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12 HORA H<br />
ANIVERSÁRIO<br />
Histórias<br />
centrais<br />
Para comemorar os 466 anos da<br />
maior metrópole da América do Sul,<br />
decidimos voltar ao começo: ao<br />
centro de São Paulo, região rica em<br />
história, segredos e encantos. Siga<br />
com a gente nesse roteiro repleto de<br />
cultura, arte e gastronomia<br />
POR JOÃO BENZ,<br />
JULYA ZANCOPER<br />
E LETÍCIA PRALON<br />
SÃO PAULO É uma cidade que não nasceu<br />
apenas uma vez, mas várias. De terra<br />
sagrada dos tupiniquins à metrópole<br />
fervilhante dos arranha-céus, as transformações<br />
nunca deram trégua. Lar de<br />
italianos, japoneses, árabes, nordestinos<br />
e africanos, ela foi erguida por pessoas<br />
à procura de uma vida melhor. Suas<br />
raízes cosmopolitas e ritmo acelerado<br />
distinguem São Paulo das demais cidades<br />
brasileiras, ao mesmo tempo que a aproximam<br />
de outras megalópoles mundo<br />
afora. No dia 25, Sampa celebra os seus<br />
466 anos, e não há lugar melhor para<br />
comemorar tanta história do que em um<br />
passeio pela região central.<br />
“O centro é esse lugar que, uma vez<br />
desvendado, torna possível que nos apossemos<br />
da cidade a partir dele. Pela densidade<br />
da história que ele abriga em seus<br />
espaços, ele nos oferece possibilidade de<br />
deixarmos de ser reféns do presente de<br />
nossa cidade. Quando compreendemos<br />
sua história, entendemos melhor nossos<br />
problemas, contradições e potencialidades<br />
como cidade”, observa Fraya Frehse,<br />
professora livre-docente em sociologia da<br />
USP, que há anos estuda as relações entre<br />
pedestres e espaços públicos centrais<br />
de grandes metrópoles do mundo e, em<br />
particular, de São Paulo. Para Frehse, um<br />
dos lugares fundamentais para entender<br />
São Paulo é o Pateo do Collegio. E é lá que<br />
vamos começar nosso passeio.<br />
Endereço nº 1 da cidade, da construção<br />
original de 1554 restou apenas uma parede<br />
de taipa de pilão, exposta dentro do prédio,<br />
símbolo da história latente do local – a<br />
construção atual foi feita entre 1954 e 1979,<br />
reproduzindo a arquitetura da época dos<br />
jesuítas. Quem passa por lá pode fazer uma<br />
parada para um cafezinho (ou almoço!)<br />
no Café do Pateo, um verdadeiro oásis<br />
em meio à agitação. Não deixe de provar<br />
o Pão do Pateo, feito a partir de um relato<br />
de São José de Anchieta, presente em uma<br />
carta a Santo Inácio de Loyola, fundador<br />
da Companhia de Jesus.