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Fotos: Divulgação<br />
Daniel Brito: “Não vejo GoT como uma peça <strong>de</strong> dramaturgia inovadora, pelo contrário, acho uma peça clássica”<br />
; trata-se da <strong>maio</strong>r audiência da história da HBO norte-americana<br />
“a pergunta que seria<br />
impossíveL <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r<br />
é: o que aconteceria<br />
com Game of Thrones<br />
se fosse Lançada hoje?”<br />
Para o professor, é louvável que a série<br />
alcance tamanho sucesso num momento<br />
em que a lógica é que as produções <strong>de</strong>sse<br />
tipo sejam lançadas <strong>de</strong> uma vez só no streaming.<br />
“Game of Thrones <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser pensada<br />
como TV e passou a ser pensada como<br />
experiência. Eu acho que, talvez, o gran<strong>de</strong><br />
legado seja esse. Pensar o audiovisual como<br />
experiência para televisão”, analisa.<br />
De fato, GoT reuniu amigos ao redor da<br />
TV novamente. O Burlington Bar, por<br />
exemplo, localizado em Chicago, é um<br />
estabelecimento famoso no YouTube<br />
por reunir aficionados da série e filmar<br />
suas reações ao longo dos episódios.<br />
“A pergunta que seria impossível<br />
<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r é: o que aconteceria<br />
com Game of Thrones se fosse lançada<br />
hoje? Porque ela começou<br />
num momento em que a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> séries que existiam,<br />
ainda mais uma série fantástica<br />
como ela é, era pequena”,<br />
provoca Francesco Civita, sócio<br />
e CEO da Prodigo Films,<br />
produtora que, no momento,<br />
está finalizando Rompendo o<br />
Silêncio, em coprodução com<br />
a HBO, e <strong>de</strong>ve iniciar em breve<br />
a segunda temporada da série<br />
Coisa Mais Linda, da Netflix.<br />
Segundo Francesco, a tal<br />
experiência <strong>de</strong> Game of Thrones,<br />
talvez, não existisse nos<br />
dias <strong>de</strong> hoje. “O mercado está<br />
muito mais multifacetado,<br />
não só no tipo <strong>de</strong> conteúdo<br />
que é ofertado, mas na quantida<strong>de</strong>.<br />
Então, será que esse<br />
tipo <strong>de</strong> atração que o Game of<br />
Thrones teve lá atrás ocorreria<br />
da mesma maneira se ela começasse<br />
hoje?”, questiona.<br />
Para Eric <strong>de</strong> Carvalho, coor<strong>de</strong>nador do<br />
centro interdisciplinar <strong>de</strong> pesquisa da Cásper<br />
Líbero, professor da ESPM e i<strong>de</strong>alizador<br />
do e-book Comunicação e Cultura Geek, GoT<br />
talvez tenha sido o último fenômeno <strong>de</strong><br />
massa das séries. “Game of Thrones ainda<br />
se encaixa no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>. As pessoas,<br />
não só no Brasil, mas no mundo, se reuniam<br />
no domingo para assistir à série. Isso é<br />
algo que está mudando. Veja a Netflix, que<br />
possui séries que não estão ligadas a uma<br />
gra<strong>de</strong> horária. Elas não causam essa comoção<br />
<strong>de</strong> uma audiência conjunta”, analisa.<br />
“Agora será tudo mais nichado e pulverizado”,<br />
complementa.<br />
markeTing do Trono<br />
GoT precisou, quase que por obrigação,<br />
se relacionar com as marcas. “Apesar da<br />
garrafa <strong>de</strong> água mineral e do copo do<br />
Starbucks, Game of Thrones é uma série<br />
que não permite muito product placement<br />
e bran<strong>de</strong>d content. É uma ida<strong>de</strong><br />
média fantástica <strong>de</strong> um mundo que<br />
a gente não sabe muito bem on<strong>de</strong> é.<br />
Então, não faz sentido ter marca, coisa<br />
que ocorre em outras séries com uma<br />
naturalida<strong>de</strong> absurda. A Netflix<br />
mesmo encontrou no product<br />
placement uma fonte <strong>de</strong> financiamento<br />
muito gran<strong>de</strong>. Game<br />
of Thrones não tem essa possibilida<strong>de</strong>,<br />
mas ao mesmo tempo<br />
as marcas queriam se aproximar”,<br />
explica Pedro Curi, da<br />
ESPM Rio.<br />
O professor Eric <strong>de</strong> Carvalho<br />
<strong>de</strong>staca duas frentes: o licenciamento,<br />
algo oficial e pago, e<br />
o marketing <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
que pega carona na repercussão<br />
da série. Exemplos não faltam,<br />
principalmente para a última<br />
temporada. Entre os parceiros<br />
oficiais, a Johnnie Walker ganhou<br />
<strong>de</strong>staque lançando a edição<br />
limitada White Walker by<br />
Johnnie Walker, um whisky ins-<br />
Johnnie Walker aproveitou a última<br />
temporada para lançar um whisky<br />
personalizado baseado em GoT<br />
jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 61