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Identificação, coleta<br />
segura e transporte da<br />
amostra clínica<br />
Cada amostra coletada deverá ser devidamente<br />
identificada. O objetivo da correta<br />
e legível identificação das amostras<br />
clínicas é evitar a ocorrência de incidentes<br />
na assistência ao paciente. Cada amostra<br />
deverá ser identificada de forma segura,<br />
no corpo do recipiente, jamais na tampa,<br />
contendo nome completo do paciente,<br />
leito, registro interno, data e hora da coleta<br />
e nome de quem a realizou. Todos os<br />
dados possíveis devem ser anotados, oferecendo<br />
maior confiabilidade ao serviço<br />
prestado (12).<br />
O profissional responsável pela coleta<br />
deve ser devidamente treinado para o<br />
ofício, tendo como base todas as diretrizes<br />
de cuidados individuais e com o paciente.<br />
Como cuidados individuais entende-se o<br />
uso de Equipamentos Individuais de Proteção<br />
(EPI’s), que são barreiras de proteção<br />
exigidas para cada procedimento a ser realizado.<br />
Deve-se considerar toda amostra<br />
clínica como potencialmente infectante,<br />
de forma que todos os processos de manuseio<br />
da mesma devem ser precedidos<br />
de medidas de segurança individuais e<br />
coletivas. Além disso, o ambiente onde<br />
se realiza a coleta deve permanecer adequado,<br />
evitando-se a contaminação dos<br />
colegas de trabalho que virão subsequentemente<br />
(12).<br />
O transporte dos espécimes clínicos<br />
deverá ser realizado imediatamente ao<br />
laboratório, obedecendo-se o tempo de<br />
estabilidade da amostra. A atenção com a<br />
viabilidade do micro-organismo é determinante<br />
para a realização da cultura microbiológica.<br />
Pode-se considerar como fatores<br />
determinantes o tempo de transporte e o<br />
acondicionamento da amostra (12).<br />
As infecções relacionadas<br />
à assistência à saúde e a<br />
importância da fase préanalítica<br />
da hemocultura<br />
As Infecções Relacionadas à Assistência<br />
à Saúde (IRAS) são uma realidade preocupante<br />
na assistência à saúde. Podemos<br />
defini-las como todo e qualquer acometimento<br />
infeccioso a que seja submetido o<br />
paciente, tanto em assistência hospitalar,<br />
ambulatorial ou domiciliar, desde que este<br />
esteja associado, de alguma forma, a algum<br />
procedimento assistencial terapêutico ou<br />
diagnóstico (13,14).<br />
São consideradas infecções hospitalares<br />
aquelas em que o paciente é acometido<br />
dentro da unidade de assistência ou ainda<br />
aquelas que se desenvolvem posteriormente<br />
à alta, porém em decorrência da<br />
permanência do paciente na instituição de<br />
saúde (14,15).<br />
O aparecimento das infecções hospitalares<br />
é favorecido por muitos mecanismos,<br />
um deles, e talvez o mais simples, porém<br />
determinante, é o contato dos profissionais<br />
da assistência à saúde com o paciente.<br />
O potencial de contaminação partindo<br />
dos profissionais e a vulnerabilidade do<br />
paciente são aspectos determinantes para<br />
o desencadeamento do processo infeccioso.<br />
A falta de adoção do hábito de lavar as<br />
mãos por parte dos assistentes em saúde<br />
tem sido motivo de grande preocupação<br />
no tange o cuidado com o paciente (16).<br />
A estimativa de IRAS no Brasil é motivo<br />
de grande preocupação, sendo considerada<br />
a quarta causa de mortalidade em Unidades<br />
de Terapia Intensiva nos serviços de<br />
assistência à saúde (13,17) e podem estar<br />
associadas a doenças graves, intervenções e<br />
a complicações graves (15). São consideradas<br />
IRAS associadas ao ambiente hospitalar,<br />
aquelas cuja manifestação dos sintomas<br />
se deu em até 72 horas após a admissão<br />
do paciente na instituição de saúde e cujo<br />
rastreamento dos sintomas anteriores a esse<br />
período de admissão não seja possível (14).<br />
Hemoculturas inesperadamente positivas<br />
ou com apenas uma amostra positivada<br />
de duas ou mais coletadas, sendo<br />
a positividade ocasionada por micro-organismos<br />
pertencentes à microbiota da<br />
pele, são consideradas potencialmente<br />
contaminantes. A antissepsia correta da<br />
pele antes da coleta das amostras de hemocultura<br />
é de fundamental importância,<br />
pois é uma das formas mais determinantes<br />
para se evitar a contaminação da<br />
amostra clínica em questão, evitando-se,<br />
consequentemente, erros de interpretação<br />
do laudo final (3).<br />
Higienização das mãos<br />
Os profissionais de saúde devem entender<br />
a higienização das mãos como procedimento<br />
ético, uma vez que essa medida<br />
preventiva pode interferir diretamente na<br />
qualidade do processo de cuidado conferido<br />
ao paciente, sendo medida determinante<br />
para a segurança da sua integridade.<br />
Tendo por princípio essa necessidade,<br />
os protocolos de higienização devem ser<br />
seguidos cuidadosa e frequentemente por<br />
esses profissionais (11).<br />
A higienização das mãos, além de medida<br />
reconhecidamente prioritária pelo<br />
Ministério da Saúde (MS) por reduzir com<br />
eficiência o risco de IRAS, contribui ainda<br />
com questões de interesse econômico<br />
para a instituição de assistência à saúde<br />
(16). A prevenção de infecções hospitalares<br />
reduz os gastos da instituição, o que<br />
permite o investimento de recursos em<br />
áreas adequadas (15).<br />
O grande problema encontrado no<br />
processo de higienização das mãos não é<br />
a eficácia ou não dos antissépticos e sim<br />
o comprometimento dos profissionais<br />
de saúde. As mãos desses profissionais<br />
podem veicular micro-organismos patogênicos<br />
aos pacientes, uma vez que elas<br />
poderão estar contaminadas (11).<br />
Especialmente no que tange à coleta de<br />
amostra clínica para realização de hemoculturas,<br />
as medidas adequadas de antissepsia<br />
são fundamentais para a diminuição dos<br />
casos de culturas falso positivas, isto é, contaminadas.<br />
Se adotadas adequadamente,<br />
as medidas de antissepsia contribuirão com<br />
a redução de custos de uma forma geral,<br />
incluindo testes de identificação e suscetibilidade,<br />
além de medicamentos e tempo<br />
de internação desnecessários, dado cada<br />
caso (5).<br />
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