REVISTA SETCEPAR VII
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euniões feitas em Belém (PA),<br />
Recife (PE), São Paulo (SP), Porto<br />
Alegre (RS) e Brasília (DF).<br />
248 sugestões foram recebidas,<br />
tanto nos encontros quanto no<br />
site da ANTT. Agora, elas serão<br />
analisadas e a primeira revisão<br />
deve ser apresentada no mês<br />
de julho.<br />
"O projeto busca um grau de<br />
profissionalização maior para o<br />
segmento do transporte, que remunere<br />
adequadamente, mas<br />
também preze pela qualidade<br />
dos veículos", explica José Vicente<br />
Caixeta Filho, coordenador<br />
geral da USP. A nova PNPM-TRC<br />
será apresentada em julho e a<br />
consultoria deve durar dois anos.<br />
CNT - O presidente da Confederação<br />
dos Transportes (CNT),<br />
Vander Francisco Costa, já afirmou<br />
em entrevistas que acredita<br />
ser impossível fazer uma<br />
tabela de frete que agrade ao<br />
Brasil inteiro. “Se você pegar o<br />
óleo diesel, vai ver que a diferença<br />
do preço é muito grande<br />
de uma região para outra, até<br />
mesmo de um mesmo estado<br />
e isso impacta no valor final do<br />
frete. O consumo do óleo diesel<br />
muda de acordo com a marca<br />
do veículo e com o terreno por<br />
onde ele irá circular. Se estou<br />
subindo uma serra, vou gastar<br />
mais do que se estiver no plano.<br />
Em São Paulo, gasta-se menos<br />
com óleo e mais com pedágio.<br />
Ou seja, são muitas variáveis".<br />
Para Costa, a solução para a situação<br />
dos autônomos, é a necessidade<br />
da segurança jurídica.<br />
Hoje a lei que regulamenta o<br />
tabelamento é impositiva, mas<br />
não se sabe se ela é constitucional<br />
ou não. O Supremo Tribunal<br />
Federal (STF) tem ações que ainda<br />
estão aguardando o voto do<br />
Ministro Luiz Fux. Se o ministro<br />
entender que é constitucional,<br />
quem contratou um carreteiro<br />
abaixo da tabela passa a ter um<br />
Capa<br />
passivo muito grande.<br />
Outro ponto importante levantado<br />
pelo presidente envolve a<br />
Petrobras. A CNT defende que<br />
a Petrobras trabalhe com mais<br />
previsibilidade. Para isso, ele sugere<br />
que a estatal determine o<br />
aumento de preço a casa três<br />
ou quatro meses e fazer hedge<br />
do preço. "Essa ferramenta<br />
é usada no mercado internacional.<br />
Se quisesse, o governo também<br />
poderia fazer um imposto<br />
flexível no preço do óleo diesel<br />
para poder suportar as pequenas<br />
variações diárias e dar mais<br />
previsibilidade no preço".<br />
<strong>SETCEPAR</strong> - A diretoria do Sindicato<br />
sempre defendeu o livre<br />
mercado, mas uma vez que isso<br />
não se mostra mais possível,<br />
defende uma tabela que levante<br />
apenas os custos e não todos<br />
os outros itens que foram apresentados<br />
na versão inicial.<br />
O vice-presidente do <strong>SETCEPAR</strong>,<br />
Fernando Klein Nunes, acompanhado<br />
do diretor Gerson<br />
Medeiros e do coordenador da<br />
ComJovem Curitiba, Luiz Gustavo<br />
Nery, apresentou as propostas<br />
colhidas junto aos associados<br />
da entidade, na última<br />
audiência pública realizada<br />
pela ANTT e Esalq Log em Brasília.<br />
"Embora a gente acredite<br />
que o melhor é a lei da oferta<br />
e procura, uma vez que o tabelamento<br />
seja instituído, vamos<br />
cumprir e exigir o seu cumprimento<br />
por todos, sejam embarcadores<br />
ou transportadores",<br />
afirmou Nunes. "Mas para isso<br />
funcionar, a ANTT precisa realizar<br />
uma intensa fiscalização,<br />
que vai precisar ser eletrônica,<br />
já que a física, manual, é impossível.<br />
Porque embora a maioria<br />
dos transportadores cumpram<br />
a lei, sempre tem aqueles que<br />
vão tentar burlar", ressaltou.<br />
Vander Francisco Costa , Presidente da CNT<br />
Entre as propostas apresentadas<br />
pela entidade, está a necessidade<br />
da tabela levar em conta<br />
não somente a distância, mas<br />
também a tonelagem marcada.<br />
A tabela considera na mesma<br />
composição, eixos distanciados<br />
e juntos com diferentes toneladas<br />
que hoje estão na mesma<br />
tabela, o que não faz nenhum<br />
sentido.<br />
O segundo ponto ressaltado na<br />
audiência pelo vice-presidente<br />
é a produtividade do veículo.<br />
"Hoje temos 'n' gargalos ao<br />
bom desempenho do transporte<br />
rodoviário de cargas no país,<br />
seja por parte do embarcador<br />
ou transportador com a sua<br />
frota. São questões de trânsito,<br />
restrição de horário, condição<br />
das estradas, mas principalmente<br />
a falta de comprometimento<br />
de muitos embarcadores<br />
que usam o caminhão para<br />
estoque principalmente no final<br />
do mês ou que demoram<br />
três dias para descarregar um<br />
caminhão", frisou.<br />
Outro ponto questionado são<br />
os custos das transportadoras<br />
com os meios de pagamento,<br />
que chegam a 5%. Com o cartão<br />
do frete, o CIOT, o caminhoneiro<br />
paga mais caro o diesel,<br />
porque o posto é obrigado a<br />
sustentar a taxa de administração<br />
em torno de 3%. Além dis-<br />
8 Setcepar Business