NewsLab 135
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Introdução<br />
No decorrer da evolução humana<br />
têm ocorrido mudanças biológicas e<br />
também no estilo de vida da população.<br />
Na busca por melhores condições<br />
de vida e sobrevivência o perfil humano<br />
tem se modificado. Algumas mudanças<br />
ocorrem de forma rápida, outras mais<br />
lentamente, resultando em alterações<br />
marcantes no comportamento da<br />
população. Essas alterações ocorrem<br />
devido modificações demográficas, nutricionais<br />
e epidemiológicas, elevando,<br />
principalmente, a prevalência de doenças<br />
crônicas não transmissíveis (DCNT),<br />
as quais envolvem múltiplos fatores de<br />
risco, etiológicos e biológicos conhecidos<br />
e desconhecidos que evoluem para<br />
incapacidade e morte (1).<br />
De acordo com a literatura o perfil<br />
epidemiológico da população mundial<br />
vem se modificando continuamente,<br />
onde se observa que ocorreu uma diminuição<br />
na incidência de doenças infecto<br />
contagiosas, as quais são controladas<br />
com vacinas, medicamentos e medidas<br />
de saneamento básico, e por outro lado,<br />
houve um aumento considerável nas<br />
DCNT (2,3).<br />
As doenças cardiovasculares (DCV)<br />
alteram a função cardíaca e vascular.<br />
Citam-se como as mais importantes<br />
o infarto agudo do miocárdio (IAM), o<br />
acidente vascular cerebral, a isquemia<br />
transitória e a doença arterial obstrutiva<br />
periférica (4). As DCV, em especial a<br />
doença arterial coronariana, é a quinta<br />
causa de morte em todo o mundo, a expectativa<br />
é que em 2020 esta represente<br />
a primeira causa de morte (2). Segundo<br />
a Organização Mundial da Saúde (OMS)<br />
(2003) as DCV são responsáveis por<br />
30% das mortes no mundo, em países<br />
desenvolvidos e em desenvolvimento,<br />
tornando-se dessa forma necessário a<br />
tomada de medidas preventivas de baixo<br />
custo para a diminuição dos fatores de<br />
risco para DCV (5,6).<br />
Por meio de estudos populacionais<br />
observacionais como o de Framingham,<br />
foi possível determinar com mais segurança<br />
os fatores de risco para as DCV e a<br />
partir destes, adotar medidas epidemiológicas<br />
de carácter preventivo primário e<br />
secundário (4). De acordo com os estudos<br />
de Framingham, esses fatores incluem a<br />
hipertensão, o tabagismo, a hipercolesterolemia<br />
e a obesidade, sendo dessa<br />
forma importante o controle precoce dos<br />
mesmos (7). Outros fatores como etilismo,<br />
sedentarismo e dieta são propostos<br />
pela OMS como sendo também importantes<br />
para o aumento das DCV (8). Além<br />
desses fatores serem considerados risco<br />
isolado para o desenvolvimento das DCV,<br />
possuem efeito sinérgico quando ocorrem<br />
concomitantemente (9).<br />
Considerando os principais fatores relacionados<br />
ao desenvolvimento de DCV, a<br />
obesidade, o sedentarismo, o tabagismo,<br />
o diabetes, o colesterol, os triglicerídeos<br />
elevados e a hipertensão arterial são<br />
considerados fatores de risco modificáveis<br />
enquanto que os fatores relacionados<br />
à idade, sexo e genética não podem<br />
ser modificados (10).<br />
Os fatores de risco para o desenvolvimento<br />
de DCV também podem<br />
ser classificados em duas categorias:<br />
os condicionantes e os casuais. Os<br />
fatores condicionantes são determinados<br />
geneticamente e pelo estilo de<br />
vida. O fator genético está relacionado<br />
com alterações metabólicas como por<br />
exemplo a hipercolesterolemia familiar<br />
homozigótica. Os fatores casuais têm<br />
relação direta ao dano cardiovascular e<br />
compreendem a hipertensão arterial, a<br />
intolerância à glicose e diabetes. Outros<br />
fatores casuais como aumento da lipoproteína<br />
(a), do fibrinogênio e da homocisteína<br />
também estão relacionados.<br />
E por último temos os fatores predisponentes<br />
que facilitam o aparecimento<br />
dos fatores casuais como a obesidade, o<br />
sedentarismo e o estresse (3).<br />
A avaliação precoce dos fatores de risco<br />
é uma medida preventiva importante,<br />
pois as manifestações clínicas só se apresentarão<br />
quando o processo patológico<br />
estiver instalado, como por exemplo o<br />
acidente vascular cerebral e o IAM (11).<br />
Segundo a literatura, um estudo<br />
publicado pela OMS relata sobre a relação<br />
da alimentação, atividade física<br />
e das DCNT e as consequências destas<br />
ao organismo. Quanto à alimentação,<br />
alimentos quando consumidos em<br />
excesso aumentam o risco de desenvolvimento<br />
de DCV (12). Além disso,<br />
o sobrepeso, a obesidade e outras<br />
condições patológicas são comuns em<br />
pacientes diabéticos tipo 2 (DM2), estes<br />
acumulam lipídeos nos adipócitos<br />
gerando estresse celular e iniciando<br />
reações inflamatórias pelo sistema imunológico<br />
que predispõem às DCV (13).<br />
Segundo pesquisas, a obesidade é<br />
causa indireta para o desenvolvimento<br />
de DCV, pois eleva a pressão sanguínea,<br />
os níveis de colesterol e está associada<br />
à outras DCNT como diabetes mellitus<br />
tipo 2, neoplasias e acidente vascu-<br />
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