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NewsLab 136

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Identificação, coleta<br />

segura e transporte da<br />

amostra clínica<br />

Cada amostra coletada deverá ser devidamente<br />

identificada. O objetivo da correta<br />

e legível identificação das amostras<br />

clínicas é evitar a ocorrência de incidentes<br />

na assistência ao paciente. Cada amostra<br />

deverá ser identificada de forma segura,<br />

no corpo do recipiente, jamais na tampa,<br />

contendo nome completo do paciente,<br />

leito, registro interno, data e hora da coleta<br />

e nome de quem a realizou. Todos os<br />

dados possíveis devem ser anotados, oferecendo<br />

maior confiabilidade ao serviço<br />

prestado (12).<br />

O profissional responsável pela coleta<br />

deve ser devidamente treinado para o<br />

ofício, tendo como base todas as diretrizes<br />

de cuidados individuais e com o paciente.<br />

Como cuidados individuais entende-se o<br />

uso de Equipamentos Individuais de Proteção<br />

(EPI’s), que são barreiras de proteção<br />

exigidas para cada procedimento a ser realizado.<br />

Deve-se considerar toda amostra<br />

clínica como potencialmente infectante,<br />

de forma que todos os processos de manuseio<br />

da mesma devem ser precedidos<br />

de medidas de segurança individuais e<br />

coletivas. Além disso, o ambiente onde<br />

se realiza a coleta deve permanecer adequado,<br />

evitando-se a contaminação dos<br />

colegas de trabalho que virão subsequentemente<br />

(12).<br />

O transporte dos espécimes clínicos<br />

deverá ser realizado imediatamente ao<br />

laboratório, obedecendo-se o tempo de<br />

estabilidade da amostra. A atenção com a<br />

viabilidade do micro-organismo é determinante<br />

para a realização da cultura microbiológica.<br />

Pode-se considerar como fatores<br />

determinantes o tempo de transporte e o<br />

acondicionamento da amostra (12).<br />

As infecções relacionadas<br />

à assistência à saúde e a<br />

importância da fase préanalítica<br />

da hemocultura<br />

As Infecções Relacionadas à Assistência<br />

à Saúde (IRAS) são uma realidade preocupante<br />

na assistência à saúde. Podemos<br />

defini-las como todo e qualquer acometimento<br />

infeccioso a que seja submetido o<br />

paciente, tanto em assistência hospitalar,<br />

ambulatorial ou domiciliar, desde que este<br />

esteja associado, de alguma forma, a algum<br />

procedimento assistencial terapêutico ou<br />

diagnóstico (13,14).<br />

São consideradas infecções hospitalares<br />

aquelas em que o paciente é acometido<br />

dentro da unidade de assistência ou ainda<br />

aquelas que se desenvolvem posteriormente<br />

à alta, porém em decorrência da<br />

permanência do paciente na instituição de<br />

saúde (14,15).<br />

O aparecimento das infecções hospitalares<br />

é favorecido por muitos mecanismos,<br />

um deles, e talvez o mais simples, porém<br />

determinante, é o contato dos profissionais<br />

da assistência à saúde com o paciente.<br />

O potencial de contaminação partindo<br />

dos profissionais e a vulnerabilidade do<br />

paciente são aspectos determinantes para<br />

o desencadeamento do processo infeccioso.<br />

A falta de adoção do hábito de lavar as<br />

mãos por parte dos assistentes em saúde<br />

tem sido motivo de grande preocupação<br />

no tange o cuidado com o paciente (16).<br />

A estimativa de IRAS no Brasil é motivo<br />

de grande preocupação, sendo considerada<br />

a quarta causa de mortalidade em Unidades<br />

de Terapia Intensiva nos serviços de<br />

assistência à saúde (13,17) e podem estar<br />

associadas a doenças graves, intervenções e<br />

a complicações graves (15). São consideradas<br />

IRAS associadas ao ambiente hospitalar,<br />

aquelas cuja manifestação dos sintomas<br />

se deu em até 72 horas após a admissão<br />

do paciente na instituição de saúde e cujo<br />

rastreamento dos sintomas anteriores a esse<br />

período de admissão não seja possível (14).<br />

Hemoculturas inesperadamente positivas<br />

ou com apenas uma amostra positivada<br />

de duas ou mais coletadas, sendo<br />

a positividade ocasionada por micro-organismos<br />

pertencentes à microbiota da<br />

pele, são consideradas potencialmente<br />

contaminantes. A antissepsia correta da<br />

pele antes da coleta das amostras de hemocultura<br />

é de fundamental importância,<br />

pois é uma das formas mais determinantes<br />

para se evitar a contaminação da<br />

amostra clínica em questão, evitando-se,<br />

consequentemente, erros de interpretação<br />

do laudo final (3).<br />

Higienização das mãos<br />

Os profissionais de saúde devem entender<br />

a higienização das mãos como procedimento<br />

ético, uma vez que essa medida<br />

preventiva pode interferir diretamente na<br />

qualidade do processo de cuidado conferido<br />

ao paciente, sendo medida determinante<br />

para a segurança da sua integridade.<br />

Tendo por princípio essa necessidade,<br />

os protocolos de higienização devem ser<br />

seguidos cuidadosa e frequentemente por<br />

esses profissionais (11).<br />

A higienização das mãos, além de medida<br />

reconhecidamente prioritária pelo<br />

Ministério da Saúde (MS) por reduzir com<br />

eficiência o risco de IRAS, contribui ainda<br />

com questões de interesse econômico<br />

para a instituição de assistência à saúde<br />

(16). A prevenção de infecções hospitalares<br />

reduz os gastos da instituição, o que<br />

permite o investimento de recursos em<br />

áreas adequadas (15).<br />

O grande problema encontrado no<br />

processo de higienização das mãos não é<br />

a eficácia ou não dos antissépticos e sim<br />

o comprometimento dos profissionais<br />

de saúde. As mãos desses profissionais<br />

podem veicular micro-organismos patogênicos<br />

aos pacientes, uma vez que elas<br />

poderão estar contaminadas (11).<br />

Especialmente no que tange à coleta de<br />

amostra clínica para realização de hemoculturas,<br />

as medidas adequadas de antissepsia<br />

são fundamentais para a diminuição dos<br />

casos de culturas falso positivas, isto é, contaminadas.<br />

Se adotadas adequadamente,<br />

as medidas de antissepsia contribuirão com<br />

a redução de custos de uma forma geral,<br />

incluindo testes de identificação e suscetibilidade,<br />

além de medicamentos e tempo<br />

de internação desnecessários, dado cada<br />

caso (5).<br />

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