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entrevista<br />
É apresentadora do canal shoptime já há 14 anos, mas<br />
antes fez sucesso na novela Mulheres Apaixonadas da TV<br />
Globo. Como é sua relação com a televisão, que trabalhos<br />
já realizou?<br />
Sempre trabalhei nessa área, seja como modelo, atriz, jornalista...<br />
A televisão sempre fez parte da minha vida. Quando<br />
criança, aos 6 anos, ia cantar em programa de TV, muito<br />
influenciada pela minha irmã mais velha, que já frequentava<br />
os programas da Xuxa. Foi aí que tive meu primeiro<br />
contato, vi as câmeras e percebi a movimentação. Aos 13<br />
anos, comecei a trabalhar como modelo e a fazer comerciais<br />
para televisão, carreira que segui durante muitos anos.<br />
Entrei para a faculdade de jornalismo e voltei à TV como<br />
apresentadora do programa: Zona de Impacto, do SporTV.<br />
Depois fiz novelas, e, há 14 anos, estou no Shoptime.<br />
Quando descobriu que tinha talento para programas televisivos?<br />
Conte um pouco mais sobre esse seu início de<br />
carreira.<br />
Foi tudo natural, sempre quis estar na TV. Quando comecei<br />
a frequentar os programas infantis era tudo muito mágico.<br />
Na infância, gostava de entrevistar, falar e amava um<br />
microfone! Cheguei a pensar em cursar direito, mas optei<br />
pela faculdade de comunicação social, com habilitação em<br />
jornalismo. Ser apresentadora no Shoptime é algo muito<br />
natural, pois consigo ser eu. É muito bom poder me apresentar<br />
sem ter nenhum personagem entre mim e o público.<br />
O canal me permitiu reunir um pouco de toda a minha<br />
experiência profissional: entrevisto, informo e entretenho,<br />
sempre com muito alto astral.<br />
O projeto: Me Salva, Shoptime! veio com o objetivo de<br />
mostrar que cada mudança pode trazer um grande resultado<br />
para a vida de mulheres com perfis completamente<br />
diferentes. Como era esse programa apresentado por você<br />
e qual o papel na vida dessas participantes?<br />
O Me Salva, Shoptime! surgiu de uma nova fase do canal,<br />
que procura levar mais conteúdo ao público. É um programa<br />
de transformação, no sentido mais amplo da palavra.<br />
A mudança começa por fora, transformando o visual, e as<br />
consequências desse ato vão se estendendo para a vida das<br />
participantes. Enquanto as entrevistava, via que já tinha<br />
sido construído na vida dessas mulheres um padrão de beleza<br />
com relação ao cabelo e ao comportamento. Muitas<br />
vezes, esse padrão vinha pela sociedade e pela mãe que<br />
queria a filha de um jeito diferente do que a menina queria<br />
realmente ser. Em cada história, me via, porque também<br />
alisei meu cabelo e queria me encaixar em um padrão que<br />
não era o meu. O programa tocou no coração das pessoas<br />
e tenho certeza de que o público também pôde se ver em<br />
muitas histórias. Recebi 10 mulheres muito lindas e algumas<br />
delas não se achavam bonitas. Acho que serve para<br />
a gente pensar, como sociedade mesmo. As revistas e as<br />
propagandas querem impor um padrão que não é real. É<br />
claro que usamos os artifícios de bons produtos, maquiagem,<br />
photoshop para ficarmos mais bonitas. As pessoas<br />
precisam entender que aquilo é um trabalho a ser apresentado,<br />
mas a realidade de todo mundo é igual: acordamos<br />
com a pele inchada, têm dias que o cabelo não está legal.<br />
Eu mesma tenho olheiras. Às vezes, os cachos do cabelo<br />
não definem. A vida de todo mundo é uma grande correria<br />
e, por diversas razões, a gente acaba se deixando de lado.<br />
Percebi muito isso com todas as participantes. O dia tem<br />
24h (horas) e uma fatia desse tempo precisa ser nosso, para<br />
fazer algo que nos faça bem, que seja exclusivamente para<br />
o nosso próprio benefício.<br />
Sempre esteve ligada à temáticas femininas, desde quando<br />
fazia novelas até os programas no Shoptime?<br />
Não, já transitei por diversos assuntos. Na minha passagem<br />
pelo SporTV, por exemplo, os programas eram voltados<br />
para os jovens. Depois comandei programas de automóveis<br />
e de saúde. Mas é muito bom poder falar diretamente para<br />
as mulheres com assuntos que fazem parte do meu dia a<br />
dia.<br />
Ainda tem vontade de atuar em alguma novela?<br />
Estou muito focada na minha carreira de apresentadora.<br />
Quando entrei na faculdade de jornalismo, meu objetivo<br />
sempre foi apresentar e comunicar. Atuar nunca esteve nos<br />
meus planos, aconteceu naturalmente. Foi uma experiência<br />
muito bacana e se recebesse um projeto legal, que não<br />
atrapalhasse o meu trabalho como apresentadora no Shoptime,<br />
poderia avaliar.<br />
Quando foi convidada para participar dos programas da<br />
Shoptime? Qual o maior desafio que enfrentou?<br />
Já assistia ao Shoptime, porque tenho um amigo que trabalhou<br />
como apresentador no canal. Em 2005, ele me ligou<br />
perguntando se conhecia alguém para substituir uma apresentadora<br />
que ia entrar de licença maternidade e indiquei<br />
um nome, mas assim que desliguei o telefone, retornei a<br />
ligação e perguntei: “mas não pode ser eu?”. Ele disse que<br />
era muito nova, porque tinha 25 anos - na época, a faixa<br />
etária dos apresentadores era 35, 40 anos, mas que levaria<br />
o meu nome para a direção. O diretor da época me conhecia<br />
e me chamou para fazer um teste. Estudei muito no<br />
final de semana para o meu teste na segunda-feira, porque<br />
apesar de assistir muito ao canal, me faltava a fluidez. O<br />
raciocínio tinha que ser rápido e não estava acostumada<br />
com esse tipo de trabalho. Quando estava fazendo o teste,<br />
percebi que os câmeras se olharam e, de alguma forma,<br />
eles sinalizaram que estava legal. É um trabalho difícil de<br />
fazer. Pode ser jornalista, ator, mas para ser apresentador<br />
do Shoptime, não tem um curso. É muito específico. Pediram<br />
para voltar e fazer um segundo teste porque estava<br />
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setembro 2019<br />
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