RCIA - ED. 154 - MAIO 2018
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O ideal é<br />
a pessoa se<br />
organizar para<br />
engravidar ali<br />
entre seus 25,<br />
30, 34 anos<br />
“<br />
“<br />
JAQUELINE LUBIANCA<br />
Professora da UFRGS<br />
A professora de ginecologia da<br />
UFRGS Jaqueline Lubianca, coordenadora<br />
do ambulatório de planejamento<br />
familiar do Hospital de Clínicas de<br />
Porto Alegre, desmonta esse engano.<br />
As técnicas utilizadas, ressalta ela,<br />
são para mulheres com problemas<br />
de fertilidade, não para aquelas que<br />
têm menos chance de engravidar por<br />
causa da idade:<br />
— É importante saber que as técnicas<br />
de reprodução assistida não<br />
servem para melhorar a fecundidade<br />
de uma paciente que não tenha<br />
infertilidade. As pessoas estão pensando<br />
assim: “Quando eu chegar aos<br />
40 anos, faço uma fertilização in vitro<br />
e vou engravidar”. Não, não é assim.<br />
Porque os óvulos acompanham a idade<br />
e todos os resultados da fertilização<br />
também diminuem, a eficácia é<br />
menor em mulheres mais velhas. E se<br />
essa mulher ainda tiver um problema<br />
de fertilidade, aí soma as duas coisas,<br />
ficando ainda mais difícil.<br />
Um caso clássico para uma clínica<br />
de reprodução assistida, exemplifica<br />
Jaqueline, seria uma paciente de 25<br />
anos que não consegue engravidar<br />
por causa de uma endometriose severa<br />
ou de dano tubário decorrente de<br />
doença inflamatória. Numa situação<br />
assim, coletam-se os óvulos dela, jovens<br />
e saudáveis, faz-se a fertilização<br />
in vitro e depois transfere-se o embrião<br />
para dentro do útero. Caso os<br />
óvulos sejam mais velhos, no entanto,<br />
as chances de sucesso reduzem-se.<br />
— O ideal é a mulher se organizar<br />
para engravidar ali entre seus 25,<br />
30, 34 anos. Não deixar para tentar<br />
o primeiro filho depois dos 35 anos,<br />
porque aí já caiu a fecundidade, que<br />
é a taxa de gestação a cada mês. Isso<br />
é também um papel do ginecologista,<br />
pois a cada consulta, observando a<br />
idade da paciente, a situação emocional,<br />
o fato de estar com parceiro, com<br />
uma vida afetiva organizada, pode<br />
alertá-la, porque frequentemente não<br />
foi chamada a atenção dela, pois ela<br />
estava tocando a vida e aí passa o<br />
tempo da maternidade. Tem de cuidar<br />
para não perder esse timing. Chegar<br />
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