You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
mídia<br />
Fotos: Divulgação<br />
pirado nos White Walkers, personagens da<br />
série. Já o Magazine Luiza aproveitou o início<br />
da última temporada e colocou a mascote<br />
digital Lu sentada no Trono <strong>de</strong> Ferro<br />
numa imagem publicada no Instagram da<br />
marca.<br />
“Os personagens são tão legais que as<br />
marcas querem usar esse prestígio para<br />
se promover. Elas fazem isso na conversa<br />
do digital. [...] Não é algo inédito, basta<br />
lembrar do Quem matou O<strong>de</strong>te Roitman?<br />
O Brasil parou para discutir isso durante<br />
semanas”, comenta Daniel Brito fazendo<br />
menção a um dos enigmas mais famosos<br />
da dramaturgia brasileira que, à época, em<br />
1989, também foi explorado pelas marcas.<br />
O caldo <strong>de</strong> galinha Maggi, por exemplo, fez<br />
uma promoção e sorteou uma bolada entre<br />
os fãs que enviaram cartas acertando o<br />
nome do assassino.<br />
Curi complementa analisando que as<br />
marcas que mais se beneficiaram foram<br />
as que po<strong>de</strong>riam ser usadas na experiência<br />
GoT. “Algumas pessoas vão comprar o<br />
whisky <strong>de</strong> Game of Thrones porque isso ajuda<br />
você a criar o ambiente, criar a experiência”,<br />
explica.<br />
Stella Artois apostou em ‘Ned Stark’ para se promover<br />
“os personagens são<br />
tão Legais que<br />
as marcas querem<br />
usar esse prestígio<br />
para se promover”<br />
Outras marcas também fizeram parcerias<br />
com a HBO, caso <strong>de</strong> Oreo (biscoitos recheados)<br />
e Havaianas (chinelos), por exemplo.<br />
Durante o Super Bowl, a Droga5 se uniu à<br />
Wie<strong>de</strong>n+Kennedy e “sequestrou” o comercial<br />
<strong>de</strong> Bud Light. O objetivo: promover a<br />
série da HBO. O filme, uma superprodução,<br />
é um dos cotados a faturar Leão em Cannes<br />
este ano.<br />
No Brasil, a cerveja Stella Artois anunciou<br />
a websérie #StellarFriends que, para o<br />
primeiro episódio, trouxe o ator Sean Bean,<br />
intérprete <strong>de</strong> Ned Stark, um dos protagonistas<br />
da primeira temporada da série.<br />
audioVisual: anTes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> goT?<br />
Segundo Francesco, da Prodigo Films, há<br />
alguns ensinamentos da série para o setor.<br />
Um dos principais é o uso dos produtores-<br />
-executivos funcionando como uma espécie<br />
<strong>de</strong> “board” da série, um conselho. Além<br />
disso, o profissional cita a curva <strong>de</strong> aprendizados<br />
ao longo das oito temporadas como<br />
fato relevante.<br />
“Se você assistir os making of dos episódios,<br />
você escuta o produtor falando: ‘não<br />
fazíamos isso, a gente foi apren<strong>de</strong>ndo.’ Há<br />
uma curva <strong>de</strong> experiência também que dificilmente<br />
alguém vai chegar e fazer uma série<br />
do tamanho que foi essa última temporada.<br />
É um negócio que tem <strong>de</strong> ir ganhando<br />
tração e isso é normal. Vale para Breaking<br />
Bad, House of Cards e para a dramaturgia.<br />
Você vai ganhando corpo, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
já ter sucesso suficiente que justifica ter<br />
mais dinheiro para fazer uma coisa <strong>maio</strong>r,<br />
com nomes <strong>maio</strong>res, com atores <strong>maio</strong>res,<br />
porque o dinheiro não é só para efeitos especiais.<br />
Também é para casting, quantida-<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> diárias para você fazer um episódio<br />
etc. A Batalha <strong>de</strong> Winterfell, por exemplo,<br />
teve 52 diárias. É <strong>maio</strong>r do que muitos longas-metragens<br />
em termos <strong>de</strong> dinheiro e <strong>de</strong><br />
tempo”, explica.<br />
Para Pedro Curi, a série po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar um<br />
ensinamento útil para as produções tupiniquins:<br />
“<strong>de</strong> encarar o audiovisual como experiência”.<br />
Questionado sobre o <strong>de</strong>sfecho<br />
controverso, o professor afirma que o fã é<br />
um consumidor que produz. “Ele escreve<br />
fanfic, faz fanfilm, fanart e nada mais produtivo<br />
do que um fã insatisfeito”, diz.<br />
Para Daniel, a série <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter um autor<br />
para ter milhões. “Todo mundo imagina<br />
um final diferente para Game of Thrones,<br />
todo mundo quer o próprio final”, comenta.<br />
“A <strong>maio</strong>r lição é essa: as marcas são feitas<br />
<strong>de</strong> histórias, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s histórias. As<br />
organizações só funcionam quando elas<br />
conseguem contar uma história que reúna<br />
pessoas numa mesma direção”, afirma o<br />
coor<strong>de</strong>nador da Miami Ad School Rio e senior<br />
creative da Re<strong>de</strong> Globo.<br />
De fato, Game of Thrones não acabou. E<br />
se o inverno chegou, resta saber o que a primavera<br />
reserva.<br />
Curi: “Nada mais produtivo do que um fã insatisfeito”<br />
62 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark