REVISTA SETCEPAR VII
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também fecharam acordos com o<br />
MPF e reduziram as tarifas de pedágio<br />
em 19,02% e 25,77% respectivamente.<br />
Já a Econorte teve várias<br />
decisões que determinaram a redução<br />
de 26,75% nas tarifas, mas as<br />
liminares foram cassadas. A Ecovia<br />
e a Ecocataratas estão em investigação<br />
e processos judiciais em andamento.<br />
Tarifas dos Pedágios no<br />
Transporte de Cargas<br />
De acordo com a Lei 10.209, o embarcador<br />
de carga lotação é responsável<br />
pelo pagamento antecipado<br />
e liberação do referente recibo ao<br />
transportador antes de uma viagem<br />
ser iniciada.<br />
Com essa lei em vigência, o custo<br />
de pedágio do frete é transferido ao<br />
embarcador, deixando a transportadora<br />
e o motorista livres da taxa. Por<br />
outro lado, esta prática não é uma<br />
constante no mercado e, mesmo<br />
com as penalizações, alguns embarcadores<br />
ainda preferem não pagar<br />
o custo do vale-pedágio obrigatório.<br />
Os motoristas profissionais, principalmente<br />
autônomos, que muitas<br />
vezes arcam com os custos do pedágio,<br />
reclamam da cobrança que<br />
as concessionárias fazem do eixo erguido.<br />
Não importa se o caminhão<br />
está vazio ou carregado, ele é cobrado<br />
da mesma forma e parte do lucro<br />
com o transporte fica na estrada.<br />
Gerson Medeiros, diretor do <strong>SETCEPAR</strong>,<br />
conta que o Sindicato sempre foi<br />
contra a maneira como foi realizada<br />
a instalação dos pedágios no<br />
Paraná. "Os altos valores e a falta<br />
da obrigatoriedade das empresas<br />
realizarem as obras acordadas já<br />
nos primeiros anos das concessões<br />
sempre nos incomodou. Acredito<br />
que a redução da tarifa é uma<br />
pequena parte do que precisa ser<br />
feito, mas acho muito difícil que as<br />
obras sejam feitas antes das novas<br />
concessões"diz.<br />
Medeiros se mostra otimista em<br />
relação ao novo processo licitatório<br />
para os pedágios do Paraná. "O governo<br />
federal irá ajudar nisso, e eles<br />
Infraestrutura<br />
Gilberto Cantu, gestor da Transportadora<br />
Diamante<br />
têm mais expertise que o Estado<br />
nessas licitações. Acho que o valor<br />
será mais justo e que as duplicações<br />
finalmente serão iniciadas", afirma.<br />
Gilberto Cantú, gestor da Transportadora<br />
Diamante e ex-presidente<br />
do <strong>SETCEPAR</strong>, afirma que a queda<br />
do valor do pedágio não interfere<br />
no funcionamento da transportadora.<br />
Para ele, o término das obras<br />
de pedágio deve ser o principal foco<br />
da justiça. "As concessionárias precisam<br />
finalizar o que foi contratado.<br />
Isso impacta não só para as transportadoras<br />
como para os usuários<br />
da rodovia. É um absurdo o número<br />
de rodovias simples que o Paraná<br />
possui".<br />
Audiência Pública<br />
No mês de maio, uma audiência<br />
pública sobre o acordo de leniência<br />
firmado com a Rodonorte<br />
foi realizada na Assembleia Legislativa<br />
do Paraná, por proposição<br />
do primeiro secretário, deputado<br />
Luiz Cláudio Romanelli e<br />
do deputado Tião Medeiros, presidente<br />
da Comissão de Obras<br />
Públicas, Transportes e Comunicação.<br />
Os deputados afirmam que o<br />
acordo foi mais benéfico para<br />
as empresas de pedágio, do que<br />
para os usuários das estradas e<br />
também temem que as obras<br />
não saiam do papel.<br />
Três críticas / dúvidas foram repetidas<br />
ao longo do encontro:<br />
• o fato do Estado do Paraná<br />
não ter sido chamado para participar<br />
da elaboração do acordo<br />
de leniência;<br />
• não haveria certeza se o valor<br />
que a concessionária de pedágio<br />
se compromete a pagar no<br />
acordo de leniência (R$ 750 milhões)<br />
está adequado;<br />
• não teria ficado assegurada no<br />
acordo de leniência a realização de<br />
todas as obras retiradas ao longo<br />
do contrato de concessão – uma<br />
das principais reclamações é com<br />
a BR-376, a Rodovia do Café, ainda<br />
não integralmente duplicada.<br />
A lista das obras que serão realizadas<br />
ainda será definida pela<br />
Rodonorte e o Governo do Paraná,<br />
por meio do Departamento<br />
de Estradas e Rodagem (DER).<br />
Na avaliação do deputado Romanelli<br />
(PSB), o acordo de leniência<br />
estabelece “uma quantia<br />
ínfima” para obras, o que inviabilizaria<br />
até mesmo as “obras<br />
obrigatórias”, que estavam previstas<br />
no contrato original. “O<br />
acordo de leniência é importante,<br />
é histórico, mas acho que ele<br />
deve ser revisado, aditivado. R$<br />
750 milhões para as obras que<br />
ainda precisam serem feitas é<br />
um valor irrisório. Era uma oportunidade<br />
de ouro”, defendeu o<br />
deputado no dia da audiência.<br />
Setcepar Business<br />
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