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L U S I T A N O<br />

MARÇO <strong>2019</strong><br />

ANO XXV - Nº. 251 - DIRECÇÃO: Sandra Ferreira + Armindo Alves - Publicação mensal gratuita<br />

d e Z u r i q u e<br />

C ARNAVAL<br />

SUÍÇO<br />

e as suas<br />

tradições<br />

l<br />

JANEIRAS<br />

cumpriu-se a<br />

tradição<br />

Páginas 10 e 11


FEVEREIRO <strong>2019</strong><br />

ANO XXV - Nº. 250 - DIRECÇÃO: Sandra Ferreira + Armindo Alves - Publicação mensal gratuita<br />

2 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

PUBLICIDADE<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

Futebol armindo.alves@garage-mutschellen.ch / 079 222 09 14<br />

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Publicidade 079 222 09 14/armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

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Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

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Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Edição anterior<br />

L U S I T A N O<br />

d e Z u r i q u e<br />

Despesas<br />

acessórias<br />

Direito<br />

Direitos e<br />

obrigações<br />

Páginas 10 e 11<br />

Festa CLZ<br />

dia<br />

9 de Março<br />

Página 09<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

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www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 3<br />

EQUIPA EDITORIAL<br />

Sandra Ferreira<br />

EDITORIAL<br />

É CARNAVAL…<br />

NINGUÉM LEVA A MAL!<br />

Confesso que não sou uma pessoa muito carnavalesca,<br />

nem de participar em carnavais! Talvez porque<br />

venha de uma zona do país onde esta festividade não<br />

tinha qualquer importância e fosse feita apenas com<br />

crianças. Ou, de certo, porque no seio da minha família<br />

nunca fomos de participar nestas festividades<br />

e até nem serem desejadas pelos meus familiares. A<br />

verdade é que ainda hoje não encontro muito entusiasmo<br />

para participar nessas festividades.<br />

Eu, mesmo, encaro estas festividades um pouco<br />

como sendo apenas para as crianças, apesar de, na<br />

Suíça, estas serem mais frequentadas pelos adultos.<br />

Acho que pode ser bom para puxar pela criatividade<br />

e imaginação das crianças, criar-lhe um dia diferente,<br />

uma personagem diferente. Talvez porque ainda<br />

tenha presente essa imagem de na escola criarmos<br />

os nossos fatos e acessórios, para depois desfilar em<br />

frente a pais e familiares.<br />

Quanto aos adultos, apenas consigo achar um pouco<br />

de graça, quando os carnavais são utilizados para fazer<br />

um pouco de sátira política e social. O que acontece<br />

em alguns carnavais portugueses. Aí sim estamos<br />

também a mostrar a nossa criatividade, para talvez<br />

mostrar alguns aspectos que não estão bem na sociedade<br />

ou na nossa comunidade. Contudo, sou realmente<br />

desligada de carnavais que duram dias, com<br />

pessoas que encarnam outra personagem e até mesmo<br />

outro à vontade, nas ruas, completamente diferente<br />

daquele que tem no dia-a-dia.<br />

DIRECÇÃO<br />

Directora:<br />

Sandra Ferreira - nº CC 12 A<br />

Sub-director:<br />

Armindo Alves - nº CC 15 A<br />

Email: lusitanozurique@gmail.com<br />

COLABORAÇÃO<br />

Cristina F. Alves nº CC 16 A<br />

Pedro Nabais nº CC 14 A<br />

Joana Araújo nº CC 11 A<br />

Jorge Macieira nº CC 28 A<br />

Maria dos Santos nº CC 27 A<br />

Nuno Brandão<br />

Lúcia Sousa<br />

Pedro Nogueira<br />

Natascha D´Amore<br />

Daniel Bohren<br />

Domingos Pereira<br />

Carmindo de Carvalho<br />

Euclides Cavaco<br />

Pedro Barroso<br />

Carlos Matos Gomes<br />

PUBLICIDADE<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

EDIÇÃO,COMPOSIÇÃO<br />

E PAGINAÇÃO<br />

Manuel Araújo<br />

Jornalista 3000 A<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

IMPRESSÃO<br />

Diário do Minho<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente a opinião dos seus<br />

autores e não vinculam necessariamente a Direcção desta Revista.<br />

Esta publicação não adopta nem respeita<br />

o inútil (des)Acordo Ortográfico<br />

Contudo o carnaval existe já há séculos. E, pelo menos<br />

na Suíça, estará sempre presente na vida das<br />

pessoas de Fevereiro a Abril! n<br />

Apoios: Jornal Tornado<br />

Propriedade & a<strong>dm</strong>inistração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr. 48<br />

8004 Zürich<br />

Tel.: 044 241 52 60 - Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.eu<br />

E-mail: info@cldz.eu


4 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADES<br />

Depois de um Inverno geralmente gelado, nos meses de<br />

Fevereiro e Março é altura de quebrar o gelo e, durante<br />

uns dias, sinónimo de festa: Primavera, música, diversão<br />

e muita criatividade, chegou a folia do Carnaval!<br />

Sandra Ferreira<br />

Lúcia Sousa<br />

Ao contrário do que se poderia pensar,<br />

o Carnaval é uma época bastante<br />

importante para o povo suíço, e os<br />

seus preparativos decorrem ao longo<br />

de todo o ano. Apelidado de “Fasnacht”,<br />

é conhecido pelos seus coloridos<br />

desfiles, com trajes elaborados<br />

ao pormenor e acompanhado de música<br />

tocada pelas dezenas de grupos<br />

de “Guggenmusik”.<br />

“Fasnacht” pode ser entendido como<br />

a noite antes do tempo de jejum. Contudo,<br />

a sua origem está na palavra<br />

antiga “fasen”, que significava “ser<br />

doido”. Só mais tarde se começou a<br />

falar de Carnaval, vocábulo derivado<br />

do Latim e que significa: Carne, vive<br />

em paz!<br />

Apesar de, originalmente, o Carnaval<br />

ser uma tradição católica iniciada nos<br />

cantões católicos, alguns cantões<br />

fazem dela uma tradição pagã, nos<br />

quais se utilizam máscaras assustadoras<br />

para espantar os espíritos<br />

maus. Numa viagem carnavalesca,<br />

fomos então conhecer a tradição dos<br />

dois maiores Carnavais helvéticos<br />

- Lucerna e Basileia, - além daquele<br />

que é festejado na cidade que nos<br />

acolhe: Zurique.<br />

Folia carnavalesca de<br />

Lucerna<br />

Localizada na Suíça central, ladeada<br />

por lagos e montanhas, Lucerna é a<br />

oitava maior cidade e uma das mais<br />

visitadas deste pequeno país alpino.<br />

O ex-libris mais conhecido é certamente<br />

a Kapellbrücke (1365), uma<br />

ponte coberta de madeira com uma<br />

torre que se estende por um canal do<br />

lago. Com uma grande diversidade<br />

cultural e forte potencial económico,<br />

Lucerna conta com cerca de 70 mil<br />

habitantes e atrai mais de 2,5 milhões<br />

de visitantes todos os anos.<br />

Durante os 6 dias de Carnaval – este<br />

ano, de 28 de Fevereiro (Schmutziger<br />

Donnerstag) a 5 de Março - as pacatas<br />

ruas da cidade são invadidas por milhares<br />

de pessoas usando máscaras<br />

gigantes e divertidas, dançando ao<br />

som de bandas que tocam a chamada<br />

Guggenmusigge, o tradicional estilo<br />

musical carnavalesco, que tocam<br />

músicas actuais com instrumentos de<br />

percussão e sopro, desfilando pelas<br />

ruas do centro histórico, numa irresistível<br />

animação musical. O primeiro<br />

destes grupos terá sido formado por<br />

volta de 1950, tomando como exemplo<br />

os da cidade de Basileia.<br />

No início, era um pequeno grupo<br />

que cresceu muito e hoje torna inesquecível<br />

esta colorida comemoração<br />

anual. As bandas não marcham simplesmente<br />

pelas ruas em formação<br />

coordenada, mas fazem paragens frequentes,<br />

representando cenas e misturando-se<br />

com a multidão.<br />

As origens do Carnaval de Lucerna<br />

são marcadas pela figura de Fritschi,<br />

um homem idoso, sua esposa,<br />

conhecida como Fritschene e o filho,<br />

Fritschikind. Naquela época, a família<br />

Fritsch organizava desfiles de temas<br />

patrióticos, históricos ou folclóricos,<br />

mas, na actualidade, a festa tem uma<br />

conotação mais satírica e divertida.<br />

Embora o nome Fritschi derive provavelmente<br />

de Fridolin, a origem e o significado<br />

deste personagem não são<br />

fáceis de determinar. Certo é que Fritschi<br />

remonta ao século XV, quando<br />

costumava ser um boneco de palha e,<br />

provavelmente, a figura simbólica de<br />

uma das guildas da época.<br />

Por volta de 1920, o grupo Fritschi encontrou<br />

um rival na recém-formada<br />

“Wey Guild”, que adoptou a figura de<br />

um sapo como personagem principal<br />

dos seus cortejos satíricos. Hoje<br />

em dia, o desfile Fritschi acontece na<br />

quinta-feira, uma semana antes da<br />

Quarta-feira de Cinzas, enquanto o<br />

desfile Wey decorre na segunda-feira<br />

de Carnaval e última noite, com um<br />

concerto de monstros na terça-feira<br />

de Carnaval. Estes desfiles constituem<br />

o ponto alto da animada folia<br />

carnavalesca de Lucerna, uma festa a


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 5<br />

COMUNIDADES<br />

não perder. Se o tema é Carnaval e<br />

vive na Suíça então… Lozärner Fasnacht!<br />

Carnaval de Basileia<br />

O Carnaval de Basileia remonta<br />

ao século XIX e, ao contrário dos<br />

outros, é celebrado uma semana<br />

depois da Quarta-feira de Cinzas,<br />

sendo o carnaval protestante com<br />

mais significado no mundo. Começa<br />

precisamente na segunda-feira às<br />

4 da manhã com o cortejo chamado<br />

“Morgenstraich”, terminando na<br />

Quinta-feira, novamente às 4 horas<br />

da madrugada com o “Ändstraich”.<br />

Durante o “Morgenstraich”, a cidade<br />

fica às escuras e dá lugar a um desfile<br />

de lanternas gigantes. A festa<br />

dura três dias e junta residentes com<br />

multidões de visitantes de todos os<br />

lugares, mostrando os seus trajes e<br />

incentivando forasteiros a participar<br />

na animação do Carnaval.<br />

A festa carnavalesca de Basileia<br />

é uma das maiores da Suíça, e os<br />

seus habitantes consideram-na “die<br />

drei scheenschte Dääg” (os três dias<br />

mais bonitos). Nos desfiles realizados,<br />

quer na segunda quer na quarta-feira,<br />

participam cerca de 11 mil<br />

pessoas mascaradas e em grupos<br />

alegóricos, sendo a terça-feira dedicada<br />

às crianças. Estima-se que terá<br />

sido igualmente em Basileia que surgiram<br />

as primeiras bandas de “Guggenmusik”,<br />

o que torna esta festa<br />

mais participada. Em 2017, o Carnaval<br />

de Basileia foi reconhecido pela<br />

UNESCO como Património Imaterial<br />

da Humanidade.<br />

Carnaval multicultural de<br />

Zurique<br />

O Carnaval de Zurique não é, de facto,<br />

dos mais famosos. Durante muitos<br />

anos, esta festa de cariz católico,<br />

foi até proibida na cidade de Zurique,<br />

que é maioritariamente protestante.<br />

Com o passar do tempo, os habitantes<br />

acabaram por aderir também<br />

a esta festa, apesar de, em Zurique,<br />

esta representar mais o Carnaval das<br />

diferentes culturas de origem migrante<br />

aqui residentes. Assim sendo,<br />

o mais curioso neste Carnaval é o<br />

desfile onde estão presentes as tradições<br />

das comunidades migrantes.<br />

Conhecido por ser um Carnaval muito<br />

colorido e multicultural, este só<br />

não é mais representativo por não<br />

ser organizado pela classe burguesa<br />

da cidade de Zurique.<br />

A SofiLayla e Werni<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

QUAL É O BANCO QUE<br />

O LIGA A PORTUGAL?<br />

A Caixa, com certeza. Um Banco com 140 anos de história<br />

e uma vasta experiência na oferta de soluções financeiras<br />

adequadas a quem está longe.<br />

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A Caixa Geral de Depósitos S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.


6 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

PUBLIREPORTAGEM<br />

COMUNIDADES<br />

Intention: uma só loja,<br />

mas tudo o que precisa!<br />

Imagine que tem um evento à última da hora. Não sabe que vestir, a depilação por fazer,<br />

não tem tempo para cabelo nem maquilhagem e não sabe que fazer. A Intention<br />

Concept, em Schlieren tem a solução. Uma loja em que a mulher pode encontrar tudo o<br />

que precisa, para um evento, sem ter de saltar de loja em loja. O Lusitano de Zurique vez<br />

uma visita e ficou a saber mais sobre este projecto de Inês Carneiro.<br />

eA Jorge Macieira<br />

Nome:<br />

Inês Carneiro<br />

Idade:<br />

29 anos<br />

Naturalidade:<br />

Vila Nova De Famalicão<br />

Na Suíça desde:<br />

2013<br />

Profissão:<br />

Empresaria-gerente<br />

Um desejo:<br />

que o conceito da Intetion funcione<br />

e que seja cada vez mais aceite<br />

pela comunidade de Zurique<br />

Hobbys: Ler, terapias<br />

Lusitano Zurique - Qual a ideia/ conceito<br />

por detrás da Intetion? Como<br />

surgiu a ideia de criar assim uma loja?<br />

Inês Carneiro — O conceito por detrás<br />

da Intetion é a mulher obtenha tudo<br />

que necessita num mesmo espaço,<br />

é um conjunto de serviços que uma<br />

cliente que entre aqui saia preparada<br />

para qualquer evento.<br />

L.Z - Quais os serviços que encontramos<br />

no vosso espaço?<br />

I. C. — Temos depilação a cera e laser,<br />

massagem, cabeleireiro, loja de roupa<br />

masculina e feminina, maquilhagem,<br />

unhas de gel e temos um pacote completo<br />

que é um dia com um combi de<br />

todos os serviços da Intetion.<br />

L.Z - Vocês surgiram recentemente no<br />

mercado em Zurique. Como vos tem<br />

recebido?<br />

I. C. — Depois do mercado de Luzerna,<br />

que foi muito marcante na minha<br />

vida, pois estive lá seis anos, e foi<br />

muito bem aceite e acarinhada pela<br />

comunidade. Em Zurique também foi<br />

muito bem recebida e estou altamente<br />

contente com o meu público e com<br />

o carinho que tenho recebido.<br />

L.Z - Aos poucos estão a surgir vários<br />

projetos com o mesmo conceito, ou<br />

seja, vários tipos de negócio em um só<br />

espaço. Quais as vantagens e desvantagens<br />

por detrás desta ideia?<br />

I. C. — Nunca pensamos nas desvantagens,<br />

apenas pensamos nas vantagens<br />

que pode trazer para os nossos<br />

clientes. O que diferencia a Intetion<br />

das outras lojas é sempre pensar no<br />

melhor para o nosso cliente, e para<br />

isso trabalhamos como as melhoras<br />

marcas possíveis no mercado para<br />

melhorar o nosso serviço. Por exemplo,<br />

nós somos a única representante<br />

da marca Gianni Kavanagh, pela qual<br />

Ricardo Quaresma dá a cara, aqui em<br />

Zurique.<br />

L.Z - Reparo que há bastante aposta<br />

nas marcas portuguesas, somos dos<br />

melhores nessas áreas?<br />

I. C. — É uma aposta pois são materiais<br />

de Portugal. Felizmente o nosso<br />

país realmente é uma dos maiores<br />

produtores têxteis, e em vários produtos<br />

para a pele e cabelo os produtos<br />

portugueses são um dos melhores ao<br />

nível de mercado.<br />

L.Z - Sendo que já existe muito na área<br />

da imagem e estética, o que vos distingue<br />

no mercado?<br />

I. C. — É a imagem que nós passamos,<br />

os vídeos de publicidade e os<br />

eventos. Queremos passar a ideia de<br />

pessoas estarem aqui e estarem em<br />

casa, onde não veem só cortar o cabelo<br />

mas sim passar um bom momento,<br />

com conversa, com um café, para fazer<br />

feliz o nosso cliente que se torna<br />

nosso amigo/a.<br />

L.Z - Por quantas pessoas é constituída<br />

a tua equipa?<br />

I. C. — Temos duas meninas nas<br />

unhas de gel, temos sempre uma vez<br />

por mês uma convidada de Portugal<br />

que esteja mais a frente em termos de<br />

design para satisfazer as clientes que


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 7<br />

PUBLIREPORTAGEM<br />

queiram um termo mais excêntrico.<br />

Em relação a cabeleireiro temos a<br />

Paula uma excelente profissional<br />

em termos de cabelo. Na loja de vestuário<br />

sou eu que estou a tender, nas<br />

massagens temos uma massagista<br />

especializada e profissional, para<br />

estética temos uma profissional e<br />

temos microblading.<br />

L.Z - A nível da tua clientela é mais<br />

comunidade portuguesa ou a comunidade<br />

no geral?<br />

I. C. — Temos um bocadinho de<br />

tudo, apesar da rede social ser praticamente<br />

em Portugal, as comunidades<br />

veem a mim por causa da língua<br />

e eu adoro poder atender em português<br />

amo mesmo, acho que devemos<br />

dar um pouco mais de mérito<br />

a língua portuguesa. Mas estamos<br />

abertos a todas as comunidades, estamos<br />

num pais e nos somos também<br />

multi-comunitários.<br />

L.Z - Quais são os vossos desejos de<br />

futuro?<br />

I. C. — Os desejos para a loja é que<br />

os clientes saiam sempre satisfeitos<br />

com os nossos serviços e que voltem<br />

e que tragam mais clientes, seja<br />

amigos ou familiares.<br />

L.Z - Os novos projetos para brevemente<br />

da Intetion?<br />

I. C. — Um evento que costumava<br />

fazer com as clientes, patrocinadores<br />

e amigas na altura do natal, mas<br />

este ano passado não me foi possível<br />

por causa da abertura da loja. Por<br />

isso, este ano, irei fazer no dia 9 de<br />

março, um jantar da mulher, com várias<br />

supressas e presentes. Teremos<br />

também um programa específico<br />

para as primeiras comunhões e crismas<br />

para estarem ao melhor nível<br />

possível.<br />

Paula Fonseca<br />

Profissão: cabeleireira<br />

L.Z — Como tem sido a<br />

aderência ao seu trabalho?<br />

Paula Fonseca —Temos<br />

tido bastante procura,<br />

principalmente da comunidade<br />

portuguesa e a<br />

nível geral, trabalhamos<br />

apenas com comunidade<br />

feminina.<br />

L.Z — Há quantos anos começou<br />

como cabeleireira?<br />

P. F. — Aos onze anos comecei<br />

como ajudante a<br />

lavar cabeças nos tempos<br />

livres, sempre tive esta<br />

paixão, em 2002 fiz o meu<br />

curso para ficar especializada<br />

na área e aumentar o<br />

meu conhecimento.<br />

L.Z — Teve ocupação<br />

como cabeleireira em que<br />

países?<br />

P. F. — Comei em Portugal,<br />

e depois como tive<br />

emigrada nas Caraíbas<br />

também tive lá a função<br />

de cabeleireiro e depois<br />

quando vim para a Suíça<br />

assumi a mesma profissão.<br />

L.Z — Que género de pedidos<br />

tem recebido? Alguns<br />

mais específicos?<br />

P. F. — Cortes normais, trabalhos<br />

estéticos, uma secagem,<br />

hidratação e penteados<br />

mais específicos<br />

consoante o evento. Penteados<br />

mais específicos<br />

com o cabelo típico africano,<br />

eu tive nas Caraíbas e<br />

tenho técnica para conseguir<br />

trabalhar com esses<br />

géneros de cabelo e que<br />

tem saído bastante contentes<br />

com os serviços.<br />

SEGUROS<br />

Doença ( krakenkasse )<br />

210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />

205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />

47.40 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />

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Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />

Junto à Estação de Wiedikon<br />

Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />

Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />

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info@andradefinance.ch


8 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADE<br />

CLZ canta Janeiras<br />

para embaixador<br />

em Berna<br />

eA Jorge Macieira<br />

Como já é tradição há onze anos, o grupo de janeiras do Centro Lusitano de Zurique juntou-se,<br />

por mais um ano consecutivo, para cantar e animar vários locais portugueses, entre restaurantes,<br />

igrejas, comercio e associações, com o objectivo de ajudar três associações portuguesas<br />

em Portugal.<br />

Uma das tradições portuguesa que o Centro Lusitano de Zurique faz questão de manter e conservar<br />

entre a comunidade lusa de vários pontos da Suíça.<br />

Assim, no passado mês de Fevereiro, alguns elementos deste grupo deslocaram-se à residência<br />

do embaixador de Berna, onde actuaram para o embaixador António Ricocca Freire, que<br />

está na Suíça há cerca de um ano e meio, depois de vários anos noutros países por todo o mundo<br />

com as funções de embaixador.<br />

Uma recepção, em que o embaixador ficou bastante emocionado ao ver um grupo cantar-lhe as<br />

janeiras, mesmo longe do seu país natal. No final da actuação foi ainda servido um banquete<br />

ao grupo que deixou a promessa de para o ano voltar.


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 9<br />

Centro Lusitano<br />

de Zurique<br />

FESTA DOS SÓCIOS<br />

35º ANIVERSÁRIO<br />

SÁBADO<br />

09<br />

Março<br />

Sócios Grátis - Não sócios 20 Fr.<br />

Crianças até aos 12 anos Grátis<br />

Abertura:<br />

19 horas<br />

TURNHALLE UNTERROHR<br />

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10 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

DIREITO<br />

Perda do direito ao domicílio (permissão<br />

tipo C) e residência (permissão tipo B)<br />

Daniel Bohren<br />

Uma Permissão de<br />

domicílio C para a<br />

Suíça é uma permissão<br />

duradoura,<br />

que tem validade<br />

ilimitada e não tem<br />

de ser renovada. O<br />

prazo para controlo<br />

diz apenas respeito<br />

à validade do cartão,<br />

quer dizer, o cartão<br />

tem de ser renovado<br />

antes do fim do<br />

prazo de controlo.<br />

Quem esquece isto,<br />

tem um cartão caducado,<br />

mas não perde<br />

por isso o direito de<br />

domicílio.<br />

No entanto também se pode<br />

perder a o direito de domicílio<br />

respetivamente a Permissão<br />

tipo C.<br />

Quem está mais de 6 meses<br />

no estrangeiro, perde<br />

a Permissão tipo C automaticamente.<br />

A razão para<br />

a estadia no estrangeiro é<br />

irrelevante. A regra é válida<br />

tanto para estadias de<br />

férias, de trabalho ou para<br />

tratamentos. Uma estadia<br />

no estrangeiro pode a saber<br />

ser concedida por uma duração<br />

de até 4 anos . Para isso<br />

tem no entanto de ser feito<br />

um requerimento justificativo<br />

antes de decorridos seis<br />

meses.<br />

Uma permissão de domicílio<br />

também pode todavia ser<br />

revogada pela Repartição de<br />

migração (Migrationsbehörde)<br />

nos casos seguintes:<br />

A uma pessoa, que tem domicílio<br />

regular na Suíça há<br />

pelo menos 15 anos, pode<br />

ser retirada a permissão de<br />

domicílio C, se tiver infringido<br />

a ordem pública e a<br />

segurança na Suíça ou no<br />

estrangeiro de modo grave<br />

ou se a puser em perigo.<br />

São abrangidos entre estes<br />

infratores, por exemplo,<br />

quem intencionalmente não<br />

cumpre as suas obrigações<br />

de direito público (impostos,<br />

contribuições para a Caixa<br />

da Previdência ...) ou as suas<br />

obrigações de direito privado<br />

(créditos, alimentos,…).<br />

Comporta-se intencionalmente<br />

quem, sem justificação<br />

comprovável, mas sim<br />

por desinteresse acumula<br />

grandes dívidas. A permissão<br />

de domicílio C também<br />

pode ser revogada, se uma<br />

pessoa foi condenada a uma<br />

pena de prisão de maior duração,<br />

compreendendo-se<br />

por uma pena de prisão de<br />

maior duração uma pena de<br />

prisão de um ano. Por outro<br />

lado a revogação da Permissão<br />

de domicílio C tem<br />

de ser sempre proporcional.<br />

Uma revogação só deverá<br />

ser autorizada excepcionalmente,<br />

por exemplo, com delitos<br />

muito graves (venda de<br />

droga organizada e extensa,<br />

terrorismo, …) ou quando se<br />

lhes juntam outras circunstâncias,<br />

por exemplo, uma<br />

estadia curta na Suíça ou<br />

uma má integração (falta de<br />

conhecimentos da língua,<br />

anos a receber ajuda social,<br />

ausência de laços familiares,<br />

numerosos atropelos às<br />

leis, etc…). No total, para cidadãos<br />

da EU, graças à totalidade<br />

das situações, tem de<br />

haver também um perigo de<br />

recidivar.<br />

A uma pessoa com menos<br />

de 15 anos de domicílio na<br />

Suíça a Permissão de domicílio<br />

C pode ser retirada<br />

também, por estar a receber<br />

prolongadamente e em<br />

montantes importantes de<br />

ajuda social.<br />

Com estes exemplos trata-<br />

-se de uma revogação da<br />

Permissão de domicílio C<br />

pela Repartição de migração.<br />

Também se pode no<br />

Tem perguntas que digam<br />

respeito ao direito?<br />

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:<br />

Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229,<br />

8024 Zürich, ou para: mail@dbohren.ch


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 11<br />

DIREITO<br />

entanto perder o direito a domicílio<br />

devido a uma expulsão do país pelo<br />

direito penal. Para um grande número<br />

de delitos e crimes o direito penal<br />

exige obrigatoriamente uma expulsão<br />

do país, assim, por exemplo, por homicídio,<br />

ferimentos corporais intencionais<br />

e graves, delitos sexuais, delitos<br />

com perigo público, como, fogo posto,<br />

delitos de droga, mas também quem<br />

participa num ataque a uma outra<br />

pessoa, que tem como consequência<br />

o ferimento de uma pessoa, tem de<br />

ser obrigatoriamente expulso do país,<br />

sendo o mesmo válido para quem é<br />

sentenciado por roubo com arrombamento,<br />

burla, desvio de fundos e<br />

furto da maneiro de ter rendimentos<br />

regulares. A expulsão do país pode<br />

ser imposta por 5 a 15 anos. Também<br />

na expulsão do país têm aliás de ser<br />

pesados os interesses particulares do<br />

interessado e os interesses do estado.<br />

Em especial para cidadãos da EU<br />

tem de haver um perigo de recidiva.<br />

Quem vive aqui há já muitos anos<br />

e tem família, em especial crianças<br />

mais pequenas e se encontra profissionalmente<br />

integrado, só tem que<br />

temer uma expulsão do país, se se<br />

tornou repetida e seriamente punível<br />

e houver um perigo de recidiva.<br />

Na Suíça é aliás reconhecível uma<br />

tendência forte para manter imigrantes<br />

fora do país, pelo que justamente<br />

pessoas mais novas, que cresceram<br />

aqui, deveriam pensar em adquirir a<br />

nacionalidade suíça. Uma vez que a<br />

Suíça reconhece a dupla nacionalidade,<br />

ninguém tem de desistir da sua<br />

nacionalidade de origem.<br />

Para quem apenas quiser uma permissão<br />

de permanência curta (em<br />

regra até um ano) ou uma Permissão<br />

de residência do tipo B, convém saber,<br />

que a sua permissão acaba também,<br />

com a dissolução da relação laboral, a<br />

saber do seguinte modo:<br />

Permissão de permanência curta:<br />

Com a conclusão da relação laboral<br />

ou rescisão antecipada pelo empregador,<br />

o direito ao domicílio expira 6<br />

meses após a dissolução da relação<br />

laboral. Se o empregado rescinde ele<br />

próprio, perde de imediato o direito ao<br />

domicílio. Enquanto aliás houver um<br />

direito ao subsídio diário de desemprego,<br />

a permissão de domicílio não<br />

se extingue. Não há direito a ajuda<br />

social.<br />

A Permissão de residência do tipo B:<br />

Quem não atingia ainda 12 meses de<br />

estadia na Suíça perde a sua permissão<br />

de domicílio 6 meses após a rescisão<br />

pelo empregador. Quem rescinde<br />

ele mesmo, perde imediatamente<br />

a sua permissão de domicílio, se não<br />

tiver, logo a seguir ao seu trabalho, um<br />

trabalho novo.<br />

Também aqui é válido, que uma autorização<br />

de residência não expira, enquanto<br />

houver direito ao subsídio de<br />

desemprego diário. Não há direito a<br />

ajuda social. Para quem viveu há mais<br />

de 12 meses na Suíça, a sua permissão<br />

de domicílio acaba também 6 meses<br />

após a rescisão pelo empregador,<br />

mas tem durante este tempo direito<br />

a ajuda social. Se existe um direito a<br />

subsídio de desemprego diário, então<br />

o direito a permanência não acaba<br />

já com o fim desse direito, mas sim<br />

6 meses mais tarde e, durante esse<br />

tempo, também há um direito a ajuda<br />

social.<br />

Estas determinações não são no entanto<br />

válidas, para aqueles que devido<br />

a doença ou a acidente se encontram<br />

temporariamente incapacitados de<br />

trabalhar ou inválidos. Nestes casos<br />

o direito a permanência não termina e<br />

há direito a ajuda social.


12 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADES<br />

COMUNIDADES<br />

Sabia que a realização de<br />

pagamentos em dinheiro é<br />

mais rápido?<br />

Carregar no bolso moedas e notas para além de ser inconfortável<br />

não é nada moderno. Mas ainda continua a ser mais rápido na hora<br />

de efectuar pagamentos. Segundo um estudo realizado pelo banco<br />

Alemão Bundesbank, os clientes que pagam em dinheiro (32, 34<br />

segundos) são dois segundos mais rápidos do que aqueles que<br />

pagam com o sistema digital.<br />

Este estudo revelou outro surpreendente resultado, quanto maior é<br />

o valor a pagar mais demorado é o processo de pagamento. Segundo<br />

os autores de estudo a razão é, que o cliente para quantias mais<br />

pequenas se prepara antes do acto porque já sabe aproximadamente<br />

ou o total da compra.<br />

Só a partir de valores superiores a 100 Euros é invertido o sentido<br />

de tempo do pagamento. Outro factor é a idade do cliente. Quanto<br />

mais jovem e o cliente mais rápido se realiza o pagamento mesmo<br />

em valores mais baixos.<br />

Resumindo, quando estamos na caixa do supermercado e desejamos<br />

que o processo se realize mais rapidamente devemos ter em<br />

conta a idade dos clientes que nos precedem e não o método de<br />

pagamento.<br />

Nova tarifa para o imposto<br />

sobre a televisão e rádio na<br />

Suíça<br />

Em 2017 o Governo Federal decidiu que a partir de Janeiro de <strong>2019</strong> em<br />

reduzir os preços do imposto sobre a captação do sinal de Rádio e Televisão<br />

de 451 para 365 Francos suíços por cada habitação. Em 2021<br />

será feita uma vez mais uma avaliação e prevê-se um nova redução<br />

no preço da tarifa.<br />

Titulares da factura<br />

Também foram introduzidas alterações no método de facturamento.<br />

Nas facturas de <strong>2019</strong> em diante constará o nome de todas as pessoas<br />

de maioridade que residem nessa habitação segundo o registo<br />

da junta de freguesia.<br />

Isenção de pagamento<br />

Tem direito à isenção de pagamento os pensionistas (AHV e IV); Pessoas<br />

deficientes audiovisuais; e residentes que comprovem que não<br />

possuem Rádio (incluindo rádio no automóvel), Televisão, Computador,<br />

Telemóvel, Tablet até ao final de 2023.<br />

a Domingos Pereira


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 13<br />

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VW GOLF VII 2.0 TSI GTI<br />

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CHF 99’900.-


14 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

AGENDA CULTURAL<br />

Domingo 3.3.<br />

- Apresentação de<br />

dança<br />

Hoje na “Tanzhaus Zürich”<br />

dançarinos apresentam seus<br />

trabalhos e experiências no<br />

espectáculo “Open Stage”.<br />

Todos os interessados são<br />

bem-vindos. Uma programação<br />

única aguarda por você!<br />

17:00-19:00. CHF 5.-.<br />

Tanzhaus Zürich. Wasserwerkstr.<br />

129. Tram 4/13/17<br />

bis „Dammweg“ oder S2/8/14<br />

oder Bus 33/46 bis „Bahnhof<br />

Wipkingen“. http://www.tanzhaus-zuerich.ch<br />

Terça-feira5.3.<br />

- Exposição sobre preto<br />

e branco<br />

Na exposição “of Colour”<br />

você verá obras de artistas<br />

que se confrontam com o<br />

tema da cor da pele. As obras<br />

são coloridas ou sem cores.<br />

Em todo caso, os artistas não<br />

pensam só em preto e branco.<br />

Até o dia 07.04. Ter-dom<br />

11:00-18:00. Qui 11:00-20:00.<br />

Entrada livre.<br />

Helmhaus. Limmatquai 31.<br />

Tram 4/15 bis „Helmhaus“.<br />

http://www.stadt-zuerich.ch/kultur/de/index/institutionen/<br />

helmhaus.html<br />

Segunda-feira 11.3.<br />

- Fazer jardinagem juntos<br />

Os imigrantes e todos os que<br />

gostam de fazer jardinagem,<br />

são bem-vindos no projeto<br />

“Neue Gärten”. Em conjunto,<br />

eles cuidam dos canteiros<br />

nos jardins comunitários no<br />

Quartiergarten Hard, Schwamendingen,<br />

Triemli, Balgrist e<br />

Pflanzplatz Dunkelhölzli. Os<br />

iniciantes aprendem com os<br />

jardineiros experientes. O jardim<br />

é um lugar ideal para conhecer<br />

outras pessoas e falar<br />

alemão. Participação gratuita.<br />

Informações 077 496 23 76<br />

ou lisa.moser@heks.ch.<br />

AGE<br />

CULTU<br />

d<br />

Zuri<br />

Domingo 3.3.<br />

- Caça ao tesouro para<br />

as famílias<br />

Adultos e crianças de 4-10<br />

anos estão convidados para<br />

uma caça ao tesouro em Witikon.<br />

Durante um passeio,<br />

eles devem resolver pequenos<br />

enigmas. O mapa do<br />

tesouro pode ser obtido diretamente<br />

no GZ Witikon ou<br />

na página web. Há diferentes<br />

modalidades para crianças<br />

pequenas e grandes. Até o<br />

dia 31.03. Você pode fazer a<br />

caça ao tesouro em qualquer<br />

momento, porém a arca do<br />

tesouro só pode ser aberta na<br />

manhã de domingo de 10:00-<br />

12:00. Participação gratuita.<br />

GZ Witikon. Witikonerstr.<br />

405. Bus 31/701/703/704<br />

bis “Loorenstrasse”. http://www.gz-zh.<br />

ch/gz-witikon<br />

Segunda-feira 4.3.<br />

- Exposições sobre<br />

a sustentabilidade<br />

(04.03.-09.03.)<br />

A “Nachhaltigkeitswoche<br />

Zürich” é um projeto de estudantes<br />

para todos os interessados.<br />

O âmago do projeto é<br />

um relacionamento cuidadoso<br />

com os recursos do nosso<br />

planeta. Visitantes podem<br />

participar de palestras, ver filmes,<br />

fazer jardinagem e muito<br />

mais. Todas as exposições<br />

são abertas ao público e gratuitas.<br />

Programação: www.nachhaltigkeitswoche.ch.<br />

http://www.nachhaltigkeitswoche.ch<br />

Sábado9.3.<br />

- Fabricar objectos de<br />

argila<br />

Adultos e crianças divertem-<br />

-se na olaria no GZ Heuried.<br />

Eles criam objetos como tigelas,<br />

canecas, bibelôs e brinquedos.<br />

Tintas e um forno estão<br />

à disposição. 14:00-17:00.<br />

Custos variáveis de acordo<br />

com material utilizado entre<br />

CHF 2.- e CHF 7.-.<br />

GZ Heuried. Standort Manesse.<br />

Staffelstr. 5. Tram 5/13/17<br />

oder Bus 72 bis „Sihlcity<br />

Nord“.<br />

http://www.gz-zh.ch/gz-heuried<br />

Domingo10.3.<br />

-Troca de roupas<br />

Você tem roupas em bom<br />

estado que você nunca usa?<br />

Troque-as! Hoje a “Schauspielhaus<br />

Zürich” organiza um<br />

armário gigante de roupas<br />

para todos. Traga no máximo<br />

dez peças de roupas, entregue-as<br />

na entrada e procure<br />

novas roupas. Música e lanches<br />

no local. 14:00-17:00. A<br />

entrega das roupas pode ser<br />

feita anteriormente de 11:00-<br />

13:00. CHF 5.-.<br />

Schauspielhaus. Spielort<br />

Pfauen. Rämistr. 34. Tram<br />

3/5/9 oder Bus 31 bis „Kunsthaus“.<br />

http://www.schauspielhaus.ch<br />

http://www.heks.ch<br />

Terça-feira12.3.<br />

- Noite de cinema<br />

As terças-feiras neste semestre,<br />

a “Filmstelle” organiza<br />

uma noite com ambiente de<br />

cinema. No bar há pipoca e<br />

bebidas a preços populares.<br />

Em março, a temática das noites<br />

de cinema é “B-Movies!<br />

Blood, Beast, Breasts ... and<br />

Batman”. Hoje há a exibição<br />

do filme “Them!”, uma ficção<br />

científica de 1954. Em inglês.<br />

Abertura das portas 19:30.<br />

Início do filme 20:00. CHF 5.-.<br />

Filmstelle. Universitätsstr. 6.<br />

Tram 6/9/10 bis “ETH/Universitätsspital”.<br />

http://www.filmstelle.ch<br />

Sábado16.3.<br />

-Histórias na língua<br />

materna<br />

O projeto “Family Literacy”<br />

apoia os pais no fomento linguístico<br />

de seus filhos. Adultos<br />

e crianças contam histórias,<br />

leem, brincam e cantam<br />

juntos em suas línguas maternas.<br />

O projeto acontece<br />

em diversos dias em albanês,<br />

árabe, chinês, francês, português,<br />

espanhol, tâmil ou turco<br />

em várias bibliotecas PBZ.<br />

Hoje em tâmil na PBZ Hardau,<br />

às 14:00. Participação<br />

gratuita<br />

PBZ Hardau. Norastr. 20.<br />

Tram 2/3 oder Bus 33/72 bis<br />

„Albisriederplatz“. http://www.pbz.ch/<br />

hardau


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 15<br />

AGENDA CULTURAL<br />

NDA<br />

Domingo17.3.<br />

- Exposição sobre insectos<br />

Sábado 23.3.<br />

- Ioga e histórias para<br />

crianças e pais<br />

RAL<br />

e<br />

que<br />

Até final de Junho pode visitar<br />

a exposição “Insekten<br />

lebenswichtig!” no Museu<br />

Zoológico. Para nós, humanos,<br />

os insectos são essenciais<br />

à vida, mas muitas<br />

espécies estão em vias de<br />

extinção. O que podemos<br />

fazer? Hoje e em muitos domingos<br />

realiza-se às 11:30<br />

uma visita guiada gratuita.<br />

Ter-dom 10:00-17:00. Entrada<br />

livre.<br />

Zoologisches Museum. Karl-Schmid-Str.<br />

4. Tram 6/9/10<br />

bis „ETH/Universitätsspital“.<br />

http://www.zm.uzh.ch<br />

Crianças dos 3 anos e meio<br />

até aos 8 e seus acompanhantes<br />

podem fazer ioga<br />

e ouvir histórias. É favor<br />

trazer o seu próprio tapete<br />

e toalha. Também a 30.03.<br />

09:30-10:30. Entrada livre,<br />

contribuição espontânea.<br />

Bibliothek PBZ Riesbach.<br />

Seefeldstr. 93. Tram 2/4 oder<br />

Bus 33 bis “Höschgasse”.<br />

http://www.pbz.ch<br />

Terça-feira26.3.<br />

- Música de New Orleans<br />

Sexta-feira 29.3.<br />

- Festival de bicicletas<br />

(29.03.-31.03.)<br />

No “Urban Bike Festival”<br />

tudo gira à volta da bicicleta.<br />

Participe num concurso ou<br />

aprecie obras de arte feitas<br />

de bicicletas. Além disso,<br />

encontra no festival barraquinhas<br />

de comida sujeita<br />

a pagamento, artigos para<br />

bicicletas e concertos gratuitos.<br />

Sex 16:00-24:00, sáb<br />

11:00-24:00, dom 10:00-<br />

17:00. Entrada livre. Schiffbau.<br />

Schiffbaustr. 4. Tram<br />

4 oder Bus 33/72 bis „Schiffbau“.<br />

http://www.urbanbikefestival.ch<br />

Quarta-feira 20.3.<br />

-Teatro de uma artista<br />

croata<br />

Na peça “Glück”, depois de<br />

muitos anos, uma autora<br />

croata regressa ao seu país.<br />

A aldeia da sua juventude<br />

chama-se “Glück”. A peça<br />

aborda a vida de estrangeira<br />

e a força da língua e da poesia.<br />

19:00. Com KulturLegi<br />

CHF 5.- (em vez de CHF 35.-).<br />

Outras datas no website.<br />

sogar theater. Josefstr.<br />

106 (im Innenhof). Tram<br />

3/4/13/17 oder Bus 32 bis<br />

„Limmatplatz“. http://www.sogar.ch<br />

O trombonista “Trombone<br />

Shorty” é originário de Nova<br />

Orleães e já tocou com estrelas<br />

como Madonna. Hoje<br />

toca com a banda “New Orleans<br />

Avenue” e apresenta<br />

o seu novo álbum “Parking<br />

Lot Symphony”. Desfrute de<br />

uma noite com música folk,<br />

blues e groove. 19:00. Concerto<br />

às 20:00. O escritório<br />

da MAPS oferece 2×2 bilhetes.<br />

Basta ligar para o tel.<br />

044 415 65 89 ou enviar um<br />

e-mail para: maps@aoz.ch.<br />

Kaufleuten. Pelikanplatz.<br />

Tram 2/9 bis „Sihlstrasse“.<br />

http://www.allblues.ch<br />

Sábado 30.3.<br />

- Teatro<br />

O que é a paixão? Alegria ou<br />

sofrimento? Acção ou paralisação?<br />

A peça “Pasionara”<br />

analisa estes diversos significados.<br />

18:00. Entrada livre.<br />

Aconselha-se fazer reserva:<br />

kasse@gessnerallee.ch.<br />

Gessnerallee Zürich. Gessnerallee<br />

8. Tram 3/14 oder<br />

Bus 31 bis „Sihlpost“ oder<br />

S4/10 bis „Zürich Selnau“.<br />

http://www.gessnerallee.ch<br />

© annca<br />

quinta-feira21.3.<br />

- Exposição sobre a<br />

Barbie<br />

A exposição “60 Jahre Barbie”<br />

apresenta a história da<br />

famosa boneca. Ao longo<br />

destes anos, a Barbie foi alterando<br />

a sua aparência, o<br />

seu gosto por roupas e também<br />

os seus passatempos.<br />

Seg-sex 14:00-17:00, sáb<br />

13:00-16:00. CHF 5.-, gratuito<br />

para crianças até aos 16<br />

anos.<br />

Zürcher Spielzeugmuseum.<br />

Fortunagasse 15. Tram<br />

6/7/11/13/17 bis „Rennweg“.<br />

http://www.zürcher-spielzeugmuseum.ch<br />

Quarta-feira 27.3.<br />

- Oficina de madeira<br />

Na oficina do centro comunitário<br />

(GZ) Bachwiesen<br />

pode fabricar objectos em<br />

madeira, mas também experimentar<br />

e fazer trabalhos<br />

manuais. Um especialista<br />

apoia e mostra novas técnicas.<br />

Ter 14:00-17:00, qua<br />

14:00-21:00, qui-sex 14:00-<br />

18:00. Por cada tarde: adultos<br />

CHF 6.-, crianças CHF<br />

2.-. Utilização de máquinas:<br />

CHF 10.- a CHF 20.-.<br />

GZ Bachwiesen. Bachwiesenstr.<br />

40. Bus 67/80 bis<br />

“Untermoosstrasse”. http://www.<br />

gz-zh.ch/gz-bachwiesen<br />

Domingo 31.3.<br />

- Música brasileira<br />

Hoje no espaço cultural “Mimos”<br />

pode apreciar música<br />

brasileira: jazz, bossa nova<br />

e choro. A banda “Regional<br />

de choro brasileiro” interpreta<br />

os seus próprios temas e<br />

também canções de artistas<br />

conhecidos. Abertura<br />

de portas: 17:00, concerto:<br />

17:30. Entrada livre, contribuição<br />

espontânea.<br />

Mimos. Kornhausstr. 18. Bus<br />

32/46 bis “Nordstrasse”. http: //<br />

www.mimos-zurich.ch<br />

a Domingos Pereira


16 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADES<br />

Direitos dos portugueses residentes no Reino<br />

Unido já estão consagrados na lei Britânica<br />

Ministério dos Negócios Estrangeiros, revelou que está<br />

disponível para avaliar “disposições alternativas” que<br />

venham a ser apresentadas pelo Reino Unido. Mas os<br />

objectivos já foram alcançados porque os direitos dos cidadãos<br />

portugueses que residem no Reino Unido estão<br />

consagrados na lei.<br />

Augusto Santos Silva revelou que teve conhecimento<br />

desta informação quando indicou ao seu homólogo britânico<br />

que o Governo português, se prepara para apresentar<br />

“brevemente” no parlamento a proposta de lei que<br />

confirma os direitos dos cidadãos britânicos a residir em<br />

Portugal.<br />

O chefe da diplomacia portuguesa adiantou que garantiu<br />

ao homólogo britânico que, “do ponto de vista político”,<br />

essa lei será “aprovada por larguíssima maioria”, pelo que<br />

“importava que o Reino Unido fizesse a mesma coisa,<br />

que transformasse o ‘policy paper’, que garante a reciprocidade,<br />

numa lei”.<br />

O objetivo desta iniciativa da Secretaria de Estado das<br />

Comunidades Portuguesas, em parceria com a Câmara<br />

Municipal do Porto, é reunir e colocar em interação<br />

representantes das principais Redes dos Portugueses<br />

da Diáspora enquanto agentes particularmente ativos e<br />

reconhecidos em áreas de relevância quer na comunidade<br />

portuguesa em que se inserem, quer na sociedade<br />

do respetivo país de acolhimento para proceder a uma<br />

reflexão alargada sobre o trabalho realizado até ao presente<br />

com as comunidades portuguesas e, sobretudo,<br />

debater perspectivas de colaboração futura, com formulação<br />

de sugestões e recomendações.<br />

Voto electrónico presencial vai ser testado na eleição<br />

para o Parlamento Europeu<br />

1° Congresso Mundial<br />

das Redes da Diáspora<br />

Decorrerá no próximo dia 13 de Julho, no Porto, no auditório<br />

da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).<br />

O Distrito de Évora foi a cidade escolhida para acolher<br />

o projecto-piloto do governo - voto electrónico presencial<br />

- nas próximas eleições para o parlamento europeu<br />

que se realizam a 26 de Maio. O Ministro da a<strong>dm</strong>inistração<br />

interna Eduardo Cabrita referiu que este era um<br />

bom momento “ para realizar este teste porque é uma<br />

eleição que tem características muito próprias, que se<br />

realiza em todo o território nacional, mas com círculo<br />

eleitoral único e que é “um passo significativo para modernizar<br />

o sistema eleitoral” .<br />

Para o efeito estarão abertas 50 mesas de voto repartidas<br />

pelas nas 23 freguesias existentes nos 14 concelhos<br />

do distrito que funcionaram independentemente das<br />

186 mesas de voto tradicional. No distrito de Beja existem<br />

cerca de 137 mil eleitores.<br />

Esta não era a única novidade introduzida no próximo<br />

acto eleitoral. O número de eleitor deixará de ser necessário,<br />

por a identificação do eleitor passara a ser feita<br />

com exclusivamente pelo cartão de cidadão.<br />

Fonte: Agência Lusa


Recenseamento Eleitoral<br />

“Legislação aplicável”<br />

O que deve saber e como proceder<br />

www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 17<br />

COMUNIDADES<br />

Para mais informações, aconselha-se a consulta do sítio da<br />

Comissão Nacional de Eleições, nomeadamente os links<br />

indicados abaixo:<br />

http://www.cne.pt/content/alteracoes-no-recenseamento-eleitoral-de-cidadaos-portugueses-residentes-no-estrangeiro<br />

Entraram recentemente em vigor alterações ao regime jurídico<br />

do recenseamento eleitoral e às Lei Eleitorais do Presidente<br />

da República e da Assembleia da República.<br />

Estes novos diplomas determinam, entre outras coisas, o<br />

recenseamento automático e oficioso dos cidadãos portugueses<br />

maiores de 17 anos que sejam detentores de cartão<br />

de cidadão com morada no estrangeiro, bem como a possibilidade<br />

de os mesmos exercerem o voto presencial nas<br />

eleições à Assembleia da República.<br />

Quais são os próximos passos e as novidades introduzidas?<br />

Cada cidadão ficará inscrito automaticamente na comissão<br />

recenseadora da área da sua residência constante no cartão<br />

de cidadão.<br />

De qualquer forma, os cidadãos portugueses inscritos no<br />

estrangeiro podem, a qualquer momento, solicitar o cancelamento<br />

da sua inscrição automática no recenseamento<br />

eleitoral.<br />

Por outro lado, e desde já, no acto do pedido de emissão ou<br />

renovação do cartão de cidadão, os cidadãos deverão obrigatoriamente<br />

optar pela manutenção ou cancelamento da<br />

inscrição, ficando essa informação registada no sistema.<br />

Aqueles cidadãos que sejam titulares de bilhete de identidade<br />

não ficam automaticamente inscritos no recenseamento<br />

eleitoral português, devendo promover a sua inscrição<br />

junto da comissão recenseadora da área da sua residência.<br />

Os cidadãos portugueses inscritos em Estado Membro<br />

da União Europeia são eleitores dos deputados de Portugal<br />

nas eleições ao Parlamento Europeu, salvo declaração<br />

formal de que optam por votar nos deputados do país de<br />

residência.<br />

Nas eleições à Assembleia da República, os cidadãos portugueses<br />

inscritos no estrangeiro passam a poder optar entre<br />

o voto presencial ou o voto por via postal, manifestando<br />

a sua preferência junto da respetiva comissão recenseadora<br />

até à data de marcação de cada ato eleitoral. No caso<br />

de não ser manifestada nenhuma preferência, os cidadãos<br />

portugueses inscritos no estrangeiro exercerão o seu direito<br />

de voto por via postal.<br />

Deseja saber onde está Recenseado?<br />

Deve consultar os cadernos de recenseamento (consultando<br />

o sítio indicado em baixo), depois de preencher o formulário<br />

ficará a saber a que freguesia, distrito, (consulado) a<br />

que pertence.<br />

https://www.recenseamento.mai.gov.pt/<br />

Inscrição Consular:<br />

o que é e para que serve?<br />

Os portugueses residentes no estrangeiro devem proceder<br />

ao seu registo ou inscrição no posto consular de Portugal,<br />

pois é necessário para a obtenção de qualquer documento.<br />

A inscrição é um acto consular, pelo qual a identificação<br />

dos cidadãos nacionais fica a constar nos arquivos do posto<br />

consular em cuja área de jurisdição fixaram residência<br />

ou se encontram ocasionalmente.<br />

Só poderá ser efetuada mediante a apresentação de Cartão<br />

de Cidadão ou de B.I. válido de cidadão nacional.<br />

No acto da inscrição é exigida a presença do cidadão nacional<br />

a inscrever. Exceptuam-se os menores de 10 anos,<br />

os quais podem ser inscritos a pedido dos seus legais representantes,<br />

que têm que estar presentes, desde que seja<br />

produzida prova bastante de que os menores se encontram<br />

na área de jurisdição do posto consular.<br />

O registo consular é comprovado por cédula ou certificado<br />

de inscrição. A cédula é válida por cinco anos.<br />

Documentos a apresentar:<br />

Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão.<br />

Passaporte (não obrigatório).<br />

1 fotografia tipo passe, atualizada e a cores.<br />

Cédula Pessoal, certidão de nascimento válida ou certificado<br />

de nacionalidade, emitidos pelos Serviços competentes<br />

portugueses, para os menores de 10 anos que não possuam<br />

Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade.<br />

Fonte: Portal das comunidades Portuguesas (governo)<br />

a Domingos Pereira


18 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

PUBLIREPORTAGEM<br />

Restaurante Búfala comemora<br />

um ano de nova gerência<br />

O Restaurante Búfala celebrou, no mês de Janeiro, um ano com nova gerência. O restaurante<br />

“quase” português que fica situado em Schlieren, tornou-se uma casa para<br />

portugueses, onde se pode disfrutar dos pratos tipicamente portugueses, mas não<br />

só, oferecendo uma variedade de delícias de outras nacionalidades. O Lusitano de<br />

Zurique deslocou-se ao local e esteve á conversa com o seu gerente Armando Lima,<br />

para saber como tem sido este primeiro ano de trabalho.<br />

eA Pedro Nabais<br />

Lusitano Zurique - Quem é o Armando<br />

Lima e há quanto tempo<br />

está por estas terras Helvéticas?<br />

Armando Lima - Sou natural de<br />

Teixeira, que fica entre Amarante<br />

e Régua, pertence a Baião, e vim<br />

para a Suíça em 1984.<br />

LZ - Sempre trabalhou na Indústria<br />

Hoteleira?<br />

AL - Sim, comecei como muitos<br />

Portugueses naquela altura, fui<br />

para uma cozinha a lavar pratos,<br />

depois fui para a escola, estudei<br />

um bocado e comecei a trabalhar<br />

como pizaiolo, há mais de 30<br />

anos que sou pizzaolo. Modéstia<br />

à parte, posso-me considerar<br />

como um dos melhores pizzaiolos<br />

na Suíça e os 6 títulos que<br />

conquistei, em diferentes categorias,<br />

atestam as minhas palavras,<br />

títulos esses reconhecidos pela


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 19<br />

PUBLIREPORTAGEM<br />

Escola de Pizzalos da Suíça. Também<br />

fiz juntamente com 3 colegas<br />

Italianos, em Oerlikon, a maior pizza<br />

do Mundo com 4,5m de diâmetro.<br />

LZ - O Búfala fez um ano de existência,<br />

qual o balanço que faz?<br />

AL - No início tivemos as nossas<br />

dificuldades, mas passado um<br />

ano posso dizer que está a melhorar,<br />

as pessoas começaram a conhecer-nos,<br />

sabem da nossa boa<br />

qualidade e começamos a impor-<br />

-nos.<br />

LZ - Que tipo de cozinha que se<br />

pode aqui encontrar? Só Portuguesa?<br />

AL - Não, eu tenho clientes de<br />

várias nacionalidades e aqui, na<br />

nossa casa, encontra 3 tipos de<br />

cozinha: Portuguesa, Espanhola<br />

e Italiana. Temos também pratos<br />

que satisfazem todos os gostos<br />

desde a calcezinha que é como a<br />

francesinha, mas que é feita com<br />

a massa da pizza, a paelha, a feijoada<br />

à Portuguesa, além dos pratos<br />

típicos Portugueses. Todas as<br />

nossas sobremesas são confeccionadas<br />

por mim, é tudo, como<br />

nós dizemos, caseiro.<br />

LZ - Qual a capacidade de clientes<br />

que têm lugar aqui na sala?<br />

AL - Esta sala suporta até 70 pessoas,<br />

agora estou à espera da autorização<br />

para abrir um bar aqui<br />

em baixo para o fim-de-semana<br />

para os clientes verem a bola, jogarem<br />

as cartas, as coisas já estão<br />

adiantadas espero que seja para<br />

breve. Essa sala pode ser alugada<br />

para quem queira fazer alguma<br />

festa de aniversário ou outro<br />

evento particular até 30 pessoas.<br />

LZ - Qual o futuro que prevê para o<br />

Restaurante Búfula?<br />

AL - Eu sou optimista. Penso que<br />

isto ainda vai melhorar mais, não<br />

tem estado em baixo só para mim,<br />

mas sim para todos, a concorrência<br />

aqui por perto é muita, mas<br />

como já disse anteriormente, as<br />

pessoas já nos conhecem e sabem<br />

a qualidade que aqui podem<br />

encontrar.<br />

LZ - A nível de pessoal é mais familiar?<br />

AL - Sim, durante a semana tenho<br />

cá o meu filho e alguns dias a minha<br />

filha que servem às mesas,<br />

ao fim de semana também conto<br />

com a ajuda da minha mulher e<br />

prima, sem contar com o cozinheiro<br />

que é o Sr. Francisco Galego,<br />

que já o conheço há mais de 20<br />

anos, que é o cozinheiro de serviço<br />

nesta casa.<br />

Estamos à vossa espera, venham<br />

visitar-nos.


20 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADE<br />

© Thomas Entzeroth<br />

Marta Patrocínio<br />

a pianista portuguesa que conquistou Zurique<br />

Marta Cardoso Patrocínio nasceu<br />

no Porto. A sua relação com<br />

o piano começou muito cedo, com<br />

8 anos. Com dez anos começou<br />

a frequentar o Conservatório de<br />

Música do Porto. Depois de um<br />

percurso rico de experiências e<br />

Nuno Brandão<br />

sucessos radicou-se em Zurique,<br />

onde foi aluna de mestrado na Universidade de Artes<br />

desta cidade, na classe do pianista e professor Konstantin<br />

Scherbakov.<br />

Hoje, com 24 anos, é pianista profissional e dá aulas<br />

de piano. Entre outras experiências, no último ano, em<br />

Novembro, participou num Workshop com a pianista<br />

Maria João Pires e tocou na Tonhalle, em Zurique. Um<br />

sonho tornado realidade, o poder tocar na presença e<br />

para a célebre pianista portuguesa Maria João Pires.<br />

Em Março vai estar no centro para as artes de Belgais,<br />

perto do Fundão, para uma semana de “imersão musical”,<br />

também com a pianista Maria João Pires.<br />

Mas, mais interessante que fazer um relatório detalhado<br />

do percurso da pianista, será, com certeza, conhecê-la<br />

através das suas próprias palavras:<br />

Lusitano Zurique - O que é<br />

que a levou a ser pianista?<br />

Marta Patrocínio - Os meus<br />

primos começaram a estudar<br />

música, eu ouvia-os tocar<br />

e interessei-me. Disse<br />

aos meus pais que gostava<br />

de experimentar e os meus<br />

avós levaram-me a uma aula<br />

de piano. Apesar de ter poucas<br />

ou nenhumas memórias<br />

de infância, recordo-me dessa<br />

experiência com precisão.<br />

Enquanto criança não representava<br />

qualquer problema<br />

o passar horas ao piano,<br />

nunca foi um sacrifício. Estiveram<br />

outras hipóteses em<br />

cima da mesa, como a medicina,<br />

mas optei pelo piano.<br />

Como poderia ser de outra<br />

maneira, tendo em conta o<br />

tempo já investido na música.<br />

Assim quando cheguei<br />

aos 18 anos decidi ser pianista.<br />

É a minha paixão! Eu faço<br />

aquilo que gosto. E considero<br />

isso fundamental, fazer-<br />

-se aquilo de que se gosta.<br />

L.Z. - Quais são os seus ídolos?<br />

— M P - Em primeiro lugar<br />

Martha Argerich, pianista<br />

argentina, uma força da<br />

natureza! O pianista Vladimir<br />

Horowitz também, pela<br />

atmosfera e pelo som que<br />

conseguia criar ao piano; era<br />

ele e o piano, em simbiose.<br />

Houve várias pessoas que<br />

foram muito importantes ao<br />

longo deste meu percurso,<br />

como o meu professor de<br />

piano Eduardo Resende, que<br />

me guiou durante oito anos<br />

no conservatório do Porto;<br />

Pedro Burmester, com quem<br />

trabalhei em Portugal, e Paulo<br />

Oliveira, que esteve presente<br />

em períodos menos<br />

fáceis. E obviamente Till Fellner,<br />

com quem estudei três<br />

anos e com quem cresci muito.Neste<br />

momento o professor<br />

Konstantin Scherbakov é<br />

a minha grande inspiração.<br />

Ele vem de uma linhagem de<br />

pianistas incomparáveis da<br />

escola russa.<br />

L.Z. - Quantas horas pratica<br />

por dia?<br />

— M P - 6 horas.<br />

L.Z. - Quando toca de onde<br />

lhe vem a inspiração?<br />

— M P - Eu tento ser o mais<br />

fiel possível à vontade do<br />

compositor. Nós somos intérpretes,<br />

não fui eu que criei<br />

aquela música, eu dou vida<br />

aquela partitura e, é claro<br />

que um pouco de mim vai<br />

estar presente, mas eu tento<br />

sempre perceber o que está<br />

lá escrito. Tento estar o mais<br />

perto possível da vontade<br />

do compositor. É importante<br />

respeitar a vontade do<br />

compositor, aquilo que ele<br />

quis transmitir com a obra.<br />

Há uma linha que tem de ser<br />

seguida. Mas na arte tudo é<br />

muito subjectivo. Eu posso<br />

adorar algo de que alguém


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 21<br />

ESPECTÁCULO<br />

não goste e vice-versa. O importante,<br />

creio eu, é ser convincente.<br />

Quer dizer, mesmo<br />

que alguém não esteja de<br />

acordo connosco, que essa<br />

pessoa compreenda a nossa<br />

linha de pensamento e as<br />

nossas razões.<br />

L.Z. - Porque escolheu a Suíça?<br />

Ou foi a Suíça que a escolheu?<br />

— M P - Eu tive dois primos<br />

a estudar cá e na altura eu<br />

queria ir para fora. Pensei em<br />

Londres, mas, então, os meus<br />

primos sugeriram-me a Suíça.<br />

Eu vim, tive umas aulas<br />

e gostei bastante. Depois fiz<br />

provas em Portugal também,<br />

mas eu queria mesmo sair do<br />

país. Ver coisas novas. Nós<br />

queremos sempre fazer alguma<br />

coisa por nós próprios.<br />

Aqui havia um professor com<br />

quem eu queria estudar. E foi<br />

assim, aqui estou!<br />

L.Z. - Sentiu alguma dificuldade<br />

de adaptação à Suíça?<br />

Aqui o ambiente é um pouco<br />

diferente…<br />

— M P - Bastante diferente.<br />

Talvez a forma de ser das<br />

pessoas. Nós portugueses<br />

somos um povo mais empático.<br />

Para mim ao princípio<br />

foi difícil de entender. Nós<br />

somos mais espontâneos,<br />

mais temperamentais, aqui<br />

é tudo mais neutro. Mas eu<br />

adaptei-me e percebi o lado<br />

positivo disso, a estabilidade.<br />

Eles têm uma vida mais estável:<br />

em termos financeiros,<br />

em termos de organização,<br />

coisas que nós não temos no<br />

nosso país, e, portanto, para<br />

trabalhar considero ser bastante<br />

positivo.<br />

Já em Portugal eu era mais<br />

organizada, tinha a noção do<br />

quanto isso é importante. E<br />

aqui as minhas expectativas<br />

foram superadas.<br />

L.Z. – Quais são os seus Projetos?<br />

— M P - Para mim é importante<br />

ter a sensação de estar a<br />

fazer algo de bom, de fazer o<br />

melhor possível pela música.<br />

Gostaria muito de ter mais<br />

projetos em Portugal. Em<br />

Março vou tocar em Portugal,<br />

no Rivoli, o que me agrada<br />

bastante, dado não haver<br />

assim tantas oportunidades<br />

e ser um sinal de que estou<br />

a crescer. Gostava ainda de<br />

fazer alguns concursos. Os<br />

concursos permitem-nos<br />

ganhar visibilidade e evoluir,<br />

pois, trabalhamos durante<br />

bastante tempo num projeto<br />

concreto. A preparação leva-nos<br />

mais longe.Gostaria<br />

também de continuar a investir<br />

nos projetos de música<br />

de câmara, nos quais já estou<br />

envolvida.<br />

L.Z. - Do que é que tem mais<br />

saudades?<br />

— M P - Primeiro da família,<br />

depois da comida (risos) e do<br />

tempo e de resto…. Do mar. O<br />

mar é a melhor coisa que Portugal<br />

tem.<br />

Por vezes quando venho de<br />

Portugal, trago uma inspiração<br />

diferente. Sinto que isso<br />

me faz falta.<br />

As nossas experiências refletem-se<br />

na forma como fazemos<br />

arte. Uma pessoa<br />

que nunca viu<br />

o mar não vai<br />

nunca escrever<br />

algo que<br />

soe como<br />

o mar.<br />

Não terá<br />

nunca a<br />

m e s m a<br />

imagem<br />

do mar que<br />

eu tenho,<br />

por exemplo.<br />

(Debussy compôs<br />

bastante, inspirado<br />

pela água)<br />

As vivências, portanto, contam<br />

muito.<br />

L.Z. - Acha que tem mais possibilidades<br />

de evoluir profissionalmente<br />

na Suíça do que<br />

em Portugal?<br />

— M P - Acho, sim!<br />

L.Z. - Não considera a Suíça<br />

demasiado pequena para o<br />

seu desenvolvimento artístico?<br />

— M P - A Suíça é um país pequeno,<br />

mas há sempre muita<br />

coisa a acontecer. O público<br />

aqui investe muito na cultura,<br />

na arte. As pessoas vão<br />

aos concertos e também há<br />

quem invista na arte.<br />

Resumindo: as pessoas vão<br />

mais a concertos, à Ópera, interessam-se<br />

mais pelas manifestações<br />

culturais e nós<br />

como artistas dependemos<br />

disso. Nós precisamos de público.<br />

Precisamos de um sítio<br />

onde possamos actuar e de<br />

quem nos vá ver e ouvir. Senão<br />

podemos ficar sozinhos<br />

a tocar em casa.<br />

O que também não é mau (risos).<br />

L.Z. - Como é o ambiente entre<br />

os artistas, nomeadamente<br />

os músicos, aqui na Suíça?<br />

Há solidariedade, entreajuda?<br />

— M P - Existe sim. Por exemplo,<br />

se eu não puder, por uma<br />

ou outra razão, tocar num<br />

projeto, há sempre um ou<br />

uma colega disponível para<br />

o fazer ou para me substituir.<br />

Aqui isto é possível porque<br />

há espaço para os artistas<br />

ainda. Porque se formos para<br />

outro país onde o mercado<br />

esteja mais saturado, onde<br />

haja mais competitividade,<br />

isso torna-se mais difícil.<br />

L.Z. - Como é que se sente<br />

quando toca?<br />

— M P - Há<br />

sempre nervosismo.<br />

Mas é um<br />

nervosismo<br />

mais<br />

positivo,<br />

consigo<br />

de certa<br />

forma<br />

controlá-<br />

-lo e transformá-lo<br />

em<br />

algo criativo.<br />

No meu caso<br />

esse nervosismo leva-me<br />

a um patamar mais<br />

elevado de concentração.<br />

Cria um foco diferente. Mas<br />

cada pessoa é diferente, neste<br />

aspeto também.<br />

Demasiado nervosismo é,<br />

pelo contrário, prejudicial.<br />

Mas normalmente, passados<br />

os primeiros 5 minutos, começo<br />

a relaxar.<br />

Antes de começar um concerto<br />

também é importante<br />

ter uma ideia daquilo que se<br />

vai encontrar em termos de<br />

público, condições etc. uma<br />

projeção daquilo que nos<br />

espera, para nos podermos<br />

preparar mentalmente. É<br />

completamente diferente um<br />

concerto para 10, de um para<br />

mil pessoas, em termos de<br />

projeção de som etc. Quando<br />

toquei na Tonhalle tive de<br />

me preparar de uma maneira<br />

completamente diferente do<br />

que quando toco por exemplo<br />

num lar de terceira idade,<br />

no âmbito de um projeto social.<br />

L.Z. - Se lhe dessem a hipótese<br />

de escolher uma sala para<br />

tocar, aqui, na Suíça, onde<br />

gostaria de o fazer?<br />

— M P - O KKL em Lucerna é<br />

um exemplo, mas na Tonhale<br />

em Zurique é que seria fantástico.<br />

Ela está a ser agora<br />

renovada. Por enquanto os<br />

concertos têm lugar numa<br />

sala provisória, dentro de<br />

dois anos as obras estarão<br />

terminadas e então os concertos<br />

terão lugar na nova<br />

sala, na verdadeira Tonhalle.<br />

Aí é que seria mesmo bom.<br />

Mas veremos…<br />

L.Z. - Uma questão mais pessoal<br />

e filosófica. Para si quais<br />

são as razões pelas quais vale<br />

a pena viver?<br />

— M P - É importante ter uma<br />

paixão, haver algo que nós,<br />

nalguma altura da nossa vida,<br />

descobrimos que gostamos<br />

de fazer e que fazemos bem.<br />

Não consigo imaginar o que é<br />

ter de fazer algo de que não<br />

gostamos uma vida inteira.<br />

Também quando sabemos<br />

aquilo de que gostamos de<br />

fazer, isso significa que nos<br />

conhecemos melhor. Quando<br />

sabemos quem somos e do<br />

que gostamos conseguimos<br />

viver mais livremente. Pode<br />

ser algo mais discreto, como<br />

cozinhar por exemplo. Isso dá<br />

um sentido diferente à vida,<br />

descobrir algo que nos dá<br />

prazer fazer e que podemos<br />

dar aos outros.<br />

L.Z. - Há algo que gostaria de<br />

dizer aos portugueses na Suíça,<br />

aproveitando esta oportunidade?<br />

— M P - Eu a<strong>dm</strong>iro imenso os<br />

portugueses que vieram para<br />

cá, muitas vezes com muito<br />

pouco, frequentemente<br />

também sem conhecerem a<br />

língua, (nesse aspeto ir para<br />

a parte francesa já é um pouco<br />

diferente) é preciso uma<br />

coragem impressionante e<br />

é de valorizar. Não conheço<br />

muitos povos como o nosso,<br />

do qual tantos compatriotas<br />

partem para o desconhecido,<br />

muitos sós, outros levando a<br />

família. Sem proteção, sem<br />

rede, conseguem construir a<br />

sua vida e triunfar. Encontram<br />

uma realidade completamente<br />

diferente e conseguem<br />

vencer. Essa coragem, essa<br />

determinação, são características<br />

nossas, das quais devemos<br />

estar orgulhosos.


22 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADE<br />

Festival de música Medite<br />

L .Z. - A propósito de cante alentejano.<br />

O cante alentejano é exclu-<br />

Realizou-se, no<br />

passado dia 9 de<br />

Fevereiro, o evento<br />

musical Mediterranean<br />

Odyssey, amplamente<br />

divulgado<br />

Pedro Nabais<br />

não só pela impressa<br />

de comunicação social Suíça como<br />

também pelo Lusitano de Zurique.<br />

Este evento tinha como programa os 3<br />

estilos de música mediterrânea classificadas<br />

pela UNESCO como Património<br />

Cultural Imaterial da Humanidade:<br />

Rebético, Fado e Canto Alentejano.<br />

O espetáculo começou com uma introdução<br />

a explicar em que consistia<br />

o Rebético em Grego, sendo depois<br />

explicado em Alemão. Quando da actuação<br />

dos artistas Portugueses, a explicação<br />

sobre o Fado e o Canto Alentejano<br />

foi feita somente em Alemão.<br />

A sala encontrava-se esgotada com<br />

espectadores de várias origens, sendo<br />

os espectadores Gregos a maioria,<br />

mas havendo igualmente muitos Suíços<br />

e Portugueses.<br />

No Fado e no Canto Alentejano participaram<br />

os Artistas Portugueses,<br />

Maura Airez, Bruno Chaveiro, Bernardo<br />

Espinho, Luís Trigacheiro e Filipe<br />

dos Reis, onde apresentaram o grupo<br />

à Porta do Cante Ensemble.<br />

Nuno Brandão<br />

Lusitano Zurique - É a primeira vez<br />

que vão tocar na Suíça?<br />

Porta do Cante Ensemble (PCE) -<br />

Não, a maior parte de nós já tinha<br />

tocado o ano passado em Berna e<br />

em Zurique, no âmbito de um projecto<br />

semelhante a este. A Maura<br />

Airez canta pela primeira vez na<br />

Suíça.<br />

L .Z. - O vosso grupo é composto<br />

por cinco elementos. Quais são as<br />

funções de cada um?<br />

PCE - O Bruno Chaveiro toca guitarra<br />

portuguesa, o Bernardo<br />

“Buba” Espinho canta e toca viola,<br />

A Maura Airez canta Fado e o Luís<br />

Trigacheiro e o Filipe dos Reis Cante<br />

alentejano.<br />

No festival Mediterrâneo em Zurique, o Lusitano<br />

teve a oportunidade de falar com os<br />

músicos portugueses, do grupo à Porta do<br />

Cante Ensemble, que nos deram a conhecer<br />

um pouco do seu percurso.<br />

L .Z. - Como é que surgiu a oportunidade<br />

de tocar aqui na Suíça? De<br />

quem partiu o convite?<br />

PCE - O ano passado tocamos<br />

aqui, o festival foi organizado pelo<br />

Alkis Zopoglou, um dos músicos,<br />

que vai tocar hoje. Ele já nos tinha<br />

contactado através da Araceli Tzigane,<br />

gostaram do nosso conceito,<br />

do nosso projecto e este ano resolveram<br />

contactar-nos de novo. Sendo<br />

que a Suíça tem bastante população<br />

portuguesa , e tendo isso em<br />

conta, aceitámos.<br />

L .Z. - O que é que conhecem do panorama<br />

musical suíço?<br />

Luís Filipe dos Reis - Pouco ou<br />

nada, só ouvi falar da música popular<br />

suíça, acho que se chama<br />

jodler.<br />

L .Z. - A vossa música é tradicional<br />

pura, ou de fusão com outras músicas<br />

tradicionais ou modernas?<br />

Bruno Chaveiro - De raiz trata-se<br />

de música tradicional, tanto o cante<br />

como o fado, mas as nossas referências<br />

são modernas. Não por<br />

necessidade, mas, naturalmente,<br />

acabamos por ser sensíveis a influências<br />

modernas. As nossas<br />

referências são necessariamente<br />

outras daquelas seriam se tocássemos<br />

há 20 anos atrás, se pertencêssemos<br />

a outra geração. Por<br />

essa razão acabamos por introduzir<br />

na nossa música outras texturas,<br />

mas, na base mantemo-nos<br />

fiéis às raízes tradicionais.<br />

Fazemos por exemplo a fusão da<br />

guitarra portuguesa e da viola no<br />

cante alentejano.


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 23<br />

rrânea com casa cheia<br />

ESPECTÁCULO<br />

sivo masculino ou as mulheres também<br />

podem cantá-lo?<br />

Luís Filipe dos Reis - Ultimamente<br />

têm aparecido grupos que incluem<br />

cantoras também, ou seja, grupos<br />

mistos e também grupos femininos.<br />

Bernardo - E portanto, nós fazemos<br />

essa fusão. O que foi registado pela<br />

Unesco como património imaterial<br />

da humanidade é o cante em grupos<br />

de 21 homens a cantar e o que<br />

nós trazemos aqui é uma versão a<br />

três vozes. Apresentamos um reportório<br />

de músicas mais festivas,<br />

mais alegres, com arranjos de guitarra<br />

portuguesa e viola para chegar<br />

a mais público, a mais pessoas.<br />

Trata-se também de aliar dois patrimónios<br />

imateriais da humanidade,<br />

o cante alentejano e o fado. Este último,<br />

como se sabe, é acompanhado à<br />

guitarra portuguesa e à viola.<br />

L. .Z. - O Luís Trigacheiro e o Luís Filipe<br />

dos Reis fizeram parte de outros<br />

projectos…<br />

Bernardo - Sim, esses projectos continuam,<br />

sem nós. Por razões diversas<br />

deixamos de colaborar nesses projectos,<br />

mas eles continuam<br />

L. .Z. - Projectos em comum, para<br />

além do festival que tem hoje lugar?<br />

Bernardo - Não se pode falar bem em<br />

projectos, nós tocamos muitas vezes<br />

em conjunto, sempre que há a oportunidade<br />

de juntar cante alentejano<br />

com fado. Não lhe chamamos projecto,<br />

é quase mais como se estivéssemos<br />

a falar.<br />

L. .Z. - Como se aprende o cante alentejano?<br />

Há escolas?<br />

Bernardo - Hoje em dia já há aulas<br />

de cante nas escolas. Há mais de<br />

trinta mil crianças a aprender cante,<br />

nomeadamente nos concelhos de<br />

Serpa, Beja e Castro Verde. Na nossa<br />

geração, no entanto, o que aprendemos<br />

é o que nos vem de raiz, de ouvir<br />

os mais velhos.<br />

L .Z. - O que é que vos motiva a fazer<br />

música? Porque se dedicam à música?<br />

Bernardo - Talvez porque não sabemos<br />

fazer outra coisa (Risos).<br />

L .Z. - Uma questão para a Maura Airez.<br />

Como é que entraste neste projecto,<br />

neste grupo?<br />

Maura Airez - Foi o Bernardo Espinho,<br />

o Buba, que é meu amigo e me<br />

convidou.<br />

L .Z. - O que é que vocês querem<br />

transmitir ao público com a vossa<br />

música, o que é que vocês querem fazer<br />

sentir?<br />

Maura Airez - Isso depende da interpretação<br />

que cada um der à nossa<br />

música, como é evidente. Nós gostamos<br />

de música tradicional portuguesa<br />

e procuramos divulgá-la, levá-la<br />

até às pessoas, onde quer que<br />

actuemos. Depois as sensações que<br />

as pessoas têm associadas ao nosso<br />

país são relativas e dependem da interpretação<br />

de cada um.<br />

L .Z. - Além de Portugal e Suíça em<br />

que outros países é que vocês já tocaram?<br />

Bernardo Espinho - eu por exemplo já<br />

percorri o mundo inteiro.<br />

Os outros entrevistados responderam<br />

quase em coro que já tinham tocado<br />

em muitos países.<br />

L .Z. - Pergunta para Maura Airez: Tu<br />

já participaste num concurso, não é<br />

verdade? Como é que foi essa experiência?<br />

Maura Airez - Sim, na Turquia, com<br />

concorrentes de sessenta países.<br />

Foi exactamente aí que eu comecei<br />

a cantar e venci o concurso. Foi super<br />

diferente, tinha um júri e não era<br />

só fado, eu na altura não cantava<br />

só fado. Eram várias coisas, cantar,<br />

dançar, interpretar. Foi algo completamente<br />

diferente daquilo que faço<br />

hoje em dia. Não se tratava de música<br />

apenas, era também um concurso<br />

de modelos e talentos. Naquela<br />

altura eu gostava mais de moda e tinha<br />

um talento que era cantar, que é<br />

aquilo que faço agora.<br />

L .Z. - Vocês dedicam-se exclusivamente<br />

à música?<br />

Luís Trigacheiro: eu estou a estudar<br />

agronomia, a música é mais por gosto.<br />

Não tenciono fazer música profissionalmente.<br />

L .Z. - Planos para o futuro?<br />

Bruno Chaveiro: Continuar a tocar e<br />

a cantar, fazer cada vez melhor, esse<br />

é o nosso projecto. Cada um de nós<br />

tem os seus projectos a solo, vamos<br />

continuar por aí. Estamos a gravar<br />

discos. Vamos continuar sempre ligados<br />

à música.<br />

L .Z. - Alguma mensagem para a comunidade<br />

portuguesa aqui na Suíça?<br />

Bruno Chaveiro: - Nós gostávamos de<br />

os convidar todos, mas a sala já está<br />

esgotada. Fica para uma próxima vez.<br />

A mensagem é: solicitem-nos mais<br />

vezes que nós viremos com prazer.


24 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADES<br />

É muito gratificante<br />

fazer as crianças rir<br />

Filipe Esteves (mais conhecido por Pipo) desde muito<br />

pequeno que gosta da vida artística. Começou por fazer<br />

teatro em Portugal, mas a vida deu as suas voltas e<br />

com 18 anos veio sozinho para a Suíça. Contudo a paixão<br />

mantinha-se e foi por causa dela que decidiu fazer<br />

escola e tornar o seu hobby em profissão: ser palhaço.<br />

Há 10 anos que faz espectáculos por toda a Suíça e<br />

até fora dela. Faz rir crianças e graúdos. E o seu espectáculo<br />

é bastante procurado para os mais variados<br />

eventos. O Lusitano de Zurique esteve à conversa com<br />

o português por detrás de “Pipo the clown“ para conhecer<br />

melhor a sua história.<br />

e Sandra Ferreira<br />

Lusitano Zurique - Conta-nos um pouco<br />

do teu percurso?<br />

Filipe Esteves (Pipo) - Ora bem quando<br />

eu andava na escola, no 5º ano, fizemos<br />

na escola uma obra de teatro, através<br />

de um projecto, e correu tão bem, que<br />

a cidade acabou por nos contratar para<br />

apresentar, uma parte daquela obra,<br />

nas festas da cidade. Depois fizemos<br />

essa peça de teatro em 3 ou 4 escolas e<br />

acabamos mais tarde por fazer a peça<br />

em dois teatros com porta aberta. E<br />

pronto, assim começamos! Mais tarde<br />

fizemos outra obra de teatro, mas esta<br />

já com o intuito de vender entradas, o<br />

que correu muito bem. E foi assim que<br />

comecei. Depois com 18 anos vim para<br />

a Suíça e aí mudou tudo.<br />

L.Z. - Mas fizeste formação nessa área?<br />

Pipo - Não. De profissão aprendi a ser<br />

cozinheiro e quando cheguei à Suíça,<br />

o meu primeiro trabalho foi num Hotel.<br />

L.Z. - Sentiste sempre necessidade de<br />

voltar à arte de representar?<br />

Pipo - Exacto. Depois, mais tarde, aqui<br />

na Suíça, eu pensei várias vezes, o que<br />

é que eu posso fazer para compensar<br />

nesse campo, mas tinha que ser qualquer<br />

coisa que pudesse fazer sozinho.<br />

E pronto ser palhaço e teatro são duas<br />

artes que estão muito próximas uma<br />

da outra e assim foi. Decidi tirar o curso<br />

de palhaço de 3 anos de escola, em<br />

Constança, Alemanha, e logo depois<br />

do primeiro ano começou a aparecer<br />

trabalho. Antes disso, ainda tive um<br />

tempo de pausa, porque primeiro tive<br />

que aprender e dominar o idioma e depois,<br />

quando já me senti mais à vontade<br />

e mais integrado, então fiz a escola;<br />

em seguida também fiz 3 anos de teatro,<br />

à parte. Desde então tenho tentando<br />

manter-me sempre actual e activo e<br />

todos os anos faço um ou dois cursos<br />

pequenos para estar activo.<br />

L.Z. - Quando é que nasceu mesmo o<br />

Palhaço “Pipo the clown“?<br />

Pipo - O PIPO nasceu mesmo oficialmente<br />

em Janeiro 2008. Em 2007 foi<br />

um ano de preparação, em que tive de<br />

arranjar tudo, desde o nome à imagem,<br />

página de internet, etc.. E depois sim,<br />

em Janeiro de 2008 actuei pela primeira<br />

vez como o Pipo.<br />

L.Z. - E qual o balanço que fazes destes<br />

10 anos de Palhaço Pipo?<br />

Pipo - Melhor não podia ser! Ou seja,<br />

eu comecei do zero, sem o apoio de nenhuma<br />

instituição ou o que quer que<br />

seja. Com tudo feito por mim, desde página<br />

de internet, design do meu logo…<br />

sou eu que faço mesmo tudo. E desde<br />

então foi sempre a subir. Acabei por ter<br />

de reduzir a minha carga laboral para<br />

50 %. Trabalho na AMAG há 15 anos<br />

e acabei por ter de reduzir já derivado<br />

a isso. E não reduzo no total apenas<br />

porque tenho sempre um bocado de<br />

receio.<br />

Neste momento estou a fazer uma media<br />

de 5 a 7 festas por semana e estou<br />

bastante satisfeito.<br />

L.Z. - E porquê palhaço e não outra coisa<br />

como, por exemplo, actor?<br />

Pipo - Porque para já eu gosto bastante<br />

de crianças, e depois porque um espectáculo<br />

de palhaços é muito mais fácil<br />

de vender do que uma peça de teatro.<br />

E foi esse o motivo. Gosto bastante de<br />

representar, mas é sempre muito complicado<br />

viver disso.<br />

L.Z. - O teu publico é maioritariamente<br />

português ou nem por isso?<br />

Pipo - Não, nem por isso. O público é<br />

muito diversificado. Mas faço espectáculos<br />

em português, alemão, espanhol


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 25<br />

ESPECTÁCULO<br />

e italiano. Se bem que quase todas as<br />

festas são em alemão.<br />

L.Z. - E o que é que mais te fascina nesta<br />

profissão?<br />

Pipo - O fazer rir. É muito gratificante<br />

ver as crianças a rirem por algo que dizes<br />

ou fazes.<br />

L.Z. - E o que é que mais te incomoda?<br />

Pipo - Boa pergunta. (risos) Num espectáculo<br />

uma coisa que por vezes pode<br />

incomodar é, por exemplo, eu estar num<br />

espectáculo com 15 crianças à frente e<br />

que atrás dessas crianças estão mais<br />

10 adultos que não estão interessados<br />

no espectáculo, mas em conversar com<br />

o vizinho do lado e que por estar alto começam<br />

a falar mais alto. Então as crianças,<br />

que estão no meio entre mim e os<br />

adultos, vai virar-se para trás porque<br />

os adultos estão a falar mais alto. Se<br />

uma criança vira para trás, as outras viram<br />

todas e isso às vezes é aborrecido.<br />

Até porque o meu objectivo é de tentar<br />

manter sempre a atenção das crianças<br />

comigo.<br />

L.Z. - Contudo tu, nos teus espectáculos,<br />

tens piadas que são mais dirigidas a<br />

adultos do que a crianças?<br />

Pipo - Sim, exactamente por isso. Para<br />

evitar essas situações. E assim, já que<br />

os adultos estão ali, tento agarrar a todos,<br />

para que todos se divirtam.<br />

L.Z. - O teu espectáculo é sempre igual<br />

ou diversifica?<br />

Pipo - Eu vario o espectáculo consoante<br />

o público e a sua idade, mas não quer<br />

dizer que os truques que eu faço sejam<br />

outros, são apenas apresentados de<br />

maneira diferente. Por exemplo, se for<br />

um aniversário de uma criança de 10<br />

anos, com os colegas da escola, então<br />

eu posso entrar mais à vontade e com<br />

força e não há problema nenhum. Se forem<br />

crianças de 4 anos, eu não posso<br />

entrar assim, porque as crianças assustam-se.<br />

L.Z. - Mas fazes uma preparação antes<br />

ou é muito espontâneo?<br />

Pipo - É tudo espontâneo. Ou seja, eu<br />

tenho os meus truques de magia, tenho<br />

as minhas piadas “standard“ e, consoante<br />

as pessoas que tenho à frente e<br />

o momento, eu decido aquilo que faço.<br />

Se tiver crianças pequenas, eu sei aquilo<br />

que tenho de fazer. Se as crianças estiverem<br />

a perder a atenção, eu sei aquilo<br />

que tenho de fazer chamando a atenção<br />

com uma piada engraçada ou com um<br />

truque rápido.<br />

L.Z. - Então em que consiste assim o teu<br />

espectáculo?<br />

Pipo - O meu espectáculo é sempre baseado<br />

em truques de magia e depois,<br />

consoante o tipo de público, eu decido<br />

aquilo que faço. Os meus espectáculos<br />

duram mais ou menos uma hora e ás<br />

vezes tenho espectáculos que precisam<br />

de 20 truques de magia e tenho espectáculos<br />

em que só preciso de 5 truques<br />

de magia. Mas entre esses 5 truques<br />

tem outras coisas pelo meio. Por exemplo,<br />

se for com crianças pequenas eu<br />

tento brincar sempre mais um pouco,<br />

fazer o palhaço “bobo“, que por exemplo<br />

com os adultos não funciona.<br />

L.Z. - Qual é o truque que tu achas que<br />

funciona sempre?<br />

Pipo - Tem alguns truques que são essenciais<br />

. Já me aconteceu, por exemplo,<br />

mais que uma vez, eu ter começado o<br />

espectáculo e, passados 10 minutos,<br />

olhar para o aniversariante e ele estar a<br />

chorar. O pai vai ter com ele e pergunta<br />

porque está a chorar e ele responde:<br />

“o pipo não trouxe o Fredi“! O Fredi é<br />

uma aranha que eu tenho e faz parte<br />

do espectáculo sempre. É uma coisa<br />

que para as crianças funciona sempre<br />

e ajuda-as a ficarem mais à vontade. O<br />

truque da carteira com o fogo também é<br />

um truque interessante quer para crianças<br />

como para adultos. É um truque que<br />

uso quase sempre porque, por um lado,<br />

ajuda a plateia a ficar mais solta e, por<br />

outro, ajuda a prender a atenção. No<br />

caso dos adultos, eu tenho um truque<br />

onde leio o pensamento das pessoas<br />

e, o truque, para os adultos é bastante<br />

interessante, porque é um truque que<br />

elas não conseguem explicar e ficam<br />

sempre curiosas, já para as crianças<br />

esse truque não tem interesse nenhum.<br />

L.Z. - Concordas que com o surgimento<br />

dos super heróis da Marvel, a figura do<br />

palhaço ficou um pouco esquecida no<br />

tempo?<br />

Pipo - Eu não concordo com isso. Porque<br />

a figura de um palhaço é a mesma<br />

coisa que a figura do rato Mickey. Ou<br />

seja, há muitas figuras que aconteça o<br />

que acontecer, vão estar sempre presentes.<br />

E um palhaços, seja ele qual for,<br />

vai ser uma figura que vai estar sempre<br />

presente, independentemente das eras.<br />

Nome: Filipe Esteves (alcunha<br />

Pipo)<br />

Idade: 41 anos<br />

Naturalidade: Abrantes<br />

Na Suíça desde: 1995<br />

Profissão: funcionário AMAG e<br />

Palhaço<br />

Um desejo: Desejo que eu e a minha<br />

família e a amigos que nos<br />

rodeiam tenham muita saude.<br />

que é algo que todos desejamos.<br />

Gostava de fazer mais espetáculos<br />

para portugueses.<br />

O teu leme é: Um dia sem rir é um<br />

dia perdido!<br />

Hobbys: o meu maior hobby é o<br />

meu trabalho como palhaço e<br />

artista; depois gosto de fazer fotografia,<br />

de andar de bicicleta, de<br />

passar tempo com a família.


26 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

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www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 27<br />

OPINIÃO/SÁTIRA<br />

A canábis é a pior droga do mundo<br />

A legalização da canábis para fins recreativos é muito perigosa e pode corromper a sociedade.<br />

Que o diga a Holanda, país mundialmente conhecido devido à sua política de legalização da<br />

canábis que atrai turistas de todo o mundo que chegam a casa sem se lembrarem de nada<br />

do que viram no Museu do Van Gogh ou na despensa da Anne Frank.<br />

Guilherme<br />

Duarte<br />

Deve ser pelo excesso de<br />

consumo de canábis que<br />

a Holanda tem cerca do<br />

dobro do PIB de Portugal.<br />

A ganza dá preguiça e trabalha-se<br />

menos, e, por isso,<br />

quem não fuma trabalha<br />

dez vezes mais e só por<br />

isso é que a Holanda é o<br />

quarto país mais rico da Europa,<br />

com cerca de metade<br />

da dívida deste nosso paraíso<br />

à beira mar plantado,<br />

mas onde a canábis não o<br />

pode ser.<br />

O desemprego na Holanda<br />

também é cerca de metade<br />

do português, mas só porque<br />

quando se fumam canhões<br />

dá uma larica e para<br />

comprar Donuts com Doritos<br />

é preciso ter dinheiro e,<br />

assim, lá vão os preguiçosos<br />

e mocados holandeses<br />

fazer biscates. O ordenado<br />

mínimo na Holanda é de<br />

mais de 1.500€ e o médio<br />

é duas vezes superior ao<br />

nosso, algo que pode parecer<br />

bom, mas não é: os<br />

patrões têm de pagar muito<br />

bem aos seus empregados<br />

pois são todos viciados em<br />

erva e se não têm dinheiro<br />

para a sua dose todos os<br />

dias, ficam de mau humor e<br />

violentos.<br />

É apenas por isso que a Holanda<br />

aparece 25 lugares<br />

acima de Portugal no índice<br />

de desenvolvimento humano<br />

e que tem metade da<br />

percentagem de população<br />

abaixo do limar de pobreza,<br />

quando comparada com<br />

este país livre de drogas.<br />

Também em termos de<br />

iliteracia, a Holanda tem<br />

melhores índices. Porquê?<br />

Porque os professores<br />

estão sempre mocados<br />

e corrigem mal os testes.<br />

Em termos de índices de<br />

progresso social, as coisas<br />

não estão bem para a Holanda<br />

que está em terceiro<br />

lugar, enquanto que Portugal<br />

está em 17.º! Nós temos<br />

prioridades e sabemos o<br />

que realmente importa e<br />

só quando resolvermos o<br />

problema dos sem-abrigo é<br />

que nos podemos preocupar<br />

com estes detalhes das<br />

ervas aromáticas.<br />

Ah, para nem falar de que<br />

Portugal está em 33.º lugar<br />

na lista de países mais felizes<br />

do mundo, enquanto a<br />

Holanda aparece em quarto.<br />

Obviamente, estes resultados<br />

estão deturpados,<br />

pois os holandeses responderam<br />

ao inquérito quando<br />

estavam chapados e toda<br />

a gente sabe que com THC<br />

no sistema esquecemos<br />

os problemas e pensamos<br />

que somos muito mais felizes<br />

do que o que realmente<br />

somos.<br />

Por tudo isto se vê que faz<br />

todo o sentido ter-se chumbado<br />

em Assembleia da<br />

República o uso da canábis<br />

para fins recreativos, apesar<br />

de ser esse o mesmo<br />

resultado que teríamos se<br />

substituíssemos os deputados<br />

por traficantes de<br />

droga. Aliás, essa é uma<br />

das razões pelas quais a<br />

canábis não deve ser livre:<br />

tiraria postos de trabalho<br />

no mundo do crime e cresceria<br />

o número de inscritos<br />

no Centro de Emprego,<br />

aumentando a taxa de desemprego<br />

em Portugal.<br />

Em termos de segurança,<br />

como já somos o quarto<br />

país mais seguro do mundo<br />

já está bom. Não mexe.<br />

Não vale a pena arriscar,<br />

mesmo que todos os casos<br />

de estudo digam que<br />

a legalização reduz a criminalidade,<br />

como no Canadá<br />

e nos Estados Unidos da<br />

América, onde só no estado<br />

de Oregon, o crime<br />

violento diminuiu 10% e a<br />

taxa de homicídios 13%. Há<br />

gente a mais em Portugal e<br />

a IC19 está sempre entupida,<br />

por isso, reduzir a taxa<br />

de homicídios é uma má<br />

política.<br />

Muita gente defende a legalização<br />

pela vertente<br />

económica, mas não me<br />

parece um bom argumento.<br />

Só em Oregon os cofres do<br />

Estado arrecadaram mais<br />

de 70 milhões de dólares,<br />

mas nós já estamos fartos<br />

de dar dinheiro, com a nossa<br />

retenção na fonte, para<br />

salvar bancos e, agora,<br />

ainda iríamos financiar buracos<br />

com os nossos momentos<br />

de descontração?<br />

Já fumei cigarros para rir,<br />

mas já não lhes toco há<br />

mais de cinco anos e, hoje,<br />

sou assim, radical e defendo<br />

que ninguém deve poder<br />

fumar. Portanto, é bom<br />

que se mantenha proibido<br />

que toda a gente sabe que,<br />

assim, ninguém consegue<br />

comprar. Somos um país<br />

de vinho, cerveja e aguardente.<br />

São produtos típicos<br />

de Portugal e a legalização<br />

da canábis podia prejudicar<br />

esse negócio. O álcool<br />

mata mais, é certo, mas é<br />

tradição.<br />

Por mim, além da canábis,<br />

devíamos proibir os coentros<br />

e o agrião que não há<br />

nada pior do que ir comer<br />

uma salada a pensar que é<br />

só alface e estarem lá dentro<br />

a estragar.


28 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADES<br />

Governo e Imprensa Nacional<br />

Casa da Moeda criam prémio<br />

dedicado à diáspora<br />

LUSA<br />

O protocolo foi assinado hoje pelo secretário de Estado<br />

das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, em representação<br />

do MNE, e por Gonçalo Caseiro, presidente da<br />

a<strong>dm</strong>inistração da INCM, na sede do Ministério dos Negócios<br />

Estrangeiros.<br />

Através do documento, MNE e INCM pretendem promover<br />

e divulgar a língua e cultura portuguesas através do<br />

prémio que será atribuído a obras inéditas de portugueses<br />

e luso-descendentes residentes no estrangeiro, nos domínios<br />

da ficção, poesia e ensaio.<br />

© ANTÓNIO SILVA<br />

Para José Luís Carneiro, esta distinção pretende "dedicar<br />

o reconhecimento àqueles que se exprimem de formas diversas<br />

nas comunidades de acolhimento".<br />

O secretário de Estado considera que este é um "prémio<br />

muito especial, desde logo pelo nome que foi escolhido".<br />

Ferreira de Castro nasceu em Oliveira de Azeméis em<br />

1898, tendo emigrado para o Brasil aos 12 anos, onde, cinco<br />

anos depois, publicou o seu primeiro livro.<br />

Neste país, viveu em plena floresta amazónica durante<br />

quatro anos. Terá sido durante esta fase que o autor idealizou<br />

"A Selva".<br />

"Dar o nome de alguém que foi emigrante, que dedicou<br />

parte da sua vida a escrever e a retratar os sentimentos e o<br />

modo como aqueles que partiram viveram, por vezes, em<br />

condições de adversidade, mas ao mesmo tempo o modo<br />

como venceram as condições de adversidades e a maneira<br />

como transformaram dificuldades em oportunidades,<br />

eu diria que constitui uma homenagem a toda a diáspora<br />

que, em todo o mundo, triunfou", afirmou o secretário de<br />

Estado.<br />

José Luís Carneiro destacou ainda o livro "Emigrantes", no<br />

qual Ferreira de Castro aborda "uma dimensão que continua<br />

a ser relevante e muito atual nos dias que correm<br />

quando falamos das migrações", referindo-se às "expectativas<br />

positivas de quem parte" e aos efeitos que as migrações<br />

têm naqueles "que se instalam na intermediação<br />

destes fluxos".<br />

As candidaturas para o galardão Imprensa Nacional/Ferreira<br />

de Castro deverão ser apresentadas entre 01 de abril<br />

e 30 de maio deste ano e serão avaliadas por um júri liderado<br />

pelo professor universitário Carlos Reis, especialista<br />

em estudos queirosianos.<br />

Além de um prémio de cinco mil euros, o vencedor terá a<br />

obra editada pela INCM.


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32 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

HUMOR<br />

Consciência pesada é<br />

complicado...<br />

Um casal dormia profundamente<br />

como inocentes bebés. De repente,<br />

lá pelas três horas da manhã, escutam<br />

ruídos fora do quarto. A mulher<br />

sobressaltada e, totalmente espantada,<br />

diz para o homem:<br />

– Aaaaaiiiiiii, deve ser o meu marido!<br />

O homem levanta-se espantadíssimo<br />

e sem roupa, pula como pode<br />

pela janela e cai em cima de uma<br />

planta com espinhos. Em poucos<br />

segundos volta e diz:<br />

– Olha lá sua desgraçada… o teu marido<br />

sou eu!<br />

– Ai é? E saltaste a janela porquê?<br />

Ração para Patos<br />

Um pato todos os dias entrava<br />

numa mercearia e dizia:<br />

– Tem ração para patos?<br />

E o merceeiro respondia-lhe:<br />

– Não, não tenho comida para patos.<br />

Isto repetia-se dia após dia e cada<br />

vez incomodava mais o merceeiro.<br />

Certo dia, o pato entra e diz:<br />

– Tem ração para patos?<br />

– Ouve lá, já estou farto de te dizer<br />

que não tenho ração para patos! Da<br />

próxima vez que entrares aqui e pedires<br />

ração para patos, prego-te as<br />

patas ao chão!<br />

No dia seguinte o pato volta a mercearia<br />

e diz:<br />

– Tem pregos?<br />

– Pregos? Não…<br />

– Tem comida para patos?<br />

Empreitadas em Portugal<br />

Um Presidente de Câmara queria<br />

construir uma ponte e, para esse efeito,<br />

foi aberto um concurso público.<br />

Concorreram três empreiteiros: um<br />

espanhol, um americano e um português:<br />

Proposta do espanhol: 3 milhões de<br />

euros.<br />

– 1 milhão pela mão-de-obra<br />

– 1 milhão pelo material<br />

– 1 milhão para lucro.<br />

Proposta do americano: 6 milhões de<br />

euros:<br />

– 2 milhões pela mão-de-obra<br />

– 2 milhões pelo material<br />

– 2 milhões para lucro, mas o serviço<br />

é de primeira.<br />

Proposta do português: 9 milhões de<br />

euros:<br />

-“Nove milhões?”, a<strong>dm</strong>irou-se o Presidente<br />

de Câmara. “É demais! Porquê<br />

tanto?”<br />

Respondeu o empreiteiro português:<br />

“É simples”:<br />

– 3 milhões para mim<br />

– 3 milhões para si<br />

– 3 milhões para o espanhol fazer a<br />

obra.<br />

A Costódia do Padre<br />

Durante a missa, conversa entre o Padre<br />

e o Sacristão:<br />

— Sacristão, onde é que está a Custódia?<br />

Está ali sentada na primeira fila, senhor<br />

padre.<br />

— Não é essa. É aquela onde se põe<br />

o Senhor!<br />

Ah, pensei que era aquela onde o senhor<br />

se põe!<br />

Viagem ao Sol<br />

Três mulheres encontraram-se:<br />

Uma russa, uma americana e<br />

uma loira (as loiras não têm nacionalidade,<br />

são universais e<br />

falam todas as línguas). A russa<br />

diz:<br />

-Nós as russas, fomos as primeiras<br />

mulheres a ir ao espaço!<br />

A americana:<br />

-E nós, fomos as primeiras a ir à<br />

Lua!<br />

A loira que não queria ficar atrás<br />

disse:<br />

-E nós, as loiras, não somos, mas<br />

seremos no futuro, as primeiras<br />

a ir ao Sol!<br />

Diz a russa:<br />

-Ao Sol? Mas se forem até ao<br />

Sol morrem esturricadas!<br />

Prontamente a loira responde:<br />

-Aloooouuu! Nós vamos de noiteeeeee!<br />

Não vale a pena mentir<br />

às mulheres<br />

Uma mulher chega ao pé do marido<br />

e pergunta-lhe furiosa:<br />

– Encontrei um papel no bolso<br />

das tuas calças com o nome Sila<br />

e um número a acompanhar.<br />

– Acalma-te, querida. Sila é o<br />

nome do cavalo que apostei a<br />

semana passada, e o número é o<br />

só o número da aposta.<br />

No dia seguinte quando o marido<br />

chega a casa, a mulher dá-lhe<br />

uma estalada.<br />

– Porque fizeste isso? -pergunta<br />

o marido.<br />

– O teu cavalo telefonou hoje à<br />

tarde!


Ilusões de óptica<br />

www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 33<br />

PASSATEMPO<br />

Adivinhas (*)<br />

27<br />

Quanto ao pronunciar<br />

Diga como pode ser<br />

Que um motorista “a guiar”<br />

Nunca pode “enriquecer”?<br />

28<br />

Vi muitas filhas brilhantes<br />

De pais pretos ter nascido<br />

Depois em danças constantes<br />

Num momento ter morrido.<br />

29<br />

Sou velho diz o rifão<br />

É triste e duro o meu fado<br />

De mais três eu sou irmão<br />

Mas o menos desejado.<br />

À primeira vista, a torre à direita parece estar inclinada em<br />

um ângulo maior do que a da esquerda, mas, na realidade,<br />

as duas imagens são idênticas. Nosso sistema visual vê as<br />

duas imagens como partes de um todo e, assim, nos faz<br />

pensar que são diferentes.<br />

30<br />

Qual a idade que tinha<br />

Segundo a história nos diz<br />

A nossa Santa Rainha<br />

Ao casar com D. Dinis ?<br />

31<br />

Sobre este invento importante<br />

Que nos diga agora eu quero<br />

Sem demora num instante<br />

Quem é que inventou o zero?<br />

32<br />

Seja fêmea ou seja macho<br />

Com quatro patas pra andar<br />

Mesmo que seja no tacho<br />

Fêmea me hão-de chamar.<br />

Soluções<br />

Pode parecer que as linhas são irregulares, mas, na realidade,<br />

são paralelas. A ilusão foi descoberta pelo psicólogo<br />

britânico Richard Gregory na parede de uma cafeteria em<br />

Bristol, Reino Unido.<br />

27 – Se o nome é Aguiar não<br />

pode ser Henrique<br />

28 – Faúlhas<br />

29 – Inverno<br />

30 – 12 anos<br />

31 – Os Árabes<br />

32 – Lebre<br />

(*) do livro Saber e Lazer, de Euclides Cavaco<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO


34 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

HORÓSCOPO<br />

Leão<br />

Agarre as oportunidades<br />

profissionais, confiando<br />

sempre no seu talento. Talvez<br />

faça as pazes com pessoa<br />

querida. Astral acolhedor<br />

em casa. Na paixão, o<br />

período será radiante, com<br />

bons diálogos e sintonia.<br />

Sagitário<br />

Você poderá ter uma ideia para<br />

lucrar com algo feito em casa:<br />

explore sua criatividade! Talvez<br />

ganhe novas amizades. A sua<br />

popularidade vai bombar na<br />

conquista. Faça planos com seu<br />

par e evite o ciúme.<br />

COOORDENAÇÃO<br />

E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO<br />

Carneiro<br />

Você vai se empenhar para<br />

cumprir metas profissionais:<br />

use a sua criatividade! É bom<br />

tomar cuidado com gente de<br />

má-fé. Talvez se envolva com<br />

um colega do serviço. A união<br />

vai melhorar com o diálogo e<br />

diplomacia.<br />

Fase agitada no trabalho: você<br />

vai se destacar graças à sua<br />

imaginação e poder de entrosamento.<br />

Chegou a hora de<br />

investir forte nos estudos. Cuidado<br />

com o imprevisto em viagem.<br />

Momentos bons no amor.<br />

Gémeos<br />

Vai esbanjar inspiração na<br />

carreira. Se pintar o desafio,<br />

saberá contornar com bom humor.<br />

Fase positiva para mudar<br />

de casa ou começar reforma.<br />

Existe sintonia no romance,<br />

mas o momento também será<br />

de decisões.<br />

Caranguejo<br />

Boas chances de fazer contactos,<br />

aprender coisas novas e<br />

até arrumar emprego. Notícia<br />

de gente de longe talvez mexa<br />

com a sua rotina. Tudo azul na<br />

vida a dois. No romance, procure<br />

compartilhar afinidades.<br />

Virgem<br />

A sorte estará ao seu lado<br />

para jogos e sorteios. Chegou<br />

a hora de revisar os seus<br />

gastos. Aceite convites para<br />

festas e reveja gente querida.<br />

No romance, abra o seu coração<br />

e nada de medir forças<br />

com quem ama!<br />

Balança<br />

Confie na sua experiência<br />

para concluir tarefas no seu<br />

emprego. Com jogo de cintura,<br />

saberá driblar as tensões<br />

com familiares. A dois,<br />

relembrar bons momentos<br />

será prazeroso. Cuidado com<br />

atracção proibida.<br />

Escorpião<br />

Aplique suas boas ideias no<br />

seu serviço e até para facturar<br />

um extra. Tenha cautela<br />

com discussões e mal-entendidos:<br />

melhor não confiar<br />

em qualquer um. Sinal verde<br />

para a paixão, mas regule as<br />

cobranças.<br />

Capricórnio<br />

Negócio de família deverá render<br />

um bom dinheiro. Aposte<br />

nos estudos para se aperfeiçoar<br />

na sua área. Talvez conheça alguém<br />

disputado no romance.<br />

Na relação afectiva, não faltarão<br />

romantismo e sedução.<br />

Aquário<br />

Com imaginação afiada, saberá<br />

lucrar. Para melhorar o seu currículo,<br />

que tal encarar um curso?<br />

Cultive a sua fé! No amor, o seu<br />

poder de sedução estará arrasador.<br />

Você e o seu par podem<br />

conquistar algo desejado.<br />

Peixes<br />

Trabalho em equipa protegido,<br />

apesar dos desafios. Não confie<br />

em qualquer um. Poderá fazer<br />

contacto com gente que mora<br />

longe. Romance cheio de cumplicidade.<br />

Se estiver só, namoro<br />

com amigo deve emplacar.<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito<br />

menos substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 35<br />

CURIOSIDADES<br />

Rómulo e Remo<br />

Estátua da loba capitolina. Segundo a lenda sobre a fundação de Roma, o animal teria amamentado os<br />

gémeos Rómulo e Remo<br />

O mito da fundação de Roma tem como protagonistas os gémeos Rômulo e Remo. Abandonados em<br />

um cesto nas águas do Rio Tibre, eles foram salvos por uma loba, que os amamentou e os viu crescer.<br />

Adulto, Rômulo matou Remo e, em seguida, fundou Roma oito séculos antes de Cristo. A lenda de Rômulo<br />

e Remo voltou a ser assunto com o anúncio de que arqueólogos encontraram a gruta na qual os irmãos<br />

foram aleitados pela loba, de acordo com a crença dos antigos romanos. Ela foi localizada a 16 metros<br />

de profundidade, debaixo das ruínas do palácio do imperador Otávio Augusto, numa das encostas<br />

do Palatino, uma das sete colinas de Roma. Autores clássicos, como os gregos Dionísio de Halicarnasso<br />

e Plutarco, relatam que os primeiros romanos a transformaram num templo. A gruta tornou-se palco de<br />

um ritual chamado Lupercália. Todo fevereiro, animais eram sacrificados em homenagem a Luperco –<br />

uma divindade associada ao Pã grego – e dois jovens do patriciado eram ungidos com sangue e leite de<br />

cabra. Acreditava-se que esse ritual garantia colheita farta e ajudava as mulheres a arranjar marido e a<br />

ter filhos. A tradição manteve-se até o século V, quando foi banida pela Igreja Católica.<br />

Os textos de Dionísio e Plutarco, que apontavam estar a gruta situada próximo ao Palatino, levaram o<br />

arqueólogo italiano Rodolfo Lanciani a deduzir, no começo do século XX, que ela deveria estar sob as<br />

ruínas do palácio construído por Otávio Augusto, o primeiro imperador romano. Mas foi apenas há dois<br />

anos que os arqueólogos passaram a explorar o local com sondas subterrâneas. Em julho, um dos aparelhos<br />

detectou um espaço vazio, a 16 metros de profundidade. Era uma câmara circular, com 7 metros<br />

de altura e 6,5 de diâmetro, coberta por uma cúpula. Uma máquina de filmar controlada a distância revelou<br />

os deslumbrantes mosaicos que cobrem o tecto e as paredes, feitos de mármore e conchas. Estudos<br />

indicam que essa é mesmo a gruta reverenciada pelos antigos romanos como o local onde vivia a loba<br />

que salvou Rómulo e Remo.<br />

Os subterrâneos de Roma continuam a ser fonte de grandes e belas surpresas.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO


36 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

LITERATURA<br />

Dilúvio de sonhos<br />

CARMINDO DE<br />

CARVALHO<br />

Ghttps://www.facebook.<br />

com/carmindo.carvalho<br />

Absorto no meu pensamento<br />

Imerso nesta enxurrada de ideias<br />

Que alimentam estas minhas pelejas<br />

Nem dou pelo passar do tempo .<br />

São pássaros loucos !...<br />

Cavalos voadores !...<br />

São sombras incógnitas<br />

Que povoam a minha mente<br />

São sonhos cor de rosa , sonhados<br />

De olhos abertos acordados .<br />

Sonho retroceder no tempo<br />

Vaguear nas horas decorridas<br />

Nas alegrias , nas agruras .<br />

Sonho , ir contigo meu amor<br />

Colher flores aos jardins da nossa adolescência<br />

Que eram o paraíso dos nossos amores<br />

De onde , pró mundo olhávamos com ânsia .<br />

Ah ! Como eramos tresloucados !<br />

Totalmente desvairados !<br />

Tu eras uma gazela saltitante<br />

Eu um poldro aos pinotes , solto errante<br />

Correndo e saltando .<br />

Vem , vamos para o lado de lá , vamos<br />

Juntos este sonho sonhar.<br />

Vamos rir à gargalhada de tudo que fizemos<br />

E vamos esquecer todos os anseios<br />

Que não concretizámos .<br />

Todos os desejos que não realizámos .<br />

Vem , vem amor, vamos recomeçar .<br />

Vem , vem amor , vem comigo este sonho sonhar .<br />

17/12/93 — Entre o Ter e o Querer __ Edic. 2000<br />

Amanhã vou<br />

PEDRO<br />

BARROSO<br />

Ghttp://bit.do/pbarroso<br />

Partir é sempre um pouco deixar<br />

algo de nós<br />

algo provisório e por acontecer.<br />

Latente no lugar que fica;<br />

renovado no lugar ao qual se vai voltar.<br />

Mas há sempre um vazio interior<br />

um doloroso desligar de afectos.<br />

A relva, o sol, o mar, os amigos<br />

os cheiros que sentimos<br />

o podermos olhar os próprios tectos.<br />

Aqui fica presente a casa ausente.<br />

E eu em busca de mim sempre;<br />

até um dia já ser dia de não ser.<br />

Infelizmente<br />

só tenho um exemplar de mim,<br />

Não posso estar em trinta espaços;<br />

e gostava tanto..<br />

O raio do criador falhou num ponto:<br />

podermos todos ser como o tal santo;<br />

viver em todo o lado, em toda a parte<br />

ter quatrocentas vidas cada dia<br />

beber paisagens belas com encanto<br />

e viajar no espaço com tal arte<br />

que o nosso tempo estivesse sempre<br />

no sítio e no tempo de onde parte.<br />

Ir é uma forma provisória desse dia.<br />

Ir é uma forma aveludada de morrer<br />

té mais logo! -convenço a despedida<br />

- Tenho de ir - espera-me outra vida<br />

Valha-nos isso: que ao chegar<br />

essa ausência triste e tão sentida<br />

se supere com a força renovada de viver.<br />

E o regresso<br />

seja uma nova e velha guerra de alcançar.<br />

E que, de novo, a vida nos forneça<br />

outro tecto, relva, afecto, outro lugar<br />

onde breve me reencontro com a memória<br />

e continuo a ser sempre eu<br />

na busca insegura e eterna de mim mesmo;<br />

na procura sempre inquieta de um lugar<br />

que em mim fundo habita<br />

e não me larga.<br />

Maldita busca, maldita inquietação<br />

de nunca conseguir ser<br />

sem saber estar.<br />

in Diários da Brevidade


www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | MARÇO <strong>2019</strong> | 37<br />

LITERATURA<br />

Doce Primavera<br />

EUCLIDES CAVACO<br />

Doce Primavera<br />

Que o tempo fizera<br />

Bela e colorida<br />

P’la sua beleza<br />

É na Natureza<br />

A mais preferida.<br />

Doce Primavera<br />

Tão breve quimera<br />

Como a mocidade<br />

Que após a partida<br />

Deixa bem sentida<br />

Na alma a saudade.<br />

Romântica Primavera<br />

Dos amantes sonhadores<br />

Que perfuma a atmosfera<br />

Ao dar vida e cor às flores.<br />

Primavera que a andorinha<br />

Ao ressurgir anuncia<br />

Com virtude de rainha<br />

É dela simbologia !...<br />

Primavera é melodia<br />

Da vida feita canção<br />

Nos versos duma poesia<br />

De suave inspiração.<br />

Primavera sempre doce<br />

Que a alegria prolifera<br />

Ai que bom se a vida fosse<br />

Uma eterna Primavera !...<br />

Escute mais aqui: EuclidesCavaco.com<br />

Coisas que me chateiam<br />

JOÃO LUÍS DIAS<br />

Chateia-me o custo abusivo do<br />

estacionamento pré-pago.<br />

Chateiam-me os arrumadores<br />

de carros, desesperados por<br />

uma moeda de cinquenta cêntimos.<br />

Chateia-me ver a fome estampada<br />

no rosto de jovens desacreditados<br />

do presente e no<br />

futuro.<br />

Chateiam-me as filas no Mc-<br />

Donald’s, para um hamburger<br />

e um copo com mais gelo que<br />

bebida.<br />

Chateia-me o Pai Natal com<br />

óculos sem lentes e barbas<br />

brancas de algodão.<br />

Chateiam-me as canções de<br />

Natal, monocórdicas e repetidas<br />

no mês de dezembro.<br />

Chateia-me caminhar por uma<br />

estrada sem luz.<br />

Chateiam-me as albufeiras a<br />

prender e a impedir as águas<br />

dos rios de descer e os peixes<br />

de subir.<br />

Chateia-me o frio e os dias consecutivos<br />

de chuva.<br />

Chateiam-me as picadas dos<br />

insectos e as axilas transpiradas<br />

no verão.<br />

Chateia-me o aprendiz de ditador,<br />

saudoso das medidas absolutistas<br />

e do mofo do manto<br />

púrpura.<br />

Chateiam-me os excessos da<br />

democracia, quando esta fabrica<br />

demagogos e desonestos.<br />

Chateia-me ouvir sempre “sim,<br />

tem razão, concordo, excelente”,<br />

quando se ficou aquém da<br />

perfeição.<br />

Chateiam-me as pessoas ingratas,<br />

as curiosas demais e as que<br />

procuram pequenas fendas nas<br />

paredes dos outros, quando as<br />

suas paredes caíram no último<br />

dia de vento fraco.<br />

Chateia-me o cheiro a chulé e<br />

os sapatos de má qualidade,<br />

comprado por uma bagatela.<br />

Chateiam-me as meias de lã<br />

duvidosa, vendidas ao kilo nas<br />

lojas com cheio a plástico, ou<br />

entre os gritos de vendedores<br />

ambulantes nas romarias.<br />

Chateia-me ouvir um acorde de<br />

guitarra desafinado.<br />

Chateiam-me os programas de<br />

televisão, que fabricam celebridades<br />

que cantam e dançam e<br />

os abandonam depois acocorados<br />

nos seus sonhos.<br />

Chateia-me o ranking das escolas,<br />

para aferir sucessos duvidosos,<br />

pondo em confronto<br />

titânico o ensino público e privado,<br />

como se afirmando “a minha<br />

gaita toca melhor do que a<br />

tua”.<br />

Chateiam-me os exames nacionais,<br />

que exigem às crianças<br />

esforço maior de estudo, roubando-lhes<br />

o tempo de brincar.<br />

Chateia-me ter de dizer num<br />

texto tanta coisa que me chateia.<br />

Chateiam-me as horas em não<br />

sei dizer nada, por nada me<br />

chatear.


38 | MARÇO <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

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(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)<br />

+<br />

Envelope<br />

(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)<br />

Envio por correio para o seu banco suíço<br />

ou Postfinance<br />

Pelas regras em vigor é obrigatória a identificação do ordenante, IBAN e morada<br />

do beneficiário realizando-se a transferência para débito em conta. Interdita<br />

a utilização de numerários (cash).<br />

A utilização do ST (Serviço Transferências) apesar de permitir custos reduzidos não<br />

dispensa a consulta do preçário em santandertotta.pt, com as condições de cada<br />

entidade bancária na Suíça e em Portugal.<br />

Escritório de Representação de Genebra<br />

Rue de Genève 134, C.P. 156 | 1226 Thônex - Genève | Tel. 022 348 47 64<br />

Escritório de Representação de Zurique<br />

Badenerstrasse 382, Postfach 687 | 8040 Zürich | Tel. 043 243 81 21<br />

Não esquecer:<br />

conta do Banco Santander Totta (30-175563-2)<br />

IBAN, nome e morada do beneficiário

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