RCIA - ED. 154 - MAIO 2018
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O que ocorre é que muitas vezes,<br />
a instalação de apiários sem o conhecimento<br />
e a autorização do proprietário<br />
do imóvel, além da falta de<br />
mapeamento com a localização dos<br />
apiários, dificultam o planejamento<br />
da atividade coordenada entre as culturas<br />
agrícolas e a apicultura. Portanto,<br />
a proibição da aplicação aérea de<br />
defensivos é uma iniciativa açodada<br />
que não irá resolver o problema e<br />
ainda trará grandes prejuízos a todo<br />
setor agrícola.<br />
A CANA É UMA DAS<br />
CULTURAS QUE MAIS<br />
UTILIZAM PRODUTOS<br />
BIOLÓGICOS<br />
Segundo o engenheiro agrônomo<br />
da Canasol, Gregório Serafini, a<br />
Cotesia depositando ovos na broca da cana. As larvas<br />
se alimentam da broca<br />
cana-de-açúcar é uma das culturas<br />
que mais empregam o controle biológico<br />
de pragas. A broca da cana<br />
é controlada através da dispersão<br />
de uma vespinha chamada Cotesia,<br />
enquanto a cigarrinha pode ser controlada<br />
através da aplicação aérea<br />
de um fungo, o Metarhizium, ambos<br />
inofensivos aos seres humanos, à<br />
fauna e à flora silvestres. “Muitas vezes,<br />
as pessoas leigas, ao verem um<br />
Cigarrinha da cana morta,<br />
infectada pelo fungo Metarhizium<br />
avião pulverizando uma lavoura de<br />
cana, supõem que ele esteja aplicando<br />
agrotóxico, quando na realidade<br />
trata-se de um inseticida biológico”,<br />
afirma Gregório. “A cada ano, surgem<br />
mais métodos biológicos, como o uso<br />
do fungo Beauveria para o controle<br />
de um besouro, bem como o uso de<br />
probióticos para o controle de nematoides,<br />
que são vermes que atacam<br />
as plantas”, completa o agrônomo.<br />
SÓ FALTAVA ESSA<br />
Superprodução de cana na Índia<br />
derruba o mercado do açúcar<br />
A Índia deve atingir 31 milhões<br />
de toneladas de açúcar nesta safra,<br />
gerando excedente de 6,5 milhões de<br />
ton. Isso pode levar à exportação de<br />
1,5 a 3,0 milhões de toneladas, pressionando<br />
os preços do açúcar no mercado<br />
internacional que romperam a<br />
barreira abaixo dos US¢12 (centavos<br />
por libra-peso).<br />
Por ser uma cultura de grande<br />
importância social para a Índia, são<br />
cerca de 50 milhões de produtores<br />
de cana cultivando em pequenas propriedades<br />
em regime de economia familiar,<br />
o preço da cana é estabelecido<br />
pelo governo. Muitas vezes, o preço<br />
torna-se muito vantajoso em relação<br />
as demais culturas, o que pode levar<br />
à superprodução. É o que está acontecendo<br />
neste momento.<br />
A consequência disso é que as<br />
usinas no Brasil estão “virando” sua<br />
produção para o etanol, no momento<br />
muito mais vantajoso que o açúcar.<br />
Esse excesso de oferta do etanol já<br />
produziu uma redução de quase 20%<br />
no preço recebido pelas usinas, contudo<br />
essa redução ainda não chegou<br />
aos consumidores.<br />
Mulher amarrando feixe de cana<br />
Produtor entregando cana na usina<br />
Caminhão de<br />
cana sendo<br />
descarregado<br />
DISCUSSÃO EM BRASÍLIA<br />
Projeto para barrar<br />
a intermediação<br />
João Henrique Holanda Caldas,<br />
o JHC, do PSB, apresentou em 23<br />
de abril, o Projeto de Decreto Legislativo,<br />
que susta o critério de<br />
comercialização de etanol combustível<br />
por distribuidora, ou seja,<br />
venda direta de etanol pela usina<br />
para os postos de combustíveis.<br />
Atualmente, a usina passa o<br />
etanol para a distribuidora, daí vai<br />
para os postos de combustíveis.<br />
O parlamentar do nordeste quer<br />
acabar com o intermediário e com<br />
isso, a venda direta proporcionaria<br />
preços menores porque retiraria a<br />
intermediação da cadeia de suprimentos.<br />
A lei que protege o contrato<br />
em vigor no Brasil tem quase<br />
60 anos.<br />
Deputado Federal<br />
JHC do Nordeste<br />
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