 22 especialistas<br />

do setor digital, analisa e<br />

<strong>de</strong>fine, até o próximo dia 15,<br />

o shortlist dos indicados.<br />

Os vencedores são eleitos<br />

por votação popular e<br />

os finalistas terão até 31<br />

<strong>de</strong> março para realizar<br />

campanhas para conquistar<br />

votos. A entrega do troféu<br />

será dia 4 <strong>de</strong> abril, em SP.<br />

MULHERES<br />

Novo prêmio, a filosofia do<br />

Gerety Awards é <strong>de</strong>stacar<br />

a diversida<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ia é<br />

fornecer uma plataforma<br />

global para talentos e apoiar<br />

iniciativas que promovam a<br />

diversida<strong>de</strong> nas indústrias<br />

criativas. O júri - 100%<br />

feminino - é formado por<br />

profissionais do mundo e<br />

16 brasileiras fazem parte<br />

<strong>de</strong>le. O nome do prêmio é<br />

uma homenagem à redatora<br />

Frances Gerety, que em 1948<br />

criou o slogan A diamond<br />

is forever. O Gerety vai<br />

premiar iniciativas que<br />

exaltem a diversida<strong>de</strong> na<br />

indústria criativa. A i<strong>de</strong>ia<br />

da premiação partiu <strong>de</strong> Joe<br />

Brooks e Lucía Ongay.<br />

4 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Índice<br />

investimento no<br />

interior paulista<br />

aquece economia<br />

Campinas, Ribeirão Preto<br />

e municípios da Baixada<br />

Santista registram juntos bom<br />

<strong>de</strong>sempenho e movimento <strong>de</strong><br />

verbas publicitárias regionais.<br />

capa<br />

44<br />

Mawardibahar/iStock<br />

Alê Oliveira<br />

enTReVisTa<br />

Vogue cresce com<br />

bran<strong>de</strong>d content<br />

Em um mercado impactado pela queda <strong>de</strong><br />

assinaturas e vendas em banca, a Globo<br />

Condé Nast encontrou outro caminho<br />

com o bran<strong>de</strong>d content. Em 2018, a Vogue<br />

publicou 351 páginas <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong><br />

marca no impresso. Daniela Falcão, CEO<br />

da editora, <strong>de</strong>talha estratégia. pág. 20<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

MaRcas<br />

Motorola reestrutura<br />

e tem novos aparelhos<br />

Empresa apresenta linha <strong>de</strong> celulares com<br />

campanha da Publicis Brasil em parceria<br />

com a Jüssi e Matilda. O mote é O que<br />

importa para você (foto). Renata Altenfel<strong>de</strong>r<br />

assumiu o marketing da companhia. pág. 39<br />

caRnaVal<br />

sp reduz valor e ambev<br />

patrocina folia <strong>de</strong> rua<br />

Skol agora po<strong>de</strong> expor a marca em diversos<br />

pontos durante a festa. Marca venceu<br />

licitação e investirá R$ 16 milhões. O valor<br />

original do patrocínio era <strong>de</strong> R$ 19 milhões,<br />

mas sofreu alteração após administração<br />

pública não receber propostas. pág. 36<br />

MÍdia<br />

Record TV estreia<br />

The Four Brasil<br />

Emissora começou a exibir na última<br />

quarta-feira (6) o reality musical no mesmo<br />

período que o futebol da Globo. Xuxa<br />

apresenta a atração, que conta com Aline<br />

Wirley, João Marcello Bôscoli e Leo Chaves<br />

como jurados. pág. 42<br />

Editorial ..............................................................................................................3<br />

Conexões............................................................................................................4<br />

Curtas ...................................................................................................................8<br />

Agências .............................................................................................................9<br />

Beyond The Line ........................................................................................16<br />

Entrevista ........................................................................................................20<br />

Quem Fez .......................................................................................................26<br />

Storyteller .......................................................................................................28<br />

Inspiração ......................................................................................................29<br />

Mercado ..........................................................................................................30<br />

We Love MKT............................................................................................... 32<br />

Opinião ............................................................................................................ 33<br />

Marketing & Negócios ...........................................................................34<br />

Arena do Esporte ...................................................................................... 35<br />

Marcas ..............................................................................................................36<br />

Mídia ...................................................................................................................41<br />

Especial Interior SP .................................................................................44<br />

Cannes <strong>2019</strong> .................................................................................................56<br />

Prêmios .............................................................................................................57<br />

Última Página ..............................................................................................58<br />

O jornalista Paulo Macedo está <strong>de</strong> férias<br />

e a coluna Supercenas voltará em 18 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />

6 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


FÓRUM<br />

<strong>2019</strong><br />

Empresas que valorizam as diferenças<br />

mostram por que são diferentes.<br />

Em uma iniciativa inédita, EXAME lança o Guia EXAME Diversida<strong>de</strong>, um ranking exclusivo<br />

que já chega pronto para ser referência no assunto. Com as melhores práticas em<br />

<strong>de</strong>staque, o guia vai apresentar i<strong>de</strong>ias e experiências que estão dando resultados.<br />

Para o lançamento <strong>de</strong>ssa primeira edição, um gran<strong>de</strong> encontro já está marcado.<br />

O EXAME Fórum Diversida<strong>de</strong> vai promover conversas com especialistas<br />

e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> empresas para fortalecer ainda mais o <strong>de</strong>bate sobre o tema.<br />

Quando<br />

27 <strong>de</strong> Março<br />

On<strong>de</strong><br />

Instituto Tomie Ohtake - São Paulo<br />

Entre em contato com nossa equipe e conheça todas as possibilida<strong>de</strong>s para fazer parte da edição e do fórum.<br />

rose.resston@abril.com.br • (<strong>11</strong>) 3037-5756<br />

abr.ai/examediversida<strong>de</strong><br />

Parceria<br />

Realização


Curtas<br />

Campus Party Brasil<br />

espera receber mais<br />

<strong>de</strong> 120 mil visitantes<br />

Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />

A Campus Party Brasil <strong>2019</strong> (#CPBR12)<br />

começa no próximo dia <strong>11</strong> com a expectativa<br />

<strong>de</strong> superar os 120 mil visitantes da área<br />

Open e cerca <strong>de</strong> 12 mil campuseiros, sendo<br />

oito mil acampados. Serão oito palcos e<br />

cinco espaços <strong>de</strong> workshops para temas<br />

como Blockchain/IoT, Big Data & Machine<br />

Learning, Virtual Reality & Augmented<br />

Reality. Os palestrantes incluem Ivair Gontijo,<br />

físico mineiro que trabalha na Nasa, e<br />

Uri Levine, cofundador do Waze.<br />

Nas empresas que apoiam esta edição<br />

estão Visa, Petrobras, O Boticário, Ford,<br />

Fanta e iFood. Já entre as novida<strong>de</strong>s na<br />

programação, <strong>de</strong>staque para o Campus<br />

Job, com palestras e workshops para quem<br />

busca empreen<strong>de</strong>r ou crescer em empresas<br />

do setor, além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar<br />

<strong>de</strong> processos seletivos. “A Campus<br />

Party está sempre à frente do tempo e buscando<br />

tudo que tem <strong>de</strong> inovação”, reforça<br />

Tonico Novaes, diretor do evento.<br />

CerVeJa SKol na mIra do Conar<br />

Tonico Novaes: “A Campus Party está sempre à frente do tempo”<br />

publICIS braSIl tem noVo dIretor<br />

SamSunG reforça marKetInG<br />

Pabllo Vittar em cena <strong>de</strong> Seu Crime<br />

Lorenzi, Victorino e Massareto<br />

Patrícia Pessoa, que li<strong>de</strong>ra marketing da linha branca<br />

O Conar abriu semana passada representação<br />

ética contra ação <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />

da Skol no clipe Seu Crime, <strong>de</strong> Pabllo<br />

Vittar. No ví<strong>de</strong>o, a cantora aparece com<br />

lata do lançamento puro malte da marca.<br />

Publicamente, a artista diz ter 24 anos. Por<br />

isso, a ação iria contra recomendação do<br />

Código Brasileiro <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária, que diz “qualquer pessoa que<br />

apareça em peças publicitárias divulgando<br />

cervejas e outras bebidas alcoólicas <strong>de</strong> baixos<br />

teores <strong>de</strong>ve ter e aparentar 25 anos ou<br />

mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>”. Em nota, Skol sugere que<br />

Pabllo já tenha completado a ida<strong>de</strong> limite<br />

para participar da ativação.<br />

O CEO da Publicis, Eduardo Lorenzi,<br />

contratou Gustavo Victorino como diretor-<br />

-executivo <strong>de</strong> criação. Com 19 anos <strong>de</strong> carreira,<br />

Victorino se reporta diretamente ao<br />

CCO Domênico Massareto e comanda um<br />

time <strong>de</strong> 75 profissionais. “O Gustavo alia<br />

potencial criativo, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão e<br />

experiência com contas nacionais e internacionais<br />

que têm gran<strong>de</strong> relevância para<br />

o público. Com esse perfil, ele tem muito a<br />

contribuir para uma das principais missões<br />

da Publicis neste ano, que é elevar a sua<br />

barra criativa junto aos clientes”, comenta<br />

Massareto. Victorino já trabalhou na Wie<strong>de</strong>n<br />

+ Kennedy e DM9DDB, entre outras.<br />

patrícia pessoa é a nova diretora <strong>de</strong><br />

marketing da divisão <strong>de</strong> consumer electronics<br />

da Samsung Brasil. Com mais <strong>de</strong> 15<br />

anos <strong>de</strong> experiência em marketing, branding,<br />

digital, publicida<strong>de</strong> e CRM, e atuação<br />

em empresas como Fiat Chysler e IBM, ela<br />

<strong>de</strong>ve reforçar equipe <strong>de</strong> marketing ao lado<br />

<strong>de</strong> Loredana Sarcinella, diretora sênior <strong>de</strong><br />

marketing da divisão <strong>de</strong> dispositivos móveis.<br />

Patrícia agora é responsável por todas<br />

as iniciativas relacionadas à área que integra<br />

produtos <strong>de</strong> linha branca, monitores e<br />

TVs, entre outros. Sua missão será ampliar<br />

o crescimento da divisão como disseminadora<br />

<strong>de</strong> tendências <strong>de</strong> um mercado global.<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia<br />

Paraizo e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />

Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />

Mariana Barbosa (SP), Marina Oliveira (SP) e<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (<strong>11</strong>) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (<strong>11</strong>) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (<strong>11</strong>) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (<strong>11</strong>) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

8 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


AgênciAs<br />

RP1 e RMA se unem dando origem à<br />

RPMA com forte expertise em digital<br />

Empresa <strong>de</strong> relações públicas nasce com uma carteira <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 130<br />

clientes, 150 profissionais e como a terceira maior in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Brasil<br />

kelly dores<br />

Características complementares,<br />

visão <strong>de</strong> negócios<br />

parecida e praticamente o mesmo<br />

tempo <strong>de</strong> estrada, 18 anos,<br />

levaram a RP1 Comunicação e<br />

o Grupo RMA a unirem forças,<br />

juntarem suas siglas e criar a<br />

terceira maior agência <strong>de</strong> relações<br />

públicas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

mercado brasileiro. A RPMA,<br />

dos sócios Claudia Rondon, Augusto<br />

Pinto e Marcio Cavalieri,<br />

nasce com o objetivo, nas palavras<br />

<strong>de</strong>les, <strong>de</strong> brigar forte num<br />

mercado altamente competitivo<br />

com uma estrutura <strong>de</strong> marketing<br />

digital sem igual.<br />

“Vai ser a agência <strong>de</strong> relações<br />

públicas mais estruturada para<br />

fazer campanha digital. Somos<br />

uma agência <strong>de</strong> relações públicas<br />

com uma agência digital<br />

<strong>de</strong>ntro. Não conheço outra que<br />

tem uma estrutura forte como a<br />

nossa, com 35 profissionais <strong>de</strong>dicados”,<br />

conta Claudia, publicitária<br />

e fundadora da In Press<br />

Porter Novelli, que ven<strong>de</strong>u e<br />

logo após fundou a RP1.<br />

Enquanto a RP1 atendia mais<br />

clientes <strong>de</strong> varejo e consumo, a<br />

RMA era mais voltada para tecnologia.<br />

A própria formação dos<br />

sócios é complementar. Claudia<br />

é publicitária, Pinto é engenheiro<br />

e Cavalieri jornalista.<br />

“A pesquisa da PR Scope mostra<br />

o <strong>de</strong>sejo dos clientes, cada<br />

vez maior, em ter uma agência<br />

Marcio Cavalieri, Augusto Pinto e Claudia Rondon: “Somos uma empresa <strong>de</strong> relações públicas com agência digital <strong>de</strong>ntro”<br />

plementa Claudia.<br />

Pinto afirma que nos últimos<br />

anos a RMA investiu muito em<br />

marketing digital e hoje já fatura<br />

cerca <strong>de</strong> R$ 7 milhões com<br />

essa unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios. “Temos<br />

praticamente uma agência<br />

digital <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa<br />

<strong>de</strong> relações públicas. As campanhas<br />

digitais sempre partem <strong>de</strong><br />

um propósito e têm PR integra-<br />

Divulgação<br />

integrada, com mais competências.<br />

A ênfase está em relacionamento<br />

e conteúdo, algo cada<br />

vez mais valorizado. Vimos<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma<br />

agência para competir nesse nicho”,<br />

diz Cavalieri. “Com essa<br />

fusão, já temos competências<br />

estabelecidas em várias áreas<br />

e capacida<strong>de</strong> digital para oferecer<br />

aos nossos clientes”, comdo”,<br />

<strong>de</strong>staca ele. A RPMA nasce<br />

com 150 profissionais e uma<br />

carteira <strong>de</strong> 130 clientes, como 3<br />

Corações, Raia Drogasil, Cacau<br />

Show, CPFL Renováveis (da da<br />

RP1), Adobe, Netshoes, Coca-<br />

-Cola Femsa, GE, Hospital Nove<br />

<strong>de</strong> Julho E Klabin (da RMA).<br />

“São clientes muito diferentes,<br />

não há conflitos”, garantem os<br />

sócios.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 9


agências<br />

“Procuramos conversar com o<br />

consumidor da forma que ele gosta”<br />

Empresário trabalha ao mesmo tempo com<br />

live marketing e análise <strong>de</strong> dados dos clientes<br />

KELLY DORES<br />

Com o famoso jeito mineiro <strong>de</strong> comer<br />

pelas beiradas, o empresário Bernardo<br />

Dinardi toca dois negócios na área <strong>de</strong> comunicação<br />

que vêm crescendo, <strong>de</strong> forma<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, com atendimento a gran<strong>de</strong>s<br />

marcas como Netflix, Banco do Brasil, BMG<br />

e, como ele diz, “um completa o outro”.<br />

Há <strong>de</strong>z anos, ainda em Belo Horizonte, o<br />

executivo criou a agência <strong>de</strong> live marketing<br />

TM1, que teve como primeiro cliente a<br />

Coca-Cola, que aten<strong>de</strong> até hoje. De olho na<br />

necessida<strong>de</strong> dos anunciantes em trabalhar<br />

com a imensa base <strong>de</strong> dados dos consumidores,<br />

fundou há quatro anos a The Hubi,<br />

que se posiciona como uma empresa <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> CRM para conversão <strong>de</strong> vendas.<br />

Dinardi: “Somos remunerados por performance”<br />

Divulgação<br />

“A gente sempre sentiu uma necessida<strong>de</strong><br />

muito forte <strong>de</strong> entregar valor para os clientes<br />

como forma <strong>de</strong> receita. Queria entregar mais<br />

valor na parte <strong>de</strong> resultado, já estávamos<br />

muito bem no mercado <strong>de</strong> live marketing,<br />

mas não era possível ampliar mais porque<br />

senão íamos per<strong>de</strong>r muito da linha criativa.<br />

Começamos a analisar todos os clientes para<br />

saber <strong>de</strong> que forma po<strong>de</strong>ríamos entregar<br />

mais resultado que não fosse comunicação<br />

tradicional”, conta Dinardi.<br />

Ambas empresas funcionam atualmente<br />

em São Paulo, com estruturas separadas, sendo<br />

que a empresa <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> dados cresce<br />

<strong>de</strong> forma mais acelerada e hoje já conta com<br />

cerca <strong>de</strong> 100 funcionários. “A gente investiu<br />

e entrou muito forte numa linha <strong>de</strong> análise<br />

<strong>de</strong> base <strong>de</strong> CRM para 100% conversão <strong>de</strong> vendas,<br />

atuando com clientes e ex-clientes, que<br />

por algum motivo tiveram relação com essas<br />

empresas. Era um trabalho mais chato, não<br />

tinha muito glamour, mas é um trabalho <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s resultados”, completa ele.<br />

Segundo Dinardi, a The Hubi estuda a base<br />

<strong>de</strong> CRM, enten<strong>de</strong> os clientes ativos e inativos,<br />

para trabalhar toda a jornada <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong><br />

vendas. “A gente faz a conversão <strong>de</strong> vendas<br />

e é remunerado só por performance. Estuda<br />

toda a jornada do consumidor, faz um trabalho<br />

<strong>de</strong> toda a gestão <strong>de</strong> marketing/comercial<br />

das empresas. Temos a características <strong>de</strong> trabalhar<br />

sempre com produtos <strong>de</strong> simples conversão<br />

com análise criteriosa dos dados”.<br />

Na avaliação do executivo, esse tipo <strong>de</strong> trabalho<br />

será ainda mais solicitado pelas empresas<br />

quando entrar em vigor a nova Lei Geral <strong>de</strong><br />

Proteção <strong>de</strong> Dados (LGPD - Lei 13.709/2018),<br />

a partir <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2020. “As pessoas vão<br />

começar a se preservar mais na relação com<br />

as marcas. A gente está tentando se preparar<br />

para ter uma relação mais leve entre marcas<br />

e consumidor, para que ele entenda que a<br />

marca está entregando valor com campanhas<br />

mais direcionadas. Procuramos cada vez mais<br />

conversar com o consumidor da maneira que<br />

ele gosta. As gran<strong>de</strong>s marcas já procuram a<br />

gente por causa disso. A gente acredita numa<br />

relação saudável”, pontua Dinardi.<br />

“Hoje estamos bem focados nos segmentos<br />

<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e mercado<br />

financeiro. Muitas vezes os pontos são perdidos<br />

pelos clientes, então a gente ajuda os<br />

bancos nos programas <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> com<br />

campanhas específicas ou projetos <strong>de</strong> longo<br />

prazo para incentivar os clientes a usarem os<br />

pontos, engajar mais o consumidor com os<br />

programas”, completa ele.<br />

12 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


agências<br />

Bullet muda mindset para oferecer<br />

soluções e ser mais integradora<br />

Transformações estão calçadas em três pilares: ferramentas, pessoas e<br />

processos; campanha para Puma e Palmeiras é a primeira da nova fase<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Quais serão os próximos <strong>de</strong>z<br />

anos da Bullet? Foi este o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> Aldo Pini ao voltar<br />

para a agência em outubro <strong>de</strong><br />

2018, após cerca <strong>de</strong> dois anos<br />

na Africa. Há cinco meses sua<br />

nova casa vive uma transformação<br />

<strong>de</strong> mindset que po<strong>de</strong>rá<br />

ser vista ao longo <strong>de</strong> <strong>2019</strong>.<br />

“Mais do que mexer na estratégia<br />

criativa da agência, precisava<br />

trazer uma nova mentalida<strong>de</strong>”,<br />

lembra sobre a missão.<br />

O CSO (Chief Strategy Office)<br />

e sócio da Bullet conta que seu<br />

retorno está ligado a crenças,<br />

especialmente sobre alterações<br />

no cenário <strong>de</strong> comunicação, em<br />

questões como remuneração,<br />

relevância e papel das agências<br />

nos anunciantes. “O mercado<br />

<strong>de</strong> promoções e eventos estava<br />

muito segmentado a receber<br />

um pedido, era quase reativo.<br />

Essa sempre foi uma crítica minha<br />

como estrategista. Se você<br />

é reativo, po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r bem<br />

a expectativa, mas <strong>de</strong> certa forma<br />

a pessoa já sabe o que quer.<br />

Essa mudança parte da questão<br />

<strong>de</strong> como posso ser uma agência<br />

<strong>de</strong> soluções? Como conversar<br />

com o cliente e aten<strong>de</strong>r da melhor<br />

forma? É a movimentação<br />

que estamos fazendo”, explica.<br />

Tripé da nova fase<br />

As transformações são li<strong>de</strong>radas<br />

por ele e pelos sócios<br />

Eduardo Andra<strong>de</strong>, CBO da Bullet,<br />

e Adriana Ribeiro, CFO, que<br />

cuidam da agência ao lado do<br />

CEO, Fernando Figueiredo, e do<br />

CCO, Mentor Muniz Neto, ambos<br />

sócios também. As mudanças<br />

têm três pilares. O primeiro<br />

é ferramentas, com a adoção <strong>de</strong><br />

novas, a migração para melhores<br />

e a integração entre diferentes<br />

plataformas. “Somos uma<br />

agência data-centric e usamos<br />

isso a favor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> insights e entendimento<br />

<strong>de</strong> conceito. Isso nos dá uma<br />

visão mais completa <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>safio para resolver. Ser uma<br />

14 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark<br />

Com o rapper Rincon Sapiência, campanha<br />

Ver<strong>de</strong> da Puma com o Palmeiras é o<br />

primeiro case da nova fase da Bullet; Aldo<br />

Pini voltou à agência há cinco meses<br />

agência <strong>de</strong> soluções nos migra<br />

<strong>de</strong> um cenário em que agências<br />

brigam para serem integradas,<br />

para ser uma agência integradora.<br />

Se temos o diagnóstico,<br />

po<strong>de</strong>mos direcionar para qualquer<br />

solução. E não necessariamente<br />

precisamos ter <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

casa. Às vezes a gente esquece<br />

que o conceito <strong>de</strong> agência é<br />

agenciar, ter bons parceiros”,<br />

diz Pini.<br />

O segundo é na equipe. Por<br />

não acreditar em <strong>de</strong>partamentalização,<br />

mas em colaboração,<br />

a Bullet escolheu li<strong>de</strong>ranças<br />

para coor<strong>de</strong>nar as três principais<br />

esferas da agência. “Temos<br />

uma pessoa responsável por<br />

cuidar do business, que inclui<br />

potencial e trato dos clientes;<br />

eu na área <strong>de</strong> think & concept,<br />

com mídia, planejamento, criação<br />

e BI; e uma para <strong>de</strong>livery,<br />

ligada a produção e inteligência<br />

“Ser uma agência<br />

<strong>de</strong> SoluçõeS noS<br />

migra <strong>de</strong> um<br />

cenário em que<br />

agênciaS brigam<br />

para Serem<br />

integradaS, para<br />

Ser uma agência<br />

integradora”<br />

Fotos: Divulgação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos partners<br />

<strong>de</strong> conteúdo, publishers,<br />

experience e novida<strong>de</strong>s”, conta.<br />

Pini explica ainda que o terceiro<br />

pilar está nos processos,<br />

que ajudam na gestão da casa.<br />

Segundo ele, no fim do dia, sua<br />

responsabilida<strong>de</strong> como o cara<br />

<strong>de</strong> cultura está em a Bullet ser<br />

vista como agência <strong>de</strong> soluções<br />

inovadoras, que enten<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contexto, e na agência “ser<br />

o melhor lugar do mundo para<br />

as pessoas que aqui trabalham.”


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g-stockstudio/iStock<br />

House, sweethouse?<br />

Funcionários próprios estão mais sujeitos<br />

a interferências e pitacos <strong>de</strong> superiores<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

veio lá <strong>de</strong> Brasília mais um torpedo relacionado<br />

à comunicação. Depois <strong>de</strong><br />

E<br />

questionar o investimento em propaganda,<br />

o mix <strong>de</strong> mídia (enaltecendo o po<strong>de</strong>r das<br />

re<strong>de</strong>s sociais) e até a existência do BV (programa<br />

<strong>de</strong> incentivo), pintou agora a i<strong>de</strong>ia da<br />

possível criação <strong>de</strong> uma “house” para cuidar<br />

da comunicação do governo.<br />

Como esses arroubos têm se mostrado<br />

voláteis e sem maior profundida<strong>de</strong>, não<br />

vou aqui comentar ainda mais essas manifestações.<br />

Mas quero discorrer sobre a i<strong>de</strong>ia<br />

da “house agency”. De tempos em tempos,<br />

a tal da house volta à mídia.<br />

Cabe, portanto, uma reflexão a respeito.<br />

Já ocupei este espaço para falar sobre esse<br />

fenômeno, mas acho que vale a retomada.<br />

A primeira questão é: por que uma empresa<br />

consi<strong>de</strong>raria a opção <strong>de</strong> internalizar<br />

os serviços <strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> propaganda?<br />

Tendo a acreditar que o principal motivo<br />

seja a percepção <strong>de</strong> economia. Então,<br />

vamos lá. Quando uma empresa <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

absorver internamente um serviço prestado<br />

por terceiros, po<strong>de</strong> parecer lógico que<br />

economizará exatamente a remuneração<br />

<strong>de</strong>sse terceiro. Será?<br />

Vejamos: para po<strong>de</strong>r internalizar os serviços<br />

antes prestados por uma agência, a<br />

empresa terá <strong>de</strong> montar uma estrutura para<br />

tal, certo? Será necessária a contratação<br />

<strong>de</strong> especialistas, ferramentas e estudos,<br />

além da <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> espaço físico e equipamentos<br />

para um novo “<strong>de</strong>partamento”.<br />

O problema é a <strong>de</strong>dicação integral <strong>de</strong> profissionais<br />

para tais ativida<strong>de</strong>s.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo da <strong>de</strong>manda, uma agência<br />

po<strong>de</strong> alocar apenas algumas horas <strong>de</strong> seus<br />

profissionais para <strong>de</strong>terminados clientes,<br />

otimizando assim os recursos <strong>de</strong>stinados<br />

para cada um <strong>de</strong>les.<br />

Ah, mas a maior economia é a “comissão”<br />

da agência na mídia e na produção, dirão<br />

alguns <strong>de</strong>fensores. Antes <strong>de</strong> mais nada,<br />

a tal comissão <strong>de</strong> mídia – na verda<strong>de</strong> o Desconto<br />

Padrão, <strong>de</strong>finido nas Normas-Padrão<br />

do Cenp – é cabível apenas para agências e<br />

os veículos não <strong>de</strong>vem repassá-la a anunciantes<br />

diretos.<br />

Se o fazem estão <strong>de</strong>scumprindo um sau-<br />

dável entendimento <strong>de</strong> autorregulação, do<br />

qual participaram anunciantes, agências<br />

e veículos. Deve-se levar em conta ainda<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação das agências, por<br />

conta da administração <strong>de</strong> investimentos<br />

<strong>de</strong> diversos clientes. Portanto, numa conta<br />

mais apurada, é bastante provável que a<br />

economia não seja tão relevante para justificar<br />

a iniciativa.<br />

Bem, po<strong>de</strong> haver o argumento da rapi<strong>de</strong>z.<br />

Tendo uma equipe própria o fluxo <strong>de</strong><br />

trabalho po<strong>de</strong>ria ser mais fluido e rápido.<br />

Po<strong>de</strong> até ser, mas não é nada que não possa<br />

ser oferecido por uma boa agência. Mas,<br />

para mim, o ponto principal é a qualida<strong>de</strong><br />

da comunicação gerada.<br />

Funcionários próprios estão mais sujeitos<br />

a interferências e pitacos <strong>de</strong> superiores<br />

e até imposições <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais diretores e pares.<br />

Com o tempo, o uso do cachimbo vai<br />

<strong>de</strong>ixando a boca torta.<br />

Já a agência tem condições <strong>de</strong> espelhar<br />

soluções geradas para outros clientes, além<br />

<strong>de</strong> oxigenar suas i<strong>de</strong>ias com mais facilida<strong>de</strong>,<br />

já que atua especificamente no campo<br />

da comunicação.<br />

E, além do mais, po<strong>de</strong> trocar equipes<br />

<strong>de</strong>stinadas a clientes, caso não estejam performando<br />

bem. E se o cliente quer ter uma<br />

equipe terceirizada, porém mais exclusiva<br />

e <strong>de</strong>dicada, é possível também. Inclusive<br />

trabalhando <strong>de</strong>ntro da sua empresa.<br />

E o argumento final é a tendência <strong>de</strong> se<br />

manter as estruturas das empresas (isso<br />

serve para governos também) mais leves e<br />

focadas no core do seu business.<br />

A verticalização tem se mostrado ineficaz,<br />

fazendo as empresas mais antenadas<br />

optarem pela <strong>de</strong>legação a terceiros especialistas<br />

as funções que não fazem parte da<br />

sua ativida<strong>de</strong> principal.<br />

Num país provido <strong>de</strong> tantas agências<br />

capacitadas e reconhecidas internacionalmente,<br />

o que não faltam são opções para<br />

clientes. Aí, é só partir para um bom contrato<br />

e contar com um serviço <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

na medida das suas necessida<strong>de</strong>s.<br />

O melhor mesmo é os executivos encararem<br />

a house, sweethouse como aquele<br />

lugar para on<strong>de</strong> se vai <strong>de</strong>scansar <strong>de</strong>pois do<br />

trabalho.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

16 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Como se chama<br />

quando uma agência<br />

junta criativida<strong>de</strong><br />

com as mais mo<strong>de</strong>rnas<br />

tecnologias e análise<br />

<strong>de</strong> dados? A gente<br />

chama assim:<br />

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SCIENCE<br />

A comunicação tradicional já não é suficiente para<br />

falar com os novos consumidores. É preciso colocar<br />

a criativida<strong>de</strong> e a tecnologia da informação para<br />

trabalharem juntas, conectar i<strong>de</strong>ias com análise <strong>de</strong><br />

dados e inspiração com resultados. Sua marca está<br />

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entrevista<br />

Daniela Falcão<br />

CEO da Globo Condé Nast<br />

o leitor percebe<br />

como autêntico<br />

quanDo o<br />

relacionamento<br />

é De verDaDe<br />

Em um mercado impactado diretamente<br />

pela queda <strong>de</strong> assinaturas e vendas em<br />

banca, a revista Vogue encontrou novos<br />

caminhos. Em 2018 publicou 351 páginas<br />

<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content no impresso, um crescimento<br />

<strong>de</strong> 40% em relação ao ano anterior. Os resultados,<br />

somados ao seu gran<strong>de</strong> carro-chefe, o Baile da<br />

Vogue, têm mantido a Globo Condé Nast no azul.<br />

A festa <strong>de</strong> Carnaval se tornou benchmark não<br />

apenas para o mercado <strong>de</strong> luxo, mas também<br />

para marcas como Pantene, Havaianas, Pepsi e<br />

Elma Chips. Na entrevista a seguir, Daniela Falcão,<br />

CEO da editora, fala sobre o mercado editorial e<br />

expectativas para o baile, no dia 21 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>.<br />

danúbia paraizo<br />

O Baile da Vogue completa 15 anos<br />

em <strong>2019</strong>. Qual é o balanço do evento<br />

do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> marca e patrocínios?<br />

Até 2010, o baile da Vogue ficava<br />

no 0 x 0 em termos <strong>de</strong> receita.<br />

Era uma forma <strong>de</strong> a Vogue se<br />

consolidar. Ele tinha uma receita,<br />

mas não era uma fonte importante<br />

<strong>de</strong>ntro do cardápio da revista.<br />

Era uma questão <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong><br />

marca. Com a criação da Globo<br />

Condé Nast veio o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />

pegar os produtos que não eram<br />

necessariamente rentáveis, para<br />

que passassem por mudanças.<br />

E o baile da Vogue foi o que teve<br />

mais sucesso nesse sentido. É <strong>de</strong><br />

longe o evento que tem renovação<br />

mais rápida e duradoura <strong>de</strong><br />

patrocínios.<br />

A base do evento está no luxo e sofisticação.<br />

Como continuar sendo relevante<br />

para as marcas?<br />

A gente sabe que com a avalanche<br />

<strong>de</strong> eventos no mercado, se<br />

manter relevante é muito difícil.<br />

As marcas têm questionado cada<br />

vez mais se vale a pena patrocinar<br />

eventos que não sejam próprios.<br />

Essa é uma dificulda<strong>de</strong> que quem<br />

faz eventos proprietários vem enfrentando.<br />

As marcas precisam<br />

ter segurança <strong>de</strong> que o investimento<br />

seja convertido em outras<br />

coisas. E esse é o gran<strong>de</strong> trunfo<br />

do baile. Mais do que um nome<br />

no back drop, os patrocinadores<br />

querem saber como estar posicionados<br />

e o tipo <strong>de</strong> contato com<br />

o seu público. E não apenas os<br />

convidados, mas quem assiste às<br />

lives no GNT ou nas nossas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Você conta nos <strong>de</strong>dos os<br />

eventos que conseguem manter o<br />

fôlego e o interesse. E o baile da<br />

Vogue é um <strong>de</strong>les.<br />

O baile é uma das principais receitas<br />

para a Globo Condé Nast. Quais<br />

os riscos para que ele não perca seu<br />

valor?<br />

A gente tem muito cuidado<br />

para não transformá-lo em um<br />

evento corporativo. É um baile<br />

para o público da moda. Os patrocinadores<br />

sabem disso. A quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ingressos disponíveis<br />

é muito bem pensada, porque a<br />

gente precisa ter gran<strong>de</strong>s estrelas.<br />

As mulheres que fazem o baile<br />

acontecer precisam estar lá para<br />

que ele tenha graça. O baile gera<br />

um excelente faturamento, mas<br />

ele movimenta a economia como<br />

um todo. Os salões <strong>de</strong> beleza, as<br />

lojas <strong>de</strong> aluguel <strong>de</strong> smoking, o<br />

setor <strong>de</strong> festa como um todo comemora.<br />

Joalherias nos ligam<br />

para saber qual é o tema do baile<br />

para que eles possam <strong>de</strong>senvolver<br />

peças específicas. E o setor <strong>de</strong><br />

hotelaria também se movimenta<br />

porque nós trazemos traz muita<br />

gente <strong>de</strong> fora, principalmente<br />

do Rio. Essa movimentação da<br />

socieda<strong>de</strong> como um todo é uma<br />

prova da relevância do baile, inclusive,<br />

para o anunciante.<br />

Há a preocupação em envolver os<br />

patrocinadores no processo criativo<br />

do baile?<br />

A gente <strong>de</strong>fine boa parte do<br />

conceito, mas as marcas têm a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar algum direcionamento<br />

e expor seus <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong> comunicação. Ao mesmo tempo,<br />

as marcas recebem a orientação<br />

da equipe que coor<strong>de</strong>na<br />

o evento sobre o que dá ou não<br />

para fazer. Essa equipe é li<strong>de</strong>rada<br />

pela Donata Meirelles, que<br />

enten<strong>de</strong> muito da marca Vogue.<br />

A Elma Chips, com a linha Sensations,<br />

salgadinhos premium da<br />

marca, é um case muito bacana.<br />

Eles começaram em 2018 com a<br />

gente e já renovaram para <strong>2019</strong>.<br />

À primeira vista você po<strong>de</strong> imaginar<br />

que salgadinho não faça<br />

sentido em um baile <strong>de</strong> gala. Mas<br />

tem tudo a ver porque, na hora da<br />

larica, você não quer sair da pista<br />

<strong>de</strong> dança e ir até a área do buffet.<br />

Se o convidado está com fome <strong>de</strong><br />

madrugada, não tem nada melhor<br />

do que na pista você comer<br />

um bom snack.<br />

Nesta edição o baile teve pela pri-<br />

meira vez uma festa <strong>de</strong> aquecimento.<br />

O formato é uma nova proprieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> patrocínio, certo?<br />

Tivemos uma experiência<br />

muito bacana do pré-baile com<br />

Johnnie Walker. Quando a marca<br />

entrou, a gente teve uma longa<br />

conversa sobre seus objetivos<br />

<strong>de</strong> negócio. Whiskey tem sido<br />

cada vez mais consi<strong>de</strong>rado uma<br />

bebida para o público feminino.<br />

A i<strong>de</strong>ia do pré-baile era fazer<br />

com que esse público <strong>de</strong>gustasse<br />

antes as possibilida<strong>de</strong>s dos<br />

drinks. Para que no baile seja<br />

muito mais natural que os convidados<br />

pedissem whiskey em<br />

vez da champanhe ou gin, por<br />

exemplo. A Diageo é um gran<strong>de</strong><br />

patrocinador do baile, ao lado da<br />

Pantene, mas temos este mesmo<br />

cuidado com patrocinadores<br />

menores. Qualquer ação é<br />

pensada com muito cuidado. O<br />

leitor percebe como autêntico<br />

quando o relacionamento com a<br />

marca é <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

O baile é um evento restrito. Quais<br />

estratégias a Vogue utiliza para amplificar<br />

as conversas sobre a festa?<br />

A transmissão ao vivo, por<br />

exemplo, é uma proprieda<strong>de</strong><br />

muito <strong>de</strong>sejada. Durante três<br />

anos ela foi da Riachuelo. Neste<br />

ano, Magnum será o patrocinador.<br />

As ativações, acima <strong>de</strong><br />

tudo, são baseadas em conteúdo.<br />

Quando a gente pensa nos formatos,<br />

a gente apresenta o produto<br />

em uma interface própria para o<br />

público que está ali. A i<strong>de</strong>ia é que<br />

os convidados postem a respeito<br />

porque são formadores <strong>de</strong> opinião.<br />

A gente quebra a internet<br />

durante as duas horas <strong>de</strong> transmissão<br />

do GNT e no live do Facebook<br />

e Instagram. O assunto reverbera<br />

na madruga inteira, sem<br />

contar a repercussão na imprensa<br />

especializada. Estamos presentes<br />

em todas as colunas sociais.<br />

De que forma a experiência do baile<br />

contribui para <strong>de</strong>senvolver os <strong>de</strong>mais<br />

eventos da editora?<br />

O Geração Glamour é o que<br />

mais se beneficia. Muitas marcas<br />

vêm até nós por causa do baile.<br />

Mas sobretudo por uma questão<br />

etária, a gente olha o público<br />

que a marca quer atingir, e consegue<br />

direcionar melhor para o<br />

20 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


evento i<strong>de</strong>ial. Em alguns casos<br />

é o Geração Glamour o mais indicado,<br />

que é um evento bem<br />

mais jovem. Nos dois primeiros<br />

anos ele não <strong>de</strong>u lucro nenhum.<br />

No terceiro ano ele teve uma receita<br />

melhor. No quarto ano, estouramos<br />

e agora ele se mantém<br />

estável porque a Glamour é uma<br />

revista que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do<br />

mercado <strong>de</strong> beleza e o segmento<br />

sofreu uma série <strong>de</strong> transformações.<br />

Mas a expertise é a mesma,<br />

só que o Geração Glamour<br />

é para um público mais jovem,<br />

envolvido com causas. E muitas<br />

marcas fecham logo o combo,<br />

patrocinando mais <strong>de</strong> um evento<br />

da casa. O Boticário foi assim, e<br />

a Diageo entrou também para o<br />

Men of The Year, da GQ.<br />

Fora os eventos, quais outras formas<br />

<strong>de</strong> receitas têm dado mais certo?<br />

As marcas que a gente trabalha<br />

sabem da nossa entrega e confiam<br />

na nossa produção. Elas querem<br />

que a gente comunique e resolva<br />

seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> comunicação.<br />

Agora estamos com uma série <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os da Arezzo no Instagram da<br />

Vogue. O <strong>de</strong>safio era muito simples.<br />

Convencer a mulher que tênis<br />

não é feito apenas para ir para<br />

a aca<strong>de</strong>mia ou usar no fim <strong>de</strong> semana.<br />

Aí o pessoal aqui quebrou<br />

a cabeça para mostrar para nosso<br />

público oportunida<strong>de</strong>s diferentes<br />

para o calçado. Criamos um editorial<br />

<strong>de</strong> moda com esse conceito<br />

em um formato específico para<br />

Instagram. Somos autorida<strong>de</strong><br />

para falar com essa audiência.<br />

Algo que muitas marcas sozinhas<br />

não têm. Quando fazemos esse<br />

tipo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content a gente<br />

veicula nas nossas re<strong>de</strong>s, mas a<br />

marca também compartilha nas<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>la.<br />

Como tem sido o <strong>de</strong>sempenho dos<br />

títulos da editora em novos formatos<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>?<br />

A mídia display no digital e<br />

anúncios no impresso caíram,<br />

mas temos uma recuperação<br />

graças aos novos formatos. A<br />

gente cresceu em bran<strong>de</strong>d content<br />

40% em número <strong>de</strong> páginas<br />

no impresso, em relação a 2017,<br />

sem contar os feitos no digital. A<br />

“O que as<br />

marcas<br />

<strong>de</strong>ixaram<br />

<strong>de</strong> fazer em<br />

anúnciO, a<br />

gente cresce<br />

em bran<strong>de</strong>d<br />

cOntent”<br />

Alê Oliveira<br />

gente fechou com 351 páginas <strong>de</strong><br />

bran<strong>de</strong>d content em 2018, isso<br />

representa crescimento <strong>de</strong> 37%<br />

em relação a 2017. Fizemos 126<br />

eventos para clientes, fora nossos<br />

eventos proprietários. Esses<br />

projetos para terceiros já representam<br />

9% do total da receita<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e tiveram crescimento<br />

<strong>de</strong> 42% em relação a 2017.<br />

As revistas da Globo Condé Nast<br />

conseguem se manter no print<br />

muito por causa disso. O que as<br />

marcas tradicionais <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><br />

fazer em anúncio, a gente cresce<br />

em bran<strong>de</strong>d content.<br />

E quanto às assinaturas? Essa é uma<br />

questão que o mercado como um<br />

todo tem repensado, certo?<br />

Nossos números estão estáveis.<br />

O que tem caído e a gente<br />

fica preocupado é a venda em<br />

banca. Até porque o sistema <strong>de</strong><br />

bancas está se transformando.<br />

A gente tinha dois pilares muito<br />

fortes <strong>de</strong> vendas: nos mercados<br />

e livrarias. E as livrarias colapsaram.<br />

A gente não conseguiu frear<br />

a queda em banca ou convertê-la<br />

em assinatura. Até agora isso não<br />

cresceu. A venda em banca vem<br />

caindo ano a ano. Claro que chega<br />

um momento que ela fica estável.<br />

E é por isso também que essa receita<br />

<strong>de</strong>ve ser inclusa nos projetos<br />

novos. Mas a queda é um <strong>de</strong>safio.<br />

O que tem sido feito nesse sentido?<br />

Nós, junto com Infoglobo e Editora<br />

Globo, começamos a aproveitar<br />

o sucesso que temos na audiência<br />

no digital para tentar criar<br />

maneiras <strong>de</strong> paywall. Não necessariamente<br />

para cobrar ali na hora,<br />

mas conduzi-lo a uma assinatura<br />

e aí incluir um combo maior <strong>de</strong><br />

serviços. É pegar esse fã da marca<br />

e ir além da revista, oferecer consultoria<br />

com os stylists da Vogue<br />

e Glamour, convites para os nossos<br />

eventos. É o antigo clube do<br />

assinante, mas a i<strong>de</strong>ia não é dar<br />

<strong>de</strong>scontos em loja, mas fazê-lo se<br />

“O que tem<br />

caídO e a<br />

gente fica<br />

preOcupadO<br />

é a venda<br />

em banca”<br />

sentir parte da Vogue. Esse clube<br />

só funciona com alguém que é fã<br />

da marca. A Condé Nast já está<br />

fazendo lá fora e a gente está estudando<br />

alguns mo<strong>de</strong>los para o<br />

Brasil. Mas não temos a ilusão <strong>de</strong><br />

voltar aos patamares que a gente<br />

tinha no passado.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 21


quem fez<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

proCessos<br />

A Schin traz ao público campanha que reforça<br />

os processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sua cerveja. A<br />

i<strong>de</strong>ia é mostrar os diferenciais <strong>de</strong> sua receita,<br />

livre <strong>de</strong> aditivos e com ingredientes naturais.<br />

O filme, gravado em uma mesa <strong>de</strong> bar, que é<br />

território da marca, mostra <strong>de</strong> forma simples<br />

os cuidados com o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da<br />

produção da cerveja.<br />

Ogilvy Brasil<br />

grupo heineken<br />

Fotos: divulgação<br />

Título: Fofoca; produto: Schin; criação: Diego<br />

Wortmann, Eduardo Doss e Guilherme Moreira; produtora<br />

<strong>de</strong> som: Cabaret; produtora <strong>de</strong> filme: O2<br />

Filmes; diretor: Quico Meirelles; aprovação do<br />

cliente: Bram Westenbrink, Cecilia Mondino, Carina<br />

Hermida e Pedro Campos.<br />

Manifesto<br />

O início da Libertadores da América foi o gancho<br />

para o lançamento da campanha da Fox<br />

Sports. O filme divulga o espírito <strong>de</strong> competição<br />

no torneio e o clima diferente que paira<br />

no ar. O canal tem os direitos <strong>de</strong> transmissão<br />

das partidas e reforça por meio do manifesto<br />

a emoção do torcedor, bem como a preparação<br />

<strong>de</strong> sua equipe.<br />

Fullpack<br />

Fox SportS<br />

Título: Espírito <strong>de</strong> Libertadores Fox Sports; criação:<br />

Felipe Paganoti, Igor Pontes, Arthur Villas Boas, Tiago<br />

Daltro, Rafael Costa e Luiza <strong>de</strong> Moraes; produtora <strong>de</strong><br />

filme: Aquarela Filmes; direção: Vitor Pereira Motta<br />

Lima; produção <strong>de</strong> som: Capitão Musical; aprovação<br />

do cliente: Patrícia Esteves e Dilson Motta.<br />

Confete<br />

O Madureira Shopping já está em clima <strong>de</strong><br />

Carnaval. Um dos patrocinadores da Portela,<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a empresa celebra a parceria<br />

com campanha que divulga o enredo da<br />

escola <strong>de</strong> samba. Para o <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong>ste ano, a<br />

homenageada é a cantora Clara Nunes. A comunicação<br />

<strong>de</strong>staca as cores da Portela e uma<br />

ilustração da artista, feita em confetes.<br />

Bin<strong>de</strong>r<br />

Madureira Shopping<br />

Título: Carnaval; produto: institucional; diretor <strong>de</strong><br />

criação: Marcos Apóstolo; criação: Marcus Rodrigues<br />

e Roberta Bichara; atendimento: Renata Barbosa,<br />

Miguel Heuseler e Filipe Canto; artbuyer: Gabriella<br />

Cardoso e Deborah Ragi; aprovação do<br />

cliente: Andréa Vidal e Vivian Oliveira.<br />

26 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


influenCiadores<br />

A vida <strong>de</strong> digital influencer não é tão glamourosa<br />

como muitos imaginam. Nem tão divertida. Melhor<br />

mesmo é ser um simples <strong>de</strong>sconhecido nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Esse é o mote da campanha da Diesel para<br />

seus consumidores na Itália. Os filmes revelam as<br />

dificulda<strong>de</strong>s da vida “instagramável”, e mostram<br />

<strong>de</strong> forma irônica como a vida <strong>de</strong> influencer po<strong>de</strong> ser<br />

complicada, especialmente em situações do cotidiano<br />

como se <strong>de</strong>spir, comer e viajar. Para a comunicação,<br />

influenciadores populares no país, como<br />

Jennifer Grace (@thenativefox), Kristen Crawley (@<br />

kristennoelcrawley) e as gêmeas (@amixxamiaya e<br />

@ayaxxamiaya) protagonizam as cenas.<br />

puBlicis itália<br />

dieSel<br />

Título: Be a Follower; produto: institucional; direção digital<br />

<strong>de</strong> criação: Sandra Bold; criação: Francesca Ferracini,<br />

Cecilia Moro e Alice Teruzzi; social media manager: Doina<br />

Tatu e Filippo Festuccia; produtora <strong>de</strong> filme: Good People;<br />

direção: Ali Ali; produtora <strong>de</strong> som: Sizzer; aprovação do<br />

cliente: Eleni Charakleia.<br />

<strong>de</strong>sCoMpliCa<br />

As finanças <strong>de</strong> micro e pequenos empreen<strong>de</strong>dores<br />

não precisam <strong>de</strong> burocracia. Esse é<br />

o mote da campanha da Contabilizei, plataforma<br />

digital <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> para pequenos<br />

negócios. Nos filmes, a empresa mostra<br />

que é possível usar a tecnologia sem complicações.<br />

O bom humor e a irreverência dão o<br />

tom das peças.<br />

ana cOutO<br />

contabilizei<br />

Título: Não faz drama. Vem pra Contabilizei; produto:<br />

institucional; criação: Rodrigo Dorfman, Cristiano<br />

Sartori, João Santos e Felipe Lemes; produtora<br />

<strong>de</strong> filme: Dogs Can Fly; direção: Rodrigo Rebouças;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Sonido; aprovação do cliente:<br />

Thaiana Trevisan, Guilherme Soares e Vitor Torres.<br />

Vida real<br />

Trazendo o conceito A gente acredita em você, a Anhanguera<br />

apresenta seu novo projeto <strong>de</strong> conteúdo: Retratos<br />

Universitários. A websérie, em parceria com a Vice, Facebook<br />

e agência Jüssi, é protagonizada por três universitários.<br />

Pensada exclusivamente para Facebook e Instagram,<br />

com formato vertical, a série mostra histórias inspiradoras<br />

<strong>de</strong> alunos que utilizaram o ensino como uma<br />

ferramenta para alcançar seus objetivos <strong>de</strong> vida.<br />

Jüssi<br />

anhanguera educacional<br />

Título: Retratos Universitários; produto: institucional; publisher<br />

Vice: Jean-Louis Manzon; projetos: Thiago Chinaglia; direção<br />

<strong>de</strong> criação: Pedro Werneck, Yves Gouw e Gabriel Klein;<br />

criação: Diego Ferreira e Van<strong>de</strong>rley Amaral; mídia: Marjorye<br />

Cruz; aprovação do cliente: Thierry Galves.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 27


STORYTELLER<br />

olleon/iStock<br />

Voos antigos<br />

Pois é, sonhei. Mas não um sonho<br />

absurdo, era uma reedição <strong>de</strong><br />

um acontecimento verda<strong>de</strong>iro<br />

LuLa Vieira<br />

policial se aproxima do helicóptero<br />

O e grita: “Polícia Fe<strong>de</strong>ral! Mãos na cabeça!”.<br />

Trêmulo, cruzo as mãos na nuca e<br />

tento manter um mínimo <strong>de</strong> compostura.<br />

Murmuro palavras que se per<strong>de</strong>m no mato<br />

em torno do pequeno campo on<strong>de</strong> a aeronave<br />

pousara. Tento me virar para enten<strong>de</strong>r<br />

melhor o que acontecia. Gritam comigo:<br />

“Quieto, senão atiro! Deita aí”. Deito. O<br />

policial se aproxima e me toca. Lula, Lula!<br />

Você está bem? Não sabia que minha mulher<br />

era da Polícia Fe<strong>de</strong>ral. Pois é, sonhei.<br />

Mas não um sonho absurdo, era uma reedição<br />

<strong>de</strong> um acontecimento verda<strong>de</strong>iro. A<br />

cena passou <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> vezes na minha<br />

cabeça. Aos fatos, como diria meu advogado<br />

no tribunal, tentando provar minha inocência.<br />

Vamos a eles. Eu estava em Iguaçu,<br />

numa convenção da IBM, minha cliente. Na<br />

programação surgiu uma tar<strong>de</strong> livre e Polika<br />

e eu resolvemos aproveitar a folga. Não<br />

nos ocorreu i<strong>de</strong>ia melhor do que alugar um<br />

helicóptero e fazer um voo panorâmico sobre<br />

as cataratas e pela região. O diálogo que<br />

tivemos no pedaço <strong>de</strong> terra que servia <strong>de</strong><br />

pouso foi digno <strong>de</strong> Dashiel Hammett.<br />

Vários homens bebiam cerveja sentados<br />

em barris <strong>de</strong> gasolina. Perguntei a um <strong>de</strong>les:<br />

“Vocês alugam helicópteros?” Resposta:<br />

“se alugasse você queria o quê?” “Voar<br />

por aí”, respondo. “Por aí on<strong>de</strong>, se a gente<br />

alugasse helicóptero?” Digo: “Por aí, aí”, fazendo<br />

um giro com as mãos. O diálogo estava<br />

ficando para Sergio Leone algum botar<br />

<strong>de</strong>feito. “Caso alguém quiser dar um giro<br />

por aí, não custava menos que 2 mil contos”.<br />

Entrando no jogo, banquei o durão,<br />

Lula – o Foda da Fronteira. “Se eu quisesse<br />

um helicóptero eu não pagaria mais que<br />

mil e quinhentos por hora”. O cara cuspiu<br />

no chão e sentenciou: “tem o Vesgo alí que<br />

se alugasse o helicóptero <strong>de</strong>le ia por mil e<br />

setecentos”. Falei grosso: “Chama o Vesgo”.<br />

Veio o Vesgo. Que, para minha surpresa,<br />

não era vesgo. A não ser que o <strong>de</strong>feito<br />

no andar lembrasse algum estrabismo. Ele<br />

pisava com os dois pés tortos para o mesmo<br />

lado, como se quisesse ir, mas não indo.<br />

Mascava algo que imaginei que fosse fumo<br />

<strong>de</strong> rolo, até hoje não sei. Podia ser chiclete<br />

<strong>de</strong> maconha ou linguiça <strong>de</strong> erva-mate.<br />

Baixinho, cara <strong>de</strong> índio. Paraguaio, mas estranhamente<br />

com um leve sotaque gringo.<br />

O piloto que mamãe pediu a Deus para me<br />

conduzir pelos céus.<br />

Apontou para um helicóptero que mais<br />

parecia um Fusca amassado com um ventilador<br />

gigante no teto. Acho que ficamos<br />

mais com medo <strong>de</strong> dizer que <strong>de</strong>sistimos<br />

do que voar naquela joça. O Vesgo po<strong>de</strong>ria<br />

ter um ataque <strong>de</strong> rejeição, sabe-se lá o<br />

tipo <strong>de</strong> trauma que trazia no peito. Pelo<br />

ambiente, problemas psíquicos <strong>de</strong>viam<br />

ser tratados à bala. Era melhor voar. Fomos.<br />

Ah, estava esquecendo. Surgiu, não<br />

me lembro por que nem <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, um japonês.<br />

Pequenino, magrinho, sorri<strong>de</strong>nte.<br />

E entrou conosco. O banco dava lugar para<br />

três e ele se acomodou no meio. Eu e<br />

Polika cada um numa janela. Na frente, o<br />

Vesgo <strong>de</strong>u um último gole na garrafa <strong>de</strong><br />

cerveja, jogou numa bolsa aos seus pés e<br />

<strong>de</strong>u início aos procedimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>colagem.<br />

Que se constituíram em torcer uma<br />

chave presa a uma caveira, possivelmente<br />

<strong>de</strong> prata, e um empurrão no manche. E<br />

a engenhoca subiu. Ganhou os céus como<br />

uma garça. Exagero, uma garça idosa. E<br />

voamos. Demos rasante nas cataratas,<br />

invadimos o Paraguai, a Argentina, assustamos<br />

bois. Polika ficou silenciosa,<br />

presa <strong>de</strong> terror. Eu, macho como sou, me<br />

lembrei que tinha sido coroinha quando<br />

criança e encomen<strong>de</strong>i minha alma ao<br />

todo-po<strong>de</strong>roso. O japonês ria compulsivamente.<br />

Meu maior medo (agora vem a<br />

explicação pelo sonho) não era mais cair.<br />

Era explicar o que eu estava fazendo num<br />

helicóptero, provavelmente clan<strong>de</strong>stino,<br />

chegando do Paraguai.<br />

Cheguei a ver o rosto do policial ironizando:<br />

“Foi passear, não é? Você e o Japa<br />

do Pó. Turistas, né? Conhecer as cataratas...<br />

sei... todo mundo inocente. Gostaram<br />

do passeio?” Era melhor propor uma<br />

<strong>de</strong>lação premiada. Mas não foi assim. Voltamos<br />

e <strong>de</strong>scemos ilesos. A não ser por um<br />

tremor nas mãos, sem sequelas. Quase <strong>de</strong>i<br />

uma <strong>de</strong> papa e beijei o sagrado solo. Nunca<br />

fui tão patriota. Ao chegar no hotel, a<br />

equipe <strong>de</strong> segurança da IBM nos esperava.<br />

Levamos uma bronca digna <strong>de</strong> garotos levados.<br />

Não sei quem tinha contado nossa<br />

aventura e o pessoal não conseguia enten<strong>de</strong>r<br />

que merda a gente tinha na cabeça<br />

para ir voar com aquela gente. Os outros<br />

tinham aproveitado a tar<strong>de</strong> livre e foram a<br />

Ciudad <strong>de</strong>l Este e comprado, <strong>de</strong>ntro da lei,<br />

sem nenhum risco, uns perfuminhos ótimos,<br />

aparelhos <strong>de</strong> VHS, óculos Ray-Ban.<br />

Mas nós tinhamos uma vantagem: uma<br />

puta história para contar.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira.luvi@gmail.com<br />

28 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

rotina <strong>de</strong> exercícios<br />

Fotos: Divulgação<br />

“Afinal <strong>de</strong> contas, quando criamos uma campanha, produzimos um<br />

evento, <strong>de</strong>senvolvemos uma promoção, estamos falando <strong>de</strong> pessoas”<br />

Beto Marques<br />

especial para o ProPMarK<br />

Quando recebi o convite para escrever<br />

essa coluna, pensei “que bacana, será<br />

tranquilo falar sobre o que me inspira”.<br />

No <strong>de</strong>correr, percebi que não seria lá tão<br />

fácil, pois, assim como no processo criativo,<br />

as incertezas começaram a rondar o<br />

briefing.<br />

Será que estou cumprindo a função <strong>de</strong><br />

inspirar os leitores? Será que vão gostar?<br />

Então <strong>de</strong>cidi <strong>de</strong>ixar a cobrança pessoal<br />

<strong>de</strong> lado e aproveitar o fim <strong>de</strong> semana fazendo<br />

as coisas que mais me dão prazer; ficar<br />

com a minha família e fazer exercícios físicos.<br />

Brinquei muito com meu filho <strong>de</strong> dois<br />

anos e meio, fui a um aniversário com a minha<br />

mulher (importante reservar um tempo<br />

só nosso), almocei com a minha mãe e vi<br />

muitos esportes na TV.<br />

Nos intervalos, me exercitei. Corri 10 km,<br />

na<strong>de</strong>i 3.000 m, pedalei outros 40 km e lutei<br />

boxe.<br />

Sempre fui um gran<strong>de</strong> amante dos esportes.<br />

Inclusive sou pós-graduado em mkt<br />

esportivo.<br />

E aqui vale uma pequena estória.<br />

Após fortes dores no peito e uma batelada<br />

<strong>de</strong> exames, ouvi do médico que minha<br />

saú<strong>de</strong> estava excelente e meu único problema<br />

era que eu estava muito acima do peso,<br />

sendo a “única” solução uma cirurgia bariátrica,<br />

pois “nunca” conseguiria per<strong>de</strong>r o<br />

que precisaria por conta própria. Por volta<br />

<strong>de</strong> 50 kg.<br />

Agra<strong>de</strong>ci, saí do consultório e nunca<br />

mais voltei.<br />

Do caminho liguei para minha mulher e<br />

disse que estava tudo excelente, mas que<br />

estava indo me matricular na aca<strong>de</strong>mia.<br />

Hoje, um ano <strong>de</strong>pois e 46 kg a menos, me<br />

sinto mais disposto e mais inspirado do que<br />

nunca.<br />

Retrato minha rotina <strong>de</strong> exercícios nos<br />

Stories do Instagram e muitos dos meus<br />

amigos se sentem motivados e inspirados<br />

pela minha força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, mudando<br />

também suas rotinas e hábitos.<br />

E sabe por que eu te contei tudo isso?<br />

Para dizer que minha maior fonte <strong>de</strong> inspiração<br />

são as “pessoas” e as suas “histórias”.<br />

Com isso, estou novamente me <strong>de</strong>safiando.<br />

A viver <strong>de</strong> fato o momento, dando menos<br />

importância ao mundo virtual.<br />

Nenhum like, view ou comentário po<strong>de</strong>m<br />

ser mais importantes do que o agora.<br />

Longe <strong>de</strong> ser hipócrita, ainda uso muito o<br />

celular, mas tenho feito um exercício diário<br />

e constante para diminuir o uso gradativamente.<br />

E tudo começou quando minha mulher<br />

me chamou a atenção pois, sem perceber,<br />

estava per<strong>de</strong>ndo momentos mágicos com<br />

meu filho enquanto a vida passava bem ali<br />

na minha frente.<br />

Sim, você po<strong>de</strong> se inspirar em uma foto<br />

bonita, em um post/stories legal ou em um<br />

ví<strong>de</strong>o no grupo da família, mas a minha reflexão<br />

aqui é “Pessoas! Essas sim <strong>de</strong>veriam<br />

ser a nossa maior fonte <strong>de</strong> inspiração!”.<br />

Afinal <strong>de</strong> contas, quando criamos uma<br />

campanha, produzimos um evento, <strong>de</strong>senvolvemos<br />

uma promoção, seja o que for,<br />

estamos falando <strong>de</strong> pessoas e nada é mais<br />

importante do que ouvi-las <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

De “v-e-r-d-a-d-e!”<br />

Por isso gostaria <strong>de</strong> terminar essa coluna<br />

propondo um <strong>de</strong>safio.<br />

Tire o fone, <strong>de</strong>sligue o celular e viva, saia<br />

com seus amigos, com sua namorada, com<br />

sua mulher ou com seu filho e viva um momento<br />

genuíno, sem celular.<br />

Tenha absoluta certeza que sairá <strong>de</strong>sse<br />

encontro muito mais inspirado pois <strong>de</strong>dicou<br />

100% do seu tempo para o que está<br />

acontecendo ali, na sua frente.<br />

E isso é a melhor sensação que po<strong>de</strong>mos<br />

vivenciar nesses dias atuais.<br />

E nunca, “nunca” <strong>de</strong>ixe ninguém dizer<br />

que você não é capaz <strong>de</strong> algo, você só precisa<br />

<strong>de</strong> inspiração.<br />

Se eu consegui você também “consigui”<br />

como diz minha maior fonte <strong>de</strong> amor, criativida<strong>de</strong><br />

e inspiração, meu Antônio.<br />

Beto Marques é head <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> brand<br />

activation da Cheil Brasil<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 29


mercado<br />

Interfaces <strong>de</strong> voz <strong>de</strong>vem fortalecer<br />

a conexão entre marcas e pessoas<br />

Uso criativo da tecnologia ainda é campo pouco explorado, mas os<br />

primeiros cases já mostram seu potencial para ativação <strong>de</strong> vendas<br />

Fotos: Divulgação<br />

O premiado case Google Home of The Whopper, criado pela David Miami para o Burger King, já <strong>de</strong>monstrou alguns caminhos possíveis para as interfaces <strong>de</strong> voz<br />

FELIPE TURLÃO<br />

crescimento na venda <strong>de</strong> smart speakers<br />

como Echo Amazon e Google<br />

O<br />

Home nos Estados Unidos <strong>de</strong>ixa claro<br />

que a tecnologia da interface <strong>de</strong> voz veio<br />

para ficar. São 53 milhões os americanos<br />

que já possuem um equipamento do tipo<br />

em suas casas, segundo estudo mais recente<br />

da Edison Research e da NPR.<br />

A massificação aponta para uma nova<br />

era <strong>de</strong> conexão entre as pessoas e as marcas,<br />

bem como seus serviços e produtos.<br />

A voz ten<strong>de</strong> a ocupar uma parte importante<br />

<strong>de</strong> uma relação hoje ainda regida<br />

por outros sentidos, como a visão e o<br />

tato. Os anunciantes, em geral, precisam<br />

estar preparados não apenas para conversar,<br />

mas para gerar vendas através <strong>de</strong> voz.<br />

“A interface <strong>de</strong> voz só confirma o que já<br />

se suspeitava: essa não é a era da tecnologia,<br />

é a era da comodida<strong>de</strong>. Chamar um<br />

carro pelo aplicativo já era mais cômodo<br />

que esperar um táxi na rua. Usar um assistente<br />

<strong>de</strong> voz para isso é ainda mais fácil<br />

e rápido. E isso é só o começo. A voz é<br />

Alvaro Rodrigues: “Estamos apenas no início da exploração”<br />

“o interessante é que<br />

será uma oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dar um real<br />

tom <strong>de</strong> voz para<br />

as marcas”<br />

30 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Fabio Seidl: “É o melhor momento para abrir caminho”<br />

“é apenas uma questão<br />

<strong>de</strong> preço para a<br />

<strong>de</strong>mocratização<br />

do uso”<br />

Zico Farina: “Publicida<strong>de</strong> ainda é um campo inexplorado”<br />

o que existe <strong>de</strong> mais prático até agora”,<br />

afirma Fabio Seidl, diretor-executivo <strong>de</strong><br />

criação da Velocity/Omnicom NY. Segundo<br />

ele, o mercado precisa estar atento<br />

para saber lidar com a tecnologia, mas<br />

sem cair em armadilhas comuns a novida<strong>de</strong>s<br />

como essa.<br />

“Como todo novo meio, existe uma<br />

onda <strong>de</strong> ‘preciso estar nessa nova plataforma’<br />

que acaba sendo um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício<br />

<strong>de</strong> dinheiro porque traz a reboque<br />

um monte <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias irrelevantes e<br />

<strong>de</strong>snecessárias. E existe quem vai chegar<br />

para surpreen<strong>de</strong>r e inovar. Esse é o melhor<br />

momento para se explorar e ajudar<br />

a abrir o caminho”, avalia o publicitário.<br />

O case Google Home of The Whopper,<br />

criado pela David Miami para o Burger<br />

King, já <strong>de</strong>monstrou alguns caminhos<br />

possíveis para as interfaces <strong>de</strong> voz. A ação<br />

conquistou o Grand Prix da categoria Direct<br />

Lions no Festival Internacional <strong>de</strong><br />

Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cannes em 2017. A iniciativa<br />

partia da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “hackear” os Google<br />

Home das pessoas, ao exibir um comercial<br />

em que o ator falava a frase “Ok,<br />

Google. O que é o Whopper?”, que imediatamente<br />

acionava os aparelhos nos<br />

lares, que respondiam lendo a <strong>de</strong>scrição<br />

do sanduíche na Wikipedia. O Google reagiu<br />

e bloqueou a ação, mas não impediu<br />

a marca <strong>de</strong> mostrar o potencial da voz.<br />

“É interessante imaginar as possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> ter um <strong>de</strong>vice capaz <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r<br />

a sua mensagem, fazer com que ela entre<br />

– literalmente – na casa das pessoas, e se<br />

complete com a interface <strong>de</strong> voz. O funil<br />

<strong>de</strong> conversão po<strong>de</strong> ter ainda mais efeito<br />

com ela. Mais que o uso criativo da interface<br />

<strong>de</strong> voz, é pensar também em i<strong>de</strong>ias<br />

<strong>de</strong> ativação. Venda machine-machine”,<br />

afirma Alvaro Rodrigues, CEO e CCO da<br />

Fullpack. “É apenas uma questão <strong>de</strong> preço<br />

para a <strong>de</strong>mocratização do uso. Estamos<br />

apenas no início da exploração <strong>de</strong><br />

todo o seu potencial, mas já é possível<br />

afirmar que elas são capazes <strong>de</strong> mudar<br />

o modo como nos relacionamos com as<br />

marcas”, completa.<br />

A pedido da reportagem do PROP-<br />

MARK, Rodrigues dá exemplos <strong>de</strong> como<br />

a voz tem se tornado uma nova fronteira<br />

para conectar marcas e pessoas. “Em<br />

algumas lojas da Starbucks, é possível<br />

fazer o seu pedido falando para uma IA.<br />

A Merce<strong>de</strong>s-Benz lançou a plataforma<br />

Mbux, que permite que você abra o seu<br />

teto solar, ajuste a temperatura, controle<br />

o som, enfim, use a voz para controlar<br />

o carro. A Whirlpool anunciou que seus<br />

futuros produtos serão compatíveis com<br />

o Alexa, o assistente <strong>de</strong> voz da Amazon.<br />

Já imaginou lavar roupas, cozinhar, mudar<br />

a temperatura <strong>de</strong> uma gela<strong>de</strong>ira apenas<br />

pela voz? E mais: a interface <strong>de</strong> voz<br />

po<strong>de</strong> inclusive fazer as compras para<br />

abastecer os equipamentos, dar conselhos<br />

sobre compras, ajudar na tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão”, imagina.<br />

Para a publicida<strong>de</strong>, diz, mais que interface<br />

<strong>de</strong> voz, é possível pensar nesses<br />

<strong>de</strong>vices como assistentes virtuais, o que<br />

amplia as possibilida<strong>de</strong>s. “Po<strong>de</strong>mos explorar<br />

conteúdos e mensagens ainda<br />

mais customizados, uma vez que os interesses,<br />

perfil, gostos e até os <strong>de</strong>sejos<br />

daquela pessoa estão sendo geridos pela<br />

inteligência artificial”, reflete.<br />

reaLIda<strong>de</strong> Sem VoLTa<br />

“O crescimento <strong>de</strong> plataformas que<br />

usam a interação <strong>de</strong> voz como um serviço<br />

é mais uma confirmação <strong>de</strong> que o comportamento<br />

da socieda<strong>de</strong> é muito suscetível<br />

a mudanças. Antigamente, alguém<br />

falando sozinho soaria como um claro sinal<br />

<strong>de</strong> loucura, mas hoje é uma realida<strong>de</strong><br />

sem volta”, aponta Zico Farina, diretor <strong>de</strong><br />

criação da Artplan SP. A publicida<strong>de</strong>, diz<br />

ele, ainda é um campo inexplorado, salvo<br />

poucos cases.<br />

“Mas o interessante é que será uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar um real tom <strong>de</strong> voz<br />

para as marcas. Tornando uma nova maneira<br />

<strong>de</strong> inserir uma conversa, contar<br />

uma história. Seres humanos são bons<br />

ouvintes. Nós sempre falamos da voz das<br />

marcas, como conteúdo, como argumento.<br />

Agora nós vamos falar da voz como<br />

um meio, como uma ferramenta, e há caminhos<br />

incríveis a serem <strong>de</strong>sbravados”,<br />

avalia.<br />

“A criativida<strong>de</strong> se adapta a todo momento<br />

aos novos cenários. Agora não<br />

é diferente. É mais um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> como<br />

po<strong>de</strong>mos utilizar a criativida<strong>de</strong> para esta<br />

nova plataforma, que já é por si só muito<br />

criativa. No lugar dos spots, on<strong>de</strong> só uma<br />

voz fala, agora po<strong>de</strong>remos propor um diálogo<br />

entre consumidor e produto, em<br />

tempo real”, imagina.<br />

Outro ponto interessante sobre a criativida<strong>de</strong><br />

em interfaces <strong>de</strong> voz é que ela<br />

tem <strong>de</strong> ser trabalhada tendo como protagonistas<br />

não apenas as agências, mas sim<br />

as empresas <strong>de</strong> tecnologia, como aponta<br />

Seidl. “Os assistentes <strong>de</strong> voz consolidam<br />

um outro cenário, que é o da predominância<br />

<strong>de</strong> algumas empresas <strong>de</strong> tecnologia,<br />

como donas do circuito completo.<br />

São elas que <strong>de</strong>terminam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mídia<br />

até os limites da criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />

plataforma. Em todas as reuniões e parcerias<br />

que fiz nos EUA e na Europa com<br />

os times <strong>de</strong>ssas empresas ficou claro que<br />

o uso dos assistentes <strong>de</strong> voz tem um caminho<br />

claro e <strong>de</strong>finido pelo time <strong>de</strong> produto,<br />

muito mais do que pela vonta<strong>de</strong> e<br />

i<strong>de</strong>ias das agências”, avalia.<br />

“Antigamente você chegava num canal<br />

<strong>de</strong> televisão e dizia: eu sei que o filme<br />

do Super Bowl é <strong>de</strong> 30 segundos, mas eu<br />

quero pagar mais e fazer 30 comerciais<br />

<strong>de</strong> um segundo. E tudo bem. Só que ninguém<br />

vai mudar os assistentes <strong>de</strong> voz<br />

com dinheiro. Como já não mudou as re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Então, é preciso trabalhar em<br />

parceria com os times <strong>de</strong> criação, vendas<br />

e produto do Google, Facebook, Amazon<br />

e Apple”, afirma Seidl.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 31


we<br />

mkt<br />

mihailomilovanovic/iStock<br />

Os sapatos<br />

vermelhos<br />

<strong>de</strong> Dorothy<br />

“Alice: quanto tempo dura o eterno”?<br />

“Coelho: às vezes apenas um segundo”.<br />

Lewis Carroll<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Demorou, mas conseguiu-se!<br />

Semanas atrás os admiradores e fãs <strong>de</strong> O<br />

Mágico <strong>de</strong> Oz comemoraram. Depois <strong>de</strong> 13<br />

anos, o FBI, finalmente, conseguiu resgatar<br />

os sapatos vermelhos <strong>de</strong> Dorothy, utilizados<br />

por Judy Garland no filme. Sapatos<br />

esses, roubados em agosto <strong>de</strong> 2005, por um<br />

ladrão que entrou por uma janela do Museu<br />

Judy Garland, localizado em Grand Rapids,<br />

em Minnesota, USA.<br />

gresso à velha e boa casa, ao passado, e ao<br />

mundo <strong>de</strong> ontem... Parando o mundo para<br />

que <strong>de</strong>scessem, ou até mesmo e i<strong>de</strong>almente,<br />

engatando uma ré no mundo e retornando<br />

aos anos 1930, 1940, 1950... Impossibilida<strong>de</strong><br />

absoluta.<br />

Neste exato momento, em que começa<br />

o segundo tempo ou ato da história da<br />

humanida<strong>de</strong>, temos <strong>de</strong> nos <strong>de</strong>cidir. Ou ser<br />

Perennails, ou, Ephemerals. Ephemerals é<br />

relaxar e gozar, como disse certa vez a ex-<br />

-senadora Marta Suplicy.<br />

Manifestações <strong>de</strong> todo o mundo pelo resgate<br />

do sapato vermelho, e pelo que representa<br />

neste exato momento <strong>de</strong> disrupção<br />

ampla, geral e irrestrita. Milhões <strong>de</strong> pessoas,<br />

em meio ao turbilhão que vivemos,<br />

adorariam ter um par <strong>de</strong> sapatos vermelhos<br />

com os po<strong>de</strong>res dos da Dorothy.<br />

Não sei se vocês se recordam, o filme começa<br />

em preto e branco e vem um tornado.<br />

Quando Dorothy acorda o filme já é colorido<br />

e, surpresa, tem em seus pés os sapatos<br />

vermelhos.<br />

No filme do emblemático ano <strong>de</strong> 1939<br />

para o mundo – início da 2ª Gran<strong>de</strong> Guerra,<br />

e da filmagem <strong>de</strong> três dos mais aclamados<br />

filmes <strong>de</strong> todos os tempos: O Magico <strong>de</strong> Oz,<br />

O Vento Levou, e, No Tempo das Diligências<br />

–, ao sair do furacão, Dorothy <strong>de</strong>sperta na<br />

colorida e iluminada Terra <strong>de</strong> Oz.<br />

Em seus pés, os sapatos vermelhos. Que<br />

<strong>de</strong>veriam ser utilizados, diante <strong>de</strong> alguma<br />

emergência ou eventualida<strong>de</strong>. Era suficiente<br />

o bater por três vezes dos calcanhares<br />

dos pés com o sapatinho vermelho e dizer,<br />

em voz alta:<br />

“Não há lugar como nossa casa...”.<br />

O que milhões <strong>de</strong> pessoas gostariam <strong>de</strong><br />

ter e fazer hoje, agora, já: sapatos vermelhos<br />

capazes <strong>de</strong> garantir um <strong>de</strong>sejado re-<br />

Acreditar que viemos a este mundo para<br />

tirar proveito, nos divertir, exaurir todos<br />

os recursos, e na partida não nos esquecermos<br />

<strong>de</strong> apertar o botão F para todos os<br />

<strong>de</strong>mais que permaneçam por aqui.<br />

Ser Perennials é preocupar-se com o legado.<br />

Com a obra construída e com a contribuição,<br />

por menor que seja, dada a humanida<strong>de</strong>.<br />

Não se trata <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong>. Apenas<br />

<strong>de</strong> morrer e partir, verda<strong>de</strong>iramente, em<br />

paz.<br />

O sapatinho vermelho <strong>de</strong> Dorothy felizmente<br />

foi resgatado, só existe um, e agora<br />

permanece trancado a 200 chaves no lugar<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> jamais <strong>de</strong>veria ter saído. No museu<br />

Judy Garland.<br />

Assim, trate <strong>de</strong> calçar um tênis confortável<br />

e corra atrás do seu legado. Tenho certeza<br />

que entre ser Ephemeral ou Perennial<br />

sua alternativa é <strong>de</strong>spedir-se com a consciência<br />

tranquila não só <strong>de</strong> não ter <strong>de</strong>tonado<br />

o que o mundo levou milênios para construir,<br />

como <strong>de</strong> ter dado, por menor que seja,<br />

a sua contribuição.<br />

Ter <strong>de</strong>ixado um legado.<br />

E se quiser partir e <strong>de</strong>spedir-se, Perennial,<br />

<strong>de</strong> forma mais coloquial, <strong>de</strong>scontraída<br />

e inspiradora, o tênis, além <strong>de</strong> muito confortável,<br />

po<strong>de</strong> ser vermelho! Por que não!<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

32 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


opinião<br />

ValeryBrozhinsky/iStock<br />

Desalgoritme-se!<br />

Flávio Cor<strong>de</strong>iro<br />

Ao longo dos últimos anos fomos apresentados<br />

a essa nova “entida<strong>de</strong>” controladora<br />

<strong>de</strong> nossas vidas: Vossa Excelência,<br />

o algoritmo. Ele se transformou<br />

numa espécie <strong>de</strong> fatalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino. A<br />

promessa é mais ou menos a seguinte: enten<strong>de</strong>ndo<br />

quem você é, conhecendo seus<br />

hábitos e suas buscas, empresas, políticos<br />

e “movimentos” se tornam cada vez mais<br />

eficientes na tarefa <strong>de</strong> antecipar o seu <strong>de</strong>sejo<br />

ou, no pior cenário, manipulá-lo.<br />

O subtexto é simples: você é uma pessoa<br />

risivelmente previsível. O algoritmo<br />

seria apenas o mapa da sua previsibilida<strong>de</strong>.<br />

Eu sei o que você fez no verão passado<br />

e aposto que saberei (dado que você não<br />

é lá uma pessoa muito surpreen<strong>de</strong>nte) o<br />

que pessoas “do seu tipo”<br />

vão fazer no verão seguinte.<br />

Darwin mostrou que dois lagartos<br />

idênticos, separados e<br />

vivendo em ilhas apartadas,<br />

tomam caminhos evolutivos<br />

completamente distintos para<br />

se adaptar a meios diferentes.<br />

Se substituirmos “ilha” por “bolha”, veremos<br />

que, tais como os lagartos <strong>de</strong> galápagos,<br />

ten<strong>de</strong>mos a nos parecer cada vez mais<br />

com os répteis da nossa ilha e nos distinguir<br />

dos irmãos lagartos da ilha ao lado.<br />

Talvez passemos até a <strong>de</strong>vorar o outrora<br />

nosso parente na primeira oportunida<strong>de</strong>.<br />

O problema com a previsibilida<strong>de</strong> é que<br />

ela nos torna criaturas <strong>de</strong>sinteressantes.<br />

Os biomas mais ricos são os mais diversos.<br />

A Amazônia é mais rica do que o Saara em<br />

função <strong>de</strong> sua diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna, flora,<br />

minerais, variações climáticas, rios etc.<br />

Restrito ao algoritmo, você aos poucos se<br />

transforma num <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e passa<br />

representar fielmente o estereótipo da sua<br />

ilha: um lagarto típico. Regina Casé costuma<br />

dizer em suas palestras que é o terror<br />

dos algoritmos. Por quê? Porque suas<br />

“O algOritmO<br />

é ilha que<br />

esfria nOssO<br />

sangue”<br />

amiza<strong>de</strong>s e interesses abrangem leques <strong>de</strong><br />

gente tão amplos que dificilmente se encontrariam<br />

para tomar um chope. Regina<br />

funciona como uma espécie <strong>de</strong> elo entre<br />

as ilhas. O algoritmo pira com Regina Casé<br />

porque ela não respeita a geografia bem<br />

<strong>de</strong>marcadinha das ilhas e das bolhas. Regina<br />

Casé é amazônica! Na década <strong>de</strong> 1970,<br />

o neurocientista Paul MacLean apresentou<br />

a teoria do cérebro dividido em três unida<strong>de</strong>s,<br />

que seriam na verda<strong>de</strong> três camadas<br />

históricas. A camada mais recente seria o<br />

neocortex, responsável pelas funções executivas,<br />

pelo pensamento abstrato e pela<br />

inventivida<strong>de</strong>; a camada intermediária<br />

seria o sistema límbico, o cérebro dos mamíferos,<br />

responsável pela afetivida<strong>de</strong>; e a<br />

camada mais arcaica, o cérebro reptiliano<br />

(que compartilhamos com os répteis),<br />

responsável pelas respostas instintivas e<br />

emoções mais primárias: agressivida<strong>de</strong>,<br />

falta <strong>de</strong> empatia, raiva e<br />

medo.<br />

Desconfio que aprisionados<br />

em nossas ilhas, nos comportemos<br />

cada vez mais como répteis,<br />

<strong>de</strong>stilando emoções primárias e<br />

nos distanciando da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar<br />

as pontes afetivas dos mamíferos e embotando<br />

<strong>de</strong>finitivamente a inventivida<strong>de</strong><br />

e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento lógico do<br />

neocortex <strong>de</strong>masiadamente humano. Os<br />

lagartos ilhados tornam-se neofóbicos: toda<br />

diferença e novida<strong>de</strong> é encarada como<br />

ameaça. Na “bolha” agimos como animais<br />

<strong>de</strong> sangue frio. O algoritmo é ilha que esfria<br />

nosso sangue e <strong>de</strong>sumaniza porque reforça<br />

o réptil em nós. Então, aproveitando que<br />

o ano apenas começa, sejamos mais amazônicos<br />

e menos <strong>de</strong>sérticos. Sejamos mais<br />

humanos e menos répteis frios. Sejamos<br />

menos previsíveis e mais interessantes! Vamos<br />

enlouquecer os algoritmos com mais<br />

improbabilida<strong>de</strong>s, experimentando mais,<br />

convivendo mais, <strong>de</strong>struindo muros, construindo<br />

pontes. Desalgoritme-se!<br />

Flávio Cor<strong>de</strong>iro é sócio e diretor <strong>de</strong> planejamento<br />

estratégico da Bin<strong>de</strong>r<br />

flavio@bin<strong>de</strong>r.com.br<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 33


marketing & negóciOs<br />

metamorworks/iStock<br />

O valor da marca<br />

da mídia utilizada<br />

Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços que<br />

estejam em seu auge, por sua vez,<br />

têm <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a situação inversa<br />

Rafael Sampaio<br />

Um aspecto dos veículos <strong>de</strong> comunicação<br />

utilizados pelos anunciantes (a mídia<br />

empregada, em termos mais técnicos),<br />

que apenas os profissionais e agências mais<br />

experientes e qualificados têm em mente<br />

<strong>de</strong> forma clara e consi<strong>de</strong>ram com cuidado<br />

nas suas <strong>de</strong>cisões sobre on<strong>de</strong> investir é o<br />

valor intrínseco da marca da própria mídia.<br />

Ou seja, a marca da emissora <strong>de</strong> rádio ou<br />

TV, do título do jornal ou revista e do nome<br />

do website ou portal.<br />

A marca da mídia estabelece uma relação<br />

simbiótica com as marcas anunciadas,<br />

que beneficia ambas em níveis simétricos<br />

quando elas têm reputação e valor assemelhado,<br />

mas recebe ou transfere maior valor<br />

quando seus valores são díspares. Isso quer<br />

dizer que marcas novas, em ascensão ou<br />

que estejam passando por problemas po<strong>de</strong>m<br />

se beneficiar mais do valor da marca<br />

da mídia e <strong>de</strong>vem atentar cuidadosamente<br />

para isso, pois essa transferência po<strong>de</strong> acelerar<br />

seu processo <strong>de</strong> construção ou recuperação<br />

<strong>de</strong> forma positiva.<br />

Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços que estejam<br />

em seu auge, por sua vez, têm <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar a situação inversa, para não colocarem<br />

suas mensagens em veículos com<br />

marcas fracas, pois esse “peso negativo” <strong>de</strong><br />

alguma forma prejudica os resultados possíveis.<br />

Esse fenômeno não é <strong>de</strong>sconhecido,<br />

mas não é consi<strong>de</strong>rado em toda sua extensão<br />

e implicação pelas marcas anunciantes.<br />

Também não é <strong>de</strong>vidamente precificado<br />

nas tabelas e nas negociações comerciais<br />

do dia a dia do mercado. No caso dos extremos<br />

ele ocorre <strong>de</strong> forma quase natural, pois<br />

os veículos com marcas fortes e reputação<br />

mais sólida conseguem manter preços premium<br />

em relação ao seu meio e aqueles<br />

mais fracos têm mais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda,<br />

mesmo quando alcançam audiência ou<br />

circulação expressiva.<br />

O que falta é tanto uma atenção maior<br />

ao fenômeno como um tratamento mais<br />

profissional ao planejamento, negociação<br />

e execução da veiculação <strong>de</strong> campanhas e<br />

esforços isolados. Nesse ponto, o trabalho<br />

<strong>de</strong> uma boa agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> torna-<br />

-se mais valioso, pois ela tem competência<br />

específica e experiência mais ampla e diversificada<br />

para avaliar qual é a simbiose<br />

i<strong>de</strong>al entre a marca da mídia e da empresa<br />

anunciante.<br />

Nesta época <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

mídia digital essa questão acabou sendo<br />

menos consi<strong>de</strong>rada que tradicionalmente,<br />

especialmente por conta da modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

compra programática da mídia, que ocorre<br />

<strong>de</strong> forma menos transparente e pouco controlada<br />

pelo anunciante.<br />

À parte das aberrações que aconteceram<br />

e ainda acontecem (embora com menos<br />

frequência), que encaixa mensagens<br />

comerciais em contextos <strong>de</strong> má reputação<br />

ou até criminosos, o padrão da programática<br />

ainda está longe <strong>de</strong> fazer com<br />

precisão essa avaliação <strong>de</strong> valor entre a<br />

marca da mídia e do anunciante e este<br />

é um cuidado que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>mandar atenção<br />

extra por parte das empresas que não<br />

querem ver suas valiosas marcas em “má<br />

companhia”. A solução para os <strong>de</strong>svios da<br />

mídia programática é uma tarefa claramente<br />

em aberto e <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, entre<br />

outros aspectos, este do valor das marcas<br />

envolvidas.<br />

Com isso fica evi<strong>de</strong>nte, uma vez mais,<br />

que o mo<strong>de</strong>lo tradicional da propaganda,<br />

com funções distintas para cada elo do<br />

sistema - anunciantes, agências e veículos<br />

-, continua sendo <strong>de</strong> longe o mais indicado<br />

para se obter o melhor resultado para<br />

as partes e o conjunto, pois é através <strong>de</strong>sse<br />

mo<strong>de</strong>lo que se obtém os maiores níveis <strong>de</strong><br />

eficiência e eficácia para os investimentos<br />

em publicida<strong>de</strong> das empresas, ao ativar negócios<br />

e fortalecer marcas através <strong>de</strong> agências<br />

bem estruturadas e competentes, empregando<br />

veículos com acesso a recursos<br />

capazes <strong>de</strong> oferecer conteúdos e programação<br />

<strong>de</strong> excelência, reforçando as próprias<br />

marcas.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

34 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


areNa do esporTe<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Divulgação<br />

endorfina criativa<br />

Girl power 1<br />

Esporte, empreen<strong>de</strong>dorismo, moda e empo<strong>de</strong>ramento feminino habitam o mesmo espaço<br />

com o novo projeto Reebok Studio. A iniciativa tem curadoria do coletivo feminista Think<br />

Olga e promove, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última sexta-feira (8) até o próximo dia 24 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, palestras,<br />

workshops e ativida<strong>de</strong>s gratuitas para mulheres, em São Paulo. A programação está<br />

sendo realizada no Parque do Ibirapuera, em frente ao Museu Afro, e aborda também<br />

temas como saú<strong>de</strong> e autocuidado, além <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> corrida, funcional e ioga.<br />

Girl power 2<br />

O evento é baseado nos três pilares da Reebok: bem-estar físico, mental e social. Segundo<br />

Daniela Valsani, diretora <strong>de</strong> marketing da companhia, a empresa tem um histórico em<br />

apoiar embaixadoras fortes e com atitu<strong>de</strong>. O novo espaço reforça seu posicionamento <strong>de</strong><br />

marca. “Remo<strong>de</strong>lamos nossa atuação no mercado e estamos muito orgulhosos em oferecer<br />

um evento que mexe com as pessoas”. Entre as atrações, <strong>de</strong>staque para<br />

a exibição do documentário Chega <strong>de</strong> Fiu Fiu, um filme sobre assédio produzido pelo<br />

Think Olga. Já o <strong>de</strong>bate Femininas e Fortes discute a imagem da mulher como simbolo<br />

<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e como reconfigurar esse preconceito. O Reebok Studio funciona todos<br />

os dias das 7h às 21h.<br />

Reprodução<br />

Na re<strong>de</strong> 1<br />

O ano começou positivo para os 20 clubes<br />

da Série A do Campeonato Brasileiro. Pelo<br />

menos do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> posicionamento<br />

<strong>de</strong> marca e presença no digital. Segundo<br />

levantamento da Ibope Repucom, os canais<br />

sociais dos times tiveram crescimento<br />

expressivo em janeiro, somando mais <strong>de</strong> 1,3<br />

milhão <strong>de</strong> novas inscrições em suas contas no<br />

Facebook, Instagram, Twitter e YouTube. Os<br />

dados são representativos, sobretudo, diante<br />

da oportunida<strong>de</strong> que as plataformas abrem<br />

para ativações <strong>de</strong> patrocinadores. Segundo<br />

o Sponsorlink, pesquisa do Ibope Repucom<br />

com foco em esportes, 91% dos fãs <strong>de</strong> futebol<br />

acessam re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Na re<strong>de</strong> 2<br />

Os times <strong>de</strong> São Paulo (38%), Rio <strong>de</strong> Janeiro (27%), Minas Gerais (16%), Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

(7%) e Ceará (6%) formam o top 5 no ranking <strong>de</strong> janeiro. Acompanhando tendência já observada<br />

nos últimos meses, o Flamengo <strong>de</strong>sponta como lí<strong>de</strong>r. De 2 a 31 <strong>de</strong> janeiro, o clube<br />

somou, ao todo, mais <strong>de</strong> 250 mil inscritos em seus canais oficiais. O Corinthians aparece<br />

logo em seguida, totalizando cerca <strong>de</strong> 200 mil novos fãs em suas plataformas sociais. Fortaleza<br />

e Ceará chamaram a atenção por seu <strong>de</strong>sempenho no Facebook, com 21 mil e 19 mil<br />

curtidas a mais, respectivamente.<br />

Ter uma vida corrida me<br />

fez <strong>de</strong>scobrir que correr, literalmente,<br />

po<strong>de</strong>ria servir<br />

como a largada oficial do meu dia.<br />

Não só pelo esforço <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar meu<br />

corpo <strong>de</strong> um lugar para o outro, em<br />

velocida<strong>de</strong>, e pela consequência física<br />

e química. Mas a corrida é um<br />

momento para pensar”.<br />

Marcos Lacerda, managing director da<br />

BETC/Havas<br />

Divulgação<br />

TaleNTo 1<br />

O clube espanhol Real Valladolid, comprado<br />

em setembro <strong>de</strong> 2018 pelo ex-jogador<br />

Ronaldo Nazário, terá uma gran<strong>de</strong> reestruturação.<br />

Durante coletiva <strong>de</strong> imprensa na<br />

semana passada, o “Fenômeno” falou sobre<br />

os investimentos na reforma do estádio<br />

José Zorrilla e a construção <strong>de</strong> um centro<br />

<strong>de</strong> treinamento. A se<strong>de</strong> administrativa<br />

passa a funcionar em Madri, como forma<br />

<strong>de</strong> o clube estar “perto das gran<strong>de</strong>s marcas<br />

e dos investimentos necessários para o<br />

progresso”, pontuou o pentacampeão<br />

pela seleção brasileira. Segundo Ronaldo,<br />

as mudanças buscam transformar o clube<br />

em uma “fábrica <strong>de</strong> talentos”.<br />

TaleNTo 2<br />

A relação <strong>de</strong> Ronaldo com os negócios é<br />

longa. Depois <strong>de</strong> ter li<strong>de</strong>rado a agência<br />

9ine (<strong>de</strong> 20<strong>11</strong> a 2016), representando gran<strong>de</strong>s<br />

nomes como Neymar, se tornou sócio<br />

da agência Octagon no Brasil. O ex-jogador<br />

tem ainda envolvimento com um time <strong>de</strong><br />

eSports no Brasil - é proprietário do CNB.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 35


mArCAS<br />

Ambev patrocina Carnaval <strong>de</strong> rua<br />

<strong>de</strong> SP após Prefeitura rever valor<br />

Empresa vai investir R$ 16 milhões na folia da capital paulista e também<br />

estará presente em Salvador, BH, Recife, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Florianópolis<br />

Carnaval <strong>de</strong> rua <strong>de</strong> SP em 2018 atraiu gran<strong>de</strong> público; Prefeitura reviu regras e foliões terão normas mais rígidas para brincar na cida<strong>de</strong><br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo<br />

A anunciou a Arosuco Aromas<br />

e Sucos, subsidiária da<br />

Ambev, como operadora do<br />

Carnaval <strong>de</strong> rua da capital em<br />

<strong>2019</strong>. A marca po<strong>de</strong>rá se associar<br />

a até outras quatro companhias<br />

e arcará com o custo <strong>de</strong><br />

R$ 16,1 milhões.<br />

A Skol po<strong>de</strong>rá expor a própria<br />

marca nos trios elétricos,<br />

placas <strong>de</strong> concentração, pórticos,<br />

triedros e infláveis durante<br />

a festa. O valor original do patrocínio<br />

em <strong>2019</strong> era <strong>de</strong> R$ 19<br />

milhões, mas sofreu alterações<br />

após a Prefeitura não receber<br />

nenhuma proposta na abertura<br />

dos envelopes em 25 <strong>de</strong> janeiro,<br />

data do primeiro pregão.<br />

Outras medidas estruturais<br />

para a realização da festa<br />

também serão bancadas pela<br />

marca. O edital inclui a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> ambulantes<br />

e prevê o fornecimento<br />

<strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> isopor portátil e<br />

similares necessários ao transporte<br />

<strong>de</strong> produtos.<br />

O patrocinador não po<strong>de</strong>rá<br />

realizar ativação <strong>de</strong> marca<br />

como montanha-russa, chuveirinho<br />

<strong>de</strong> glitter e roda-gigante,<br />

conforme promovido nos últimos<br />

anos. Em 2018, a Dream<br />

Factory operou a festa em conjunto<br />

com a Ambev (Skol).<br />

Em <strong>2019</strong>, foram cadastrados<br />

538 blocos. A cida<strong>de</strong> vai receber<br />

593 <strong>de</strong>sfiles por todas as regiões.<br />

Segundo dados da Prefeitura<br />

<strong>de</strong> São Paulo, em 2018, a<br />

capital recebeu 12,35 milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas entre o pré e o pós-<br />

-Carnaval. Somente durante os<br />

quatro dias <strong>de</strong> festa este ano, a<br />

expectativa é reunir cinco milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas.<br />

A partir <strong>de</strong> agora, as regras<br />

estão mais rígidas e os blocos<br />

não po<strong>de</strong>rão ultrapassar o limite<br />

das 20h. A Avenida 23 <strong>de</strong><br />

Maio não será mais palco <strong>de</strong> folia,<br />

como em 2018. As avenidas<br />

Tira<strong>de</strong>ntes, Marquês <strong>de</strong> São Vicente<br />

e Eng. Luís Carlos Berrini<br />

serão usadas como alternativa.<br />

OutrAS lOCAlidA<strong>de</strong>S<br />

Em Belo Horizonte, a produtora<br />

Do Brasil Projetos e Eventos<br />

venceu, pela segunda vez,<br />

o edital <strong>de</strong> licitação realizado<br />

pela Belotur e assume o custeio<br />

da folia na capital mineira nos<br />

próximos dois anos.<br />

A Skol também <strong>de</strong>ve assinar<br />

a chancela <strong>de</strong> patrocínio máster,<br />

tornando-se parceira da folia<br />

belo-horizontina pelo sexto<br />

ano consecutivo.<br />

Recentemente, a produtora<br />

anunciou a entrada da Uber,<br />

que pelo segundo ano consecutivo<br />

participa da festa na capital<br />

mineira. Mais quatro marcas<br />

ainda po<strong>de</strong>m ser anunciadas<br />

pela Do Brasil.<br />

A Skol po<strong>de</strong>rá<br />

expor A própriA<br />

mArcA noS trioS<br />

elétricoS, plAcAS<br />

<strong>de</strong> concentrAção,<br />

pórticoS, triedroS<br />

e infláveiS<br />

Divulgação<br />

Com aporte <strong>de</strong> R$ 10,5 milhões<br />

em verba direta – R$ 4,5<br />

milhões para <strong>2019</strong> e R$ 6 milhões<br />

para 2020 –, além <strong>de</strong><br />

planilhas <strong>de</strong> estruturas e serviços<br />

no valor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 8<br />

milhões, a soma do patrocínio<br />

bienal chega a R$ 27,16 milhões.<br />

A Ambev também está presente<br />

com a Skol no carnaval<br />

<strong>de</strong> Salvador, Recife e Florianópolis.<br />

Já o Rio <strong>de</strong> Janeiro fechou<br />

contrato <strong>de</strong> três anos com a<br />

Dream Factory. Até 2020 eles<br />

<strong>de</strong>vem investir um total <strong>de</strong><br />

R$ 74,4 milhões na contratação<br />

<strong>de</strong> seguranças, banheiros<br />

químicos e <strong>de</strong>mais estruturas<br />

previstas em edital. Em conjunto<br />

com a produtora, a Ambev<br />

estará presente na folia carioca<br />

com a Antarctica.<br />

36 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


mArcAS<br />

Após três anos, Santan<strong>de</strong>r volta a<br />

trabalhar sua imagem institucional<br />

Banco vinha comunicando seus produtos em formato <strong>de</strong> varejo para<br />

reforçar o compromisso <strong>de</strong> transparência no contato com os clientes<br />

MARIANA BARBOSA<br />

Com a pergunta O que a gente<br />

po<strong>de</strong> fazer por você hoje?<br />

o Santan<strong>de</strong>r inaugurou, há três<br />

anos, um ciclo <strong>de</strong> comunicação<br />

que trabalhou <strong>de</strong> forma inédita<br />

uma instituição bancária <strong>de</strong>ntro<br />

do formato <strong>de</strong> varejo. Abrindo<br />

portas para conversar <strong>de</strong> maneira<br />

mais direta e transparente<br />

com o público, a empresa se posicionou<br />

como uma prestadora<br />

<strong>de</strong> serviço e passou a falar sobre<br />

taxas e valores, recebendo publicamente<br />

as diversas críticas<br />

que chegaram aos canais da<br />

marca após o lançamento do<br />

slogan-questionamento.<br />

Agora, o banco lança a sua<br />

primeira campanha institucional,<br />

criada pela Suno United<br />

Creators, e anuncia seu novo<br />

posicionamento <strong>de</strong> marca. “Enten<strong>de</strong>mos<br />

que após esse tempo<br />

falando sobre tudo o que oferecemos,<br />

agora ganhamos o direito<br />

<strong>de</strong> falar da gente”, comenta<br />

Igor Puga, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

do Santan<strong>de</strong>r.<br />

A partir <strong>de</strong>sse momento, as<br />

próximas peças trarão a nova<br />

assinatura da instituição, O que<br />

nossa chama po<strong>de</strong> fazer por você<br />

hoje? - sendo que o termo “por<br />

você” será substituído por diferentes<br />

palavras, como “pela sua<br />

ousadia” ou “pela sua paixão”,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do que será comunicado.<br />

Os materiais darão<br />

ainda protagonismo ao logo da<br />

marca, representado por uma<br />

chama.<br />

“Nosso novo momento é<br />

uma continuação do trabalho<br />

que já vínhamos fazendo”,<br />

revela Puga, reforçando ainda<br />

que o lançamento <strong>de</strong>ssa campanha<br />

não significa que a empresa<br />

vai abandonar a sua comunicação<br />

com características<br />

varejistas.<br />

“O que nos dá orgulho é não<br />

apenas beneficiar os nossos<br />

clientes, mas mexer com todo<br />

o mercado financeiro. Quem<br />

diria que o que começou com<br />

uma pergunta iria mexer tanto<br />

“Agora ganhamos o direito <strong>de</strong> falar da gente”, diz o diretor <strong>de</strong> marketing Igor Puga sobre a nova campanha institucional do Santan<strong>de</strong>r<br />

com um setor tradicionalmente<br />

estagnado?”, reflete.<br />

De acordo com Puga, quando<br />

o banco <strong>de</strong>cidiu trazer um<br />

questionamento em vez <strong>de</strong><br />

uma afirmação em seu slogan,<br />

apenas o Pão <strong>de</strong> Açúcar seguia<br />

um mo<strong>de</strong>lo semelhante <strong>de</strong>ntre<br />

as 100 maiores empresas<br />

do Brasil. Já no último ano,<br />

o Itaú mudou o seu posicionamento<br />

Feito pra você, que já<br />

era utilizado há 20 anos, para<br />

O que você está buscando?. “Eu<br />

me sinto lisonjeado em ver o<br />

mercado se inspirando na gente.<br />

Mas muito mais do que falar<br />

<strong>de</strong> marca, o nosso <strong>de</strong>safio é<br />

falar sem pudor sobre serviços<br />

financeiros para um público<br />

que não enten<strong>de</strong> o nosso mercado,<br />

e isso é o que gostaríamos<br />

<strong>de</strong> ver mais por aí”, provoca o<br />

diretor.<br />

O próximo protagonista da<br />

comunicação da marca será<br />

trabalhado a partir <strong>de</strong>sta quarta-feira,<br />

13 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, em<br />

“Quem diria Que o<br />

Que começou com<br />

uma pergunta<br />

iria mexer tanto<br />

com um setor<br />

tradicionalmente<br />

estagnado?”<br />

Ale Oliveira<br />

campanha criada pela Y&R. O<br />

Santan<strong>de</strong>r On, novo recurso<br />

disponibilizado pelo banco em<br />

seu site e app para organizar as<br />

finanças pessoais, oferecerá integração<br />

gratuita com o sistema<br />

do Serasa, o que possibilitará<br />

aos clientes consultarem seu<br />

CPF e até mesmo visualizarem<br />

dívidas com outras instituições<br />

bancárias. “Isso vira um negócio<br />

a partir do momento que<br />

ofereceremos vantagens e benefícios<br />

exclusivos aos clientes<br />

que migrarem serviços <strong>de</strong> outros<br />

bancos para o Santan<strong>de</strong>r”,<br />

diz Puga.<br />

Para este ano, a meta do banco<br />

é aumentar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

clientes com mais <strong>de</strong> um serviço<br />

contratado na instituição<br />

ou que tenham vínculos totais<br />

com o Santan<strong>de</strong>r. “O nosso<br />

objetivo é focar não em novos<br />

clientes, mas em ampliar<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

cada um dos que já estão em<br />

casa”, revela.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 37


marcas<br />

Volkswagen cria ilha digital que<br />

promete chegar on<strong>de</strong> o cliente está<br />

Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>senvolvido, e já em funcionamento no Brasil, será aplicado<br />

em sete países da América Latina ainda no primeiro trimestre <strong>de</strong> <strong>2019</strong><br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

De olho nas mudanças <strong>de</strong> hábito<br />

dos consumidores, a<br />

Volkswagen começou, em <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2018, um projeto piloto<br />

em 10 concessionárias espalhadas<br />

pelo Brasil com o intuito<br />

<strong>de</strong> trazer novas experiências<br />

para o público. O formato <strong>de</strong> concessionária<br />

ou ilha digital, que<br />

conta com tela touch, óculos <strong>de</strong><br />

realida<strong>de</strong> virtual, tablet e espaços<br />

<strong>de</strong> convivência, <strong>de</strong>ve chegar<br />

a cerca <strong>de</strong> 100 pontos <strong>de</strong> venda<br />

até o fim <strong>de</strong> <strong>2019</strong>. Através da<br />

tecnologia, os clientes po<strong>de</strong>rão<br />

‘entrar’ em todos os veículos do<br />

portfólio da marca, assim como<br />

pesquisar os diferenciais, condições<br />

<strong>de</strong> compra e financiamento.<br />

A iniciativa, que começou no<br />

Brasil e foi <strong>de</strong>senvolvida pela<br />

própria montadora em parceria<br />

Lacta traz mais <strong>de</strong> 20 opções <strong>de</strong><br />

ovos e está otimista com a Páscoa<br />

Após quatro anos, data volta a crescer<br />

em volume, unida<strong>de</strong> e presença em lares<br />

Enquanto os brasileiros só pensam<br />

no Carnaval, os fabricantes <strong>de</strong> chocolates<br />

já estão com a produção <strong>de</strong> Páscoa<br />

a todo vapor. A Lacta, que pertence<br />

à Mon<strong>de</strong>lēz, traz mais <strong>de</strong> 20 opções <strong>de</strong><br />

ovos, além da linha regular da marca. A<br />

companhia aposta em diversas opções<br />

para presentear e compartilhar.<br />

“O consumidor ficou mais racional e<br />

mudou o seu comportamento <strong>de</strong> consumo.<br />

Produtos regulares ganham cada<br />

vez mais espaço durante a Páscoa. Há<br />

opções para todos os tipos <strong>de</strong> consumidores”,<br />

diz Ricardo Reis, gerente <strong>de</strong> Páscoa<br />

da Lacta.<br />

Entre os lançamentos, a marca traz<br />

seis novida<strong>de</strong>s em ovos. O clássico Ouro<br />

Branco retorna ao mercado em uma<br />

versão <strong>de</strong> 355g, acompanhado <strong>de</strong> Lacta<br />

Oreo e do <strong>de</strong>staque Bis Black. Na linha<br />

infantil, os ovos com as licenças da DC<br />

Pablo Di Si, presi<strong>de</strong>nte da Volkswagen na América Latina, na ilha digital da montadora<br />

Comics, com a Mulher Maravilha e os<br />

Vingadores com os heróis e o vilão Thanos,<br />

prometem fazer a alegria <strong>de</strong> adultos<br />

e crianças.<br />

“A licença é uma fatia importante<br />

do mercado, mas acho que ela tem um<br />

papel importante que é da conexão da<br />

criança com a data. Lares com crianças<br />

celebram mais a data. Os ovos licenciados<br />

representam cerca <strong>de</strong> 25% do mercado<br />

<strong>de</strong> Páscoa”, comenta Reis.<br />

Há 21 anos a Lacta segue lí<strong>de</strong>r em produtos<br />

<strong>de</strong> Páscoa, que após quatro anos<br />

voltou a crescer em volume, unida<strong>de</strong>s e<br />

presença em lares. “Segundo dados da<br />

Nielsen, a data cresceu 4,1% no varejo<br />

motivada pela linha regular e ovos. Em<br />

2018, chegamos a mais <strong>de</strong> 3,3 milhões <strong>de</strong><br />

lares. Produtos não sazonais continuam<br />

sendo a porta <strong>de</strong> entrada para o consumo<br />

na Páscoa”, diz Reis.<br />

A F<br />

Divulgação<br />

com Vetor 0, IBM e Samsung, será<br />

aplicada também em sete países<br />

da América Latina ainda no primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong>ste ano. No<br />

momento, ainda não é possível<br />

realizar a compra <strong>de</strong> um veículo<br />

pela ferramenta, mas segundo a<br />

Volkswagen isso <strong>de</strong>ve ocorrercer<br />

até o mês <strong>de</strong> junho.<br />

“Estamos em uma etapa <strong>de</strong><br />

transformação gradual junto com<br />

as concessionárias. Este sistema<br />

vai permitir que elas tenham um<br />

espaço menor, com menos carros<br />

físicos em exposição, mais pontos<br />

<strong>de</strong> vendas e um atendimento<br />

mais personalizado. No futuro, a<br />

ferramenta vai levar o showroom<br />

para a casa dos clientes. Vale ressaltar<br />

que este sempre será um<br />

trabalho em conjunto com as<br />

concessionárias”, diz Pablo Di<br />

Si, presi<strong>de</strong>nte da Volkswagen na<br />

América Latina.<br />

Ricardo Reis, da Lacta, apresenta as novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste ano<br />

Divulgação<br />

38 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


MARCAS<br />

Publicis assina campanha da nova<br />

geração <strong>de</strong> smartphones Motorola<br />

Importa para você é o mote da ação, que tem veiculação programada em<br />

TV, mídia digital e display; lançamento global foi realizado em São Paulo<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Motorola apresentou quatro<br />

novos aparelhos da<br />

A<br />

linha Moto g sétima geração:<br />

Moto g7, Moto g7 Plus, Moto g<br />

Play e Moto g Power. Durante<br />

o evento <strong>de</strong> lançamento global<br />

em São Paulo, a empresa anunciou<br />

Renata Altenfel<strong>de</strong>r como<br />

diretora <strong>de</strong> marketing global e<br />

América Latina. A movimentação<br />

é parte <strong>de</strong> uma reestruturação<br />

interna na Motorola, que alçou<br />

Sergio Buanic à presidência<br />

da marca em 2018.<br />

A Publicis Brasil, agência<br />

responsável pela campanha <strong>de</strong><br />

lançamento no país, em parceria<br />

com a Jüssi e a Matilda, criou<br />

o mote O que importa para você.<br />

Cicatricure ressignifica cicatrizes<br />

com novo posicionamento <strong>de</strong> marca<br />

Glória Pires e Antônia Morais estrelam campanha <strong>de</strong> produtos<br />

faciais e corporais; conceito reforça a beleza dos sinais da ida<strong>de</strong><br />

Sob o mote Uma marca renasce,<br />

a Cicatricure apresentou<br />

seu novo posicionamento, na<br />

semana passada, em São Paulo.<br />

O conceito reforça o objetivo da<br />

companhia <strong>de</strong> cuidar das marcas<br />

que a vida dá, por escolha<br />

ou por consequência.<br />

A empresa também anunciou<br />

Glória Pires e Antônia Morais<br />

como garotas-propaganda.<br />

A Cicatricure prometeu, ainda,<br />

renovação <strong>de</strong> suas fórmulas e<br />

embalagens <strong>de</strong> produtos faciais<br />

e corporais. A divulgação ocorreu<br />

durante o evento Marcas da<br />

Vida e contou com a presença<br />

da imprensa e influenciadoras<br />

digitais, que pu<strong>de</strong>ram conhecer<br />

as diferentes linhas <strong>de</strong> produtos<br />

da empresa.<br />

Além disso, o lançamento<br />

teve uma exposição <strong>de</strong> fotos<br />

Jûssi e Matilda assinam a campanha da nova família Moto g com a Publicis Brasil<br />

Mãe e filha Glória Pires e Antônia Morais são as novas embaixadoras <strong>de</strong> marca<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

“Não é só sobre funcionalida<strong>de</strong>,<br />

é preciso dar um passo além”,<br />

garante Renata.<br />

Com filmes em versões <strong>de</strong><br />

15, 30 e 60 segundos, mídia digital<br />

e display, a empresa não<br />

prevê ativações, mas investe<br />

na relação com parceiros e digital<br />

influencers. “A gente está<br />

construindo uma relação com<br />

eles”, diz Juliana Mott, head <strong>de</strong><br />

marketing da Motorola.<br />

Durantte <strong>fevereiro</strong>, a empresa<br />

espera atingir 60% do target<br />

com a campanha. “Agora a gente<br />

abre para a parte <strong>de</strong> prime<br />

time da Re<strong>de</strong> Globo e ESPN com<br />

pay TV, digital e YouTube”, explica<br />

Juliana.<br />

Os mo<strong>de</strong>los têm valores entre<br />

R$999 e R$ 1899.<br />

da <strong>de</strong>signer Gabi Gelli, que <strong>de</strong>senvolve<br />

um trabalho sobre<br />

histórias <strong>de</strong> cicatrizes. A artista<br />

trabalha em prol da ressignificação<br />

<strong>de</strong>ssas marcas e compartilhou<br />

sua história pessoal com<br />

os convidados.<br />

GenoMMA LAb<br />

A Cicatricure é uma das marcas<br />

que pertencem ao Genomma<br />

Lab. De acordo com o mais<br />

recente balanço do estudo Retrospectiva<br />

& Perspectivas, divulgado<br />

pelo Kantar Ibope, a<br />

Genomma Lab figura entre os<br />

10 maiores anunciantes do país.<br />

Além da Cicatricure, a companhia<br />

também <strong>de</strong>tém as<br />

marcas Asepxia, DiabetTX,<br />

Flatuliv, Goicoechea, Lakesia,<br />

Medixasp, Pointts, Proctan, teatrical<br />

e Tío Nacho.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 39


marcas<br />

Dentsu cria filme com novo pedido<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas do presi<strong>de</strong>nte da Nissin<br />

Comercial produzido pela Fantástica lança promoção e traz embalagem<br />

especial com nome do macarrão instantâneo alterado para Nissin LamenTA<br />

Depois do gran<strong>de</strong> sucesso<br />

do comercial da Nissin em<br />

que o presi<strong>de</strong>nte da marca pe<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sculpas aos brasileiros pelo<br />

fato <strong>de</strong> a empresa não saber<br />

cozinhar o verda<strong>de</strong>iro Lámen<br />

como nós, a Dentsu Brasil criou<br />

um novo filme dando continuida<strong>de</strong><br />

à campanha e para lançar<br />

a promoção Nissin Lamenta.<br />

Com produção da Fantástica<br />

Filmes, o comercial traz novamente<br />

o presi<strong>de</strong>nte Takashi.<br />

Desta vez, ele reforça o pedido<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas feito anteriormente<br />

e anuncia o lançamento da<br />

promoção (na compra <strong>de</strong> 5 pacotes<br />

<strong>de</strong> Nissin Lámen, o consumidor<br />

leva 6), apresentando<br />

a nova embalagem, em que a<br />

marca acrescentou as letras T<br />

e A ao final da palavra Lámen,<br />

formando Nissin LamenTA.<br />

Kraft Heinz propõe “<strong>de</strong>gustação”<br />

musical do sabor <strong>de</strong> nova maionese<br />

Para o lançamento do produto, Lulu Santos, Tiago Abravanel e Luisa<br />

Sonza participaram <strong>de</strong> ação interativa criada pela agência Leo Burnett<br />

Qual é o som do sabor da<br />

Mayo Kraft? Descobrir essa<br />

resposta e engajar os consumidores<br />

são alguns dos<br />

<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> Luisa Sonza, Lulu<br />

Santos e Tiago Abravanel. Os<br />

artistas participam da campanha<br />

da nova maionese da Kraft<br />

Heinz.<br />

Na <strong>de</strong>gustação musical criada<br />

pela agência Leo Burnett,<br />

os artistas vão gravar o jingle<br />

MMMMAYO. A campanha é<br />

composta por várias fases, entre<br />

elas, a interação com consumidores<br />

e outros influenciadores,<br />

como Whin<strong>de</strong>rsson Nunes,<br />

Luscas, Ygor Freitas e Lucas<br />

Silveira.<br />

O resultado é um vi<strong>de</strong>oclipe<br />

que une os artistas ao seu<br />

O executivo Takashi está mais uma vez em campanha com filmes para TV e internet<br />

Tiago Abravanel, Luisa Sonza e Lulu Santos “cantam” o sabor da nova Mayo, da Kraft<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

“Assumir que não há fórmula<br />

perfeita para o preparo do macarrão,<br />

assim como a criação <strong>de</strong><br />

uma arte inédita e inusitada para<br />

a nova embalagem, são ações<br />

que falam diretamente com o<br />

público brasileiro. Demos continuida<strong>de</strong><br />

ao pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas<br />

do Takashi, explorando<br />

mais um ponto <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />

uma forma irreverente”, ressalta<br />

Filipe Cuvero, VP <strong>de</strong> Criação<br />

da Dentsu. “Tínhamos como<br />

objetivo finalizar essa campanha<br />

<strong>de</strong> uma maneira criativa,<br />

então continuamos com a presença<br />

do presi<strong>de</strong>nte assinando<br />

o nosso pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas.<br />

Temos certeza que essa última<br />

fase vai agradar muito os nossos<br />

consumidores”, <strong>de</strong>staca<br />

Gabriela Pru<strong>de</strong>ncio, gerente <strong>de</strong><br />

marca da NFB.<br />

público, também <strong>de</strong>safiando-<br />

-os a <strong>de</strong>scobrir o som do sabor<br />

<strong>de</strong> Mayo Kraft. “Uma maionese<br />

tão surpreen<strong>de</strong>nte e com um<br />

sabor tão único precisa ser provada<br />

<strong>de</strong> uma maneira diferente,<br />

por isso a campanha nasce<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>gustação musical a partir<br />

<strong>de</strong> nosso produto, ressaltando<br />

as suas principais características<br />

e o principal, seu sabor”,<br />

explica Thiago Rapp, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing da Kraft Heinz<br />

Company.<br />

A campanha po<strong>de</strong> ser vista<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais da marca - @<br />

mayokraftbr no Twitter, Instagram<br />

e Facebook. A Mayo<br />

Kraft tem atuação no segmento<br />

mainstream e já está disponível<br />

nas gôndolas <strong>de</strong> todo o país.<br />

40 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


mídia<br />

BuzzFeed quer ir além das listas e<br />

classifica Brasil como “prioritário”<br />

Depois <strong>de</strong> F/Nazca S&S, site busca mais parcerias com agências e<br />

marcas; veículo também comenta <strong>de</strong>missões na redação brasileira<br />

LEONARDO ARAUJO<br />

cada cinco posts compartilhados<br />

por millen-<br />

A<br />

nials no mundo todo, um é do<br />

BuzzFeed. Este é apenas um<br />

dado sobre o po<strong>de</strong>r do site famoso<br />

por suas listas e quizzes.<br />

O veículo quer ampliar seu<br />

escopo para o futuro, por isso,<br />

preten<strong>de</strong> fazer ainda mais parcerias<br />

com agências e marcas.<br />

Apesar da popularida<strong>de</strong>, o<br />

veículo passou por turbulências<br />

em 2018. Redações fecharam<br />

na Europa. No Brasil,<br />

<strong>de</strong>missões aconteceram. “Foi<br />

um momento difícil para todos,<br />

mas não temos preocupações<br />

<strong>de</strong> fechar, pelo contrário.<br />

Estamos passando por uma<br />

reestruturação global”, explica<br />

Luciana Rodrigues, general<br />

manager do BuzzFeed Brasil.<br />

A profissional, que tem passagens<br />

por empresas como a<br />

Turner e agências como a JWT<br />

e pela F/Nazca S&S, comenta<br />

que a importância do Brasil<br />

para o BuzzFeed não foi <strong>de</strong>finida<br />

apenas pelo tamanho da audiência<br />

ou do número <strong>de</strong> parceiros.<br />

O país é o quarto mais<br />

conectado do mundo, com 120<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas com acesso<br />

à internet e está se tornando<br />

cada vez mais digital. “Esses<br />

fatores macro, a popularida<strong>de</strong><br />

do conteúdo editorial do Buzz-<br />

Feed Brasil e o nosso rápido<br />

crescimento aqui nos levaram<br />

a consi<strong>de</strong>rar o Brasil um dos<br />

mercados prioritários para a<br />

empresa”, comenta Luciana.<br />

“Nosso mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

é extremamente eficiente uma<br />

vez que criamos e produzimos<br />

conteúdo, distribuímos nas<br />

nossas plataformas e também<br />

licenciamos para outros parceiros<br />

<strong>de</strong> mídia, além <strong>de</strong> entregar<br />

resultados mensurados<br />

por ferramentas próprias e/<br />

ou através <strong>de</strong> parcerias com<br />

o Kantar. O resultado é uma<br />

extensa lista <strong>de</strong> marcas que<br />

fazem parte da nossa gran<strong>de</strong><br />

máquina <strong>de</strong> feedbacks”,<br />

Depois <strong>de</strong> passar por agências como F/Nazca e JWT, Luciana Rodrigues tem o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> rentabilizar a operação do BuzzFeed Brasil<br />

celebra a general manager,<br />

citando exemplos como Coca-<br />

-Cola, Avon, Pão <strong>de</strong> Açúcar,<br />

McDonald’s e Volkswagen.<br />

“Nossa missão no Brasil é<br />

ir muito além das listas, quizzes,<br />

ví<strong>de</strong>os e séries, queremos<br />

seguir o caminho em que<br />

criamos experiências através<br />

<strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> marcas<br />

como o Tasty, criação <strong>de</strong> novos<br />

produtos e até mesmo eventos<br />

on<strong>de</strong> exploramos o uso <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> uma forma totalmente<br />

inusitada”, pontua.<br />

Parceria com agências<br />

“Cada vez mais as agências<br />

enten<strong>de</strong>m que precisamos<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> conversar <strong>de</strong> cima<br />

pra baixo, não é sobre alcançar<br />

a audiência, mas sobre<br />

representá-la. É aí que entramos,<br />

como parceiros na hora<br />

<strong>de</strong> ajudar a materializar essas<br />

“Estamos<br />

passando por uma<br />

rEEstruturação<br />

global”<br />

Divulgação<br />

soluções”, analisa a executiva.<br />

“A parceria com a F/Nazca,<br />

única no mundo, está alinhada<br />

com o nosso propósito em<br />

compartilhar conhecimento,<br />

apren<strong>de</strong>r, testar e provar que<br />

marcas po<strong>de</strong>m, sim, estar inseridas<br />

na vida das pessoas<br />

ensinando alguma coisa nova<br />

ou <strong>de</strong>spertando emoções, fazendo<br />

com que elas queiram<br />

trazer os seus amigos e familiares<br />

para a conversa”, explica<br />

Luciana.<br />

“Dos 600 conteúdos que<br />

produzimos diariamente no<br />

mundo, 20% são ví<strong>de</strong>os”, afirma<br />

a publicitária. Para ela, os<br />

ví<strong>de</strong>os não são mais uma aposta.<br />

“São gran<strong>de</strong>s geradores <strong>de</strong><br />

audiência para o BuzzFeed em<br />

nossas diversas plataformas.<br />

[...] Acompanhar essa tendência<br />

é mais do que uma visão, é<br />

uma necessida<strong>de</strong>”, finaliza.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 41


mídia<br />

Record estreia reality musical<br />

semanal com apresentação <strong>de</strong> Xuxa<br />

Formato da En<strong>de</strong>mol faz parte do núcleo comandado por Rodrigo Carelli<br />

e preten<strong>de</strong> competir diretamente pela audiência com o futebol da Globo<br />

MARIANA BARBOSA<br />

Record TV estreou, na última<br />

quarta-feira (6), seu<br />

A<br />

novo reality show musical, o<br />

The Four Brasil. O programa<br />

será exibido semanalmente, às<br />

22h30, competindo diretamente<br />

com o tradicional futebol da<br />

Globo.<br />

O formato, produzido pela<br />

En<strong>de</strong>mol Shine Brasil e i<strong>de</strong>alizado<br />

pela israelense Armoza<br />

Formats, passa a fazer parte do<br />

núcleo <strong>de</strong> realities da emissora,<br />

comandado por Rodrigo Carelli,<br />

e conta com a apresentação<br />

<strong>de</strong> Xuxa.<br />

O elenco é composto ainda<br />

pelos jurados Aline Wirley,<br />

atriz, cantora e integrante da<br />

banda Rouge; João Marcello<br />

Bôscoli, produtor musical; e<br />

Leo Chaves, cantor e ex-dupla<br />

<strong>de</strong> Victor, e ex-jurado do The<br />

Voice Kids, da concorrente carioca.<br />

Definido como uma “batalha<br />

<strong>de</strong> música” que levará em conta<br />

a voz, a presença <strong>de</strong> palco e<br />

o carisma dos participantes,<br />

o The Four teve seu primeiro<br />

episódio exibido sem patrocinadores.<br />

Com cerca <strong>de</strong> 1h50<br />

<strong>de</strong> duração, o programa inicial<br />

contou apenas com um intervalo<br />

comercial, que apresentou<br />

inserções das marcas Coca-<br />

-Cola, Asepxia, Nissan, Flatuliv,<br />

FinanZero, Cicatricure, Google<br />

e Tio Nacho. Ao longo dos oito<br />

episódios da competição, a Record<br />

<strong>de</strong>ve trabalhar para negociar<br />

cotas com anunciantes.<br />

De acordo com Juliana Algañaraz,<br />

diretora-geral da En<strong>de</strong>mol<br />

Shine Brasil, as equipes<br />

da produtora e da Record tiveram<br />

apenas dois meses para<br />

preparar todo o programa,<br />

incluindo concepção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

comerciais, montagem<br />

<strong>de</strong> cenário e casting nacional.<br />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> realizar a versão<br />

brasileira do reality foi tomada<br />

pela emissora em meados <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro. “Nos apaixonamos<br />

pelo formato e <strong>de</strong>cidimos fazê-<br />

O elenco <strong>de</strong> The Four é composto pela apresentadora Xuxa e pelos jurados João Marcello Bôscoli, Aline Wirley e Leo Chaves<br />

-lo. Mas, quando olhamos para<br />

a gra<strong>de</strong>, percebemos que ele teria<br />

<strong>de</strong> ir ao ar logo no início do<br />

ano para caber na programação<br />

ainda em <strong>2019</strong>”, explica Carelli.<br />

“O Brasil é um dos primeiros<br />

países a receber o The Four e<br />

acreditamos muito no programa.<br />

Temos certeza que o formato<br />

vai conquistar o público<br />

e ser mais um gran<strong>de</strong> sucesso,<br />

ainda mais com a Xuxa, que é<br />

um fenômeno da televisão”,<br />

completa Juliana.<br />

A Record aposta ainda na<br />

repetição do trabalho que vem<br />

sendo realizado com o Dancing<br />

Brasil para o novo programa: o<br />

reality conta não só com a mesma<br />

apresentadora, mas com a<br />

mesma equipe e produtora que<br />

atuam na competição <strong>de</strong> dança.<br />

“Sinto-me feliz em ser <strong>de</strong>safiada.<br />

Eu estou apren<strong>de</strong>ndo<br />

muito, principalmente porque<br />

fazer um formato é algo novo<br />

pra mim, mas sinto que também<br />

tenho muito com o que<br />

“SINTO QUE TAMBÉM<br />

TENHO MUITO COM<br />

O QUE CONTRIBUIR,<br />

JÁ QUE TENHO<br />

36 ANOS DE Tv”<br />

Blad Meneghel/Divulgação<br />

contribuir, já que tenho 36 anos<br />

<strong>de</strong> TV”, afirma a apresentadora<br />

Xuxa.<br />

Diferentemente <strong>de</strong> outras<br />

produções similares para a TV,<br />

o The Four Brasil já apresentou<br />

logo no primeiro episódio seus<br />

quatro potenciais finalistas, os<br />

chamados The Four, pré-selecionados<br />

pela produção. A cada<br />

episódio, diversos candidatos<br />

se apresentam no palco para<br />

<strong>de</strong>sbancá-los. Os episódios serão<br />

gravados a cada semana e<br />

a <strong>de</strong>cisão final será realizada ao<br />

vivo. O reality ganhou popularida<strong>de</strong><br />

internacional ao longo<br />

<strong>de</strong> 2018 ao ser adaptado pela<br />

americana FOX, trazendo os<br />

músicos Sean Combs, DJ Khaled<br />

e Meghan Trainor no júri.<br />

A estreia marcou o início da<br />

temporada <strong>2019</strong> dos realities da<br />

emissora. Nesta quinta-feira,<br />

14, Troca <strong>de</strong> Esposas entra no<br />

ar, apresentado por Ticiane Pinheiro.<br />

Já em abril será a vez do<br />

programa Top Chef.<br />

42 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Mídia<br />

Queda na audiência do Super Bowl<br />

po<strong>de</strong> impactar postura das marcas<br />

Final da NFL no dia 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> teve o pior alcance nos últimos 10 anos;<br />

popularida<strong>de</strong> do jogo na internet abre novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interações<br />

Dados da Nielsen indicaram a pior audiência nos últimos 10 anos no Super Bowl: 98,2 milhões assistiram à partida nos Estados Unidos<br />

“ViVemos um<br />

momento em que<br />

a tV não é mais<br />

tela única, o que<br />

não significa que<br />

ela não tenha<br />

uma influência<br />

importante no<br />

Brasil e no mundo”<br />

mstahlphoto/iStock<br />

Danúbia Paraizo<br />

<strong>de</strong>sempenho do Super Bowl<br />

O no quesito audiência na TV<br />

linear, no domingo (3), está longe<br />

<strong>de</strong> ter sido o resultado dos<br />

sonhos para a NFL ou para a<br />

CBS, que transmistiu a partida<br />

entre Los Angeles Rams e New<br />

England Patriots. Segundo informações<br />

da Nielsen, 98,2 milhões<br />

<strong>de</strong> americanos assistiram<br />

ao jogo, configurando a pior audiência<br />

nos últimos 10 anos - o<br />

recor<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 2015, com audiência<br />

<strong>de</strong> <strong>11</strong>4,442 milhões).<br />

Diante do cenário aparentemente<br />

negativo para a mídia<br />

tradicional, fica a dúvida se o<br />

evento esportivo permanecerá<br />

significativo para os anunciantes.<br />

Basta lembrar que o valor<br />

para anunciar 30 segundos no<br />

horário comercial não saiu por<br />

menos <strong>de</strong> US$ 5 milhões. Com<br />

a redução do alcance e da exposição<br />

da marca para os espectadores,<br />

é possível que os<br />

anunciantes repensem suas<br />

estratégias para o ano que vem.<br />

Segundo An<strong>de</strong>rson Gurgel,<br />

professor <strong>de</strong> marketing esportivo<br />

da Faculda<strong>de</strong> Mackenzie,<br />

o Super Bowl continua com um<br />

peso gigante para alguns segmentos,<br />

como o <strong>de</strong> entretenimento.<br />

Esse é o caso da Marvel,<br />

que exibiu um novo trailer do<br />

filme Capitã Marvel durante a<br />

partida. O spot <strong>de</strong> 30 segundos<br />

já soma mais <strong>de</strong> três milhões<br />

<strong>de</strong> views no canal da marca no<br />

YouTube. “Não dá para dizer<br />

que o Super Bowl esteja em <strong>de</strong>cadência.<br />

O fato <strong>de</strong> o jogo ser<br />

o principal momento da TV ao<br />

vivo no mundo cria uma expectativa<br />

no público. Isso por<br />

si só já gera um cenário favorável<br />

para as marcas”, diz Gurgel.<br />

Isso não significa, no entanto,<br />

que uma transformação silenciosa<br />

não esteja acontecendo. A<br />

queda da audiência na TV linear<br />

nada mais é do um reflexo do<br />

que passa o mercado <strong>de</strong> mídia<br />

tradicional como um todo.<br />

Os números sobre as interações<br />

em re<strong>de</strong>s sociais durante<br />

o jogo reforçam a tendência do<br />

conteúdo multiplataforma. Durante<br />

o jogo foram 32,3 milhões<br />

<strong>de</strong> interações nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

reforçando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os<br />

anunciantes <strong>de</strong>vem enxergar<br />

o evento como parte <strong>de</strong> uma<br />

estratégia mais ampla e não<br />

apenas um fim em si mesmo.<br />

“As marcas já enten<strong>de</strong>ram que<br />

a ação não se esgosta ali nos 30<br />

segundos”, analisa Gurgel.<br />

A Pepsi foi um dos cases<br />

bem-sucedidos nesse sentido.<br />

Patrocinadora oficial do jogo, a<br />

marca foi sponsor também do<br />

tradicional show do intervalo,<br />

que neste ano contou com<br />

apresentações <strong>de</strong> Maroon 5 e<br />

dos rappers Travis Scott e Big<br />

Boi. O momento foi lí<strong>de</strong>r em<br />

conversas nas re<strong>de</strong>s sociais, alcançando<br />

o pico <strong>de</strong> 171 mil interações.<br />

A marca, aliás, se manteve<br />

no tranding topic global do<br />

Twitter patrocinando a hashtag<br />

PepsiMoreThanOk, em referência<br />

a campanha estrelada pelos<br />

rappers Cardi B e Lil Jon.<br />

Des<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> janeiro, a<br />

Pepsi também tomou as ruas<br />

<strong>de</strong> Atlanta com mensagens irônicas<br />

<strong>de</strong> OOH em referência a<br />

sua presença na região. Vale<br />

lembrar que a cida<strong>de</strong> é a se<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua maior concorrente - a<br />

Coca-Cola.<br />

Na queda <strong>de</strong> braço milionária<br />

por relevância no Super Bowl,<br />

uma marca chamou a atenção<br />

justamente por não participar<br />

do horário comercial <strong>de</strong> TV<br />

mais caro do mundo. A Skittles<br />

promoveu horas antes da partida<br />

um musical na Broadway<br />

que criticava o consumismo<br />

gerado pelo mercado <strong>de</strong> propaganda.<br />

O valor dos ingressos<br />

foi revertido a uma ONG que dá<br />

apoio a pacientes com HIV. “Vivemos<br />

um momento em que a<br />

TV não é mais tela única, o que<br />

não significa que ela não tenha<br />

uma influência importante no<br />

Brasil e no mundo”.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 43


Paulo. “A gente quer mostrar para esses<br />

clientes que po<strong>de</strong>mos atendê-los, embora<br />

estejamos em Campinas. Claro que o interior<br />

não é um mercado que está saturado,<br />

temos clientes muito interessantes. 80%<br />

da nossa receita vem dos clientes locais, a<br />

gente continua crescendo, buscando novos<br />

clientes na região, mas queremos outro perfil<br />

<strong>de</strong> clientes”.<br />

Ganhar prêmios também está no histórico<br />

das agências do interior paulista. A Audaz,<br />

por exemplo, conquistou em 2018 o<br />

Profissionais do Ano, da Re<strong>de</strong> Globo, Su<strong>de</strong>ste<br />

Interior, com a campanha Vamos Juntos<br />

Mudar, dos Supermercados Pague Menos.<br />

A Blues I<strong>de</strong>a, <strong>de</strong> Campinas, também levou o<br />

Profissionais do Ano, pela segunda vez consecutiva,<br />

para o cliente Elsys. “Para <strong>2019</strong>, a<br />

expectativa será evi<strong>de</strong>nciar cada vez mais o<br />

trabalho transformador que po<strong>de</strong>mos fazer<br />

nas empresas da região, especialmente para<br />

as marcas com gran<strong>de</strong> potencial, que estão<br />

ao nosso redor”, afirma Tiago Lago, sócio<br />

da Blues I<strong>de</strong>a, ao lado <strong>de</strong> Gustavo Melo.<br />

Uma das mais tradicionais agências <strong>de</strong><br />

Campinas, a Portal atua há 45 anos na região.<br />

Foi fundada em 1973 por Guilherme<br />

Massaioli, que hoje também tem como sócios<br />

Cesar Massaioli, Juliana Sousa e Daniela<br />

Schincariol. Na visão da empresa, a<br />

i<strong>de</strong>ia é oferecer tudo o que o cliente precisa<br />

e por isso montou um grupo <strong>de</strong> comunicação.<br />

“Temos a Portal, que cuida da comuniespecial<br />

interior sp<br />

Mercado regional mostra força e tem<br />

o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> atrair gran<strong>de</strong>s marcas<br />

Em 2018, região recebeu mais <strong>de</strong> 4 milhões <strong>de</strong> inserções publicitárias nas<br />

praças monitoradas pelo Kantar Ibope Media; Campinas li<strong>de</strong>ra as verbas<br />

KELLY DORES<br />

Depois da capital paulista, principal centro<br />

financeiro do Brasil, o interior <strong>de</strong><br />

São Paulo concentra uma das regiões com<br />

maior investimento publicitário e ocupa<br />

a <strong>de</strong>sejada segunda posição nacional em<br />

po<strong>de</strong>r econômico. Em 2018, foram mais<br />

<strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> inserções publicitárias<br />

nas praças do estado monitoradas pelo<br />

Kantar Ibope Media. Campinas (terceiro<br />

município mais populoso, atrás da capital<br />

e Guarulhos, com 1,194 milhão <strong>de</strong> pessoas)<br />

li<strong>de</strong>ra os investimentos e está à frente<br />

<strong>de</strong> metrópoles como Florianópolis e Vitória.<br />

“Campinas é um polo tecnológico e<br />

fabril muito forte”, <strong>de</strong>staca André Ursulino<br />

(ex-F.biz), que <strong>de</strong>ixou a carreira como publicitário<br />

na capital para se tornar sócio da<br />

agência Criah, com se<strong>de</strong> em Campinas.<br />

O PROPMARK traz nesta edição o Especial<br />

Interior SP, com o raio X do mercado publicitário<br />

em cida<strong>de</strong>s como Campinas, São José<br />

dos Campos, Ribeirão Preto, Taubaté e municípios<br />

da Baixada Santista. Nas próximas<br />

páginas, o leitor encontrará <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong><br />

executivos <strong>de</strong> agências, mídias e veículos,<br />

que contam os obstáculos constantes <strong>de</strong> um<br />

centro econômico pujante que ainda precisa<br />

provar seu valor em competências <strong>de</strong><br />

comunicação para atrair os maiores anunciantes,<br />

brigando por parte das campanhas<br />

nacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas.<br />

No caso das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, o<br />

principal <strong>de</strong>safio é <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

que agências relevantes só po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvidas<br />

a partir dos gran<strong>de</strong>s centros.<br />

“Temos um time multidisciplinar formado<br />

por 84 profissionais <strong>de</strong> altíssimo nível, o<br />

que comprova que, sim, é possível e necessário<br />

produzir em alto nível do interior para<br />

on<strong>de</strong> for preciso. Oferecemos aos nossos<br />

clientes criativida<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ias transformadoras,<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> trabalho. Com<br />

a equipe e os assets que temos hoje, po<strong>de</strong>ríamos<br />

estar em qualquer capital ou cida<strong>de</strong><br />

do mundo”, ressalta Alexandre Bassora,<br />

fundador e diretor-geral <strong>de</strong> criação da Audaz,<br />

sediada em Americana. Bosch, Acuvue<br />

(Johnson & Johnson), CPFL Energia e Instituto<br />

CPFL são algumas das marcas <strong>de</strong> atuação<br />

nacional atendidas pela agência, que<br />

também mantém no portfólio empresas <strong>de</strong><br />

atuação regional, como Tivoli Shopping e a<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Supermercados Pague Menos.<br />

Ursulino afirma que, no geral, quando<br />

os anunciantes têm um volume mais alto<br />

<strong>de</strong> investimento buscam agências <strong>de</strong> São<br />

Tiago Lago, Renata Barcellos, diretora <strong>de</strong> negócios e estratégia, e Gustavo Melo, da Blues I<strong>de</strong>a<br />

“Para <strong>2019</strong>, a exPectativa<br />

será evi<strong>de</strong>nciar cada<br />

vez mais o trabalho<br />

transformador que<br />

Po<strong>de</strong>mos fazer nas<br />

emPresas da região”<br />

Cesar Massaioli, da Portal: i<strong>de</strong>ia é oferecer tudo ao cliente<br />

Fotos: Divulgação<br />

44 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


cação on e off; a Live, que é uma empresa<br />

responsável pela área <strong>de</strong> ativação, eventos,<br />

feiras e convenções; e a Like Apresentações<br />

Criativas, com foco em montagem <strong>de</strong> apresentações<br />

em power point e treinamento<br />

<strong>de</strong> apresentações”, conta Cesar Massaioli,<br />

presi<strong>de</strong>nte da agência, que aten<strong>de</strong> clientes<br />

como 3M (há mais <strong>de</strong> 40 anos), Wet’n Wild,<br />

Cia. Athletica, Mmartan e Grupo Stefanini.<br />

Para o executivo, os <strong>de</strong>safios do interior<br />

são os mesmos que as gran<strong>de</strong>s agências<br />

enfrentam. “Relevância dos serviços prestados,<br />

a mudança e uso das novas mídias,<br />

pessoas e treinamento da equipe, inovação<br />

e agilida<strong>de</strong> nos processos. Estes assuntos<br />

estão sempre na pauta <strong>de</strong> qualquer executivo<br />

<strong>de</strong> agência e aqui não é diferente. Temos<br />

trabalhado muito forte na área <strong>de</strong> planejamento<br />

e criação, que, na nossa visão, são as<br />

duas principais estruturas <strong>de</strong> sustentação<br />

do negócio”, revela Massaioli.<br />

Mercado aquecido<br />

As agências ouvidas pelo PROPMARK<br />

afirmam ter tido um bom <strong>de</strong>sempenho financeiro<br />

em 2018 e esperam um ano promissor<br />

em <strong>2019</strong>. A Criah, por exemplo, <strong>de</strong>clara<br />

crescimento <strong>de</strong> 40% no ano passado.<br />

“A gente vem numa toada <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong> 60% em 2016, quase 70% em 2017 e 40%<br />

em 2018, muito acima da média do mercado.<br />

A tendência agora é diminuir esse ritmo,<br />

porque a gente começa a ficar numa<br />

posição que engessa um pouco, mas estamos<br />

projetando um ano muito bom”, diz<br />

Ursulino, que tem como sócio Sérgio Pellizer,<br />

fundador e CEO da Criah.<br />

Head <strong>de</strong> estratégias e negócios na agência,<br />

Ursulino conta que um dos objetivos<br />

este ano é buscar clientes com um perfil<br />

diferente. “A agência tem expertise forte<br />

em varejo automotivo, clientes da indústria<br />

e mercado imobiliário, consolidando<br />

uma posição forte como agência regional”.<br />

Segundo o executivo, a i<strong>de</strong>ia foi buscar<br />

clientes que estão na região <strong>de</strong> Campinas,<br />

mas têm atuação nacional, ou clientes que<br />

estão em São Paulo e não são bem atendidos.<br />

“É um cliente que tem verba <strong>de</strong> R$ 10,<br />

R$ 15 milhões por ano. Todo mundo olha<br />

para essa verba, toda verba é verba, mas<br />

quando ele entra em gran<strong>de</strong>s agências, ele<br />

passa a ser mal atendido”, pontua.<br />

Uma das conquistas recentes da Criah<br />

que se encaixa nesse perfil <strong>de</strong> cliente <strong>de</strong>sejado<br />

é a Catho, conta que chegou à agência<br />

em agosto do ano passado. “A Catho é exatamente<br />

esse perfil <strong>de</strong> cliente, cuja conta já<br />

esteve na FCB, na F.biz, que ainda tem uma<br />

parte da conta, que é <strong>de</strong> B2B. O que a gente<br />

encontrou junto com a Catho foi uma mo<strong>de</strong>lagem<br />

comercial, que são contratos mais<br />

curtos, semestrais, em vez <strong>de</strong> bienais, que<br />

são mais usuais no mercado. Para a gente<br />

tem sido muito bom porque é uma forma<br />

<strong>de</strong> mostrar para o cliente que estamos comprometidos<br />

com resultado. O compromisso<br />

está atrelado à entrega da agência”, diz.<br />

A Portal reforça que o resultado do último<br />

mês <strong>de</strong> janeiro foi o melhor em <strong>de</strong>z<br />

anos. “Em 2018 tivemos um ano muito bom<br />

<strong>de</strong> retomada do crescimento. Crescemos<br />

dois dígitos. E este ano as expectativas são<br />

melhores e maiores. Passamos por uma restruturação<br />

no nosso mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho e<br />

Sérgio Pellizer, Felipe Pinheiro, diretor <strong>de</strong> criação, e André Ursulino, da Criah, <strong>de</strong> Campinas<br />

“é Possível e necessário<br />

Produzir em alto nível<br />

do interior Para on<strong>de</strong><br />

for Preciso”<br />

a i<strong>de</strong>ia é ser ainda mais ágil e mais próximo<br />

do cliente. Ter uma metodologia <strong>de</strong> trabalho<br />

validada é fundamental para sabermos<br />

pra on<strong>de</strong> seguir. O mercado começou aquecido<br />

nesse início <strong>de</strong> ano, participamos <strong>de</strong><br />

muitas concorrências e temos alguns projetos<br />

engatilhados. Nosso resultado em janeiro<br />

(o melhor dos últimos <strong>de</strong>z anos) mostra<br />

que esse é o caminho a seguir. Acreditamos<br />

que <strong>2019</strong> vai ser <strong>de</strong> muito trabalho e muito<br />

crescimento”, revela Cesar Massaioli.<br />

A agência <strong>de</strong>staca que a região <strong>de</strong> Campinas<br />

tem como característica a presença <strong>de</strong><br />

muitas indústrias, o que fortaleceu muito<br />

o atendimento para o mercado B2B. Outra<br />

área <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a <strong>de</strong> varejo e serviços.<br />

“Nos últimos anos tivemos conquistas significativas<br />

nessa área. Ganhamos a conta da<br />

Alexandre Bassora, da Audaz: fazer história com clientes<br />

Boehringer Ingelheim da Unida<strong>de</strong> Pets com<br />

<strong>de</strong>staque para as marcas Nexgard e Frontline<br />

e vencemos também uma concorrência<br />

para a conta da Unimed Campinas. Além<br />

disso, começamos a aten<strong>de</strong>r a Cassini, fabricante<br />

<strong>de</strong> biscoitos <strong>de</strong> polvilho”.<br />

A Audaz, por sua vez, comenta que tem<br />

todos os indicativos <strong>de</strong> que <strong>2019</strong> “será incrível”<br />

e observa que está reorganizando a<br />

área <strong>de</strong> performance, dando especial <strong>de</strong>staque<br />

para canal, conteúdo e tecnologia, com<br />

novas contratações. “Ampliamos o time<br />

para produzir podcasts e outras inovações a<br />

partir da comunicação por voz. Nosso volume<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, quase 90% superior<br />

ao da maioria das agências, chamou<br />

a atenção do Facebook, que nos ofereceu<br />

treinamentos e novas ferramentas <strong>de</strong> automação”,<br />

<strong>de</strong>staca Alexandre Bassora. “Conquistamos<br />

agora nova conta do portfólio<br />

Johnson & Johnson e temos dois gran<strong>de</strong>s<br />

prospects em <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />

Já a Blues I<strong>de</strong>a ressalta que o objetivo é<br />

sempre crescer <strong>de</strong>ntro dos clientes, visto<br />

que atuam nos pilares <strong>de</strong> branding, conteúdo,<br />

performance e assessoria <strong>de</strong> imprensa.<br />

O sócio Gustavo Melo lembra que, embora<br />

o momento econômico ainda seja <strong>de</strong>safiador,<br />

a agência fechou o ano com excelentes<br />

resultados. “Conquistamos uma conta no<br />

segmento <strong>de</strong> varejo <strong>de</strong> alimentos, cliente<br />

quem vem expandido sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas próprias<br />

em todo Brasil e fatura mais <strong>de</strong> R$ 1<br />

bilhão. Temos atuado fortemente na inserção<br />

<strong>de</strong> cliente atual em novo segmento <strong>de</strong><br />

mercado”, afirma Melo.<br />

O executivo conta que vai investir mais<br />

ainda no time, “pois acreditamos que profissionais<br />

oxigenados trazem ainda mais<br />

resultados para o nosso negócio”. Segundo<br />

ele, também há perspectivas <strong>de</strong> conquista<br />

<strong>de</strong> clientes em segmentos novos <strong>de</strong>ntro da<br />

agência, envolvendo tanto B2B como B2C,<br />

o que impactará na contratação <strong>de</strong> novos<br />

profissionais. “Além do que, enxergamos<br />

um ano muito estratégico para os nossos<br />

atuais clientes, que passam por momentos<br />

<strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> marca, novos negócios e<br />

lançamentos <strong>de</strong> categoria”, finaliza ele.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 45


ESPECIAL INTERIOR SP<br />

Tradição e renovação mantêm<br />

agências atuantes regionalmente<br />

Varejo, serviços e setor público seguem fortes como anunciantes;<br />

presença da TV é significativa, mas rádio, online e OOH ganham espaço<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Cada uma a seu modo e com seu tempero<br />

especial, agências <strong>de</strong> diferentes<br />

cida<strong>de</strong>s e realida<strong>de</strong>s conquistam<br />

novos clientes seguindo “receitas” <strong>de</strong><br />

casa. O que parece não mudar é a força<br />

do varejo e <strong>de</strong> áreas como serviços e o<br />

setor público, bem como a força da televisão.<br />

No entanto, meios como online,<br />

rádio e OOH continuam fortes e em<br />

crescente <strong>de</strong>staque.<br />

Em São José dos Campos, a Regional<br />

Marketing está focada no regional. Parece<br />

óbvio, mas não é. A agência que tem<br />

cerca <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> mercado já aten<strong>de</strong>u<br />

contas nacionais como Century – Sistemas<br />

Parabólicos e Cebrace, mas neste<br />

momento está voltada para um olhar<br />

mais próximo <strong>de</strong> casa. Suas principais<br />

contas estão no varejo, como a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

joalherias Gold Finger, presente no Vale<br />

do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral<br />

Norte, região <strong>de</strong> Campinas e Sorocaba,<br />

e também clientes da administração<br />

pública, como as Câmaras Municipais<br />

<strong>de</strong> Mogi das Cruzes, São José dos Campos,<br />

Jacareí e Guaratinguetá.<br />

O sócio e diretor operacional José Renato<br />

Pulice conta que, <strong>de</strong>pois do varejo,<br />

os principais setores <strong>de</strong> anunciantes<br />

são serviços e o setor público, e a televisão<br />

segue como o principal meio <strong>de</strong> divulgação.<br />

Mas não está sozinha. “As re<strong>de</strong>s<br />

sociais também vêm conquistando<br />

um maior volume <strong>de</strong> investimento publicitário,<br />

mas não po<strong>de</strong>mos esquecer<br />

do rádio, jornal, revista e outdoor, que<br />

fortalecem e complementam as campanhas.”<br />

Segundo ele, o ano <strong>de</strong> 2018 foi<br />

bastante complicado, mas as dificulda<strong>de</strong>s<br />

ensinaram muito e foram impulso<br />

<strong>de</strong> alternativas para superar a “forte crise”.<br />

“Os clientes encolheram suas verbas<br />

aguardando um melhor momento<br />

para voltar a investir”, lembra.<br />

Como diferencial para se manter ativo<br />

e relevante no mercado, ele afirma<br />

que a agência sempre teve um compromisso<br />

em retorno para seus clientes e<br />

foi uma das primeiras a ter o cargo <strong>de</strong><br />

“gerente do consumidor” em sua equipe.<br />

“Nossa filosofia é que ‘não basta<br />

aten<strong>de</strong>r, temos <strong>de</strong> encantar’. Nesses<br />

30 anos, colecionamos vários cases <strong>de</strong><br />

sucesso e a longevida<strong>de</strong> da casa está<br />

vinculada diretamente com resultado”,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o profissional.<br />

Américo Rodrigues Barbosa vê crescimento <strong>de</strong> 10% em <strong>2019</strong><br />

Fotos: Divulgação<br />

“As re<strong>de</strong>s sociAis tAmbém<br />

vêm conquistAndo um mAior<br />

volume <strong>de</strong> investimento<br />

publicitário, mAs não po<strong>de</strong>mos<br />

esquecer do rádio, jornAl,<br />

revistA e outdoor”<br />

Mauricio Washington: “Temos <strong>de</strong> fazer o melhor trabalho hoje”<br />

Direto <strong>de</strong> Santos, a Cliente F.C. aten<strong>de</strong><br />

aproximadamente 51 clientes <strong>de</strong> diversos<br />

setores e locais do Brasil. Entre<br />

eles estão as marcas Ca<strong>de</strong>nce, Oster,<br />

Objetivo, Unip, Re<strong>de</strong> Portal <strong>de</strong> Santos e<br />

Mega Imagem.<br />

O dono Mauricio Washington afirma<br />

que na região existe um interesse crescente<br />

pelos meios que oferecem métricas<br />

para medir <strong>de</strong>sempenho e resultados,<br />

e o online está se <strong>de</strong>stacando. “Mas<br />

mídias como TV, rádio e OOH também<br />

têm presença marcante. Os segmentos<br />

<strong>de</strong> automóveis, construção civil e bens<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> alto valor agregado têm<br />

atualmente uma alta fatia das verbas<br />

dos players”, diz.<br />

Recente no mercado e com apenas<br />

cinco anos <strong>de</strong> existencia, Washington<br />

afirma que não vê o tempo como fronteira<br />

e nem marca <strong>de</strong> referência. “Agências<br />

<strong>de</strong> muitos anos fecham por fatores<br />

que não eram previstos nos anos anteriores.<br />

O que temos em mente é que<br />

precisamos fazer o melhor trabalho<br />

hoje”, afirma. Ele explica ainda que<br />

os últimos clientes chegaram por indicação<br />

e recomendações. Os prêmios<br />

<strong>de</strong>ixaram o trabalho em evidência,<br />

mas o executivo vê o resultado como<br />

responsável por cada conta. “A Cliente<br />

F.C. também conta com um projeto<br />

<strong>de</strong> integração dos colegas do meio<br />

publicitário. E muitos patrocinadores<br />

acreditam na mesma i<strong>de</strong>ia. A marca da<br />

agência não tem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> ser uma referência<br />

entre as agências, cada um tem<br />

sua especialida<strong>de</strong> e créditos. Queremos<br />

nos posicionar como uma agência que<br />

é competitiva, leal e principalmente ética,<br />

já que a criativida<strong>de</strong> e eficiência são<br />

itens fundamentais.”<br />

Já a Ego Comunicação Estratégica,<br />

que tem escritórios em São Paulo e<br />

Santos, aten<strong>de</strong> atualmente 20 clientes,<br />

principalmente nas áreas <strong>de</strong> varejo,<br />

construção e porto. “Os meios, por investimento,<br />

são TV e jornal, até pelos<br />

preços praticados por cada um, superiores<br />

a rádio, revista e mídia digital,<br />

que têm pouca expressão na Baixada”,<br />

conta o sócio e diretor <strong>de</strong> planejamento<br />

e criação Americo Rodrigues Barbosa.<br />

Segundo o profissional, a agência, fundada<br />

em 1981, mantém a longevida<strong>de</strong><br />

pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação para estratégias<br />

on e offline. E a projeção <strong>de</strong><br />

crescimento para <strong>2019</strong> é <strong>de</strong> 10%.<br />

46 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


ESPECIAL INTERIOR SP<br />

Marcas buscam comunicação mais<br />

assertiva para municípios paulistas<br />

Com novas ferramentas e uso <strong>de</strong> influenciadores locais, estratégias<br />

<strong>de</strong> anunciantes se renovam para se adaptar à jornada do consumidor<br />

Pe<strong>de</strong>stres caminham pela Rua Treze <strong>de</strong> Maio, em Campinas; anunciantes apostam em mensagens regionalizadas para atingir público<br />

FELIPE TURLÃO e<br />

LEONARDO ARAUJO<br />

Os 22 milhões <strong>de</strong> habitantes<br />

do interior <strong>de</strong> São Paulo,<br />

segundo dados do IBGE,<br />

representam um contingente<br />

maior que alguns países. Não<br />

por acaso, as gran<strong>de</strong>s marcas<br />

e agências estão <strong>de</strong>senvolvendo<br />

estratégias <strong>de</strong> comunicação<br />

mais próximas e assertivas para<br />

se relacionar com esse público<br />

distribuído por mais <strong>de</strong> 630<br />

municípios. “Muitas ferramentas<br />

<strong>de</strong> dados e pesquisas monitoram<br />

as principais capitais do<br />

país incluindo o interior paulista<br />

como se fosse uma capital”,<br />

afirma Paulo Vita, diretor-geral<br />

<strong>de</strong> estratégia da Y&R.<br />

A agência aten<strong>de</strong> marcas<br />

do Grupo Petrópolis, que tem<br />

estratégia regional em todo o<br />

Brasil. Além do projeto Seja<br />

Digital, sobre sinal digital nas<br />

TVs, que também se comunica<br />

<strong>de</strong> forma personalizada.<br />

Em todos eles, a Y&R reforça<br />

a atenção com a linguagem e<br />

a estratégia. “É fácil estereotipar<br />

as pessoas quando pensamos<br />

em cida<strong>de</strong>s menores do<br />

interior. Mas o fato é que elas<br />

po<strong>de</strong>m ser tão ou mais conectadas<br />

e antenadas que a média<br />

da capital”, avalia. “O cuidado<br />

que temos é <strong>de</strong>stinar uma linguagem<br />

diferente para cada região<br />

do país, pois, <strong>de</strong>ssa forma,<br />

valorizamos as diferentes culturas”,<br />

explica Eliana Cassandre,<br />

gerente <strong>de</strong> propaganda do<br />

Grupo Petrópolis.<br />

A Talent Marcel, com clientes<br />

como Claro, CNA e Itubaína,<br />

mantém o conceito nacional<br />

das campanhas, mas com<br />

atenção tática a fatores locais.<br />

“Comemoramos individualmente<br />

o aniversário <strong>de</strong> todas as<br />

cida<strong>de</strong>s e o digital assume um<br />

papel importante, principalmente<br />

porque po<strong>de</strong>mos fazer<br />

uma comunicação geolocalizada”,<br />

diz Sleyman Khodor, diretor<br />

<strong>de</strong> criação da Talent Marcel.<br />

“Procuramos explorar a visibilida<strong>de</strong><br />

da marca em mídias<br />

OOH e rádio, além <strong>de</strong> ações em<br />

shoppings, escolas e comércios<br />

locais”, explica Luciana Fortuna,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing do<br />

CNA, marca atendida pela Talent.<br />

“A diferença não está na<br />

região, mas no hábito e no comportamento<br />

das pessoas, que<br />

são influenciados pela questão<br />

cultural, pelo modo <strong>de</strong> vida. O<br />

interior tem um comportamento<br />

um pouco diferente da capital<br />

para algumas questões”,<br />

agrega Paulo Ilha, VP <strong>de</strong> mídia<br />

da DPZ&T.<br />

Na Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>,<br />

há clientes como Extra, Camil<br />

e Fiat. “Na prática, tudo muda.<br />

De cida<strong>de</strong> para cida<strong>de</strong> ou, até<br />

mesmo, <strong>de</strong> bairro para bairro,<br />

o nível <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> da<br />

marca no local, o surgimento<br />

<strong>de</strong> concorrentes específicos e,<br />

em alguns casos, jornadas <strong>de</strong><br />

compra próprias fazem com<br />

que seja preciso olhar com uma<br />

lupa cada ação em cada praça”,<br />

“Procuramos<br />

exPlorar a<br />

visibilida<strong>de</strong> da<br />

marca em mídias<br />

ooH e rádio,<br />

além <strong>de</strong> ações<br />

em sHoPPings,<br />

escolas e<br />

comércios locais”<br />

Wsfurlan/iStock<br />

explica Tiago Lara, VP <strong>de</strong> estratégia<br />

e gestão <strong>de</strong> dados da<br />

agência.<br />

Atendida pela agência Criah,<br />

<strong>de</strong> Campinas, a Catho usa a<br />

expertise regional do parceiro<br />

para traçar a estratégia. “I<strong>de</strong>ntificamos<br />

dois perfis <strong>de</strong> praças<br />

on<strong>de</strong> temos maior oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sucesso e, para cada perfil,<br />

criamos uma comunicação<br />

específica”, afirma Ricardo Morais,<br />

gerente <strong>de</strong> marketing da<br />

marca.<br />

Um movimento curioso são<br />

os microinfluenciadores regionais.<br />

“Eles permitem não<br />

só dar match com um público<br />

específico, como po<strong>de</strong>m, inclusive,<br />

se tornar produtores <strong>de</strong><br />

conteúdo interessantes para a<br />

marca”, analisa Vita, da Y&R.<br />

Já a CNA, por exemplo, busca<br />

trabalhar com influenciadores<br />

conhecidos, como Luan<br />

Santana, mas <strong>de</strong>ixa aberto aos<br />

franqueados para que façam<br />

ativações regionais.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 47


especial interiOr sp<br />

Mídia OOH se consolida como uma<br />

das principais áreas para marcas<br />

Aprimoramento <strong>de</strong> métricas <strong>de</strong> mensuração e estratégias <strong>de</strong><br />

comunicação segmentadas contribuem para aquecimento do setor<br />

MARIANA BARBOSA<br />

Quando a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa proibiu outdoors,<br />

letreiros e placas comerciais na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, em meados <strong>de</strong> 2006,<br />

o setor <strong>de</strong> mídia exterior se movimentou<br />

para oferecer novas soluções às agências<br />

e anunciantes. Painéis <strong>de</strong> LED, busdoors,<br />

anúncios em metrô e mobiliários urbanos<br />

logo se popularizaram e seus formatos passaram<br />

a ser replicados em outras capitais –<br />

principalmente na região Su<strong>de</strong>ste, que concentra<br />

investimentos na publicida<strong>de</strong>.<br />

Como resultado, estima-se que atualmente<br />

o meio é a segunda opção em alcance<br />

para as marcas, atrás apenas da TV.<br />

No último ano, segundo o Kantar Ibope<br />

Media, o investimento bruto no meio durante<br />

o primeiro semestre ultrapassou os<br />

R$ 2,1 bilhões.<br />

Mas como ficaram as cida<strong>de</strong>s do interior?<br />

Continuam apegadas à publicida<strong>de</strong><br />

tradicional e aten<strong>de</strong>ndo apenas a um mercado<br />

<strong>de</strong> anunciantes locais?<br />

De acordo com Raul Nogueira Filho,<br />

diretor <strong>de</strong> novos negócios da Contato Brasil,<br />

empresa que atua em todo o Su<strong>de</strong>ste<br />

e soma mais <strong>de</strong> 12 mil peças cadastradas<br />

nos quatro estados, o outdoor continua<br />

sendo o principal segmento da região. No<br />

entanto, front lights, painéis rodoviários,<br />

bancas <strong>de</strong> jornal e formatos digitais têm<br />

uma participação crescente no mercado.<br />

Segundo associações do setor, essa mo<strong>de</strong>rnização<br />

passou a fazer com que os diferentes<br />

formatos existentes em cida<strong>de</strong>s<br />

do interior fossem inseridos nas estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s clientes,<br />

como Vivo, O Boticário e Colorado (da<br />

Ambev), o que não ocorria há alguns anos.<br />

Para Fabi Soriano, diretora-executiva<br />

da Central <strong>de</strong> Outdoor, o setor <strong>de</strong> mídia<br />

exterior não chegou a enfrentar uma crise<br />

financeira na região, mas foi enfraquecido<br />

pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias online<br />

e permaneceu restrito nos últimos anos<br />

a anunciantes locais, como comércios, escolas,<br />

supermercados, construtoras e bares.<br />

“Os investimentos passaram a ser realizados<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, que eram mais<br />

fáceis <strong>de</strong> gerenciar e mais baratas. Hoje, as<br />

empresas perceberam que uma mídia não<br />

substitui a outra, e vemos essa retomada.<br />

E não estou falando apenas <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s<br />

maiores, como Sorocaba, Campinas e Ribeirão<br />

Preto, mas também <strong>de</strong> outros municípios<br />

com 30 mil, 40 mil habitantes”,<br />

explica a executiva.<br />

Formatos digitais e mobiliário urbano <strong>de</strong>stacam-se como formas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> também no interior do Su<strong>de</strong>ste<br />

Paulo Stephan, diretor-executivo da<br />

ABOOH (Associação Brasileira <strong>de</strong> Mídia<br />

Out Of Home), ressalta que o aquecimento<br />

do setor <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> as empresas<br />

terem encontrado um equilíbrio entre<br />

oferecer soluções padrão e fornecer novas<br />

entregas, mais tecnológicas, mesmo em<br />

pequenas cida<strong>de</strong>s. “Temos essa dupla eficiência<br />

e contamos com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios<br />

que entregam qualida<strong>de</strong> e resultados”,<br />

comenta.<br />

“Ser funcional, flexível, <strong>de</strong> alto impacto<br />

são características do segmento <strong>de</strong> mídia<br />

exterior, principalmente das empresas<br />

que fazem a comercialização por peça e<br />

ponto. Assim não há disparida<strong>de</strong> no atendimento<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ou pequenos clientes,<br />

nacionais ou regionais, pois a eficiente <strong>de</strong>mocratização<br />

possibilita a regionalização<br />

da campanha, por mais focada que seja,<br />

VTT Studio/iStock<br />

“O DOOH (Digital Out Of<br />

HOme) é cOnsiDeraDO<br />

a granDe tenDência<br />

na cOmunicaçãO<br />

e atinge as massas<br />

aO mesmO tempO<br />

que transmite<br />

mensagens segmentaDas,<br />

Dinâmicas”<br />

48 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


airro a bairro”, completa Nogueira Filho.<br />

O potencial <strong>de</strong> negócios do interior do<br />

Su<strong>de</strong>ste já não se trata mais <strong>de</strong> uma promessa:<br />

ele tornou-se realida<strong>de</strong>. A francesa<br />

JCDecaux, por exemplo, prepara agora<br />

uma equipe <strong>de</strong> vendas com foco para o interior<br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Presente em 75 países e com atuação<br />

em gran<strong>de</strong>s metrópoles brasileiras, como<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo<br />

(on<strong>de</strong> é responsável pela comercialização<br />

dos espaços do Metrô), a empresa reforça<br />

a relevância das regiões pouco exploradas<br />

para a comunicação com nichos <strong>de</strong> consumidores.<br />

“Enxergamos a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> atuação com agências e anunciantes do<br />

interior do estado, pois essa região representa<br />

mais <strong>de</strong> 8% do PIB nacional brasileiro.<br />

Por meio das métricas, o out of home<br />

comprovou sua eficiência e impacto, se<br />

consolidando como um dos veículos prioritários<br />

para agências e anunciantes. O<br />

setor apresenta cada vez mais inovações<br />

aliadas à digitalização <strong>de</strong> seus formatos.<br />

O DOOH (Digital Out Of Home) é consi<strong>de</strong>rado<br />

a gran<strong>de</strong> tendência na comunicação<br />

e atinge as massas ao mesmo tempo que<br />

transmite mensagens segmentadas, dinâmicas”,<br />

afirma a companhia.<br />

tecnOlOGia e MensUraÇÃO<br />

Gran<strong>de</strong> parte do re<strong>de</strong>scobrimento da<br />

mídia out of home do interior, principalmente<br />

no estado <strong>de</strong> São Paulo, po<strong>de</strong> ser<br />

creditada ao investimento das empresas<br />

e associações no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias<br />

capazes <strong>de</strong> entregar métricas e<br />

resultados assertivos aos clientes.<br />

No ano passado, o Sepex lançou o sistema<br />

Everywhere, que contabiliza o volume<br />

<strong>de</strong> carros nas rodovias paulistas por meio<br />

<strong>de</strong> sensores ativados por telefones celulares,<br />

o que auxilia na mensuração <strong>de</strong> alcance<br />

dos anúncios.<br />

Já a Central <strong>de</strong> Outdoor revela ainda que<br />

está <strong>de</strong>senvolvendo um painel <strong>de</strong> audiência<br />

<strong>de</strong> mídia exterior que utilizará dados<br />

<strong>de</strong> órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Geografia e Estatística) e o Detran<br />

(Departamento Estadual <strong>de</strong> Trânsito), que<br />

serão combinados com informações <strong>de</strong><br />

suas associadas. “Muitas empresas, mesmo<br />

as regionais, já conseguem dizer o impacto,<br />

frequência, audiência e cobertura<br />

<strong>de</strong> suas faces”, diz Fabi.<br />

Também em 2018, as empresas Clear<br />

Channel, JCDecaux e Otima <strong>de</strong>senvolveram<br />

o sistema Mapa OOH, projeto <strong>de</strong><br />

métricas que entrega dados <strong>de</strong> audiência,<br />

alcance e frequência para o planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia. Até o momento, a plataforma é<br />

utilizada apenas em gran<strong>de</strong>s metrópoles,<br />

áreas nas quais as empresas estão presentes.<br />

Porém, com a expansão da JCDecaux<br />

para outras cida<strong>de</strong>s e os planos do grupo<br />

em ampliar os estudos para além do mobiliário<br />

urbano (consi<strong>de</strong>rando locais como<br />

ônibus, metrôs e elevadores), não <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>morar muito até que o serviço seja expandido<br />

para o interior.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Fabi Soriano, da Central <strong>de</strong> Outdoor, fala que anunciantes estão investindo até mesmo em cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 30 mil habitantes<br />

Gran<strong>de</strong>s marcas, como Vivo, utilizam a mídia exterior para segmentar a comunicação com seus consumidores<br />

O Boticário e Anhanguera anunciam na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Roque, localizada no interior do estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 49


ESPECIAL INTERIOR SP<br />

Profissionalização impulsiona<br />

parcerias com rádios regionais<br />

Campinas, Ribeirão e municípios da Baixada Santista fi<strong>de</strong>lizam ouvintes;<br />

São José do Rio Preto utiliza tecnologia para conquistar anunciantes<br />

cusoncom/iStock<br />

Campinas, Ribeirão Preto e os municípios da Baixada Santista registram, juntos, o maior tempo médio <strong>de</strong> audiência do interior <strong>de</strong> São Paulo<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Ainda que o streaming esteja<br />

mudando a maneira <strong>de</strong><br />

consumir música e notícia, três<br />

a cada cinco pessoas no Brasil<br />

ouvem rádio todos os dias, o<br />

que correspon<strong>de</strong> a 86% da população.<br />

Os dados <strong>de</strong> 2018 levantados<br />

pelo Ibope traçam o<br />

perfil do ouvinte nas capitais,<br />

interior e regiões metropolitanas<br />

das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s.<br />

Campinas, Ribeirão Preto e<br />

os municípios da Baixada Santista<br />

registram, juntos, o maior<br />

tempo médio <strong>de</strong> audiência do<br />

interior <strong>de</strong> São Paulo. São quase<br />

14 horas diárias <strong>de</strong> pessoas<br />

ligadas em suas programações,<br />

frente à média nacional <strong>de</strong> quatro<br />

horas e 40 minutos/dia.<br />

Para Cristiano Flores, diretor-geral<br />

da Abert (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Emissoras <strong>de</strong> Rádio<br />

e Televisão), o relacionamento<br />

do paulista com o rádio<br />

é “umbilical”. “Nesses gran<strong>de</strong>s<br />

centros on<strong>de</strong> se tem ativida<strong>de</strong><br />

econômica pujante é natural<br />

que as rádios locais sejam muito<br />

fortalecidas”, aponta.<br />

Paulo Machado, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Aesp (Associação das Emissoras<br />

<strong>de</strong> Rádio e Televisão do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

que o veículo é “vigoroso”. “Ele<br />

é insubstituível na prestação <strong>de</strong><br />

serviços”.<br />

De acordo com o Ibope, jovens<br />

entre 20 e 34 anos representam<br />

a maioria do público<br />

consumidor diário <strong>de</strong> rádio<br />

(89%), seguidos pela população<br />

<strong>de</strong> 15 a 29 anos e <strong>de</strong> 35 a 49 anos<br />

(ambas com 88%).<br />

A maioria (85%) ainda sintoniza<br />

as estações pelo aparelho<br />

comum, enquanto 18% escutam<br />

pelo celular; 4% dos ouvintes<br />

utilizam o computador e 5%<br />

outros equipamentos.<br />

REgIONALIzAçãO<br />

Ainda que as principais re<strong>de</strong>s,<br />

como CBN, BandNews,<br />

Transamérica, Nativa e Jovem<br />

Pan, estejam presentes nas<br />

maiores cida<strong>de</strong>s do interior, o<br />

público costuma ser fiel tam-<br />

“Nesses graN<strong>de</strong>s<br />

ceNtros oN<strong>de</strong> se<br />

tem ativida<strong>de</strong><br />

ecoNômica pujaNte<br />

é Natural que as<br />

rádios locais<br />

sejam muito<br />

fortalecidas”<br />

50 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Cristiano Flores, da Abert: “Não tem como ser amador com mais <strong>de</strong> 300 mil habitantes”<br />

Edson Bergamo, da Kaboing: “Vimos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover algo alternativo”<br />

bém às emissoras locais.<br />

Para Paulo Machado, o que<br />

chama a atenção do ouvinte<br />

nos veículos regionais é a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor as questões da própria<br />

comunida<strong>de</strong>. “As gran<strong>de</strong>s rádios<br />

informam sobre o Brasil e<br />

o mundo, mas nada é mais relevante<br />

que o buraco em frente<br />

à sua casa”, argumenta o presi<strong>de</strong>nte<br />

da Aesp.<br />

Rafael Pizani, diretor-comercial<br />

do Sistema Clube <strong>de</strong> Rádios,<br />

faz coro a Machado. “Temos raízes<br />

profundas na comunida<strong>de</strong><br />

e nada como viver o dia a dia<br />

do ouvinte”, diz. No grupo, são<br />

seis emissoras operadas a partir<br />

<strong>de</strong> Ribeirão Preto, que <strong>de</strong>têm as<br />

marcas Clube AM e FM, Clube 1,<br />

106 Sertaneja e Melody, abrangendo<br />

547 municípios da região<br />

e totalizando 350 mil downloads<br />

<strong>de</strong> aplicativos.<br />

Trilhando o caminho contrário<br />

ao da maioria das concorrentes,<br />

a Kaboing, <strong>de</strong> São José<br />

do Rio Preto, reconhecida pelo<br />

seu trabalho na internet <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início dos anos 2000, migrou<br />

há cinco para a FM e tem crescido<br />

em audiência e parcerias.<br />

“A gente vê que as emissoras<br />

têm mesmice <strong>de</strong> conteúdo e vimos<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover<br />

algo alternativo”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Edson<br />

Bergamo, proprietário da<br />

emissora, que, além <strong>de</strong> música<br />

pop e rock, também tem espaço<br />

para programas <strong>de</strong> atualida<strong>de</strong>s<br />

e jornalismo.<br />

A Kaboing chega em 120 cida<strong>de</strong>s<br />

e tem público <strong>de</strong> quase<br />

dois milhões <strong>de</strong> pessoas. Na internet,<br />

o site da rádio tem cerca<br />

<strong>de</strong> 200 mil visitas mensais. Os<br />

números do aplicativo também<br />

impressionam, são 155 mil<br />

downloads. O público da rádio<br />

tem mais <strong>de</strong> 25 anos e vem <strong>de</strong><br />

diferentes classes sociais.<br />

ANuNCIANTES<br />

O mo<strong>de</strong>lo das rádios all news<br />

acabou impulsionando o mercado<br />

interiorano. “A régua subiu<br />

com a chegada das re<strong>de</strong>s<br />

e isso é bom, pois gera mais<br />

qualida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>”,<br />

aponta Cristiano Flores, da<br />

Abert.<br />

A Kaboing, por exemplo,<br />

<strong>de</strong>senvolveu uma plataforma<br />

chamada “Meu Spot”. Por SMS,<br />

os anunciantes recebem relatórios<br />

diários completos avisando<br />

datas, horários e em quais<br />

meios serão veiculados seus<br />

anúncios. A iniciativa já atraiu<br />

marcas como Coca-Cola, Kopenhagen<br />

e Cacau Show. “Sentimos<br />

que a necessida<strong>de</strong> do<br />

anunciante era transparência e<br />

trouxemos esse dinamismo das<br />

informações em tempo real”,<br />

sustenta Bergamo.<br />

Além disso, a rádio também<br />

oferece um clube <strong>de</strong> vantagens<br />

com ações promocionais exclusivas<br />

para ouvintes e a divulgação<br />

dos anunciantes via tecnologia<br />

RDS. “Enten<strong>de</strong>mos que as<br />

pessoas quando estão no carro<br />

olham para o visor do rádio<br />

para saber o nome da música e<br />

o meio rotaciona o anunciante<br />

ali, também levamos essa tecnologia<br />

para nosso aplicativo”,<br />

vaticina.<br />

Única emissora multiplataforma<br />

fora do sistema Globo<br />

“a régua subiu<br />

com a chegada<br />

das re<strong>de</strong>s e isso<br />

é bom, pois gera<br />

mais qualida<strong>de</strong> e<br />

competitivida<strong>de</strong>”<br />

<strong>de</strong> rádios - presente na NET Rio<br />

Preto, app, rádio, site e You-<br />

Tube -, a Kaboing pensa em<br />

expansão. “Queremos ser uma<br />

re<strong>de</strong>, porém, aten<strong>de</strong>ndo aos requisitos<br />

locais. Ter drops <strong>de</strong> notícias<br />

que sirvam a cada região,<br />

personalizar a programação”,<br />

aponta Bergamo.<br />

Já as rádios do sistema Clube<br />

investem em pesquisas <strong>de</strong> hábito<br />

do consumidor para munir<br />

os anunciantes <strong>de</strong> informação.<br />

“Se o cliente não tem resultado,<br />

matamos nosso negócio;<br />

Ribeirão é um mercado competitivo”,<br />

reflete Rafael Pizani,<br />

que <strong>de</strong>staca ainda algumas das<br />

principais parcerias do grupo,<br />

como Claro, Vivo, McDonald’s<br />

e a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercados regional<br />

Savegnago.<br />

A realida<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s menores,<br />

entretanto, é distinta.<br />

Ainda amadoras, as negociações<br />

comerciais se dão entre o<br />

proprietário e os comerciantes<br />

locais. Longe <strong>de</strong> recursos como<br />

pesquisas e mídia kits, os veículos<br />

se mantêm limitados.<br />

“Nós tentamos padronizar a<br />

mídia, mas não existe um <strong>de</strong>nominador<br />

comum neste processo.<br />

Estamos trabalhando na<br />

formação <strong>de</strong> uma nova consciência”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Paulo Machado,<br />

da Aesp.<br />

“A rádio local da capital já<br />

é <strong>de</strong>senvolvida e profissional.<br />

Os gran<strong>de</strong>s polos do interior<br />

bebem <strong>de</strong>ssa mesma água,<br />

pois não têm como ser amador<br />

com uma população <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> 300 mil habitantes”, finaliza<br />

Cristiano Flores, diretor-<br />

-geral da Abert.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 51


especial interior sp<br />

relação próxima com a comunida<strong>de</strong><br />

gera relevância para canais <strong>de</strong> tV<br />

Jornalismo baseado na prestação <strong>de</strong> serviços, além <strong>de</strong> projetos sociais<br />

voltados para a população, engaja audiência <strong>de</strong> emissoras regionais<br />

Danúbia Paraizo<br />

Aproximida<strong>de</strong> com a audiência é uma<br />

das principais apostas dos canais <strong>de</strong><br />

TV que atuam no interior <strong>de</strong> São Paulo para<br />

garantir a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do seu público. Em<br />

um cenário em que notícias nacionais têm<br />

um peso igual ou até mesmo inferior ao do<br />

contexto regional, as emissoras buscam<br />

programação própria que reflita as necessida<strong>de</strong>s<br />

e interesses da população.<br />

A prestação <strong>de</strong> serviços nesse sentido se<br />

torna um pilar fundamental, trazendo notícias<br />

que impactam diretamente o cotidiano<br />

das pessoas, com informações <strong>de</strong> clima e<br />

trânsito, e programação <strong>de</strong> eventos, entre<br />

outros assuntos da comunida<strong>de</strong>.<br />

Há pouco mais <strong>de</strong> cinco meses, a Record<br />

TV ampliou sua atuação regional, criando<br />

novas atrações para aten<strong>de</strong>r às 38 cida<strong>de</strong>s<br />

no Litoral do estado <strong>de</strong> São Paulo e Vale do<br />

Paraíba. No jornalístico Direto da Redação,<br />

por exemplo, que vai ao ar das 6h30 às 7h,<br />

a população passou a receber noticiário<br />

local, antes <strong>de</strong> o jornalismo da re<strong>de</strong> entrar<br />

no ar. Segundo João Batista Rodrigues,<br />

diretor-executivo da Record TV Litoral e<br />

Record TV Vale, que exibem as atrações, é<br />

uma preocupação cada vez mais evi<strong>de</strong>nte<br />

das emissoras com a regionalização <strong>de</strong> seu<br />

conteúdo. Não à toa, seus canais somam<br />

mais <strong>de</strong> 540 horas <strong>de</strong> conteúdo regional<br />

por mês e a tendência é aumentar essa<br />

quantida<strong>de</strong>.<br />

“As pessoas querem se ver ali. Os assuntos<br />

regionais que fazem parte da realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>las são muito importantes. Tanto que<br />

o nosso programa <strong>de</strong> maior audiência na<br />

gra<strong>de</strong> - o Balanço Geral - tanto para o Vale<br />

quanto para o Litoral - é local”, <strong>de</strong>staca o<br />

executivo.<br />

A aproximação com o público por meio<br />

<strong>de</strong> programação regional também faz parte<br />

da estratégia do SBT. A emissora <strong>de</strong>stina<br />

cerca <strong>de</strong> 30% da gra<strong>de</strong> para trazer i<strong>de</strong>ntificação<br />

e aproximação com seu público local.<br />

De acordo com Marcelo Parada, diretor-comercial<br />

e <strong>de</strong> marketing da emissora, cada<br />

afiliada tem liberda<strong>de</strong> para compor sua<br />

agenda <strong>de</strong> maneira a contemplar e respeitar<br />

especificida<strong>de</strong>s locais. O SBT mantém<br />

atualmente seis emissoras no estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo: SBT Central, SBT Interior, SBT RP,<br />

TV Sorocaba e VTV, além da operação na<br />

capital paulista. “Cada emissora faz o planejamento<br />

<strong>de</strong> programação consi<strong>de</strong>rando o<br />

perfil <strong>de</strong> sua audiência. Além da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

que estabelece com o espectador <strong>de</strong> cada<br />

O apresentador William Leite participa do projeto Record TV na Cida<strong>de</strong>, que aproxima a audiência da emissora<br />

Divulgação/Globo/ Ramon Vasconcelos<br />

Duarte: “Os eventos ganham papel importantíssimo”<br />

Divulgação<br />

região, notamos uma tendência <strong>de</strong> marcas<br />

importantes que querem fazer uma comunicação<br />

específica”, explica.<br />

A TV Globo, que concentra maior número<br />

<strong>de</strong> afiliadas em todo o Brasil, segue<br />

postura semelhante à <strong>de</strong> seus concorrentes,<br />

apesar <strong>de</strong> sua programação regional ter<br />

menor tamanho. Cerca <strong>de</strong> 10% da programação<br />

<strong>de</strong> suas afiliadas é <strong>de</strong>stinada para<br />

conteúdos locais. No interior <strong>de</strong> São Paulo e<br />

Litoral atuam seis grupos que contemplam<br />

12 emissoras. Segundo Marcelo Duarte, diretor-geral<br />

<strong>de</strong> negócios da Globo, a vocação<br />

<strong>de</strong> contar histórias se mantém na atuação<br />

regional, baseando o trabalho no jornalismo<br />

e prestação <strong>de</strong> serviços, além do apoio<br />

aos eventos mais relevantes para cada comunida<strong>de</strong>.<br />

“Nossas emissoras são pontos<br />

<strong>de</strong> conexão com a socieda<strong>de</strong> na tela e fora<br />

<strong>de</strong>la, e os eventos ganham um papel importantíssimo<br />

nesse sentido”, <strong>de</strong>staca.<br />

cidadania na prática<br />

Com média <strong>de</strong> 12 pontos, o Balanço Geral<br />

para o Vale do Paraíba e sua versão para o Litoral<br />

têm tamanha popularida<strong>de</strong>, sobretudo,<br />

<strong>de</strong>vido aos seus apresentadores, o que<br />

motivou a Record TV a criar novos projetos<br />

52 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

Divulgação<br />

“As pessoAs querem se<br />

ver Ali. os Assuntos<br />

regionAis, que fAzem<br />

pArte dA reAlidA<strong>de</strong> <strong>de</strong>lAs,<br />

são muito importAntes”<br />

Parada: “30% da gra<strong>de</strong> do SBT é voltada para o regional”<br />

trazendo o público para ainda mais perto.<br />

Des<strong>de</strong> 2018, o canal promove o Record TV<br />

na Cida<strong>de</strong>, que visita uma vez por mês um<br />

dos 38 municípios cobertos pela emissora,<br />

trazendo ativida<strong>de</strong>s sociais, informação e<br />

entretenimento. Os eventos são li<strong>de</strong>rados<br />

pelos apresentadores William Leite e Alexandre<br />

Furtado, do Balanço Geral local.<br />

“Mobilizamos toda uma estrutura e levamos<br />

artistas e bandas locais. Há um trabalho<br />

forte para a comunida<strong>de</strong>, com a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tirar documentação, aferição <strong>de</strong><br />

pressão etc. Fazemos o evento sempre aos<br />

sábados, com cobertura ao vivo e flashes<br />

na programação. O projeto tem dado uma<br />

repercussão positiva <strong>de</strong> audiência e anunciantes”,<br />

explica Rodrigues.<br />

Os eventos <strong>de</strong> cunho social voltados para<br />

a comunida<strong>de</strong> são <strong>de</strong>senvolvidos também<br />

pela EPTV <strong>de</strong> Campinas, afiliada da TV Globo<br />

na região. Um dos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />

é o EPTV na Escola, que propõe um <strong>de</strong>safio<br />

para os alunos do último ano do ensino<br />

fundamental <strong>de</strong> todas as escolas da região:<br />

um concurso <strong>de</strong> redações. “Estimular a<br />

imaginação é <strong>de</strong>safiador e, a cada ano, temas<br />

ligados a vivência social ou escolar são<br />

passados para os alunos, que <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver<br />

soluções e novas i<strong>de</strong>ias. É um projeto<br />

que valoriza a educação, estimulando o<br />

pensamento e a criativida<strong>de</strong>”, ressalta Duarte,<br />

da Globo.<br />

Outro projeto relevante na região é feito<br />

pela TV Vanguarda. A Corrida Pe<strong>de</strong>stre, em<br />

parceria com o 5º Batalhão <strong>de</strong> Polícia Militar<br />

<strong>de</strong> Taubaté, conta com seis mil participantes.<br />

A atração tem apoio da emissora há<br />

10 anos, que cuida da realização e da cobertura<br />

jornalística. Segundo Silvana Gomes,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing do canal, o projeto é<br />

uma das ban<strong>de</strong>iras em prol do esporte. “É<br />

uma das formas <strong>de</strong> promover a valorização<br />

da saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> aproximar a comunida<strong>de</strong><br />

da PM e da Vanguarda. Fortalece também a<br />

nossa marca, além <strong>de</strong> gerar produto para o<br />

mercado publicitário e pauta para os telejornais<br />

da emissora”.<br />

Visão nacional, negócios locais<br />

As cida<strong>de</strong>s que compõem o interior <strong>de</strong><br />

São Paulo, Vale do Paraíba e Litoral <strong>de</strong>têm<br />

<strong>de</strong>senvolvimento econômico relevante. A<br />

região movimenta PIB <strong>de</strong> R$ <strong>11</strong>3 bilhões por<br />

ano, segundo o Atlas do Consumo <strong>de</strong> 2018.<br />

Com forte presença da indústria e agronegócios,<br />

a área contempla audiência qualificada<br />

e com bom potencial <strong>de</strong> consumo, o<br />

que atrai interesse tanto <strong>de</strong> anunciantes nacionais<br />

quanto locais. Segundo Duarte, da<br />

TV Globo, os projetos comerciais contemplam<br />

pesquisa e conhecimento para formatos<br />

mais assertivos. “Por promoverem<br />

o respeito e a valorização da comunida<strong>de</strong> e<br />

cultura locais, os conteúdos e projetos comerciais<br />

da Globo no interior e litoral são<br />

vistos como importantes pontes para esse<br />

relacionamento”.<br />

Na Record TV, os projetos <strong>de</strong> merchadising<br />

abriram novo espaço para marcas se<br />

inserirem ainda mais em atrações jornalísticas.<br />

Esse é o caso do Balanço Geral, à tar<strong>de</strong>,<br />

e do Direto da Redação, <strong>de</strong> manhã. Entre os<br />

Rodrigues: “Conteúdo regional gera i<strong>de</strong>ntificação”<br />

segmentos mais aquecidos, <strong>de</strong>staque para<br />

o mercado imobiliário, consórcio <strong>de</strong> automóveis,<br />

supermercados e clínicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

“Buscamos melhorar a qualida<strong>de</strong> do conteúdo<br />

local, e ao mesmo tempo temos respeito<br />

pelos anunciantes e sentimos que esse<br />

sentimento é recíproco”, diz Rodrigues.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 53


espeCial interior sp<br />

Canais religiosos apostam em uma<br />

programação mais diversificada<br />

Emissoras ampliam atrações para formatos mais tradicionais da televisão<br />

aberta com o objetivo <strong>de</strong> expandir a audiência em âmbito nacional<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

presença <strong>de</strong> programas religiosos<br />

na mídia brasileira<br />

A<br />

é crescente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 1980.<br />

Uma pesquisa divulgada pela<br />

Ancine (Agência Nacional <strong>de</strong><br />

Cinema), em 2017, já <strong>de</strong>monstrava<br />

que a programação <strong>de</strong><br />

cunho religioso ocupava cerca<br />

<strong>de</strong> 21% da gra<strong>de</strong> da televisão<br />

aberta no Brasil. Geralmente<br />

baseadas em cida<strong>de</strong>s do interior<br />

do país, as emissoras católicas<br />

agora buscam diversificar<br />

suas programações e expandir<br />

seu público.<br />

Criada em 2005 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Aparecida, no interior <strong>de</strong> São<br />

Paulo, a TV Aparecida sempre<br />

enalteceu a fé em seus conteúdos<br />

oferecendo uma programação<br />

diversificada. Com o passar<br />

dos anos, observamos que as<br />

atrações religiosas agora abrem<br />

caminho para programas <strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong>s, humorísticos, jornalísticos,<br />

esportivos, mas<br />

sempre <strong>de</strong> olho nos anseios do<br />

telespectador.<br />

“Procuramos acolher o público<br />

e enxergar as pessoas <strong>de</strong><br />

forma ampla e completa. Por<br />

isso, além dos programas <strong>de</strong><br />

caráter espiritual, temos programas<br />

que falam sobre saú<strong>de</strong>,<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo, relacionamentos<br />

e dicas <strong>de</strong> finanças, ou<br />

seja, um entretenimento saudável<br />

para a família. As pessoas<br />

se sentem acolhidas na TV Aparecida,<br />

como se sentem na casa<br />

<strong>de</strong> suas mães e uma mãe sempre<br />

busca o melhor para o seu<br />

filho. Esse é nosso diferencial”,<br />

revela o padre William Betonio,<br />

diretor <strong>de</strong> programação da TV<br />

Aparecida.<br />

Com uma gran<strong>de</strong> audiência<br />

no Vale do Paraíba, também<br />

no interior <strong>de</strong> São Paulo, a TV<br />

Canção Nova, assim como outras<br />

emissoras, conquista não<br />

só o público da região on<strong>de</strong><br />

está localizada, mas também os<br />

telespectadores em todo o território<br />

nacional, pois o seu sinal<br />

é transmitido por parabólicas<br />

Padre William Betonio, diretor-responsável pela programação da TV Aparecida: “As pessoas se sentem acolhidas”<br />

“procuramos<br />

acolher<br />

o público e<br />

enxergar<br />

as pessoas <strong>de</strong><br />

forma ampla<br />

e completa”<br />

pectadores, que se i<strong>de</strong>ntificam<br />

e a<strong>de</strong>rem à missão <strong>de</strong> evangelizar<br />

e, <strong>de</strong> forma espontânea,<br />

colaboram financeiramente.<br />

Os anúncios, quando divulgados,<br />

são institucionais e, na sua<br />

maior parte, nacionais”, diz.<br />

A TV Aparecida, que igualmente<br />

conta com a colabora-<br />

Divulgação<br />

e diversas operadoras <strong>de</strong> TV por<br />

assinatura. A emissora também<br />

enfrenta o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> produzir<br />

todo o seu conteúdo que abrange<br />

várias faixas etárias.<br />

“Uma característica marcante<br />

da TV Canção Nova é que<br />

a sua programação, praticamente,<br />

é toda produzida pela<br />

própria emissora. Esse é o seu<br />

maior <strong>de</strong>safio. As parcerias com<br />

outras produtoras católicas,<br />

como, por exemplo, Christian<br />

Media Center, Franciscanos,<br />

Terra Santa e Renovação Carismática<br />

Católica são fundamentais”,<br />

comenta Osvaldo Luís Silva,<br />

gerente <strong>de</strong> conteúdo da TV<br />

Canção Nova.<br />

Ainda segundo Silva, o canal<br />

não comercializa espaços<br />

publicitários em sua gra<strong>de</strong>. “O<br />

principal meio <strong>de</strong> sustentação<br />

da TV Canção Nova são os telesção<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>votos, também recebe<br />

apoios culturais <strong>de</strong> empresas<br />

que acreditam em seus valores.<br />

Em sua maioria, são empresas<br />

nacionais que apostam em sua<br />

programação através <strong>de</strong> comerciais<br />

e merchandising em projetos<br />

especiais.<br />

“O feedback que recebemos<br />

dos nossos apoiadores culturais<br />

é <strong>de</strong> que esse mo<strong>de</strong>lo tem boa<br />

acolhida em relação aos telespectadores.<br />

Porém, temos um<br />

trabalho árduo no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> projetos especiais,<br />

exibidos por temporadas, como<br />

no caso do nosso reality musical,<br />

Revelações Sertanejo. As<br />

empresas parceiras entraram<br />

junto conosco, no ano passado,<br />

acreditando no projeto do início<br />

ao fim e ficaram muito felizes<br />

com os resultados”, finaliza<br />

Betonio.<br />

54 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


especial interior sp<br />

Jornais precisam continuamente<br />

provar seu valor aos anunciantes<br />

Os veículos impressos regionais travam lutas constantes por verbas<br />

nacionais; Campinas e Baixada Santista são centros <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque<br />

Claudia Penteado<br />

Apesar <strong>de</strong> seu gran<strong>de</strong> potencial<br />

<strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> sempre<br />

ocupar a invejável segunda<br />

posição nacional em po<strong>de</strong>r econômico,<br />

o interior <strong>de</strong> São Paulo<br />

precisa continuamente provar<br />

seu valor junto aos maiores<br />

anunciantes do país.<br />

É por uma fatia dos investimentos<br />

nacionais dos maiores<br />

anunciantes que os jornais<br />

impressos do interior brigam<br />

continuamente, às vezes, com<br />

sucesso, claro.<br />

A briga é <strong>de</strong> cachorro gran<strong>de</strong><br />

por um naco das campanhas<br />

nacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s bancos,<br />

montadoras, muitas <strong>de</strong>las sequer<br />

presentes em veículos do<br />

interior. “Programar jornais<br />

do interior é mais trabalhoso,<br />

é preciso fazer um a um, negociar<br />

individualmente. TV<br />

é mais simples, você escolhe<br />

três emissoras e cobre o Brasil.<br />

Campinas <strong>de</strong>veria estar nos top<br />

<strong>de</strong>z <strong>de</strong> mercados dos gran<strong>de</strong>s<br />

anunciantes nacionais”, diz<br />

Marcos Sá, diretor-comercial<br />

da Re<strong>de</strong> Anhanguera, da qual<br />

fazem parte, no caso <strong>de</strong> mídia<br />

impressa, os jornais Correio<br />

Popular, Notícia Já e Gazeta <strong>de</strong><br />

Piracicaba.<br />

Campinas é, historicamente,<br />

mercado-teste no Brasil para<br />

diversos produtos. Lá, a li<strong>de</strong>rança<br />

está com o jornal Correio<br />

Popular, que tem 28 mil assinantes<br />

e uma audiência total <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> pessoas na<br />

região, segundo Marcos Sá.<br />

Sua revista dominical é a<br />

Metrópole, que lançou recentemente<br />

um programa <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

com 200 parceiros, o<br />

Clube Metrópole. Sá fala que o<br />

leitor local é mais fiel e apegado<br />

ao seu jornal, e gosta mais do<br />

impresso do que da internet.<br />

Ainda assim, o digital ganhou<br />

bastante importância, e está<br />

entre os gran<strong>de</strong>s focos do grupo,<br />

além <strong>de</strong> eventos como o Fórum<br />

RAC - que no ano passado<br />

teve <strong>de</strong>z edições sobre diversos<br />

Marcos Sá: “Programar jornais do interior é mais trabalhoso, é preciso fazer um a um”<br />

temas relativos ao crescimento<br />

da economia no interior paulista,<br />

contando com o patrocínio<br />

do Bra<strong>de</strong>sco.<br />

O jornal Notícia Já criou no<br />

ano passado o Garota Já, que<br />

Demetrio Amono Neto: “A cultura bairrista do santista é um fator positivo”<br />

Fotos Divulgação<br />

preten<strong>de</strong> repetir este ano. Outro<br />

evento <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a Corrida<br />

da Lua, evento noturno<br />

realizado em Campinas, entre<br />

outros projetos gastronômicos<br />

e infantis.<br />

“Os leitOres<br />

fazem questãO<br />

dO nOticiáriO<br />

dO dia a dia, dO<br />

bairrO, da rua”<br />

<strong>de</strong>safio<br />

No caso do jornal A Tribuna,<br />

<strong>de</strong> Santos, o último ano foi <strong>de</strong><br />

uma <strong>de</strong>safiadora renovação,<br />

unindo os produtos Expresso<br />

Popular, AT Revista, atribuna.<br />

com.br e Tri FM à TV Tribuna<br />

e todos os <strong>de</strong>mais produtos,<br />

criando o Grupo Tribuna. A sinergia<br />

<strong>de</strong>u, segundo Demetrio<br />

Amono Neto, diretor-comercial<br />

do grupo, mais liberda<strong>de</strong> e o<br />

transformou em solução <strong>de</strong> comunicação.<br />

“Aproveitamos a transformação<br />

para atrair o leitor também<br />

por meio do Clube do Assinante<br />

– um clube <strong>de</strong> vantagens que<br />

extrapola o nosso produto, oferecendo<br />

benefícios, experiências<br />

e <strong>de</strong>scontos exclusivos em<br />

gran<strong>de</strong>s parceiros”, comenta.<br />

Segundo ele, o mercado da<br />

chamada Baixada Santista é<br />

bastante competitivo, e as marcas<br />

se mantêm atentas. Hoje,<br />

A Tribuna tem circulação <strong>de</strong> 13<br />

mil exemplares e aos domingos<br />

19 mil. Possui 12 mil assinantes<br />

entre impresso e digital.<br />

“A cultura bairrista do santista<br />

é um fator positivo para a<br />

nossa atuação. Os leitores fazem<br />

questão do noticiário do<br />

dia a dia, do bairro, da rua etc.”,<br />

diz o executivo.<br />

Para <strong>2019</strong>, os planos são crescer<br />

comercialmente e fortalecer<br />

o digital.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 55


cannes <strong>2019</strong><br />

Young Lions ressalta criativida<strong>de</strong> e<br />

ganha nova nomenclatura no Brasil<br />

Projeto reconhece as transformações do mercado e passa a se chamar<br />

Young Lions Brazil Creativity Program; diversida<strong>de</strong> será ponto importante<br />

Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela agência Y&R reforça que já estão abertas as inscrições para o Young Lions Brazil Creativity Program<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

programa Young Lions<br />

O Brazil, realizado pelo<br />

jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo -<br />

representante oficial do Festival<br />

Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

Cannes Lions -, chega<br />

com uma série <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s<br />

para a competição <strong>de</strong> <strong>2019</strong>.<br />

O projeto que conta com a<br />

organização da Editora Referência,<br />

que edita o PROPMA-<br />

RK, e que tem a coor<strong>de</strong>nação<br />

do publicitário Emmanuel Publio<br />

Dias, já levou mais <strong>de</strong> 400<br />

profissionais brasileiros ao festival.<br />

Realizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992, a<br />

iniciativa agora passa a se chamar<br />

Young Lions Brazil Creativity<br />

Program. A nova nomenclatura<br />

amplia significamente<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação<br />

<strong>de</strong> qualquer profissional que<br />

trabalhe na indústria <strong>de</strong> comunicação.<br />

Sem restrições a cargos<br />

e empresas.<br />

“Os criativos não estão apenas<br />

nos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />

criação das agências <strong>de</strong> propaganda.<br />

Anunciantes, profissionais<br />

<strong>de</strong> mídia, diretores <strong>de</strong><br />

cena, <strong>de</strong>signers, ilustradores<br />

e produtores <strong>de</strong> conteúdos,<br />

entre outros, também são reconhecidos<br />

pela criativida<strong>de</strong><br />

com que solucionam problemas<br />

e entregam resultado.<br />

Com isso, vamos adotar a palavra<br />

criativida<strong>de</strong> no nome do<br />

programa e em todas as categorias”,<br />

diz o publicitário Emmanuel<br />

Publio Dias.<br />

Entre as mudanças, a antiga<br />

categoria <strong>de</strong> Criação, que reunia<br />

as áreas <strong>de</strong> Print, Digital,<br />

Design e Film, agora passa a<br />

se chamar Criativida<strong>de</strong> em Comunicação<br />

e Craft, incluindo<br />

todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Design,<br />

Film, Mobile, Outdoor, Print,<br />

Radio, Digital e Craft.<br />

Completam ainda o programa<br />

as categorias <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

em Mídia; Criativida<strong>de</strong><br />

em Planejamento, Produção<br />

e Gestão <strong>de</strong> Insights; Criativida<strong>de</strong><br />

em Gestão e Administração<br />

<strong>de</strong> Contas Publicitárias<br />

(Atendimento); Criativida<strong>de</strong><br />

em Marketing e Anunciantes;<br />

Criativida<strong>de</strong> em Relações Públicas;<br />

e Criativida<strong>de</strong> em Live<br />

Marketing. O método <strong>de</strong> inscrição<br />

também ganha um processo<br />

mais simples.<br />

“Os candidatos farão a inscrição<br />

em duas etapas. Na primeira,<br />

o interessado se qualifica,<br />

envia os documentos e<br />

escolhe as categorias que <strong>de</strong>seja<br />

participar. Será possível<br />

participar em mais <strong>de</strong> uma<br />

categoria. Na segunda etapa,<br />

ele enviará seu portfólio ou<br />

cases, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da categoria.<br />

Vamos ter um processo<br />

mais simples, seguro e mais<br />

fácil <strong>de</strong> julgar”, diz Publio<br />

Dias.<br />

Ainda segundo o publicitário,<br />

a novida<strong>de</strong> para este ano<br />

é que a seleção dos diversos<br />

shortlists nas diferentes categorias<br />

será feita às cegas, ou<br />

seja, o jurado não terá acesso<br />

ao nome dos candidatos na<br />

primeira fase. A i<strong>de</strong>ia é dar<br />

as mesmas condições para<br />

homens e mulheres. “Especificamente<br />

para a categoria<br />

Criativida<strong>de</strong> em Comunicação<br />

e Craft, o anonimato das inscrições<br />

vai se manter até o final.<br />

O júri presencial não terá<br />

acesso aos nomes dos participantes”,<br />

diz.<br />

A diversida<strong>de</strong> também será<br />

um ponto importante. O programa<br />

quer incentivar a inscrição<br />

<strong>de</strong> mais mulheres. “Estamos<br />

conversando com as<br />

Divulgação<br />

entida<strong>de</strong>s parceiras, escolas e<br />

patrocinadores para que todos<br />

batalhem por uma maior inserção<br />

<strong>de</strong> mulheres. Queremos<br />

promover eventos, mentorias<br />

e workshops para apoiar as<br />

inscrições <strong>de</strong>las. Nosso objetivo<br />

é que a participação <strong>de</strong> homens<br />

e mulheres seja paritária.<br />

Todos os júris presenciais<br />

serão equânimes em gêneros”,<br />

finaliza Publio Dias.<br />

Para dar início à comunicação<br />

do Young Lions Brazil<br />

Creativity Program, a agência<br />

Young & Rubicam, responsável<br />

este ano pelas campanhas,<br />

traz como mote O 31 chega<br />

rápido, fazendo referência à<br />

ida<strong>de</strong> dos competidores, que<br />

<strong>de</strong>vem ter no máximo 30 anos<br />

para participar.<br />

56 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


PRÊMIOS<br />

“Tendência é<br />

trazer realida<strong>de</strong><br />

para propaganda”<br />

Divulgação<br />

O<br />

PROMARK inicia nesta edição uma série<br />

<strong>de</strong> entrevistas com os jurados brasileiros<br />

do D&AD <strong>2019</strong>, que será realizado entre<br />

21 e 23 <strong>de</strong> maio, em Londres. Neste ano, o<br />

Brasil conta com 12 jurados. O diretor <strong>de</strong> cena Felipe<br />

Mansur, sócio da Alice Filmes, com o produtor-<br />

-executivo Wal Tamagno e a produtora Ana Mansur,<br />

estreia esta série. Ele integrará o júri <strong>de</strong> Direction,<br />

presidido por Antoine Bardou-Jacquet, da Partizan<br />

Paris. Leia a seguir principais trechos da entrevista.<br />

Felipe Mansur, da Alice Filmes, jurado <strong>de</strong> Direction: “Festival tem critério refinado”<br />

Marcello Queiroz<br />

especial para o ProPMarK<br />

RIGOR E EXPECTATIVAS<br />

Acho que o D&AD sempre<br />

foi reconhecido como um dos<br />

festivais mais difíceis para ser<br />

premiado. Um critério bem refinado<br />

faz com que seja atraente<br />

e respeitado. Ele traz uma responsabilida<strong>de</strong><br />

gigante para o<br />

jurado. A minha expectativa é<br />

a <strong>de</strong> ver ótimos trabalhos e ter<br />

discussões enriquecedoras. Direção<br />

é uma categoria técnica<br />

e avaliar essa parte técnica me<br />

<strong>de</strong>ixa muito animado.<br />

OS MELHORES DO ANO<br />

Entre os melhores comerciais<br />

do último ano, <strong>de</strong>staco dois no<br />

D&AD: Nothing Beats a Londoner<br />

(W+K, para Nike) e Welcome<br />

Home (da Apple, dirigido<br />

por Spike Jonze). Gosto muito<br />

também do Go with the Flaw,<br />

da Diesel, e do comercial <strong>de</strong> Natal<br />

da John Lewis, com o Elton<br />

John. Ele tem uma linguagem<br />

<strong>de</strong> câmera que cria uma relação<br />

da publicida<strong>de</strong> com o cinema. É<br />

uma força <strong>de</strong> storytelling. Destaco<br />

ainda o Hope, da Cruz Vermelha,<br />

GP <strong>de</strong> Craft em Cannes<br />

no ano passado.<br />

SUPER BOWL<br />

Acho que os filmes, <strong>de</strong> uma<br />

maneira geral, mantiveram uma<br />

boa qualida<strong>de</strong>. Sempre atraem<br />

muita atenção. São produções<br />

trabalhadas muito especificamente<br />

para o evento. Na minha<br />

opinião, os três melhores filmes<br />

são os dois <strong>de</strong> Bud Light, com<br />

referência a Game of Thrones,<br />

e o da Amazon, com o Harrison<br />

Ford. Os da Budweiser se <strong>de</strong>stacam<br />

pelo tamanho da produção<br />

e por terem uma direção <strong>de</strong> atores<br />

muito bem trabalhada para<br />

um lado mais irônico.<br />

MERCADOS MAIS QUENTES<br />

O mercado está muito global<br />

e fica complicado apontar um<br />

<strong>de</strong>terminado país que esteja em<br />

<strong>de</strong>staque <strong>de</strong> inovação em direção.<br />

Há importantes novos diretores<br />

do Canadá ou do Egito, por<br />

exemplo, mas eles acabam sendo<br />

representados pelas produtoras<br />

do eixo americano-europeu.<br />

O Brasil também passou a ter<br />

uma maior representativida<strong>de</strong><br />

neste contexto, estamos em ascensão,<br />

principalmente <strong>de</strong>pois<br />

do GP em Cannes em 2015, com<br />

o filme da Leica, da dupla <strong>de</strong> diretores<br />

Jones + Tino, que também<br />

ganhou Grafite no D&AD.<br />

TENDÊNCIAS<br />

Sob um ponto <strong>de</strong> vista conceitual,<br />

pensando em execução,<br />

a principal tendência é<br />

tentar trazer a realida<strong>de</strong> cada<br />

vez mais para a propaganda. As<br />

pessoas querem comprar algo<br />

que é crível, que é verda<strong>de</strong>iro.<br />

Os principais diretores têm essa<br />

preocupação <strong>de</strong> trazer a realida<strong>de</strong><br />

para <strong>de</strong>ntro do filme. Em<br />

processo <strong>de</strong> trabalho, a tendência<br />

é buscar cada vez mais um<br />

espírito coletivo, com agências<br />

e produtoras unindo profissionais<br />

que agregam novas i<strong>de</strong>ias.<br />

“AlgumAs i<strong>de</strong>iAs<br />

nAscem <strong>de</strong> umA<br />

concepção<br />

que exige umA<br />

produção mAis<br />

cArA. não dá pArA<br />

generAlizAr que<br />

o tAlento resolve<br />

tudo, mAs às vezes<br />

ele resolve”<br />

DESAFIOS<br />

Eu acho que o <strong>de</strong>safio é clássico,<br />

sempre acaba sendo conciliar<br />

a verba com a expectativa<br />

da agência e do cliente e, no final,<br />

entregar um trabalho que<br />

imprima um valor <strong>de</strong> produção<br />

para as marcas. Apresentar soluções<br />

é uma tarefa que varia<br />

muito <strong>de</strong> projeto para projeto,<br />

não vejo como generalizar. Temos<br />

uma política na Alice que<br />

é a <strong>de</strong> não olhar para os problemas<br />

e sim para as soluções.<br />

Nosso discurso não envolve<br />

uma dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mesa<br />

<strong>de</strong> compra, por exemplo. A<br />

gente se posiciona com a maneira<br />

que nós acreditamos que<br />

um filme <strong>de</strong>ve ser feito, numa<br />

linha criativa e em um processo<br />

<strong>de</strong> execução pensados antes da<br />

aprovação do orçamento. Tentamos<br />

alinhar as i<strong>de</strong>ias antes<br />

para termos menos problemas<br />

na hora <strong>de</strong> executar. E sempre<br />

cobrando o que a gente acha<br />

que é justo.<br />

TALENTO X BUDGET<br />

Eu gosto <strong>de</strong> pensar que o talento<br />

é sempre o principal. Não<br />

dá para dizer que o talento sempre<br />

consegue se sobrepor. Depen<strong>de</strong><br />

muito do projeto. Acho<br />

que a gente tem <strong>de</strong> pensar também<br />

que o diretor dificilmente<br />

consegue fazer tudo sozinho.<br />

Ele <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma equipe e<br />

o valor <strong>de</strong> uma equipe tem um<br />

gran<strong>de</strong> impacto no custo do<br />

projeto. Um bom figurino só é<br />

possível com uma boa figurinista<br />

e isso é um exemplo que vale<br />

para todas as partes técnicas.<br />

Uma boa equipe acaba agregando<br />

muito ao projeto. O talento<br />

é achar uma linguagem que se<br />

encaixa no budget do cliente.<br />

Algumas i<strong>de</strong>ias nascem <strong>de</strong> uma<br />

concepção que exige uma produção<br />

mais cara. Não dá para<br />

generalizar que o talento resolve<br />

tudo, mas às vezes ele resolve.<br />

PERFIL<br />

Eu me consi<strong>de</strong>ro uma pessoa<br />

apaixonada por imagens. Tenho<br />

essa paixão pelo trabalho visual<br />

que ajuda a ter uma história<br />

bem contada. Unir uma boa história<br />

com um visual <strong>de</strong> impacto<br />

é o que guia o meu trabalho. Eu<br />

busco muito essa estética aliada<br />

à narrativa para conseguir criar<br />

resultados inspiradores. Sempre<br />

partindo <strong>de</strong> um padrão mais<br />

cinematográfico.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 57


última página<br />

Marcello Serpa<br />

a vida po<strong>de</strong> ser<br />

menos ordinária<br />

Claudia Penteado<br />

Vivemos tempos em que é difícil pra burro<br />

<strong>de</strong>terminar o que é real. Outra noite<br />

fui a um show num pequeno espaço na zona<br />

sul do Rio. Era um show relativamente<br />

pequeno, e havia a promessa <strong>de</strong> participação<br />

<strong>de</strong> uma celebrida<strong>de</strong> da MPB, e para isso<br />

a gran<strong>de</strong> maioria das pessoas estava lá, <strong>de</strong><br />

fato. Tudo transcorreu com relativa tranquilida<strong>de</strong>,<br />

até o “momento celebrida<strong>de</strong>”.<br />

No instante em que ela pisou no palco, uma<br />

muralha <strong>de</strong> celulares se ergueu até o último<br />

segundo em que esteve ali. Fui até o bar,<br />

pedi um drink e fiquei ouvindo a música,<br />

observando a barreira <strong>de</strong> celulares iluminados<br />

acima das cabecinhas dançantes. Vi<br />

um pedaço do show, <strong>de</strong>pois, pelo celular <strong>de</strong><br />

uma amiga que, como boa parte da plateia,<br />

filmou cada minuto - talvez<br />

sem conseguir, ela própria,<br />

enxergar o evento com os próprios<br />

olhos, no tempo real.<br />

Talvez muitos nem tenham<br />

assistido àquilo que <strong>de</strong> fato<br />

não viveram. Há uma gran<strong>de</strong><br />

confusão entre o que se vive<br />

e o que se acredita viver, no<br />

balanço permanente da vida<br />

registrada em telas. Lembro-<br />

-me do tempo em que viajava<br />

sem celular. Confesso que coleciono mais<br />

lembranças das viagens que fiz na era pré-<br />

-digital, cujo olhar não era <strong>de</strong> quem busca<br />

o melhor ângulo para fotografar, mas <strong>de</strong><br />

quem fareja cores e sabores, <strong>de</strong> mãos dadas<br />

com Mnemosine, a <strong>de</strong>usa da memória.<br />

Hoje, o pit-stop em um lugar basta. Se o<br />

momento é eternizado na tela, ninguém saberá<br />

que durou apenas dois minutos. Comidas<br />

se saem melhorem imagens do que no<br />

palato. Roupas vestem bem no Instagram<br />

e não no corpo. Olhares, cabelos e sorrisos<br />

são ajustados com filtros e assim vamos<br />

rejeitando quem somos, dia após dia. Nos<br />

auto<strong>de</strong>letamos continuamente - porque a<br />

realida<strong>de</strong> que não nos agrada se tornou fácil<br />

<strong>de</strong> burlar.<br />

“Nos<br />

traNsformamos<br />

Nos aNdroi<strong>de</strong>s<br />

com os quais<br />

faNtasiamos<br />

embalados por<br />

ridley scott”<br />

O valor <strong>de</strong> tudo isso? O mesmo <strong>de</strong> um<br />

Stories, que dura algumas horas e se esvai.<br />

E assim nos transformamos nos androi<strong>de</strong>s<br />

com os quais fantasiamos embalados<br />

por Ridley Scott. Damos vida ao<br />

conto <strong>de</strong> Ian McEwan, Düssel..., em que<br />

o amante não tem certeza se a mulher<br />

que ama é <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> perguntar.<br />

A resposta é certeira: sim, ela é uma<br />

linda androi<strong>de</strong>, tão perfeita que chega a<br />

doer. O mundo <strong>de</strong>scrito por Ian é repleto<br />

<strong>de</strong>les, que conquistaram direitos, po<strong>de</strong>m<br />

ter filhos e para os quais perguntar se são<br />

“<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>” já se tornou constrangedor<br />

e até ofensivo. No mundo ficcional <strong>de</strong><br />

McEwan, androi<strong>de</strong>s performam, claro,<br />

infinitamente melhor do que nós, humanos<br />

<strong>de</strong>feituosos. Robôs assustam e atraem<br />

precisamente porque representam<br />

nosso i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> perfeição, <strong>de</strong><br />

infalibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> inteligência<br />

superior, aquela que tudo<br />

sabe, que tudo calcula, que<br />

tudo resolve.<br />

Conectados 100% do tempo,<br />

nos contentamos com a “perfeição”<br />

nas telas vivendo vidas<br />

(físicas) mornas e relações<br />

superficiais (com os outros e<br />

com nós mesmos). Essa <strong>de</strong>sumanização<br />

superplugada começa a incomodar como<br />

um elefante na sala. Um estudo conduzido<br />

pelas Universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Stanford e Nova<br />

York avaliou os efeitos da <strong>de</strong>sconexão<br />

do Facebook nas pessoas. Entre as consequências:<br />

mais tempo passado com amigos<br />

e parentes, menos informação política,<br />

melhora <strong>de</strong> humor, mais satisfação na<br />

vida e tempo para o lazer. Tentador. Não<br />

por acaso, usei para ilustrar este artigo<br />

uma obra do artista plástico Marcello Serpa,<br />

que me tocou <strong>de</strong> cara porque traduz <strong>de</strong><br />

um jeito inesperado a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra<br />

conexão na vida: com nós mesmos. A<br />

imagem do cabo ligado ao “terceiro olho”,<br />

que representa a intuição e a percepção sutil,<br />

dá a medida exata <strong>de</strong> uma conexão que,<br />

esta sim, vale a pena.<br />

58 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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