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NewsLab 136

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informe científico<br />

Quebra-cabeça de<br />

onco-hematologia<br />

A importância da correlação entre clínica,<br />

morfologia, imunofenótipo e genética.<br />

Dr. André Marinato<br />

Hematologista | CRM-SP 103154<br />

A evolução no tratamento das doenças<br />

hematológicas malignas tem sido<br />

um propulsor para o desenvolvimento<br />

de novas técnicas e exames para o<br />

refinamento diagnóstico, definindo<br />

grupos específicos de pacientes que<br />

se beneficiam de novas estratégias de<br />

tratamento e especialmente de terapias<br />

com alvo bem definido. Nesta mesma<br />

linha, a classificação da Organização<br />

Mundial da Saúde para estas doenças<br />

vem evoluindo no sentido de diferenciar<br />

subgrupos de acordo com características<br />

fenotípicas e genéticas que<br />

tenham implicação prática no prognóstico<br />

e tratamento dos pacientes. Sendo<br />

assim, o laboratório deve estar atento à<br />

necessidade de evoluir tecnicamente,<br />

sem, no entanto, abandonar os conceitos<br />

que nos fizeram chegar onde estamos,<br />

mantendo a essência do diagnóstico<br />

que gera informações de relevância<br />

para a tomada de decisão clínica.<br />

As leucemias mielóides agudas tem<br />

sido um importante exemplo disto.<br />

Este grupo de doenças, até recentemente<br />

subclassificadas apenas por<br />

número de blastos e linhagens celulares<br />

envolvidas, atualmente demandam<br />

uma caracterização genética minuciosa<br />

a fim de se definir entre tratamento<br />

com apenas quimioterapia, para as de<br />

melhor prognóstico, ou quimioterapia<br />

seguida de transplante de medula óssea<br />

em primeira linha, para os vários<br />

grupos de mau prognóstico. Tamanha<br />

responsabilidade do clínico, ao instituir<br />

terapias com alto potencial de morbidade<br />

e mortalidade, deve ser compartilhada<br />

conosco, que à frente das amostras<br />

de sague ou medula óssea de seus<br />

pacientes, podemos fazer a diferença<br />

no sucesso deste tratamento.<br />

Temos então que chegar aos pontos<br />

de análise de alta relevância para cada<br />

caso, sem, no entanto, desperdiçar<br />

recursos. Se não podemos, e considero<br />

que não devemos lançar mão de<br />

amplos painéis cegos de imunofenotipagem<br />

e investigação genética, temos<br />

que montar este quebra-cabeça com<br />

as melhores peças que temos. Uma<br />

boa investigação clínica certamente<br />

define que materiais devem ser encaminhados<br />

para análise, os quais bem<br />

analisados morfologicamente darão<br />

subsídios à definição de um painel de<br />

imunofenotipagem com grande chance<br />

de conclusão diagnóstica. Neste ponto<br />

teremos segurança de indicar a melhor<br />

investigação genética, exames específicos<br />

para as alterações mais relevantes<br />

para cada caso, a fim de confirmar<br />

um diagnóstico, definir prognóstico ou<br />

alvos terapêuticos. Assim, ao observarmos<br />

que um paciente apresenta blastos<br />

no sangue, infiltração gengival, medula<br />

óssea com mieloblastos, monoblastos,<br />

eosinófilos com granulação anômala,<br />

podemos ser precisos ao indicar um<br />

painel de imunofenotipagem para uma<br />

leucemia mielomonocítica e solicitar<br />

ao citogeneticista especial atenção a<br />

uma possível inversão no cromossomo<br />

16, realizando um FISH ou PCR se<br />

necessário para confirmação desta<br />

alteração, e a pesquisa de mutação no<br />

c-KIT para refinar o prognóstico. Definimos<br />

um novo horizonte para o tratamento<br />

desta pessoa, que com uma<br />

leucemia mieloide aguda com inv(16)<br />

(p13.1q22);CBFB-MYH11 e ausência de<br />

mutação no c-KIT poderá ter uma estratégia<br />

de tratamento menos agressiva<br />

e com ótima perspectiva de sucesso.<br />

Sem desperdício de recursos, com visão<br />

clínica e precisão técnica.<br />

inSitus genética<br />

Rua das Rosas, 762<br />

CEP: 04048-001 – São Paulo/SP<br />

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052<br />

Revista <strong>NewsLab</strong> | Jun/Jul 16

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