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uzzFeeD DeStAcA<br />
conteúDo eFetivo<br />
Luciana Rodrigues, general<br />
manager, fala sobre projetos<br />
com agências, crise editorial<br />
e importância do Brasil na<br />
operação do site. pág. 41<br />
Ambev pAtrocinA<br />
cArnAvAl em São pAulo<br />
Skol será a marca da folia<br />
paulistana. Ambev estará<br />
presente ainda em BH,<br />
Salvador, Recife, Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro e Floripa. pág. 36<br />
DAnielA FAlcão AnAliSA<br />
o mercADo eDitoriAl<br />
CEO da Globo Condé Nast<br />
conta sobre a consolidação<br />
<strong>de</strong> eventos como o Baile da<br />
Vogue e o crescimento do<br />
bran<strong>de</strong>d content. pág. 20<br />
propmark.com.br<br />
Ano 54 - Nº 2732 - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> r$ 15,00<br />
sakepaint/iStock<br />
mercado do<br />
interior paulista<br />
mostra força<br />
o interior <strong>de</strong> São paulo concentra uma das regiões com<br />
maior investimento publicitário do país. em 2018, foram<br />
mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> inserções nas praças monitoradas<br />
pelo Kantar ibope media. porém, agências e veículos locais<br />
têm como maior <strong>de</strong>safio atrair gran<strong>de</strong>s anunciantes.<br />
confira especial nesta edição. pág. 44<br />
SAntAnDer ApreSentA<br />
novo conceito De mArcA<br />
Após três anos, banco<br />
lança posicionamento<br />
institucional. Estratégia<br />
é li<strong>de</strong>rada pelo diretor <strong>de</strong><br />
marketing Igor Puga. pág. 37<br />
Young lionS muDA<br />
nomenclAturA no pAíS<br />
Projeto amplia atuação,<br />
ressalta a criativida<strong>de</strong> e<br />
passa a se chamar Young<br />
Lions Brazil Creativity<br />
Program. pág. 56<br />
recorD ApoStA em xuxA<br />
pArA reAlitY Show<br />
Competição musical<br />
produzida pela En<strong>de</strong>mol<br />
marca início da temporada<br />
<strong>2019</strong> dos realities shows<br />
da emissora. pág. 42
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Uma fonte inesgotável <strong>de</strong> paixão são os esportes, com <strong>de</strong>staque para<br />
o futuro aqui no Brasil, sempre gerando a ilusão da vitória mesmo que<br />
após frequentes <strong>de</strong>rrotas. O amor <strong>de</strong> uma torcida por um time <strong>de</strong> futebol<br />
é algo que não encontra sustentação lógica, a não ser com a neataques<br />
e discordâncias<br />
campanha e os resultados finais das últimas eleições gerais no país<br />
A dividiram-nos quase ao meio. Se isso foi bom ou ruim, só o tempo<br />
dirá, com o possível esfriamento dos ânimos, tanto dos que per<strong>de</strong>ram,<br />
quanto dos que ganharam.<br />
Estes últimos, logo, logo se darão conta <strong>de</strong> que novos problemas surgirão<br />
no país, além dos já existentes encontrados por quem acabou <strong>de</strong><br />
tomar posse.<br />
cessida<strong>de</strong> que todos temos, gregos e troianos, do preenchimento do<br />
chamado vazio existencial.<br />
A política também funciona bem nesse campo. Nem sempre escolhemos<br />
nossos preferidos pelas suas obras já realizadas. Muitas vezes –<br />
quase sempre – funciona nesse particular uma empatia, difícil <strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>finida em termos claros, mas que possui uma força capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar<br />
em cada um sentimentos e daí atitu<strong>de</strong>s inexplicáveis à luz da razão.<br />
Os eleitores que julgam ter perdido as eleições, colocando-se no lugar<br />
dos seus candidatos <strong>de</strong>rrotados, po<strong>de</strong>rão ter mais motivos para queixas<br />
em um futuro breve, além do <strong>de</strong>sagrado pelo fato dos seus candidatos<br />
não terem vencido a batalha das urnas.<br />
Assim é, assim sempre foi e assim será. Porque nem vencedores, nem<br />
per<strong>de</strong>dores serão capazes <strong>de</strong> agradar a todos os que votaram nas recentes<br />
eleições. Os primeiros não conseguirão cumprir com tudo o que<br />
prometeram em campanha e os per<strong>de</strong>dores não serão opositores suficientes<br />
capazes <strong>de</strong> pressionar aqueles por melhores resultados, uma<br />
vez que quando no po<strong>de</strong>r também não cumpriram totalmente com o<br />
que haviam prometido antes <strong>de</strong> terem sido eleitos.<br />
Esse quadro <strong>de</strong> culpas e <strong>de</strong> impossibilida<strong>de</strong>s, que se repete <strong>de</strong> dois em<br />
dois anos em nosso país, causa um elevado grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo nos eleitores,<br />
ao se darem conta <strong>de</strong> que a totalida<strong>de</strong> das suas expectativas não<br />
será suficientemente atendida pelos que venceram as eleições.<br />
Tem sido assim <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre, porque o embate das campanhas exige<br />
exageros <strong>de</strong> parte a parte, muitos dos quais jamais po<strong>de</strong>rão ser atendidos.<br />
Ainda que assim seja, fica em boa parte do eleitorado uma esperança<br />
<strong>de</strong> que os seus preferidos, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>rão<br />
cumprir com as suas promessas, ainda que muitas <strong>de</strong>las totalmente<br />
impossíveis.<br />
Há nesse aspecto <strong>de</strong> crença e palavras empenhadas, um componente<br />
carismático que <strong>de</strong> certa forma se assemelha ao nosso relacionamento<br />
com as divinda<strong>de</strong>s.<br />
Nesse campo místico, quem faz promessas e não recebe os benefícios<br />
solicitados, prossegue acreditando que houve razões dos entes superiores<br />
para isso. E não se peja em a eles novamente recorrer quando<br />
julgar ser preciso, ainda que o ciclo do não atendimento se repita.<br />
O fenômeno – se assim po<strong>de</strong>mos chamar – resi<strong>de</strong> na insolúvel solidão<br />
humana diante do seu <strong>de</strong>stino, que aponta o mesmo fim para todos,<br />
aqui se enquadrando a humanida<strong>de</strong> em geral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os seus primórdios.<br />
Mesmo assim, houve e tem havido uma contínua conquista pela humanida<strong>de</strong>,<br />
que se traduz no prolongamento constante do tempo <strong>de</strong> vida<br />
<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós, aqui ressalvadas as exceções <strong>de</strong> praxe.<br />
Nesse conflito permanente, gerado pela questão ainda insolúvel da finitu<strong>de</strong>,<br />
costumamos nos apegar às paixões, que mexendo com os nossos<br />
sentimentos dão mais cor à razão <strong>de</strong> viver <strong>de</strong> cada um.<br />
O sujeito que tentou assassinar o então candidato e hoje presi<strong>de</strong>nte da<br />
República Jair Bolsonaro, por mais que não gostasse politicamente da sua<br />
vítima, foi muito além do que discordâncias políticas po<strong>de</strong>m provocar.<br />
Claro que estamos falando aqui <strong>de</strong> alguém que agiu por vonta<strong>de</strong> própria<br />
e não a soldo <strong>de</strong> outrem. Pelo menos até agora, nada se <strong>de</strong>scobriu<br />
ou se revelou a respeito do criminoso ter assim agido a mando <strong>de</strong> outrem,<br />
no singular ou no plural.<br />
O pior <strong>de</strong>ssas atitu<strong>de</strong>s, além do próprio ato criminoso em si, é que ajudam<br />
a manter esse tipo <strong>de</strong> ódio, raiva ou simplesmente <strong>de</strong>sprezo pelo<br />
outro que contrariava as suas expectativas. E aqui chegamos on<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início <strong>de</strong>ste editorial queríamos: a absurda intolerância com os contrários<br />
na política e não só nela, como em muitas outras paixões (e aqui<br />
consi<strong>de</strong>rando a ativida<strong>de</strong> política como uma incontrolável paixão, tanto<br />
pelos agentes profissionais <strong>de</strong>ssa prática como pelos seus admiradores).<br />
Os que nos leem, sabem <strong>de</strong> há muito que temos neste jornal um colaborador<br />
muito querido e capaz, que amiú<strong>de</strong> nos faz rir com os seus<br />
cartuns que somente os talentosos como ele são capazes <strong>de</strong> criar.<br />
Pois bem; Dorinho, que nos acompanha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios do<br />
PROPMARK, tem, como todos nós, suas preferências políticas e isso é<br />
um direito inalienável do cidadão.<br />
Sendo um cartunista humorístico (há algum que não seja?), Dorinho<br />
exercita seu trabalho com toda a liberda<strong>de</strong> que o humor requer e não<br />
apenas o humor, mas o seu sagrado direito <strong>de</strong> escolher suas preferências<br />
e os seus “<strong>de</strong>safetos”.<br />
Nesse exercício profissional, on<strong>de</strong> não cabe escon<strong>de</strong>r-se, produz trabalhos<br />
que a muitos <strong>de</strong>sagradam <strong>de</strong>ntro do campo político. Esse <strong>de</strong>sagrado,<br />
porém, <strong>de</strong>veria parar por aí, sem maiores conflitos, pois o autor está<br />
exercendo, através da sua pena, o direito da livre opinião.<br />
Não é assim, infelizmente, que alguns leitores pensam. Após as últimas<br />
eleições, temos recebido algumas reclamações <strong>de</strong> leitores inconformados<br />
com o posicionamento político <strong>de</strong> Dorinho nas suas charges.<br />
A esses queridos leitores pedimos o obséquio da compreensão <strong>de</strong>mocrática,<br />
somada ainda ao ilimitado e portanto vasto terreno do humor, on<strong>de</strong><br />
toda crítica, ainda que injusta para alguns leitores, é sempre possível.<br />
Bem a propósito, lembramos a quem nos lê que essa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão<br />
é permanente no PROPMARK <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há quase 54 anos e não<br />
apenas em cartuns humorísticos, como também em artigos <strong>de</strong> colaboradores,<br />
manifestações <strong>de</strong> terceiros e todo tipo <strong>de</strong> forma <strong>de</strong> discordância<br />
com as opiniões e notícias aqui transcritas, pedindo aos seus<br />
autores apenas que se i<strong>de</strong>ntifiquem e mantenham, como aliás sempre<br />
aconteceu, um nível elevado nos seus contraditórios.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 3
conexões<br />
Quem tem medo <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias<br />
A mídia e a propaganda, duas novas<br />
i<strong>de</strong>ias que <strong>de</strong>ram certo porque cresceram<br />
com profissionalismo e respeito<br />
à ética, vão continuar colaborando<br />
ainda mais com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do país e, para tanto, só precisam que<br />
se lhes <strong>de</strong>ixem trabalhar em paz, com<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão. Porque, com<br />
dorinHo<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão se fazem as<br />
melhores coisas do mundo, principalmente<br />
comunicação.<br />
Humberto Men<strong>de</strong>s<br />
Fenapro - São Paulo - SP<br />
Facebook<br />
Post: McDonald’s <strong>de</strong>fine DPZ&T como<br />
única agência no Brasil<br />
Parabéns, DPZ&T!<br />
Kika Von Zuben Milani<br />
Post: Nescau inicia projeto para retirar<br />
canudo plástico <strong>de</strong> suas embalagens<br />
Olha que lindo isso!<br />
Carolina Corrêa<br />
Post: Ambev vence concorrência<br />
e vai organizar Carnaval <strong>de</strong> rua em<br />
São Paulo<br />
Meio em cima, não? Coitada da galera<br />
que vai ter <strong>de</strong> virar a noite pra botar isso<br />
<strong>de</strong> pé em menos <strong>de</strong> um mês!<br />
Ben Araujo<br />
Instagram<br />
Post: Brasileiras serão juradas em<br />
premiação que celebra a diversida<strong>de</strong><br />
Gente incrível!<br />
pweissbr<br />
última Hora<br />
ENTRETENIMENTO 1<br />
Trinta e seis produtoras,<br />
47 representantes, 73<br />
produções e 100 projetos.<br />
É com estes números<br />
que o Brasil participa do<br />
Kidscreen Summit <strong>2019</strong>,<br />
importante feira da indústria<br />
do entretenimento infantil<br />
no mundo, com uma<br />
representativida<strong>de</strong> inédita<br />
– reflexo do bom momento.<br />
A <strong>de</strong>legação brasileira é<br />
comandada pelo Brazilian<br />
Content, programa <strong>de</strong><br />
exportação da BRAVI em<br />
parceria com a Apex (Agência<br />
Brasileira <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong><br />
Exportações e Investimentos).<br />
ENTRETENIMENTO 2<br />
Neste ano, o Kidscreen<br />
Summit será realizado esta<br />
semana, entre os dias <strong>11</strong> e 14,<br />
em Miami (EUA). “Temos<br />
notado, nos últimos anos,<br />
um crescimento muito<br />
positivo na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
empresas brasileiras no<br />
Kidscreen”, diz Rachel do<br />
Valle, do Brazilian Content.<br />
HUB<br />
Alexandre Gama lançou um<br />
hub focado em inovação<br />
para reunir empresas<br />
<strong>de</strong> diferentes áreas <strong>de</strong><br />
especialização que tenham<br />
esse valor em comum nas<br />
suas operações e objetivos.<br />
Ele disse em post no<br />
LinkedIn que o momento é<br />
para “saltos revolucionários”.<br />
DPZ&T<br />
O McDonald’s concentrou<br />
sua conta na DPZ&T. Em<br />
março, a agência também<br />
assume o trabalho no<br />
digital, que estava com a<br />
DM9 (agora SunsetDDB).<br />
RETORNO<br />
Fernanda Romano (ex-<br />
Naked) voltou ao Brasil.<br />
Ela anunciou o retorno<br />
em um post no LinkedIn e<br />
assume a diretoria executiva<br />
<strong>de</strong> canais digitais na<br />
Alpargatas. “Volto para São<br />
Paulo, <strong>de</strong>ixo a Malagueta<br />
e me junto a uma empresa<br />
que sempre admirei”.<br />
DESTAQUE DIGITAL<br />
O 4º Prêmio Abradi<br />
Profissional Digital entrou<br />
em sua 2ª fase e anunciou<br />
o corpo <strong>de</strong> jurados, que vai<br />
selecionar três finalistas em<br />
cada uma das 13 categorias<br />
da premiação. O júri,<br />
formado por 22 especialistas<br />
do setor digital, analisa e<br />
<strong>de</strong>fine, até o próximo dia 15,<br />
o shortlist dos indicados.<br />
Os vencedores são eleitos<br />
por votação popular e<br />
os finalistas terão até 31<br />
<strong>de</strong> março para realizar<br />
campanhas para conquistar<br />
votos. A entrega do troféu<br />
será dia 4 <strong>de</strong> abril, em SP.<br />
MULHERES<br />
Novo prêmio, a filosofia do<br />
Gerety Awards é <strong>de</strong>stacar<br />
a diversida<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ia é<br />
fornecer uma plataforma<br />
global para talentos e apoiar<br />
iniciativas que promovam a<br />
diversida<strong>de</strong> nas indústrias<br />
criativas. O júri - 100%<br />
feminino - é formado por<br />
profissionais do mundo e<br />
16 brasileiras fazem parte<br />
<strong>de</strong>le. O nome do prêmio é<br />
uma homenagem à redatora<br />
Frances Gerety, que em 1948<br />
criou o slogan A diamond<br />
is forever. O Gerety vai<br />
premiar iniciativas que<br />
exaltem a diversida<strong>de</strong> na<br />
indústria criativa. A i<strong>de</strong>ia<br />
da premiação partiu <strong>de</strong> Joe<br />
Brooks e Lucía Ongay.<br />
4 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Índice<br />
investimento no<br />
interior paulista<br />
aquece economia<br />
Campinas, Ribeirão Preto<br />
e municípios da Baixada<br />
Santista registram juntos bom<br />
<strong>de</strong>sempenho e movimento <strong>de</strong><br />
verbas publicitárias regionais.<br />
capa<br />
44<br />
Mawardibahar/iStock<br />
Alê Oliveira<br />
enTReVisTa<br />
Vogue cresce com<br />
bran<strong>de</strong>d content<br />
Em um mercado impactado pela queda <strong>de</strong><br />
assinaturas e vendas em banca, a Globo<br />
Condé Nast encontrou outro caminho<br />
com o bran<strong>de</strong>d content. Em 2018, a Vogue<br />
publicou 351 páginas <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong><br />
marca no impresso. Daniela Falcão, CEO<br />
da editora, <strong>de</strong>talha estratégia. pág. 20<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
MaRcas<br />
Motorola reestrutura<br />
e tem novos aparelhos<br />
Empresa apresenta linha <strong>de</strong> celulares com<br />
campanha da Publicis Brasil em parceria<br />
com a Jüssi e Matilda. O mote é O que<br />
importa para você (foto). Renata Altenfel<strong>de</strong>r<br />
assumiu o marketing da companhia. pág. 39<br />
caRnaVal<br />
sp reduz valor e ambev<br />
patrocina folia <strong>de</strong> rua<br />
Skol agora po<strong>de</strong> expor a marca em diversos<br />
pontos durante a festa. Marca venceu<br />
licitação e investirá R$ 16 milhões. O valor<br />
original do patrocínio era <strong>de</strong> R$ 19 milhões,<br />
mas sofreu alteração após administração<br />
pública não receber propostas. pág. 36<br />
MÍdia<br />
Record TV estreia<br />
The Four Brasil<br />
Emissora começou a exibir na última<br />
quarta-feira (6) o reality musical no mesmo<br />
período que o futebol da Globo. Xuxa<br />
apresenta a atração, que conta com Aline<br />
Wirley, João Marcello Bôscoli e Leo Chaves<br />
como jurados. pág. 42<br />
Editorial ..............................................................................................................3<br />
Conexões............................................................................................................4<br />
Curtas ...................................................................................................................8<br />
Agências .............................................................................................................9<br />
Beyond The Line ........................................................................................16<br />
Entrevista ........................................................................................................20<br />
Quem Fez .......................................................................................................26<br />
Storyteller .......................................................................................................28<br />
Inspiração ......................................................................................................29<br />
Mercado ..........................................................................................................30<br />
We Love MKT............................................................................................... 32<br />
Opinião ............................................................................................................ 33<br />
Marketing & Negócios ...........................................................................34<br />
Arena do Esporte ...................................................................................... 35<br />
Marcas ..............................................................................................................36<br />
Mídia ...................................................................................................................41<br />
Especial Interior SP .................................................................................44<br />
Cannes <strong>2019</strong> .................................................................................................56<br />
Prêmios .............................................................................................................57<br />
Última Página ..............................................................................................58<br />
O jornalista Paulo Macedo está <strong>de</strong> férias<br />
e a coluna Supercenas voltará em 18 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />
6 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
FÓRUM<br />
<strong>2019</strong><br />
Empresas que valorizam as diferenças<br />
mostram por que são diferentes.<br />
Em uma iniciativa inédita, EXAME lança o Guia EXAME Diversida<strong>de</strong>, um ranking exclusivo<br />
que já chega pronto para ser referência no assunto. Com as melhores práticas em<br />
<strong>de</strong>staque, o guia vai apresentar i<strong>de</strong>ias e experiências que estão dando resultados.<br />
Para o lançamento <strong>de</strong>ssa primeira edição, um gran<strong>de</strong> encontro já está marcado.<br />
O EXAME Fórum Diversida<strong>de</strong> vai promover conversas com especialistas<br />
e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> empresas para fortalecer ainda mais o <strong>de</strong>bate sobre o tema.<br />
Quando<br />
27 <strong>de</strong> Março<br />
On<strong>de</strong><br />
Instituto Tomie Ohtake - São Paulo<br />
Entre em contato com nossa equipe e conheça todas as possibilida<strong>de</strong>s para fazer parte da edição e do fórum.<br />
rose.resston@abril.com.br • (<strong>11</strong>) 3037-5756<br />
abr.ai/examediversida<strong>de</strong><br />
Parceria<br />
Realização
Curtas<br />
Campus Party Brasil<br />
espera receber mais<br />
<strong>de</strong> 120 mil visitantes<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
A Campus Party Brasil <strong>2019</strong> (#CPBR12)<br />
começa no próximo dia <strong>11</strong> com a expectativa<br />
<strong>de</strong> superar os 120 mil visitantes da área<br />
Open e cerca <strong>de</strong> 12 mil campuseiros, sendo<br />
oito mil acampados. Serão oito palcos e<br />
cinco espaços <strong>de</strong> workshops para temas<br />
como Blockchain/IoT, Big Data & Machine<br />
Learning, Virtual Reality & Augmented<br />
Reality. Os palestrantes incluem Ivair Gontijo,<br />
físico mineiro que trabalha na Nasa, e<br />
Uri Levine, cofundador do Waze.<br />
Nas empresas que apoiam esta edição<br />
estão Visa, Petrobras, O Boticário, Ford,<br />
Fanta e iFood. Já entre as novida<strong>de</strong>s na<br />
programação, <strong>de</strong>staque para o Campus<br />
Job, com palestras e workshops para quem<br />
busca empreen<strong>de</strong>r ou crescer em empresas<br />
do setor, além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong> processos seletivos. “A Campus<br />
Party está sempre à frente do tempo e buscando<br />
tudo que tem <strong>de</strong> inovação”, reforça<br />
Tonico Novaes, diretor do evento.<br />
CerVeJa SKol na mIra do Conar<br />
Tonico Novaes: “A Campus Party está sempre à frente do tempo”<br />
publICIS braSIl tem noVo dIretor<br />
SamSunG reforça marKetInG<br />
Pabllo Vittar em cena <strong>de</strong> Seu Crime<br />
Lorenzi, Victorino e Massareto<br />
Patrícia Pessoa, que li<strong>de</strong>ra marketing da linha branca<br />
O Conar abriu semana passada representação<br />
ética contra ação <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
da Skol no clipe Seu Crime, <strong>de</strong> Pabllo<br />
Vittar. No ví<strong>de</strong>o, a cantora aparece com<br />
lata do lançamento puro malte da marca.<br />
Publicamente, a artista diz ter 24 anos. Por<br />
isso, a ação iria contra recomendação do<br />
Código Brasileiro <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária, que diz “qualquer pessoa que<br />
apareça em peças publicitárias divulgando<br />
cervejas e outras bebidas alcoólicas <strong>de</strong> baixos<br />
teores <strong>de</strong>ve ter e aparentar 25 anos ou<br />
mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>”. Em nota, Skol sugere que<br />
Pabllo já tenha completado a ida<strong>de</strong> limite<br />
para participar da ativação.<br />
O CEO da Publicis, Eduardo Lorenzi,<br />
contratou Gustavo Victorino como diretor-<br />
-executivo <strong>de</strong> criação. Com 19 anos <strong>de</strong> carreira,<br />
Victorino se reporta diretamente ao<br />
CCO Domênico Massareto e comanda um<br />
time <strong>de</strong> 75 profissionais. “O Gustavo alia<br />
potencial criativo, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão e<br />
experiência com contas nacionais e internacionais<br />
que têm gran<strong>de</strong> relevância para<br />
o público. Com esse perfil, ele tem muito a<br />
contribuir para uma das principais missões<br />
da Publicis neste ano, que é elevar a sua<br />
barra criativa junto aos clientes”, comenta<br />
Massareto. Victorino já trabalhou na Wie<strong>de</strong>n<br />
+ Kennedy e DM9DDB, entre outras.<br />
patrícia pessoa é a nova diretora <strong>de</strong><br />
marketing da divisão <strong>de</strong> consumer electronics<br />
da Samsung Brasil. Com mais <strong>de</strong> 15<br />
anos <strong>de</strong> experiência em marketing, branding,<br />
digital, publicida<strong>de</strong> e CRM, e atuação<br />
em empresas como Fiat Chysler e IBM, ela<br />
<strong>de</strong>ve reforçar equipe <strong>de</strong> marketing ao lado<br />
<strong>de</strong> Loredana Sarcinella, diretora sênior <strong>de</strong><br />
marketing da divisão <strong>de</strong> dispositivos móveis.<br />
Patrícia agora é responsável por todas<br />
as iniciativas relacionadas à área que integra<br />
produtos <strong>de</strong> linha branca, monitores e<br />
TVs, entre outros. Sua missão será ampliar<br />
o crescimento da divisão como disseminadora<br />
<strong>de</strong> tendências <strong>de</strong> um mercado global.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia<br />
Paraizo e Leonardo Araujo<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Mariana Barbosa (SP), Marina Oliveira (SP) e<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (<strong>11</strong>) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (<strong>11</strong>) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (<strong>11</strong>) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />
Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
São Paulo (<strong>11</strong>) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />
rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />
CEP: 01524-030 Tel.: (<strong>11</strong>) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
8 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
AgênciAs<br />
RP1 e RMA se unem dando origem à<br />
RPMA com forte expertise em digital<br />
Empresa <strong>de</strong> relações públicas nasce com uma carteira <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 130<br />
clientes, 150 profissionais e como a terceira maior in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Brasil<br />
kelly dores<br />
Características complementares,<br />
visão <strong>de</strong> negócios<br />
parecida e praticamente o mesmo<br />
tempo <strong>de</strong> estrada, 18 anos,<br />
levaram a RP1 Comunicação e<br />
o Grupo RMA a unirem forças,<br />
juntarem suas siglas e criar a<br />
terceira maior agência <strong>de</strong> relações<br />
públicas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />
mercado brasileiro. A RPMA,<br />
dos sócios Claudia Rondon, Augusto<br />
Pinto e Marcio Cavalieri,<br />
nasce com o objetivo, nas palavras<br />
<strong>de</strong>les, <strong>de</strong> brigar forte num<br />
mercado altamente competitivo<br />
com uma estrutura <strong>de</strong> marketing<br />
digital sem igual.<br />
“Vai ser a agência <strong>de</strong> relações<br />
públicas mais estruturada para<br />
fazer campanha digital. Somos<br />
uma agência <strong>de</strong> relações públicas<br />
com uma agência digital<br />
<strong>de</strong>ntro. Não conheço outra que<br />
tem uma estrutura forte como a<br />
nossa, com 35 profissionais <strong>de</strong>dicados”,<br />
conta Claudia, publicitária<br />
e fundadora da In Press<br />
Porter Novelli, que ven<strong>de</strong>u e<br />
logo após fundou a RP1.<br />
Enquanto a RP1 atendia mais<br />
clientes <strong>de</strong> varejo e consumo, a<br />
RMA era mais voltada para tecnologia.<br />
A própria formação dos<br />
sócios é complementar. Claudia<br />
é publicitária, Pinto é engenheiro<br />
e Cavalieri jornalista.<br />
“A pesquisa da PR Scope mostra<br />
o <strong>de</strong>sejo dos clientes, cada<br />
vez maior, em ter uma agência<br />
Marcio Cavalieri, Augusto Pinto e Claudia Rondon: “Somos uma empresa <strong>de</strong> relações públicas com agência digital <strong>de</strong>ntro”<br />
plementa Claudia.<br />
Pinto afirma que nos últimos<br />
anos a RMA investiu muito em<br />
marketing digital e hoje já fatura<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 7 milhões com<br />
essa unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios. “Temos<br />
praticamente uma agência<br />
digital <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa<br />
<strong>de</strong> relações públicas. As campanhas<br />
digitais sempre partem <strong>de</strong><br />
um propósito e têm PR integra-<br />
Divulgação<br />
integrada, com mais competências.<br />
A ênfase está em relacionamento<br />
e conteúdo, algo cada<br />
vez mais valorizado. Vimos<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma<br />
agência para competir nesse nicho”,<br />
diz Cavalieri. “Com essa<br />
fusão, já temos competências<br />
estabelecidas em várias áreas<br />
e capacida<strong>de</strong> digital para oferecer<br />
aos nossos clientes”, comdo”,<br />
<strong>de</strong>staca ele. A RPMA nasce<br />
com 150 profissionais e uma<br />
carteira <strong>de</strong> 130 clientes, como 3<br />
Corações, Raia Drogasil, Cacau<br />
Show, CPFL Renováveis (da da<br />
RP1), Adobe, Netshoes, Coca-<br />
-Cola Femsa, GE, Hospital Nove<br />
<strong>de</strong> Julho E Klabin (da RMA).<br />
“São clientes muito diferentes,<br />
não há conflitos”, garantem os<br />
sócios.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 9
agências<br />
“Procuramos conversar com o<br />
consumidor da forma que ele gosta”<br />
Empresário trabalha ao mesmo tempo com<br />
live marketing e análise <strong>de</strong> dados dos clientes<br />
KELLY DORES<br />
Com o famoso jeito mineiro <strong>de</strong> comer<br />
pelas beiradas, o empresário Bernardo<br />
Dinardi toca dois negócios na área <strong>de</strong> comunicação<br />
que vêm crescendo, <strong>de</strong> forma<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, com atendimento a gran<strong>de</strong>s<br />
marcas como Netflix, Banco do Brasil, BMG<br />
e, como ele diz, “um completa o outro”.<br />
Há <strong>de</strong>z anos, ainda em Belo Horizonte, o<br />
executivo criou a agência <strong>de</strong> live marketing<br />
TM1, que teve como primeiro cliente a<br />
Coca-Cola, que aten<strong>de</strong> até hoje. De olho na<br />
necessida<strong>de</strong> dos anunciantes em trabalhar<br />
com a imensa base <strong>de</strong> dados dos consumidores,<br />
fundou há quatro anos a The Hubi,<br />
que se posiciona como uma empresa <strong>de</strong><br />
análise <strong>de</strong> CRM para conversão <strong>de</strong> vendas.<br />
Dinardi: “Somos remunerados por performance”<br />
Divulgação<br />
“A gente sempre sentiu uma necessida<strong>de</strong><br />
muito forte <strong>de</strong> entregar valor para os clientes<br />
como forma <strong>de</strong> receita. Queria entregar mais<br />
valor na parte <strong>de</strong> resultado, já estávamos<br />
muito bem no mercado <strong>de</strong> live marketing,<br />
mas não era possível ampliar mais porque<br />
senão íamos per<strong>de</strong>r muito da linha criativa.<br />
Começamos a analisar todos os clientes para<br />
saber <strong>de</strong> que forma po<strong>de</strong>ríamos entregar<br />
mais resultado que não fosse comunicação<br />
tradicional”, conta Dinardi.<br />
Ambas empresas funcionam atualmente<br />
em São Paulo, com estruturas separadas, sendo<br />
que a empresa <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> dados cresce<br />
<strong>de</strong> forma mais acelerada e hoje já conta com<br />
cerca <strong>de</strong> 100 funcionários. “A gente investiu<br />
e entrou muito forte numa linha <strong>de</strong> análise<br />
<strong>de</strong> base <strong>de</strong> CRM para 100% conversão <strong>de</strong> vendas,<br />
atuando com clientes e ex-clientes, que<br />
por algum motivo tiveram relação com essas<br />
empresas. Era um trabalho mais chato, não<br />
tinha muito glamour, mas é um trabalho <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s resultados”, completa ele.<br />
Segundo Dinardi, a The Hubi estuda a base<br />
<strong>de</strong> CRM, enten<strong>de</strong> os clientes ativos e inativos,<br />
para trabalhar toda a jornada <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong><br />
vendas. “A gente faz a conversão <strong>de</strong> vendas<br />
e é remunerado só por performance. Estuda<br />
toda a jornada do consumidor, faz um trabalho<br />
<strong>de</strong> toda a gestão <strong>de</strong> marketing/comercial<br />
das empresas. Temos a características <strong>de</strong> trabalhar<br />
sempre com produtos <strong>de</strong> simples conversão<br />
com análise criteriosa dos dados”.<br />
Na avaliação do executivo, esse tipo <strong>de</strong> trabalho<br />
será ainda mais solicitado pelas empresas<br />
quando entrar em vigor a nova Lei Geral <strong>de</strong><br />
Proteção <strong>de</strong> Dados (LGPD - Lei 13.709/2018),<br />
a partir <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2020. “As pessoas vão<br />
começar a se preservar mais na relação com<br />
as marcas. A gente está tentando se preparar<br />
para ter uma relação mais leve entre marcas<br />
e consumidor, para que ele entenda que a<br />
marca está entregando valor com campanhas<br />
mais direcionadas. Procuramos cada vez mais<br />
conversar com o consumidor da maneira que<br />
ele gosta. As gran<strong>de</strong>s marcas já procuram a<br />
gente por causa disso. A gente acredita numa<br />
relação saudável”, pontua Dinardi.<br />
“Hoje estamos bem focados nos segmentos<br />
<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e mercado<br />
financeiro. Muitas vezes os pontos são perdidos<br />
pelos clientes, então a gente ajuda os<br />
bancos nos programas <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> com<br />
campanhas específicas ou projetos <strong>de</strong> longo<br />
prazo para incentivar os clientes a usarem os<br />
pontos, engajar mais o consumidor com os<br />
programas”, completa ele.<br />
12 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
agências<br />
Bullet muda mindset para oferecer<br />
soluções e ser mais integradora<br />
Transformações estão calçadas em três pilares: ferramentas, pessoas e<br />
processos; campanha para Puma e Palmeiras é a primeira da nova fase<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Quais serão os próximos <strong>de</strong>z<br />
anos da Bullet? Foi este o<br />
<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> Aldo Pini ao voltar<br />
para a agência em outubro <strong>de</strong><br />
2018, após cerca <strong>de</strong> dois anos<br />
na Africa. Há cinco meses sua<br />
nova casa vive uma transformação<br />
<strong>de</strong> mindset que po<strong>de</strong>rá<br />
ser vista ao longo <strong>de</strong> <strong>2019</strong>.<br />
“Mais do que mexer na estratégia<br />
criativa da agência, precisava<br />
trazer uma nova mentalida<strong>de</strong>”,<br />
lembra sobre a missão.<br />
O CSO (Chief Strategy Office)<br />
e sócio da Bullet conta que seu<br />
retorno está ligado a crenças,<br />
especialmente sobre alterações<br />
no cenário <strong>de</strong> comunicação, em<br />
questões como remuneração,<br />
relevância e papel das agências<br />
nos anunciantes. “O mercado<br />
<strong>de</strong> promoções e eventos estava<br />
muito segmentado a receber<br />
um pedido, era quase reativo.<br />
Essa sempre foi uma crítica minha<br />
como estrategista. Se você<br />
é reativo, po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r bem<br />
a expectativa, mas <strong>de</strong> certa forma<br />
a pessoa já sabe o que quer.<br />
Essa mudança parte da questão<br />
<strong>de</strong> como posso ser uma agência<br />
<strong>de</strong> soluções? Como conversar<br />
com o cliente e aten<strong>de</strong>r da melhor<br />
forma? É a movimentação<br />
que estamos fazendo”, explica.<br />
Tripé da nova fase<br />
As transformações são li<strong>de</strong>radas<br />
por ele e pelos sócios<br />
Eduardo Andra<strong>de</strong>, CBO da Bullet,<br />
e Adriana Ribeiro, CFO, que<br />
cuidam da agência ao lado do<br />
CEO, Fernando Figueiredo, e do<br />
CCO, Mentor Muniz Neto, ambos<br />
sócios também. As mudanças<br />
têm três pilares. O primeiro<br />
é ferramentas, com a adoção <strong>de</strong><br />
novas, a migração para melhores<br />
e a integração entre diferentes<br />
plataformas. “Somos uma<br />
agência data-centric e usamos<br />
isso a favor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> insights e entendimento<br />
<strong>de</strong> conceito. Isso nos dá uma<br />
visão mais completa <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>safio para resolver. Ser uma<br />
14 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark<br />
Com o rapper Rincon Sapiência, campanha<br />
Ver<strong>de</strong> da Puma com o Palmeiras é o<br />
primeiro case da nova fase da Bullet; Aldo<br />
Pini voltou à agência há cinco meses<br />
agência <strong>de</strong> soluções nos migra<br />
<strong>de</strong> um cenário em que agências<br />
brigam para serem integradas,<br />
para ser uma agência integradora.<br />
Se temos o diagnóstico,<br />
po<strong>de</strong>mos direcionar para qualquer<br />
solução. E não necessariamente<br />
precisamos ter <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
casa. Às vezes a gente esquece<br />
que o conceito <strong>de</strong> agência é<br />
agenciar, ter bons parceiros”,<br />
diz Pini.<br />
O segundo é na equipe. Por<br />
não acreditar em <strong>de</strong>partamentalização,<br />
mas em colaboração,<br />
a Bullet escolheu li<strong>de</strong>ranças<br />
para coor<strong>de</strong>nar as três principais<br />
esferas da agência. “Temos<br />
uma pessoa responsável por<br />
cuidar do business, que inclui<br />
potencial e trato dos clientes;<br />
eu na área <strong>de</strong> think & concept,<br />
com mídia, planejamento, criação<br />
e BI; e uma para <strong>de</strong>livery,<br />
ligada a produção e inteligência<br />
“Ser uma agência<br />
<strong>de</strong> SoluçõeS noS<br />
migra <strong>de</strong> um<br />
cenário em que<br />
agênciaS brigam<br />
para Serem<br />
integradaS, para<br />
Ser uma agência<br />
integradora”<br />
Fotos: Divulgação<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos partners<br />
<strong>de</strong> conteúdo, publishers,<br />
experience e novida<strong>de</strong>s”, conta.<br />
Pini explica ainda que o terceiro<br />
pilar está nos processos,<br />
que ajudam na gestão da casa.<br />
Segundo ele, no fim do dia, sua<br />
responsabilida<strong>de</strong> como o cara<br />
<strong>de</strong> cultura está em a Bullet ser<br />
vista como agência <strong>de</strong> soluções<br />
inovadoras, que enten<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> contexto, e na agência “ser<br />
o melhor lugar do mundo para<br />
as pessoas que aqui trabalham.”
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House, sweethouse?<br />
Funcionários próprios estão mais sujeitos<br />
a interferências e pitacos <strong>de</strong> superiores<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
veio lá <strong>de</strong> Brasília mais um torpedo relacionado<br />
à comunicação. Depois <strong>de</strong><br />
E<br />
questionar o investimento em propaganda,<br />
o mix <strong>de</strong> mídia (enaltecendo o po<strong>de</strong>r das<br />
re<strong>de</strong>s sociais) e até a existência do BV (programa<br />
<strong>de</strong> incentivo), pintou agora a i<strong>de</strong>ia da<br />
possível criação <strong>de</strong> uma “house” para cuidar<br />
da comunicação do governo.<br />
Como esses arroubos têm se mostrado<br />
voláteis e sem maior profundida<strong>de</strong>, não<br />
vou aqui comentar ainda mais essas manifestações.<br />
Mas quero discorrer sobre a i<strong>de</strong>ia<br />
da “house agency”. De tempos em tempos,<br />
a tal da house volta à mídia.<br />
Cabe, portanto, uma reflexão a respeito.<br />
Já ocupei este espaço para falar sobre esse<br />
fenômeno, mas acho que vale a retomada.<br />
A primeira questão é: por que uma empresa<br />
consi<strong>de</strong>raria a opção <strong>de</strong> internalizar<br />
os serviços <strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> propaganda?<br />
Tendo a acreditar que o principal motivo<br />
seja a percepção <strong>de</strong> economia. Então,<br />
vamos lá. Quando uma empresa <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
absorver internamente um serviço prestado<br />
por terceiros, po<strong>de</strong> parecer lógico que<br />
economizará exatamente a remuneração<br />
<strong>de</strong>sse terceiro. Será?<br />
Vejamos: para po<strong>de</strong>r internalizar os serviços<br />
antes prestados por uma agência, a<br />
empresa terá <strong>de</strong> montar uma estrutura para<br />
tal, certo? Será necessária a contratação<br />
<strong>de</strong> especialistas, ferramentas e estudos,<br />
além da <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> espaço físico e equipamentos<br />
para um novo “<strong>de</strong>partamento”.<br />
O problema é a <strong>de</strong>dicação integral <strong>de</strong> profissionais<br />
para tais ativida<strong>de</strong>s.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo da <strong>de</strong>manda, uma agência<br />
po<strong>de</strong> alocar apenas algumas horas <strong>de</strong> seus<br />
profissionais para <strong>de</strong>terminados clientes,<br />
otimizando assim os recursos <strong>de</strong>stinados<br />
para cada um <strong>de</strong>les.<br />
Ah, mas a maior economia é a “comissão”<br />
da agência na mídia e na produção, dirão<br />
alguns <strong>de</strong>fensores. Antes <strong>de</strong> mais nada,<br />
a tal comissão <strong>de</strong> mídia – na verda<strong>de</strong> o Desconto<br />
Padrão, <strong>de</strong>finido nas Normas-Padrão<br />
do Cenp – é cabível apenas para agências e<br />
os veículos não <strong>de</strong>vem repassá-la a anunciantes<br />
diretos.<br />
Se o fazem estão <strong>de</strong>scumprindo um sau-<br />
dável entendimento <strong>de</strong> autorregulação, do<br />
qual participaram anunciantes, agências<br />
e veículos. Deve-se levar em conta ainda<br />
o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação das agências, por<br />
conta da administração <strong>de</strong> investimentos<br />
<strong>de</strong> diversos clientes. Portanto, numa conta<br />
mais apurada, é bastante provável que a<br />
economia não seja tão relevante para justificar<br />
a iniciativa.<br />
Bem, po<strong>de</strong> haver o argumento da rapi<strong>de</strong>z.<br />
Tendo uma equipe própria o fluxo <strong>de</strong><br />
trabalho po<strong>de</strong>ria ser mais fluido e rápido.<br />
Po<strong>de</strong> até ser, mas não é nada que não possa<br />
ser oferecido por uma boa agência. Mas,<br />
para mim, o ponto principal é a qualida<strong>de</strong><br />
da comunicação gerada.<br />
Funcionários próprios estão mais sujeitos<br />
a interferências e pitacos <strong>de</strong> superiores<br />
e até imposições <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais diretores e pares.<br />
Com o tempo, o uso do cachimbo vai<br />
<strong>de</strong>ixando a boca torta.<br />
Já a agência tem condições <strong>de</strong> espelhar<br />
soluções geradas para outros clientes, além<br />
<strong>de</strong> oxigenar suas i<strong>de</strong>ias com mais facilida<strong>de</strong>,<br />
já que atua especificamente no campo<br />
da comunicação.<br />
E, além do mais, po<strong>de</strong> trocar equipes<br />
<strong>de</strong>stinadas a clientes, caso não estejam performando<br />
bem. E se o cliente quer ter uma<br />
equipe terceirizada, porém mais exclusiva<br />
e <strong>de</strong>dicada, é possível também. Inclusive<br />
trabalhando <strong>de</strong>ntro da sua empresa.<br />
E o argumento final é a tendência <strong>de</strong> se<br />
manter as estruturas das empresas (isso<br />
serve para governos também) mais leves e<br />
focadas no core do seu business.<br />
A verticalização tem se mostrado ineficaz,<br />
fazendo as empresas mais antenadas<br />
optarem pela <strong>de</strong>legação a terceiros especialistas<br />
as funções que não fazem parte da<br />
sua ativida<strong>de</strong> principal.<br />
Num país provido <strong>de</strong> tantas agências<br />
capacitadas e reconhecidas internacionalmente,<br />
o que não faltam são opções para<br />
clientes. Aí, é só partir para um bom contrato<br />
e contar com um serviço <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
na medida das suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
O melhor mesmo é os executivos encararem<br />
a house, sweethouse como aquele<br />
lugar para on<strong>de</strong> se vai <strong>de</strong>scansar <strong>de</strong>pois do<br />
trabalho.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
16 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
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quando uma agência<br />
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entrevista<br />
Daniela Falcão<br />
CEO da Globo Condé Nast<br />
o leitor percebe<br />
como autêntico<br />
quanDo o<br />
relacionamento<br />
é De verDaDe<br />
Em um mercado impactado diretamente<br />
pela queda <strong>de</strong> assinaturas e vendas em<br />
banca, a revista Vogue encontrou novos<br />
caminhos. Em 2018 publicou 351 páginas<br />
<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content no impresso, um crescimento<br />
<strong>de</strong> 40% em relação ao ano anterior. Os resultados,<br />
somados ao seu gran<strong>de</strong> carro-chefe, o Baile da<br />
Vogue, têm mantido a Globo Condé Nast no azul.<br />
A festa <strong>de</strong> Carnaval se tornou benchmark não<br />
apenas para o mercado <strong>de</strong> luxo, mas também<br />
para marcas como Pantene, Havaianas, Pepsi e<br />
Elma Chips. Na entrevista a seguir, Daniela Falcão,<br />
CEO da editora, fala sobre o mercado editorial e<br />
expectativas para o baile, no dia 21 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>.<br />
danúbia paraizo<br />
O Baile da Vogue completa 15 anos<br />
em <strong>2019</strong>. Qual é o balanço do evento<br />
do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> marca e patrocínios?<br />
Até 2010, o baile da Vogue ficava<br />
no 0 x 0 em termos <strong>de</strong> receita.<br />
Era uma forma <strong>de</strong> a Vogue se<br />
consolidar. Ele tinha uma receita,<br />
mas não era uma fonte importante<br />
<strong>de</strong>ntro do cardápio da revista.<br />
Era uma questão <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong><br />
marca. Com a criação da Globo<br />
Condé Nast veio o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />
pegar os produtos que não eram<br />
necessariamente rentáveis, para<br />
que passassem por mudanças.<br />
E o baile da Vogue foi o que teve<br />
mais sucesso nesse sentido. É <strong>de</strong><br />
longe o evento que tem renovação<br />
mais rápida e duradoura <strong>de</strong><br />
patrocínios.<br />
A base do evento está no luxo e sofisticação.<br />
Como continuar sendo relevante<br />
para as marcas?<br />
A gente sabe que com a avalanche<br />
<strong>de</strong> eventos no mercado, se<br />
manter relevante é muito difícil.<br />
As marcas têm questionado cada<br />
vez mais se vale a pena patrocinar<br />
eventos que não sejam próprios.<br />
Essa é uma dificulda<strong>de</strong> que quem<br />
faz eventos proprietários vem enfrentando.<br />
As marcas precisam<br />
ter segurança <strong>de</strong> que o investimento<br />
seja convertido em outras<br />
coisas. E esse é o gran<strong>de</strong> trunfo<br />
do baile. Mais do que um nome<br />
no back drop, os patrocinadores<br />
querem saber como estar posicionados<br />
e o tipo <strong>de</strong> contato com<br />
o seu público. E não apenas os<br />
convidados, mas quem assiste às<br />
lives no GNT ou nas nossas re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Você conta nos <strong>de</strong>dos os<br />
eventos que conseguem manter o<br />
fôlego e o interesse. E o baile da<br />
Vogue é um <strong>de</strong>les.<br />
O baile é uma das principais receitas<br />
para a Globo Condé Nast. Quais<br />
os riscos para que ele não perca seu<br />
valor?<br />
A gente tem muito cuidado<br />
para não transformá-lo em um<br />
evento corporativo. É um baile<br />
para o público da moda. Os patrocinadores<br />
sabem disso. A quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ingressos disponíveis<br />
é muito bem pensada, porque a<br />
gente precisa ter gran<strong>de</strong>s estrelas.<br />
As mulheres que fazem o baile<br />
acontecer precisam estar lá para<br />
que ele tenha graça. O baile gera<br />
um excelente faturamento, mas<br />
ele movimenta a economia como<br />
um todo. Os salões <strong>de</strong> beleza, as<br />
lojas <strong>de</strong> aluguel <strong>de</strong> smoking, o<br />
setor <strong>de</strong> festa como um todo comemora.<br />
Joalherias nos ligam<br />
para saber qual é o tema do baile<br />
para que eles possam <strong>de</strong>senvolver<br />
peças específicas. E o setor <strong>de</strong><br />
hotelaria também se movimenta<br />
porque nós trazemos traz muita<br />
gente <strong>de</strong> fora, principalmente<br />
do Rio. Essa movimentação da<br />
socieda<strong>de</strong> como um todo é uma<br />
prova da relevância do baile, inclusive,<br />
para o anunciante.<br />
Há a preocupação em envolver os<br />
patrocinadores no processo criativo<br />
do baile?<br />
A gente <strong>de</strong>fine boa parte do<br />
conceito, mas as marcas têm a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar algum direcionamento<br />
e expor seus <strong>de</strong>safios<br />
<strong>de</strong> comunicação. Ao mesmo tempo,<br />
as marcas recebem a orientação<br />
da equipe que coor<strong>de</strong>na<br />
o evento sobre o que dá ou não<br />
para fazer. Essa equipe é li<strong>de</strong>rada<br />
pela Donata Meirelles, que<br />
enten<strong>de</strong> muito da marca Vogue.<br />
A Elma Chips, com a linha Sensations,<br />
salgadinhos premium da<br />
marca, é um case muito bacana.<br />
Eles começaram em 2018 com a<br />
gente e já renovaram para <strong>2019</strong>.<br />
À primeira vista você po<strong>de</strong> imaginar<br />
que salgadinho não faça<br />
sentido em um baile <strong>de</strong> gala. Mas<br />
tem tudo a ver porque, na hora da<br />
larica, você não quer sair da pista<br />
<strong>de</strong> dança e ir até a área do buffet.<br />
Se o convidado está com fome <strong>de</strong><br />
madrugada, não tem nada melhor<br />
do que na pista você comer<br />
um bom snack.<br />
Nesta edição o baile teve pela pri-<br />
meira vez uma festa <strong>de</strong> aquecimento.<br />
O formato é uma nova proprieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> patrocínio, certo?<br />
Tivemos uma experiência<br />
muito bacana do pré-baile com<br />
Johnnie Walker. Quando a marca<br />
entrou, a gente teve uma longa<br />
conversa sobre seus objetivos<br />
<strong>de</strong> negócio. Whiskey tem sido<br />
cada vez mais consi<strong>de</strong>rado uma<br />
bebida para o público feminino.<br />
A i<strong>de</strong>ia do pré-baile era fazer<br />
com que esse público <strong>de</strong>gustasse<br />
antes as possibilida<strong>de</strong>s dos<br />
drinks. Para que no baile seja<br />
muito mais natural que os convidados<br />
pedissem whiskey em<br />
vez da champanhe ou gin, por<br />
exemplo. A Diageo é um gran<strong>de</strong><br />
patrocinador do baile, ao lado da<br />
Pantene, mas temos este mesmo<br />
cuidado com patrocinadores<br />
menores. Qualquer ação é<br />
pensada com muito cuidado. O<br />
leitor percebe como autêntico<br />
quando o relacionamento com a<br />
marca é <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
O baile é um evento restrito. Quais<br />
estratégias a Vogue utiliza para amplificar<br />
as conversas sobre a festa?<br />
A transmissão ao vivo, por<br />
exemplo, é uma proprieda<strong>de</strong><br />
muito <strong>de</strong>sejada. Durante três<br />
anos ela foi da Riachuelo. Neste<br />
ano, Magnum será o patrocinador.<br />
As ativações, acima <strong>de</strong><br />
tudo, são baseadas em conteúdo.<br />
Quando a gente pensa nos formatos,<br />
a gente apresenta o produto<br />
em uma interface própria para o<br />
público que está ali. A i<strong>de</strong>ia é que<br />
os convidados postem a respeito<br />
porque são formadores <strong>de</strong> opinião.<br />
A gente quebra a internet<br />
durante as duas horas <strong>de</strong> transmissão<br />
do GNT e no live do Facebook<br />
e Instagram. O assunto reverbera<br />
na madruga inteira, sem<br />
contar a repercussão na imprensa<br />
especializada. Estamos presentes<br />
em todas as colunas sociais.<br />
De que forma a experiência do baile<br />
contribui para <strong>de</strong>senvolver os <strong>de</strong>mais<br />
eventos da editora?<br />
O Geração Glamour é o que<br />
mais se beneficia. Muitas marcas<br />
vêm até nós por causa do baile.<br />
Mas sobretudo por uma questão<br />
etária, a gente olha o público<br />
que a marca quer atingir, e consegue<br />
direcionar melhor para o<br />
20 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
evento i<strong>de</strong>ial. Em alguns casos<br />
é o Geração Glamour o mais indicado,<br />
que é um evento bem<br />
mais jovem. Nos dois primeiros<br />
anos ele não <strong>de</strong>u lucro nenhum.<br />
No terceiro ano ele teve uma receita<br />
melhor. No quarto ano, estouramos<br />
e agora ele se mantém<br />
estável porque a Glamour é uma<br />
revista que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do<br />
mercado <strong>de</strong> beleza e o segmento<br />
sofreu uma série <strong>de</strong> transformações.<br />
Mas a expertise é a mesma,<br />
só que o Geração Glamour<br />
é para um público mais jovem,<br />
envolvido com causas. E muitas<br />
marcas fecham logo o combo,<br />
patrocinando mais <strong>de</strong> um evento<br />
da casa. O Boticário foi assim, e<br />
a Diageo entrou também para o<br />
Men of The Year, da GQ.<br />
Fora os eventos, quais outras formas<br />
<strong>de</strong> receitas têm dado mais certo?<br />
As marcas que a gente trabalha<br />
sabem da nossa entrega e confiam<br />
na nossa produção. Elas querem<br />
que a gente comunique e resolva<br />
seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> comunicação.<br />
Agora estamos com uma série <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>os da Arezzo no Instagram da<br />
Vogue. O <strong>de</strong>safio era muito simples.<br />
Convencer a mulher que tênis<br />
não é feito apenas para ir para<br />
a aca<strong>de</strong>mia ou usar no fim <strong>de</strong> semana.<br />
Aí o pessoal aqui quebrou<br />
a cabeça para mostrar para nosso<br />
público oportunida<strong>de</strong>s diferentes<br />
para o calçado. Criamos um editorial<br />
<strong>de</strong> moda com esse conceito<br />
em um formato específico para<br />
Instagram. Somos autorida<strong>de</strong><br />
para falar com essa audiência.<br />
Algo que muitas marcas sozinhas<br />
não têm. Quando fazemos esse<br />
tipo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content a gente<br />
veicula nas nossas re<strong>de</strong>s, mas a<br />
marca também compartilha nas<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>la.<br />
Como tem sido o <strong>de</strong>sempenho dos<br />
títulos da editora em novos formatos<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>?<br />
A mídia display no digital e<br />
anúncios no impresso caíram,<br />
mas temos uma recuperação<br />
graças aos novos formatos. A<br />
gente cresceu em bran<strong>de</strong>d content<br />
40% em número <strong>de</strong> páginas<br />
no impresso, em relação a 2017,<br />
sem contar os feitos no digital. A<br />
“O que as<br />
marcas<br />
<strong>de</strong>ixaram<br />
<strong>de</strong> fazer em<br />
anúnciO, a<br />
gente cresce<br />
em bran<strong>de</strong>d<br />
cOntent”<br />
Alê Oliveira<br />
gente fechou com 351 páginas <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content em 2018, isso<br />
representa crescimento <strong>de</strong> 37%<br />
em relação a 2017. Fizemos 126<br />
eventos para clientes, fora nossos<br />
eventos proprietários. Esses<br />
projetos para terceiros já representam<br />
9% do total da receita<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e tiveram crescimento<br />
<strong>de</strong> 42% em relação a 2017.<br />
As revistas da Globo Condé Nast<br />
conseguem se manter no print<br />
muito por causa disso. O que as<br />
marcas tradicionais <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><br />
fazer em anúncio, a gente cresce<br />
em bran<strong>de</strong>d content.<br />
E quanto às assinaturas? Essa é uma<br />
questão que o mercado como um<br />
todo tem repensado, certo?<br />
Nossos números estão estáveis.<br />
O que tem caído e a gente<br />
fica preocupado é a venda em<br />
banca. Até porque o sistema <strong>de</strong><br />
bancas está se transformando.<br />
A gente tinha dois pilares muito<br />
fortes <strong>de</strong> vendas: nos mercados<br />
e livrarias. E as livrarias colapsaram.<br />
A gente não conseguiu frear<br />
a queda em banca ou convertê-la<br />
em assinatura. Até agora isso não<br />
cresceu. A venda em banca vem<br />
caindo ano a ano. Claro que chega<br />
um momento que ela fica estável.<br />
E é por isso também que essa receita<br />
<strong>de</strong>ve ser inclusa nos projetos<br />
novos. Mas a queda é um <strong>de</strong>safio.<br />
O que tem sido feito nesse sentido?<br />
Nós, junto com Infoglobo e Editora<br />
Globo, começamos a aproveitar<br />
o sucesso que temos na audiência<br />
no digital para tentar criar<br />
maneiras <strong>de</strong> paywall. Não necessariamente<br />
para cobrar ali na hora,<br />
mas conduzi-lo a uma assinatura<br />
e aí incluir um combo maior <strong>de</strong><br />
serviços. É pegar esse fã da marca<br />
e ir além da revista, oferecer consultoria<br />
com os stylists da Vogue<br />
e Glamour, convites para os nossos<br />
eventos. É o antigo clube do<br />
assinante, mas a i<strong>de</strong>ia não é dar<br />
<strong>de</strong>scontos em loja, mas fazê-lo se<br />
“O que tem<br />
caídO e a<br />
gente fica<br />
preOcupadO<br />
é a venda<br />
em banca”<br />
sentir parte da Vogue. Esse clube<br />
só funciona com alguém que é fã<br />
da marca. A Condé Nast já está<br />
fazendo lá fora e a gente está estudando<br />
alguns mo<strong>de</strong>los para o<br />
Brasil. Mas não temos a ilusão <strong>de</strong><br />
voltar aos patamares que a gente<br />
tinha no passado.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 21
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
proCessos<br />
A Schin traz ao público campanha que reforça<br />
os processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sua cerveja. A<br />
i<strong>de</strong>ia é mostrar os diferenciais <strong>de</strong> sua receita,<br />
livre <strong>de</strong> aditivos e com ingredientes naturais.<br />
O filme, gravado em uma mesa <strong>de</strong> bar, que é<br />
território da marca, mostra <strong>de</strong> forma simples<br />
os cuidados com o controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da<br />
produção da cerveja.<br />
Ogilvy Brasil<br />
grupo heineken<br />
Fotos: divulgação<br />
Título: Fofoca; produto: Schin; criação: Diego<br />
Wortmann, Eduardo Doss e Guilherme Moreira; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Cabaret; produtora <strong>de</strong> filme: O2<br />
Filmes; diretor: Quico Meirelles; aprovação do<br />
cliente: Bram Westenbrink, Cecilia Mondino, Carina<br />
Hermida e Pedro Campos.<br />
Manifesto<br />
O início da Libertadores da América foi o gancho<br />
para o lançamento da campanha da Fox<br />
Sports. O filme divulga o espírito <strong>de</strong> competição<br />
no torneio e o clima diferente que paira<br />
no ar. O canal tem os direitos <strong>de</strong> transmissão<br />
das partidas e reforça por meio do manifesto<br />
a emoção do torcedor, bem como a preparação<br />
<strong>de</strong> sua equipe.<br />
Fullpack<br />
Fox SportS<br />
Título: Espírito <strong>de</strong> Libertadores Fox Sports; criação:<br />
Felipe Paganoti, Igor Pontes, Arthur Villas Boas, Tiago<br />
Daltro, Rafael Costa e Luiza <strong>de</strong> Moraes; produtora <strong>de</strong><br />
filme: Aquarela Filmes; direção: Vitor Pereira Motta<br />
Lima; produção <strong>de</strong> som: Capitão Musical; aprovação<br />
do cliente: Patrícia Esteves e Dilson Motta.<br />
Confete<br />
O Madureira Shopping já está em clima <strong>de</strong><br />
Carnaval. Um dos patrocinadores da Portela,<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a empresa celebra a parceria<br />
com campanha que divulga o enredo da<br />
escola <strong>de</strong> samba. Para o <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong>ste ano, a<br />
homenageada é a cantora Clara Nunes. A comunicação<br />
<strong>de</strong>staca as cores da Portela e uma<br />
ilustração da artista, feita em confetes.<br />
Bin<strong>de</strong>r<br />
Madureira Shopping<br />
Título: Carnaval; produto: institucional; diretor <strong>de</strong><br />
criação: Marcos Apóstolo; criação: Marcus Rodrigues<br />
e Roberta Bichara; atendimento: Renata Barbosa,<br />
Miguel Heuseler e Filipe Canto; artbuyer: Gabriella<br />
Cardoso e Deborah Ragi; aprovação do<br />
cliente: Andréa Vidal e Vivian Oliveira.<br />
26 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
influenCiadores<br />
A vida <strong>de</strong> digital influencer não é tão glamourosa<br />
como muitos imaginam. Nem tão divertida. Melhor<br />
mesmo é ser um simples <strong>de</strong>sconhecido nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Esse é o mote da campanha da Diesel para<br />
seus consumidores na Itália. Os filmes revelam as<br />
dificulda<strong>de</strong>s da vida “instagramável”, e mostram<br />
<strong>de</strong> forma irônica como a vida <strong>de</strong> influencer po<strong>de</strong> ser<br />
complicada, especialmente em situações do cotidiano<br />
como se <strong>de</strong>spir, comer e viajar. Para a comunicação,<br />
influenciadores populares no país, como<br />
Jennifer Grace (@thenativefox), Kristen Crawley (@<br />
kristennoelcrawley) e as gêmeas (@amixxamiaya e<br />
@ayaxxamiaya) protagonizam as cenas.<br />
puBlicis itália<br />
dieSel<br />
Título: Be a Follower; produto: institucional; direção digital<br />
<strong>de</strong> criação: Sandra Bold; criação: Francesca Ferracini,<br />
Cecilia Moro e Alice Teruzzi; social media manager: Doina<br />
Tatu e Filippo Festuccia; produtora <strong>de</strong> filme: Good People;<br />
direção: Ali Ali; produtora <strong>de</strong> som: Sizzer; aprovação do<br />
cliente: Eleni Charakleia.<br />
<strong>de</strong>sCoMpliCa<br />
As finanças <strong>de</strong> micro e pequenos empreen<strong>de</strong>dores<br />
não precisam <strong>de</strong> burocracia. Esse é<br />
o mote da campanha da Contabilizei, plataforma<br />
digital <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> para pequenos<br />
negócios. Nos filmes, a empresa mostra<br />
que é possível usar a tecnologia sem complicações.<br />
O bom humor e a irreverência dão o<br />
tom das peças.<br />
ana cOutO<br />
contabilizei<br />
Título: Não faz drama. Vem pra Contabilizei; produto:<br />
institucional; criação: Rodrigo Dorfman, Cristiano<br />
Sartori, João Santos e Felipe Lemes; produtora<br />
<strong>de</strong> filme: Dogs Can Fly; direção: Rodrigo Rebouças;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Sonido; aprovação do cliente:<br />
Thaiana Trevisan, Guilherme Soares e Vitor Torres.<br />
Vida real<br />
Trazendo o conceito A gente acredita em você, a Anhanguera<br />
apresenta seu novo projeto <strong>de</strong> conteúdo: Retratos<br />
Universitários. A websérie, em parceria com a Vice, Facebook<br />
e agência Jüssi, é protagonizada por três universitários.<br />
Pensada exclusivamente para Facebook e Instagram,<br />
com formato vertical, a série mostra histórias inspiradoras<br />
<strong>de</strong> alunos que utilizaram o ensino como uma<br />
ferramenta para alcançar seus objetivos <strong>de</strong> vida.<br />
Jüssi<br />
anhanguera educacional<br />
Título: Retratos Universitários; produto: institucional; publisher<br />
Vice: Jean-Louis Manzon; projetos: Thiago Chinaglia; direção<br />
<strong>de</strong> criação: Pedro Werneck, Yves Gouw e Gabriel Klein;<br />
criação: Diego Ferreira e Van<strong>de</strong>rley Amaral; mídia: Marjorye<br />
Cruz; aprovação do cliente: Thierry Galves.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 27
STORYTELLER<br />
olleon/iStock<br />
Voos antigos<br />
Pois é, sonhei. Mas não um sonho<br />
absurdo, era uma reedição <strong>de</strong><br />
um acontecimento verda<strong>de</strong>iro<br />
LuLa Vieira<br />
policial se aproxima do helicóptero<br />
O e grita: “Polícia Fe<strong>de</strong>ral! Mãos na cabeça!”.<br />
Trêmulo, cruzo as mãos na nuca e<br />
tento manter um mínimo <strong>de</strong> compostura.<br />
Murmuro palavras que se per<strong>de</strong>m no mato<br />
em torno do pequeno campo on<strong>de</strong> a aeronave<br />
pousara. Tento me virar para enten<strong>de</strong>r<br />
melhor o que acontecia. Gritam comigo:<br />
“Quieto, senão atiro! Deita aí”. Deito. O<br />
policial se aproxima e me toca. Lula, Lula!<br />
Você está bem? Não sabia que minha mulher<br />
era da Polícia Fe<strong>de</strong>ral. Pois é, sonhei.<br />
Mas não um sonho absurdo, era uma reedição<br />
<strong>de</strong> um acontecimento verda<strong>de</strong>iro. A<br />
cena passou <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> vezes na minha<br />
cabeça. Aos fatos, como diria meu advogado<br />
no tribunal, tentando provar minha inocência.<br />
Vamos a eles. Eu estava em Iguaçu,<br />
numa convenção da IBM, minha cliente. Na<br />
programação surgiu uma tar<strong>de</strong> livre e Polika<br />
e eu resolvemos aproveitar a folga. Não<br />
nos ocorreu i<strong>de</strong>ia melhor do que alugar um<br />
helicóptero e fazer um voo panorâmico sobre<br />
as cataratas e pela região. O diálogo que<br />
tivemos no pedaço <strong>de</strong> terra que servia <strong>de</strong><br />
pouso foi digno <strong>de</strong> Dashiel Hammett.<br />
Vários homens bebiam cerveja sentados<br />
em barris <strong>de</strong> gasolina. Perguntei a um <strong>de</strong>les:<br />
“Vocês alugam helicópteros?” Resposta:<br />
“se alugasse você queria o quê?” “Voar<br />
por aí”, respondo. “Por aí on<strong>de</strong>, se a gente<br />
alugasse helicóptero?” Digo: “Por aí, aí”, fazendo<br />
um giro com as mãos. O diálogo estava<br />
ficando para Sergio Leone algum botar<br />
<strong>de</strong>feito. “Caso alguém quiser dar um giro<br />
por aí, não custava menos que 2 mil contos”.<br />
Entrando no jogo, banquei o durão,<br />
Lula – o Foda da Fronteira. “Se eu quisesse<br />
um helicóptero eu não pagaria mais que<br />
mil e quinhentos por hora”. O cara cuspiu<br />
no chão e sentenciou: “tem o Vesgo alí que<br />
se alugasse o helicóptero <strong>de</strong>le ia por mil e<br />
setecentos”. Falei grosso: “Chama o Vesgo”.<br />
Veio o Vesgo. Que, para minha surpresa,<br />
não era vesgo. A não ser que o <strong>de</strong>feito<br />
no andar lembrasse algum estrabismo. Ele<br />
pisava com os dois pés tortos para o mesmo<br />
lado, como se quisesse ir, mas não indo.<br />
Mascava algo que imaginei que fosse fumo<br />
<strong>de</strong> rolo, até hoje não sei. Podia ser chiclete<br />
<strong>de</strong> maconha ou linguiça <strong>de</strong> erva-mate.<br />
Baixinho, cara <strong>de</strong> índio. Paraguaio, mas estranhamente<br />
com um leve sotaque gringo.<br />
O piloto que mamãe pediu a Deus para me<br />
conduzir pelos céus.<br />
Apontou para um helicóptero que mais<br />
parecia um Fusca amassado com um ventilador<br />
gigante no teto. Acho que ficamos<br />
mais com medo <strong>de</strong> dizer que <strong>de</strong>sistimos<br />
do que voar naquela joça. O Vesgo po<strong>de</strong>ria<br />
ter um ataque <strong>de</strong> rejeição, sabe-se lá o<br />
tipo <strong>de</strong> trauma que trazia no peito. Pelo<br />
ambiente, problemas psíquicos <strong>de</strong>viam<br />
ser tratados à bala. Era melhor voar. Fomos.<br />
Ah, estava esquecendo. Surgiu, não<br />
me lembro por que nem <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, um japonês.<br />
Pequenino, magrinho, sorri<strong>de</strong>nte.<br />
E entrou conosco. O banco dava lugar para<br />
três e ele se acomodou no meio. Eu e<br />
Polika cada um numa janela. Na frente, o<br />
Vesgo <strong>de</strong>u um último gole na garrafa <strong>de</strong><br />
cerveja, jogou numa bolsa aos seus pés e<br />
<strong>de</strong>u início aos procedimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>colagem.<br />
Que se constituíram em torcer uma<br />
chave presa a uma caveira, possivelmente<br />
<strong>de</strong> prata, e um empurrão no manche. E<br />
a engenhoca subiu. Ganhou os céus como<br />
uma garça. Exagero, uma garça idosa. E<br />
voamos. Demos rasante nas cataratas,<br />
invadimos o Paraguai, a Argentina, assustamos<br />
bois. Polika ficou silenciosa,<br />
presa <strong>de</strong> terror. Eu, macho como sou, me<br />
lembrei que tinha sido coroinha quando<br />
criança e encomen<strong>de</strong>i minha alma ao<br />
todo-po<strong>de</strong>roso. O japonês ria compulsivamente.<br />
Meu maior medo (agora vem a<br />
explicação pelo sonho) não era mais cair.<br />
Era explicar o que eu estava fazendo num<br />
helicóptero, provavelmente clan<strong>de</strong>stino,<br />
chegando do Paraguai.<br />
Cheguei a ver o rosto do policial ironizando:<br />
“Foi passear, não é? Você e o Japa<br />
do Pó. Turistas, né? Conhecer as cataratas...<br />
sei... todo mundo inocente. Gostaram<br />
do passeio?” Era melhor propor uma<br />
<strong>de</strong>lação premiada. Mas não foi assim. Voltamos<br />
e <strong>de</strong>scemos ilesos. A não ser por um<br />
tremor nas mãos, sem sequelas. Quase <strong>de</strong>i<br />
uma <strong>de</strong> papa e beijei o sagrado solo. Nunca<br />
fui tão patriota. Ao chegar no hotel, a<br />
equipe <strong>de</strong> segurança da IBM nos esperava.<br />
Levamos uma bronca digna <strong>de</strong> garotos levados.<br />
Não sei quem tinha contado nossa<br />
aventura e o pessoal não conseguia enten<strong>de</strong>r<br />
que merda a gente tinha na cabeça<br />
para ir voar com aquela gente. Os outros<br />
tinham aproveitado a tar<strong>de</strong> livre e foram a<br />
Ciudad <strong>de</strong>l Este e comprado, <strong>de</strong>ntro da lei,<br />
sem nenhum risco, uns perfuminhos ótimos,<br />
aparelhos <strong>de</strong> VHS, óculos Ray-Ban.<br />
Mas nós tinhamos uma vantagem: uma<br />
puta história para contar.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira.luvi@gmail.com<br />
28 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
rotina <strong>de</strong> exercícios<br />
Fotos: Divulgação<br />
“Afinal <strong>de</strong> contas, quando criamos uma campanha, produzimos um<br />
evento, <strong>de</strong>senvolvemos uma promoção, estamos falando <strong>de</strong> pessoas”<br />
Beto Marques<br />
especial para o ProPMarK<br />
Quando recebi o convite para escrever<br />
essa coluna, pensei “que bacana, será<br />
tranquilo falar sobre o que me inspira”.<br />
No <strong>de</strong>correr, percebi que não seria lá tão<br />
fácil, pois, assim como no processo criativo,<br />
as incertezas começaram a rondar o<br />
briefing.<br />
Será que estou cumprindo a função <strong>de</strong><br />
inspirar os leitores? Será que vão gostar?<br />
Então <strong>de</strong>cidi <strong>de</strong>ixar a cobrança pessoal<br />
<strong>de</strong> lado e aproveitar o fim <strong>de</strong> semana fazendo<br />
as coisas que mais me dão prazer; ficar<br />
com a minha família e fazer exercícios físicos.<br />
Brinquei muito com meu filho <strong>de</strong> dois<br />
anos e meio, fui a um aniversário com a minha<br />
mulher (importante reservar um tempo<br />
só nosso), almocei com a minha mãe e vi<br />
muitos esportes na TV.<br />
Nos intervalos, me exercitei. Corri 10 km,<br />
na<strong>de</strong>i 3.000 m, pedalei outros 40 km e lutei<br />
boxe.<br />
Sempre fui um gran<strong>de</strong> amante dos esportes.<br />
Inclusive sou pós-graduado em mkt<br />
esportivo.<br />
E aqui vale uma pequena estória.<br />
Após fortes dores no peito e uma batelada<br />
<strong>de</strong> exames, ouvi do médico que minha<br />
saú<strong>de</strong> estava excelente e meu único problema<br />
era que eu estava muito acima do peso,<br />
sendo a “única” solução uma cirurgia bariátrica,<br />
pois “nunca” conseguiria per<strong>de</strong>r o<br />
que precisaria por conta própria. Por volta<br />
<strong>de</strong> 50 kg.<br />
Agra<strong>de</strong>ci, saí do consultório e nunca<br />
mais voltei.<br />
Do caminho liguei para minha mulher e<br />
disse que estava tudo excelente, mas que<br />
estava indo me matricular na aca<strong>de</strong>mia.<br />
Hoje, um ano <strong>de</strong>pois e 46 kg a menos, me<br />
sinto mais disposto e mais inspirado do que<br />
nunca.<br />
Retrato minha rotina <strong>de</strong> exercícios nos<br />
Stories do Instagram e muitos dos meus<br />
amigos se sentem motivados e inspirados<br />
pela minha força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, mudando<br />
também suas rotinas e hábitos.<br />
E sabe por que eu te contei tudo isso?<br />
Para dizer que minha maior fonte <strong>de</strong> inspiração<br />
são as “pessoas” e as suas “histórias”.<br />
Com isso, estou novamente me <strong>de</strong>safiando.<br />
A viver <strong>de</strong> fato o momento, dando menos<br />
importância ao mundo virtual.<br />
Nenhum like, view ou comentário po<strong>de</strong>m<br />
ser mais importantes do que o agora.<br />
Longe <strong>de</strong> ser hipócrita, ainda uso muito o<br />
celular, mas tenho feito um exercício diário<br />
e constante para diminuir o uso gradativamente.<br />
E tudo começou quando minha mulher<br />
me chamou a atenção pois, sem perceber,<br />
estava per<strong>de</strong>ndo momentos mágicos com<br />
meu filho enquanto a vida passava bem ali<br />
na minha frente.<br />
Sim, você po<strong>de</strong> se inspirar em uma foto<br />
bonita, em um post/stories legal ou em um<br />
ví<strong>de</strong>o no grupo da família, mas a minha reflexão<br />
aqui é “Pessoas! Essas sim <strong>de</strong>veriam<br />
ser a nossa maior fonte <strong>de</strong> inspiração!”.<br />
Afinal <strong>de</strong> contas, quando criamos uma<br />
campanha, produzimos um evento, <strong>de</strong>senvolvemos<br />
uma promoção, seja o que for,<br />
estamos falando <strong>de</strong> pessoas e nada é mais<br />
importante do que ouvi-las <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
De “v-e-r-d-a-d-e!”<br />
Por isso gostaria <strong>de</strong> terminar essa coluna<br />
propondo um <strong>de</strong>safio.<br />
Tire o fone, <strong>de</strong>sligue o celular e viva, saia<br />
com seus amigos, com sua namorada, com<br />
sua mulher ou com seu filho e viva um momento<br />
genuíno, sem celular.<br />
Tenha absoluta certeza que sairá <strong>de</strong>sse<br />
encontro muito mais inspirado pois <strong>de</strong>dicou<br />
100% do seu tempo para o que está<br />
acontecendo ali, na sua frente.<br />
E isso é a melhor sensação que po<strong>de</strong>mos<br />
vivenciar nesses dias atuais.<br />
E nunca, “nunca” <strong>de</strong>ixe ninguém dizer<br />
que você não é capaz <strong>de</strong> algo, você só precisa<br />
<strong>de</strong> inspiração.<br />
Se eu consegui você também “consigui”<br />
como diz minha maior fonte <strong>de</strong> amor, criativida<strong>de</strong><br />
e inspiração, meu Antônio.<br />
Beto Marques é head <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> brand<br />
activation da Cheil Brasil<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 29
mercado<br />
Interfaces <strong>de</strong> voz <strong>de</strong>vem fortalecer<br />
a conexão entre marcas e pessoas<br />
Uso criativo da tecnologia ainda é campo pouco explorado, mas os<br />
primeiros cases já mostram seu potencial para ativação <strong>de</strong> vendas<br />
Fotos: Divulgação<br />
O premiado case Google Home of The Whopper, criado pela David Miami para o Burger King, já <strong>de</strong>monstrou alguns caminhos possíveis para as interfaces <strong>de</strong> voz<br />
FELIPE TURLÃO<br />
crescimento na venda <strong>de</strong> smart speakers<br />
como Echo Amazon e Google<br />
O<br />
Home nos Estados Unidos <strong>de</strong>ixa claro<br />
que a tecnologia da interface <strong>de</strong> voz veio<br />
para ficar. São 53 milhões os americanos<br />
que já possuem um equipamento do tipo<br />
em suas casas, segundo estudo mais recente<br />
da Edison Research e da NPR.<br />
A massificação aponta para uma nova<br />
era <strong>de</strong> conexão entre as pessoas e as marcas,<br />
bem como seus serviços e produtos.<br />
A voz ten<strong>de</strong> a ocupar uma parte importante<br />
<strong>de</strong> uma relação hoje ainda regida<br />
por outros sentidos, como a visão e o<br />
tato. Os anunciantes, em geral, precisam<br />
estar preparados não apenas para conversar,<br />
mas para gerar vendas através <strong>de</strong> voz.<br />
“A interface <strong>de</strong> voz só confirma o que já<br />
se suspeitava: essa não é a era da tecnologia,<br />
é a era da comodida<strong>de</strong>. Chamar um<br />
carro pelo aplicativo já era mais cômodo<br />
que esperar um táxi na rua. Usar um assistente<br />
<strong>de</strong> voz para isso é ainda mais fácil<br />
e rápido. E isso é só o começo. A voz é<br />
Alvaro Rodrigues: “Estamos apenas no início da exploração”<br />
“o interessante é que<br />
será uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> dar um real<br />
tom <strong>de</strong> voz para<br />
as marcas”<br />
30 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Fabio Seidl: “É o melhor momento para abrir caminho”<br />
“é apenas uma questão<br />
<strong>de</strong> preço para a<br />
<strong>de</strong>mocratização<br />
do uso”<br />
Zico Farina: “Publicida<strong>de</strong> ainda é um campo inexplorado”<br />
o que existe <strong>de</strong> mais prático até agora”,<br />
afirma Fabio Seidl, diretor-executivo <strong>de</strong><br />
criação da Velocity/Omnicom NY. Segundo<br />
ele, o mercado precisa estar atento<br />
para saber lidar com a tecnologia, mas<br />
sem cair em armadilhas comuns a novida<strong>de</strong>s<br />
como essa.<br />
“Como todo novo meio, existe uma<br />
onda <strong>de</strong> ‘preciso estar nessa nova plataforma’<br />
que acaba sendo um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício<br />
<strong>de</strong> dinheiro porque traz a reboque<br />
um monte <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias irrelevantes e<br />
<strong>de</strong>snecessárias. E existe quem vai chegar<br />
para surpreen<strong>de</strong>r e inovar. Esse é o melhor<br />
momento para se explorar e ajudar<br />
a abrir o caminho”, avalia o publicitário.<br />
O case Google Home of The Whopper,<br />
criado pela David Miami para o Burger<br />
King, já <strong>de</strong>monstrou alguns caminhos<br />
possíveis para as interfaces <strong>de</strong> voz. A ação<br />
conquistou o Grand Prix da categoria Direct<br />
Lions no Festival Internacional <strong>de</strong><br />
Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cannes em 2017. A iniciativa<br />
partia da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “hackear” os Google<br />
Home das pessoas, ao exibir um comercial<br />
em que o ator falava a frase “Ok,<br />
Google. O que é o Whopper?”, que imediatamente<br />
acionava os aparelhos nos<br />
lares, que respondiam lendo a <strong>de</strong>scrição<br />
do sanduíche na Wikipedia. O Google reagiu<br />
e bloqueou a ação, mas não impediu<br />
a marca <strong>de</strong> mostrar o potencial da voz.<br />
“É interessante imaginar as possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> ter um <strong>de</strong>vice capaz <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r<br />
a sua mensagem, fazer com que ela entre<br />
– literalmente – na casa das pessoas, e se<br />
complete com a interface <strong>de</strong> voz. O funil<br />
<strong>de</strong> conversão po<strong>de</strong> ter ainda mais efeito<br />
com ela. Mais que o uso criativo da interface<br />
<strong>de</strong> voz, é pensar também em i<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> ativação. Venda machine-machine”,<br />
afirma Alvaro Rodrigues, CEO e CCO da<br />
Fullpack. “É apenas uma questão <strong>de</strong> preço<br />
para a <strong>de</strong>mocratização do uso. Estamos<br />
apenas no início da exploração <strong>de</strong><br />
todo o seu potencial, mas já é possível<br />
afirmar que elas são capazes <strong>de</strong> mudar<br />
o modo como nos relacionamos com as<br />
marcas”, completa.<br />
A pedido da reportagem do PROP-<br />
MARK, Rodrigues dá exemplos <strong>de</strong> como<br />
a voz tem se tornado uma nova fronteira<br />
para conectar marcas e pessoas. “Em<br />
algumas lojas da Starbucks, é possível<br />
fazer o seu pedido falando para uma IA.<br />
A Merce<strong>de</strong>s-Benz lançou a plataforma<br />
Mbux, que permite que você abra o seu<br />
teto solar, ajuste a temperatura, controle<br />
o som, enfim, use a voz para controlar<br />
o carro. A Whirlpool anunciou que seus<br />
futuros produtos serão compatíveis com<br />
o Alexa, o assistente <strong>de</strong> voz da Amazon.<br />
Já imaginou lavar roupas, cozinhar, mudar<br />
a temperatura <strong>de</strong> uma gela<strong>de</strong>ira apenas<br />
pela voz? E mais: a interface <strong>de</strong> voz<br />
po<strong>de</strong> inclusive fazer as compras para<br />
abastecer os equipamentos, dar conselhos<br />
sobre compras, ajudar na tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão”, imagina.<br />
Para a publicida<strong>de</strong>, diz, mais que interface<br />
<strong>de</strong> voz, é possível pensar nesses<br />
<strong>de</strong>vices como assistentes virtuais, o que<br />
amplia as possibilida<strong>de</strong>s. “Po<strong>de</strong>mos explorar<br />
conteúdos e mensagens ainda<br />
mais customizados, uma vez que os interesses,<br />
perfil, gostos e até os <strong>de</strong>sejos<br />
daquela pessoa estão sendo geridos pela<br />
inteligência artificial”, reflete.<br />
reaLIda<strong>de</strong> Sem VoLTa<br />
“O crescimento <strong>de</strong> plataformas que<br />
usam a interação <strong>de</strong> voz como um serviço<br />
é mais uma confirmação <strong>de</strong> que o comportamento<br />
da socieda<strong>de</strong> é muito suscetível<br />
a mudanças. Antigamente, alguém<br />
falando sozinho soaria como um claro sinal<br />
<strong>de</strong> loucura, mas hoje é uma realida<strong>de</strong><br />
sem volta”, aponta Zico Farina, diretor <strong>de</strong><br />
criação da Artplan SP. A publicida<strong>de</strong>, diz<br />
ele, ainda é um campo inexplorado, salvo<br />
poucos cases.<br />
“Mas o interessante é que será uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar um real tom <strong>de</strong> voz<br />
para as marcas. Tornando uma nova maneira<br />
<strong>de</strong> inserir uma conversa, contar<br />
uma história. Seres humanos são bons<br />
ouvintes. Nós sempre falamos da voz das<br />
marcas, como conteúdo, como argumento.<br />
Agora nós vamos falar da voz como<br />
um meio, como uma ferramenta, e há caminhos<br />
incríveis a serem <strong>de</strong>sbravados”,<br />
avalia.<br />
“A criativida<strong>de</strong> se adapta a todo momento<br />
aos novos cenários. Agora não<br />
é diferente. É mais um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> como<br />
po<strong>de</strong>mos utilizar a criativida<strong>de</strong> para esta<br />
nova plataforma, que já é por si só muito<br />
criativa. No lugar dos spots, on<strong>de</strong> só uma<br />
voz fala, agora po<strong>de</strong>remos propor um diálogo<br />
entre consumidor e produto, em<br />
tempo real”, imagina.<br />
Outro ponto interessante sobre a criativida<strong>de</strong><br />
em interfaces <strong>de</strong> voz é que ela<br />
tem <strong>de</strong> ser trabalhada tendo como protagonistas<br />
não apenas as agências, mas sim<br />
as empresas <strong>de</strong> tecnologia, como aponta<br />
Seidl. “Os assistentes <strong>de</strong> voz consolidam<br />
um outro cenário, que é o da predominância<br />
<strong>de</strong> algumas empresas <strong>de</strong> tecnologia,<br />
como donas do circuito completo.<br />
São elas que <strong>de</strong>terminam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mídia<br />
até os limites da criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />
plataforma. Em todas as reuniões e parcerias<br />
que fiz nos EUA e na Europa com<br />
os times <strong>de</strong>ssas empresas ficou claro que<br />
o uso dos assistentes <strong>de</strong> voz tem um caminho<br />
claro e <strong>de</strong>finido pelo time <strong>de</strong> produto,<br />
muito mais do que pela vonta<strong>de</strong> e<br />
i<strong>de</strong>ias das agências”, avalia.<br />
“Antigamente você chegava num canal<br />
<strong>de</strong> televisão e dizia: eu sei que o filme<br />
do Super Bowl é <strong>de</strong> 30 segundos, mas eu<br />
quero pagar mais e fazer 30 comerciais<br />
<strong>de</strong> um segundo. E tudo bem. Só que ninguém<br />
vai mudar os assistentes <strong>de</strong> voz<br />
com dinheiro. Como já não mudou as re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Então, é preciso trabalhar em<br />
parceria com os times <strong>de</strong> criação, vendas<br />
e produto do Google, Facebook, Amazon<br />
e Apple”, afirma Seidl.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 31
we<br />
mkt<br />
mihailomilovanovic/iStock<br />
Os sapatos<br />
vermelhos<br />
<strong>de</strong> Dorothy<br />
“Alice: quanto tempo dura o eterno”?<br />
“Coelho: às vezes apenas um segundo”.<br />
Lewis Carroll<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Demorou, mas conseguiu-se!<br />
Semanas atrás os admiradores e fãs <strong>de</strong> O<br />
Mágico <strong>de</strong> Oz comemoraram. Depois <strong>de</strong> 13<br />
anos, o FBI, finalmente, conseguiu resgatar<br />
os sapatos vermelhos <strong>de</strong> Dorothy, utilizados<br />
por Judy Garland no filme. Sapatos<br />
esses, roubados em agosto <strong>de</strong> 2005, por um<br />
ladrão que entrou por uma janela do Museu<br />
Judy Garland, localizado em Grand Rapids,<br />
em Minnesota, USA.<br />
gresso à velha e boa casa, ao passado, e ao<br />
mundo <strong>de</strong> ontem... Parando o mundo para<br />
que <strong>de</strong>scessem, ou até mesmo e i<strong>de</strong>almente,<br />
engatando uma ré no mundo e retornando<br />
aos anos 1930, 1940, 1950... Impossibilida<strong>de</strong><br />
absoluta.<br />
Neste exato momento, em que começa<br />
o segundo tempo ou ato da história da<br />
humanida<strong>de</strong>, temos <strong>de</strong> nos <strong>de</strong>cidir. Ou ser<br />
Perennails, ou, Ephemerals. Ephemerals é<br />
relaxar e gozar, como disse certa vez a ex-<br />
-senadora Marta Suplicy.<br />
Manifestações <strong>de</strong> todo o mundo pelo resgate<br />
do sapato vermelho, e pelo que representa<br />
neste exato momento <strong>de</strong> disrupção<br />
ampla, geral e irrestrita. Milhões <strong>de</strong> pessoas,<br />
em meio ao turbilhão que vivemos,<br />
adorariam ter um par <strong>de</strong> sapatos vermelhos<br />
com os po<strong>de</strong>res dos da Dorothy.<br />
Não sei se vocês se recordam, o filme começa<br />
em preto e branco e vem um tornado.<br />
Quando Dorothy acorda o filme já é colorido<br />
e, surpresa, tem em seus pés os sapatos<br />
vermelhos.<br />
No filme do emblemático ano <strong>de</strong> 1939<br />
para o mundo – início da 2ª Gran<strong>de</strong> Guerra,<br />
e da filmagem <strong>de</strong> três dos mais aclamados<br />
filmes <strong>de</strong> todos os tempos: O Magico <strong>de</strong> Oz,<br />
O Vento Levou, e, No Tempo das Diligências<br />
–, ao sair do furacão, Dorothy <strong>de</strong>sperta na<br />
colorida e iluminada Terra <strong>de</strong> Oz.<br />
Em seus pés, os sapatos vermelhos. Que<br />
<strong>de</strong>veriam ser utilizados, diante <strong>de</strong> alguma<br />
emergência ou eventualida<strong>de</strong>. Era suficiente<br />
o bater por três vezes dos calcanhares<br />
dos pés com o sapatinho vermelho e dizer,<br />
em voz alta:<br />
“Não há lugar como nossa casa...”.<br />
O que milhões <strong>de</strong> pessoas gostariam <strong>de</strong><br />
ter e fazer hoje, agora, já: sapatos vermelhos<br />
capazes <strong>de</strong> garantir um <strong>de</strong>sejado re-<br />
Acreditar que viemos a este mundo para<br />
tirar proveito, nos divertir, exaurir todos<br />
os recursos, e na partida não nos esquecermos<br />
<strong>de</strong> apertar o botão F para todos os<br />
<strong>de</strong>mais que permaneçam por aqui.<br />
Ser Perennials é preocupar-se com o legado.<br />
Com a obra construída e com a contribuição,<br />
por menor que seja, dada a humanida<strong>de</strong>.<br />
Não se trata <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong>. Apenas<br />
<strong>de</strong> morrer e partir, verda<strong>de</strong>iramente, em<br />
paz.<br />
O sapatinho vermelho <strong>de</strong> Dorothy felizmente<br />
foi resgatado, só existe um, e agora<br />
permanece trancado a 200 chaves no lugar<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> jamais <strong>de</strong>veria ter saído. No museu<br />
Judy Garland.<br />
Assim, trate <strong>de</strong> calçar um tênis confortável<br />
e corra atrás do seu legado. Tenho certeza<br />
que entre ser Ephemeral ou Perennial<br />
sua alternativa é <strong>de</strong>spedir-se com a consciência<br />
tranquila não só <strong>de</strong> não ter <strong>de</strong>tonado<br />
o que o mundo levou milênios para construir,<br />
como <strong>de</strong> ter dado, por menor que seja,<br />
a sua contribuição.<br />
Ter <strong>de</strong>ixado um legado.<br />
E se quiser partir e <strong>de</strong>spedir-se, Perennial,<br />
<strong>de</strong> forma mais coloquial, <strong>de</strong>scontraída<br />
e inspiradora, o tênis, além <strong>de</strong> muito confortável,<br />
po<strong>de</strong> ser vermelho! Por que não!<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
32 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
opinião<br />
ValeryBrozhinsky/iStock<br />
Desalgoritme-se!<br />
Flávio Cor<strong>de</strong>iro<br />
Ao longo dos últimos anos fomos apresentados<br />
a essa nova “entida<strong>de</strong>” controladora<br />
<strong>de</strong> nossas vidas: Vossa Excelência,<br />
o algoritmo. Ele se transformou<br />
numa espécie <strong>de</strong> fatalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino. A<br />
promessa é mais ou menos a seguinte: enten<strong>de</strong>ndo<br />
quem você é, conhecendo seus<br />
hábitos e suas buscas, empresas, políticos<br />
e “movimentos” se tornam cada vez mais<br />
eficientes na tarefa <strong>de</strong> antecipar o seu <strong>de</strong>sejo<br />
ou, no pior cenário, manipulá-lo.<br />
O subtexto é simples: você é uma pessoa<br />
risivelmente previsível. O algoritmo<br />
seria apenas o mapa da sua previsibilida<strong>de</strong>.<br />
Eu sei o que você fez no verão passado<br />
e aposto que saberei (dado que você não<br />
é lá uma pessoa muito surpreen<strong>de</strong>nte) o<br />
que pessoas “do seu tipo”<br />
vão fazer no verão seguinte.<br />
Darwin mostrou que dois lagartos<br />
idênticos, separados e<br />
vivendo em ilhas apartadas,<br />
tomam caminhos evolutivos<br />
completamente distintos para<br />
se adaptar a meios diferentes.<br />
Se substituirmos “ilha” por “bolha”, veremos<br />
que, tais como os lagartos <strong>de</strong> galápagos,<br />
ten<strong>de</strong>mos a nos parecer cada vez mais<br />
com os répteis da nossa ilha e nos distinguir<br />
dos irmãos lagartos da ilha ao lado.<br />
Talvez passemos até a <strong>de</strong>vorar o outrora<br />
nosso parente na primeira oportunida<strong>de</strong>.<br />
O problema com a previsibilida<strong>de</strong> é que<br />
ela nos torna criaturas <strong>de</strong>sinteressantes.<br />
Os biomas mais ricos são os mais diversos.<br />
A Amazônia é mais rica do que o Saara em<br />
função <strong>de</strong> sua diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna, flora,<br />
minerais, variações climáticas, rios etc.<br />
Restrito ao algoritmo, você aos poucos se<br />
transforma num <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e passa<br />
representar fielmente o estereótipo da sua<br />
ilha: um lagarto típico. Regina Casé costuma<br />
dizer em suas palestras que é o terror<br />
dos algoritmos. Por quê? Porque suas<br />
“O algOritmO<br />
é ilha que<br />
esfria nOssO<br />
sangue”<br />
amiza<strong>de</strong>s e interesses abrangem leques <strong>de</strong><br />
gente tão amplos que dificilmente se encontrariam<br />
para tomar um chope. Regina<br />
funciona como uma espécie <strong>de</strong> elo entre<br />
as ilhas. O algoritmo pira com Regina Casé<br />
porque ela não respeita a geografia bem<br />
<strong>de</strong>marcadinha das ilhas e das bolhas. Regina<br />
Casé é amazônica! Na década <strong>de</strong> 1970,<br />
o neurocientista Paul MacLean apresentou<br />
a teoria do cérebro dividido em três unida<strong>de</strong>s,<br />
que seriam na verda<strong>de</strong> três camadas<br />
históricas. A camada mais recente seria o<br />
neocortex, responsável pelas funções executivas,<br />
pelo pensamento abstrato e pela<br />
inventivida<strong>de</strong>; a camada intermediária<br />
seria o sistema límbico, o cérebro dos mamíferos,<br />
responsável pela afetivida<strong>de</strong>; e a<br />
camada mais arcaica, o cérebro reptiliano<br />
(que compartilhamos com os répteis),<br />
responsável pelas respostas instintivas e<br />
emoções mais primárias: agressivida<strong>de</strong>,<br />
falta <strong>de</strong> empatia, raiva e<br />
medo.<br />
Desconfio que aprisionados<br />
em nossas ilhas, nos comportemos<br />
cada vez mais como répteis,<br />
<strong>de</strong>stilando emoções primárias e<br />
nos distanciando da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar<br />
as pontes afetivas dos mamíferos e embotando<br />
<strong>de</strong>finitivamente a inventivida<strong>de</strong><br />
e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento lógico do<br />
neocortex <strong>de</strong>masiadamente humano. Os<br />
lagartos ilhados tornam-se neofóbicos: toda<br />
diferença e novida<strong>de</strong> é encarada como<br />
ameaça. Na “bolha” agimos como animais<br />
<strong>de</strong> sangue frio. O algoritmo é ilha que esfria<br />
nosso sangue e <strong>de</strong>sumaniza porque reforça<br />
o réptil em nós. Então, aproveitando que<br />
o ano apenas começa, sejamos mais amazônicos<br />
e menos <strong>de</strong>sérticos. Sejamos mais<br />
humanos e menos répteis frios. Sejamos<br />
menos previsíveis e mais interessantes! Vamos<br />
enlouquecer os algoritmos com mais<br />
improbabilida<strong>de</strong>s, experimentando mais,<br />
convivendo mais, <strong>de</strong>struindo muros, construindo<br />
pontes. Desalgoritme-se!<br />
Flávio Cor<strong>de</strong>iro é sócio e diretor <strong>de</strong> planejamento<br />
estratégico da Bin<strong>de</strong>r<br />
flavio@bin<strong>de</strong>r.com.br<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 33
marketing & negóciOs<br />
metamorworks/iStock<br />
O valor da marca<br />
da mídia utilizada<br />
Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços que<br />
estejam em seu auge, por sua vez,<br />
têm <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a situação inversa<br />
Rafael Sampaio<br />
Um aspecto dos veículos <strong>de</strong> comunicação<br />
utilizados pelos anunciantes (a mídia<br />
empregada, em termos mais técnicos),<br />
que apenas os profissionais e agências mais<br />
experientes e qualificados têm em mente<br />
<strong>de</strong> forma clara e consi<strong>de</strong>ram com cuidado<br />
nas suas <strong>de</strong>cisões sobre on<strong>de</strong> investir é o<br />
valor intrínseco da marca da própria mídia.<br />
Ou seja, a marca da emissora <strong>de</strong> rádio ou<br />
TV, do título do jornal ou revista e do nome<br />
do website ou portal.<br />
A marca da mídia estabelece uma relação<br />
simbiótica com as marcas anunciadas,<br />
que beneficia ambas em níveis simétricos<br />
quando elas têm reputação e valor assemelhado,<br />
mas recebe ou transfere maior valor<br />
quando seus valores são díspares. Isso quer<br />
dizer que marcas novas, em ascensão ou<br />
que estejam passando por problemas po<strong>de</strong>m<br />
se beneficiar mais do valor da marca<br />
da mídia e <strong>de</strong>vem atentar cuidadosamente<br />
para isso, pois essa transferência po<strong>de</strong> acelerar<br />
seu processo <strong>de</strong> construção ou recuperação<br />
<strong>de</strong> forma positiva.<br />
Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços que estejam<br />
em seu auge, por sua vez, têm <strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>rar a situação inversa, para não colocarem<br />
suas mensagens em veículos com<br />
marcas fracas, pois esse “peso negativo” <strong>de</strong><br />
alguma forma prejudica os resultados possíveis.<br />
Esse fenômeno não é <strong>de</strong>sconhecido,<br />
mas não é consi<strong>de</strong>rado em toda sua extensão<br />
e implicação pelas marcas anunciantes.<br />
Também não é <strong>de</strong>vidamente precificado<br />
nas tabelas e nas negociações comerciais<br />
do dia a dia do mercado. No caso dos extremos<br />
ele ocorre <strong>de</strong> forma quase natural, pois<br />
os veículos com marcas fortes e reputação<br />
mais sólida conseguem manter preços premium<br />
em relação ao seu meio e aqueles<br />
mais fracos têm mais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda,<br />
mesmo quando alcançam audiência ou<br />
circulação expressiva.<br />
O que falta é tanto uma atenção maior<br />
ao fenômeno como um tratamento mais<br />
profissional ao planejamento, negociação<br />
e execução da veiculação <strong>de</strong> campanhas e<br />
esforços isolados. Nesse ponto, o trabalho<br />
<strong>de</strong> uma boa agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> torna-<br />
-se mais valioso, pois ela tem competência<br />
específica e experiência mais ampla e diversificada<br />
para avaliar qual é a simbiose<br />
i<strong>de</strong>al entre a marca da mídia e da empresa<br />
anunciante.<br />
Nesta época <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
mídia digital essa questão acabou sendo<br />
menos consi<strong>de</strong>rada que tradicionalmente,<br />
especialmente por conta da modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
compra programática da mídia, que ocorre<br />
<strong>de</strong> forma menos transparente e pouco controlada<br />
pelo anunciante.<br />
À parte das aberrações que aconteceram<br />
e ainda acontecem (embora com menos<br />
frequência), que encaixa mensagens<br />
comerciais em contextos <strong>de</strong> má reputação<br />
ou até criminosos, o padrão da programática<br />
ainda está longe <strong>de</strong> fazer com<br />
precisão essa avaliação <strong>de</strong> valor entre a<br />
marca da mídia e do anunciante e este<br />
é um cuidado que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>mandar atenção<br />
extra por parte das empresas que não<br />
querem ver suas valiosas marcas em “má<br />
companhia”. A solução para os <strong>de</strong>svios da<br />
mídia programática é uma tarefa claramente<br />
em aberto e <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, entre<br />
outros aspectos, este do valor das marcas<br />
envolvidas.<br />
Com isso fica evi<strong>de</strong>nte, uma vez mais,<br />
que o mo<strong>de</strong>lo tradicional da propaganda,<br />
com funções distintas para cada elo do<br />
sistema - anunciantes, agências e veículos<br />
-, continua sendo <strong>de</strong> longe o mais indicado<br />
para se obter o melhor resultado para<br />
as partes e o conjunto, pois é através <strong>de</strong>sse<br />
mo<strong>de</strong>lo que se obtém os maiores níveis <strong>de</strong><br />
eficiência e eficácia para os investimentos<br />
em publicida<strong>de</strong> das empresas, ao ativar negócios<br />
e fortalecer marcas através <strong>de</strong> agências<br />
bem estruturadas e competentes, empregando<br />
veículos com acesso a recursos<br />
capazes <strong>de</strong> oferecer conteúdos e programação<br />
<strong>de</strong> excelência, reforçando as próprias<br />
marcas.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
34 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
areNa do esporTe<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Divulgação<br />
endorfina criativa<br />
Girl power 1<br />
Esporte, empreen<strong>de</strong>dorismo, moda e empo<strong>de</strong>ramento feminino habitam o mesmo espaço<br />
com o novo projeto Reebok Studio. A iniciativa tem curadoria do coletivo feminista Think<br />
Olga e promove, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última sexta-feira (8) até o próximo dia 24 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, palestras,<br />
workshops e ativida<strong>de</strong>s gratuitas para mulheres, em São Paulo. A programação está<br />
sendo realizada no Parque do Ibirapuera, em frente ao Museu Afro, e aborda também<br />
temas como saú<strong>de</strong> e autocuidado, além <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> corrida, funcional e ioga.<br />
Girl power 2<br />
O evento é baseado nos três pilares da Reebok: bem-estar físico, mental e social. Segundo<br />
Daniela Valsani, diretora <strong>de</strong> marketing da companhia, a empresa tem um histórico em<br />
apoiar embaixadoras fortes e com atitu<strong>de</strong>. O novo espaço reforça seu posicionamento <strong>de</strong><br />
marca. “Remo<strong>de</strong>lamos nossa atuação no mercado e estamos muito orgulhosos em oferecer<br />
um evento que mexe com as pessoas”. Entre as atrações, <strong>de</strong>staque para<br />
a exibição do documentário Chega <strong>de</strong> Fiu Fiu, um filme sobre assédio produzido pelo<br />
Think Olga. Já o <strong>de</strong>bate Femininas e Fortes discute a imagem da mulher como simbolo<br />
<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e como reconfigurar esse preconceito. O Reebok Studio funciona todos<br />
os dias das 7h às 21h.<br />
Reprodução<br />
Na re<strong>de</strong> 1<br />
O ano começou positivo para os 20 clubes<br />
da Série A do Campeonato Brasileiro. Pelo<br />
menos do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> posicionamento<br />
<strong>de</strong> marca e presença no digital. Segundo<br />
levantamento da Ibope Repucom, os canais<br />
sociais dos times tiveram crescimento<br />
expressivo em janeiro, somando mais <strong>de</strong> 1,3<br />
milhão <strong>de</strong> novas inscrições em suas contas no<br />
Facebook, Instagram, Twitter e YouTube. Os<br />
dados são representativos, sobretudo, diante<br />
da oportunida<strong>de</strong> que as plataformas abrem<br />
para ativações <strong>de</strong> patrocinadores. Segundo<br />
o Sponsorlink, pesquisa do Ibope Repucom<br />
com foco em esportes, 91% dos fãs <strong>de</strong> futebol<br />
acessam re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Na re<strong>de</strong> 2<br />
Os times <strong>de</strong> São Paulo (38%), Rio <strong>de</strong> Janeiro (27%), Minas Gerais (16%), Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
(7%) e Ceará (6%) formam o top 5 no ranking <strong>de</strong> janeiro. Acompanhando tendência já observada<br />
nos últimos meses, o Flamengo <strong>de</strong>sponta como lí<strong>de</strong>r. De 2 a 31 <strong>de</strong> janeiro, o clube<br />
somou, ao todo, mais <strong>de</strong> 250 mil inscritos em seus canais oficiais. O Corinthians aparece<br />
logo em seguida, totalizando cerca <strong>de</strong> 200 mil novos fãs em suas plataformas sociais. Fortaleza<br />
e Ceará chamaram a atenção por seu <strong>de</strong>sempenho no Facebook, com 21 mil e 19 mil<br />
curtidas a mais, respectivamente.<br />
Ter uma vida corrida me<br />
fez <strong>de</strong>scobrir que correr, literalmente,<br />
po<strong>de</strong>ria servir<br />
como a largada oficial do meu dia.<br />
Não só pelo esforço <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar meu<br />
corpo <strong>de</strong> um lugar para o outro, em<br />
velocida<strong>de</strong>, e pela consequência física<br />
e química. Mas a corrida é um<br />
momento para pensar”.<br />
Marcos Lacerda, managing director da<br />
BETC/Havas<br />
Divulgação<br />
TaleNTo 1<br />
O clube espanhol Real Valladolid, comprado<br />
em setembro <strong>de</strong> 2018 pelo ex-jogador<br />
Ronaldo Nazário, terá uma gran<strong>de</strong> reestruturação.<br />
Durante coletiva <strong>de</strong> imprensa na<br />
semana passada, o “Fenômeno” falou sobre<br />
os investimentos na reforma do estádio<br />
José Zorrilla e a construção <strong>de</strong> um centro<br />
<strong>de</strong> treinamento. A se<strong>de</strong> administrativa<br />
passa a funcionar em Madri, como forma<br />
<strong>de</strong> o clube estar “perto das gran<strong>de</strong>s marcas<br />
e dos investimentos necessários para o<br />
progresso”, pontuou o pentacampeão<br />
pela seleção brasileira. Segundo Ronaldo,<br />
as mudanças buscam transformar o clube<br />
em uma “fábrica <strong>de</strong> talentos”.<br />
TaleNTo 2<br />
A relação <strong>de</strong> Ronaldo com os negócios é<br />
longa. Depois <strong>de</strong> ter li<strong>de</strong>rado a agência<br />
9ine (<strong>de</strong> 20<strong>11</strong> a 2016), representando gran<strong>de</strong>s<br />
nomes como Neymar, se tornou sócio<br />
da agência Octagon no Brasil. O ex-jogador<br />
tem ainda envolvimento com um time <strong>de</strong><br />
eSports no Brasil - é proprietário do CNB.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 35
mArCAS<br />
Ambev patrocina Carnaval <strong>de</strong> rua<br />
<strong>de</strong> SP após Prefeitura rever valor<br />
Empresa vai investir R$ 16 milhões na folia da capital paulista e também<br />
estará presente em Salvador, BH, Recife, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Florianópolis<br />
Carnaval <strong>de</strong> rua <strong>de</strong> SP em 2018 atraiu gran<strong>de</strong> público; Prefeitura reviu regras e foliões terão normas mais rígidas para brincar na cida<strong>de</strong><br />
MARINA OLIVEIRA<br />
Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo<br />
A anunciou a Arosuco Aromas<br />
e Sucos, subsidiária da<br />
Ambev, como operadora do<br />
Carnaval <strong>de</strong> rua da capital em<br />
<strong>2019</strong>. A marca po<strong>de</strong>rá se associar<br />
a até outras quatro companhias<br />
e arcará com o custo <strong>de</strong><br />
R$ 16,1 milhões.<br />
A Skol po<strong>de</strong>rá expor a própria<br />
marca nos trios elétricos,<br />
placas <strong>de</strong> concentração, pórticos,<br />
triedros e infláveis durante<br />
a festa. O valor original do patrocínio<br />
em <strong>2019</strong> era <strong>de</strong> R$ 19<br />
milhões, mas sofreu alterações<br />
após a Prefeitura não receber<br />
nenhuma proposta na abertura<br />
dos envelopes em 25 <strong>de</strong> janeiro,<br />
data do primeiro pregão.<br />
Outras medidas estruturais<br />
para a realização da festa<br />
também serão bancadas pela<br />
marca. O edital inclui a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> ambulantes<br />
e prevê o fornecimento<br />
<strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> isopor portátil e<br />
similares necessários ao transporte<br />
<strong>de</strong> produtos.<br />
O patrocinador não po<strong>de</strong>rá<br />
realizar ativação <strong>de</strong> marca<br />
como montanha-russa, chuveirinho<br />
<strong>de</strong> glitter e roda-gigante,<br />
conforme promovido nos últimos<br />
anos. Em 2018, a Dream<br />
Factory operou a festa em conjunto<br />
com a Ambev (Skol).<br />
Em <strong>2019</strong>, foram cadastrados<br />
538 blocos. A cida<strong>de</strong> vai receber<br />
593 <strong>de</strong>sfiles por todas as regiões.<br />
Segundo dados da Prefeitura<br />
<strong>de</strong> São Paulo, em 2018, a<br />
capital recebeu 12,35 milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas entre o pré e o pós-<br />
-Carnaval. Somente durante os<br />
quatro dias <strong>de</strong> festa este ano, a<br />
expectativa é reunir cinco milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas.<br />
A partir <strong>de</strong> agora, as regras<br />
estão mais rígidas e os blocos<br />
não po<strong>de</strong>rão ultrapassar o limite<br />
das 20h. A Avenida 23 <strong>de</strong><br />
Maio não será mais palco <strong>de</strong> folia,<br />
como em 2018. As avenidas<br />
Tira<strong>de</strong>ntes, Marquês <strong>de</strong> São Vicente<br />
e Eng. Luís Carlos Berrini<br />
serão usadas como alternativa.<br />
OutrAS lOCAlidA<strong>de</strong>S<br />
Em Belo Horizonte, a produtora<br />
Do Brasil Projetos e Eventos<br />
venceu, pela segunda vez,<br />
o edital <strong>de</strong> licitação realizado<br />
pela Belotur e assume o custeio<br />
da folia na capital mineira nos<br />
próximos dois anos.<br />
A Skol também <strong>de</strong>ve assinar<br />
a chancela <strong>de</strong> patrocínio máster,<br />
tornando-se parceira da folia<br />
belo-horizontina pelo sexto<br />
ano consecutivo.<br />
Recentemente, a produtora<br />
anunciou a entrada da Uber,<br />
que pelo segundo ano consecutivo<br />
participa da festa na capital<br />
mineira. Mais quatro marcas<br />
ainda po<strong>de</strong>m ser anunciadas<br />
pela Do Brasil.<br />
A Skol po<strong>de</strong>rá<br />
expor A própriA<br />
mArcA noS trioS<br />
elétricoS, plAcAS<br />
<strong>de</strong> concentrAção,<br />
pórticoS, triedroS<br />
e infláveiS<br />
Divulgação<br />
Com aporte <strong>de</strong> R$ 10,5 milhões<br />
em verba direta – R$ 4,5<br />
milhões para <strong>2019</strong> e R$ 6 milhões<br />
para 2020 –, além <strong>de</strong><br />
planilhas <strong>de</strong> estruturas e serviços<br />
no valor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 8<br />
milhões, a soma do patrocínio<br />
bienal chega a R$ 27,16 milhões.<br />
A Ambev também está presente<br />
com a Skol no carnaval<br />
<strong>de</strong> Salvador, Recife e Florianópolis.<br />
Já o Rio <strong>de</strong> Janeiro fechou<br />
contrato <strong>de</strong> três anos com a<br />
Dream Factory. Até 2020 eles<br />
<strong>de</strong>vem investir um total <strong>de</strong><br />
R$ 74,4 milhões na contratação<br />
<strong>de</strong> seguranças, banheiros<br />
químicos e <strong>de</strong>mais estruturas<br />
previstas em edital. Em conjunto<br />
com a produtora, a Ambev<br />
estará presente na folia carioca<br />
com a Antarctica.<br />
36 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
mArcAS<br />
Após três anos, Santan<strong>de</strong>r volta a<br />
trabalhar sua imagem institucional<br />
Banco vinha comunicando seus produtos em formato <strong>de</strong> varejo para<br />
reforçar o compromisso <strong>de</strong> transparência no contato com os clientes<br />
MARIANA BARBOSA<br />
Com a pergunta O que a gente<br />
po<strong>de</strong> fazer por você hoje?<br />
o Santan<strong>de</strong>r inaugurou, há três<br />
anos, um ciclo <strong>de</strong> comunicação<br />
que trabalhou <strong>de</strong> forma inédita<br />
uma instituição bancária <strong>de</strong>ntro<br />
do formato <strong>de</strong> varejo. Abrindo<br />
portas para conversar <strong>de</strong> maneira<br />
mais direta e transparente<br />
com o público, a empresa se posicionou<br />
como uma prestadora<br />
<strong>de</strong> serviço e passou a falar sobre<br />
taxas e valores, recebendo publicamente<br />
as diversas críticas<br />
que chegaram aos canais da<br />
marca após o lançamento do<br />
slogan-questionamento.<br />
Agora, o banco lança a sua<br />
primeira campanha institucional,<br />
criada pela Suno United<br />
Creators, e anuncia seu novo<br />
posicionamento <strong>de</strong> marca. “Enten<strong>de</strong>mos<br />
que após esse tempo<br />
falando sobre tudo o que oferecemos,<br />
agora ganhamos o direito<br />
<strong>de</strong> falar da gente”, comenta<br />
Igor Puga, diretor <strong>de</strong> marketing<br />
do Santan<strong>de</strong>r.<br />
A partir <strong>de</strong>sse momento, as<br />
próximas peças trarão a nova<br />
assinatura da instituição, O que<br />
nossa chama po<strong>de</strong> fazer por você<br />
hoje? - sendo que o termo “por<br />
você” será substituído por diferentes<br />
palavras, como “pela sua<br />
ousadia” ou “pela sua paixão”,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do que será comunicado.<br />
Os materiais darão<br />
ainda protagonismo ao logo da<br />
marca, representado por uma<br />
chama.<br />
“Nosso novo momento é<br />
uma continuação do trabalho<br />
que já vínhamos fazendo”,<br />
revela Puga, reforçando ainda<br />
que o lançamento <strong>de</strong>ssa campanha<br />
não significa que a empresa<br />
vai abandonar a sua comunicação<br />
com características<br />
varejistas.<br />
“O que nos dá orgulho é não<br />
apenas beneficiar os nossos<br />
clientes, mas mexer com todo<br />
o mercado financeiro. Quem<br />
diria que o que começou com<br />
uma pergunta iria mexer tanto<br />
“Agora ganhamos o direito <strong>de</strong> falar da gente”, diz o diretor <strong>de</strong> marketing Igor Puga sobre a nova campanha institucional do Santan<strong>de</strong>r<br />
com um setor tradicionalmente<br />
estagnado?”, reflete.<br />
De acordo com Puga, quando<br />
o banco <strong>de</strong>cidiu trazer um<br />
questionamento em vez <strong>de</strong><br />
uma afirmação em seu slogan,<br />
apenas o Pão <strong>de</strong> Açúcar seguia<br />
um mo<strong>de</strong>lo semelhante <strong>de</strong>ntre<br />
as 100 maiores empresas<br />
do Brasil. Já no último ano,<br />
o Itaú mudou o seu posicionamento<br />
Feito pra você, que já<br />
era utilizado há 20 anos, para<br />
O que você está buscando?. “Eu<br />
me sinto lisonjeado em ver o<br />
mercado se inspirando na gente.<br />
Mas muito mais do que falar<br />
<strong>de</strong> marca, o nosso <strong>de</strong>safio é<br />
falar sem pudor sobre serviços<br />
financeiros para um público<br />
que não enten<strong>de</strong> o nosso mercado,<br />
e isso é o que gostaríamos<br />
<strong>de</strong> ver mais por aí”, provoca o<br />
diretor.<br />
O próximo protagonista da<br />
comunicação da marca será<br />
trabalhado a partir <strong>de</strong>sta quarta-feira,<br />
13 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, em<br />
“Quem diria Que o<br />
Que começou com<br />
uma pergunta<br />
iria mexer tanto<br />
com um setor<br />
tradicionalmente<br />
estagnado?”<br />
Ale Oliveira<br />
campanha criada pela Y&R. O<br />
Santan<strong>de</strong>r On, novo recurso<br />
disponibilizado pelo banco em<br />
seu site e app para organizar as<br />
finanças pessoais, oferecerá integração<br />
gratuita com o sistema<br />
do Serasa, o que possibilitará<br />
aos clientes consultarem seu<br />
CPF e até mesmo visualizarem<br />
dívidas com outras instituições<br />
bancárias. “Isso vira um negócio<br />
a partir do momento que<br />
ofereceremos vantagens e benefícios<br />
exclusivos aos clientes<br />
que migrarem serviços <strong>de</strong> outros<br />
bancos para o Santan<strong>de</strong>r”,<br />
diz Puga.<br />
Para este ano, a meta do banco<br />
é aumentar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
clientes com mais <strong>de</strong> um serviço<br />
contratado na instituição<br />
ou que tenham vínculos totais<br />
com o Santan<strong>de</strong>r. “O nosso<br />
objetivo é focar não em novos<br />
clientes, mas em ampliar<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />
cada um dos que já estão em<br />
casa”, revela.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 37
marcas<br />
Volkswagen cria ilha digital que<br />
promete chegar on<strong>de</strong> o cliente está<br />
Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>senvolvido, e já em funcionamento no Brasil, será aplicado<br />
em sete países da América Latina ainda no primeiro trimestre <strong>de</strong> <strong>2019</strong><br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
De olho nas mudanças <strong>de</strong> hábito<br />
dos consumidores, a<br />
Volkswagen começou, em <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 2018, um projeto piloto<br />
em 10 concessionárias espalhadas<br />
pelo Brasil com o intuito<br />
<strong>de</strong> trazer novas experiências<br />
para o público. O formato <strong>de</strong> concessionária<br />
ou ilha digital, que<br />
conta com tela touch, óculos <strong>de</strong><br />
realida<strong>de</strong> virtual, tablet e espaços<br />
<strong>de</strong> convivência, <strong>de</strong>ve chegar<br />
a cerca <strong>de</strong> 100 pontos <strong>de</strong> venda<br />
até o fim <strong>de</strong> <strong>2019</strong>. Através da<br />
tecnologia, os clientes po<strong>de</strong>rão<br />
‘entrar’ em todos os veículos do<br />
portfólio da marca, assim como<br />
pesquisar os diferenciais, condições<br />
<strong>de</strong> compra e financiamento.<br />
A iniciativa, que começou no<br />
Brasil e foi <strong>de</strong>senvolvida pela<br />
própria montadora em parceria<br />
Lacta traz mais <strong>de</strong> 20 opções <strong>de</strong><br />
ovos e está otimista com a Páscoa<br />
Após quatro anos, data volta a crescer<br />
em volume, unida<strong>de</strong> e presença em lares<br />
Enquanto os brasileiros só pensam<br />
no Carnaval, os fabricantes <strong>de</strong> chocolates<br />
já estão com a produção <strong>de</strong> Páscoa<br />
a todo vapor. A Lacta, que pertence<br />
à Mon<strong>de</strong>lēz, traz mais <strong>de</strong> 20 opções <strong>de</strong><br />
ovos, além da linha regular da marca. A<br />
companhia aposta em diversas opções<br />
para presentear e compartilhar.<br />
“O consumidor ficou mais racional e<br />
mudou o seu comportamento <strong>de</strong> consumo.<br />
Produtos regulares ganham cada<br />
vez mais espaço durante a Páscoa. Há<br />
opções para todos os tipos <strong>de</strong> consumidores”,<br />
diz Ricardo Reis, gerente <strong>de</strong> Páscoa<br />
da Lacta.<br />
Entre os lançamentos, a marca traz<br />
seis novida<strong>de</strong>s em ovos. O clássico Ouro<br />
Branco retorna ao mercado em uma<br />
versão <strong>de</strong> 355g, acompanhado <strong>de</strong> Lacta<br />
Oreo e do <strong>de</strong>staque Bis Black. Na linha<br />
infantil, os ovos com as licenças da DC<br />
Pablo Di Si, presi<strong>de</strong>nte da Volkswagen na América Latina, na ilha digital da montadora<br />
Comics, com a Mulher Maravilha e os<br />
Vingadores com os heróis e o vilão Thanos,<br />
prometem fazer a alegria <strong>de</strong> adultos<br />
e crianças.<br />
“A licença é uma fatia importante<br />
do mercado, mas acho que ela tem um<br />
papel importante que é da conexão da<br />
criança com a data. Lares com crianças<br />
celebram mais a data. Os ovos licenciados<br />
representam cerca <strong>de</strong> 25% do mercado<br />
<strong>de</strong> Páscoa”, comenta Reis.<br />
Há 21 anos a Lacta segue lí<strong>de</strong>r em produtos<br />
<strong>de</strong> Páscoa, que após quatro anos<br />
voltou a crescer em volume, unida<strong>de</strong>s e<br />
presença em lares. “Segundo dados da<br />
Nielsen, a data cresceu 4,1% no varejo<br />
motivada pela linha regular e ovos. Em<br />
2018, chegamos a mais <strong>de</strong> 3,3 milhões <strong>de</strong><br />
lares. Produtos não sazonais continuam<br />
sendo a porta <strong>de</strong> entrada para o consumo<br />
na Páscoa”, diz Reis.<br />
A F<br />
Divulgação<br />
com Vetor 0, IBM e Samsung, será<br />
aplicada também em sete países<br />
da América Latina ainda no primeiro<br />
trimestre <strong>de</strong>ste ano. No<br />
momento, ainda não é possível<br />
realizar a compra <strong>de</strong> um veículo<br />
pela ferramenta, mas segundo a<br />
Volkswagen isso <strong>de</strong>ve ocorrercer<br />
até o mês <strong>de</strong> junho.<br />
“Estamos em uma etapa <strong>de</strong><br />
transformação gradual junto com<br />
as concessionárias. Este sistema<br />
vai permitir que elas tenham um<br />
espaço menor, com menos carros<br />
físicos em exposição, mais pontos<br />
<strong>de</strong> vendas e um atendimento<br />
mais personalizado. No futuro, a<br />
ferramenta vai levar o showroom<br />
para a casa dos clientes. Vale ressaltar<br />
que este sempre será um<br />
trabalho em conjunto com as<br />
concessionárias”, diz Pablo Di<br />
Si, presi<strong>de</strong>nte da Volkswagen na<br />
América Latina.<br />
Ricardo Reis, da Lacta, apresenta as novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste ano<br />
Divulgação<br />
38 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
MARCAS<br />
Publicis assina campanha da nova<br />
geração <strong>de</strong> smartphones Motorola<br />
Importa para você é o mote da ação, que tem veiculação programada em<br />
TV, mídia digital e display; lançamento global foi realizado em São Paulo<br />
MARINA OLIVEIRA<br />
Motorola apresentou quatro<br />
novos aparelhos da<br />
A<br />
linha Moto g sétima geração:<br />
Moto g7, Moto g7 Plus, Moto g<br />
Play e Moto g Power. Durante<br />
o evento <strong>de</strong> lançamento global<br />
em São Paulo, a empresa anunciou<br />
Renata Altenfel<strong>de</strong>r como<br />
diretora <strong>de</strong> marketing global e<br />
América Latina. A movimentação<br />
é parte <strong>de</strong> uma reestruturação<br />
interna na Motorola, que alçou<br />
Sergio Buanic à presidência<br />
da marca em 2018.<br />
A Publicis Brasil, agência<br />
responsável pela campanha <strong>de</strong><br />
lançamento no país, em parceria<br />
com a Jüssi e a Matilda, criou<br />
o mote O que importa para você.<br />
Cicatricure ressignifica cicatrizes<br />
com novo posicionamento <strong>de</strong> marca<br />
Glória Pires e Antônia Morais estrelam campanha <strong>de</strong> produtos<br />
faciais e corporais; conceito reforça a beleza dos sinais da ida<strong>de</strong><br />
Sob o mote Uma marca renasce,<br />
a Cicatricure apresentou<br />
seu novo posicionamento, na<br />
semana passada, em São Paulo.<br />
O conceito reforça o objetivo da<br />
companhia <strong>de</strong> cuidar das marcas<br />
que a vida dá, por escolha<br />
ou por consequência.<br />
A empresa também anunciou<br />
Glória Pires e Antônia Morais<br />
como garotas-propaganda.<br />
A Cicatricure prometeu, ainda,<br />
renovação <strong>de</strong> suas fórmulas e<br />
embalagens <strong>de</strong> produtos faciais<br />
e corporais. A divulgação ocorreu<br />
durante o evento Marcas da<br />
Vida e contou com a presença<br />
da imprensa e influenciadoras<br />
digitais, que pu<strong>de</strong>ram conhecer<br />
as diferentes linhas <strong>de</strong> produtos<br />
da empresa.<br />
Além disso, o lançamento<br />
teve uma exposição <strong>de</strong> fotos<br />
Jûssi e Matilda assinam a campanha da nova família Moto g com a Publicis Brasil<br />
Mãe e filha Glória Pires e Antônia Morais são as novas embaixadoras <strong>de</strong> marca<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
“Não é só sobre funcionalida<strong>de</strong>,<br />
é preciso dar um passo além”,<br />
garante Renata.<br />
Com filmes em versões <strong>de</strong><br />
15, 30 e 60 segundos, mídia digital<br />
e display, a empresa não<br />
prevê ativações, mas investe<br />
na relação com parceiros e digital<br />
influencers. “A gente está<br />
construindo uma relação com<br />
eles”, diz Juliana Mott, head <strong>de</strong><br />
marketing da Motorola.<br />
Durantte <strong>fevereiro</strong>, a empresa<br />
espera atingir 60% do target<br />
com a campanha. “Agora a gente<br />
abre para a parte <strong>de</strong> prime<br />
time da Re<strong>de</strong> Globo e ESPN com<br />
pay TV, digital e YouTube”, explica<br />
Juliana.<br />
Os mo<strong>de</strong>los têm valores entre<br />
R$999 e R$ 1899.<br />
da <strong>de</strong>signer Gabi Gelli, que <strong>de</strong>senvolve<br />
um trabalho sobre<br />
histórias <strong>de</strong> cicatrizes. A artista<br />
trabalha em prol da ressignificação<br />
<strong>de</strong>ssas marcas e compartilhou<br />
sua história pessoal com<br />
os convidados.<br />
GenoMMA LAb<br />
A Cicatricure é uma das marcas<br />
que pertencem ao Genomma<br />
Lab. De acordo com o mais<br />
recente balanço do estudo Retrospectiva<br />
& Perspectivas, divulgado<br />
pelo Kantar Ibope, a<br />
Genomma Lab figura entre os<br />
10 maiores anunciantes do país.<br />
Além da Cicatricure, a companhia<br />
também <strong>de</strong>tém as<br />
marcas Asepxia, DiabetTX,<br />
Flatuliv, Goicoechea, Lakesia,<br />
Medixasp, Pointts, Proctan, teatrical<br />
e Tío Nacho.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 39
marcas<br />
Dentsu cria filme com novo pedido<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas do presi<strong>de</strong>nte da Nissin<br />
Comercial produzido pela Fantástica lança promoção e traz embalagem<br />
especial com nome do macarrão instantâneo alterado para Nissin LamenTA<br />
Depois do gran<strong>de</strong> sucesso<br />
do comercial da Nissin em<br />
que o presi<strong>de</strong>nte da marca pe<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sculpas aos brasileiros pelo<br />
fato <strong>de</strong> a empresa não saber<br />
cozinhar o verda<strong>de</strong>iro Lámen<br />
como nós, a Dentsu Brasil criou<br />
um novo filme dando continuida<strong>de</strong><br />
à campanha e para lançar<br />
a promoção Nissin Lamenta.<br />
Com produção da Fantástica<br />
Filmes, o comercial traz novamente<br />
o presi<strong>de</strong>nte Takashi.<br />
Desta vez, ele reforça o pedido<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas feito anteriormente<br />
e anuncia o lançamento da<br />
promoção (na compra <strong>de</strong> 5 pacotes<br />
<strong>de</strong> Nissin Lámen, o consumidor<br />
leva 6), apresentando<br />
a nova embalagem, em que a<br />
marca acrescentou as letras T<br />
e A ao final da palavra Lámen,<br />
formando Nissin LamenTA.<br />
Kraft Heinz propõe “<strong>de</strong>gustação”<br />
musical do sabor <strong>de</strong> nova maionese<br />
Para o lançamento do produto, Lulu Santos, Tiago Abravanel e Luisa<br />
Sonza participaram <strong>de</strong> ação interativa criada pela agência Leo Burnett<br />
Qual é o som do sabor da<br />
Mayo Kraft? Descobrir essa<br />
resposta e engajar os consumidores<br />
são alguns dos<br />
<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> Luisa Sonza, Lulu<br />
Santos e Tiago Abravanel. Os<br />
artistas participam da campanha<br />
da nova maionese da Kraft<br />
Heinz.<br />
Na <strong>de</strong>gustação musical criada<br />
pela agência Leo Burnett,<br />
os artistas vão gravar o jingle<br />
MMMMAYO. A campanha é<br />
composta por várias fases, entre<br />
elas, a interação com consumidores<br />
e outros influenciadores,<br />
como Whin<strong>de</strong>rsson Nunes,<br />
Luscas, Ygor Freitas e Lucas<br />
Silveira.<br />
O resultado é um vi<strong>de</strong>oclipe<br />
que une os artistas ao seu<br />
O executivo Takashi está mais uma vez em campanha com filmes para TV e internet<br />
Tiago Abravanel, Luisa Sonza e Lulu Santos “cantam” o sabor da nova Mayo, da Kraft<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
“Assumir que não há fórmula<br />
perfeita para o preparo do macarrão,<br />
assim como a criação <strong>de</strong><br />
uma arte inédita e inusitada para<br />
a nova embalagem, são ações<br />
que falam diretamente com o<br />
público brasileiro. Demos continuida<strong>de</strong><br />
ao pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas<br />
do Takashi, explorando<br />
mais um ponto <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />
uma forma irreverente”, ressalta<br />
Filipe Cuvero, VP <strong>de</strong> Criação<br />
da Dentsu. “Tínhamos como<br />
objetivo finalizar essa campanha<br />
<strong>de</strong> uma maneira criativa,<br />
então continuamos com a presença<br />
do presi<strong>de</strong>nte assinando<br />
o nosso pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas.<br />
Temos certeza que essa última<br />
fase vai agradar muito os nossos<br />
consumidores”, <strong>de</strong>staca<br />
Gabriela Pru<strong>de</strong>ncio, gerente <strong>de</strong><br />
marca da NFB.<br />
público, também <strong>de</strong>safiando-<br />
-os a <strong>de</strong>scobrir o som do sabor<br />
<strong>de</strong> Mayo Kraft. “Uma maionese<br />
tão surpreen<strong>de</strong>nte e com um<br />
sabor tão único precisa ser provada<br />
<strong>de</strong> uma maneira diferente,<br />
por isso a campanha nasce<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>gustação musical a partir<br />
<strong>de</strong> nosso produto, ressaltando<br />
as suas principais características<br />
e o principal, seu sabor”,<br />
explica Thiago Rapp, gerente<br />
<strong>de</strong> marketing da Kraft Heinz<br />
Company.<br />
A campanha po<strong>de</strong> ser vista<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais da marca - @<br />
mayokraftbr no Twitter, Instagram<br />
e Facebook. A Mayo<br />
Kraft tem atuação no segmento<br />
mainstream e já está disponível<br />
nas gôndolas <strong>de</strong> todo o país.<br />
40 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
mídia<br />
BuzzFeed quer ir além das listas e<br />
classifica Brasil como “prioritário”<br />
Depois <strong>de</strong> F/Nazca S&S, site busca mais parcerias com agências e<br />
marcas; veículo também comenta <strong>de</strong>missões na redação brasileira<br />
LEONARDO ARAUJO<br />
cada cinco posts compartilhados<br />
por millen-<br />
A<br />
nials no mundo todo, um é do<br />
BuzzFeed. Este é apenas um<br />
dado sobre o po<strong>de</strong>r do site famoso<br />
por suas listas e quizzes.<br />
O veículo quer ampliar seu<br />
escopo para o futuro, por isso,<br />
preten<strong>de</strong> fazer ainda mais parcerias<br />
com agências e marcas.<br />
Apesar da popularida<strong>de</strong>, o<br />
veículo passou por turbulências<br />
em 2018. Redações fecharam<br />
na Europa. No Brasil,<br />
<strong>de</strong>missões aconteceram. “Foi<br />
um momento difícil para todos,<br />
mas não temos preocupações<br />
<strong>de</strong> fechar, pelo contrário.<br />
Estamos passando por uma<br />
reestruturação global”, explica<br />
Luciana Rodrigues, general<br />
manager do BuzzFeed Brasil.<br />
A profissional, que tem passagens<br />
por empresas como a<br />
Turner e agências como a JWT<br />
e pela F/Nazca S&S, comenta<br />
que a importância do Brasil<br />
para o BuzzFeed não foi <strong>de</strong>finida<br />
apenas pelo tamanho da audiência<br />
ou do número <strong>de</strong> parceiros.<br />
O país é o quarto mais<br />
conectado do mundo, com 120<br />
milhões <strong>de</strong> pessoas com acesso<br />
à internet e está se tornando<br />
cada vez mais digital. “Esses<br />
fatores macro, a popularida<strong>de</strong><br />
do conteúdo editorial do Buzz-<br />
Feed Brasil e o nosso rápido<br />
crescimento aqui nos levaram<br />
a consi<strong>de</strong>rar o Brasil um dos<br />
mercados prioritários para a<br />
empresa”, comenta Luciana.<br />
“Nosso mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
é extremamente eficiente uma<br />
vez que criamos e produzimos<br />
conteúdo, distribuímos nas<br />
nossas plataformas e também<br />
licenciamos para outros parceiros<br />
<strong>de</strong> mídia, além <strong>de</strong> entregar<br />
resultados mensurados<br />
por ferramentas próprias e/<br />
ou através <strong>de</strong> parcerias com<br />
o Kantar. O resultado é uma<br />
extensa lista <strong>de</strong> marcas que<br />
fazem parte da nossa gran<strong>de</strong><br />
máquina <strong>de</strong> feedbacks”,<br />
Depois <strong>de</strong> passar por agências como F/Nazca e JWT, Luciana Rodrigues tem o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> rentabilizar a operação do BuzzFeed Brasil<br />
celebra a general manager,<br />
citando exemplos como Coca-<br />
-Cola, Avon, Pão <strong>de</strong> Açúcar,<br />
McDonald’s e Volkswagen.<br />
“Nossa missão no Brasil é<br />
ir muito além das listas, quizzes,<br />
ví<strong>de</strong>os e séries, queremos<br />
seguir o caminho em que<br />
criamos experiências através<br />
<strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> marcas<br />
como o Tasty, criação <strong>de</strong> novos<br />
produtos e até mesmo eventos<br />
on<strong>de</strong> exploramos o uso <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> uma forma totalmente<br />
inusitada”, pontua.<br />
Parceria com agências<br />
“Cada vez mais as agências<br />
enten<strong>de</strong>m que precisamos<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> conversar <strong>de</strong> cima<br />
pra baixo, não é sobre alcançar<br />
a audiência, mas sobre<br />
representá-la. É aí que entramos,<br />
como parceiros na hora<br />
<strong>de</strong> ajudar a materializar essas<br />
“Estamos<br />
passando por uma<br />
rEEstruturação<br />
global”<br />
Divulgação<br />
soluções”, analisa a executiva.<br />
“A parceria com a F/Nazca,<br />
única no mundo, está alinhada<br />
com o nosso propósito em<br />
compartilhar conhecimento,<br />
apren<strong>de</strong>r, testar e provar que<br />
marcas po<strong>de</strong>m, sim, estar inseridas<br />
na vida das pessoas<br />
ensinando alguma coisa nova<br />
ou <strong>de</strong>spertando emoções, fazendo<br />
com que elas queiram<br />
trazer os seus amigos e familiares<br />
para a conversa”, explica<br />
Luciana.<br />
“Dos 600 conteúdos que<br />
produzimos diariamente no<br />
mundo, 20% são ví<strong>de</strong>os”, afirma<br />
a publicitária. Para ela, os<br />
ví<strong>de</strong>os não são mais uma aposta.<br />
“São gran<strong>de</strong>s geradores <strong>de</strong><br />
audiência para o BuzzFeed em<br />
nossas diversas plataformas.<br />
[...] Acompanhar essa tendência<br />
é mais do que uma visão, é<br />
uma necessida<strong>de</strong>”, finaliza.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 41
mídia<br />
Record estreia reality musical<br />
semanal com apresentação <strong>de</strong> Xuxa<br />
Formato da En<strong>de</strong>mol faz parte do núcleo comandado por Rodrigo Carelli<br />
e preten<strong>de</strong> competir diretamente pela audiência com o futebol da Globo<br />
MARIANA BARBOSA<br />
Record TV estreou, na última<br />
quarta-feira (6), seu<br />
A<br />
novo reality show musical, o<br />
The Four Brasil. O programa<br />
será exibido semanalmente, às<br />
22h30, competindo diretamente<br />
com o tradicional futebol da<br />
Globo.<br />
O formato, produzido pela<br />
En<strong>de</strong>mol Shine Brasil e i<strong>de</strong>alizado<br />
pela israelense Armoza<br />
Formats, passa a fazer parte do<br />
núcleo <strong>de</strong> realities da emissora,<br />
comandado por Rodrigo Carelli,<br />
e conta com a apresentação<br />
<strong>de</strong> Xuxa.<br />
O elenco é composto ainda<br />
pelos jurados Aline Wirley,<br />
atriz, cantora e integrante da<br />
banda Rouge; João Marcello<br />
Bôscoli, produtor musical; e<br />
Leo Chaves, cantor e ex-dupla<br />
<strong>de</strong> Victor, e ex-jurado do The<br />
Voice Kids, da concorrente carioca.<br />
Definido como uma “batalha<br />
<strong>de</strong> música” que levará em conta<br />
a voz, a presença <strong>de</strong> palco e<br />
o carisma dos participantes,<br />
o The Four teve seu primeiro<br />
episódio exibido sem patrocinadores.<br />
Com cerca <strong>de</strong> 1h50<br />
<strong>de</strong> duração, o programa inicial<br />
contou apenas com um intervalo<br />
comercial, que apresentou<br />
inserções das marcas Coca-<br />
-Cola, Asepxia, Nissan, Flatuliv,<br />
FinanZero, Cicatricure, Google<br />
e Tio Nacho. Ao longo dos oito<br />
episódios da competição, a Record<br />
<strong>de</strong>ve trabalhar para negociar<br />
cotas com anunciantes.<br />
De acordo com Juliana Algañaraz,<br />
diretora-geral da En<strong>de</strong>mol<br />
Shine Brasil, as equipes<br />
da produtora e da Record tiveram<br />
apenas dois meses para<br />
preparar todo o programa,<br />
incluindo concepção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />
comerciais, montagem<br />
<strong>de</strong> cenário e casting nacional.<br />
A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> realizar a versão<br />
brasileira do reality foi tomada<br />
pela emissora em meados <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro. “Nos apaixonamos<br />
pelo formato e <strong>de</strong>cidimos fazê-<br />
O elenco <strong>de</strong> The Four é composto pela apresentadora Xuxa e pelos jurados João Marcello Bôscoli, Aline Wirley e Leo Chaves<br />
-lo. Mas, quando olhamos para<br />
a gra<strong>de</strong>, percebemos que ele teria<br />
<strong>de</strong> ir ao ar logo no início do<br />
ano para caber na programação<br />
ainda em <strong>2019</strong>”, explica Carelli.<br />
“O Brasil é um dos primeiros<br />
países a receber o The Four e<br />
acreditamos muito no programa.<br />
Temos certeza que o formato<br />
vai conquistar o público<br />
e ser mais um gran<strong>de</strong> sucesso,<br />
ainda mais com a Xuxa, que é<br />
um fenômeno da televisão”,<br />
completa Juliana.<br />
A Record aposta ainda na<br />
repetição do trabalho que vem<br />
sendo realizado com o Dancing<br />
Brasil para o novo programa: o<br />
reality conta não só com a mesma<br />
apresentadora, mas com a<br />
mesma equipe e produtora que<br />
atuam na competição <strong>de</strong> dança.<br />
“Sinto-me feliz em ser <strong>de</strong>safiada.<br />
Eu estou apren<strong>de</strong>ndo<br />
muito, principalmente porque<br />
fazer um formato é algo novo<br />
pra mim, mas sinto que também<br />
tenho muito com o que<br />
“SINTO QUE TAMBÉM<br />
TENHO MUITO COM<br />
O QUE CONTRIBUIR,<br />
JÁ QUE TENHO<br />
36 ANOS DE Tv”<br />
Blad Meneghel/Divulgação<br />
contribuir, já que tenho 36 anos<br />
<strong>de</strong> TV”, afirma a apresentadora<br />
Xuxa.<br />
Diferentemente <strong>de</strong> outras<br />
produções similares para a TV,<br />
o The Four Brasil já apresentou<br />
logo no primeiro episódio seus<br />
quatro potenciais finalistas, os<br />
chamados The Four, pré-selecionados<br />
pela produção. A cada<br />
episódio, diversos candidatos<br />
se apresentam no palco para<br />
<strong>de</strong>sbancá-los. Os episódios serão<br />
gravados a cada semana e<br />
a <strong>de</strong>cisão final será realizada ao<br />
vivo. O reality ganhou popularida<strong>de</strong><br />
internacional ao longo<br />
<strong>de</strong> 2018 ao ser adaptado pela<br />
americana FOX, trazendo os<br />
músicos Sean Combs, DJ Khaled<br />
e Meghan Trainor no júri.<br />
A estreia marcou o início da<br />
temporada <strong>2019</strong> dos realities da<br />
emissora. Nesta quinta-feira,<br />
14, Troca <strong>de</strong> Esposas entra no<br />
ar, apresentado por Ticiane Pinheiro.<br />
Já em abril será a vez do<br />
programa Top Chef.<br />
42 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Mídia<br />
Queda na audiência do Super Bowl<br />
po<strong>de</strong> impactar postura das marcas<br />
Final da NFL no dia 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> teve o pior alcance nos últimos 10 anos;<br />
popularida<strong>de</strong> do jogo na internet abre novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interações<br />
Dados da Nielsen indicaram a pior audiência nos últimos 10 anos no Super Bowl: 98,2 milhões assistiram à partida nos Estados Unidos<br />
“ViVemos um<br />
momento em que<br />
a tV não é mais<br />
tela única, o que<br />
não significa que<br />
ela não tenha<br />
uma influência<br />
importante no<br />
Brasil e no mundo”<br />
mstahlphoto/iStock<br />
Danúbia Paraizo<br />
<strong>de</strong>sempenho do Super Bowl<br />
O no quesito audiência na TV<br />
linear, no domingo (3), está longe<br />
<strong>de</strong> ter sido o resultado dos<br />
sonhos para a NFL ou para a<br />
CBS, que transmistiu a partida<br />
entre Los Angeles Rams e New<br />
England Patriots. Segundo informações<br />
da Nielsen, 98,2 milhões<br />
<strong>de</strong> americanos assistiram<br />
ao jogo, configurando a pior audiência<br />
nos últimos 10 anos - o<br />
recor<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 2015, com audiência<br />
<strong>de</strong> <strong>11</strong>4,442 milhões).<br />
Diante do cenário aparentemente<br />
negativo para a mídia<br />
tradicional, fica a dúvida se o<br />
evento esportivo permanecerá<br />
significativo para os anunciantes.<br />
Basta lembrar que o valor<br />
para anunciar 30 segundos no<br />
horário comercial não saiu por<br />
menos <strong>de</strong> US$ 5 milhões. Com<br />
a redução do alcance e da exposição<br />
da marca para os espectadores,<br />
é possível que os<br />
anunciantes repensem suas<br />
estratégias para o ano que vem.<br />
Segundo An<strong>de</strong>rson Gurgel,<br />
professor <strong>de</strong> marketing esportivo<br />
da Faculda<strong>de</strong> Mackenzie,<br />
o Super Bowl continua com um<br />
peso gigante para alguns segmentos,<br />
como o <strong>de</strong> entretenimento.<br />
Esse é o caso da Marvel,<br />
que exibiu um novo trailer do<br />
filme Capitã Marvel durante a<br />
partida. O spot <strong>de</strong> 30 segundos<br />
já soma mais <strong>de</strong> três milhões<br />
<strong>de</strong> views no canal da marca no<br />
YouTube. “Não dá para dizer<br />
que o Super Bowl esteja em <strong>de</strong>cadência.<br />
O fato <strong>de</strong> o jogo ser<br />
o principal momento da TV ao<br />
vivo no mundo cria uma expectativa<br />
no público. Isso por<br />
si só já gera um cenário favorável<br />
para as marcas”, diz Gurgel.<br />
Isso não significa, no entanto,<br />
que uma transformação silenciosa<br />
não esteja acontecendo. A<br />
queda da audiência na TV linear<br />
nada mais é do um reflexo do<br />
que passa o mercado <strong>de</strong> mídia<br />
tradicional como um todo.<br />
Os números sobre as interações<br />
em re<strong>de</strong>s sociais durante<br />
o jogo reforçam a tendência do<br />
conteúdo multiplataforma. Durante<br />
o jogo foram 32,3 milhões<br />
<strong>de</strong> interações nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
reforçando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os<br />
anunciantes <strong>de</strong>vem enxergar<br />
o evento como parte <strong>de</strong> uma<br />
estratégia mais ampla e não<br />
apenas um fim em si mesmo.<br />
“As marcas já enten<strong>de</strong>ram que<br />
a ação não se esgosta ali nos 30<br />
segundos”, analisa Gurgel.<br />
A Pepsi foi um dos cases<br />
bem-sucedidos nesse sentido.<br />
Patrocinadora oficial do jogo, a<br />
marca foi sponsor também do<br />
tradicional show do intervalo,<br />
que neste ano contou com<br />
apresentações <strong>de</strong> Maroon 5 e<br />
dos rappers Travis Scott e Big<br />
Boi. O momento foi lí<strong>de</strong>r em<br />
conversas nas re<strong>de</strong>s sociais, alcançando<br />
o pico <strong>de</strong> 171 mil interações.<br />
A marca, aliás, se manteve<br />
no tranding topic global do<br />
Twitter patrocinando a hashtag<br />
PepsiMoreThanOk, em referência<br />
a campanha estrelada pelos<br />
rappers Cardi B e Lil Jon.<br />
Des<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> janeiro, a<br />
Pepsi também tomou as ruas<br />
<strong>de</strong> Atlanta com mensagens irônicas<br />
<strong>de</strong> OOH em referência a<br />
sua presença na região. Vale<br />
lembrar que a cida<strong>de</strong> é a se<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sua maior concorrente - a<br />
Coca-Cola.<br />
Na queda <strong>de</strong> braço milionária<br />
por relevância no Super Bowl,<br />
uma marca chamou a atenção<br />
justamente por não participar<br />
do horário comercial <strong>de</strong> TV<br />
mais caro do mundo. A Skittles<br />
promoveu horas antes da partida<br />
um musical na Broadway<br />
que criticava o consumismo<br />
gerado pelo mercado <strong>de</strong> propaganda.<br />
O valor dos ingressos<br />
foi revertido a uma ONG que dá<br />
apoio a pacientes com HIV. “Vivemos<br />
um momento em que a<br />
TV não é mais tela única, o que<br />
não significa que ela não tenha<br />
uma influência importante no<br />
Brasil e no mundo”.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 43
Paulo. “A gente quer mostrar para esses<br />
clientes que po<strong>de</strong>mos atendê-los, embora<br />
estejamos em Campinas. Claro que o interior<br />
não é um mercado que está saturado,<br />
temos clientes muito interessantes. 80%<br />
da nossa receita vem dos clientes locais, a<br />
gente continua crescendo, buscando novos<br />
clientes na região, mas queremos outro perfil<br />
<strong>de</strong> clientes”.<br />
Ganhar prêmios também está no histórico<br />
das agências do interior paulista. A Audaz,<br />
por exemplo, conquistou em 2018 o<br />
Profissionais do Ano, da Re<strong>de</strong> Globo, Su<strong>de</strong>ste<br />
Interior, com a campanha Vamos Juntos<br />
Mudar, dos Supermercados Pague Menos.<br />
A Blues I<strong>de</strong>a, <strong>de</strong> Campinas, também levou o<br />
Profissionais do Ano, pela segunda vez consecutiva,<br />
para o cliente Elsys. “Para <strong>2019</strong>, a<br />
expectativa será evi<strong>de</strong>nciar cada vez mais o<br />
trabalho transformador que po<strong>de</strong>mos fazer<br />
nas empresas da região, especialmente para<br />
as marcas com gran<strong>de</strong> potencial, que estão<br />
ao nosso redor”, afirma Tiago Lago, sócio<br />
da Blues I<strong>de</strong>a, ao lado <strong>de</strong> Gustavo Melo.<br />
Uma das mais tradicionais agências <strong>de</strong><br />
Campinas, a Portal atua há 45 anos na região.<br />
Foi fundada em 1973 por Guilherme<br />
Massaioli, que hoje também tem como sócios<br />
Cesar Massaioli, Juliana Sousa e Daniela<br />
Schincariol. Na visão da empresa, a<br />
i<strong>de</strong>ia é oferecer tudo o que o cliente precisa<br />
e por isso montou um grupo <strong>de</strong> comunicação.<br />
“Temos a Portal, que cuida da comuniespecial<br />
interior sp<br />
Mercado regional mostra força e tem<br />
o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> atrair gran<strong>de</strong>s marcas<br />
Em 2018, região recebeu mais <strong>de</strong> 4 milhões <strong>de</strong> inserções publicitárias nas<br />
praças monitoradas pelo Kantar Ibope Media; Campinas li<strong>de</strong>ra as verbas<br />
KELLY DORES<br />
Depois da capital paulista, principal centro<br />
financeiro do Brasil, o interior <strong>de</strong><br />
São Paulo concentra uma das regiões com<br />
maior investimento publicitário e ocupa<br />
a <strong>de</strong>sejada segunda posição nacional em<br />
po<strong>de</strong>r econômico. Em 2018, foram mais<br />
<strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> inserções publicitárias<br />
nas praças do estado monitoradas pelo<br />
Kantar Ibope Media. Campinas (terceiro<br />
município mais populoso, atrás da capital<br />
e Guarulhos, com 1,194 milhão <strong>de</strong> pessoas)<br />
li<strong>de</strong>ra os investimentos e está à frente<br />
<strong>de</strong> metrópoles como Florianópolis e Vitória.<br />
“Campinas é um polo tecnológico e<br />
fabril muito forte”, <strong>de</strong>staca André Ursulino<br />
(ex-F.biz), que <strong>de</strong>ixou a carreira como publicitário<br />
na capital para se tornar sócio da<br />
agência Criah, com se<strong>de</strong> em Campinas.<br />
O PROPMARK traz nesta edição o Especial<br />
Interior SP, com o raio X do mercado publicitário<br />
em cida<strong>de</strong>s como Campinas, São José<br />
dos Campos, Ribeirão Preto, Taubaté e municípios<br />
da Baixada Santista. Nas próximas<br />
páginas, o leitor encontrará <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong><br />
executivos <strong>de</strong> agências, mídias e veículos,<br />
que contam os obstáculos constantes <strong>de</strong> um<br />
centro econômico pujante que ainda precisa<br />
provar seu valor em competências <strong>de</strong><br />
comunicação para atrair os maiores anunciantes,<br />
brigando por parte das campanhas<br />
nacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas.<br />
No caso das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, o<br />
principal <strong>de</strong>safio é <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
que agências relevantes só po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvidas<br />
a partir dos gran<strong>de</strong>s centros.<br />
“Temos um time multidisciplinar formado<br />
por 84 profissionais <strong>de</strong> altíssimo nível, o<br />
que comprova que, sim, é possível e necessário<br />
produzir em alto nível do interior para<br />
on<strong>de</strong> for preciso. Oferecemos aos nossos<br />
clientes criativida<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ias transformadoras,<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> trabalho. Com<br />
a equipe e os assets que temos hoje, po<strong>de</strong>ríamos<br />
estar em qualquer capital ou cida<strong>de</strong><br />
do mundo”, ressalta Alexandre Bassora,<br />
fundador e diretor-geral <strong>de</strong> criação da Audaz,<br />
sediada em Americana. Bosch, Acuvue<br />
(Johnson & Johnson), CPFL Energia e Instituto<br />
CPFL são algumas das marcas <strong>de</strong> atuação<br />
nacional atendidas pela agência, que<br />
também mantém no portfólio empresas <strong>de</strong><br />
atuação regional, como Tivoli Shopping e a<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Supermercados Pague Menos.<br />
Ursulino afirma que, no geral, quando<br />
os anunciantes têm um volume mais alto<br />
<strong>de</strong> investimento buscam agências <strong>de</strong> São<br />
Tiago Lago, Renata Barcellos, diretora <strong>de</strong> negócios e estratégia, e Gustavo Melo, da Blues I<strong>de</strong>a<br />
“Para <strong>2019</strong>, a exPectativa<br />
será evi<strong>de</strong>nciar cada<br />
vez mais o trabalho<br />
transformador que<br />
Po<strong>de</strong>mos fazer nas<br />
emPresas da região”<br />
Cesar Massaioli, da Portal: i<strong>de</strong>ia é oferecer tudo ao cliente<br />
Fotos: Divulgação<br />
44 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
cação on e off; a Live, que é uma empresa<br />
responsável pela área <strong>de</strong> ativação, eventos,<br />
feiras e convenções; e a Like Apresentações<br />
Criativas, com foco em montagem <strong>de</strong> apresentações<br />
em power point e treinamento<br />
<strong>de</strong> apresentações”, conta Cesar Massaioli,<br />
presi<strong>de</strong>nte da agência, que aten<strong>de</strong> clientes<br />
como 3M (há mais <strong>de</strong> 40 anos), Wet’n Wild,<br />
Cia. Athletica, Mmartan e Grupo Stefanini.<br />
Para o executivo, os <strong>de</strong>safios do interior<br />
são os mesmos que as gran<strong>de</strong>s agências<br />
enfrentam. “Relevância dos serviços prestados,<br />
a mudança e uso das novas mídias,<br />
pessoas e treinamento da equipe, inovação<br />
e agilida<strong>de</strong> nos processos. Estes assuntos<br />
estão sempre na pauta <strong>de</strong> qualquer executivo<br />
<strong>de</strong> agência e aqui não é diferente. Temos<br />
trabalhado muito forte na área <strong>de</strong> planejamento<br />
e criação, que, na nossa visão, são as<br />
duas principais estruturas <strong>de</strong> sustentação<br />
do negócio”, revela Massaioli.<br />
Mercado aquecido<br />
As agências ouvidas pelo PROPMARK<br />
afirmam ter tido um bom <strong>de</strong>sempenho financeiro<br />
em 2018 e esperam um ano promissor<br />
em <strong>2019</strong>. A Criah, por exemplo, <strong>de</strong>clara<br />
crescimento <strong>de</strong> 40% no ano passado.<br />
“A gente vem numa toada <strong>de</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong> 60% em 2016, quase 70% em 2017 e 40%<br />
em 2018, muito acima da média do mercado.<br />
A tendência agora é diminuir esse ritmo,<br />
porque a gente começa a ficar numa<br />
posição que engessa um pouco, mas estamos<br />
projetando um ano muito bom”, diz<br />
Ursulino, que tem como sócio Sérgio Pellizer,<br />
fundador e CEO da Criah.<br />
Head <strong>de</strong> estratégias e negócios na agência,<br />
Ursulino conta que um dos objetivos<br />
este ano é buscar clientes com um perfil<br />
diferente. “A agência tem expertise forte<br />
em varejo automotivo, clientes da indústria<br />
e mercado imobiliário, consolidando<br />
uma posição forte como agência regional”.<br />
Segundo o executivo, a i<strong>de</strong>ia foi buscar<br />
clientes que estão na região <strong>de</strong> Campinas,<br />
mas têm atuação nacional, ou clientes que<br />
estão em São Paulo e não são bem atendidos.<br />
“É um cliente que tem verba <strong>de</strong> R$ 10,<br />
R$ 15 milhões por ano. Todo mundo olha<br />
para essa verba, toda verba é verba, mas<br />
quando ele entra em gran<strong>de</strong>s agências, ele<br />
passa a ser mal atendido”, pontua.<br />
Uma das conquistas recentes da Criah<br />
que se encaixa nesse perfil <strong>de</strong> cliente <strong>de</strong>sejado<br />
é a Catho, conta que chegou à agência<br />
em agosto do ano passado. “A Catho é exatamente<br />
esse perfil <strong>de</strong> cliente, cuja conta já<br />
esteve na FCB, na F.biz, que ainda tem uma<br />
parte da conta, que é <strong>de</strong> B2B. O que a gente<br />
encontrou junto com a Catho foi uma mo<strong>de</strong>lagem<br />
comercial, que são contratos mais<br />
curtos, semestrais, em vez <strong>de</strong> bienais, que<br />
são mais usuais no mercado. Para a gente<br />
tem sido muito bom porque é uma forma<br />
<strong>de</strong> mostrar para o cliente que estamos comprometidos<br />
com resultado. O compromisso<br />
está atrelado à entrega da agência”, diz.<br />
A Portal reforça que o resultado do último<br />
mês <strong>de</strong> janeiro foi o melhor em <strong>de</strong>z<br />
anos. “Em 2018 tivemos um ano muito bom<br />
<strong>de</strong> retomada do crescimento. Crescemos<br />
dois dígitos. E este ano as expectativas são<br />
melhores e maiores. Passamos por uma restruturação<br />
no nosso mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho e<br />
Sérgio Pellizer, Felipe Pinheiro, diretor <strong>de</strong> criação, e André Ursulino, da Criah, <strong>de</strong> Campinas<br />
“é Possível e necessário<br />
Produzir em alto nível<br />
do interior Para on<strong>de</strong><br />
for Preciso”<br />
a i<strong>de</strong>ia é ser ainda mais ágil e mais próximo<br />
do cliente. Ter uma metodologia <strong>de</strong> trabalho<br />
validada é fundamental para sabermos<br />
pra on<strong>de</strong> seguir. O mercado começou aquecido<br />
nesse início <strong>de</strong> ano, participamos <strong>de</strong><br />
muitas concorrências e temos alguns projetos<br />
engatilhados. Nosso resultado em janeiro<br />
(o melhor dos últimos <strong>de</strong>z anos) mostra<br />
que esse é o caminho a seguir. Acreditamos<br />
que <strong>2019</strong> vai ser <strong>de</strong> muito trabalho e muito<br />
crescimento”, revela Cesar Massaioli.<br />
A agência <strong>de</strong>staca que a região <strong>de</strong> Campinas<br />
tem como característica a presença <strong>de</strong><br />
muitas indústrias, o que fortaleceu muito<br />
o atendimento para o mercado B2B. Outra<br />
área <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a <strong>de</strong> varejo e serviços.<br />
“Nos últimos anos tivemos conquistas significativas<br />
nessa área. Ganhamos a conta da<br />
Alexandre Bassora, da Audaz: fazer história com clientes<br />
Boehringer Ingelheim da Unida<strong>de</strong> Pets com<br />
<strong>de</strong>staque para as marcas Nexgard e Frontline<br />
e vencemos também uma concorrência<br />
para a conta da Unimed Campinas. Além<br />
disso, começamos a aten<strong>de</strong>r a Cassini, fabricante<br />
<strong>de</strong> biscoitos <strong>de</strong> polvilho”.<br />
A Audaz, por sua vez, comenta que tem<br />
todos os indicativos <strong>de</strong> que <strong>2019</strong> “será incrível”<br />
e observa que está reorganizando a<br />
área <strong>de</strong> performance, dando especial <strong>de</strong>staque<br />
para canal, conteúdo e tecnologia, com<br />
novas contratações. “Ampliamos o time<br />
para produzir podcasts e outras inovações a<br />
partir da comunicação por voz. Nosso volume<br />
<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, quase 90% superior<br />
ao da maioria das agências, chamou<br />
a atenção do Facebook, que nos ofereceu<br />
treinamentos e novas ferramentas <strong>de</strong> automação”,<br />
<strong>de</strong>staca Alexandre Bassora. “Conquistamos<br />
agora nova conta do portfólio<br />
Johnson & Johnson e temos dois gran<strong>de</strong>s<br />
prospects em <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />
Já a Blues I<strong>de</strong>a ressalta que o objetivo é<br />
sempre crescer <strong>de</strong>ntro dos clientes, visto<br />
que atuam nos pilares <strong>de</strong> branding, conteúdo,<br />
performance e assessoria <strong>de</strong> imprensa.<br />
O sócio Gustavo Melo lembra que, embora<br />
o momento econômico ainda seja <strong>de</strong>safiador,<br />
a agência fechou o ano com excelentes<br />
resultados. “Conquistamos uma conta no<br />
segmento <strong>de</strong> varejo <strong>de</strong> alimentos, cliente<br />
quem vem expandido sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas próprias<br />
em todo Brasil e fatura mais <strong>de</strong> R$ 1<br />
bilhão. Temos atuado fortemente na inserção<br />
<strong>de</strong> cliente atual em novo segmento <strong>de</strong><br />
mercado”, afirma Melo.<br />
O executivo conta que vai investir mais<br />
ainda no time, “pois acreditamos que profissionais<br />
oxigenados trazem ainda mais<br />
resultados para o nosso negócio”. Segundo<br />
ele, também há perspectivas <strong>de</strong> conquista<br />
<strong>de</strong> clientes em segmentos novos <strong>de</strong>ntro da<br />
agência, envolvendo tanto B2B como B2C,<br />
o que impactará na contratação <strong>de</strong> novos<br />
profissionais. “Além do que, enxergamos<br />
um ano muito estratégico para os nossos<br />
atuais clientes, que passam por momentos<br />
<strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> marca, novos negócios e<br />
lançamentos <strong>de</strong> categoria”, finaliza ele.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 45
ESPECIAL INTERIOR SP<br />
Tradição e renovação mantêm<br />
agências atuantes regionalmente<br />
Varejo, serviços e setor público seguem fortes como anunciantes;<br />
presença da TV é significativa, mas rádio, online e OOH ganham espaço<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Cada uma a seu modo e com seu tempero<br />
especial, agências <strong>de</strong> diferentes<br />
cida<strong>de</strong>s e realida<strong>de</strong>s conquistam<br />
novos clientes seguindo “receitas” <strong>de</strong><br />
casa. O que parece não mudar é a força<br />
do varejo e <strong>de</strong> áreas como serviços e o<br />
setor público, bem como a força da televisão.<br />
No entanto, meios como online,<br />
rádio e OOH continuam fortes e em<br />
crescente <strong>de</strong>staque.<br />
Em São José dos Campos, a Regional<br />
Marketing está focada no regional. Parece<br />
óbvio, mas não é. A agência que tem<br />
cerca <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> mercado já aten<strong>de</strong>u<br />
contas nacionais como Century – Sistemas<br />
Parabólicos e Cebrace, mas neste<br />
momento está voltada para um olhar<br />
mais próximo <strong>de</strong> casa. Suas principais<br />
contas estão no varejo, como a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
joalherias Gold Finger, presente no Vale<br />
do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral<br />
Norte, região <strong>de</strong> Campinas e Sorocaba,<br />
e também clientes da administração<br />
pública, como as Câmaras Municipais<br />
<strong>de</strong> Mogi das Cruzes, São José dos Campos,<br />
Jacareí e Guaratinguetá.<br />
O sócio e diretor operacional José Renato<br />
Pulice conta que, <strong>de</strong>pois do varejo,<br />
os principais setores <strong>de</strong> anunciantes<br />
são serviços e o setor público, e a televisão<br />
segue como o principal meio <strong>de</strong> divulgação.<br />
Mas não está sozinha. “As re<strong>de</strong>s<br />
sociais também vêm conquistando<br />
um maior volume <strong>de</strong> investimento publicitário,<br />
mas não po<strong>de</strong>mos esquecer<br />
do rádio, jornal, revista e outdoor, que<br />
fortalecem e complementam as campanhas.”<br />
Segundo ele, o ano <strong>de</strong> 2018 foi<br />
bastante complicado, mas as dificulda<strong>de</strong>s<br />
ensinaram muito e foram impulso<br />
<strong>de</strong> alternativas para superar a “forte crise”.<br />
“Os clientes encolheram suas verbas<br />
aguardando um melhor momento<br />
para voltar a investir”, lembra.<br />
Como diferencial para se manter ativo<br />
e relevante no mercado, ele afirma<br />
que a agência sempre teve um compromisso<br />
em retorno para seus clientes e<br />
foi uma das primeiras a ter o cargo <strong>de</strong><br />
“gerente do consumidor” em sua equipe.<br />
“Nossa filosofia é que ‘não basta<br />
aten<strong>de</strong>r, temos <strong>de</strong> encantar’. Nesses<br />
30 anos, colecionamos vários cases <strong>de</strong><br />
sucesso e a longevida<strong>de</strong> da casa está<br />
vinculada diretamente com resultado”,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o profissional.<br />
Américo Rodrigues Barbosa vê crescimento <strong>de</strong> 10% em <strong>2019</strong><br />
Fotos: Divulgação<br />
“As re<strong>de</strong>s sociAis tAmbém<br />
vêm conquistAndo um mAior<br />
volume <strong>de</strong> investimento<br />
publicitário, mAs não po<strong>de</strong>mos<br />
esquecer do rádio, jornAl,<br />
revistA e outdoor”<br />
Mauricio Washington: “Temos <strong>de</strong> fazer o melhor trabalho hoje”<br />
Direto <strong>de</strong> Santos, a Cliente F.C. aten<strong>de</strong><br />
aproximadamente 51 clientes <strong>de</strong> diversos<br />
setores e locais do Brasil. Entre<br />
eles estão as marcas Ca<strong>de</strong>nce, Oster,<br />
Objetivo, Unip, Re<strong>de</strong> Portal <strong>de</strong> Santos e<br />
Mega Imagem.<br />
O dono Mauricio Washington afirma<br />
que na região existe um interesse crescente<br />
pelos meios que oferecem métricas<br />
para medir <strong>de</strong>sempenho e resultados,<br />
e o online está se <strong>de</strong>stacando. “Mas<br />
mídias como TV, rádio e OOH também<br />
têm presença marcante. Os segmentos<br />
<strong>de</strong> automóveis, construção civil e bens<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> alto valor agregado têm<br />
atualmente uma alta fatia das verbas<br />
dos players”, diz.<br />
Recente no mercado e com apenas<br />
cinco anos <strong>de</strong> existencia, Washington<br />
afirma que não vê o tempo como fronteira<br />
e nem marca <strong>de</strong> referência. “Agências<br />
<strong>de</strong> muitos anos fecham por fatores<br />
que não eram previstos nos anos anteriores.<br />
O que temos em mente é que<br />
precisamos fazer o melhor trabalho<br />
hoje”, afirma. Ele explica ainda que<br />
os últimos clientes chegaram por indicação<br />
e recomendações. Os prêmios<br />
<strong>de</strong>ixaram o trabalho em evidência,<br />
mas o executivo vê o resultado como<br />
responsável por cada conta. “A Cliente<br />
F.C. também conta com um projeto<br />
<strong>de</strong> integração dos colegas do meio<br />
publicitário. E muitos patrocinadores<br />
acreditam na mesma i<strong>de</strong>ia. A marca da<br />
agência não tem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> ser uma referência<br />
entre as agências, cada um tem<br />
sua especialida<strong>de</strong> e créditos. Queremos<br />
nos posicionar como uma agência que<br />
é competitiva, leal e principalmente ética,<br />
já que a criativida<strong>de</strong> e eficiência são<br />
itens fundamentais.”<br />
Já a Ego Comunicação Estratégica,<br />
que tem escritórios em São Paulo e<br />
Santos, aten<strong>de</strong> atualmente 20 clientes,<br />
principalmente nas áreas <strong>de</strong> varejo,<br />
construção e porto. “Os meios, por investimento,<br />
são TV e jornal, até pelos<br />
preços praticados por cada um, superiores<br />
a rádio, revista e mídia digital,<br />
que têm pouca expressão na Baixada”,<br />
conta o sócio e diretor <strong>de</strong> planejamento<br />
e criação Americo Rodrigues Barbosa.<br />
Segundo o profissional, a agência, fundada<br />
em 1981, mantém a longevida<strong>de</strong><br />
pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação para estratégias<br />
on e offline. E a projeção <strong>de</strong><br />
crescimento para <strong>2019</strong> é <strong>de</strong> 10%.<br />
46 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
ESPECIAL INTERIOR SP<br />
Marcas buscam comunicação mais<br />
assertiva para municípios paulistas<br />
Com novas ferramentas e uso <strong>de</strong> influenciadores locais, estratégias<br />
<strong>de</strong> anunciantes se renovam para se adaptar à jornada do consumidor<br />
Pe<strong>de</strong>stres caminham pela Rua Treze <strong>de</strong> Maio, em Campinas; anunciantes apostam em mensagens regionalizadas para atingir público<br />
FELIPE TURLÃO e<br />
LEONARDO ARAUJO<br />
Os 22 milhões <strong>de</strong> habitantes<br />
do interior <strong>de</strong> São Paulo,<br />
segundo dados do IBGE,<br />
representam um contingente<br />
maior que alguns países. Não<br />
por acaso, as gran<strong>de</strong>s marcas<br />
e agências estão <strong>de</strong>senvolvendo<br />
estratégias <strong>de</strong> comunicação<br />
mais próximas e assertivas para<br />
se relacionar com esse público<br />
distribuído por mais <strong>de</strong> 630<br />
municípios. “Muitas ferramentas<br />
<strong>de</strong> dados e pesquisas monitoram<br />
as principais capitais do<br />
país incluindo o interior paulista<br />
como se fosse uma capital”,<br />
afirma Paulo Vita, diretor-geral<br />
<strong>de</strong> estratégia da Y&R.<br />
A agência aten<strong>de</strong> marcas<br />
do Grupo Petrópolis, que tem<br />
estratégia regional em todo o<br />
Brasil. Além do projeto Seja<br />
Digital, sobre sinal digital nas<br />
TVs, que também se comunica<br />
<strong>de</strong> forma personalizada.<br />
Em todos eles, a Y&R reforça<br />
a atenção com a linguagem e<br />
a estratégia. “É fácil estereotipar<br />
as pessoas quando pensamos<br />
em cida<strong>de</strong>s menores do<br />
interior. Mas o fato é que elas<br />
po<strong>de</strong>m ser tão ou mais conectadas<br />
e antenadas que a média<br />
da capital”, avalia. “O cuidado<br />
que temos é <strong>de</strong>stinar uma linguagem<br />
diferente para cada região<br />
do país, pois, <strong>de</strong>ssa forma,<br />
valorizamos as diferentes culturas”,<br />
explica Eliana Cassandre,<br />
gerente <strong>de</strong> propaganda do<br />
Grupo Petrópolis.<br />
A Talent Marcel, com clientes<br />
como Claro, CNA e Itubaína,<br />
mantém o conceito nacional<br />
das campanhas, mas com<br />
atenção tática a fatores locais.<br />
“Comemoramos individualmente<br />
o aniversário <strong>de</strong> todas as<br />
cida<strong>de</strong>s e o digital assume um<br />
papel importante, principalmente<br />
porque po<strong>de</strong>mos fazer<br />
uma comunicação geolocalizada”,<br />
diz Sleyman Khodor, diretor<br />
<strong>de</strong> criação da Talent Marcel.<br />
“Procuramos explorar a visibilida<strong>de</strong><br />
da marca em mídias<br />
OOH e rádio, além <strong>de</strong> ações em<br />
shoppings, escolas e comércios<br />
locais”, explica Luciana Fortuna,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing do<br />
CNA, marca atendida pela Talent.<br />
“A diferença não está na<br />
região, mas no hábito e no comportamento<br />
das pessoas, que<br />
são influenciados pela questão<br />
cultural, pelo modo <strong>de</strong> vida. O<br />
interior tem um comportamento<br />
um pouco diferente da capital<br />
para algumas questões”,<br />
agrega Paulo Ilha, VP <strong>de</strong> mídia<br />
da DPZ&T.<br />
Na Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>,<br />
há clientes como Extra, Camil<br />
e Fiat. “Na prática, tudo muda.<br />
De cida<strong>de</strong> para cida<strong>de</strong> ou, até<br />
mesmo, <strong>de</strong> bairro para bairro,<br />
o nível <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> da<br />
marca no local, o surgimento<br />
<strong>de</strong> concorrentes específicos e,<br />
em alguns casos, jornadas <strong>de</strong><br />
compra próprias fazem com<br />
que seja preciso olhar com uma<br />
lupa cada ação em cada praça”,<br />
“Procuramos<br />
exPlorar a<br />
visibilida<strong>de</strong> da<br />
marca em mídias<br />
ooH e rádio,<br />
além <strong>de</strong> ações<br />
em sHoPPings,<br />
escolas e<br />
comércios locais”<br />
Wsfurlan/iStock<br />
explica Tiago Lara, VP <strong>de</strong> estratégia<br />
e gestão <strong>de</strong> dados da<br />
agência.<br />
Atendida pela agência Criah,<br />
<strong>de</strong> Campinas, a Catho usa a<br />
expertise regional do parceiro<br />
para traçar a estratégia. “I<strong>de</strong>ntificamos<br />
dois perfis <strong>de</strong> praças<br />
on<strong>de</strong> temos maior oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sucesso e, para cada perfil,<br />
criamos uma comunicação<br />
específica”, afirma Ricardo Morais,<br />
gerente <strong>de</strong> marketing da<br />
marca.<br />
Um movimento curioso são<br />
os microinfluenciadores regionais.<br />
“Eles permitem não<br />
só dar match com um público<br />
específico, como po<strong>de</strong>m, inclusive,<br />
se tornar produtores <strong>de</strong><br />
conteúdo interessantes para a<br />
marca”, analisa Vita, da Y&R.<br />
Já a CNA, por exemplo, busca<br />
trabalhar com influenciadores<br />
conhecidos, como Luan<br />
Santana, mas <strong>de</strong>ixa aberto aos<br />
franqueados para que façam<br />
ativações regionais.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 47
especial interiOr sp<br />
Mídia OOH se consolida como uma<br />
das principais áreas para marcas<br />
Aprimoramento <strong>de</strong> métricas <strong>de</strong> mensuração e estratégias <strong>de</strong><br />
comunicação segmentadas contribuem para aquecimento do setor<br />
MARIANA BARBOSA<br />
Quando a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa proibiu outdoors,<br />
letreiros e placas comerciais na<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, em meados <strong>de</strong> 2006,<br />
o setor <strong>de</strong> mídia exterior se movimentou<br />
para oferecer novas soluções às agências<br />
e anunciantes. Painéis <strong>de</strong> LED, busdoors,<br />
anúncios em metrô e mobiliários urbanos<br />
logo se popularizaram e seus formatos passaram<br />
a ser replicados em outras capitais –<br />
principalmente na região Su<strong>de</strong>ste, que concentra<br />
investimentos na publicida<strong>de</strong>.<br />
Como resultado, estima-se que atualmente<br />
o meio é a segunda opção em alcance<br />
para as marcas, atrás apenas da TV.<br />
No último ano, segundo o Kantar Ibope<br />
Media, o investimento bruto no meio durante<br />
o primeiro semestre ultrapassou os<br />
R$ 2,1 bilhões.<br />
Mas como ficaram as cida<strong>de</strong>s do interior?<br />
Continuam apegadas à publicida<strong>de</strong><br />
tradicional e aten<strong>de</strong>ndo apenas a um mercado<br />
<strong>de</strong> anunciantes locais?<br />
De acordo com Raul Nogueira Filho,<br />
diretor <strong>de</strong> novos negócios da Contato Brasil,<br />
empresa que atua em todo o Su<strong>de</strong>ste<br />
e soma mais <strong>de</strong> 12 mil peças cadastradas<br />
nos quatro estados, o outdoor continua<br />
sendo o principal segmento da região. No<br />
entanto, front lights, painéis rodoviários,<br />
bancas <strong>de</strong> jornal e formatos digitais têm<br />
uma participação crescente no mercado.<br />
Segundo associações do setor, essa mo<strong>de</strong>rnização<br />
passou a fazer com que os diferentes<br />
formatos existentes em cida<strong>de</strong>s<br />
do interior fossem inseridos nas estratégias<br />
<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s clientes,<br />
como Vivo, O Boticário e Colorado (da<br />
Ambev), o que não ocorria há alguns anos.<br />
Para Fabi Soriano, diretora-executiva<br />
da Central <strong>de</strong> Outdoor, o setor <strong>de</strong> mídia<br />
exterior não chegou a enfrentar uma crise<br />
financeira na região, mas foi enfraquecido<br />
pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias online<br />
e permaneceu restrito nos últimos anos<br />
a anunciantes locais, como comércios, escolas,<br />
supermercados, construtoras e bares.<br />
“Os investimentos passaram a ser realizados<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, que eram mais<br />
fáceis <strong>de</strong> gerenciar e mais baratas. Hoje, as<br />
empresas perceberam que uma mídia não<br />
substitui a outra, e vemos essa retomada.<br />
E não estou falando apenas <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s<br />
maiores, como Sorocaba, Campinas e Ribeirão<br />
Preto, mas também <strong>de</strong> outros municípios<br />
com 30 mil, 40 mil habitantes”,<br />
explica a executiva.<br />
Formatos digitais e mobiliário urbano <strong>de</strong>stacam-se como formas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> também no interior do Su<strong>de</strong>ste<br />
Paulo Stephan, diretor-executivo da<br />
ABOOH (Associação Brasileira <strong>de</strong> Mídia<br />
Out Of Home), ressalta que o aquecimento<br />
do setor <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> as empresas<br />
terem encontrado um equilíbrio entre<br />
oferecer soluções padrão e fornecer novas<br />
entregas, mais tecnológicas, mesmo em<br />
pequenas cida<strong>de</strong>s. “Temos essa dupla eficiência<br />
e contamos com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios<br />
que entregam qualida<strong>de</strong> e resultados”,<br />
comenta.<br />
“Ser funcional, flexível, <strong>de</strong> alto impacto<br />
são características do segmento <strong>de</strong> mídia<br />
exterior, principalmente das empresas<br />
que fazem a comercialização por peça e<br />
ponto. Assim não há disparida<strong>de</strong> no atendimento<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ou pequenos clientes,<br />
nacionais ou regionais, pois a eficiente <strong>de</strong>mocratização<br />
possibilita a regionalização<br />
da campanha, por mais focada que seja,<br />
VTT Studio/iStock<br />
“O DOOH (Digital Out Of<br />
HOme) é cOnsiDeraDO<br />
a granDe tenDência<br />
na cOmunicaçãO<br />
e atinge as massas<br />
aO mesmO tempO<br />
que transmite<br />
mensagens segmentaDas,<br />
Dinâmicas”<br />
48 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
airro a bairro”, completa Nogueira Filho.<br />
O potencial <strong>de</strong> negócios do interior do<br />
Su<strong>de</strong>ste já não se trata mais <strong>de</strong> uma promessa:<br />
ele tornou-se realida<strong>de</strong>. A francesa<br />
JCDecaux, por exemplo, prepara agora<br />
uma equipe <strong>de</strong> vendas com foco para o interior<br />
<strong>de</strong> São Paulo.<br />
Presente em 75 países e com atuação<br />
em gran<strong>de</strong>s metrópoles brasileiras, como<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo<br />
(on<strong>de</strong> é responsável pela comercialização<br />
dos espaços do Metrô), a empresa reforça<br />
a relevância das regiões pouco exploradas<br />
para a comunicação com nichos <strong>de</strong> consumidores.<br />
“Enxergamos a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> atuação com agências e anunciantes do<br />
interior do estado, pois essa região representa<br />
mais <strong>de</strong> 8% do PIB nacional brasileiro.<br />
Por meio das métricas, o out of home<br />
comprovou sua eficiência e impacto, se<br />
consolidando como um dos veículos prioritários<br />
para agências e anunciantes. O<br />
setor apresenta cada vez mais inovações<br />
aliadas à digitalização <strong>de</strong> seus formatos.<br />
O DOOH (Digital Out Of Home) é consi<strong>de</strong>rado<br />
a gran<strong>de</strong> tendência na comunicação<br />
e atinge as massas ao mesmo tempo que<br />
transmite mensagens segmentadas, dinâmicas”,<br />
afirma a companhia.<br />
tecnOlOGia e MensUraÇÃO<br />
Gran<strong>de</strong> parte do re<strong>de</strong>scobrimento da<br />
mídia out of home do interior, principalmente<br />
no estado <strong>de</strong> São Paulo, po<strong>de</strong> ser<br />
creditada ao investimento das empresas<br />
e associações no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias<br />
capazes <strong>de</strong> entregar métricas e<br />
resultados assertivos aos clientes.<br />
No ano passado, o Sepex lançou o sistema<br />
Everywhere, que contabiliza o volume<br />
<strong>de</strong> carros nas rodovias paulistas por meio<br />
<strong>de</strong> sensores ativados por telefones celulares,<br />
o que auxilia na mensuração <strong>de</strong> alcance<br />
dos anúncios.<br />
Já a Central <strong>de</strong> Outdoor revela ainda que<br />
está <strong>de</strong>senvolvendo um painel <strong>de</strong> audiência<br />
<strong>de</strong> mídia exterior que utilizará dados<br />
<strong>de</strong> órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro<br />
<strong>de</strong> Geografia e Estatística) e o Detran<br />
(Departamento Estadual <strong>de</strong> Trânsito), que<br />
serão combinados com informações <strong>de</strong><br />
suas associadas. “Muitas empresas, mesmo<br />
as regionais, já conseguem dizer o impacto,<br />
frequência, audiência e cobertura<br />
<strong>de</strong> suas faces”, diz Fabi.<br />
Também em 2018, as empresas Clear<br />
Channel, JCDecaux e Otima <strong>de</strong>senvolveram<br />
o sistema Mapa OOH, projeto <strong>de</strong><br />
métricas que entrega dados <strong>de</strong> audiência,<br />
alcance e frequência para o planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia. Até o momento, a plataforma é<br />
utilizada apenas em gran<strong>de</strong>s metrópoles,<br />
áreas nas quais as empresas estão presentes.<br />
Porém, com a expansão da JCDecaux<br />
para outras cida<strong>de</strong>s e os planos do grupo<br />
em ampliar os estudos para além do mobiliário<br />
urbano (consi<strong>de</strong>rando locais como<br />
ônibus, metrôs e elevadores), não <strong>de</strong>ve<br />
<strong>de</strong>morar muito até que o serviço seja expandido<br />
para o interior.<br />
Fotos: Divulgação<br />
Fabi Soriano, da Central <strong>de</strong> Outdoor, fala que anunciantes estão investindo até mesmo em cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 30 mil habitantes<br />
Gran<strong>de</strong>s marcas, como Vivo, utilizam a mídia exterior para segmentar a comunicação com seus consumidores<br />
O Boticário e Anhanguera anunciam na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Roque, localizada no interior do estado <strong>de</strong> São Paulo<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 49
ESPECIAL INTERIOR SP<br />
Profissionalização impulsiona<br />
parcerias com rádios regionais<br />
Campinas, Ribeirão e municípios da Baixada Santista fi<strong>de</strong>lizam ouvintes;<br />
São José do Rio Preto utiliza tecnologia para conquistar anunciantes<br />
cusoncom/iStock<br />
Campinas, Ribeirão Preto e os municípios da Baixada Santista registram, juntos, o maior tempo médio <strong>de</strong> audiência do interior <strong>de</strong> São Paulo<br />
MARINA OLIVEIRA<br />
Ainda que o streaming esteja<br />
mudando a maneira <strong>de</strong><br />
consumir música e notícia, três<br />
a cada cinco pessoas no Brasil<br />
ouvem rádio todos os dias, o<br />
que correspon<strong>de</strong> a 86% da população.<br />
Os dados <strong>de</strong> 2018 levantados<br />
pelo Ibope traçam o<br />
perfil do ouvinte nas capitais,<br />
interior e regiões metropolitanas<br />
das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s.<br />
Campinas, Ribeirão Preto e<br />
os municípios da Baixada Santista<br />
registram, juntos, o maior<br />
tempo médio <strong>de</strong> audiência do<br />
interior <strong>de</strong> São Paulo. São quase<br />
14 horas diárias <strong>de</strong> pessoas<br />
ligadas em suas programações,<br />
frente à média nacional <strong>de</strong> quatro<br />
horas e 40 minutos/dia.<br />
Para Cristiano Flores, diretor-geral<br />
da Abert (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Emissoras <strong>de</strong> Rádio<br />
e Televisão), o relacionamento<br />
do paulista com o rádio<br />
é “umbilical”. “Nesses gran<strong>de</strong>s<br />
centros on<strong>de</strong> se tem ativida<strong>de</strong><br />
econômica pujante é natural<br />
que as rádios locais sejam muito<br />
fortalecidas”, aponta.<br />
Paulo Machado, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Aesp (Associação das Emissoras<br />
<strong>de</strong> Rádio e Televisão do<br />
Estado <strong>de</strong> São Paulo), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
que o veículo é “vigoroso”. “Ele<br />
é insubstituível na prestação <strong>de</strong><br />
serviços”.<br />
De acordo com o Ibope, jovens<br />
entre 20 e 34 anos representam<br />
a maioria do público<br />
consumidor diário <strong>de</strong> rádio<br />
(89%), seguidos pela população<br />
<strong>de</strong> 15 a 29 anos e <strong>de</strong> 35 a 49 anos<br />
(ambas com 88%).<br />
A maioria (85%) ainda sintoniza<br />
as estações pelo aparelho<br />
comum, enquanto 18% escutam<br />
pelo celular; 4% dos ouvintes<br />
utilizam o computador e 5%<br />
outros equipamentos.<br />
REgIONALIzAçãO<br />
Ainda que as principais re<strong>de</strong>s,<br />
como CBN, BandNews,<br />
Transamérica, Nativa e Jovem<br />
Pan, estejam presentes nas<br />
maiores cida<strong>de</strong>s do interior, o<br />
público costuma ser fiel tam-<br />
“Nesses graN<strong>de</strong>s<br />
ceNtros oN<strong>de</strong> se<br />
tem ativida<strong>de</strong><br />
ecoNômica pujaNte<br />
é Natural que as<br />
rádios locais<br />
sejam muito<br />
fortalecidas”<br />
50 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Cristiano Flores, da Abert: “Não tem como ser amador com mais <strong>de</strong> 300 mil habitantes”<br />
Edson Bergamo, da Kaboing: “Vimos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover algo alternativo”<br />
bém às emissoras locais.<br />
Para Paulo Machado, o que<br />
chama a atenção do ouvinte<br />
nos veículos regionais é a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />
melhor as questões da própria<br />
comunida<strong>de</strong>. “As gran<strong>de</strong>s rádios<br />
informam sobre o Brasil e<br />
o mundo, mas nada é mais relevante<br />
que o buraco em frente<br />
à sua casa”, argumenta o presi<strong>de</strong>nte<br />
da Aesp.<br />
Rafael Pizani, diretor-comercial<br />
do Sistema Clube <strong>de</strong> Rádios,<br />
faz coro a Machado. “Temos raízes<br />
profundas na comunida<strong>de</strong><br />
e nada como viver o dia a dia<br />
do ouvinte”, diz. No grupo, são<br />
seis emissoras operadas a partir<br />
<strong>de</strong> Ribeirão Preto, que <strong>de</strong>têm as<br />
marcas Clube AM e FM, Clube 1,<br />
106 Sertaneja e Melody, abrangendo<br />
547 municípios da região<br />
e totalizando 350 mil downloads<br />
<strong>de</strong> aplicativos.<br />
Trilhando o caminho contrário<br />
ao da maioria das concorrentes,<br />
a Kaboing, <strong>de</strong> São José<br />
do Rio Preto, reconhecida pelo<br />
seu trabalho na internet <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início dos anos 2000, migrou<br />
há cinco para a FM e tem crescido<br />
em audiência e parcerias.<br />
“A gente vê que as emissoras<br />
têm mesmice <strong>de</strong> conteúdo e vimos<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover<br />
algo alternativo”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Edson<br />
Bergamo, proprietário da<br />
emissora, que, além <strong>de</strong> música<br />
pop e rock, também tem espaço<br />
para programas <strong>de</strong> atualida<strong>de</strong>s<br />
e jornalismo.<br />
A Kaboing chega em 120 cida<strong>de</strong>s<br />
e tem público <strong>de</strong> quase<br />
dois milhões <strong>de</strong> pessoas. Na internet,<br />
o site da rádio tem cerca<br />
<strong>de</strong> 200 mil visitas mensais. Os<br />
números do aplicativo também<br />
impressionam, são 155 mil<br />
downloads. O público da rádio<br />
tem mais <strong>de</strong> 25 anos e vem <strong>de</strong><br />
diferentes classes sociais.<br />
ANuNCIANTES<br />
O mo<strong>de</strong>lo das rádios all news<br />
acabou impulsionando o mercado<br />
interiorano. “A régua subiu<br />
com a chegada das re<strong>de</strong>s<br />
e isso é bom, pois gera mais<br />
qualida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>”,<br />
aponta Cristiano Flores, da<br />
Abert.<br />
A Kaboing, por exemplo,<br />
<strong>de</strong>senvolveu uma plataforma<br />
chamada “Meu Spot”. Por SMS,<br />
os anunciantes recebem relatórios<br />
diários completos avisando<br />
datas, horários e em quais<br />
meios serão veiculados seus<br />
anúncios. A iniciativa já atraiu<br />
marcas como Coca-Cola, Kopenhagen<br />
e Cacau Show. “Sentimos<br />
que a necessida<strong>de</strong> do<br />
anunciante era transparência e<br />
trouxemos esse dinamismo das<br />
informações em tempo real”,<br />
sustenta Bergamo.<br />
Além disso, a rádio também<br />
oferece um clube <strong>de</strong> vantagens<br />
com ações promocionais exclusivas<br />
para ouvintes e a divulgação<br />
dos anunciantes via tecnologia<br />
RDS. “Enten<strong>de</strong>mos que as<br />
pessoas quando estão no carro<br />
olham para o visor do rádio<br />
para saber o nome da música e<br />
o meio rotaciona o anunciante<br />
ali, também levamos essa tecnologia<br />
para nosso aplicativo”,<br />
vaticina.<br />
Única emissora multiplataforma<br />
fora do sistema Globo<br />
“a régua subiu<br />
com a chegada<br />
das re<strong>de</strong>s e isso<br />
é bom, pois gera<br />
mais qualida<strong>de</strong> e<br />
competitivida<strong>de</strong>”<br />
<strong>de</strong> rádios - presente na NET Rio<br />
Preto, app, rádio, site e You-<br />
Tube -, a Kaboing pensa em<br />
expansão. “Queremos ser uma<br />
re<strong>de</strong>, porém, aten<strong>de</strong>ndo aos requisitos<br />
locais. Ter drops <strong>de</strong> notícias<br />
que sirvam a cada região,<br />
personalizar a programação”,<br />
aponta Bergamo.<br />
Já as rádios do sistema Clube<br />
investem em pesquisas <strong>de</strong> hábito<br />
do consumidor para munir<br />
os anunciantes <strong>de</strong> informação.<br />
“Se o cliente não tem resultado,<br />
matamos nosso negócio;<br />
Ribeirão é um mercado competitivo”,<br />
reflete Rafael Pizani,<br />
que <strong>de</strong>staca ainda algumas das<br />
principais parcerias do grupo,<br />
como Claro, Vivo, McDonald’s<br />
e a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercados regional<br />
Savegnago.<br />
A realida<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s menores,<br />
entretanto, é distinta.<br />
Ainda amadoras, as negociações<br />
comerciais se dão entre o<br />
proprietário e os comerciantes<br />
locais. Longe <strong>de</strong> recursos como<br />
pesquisas e mídia kits, os veículos<br />
se mantêm limitados.<br />
“Nós tentamos padronizar a<br />
mídia, mas não existe um <strong>de</strong>nominador<br />
comum neste processo.<br />
Estamos trabalhando na<br />
formação <strong>de</strong> uma nova consciência”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Paulo Machado,<br />
da Aesp.<br />
“A rádio local da capital já<br />
é <strong>de</strong>senvolvida e profissional.<br />
Os gran<strong>de</strong>s polos do interior<br />
bebem <strong>de</strong>ssa mesma água,<br />
pois não têm como ser amador<br />
com uma população <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> 300 mil habitantes”, finaliza<br />
Cristiano Flores, diretor-<br />
-geral da Abert.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 51
especial interior sp<br />
relação próxima com a comunida<strong>de</strong><br />
gera relevância para canais <strong>de</strong> tV<br />
Jornalismo baseado na prestação <strong>de</strong> serviços, além <strong>de</strong> projetos sociais<br />
voltados para a população, engaja audiência <strong>de</strong> emissoras regionais<br />
Danúbia Paraizo<br />
Aproximida<strong>de</strong> com a audiência é uma<br />
das principais apostas dos canais <strong>de</strong><br />
TV que atuam no interior <strong>de</strong> São Paulo para<br />
garantir a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do seu público. Em<br />
um cenário em que notícias nacionais têm<br />
um peso igual ou até mesmo inferior ao do<br />
contexto regional, as emissoras buscam<br />
programação própria que reflita as necessida<strong>de</strong>s<br />
e interesses da população.<br />
A prestação <strong>de</strong> serviços nesse sentido se<br />
torna um pilar fundamental, trazendo notícias<br />
que impactam diretamente o cotidiano<br />
das pessoas, com informações <strong>de</strong> clima e<br />
trânsito, e programação <strong>de</strong> eventos, entre<br />
outros assuntos da comunida<strong>de</strong>.<br />
Há pouco mais <strong>de</strong> cinco meses, a Record<br />
TV ampliou sua atuação regional, criando<br />
novas atrações para aten<strong>de</strong>r às 38 cida<strong>de</strong>s<br />
no Litoral do estado <strong>de</strong> São Paulo e Vale do<br />
Paraíba. No jornalístico Direto da Redação,<br />
por exemplo, que vai ao ar das 6h30 às 7h,<br />
a população passou a receber noticiário<br />
local, antes <strong>de</strong> o jornalismo da re<strong>de</strong> entrar<br />
no ar. Segundo João Batista Rodrigues,<br />
diretor-executivo da Record TV Litoral e<br />
Record TV Vale, que exibem as atrações, é<br />
uma preocupação cada vez mais evi<strong>de</strong>nte<br />
das emissoras com a regionalização <strong>de</strong> seu<br />
conteúdo. Não à toa, seus canais somam<br />
mais <strong>de</strong> 540 horas <strong>de</strong> conteúdo regional<br />
por mês e a tendência é aumentar essa<br />
quantida<strong>de</strong>.<br />
“As pessoas querem se ver ali. Os assuntos<br />
regionais que fazem parte da realida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>las são muito importantes. Tanto que<br />
o nosso programa <strong>de</strong> maior audiência na<br />
gra<strong>de</strong> - o Balanço Geral - tanto para o Vale<br />
quanto para o Litoral - é local”, <strong>de</strong>staca o<br />
executivo.<br />
A aproximação com o público por meio<br />
<strong>de</strong> programação regional também faz parte<br />
da estratégia do SBT. A emissora <strong>de</strong>stina<br />
cerca <strong>de</strong> 30% da gra<strong>de</strong> para trazer i<strong>de</strong>ntificação<br />
e aproximação com seu público local.<br />
De acordo com Marcelo Parada, diretor-comercial<br />
e <strong>de</strong> marketing da emissora, cada<br />
afiliada tem liberda<strong>de</strong> para compor sua<br />
agenda <strong>de</strong> maneira a contemplar e respeitar<br />
especificida<strong>de</strong>s locais. O SBT mantém<br />
atualmente seis emissoras no estado <strong>de</strong> São<br />
Paulo: SBT Central, SBT Interior, SBT RP,<br />
TV Sorocaba e VTV, além da operação na<br />
capital paulista. “Cada emissora faz o planejamento<br />
<strong>de</strong> programação consi<strong>de</strong>rando o<br />
perfil <strong>de</strong> sua audiência. Além da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
que estabelece com o espectador <strong>de</strong> cada<br />
O apresentador William Leite participa do projeto Record TV na Cida<strong>de</strong>, que aproxima a audiência da emissora<br />
Divulgação/Globo/ Ramon Vasconcelos<br />
Duarte: “Os eventos ganham papel importantíssimo”<br />
Divulgação<br />
região, notamos uma tendência <strong>de</strong> marcas<br />
importantes que querem fazer uma comunicação<br />
específica”, explica.<br />
A TV Globo, que concentra maior número<br />
<strong>de</strong> afiliadas em todo o Brasil, segue<br />
postura semelhante à <strong>de</strong> seus concorrentes,<br />
apesar <strong>de</strong> sua programação regional ter<br />
menor tamanho. Cerca <strong>de</strong> 10% da programação<br />
<strong>de</strong> suas afiliadas é <strong>de</strong>stinada para<br />
conteúdos locais. No interior <strong>de</strong> São Paulo e<br />
Litoral atuam seis grupos que contemplam<br />
12 emissoras. Segundo Marcelo Duarte, diretor-geral<br />
<strong>de</strong> negócios da Globo, a vocação<br />
<strong>de</strong> contar histórias se mantém na atuação<br />
regional, baseando o trabalho no jornalismo<br />
e prestação <strong>de</strong> serviços, além do apoio<br />
aos eventos mais relevantes para cada comunida<strong>de</strong>.<br />
“Nossas emissoras são pontos<br />
<strong>de</strong> conexão com a socieda<strong>de</strong> na tela e fora<br />
<strong>de</strong>la, e os eventos ganham um papel importantíssimo<br />
nesse sentido”, <strong>de</strong>staca.<br />
cidadania na prática<br />
Com média <strong>de</strong> 12 pontos, o Balanço Geral<br />
para o Vale do Paraíba e sua versão para o Litoral<br />
têm tamanha popularida<strong>de</strong>, sobretudo,<br />
<strong>de</strong>vido aos seus apresentadores, o que<br />
motivou a Record TV a criar novos projetos<br />
52 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
Divulgação<br />
“As pessoAs querem se<br />
ver Ali. os Assuntos<br />
regionAis, que fAzem<br />
pArte dA reAlidA<strong>de</strong> <strong>de</strong>lAs,<br />
são muito importAntes”<br />
Parada: “30% da gra<strong>de</strong> do SBT é voltada para o regional”<br />
trazendo o público para ainda mais perto.<br />
Des<strong>de</strong> 2018, o canal promove o Record TV<br />
na Cida<strong>de</strong>, que visita uma vez por mês um<br />
dos 38 municípios cobertos pela emissora,<br />
trazendo ativida<strong>de</strong>s sociais, informação e<br />
entretenimento. Os eventos são li<strong>de</strong>rados<br />
pelos apresentadores William Leite e Alexandre<br />
Furtado, do Balanço Geral local.<br />
“Mobilizamos toda uma estrutura e levamos<br />
artistas e bandas locais. Há um trabalho<br />
forte para a comunida<strong>de</strong>, com a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> tirar documentação, aferição <strong>de</strong><br />
pressão etc. Fazemos o evento sempre aos<br />
sábados, com cobertura ao vivo e flashes<br />
na programação. O projeto tem dado uma<br />
repercussão positiva <strong>de</strong> audiência e anunciantes”,<br />
explica Rodrigues.<br />
Os eventos <strong>de</strong> cunho social voltados para<br />
a comunida<strong>de</strong> são <strong>de</strong>senvolvidos também<br />
pela EPTV <strong>de</strong> Campinas, afiliada da TV Globo<br />
na região. Um dos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
é o EPTV na Escola, que propõe um <strong>de</strong>safio<br />
para os alunos do último ano do ensino<br />
fundamental <strong>de</strong> todas as escolas da região:<br />
um concurso <strong>de</strong> redações. “Estimular a<br />
imaginação é <strong>de</strong>safiador e, a cada ano, temas<br />
ligados a vivência social ou escolar são<br />
passados para os alunos, que <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver<br />
soluções e novas i<strong>de</strong>ias. É um projeto<br />
que valoriza a educação, estimulando o<br />
pensamento e a criativida<strong>de</strong>”, ressalta Duarte,<br />
da Globo.<br />
Outro projeto relevante na região é feito<br />
pela TV Vanguarda. A Corrida Pe<strong>de</strong>stre, em<br />
parceria com o 5º Batalhão <strong>de</strong> Polícia Militar<br />
<strong>de</strong> Taubaté, conta com seis mil participantes.<br />
A atração tem apoio da emissora há<br />
10 anos, que cuida da realização e da cobertura<br />
jornalística. Segundo Silvana Gomes,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing do canal, o projeto é<br />
uma das ban<strong>de</strong>iras em prol do esporte. “É<br />
uma das formas <strong>de</strong> promover a valorização<br />
da saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> aproximar a comunida<strong>de</strong><br />
da PM e da Vanguarda. Fortalece também a<br />
nossa marca, além <strong>de</strong> gerar produto para o<br />
mercado publicitário e pauta para os telejornais<br />
da emissora”.<br />
Visão nacional, negócios locais<br />
As cida<strong>de</strong>s que compõem o interior <strong>de</strong><br />
São Paulo, Vale do Paraíba e Litoral <strong>de</strong>têm<br />
<strong>de</strong>senvolvimento econômico relevante. A<br />
região movimenta PIB <strong>de</strong> R$ <strong>11</strong>3 bilhões por<br />
ano, segundo o Atlas do Consumo <strong>de</strong> 2018.<br />
Com forte presença da indústria e agronegócios,<br />
a área contempla audiência qualificada<br />
e com bom potencial <strong>de</strong> consumo, o<br />
que atrai interesse tanto <strong>de</strong> anunciantes nacionais<br />
quanto locais. Segundo Duarte, da<br />
TV Globo, os projetos comerciais contemplam<br />
pesquisa e conhecimento para formatos<br />
mais assertivos. “Por promoverem<br />
o respeito e a valorização da comunida<strong>de</strong> e<br />
cultura locais, os conteúdos e projetos comerciais<br />
da Globo no interior e litoral são<br />
vistos como importantes pontes para esse<br />
relacionamento”.<br />
Na Record TV, os projetos <strong>de</strong> merchadising<br />
abriram novo espaço para marcas se<br />
inserirem ainda mais em atrações jornalísticas.<br />
Esse é o caso do Balanço Geral, à tar<strong>de</strong>,<br />
e do Direto da Redação, <strong>de</strong> manhã. Entre os<br />
Rodrigues: “Conteúdo regional gera i<strong>de</strong>ntificação”<br />
segmentos mais aquecidos, <strong>de</strong>staque para<br />
o mercado imobiliário, consórcio <strong>de</strong> automóveis,<br />
supermercados e clínicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
“Buscamos melhorar a qualida<strong>de</strong> do conteúdo<br />
local, e ao mesmo tempo temos respeito<br />
pelos anunciantes e sentimos que esse<br />
sentimento é recíproco”, diz Rodrigues.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 53
espeCial interior sp<br />
Canais religiosos apostam em uma<br />
programação mais diversificada<br />
Emissoras ampliam atrações para formatos mais tradicionais da televisão<br />
aberta com o objetivo <strong>de</strong> expandir a audiência em âmbito nacional<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
presença <strong>de</strong> programas religiosos<br />
na mídia brasileira<br />
A<br />
é crescente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 1980.<br />
Uma pesquisa divulgada pela<br />
Ancine (Agência Nacional <strong>de</strong><br />
Cinema), em 2017, já <strong>de</strong>monstrava<br />
que a programação <strong>de</strong><br />
cunho religioso ocupava cerca<br />
<strong>de</strong> 21% da gra<strong>de</strong> da televisão<br />
aberta no Brasil. Geralmente<br />
baseadas em cida<strong>de</strong>s do interior<br />
do país, as emissoras católicas<br />
agora buscam diversificar<br />
suas programações e expandir<br />
seu público.<br />
Criada em 2005 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Aparecida, no interior <strong>de</strong> São<br />
Paulo, a TV Aparecida sempre<br />
enalteceu a fé em seus conteúdos<br />
oferecendo uma programação<br />
diversificada. Com o passar<br />
dos anos, observamos que as<br />
atrações religiosas agora abrem<br />
caminho para programas <strong>de</strong><br />
varieda<strong>de</strong>s, humorísticos, jornalísticos,<br />
esportivos, mas<br />
sempre <strong>de</strong> olho nos anseios do<br />
telespectador.<br />
“Procuramos acolher o público<br />
e enxergar as pessoas <strong>de</strong><br />
forma ampla e completa. Por<br />
isso, além dos programas <strong>de</strong><br />
caráter espiritual, temos programas<br />
que falam sobre saú<strong>de</strong>,<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo, relacionamentos<br />
e dicas <strong>de</strong> finanças, ou<br />
seja, um entretenimento saudável<br />
para a família. As pessoas<br />
se sentem acolhidas na TV Aparecida,<br />
como se sentem na casa<br />
<strong>de</strong> suas mães e uma mãe sempre<br />
busca o melhor para o seu<br />
filho. Esse é nosso diferencial”,<br />
revela o padre William Betonio,<br />
diretor <strong>de</strong> programação da TV<br />
Aparecida.<br />
Com uma gran<strong>de</strong> audiência<br />
no Vale do Paraíba, também<br />
no interior <strong>de</strong> São Paulo, a TV<br />
Canção Nova, assim como outras<br />
emissoras, conquista não<br />
só o público da região on<strong>de</strong><br />
está localizada, mas também os<br />
telespectadores em todo o território<br />
nacional, pois o seu sinal<br />
é transmitido por parabólicas<br />
Padre William Betonio, diretor-responsável pela programação da TV Aparecida: “As pessoas se sentem acolhidas”<br />
“procuramos<br />
acolher<br />
o público e<br />
enxergar<br />
as pessoas <strong>de</strong><br />
forma ampla<br />
e completa”<br />
pectadores, que se i<strong>de</strong>ntificam<br />
e a<strong>de</strong>rem à missão <strong>de</strong> evangelizar<br />
e, <strong>de</strong> forma espontânea,<br />
colaboram financeiramente.<br />
Os anúncios, quando divulgados,<br />
são institucionais e, na sua<br />
maior parte, nacionais”, diz.<br />
A TV Aparecida, que igualmente<br />
conta com a colabora-<br />
Divulgação<br />
e diversas operadoras <strong>de</strong> TV por<br />
assinatura. A emissora também<br />
enfrenta o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> produzir<br />
todo o seu conteúdo que abrange<br />
várias faixas etárias.<br />
“Uma característica marcante<br />
da TV Canção Nova é que<br />
a sua programação, praticamente,<br />
é toda produzida pela<br />
própria emissora. Esse é o seu<br />
maior <strong>de</strong>safio. As parcerias com<br />
outras produtoras católicas,<br />
como, por exemplo, Christian<br />
Media Center, Franciscanos,<br />
Terra Santa e Renovação Carismática<br />
Católica são fundamentais”,<br />
comenta Osvaldo Luís Silva,<br />
gerente <strong>de</strong> conteúdo da TV<br />
Canção Nova.<br />
Ainda segundo Silva, o canal<br />
não comercializa espaços<br />
publicitários em sua gra<strong>de</strong>. “O<br />
principal meio <strong>de</strong> sustentação<br />
da TV Canção Nova são os telesção<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>votos, também recebe<br />
apoios culturais <strong>de</strong> empresas<br />
que acreditam em seus valores.<br />
Em sua maioria, são empresas<br />
nacionais que apostam em sua<br />
programação através <strong>de</strong> comerciais<br />
e merchandising em projetos<br />
especiais.<br />
“O feedback que recebemos<br />
dos nossos apoiadores culturais<br />
é <strong>de</strong> que esse mo<strong>de</strong>lo tem boa<br />
acolhida em relação aos telespectadores.<br />
Porém, temos um<br />
trabalho árduo no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> projetos especiais,<br />
exibidos por temporadas, como<br />
no caso do nosso reality musical,<br />
Revelações Sertanejo. As<br />
empresas parceiras entraram<br />
junto conosco, no ano passado,<br />
acreditando no projeto do início<br />
ao fim e ficaram muito felizes<br />
com os resultados”, finaliza<br />
Betonio.<br />
54 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
especial interior sp<br />
Jornais precisam continuamente<br />
provar seu valor aos anunciantes<br />
Os veículos impressos regionais travam lutas constantes por verbas<br />
nacionais; Campinas e Baixada Santista são centros <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque<br />
Claudia Penteado<br />
Apesar <strong>de</strong> seu gran<strong>de</strong> potencial<br />
<strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> sempre<br />
ocupar a invejável segunda<br />
posição nacional em po<strong>de</strong>r econômico,<br />
o interior <strong>de</strong> São Paulo<br />
precisa continuamente provar<br />
seu valor junto aos maiores<br />
anunciantes do país.<br />
É por uma fatia dos investimentos<br />
nacionais dos maiores<br />
anunciantes que os jornais<br />
impressos do interior brigam<br />
continuamente, às vezes, com<br />
sucesso, claro.<br />
A briga é <strong>de</strong> cachorro gran<strong>de</strong><br />
por um naco das campanhas<br />
nacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s bancos,<br />
montadoras, muitas <strong>de</strong>las sequer<br />
presentes em veículos do<br />
interior. “Programar jornais<br />
do interior é mais trabalhoso,<br />
é preciso fazer um a um, negociar<br />
individualmente. TV<br />
é mais simples, você escolhe<br />
três emissoras e cobre o Brasil.<br />
Campinas <strong>de</strong>veria estar nos top<br />
<strong>de</strong>z <strong>de</strong> mercados dos gran<strong>de</strong>s<br />
anunciantes nacionais”, diz<br />
Marcos Sá, diretor-comercial<br />
da Re<strong>de</strong> Anhanguera, da qual<br />
fazem parte, no caso <strong>de</strong> mídia<br />
impressa, os jornais Correio<br />
Popular, Notícia Já e Gazeta <strong>de</strong><br />
Piracicaba.<br />
Campinas é, historicamente,<br />
mercado-teste no Brasil para<br />
diversos produtos. Lá, a li<strong>de</strong>rança<br />
está com o jornal Correio<br />
Popular, que tem 28 mil assinantes<br />
e uma audiência total <strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> pessoas na<br />
região, segundo Marcos Sá.<br />
Sua revista dominical é a<br />
Metrópole, que lançou recentemente<br />
um programa <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />
com 200 parceiros, o<br />
Clube Metrópole. Sá fala que o<br />
leitor local é mais fiel e apegado<br />
ao seu jornal, e gosta mais do<br />
impresso do que da internet.<br />
Ainda assim, o digital ganhou<br />
bastante importância, e está<br />
entre os gran<strong>de</strong>s focos do grupo,<br />
além <strong>de</strong> eventos como o Fórum<br />
RAC - que no ano passado<br />
teve <strong>de</strong>z edições sobre diversos<br />
Marcos Sá: “Programar jornais do interior é mais trabalhoso, é preciso fazer um a um”<br />
temas relativos ao crescimento<br />
da economia no interior paulista,<br />
contando com o patrocínio<br />
do Bra<strong>de</strong>sco.<br />
O jornal Notícia Já criou no<br />
ano passado o Garota Já, que<br />
Demetrio Amono Neto: “A cultura bairrista do santista é um fator positivo”<br />
Fotos Divulgação<br />
preten<strong>de</strong> repetir este ano. Outro<br />
evento <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a Corrida<br />
da Lua, evento noturno<br />
realizado em Campinas, entre<br />
outros projetos gastronômicos<br />
e infantis.<br />
“Os leitOres<br />
fazem questãO<br />
dO nOticiáriO<br />
dO dia a dia, dO<br />
bairrO, da rua”<br />
<strong>de</strong>safio<br />
No caso do jornal A Tribuna,<br />
<strong>de</strong> Santos, o último ano foi <strong>de</strong><br />
uma <strong>de</strong>safiadora renovação,<br />
unindo os produtos Expresso<br />
Popular, AT Revista, atribuna.<br />
com.br e Tri FM à TV Tribuna<br />
e todos os <strong>de</strong>mais produtos,<br />
criando o Grupo Tribuna. A sinergia<br />
<strong>de</strong>u, segundo Demetrio<br />
Amono Neto, diretor-comercial<br />
do grupo, mais liberda<strong>de</strong> e o<br />
transformou em solução <strong>de</strong> comunicação.<br />
“Aproveitamos a transformação<br />
para atrair o leitor também<br />
por meio do Clube do Assinante<br />
– um clube <strong>de</strong> vantagens que<br />
extrapola o nosso produto, oferecendo<br />
benefícios, experiências<br />
e <strong>de</strong>scontos exclusivos em<br />
gran<strong>de</strong>s parceiros”, comenta.<br />
Segundo ele, o mercado da<br />
chamada Baixada Santista é<br />
bastante competitivo, e as marcas<br />
se mantêm atentas. Hoje,<br />
A Tribuna tem circulação <strong>de</strong> 13<br />
mil exemplares e aos domingos<br />
19 mil. Possui 12 mil assinantes<br />
entre impresso e digital.<br />
“A cultura bairrista do santista<br />
é um fator positivo para a<br />
nossa atuação. Os leitores fazem<br />
questão do noticiário do<br />
dia a dia, do bairro, da rua etc.”,<br />
diz o executivo.<br />
Para <strong>2019</strong>, os planos são crescer<br />
comercialmente e fortalecer<br />
o digital.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 55
cannes <strong>2019</strong><br />
Young Lions ressalta criativida<strong>de</strong> e<br />
ganha nova nomenclatura no Brasil<br />
Projeto reconhece as transformações do mercado e passa a se chamar<br />
Young Lions Brazil Creativity Program; diversida<strong>de</strong> será ponto importante<br />
Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela agência Y&R reforça que já estão abertas as inscrições para o Young Lions Brazil Creativity Program<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
programa Young Lions<br />
O Brazil, realizado pelo<br />
jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo -<br />
representante oficial do Festival<br />
Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
Cannes Lions -, chega<br />
com uma série <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s<br />
para a competição <strong>de</strong> <strong>2019</strong>.<br />
O projeto que conta com a<br />
organização da Editora Referência,<br />
que edita o PROPMA-<br />
RK, e que tem a coor<strong>de</strong>nação<br />
do publicitário Emmanuel Publio<br />
Dias, já levou mais <strong>de</strong> 400<br />
profissionais brasileiros ao festival.<br />
Realizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992, a<br />
iniciativa agora passa a se chamar<br />
Young Lions Brazil Creativity<br />
Program. A nova nomenclatura<br />
amplia significamente<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação<br />
<strong>de</strong> qualquer profissional que<br />
trabalhe na indústria <strong>de</strong> comunicação.<br />
Sem restrições a cargos<br />
e empresas.<br />
“Os criativos não estão apenas<br />
nos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />
criação das agências <strong>de</strong> propaganda.<br />
Anunciantes, profissionais<br />
<strong>de</strong> mídia, diretores <strong>de</strong><br />
cena, <strong>de</strong>signers, ilustradores<br />
e produtores <strong>de</strong> conteúdos,<br />
entre outros, também são reconhecidos<br />
pela criativida<strong>de</strong><br />
com que solucionam problemas<br />
e entregam resultado.<br />
Com isso, vamos adotar a palavra<br />
criativida<strong>de</strong> no nome do<br />
programa e em todas as categorias”,<br />
diz o publicitário Emmanuel<br />
Publio Dias.<br />
Entre as mudanças, a antiga<br />
categoria <strong>de</strong> Criação, que reunia<br />
as áreas <strong>de</strong> Print, Digital,<br />
Design e Film, agora passa a<br />
se chamar Criativida<strong>de</strong> em Comunicação<br />
e Craft, incluindo<br />
todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Design,<br />
Film, Mobile, Outdoor, Print,<br />
Radio, Digital e Craft.<br />
Completam ainda o programa<br />
as categorias <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
em Mídia; Criativida<strong>de</strong><br />
em Planejamento, Produção<br />
e Gestão <strong>de</strong> Insights; Criativida<strong>de</strong><br />
em Gestão e Administração<br />
<strong>de</strong> Contas Publicitárias<br />
(Atendimento); Criativida<strong>de</strong><br />
em Marketing e Anunciantes;<br />
Criativida<strong>de</strong> em Relações Públicas;<br />
e Criativida<strong>de</strong> em Live<br />
Marketing. O método <strong>de</strong> inscrição<br />
também ganha um processo<br />
mais simples.<br />
“Os candidatos farão a inscrição<br />
em duas etapas. Na primeira,<br />
o interessado se qualifica,<br />
envia os documentos e<br />
escolhe as categorias que <strong>de</strong>seja<br />
participar. Será possível<br />
participar em mais <strong>de</strong> uma<br />
categoria. Na segunda etapa,<br />
ele enviará seu portfólio ou<br />
cases, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da categoria.<br />
Vamos ter um processo<br />
mais simples, seguro e mais<br />
fácil <strong>de</strong> julgar”, diz Publio<br />
Dias.<br />
Ainda segundo o publicitário,<br />
a novida<strong>de</strong> para este ano<br />
é que a seleção dos diversos<br />
shortlists nas diferentes categorias<br />
será feita às cegas, ou<br />
seja, o jurado não terá acesso<br />
ao nome dos candidatos na<br />
primeira fase. A i<strong>de</strong>ia é dar<br />
as mesmas condições para<br />
homens e mulheres. “Especificamente<br />
para a categoria<br />
Criativida<strong>de</strong> em Comunicação<br />
e Craft, o anonimato das inscrições<br />
vai se manter até o final.<br />
O júri presencial não terá<br />
acesso aos nomes dos participantes”,<br />
diz.<br />
A diversida<strong>de</strong> também será<br />
um ponto importante. O programa<br />
quer incentivar a inscrição<br />
<strong>de</strong> mais mulheres. “Estamos<br />
conversando com as<br />
Divulgação<br />
entida<strong>de</strong>s parceiras, escolas e<br />
patrocinadores para que todos<br />
batalhem por uma maior inserção<br />
<strong>de</strong> mulheres. Queremos<br />
promover eventos, mentorias<br />
e workshops para apoiar as<br />
inscrições <strong>de</strong>las. Nosso objetivo<br />
é que a participação <strong>de</strong> homens<br />
e mulheres seja paritária.<br />
Todos os júris presenciais<br />
serão equânimes em gêneros”,<br />
finaliza Publio Dias.<br />
Para dar início à comunicação<br />
do Young Lions Brazil<br />
Creativity Program, a agência<br />
Young & Rubicam, responsável<br />
este ano pelas campanhas,<br />
traz como mote O 31 chega<br />
rápido, fazendo referência à<br />
ida<strong>de</strong> dos competidores, que<br />
<strong>de</strong>vem ter no máximo 30 anos<br />
para participar.<br />
56 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
PRÊMIOS<br />
“Tendência é<br />
trazer realida<strong>de</strong><br />
para propaganda”<br />
Divulgação<br />
O<br />
PROMARK inicia nesta edição uma série<br />
<strong>de</strong> entrevistas com os jurados brasileiros<br />
do D&AD <strong>2019</strong>, que será realizado entre<br />
21 e 23 <strong>de</strong> maio, em Londres. Neste ano, o<br />
Brasil conta com 12 jurados. O diretor <strong>de</strong> cena Felipe<br />
Mansur, sócio da Alice Filmes, com o produtor-<br />
-executivo Wal Tamagno e a produtora Ana Mansur,<br />
estreia esta série. Ele integrará o júri <strong>de</strong> Direction,<br />
presidido por Antoine Bardou-Jacquet, da Partizan<br />
Paris. Leia a seguir principais trechos da entrevista.<br />
Felipe Mansur, da Alice Filmes, jurado <strong>de</strong> Direction: “Festival tem critério refinado”<br />
Marcello Queiroz<br />
especial para o ProPMarK<br />
RIGOR E EXPECTATIVAS<br />
Acho que o D&AD sempre<br />
foi reconhecido como um dos<br />
festivais mais difíceis para ser<br />
premiado. Um critério bem refinado<br />
faz com que seja atraente<br />
e respeitado. Ele traz uma responsabilida<strong>de</strong><br />
gigante para o<br />
jurado. A minha expectativa é<br />
a <strong>de</strong> ver ótimos trabalhos e ter<br />
discussões enriquecedoras. Direção<br />
é uma categoria técnica<br />
e avaliar essa parte técnica me<br />
<strong>de</strong>ixa muito animado.<br />
OS MELHORES DO ANO<br />
Entre os melhores comerciais<br />
do último ano, <strong>de</strong>staco dois no<br />
D&AD: Nothing Beats a Londoner<br />
(W+K, para Nike) e Welcome<br />
Home (da Apple, dirigido<br />
por Spike Jonze). Gosto muito<br />
também do Go with the Flaw,<br />
da Diesel, e do comercial <strong>de</strong> Natal<br />
da John Lewis, com o Elton<br />
John. Ele tem uma linguagem<br />
<strong>de</strong> câmera que cria uma relação<br />
da publicida<strong>de</strong> com o cinema. É<br />
uma força <strong>de</strong> storytelling. Destaco<br />
ainda o Hope, da Cruz Vermelha,<br />
GP <strong>de</strong> Craft em Cannes<br />
no ano passado.<br />
SUPER BOWL<br />
Acho que os filmes, <strong>de</strong> uma<br />
maneira geral, mantiveram uma<br />
boa qualida<strong>de</strong>. Sempre atraem<br />
muita atenção. São produções<br />
trabalhadas muito especificamente<br />
para o evento. Na minha<br />
opinião, os três melhores filmes<br />
são os dois <strong>de</strong> Bud Light, com<br />
referência a Game of Thrones,<br />
e o da Amazon, com o Harrison<br />
Ford. Os da Budweiser se <strong>de</strong>stacam<br />
pelo tamanho da produção<br />
e por terem uma direção <strong>de</strong> atores<br />
muito bem trabalhada para<br />
um lado mais irônico.<br />
MERCADOS MAIS QUENTES<br />
O mercado está muito global<br />
e fica complicado apontar um<br />
<strong>de</strong>terminado país que esteja em<br />
<strong>de</strong>staque <strong>de</strong> inovação em direção.<br />
Há importantes novos diretores<br />
do Canadá ou do Egito, por<br />
exemplo, mas eles acabam sendo<br />
representados pelas produtoras<br />
do eixo americano-europeu.<br />
O Brasil também passou a ter<br />
uma maior representativida<strong>de</strong><br />
neste contexto, estamos em ascensão,<br />
principalmente <strong>de</strong>pois<br />
do GP em Cannes em 2015, com<br />
o filme da Leica, da dupla <strong>de</strong> diretores<br />
Jones + Tino, que também<br />
ganhou Grafite no D&AD.<br />
TENDÊNCIAS<br />
Sob um ponto <strong>de</strong> vista conceitual,<br />
pensando em execução,<br />
a principal tendência é<br />
tentar trazer a realida<strong>de</strong> cada<br />
vez mais para a propaganda. As<br />
pessoas querem comprar algo<br />
que é crível, que é verda<strong>de</strong>iro.<br />
Os principais diretores têm essa<br />
preocupação <strong>de</strong> trazer a realida<strong>de</strong><br />
para <strong>de</strong>ntro do filme. Em<br />
processo <strong>de</strong> trabalho, a tendência<br />
é buscar cada vez mais um<br />
espírito coletivo, com agências<br />
e produtoras unindo profissionais<br />
que agregam novas i<strong>de</strong>ias.<br />
“AlgumAs i<strong>de</strong>iAs<br />
nAscem <strong>de</strong> umA<br />
concepção<br />
que exige umA<br />
produção mAis<br />
cArA. não dá pArA<br />
generAlizAr que<br />
o tAlento resolve<br />
tudo, mAs às vezes<br />
ele resolve”<br />
DESAFIOS<br />
Eu acho que o <strong>de</strong>safio é clássico,<br />
sempre acaba sendo conciliar<br />
a verba com a expectativa<br />
da agência e do cliente e, no final,<br />
entregar um trabalho que<br />
imprima um valor <strong>de</strong> produção<br />
para as marcas. Apresentar soluções<br />
é uma tarefa que varia<br />
muito <strong>de</strong> projeto para projeto,<br />
não vejo como generalizar. Temos<br />
uma política na Alice que<br />
é a <strong>de</strong> não olhar para os problemas<br />
e sim para as soluções.<br />
Nosso discurso não envolve<br />
uma dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mesa<br />
<strong>de</strong> compra, por exemplo. A<br />
gente se posiciona com a maneira<br />
que nós acreditamos que<br />
um filme <strong>de</strong>ve ser feito, numa<br />
linha criativa e em um processo<br />
<strong>de</strong> execução pensados antes da<br />
aprovação do orçamento. Tentamos<br />
alinhar as i<strong>de</strong>ias antes<br />
para termos menos problemas<br />
na hora <strong>de</strong> executar. E sempre<br />
cobrando o que a gente acha<br />
que é justo.<br />
TALENTO X BUDGET<br />
Eu gosto <strong>de</strong> pensar que o talento<br />
é sempre o principal. Não<br />
dá para dizer que o talento sempre<br />
consegue se sobrepor. Depen<strong>de</strong><br />
muito do projeto. Acho<br />
que a gente tem <strong>de</strong> pensar também<br />
que o diretor dificilmente<br />
consegue fazer tudo sozinho.<br />
Ele <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma equipe e<br />
o valor <strong>de</strong> uma equipe tem um<br />
gran<strong>de</strong> impacto no custo do<br />
projeto. Um bom figurino só é<br />
possível com uma boa figurinista<br />
e isso é um exemplo que vale<br />
para todas as partes técnicas.<br />
Uma boa equipe acaba agregando<br />
muito ao projeto. O talento<br />
é achar uma linguagem que se<br />
encaixa no budget do cliente.<br />
Algumas i<strong>de</strong>ias nascem <strong>de</strong> uma<br />
concepção que exige uma produção<br />
mais cara. Não dá para<br />
generalizar que o talento resolve<br />
tudo, mas às vezes ele resolve.<br />
PERFIL<br />
Eu me consi<strong>de</strong>ro uma pessoa<br />
apaixonada por imagens. Tenho<br />
essa paixão pelo trabalho visual<br />
que ajuda a ter uma história<br />
bem contada. Unir uma boa história<br />
com um visual <strong>de</strong> impacto<br />
é o que guia o meu trabalho. Eu<br />
busco muito essa estética aliada<br />
à narrativa para conseguir criar<br />
resultados inspiradores. Sempre<br />
partindo <strong>de</strong> um padrão mais<br />
cinematográfico.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 57
última página<br />
Marcello Serpa<br />
a vida po<strong>de</strong> ser<br />
menos ordinária<br />
Claudia Penteado<br />
Vivemos tempos em que é difícil pra burro<br />
<strong>de</strong>terminar o que é real. Outra noite<br />
fui a um show num pequeno espaço na zona<br />
sul do Rio. Era um show relativamente<br />
pequeno, e havia a promessa <strong>de</strong> participação<br />
<strong>de</strong> uma celebrida<strong>de</strong> da MPB, e para isso<br />
a gran<strong>de</strong> maioria das pessoas estava lá, <strong>de</strong><br />
fato. Tudo transcorreu com relativa tranquilida<strong>de</strong>,<br />
até o “momento celebrida<strong>de</strong>”.<br />
No instante em que ela pisou no palco, uma<br />
muralha <strong>de</strong> celulares se ergueu até o último<br />
segundo em que esteve ali. Fui até o bar,<br />
pedi um drink e fiquei ouvindo a música,<br />
observando a barreira <strong>de</strong> celulares iluminados<br />
acima das cabecinhas dançantes. Vi<br />
um pedaço do show, <strong>de</strong>pois, pelo celular <strong>de</strong><br />
uma amiga que, como boa parte da plateia,<br />
filmou cada minuto - talvez<br />
sem conseguir, ela própria,<br />
enxergar o evento com os próprios<br />
olhos, no tempo real.<br />
Talvez muitos nem tenham<br />
assistido àquilo que <strong>de</strong> fato<br />
não viveram. Há uma gran<strong>de</strong><br />
confusão entre o que se vive<br />
e o que se acredita viver, no<br />
balanço permanente da vida<br />
registrada em telas. Lembro-<br />
-me do tempo em que viajava<br />
sem celular. Confesso que coleciono mais<br />
lembranças das viagens que fiz na era pré-<br />
-digital, cujo olhar não era <strong>de</strong> quem busca<br />
o melhor ângulo para fotografar, mas <strong>de</strong><br />
quem fareja cores e sabores, <strong>de</strong> mãos dadas<br />
com Mnemosine, a <strong>de</strong>usa da memória.<br />
Hoje, o pit-stop em um lugar basta. Se o<br />
momento é eternizado na tela, ninguém saberá<br />
que durou apenas dois minutos. Comidas<br />
se saem melhorem imagens do que no<br />
palato. Roupas vestem bem no Instagram<br />
e não no corpo. Olhares, cabelos e sorrisos<br />
são ajustados com filtros e assim vamos<br />
rejeitando quem somos, dia após dia. Nos<br />
auto<strong>de</strong>letamos continuamente - porque a<br />
realida<strong>de</strong> que não nos agrada se tornou fácil<br />
<strong>de</strong> burlar.<br />
“Nos<br />
traNsformamos<br />
Nos aNdroi<strong>de</strong>s<br />
com os quais<br />
faNtasiamos<br />
embalados por<br />
ridley scott”<br />
O valor <strong>de</strong> tudo isso? O mesmo <strong>de</strong> um<br />
Stories, que dura algumas horas e se esvai.<br />
E assim nos transformamos nos androi<strong>de</strong>s<br />
com os quais fantasiamos embalados<br />
por Ridley Scott. Damos vida ao<br />
conto <strong>de</strong> Ian McEwan, Düssel..., em que<br />
o amante não tem certeza se a mulher<br />
que ama é <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> perguntar.<br />
A resposta é certeira: sim, ela é uma<br />
linda androi<strong>de</strong>, tão perfeita que chega a<br />
doer. O mundo <strong>de</strong>scrito por Ian é repleto<br />
<strong>de</strong>les, que conquistaram direitos, po<strong>de</strong>m<br />
ter filhos e para os quais perguntar se são<br />
“<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>” já se tornou constrangedor<br />
e até ofensivo. No mundo ficcional <strong>de</strong><br />
McEwan, androi<strong>de</strong>s performam, claro,<br />
infinitamente melhor do que nós, humanos<br />
<strong>de</strong>feituosos. Robôs assustam e atraem<br />
precisamente porque representam<br />
nosso i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> perfeição, <strong>de</strong><br />
infalibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> inteligência<br />
superior, aquela que tudo<br />
sabe, que tudo calcula, que<br />
tudo resolve.<br />
Conectados 100% do tempo,<br />
nos contentamos com a “perfeição”<br />
nas telas vivendo vidas<br />
(físicas) mornas e relações<br />
superficiais (com os outros e<br />
com nós mesmos). Essa <strong>de</strong>sumanização<br />
superplugada começa a incomodar como<br />
um elefante na sala. Um estudo conduzido<br />
pelas Universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Stanford e Nova<br />
York avaliou os efeitos da <strong>de</strong>sconexão<br />
do Facebook nas pessoas. Entre as consequências:<br />
mais tempo passado com amigos<br />
e parentes, menos informação política,<br />
melhora <strong>de</strong> humor, mais satisfação na<br />
vida e tempo para o lazer. Tentador. Não<br />
por acaso, usei para ilustrar este artigo<br />
uma obra do artista plástico Marcello Serpa,<br />
que me tocou <strong>de</strong> cara porque traduz <strong>de</strong><br />
um jeito inesperado a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra<br />
conexão na vida: com nós mesmos. A<br />
imagem do cabo ligado ao “terceiro olho”,<br />
que representa a intuição e a percepção sutil,<br />
dá a medida exata <strong>de</strong> uma conexão que,<br />
esta sim, vale a pena.<br />
58 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark