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edição de 27 de maio de 2019

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mídia<br />

Fotos: Divulgação<br />

pirado nos White Walkers, personagens da<br />

série. Já o Magazine Luiza aproveitou o início<br />

da última temporada e colocou a mascote<br />

digital Lu sentada no Trono <strong>de</strong> Ferro<br />

numa imagem publicada no Instagram da<br />

marca.<br />

“Os personagens são tão legais que as<br />

marcas querem usar esse prestígio para<br />

se promover. Elas fazem isso na conversa<br />

do digital. [...] Não é algo inédito, basta<br />

lembrar do Quem matou O<strong>de</strong>te Roitman?<br />

O Brasil parou para discutir isso durante<br />

semanas”, comenta Daniel Brito fazendo<br />

menção a um dos enigmas mais famosos<br />

da dramaturgia brasileira que, à época, em<br />

1989, também foi explorado pelas marcas.<br />

O caldo <strong>de</strong> galinha Maggi, por exemplo, fez<br />

uma promoção e sorteou uma bolada entre<br />

os fãs que enviaram cartas acertando o<br />

nome do assassino.<br />

Curi complementa analisando que as<br />

marcas que mais se beneficiaram foram<br />

as que po<strong>de</strong>riam ser usadas na experiência<br />

GoT. “Algumas pessoas vão comprar o<br />

whisky <strong>de</strong> Game of Thrones porque isso ajuda<br />

você a criar o ambiente, criar a experiência”,<br />

explica.<br />

Stella Artois apostou em ‘Ned Stark’ para se promover<br />

“os personagens são<br />

tão Legais que<br />

as marcas querem<br />

usar esse prestígio<br />

para se promover”<br />

Outras marcas também fizeram parcerias<br />

com a HBO, caso <strong>de</strong> Oreo (biscoitos recheados)<br />

e Havaianas (chinelos), por exemplo.<br />

Durante o Super Bowl, a Droga5 se uniu à<br />

Wie<strong>de</strong>n+Kennedy e “sequestrou” o comercial<br />

<strong>de</strong> Bud Light. O objetivo: promover a<br />

série da HBO. O filme, uma superprodução,<br />

é um dos cotados a faturar Leão em Cannes<br />

este ano.<br />

No Brasil, a cerveja Stella Artois anunciou<br />

a websérie #StellarFriends que, para o<br />

primeiro episódio, trouxe o ator Sean Bean,<br />

intérprete <strong>de</strong> Ned Stark, um dos protagonistas<br />

da primeira temporada da série.<br />

audioVisual: anTes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> goT?<br />

Segundo Francesco, da Prodigo Films, há<br />

alguns ensinamentos da série para o setor.<br />

Um dos principais é o uso dos produtores-<br />

-executivos funcionando como uma espécie<br />

<strong>de</strong> “board” da série, um conselho. Além<br />

disso, o profissional cita a curva <strong>de</strong> aprendizados<br />

ao longo das oito temporadas como<br />

fato relevante.<br />

“Se você assistir os making of dos episódios,<br />

você escuta o produtor falando: ‘não<br />

fazíamos isso, a gente foi apren<strong>de</strong>ndo.’ Há<br />

uma curva <strong>de</strong> experiência também que dificilmente<br />

alguém vai chegar e fazer uma série<br />

do tamanho que foi essa última temporada.<br />

É um negócio que tem <strong>de</strong> ir ganhando<br />

tração e isso é normal. Vale para Breaking<br />

Bad, House of Cards e para a dramaturgia.<br />

Você vai ganhando corpo, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

já ter sucesso suficiente que justifica ter<br />

mais dinheiro para fazer uma coisa <strong>maio</strong>r,<br />

com nomes <strong>maio</strong>res, com atores <strong>maio</strong>res,<br />

porque o dinheiro não é só para efeitos especiais.<br />

Também é para casting, quantida-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> diárias para você fazer um episódio<br />

etc. A Batalha <strong>de</strong> Winterfell, por exemplo,<br />

teve 52 diárias. É <strong>maio</strong>r do que muitos longas-metragens<br />

em termos <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong><br />

tempo”, explica.<br />

Para Pedro Curi, a série po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar um<br />

ensinamento útil para as produções tupiniquins:<br />

“<strong>de</strong> encarar o audiovisual como experiência”.<br />

Questionado sobre o <strong>de</strong>sfecho<br />

controverso, o professor afirma que o fã é<br />

um consumidor que produz. “Ele escreve<br />

fanfic, faz fanfilm, fanart e nada mais produtivo<br />

do que um fã insatisfeito”, diz.<br />

Para Daniel, a série <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter um autor<br />

para ter milhões. “Todo mundo imagina<br />

um final diferente para Game of Thrones,<br />

todo mundo quer o próprio final”, comenta.<br />

“A <strong>maio</strong>r lição é essa: as marcas são feitas<br />

<strong>de</strong> histórias, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s histórias. As<br />

organizações só funcionam quando elas<br />

conseguem contar uma história que reúna<br />

pessoas numa mesma direção”, afirma o<br />

coor<strong>de</strong>nador da Miami Ad School Rio e senior<br />

creative da Re<strong>de</strong> Globo.<br />

De fato, Game of Thrones não acabou. E<br />

se o inverno chegou, resta saber o que a primavera<br />

reserva.<br />

Curi: “Nada mais produtivo do que um fã insatisfeito”<br />

62 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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